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FACULDADE FUNORTE DE JANUÁRIA

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

Dalmo De Abreu Dallari

LUIZA VITÓRIA DE SOUSA SENA

JOSÉ ALCIDES ALVES CARVALHO

ANA CLARA DE OLIVEIRA E SILVA


FERREIRA

JANUÁRIA – MG
universitário brasileiro. 21/12/1931 + 08/04/2022

Dalmo Dallari nasceu na cidade paulista de Serra Negra, em 1931. Seu pai era descendente de
italianos e era dono de uma sapataria. A família se mudou para a capital paulista em 1947
para que os filhos homens pudessem estudar. Dalmo cresceu ouvindo o pai explicar as
matérias de jornal para o povo humilde do campo, que era analfabeto. Sua liderança política
entre a população da cidade influenciou muito a vida de Dalmo. Seu tio morreu na Revolução
de 1932.

O hábito da leitura veio da mãe, que era uma leitora assídua e admirava autores como Castro
Alves e Álvares de Azevedo. Dalmo terminou o então curso clássico em Serra Negra e já
estava disposto a cursar direito quando se mudou para São Paulo.

Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo em 1957. Foi aprovado, em 1963, no
concurso para livre-docente em teoria geral do estado na USP, e no ano seguinte passou a
integrar o corpo docente dessa universidade.
Em 1974, venceu o concurso de títulos e provas para professor titular de teoria geral do
estado. Foi diretor da Faculdade de Direito da USP de 1986 até 1990. Na sua gestão foi
iniciada a construção do prédio anexo da Faculdade.

Aposentou-se da USP em 2001, tornando-se professor emérito em 2007.

Em 1996 tornou-se professor catedrático da UNESCO na cadeira de Educação para a Paz,


Direitos Humanos e Democracia e Tolerância, criada na Universidade de São Paulo, tendo
participado de seu primeiro Congresso em 1998.
Em 2001, publicou obra pioneira acerca de perspectivas do Estado para o futuro, O Futuro do
Estado, em que trata do conceito de Estado mundial, do mundo sem Estados, dos chamados
Super-Estados e dos múltiplos Estados do Bem-Estar.

Em sua carreira, exerceu também os cargos de vice-presidente da Comissão Internacional de


Juristas; diretor do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa); assessor do
Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq); assessor da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp); presidente da Fundação Escola de Sociologia e Política de São
Paulo; juiz do Tribunal Permanente dos Povos; e vice-presidente do Instituto dos Advogados
de São Paulo.

Dallari aproximou-se do movimento operário quando, ainda estudante, trabalhava em um


escritório de advocacia na Praça da Sé, em São Paulo, e testemunhou a repressão policial
contra os trabalhadores grevistas. Sobre sua visão política, declarou: "Era revoltante ver a
polícia a cavalo batendo nos operários. Nunca fui comunista nem tive simpatia porque sou
cristão. E como cristão, preciso ser solidário".

Após o golpe de 1964, passou a fazer oposição ao regime militar.

Em 1972, ajudou Paulo Evaristo Arns a organizar a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz da
Arquidiocese de São Paulo, organização que promoveu a defesa dos direitos humanos e atuou
na proteção de presos políticos e perseguidos pelo regime militar.

Foi secretário dos Negócios Jurídicos da prefeitura de São Paulo de 1990 a 1992, na gestão da
prefeita Luiza Erundina.

Dalmo morreu em 8 de abril de 2022, aos 90 anos, na capital paulista, por insuficiência
respiratória. Deixou esposa (Sueli Gandolfi Dallari, também jurista e professora na Faculdade
de Saúde Pública), 7 filhos, 13 netos e 2 bisnetos. Do seu primeiro casamento, foi pai de
Maria Paula Dallari Bucci e Pedro Dallari, também professores na USP.

ARTIGOS E OBRAS

O município brasileiro. São Paulo: s.c.p., 1961.


Da atualização do Estado. São Paulo: s.c.p., 1963.
Elementos de teoria geral do Estado. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 1989.
O renascer do direito: direito e vida social; aplicação do direito, direito e política. São Paulo:
José Bushatsky, 1976.
O pequeno exército paulista. São Paulo: Perspectiva, 1977.
O futuro do Estado. São Paulo: Moderna, 1980.
Que são direitos da pessoa. São Paulo: Brasiliense, 1981.
Que é participação política. São Paulo: Brasiliense, 1981.
Constituição e Constituinte. São Paulo: Saraiva, 1982.
O direito da criança ao respeito. São Paulo: Summus, 1986.
O Estado Federal. São Paulo: Ática, 1986.
Direito ambiental. Revista Politécnica. São Paulo, n. 204-205, jan./jun. 1992. p. 23-24.
A participação popular e suas conquistas. In: Cidadão constituinte: a saga das emendas
populares. Coord. Carlos Michiles et al. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. p. 378-388.
O Poder Judiciário e a filosofia jurídica na nova Constituição. In: Poder Judiciário e a nova
Constituição. São Paulo: Lex, 1990. p. 9-23.
Direitos Humanos e Cidadania
O poder dos juízes, ed. Saraiva
Os Direitos da Mulher e da Cidadã por Olímpia de Gouges, ISBN-10: 8547210792 ISBN-13:
978-8547210793

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