Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao
Comércio
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio....................................................................................................7
1. Conceitos Básicos........................................................................................................................................................7
2. Mercantilismo. . ............................................................................................................................................................13
3. Teoria das Vantagens Absolutas.. ....................................................................................................................14
4. Teoria das Vantagens Relativas (Comparativas). ...................................................................................17
5. Teoria da Dotação dos Fatores de Produção.............................................................................................21
6. Novas Teorias.............................................................................................................................................................22
7. Teoria da Indústria Nascente.. ...........................................................................................................................26
8. Teoria da Substituição das Importações. .................................................................................................... 28
9. Industrialização Voltada às Exportações. ..................................................................................................32
10. Políticas Comerciais Estratégicas...............................................................................................................33
11. Introdução sobre Barreiras ao Comércio...................................................................................................36
12. Barreiras Tarifárias.. ..............................................................................................................................................39
13. Barreiras Não-Tarifárias (BNTs)....................................................................................................................46
13.1. Cotas não Tarifárias de Importação e Acordos Voluntários de Restrição às
Exportações (AVRE).. ...................................................................................................................................................50
13.2. Licenças de Importação..................................................................................................................................52
13.3. Direitos Antidumping e Compensatórios.............................................................................................54
13.4. Formalidades Aduaneiras. . ............................................................................................................................55
13.5. Taxas Múltiplas de Câmbio e Desvalorização Competitiva de Moeda................................56
13.6. Pauta de Preços Mínimos e Práticas Arbitrárias em Valoração Aduaneira.....................58
13.7. Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio (TRIMs)...............................................58
13.8. Tratamento Favorecido Aos Produtos Nacionais em Licitações............................................ 59
13.9. Barreiras Técnicas, Sanitárias e Fitossanitárias.............................................................................60
14. Exceções do Gatt que Justificam a Imposição de Barreiras ao Comércio..............................64
14.1. Proteção à Indústria Nascente.. ..................................................................................................................64
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Apresentação
Salve, salve concurseiro(a)s de todo Brasil!
Voltamos com mais uma atualização em nosso Curso de Comércio Internacional. Conforme
já havia destacado na versão anterior do curso, a ESAF saiu da elaboração dos certames, o que
deve impactar o conteúdo da nossa próxima prova, bem como o formato das questões de
nossa matéria. Antes que me perguntem, quem será a nova banca, as apostas hoje estão com
CESPE/CEBRASPE e FGV, sendo que é possível sim prova de múltipla escolha também pelo
CESPE. Tudo vai depender de como vai caminhar o edital de contratação da banca…
Mais uma vez, vamos cobrir todo o conteúdo que historicamente vem caindo para este
certame, bem como as mais variadas formas de cobrar este assunto.
Fique à vontade então para nos enviar eventuais dúvidas, pois no PDFs, a leitura e aprendi-
zado andam na velocidade que o aluno desejar…
Quem me conhece das aulas em vídeo, sabe que são muitos os detalhes que dou na at-
mosfera da sala de aula. Então, aqui, o esforço será redobrado para que este curso seja de al-
tíssimo nível para que, você, candidato(a), tenha à mão um material “de primeira”. Meu objetivo
é que vocês tenham um material, de qualidade, supercompleto aqui no Gran Cursos.
E o que espero de você?
Meu(minha) caro(a), no mínimo, muita atenção a cada detalhe do que está sendo aqui escrito.
Em se tratando de Comércio Internacional temos, junto com Legislação Aduaneira, 15
questões peso 2, ou seja 30 pontos num total de 210. Especificamente em Comércio Inter-
nacional temos visto cerca de 7 questões da matéria, perfazendo uns 7% da prova.
Parece pouco, mas não é!
Nossa matéria é sempre alvo de questões discursivas, mostrando quão estratégico e
fundamental é o seu estudo.
Por isso, nosso objetivo nada mais é do que simplesmente gabaritar esse assunto.
Ao iniciar o estudo de nossa matéria você verá que Comércio Internacional é simples-
mente apaixonante.
Assim, buscarei neste trabalho trazer uma linguagem simples, porém direta. Além disso,
irei buscar a profundidade do conteúdo na medida exata para sua aprovação, sem deixar de
lado o cuidado com aqueles que nunca ouviram falar do assunto.
Neste introdução, gostaria ainda de brevemente situar vocês sobre minha trajetória profis-
sional e a relação com nossa matéria. Sou Analista de Comércio Exterior desde 2008, carreira
oriundo do “finado” Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) rsrs.
“Finado” porque atualmente sou lotado no Ministério da Economia, dentro da Secretaria de
Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT), esta que acabou por incorporar a maio-
ria das funções do MDIC. Por sua vez, estou dentro da conhecida Secretaria de Comércio Exterior
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
(SECEX). Desde o ingresso, atuei como investigador em processos de defesa comercial (ex.:
dumping) na SECEX, além de ter trabalhado com negociações internacionais na Secretaria
Executiva da CAMEX em 2012. Retornei à SECEX em 2014 para trabalhar com Licenciamento
de Importações, onde se pode ver na prática nossa matéria de INCOTERMS, defesa comercial,
Drawback, reduções tarifárias, acordos regionais etc. Desde 2017 retornei então para a defesa
comercial, onde permaneço até hoje.
Posso dizer que em todas essas tarefas a interação entre SECEX e RFB é muito próxima,
quase “simbiótica” diria! Mas além do contato entre as carreiras, o cargo de AFRFB possui um
enorme vínculo com a nossa matéria de Comércio Internacional.
A aplicação prática de nossa matéria pode ser exemplificada pelos procedimentos de
defesa comercial, em que vocês cuidarão da arrecadação dos valores pagos à título de me-
dida de defesa comercial. Podemos mencionar ainda a classificação aduaneira/fiscal que
vocês farão sobre as mercadorias que entram e saem do país. Ou ainda, destacar o contro-
le aduaneiro que vocês exercerão sobre as mercadorias submetidas a regimes aduaneiros
especiais, em que os tributos estão suspensos e o rigor na sua fiscalização, portanto, é
imprescindível.
Tudo isso é só para demonstrar a vocês o quanto é fascinante a face aduaneira da futura carreira
de vocês. E claro, isso se deve em grande parte à apaixonante matéria de Comércio Internacional.
Minha tarefa aqui será, além de lecionar o conteúdo, aproximar vocês ao máximo da disci-
plina, pois se trata de pedra fundamental para o concurso de vocês. Não a subestimem, pois
seu conteúdo é deveras importante para qualquer futuro AFRFB que se preze, ok?
Vamos à programação de nosso curso:
Metodologia Utilizada
A proposta de nosso curso é trazer a teoria mesclada com questões comentadas relativas
ao assunto em discussão. Assim, você terá a visão prática do assunto, vendo as nuances em
prova e a relevância do que você está estudando. Este material serve então como apoio às au-
las de vídeo, e traz basicamente, de modo escrito, o que falamos em sala de aula.
Ao final, você encontrará as questões para serem resolvidas.
Legislação Aplicável
Em nossa matéria temos alguns acordos internacionais importantes que seguirão ao final
das aulas como anexo. Explicaremos os aspectos mais relevantes e que mais caem em prova.
No entanto, é interessante o aluno dar aquela lida na “letra seca” do acordo, pois destacarei
alguns que tem boas chances de serem cobrados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Abordagem
Apesar de a matéria de Comércio Internacional ser um universo totalmente novo para mui-
tos, ela não é complexa. Temos questões “batidas”, mas também há tendência em se cobrar
novidades como normas internas do MERCOSUL, rodadas de negociações da OMC, Conven-
ções Internacionais recentes etc.
Tendo em vista que muitas vezes o que está em vigor não é claro para a própria banca, é
comum vermos que bancas menos experientes em temas de comércio internacional incorrerem
em equívocos na formulação e até resolução das questões de nossa matéria. Diante desta pecu-
liaridade, faremos uma abordagem que deixe o mais claro possível o entendimento da matéria
para que você escolha a alternativa mais plausível e, eventualmente, ainda que a questão errada
não seja anulada, você tenha maior chance de acerto naqueles itens “defeituosos”.
Todo esse cuidado é para você gabaritar, inclusive nas questões polêmicas!
Suporte
Lembro ainda que daremos suporte para quaisquer dúvidas que surjam ao longo deste
curso. Ter dúvidas faz parte do aprendizado. Não tenham medo de questionar, pois com elas,
o professor também aprende. A hora de tirar qualquer dúvida é sempre antes da prova, por
meio do fórum.
Enfim, o assunto é então lecionado de forma muito menos aprofundada como era antiga-
mente em razão da sua clara perda de ênfase nas provas.
No entanto, nosso foco, como sempre, é cobrir tudo para você gabaritar! E vamos “sim-
bora” com um recado do nosso herói…
www.grancursosonline.com.br 6 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Podemos dizer que o comércio é uma via de “duas mãos”, em que ocorre a compra
e venda de bens e serviços, bem como dos fluxos financeiros correspondentes, entre os
diversos países do planeta. Trata-se de processo resultante da divisão internacional do
trabalho, da diferente dotação dos fatores de produção, bem como da diversidade das ha-
bilidades adquiridas por seus participantes.
O vídeo “Trade Matters to Me” lançado pela OMC em outubro de 2014 para a edição do
“WTO Public forum” resume bem toda nossa matéria aplicada no dia a dia:
https://www.youtube.com/watch?v=Crby5WYko0g
Percebam no vídeo que hoje estamos inseridos numa verdade cadeia global de valor, em
que o comércio internacional cresce vertiginosamente com os avanços da produção industrial,
logística, tecnologia, meios de pagamento, enfim, se por um lado o fenômeno da globalização
encontra resistências em alguns países (vide Brexit), as tecnologias avançam no sentido da
interdependência como a blockchain, criptomoedas, bem como uma maior preocupação com
valores nesse comércio internacional, trazendo às empresas a necessidade de incorporaram
padrões voltados à proteção de valores ambientais, sociais e de governança (no inglês “ESG” –
Environmental, Social and Governance)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Fonte: www.constelar.com.br
Isso porque eles teriam que desenvolver aptidões físicas e intelectuais para aprender cada
ofício (fator mão-de-obra), gastar dinheiro em máquinas, fábricas ou equipamentos diferen-
ciados para produção desses produtos (fator capital), além de eventualmente ter que buscar
terras cultiváveis e urbanas ou recursos naturais para produzir os alimentos (fator terra).
E por falar nesses três elementos, eles são os nossos queridos fatores de produção.
Felizmente (ou não), o ser humano “percebeu que era difícil produzir tudo o que precisa-
va. Era mais fácil fazer dez coisas iguais do que sete diferentes. Assim, nasceu a divisão do
trabalho: um indivíduo produzia apenas um tipo de objeto em quantidade superior as suas
necessidades e trocava o excedente. A divisão do trabalho não só aumentou a produtivida-
de como também permitiu a melhora da qualidade. Esses dois fatos proporcionaram maior
oportunidade de trocas”. (MAIA, 2004, p. 20).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Portanto meus caros, desde que os povos pré-históricos passaram a realizar trocas de produ-
tos (escambo) entre habitantes de uma mesma tribo, podemos dizer que existe comércio. A dife-
rença é que hoje realizamos essas trocas não sob a base “produto x produto”, mas sim com base
em papel-moeda ou simplesmente por meio eletrônico de pagamento de modo que as fronteiras
daquelas tribos da antiguidade hoje foram extrapoladas para fronteiras entre países!
FICA a DICA
Na verdade, segundo Krugman, existem dois motivos pelos
quais os países se especializam e fazem comércio:
1º) os países diferem em RECURSOS e TECNOLOGIA e se es-
pecializam nas coisas que fazem melhor.
2º) ECONOMIAS DE ESCALA (ou retornos crescentes) trazem
vantagens para os países se especializarem numa gama res-
trita de produtos ou serviços.
Assim, os países atuando numa gama restrita de produtos
buscam a variedade de produtos que não produzem por meio
do comércio internacional, trocando com os demais países.
Quando essa troca ocorre sem a ingerência dos Estados, temos o chamado liberalismo
(livre-cambismo). No entanto, a defesa do liberalismo, não é uma unanimidade, sofrendo um
contraponto constante com o “lado obscuro da força”: o protecionismo.
Na verdade, como bem colocam os professores Barral e Brogini, o discurso a favor do libe-
ralismo pode ser comparado com a evocação da ida para o plano divino, pois todos são a favor
do livre comércio, mas o mais tarde possível.
É meio que “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Lembrem-se dessa máxima ao longo do curso… Ela é um dogma que permeia as relações
comerciais internacionais!
Muito se defende o liberalismo, mas é difícil encontrar algum país que sustente essa ban-
deira hoje em dia e não tenha se valido de medidas protecionistas no passado (ou ainda as
utilize no presente).
Todos têm “telhado de vidro” rsrs
Inclusive, podemos afirmar que se as grandes potências, em seu primeiro estágio de
desenvolvimento, tivessem mesmo adotado as políticas que recomendam aos países em
desenvolvimento, não seriam a pujança econômica que são hoje.
Isso porque muitos desses países, ao longo de sua trajetória desenvolvimentista, recor-
reram a políticas comerciais e industriais protecionistas, atualmente consideradas políticas
“ruins”. Como bem define Ha-Joon, os países desenvolvidos, ao pregarem hoje políticas orto-
doxas estariam “chutando a escada” para que os países em desenvolvimento não consigam
seguir os mesmos caminhos trilhados por eles para se desenvolver.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Por exemplo, de 1820 até 1931, os EUA e alguns outros países hoje desenvolvidos adota-
ram políticas altamente protecionistas para defender a sua indústria nascente, mas eles ale-
gam que fizeram o contrário; disseram que liberalizaram seus mercados.
A resposta é depende!
Obs.: CURIOSIDADE
De fato, os EUA possuem uma das menores tarifas médias da OMC, sendo 3,7% seu
imposto de importação médio, enquanto o Brasil tem sua tarifa máxima consolidada
em torno de 32%. de outro lado, os EUA são um dos maiores aplicadores de medidas
de defesa comercial, bem como possuem diversos programas de subsídios para sua
ineficiente agricultura como a famosa lei “Farm Bill”, que em 2018 foi tornada lei pelo
ex-presidente Donald Trump!
(Lembrem-se do dogma… Quero ir por último para o liberalismo…)
Portanto, alguns países desenvolvidos alimentam sob outras formas seu espírito protecio-
nista mais do que a gente imagina!
Aliás, outros países desenvolvidos também usaram e abusaram desses “pecados” contra
o livre comércio no passado. A Alemanha, por exemplo, se utilizou no passado de espionagem
industrial patrocinada pelo Estado e a cooptação de trabalhadores da Inglaterra, práticas nada
“recomendáveis” nos dias de hoje.
Para guardar bem esses conceitos, vamos esquematizar o que foi visto até aqui:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
001. (INÉDITA/2022) Para a doutrina liberal, que advoga as livres trocas comerciais (livre cam-
bismo), o governo não deve ter ingerência sobre a economia, retirando obstáculos ao comércio
entre os países.
Assim, o “livre cambismo” rege a livre troca de produtos no campo internacional, os quais
seriam vendidos a preços mínimos, num regime de mercado, se aproximaria ao da livre con-
corrência perfeita.
Tudo bem até aqui pessoal? Molezinha até agora né?
Vejamos agora o protecionismo!
Como o próprio nome diz, o protecionismo trabalha com uma lógica de intervenção
do Estado na economia. Mas isso não ocorre somente por meio de imposição de barrei-
ras à importação, mas também por meio de aportes governamentais à exportação de
seus produtos, medidas de apoio a produção doméstica, regulamentação discriminatória
quanto aos prestadores de serviços estrangeiros etc.
Obs.: Portanto, país “protecionista” pode ser entendido como aquele que realiza, em qual-
quer grau, intervenção na economia.
A intervenção do Estado na economia ocorre pelos mais diversos motivos. Veja-se por
exemplo os perigos decorrentes da divisão da produção. Com a divisão da produção, o país
não produz tudo que precisa e, em eventual guerra, pode ficar suscetível ao desabastecimen-
to, tal como ocorreu na crise de 1929. No entanto, com a remota possibilidade de haver outra
guerra, essa motivação fica prejudicada.
Podemos destacar ainda que a intervenção do Estado inibe a formação de trustes, carteis
e oligopólios. Além disso, como as multinacionais trabalham com economia de escala, seu
baixo custo tende a suplantar a indústria nacional, de modo que só a intervenção do Estado é
capaz de dar fôlego aos produtores para concorrerem com essas grandes empresas.
A intervenção estatal também tem lugar para se evitar esgotamento dos recursos naturais.
Como muitos recursos são limitados, a exploração desenfreada compromete o futuro. Esta-
mos vivenciando este tipo de situação com a exportação de minérios da China para o resto
mundo, e o Brasil pode também passar por isso no futuro.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
2. Mercantilismo
A primeira teoria que vale à pena tecer COMENTÁRIO é a Mercantilista.
Ela surge no século XV (transição do período medieval para idade moderna) e vai até o final
do século XVIII. Não é teoria liberal, pois nela havia forte intervenção do Estado. No entanto,
essa intervenção era “míope”, pois acreditava-se que o Comércio Internacional era um jogo de
“soma zero”, ou seja, o volume global do comércio mundial não seria alterado, pois o lucro de
um país implicaria a perda de outro.
Assim, a corrente mercantilista foi caracterizada pela acumulação de ouro e prata e superá-
vits na balança comercial (exportações superiores às importações). Podemos ver claramente
que este era o movimento empregado pelas metrópoles sobre as colônias, por exemplo, Por-
tugal-Brasil. Por decorrência do pacto colonial a coroa portuguesa comprava matérias-primas
da sua colônia brasileira por valores baixos e fornecia-lhe produtos manufaturados por pre-
ços elevados.
Vale destacar rapidamente a vertente que se desdobra do MERCANTILISMO: O NEO-
MERCANTILISMO.
#FICAADICA
A teoria do Mercantilismo vai voltar séculos mais tarde sob
nova roupagem, sob o nome de NEOMERCANTILISMO. Nela,
novamente se mantém o ideal de incentivar as exportações e
desencorajar as importações.
No entanto, o país agora o faz por meio de controle de capitais
ou centralizando as decisões monetárias nos bancos centrais.
Assim, o país pode por exemplo promover desvalorizações
competitivas de moeda para promover exportações e desin-
centivar importações. Veja que a ideia não é estimular expor-
tações por meio de diversificação de exportações, mas sim,
restringir saídas de divisas, mantendo as reservas do país com
saldo positivo.
Feitos esses esclarecimentos, vamos à teoria que é a base do pensamento liberal e rompeu
com a noção mercantilista de que o comércio seria um jogo de soma-zero.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Ao final do dia, estes produtores produzem 16 bolas e 16 pares de chuteira para suas
populações, correto?
Agora imagine que o Brasil, além de produzir bola de futebol, também produzisse
chuteira; imagine também que a Argentina além de fabricar chuteira produzisse bolas de
futebol. No entanto, estes outros produtos, Brasil e Argentina levam 4 horas para produ-
zir. Cada unidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Brasil: 2 bolas de futebol/hora x 4hs = 8 bolas + 1 par de chuteira/hora x 4hs = 4 pares de chuteira
Argentina: 2 pares de chuteira/hora x 4hs = 8 pares + 1 bola de futebol/hora x 4hs = 4 bolas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Smith não sabia justificar o comércio internacional quando um país fosse mais eficiente
em ambos os bens, em comparação ao país vizinho.
Smith não tinha resposta para o fato de que alguns países poderiam ser mais eficientes em
ambos os produtos. Smith também foi criticado por afirmar que a mão de obra seria o único
fator de produção responsável para se identificar a eficiência na produção.
Na Teoria das Vantagens Absolutas de Smith, os países devem se especializar no que forem mais
eficientes, ou seja, o que produzirem a um custo de produção menor. No entanto, o “custo de opor-
tunidade” só vai aparecer mais tarde, com as vantagens relativas. Portanto, item errado.
Errado.
003. (ESAF/AFRF/2000/TRECHO) O grande mérito de Adam Smith foi mostrar que o comér-
cio seria proveitoso para dois países, mesmo que um deles tivesse vantagem absoluta sobre o
outro na produção de todas as mercadorias.
Para Smith, só haveria trocas internacionais se um país tivesse vantagem absoluta numa
mercadoria e o outro país em outra mercadoria. Foi só com David Ricardo que foi trazida a
noção de que o comércio internacional não é um jogo de “soma-zero”, mas sim um “ganha-
-ganha” (win-win), ainda que um país seja mais eficiente em todas as mercadorias.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Percebe-se que o Brasil é menos eficiente que a Alemanha em ambos os produtos. No en-
tanto, segundo Ricardo, o Brasil deve ainda assim se especializar na produção de carros!
Por quê?
Porque, internamente, o Brasil é relativamente mais eficiente na produção carros do
que computadores. Isso porque o Brasil produz mais unidades de carros do que de com-
putadores numa mesma carga horária de trabalho. Portanto, para essa teoria não se
considera o valor agregado do produto, do capital etc. Leva-se em conta tão somente o
fator de produção trabalho!
Trocando em miúdos: “numa mesma carga horária de trabalho, consegue-se produzir nu-
mericamente mais carros do que computadores”. Esse é o espírito da coisa, entenderam?
O país faz dentro do seu leque de opções de produção a renúncia de um produto em favor
de outro. Surge então a ideia de custo de oportunidade: uma escolha em proveito de outra.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Assim, David Ricardo aperfeiçoa o que Adam Smith iniciou e, com sua teoria de vantagens
relativas (ou comparativas) justificasse os ganhos do comércio internacional em qualquer si-
tuação produtiva, eliminando a ideia de que o comércio seria um jogo de “soma-zero”, no qual
se um país ganha outro necessariamente perde.
Na verdade, no comércio internacional, todos podem ganhar com ele (“win-win”), ainda que
não sejam em igual medida! Esse modelo continua sendo empregado de alguma forma até
hoje, justificando as rodadas de negociação da OMC, por exemplo.
Assim, o que interessa para Ricardo não é o custo absoluto de produção, mas a razão de
produtividade que cada país possui, entre dois ou mais bens. Percebam que o Comércio Inter-
nacional de hoje possui uma infinidade de bens, e a vantagem comparativa aparece para cada
bem em relação ao outro que é produzido neste mesmo país. No entanto, os exemplos que
costuma cair em prova é uma relação 2x2, ou seja, cuidam apenas da comparação entre 2 bens
(“A” e “B”) entre dois países (“X” e “Y”).
É a teoria das vantagens absolutas que não seria aplicável. Lembre-se que nas vantagens comparati-
vas o comércio é possível, pois o país vai olhar para dentro de seu país para verificar o que produz de
modo mais eficiente e não para o país vizinho.
Errado.
A vantagem comparativa é a razão teórica clássica, pela qual os países ainda fazem trocas
comerciais entre si.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Vamos à resolução…
País A País B
Sabemos que na teoria das vantagens absolutas devemos comparar com o país vizinho e na
relativa devemos comparar internamente. Assim, se olharmos em relação ao país vizinho, o
País “A” não possui vantagem em nada, não havendo vantagens absolutas sobre “B”. Por outro
lado, olhando internamente, “A” tem vantagem comparativa em saca de trigo e “B” em mesa
de jantar.
Assim, vamos aos enunciados…
I – Certo. “B” tem vantagem absoluta sobre “A” em mesa de jantar. Mas o contrário não é ver-
dadeiro (“A” não tem vantagem absoluta alguma).
II – Certo. De fato, “B” é mais eficiente em mesa de jantares internamente.
III – Errado. “B” não tem vantagem comparativa em trigo, mas tem apenas vantagem ab-
soluta em trigo.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Aqui, importante destacar que David Ricardo não cuidava de outros fatores de produção, mas
somente do trabalho (mão de obra). Portanto, errada a letra “A”.
A letra “B) Certa. pois Ricardo falava de vantagens comparativas (relativas) que envolve jus-
tamente a eficiência (produtividade) da mão de obra para cada setor (produto). Será mais eficien-
te o setor que produzir mais unidades de produtos numa mesma carga horária de trabalho.
Outra forma de se ver a eficiência é justamente a carga horária menor para se produzir a uni-
dade de um bem, comparando essa carga horária com o tempo para se produzir um outro tipo
de mercadoria nesse mesmo país.
O erro da “C” é que não falava em outros fatores de produção (isso será tema de nossa
próxima teoria).
O erro da “D” é que Ricardo não falava da remuneração da mão de obra.
Por fim, o erro da “E” é novamente cuidar de outro fator de produção (capital) e não se ater
somente ao trabalho.
Antes de encerrar essa teoria, vale destacar suas limitações…
#FICAADICA
David Ricardo não considerava as características naturais de
um país, como disponibilidade relativa de mão de obra e de
capital, mas apenas cuidava de um fator de produção (traba-
lho). Assim, seria suficiente a justificar a especialização no co-
mércio internacional o diferencial de produtividade do trabalho
e o custo de oportunidade.
Vejamos então a teoria que expandiu a noção de David Ricardo e cuidou justamente da abun-
dância dos fatores como determinantes à especialização produtiva de um país.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O item “A) Errado. pois David Ricardo não trouxe a dotação dos fatores de produção em seu
modelo. O modelo ricardiano levava em conta apenas o custo da mão-de-obra, desconsideran-
do os fatores de produção “terra e capital”. Esses só aparecem no modelo de Hecksher-Ohlin.
O item “B”, por sua vez, está errado e o item “C” está correto.
De fato, Hecksher-Ohlin toma em consideração a “dotação” dos fatores de produção. O termo
“dotação” nada mais é do que a abundância daquele determinado fator no país. Assim, é claro
que a oferta de terra, capital ou trabalho em dada economia explica o padrão de especialização
daquele país, que pode ser traduzido em sua pauta exportadora (ex.: Brasil possui muita “terra”
gerando exportações de bens agrícolas. Japão possui muito “capital” gerando exportações de
produtos de alta tecnologia).
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
010. (COSEAC/ANCINE/2009) A declaração teórica que afirma que cada país tem vanta-
gens comparativas no produto cujo processo produtivo emprega de forma intensiva o fator
de produção abundante naquele país é o(a):
a) Teoria do Valor-Trabalho;
b) Teorema de Stolper-Samuelson;
c) Postulado Ricardiano;
d) Teorema de Heckscher-Ohlin;
e) Modelo de Linder.
O gabarito é letra “D”, pois traz justamente a ideia de abundância (dotação) de determinado
fator de produção.
Letra d.
6. Novas Teorias
As três teorias que vimos anteriormente se baseiam unicamente na diferença entre os pa-
íses como os únicos motivos para que haja comércio internacional.
No entanto, Paul Krugman e Staffan Linder mostraram que países com estrutura de
produção similar poderiam fazer comércio. Este é chamado de comércio intraindústria1,
pois ocorre num mesmo setor ou segmento de produtos, como por exemplo, o comércio
automotivo entre Brasil e Argentina.
1
Vale à pena distinguir ainda o conceito de “Comércio Interindústria”, pelo qual as trocas comerciais ocorrem entre setores
distintos da indústria, como Alimentos e Máquinas. Já o “Comércio Interfirma” seria o comércio entre duas companhias
distintas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O economista Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel, explicou ainda que diante da espe-
cialização da produção no que cada país produz de modo mais eficiente gera o conhecido ganho
de escala. Isso significa que à medida que a empresa vai produzindo mais unidades de um mesmo
produto, seu custo de fabricação tende a reduzir se houver economia crescente de escala.
Tomemos por exemplo um restaurante que faça massas e comida japonesa (bom esse
exemplo né). Agora digamos que este cozinheiro fabrique parte do dia macarrão e parte do
dia sushi. Imagine ainda que ele tenha que pagar um aluguel mensal (custo fixo) pelo uso seu
estabelecimento, além de uma taxa de licença da prefeitura e IPTU anual (custo fixo). O cozi-
nheiro então tem que comprar todos os insumos para macarrão e para o sushi em pequenas
quantidades (custo variável a depender da quantidade), encarecendo o custo de cada unida-
de produzida. Agora suponha que ele resolva se especializar só em sushis (comprando mais
quantidade de insumos e barganhando por melhor preço). Logicamente, cada unidade de sushi
produzida terá seu valor amortizado, pois o custo final para cada unidade de sushi produzida
será proporcionalmente menor do que antes.
Se isso ocorrer, temos economias de escala, pois o aumento dos fatores produtivos (au-
mento da mão de obra em cada unidade de sushi produzida) gera aumentos mais que propor-
cionais na produção (reduzindo o preço).
Isso decorre da especialização da produção. Como havíamos dito antes, os países devem
se restringir a uma gama menor de produtos para aproveitarem os ganhos de escala, podendo
fazer comércio para adquirir aqueles bens que deixaram de produzir.
Ademais, neste caso, haverá comércio internacional ainda que os dois países possuam
idênticas dotações de fatores!
Como isso professor? Não eram as diferentes dotações de fatores que justificavam o
comércio internacional?
Sim, meus caros, era na época de Heckscher-Ohlin. No entanto, esse modelo não explicava,
por exemplo, porque Brasil e Argentina, havendo mesma dotação de fatores, vendem carros en-
tre si, gerando o fenômeno do comércio intraindústria. Daí surge a chamada “Teoria do Gosto
ou Preferência dos Consumidores” desenvolvida por Linder.
Esse gosto seria incentivado pelo nível de renda na economia. Assim, quanto mais seme-
lhante a demanda entre dois países (Brasil e Argentina adoram carros), mais semelhantes será
a estrutura produtiva destes países (Brasil e Argentina possuem várias plantas automotivas).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Podemos falar ainda que em virtude das economias de escala e do comércio intrain-
dústria os fabricantes seriam estimulados a buscar diferenciar seus produtos para conquistarem
a preferência de sua clientela. Assim, argentinos comprariam carros da marca Volkswagen,
modelo Gol, fabricados pelo Brasil, enquanto o Brasil compraria carros da montadora Peu-
geot, modelo 308, fabricados pela Argentina.
Surge assim a chamada teoria da Concorrência Monopolística, que, como o próprio nome
diz, há concorrência entre fabricantes de um mesmo produto (ex.: carros), mas que as empresas
detêm certo “monopólio” na sua produção quando analisamos as características exclusivas do
produto (ex.: marca, tecnologia embarcada, qualidade, preço, durabilidade etc.)
Isso explica, por exemplo, porque o Smartphone “Iphone 6” tenha um preço tão caro. Ape-
sar de existirem uma infinidade de celulares no mercado (ampla concorrência) o produto “Ipho-
ne” seria diferenciado ao ponto de poder deter monopólio no mercado e permitir a prática de
altos preços em razão da demanda por estes aparelhos e ausência de competição decorrente da
preferência dos consumidores.
O PULO DO GATO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
No âmbito da OMC, ela consta no art. XVIII do GATT que trata da ajuda para desenvol-
vimento econômico:
É importante reiterar que essa proteção (seja de natureza tarifária ou não tarifária) não
faz nenhum bem a não ser que a proteção em si ajude o setor a se tornar mais competitivo.
No entanto, a simples proteção do setor sem incentivar a pesquisa e resolver outras questões
estruturais que aumentam o custo de produção como carga tributária, previdenciária, logística,
custo financeiro, só adiam o problema da falta de competitividade.
Vejamos uma questão sobre o assunto:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O erro da letra “A” é que a teoria prega proteção temporária e não por prazo indeterminado.
O erro da “B”, “C” e “D” é que os enunciados não refletem as ideias de List. O que List defen-
dia na verdade era a necessidade de proteção temporária para indústrias nos primeiros está-
gios de desenvolvimento porque não possuem musculatura suficiente para competir em pé de
igualdade com as indústrias já consolidadas.
Letra e.
Seu inconsciente vai lutar com todas as forças para não comprar um smartphone mais
sofisticado, ou carro do ano, ou um novo computador… E assim por diante.
Entenderam o espírito da coisa?
O PULO DO GATO
Elasticidade-renda: Quanto mais renda você aufere, menos você compra produtos básicos,
alimentos etc. (baixa elasticidade-renda)
Por outro lado, com o aumento da renda, mais o consumidor está propenso a gastar em bens
manufaturados (alta elasticidade-renda)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
#FICAADICA
Trocando em miúdos, com o passar do tempo, seria necessá-
ria a exportação de mais quilos de soja para a China para se
comprar o mesmo número de aparelhos de telefone celular.
Entre as décadas de 1960 e 1970 a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(CEPAL) defendia que o desenvolvimento das economias do terceiro mundo passava pela adoção
da política de substituição de importações. Esta política permitiria a acumulação de capitais
internos que poderiam gerar um processo de desenvolvimento autossustentável e duradouro.
Esse argumento embasou o modelo de Substituição das Importações na América Latina.
No entanto, pode-se dizer que essa política foi um fenômeno dos anos 30 e do período de guer-
ra, em que a contração da capacidade para importar permitiu que se utilizasse intensamente
um núcleo industrial surgido na fase anterior.
A substituição baseava-se na limitações das importações (protecionismo) essencialmente
por meio de tarifas, dando fôlego à indústria nacional para que pudessem concorrer com os
produtos fabricados por suas indústrias incipientes.
Um dos problemas dessa teoria é que para que o processo ganhe continuidade e atinja seu
objetivo, é necessário que o país tenha passado pela primeira fase de industrialização induzida
pela expansão das exportações primárias. Além disso, é preciso que essa primeira industriali-
zação tenha alcançado uma certa importância relativa a fim de que o processo de substituição
ponha em andamento a segunda fase da industrialização. Isso não tem ocorrido porque os
países pobres não contam com trabalho qualificado nem com empreendedores ou competên-
cia gerencial; para completar, têm problemas de organização social que tornam difícil manter
ofertas confiáveis de tudo, desde peças de reposição até eletricidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Sobre a teoria, vale destacar interessante artigo da revista Veja (edição de 7 de outubro de
2009), em que o economista Mailson da Nóbrega bem sintetizou sua implantação no Brasil:
[…] à moda dos planos da era Geisel, criados após a crise do petróleo de 1973-74. As empresas que
recebessem incentivos fiscais não podiam importar equipamentos com similar nacional. Resultado:
aumento de custos e de prazos de entrega.
Ainda que de forma ineficiente, o Brasil se industrializou via substituição de importações.
O impulso inicial foi a dificuldade de importar na I Guerra e na Grande Depressão dos anos 30. Na
década de 50, substituir importações virou objetivo nacional. No governo Geisel, tornou-se obses-
são. No período Figueiredo, atingiu o auge com a insensata reserva de mercado para a informática.
A industrialização por substituição de importações foi bem-sucedida na Europa e nos Estados Unidos,
no século XIX. A estratégia era alcançar rapidamente, sob orientação do estado, a posição dos ingleses,
cuja Revolução Industrial havia sido gestada em pelo menos seis séculos de evolução institucional.
Casos de insucesso foram os de países incapazes de identificar e eliminar defeitos do modelo. Ao
contrário da Europa e dos Estados Unidos, a estratégia era prolongada de maneira insustentável, sob
influência de grupos e deficiências do governo.
No Brasil, os problemas maiores parecem ter sido a busca da autossuficiência a qualquer custo e o
descaso pela educação. Além disso, os vencedores eram escolhidos pela burocracia, que podia ser
capturada pelos beneficiários da política. Estudos recentes provam que a substituição de importa-
ções foi claramente concentradora de renda.
A Coreia do Sul é uma história diferente. Como o Brasil, adotou o modelo nos anos 50, mas soube
mudá-lo. Expôs suas empresas à competição internacional, o que criou incentivos à inovação. Seu
êxito não decorreu de políticas industriais, como muitos pensam, mas essencialmente da revolução
na educação e do legado do domínio japonês (1910-1945), traduzido na formação de recursos hu-
manos, na pesquisa e nas técnicas organizacionais.
Pois bem!
Analisada essa crítica ao modelo e resumida sua perspectiva histórica, vamos ao aspectos
positivos da ação desse modelo:
• parte da produção já possui o mercado cativo do próprio país (caso do Brasil, com enor-
me mercado consumidor);
• produtores estrangeiros devem se instalar no país para aproveitarem esse “boom” de
consumo doméstico, atraindo assim investimentos direto;
• auxílio no déficit do balanço de pagamentos na medida em que diminui as importações
de empresas que agora passam a produzir no país.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Essa teoria não incentivava a exportação, mas sim dificultava a importação em primeiro lugar.
Assim, o protecionismo tarifário teve importância fundamental nesse processo.
Errado.
Percebam que a ideia do item traz exatamente a ideia da deterioração dos termos de troca (exportar
cada vez mais matérias-primas para importar mesma quantidade de produtos industrializados), que
serviu de base para a teoria protecionista de substituição das importações.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Observem que o apoio governamental é crucial para o sucesso desta política, atuando justa-
mente em diversos segmentos como forma de garantir competitividade à indústria. Essa ajuda
se dá nas mais diversas esferas, estando.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O item “A” é falso, pois quem é o grande protagonista ainda é o Estado. Não é política liberal,
mas sim, há intervenção estatal estimulando as exportações.
O erro do item “B” é que não está centrada em tarifas (encarecer importações), mas sim, em
incentivos à exportação, tendo o mercado internacional como o seu mercado consumidor.
O erro do item “C” é que a ação governamental tem caráter fundamental nesse processo
e não secundário.
A letra “D” também está errada, pois essa corrente não prescinde (dispensa) a intervenção estatal.
Pelo contrário, o Estado é quem dá as condições para que as exportações sejam incentivadas.
Vejamos a última corrente então que tem traços de incentivos às exportações, mas com a di-
ferença de que o Estado escolhe, pontualmente, os setores prioritários.
F, F, F, F.
www.grancursosonline.com.br 33 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Por outro lado, ao se entrar nesse debate sobre política comercial estratégica estamos
também nos afastando das teorias liberais embasadas pela regra da eficiência.
Na política estratégica, a escolha dos instrumentos de política econômica depende dos ob-
jetivos que se pretende atingir com esses instrumentos. Por exemplo, se um governo entende
privilegiar como objetivo nacional ser (ou se manter) uma potência bélica mundial, a proteção
e estímulo de setores industriais ligados à indústria de guerra será uma política razoável, ainda
que a fabricação desses produtos seja comprovadamente ineficiente neste país.
Podemos destacar ainda a indústria espacial, a qual sem incentivos do Estado teria um
custo enorme para se desenvolver. Trata-se de uma “falha de mercado”, pois nenhum investi-
dor privado irá colocar dinheiro nessa indústria, pois não se sabe o seu retorno. Vale destacar
que as regras do GATT/OMC não permitem ajuda ou intervenção estatal para corrigir essas
falhas de mercado, sendo comuns disputas na OMC sobre os subsídios ao setor aeronáutico,
por exemplo Boeing x Airbus ou Embraer x Bombardier.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Podemos dizer, ainda, que no Brasil as taxas de juros mais competitivas (subsidiadas) para
o financiamento ao desenvolvimento e construção de aeronaves (Ex.: Embraer) é uma política
comercial estratégica adotada pelo governo na medida em que incentiva a produção e exporta-
ção de bens de alto valor agregado, “espalhando” know-how e conhecimento. No entanto, isso
pode ser um problema, pois a empresa que investe anos em tecnologia pode ter seu projeto
simplesmente copiado por outros por meio de mecanismos de engenharia reversa ou violação
de direitos propriedade intelectual. Este é o “problema da apropriabilidade” do capital humano,
razão pela qual o Estado deve canalizar esforços para proteger e estimular estes setores, pois
implicam forte irradiação de efeitos econômicos positivos em toda a cadeia.
Por outro lado, o simples aumento do IPI na importação de veículos para o Brasil, com
vistas a encarecer o carro importado, traz uma proteção à indústria automotiva aqui instalada.
Este é um exemplo de política de legitimidade questionável, pois não promove inovação no
setor, tampouco P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Aliás, o fato que motiva a vinda dessa
montadora para o país é tão somente o alto custo tributário na importação, sem agregar qual-
quer atividade inventiva em solo brasileiro.
Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência!
Vejamos uma questão sobre esse assunto:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
A letra “A” é incorreta porque o neomercantilismo não buscava diversificar mercados de expor-
tação, mas sim, por meio de políticas macroeconômicas, dificultar as importações e promover
exportações como forma de criar saldo positivo em sua balança comercial.
O erro da letra “B” é que os países não são contrários a acordos regionais, tampouco a OMC.
Os esquemas preferenciais promovem liberalização num universo menor, sendo tolerada e
estimulada pela própria OMC.
A letra “C) Errada. pois, como já foi dito, o protecionismo tarifário teve importância fundamen-
tal na política de substituição de importações.
A letra “D” está correta e é o gabarito. Observem que o item traz exatamente o conceito que foi
descrito. Uma política comercial estratégica do Estado é justamente uma escolha acertada sobre
bens de alto valor agregado. Ora, se o Estado vai intervir num segmento, que este setor seja então
bem escolhido (estratégico), de alto valor agregado e com bom potencial de difusão tecnológica.
Ao atuar desta forma, o Estado incentiva a competitividade num segmento capaz de disputar
eficientemente o mercado internacional.
Correto, portanto, o item “D”!
O erro da letra “E” está em falar que políticas orientadas para exportações seriam políticas
liberais. Ora, a exportações só ocorrem às custas de muito incentivo estatal, o que contraria a
ideia do liberalismo.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O cenário desolador colocava enorme pressão sobre os políticos nos EUA. Num período da
história conhecido como “a grande depressão”, os EUA se valeram de altas tarifas protecionis-
tas para tentar proteger seu combalido mercado de trabalho.
No começo dos anos 40 vem então a 2ª Guerra Mundial, acirrando ainda mais essa de-
pressão. Em Julho de 1944, pouco antes do fim da 2ª Guerra, os países mais industrializados
do mundo tentam restabelecer as “regras do jogo”, ou seja, criar as bases jurídicas para que a
economia internacional voltasse a caminhar.
Surge então o Sistema Bretton Woods, que é o primeiro exemplo na história de uma ordem
monetária totalmente negociada com o objetivo de reger as relações monetárias entre os países.
Em 1947, surge dessa conferência o Acordo Geral de Tarifas e Comércio – GATT/1947
(voltaremos adiante em nosso curso com mais detalhes dessa história). Basicamente, esse é
um acordo internacional que buscava na parte comercial, ao lado da criação das instituições
do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), impor limites às práticas
protecionistas. Para isso, o GATT/1947 tem como pedra fundamental limites para a aplicação
de tarifas, conforme previsto no art. II do GATT que veremos ainda nesta aula.
À época, o GATT detinha apenas 23 Partes Contratantes (dentre eles o Brasil, EUA, Cuba,
China, alguns países europeus), mas já existia o consenso de que rodadas de redução tarifária
seriam necessárias para fazer andar a locomotiva do comércio internacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
#FICAADICA
Atualmente, o protecionismo assumiu uma feição pre-
ponderamente não tarifária, de difícil identificação, con-
trole e quantificação.
Vale ainda destacar que apesar do Brasil ter uma alta tarifa consolidada na OMC, isso não
significa que o país não se valha de outras formas de protecionismo não tarifário, como é o
caso de medidas antidumping. Veja por exemplo o ano de 2011, em que o Brasil enfrentava a
valorização do real na economia (e consequentemente um dólar barato), o governo usou muito
a faculdade de aplicar medidas de defesa comercial como o antidumping. Apesar das mais de
150 medidas antidumping em vigor no Brasil, o país nunca perdeu uma disputa na OMC sobre
a aplicação destas medidas. Em outras palavras, apesar das críticas da larga utilização dessas
barreiras não tarifárias pelo Brasil, a autoridade de defesa comercial brasileira é respeitada
pela qualidade e rigor nas investigações.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O PULO DO GATO
BARREIRA TARIFÁRIA = IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. É o instrumento por excelência para se
fazer Política Comercial. É a barreira mais transparente ao Comércio Internacional.
BARREIRA NÃO-TARIFÁRIA = Conceito residual (tudo que não é o Imposto de Importação).
São inúmeras maneiras de o Estado intervir na economia e conter a importação ou estimular
a produção e exportação, distorcendo, neste último caso, os preços do mercado internacional.
Feita essa distinção, passamos agora à análise das barreiras tarifárias, item que era explí-
cito no último edital.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
A tarifa específica (ad mensuram) é calculada em unidade de medida, tal como peso, volume,
par etc. Por exemplo, podemos ter a alíquota do imposto de importação em bebidas à base de R$
12,00/garrafa ou ainda, R$ 5,00/litro. A tarifa ad valorem, por sua vez, é calculada um percentual
sobre o valor da mercadoria. Por exemplo, 35% de tarifa para veículos importados. Assim, um
veículo que possui como valor aduaneiro R$ 20.000,00, teria uma tarifa de R$ 7.000,00.
Já a tarifa mista (ou compostas) é calculada pela aplicação de tanto pela soma de um
direito ad valorem como de um específico. Dessa forma, podemos ter na importação de amen-
doim, uma alíquota de 7% acrescida de R$ 5,00/Kg, tudo numa mesma importação.
Podemos ter também nesta modalidade, uma espécie de “tarifa móvel ou dinâmica”, que
conjuga uma alíquota ad valorem adicionada ou subtraída de uma alíquota específica, variando
conforme o valor aduaneiro da mercadoria importada.
Por fim, a tarifa técnica é calculada com base em conteúdo específico do produto importa-
do, ou seja, leva em conta seus componentes ou faz referência aos direitos aplicáveis a deter-
minados itens (ex.: R$ 0,40/kg de cloreto de sódio).
Seja em qual modalidade for, um dos efeitos da tarifa é aumentar o custo do envio de bens
para um país (KRUGMAN, 2010, p. 140).
Sendo a forma mais antiga de política comercial, as tarifas têm também servem como fonte
de renda governamental. Podemos citar o exemplo dos EUA, que até a introdução do imposto de
renda, este país aumentou sua receita graças às tarifas praticadas ao comércio internacional.
No entanto, destacamos que essa finalidade é mais relevante para países menores, que
não possuem seu sistema de arrecadação interna bem desenvolvido.
Na verdade, a tarifa tem finalidade extrafiscal, ou seja, o fator arrecadação deve ser secun-
dário, pois o Estado não deve se preocupar com essa fonte de receita, mas sim, com a neces-
sidade de estimular ou não determinada importação.
Obs.: CURIOSIDADE
Como o Imposto de Importação é extrafiscal, o governo precisa ter agilidade e
liberdade para alterar suas tarifas sem se preocupar com questões de segunda
ordem, como o caráter arrecadatório, tampouco obedecer às garantias constitu-
cionais de anterioridade, legalidade, noventena. Como o foco desse imposto não
é arrecadatório, suas receitas para os cofres da União giram em torno de 3% do
total arrecadado. Isto é muito pouco se comparado aos demais tributos como IPI,
Imposto de Renda e Contribuições Sociais.
Nesse esforço de estímulo e desestímulo às importações, a tarifa pode ser reduzida,
por exemplo, para se incentivar a importação de bens que estão em falta (desabasteci-
mento), ou importar a menor custo, bens que não possuem produção nacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Ainda que seja o mais famoso instrumento de política comercial, o fato é que, depois
de sucessivas rodadas de negociação no GATT, a importância das tarifas diminuiu nos
tempos modernos, já que os governos preferem proteger as indústrias domésticas por
meio de outras formas de proteção não tão transparente, tais como barreiras não tarifárias,
cotas de importação (limitações à quantidade) e restrições voluntárias à exportação (limi-
tações à quantidade de exportações).
#FICAADICA
No entanto, as tarifas deveriam preferíveis às BNTs pelas
seguintes razões:
a) A tarifa gera renda para o governo, enquanto a cota
não gera renda, mas apenas ganhos para os detentores
de licenças de importação;
b) com as cotas o aumento da demanda representa aumen-
to de custos de sua administração, enquanto que na tarifa
o aumento de importações representa apenas aumento na
demanda e arrecadação;
c) enquanto as tarifas seguem procedimento único e regular, as
cotas impõem custos de administração e conformidade a elas.
No entanto, as cotas são mais efetivas quando se quer a proteção do mercado, pois elas
acabam restringindo a entrada da mercadoria no território nacional.
É por isso que o GATT vai explicitamente proibir esse tipo de restrição, conforme vere-
mos em seguida.
Continuando o tema “barreira tarifária”, tarifa é sinônimo de Imposto de Importação (II) e, no Bra-
sil, se trata do único tributo que é passível de utilização discriminatória no Comércio Internacional.
Lembrem-se que a tarifa pode ser aplicada com base em unidade de medida (ad mensu-
ram) ou mesclar percentuais com essas unidades. Aliás, a OMC não proíbe que os seus mem-
bros, desde que respeitado este teto, formulem tarifas sobre modalidades diferentes da ad
valorem (ex.: específica, mista, composta ou técnica).
Mas… e se o Brasil, por exemplo, subir o II acima de 35% para veículos, sendo que este per-
centual é o teto consolidado na OMC…
A regra é clara. Se o país exceder sua tarifa acima do que se comprometeu na OMC estará
incorrendo em ilícito internacional, passível de acionamento no Órgão de Solução de Contro-
vérsias da OMC. Não pode!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
#FICAADICA
Imagine que naquele período o Brasil tenha consolidado na
sua respectiva lista o teto tarifário de 120% para importação
de sardinhas, sem impor qualquer condição para gozar daque-
la tarifa de importação:
Portanto, pela alínea “a” do § 1º do art. II do GATT/1947, o Brasil não poderia impor
alguma condição para que uma Parte Contratante conseguisse exportar a sardinha, a
não ser a tarifa máxima de 120%.
Já de acordo com alínea “b” do § 1º do art. II do GATT/1947, o Brasil não poderia impor
uma tarifa com alíquota de 121% para importação dessa sardinha, pois seu teto consolidado
junto às Partes Contratantes do GATT foi de até 120%.
É claro que quando um país tem essa flexibilidade para subir a tarifa até o limite de 120%,
isso dá uma ampla margem discricionária para o país importador proteger esse setor. Assim,
quando isso ocorre, falamos que o país possui muita água na tarifa (water tariff).
Além disso, um país pode ter uma tarifa aplicada (applied rate) abaixo da sua tarifa conso-
lidada (bound rate), mas não acima. Se o fizer, estará, como vimos, violando o art. II do GATT.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Vale ainda destacar que a OMC respeita a soberania dos países membros quanto à forma
de aplicação da tarifa. Isso quer dizer que o país que a tenha consolidado ad valorem, pode
aplicar alíquota tarifária sob a forma específica, desde que não viole o seu teto consolidado
equivalente em ad valorem2.
Tomemos agora o seguinte exemplo:
Veja que a tarifa limite é um ad valorem de 10%. Assim, na importação de um vinho que
tenha como valor aduaneiro US$ 10,00, o montante de tarifa final a pagar será de:
Agora imagine que o Brasil aplique uma tarifa específica para vinhos em US$ 1,00 a garrafa
de 750 ml. Quando convertemos para essa garrafa que custava US$ 10,00 seu equivalente ad
valorem temos:
Agora imagine que essa mesma garrafa tenha reduzido seu preço à metade..
Professor Thális, e é possível uma Parte Contratante não consolidar seu teto tarifário?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Essa “disparada” da tarifa gera o que chamamos de “pico tarifário”, pois não há margem de
segurança para os operadores de comércio exterior sobre qual tarifa será a realmente aplica-
da. Assim, o Canadá pode aplicar uma tarifa de 800% para importação de queijo, o que seria
até inviável economicamente, sendo por isso, chamada de “tarifa proibitiva”.
Vale destacar que durante a 8ª Rodada do GATT (Rodada Uruguai), os países membros
da OMC foram demandados para que no setor agrícola convertessem suas barreiras não ta-
rifárias em tarifas. Assim, tivemos o processo de “tarificação”, dando mais transparência na
proteção desse importante setor de bens negociados na OMC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
De acordo com art. XVIII, § 1º do GATT, se uma Parte Contratante do GATT quiser elevar
sua tarifa (modificar/retirar a concessão) a Parte Contratante que deseja modificar deve
consultar as Partes Contratantes cujo interesse substancial for reconhecido. Geralmente
essa previsão de que o país há interesse substancial naquele produto consta na própria lista
daquele produto. Pode-se ainda buscar os principais exportadores daquele produto, com o
intuito de se aferir se há “interesse substancial” na modificação daquela concessão.
O segundo parágrafo cuida do desenrolar das negociações, afirmando que o país que quer
retirar/modificar a concessão pode admitir compensação sobre outros produtos. Ademais,
as Partes que negociam devem tentar buscar fazer concessões recíprocas nesse esforço de
obter vantagens mútuas, de modo que a tarifa destes outros produtos oferecidos na barganha
não resulte em concessão mais elevada que a existente antes das negociações.
Esse esforço mútuo na modificação de listas de concessões é chamado de PRINCÍPIO
DA RECIPROCIDADE. Ele busca a negociação justa, na medida que os benefícios sejam retor-
nados da mesma forma em que foram concedidos. Percebam que ele é mais uma diretriz de
negociação – no campo das expectativas de que haja contrapartida – do que uma obrigação
mandatória para os países que estão na negociação.
Obs.: CURIOSIDADE
Vejamos o seguinte exemplo:
Imagine que a União Europeia queira revisar sua concessão tarifária em bananas que
é de 10%, aumentando para 30%. Neste caso, deverá chamar os interessados reconhe-
cidos que tenham interesse substancial, por exemplo, Brasil e Equador, que não pos-
suem acordos preferenciais para exportação destes produtos para a UE.
A UE deve então buscar, neste esforço de negociações sob base de reciprocidade, ofe-
recer compensação como por exemplo, a redução da tarifa para suco de laranja (de
interesse de Brasil e Equador), reduzindo a tarifa consolidada de 10% para 5%. Assim,
a tarifa deste outro produto oferecido na negociação implica vantagem a um nível não
menos favorável do que antes de começarem as negociações…
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Quando a tarifa é reduzida, não necessariamente é porque não tem indústria local a proteger.
Pode ser que seja por motivo de desabastecimento, por exemplo. Errado, portanto, o item “A”.
O item “B” está errado também, pois a medida antidumping não é forma de tarifa, mas sim
barreira não tarifária (alguns autores chamam de para-tarifária)
O item “C” está perfeito, pois os países, de fato, têm autonomia para compor sua estrutu-
ra tarifária da forma que bem entenderem, desde que respeitem o seu teto consolidado
junto ao GATT/OMC.
O erro do item “D” é que o percentual de 2,75% de arrecadação é ínfimo na esfera dos tributos
federais, o que revela o seu caráter extrafiscal e não caráter fiscal.
Por fim, tarifas específicas são aquelas expressas na unidade de medida estabelecida para a
mercadoria (ex.: US$ 10,00/par, US$ 1,00/KG etc.). Falso o item “E”.
Vamos então ao outro “lado da moeda”.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Como é uma forma diferente da tarifa para se praticar o protecionismo, as BNTs são identi-
ficadas como elementos de um “neoprotecionismo”. Podemos listar como exemplos de BNTs
(e sua respectiva regulamentação no GATT/OMC), as seguintes barreiras:
Dispositivo/Acordo do GATT/OMC
Barreira não Tarifária (BNT) que a regulamenta ou proíbe a
prática
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Vamos a uma questão antes de passar à análise de cada uma delas a seguir.
a) Certo. De fato, tudo que não é tarifa pode vir a ser considerado barreira não tarifária, sendo
as barreiras citadas exemplos.
b) Certo. Os ARVE são exemplos de Barreiras Não Tarifárias.
c) Certo. As BNTs são práticas restritivas adotadas por governos para dificultar a entrada (im-
portação) de produtos estrangeiros e, assim, proteger os concorrentes nacionais.
Certo. Certo. Certo.
O item está errado, pois todos os membros da OMC (isso mesmo, todos!!) já celebraram acor-
dos regionais. Ademais, esses acordos são estimulados por auxiliarem no processo de libera-
lização, ainda que para um número reduzido de países.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
a) Errada. O Brasil levou a cabo a substituição de importações. Exemplo disso foi a introdução
da Lei de Informática no Brasil em 1980.
b) Errada. O país usa bastante o recurso do antidumping, para conter, principalmente, o avanço
das importações chinesas no mercado brasileiro.
c) Errada. Todo aumento de quaisquer outros tributos que não sejam o Imposto de Importação será
considerado barreira não tarifária. Cita-se por exemplo o aumento de 30 pontos percentuais da alí-
quota de IPI para veículos importados, medida que levou a União Europeia a acionar o Brasil na OMC
por conta dessa prática. https://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds472_e.htm
d) Certa. O Brasil pode sim usar a defesa comercial quantas vezes for necessária, desde que
estejam presentes os requisitos para aplicação da medida.
e) Errada. O Brasil busca outras formas de proteção como a defesa comercial.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
a) Errada. A justificativa para o movimento protecionista não passa pelo aumento de acordos
regionais. Na verdade acordos regionais aumentam a liberalização e são – por essa razão –até
estimulados pela OMC.
b) Errado. O protecionismo tem feição não tarifária nos dias de hoje.
c) Certa. A “cara” atual do protecionismo é não tarifário, que é mais difícil de ser desco-
berto e combatido.
d) Errado. Não se pode afirmar que o protecionismo contemporâneo está em patamares histo-
ricamente menores. Apesar de as tarifas estarem de fato em patamares menores, a imensidão
de barreiras não tarifárias continua a atrapalhar o fluxo comercial.
e) Errado. De fato, países em desenvolvimento geralmente possuem tarifas para bens indus-
trializados em níveis mais elevados. Isso não obstante, não é possível afirmar que BNTs só
existam em países em desenvolvimento. Países desenvolvidos são também bastante adeptos
a essas barreiras.
Analisemos então as BNTs em detalhes.
Letra c.
A regra do art. XI, § 1º do GATT impede então que uma parte Contratante venha a colocar
uma restrição que limite o fluxo comercial, seja pela exportação ou pela importação.
Pensando pelo lado da importação, a barreira mais comum é a cota. Ela é uma das medidas
mais eficazes para se barrar a importação de determinado produto e, por essa razão, a 8ª Rodada
do GATT (Rodada Uruguai) tentou converter as cotas existentes para produtos agrícolas em tarifas
(“tarificação”), que são mais transparentes e menos impeditivas ao comércio internacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Assim, cotas quando no formato de cota física (ou cota não tarifária), literalmente impe-
dem a entrada da mercadoria no país. Isso ocasiona uma elevação do preço doméstico, vez
que o mercado interno não é exposto à competição com o produto importado.
Além disso, essas cotas não conferem nenhuma receita ao governo. Eventualmente, quan-
do o governo promove o leilão destas cotas ou as empresas detentoras desses direitos o fa-
zem, pode se auferir alguma receita com elas. Por outro lado, algumas cotas são vinculadas a
faixas de tarifas aplicáveis (cotas tarifárias).
Importante destacar que a cota não tarifária não deve ser confundida com a cota tarifária. a cota
tarifária é o controle do quantitativo de produtos importados para fins de uma redução na tarifa.
Assim, por exemplo, o Brasil quando cria cotas tarifárias para a importação de veículos do
México, está, na verdade, não impedindo a importação, mas sim, controlando quantos veículos
podem ser importados no país com tarifa 0% e quantos ficarão com a tarifa cheia de 35%. Veja
que se a cota estiver esgotada, não haverá restrição à importação, desde que o importador
pague a tarifa “cheia”.
O governo importador não cai então na regra do art. XI:1 do GATT quando aplica cotas
tarifárias, mas somente cotas não tarifárias, que impedem a entrada da mercadoria no país e,
consequentemente, o fluxo comercial.
O PULO DO GATO
COTA NÃO TARIFÁRIA = RESTRIÇÃO QUANTITATIVA FÍSICA, é talvez a medida mais
gravosa ao comércio Internacional, pois impede que ele aconteça. É, portanto, medida
proibida pelo artigo XI:1 do GATT, pois os países membros da OMC estão proibidos de
proibir a importação. (é proibido proibir)
COTA TARIFÁRIA = trata-se de contingentes que não limitam a entrada da mercadoria,
mas somente administra a quantidade de mercadorias a serem importadas que fará jus
a uma tarifa mais benéfica (tarifa intracota) que a tarifa normalmente aplicada. Após o
esgotamento da cota, o importador pode importar normalmente, desde que pague a tari-
fa “cheia” (tarifa extracota)
Por outro lado, atos por parte dos governos impedindo a exportação de mercadorias acima
de determinado volume também podem recair sobre o art. XI:1 do GATT. Exemplo disso foram
os “Acordos Voluntários de Restrição às Exportações” (AVRE), em que um país importador
ameaçava o exportador, para que este último limitasse suas vendas. Do contrário, caso não o
fizesse, estaria sujeito às retaliações comerciais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Obs.: CURIOSIDADE
Exemplo desta prática ocorreu entre Japão e os EUA na década de 80.
As montadores americanas sofriam com a popularidade dos carros mais baratos e
mais econômicos fabricados pelos japoneses no começo dos anos 80. Daí havia duas
maneiras para conter as importações: os EUA aplicarem uma cota não tarifária, e que
ficaria muito “na cara” a violação à regra de proibição de restrição quantitativa do art.
XI:1 do GATT, ou pedir “gentilmente” ao governo japonês para que, “voluntariamente”,
limitasse a quantidade de carros exportados aos EUA.
E assim foi feito. O Japão adotou no ano de 1981, “voluntariamente”, exportar a quantida-
de de 1,68 milhão de veículos para os EUA. Algumas companhias japoneses como Suzuki
e Mazda foram se estabelecer nos EUA para fugir deste contingente, agora imposto pelo
governo japonês. Por outro lado, outras montadoras como Honda, Toyota e Nissan desen-
volveram carros de alto luxo, maiores e melhores e mais caros, no intuito de justamente
lucrar mais com cada unidade exportada ao mercado americano. Esses carros viriam a
dar origem a luxuosas marcas como Acura, Lexus, e Infiniti.
Portanto, tratemos para fins didáticos LPCO e LI como sinônimos, pois, apesar de tecnica-
mente o novo tratamento administrativo das importações no Brasil se dar pela LPCO, a LI é o
termo consagrado na OMC e seus acordos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Os governos em geral utilizam a Licença de Importação como uma autorização para im-
portar. Para tanto, importadores de determinadas mercadorias devem obter certificados de
conformidade técnica, certificados sanitários etc. Se a documentação estiver toda em ordem,
o governo defere essa Licença prévia de Importação, permitindo que a mercadoria seja então
embarcada para o país de destino.
Só com a LI deferida é que em geral é permitido esse embarque. é o que chamamos de
Licenciamento não Automático das importações, cuja análise será feita por algum servidor do
governo, no prazo de até 60 dias.
Por outro lado, há casos que o governo também queira monitorar a descrição das merca-
dorias que vem sendo importadas. Neste caso, é comum exigir um Licenciamento Automático,
que deve ser analisado em 10 dias pelo órgão anuente competente para aquele produto e,
neste caso, a mercadoria pode ser embarcada a qualquer momento, inclusive, antes de obter
o deferimento, pois a LI é usada tão somente para fins de monitoramento estatístico. Não há a
chamada “restrição de embarque”.
É claro que as Licenças de Importação não podem ser utilizadas como instrumento para
se barrar injustificadamente as importações ou servir como instrumento de política comercial.
Mercadorias que causam prejuízo à indústria nacional devem ser combatidas por outros ins-
trumentos legais como tarifas, antidumping, salvaguardas etc.
Assim, a LI/LPCO não deve servir como medida de defesa comercial.
A LI/LPCO NÃO se pode usada para…
• selecionar mercadorias importadas que podem causar dano à indústria nacional ou pre-
judicar a produção;
• selecionar mercadorias importadas que possam, em razão da qualidade superior, domi-
nar o mercado doméstico cuja produção interna seja de qualidade inferior;
• selecionar mercadorias importadas com tarifas mais elevadas, para que a importação
ocorra sobre a entrada de bens que possam resultar numa maior arrecadação;
• selecionar mercadorias importadas com o intuito de evitar que sua entrada implique a
formação de estoques;
• selecionar mercadorias importadas de origens que dificultam as exportações brasilei-
ras, usando a LI como forma de retaliação comercial.
www.grancursosonline.com.br 53 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
É comum alguns países alguns países usarem a LI/LPCO para combater o preço das im-
portações. O procedimento é ilegítimo, pois o Acordo de Valoração Aduaneira, administrado
pelas Aduanas (no Brasil pela RFB) é que é o instrumento para se encontrar o real valor da
transação, combater subfaturamento, remessa de lucros para o exterior etc.
Obs.: CURIOSIDADE
Exemplo do mau uso foi o abuso por parte dos nossos “hermanos” argentinos que
impuseram licenciamento de importação para os produtos brasileiros (ex.: carnes),
suspendendo sua análise e impedindo que esses produtos cruzassem a fronteira entre
os dois países. Logicamente, isso trouxe prejuízos irreparáveis ao comércio das duas
nações e desgastou ainda mais o relacionamento entre os parceiros comerciais his-
tóricos. O caso foi parar no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC que natural-
mente condenou a prática. (https://www.wto.org/english/tratop_E/dispu_E/cases_e/
ds444_e.htm)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Como sabemos, as taxas são tributos vinculados a uma contraprestação estatal. No Co-
mércio Exterior não é diferente. As taxas de utilização do Sistema Integrado de Comércio Exte-
rior (SISCOMEX) ou do Sistema Mercante, devem estar vinculadas ao serviço prestado.
É interessante notar que o art. VIII do GATT é complementado pelo art. 77 do Código Tribu-
tário Nacional (CTN), que prescreve que:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspon-
dam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Enfim, as taxas não podem se constituir numa formalidade aduaneira que ofereça uma
proteção indireta ao mercado doméstico.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Vejam que as mais diversas formalidades que podem ser exigidas dos órgãos anuentes po-
dem recair sob a regra do art. VIII do GATT. Trata-se geralmente das exigências que a autoridade
aduaneira pode fazer no curso do despacho, ou que os órgãos governamentais fazem durante o
Licenciamento de Importação. Tudo pode se constituir barreira não tarifária ilegítima.
Mais adiante em nosso curso, falaremos do Acordo de Facilitação do Comércio negociado
em 2013 (Conferência Ministerial de Bali), que regulamentou um pouco mais essa disciplina
do art. VIII do GATT.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Por outro lado, essa prática inibe as importações, auxiliando o saldo do balanço de paga-
mentos. Por exemplo, se o importador brasileiro adquire insumos estrangeiros, ele terá que
dispender mais reais para pagar a operação em dólar.
Neste cenário, se um país como o Brasil não produz um determinado bem e este é importado,
sua compra continua sendo necessária, agora a um preço mais alto por conta da política cambial.
Isso tende a gerar inflação, pois esses aumentos são repassados aos consumidores internos.
Em 2011, o Brasil era estava sendo bastante afetado pela apreciação do US$ frente ao R$
(dólar custava R$ 1,50). Assim, uma enxurrada de importações ameaçava o que os jornais di-
vulgavam como a “desindustrialização” brasileira. Não foi à toa que o Brasil emplacou no final
da Conferência Ministerial da OMC em 2011 uma menção à necessidade de se discutir a ma-
nipulação cambial como forma de anular a proteção tarifária negociada ao longo dos tempos.
O argumento elaborado pela Prof. Vera Thorstensen (FGV-RJ) foi batizado de desalinha-
mento cambial e se constituía na base para o Brasil demandar a China na OMC, alegando
uma violação ao artigo XV do GATT. Isso porque o art. XV determina que os países não devem
frustrar os objetivos do acordo de comércio com o câmbio, tampouco os objetivos do acordo
sobre câmbio com o comércio:
GATT, XV, § 4º
As Partes Contratantes abster-se-ão de qualquer medida cambial que possa frustrar os objetivos
considerados no presente Acordo e de qualquer medida comercial que possa frustrar os objetivos
visados pelos Estatutos do Fundo Monetário Internacional.
Porém, esse artigo raramente foi mencionado e nunca foi testado nos painéis do GATT ou
da OMC. Diante da ausência de precedentes sobre o assunto, o Brasil não teve coragem de ini-
ciar tal disputa, afinal não se sabe qual é o patamar cambial que deveria ser considerado como
ponto de partida para se aferir se houve valorização/desvalorização cambial. E por falar nisso,
a lógica cambial se inverteu em 2015, tendo o dólar ultrapassado a barreira dos R$ 4,00, o que
poderia levar a “reindustrialização” do país.
Mal sabíamos que o dólar chegaria a R$ 5,80 em 2021.
O fato concreto é que na ausência de um contencioso na OMC, ou seja, uma resposta em
nível multilateral, o Brasil adotou respostas unilaterais, usando bastantes medidas antidum-
ping com o forma de defesa comercial para combater esse “desalinhamento”. No entanto,
curiosamente, o Brasil nunca foi demandado na OMC pela aplicação dessas medidas.
Sobre taxas múltiplas de câmbio, essa também pode ser uma barreira não tarifária na me-
dida em que consiste em ter mais de uma taxa em que suas moedas são trocadas. Diferente
de um sistema fixo (governo controla o câmbio) ou flutuante (governo não intervêm no câm-
bio), os sistemas múltiplos possuem taxas diferentes, fixas e flutuantes, que são utilizados
para a mesma moeda, ao mesmo tempo.
A título de exemplo, podemos mencionar em primeiro lugar, uma taxa fixa aplicada a certos
segmentos do mercado, tais como importações de bens “essenciais” e exportações. Em se-
gundo lugar, os importadores de bens “não-essenciais” ou supérfluos podem ter uma taxa de
câmbio mais cara, que dificulte as importações deste segmento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Ora meus caros, com isso, os governos inflam artificialmente a base de cálculo dos tributos
aduaneiros, fazendo com que se arrecade mais e a mercadoria entre a um custo mais alto para
o importador, ajudando a indústria doméstica concorrente.
Esse artifício é uma barreira não tarifária combatida, desde 1947, pelo art. VII do GATT:
A partir da década de 70, o tema foi detalhado no Acordo de Valoração Aduaneira da OMC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
TRIMs, art. 2º.
§ 1º Sem prejuízo de outros direitos e obrigações sob o GATT 1994, nenhum Membro aplicará qual-
quer medida de investimento relacionada ao comércio (TRIM) incompatível com as disposições do
Artigo III ou do Artigo XI do GATT 1994.
Por outro lado, a eliminação de requisitos de desempenho exportador de bens para que
empresas se instalem no país, ou requisitos de transferência de tecnologia são formas de bar-
reiras não tarifárias que foram discutidas na Rodada Uruguai, mas não foram contempladas
pelo Acordo TRIMs.
Art. 3º,
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para: (Redação
dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e
(Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reser-
va de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social
e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação
[…]
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que
se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros.
Portanto, as empresas nacionais podem, nas compras do governo federal brasileiro, ofere-
cer proposta até 25% mais cara que a melhor proposta e ganhar o certame licitatório.
Essa medida tenta ser coibida na OMC por meio da aplicação da regra da Não-Discriminação
entre produto importado e nacional nestas licitações no Acordo de Compras Governamentais:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O Acordo TBT assim determina ainda que os regulamentos técnicos, normas e procedimentos
de avaliação da conformidade devem ser abolidos se as circunstâncias específicas que deram
origem a sua adoção (como ameaça à saúde pública ou ao meio ambiente) deixarem de existir.
Devem ainda os Membros fazerem com que os regulamentos técnicos nacionais, normas
e procedimentos de avaliação da conformidade observem normas internacionais pertinentes,
quando existentes. Podemos citar a “ISO” (International Organization for Standardization), que
é a organização internacional para padronização.
Este acordo também determina que os Membros da OMC considerem a possibilidade de
reconhecer a equivalência dos regulamentos técnicos e dos procedimentos de avaliação da
conformidade de outros Membros, mesmo que esses regulamentos sejam diferentes, desde
que essas medidas atendam aos objetivos de seus próprios regulamentos técnicos ou proce-
dimentos de avaliação da conformidade (como a proteção da saúde pública).
Vale lembrar ainda que o Acordo TBT impõe a obrigação de publicar (transparência) e no-
tificar as medidas, além de determinar que os regulamentos técnicos, as normas e os procedi-
mentos de avaliação da conformidade sejam adotados e aplicados em conformidade com as
obrigações do tratamento da nação mais favorecida e do tratamento nacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O Acordo TBT prevê que cada Membro assegure que exista um Ponto Focal no seu país
para dar acesso às informações sobre regulamentos técnicos, normas e procedimentos de
avaliação da conformidade, prover esclarecimentos bem como documentos relevantes sobre
o assunto. No Brasil, o INMETRO é este ponto focal.
Obs.: CURIOSIDADE
Em 1994, a União Europeia determinou que as bananas importadas deveriam ter, pelo
menos, 14 centímetros de comprimento e 2,7 centímetros de largura; obviamente, o
tema acabou sendo ironizado por diversos jornais, como o britânico “The Sun”, que
publicou um molde em papel e disponibilizou uma linha telefônica exclusiva para quem
encontrasse um exemplar fora das especificações. (Fonte: Krugman, Paul; Economia
Internacional, 2010)
Continuando…
Agora sobre o Acordo SPS a lógica é muito semelhante. Basicamente o que ele faz é que pres-
crever as regras básicas para segurança alimentar, bem como padrões de saúde animal e vegetal.
Ele permite que os países determinem seus próprios padrões de proteção adequada (Ade-
quate Level Of Protection), mas também determina que os regulamentos estejam baseados
em evidência científica. Esses regulamentos devem ser aplicados na medida necessária para
proteger a vida humana, animal ou vegetal.
Ele também não pode se constituir em discriminação arbitrária ou injustificável entre pa-
íses em que existam condições idênticas ou similares. Assim, se o Brasil oferece condições
similares à Rússia relativas à rastreamento do gado e sanitização dele, a Rússia não pode opor
barreiras não tarifárias a este respeito, pois poderia ser injustificada e discriminatória, com o
único propósito de impedir a concorrência da carne brasileira naquele mercado.
Os membros são ainda encorajados a usar padrões internacionais, quando estes existirem.
Todavia, como já dissemos, eles podem usar medidas que resultem em padrões mais elevados
se houver justificativa científica. Assim, podem impor padrões mais elevados de proteção base-
ados na avaliação de risco desde que a abordagem seja consistente e não arbitrária.
Sobre isso, podemos citar a disputa n. 291 da OMC, em que os EUA demandam a
União Europeia pelas barreiras aos alimentos geneticamente modificados (transgênicos).
A Barreira foi considerada ilegal frente ao Acordo SPS, por não haver justificativa científica de
que estes produtos causam mal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Assim como o Acordo TBT, o Acordo SPS mantém a noção de equivalência de tratamento
ao dispor em seu art. 4º que “os Membros aceitarão as medidas sanitárias e fitossanitárias
de outros Membros como equivalentes, mesmo se tais medidas deferirem de suas próprias
medidas ou de medidas usadas por outros Membros que comercializem o mesmo produto, se
o Membro exportador demonstrar objetivamente ao Membro importador que suas medidas
alcançam o nível adequado de proteção sanitária e fitossanitária do Membro importador”.
Vejamos então exemplos práticos do que acontece em termos de barreiras sanitárias con-
tra a carne brasileira.
Obs.: CURIOSIDADE
Comunicado Brasileiro na OMC sobre a operação Carne Fraca (22/03/2017)
Na sexta-feira, dia 17 de março, a Polícia Federal brasileira deflagrou investigação sobre
práticas irregulares envolvendo a certificação de carne e produtos cárneos cometidas
por funcionários do Ministério da Agricultura em 21 estabelecimentos sanitários que
processam carne bovina, carne de aves e carne suína.
Segundo o governo, essas conclusões iniciais foram levadas muito a sério pelas auto-
ridades e os fatos estão a ser cuidadosamente controlados e investigados pelo Minis-
tério da Agricultura. A própria operação policial é prova da transparência e credibilida-
de dos controlos existentes. A investigação foi iniciada e realizada inteiramente pelas
autoridades brasileiras. O próprio presidente Michel Temer convocou reunião no final
de semana, de 18 a 19 de março, para avaliar a segurança dos consumidores nacionais
e internacionais em relação à qualidade da carne produzida no país.
Os controles sanitários brasileiros são sólidos e confiáveis. O Ministério da Agricultura
é amplamente reconhecido por seu serviço de inspeção de produtos de origem animal
ser rigoroso e robusto garantindo assim a segurança e qualidade dos alimentos. O Brasil
está entre os maiores exportadores de proteína animal do mundo, e os padrões de exce-
lência dos nossos produtos estão entre os melhores do mundo. A carne brasileira de
alta qualidade e os produtos de carne são exportados para mais de 150 países. Por essa
razão, o sistema regulatório brasileiro está entre os mais frequentemente e rigorosamen-
te auditados e monitorados em todo o mundo. Atende aos requisitos de vários mercados
altamente exigentes e conta com inspeções periódicas adicionais, de monitoramento e
auditoria interna e externa com base na avaliação de riscos.
Alguns dos principais programas de controle da qualidade e segurança dos alimentos são
bem conhecidos pelos nossos importadores: o Plano Nacional de Controle de Resíduos e
Contaminantes (PNCRC), o Programa de Avaliação da Conformidade de Produtos de Origem
Animal (PAC-POA) e o Programa de Redução de Patógenos (PRP). Desde a revelação das
investigações foram tomadas várias medidas. A principal preocupação e compromisso é
garantir a segurança e a qualidade dos produtos. Ao mesmo tempo, embora as alegações de
má conduta dos auditores sejam graves, devem ser colocadas em perspectiva:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
- Dos 11 mil profissionais do Mapa, 2.300 são auditores que trabalham na inspeção
sanitária de produtos animais – mas apenas 33 indivíduos estão sendo investigados
por conduta imprópria; Todos esses funcionários públicos foram suspensos na pen-
dência da conclusão de processos administrativos em andamento, além da já inicia-
da investigação criminal.
- Das 4.837 unidades de processamento de produtos de origem animal sujeitas a ins-
peções sanitárias federais, apenas 21 estão supostamente envolvidas em irregulari-
dades. Três delas tiveram suas operações interrompidas e todos os 21 estão sendo
reauditados pelos funcionários da sede, para verificar qualquer evidência material de
não-conformidades nos produtos. Além disso, as autorizações de exportação para
todas estas 21 unidades foram suspensas preventivamente.
- Somente em 2016, foram exportadas 853 mil remessas de produtos de origem animal
do Brasil. Destas, apenas 184 foram consideradas não conformes pelas autoridades
importadoras – muitas vezes devido a requisitos não-sanitários, tais como rotulagem
ou documentos incompletos.
Finalmente, permita-me reiterar que as investigações não visam os sistemas de inspe-
ção agrícola e pecuária, cujo rigor é amplamente reconhecido, mas sim alguns casos
de má conduta individual.
O Brasil reafirma a manutenção adequada dos programas sanitários oficiais e contro-
les específicos sobre produtos de origem animal produzidos no país. Os protocolos e
procedimentos de vigilância do Ministério da Agricultura são eficientes e resultam em
alimentos de alta qualidade e seguros para consumo. Reiteramos nosso compromis-
so de melhorar continuamente as garantias de nossos sistemas de controle sanitário.
Todas as agências governamentais brasileiras relevantes estão trabalhando em
conjunto para esclarecer os assuntos sob investigação e resolver quaisquer preo-
cupações que possam ser levantadas por nossos parceiros comerciais. As autori-
dades brasileiras têm estado em contato com autoridades de mercados importa-
dores desde o início da investigação. Não é necessário mencionar que a Missão do
Brasil em Genebra está pronta para responder a quaisquer perguntas ou demandas
que nos possam ser apresentadas a este respeito.
O Brasil espera que os Países Membros tenham em conta todas as informações
compartilhadas com os parceiros e com este Comitê, que serão atualizadas quando
necessário. Nesse espírito de transparência e cooperação, esperamos que os Mem-
bros não recorram a medidas que constituam restrições arbitrárias ao comércio
internacional ou contrariem as disciplinas do Acordo SPS e outras regras da OMC.
(fonte: www.sfagro.uol.com.br)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Conforme vimos até aqui, são inúmeras as barreiras não tarifárias existentes, de forma que
o GATT e os acordos da OMC buscam regulamentar sua utilização.
Via de regra, quando uma barreira destas (tarifária ou não tarifária) é aplicada conforme as
“regras do jogo”, não há maiores problemas em sua aceitação, pois o comércio internacional
não é um fim em si mesmo.
Há valores maiores – como a vida humana – que merecem a proteção do Estado acima de
tudo. No entanto, ainda que os Estados violem alguma regra do GATT para proteger seus merca-
dos, ou sua população, o próprio Acordo traz uma série de exceções que justificariam essa incon-
sistência, desde que a medida seja aplicada exatamente conforme prescrito nas exceções.
Vejamos quais são elas…
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
GATT, XII, § 1º
Não obstante as disposições do parágrafo primeiro do artigo XI, toda Parte Contratante, a fim de
salvaguardar sua posição financeira exterior e o equilíbrio de sua balança de pagamentos, pode
restringir o volume ou o valor das mercadorias cuja importação ela autoriza, sob reserva das dispo-
sições dos parágrafos seguintes do presente artigo.
A título de exemplo, Equador notificou em 2015 o uso dessa faculdade à OMC, em razão da
“forte conjuntura adversa” que atravessava o país. Aplicou então sobretaxa que afeta cerca de
30% das importações, da seguinte forma:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Assim, quando houver esse surto de importações decorrente de uma evolução imprevista das
circunstâncias e esse aumento repentino e inesperado cause ou ameace causar prejuízo grave à
indústria doméstica que fabrica o produto similar ou diretamente concorrente ao importado, o país
importador pode se valer dessa barreira não tarifária conhecida como medidas de salvaguarda.
Na verdade, a salvaguarda se revestirá de forma de barreiras que já abordamos antes como,
por exemplo, aumento da tarifa (agora, além do teto consolidado) ou cotas físicas (restrições
quantitativas). Como sabemos, a elevação de tarifas além do limite consolidado e a aplicação de
cotas violariam, respectivamente, os artigos II e XI do GATT. Percebam que a salvaguarda pode
então ser aplicada tanto na forma de uma barreira tarifária como barreira não tarifária.
É claro que se essas medidas forem aplicadas em observância ao art. XIX do GATT, as
eventuais violações estarão justificadas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Trata-se então mais de uma autorização para discriminar uma barreira tarifária aplicada,
sem a necessidade de aplicar exatamente a mesma alíquota para os demais membros da OMC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
GATT. Art. XX. […]
Desde que essas medidas não sejam aplicadas de forma a constituir quer um meio de discrimina-
ção arbitrária, ou injustificada, entre os países onde existem as mesmas condições, quer uma restri-
ção disfarçada ao comércio internacional, disposição alguma do presente capítulo será interpretada
como impedindo a adoção ou aplicação, por qualquer Parte Contratante, das medidas:
(a) necessárias à proteção da moralidade pública;
(b) necessárias à proteção da saúde e da vida das pessoas e dos animais e à preservação dos vegetais;
(c) que se relacionem à exportação e a importação do ouro e da prata;
(d) necessárias a assegurar a aplicação das leis e regulamentos que não sejam incompatíveis com
as disposições do presente acordo, tais como, por exemplo, as leis e regulamentos que dizem respei-
to à aplicação de medidas alfandegárias, à manutenção em vigor dos monopólios administrados na
conformidade do § 4º do art. II e do art. XVII à proteção das patentes, marcas de fábrica e direitos de
autoria e de reprodução, e a medidas próprias a impedir as práticas de natureza a induzir em erro;
(e) relativas aos artigos fabricados nas prisões:
(f) impostas para a proteção de tesouros nacionais de valor artístico, histórico ou arqueológico;
(g) relativas à conservação dos recursos naturais esgotáveis, se tais medidas forem aplicadas con-
juntamente com restrições à produção ou ao consumo nacionais;
(h) tomadas em execução de compromisso contraídos em virtude de um Acordo intergovernamen-
tal sobre um produto de base, em conformidade com os critérios submetidos às Partes Contra-
tantes e não desaprovados por elas e que é ele próprio submetido às Partes Contratantes e não é
desaprovado por elas.
(i) que impliquem em restrições à exportação de matérias primas produzidas no interior do país e
necessárias para assegurar a uma indústria nacional de transformação as quantidades essenciais
das referidas matérias-primas durante os períodos nos quais o preço nacional seja mantido abaixo do
preço mundial, em execução de um plano governamental de estabilização; sob reserva de que essas
restrições não tenham por efeito reforçar a exportação ou a proteção concedida à referida indústria
nacional e não sejam contrárias às disposições do presente Acordo relativas à não discriminação.
(j) essenciais à aquisição ou a distribuição de produtos dos quais se faz sentir uma penúria geral ou
local; todavia, as referidas medidas deverão ser compatíveis com o princípio segundo o qual todas
as Partes Contratantes têm direito a uma parte equitativa do abastecimento internacional desses
produtos e as medidas que são incompatíveis com as outras disposições do presente Acordo serão
suprimidas desde que as circunstâncias que as motivaram tenham deixado de existir. As Partes
Contratantes examinarão, em 30 de junho de 1960, no máximo, se é necessário manter a disposição
da presente alínea.
Cuida-se em exceção muito utilizada em disputas da OMC, onde um país membro que
aplica uma exceção ao comércio, busca demonstrar que aquela barreira é necessária para se
assegurar a proteção de um valor naquele país.
Sobre a aplicação do art. XX do GATT, primeiramente, os países devem buscar na aplicação
da medida, demonstrar que ela é necessária para o atingimento daquele objetivo. Para isso, os
países poderiam aplicar barreiras comerciais sobre mercadorias, por exemplo, proibindo sua im-
portação, dando tributação diferenciada, aplicando tarifa acima do teto consolidado etc.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Por exemplo, na alínea “a” temos que barreiras ao comércio podem ser aplicadas se neces-
sária para a proteção da moral pública. Trata-se de conceito aberto. Bens que ofendem a moral
poderiam ser revistas pornográficas, bebidas alcoólicas, máquinas de jogos de azar etc.
Na alínea “b”, temos a proteção da saúde e vida humana, animal e vegetal. Assim, a proibi-
ção de comercialização e fabricação de telhas de amianto do tipo crisotila (cancerígena) seria
uma medida autorizada pelo art. XX “b”.
Outro exemplo é a proibição de importação de pneus na condição de usados, pelo Brasil,
conforme já falamos. A UE encampou o pleito de empresa Michelin Francesa e levou adiante
na OMC este contencioso de n. 332. O Brasil conseguiu justificar que a barreira não tarifária
era necessária para a proteção à saúde humana, pois o descarte mais acelerado de pneus e
a dificuldade de incineração das carcaças faz com que estes desejam jogados em terrenos
baldios, implicando aumento de foco do mosquito da dengue.
Outros exemplos estão na alínea “g” que cuida de medidas incompatíveis com o GATT, mas
que sejam relativas à conservação de recursos naturais, desde que o país também as aplique
com restrição à produção e consumo nacionais.
#FICAADICA
Vale destacar que a jurisprudência da OMC já entendeu que
esta alínea “g” não abrange apenas os recursos naturais esgo-
táveis. Isso porque quando GATT foi assinado em 1947 havia
uma preocupação com o esgotamento de combustíveis fós-
seis, como gasolina, carvão etc. No entanto, a preocupação
com a preservação de recursos naturais renováveis também
deve ser contemplada pela alínea, razão pela qual há uma “in-
terpretação evolutiva” do Órgão de Solução de Controvérsias
da OMC sobre este aspecto.
Assim, na primeira disputa da “era OMC”, Brasil e Venezuela demandam os EUA por aplica-
rem uma medida discriminatória na gasolina reformulada. Os EUA alegam que a medida é rela-
tiva à conservação do “ar puro”, contemplado pela alínea “g”. O argumento é aceito pela OMC.
O grande detalhe de todas essas medidas é a dificuldade de sua implementação. Isso
porque para uma barreira ao comércio ser justificada pelo artigo XX, ela deve passar por
um “teste de duas fases”:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
1º (alíneas do art. XX) deve se demonstrar que a medida é necessária (teste de necessidade)
para o atingimento daquele valor previsto na exceção (ex.: saúde)
2º (caput do art. XX) deve se demonstrar que sua aplicação:
• Não se constitua discriminação arbitrária, ou injustificada, entre os países onde existem
as mesmas condições,
• Não se constitua uma restrição disfarçada ao comércio internacional.
Assim, geralmente as barreiras ao comércio, ainda que justificadas como necessárias para
o atingimento daquele valor almejado, elas falham na sua implementação, pois escondem uma
restrição disfarçada ao comércio. Por exemplo, no caso dos pneus usados, o Brasil venceu ao
demonstrar que a medida era necessária para diminuir os focos de dengue. No entanto, o país
falhou ao demonstrar que não constitui restrição disfarçada, pois o país permitia importações do
Uruguai e juízes do Rio Grande do Sul concediam liminares para importação destes pneus.
Ora, se o país quer, de fato, fazer acreditar que a barreira faz parte de uma política séria de
combate à dengue, ele deve evitar a entrada de pneus usados de toda e qualquer origem, correto?
Foi esse o entendimento da OMC. O Brasil assim, teve que ajustar sua restrição quantitati-
va, para que não a aplicasse de forma discriminatória.
Obs.: CURIOSIDADE
Caso das focas da OMC (Disputa n. 400) – Em 2010, a União Europeia implementou
uma importante proibição do comércio de produtos derivados de peles de foca e, com
isso, acabou com um mercado primário para a indústria de peles de foca do Canadá.
Os preços das peles desabaram no país e centenas de milhares de filhotes de foca
foram poupados de um destino horrível.
Agora, o Governo do Canadá está tentando derrubar o veto junto à OMC. A Humane
Society International lançou uma petição para que seja mantida a proibição da comer-
cialização de peles de foca, de modo a salvar milhões de focas nos próximos anos.
Produtos derivados de foca que são comercializados pelo mundo incluem não só as peles
mas também a gordura, as carnes, e ossos. Muitos países realizam o massacre de focas
para lucrar com a venda de seus corpos no mercado, porém o Canadá é o mais represen-
tativo. Estima-se que entre Canadá e Groenlândia, 300 mil focas são mortas por ano.
O método mais comum pelo qual as focas são mortas é pelo esmagamento de seus crâ-
nios com uma espécie de machado com um gancho na extremidade; outro método é por
tiros de rifles. Grande parte das focas assassinadas para consumo humano são ainda
filhotes; muitos deles com menos de 4 semanas de vida também são esfolados vivos.
(Fonte: Agência de Notícias de Direitos Animais – ANDA)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Nesta disputa sobre proibição de importação de casaco de pele de foca, a União Europeia
teve reconhecido seu direito de proibir a importação, ou seja, impor barreira não tarifária. Ape-
sar de violar o art. XI:1 do GATT, a medida se justificava pelo art. XX, alínea “a”, pois era neces-
sária para proteger a moral pública.
O único detalhe é que ela deveria proibir importações de quaisquer origens, inclusive da
Groenlândia, se a UE considerava realmente a medida como necessária para o atingimento
do objetivo de proteger estes animais do modo cruel que são exterminados (moral pública).
Falhou portanto na implementação da medida, violando o caput do art. XX.
a) Certa. A moral pública é um dos valores previstos na alínea “a” do artigo XX, sendo uma
exceção geral a alguma inconsistência às regras do GATT, tal qual a proibição de importação
(restrição quantitativa) que viola o artigo XI:1 do GATT.
b) Errada. Sendo o gabarito. Isso porque a OMC tem adotado uma “jurisprudência evolutiva”
permitindo que a alínea “g” do Artigo XX contemple também outros recursos naturais como o
“ar”. Esta foi a decisão adotada na disputa da Gasolina, a primeira da era OMC.
c) Certa. A vida humana é valor previsto na alínea “b” do art. XX do GATT.
d) Certa. O Brasil ganhou a disputa sobre proibição de importação de pneus usados (DS 332)
contra a União Europeia alegando a vinculação da proibição de pneus usados como medida que
contribui para o atingimento do objetivo de proteger a saúde humana. Isso porque o descarte de
pneus usados ocorre de forma mais rápida, permitindo focos de criação deste mosquito.
e) Certa. Além de a medida ter que se enquadrar no valor previsto nas alíneas do art. XX do GATT,
sua implementação deve se dar de acordo com o caput, ou seja, de maneira que não se constitua
numa discriminação arbitrária ou injustificada ao comércio, tampouco uma restrição disfarçada.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Assim, um país pode requerer que outro divulgue as estatísticas de produtos usados para
fabricação de material bélico (dever de transparência e publicidade que aparece no art. X do
GATT). No entanto, o país demandado pode, a seu critério (autojulgamento), alegar que tal
divulgação pode violar a segurança nacional, razão pela qual, eventual violação ao dever de
transparência do art. X estaria justificado pelo Artigo XXI.
Beleza meus caros. Aqui chega ao fim nossa aula inaugural…
Não deixem de acessar o nosso fórum para dirimir quaisquer dúvidas, ok?
Se liguem agora que é a hora da revisão…
Um grande abraço e até lá!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
RESUMO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
Espero que tenham gostado e aguardo vocês em nossa espaçonave para a aula número 2.
Não deixem de fazer as questões sugeridas e qualquer dúvida, sabem que estou aguardando
vocês no fórum de dúvidas.
Na aula seguinte voltaremos com força total para dar cabo do tema OMC!
Um forte abraço e até a próxima.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
003. (ESAF/AFRF/2000/TRECHO) O grande mérito de Adam Smith foi mostrar que o comér-
cio seria proveitoso para dois países, mesmo que um deles tivesse vantagem absoluta sobre o
outro na produção de todas as mercadorias.
004. (CESPE/CEGESP/2013) A teoria das vantagens comparativas não se aplica quando determi-
nado país é mais produtivo na fabricação de todos os bens, pois estabelece que o país deva espe-
cializar–se na produção daquele produto em que possui vantagem em comparação a outros países.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
010. (COSEAC/ANCINE/2009) A declaração teórica que afirma que cada país tem vantagens
comparativas no produto cujo processo produtivo emprega de forma intensiva o fator de pro-
dução abundante naquele país é o(a):
a) Teoria do Valor-Trabalho;
b) Teorema de Stolper-Samuelson;
c) Postulado Ricardiano;
d) Teorema de Heckscher-Ohlin;
e) Modelo de Linder.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Políticas Comerciais/Barreiras ao Comércio
Thális Andrade
GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. E
5. C
6. d
7. b
8. E, E, C
9. b
10. d
11. d
12. e
13. E
14. C
15. c
16. C
17. F, F, F, F
18. d
19. c
20. C, C, C
21. E
22. d
23. c
24. b
Thális Andrade
Advogado inscrito na OAB/SC, mestre em Direito Internacional e Econômico pela Universidade de Berna
(2014), mestre em Direito Internacional pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009), especialista
em Comércio Internacional pela Universidade de Buenos Aires (2007), especialista em Comércio Exterior
e Direito Aduaneiro pela UNIVALI (2008). Desde 2008 é servidor público federal integrante da carreira
de Analista de Comércio Exterior (ACE) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Professor de Comércio Internacional e Legislação Aduaneira em cursos de pós-graduação pelo Brasil e
em cursos preparatórios para as carreiras da RFB. Autor de livros e artigos sobre comércio internacional e
legislação aduaneira.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 83
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.