Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Considerações Finais
Ainda que esta análise piloto tenha se dado a partir de um único exemplar de
notícia policial, foi interessante e instigante constatar que os modelos teóricos de Adam
(1992) e de Bronckart (2007) abrem um leque de possibilidades para uma rica análise e
descrição dos gêneros, não somente pelo viés da materialidade linguística, privilegiada
em Adam, mas também por essa mesma materialidade ser vista como um reflexo de
aspectos discursivos que a influenciam e determinam, como postula Bronckart.
Vemos que, apesar das diferenças entre eles quanto a privilegiar ou não a
dimensão discursiva dos textos e sua realização na estrutura linguístico-textual dos
gêneros, naquilo em que concordam – a realização da sequência narrativa com base na
presença de uma trama – muito já se faz perceber. Nenhum deles engessa o protótipo na
obrigatoriedade de que as macroproposições apareçam exatamente na ordem proposta,
nem mesmo que apareçam todas ou que não haja presença de outras sequências.
Importa que sejam identificadas e que seja percebida uma predominância, de acordo
com Adam, e que estejam constituindo um tipo discursivo, conforme Bronckart.
(Aurenívia Ferreira da Silva, 2020.)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tivemos como objetivo, neste artigo, discutir o status dos gêneros plano de aula e
relatório de estágio quanto à necessidade de se entender e praticar de forma mais coerente
e eficaz os gêneros mencionados, essenciais à formação docente e que são incluídos na
lista de gêneros acadêmicos.
A perspectiva de gêneros textuais concebida por Bazerman nos autoriza a
defender que plano de aula e relatório de estágio são gêneros textuais acadêmicos
socialmente definidos, cuja função vai além de uma mera escolha, opção, do usuário. Nos
contextos onde esses gêneros circulam, universidades e escolas, esses gêneros compõem,
com certa prioridade, um conjunto de gêneros, resultante das atividades que são
desenvolvidas pelos usuários, o que confere a esses gêneros a sua participação em um
sistema integrado de atividades de onde emergem gêneros textuais.
Do exposto, concluímos que os gêneros plano de aula e relatório de estágio
devem ser mais divulgados, mais praticados e mais “compreendidos” pelos seus usuários,
para que se reverta a situação de resistência em que se encontram e passem para uma
situação de regularidade, consequentemente, de normalidade, como um gênero textual
importante nos meios onde circula.
RESPOSTA: “Nos autoriza a defender” e “Concluímos que os gêneros” são trechos que
são perceptíveis a inserção do “tu” no texto, pois os verbos estão em segunda pessoa do
plural, subtendendo-se que o leitor está inserido no texto, logo, o escritor está invocando
a presença dos devidos leitores.