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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS


CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA: TEXTO E DISCURSO – 2021.1
PROFESSORES: Maria Margarete Fernandes de Sousa e Expedito Reinaldo Camilo
Oliveira
Aluno(a):Carlos Henrique Silveira Gonçalves – 483220

Atividade 3 – 05/07/21 (Entrega: 12/07/21)

1. Partindo do pressuposto de que todo texto supõe o engajamento social entre


escritores e leitores, Hyland concebe o metadiscurso como um conjunto de
estratégias pelas quais os enunciadores se projetam no texto assinalando suas
intenções comunicativas. Trata-se de um modo de organização do texto/discurso
pelo qual o enunciador se posiciona tanto em relação ao seu conteúdo quanto em
relação ao seu leitor. (CAVALCANTE, 2009, p. 348)
Com base nessa afirmação, disserte sobre como o metadiscurso se faz presente no
texto a seguir.

Fonte: Oliveira (2021), dissertação em andamento.


RESPOSTA: Acredito que a não-coincidência interlocutiva, em que simula a realidade está
presente nessa noticia, uma vez que o “crime” feito pelo adolescente é tratado como na
realidade, como se fosse qualquer outro crime. Além disso, creio que a não-coincidência
das palavras consigo mesmas também está presente nesse texto, pois algumas palavras
utilizadas pelo escritor do artigo jornalístico não coincidem com tal situação, uma vez que
“crimes” dessa natureza entre adolescentes muitas vezes não é nem considerado uma alta
penalidade, como é citado na reportagem.

2. Posicionamento é uma dimensão estratégica centrada no eu, que expressa as


atitudes do escritor, o modo como ele se apresenta no discurso, como ele constrói
seus julgamentos, opiniões e comprometimentos, para demonstrar sua autoridade
no meio. (CAVALCANTE, 2009)
Analise o texto a seguir e, orientando-se pela afirmação acima, aponte estratégias
de Posicionamento presentes no texto e comente os sentidos que elas expressam.

Considerações Finais

Ainda que esta análise piloto tenha se dado a partir de um único exemplar de
notícia policial, foi interessante e instigante constatar que os modelos teóricos de Adam
(1992) e de Bronckart (2007) abrem um leque de possibilidades para uma rica análise e
descrição dos gêneros, não somente pelo viés da materialidade linguística, privilegiada
em Adam, mas também por essa mesma materialidade ser vista como um reflexo de
aspectos discursivos que a influenciam e determinam, como postula Bronckart.
Vemos que, apesar das diferenças entre eles quanto a privilegiar ou não a
dimensão discursiva dos textos e sua realização na estrutura linguístico-textual dos
gêneros, naquilo em que concordam – a realização da sequência narrativa com base na
presença de uma trama – muito já se faz perceber. Nenhum deles engessa o protótipo na
obrigatoriedade de que as macroproposições apareçam exatamente na ordem proposta,
nem mesmo que apareçam todas ou que não haja presença de outras sequências.
Importa que sejam identificadas e que seja percebida uma predominância, de acordo
com Adam, e que estejam constituindo um tipo discursivo, conforme Bronckart.
(Aurenívia Ferreira da Silva, 2020.)

RESPOSTA: “Foi interessante e instigante”, nessa afirmação é notável um posicionamento


do escritor, uma vez que ele expressa sua opinião de forma indireta, dizendo que os
modelos teóricos dos linguistas são interessantes e instigantes. “Para uma rica análise e
descrição dos gêneros”, nesse trecho é possível ver que o escritor afirma que esses modelos
teóricos são importantes para ter uma melhor análise e descrição dos gêneros, ou seja, uma
melhor interpretação deles.

3. “Engajamento é uma dimensão de alinhamento, centrada no tu, pela qual o escritor


reconhece a presença dos leitores, invocando-os ao longo da argumentação,
focalizando sua atenção, (re)conhecimentos e incertezas, de maneira a guiar suas
interpretações.” (CAVALCANTE, 2009, p. 349)
Guiando-se por essa afirmativa de Cavalcante, identifique e comente, pelo menos,
duas estratégias de engajamento presentes no texto a seguir, retirado de um artigo
científico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tivemos como objetivo, neste artigo, discutir o status dos gêneros plano de aula e
relatório de estágio quanto à necessidade de se entender e praticar de forma mais coerente
e eficaz os gêneros mencionados, essenciais à formação docente e que são incluídos na
lista de gêneros acadêmicos.
A perspectiva de gêneros textuais concebida por Bazerman nos autoriza a
defender que plano de aula e relatório de estágio são gêneros textuais acadêmicos
socialmente definidos, cuja função vai além de uma mera escolha, opção, do usuário. Nos
contextos onde esses gêneros circulam, universidades e escolas, esses gêneros compõem,
com certa prioridade, um conjunto de gêneros, resultante das atividades que são
desenvolvidas pelos usuários, o que confere a esses gêneros a sua participação em um
sistema integrado de atividades de onde emergem gêneros textuais.
Do exposto, concluímos que os gêneros plano de aula e relatório de estágio
devem ser mais divulgados, mais praticados e mais “compreendidos” pelos seus usuários,
para que se reverta a situação de resistência em que se encontram e passem para uma
situação de regularidade, consequentemente, de normalidade, como um gênero textual
importante nos meios onde circula.

RESPOSTA: “Nos autoriza a defender” e “Concluímos que os gêneros” são trechos que
são perceptíveis a inserção do “tu” no texto, pois os verbos estão em segunda pessoa do
plural, subtendendo-se que o leitor está inserido no texto, logo, o escritor está invocando
a presença dos devidos leitores.

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