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Grande abraço,
Ricardo Vale
@profricardovale
AVISO IMPORTANTE! Nesse Váde Mecum Estratégico, nós não inserimos as leis completas, mas
apenas aquelas partes que estão previstas no seu edital. Como exemplo, em Direito Constitucional,
você não irá encontrar a Constituição Federal inteira por aqui, mas apenas aqueles artigos que
interessam para a sua prova!! J Tudo isso é feito com o objetivo de aproveitar ao máximo o seu
tempo.
SUMÁRIO
Controle da Administração Pública ............................................................................................. 4
Lei n° 8.429/1992 ................................................................................................................................. 4
Lei Complementar nº 01/1994 ............................................................................................................. 9
Resolução nº 296/2016 ...................................................................................................................... 21
Resolução nº 292/2016 ...................................................................................................................... 65
Lei Orgânica do Distrito Federal ................................................................................................ 71
Lei Orgânica do Distrito Federal ......................................................................................................... 71
Direito Constitucional .............................................................................................................. 110
Constituição da República Federativa do Brasil / 1988 ...................................................................110
Direito Administrativo ............................................................................................................. 153
Lei nº 8.112/1990 .............................................................................................................................153
Lei nº 9.784/1999 .............................................................................................................................185
Lei nº 8.666/1993 .............................................................................................................................191
Lei nº 10.520/2002 ...........................................................................................................................219
Decreto nº 7.892/2013 .....................................................................................................................222
Lei nº 12.462/2011 ...........................................................................................................................228
Decreto nº 6.170/2007 .....................................................................................................................243
Portaria Interministerial nº 424/2016 .............................................................................................251
Instrução Normativa do STN nº 1/1997 ...........................................................................................281
Direito Civil............................................................................................................................... 293
Lei nº 4.657/1942 .............................................................................................................................293
Lei nº 10.406/2002 ...........................................................................................................................296
Direito Processual Civil ............................................................................................................ 311
Lei nº 13.105/2015 ...........................................................................................................................311
Lei nº 12.016/2009 ...........................................................................................................................312
Lei nº 4.717/1965 .............................................................................................................................315
Lei nº 7.347/1985 .............................................................................................................................318
Direito Penal ............................................................................................................................ 321
Lei nº 2.848/1940 .............................................................................................................................321
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
promessa de tal vantagem; sem observância das formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço
de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
mencionadas no art. 1º desta lei;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
VI - realizar operação financeira sem observância das normas
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
inidônea;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica
observância das formalidades legais ou regulamentares
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
aplicáveis à espécie;
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público, durante a atividade; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
dada pela Lei nº 13.019, de 2014)
natureza;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
autorizadas em lei ou regulamento;
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado; X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda,
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,
público;
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
aplicação irregular;
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei. XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
enriqueça ilicitamente;
Seção II
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
Prejuízo ao Erário
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou trabalho de servidor público, empregados ou terceiros
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, contratados por essas entidades.
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a associada sem observar as formalidades previstas na lei;
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
as formalidades previstas na lei.
desta lei;
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
transferidos pela administração pública a entidades privadas
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
mediante celebração de parcerias, sem a observância das
regulamentares aplicáveis à espécie;
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente espécie;
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica IV - negar publicidade aos atos oficiais;
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos
V - frustrar a licitude de concurso público;
transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à lo;
espécie;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
entidades privadas sem a observância das formalidades medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; mercadoria, bem ou serviço.
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e VIII - descumprir as normas relativas à celebração,
análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privadas; (Incluído administração pública com entidades privadas.
pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
13.204, de 2015)
acessibilidade previstos na legislação.
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da
administração pública com entidades privadas sem a estrita
prestação de serviços na área de saúde sem a prévia
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
celebração de contrato, convênio ou instrumento
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº
congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei
13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
2015)
CAPÍTULO III
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privadas sem a estrita Das Penas
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº
administrativas previstas na legislação específica, está o
13.019, de 2014) (Vigência)
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
Seção II-A cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de
Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro I - na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores
ou Tributário acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
integral do dano, quando houver, perda da função pública,
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa
suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
157, de 2016) (Produção de efeito)
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
Seção III pelo prazo de dez anos;
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano,
Contra os Princípios da Administração Pública perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
atenta contra os princípios da administração pública
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
instituições, e notadamente:
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano,
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
ofício; políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de
até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
das atribuições e que deva permanecer em segredo;
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica não impede a representação ao Ministério Público, nos
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. termos do art. 22 desta lei.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 determinará a imediata apuração dos fatos que, em se
(oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do tratando de servidores federais, será processada na forma
benefício financeiro ou tributário concedido. prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim
como o proveito patrimonial obtido pelo agente. Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
CAPÍTULO IV
existência de procedimento administrativo para apurar a
Da Declaração de Bens prática de ato de improbidade.
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou
condicionados à apresentação de declaração dos bens e Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar
valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser representante para acompanhar o procedimento
arquivada no serviço de pessoal competente. administrativo.
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra comissão representará ao Ministério Público ou à
espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores competente a decretação do sequestro dos bens do agente
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do dano ao patrimônio público.
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com
doméstico.
o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o
data em que o agente público deixar o exercício do mandato,
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
cargo, emprego ou função.
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço da lei e dos tratados internacionais.
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será
público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro
proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da cautelar.
declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto
de que trata o caput.
sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as
necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as
caput e no § 2° deste artigo . ações necessárias à complementação do ressarcimento do
patrimônio público.
CAPÍTULO V
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no §
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.
administrativa competente para que seja instaurada (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)
investigação destinada a apurar a prática de ato de
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como
improbidade.
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e de nulidade.
assinada, conterá a qualificação do representante, as
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das
para todas as ações posteriormente intentadas que possuam
provas de que tenha conhecimento.
a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
em despacho fundamentado, se esta não contiver as
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição
que contenham indícios suficientes da existência do ato de
improbidade ou com razões fundamentadas da Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
observada a legislação vigente, inclusive as disposições sentença condenatória.
inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
competente poderá determinar o afastamento do agente
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará público do exercício do cargo, emprego ou função, sem
autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída necessária à instrução processual.
com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei
dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
independe:
2001)
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei
em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido
nº 12.120, de 2009).
da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da
ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
Provisória nº 2.225-45, de 2001) controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o
apresentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade
nº 2.225-45, de 2001) administrativa ou mediante representação formulada de
acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo
instauração de inquérito policial ou procedimento
de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº
administrativo.
2.225-45, de 2001)
CAPÍTULO VII
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o Da Prescrição
processo sem julgamento do mérito. (Incluído pela
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
previstas nesta lei podem ser propostas:
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato,
nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221,
de cargo em comissão ou de função de confiança;
caput e § 1o, do Código de Processo Penal. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no
emprego.
polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do
art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de III - até cinco anos da data da apresentação à administração
julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de pública da prestação de contas final pelas entidades
2016) referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de
reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos CAPÍTULO VIII
ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos
Das Disposições Finais
bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica
prejudicada pelo ilícito. Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
CAPÍTULO VI Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
Das Disposições Penais
disposições em contrário.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
104° da República.
quando o autor da denúncia o sabe inocente.
FERNANDO COLLOR
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Célio Borja
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992.
morais ou à imagem que houver provocado.
XIII – comunicar à Câmara Legislativa qualquer irregularidade por servidores de carreira do próprio Tribunal, nos casos e
verificada na gestão ou nas contas públicas, enviando-lhe condições que deverão ser previstos em lei;
cópias dos respectivos documentos;
V – propor à Câmara Legislativa a criação, transformação e
XIV – apreciar e apurar denúncias sobre irregularidades e extinção de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;
ilegalidades dos atos sujeitos a seu controle;
VI – conceder licença, férias e outros afastamentos a
XV – decidir sobre consulta que lhe seja formulada por Conselheiros e Auditores, dependendo de inspeção por junta
autoridade competente, a respeito de dúvida suscitada na médica a licença para tratamento de saúde por prazo
aplicação de dispositivos legais e regulamentares superior a seis meses;
concernentes a matéria de sua competência, na forma
VII – elaborar e propor à Câmara Legislativa outros projetos
estabelecida no Regimento Interno.
de lei de seu interesse.
§ 1º No julgamento de contas e na fiscalização que lhe
§ 1º O Tribunal de Contas será representado por seu
compete, o Tribunal decidirá sobre a legalidade, a
Presidente e, em juízo, pelo Procurador-Geral do Distrito
legitimidade e a economicidade dos atos de gestão e das
Federal, ressalvada a eventual necessidade de contratar
despesas deles decorrentes, bem como sobre a aplicação de
serviços técnicos profissionais e especializados para tais fins.
subvenções e a renúncia de receitas.
§ 2º A indicação de nome para preenchimento de cargo
§ 2º A resposta à consulta a que se refere o inciso XV deste
comissionado dependerá de prévia aprovação em sessão
artigo tem caráter normativo e constitui prejulgamento da
administrativa, excetuado o referente aos Gabinetes da
tese, mas não do fato ou caso concreto.
Presidência, Conselheiros e Auditores.
§ 3º O Tribunal de Contas agirá de ofício ou mediante
§ 3º Mediante representação fundamentada de Conselheiro
iniciativa da Câmara Legislativa, do Ministério Público ou das
efetivo, poderá ocorrer substituição de ocupantes dos
autoridades financeiras e orçamentárias do Distrito Federal
cargos de que trata o parágrafo anterior.
ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que houver indício
de irregularidade em qualquer despesa, inclusive naquela CAPÍTULO II
decorrente de contrato.
Jurisdição
Art. 2º Para o desempenho de sua competência, o Tribunal
Art. 5º O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem sede na
receberá, em cada exercício, o rol de responsáveis e suas
cidade de Brasília, quadro próprio de pessoal e jurisdição em
alterações, e outros documentos ou informações que
todo o território do Distrito Federal, exercendo, no que
considerar necessários, na forma estabelecida no Regimento
couber, as atribuições previstas no art. 96 da Constituição
Interno.
Federal.
Parágrafo único. O Tribunal poderá determinar ao Secretário
Art. 6º A jurisdição do Tribunal abrange:
de Estado supervisor da área, ou à autoridade de nível
hierárquico equivalente, que ofereça outros elementos I – qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere
indispensáveis ao exercício de sua competência. o inciso II do art. 1º desta Lei Complementar, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
Art. 3º Ao Tribunal de Contas, no âmbito de sua competência
valores públicos ou pelos quais o Distrito Federal responda
e jurisdição, assiste o poder de normatizar, podendo, em
ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
consequência, expedir atos e instruções sobre matéria de
pecuniária;
suas atribuições e sobre a organização dos processos que lhe
devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob II – aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
pena de responsabilidade. irregularidade de que resulte dano ao Erário;
Art. 4º É da competência exclusiva do Tribunal de Contas do III – os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas
Distrito Federal: ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a
integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio do
I - eleger seu Presidente, Vice-Presidente e Corregedor e dar-
Distrito Federal ou de outra entidade pública;
lhes posse; (Inciso alterado pelo(a) Lei Complementar 912 de
15/07/2016) IV – os responsáveis por entidades dotadas de personalidade
jurídica de direito privado que recebam contribuições e
II – elaborar, aprovar e alterar seu Regimento Interno;
prestem serviço de interesse público ou social;
III – elaborar sua proposta orçamentária, observados os
V – todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos
princípios estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
estejam sujeitos à sua fiscalização, por expressa disposição
IV – organizar seus serviços auxiliares e prover os respectivos de lei;
cargos, ocupados aqueles em comissão preferencialmente
VI – os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos § 2º A tomada de contas especial, prevista neste artigo e seu
repassados pelo Distrito Federal, mediante convênio, § 1º, será, desde logo, encaminhada ao Tribunal de Contas
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, até o para julgamento, se o dano causado ao Erário for de valor
valor do repasse; igual ou superior à quantia para esse efeito fixada pelo
Tribunal, em cada ano civil, na forma estabelecida no seu
VII – os sucessores dos administradores e responsáveis a que
Regimento Interno.
se refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio
transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5º da § 3º Se o dano for de valor inferior à quantia referida no
Constituição Federal; parágrafo anterior, a tomada de contas especial será
anexada ao processo da respectiva tomada ou prestação de
VIII – os representantes do Distrito Federal ou do Poder
contas anual do administrador ou ordenador de despesa,
Público na Assembléia Geral das empresas estatais e
para julgamento em conjunto.
sociedades anônimas de cujo capital o Distrito Federal ou o
Poder Público participem, solidariamente, com os membros Art. 10. Integrarão a tomada ou prestação de contas,
dos Conselhos Fiscal e de Administração, pela prática de atos inclusive a tomada de contas especial, dentre outros
de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas elementos estabelecidos no Regimento Interno, os
sociedades. seguintes:
TÍTULO II I – relatório de gestão;
Julgamento e Fiscalização II – relatório do tomador de contas, quando couber;
CAPÍTULO I III – relatório e certificado de auditoria, com o parecer do
dirigente do órgão de controle interno, que consignará
Julgamento de Contas
qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada, indicando
Seção I as medidas adotadas para corrigir as faltas encontradas,
manifestando-se sobre a eficácia e eficiência da gestão
Tomada e Prestação de Contas
orçamentária, financeira, contábil e patrimonial;
Art. 7º Estão sujeitas à tomada de contas e, ressalvado o
disposto no inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal,
só por decisão do Tribunal de Contas podem ser liberadas IV – pronunciamento do Secretário de Estado supervisor da
dessa responsabilidade as pessoas indicadas nos incisos I a V área ou da autoridade de nível hierárquico equivalente, na
do art. 6º desta Lei Complementar. forma do art. 51 desta Lei Complementar;
Art. 8º As contas dos administradores e responsáveis a que V – o endereço do responsável, para efeito de comunicações
se refere o artigo anterior serão anualmente submetidas a que se tornarem necessárias.
julgamento do Tribunal, sob a forma de tomada ou prestação
Seção II
de contas, organizadas de acordo com normas estabelecidas
em instrução normativa. Decisões em Processo de Tomada ou Prestação de Contas
Parágrafo único. Nas tomadas ou prestações de contas, a Art. 11. A decisão em processo de tomada ou prestação de
que alude este artigo, devem ser incluídos todos os recursos contas pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.
orçamentários e extra-orçamentários, geridos ou não pela
§ 1º Preliminar é a decisão pela qual o Conselheiro Relator
unidade ou entidade.
ou o Tribunal, antes de pronunciar-se quanto ao mérito das
Art. 9º Diante da omissão no dever de prestar contas, da não contas, resolve sobrestar o julgamento, ordenar a citação ou
comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar outras
Distrito Federal, na forma prevista no inciso VI do art. 6º diligências necessárias ao saneamento do processo.
desta Lei Complementar, da ocorrência de desfalque ou
§ 2º Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas
desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da
regulares, regulares com ressalva ou irregulares.
prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de
que resulte dano ao Erário, a autoridade administrativa § 3º Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o
competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá trancamento das contas que forem consideradas
imediatamente adotar providências, com vista à instauração iliquidáveis, nos termos dos arts. 21 e 22 desta Lei
de tomada de contas especial, para apuração dos fatos, Complementar.
identificação dos responsáveis e quantificação do dano.
Art. 12. O Conselheiro Relator presidirá a instrução do
§ 1º Não atendido o disposto neste artigo, o Tribunal processo, determinando, mediante despacho singular, de
determinará a instauração da tomada de contas especial, ofício ou por provocação do órgão de instrução, o
fixando prazo para cumprimento dessa decisão. sobrestamento do julgamento, a citação ou a audiência dos
responsáveis, ou outras providências necessárias ao
saneamento dos autos, fixando prazo, na forma estabelecida contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
no Regimento Interno, para o atendimento das diligências, patrimonial;
após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara
c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou
respectiva, para decisão de mérito.
antieconômico;
Art. 13. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores
Tribunal:
públicos.
I – definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato
§ 1º O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso
de gestão inquinado;
de reincidência no descumprimento de determinação de que
II – se houver débito, ordenará a citação do responsável o responsável tenha tido ciência, feita em processos de
para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, tomada ou prestação de contas.
apresentar defesa ou recolher a quantia devida;
§ 2º Nas hipóteses do inciso III, alíneas "c" e "d" deste artigo,
III – se não houver débito, determinará a audiência do o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a
responsável para, no prazo estabelecido no Regimento responsabilidade solidária:
Interno, apresentar razões de justificativa;
a) do agente público que praticou o ato irregular;
IV – adotará outras medidas cabíveis.
b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada
§ 1º O responsável cuja defesa for rejeitada pelo Tribunal na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido
será cientificado para, em novo e improrrogável prazo para o cometimento do dano apurado.
estabelecido no Regimento Interno, recolher a importância
§ 3º Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior
devida.
deste artigo, o Tribunal providenciará a imediata remessa de
§ 2º Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a liquidação cópia da documentação pertinente ao órgão competente,
tempestiva do débito atualizado monetariamente sanará o para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis.
processo, se não houver sido observada outra irregularidade
Subseção I
nas contas.
Contas Regulares
§ 3º O responsável que não atender à citação ou à audiência
será considerado revel pelo Tribunal, para todos os efeitos, Art. 18. Quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará
dando-se prosseguimento ao processo. quitação plena ao responsável.
Art. 14. A decisão preliminar a que se refere o art. 12 desta Subseção II
Lei Complementar poderá, a critério do Relator, ser
Contas Regulares com Ressalva
publicada no Diário Oficial do Distrito Federal.
Art. 19. Quando julgar as contas regulares com ressalva, o
Art. 15. O Tribunal julgará as tomadas ou prestações de
Tribunal dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou
contas até o término do exercício seguinte àquele em que
a quem lhe haja sucedido, a adoção de medidas necessárias
estas lhe tiverem sido apresentadas, observado o disposto
à correção das impropriedades ou faltas identificadas, de
no § 1º do art. 11 desta Lei Complementar.
modo a prevenir a ocorrência de outras semelhantes.
Art. 16. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são
Subseção III
regulares, regulares com ressalva, ou irregulares.
Contas Irregulares
Art. 17. As contas serão julgadas:
Art. 20. Quando julgar as contas irregulares, havendo débito,
I – regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva,
o Tribunal condenará o responsável ao pagamento da dívida
a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a
atualizada monetariamente, acrescida dos juros de mora
legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do
devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe a multa prevista no art.
responsável;
56 desta Lei Complementar, sendo o instrumento da decisão
II – regulares com ressalva, quando evidenciarem considerado título executivo para fundamentar a respectiva
impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal ação de execução, conforme previsto no artigo 71, § 3º, da
de que não resulte dano ao Erário; Constituição Federal.
III – irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes Parágrafo único. Não havendo débito, mas comprovada
ocorrências: qualquer das ocorrências previstas nas alíneas “a”, “b” e “c”
do inciso III, do art. 17, o Tribunal aplicará ao responsável a
a) omissão no dever de prestar contas;
multa prevista no inciso I do art. 57 desta Lei Complementar.
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico,
Subseção IV
ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza
III – nos demais casos, salvo disposição legal expressa em Fiscalização a Cargo do Tribunal
contrário, da publicação da decisão ou do acórdão no Diário
Seção I
Oficial.
Contas do Governo
Seção IV
Art. 37. Ao Tribunal de Contas compete, na forma
Recursos
estabelecida no Regimento Interno, apreciar as contas
Art. 32. Em todas as etapas do processo de julgamento de prestadas anualmente pelo Governador, mediante parecer
contas será assegurada ao responsável ou interessado ampla prévio a ser elaborado em sessenta dias, a contar de seu
defesa. recebimento da Câmara Legislativa.
Art. 33. De decisão proferida em processo de tomada ou Parágrafo único. As contas consistirão nos balanços gerais e
prestação de contas cabem os seguintes recursos no relatório do órgão central do sistema de controle interno
interpostos pelo responsável ou seus sucessores e do Poder Executivo, sobre a execução dos orçamentos de
interessados, ou pelo Ministério Público, conforme previsto que trata o § 5º do art. 165 da Constituição Federal.
no Regimento Interno:
Seção II
I – reconsideração;
Fiscalização exercida por iniciativa da Câmara Legislativa
II – embargos de declaração;
Art. 38. Compete, ainda, ao Tribunal:
III – revisão.
I – realizar, por iniciativa da Câmara Legislativa ou de
Parágrafo único. Não se conhecerá de recurso interposto comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
fora do prazo, salvo em razão da superveniência de fatos natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
novos na forma prevista no Regimento Interno. patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo e Executivo e nas entidades da administração
Art. 34. O recurso de reconsideração, que terá efeito
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas ou
suspensivo, será apreciado por quem houver proferido a
mantidas pelo Poder Público distrital;
decisão recorrida, e será formulado por escrito uma só vez,
dentro do prazo de trinta dias, contados na forma prevista II – prestar as informações solicitadas pela Câmara
no art. 31 desta Lei Complementar. Legislativa, por qualquer de suas Comissões, sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
Art. 35. Cabem embargos de declaração para corrigir
patrimonial e sobre resultados de inspeções e auditorias
obscuridade, omissão ou contradição da decisão recorrida.
realizadas;
§ 1º Os embargos de declaração devem ser opostos por
III – emitir, no prazo de trinta dias contados do recebimento
escrito, dentro do prazo de dez dias, contados na forma
da solicitação, pronunciamento conclusivo sobre matéria
prevista no art. 31 desta Lei Complementar.
que seja submetida a sua apreciação pela Comissão
§ 2º Os embargos de declaração suspendem os prazos para competente, nos termos do art. 79 da Lei Orgânica do
cumprimento da decisão embargada e para interposição dos Distrito Federal;
recursos previstos nos incisos I e III do art. 33 desta Lei
IV – auditar, por solicitação da Comissão competente ou de
Complementar.
comissão técnica da Câmara Legislativa, projetos e
Art. 36. De decisão definitiva caberá recurso de revisão ao programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando
Plenário, sem efeito suspensivo, interposto por escrito, uma os seus resultados quanto à eficácia, eficiência e
só vez, dentro do prazo de cinco anos, contados na forma economicidade.
prevista no inciso III do art. 31 desta Lei Complementar, e
Parágrafo único. O atendimento de matéria de iniciativa
fundar-se-á:
isolada de parlamentar fica sujeito à prévia aprovação da
I – em erro de cálculo nas contas; Mesa Diretora.
II – em falsidade ou insuficiência de documentos em que se Seção III
tenha fundamentado a decisão recorrida;
Atos Sujeitos a Registro
III – na superveniência de documentos novos com eficácia
Art. 39. De conformidade com o preceituado no art. 5º,
sobre a prova produzida.
inciso XXIV, da Constituição Federal, e art. 78, inciso III, da Lei
Parágrafo único. A decisão que der provimento a recurso de Orgânica do Distrito Federal, o Tribunal apreciará, para fins
revisão ensejará a correção de todo e qualquer erro ou de registro ou reexame, os atos de:
engano apurado.
I – admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
CAPÍTULO II direta e indireta, incluídas as fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para Art. 42. Nenhum processo, documento ou informação
cargo de provimento em comissão; poderá ser sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou
auditorias, sob qualquer pretexto.
II – concessão inicial de aposentadorias, reformas e pensões,
bem como de melhorias posteriores que tenham alterado o § 1º No caso de sonegação, o Tribunal assinará prazo para
fundamento legal do respectivo ato concessório inicial. apresentação dos documentos, informações e
esclarecimentos julgados necessários, comunicando o fato
Parágrafo único. Os atos a que se refere este artigo serão
ao Secretário de Estado supervisor da área ou à autoridade
apreciados pelo Tribunal, na forma estabelecida no
de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis.
Regimento Interno.
§ 2º Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal
Art. 40. O Conselheiro Relator presidirá a instrução do
aplicará as sanções previstas no inciso IV do art. 57 desta Lei
processo, determinando, mediante despacho singular, por
Complementar.
sua ação própria e direta, ou por provocação do órgão de
instrução ou do Ministério Público, a adoção das Art. 43. Ao proceder à fiscalização de que trata este Capítulo,
providências consideradas necessárias ao saneamento dos o Conselheiro Relator ou o Tribunal:
autos, fixando prazo, na forma estabelecida no Regimento
I – determinará as providências estabelecidas no Regimento
Interno, para o atendimento das diligências, após o que
Interno, quando não apurada transgressão a norma legal ou
submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva para
regulamentar de natureza contábil, financeira,
decisão de mérito.
orçamentária, operacional e patrimonial, ou for constatada,
Seção IV tão-somente, falta ou impropriedade de caráter formal;
Fiscalização de Atos e Contratos II – se verificar a ocorrência de irregularidade quanto à
legitimidade ou economicidade, determinará a audiência do
Art. 41. Para assegurar a eficácia do controle e para instruir
responsável para, no prazo estabelecido no Regimento
o julgamento das contas, o Tribunal efetuará a fiscalização
Interno, apresentar razões de justificativa.
dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos
responsáveis sujeitos à sua jurisdição, competindo-lhe, para Parágrafo único. Não elidido o fundamento da impugnação,
tanto, em especial: o Tribunal aplicará ao responsável a multa prevista no inciso
III do art. 57 desta Lei Complementar.
I – acompanhar, pela publicação no Diário Oficial, ou por
outro meio estabelecido no Regimento Interno: Art. 44. No início ou no curso de qualquer apuração, o
Tribunal, de ofício ou a requerimento do Ministério Público,
a) a lei relativa ao plano plurianual, a lei de diretrizes
determinará, cautelarmente, o afastamento temporário do
orçamentárias, a lei orçamentária anual e de abertura de
responsável, se existirem indícios suficientes de que,
créditos adicionais, bem como a de seguridade social;
prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar
b) os editais de licitação, os contratos, convênios, acordos, ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar
ajustes ou outros instrumentos congêneres, bem como os novos danos ao Erário ou inviabilizar o seu ressarcimento.
atos referidos no art. 39 desta Lei Complementar;
§ 1º Estará solidariamente responsável a autoridade superior
II – realizar, por iniciativa própria, na forma estabelecida no competente que, no prazo determinado pelo Tribunal,
Regimento Interno, inspeções e auditorias de mesma deixar de atender à determinação prevista neste artigo.
natureza que as previstas no inciso I do art. 38 desta Lei
§ 2º Nas mesmas circunstâncias deste artigo e do parágrafo
Complementar;
anterior, poderá o Tribunal, sem prejuízo das medidas
III – fiscalizar, na forma estabelecida no Regimento Interno, previstas nos arts. 60 e 61 desta Lei Complementar, decretar,
a aplicação de quaisquer recursos recebidos pelos órgãos e por prazo não superior a um ano, a indisponibilidade de bens
entidades do Complexo Administrativo do Distrito Federal, do responsável, tantos quantos considerados bastantes para
ou por eles repassados, mediante convênio, acordo, ajuste garantir o ressarcimento dos danos em apuração.
ou outros instrumentos congêneres;
Art. 45. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato, o
§ 1º As inspeções e auditorias de que trata esta Seção serão Tribunal, na forma estabelecida no Regimento Interno,
regulamentadas no Regimento Interno e realizadas por assinará prazo para que o responsável adote as providências
servidores da área técnica do Tribunal. necessárias ao exato cumprimento da lei, fazendo indicação
expressa dos dispositivos a serem observados.
§ 2º O Tribunal comunicará às autoridades competentes o
resultado das inspeções e auditorias que realizar, para as § 1º No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não
medidas saneadoras das impropriedades e faltas atendido:
identificadas.
I – sustará a execução do ato impugnado;
II – comunicará a decisão à Câmara Legislativa;
III – aplicará ao responsável a multa prevista no inciso II do dívidas, anistias, isenções, subsídios, benefícios e afins de
art. 57 desta Lei Complementar. natureza financeira, tributária, creditícia e outros;
§ 2º No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido, VI – apoiar o controle externo no exercício de sua missão
comunicará o fato à Câmara Legislativa, a quem compete institucional.
adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao Poder
Art. 49. No apoio ao controle externo, os órgãos integrantes
Executivo, as medidas cabíveis.
do sistema de controle interno deverão exercer, dentre
§ 3º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo outras, as seguintes atividades:
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no
I – realizar auditorias nas contas dos responsáveis sob seu
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito da sustação
controle, emitindo relatório, certificado de auditoria e
do contrato.
parecer;
Art. 46. Ao exercer a fiscalização, se configurada a ocorrência
II – alertar formalmente a autoridade administrativa
de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que
competente para que instaure tomada de contas especial,
resulte dano ao Erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a
sempre que tiver conhecimento de qualquer das ocorrências
conversão do processo em tomada de contas especial, salvo
referidas no art. 9º desta Lei Complementar.
a hipótese prevista no art. 84 desta Lei Complementar.
Art. 50. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
Parágrafo único. O processo de tomada de contas especial a
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
que se refere este artigo tramitará em separado das
dela darão ciência de imediato ao Tribunal de Contas, sob
respectivas contas anuais.
pena de responsabilidade solidária.
Seção V
§ 1º Na comunicação ao Tribunal, o dirigente do órgão
Pedido de Reexame competente indicará as providências adotadas, para evitar
ocorrências semelhantes.
Art. 47. De decisão proferida em processos concernentes às
matérias de que tratam as Seções III e IV deste Capítulo § 2º Verificada em inspeção ou auditoria, ou no julgamento
caberá pedido de reexame, que terá efeito suspensivo. de contas, irregularidade ou ilegalidade que não tenha sido
comunicada tempestivamente ao Tribunal, e provada a
Parágrafo único. O pedido de reexame reger-se-á pelo
omissão, o dirigente do órgão de controle interno, na
disposto no parágrafo único do art. 33 e no art. 34 desta Lei
qualidade de responsável solidário, ficará sujeito às sanções
Complementar.
previstas para a espécie, nesta Lei Complementar.
CAPÍTULO III
Art. 51. O Secretário de Estado supervisor da área ou a
Controle Interno autoridade de nível hierárquico equivalente emitirá, sobre as
contas e o parecer do controle interno, expresso e
Art. 48. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de
indelegável pronunciamento, no qual atestará haver tomado
forma integrada, sistema de controle interno, com a
conhecimento das conclusões nele contidas.
finalidade de:
CAPÍTULO IV
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos Denúncia
orçamentos do Distrito Federal;
Art. 52. Qualquer cidadão, partido político, associação ou
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades ou
eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e ilegalidades perante o Tribunal de Contas.
patrimonial nos órgãos e entidades da administração do
Parágrafo único. Reunidas as provas que indiquem a
Distrito Federal, bem como da aplicação de recursos públicos
existência de irregularidade ou ilegalidade, serão públicos os
por entidades de direito privado;
demais atos do processo, assegurando-se aos acusados a
III – exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e oportunidade de ampla defesa.
a forma de calcular qualquer parcela integrante da
Art. 53. O denunciante poderá requerer ao Tribunal cópia
remuneração, vencimento ou salário de seus membros ou
dos despachos e dos fatos apurados, a qual deverá ser
servidores;
fornecida no prazo máximo de quinze dias úteis, a contar do
IV – exercer o controle das operações de crédito, avais e recebimento do pedido, desde que o respectivo processo de
garantias, bem como dos direitos e haveres do Distrito apuração tenha sido concluído ou arquivado, mediante
Federal; ressarcimento das respectivas despesas.
V – avaliar a relação de custo e benefício das renúncias de Parágrafo único. Decorrido o prazo de noventa dias úteis, a
receitas e dos incentivos, remissões, parcelamentos de contar do recebimento da denúncia, será obrigatoriamente
fornecida a cópia de que trata este artigo, ainda que não § 2º O Regimento Interno disporá sobre a gradação da multa
estejam concluídas as investigações. prevista neste artigo, em função da gravidade da infração.
Art. 54. No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Art. 58. Nos casos de irregularidade ou ilegalidade
Tribunal dará tratamento sigiloso às denúncias formuladas, constatados, sem imputação de débito em que o Tribunal de
até decisão definitiva sobre a matéria. Contas decidir pela dispensa de aplicação de multa, deverão
os respectivos votos ser publicados juntamente com a ata da
§ 1º Ao decidir, caberá ao Tribunal manter ou não o sigilo
sessão em que se der o julgamento.
quanto ao objeto e à autoria da denúncia.
Art. 59. O débito decorrente de multa aplicada pelo Tribunal,
§ 2º O denunciante não se sujeitará a qualquer sanção
quando pago após o seu vencimento, será atualizado
administrativa, cível ou penal, em decorrência da denúncia,
monetariamente na data do efetivo pagamento.
salvo em caso de comprovada má-fé.
Art. 60. Sem prejuízo das sanções previstas na Seção anterior
CAPÍTULO V
e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas
Sanções autoridades competentes, por irregularidades constatadas
pelo Tribunal de Contas, sempre que este, por maioria
Seção I
absoluta de seus membros, considerar grave a infração
Disposição Geral cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período
que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo
Art. 55. O Tribunal de Contas poderá aplicar aos
em comissão ou função de confiança no âmbito da
administradores ou responsáveis, na forma prevista nesta
Administração Pública do Distrito Federal.
Lei Complementar e no seu Regimento Interno, as sanções
previstas neste Capítulo. Art. 61. O Tribunal poderá solicitar, por intermédio do
Ministério Público, à Procuradoria-Geral do Distrito Federal
Seção II
ou aos dirigentes das entidades que lhe sejam
Multas jurisdicionadas, as medidas necessárias ao arresto dos bens
dos responsáveis julgados em débito, devendo ser ouvido
Art. 56. Quando o responsável for julgado em débito, poderá
quanto à liberação dos bens arrestados e sua restituição.
ainda o Tribunal aplicar-lhe multa de até cem por cento do
valor atualizado do dano causado ao Erário. TÍTULO III
Art. 57. O Tribunal poderá aplicar multa de até 100 UPDFs ou Organização do Tribunal
o equivalente em outro indexador que venha a ser adotado
CAPÍTULO I
pelo Distrito Federal, para fins fiscais, aos responsáveis por:
Sede e Composição
I – contas julgadas irregulares de que não resulte débito, nos
termos do parágrafo único, do art. 20 desta Lei Art. 62. O Tribunal de Contas compõe-se de sete
Complementar; Conselheiros.
II – ato praticado com grave infração à norma legal ou Art. 63. Os Conselheiros, em suas ausências e impedimentos
regulamentar de natureza contábil, financeira, por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, por
orçamentária, operacional e patrimonial; prazo superior a trinta dias, poderão ser substituídos,
mediante convocação do Presidente do Tribunal, pelos
III – ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte
Auditores, observada a ordem de antigüidade no cargo, ou a
injustificado dano ao Erário;
maior idade, no caso de idêntica antigüidade.
IV – não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada,
§ 1º Os Auditores serão também convocados para substituir
de diligência do Conselheiro Relator ou de decisão do
Conselheiros, quando for necessário para efeito de
Tribunal;
completar quorum, sempre que os titulares comunicarem,
V – obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias ao Presidente do Tribunal ou da Câmara respectiva, a
determinadas; impossibilidade de comparecimento à sessão.
VI – sonegação de processo, documento ou informação, em § 2º Em caso de vacância de cargo de Conselheiro, o
inspeções ou auditorias realizadas pelo Tribunal; Presidente do Tribunal poderá convocar Auditor para
exercer as funções inerentes ao cargo vago, até novo
VII – reincidência no descumprimento de determinação do
provimento, observado o critério estabelecido neste artigo.
Tribunal.
§ 3º O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá
§ 1º Ficará sujeito à multa prevista neste artigo aquele que
as mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos do
deixar de dar cumprimento à decisão do Tribunal, salvo
titular e, no exercício das demais atribuições da judicatura,
motivo justificado.
as de Juiz de Direito da Justiça do Distrito Federal e entre esses, pela antigüidade no cargo de Conselheiro do
Territórios. Tribunal, caso nenhum consiga a maioria dos votos.
Art. 64. O Tribunal de Contas disporá de Serviços Auxiliares, § 8º Somente os Conselheiros titulares, ainda que em gozo
para atender às atividades de apoio técnico e administrativo, de licença, férias ou ausentes com causa justificada, poderão
necessárias ao exercício de sua competência. tomar parte nas eleições, na forma estabelecida no
Regimento Interno.
CAPÍTULO II
Art. 68. Compete ao Presidente, dentre outras atribuições
Plenário e Câmaras
estabelecidas no Regimento Interno:
Art. 65. O Plenário do Tribunal de Contas, dirigido por seu
I – dirigir o Tribunal;
Presidente, terá a competência e o funcionamento regulados
nesta Lei Complementar e no seu Regimento Interno. II – dar posse aos Conselheiros, Auditores e dirigentes das
unidades dos Serviços Auxiliares, na forma estabelecida no
Art. 66. O Tribunal de Contas poderá dividir-se em Câmaras,
Regimento Interno;
mediante deliberação da maioria absoluta de seus membros
titulares. III – expedir atos de nomeação, admissão, exoneração,
demissão, remoção, dispensa, aposentadoria e outros
Parágrafo único. A competência, o número, a composição, a
relativos aos servidores do Tribunal, os quais serão
presidência e o funcionamento das Câmaras serão regulados
publicados no Diário Oficial e no Boletim do Tribunal;
no Regimento Interno.
IV – movimentar as dotações e os créditos orçamentários
CAPÍTULO III
próprios e praticar os atos de administração financeira,
Presidente e Vice-Presidente orçamentária e patrimonial, necessários ao funcionamento
do Tribunal;
Art. 67. Os Conselheiros elegem o Presidente, o Vice-
Presidente e o Corregedor do Tribunal, para mandato de 2 V – promover assistência médica e hospitalar aos membros
anos, com início em 1º de janeiro dos anos ímpares. (Artigo do Plenário, autorizando as necessárias despesas.
alterado pelo(a) Lei Complementar 912 de 15/07/2016)
Parágrafo único. Os atos referidos nos incisos III, IV e V
§ 1º A eleição realizar-se-á em escrutínio secreto, na última poderão ser delegados, inadmitida a subdelegação.
sessão ordinária do mês de dezembro dos anos pares ou, em
CAPÍTULO IV
caso de vaga eventual, na primeira sessão ordinária após sua
ocorrência, exigida a presença de, pelo menos, cinco Conselheiros
Conselheiros titulares, inclusive o que presidir o ato.
Art. 69. Os Conselheiros do Tribunal de Contas serão
(Parágrafo alterado pelo(a) Lei Complementar 339 de
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
29/11/2000)
requisitos:
§ 2º O Vice-Presidente substitui o Presidente em suas
I – ter mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
ausências ou impedimentos. (Parágrafo alterado pelo(a) Lei
anos de idade;
Complementar 912 de 15/07/2016)
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
§ 2º-A As funções do Corregedor são estabelecidas no
Regimento Interno. (Parágrafo acrescido pelo(a) Lei III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
Complementar 912 de 15/07/2016) econômicos e financeiros ou de administração pública;
§ 3º Na ausência ou impedimento do Vice-Presidente, o IV – contar mais de dez anos de exercício de função ou de
Presidente será substituído pelo Conselheiro mais antigo, em efetiva atividade profissional, que exija os conhecimentos
exercício no cargo. mencionados no inciso anterior.
§ 4º O eleito, para a vaga que ocorrer antes do término do Art. 70. Os Conselheiros do Tribunal de Contas serão
mandato, exercerá o cargo no período restante. escolhidos:
§ 5º Não se procederá a nova eleição se a vaga ocorrer I – dois pelo Governador do Distrito Federal, com aprovação
dentro dos sessenta dias anteriores ao término do mandato. da Câmara Legislativa, sendo um, alternadamente, entre
Auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal
§ 6º A eleição do Presidente precede à do Vice-Presidente e
de Contas, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo
à do Corregedor. (Parágrafo alterado pelo(a) Lei
os critérios de antigüidade e merecimento;
Complementar 912 de 15/07/2016)
II – cinco pela Câmara Legislativa.
§ 7º Considerar-se-á eleito o Conselheiro que obtiver a
maioria dos votos. Não alcançada esta, proceder-se-á a novo
escrutínio entre os dois mais votados, decidindo-se afinal,
§ 1º Caberá à Câmara Legislativa indicar Conselheiros para a sociedade instituída ou mantida pelo Poder Público ou
primeira, segunda, quarta, sexta e sétima vagas e ao Poder empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
Executivo para a terceira e quinta vagas. contrato obedecer a normas uniformes, para todo e
qualquer contratante;
§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas farão declaração
pública de bens, no ato da posse e no término do exercício VI – receber, a qualquer título ou pretexto, participação nos
do cargo. processos;
§ 3º Os Conselheiros do Tribunal de Contas, nos casos de VII – dedicar-se à atividade político-partidária.
crime comum e nos de responsabilidade, serão processados
Art. 73. Não podem ocupar, simultaneamente, cargos de
e julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de
Conselheiro, parentes consangüíneos ou afins, na linha reta
Justiça.
ou na colateral, até o segundo grau.
§ 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas são regidos pela
Parágrafo único. A incompatibilidade decorrente da
Lei Orgânica da Magistratura, com aplicação subsidiária, a
restrição imposta neste artigo resolve-se:
juízo do seu Plenário, das normas legais compatíveis, do
Regime Jurídico Único, vigorantes para os servidores desse I – antes da posse, contra o último nomeado ou contra o de
órgão. menor idade, se nomeados na mesma data;
Art. 71. Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão os II – depois da posse, contra o que lhe deu causa;
mesmos direitos, garantias, prerrogativas, impedimentos,
III – se a ambos imputável, contra o que tiver menos tempo
vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal
de exercício no Tribunal.
de Justiça do Distrito Federal e somente poderão aposentar-
se com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido, CAPÍTULO V
efetivamente, por mais de cinco anos.
Auditores
Parágrafo único. Os Conselheiros do Tribunal gozarão das
Art. 74. Os Auditores, em número de três, serão nomeados
seguintes garantias e prerrogativas:
pelo Governador do Distrito Federal, dentre os cidadãos que
I – vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de Conselheiro
sentença judicial transitada em julgado; do Tribunal de Contas, mediante concurso público de provas
e títulos, observada a ordem de classificação.
II – inamovibilidade;
§ 1º O Auditor, quando não convocado para substituir
III – irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à
Conselheiro, presidirá a instrução dos processos que lhe
remuneração, o disposto nos arts. 37, XI, 150, II, 153, III e
forem distribuídos, relatando-os com proposta de decisão a
153, § 2º, I, da Constituição Federal;
ser votada pelos integrantes do Plenário ou da Câmara, para
IV - aposentadoria, com proventos integrais, a qual estiver designado, e quando convocado, por mais de
compulsoriamente aos setenta e cinco anos de idade ou por trinta dias, terá os mesmos vencimentos e vantagens do
invalidez comprovada, e facultativa após trinta anos de titular.
serviço, contados na forma da lei, observada a ressalva
§ 2º A comprovação do efetivo exercício por mais de dez
prevista neste artigo. (Inciso alterado pelo(a) Lei
anos de cargo da carreira de Controle Externo do Quadro de
Complementar 910 de 22/02/2016)
Pessoal dos Serviços Auxiliares do Tribunal constitui título
Art. 72. É vedado ao Conselheiro do Tribunal de Contas: computável para efeito do concurso a que se refere este
artigo.
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo de magistério; Art. 75. O Auditor, após dois anos de exercício, só perderá o
cargo por sentença judicial transitada em julgado.
II – exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil,
associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, Parágrafo único. Aplicam-se ao Auditor as vedações e
salvo de associação de classe, sem remuneração; restrições previstas nos arts. 72 e 73 desta Lei
Complementar, bem como as exigências do seu art. 69, itens
III – exercer comissão remunerada ou não, inclusive em
I a IV.
órgãos de controle da administração direta ou indireta, ou
em concessionárias de serviço público; CAPÍTULO VI
IV – exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, Ministério Público
ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista
Art. 76. Funcionará junto ao Tribunal de Contas o Ministério
ou cotista sem poder de controle, direção ou administração;
Público, regido pelos princípios institucionais de unidade,
V – celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, indivisibilidade e independência funcional, com as
empresa pública, sociedade de economia mista, fundação, atribuições de guarda da lei e fiscal de sua execução.
Parágrafo único. O Tribunal poderá prestar o apoio Art. 81. Nenhum servidor dos Serviços Auxiliares do Tribunal
administrativo necessário ao desempenho das funções de Contas do Distrito Federal poderá perceber,
específicas do Ministério Público. mensalmente, a título de remuneração, proventos ou
pensão, importância superior à soma dos valores percebidos
CAPÍTULO VII
como remuneração, em espécie, a qualquer título, por
Serviços Auxiliares do Tribunal Conselheiro do mesmo Tribunal.
Art. 77. Aos Serviços Auxiliares incumbe a prestação de apoio Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração de que
técnico e a execução dos serviços administrativos do trata o caput deste artigo as vantagens previstas nos incisos
Tribunal de Contas. II a VII do art. 61 da Lei Federal nº 8.112, de 11 de dezembro
de 1990, bem assim as vantagens de caráter pessoal de
Parágrafo único. A organização, atribuições e normas de
qualquer natureza.
funcionamento dos Serviços Auxiliares são as estabelecidas
no Regimento Interno. TÍTULO IV
Art. 78. São obrigações do servidor que exerce funções Disposições Gerais e Transitórias
específicas de controle externo no Tribunal de Contas:
Art. 82. O Tribunal encaminhará à Câmara Legislativa,
I – manter, no desempenho de suas tarefas, atitude de trimestral e anualmente, relatório circunstanciado e
independência, serenidade e imparcialidade; demonstrativo das atividades internas e de controle externo
realizadas.
II – representar à chefia imediata contra os responsáveis
pelos órgãos e entidades sob sua fiscalização, em casos de Parágrafo único. No relatório anual, o Tribunal apresentará
falhas ou irregularidades; análise da evolução dos custos de controle e de sua
eficiência, eficácia e economicidade.
III – propor a aplicação de multas, nos casos previstos no
Regimento Interno; Art. 83. Para a finalidade prevista no art. 1º, inciso I, alínea
"g" e no art. 3º, ambos da Lei Complementar nº 64, de 18 de
IV – guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em
maio de 1990, o Tribunal enviará ao Ministério Público
decorrência do exercício de suas funções e pertinentes aos
Eleitoral, em tempo hábil, o nome dos responsáveis cujas
assuntos sob sua fiscalização, utilizandoos, exclusivamente,
contas houverem sido julgadas irregulares nos cinco anos
para a elaboração de pareceres e relatórios destinados à
imediatamente anteriores à realização de cada eleição.
chefia imediata.
Art. 84. Os atos relativos a despesa de natureza reservada
Art. 79. Ao servidor a que se refere o artigo anterior, quando
serão, com esse caráter, examinados pelo Tribunal, que
credenciado pelo Presidente do Tribunal ou, por delegação
poderá, à vista das demonstrações recebidas, ordenar a
deste, pelos dirigentes das unidades técnicas dos Serviços
verificação in loco dos correspondentes documentos
Auxiliares do Tribunal, para desempenhar funções de
comprobatórios, na forma estabelecida no Regimento
auditorias, inspeções e diligências expressamente
Interno.
determinadas pelo Tribunal ou por sua Presidência, são
asseguradas as seguintes prerrogativas: Art. 85. A título de racionalização administrativa e economia
processual, e com o objetivo de evitar que o custo da
I – livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição
cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o Tribunal
do Tribunal de Contas;
poderá determinar, desde logo, o arquivamento do
II – acesso a todos os documentos e informações necessários processo, sem cancelamento do débito, a cujo pagamento
à realização de seu trabalho; continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada
quitação.
III – competência para requerer, nos termos do Regimento
Interno, aos responsáveis pelos órgãos e entidades objeto de Art. 86. É vedado a Conselheiro e Auditor do Tribunal intervir
inspeções, auditorias e diligências, as informações e em processo de interesse próprio, de cônjuge ou de parente
documentos necessários para instrução de processos e consangüíneo ou afim, na linha reta ou colateral, até o
relatórios de cujo exame esteja expressamente encarregado segundo grau.
por sua chefia imediata.
Art. 87. Os Conselheiros e Auditores do Tribunal têm prazo
Parágrafo único. O servidor do Tribunal, no desempenho das de trinta dias, a partir da publicação do ato de nomeação no
funções previstas neste artigo, deve manter rigoroso sigilo, Diário Oficial, prorrogável por mais sessenta dias, no
quanto aos elementos e informações que tiver, em razão do máximo, mediante solicitação escrita, para posse e exercício
cargo. no cargo.
Art. 80. Compete ao Presidente do Tribunal promover Art. 88. As atas das sessões do Tribunal serão publicadas, na
assistência médica e hospitalar aos servidores integrantes íntegra, sem ônus, no Diário Oficial.
dos Serviços Auxiliares, autorizando as necessárias despesas.
Art. 89. As publicações editadas pelo Tribunal são as § 2º Na hipótese deste artigo, os atos processuais terão o
definidas no Regimento Interno. concurso do interessado ou seu representante legal, desde
que autorizado pelo Presidente, podendo consultar os autos
Art. 90. O Boletim Interno do Tribunal de Contas é
e requerer cópia de peças dos mesmos, com o ressarcimento
considerado órgão oficial.
do custo de reprografia.
Art. 91. O Regimento Interno do Tribunal somente poderá
Art. 98. O Tribunal de Contas, durante o primeiro semestre
ser aprovado e alterado com a presença de, pelo menos,
de cada ano, promoverá, através de seus órgãos auxiliares,
cinco de seus membros titulares, inclusive o que presidir o
seminários de atualização de normas e procedimentos,
ato.
abertos a servidores representantes de órgãos e entidades
Parágrafo único. Será exigido idêntico quorum para que o sob a sua jurisdição, visando aperfeiçoar a instrução e
Tribunal delibere sobre questões administrativas e matérias tramitação dos processos, com redução de custo e tempo.
relevantes.
Art. 99. O Tribunal de Contas ajustará o exame dos processos
Art. 92. O Tribunal de Contas poderá firmar acordo de em curso às disposições desta Lei Complementar.
cooperação com os Tribunais de Contas da União, dos
Art. 100. Esta Lei Complementar entrará em vigor trinta dias
Estados, dos Municípios, ou com os Conselhos de Contas dos
após a sua publicação.
Municípios, na forma estabelecida pelo Regimento Interno.
Art. 101. Revogam-se as disposições em contrário, em
Art. 93. O Tribunal de Contas, para o exercício de sua
especial a Lei nº 91, de 30 de março de 1990.
competência institucional, poderá requisitar aos órgãos e
entidades distintas, sem quaisquer ônus, a prestação de Brasília, 09 de maio de 1994
serviços técnicos especializados, a serem executados em
106º da República e 35º de Brasília
prazo previamente estabelecido, sob pena de aplicação da
sanção prevista no art. 57 desta Lei. (Legislação correlata - JOAQUIM DOMINGOS RORIZ
Resolução 201 de 21/05/2009)
Este texto não substitui o publicado no DODF nº 107 de
Art. 94. Os ordenadores de despesas dos órgãos da 03/06/1994
administração direta, bem assim os dirigentes das entidades
da administração indireta e fundações e quaisquer
servidores responsáveis por atos de que resulte despesa
RESOLUÇÃO Nº 296/2016
pública, remeterão ao Tribunal de Contas, por solicitação do Aprova o Regimento Interno do Tribunal de Contas do
Plenário ou de suas Câmaras, cópia das suas declarações de Distrito Federal.
rendimentos e de bens. (Artigo regulamentado pelo(a)
Resolução 103 de 09/09/1998) O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO
FEDERAL, no uso da competência que lhe confere o art. 84,
§ 1º O descumprimento da obrigação estabelecida neste XXVI, do Regimento Interno e de acordo com o decidido na
artigo ensejará a aplicação da multa estabelecida no art. 57 Sessão Extraordinária Administrativa 904, realizada em 15 de
desta Lei Complementar, pelo Tribunal, que manterá em setembro de 2016, conforme consta do Processo nº
sigilo o conteúdo das declarações apresentadas e poderá 4163/94, resolve:
solicitar os esclarecimentos que entender convenientes
sobre a variação patrimonial dos declarantes. Art. 1º Fica aprovado o Regimento Interno do Tribunal de
Contas do Distrito Federal que a esta acompanha.
§ 2º A quebra de sigilo constitui infração funcional punível na
forma de lei. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor trinta dias após a sua
publicação.
Art. 95. Aos Conselheiros do Tribunal de Contas que, na data
da promulgação da Constituição Federal de 1988, Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário, em especial,
preenchiam os requisitos necessários à aposentadoria com a Resolução nº 38, de 30 de outubro de 1990, e as emendas
as vantagens do cargo, não se aplica a ressalva prevista no que se lhe seguiram.
art. 71 desta Lei Complementar. RENATO RAINHA
Art. 96. A distribuição dos processos observará o princípio da (*) Republicado por ter sido encaminhado com incorreções
alternatividade, conforme dispuser o Regimento Interno. no original, publicado no DODF nº 178, edição de 20 de
Art. 97. Serão públicas as sessões ordinárias do Tribunal. setembro de 2016, Seção I, página 12.
§ 1º O Tribunal poderá realizar sessões extraordinárias de REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO
caráter reservado, para tratar de assuntos de natureza DISTRITO FEDERAL
administrativa interna ou quando a preservação de direitos TÍTULO I
individuais e o interesse público o exigirem.
XIII - fiscalizar o cumprimento das normas previstas na Lei de crédito, inclusive por antecipação da receita; concessão
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 - Lei de de garantias; inscrição em Restos a Pagar; e destinação de
Responsabilidade Fiscal; recursos obtidos com a alienação de ativos, bem assim a
prática de outros atos ou procedimentos relacionados com a
XIV - processar e julgar as infrações administrativas contra as
responsabilidade na gestão fiscal de que trata a Lei
finanças públicas e a responsabilidade fiscal tipificadas na
Complementar nº 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
legislação vigente, com vistas à aplicação de penalidades;
§ 4º Todas as menções a Auditor constantes deste
XV - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
Regimento Interno referem-se ao cargo de que trata o art.
providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
73, § 4º, da Constituição Federal, cujos titulares substituem
verificada a ilegalidade ou irregularidade;
os Conselheiros e exercem as demais atribuições da
XVI - sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado, judicatura, presidindo processos e relatando-os com
comunicando a decisão à Câmara Legislativa, observado, no proposta de decisão, segundo o que dispõe o art. 63, § 3º, da
caso de contrato, o disposto no art. 249, §§ 2º, 3º e 4º, deste Lei Complementar nº 1/94.
Regimento;
Art. 2º Compete exclusivamente ao Tribunal de Contas do
XVII - representar ao Poder competente sobre Distrito Federal:
irregularidades ou abusos, indicando o ato inquinado;
I - eleger o Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor e
XVIII - comunicar à Câmara Legislativa qualquer dar-lhes posse;
irregularidade grave verificada na gestão ou nas contas
II - elaborar, aprovar e alterar o Regimento Interno;
públicas, com o envio de cópia dos respectivos documentos;
III - elaborar sua proposta orçamentária, observados os
XIX - apurar e decidir sobre denúncia que lhe seja
princípios estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
encaminhada por cidadão, partido político, associação ou
sindicato, bem como sobre representações em geral, IV - organizar seus Serviços Auxiliares e prover os respectivos
versando sobre irregularidades e ilegalidades de atos cargos e funções, na forma e nas condições previstas em lei
sujeitos ao seu controle; e neste Regimento;
XX - realizar outras fiscalizações ou exercer outras V - propor à Câmara Legislativa a criação, transformação e
atribuições previstas em lei; extinção de cargos e funções e a fixação dos respectivos
vencimentos;
XXI - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por
autoridade competente, a respeito de dúvida suscitada na VI - a iniciativa de lei em assuntos de sua competência,
aplicação de dispositivos legais e regulamentares inclusive de sua lei orgânica e alterações;
concernentes à matéria de sua competência.
VII - conceder licença, férias e outros afastamentos a
XXII - realizar fiscalizações de projetos ou programas Conselheiros e Auditores, bem como aos membros do
financiados por organismos multilaterais e bilaterais de Ministério Público;
crédito, na qualidade de órgão de auditoria independente,
VIII - aprovar regulamentos para os concursos de provas ou
nos termos e prazos previstos nos respectivos contratos de
de provas e títulos destinados ao provimento de cargos de
operação de crédito.
Auditor, de membro do Ministério Público e dos Serviços
§ 1º No julgamento de contas e na fiscalização que lhe Auxiliares;
compete, o Tribunal decidirá sobre a legalidade, a
IX - encaminhar ao Governador lista tríplice dos Auditores ou
legitimidade e a economicidade dos atos de gestão e das
dos membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
despesas deles decorrentes, bem como sobre a aplicação de
candidatos à vaga de Conselheiro, escolhidos segundo os
subvenções e renúncia de receitas, observados os demais
critérios de antiguidade e merecimento;
princípios administrativos.
X - encaminhar ao Governador lista tríplice, elaborada pelo
§ 2º O Tribunal agirá de ofício ou mediante provocação da
Ministério Público, para a escolha e nomeação do
Câmara Legislativa, do Ministério Público que junto a ele
Procurador- Geral;
atua, das autoridades financeiras e orçamentárias do Distrito
Federal ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que houver XI - elaborar e propor à Câmara Legislativa projetos de lei de
indício de irregularidade em qualquer despesa, inclusive seu interesse;
decorrente de contrato.
XII - decidir sobre aumento de despesa decorrente da criação
§ 3º O Tribunal fiscalizará o cumprimento de metas de de cargos e funções no Quadro de Pessoal dos Serviços
resultado fiscal e a obediência a limites e condições de Auxiliares;
renúncia de receitas; geração de despesas com pessoal e da
seguridade social; dívidas consolidada e mobiliária; operação
XIII - decidir sobre pedido de abertura de créditos especiais, VI - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos
observando os princípios estabelecidos na lei de diretrizes atos estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa
orçamentárias; disposição de lei;
XIV - decidir sobre as demais matérias de sua administração VII - os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos
interna, inclusive quanto às normas legais compatíveis com repassados pelo Distrito Federal, mediante convênio,
as de seus servidores, que terão aplicação subsidiária aos acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, até o
Conselheiros. valor do repasse;
Parágrafo único. O Tribunal será representado por seu VIII - os representantes do Distrito Federal ou do Poder
Presidente e, em juízo, pela sua Procuradoria-Geral, Público na assembleia geral das empresas estatais e
ressalvada a eventual necessidade de contratar serviços sociedades anônimas de cujo capital o Distrito Federal
técnicos profissionais e especializados para tais fins. participe, e, solidariamente com aqueles, os membros dos
conselhos fiscal e de administração, pela prática de ato de
Art. 3º Ao Tribunal, no âmbito de sua competência e
gestão ruinosa ou liberalidade às custas das respectivas
jurisdição, assiste o poder regulamentar, podendo, em
entidades;
consequência, expedir atos e instruções sobre matéria de
suas atribuições e sobre a organização dos processos que lhe IX - os sucessores dos administradores e responsáveis a que
devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob se referem os incisos anteriores, até o limite do valor do
pena de responsabilidade. patrimônio transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5º
da Constituição Federal.
Art. 4º No exercício de sua competência, o Tribunal terá
irrestrito acesso a todas as fontes de informações disponíveis TÍTULO II
em órgãos e entidades jurisdicionados, inclusive às
Da Organização
armazenadas em meio eletrônico, bem como àquelas que
tratem de despesas de caráter sigiloso, cujo acesso não CAPÍTULO I
dependa de prévia autorização judicial.
Da Sede e Composição
CAPÍTULO II
Art. 7º O Tribunal de Contas do Distrito Federal compõe-se
Da Jurisdição de sete Conselheiros e tem sede em Brasília.
Art. 5º O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem Art. 8º O Plenário do Tribunal, dirigido por seu Presidente,
jurisdição própria e privativa sobre as pessoas e matérias terá competência e o funcionamento regulado neste
sujeitas à sua competência, exercendo, no que couber, as Regimento Interno.
atribuições previstas no art. 96 da Constituição Federal.
§ 1º O Tribunal de Contas poderá dividir-se em Câmaras,
Art. 6º A jurisdição do Tribunal abrange: mediante deliberação da maioria absoluta de seus membros
titulares.
I - qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
administre, utilize, arrecade, guarde ou gerencie dinheiros, § 2º Emenda Regimental disporá sobre a organização e
bens e valores públicos ou pelos quais o Distrito Federal funcionamento das Câmaras.
responda ou que, em nome deste, assuma obrigações de
Art. 9º O Presidente, em suas ausências e impedimentos, por
natureza pecuniária;
motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, será
II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra substituído pelo Vice-Presidente.
irregularidade de que resulte dano ao erário;
Parágrafo único. Na ausência ou impedimento do Vice-
III - os dirigentes de empresas públicas e sociedades de Presidente, o Presidente será substituído pelo Conselheiro
economia mista constituídas com recursos do Distrito mais antigo em exercício no cargo.
Federal;
Art. 10. Integram a organização do Tribunal três Auditores,
IV - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas como substitutos de Conselheiro e com funções
ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a permanentes definidas neste Regimento.
integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio do
Art. 11. Funciona junto ao Tribunal o Ministério Público, com
Distrito Federal ou de outra entidade distrital;
as atribuições estabelecidas em lei e neste Regimento.
V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade
Art. 12. O Tribunal disporá de Serviços Auxiliares para
jurídica de direito privado, que recebam contribuições do
atender às atividades de apoio técnico e administrativo,
Distrito Federal e prestem serviço de interesse público ou
necessárias ao exercício de sua competência.
social;
CAPÍTULO II
incidental de inconstitucionalidade de lei ou de ato § 7º O eleito para vaga ocorrida antes do término do
normativo do poder público. mandato exercerá o cargo pelo período restante, entrando
em exercício na data em que prestar compromisso.
CAPÍTULO III
§ 8º Não se procederá à nova eleição quando a vacância se
Da Eleição Do Presidente, Do Vice-Presidente e do
der nos sessenta dias anteriores ao término do mandato.
Corregedor
§ 9º No ato de posse, o Presidente, o Vice-Presidente e o
Art. 15. O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor serão
Corregedor prestarão o compromisso de desempenhar com
eleitos pelos Conselheiros efetivos, para mandato de dois
independência e exatidão os deveres do cargo, cumprindo e
anos, com início a 1º de janeiro dos anos ímpares.
fazendo cumprir a Constituição Federal, a Lei Orgânica do
§ 1º A eleição será realizada em escrutínio secreto, na última Distrito Federal e as leis do país.
sessão ordinária do mês de dezembro dos anos pares ou, em
§ 10. Em caso de licença ou outro afastamento legal, a posse
caso de vacância, na primeira sessão ordinária após a
poderá dar-se mediante procuração específica, devendo o
ocorrência da vaga, exigida a presença de, pelo menos, cinco
empossado firmar o compromisso por escrito.
Conselheiros titulares, inclusive o que presidir o ato.
§ 11. Os termos de posse do Presidente, do Vice-Presidente
§ 2º Não havendo quórum, será convocada sessão
e do Corregedor serão lavrados, em livro próprio, pelo
extraordinária, na forma do art. 84 deste Regimento,
Secretário das Sessões.
repetindo-se idêntico procedimento, se necessário.
CAPÍTULO IV
§ 3º Somente os Conselheiros efetivos, ainda que em gozo
de licença, férias ou outro afastamento legal, poderão Da Competência do Presidente
participar das eleições.
Art. 16. Compete ao Presidente:
§ 4º A eleição do Presidente precederá à do Vice-Presidente
I - dirigir o Tribunal e seus Serviços Auxiliares;
e a deste, à do Corregedor.
II - representar o Tribunal em atos públicos e solenidades;
§ 5º As eleições serão efetuadas pelo sistema de cédula
única, observadas as seguintes regras: III - atender a pedidos de informações:
I - o Conselheiro que estiver presidindo a sessão chamará, a) da Câmara Legislativa, nos limites de sua competência,
pela ordem decrescente de antiguidade, os Conselheiros, dando ciência ao Tribunal, se for o caso;
que depositarão na urna seus votos, contidos em envelopes
b) do Plenário ou de qualquer Conselheiro sobre questões
fechados;
administrativas;
II - o Conselheiro ausente poderá enviar à Presidência seu
IV - velar pelas prerrogativas do Tribunal, cumprindo e
voto, em sobrecarta fechada, que especifique sua
fazendo cumprir a Lei Complementar nº 1/94 e este
destinação;
Regimento Interno;
III - as sobrecartas, com os votos dos Conselheiros ausentes,
V - convocar as sessões do Tribunal e presidi-las, resolvendo,
serão depositadas na urna pelo Presidente, sem quebra de
sem prejuízo de recurso ao Plenário, as questões de ordem e
sigilo;
os requerimentos;
IV - considerar-se-á eleito, em primeiro escrutínio, o
VI - proferir voto de desempate em processo submetido ao
Conselheiro que obtiver a maioria absoluta dos votos;
Plenário;
V - se nenhum Conselheiro alcançar o número mínimo de
VII - submeter ao Plenário, na primeira quinzena de
votos, haverá um segundo escrutínio, em que serão elegíveis
dezembro, a programação anual das auditorias
os dois Conselheiros mais votados;
programadas, dos acompanhamentos e dos
VI - se, ainda assim, não houver maioria, proceder-se-á a monitoramentos previstos no Plano Geral de Fiscalização
novo escrutínio, dando-se por eleito o Conselheiro que para o exercício seguinte;
obtiver maioria relativa e, havendo empate, o Conselheiro
VIII - participar das deliberações, com voto, nos termos deste
mais antigo no cargo ou o mais idoso, se a antiguidade for a
Regimento:
mesma.
a) na apreciação de inconstitucionalidade de lei ou de ato do
§ 6º O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor tomarão
Poder Público, em matéria de competência do Tribunal;
posse na sessão em que forem eleitos e entrarão em
exercício a 1º de janeiro seguinte, ressalvado o disposto no b) nas emendas ao Regimento Interno ou na interpretação
§ 7º deste artigo. de seu texto, bem como nas decisões sobre matérias nele
omissas;
c) nas questões administrativas que não envolverem XXV - distribuir a relator os processos cuja decisão, nos
apreciação de ato da Presidência; termos deste Regimento, não caiba ao Presidente, fazendo-
os previamente instruir, se for o caso, observado o disposto
IX - relatar e votar quando se apreciar agravo contra
no art. 120 deste Regimento;
despacho decisório de sua autoria;
XXVI - redistribuir processos por motivo de afastamento legal
X - dar ciência ao Plenário dos expedientes de interesse
de relator, no caso de urgência na apreciação da matéria;
geral;
XXVII - redistribuir processos nos casos em que o Conselheiro
XI - decidir as questões administrativas ou, quando
que preside a instrução do feito for vencido, alterando o
considerá-las relevantes, relatar ou sortear relator para
mérito da decisão;
submetê-las ao Plenário, nos termos do art. 120 deste
Regimento, resguardada a competência da Corregedoria; XXVIII - redistribuir a novo relator os processos de relatoria
de Conselheiro eleito Presidente que tramitarem durante a
XII - submeter ao Plenário as propostas que o Tribunal deva
sua gestão;
encaminhar ao Poder Executivo, referentes ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento XXIX - assinar as deliberações do Plenário;
anual, observada a legislação pertinente;
XXX - designar servidores para, isoladamente ou em
XIII - submeter ao Plenário a proposta relativa a projeto de comissão, procederem a estudos e trabalhos de interesse
lei que o Tribunal deva encaminhar ao Poder Legislativo; geral;
XIV - despachar os processos e documentos urgentes e XXXI - efetuar as nomeações para cargos efetivos e em
determinar a realização de fiscalização na hipótese de comissão e as designações para funções de confiança no
afastamento do relator no período de recesso; Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares, bem como as
exonerações e dispensas;
XV - decidir sobre os pedidos de prorrogação de prazo e
reiteração de diligência em processos urgentes no período XXXII - conceder aposentadoria a servidores do Tribunal,
de recesso e nas hipóteses de afastamento legal de relator; bem como pensão a seus beneficiários;
XVI - decidir sobre pedidos de vista, carga e cópia de XXXIII - determinar, na forma prevista no art. 34 deste
processos no período de recesso e nas hipóteses de Regimento, o início do processo de verificação de invalidez
afastamento legal de relator; de Conselheiro ou Auditor;
XVII - conceder, nos termos deste Regimento, vista de XXXIV - nomear curador ao paciente, na hipótese do inciso
processos a responsáveis, interessados e seus anterior, quando se tratar de incapacidade mental, bem
representantes legais e fornecer-lhes cópias de peças dos assim praticar os demais atos preparatórios do
autos, até a última decisão de mérito; procedimento;
XVIII - cumprir e fazer cumprir as deliberações do Plenário; XXXV - determinar a instauração de sindicância ou processo
administrativo disciplinar e aplicar sanções disciplinares a
XIX - submeter ao relator eventual pedido de sustentação
servidor do Tribunal, observado o disposto no inciso XI do
oral;
art. 13;
XX - expedir certidões requeridas ao Tribunal, na forma da
XXXVI - aprovar a programação financeira de desembolso do
lei, inclusive a certidão de trânsito em julgado;
Tribunal;
XXI - dar posse a Conselheiros, Auditores, Procurador-Geral,
XXXVII - assinar contratos, convênios, acordos de
Procuradores e a servidores do Quadro de Pessoal dos
cooperação e outros instrumentos similares;
Serviços Auxiliares;
XXXVIII - criar comissões permanentes ou temporárias e
XXII - expedir atos de sua competência, relativos às relações
designar os seus membros dentre os servidores do Quadro
jurídico-funcionais:
de Pessoal dos Serviços Auxiliares;
a) dos Conselheiros, Auditores e membros do Ministério
XXXIX - apresentar ao Plenário, até 31 de março do ano
Público;
subsequente, o relatório anual de sua gestão;
b) dos servidores dos Serviços Auxiliares;
XL - aprovar e fazer publicar o Relatório de Gestão Fiscal
XXIII - convocar Auditor na hipótese prevista no art. 44 deste exigido pela Lei Complementar nº 101/00 - Lei de
Regimento; Responsabilidade Fiscal;
XXIV - submeter ao Plenário projeto de ato normativo XLI - submeter ao Plenário o plano de controle externo, de
fixando o valor da multa de que trata o § 1º do art. 272 deste acordo com o art. 178 deste Regimento;
Regimento;
XLII - assinar:
a) as carteiras de identidade funcional dos Conselheiros, encaminhamento do assunto ao Plenário, dentro dos trinta
Auditores e membros do respectivo Ministério Público, à dias subsequentes.
exceção da sua, que será assinada pelo Vice-Presidente do
§ 4º Dos atos e decisões administrativas do Presidente, que
Tribunal;
envolvam a apreciação de direitos e vantagens de servidor,
b) o Cartão de Identificação Funcional e a Carteira de caberá pedido de reconsideração ou recurso ao Plenário, na
Identificação Funcional dos servidores do Quadro de Pessoal forma disciplinada em Resolução.
dos Serviços Auxiliares;
Art. 17. Em caráter excepcional e havendo urgência, o
XLIII - decidir sobre a cessão de servidores, segundo normas Presidente poderá decidir sobre matéria da competência do
fixadas pelo Tribunal; Tribunal, submetendo o ato à homologação do Plenário na
próxima sessão ordinária.
XLIV - submeter ao Plenário, em processo não distribuído,
medidas cautelares visando à prevenção de grave dano ao Art. 18. A Presidência do Tribunal disporá de uma Assessoria
patrimônio público; Técnica e de uma Assessoria Administrativa, por cujo
intermédio serão encaminhadas à sua apreciação as
XLV - encaminhar à Câmara Legislativa, após conhecimento
matérias relativas às atividades da Secretaria-Geral de
do Plenário, dentro de sessenta dias do término do período
Controle Externo, das Secretarias de Controle Externo e da
a que se referirem, os relatórios trimestrais e anuais das
Secretaria-Geral de Administração, com atribuições e
atividades do Tribunal, observado o disposto no parágrafo
normas de funcionamento estabelecidas em ato próprio.
único do art. 82 da Lei Complementar nº 1/94;
CAPÍTULO V
XLVI - enviar, ainda, à Câmara Legislativa, a prestação de
contas do Tribunal, até sessenta dias da data de abertura da Da Competência do Vice-Presidente
sessão legislativa do ano seguinte àquele a que se referir o
Art. 19. São atribuições do Vice-Presidente:
exercício financeiro, na forma prevista no art. 81 da Lei
Orgânica do Distrito Federal; I - substituir o Presidente em suas ausências e impedimentos
por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, e
XLVII - promover assistência médica e hospitalar aos
sucedê-lo, no caso de vacância, na hipótese prevista no § 8º
membros do Plenário e do Ministério Público;
do art. 15 deste Regimento;
XLVIII - corresponder-se, em nome do Tribunal, com as
II - supervisionar a edição da Revista do Tribunal e os
autoridades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
enunciados da Súmula de Jurisprudência;
Municípios e com representantes de outras entidades;
III - colaborar com o Presidente na coordenação e supervisão
XLIX - prestar ao Poder Judiciário e ao Ministério Público
das atividades de controle externo e, quando solicitado, no
informações que lhe forem solicitadas, no interesse da
exercício de suas demais funções.
Justiça, com ciência do Plenário;
Parágrafo único. Na ausência ou impedimento do Vice-
L - expedir as normas aprovadas pelo Tribunal;
Presidente, o Presidente será substituído pelo Conselheiro
LI - expedir instruções e normas complementares às mais antigo, em efetivo exercício do cargo.
previstas no inciso L deste artigo, sobre organização e
CAPÍTULO VI
funcionamento dos Serviços Auxiliares;
Da Competência do Corregedor
LII - submeter ao Plenário a análise do preenchimento dos
requisitos legais e constitucionais para a posse no cargo de Art. 20. São atribuições do Corregedor:
Conselheiro;
I - exercer os encargos de correição e inspeção gerais e
LIII - suspender ou encerrar sessões nos casos de permanentes no Tribunal, bem assim realizar correições e
perturbação da ordem, desacato ao Presidente ou a inspeções ordinárias, conforme plano anual aprovado pelo
qualquer membro do Plenário. Plenário, e extraordinárias em razão de fatos passíveis de
constituir irregularidades;
§ 1º O Presidente poderá delegar, na forma da lei, as
atribuições previstas neste artigo. II - verificar, no curso das correições e inspeções, a
regularidade dos serviços, a observância rigorosa dos prazos,
§ 2º Os processos relativos a direitos e vantagens de
do Regimento Interno e dos atos do Presidente;
servidores serão instruídos e enviados ao Presidente pela
Secretaria-Geral de Administração. III - propor ao Presidente a adoção de medidas para o
aperfeiçoamento do controle sobre o andamento dos
§ 3º O Presidente terá o prazo de trinta dias, após instruído
processos, a fim de evitar excesso injustificado de prazos ou
o processo, para decidir sobre requerimento de servidor;
a excessiva duração do processo, bem como medidas de
decorrido o prazo, poderá o requerente pedir o
racionalização e otimização dos serviços relativos à sua área Art. 24. Os Conselheiros serão escolhidos:
de competência;
I - três pelo Governador do Distrito Federal, com a aprovação
IV - instaurar sindicâncias e processos administrativos, por da Câmara Legislativa, sendo um de livre escolha e dois
iniciativa própria ou mediante representação de membro do alternadamente dentre Auditores e membros do Ministério
Plenário, do Ministério Público ou de qualquer autoridade, Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
para a apuração de falta grave ou invalidez de servidor do Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e
Tribunal, observado o disposto no art. 16, XXXVIII, deste merecimento;
Regimento;
II - quatro pela Câmara Legislativa.
V - receber e processar reclamações contra os membros do
§ 1º Os Conselheiros farão declaração pública de bens, no
Plenário e os servidores do Tribunal;
ato da posse e no término do exercício do cargo.
VI - relatar e presidir a instrução dos processos
§ 2º Os Conselheiros, nos casos de crime comum e nos de
administrativos, referentes a deveres e infrações de
responsabilidade, serão processados e julgados,
membros do Plenário e de servidores do Tribunal, bem como
originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.
dos relativos às matérias indicadas nos incisos I a V deste
artigo, dando-lhes tratamento sigiloso, se assim o § 3º Os Conselheiros são regidos pela Lei Orgânica da
recomendarem as circunstâncias; Magistratura Nacional.
VII - auxiliar o Presidente, nas funções de fiscalização e Art. 25. Os Conselheiros tomarão posse em sessão especial,
supervisão da ordem e da disciplina do Tribunal e de seus podendo fazê-lo perante o Presidente nos períodos de
Serviços Auxiliares, propondo-lhe providências tendentes à recesso ou férias coletivas.
imediata cessação de irregularidades porventura
§ 1º Os Conselheiros têm prazo de trinta dias, a partir da
constatadas e a prática de atos de sua alçada;
publicação do ato de nomeação no Diário Oficial do Distrito
VIII - apresentar, até a última sessão do mês de fevereiro do Federal, prorrogável por mais sessenta dias, no máximo,
ano subsequente, o relatório anual das atividades do mediante solicitação escrita, para posse e exercício no cargo.
Gabinete do Corregedor, sem prejuízo de manter o Plenário
§ 2º No ato de posse, o Conselheiro prestará o compromisso
informado, permanentemente, sobre as providências que
de bem cumprir os deveres do cargo, em conformidade com
estiverem sendo adotadas em cada caso;
a Constituição, as leis da República e as do Distrito Federal.
IX - dispor, em ato conjunto com o Presidente, sobre
§ 3º Do compromisso de posse será lavrado termo, assinado
articulação e apoio das unidades dos Serviços Auxiliares, no
pelo Presidente e pelo Conselheiro empossado.
atendimento às funções afetas ao Corregedor.
Art. 26. Os Conselheiros terão os mesmos direitos, garantias,
Art. 21. Para o exercício de sua função institucional o
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Corregedor contará com gabinete e assessoramento técnico,
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
incumbido de apoiá-lo no desempenho das competências
e somente poderão aposentar-se com as vantagens do cargo
previstas neste Capítulo.
quando o tiverem exercido, efetivamente, por mais de cinco
Art. 22. A organização e funcionamento da Corregedoria anos.
serão regulamentados por Resolução deste Tribunal.
Parágrafo único. Os Conselheiros gozarão das seguintes
CAPÍTULO VII garantias e prerrogativas:
Dos Conselheiros I - vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
Art. 23. Os Conselheiros serão nomeados pelo Governador
do Distrito Federal dentre brasileiros que satisfaçam os II - inamovibilidade;
seguintes requisitos:
III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de remuneração, o disposto nos arts. 37, XI, 150, II, 153, III e
idade; 153, § 2º, I, da Constituição Federal;
II - idoneidade moral e reputação ilibada; IV - aposentadoria.
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, Art. 27. É vedado ao Conselheiro:
econômicos e financeiros ou de administração pública;
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva função, salvo de magistério;
atividade profissional, que exija os conhecimentos
relacionados no inciso anterior.
II - exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, Art. 31. Os Conselheiros gozarão de férias anuais por
associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, sessenta dias.
salvo de associação de classe, sem remuneração;
Art. 32. A escala de férias dos Conselheiros, para o ano
III - exercer comissão remunerada ou não, inclusive em seguinte, será aprovada pelo Plenário, na primeira quinzena
órgãos de controle da administração direta ou indireta, ou do mês de dezembro.
em concessionárias de serviço público;
§ 1º A escala será organizada pelo Presidente, mediante
IV - exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, comunicação dos Conselheiros, observadas as seguintes
ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista normas:
ou cotista sem poder de controle, direção ou administração;
I - não poderão coincidir, no todo ou em parte, as férias de
V - celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, mais de três Conselheiros;
empresa pública, sociedade de economia mista, fundação,
II - as férias poderão ser acumuladas ou interrompidas,
sociedade instituída ou mantida pelo Poder Público ou
observado o disposto no inciso anterior;
empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a normas uniformes, para todo e III - é vedada a acumulação de mais de dois períodos de
qualquer contratante; férias.
VI - receber, a qualquer título ou pretexto, participação nos § 2º Aprovada a escala, qualquer modificação dependerá de
processos; deliberação do Plenário.
VII - manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião Art. 33. Conceder-se-á licença a Conselheiro:
sobre processos pendentes de julgamento, seu ou de
I - para tratamento de saúde;
outrem, ou emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos
ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos II - por motivo de doença em pessoa da família;
autos, em obras técnicas ou no exercício do magistério;
III - para repouso à gestante;
VIII - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - noutros casos previstos em lei ou na Constituição
Art. 28. Não podem ocupar, simultaneamente, cargos de Federal, compatíveis com o estatuto jurídico aplicável.
Conselheiro, parentes consanguíneos ou afins, na linha reta
§ 1º A licença para tratamento de saúde por mais de trinta
ou na colateral, até o segundo grau.
dias, bem como prorrogações que importem em licença por
Parágrafo único. A incompatibilidade resolve-se: período ininterrupto, também superior a trinta dias, serão
concedidas pelo Tribunal e dependerão de inspeção médica.
I - antes da posse, contra o último nomeado ou contra o mais
moço, se nomeados na mesma data; § 2º As licenças para tratamento de saúde por prazo não
superior a trinta dias, ou por motivo de doença em pessoa
II - depois da posse, contra o que lhe deu causa;
da família, serão concedidas pelo Presidente, mediante
III - se a ambos imputável, contra o que tiver menos tempo atestado médico, dando-se conhecimento ao Plenário.
de exercício no Tribunal.
§ 3º Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou de
Art. 29. A antiguidade do Conselheiro será determinada na qualquer direito ou vantagem legal, o Conselheiro poderá
seguinte ordem: afastar-se de suas funções, até oito dias consecutivos, por
motivo de casamento, falecimento do cônjuge, de
I - pela nomeação;
companheiro, de ascendente, descendente ou irmão.
II - pela posse;
Art. 34. O procedimento de verificação da invalidez, para fim
III - pela idade. de aposentadoria, será iniciado a requerimento do
Conselheiro ou por determinação do Presidente, em
Art. 30. Os Conselheiros, em suas ausências ou
cumprimento à deliberação do Plenário.
impedimentos, serão substituídos pelos Auditores, por
convocação do Presidente, observada a ordem de § 1º Na hipótese da verificação de invalidez por
antiguidade no cargo ou, se idêntica, a idade maior e, afinal, determinação do Plenário, o Presidente nomeará junta
o maior tempo de serviço público. integrada por três médicos, fixando o prazo para o exame e
determinando a notificação do Conselheiro para, se o
Parágrafo único. O cargo de Conselheiro, no caso de
desejar, requerer providência no prazo de cinco dias.
vacância, será exercido, até seu provimento, por Auditor,
mediante convocação do Presidente, observado o disposto § 2º Se o Conselheiro estiver impossibilitado de apresentar
neste artigo. defesa, por si ou por seu representante legal, o Presidente
lhe nomeará curador à lide.
Art. 35. O Presidente, ouvido o Plenário, decidirá sobre as Regimento Interno, não podendo, no entanto, votar nem ser
diligências e determinará, de ofício, as que considerar votado nas eleições para Presidente, Vice-Presidente e
convenientes. Corregedor.
Parágrafo único. A recusa do paciente em submeter-se à Parágrafo único. Quando no exercício regular das demais
perícia médica permitirá o julgamento baseado em atribuições de seu cargo, o Auditor terá as mesmas garantias
quaisquer outras provas. e impedimentos de Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios.
Art. 36. Terminada a instrução do processo, será facultada a
apresentação de alegações escritas pelo Conselheiro, ou seu Art. 44. O Presidente convocará Auditor para substituir
curador, se for o caso, no prazo de dez dias, procedendose, Conselheiro nas ausências superiores a duas sessões
em seguida, à distribuição. consecutivas.
Art. 37. O julgamento será feito pelo Plenário, somente § 1º Por todo o período em que o Conselheiro se mantiver
reconhecida a incapacidade por decisão unânime dos demais afastado do exercício do cargo, o Auditor permanecerá
Conselheiros efetivos. convocado, sendo-lhe asseguradas as vantagens da
substituição durante suas ausências justificadas e
Parágrafo único. Requerida a instauração do procedimento
impedimentos por motivo de licença.
pelo próprio interessado, colherse-á o parecer da junta
médica e, feita a distribuição, o processo será submetido a § 2º Cessará a convocação do Auditor se este entrar em gozo
julgamento. de férias.
Art. 38. Concluindo o Tribunal pela incapacidade do § 3º Tendo processo para relatar, decorrente de pedido de
Conselheiro, a decisão será imediatamente comunicada ao vista, e ocorrendo, antes da votação, o retorno do
Governador do Distrito Federal. Conselheiro substituído, o Auditor convocado votará,
mesmo que cessada a convocação.
Art. 39. Deverá submeter-se a exame para verificação de
invalidez o Conselheiro que, no período de dois anos Art. 45. Compete ao Auditor:
consecutivos, houver gozado licença para tratamento de
I - mediante convocação do Presidente do Tribunal:
saúde por prazo igual ou superior a seis meses e vier a
requerer nova licença, para o mesmo fim, nos dois anos a) exercer, no caso de vacância, as funções relativas ao cargo
subsequentes. de Conselheiro, até novo provimento, observada a ordem de
preferência;
Art. 40. O Tribunal poderá determinar, por motivo de
interesse público, a disponibilidade ou a aposentadoria de b) substituir, observada a ordem de preferência, os
Conselheiro, assegurada a ampla defesa e a observância das Conselheiros em suas ausências e impedimentos por motivo
normas relativas ao procedimento administrativo disciplinar de licença, férias ou outro afastamento legal;
aplicável aos magistrados.
c) substituir, observada a ordem de preferência, os
CAPÍTULO VIII Conselheiros para efeito de quórum ou para completar a
composição do Plenário, sempre que estes comunicarem ao
Dos Auditores
Presidente do Tribunal a impossibilidade de
Art. 41. Os Auditores, em número de três, serão nomeados comparecimento à sessão;
pelo Governador do Distrito Federal, dentre os cidadãos que
II - atuar, em caráter permanente, junto ao Plenário,
satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de
presidindo a instrução dos processos que lhe forem
Conselheiro, mediante concurso público de provas e títulos
distribuídos na forma estabelecida no art. 120 deste
promovido e homologado pelo Tribunal, observada a ordem
Regimento Interno, relatando os com proposta de decisão
de classificação.
por escrito, a ser votada pelos Conselheiros, e participar da
Parágrafo único. A comprovação do efetivo exercício por discussão sobre eles;
mais de dez anos de cargo da carreira de Controle Externo
III - relatar, preferencialmente, os processos de tomada e
do Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares do Tribunal
prestação de contas.
constitui título computável para efeito do concurso a que se
refere este artigo. Parágrafo único. A preferência dos Auditores será
determinada, sucessivamente, pela antiguidade no cargo ou,
Art. 42. O Auditor, após dois anos de exercício, só perderá o
se idêntica, a idade maior e, ao final, o maior tempo de
cargo por sentença judicial transitada em julgado.
serviço público.
Art. 43. O Auditor, quando em substituição a Conselheiro,
Art. 46. Os Auditores não poderão exercer funções ou
terá as mesmas garantias e impedimentos do titular, e
comissões nas Secretarias do Tribunal.
gozará, no Plenário, dos direitos e prerrogativas a este
assegurados, nos termos e hipóteses previstos neste
Art. 47. Aplica-se, no que couber, aos Auditores o disposto tomada ou prestação de contas e na apreciação dos atos de
no art. 25, no parágrafo único do art. 26 e nos arts. 27, 28, admissão de pessoal e concessões de aposentadorias,
29 e de 31 a 40. reformas e pensões, inclusive na fase de recurso, observado,
ainda, o disposto no art. 281 deste Regimento;
CAPÍTULO IX
III - promover, junto à Procuradoria-Geral do Distrito Federal
Do Ministério Público
ou, quando for o caso, perante os dirigentes de entidades da
Art. 48. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do administração indireta, incluídas as fundações, as medidas
Distrito Federal, regido pelos princípios institucionais da necessárias ao arresto de bens e à cobrança judicial de
unidade, da indivisibilidade e da independência funcional, débitos;
compõe-se de quatro Procuradores.
IV - interpor os recursos permitidos em lei;
§ 1º O Procurador-Geral do Ministério Público junto ao
V - apresentar relatório anual ao Plenário até 1º de março
Tribunal de Contas será indicado, em lista tríplice, pelos
subsequente, com o andamento da execução dos Acórdãos
integrantes da carreira, e nomeado pelo Chefe do Poder
e a resenha das atividades específicas do Ministério Público,
Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma
no exercício encerrado.
recondução.
Art. 55. Compete aos Procuradores auxiliar o Procurador-
§ 2º Os Procuradores serão nomeados pelo Governador do
Geral em suas funções e, por designação deste, substituí-lo
Distrito Federal, dentre bacharéis em Direito, aprovados em
em suas ausências e impedimentos por motivo de licença,
concurso público de provas e títulos promovido pelo
férias ou outro afastamento legal.
Tribunal, assegurada a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas Parágrafo único. À falta de designação expressa, a
nomeações, a ordem de classificação. substituição recairá no Procurador mais antigo.
Art. 49. O Procurador-Geral tomará posse em sessão especial Art. 56. O Procurador-Geral baixará instruções dispondo
e os Procuradores, perante o Presidente do Tribunal. sobre o funcionamento interno do Ministério Público.
Parágrafo único. Em período de recesso, o Procurador-Geral Art. 57. Os membros do Ministério Público terão direito a
poderá ser empossado perante o Presidente do Tribunal. sessenta dias de férias por ano, de acordo com escala
aprovada pelo Procurador-Geral no mês de dezembro.
Art. 50. No caso de vacância da titularidade da Procuradoria-
Geral, funcionará como Procurador-Geral interino, até a Parágrafo único. O Procurador-Geral remeterá à Presidência
posse do novo titular, o Procurador indicado por seus pares do Tribunal, no mês de dezembro de cada ano, cópia da
sobre o qual não recaia impedimento. escala de férias anual e, quando ocorrerem, as suas
alterações, para as devidas anotações nos respectivos
Art. 51. Aplicam-se aos membros do Ministério Público as
assentamentos individuais.
disposições sobre licenças por prazo inferior a trinta dias
previstas neste Regimento para os Conselheiros. Art. 58. O Tribunal poderá prestar o apoio administrativo
necessário ao desempenho das funções específicas do
Art. 52. Aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal
Ministério Público.
aplicam-se as disposições pertinentes a direitos, garantias,
prerrogativas, vedações, regime disciplinar e forma de CAPÍTULO X
investidura estabelecidos na Constituição Federal e,
Dos Serviços Auxiliares
subsidiariamente, as da Lei Orgânica do Ministério Público
do Distrito Federal. Art. 59. Aos Serviços Auxiliares incumbe a prestação de apoio
técnico e a execução dos serviços administrativos do
Art. 53. Aos membros do Ministério Público é vedado o
Tribunal.
exercício de cargo em comissão ou função de confiança nos
Serviços Auxiliares. Art. 60. Os Serviços Auxiliares disporão de Quadro de
Pessoal, com estrutura e atribuições definidas em ato
Art. 54. Compete ao Ministério Público junto ao Tribunal, por
específico.
seu representante, em sua missão de guarda da lei e de
fiscalização de sua observância: Art. 61. Integram os Serviços Auxiliares:
I - promover a defesa da ordem jurídica, requerendo perante I - a Secretaria-Geral de Controle Externo e as Secretarias de
o Tribunal as medidas de interesse da justiça, da Controle Externo;
Administração e do Erário;
II - a Secretaria-Geral de Administração;
II - comparecer às sessões e dizer de direito, oralmente ou
III - a Secretaria das Sessões;
por escrito, em todos os assuntos sujeitos à deliberação do
Tribunal, sendo obrigatória sua audiência nos processos de IV - a Procuradoria-Geral do Tribunal de Contas;
I - os dispositivos modificados conservarão a numeração; forem apenas modificados conservarão o mesmo número,
com a ressalva correspondente.
II - em caso de supressão, será essa indicada pela palavra
"suprimido"; Art. 77. A súmula e suas alterações serão publicadas no
Diário Oficial do Distrito Federal, no Diário Oficial Eletrônico
III - o acréscimo cuja matéria não se enquadrar em qualquer
do Tribunal e divulgadas em outro meio que vier a ser
dos artigos figurará em dispositivo conexo.
adotado no Tribunal para esta finalidade.
Art. 72. A apresentação de projeto concernente a enunciado
Art. 78. A citação da súmula será feita pelo número
da súmula, instrução normativa, resolução ou decisão
correspondente ao seu Enunciado e dispensará, perante o
normativa é de iniciativa do Presidente e dos Conselheiros,
Tribunal, a indicação de julgados no mesmo sentido.
podendo ser ainda sugerida por Auditor ou representante do
Ministério Público. CAPÍTULO IV
§ 1º O projeto com a respectiva justificação, será Das Sessões do Plenário
apresentado em Plenário, competindo ao Presidente colocar
Art. 79. O Plenário reunir-se-á no período de 15 de janeiro a
em discussão e votação a preliminar de conveniência e
15 de dezembro de cada ano, observado o disposto nos arts.
oportunidade da proposta.
81 e 82 deste Regimento.
§ 2º Admitida a preliminar de conveniência e oportunidade
Parágrafo único. O recesso compreendido no período de 16
da proposta o projeto poderá receber sugestões dos
de dezembro a 14 de janeiro não ocasionará a paralisação
Conselheiros, dos Auditores e dos Procuradores do
dos trabalhos do Tribunal, observado o disposto no art. 170
Ministério Público junto ao Tribunal, no prazo proposto pelo
deste Regimento.
relator, com a anuência do Plenário.
Art. 80. As sessões do Tribunal serão ordinárias,
§ 3º O projeto relativo a enunciado da súmula, instrução
extraordinárias, especiais, reservadas e administrativas.
normativa e decisão normativa será apreciado em sessão
ordinária e o projeto relativo a resolução, em sessão Art. 81. As sessões ordinárias, extraordinárias, especiais e
administrativa. reservadas somente poderão ser realizadas com o quórum
de quatro Conselheiros efetivos ou substitutos, inclusive o
§ 4º As sugestões serão encaminhadas diretamente ao
Presidente, e com a presença do representante do
relator da matéria.
Ministério Público.
Art. 73. Os atos normativos de que trata este Capítulo serão
Parágrafo único. Na sessão destinada à eleição do
publicados na íntegra, sem ônus, no Diário Oficial do Distrito
Presidente, do Vice-Presidente e do Corregedor será exigida
Federal e no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal, à exceção
a presença de, pelo menos, cinco Conselheiros titulares,
de matéria de exclusivo interesse do Tribunal, que será
inclusive o que presidir o ato.
publicada apenas em Boletim Interno.
Art. 82. As sessões ordinárias serão realizadas às terças e
CAPÍTULO III
quintas-feiras, com início às quinze horas.
Da Jurisprudência
§ 1º As sessões poderão ser antecipadas ou adiadas, a
Art. 74. A súmula da jurisprudência é o enunciado que critério do Plenário, e quando ocorrerem pela manhã terão
resume teses, soluções e precedentes adotados início às dez horas.
reiteradamente pelo Tribunal ao deliberar sobre assuntos ou
§ 2º A critério do Plenário, por proposta do Presidente, as
matérias de sua jurisdição e competência, nos termos
sessões ordinárias poderão ser prorrogadas.
definidos em ato normativo próprio.
§ 3º Por proposta do Presidente, de Conselheiro, de Auditor
Art. 75. Na organização gradativa da súmula, a cargo da
ou de representante do Ministério Público junto ao Tribunal,
Secretaria das Sessões, será adotada numeração de
aprovada pelo Plenário, a sessão ordinária poderá ser
referência para os enunciados, aos quais se seguirá a menção
suspensa para realização de sessão extraordinária.
dos dispositivos legais e dos julgados em que se
fundamentam. § 4º Se o horário da sessão especial coincidir com o da sessão
ordinária, esta poderá ter início logo após o encerramento
Art. 76. Será incluído, revisto, cancelado ou restabelecido na
daquela.
súmula qualquer enunciado, por proposta do Presidente, de
Conselheiros, e ainda por sugestão de Auditor ou de § 5º O julgamento de mérito de determinadas matérias ou
representante do Ministério Público junto ao Tribunal e tipos de processo poderá também ser realizado por meio
aprovação do Plenário por maioria absoluta. eletrônico, nos termos e condições definidos em ato
normativo.
Parágrafo único. Ficarão vagos, com nota de cancelamento,
os números dos enunciados que o Tribunal revogar; os que
Art. 83. Nas sessões ordinárias será observada, previamente disponibilizadas, preferencialmente por meio
preferencialmente, a seguinte ordem de trabalho: eletrônico.
I - discussão e votação da ata da sessão anterior; Parágrafo único. Não havendo quórum, o Presidente
mandará lavrar termo de presença, e a matéria a ser
II - expediente;
apreciada ficará automaticamente transferida para a sessão
III - apreciação e julgamento dos processos incluídos em imediata.
pauta;
Art. 90. Havendo quórum, passar-se-á, se for o caso, à
IV - apreciação e julgamento dos demais processos discussão e votação da ata da sessão anterior, previamente
constantes de Relação; disponibilizada, preferencialmente por meio eletrônico, aos
gabinetes dos Conselheiros, dos Auditores e do
V - outros assuntos de interesse do Tribunal.
representante do Ministério Público.
Art. 84. As sessões extraordinárias serão convocadas pelo
§ 1º As atas das sessões serão discutidas e votadas até a
Presidente, com antecedência mínima de vinte e quatro
segunda sessão após a data de realização, exceto as de
horas, salvo por motivo relevante ou urgente, devidamente
sessões especiais, que poderá ocorrer em até quinze dias.
justificado.
§ 2º Ausente na sessão a que se referir a ata, o Conselheiro
Art. 85. As sessões especiais serão convocadas para:
poderá abster-se de votar pela sua aprovação.
I - apreciação das Contas prestadas pelo Governador;
Art. 91. Aprovada a ata, o Presidente dará conhecimento dos
II - solenidade de posse de Conselheiro, do Procurador-Geral expedientes de interesse do Plenário.
ou de Auditor;
Art. 92. Iniciada a fase de apreciação e julgamento, os
III - outras solenidades, a critério do Plenário. processos serão relatados pelos Conselheiros e, em seguida,
pelos Auditores, observada, em ambos os casos, a ordem
Art. 86. As sessões reservadas serão realizadas às terças e
decrescente de antiguidade, salvo pedido de preferência
quintas-feiras, após o encerramento das demais sessões
deferido pelo Plenário.
previstas, quando incluídos em pauta processos dessa
natureza, mediante convocação do Presidente e sempre com Art. 93. Terão preferência para apreciação ou julgamento os
a presença de, pelo menos, quatro de seus membros processos urgentes e na sequência aquele incluído em pauta
titulares, inclusive o que presidir o ato. no qual deva ser produzida sustentação oral.
Parágrafo único. Nas sessões reservadas serão julgados Art. 94. A discussão dos processos começará com a
processos cuja preservação do sigilo seja imprescindível à apresentação de relatório escrito, podendo o relator
segurança da sociedade e do Estado ou essencial à defesa da antecipar o voto ou a proposta de decisão, igualmente por
intimidade das partes. escrito, e prestar os esclarecimentos solicitados no curso dos
debates.
Art. 87. As sessões administrativas serão realizadas às terças
e quintas-feiras, quando incluídos em pauta assuntos de § 1º É facultado ao relator limitar-se a enunciar a
natureza administrativa do Tribunal, mediante convocação identificação do processo e a ler a minuta de decisão,
do Presidente e sempre com a presença de, pelo menos, ressalvado quando houver sustentação oral, caso em que se
cinco de seus membros titulares, inclusive o que presidir o observará o disposto no § 4° do art. 136 deste Regimento
ato. Interno.
Art. 88. As sessões serão públicas, salvo quando a § 2º A simples leitura da minuta de decisão não dá início à
preservação do sigilo seja imprescindível à segurança da fase de votação, podendo, ainda, a matéria ser discutida.
sociedade e do Estado ou essencial à defesa da intimidade
§ 3º O Presidente poderá encaminhar a discussão, aduzindo
das partes, desde que não prejudique o interesse público.
esclarecimentos e informações que orientem o Plenário.
Parágrafo único. A apreciação de matérias em sessão sigilosa
Art. 95. Durante a discussão, a requerimento de Conselheiro
será exclusivamente com a presença dos Conselheiros,
ou Auditor, o Tribunal poderá pedir a audiência do Ministério
Auditores, representante do Ministério Público e Secretário
Público.
das Sessões, bem assim das partes e de seus representantes
legais. § 1º Antes de emitir parecer sobre o mérito, poderá o
Ministério Público requerer a realização de diligência ou a
Art. 89. À hora prevista, havendo número legal, o Presidente
complementação da instrução.
declarará aberta a sessão, mencionando os Conselheiros,
Auditores e representante do Ministério Público presentes e § 2º Não concordando com a diligência requerida ou
registrando eventuais ausências, para, em seguida, passar à considerando suficiente a instrução, o relator submeterá o
discussão e votação de atas de sessões anteriores, pedido ao Plenário, como matéria preliminar.
§ 3º Rejeitada a preliminar, o processo será devolvido ao Art. 100. Apresentado o processo pelo relator e não mais
Ministério Público, para manifestar-se sobre o mérito. havendo quem queira discutir a matéria, o Presidente
encerrará a fase de discussão e abrirá, a seguir, a fase de
Art. 96. Nenhum membro do Plenário poderá fazer uso da
votação.
palavra sem prévia autorização do Presidente, nem
interromper o orador sem a anuência deste. Art. 101. Versando a matéria questões diferentes, mas
conexas, o Presidente poderá submeter cada uma delas à
Art. 97. Concluído o relatório, poderá o representante do
discussão e votação em separado.
Ministério Público pedir a palavra para alegar ou requerer o
que considerar oportuno. Art. 102. As questões preliminares ou prejudiciais serão
decididas antes do julgamento ou da apreciação de mérito
Parágrafo único. Poderá, ainda, o representante do
proposta pelo relator.
Ministério Público usar da palavra, mesmo durante o
julgamento, a pedido seu, de Conselheiro ou de Auditor, § 1º Levantada preliminar ou prejudicial, dar-se-á a palavra
para prestar esclarecimentos ou emitir pronunciamento ao Ministério Público, para que sobre ela se pronuncie.
oral.
§ 2º Versando a preliminar ou prejudicial sobre
Art. 98. Qualquer Conselheiro ou Auditor convocado, antes irregularidade sanável, o Tribunal poderá converter o
de votar, poderá pedir vista do processo, sendo facultado ao julgamento em diligência.
representante do Ministério Público fazer o mesmo, na fase
§ 3º Rejeitada a preliminar ou prejudicial, proceder-se-á à
de discussão, ainda que já tenha se manifestado nos autos.
discussão e votação do mérito, delas participando, inclusive,
§ 1º O pedido de vista obriga a devolução dos autos à os Conselheiros vencidos nas preliminares e prejudiciais.
Presidência, com voto ou parecer escrito, no prazo de dez
Art. 103. Concluída a discussão, o Presidente encaminhará a
dias.
votação, iniciada com o voto do relator, colhendo-se, em
§ 2º A novos pedidos de vista será aplicado o prazo fixado no seguida, os dos demais Conselheiros, na ordem decrescente
parágrafo anterior. de antiguidade.
§ 3º É vedado a quem pediu vista determinar diligência ou § 1º Nenhum Conselheiro ou Auditor convocado presente à
juntada de documentos, providências que dependerão de sessão poderá deixar de votar, salvo se declarar
aprovação do Plenário, ouvido o relator. impedimento ou suspeição.
§ 4º Se, durante o prazo de vista, der entrada no Tribunal § 2º Não poderá, ainda, participar da votação o Conselheiro
documento de interesse para o julgamento do processo, ou Auditor convocado para substituí-lo quando um deles já
retornarão os autos ao relator, que os submeterá à houver proferido o seu voto.
apreciação do Plenário.
§ 3º Tendo votado o relator, qualquer Conselheiro poderá
§ 5º A concessão de vista implicará a suspensão da votação requerer reunião em Conselho, para melhor informar-se da
já iniciada. matéria, a qual acontecerá em sala própria, onde só poderão
permanecer os Conselheiros, Auditores e representante do
§ 6º Voltando o processo à sessão, será reaberta a discussão
Ministério Público.
e retomada a votação, dando-se a palavra, pela ordem, a
quem tenha pedido vista. Art. 104. Na fase de votação, o julgamento ou apreciação
será suspenso quando houver pedido de vista solicitado por
§ 7º A vista poderá se dar em mesa, durante a sessão, ficando
Conselheiro ou Auditor convocado, que passará a funcionar
a discussão da matéria suspensa até seu pronunciamento.
como revisor, sem prejuízo de que os demais Conselheiros e
§ 8º Ainda na fase de discussão, qualquer Conselheiro ou Auditores convocados profiram seus votos na mesma sessão,
Auditor convocado poderá antecipar seu voto, quando desde que se declarem habilitados.
houver pedido de vista.
§ 1º Ao dar prosseguimento à votação, serão computados os
§ 9º Caso o pedido de vista haja sido feito por Auditor votos já proferidos pelos Conselheiros ou Auditores
convocado, caberá a este votar no lugar do Conselheiro convocados, ainda que não compareçam ou hajam deixado
substituído, mesmo que cessada a convocação. o exercício do cargo, cabendo ao Presidente esclarecer a
matéria e apresentar o resumo da votação até então
§ 10. Na hipótese de o relator deixar de ser membro do
procedida.
Tribunal durante o prazo do pedido de vista, o revisor
submeterá o processo à deliberação do colegiado. § 2º O relator, os Conselheiros ou os Auditores convocados
que já tenham proferido seus votos poderão modificá-los até
Art. 99. A discussão poderá ser adiada, por prazo não
a conclusão da apreciação e julgamento do processo.
superior a trinta dias, com base em proposta do Presidente,
de Conselheiro ou de Auditor convocado.
Art. 105. O Conselheiro que estiver presente à sessão apenas Art. 113. O relator poderá submeter ao Plenário, mediante
na fase de votação e declarar-se habilitado a dela participar relação ou demonstrativo, os processos que não envolvam a
poderá fazê-lo. apreciação de matéria nova ou complexa, desde que o voto
ou a proposta de decisão esteja de acordo com a instrução
Art. 106. Caberá ao Presidente ou ao Conselheiro que estiver
e, se houver, o parecer do Ministério Público, concluindo,
na Presidência do Plenário proferir voto de desempate.
sem divergência, pela legalidade ou regularidade da matéria
Art. 107. Encerrada a votação, o Presidente proclamará o em exame, ou adoção de medidas saneadoras.
resultado, que poderá ser por:
§ 1º O relator poderá ainda incluir em relação ou
I - unanimidade; demonstrativo processo com pronunciamentos divergentes,
nos casos em que houver entendimento prévio do Plenário
II - maioria; ou
permitindo tal inclusão.
III - desempate do Presidente.
§ 2º Qualquer Conselheiro ou o representante do Ministério
Art. 108. Quando forem apresentadas mais de duas Público poderá requerer destaque de processo relacionado,
propostas de mérito, dar-se-á a apuração mediante votações para deliberação em separado.
sucessivas, das quais participarão todos os Conselheiros e
Art. 114. Esgotada a ordem de trabalho, o Presidente
Auditores convocados que participaram da fase de
declarará encerrada a sessão.
discussão, observando-se o seguinte procedimento:
Art. 115. As atas serão lavradas pelo Secretário das Sessões,
I - será, desde logo, declarada vencedora a proposta de
e delas deverão constar:
mérito que superar, em número de votos, a soma dos votos
das demais propostas; I - o número de ordem, natureza da sessão, dia, mês e ano,
bem como a hora da abertura e do encerramento;
II - não ocorrendo a hipótese prevista no inciso anterior,
elimina-se a proposta menos votada entre elas e submetem- II - o nome do Conselheiro que presidiu a sessão e do
se à votação as propostas que obtiverem os maiores Secretário;
números de votos.
III - os nomes dos Conselheiros, Auditores e representante
Parágrafo único. Havendo duas ou mais propostas com o do Ministério Público presentes;
mesmo número de votos, serão colocadas inicialmente em
IV - os nomes dos Conselheiros em exercício que estiverem
votação as duas propostas que mais se assemelhem,
ausentes;
observando-se, a seguir, o disposto no inciso II do caput
deste artigo. V - as demais ocorrências, indicando-se, quanto aos
processos:
Art. 109. O Conselheiro poderá modificar seu voto antes de
proclamado pelo Presidente o resultado da votação. a) o número, o nome da parte e outros dados necessários à
identificação;
Art. 110. O Conselheiro poderá pedir o reexame de processo
julgado na mesma sessão e com o mesmo quórum. b) o nome do relator;
Art. 111. O Conselheiro poderá fazer declaração de voto, c) a decisão interlocutória ou definitiva, com a indicação dos
requerendo que conste da ata, sucintamente ou por extenso, votos vencidos, na preliminar, se houver, e no mérito;
para o que a oferecerá por escrito, no prazo de vinte e quatro
d) a designação do Conselheiro autor do voto vencedor;
horas.
e) os pedidos de vista;
§ 1º Se protestar por que sua declaração de voto conste do
Acórdão ou Decisão do Tribunal, o Conselheiro deverá f) as declarações de voto oferecidas e os pareceres do
apresentá-la no prazo previsto no caput deste artigo. Ministério Público, se houver, necessários ao perfeito
conhecimento da matéria.
§ 2º As declarações de voto recebidas fora do prazo, ou sem
protesto prévio, serão apenas juntadas aos autos. § 1º As decisões serão lavradas e subscritas nos autos pelo
Secretário das Sessões e assinadas pelo Presidente, com
Art. 112. Por proposta de Conselheiro, de Auditor ou de
base no voto condutor da decisão proferida.
representante do Ministério Público, o Tribunal poderá:
§ 2º As atas das sessões ordinárias, extraordinárias e
I - determinar a supressão, nas peças processuais, de
especiais serão publicadas na íntegra, e as reservadas, por
palavras ou expressões desrespeitosas ou descorteses,
extrato, sem ônus, no Diário Oficial do Distrito Federal e no
incompatíveis com o tratamento devido ao Tribunal e às
Diário Oficial Eletrônico do Tribunal, e as das sessões
autoridades públicas em geral;
administrativas no Boletim Interno, ressalvada a
II - mandar retirar dos autos as peças consideradas, em seu manutenção do sigilo de informações nos termos da lei.
conjunto, nas condições definidas no inciso anterior.
§ 3º Quando o Tribunal deliberar, em sessão reservada, pelo § 6º A pauta de processos deverá ser elaborada conforme
levantamento do sigilo de processo, a deliberação e, se for o modelo próprio.
caso, o relatório e voto em que se fundamentar constarão da
§ 7º Os processos constantes da pauta que não forem
respectiva ata a ser publicada, a qual identificará ainda os
julgados na sessão permanecerão em pauta,
outros processos examinados, bem como o número das
independentemente de nova publicação, conservada a
decisões neles proferidas, mantendo-se, conforme a
mesma ordem, com preferência sobre os demais,
preservação dos direitos individuais e o interesse público o
ressalvadas as hipóteses constantes do § 5º deste artigo.
exigirem, o sigilo das demais informações.
§ 8º A critério do Plenário ou da Presidência do Tribunal,
CAPÍTULO V
poderá ser bloqueada a inclusão de processos em pauta já
Das Pautas do Plenário remetida à publicação.
Art. 116. As pautas de processos passíveis de apreciação e TÍTULO IV
julgamento nas sessões ordinárias, extraordinárias,
Do Processo em Geral
administrativas e reservadas serão organizadas pela
Secretaria das Sessões, sob a supervisão do Presidente do CAPÍTULO I
Tribunal, observadas a ordem de antiguidade dos relatores e
Das Partes
a forma de apreciação dos processos.
Art. 117. São partes no processo o responsável e o
§ 1º Até às 14 horas do terceiro dia útil anterior à realização
interessado.
da respectiva sessão, os gabinetes dos relatores deverão
fornecer à unidade referida no caput, preferencialmente § 1º Responsável é aquele assim qualificado, nos termos da
mediante sistema informatizado, as informações relativas Constituição Federal, da Lei Orgânica do Distrito Federal, da
aos processos que constituirão a pauta do relator, Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Distrito Federal e
observadas a forma de apreciação - por demonstrativo ou respectiva legislação aplicável.
oral.
§ 2º Interessado é aquele que tenha reconhecida, por força
§ 2º As pautas das sessões serão disponibilizadas pela de lei, pelo relator ou pelo Tribunal, em qualquer etapa do
unidade referida no caput, preferencialmente em meio processo, razão legítima para nele intervir.
eletrônico, no terceiro dia útil antecedente às sessões, aos
Art. 118. As partes podem praticar os atos processuais
gabinetes dos Conselheiros, dos Auditores e do
diretamente ou por intermédio de procurador regularmente
representante do Ministério Público junto ao Tribunal.
constituído, ainda que não seja advogado.
§ 3º As pautas das sessões serão divulgadas no segundo dia
§ 1º Constatado vício na representação da parte, o relator
útil antes da sessão, mediante a afixação em local próprio e
fixará prazo de quinze dias para que o responsável ou
acessível do edifício-sede do Tribunal, a publicação nos
interessado promova a regularização, sob pena de serem
órgãos oficiais e a disponibilização no Portal do TCDF na
tidos como inexistentes os atos praticados pelo procurador.
internet.
§ 2º Não se aplica o disposto no final do parágrafo anterior
§ 4º A divulgação da pauta ou de seu aditamento no Portal
ao caso de juntada de documentos que efetivamente
do TCDF na internet e em excerto do Boletim do Tribunal de
contribuam na busca da verdade material.
Contas do Distrito Federal, com a antecedência de até
quarenta e oito horas da sessão, suprirá a ausência de § 3° Nos atos processuais, é suficiente a indicação do nome
publicação nos órgãos oficiais. de um dos procuradores, quando a parte houver constituído
mais de um ou o constituído substabelecer a outro com
§ 5º Prescinde de publicação em órgão oficial a inclusão em
reserva de poderes.
pauta de processos:
§ 4º Poderá a parte indicar o procurador em cujo nome serão
I - que visem à remessa a unidades do Tribunal e ao
feitas as notificações, observado o § 1º do art. 165 deste
Ministério Público junto ao TCDF;
Regimento.
II - que determinem medida cautelar urgente, justificadoras
CAPÍTULO II
de sua adoção sem prévio estabelecimento do contraditório
(inaudita altera pars); Do Ingresso de Interessado em Processo
III - de natureza administrativa que digam respeito à direção, Art. 119. A habilitação de interessado em processo será
organização e propostas de trabalho do Tribunal; efetivada mediante o deferimento, pelo relator, de pedido
de ingresso formulado por escrito e devidamente
IV - relativos a embargos declaratórios ou agravo;
fundamentado.
V - de natureza urgente, justificada pelo relator.
§ 1º O interessado deverá demonstrar em seu pedido, de Art. 123. O relator presidirá a instrução do processo e, nessa
forma clara e objetiva, razão legítima para intervir no condição, poderá determinar, mediante despacho singular,
processo. de ofício ou por provocação da unidade técnica competente
ou do Ministério Público, as providências necessárias ao
§ 2º O relator indeferirá o pedido que não preencher os
saneamento dos autos.
requisitos do parágrafo anterior.
§ 1º No caso de tomada ou prestação de contas, o relator
§ 3º É facultado ao interessado, na mesma oportunidade em
poderá ainda ordenar o sobrestamento do processo e a
que solicitar sua habilitação em processo, requerer a juntada
audiência ou citação de responsáveis.
de documentos e manifestar a intenção de exercitar alguma
faculdade processual. § 2º O processo que apresentar pareceres discordantes,
matéria complexa ou questões técnico-jurídicas relevantes
§ 4º Ao deferir o ingresso de interessado no processo, o
poderá ser levado à apreciação do Plenário.
relator fixará prazo de até quinze dias, contado da ciência do
requerente, para o exercício das prerrogativas processuais § 3º O relator fixará prazo de até sessenta dias para o
previstas neste Regimento, caso o interessado já não as cumprimento das diligências que determinar, podendo o
tenha exercido. período ser superior em caso devidamente justificado.
CAPÍTULO III § 4º Saneado o processo, será a matéria submetida à
apreciação do Plenário, para decisão de mérito.
Da Distribuição
§ 5º Os atos do processo poderão se dar por meio eletrônico,
Art. 120. A distribuição aos Conselheiros e Auditores dos
na forma a ser disciplinada em ato normativo.
processos encaminhados ao Gabinete da Presidência deve
ser procedida segundo os critérios da equitatividade, da Art. 124. A critério do relator, o chefe de seu gabinete poderá
publicidade, da alternatividade e do sorteio, na forma efetuar despachos de mero expediente ou de simples
prevista no art. 96 da Lei Complementar nº 1/94, combinado encaminhamento de processos.
com o art. 16, XXV, deste Regimento.
Art. 125. Consideram-se urgentes e, nessa qualidade, terão
§ 1º A distribuição de que trata este artigo deve ser feita tramitação preferencial os processos e documentos
mediante sorteio eletrônico de processos, observado o referentes a:
disposto no inciso III do art. 45 deste Regimento.
I - requisições de informações e de cópia de documentos ou
§ 2º Os procedimentos a serem observados na distribuição e relatórios de auditorias ou inspeções, efetuadas pela Câmara
sorteio de processos serão estabelecidos em ato próprio. Legislativa;
§ 3º O aceite eletrônico dos processos deverá ser II - pedidos de informações sobre mandados de segurança ou
providenciado até o dia subsequente ao da sua remessa. outros procedimentos judiciais;
Art. 121. Na distribuição do processo referente às contas III - consultas que, por natureza, exijam a imediata solução;
prestadas pelo Governador será observado o sistema de
IV - denúncias ou representações que revelem,
rodízio, aplicando o critério da ordem decrescente de
objetivamente, a ocorrência de irregularidade grave;
antiguidade.
V - medidas cautelares;
Parágrafo único. Se o Conselheiro escolhido se declarar
impedido ou em suspeição ou se vier a entrar em licença VI - casos em que o retardamento na apreciação possa
para tratamento de saúde, será designado substituto, representar grave prejuízo para a Fazenda Pública;
obedecido o mesmo critério, sem prejuízo da designação
VII - recursos previstos neste Regimento que tenham efeito
daquele no exercício seguinte.
suspensivo;
CAPÍTULO IV
VIII - outros assuntos que, a critério do Plenário ou do
Das Etapas do Processo, da Instrução e da Tramitação Presidente, sejam assim considerados.
Art. 122. São etapas do processo a instrução elaborada pelo Parágrafo único. A Presidência classificará os processos e
corpo técnico do Tribunal, o parecer do Ministério Público, o documentos urgentes antes da distribuição.
relatório/voto do relator e a apreciação e o julgamento.
CAPÍTULO V
§ 1º Na etapa da instrução, aplica-se ao servidor que exerce
Da Apresentação de Alegações de Defesa, de Razões de
funções específicas de controle externo no Tribunal, no que
Justificativa e de Documentos Novos
couber, o disposto nos arts. 152 e 153 deste Regimento.
Art. 126. As alegações de defesa e as razões de justificativa
§ 2º Aplica-se no exame dos recursos o disposto no parágrafo
serão admitidas dentro do prazo determinado na citação ou
anterior.
na audiência.
§ 1º Desde a constituição do processo até o término da etapa prazo de até cinco dias, sob a sua responsabilidade, na forma
de instrução, é facultada à parte a juntada de documentos e nas condições definidas em ato normativo.
novos.
Parágrafo único. Se o processo, retirado das dependências
§ 2º Considera-se terminada a etapa de instrução do do Tribunal, não for devolvido, o relator determinará a
processo no momento em que o titular da unidade técnica reconstituição das peças que entender necessárias ao
emitir seu despacho conclusivo. julgamento, que em caso de revelia da parte poderá ter por
fundamento exclusivamente as conclusões da unidade
§ 3º A critério do relator poderá ser admitida a juntada de
técnica.
documentos novos após o término da etapa de instrução.
Art. 134. Deferido o pedido, para o recebimento de cópias, a
§ 4º O disposto no § 1º não prejudica o direito da parte de
parte deverá apresentar comprovante do recolhimento da
distribuir, após a inclusão do processo em pauta, memorial
importância correspondente ao ressarcimento dos custos.
aos Conselheiros, aos Auditores e ao representante do
Ministério Público. § 1º O pagamento será dispensado nas solicitações de
interesse de órgão ou entidade da administração pública
Art. 127. Havendo mais de um responsável pelo mesmo fato,
federal, estadual, distrital ou municipal.
a defesa apresentada por um deles aproveitará a todos,
mesmo ao revel, no que concerne às circunstâncias § 2º Poderá ser fornecida cópia de processo, julgado ou não,
objetivas, e não aproveitará no tocante aos fundamentos de mesmo de natureza sigilosa, ressalvados os documentos e
natureza exclusivamente pessoal. informações protegidos por sigilo fiscal, bancário, comercial
ou outros previstos em lei, a dirigente que comprove, de
CAPÍTULO VI
forma objetiva, a necessidade das informações para defesa
Das Provas do órgão ou entidade federal, estadual, distrital ou
municipal.
Art. 128. As provas que a parte quiser produzir perante o
Tribunal devem sempre ser apresentadas de forma § 3º Constará registro do caráter reservado das informações
documental, mesmo as declarações pessoais de terceiros. em cada cópia de processo de natureza sigilosa a ser
fornecida.
§ 1º São inadmissíveis no processo provas obtidas por meios
ilícitos. Art. 135. Não será concedida vista ou fornecida cópia de
peças da etapa de instrução antes do seu término, assim
§ 2º O relator, em decisão fundamentada, negará a juntada
considerado o momento em que o titular da unidade técnica
de provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
emitir o seu despacho conclusivo.
protelatórias.
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VII
Da Sustentação Oral
Do Pedido de Vista e de Cópia dos Autos
Art. 136. No julgamento ou apreciação de processos de
Art. 129. As partes poderão pedir vista ou cópia de peça do
controle externo, ressalvadas as hipóteses do § 7º deste
processo, mediante solicitação dirigida ao Presidente do
artigo, as partes poderão expressar a intenção de,
Tribunal ou ao relator, conforme o caso, segundo os
pessoalmente ou por procurador devidamente constituído,
procedimentos previstos neste Capítulo.
fazer sustentação oral.
Art. 130. O Presidente concederá vista de processos e cópias
§ 1º O requerimento será apreciado pelo relator do
de peças dos autos às partes até a última decisão de mérito,
respectivo processo, que indicará a data do julgamento.
podendo esta competência ser delegada mediante Portaria.
§ 2º A data do julgamento será informada pelo Tribunal à
Art. 131. O relator decidirá mediante despacho singular
parte ou ao seu procurador constituído com antecedência
sobre solicitação de vista ou de cópia de peças do processo
mínima de dez dias.
ainda não conhecidas pelo Plenário.
§ 3º Quando não requerida a sustentação oral na forma do §
Parágrafo único. Na ausência ou impedimento por motivo de
1º deste artigo, a parte ou o seu procurador legalmente
licença, férias, recesso do Tribunal ou outro afastamento
constituído poderá manifestar essa intenção diretamente ao
legal do relator, caberá ao Presidente decidir sobre os
Presidente na própria sessão de julgamento do processo,
pedidos previstos no caput deste artigo.
desde que ainda não iniciada a fase de discussão da matéria.
Art. 132. Do despacho que indeferir pedido de vista ou cópia
§ 4º Após o pronunciamento do Ministério Público junto ao
de peça de processo cabe agravo, na forma do art. 290 deste
Tribunal, se houver, a parte ou seu representante legal
Regimento.
falará, sem ser aparteado, logo após a apresentação do
Art. 133. Somente advogado regularmente constituído relatório resumido pelo relator e antes do voto deste, por até
poderá retirar processo das dependências do Tribunal, pelo
quinze minutos, com direito à prorrogação por igual tempo, de processo físico, o arquivamento dos autos na unidade
a juízo do Presidente. técnica competente.
§ 5º Havendo pluralidade de responsáveis ou de Art. 138. O Tribunal disciplinará, em ato normativo, os
interessados não representados pelo mesmo procurador, o procedimentos de guarda, gerenciamento, preservação e
prazo será contado em dobro e dividido igualmente entre consulta de autos de processo.
eles, podendo ser prorrogado, na forma do parágrafo
Parágrafo único. Nos processos em que seja cabível a
anterior.
interposição de recurso, o prazo de guarda, gerenciamento,
§ 6º É vedado na sustentação oral o acréscimo de razões ou preservação e consulta dos autos será de, no mínimo, seis
documentos novos, admitido, contudo, o oferecimento de anos, a contar do trânsito em julgado.
memoriais, com o fim exclusivo de melhor elucidar a
CAPÍTULO X
matéria.
Das Nulidades
§ 7º Não se admitirá sustentação oral na apreciação ou
julgamento de embargos de declaração, agravo, consulta e Art. 139. Nenhum ato será declarado nulo se do vício não
medida cautelar. resultar prejuízo para a parte, para o patrimônio público,
para a apuração dos fatos pelo Tribunal ou para a
§ 8º Durante a discussão e o julgamento, por solicitação
deliberação adotada.
exclusiva de Conselheiro, Auditor ou representante do
Ministério Público junto ao Tribunal, poderá ser concedida a Parágrafo único. Quando puder decidir do mérito a favor da
palavra à parte ou a seu representante legal para estrito parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade, o
esclarecimento de matéria de fato. Tribunal não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou
suprirlhe a falta.
CAPÍTULO IX
Art. 140. Não se tratando de nulidade absoluta, considerar-
Do Encerramento e Arquivamento de Processo
se-á válido o ato que, praticado de outra forma, tiver
Art. 137. O processo será encerrado no sistema atingido o seu fim.
informatizado de controle de processos, mediante despacho
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede o
do dirigente da unidade técnica, nas seguintes situações:
suprimento da nulidade absoluta, nas hipóteses previstas
I - quando houver decisão do relator ou do Tribunal pelo neste Regimento e nas leis processuais aplicáveis
apensamento definitivo a outro processo; subsidiariamente aos processos do Tribunal.
II - quando houver decisão do relator, do Tribunal ou da Art. 141. A parte não poderá arguir nulidade a que haja dado
Presidência pelo seu encerramento, após efetuadas as causa ou para a qual tenha, de qualquer modo, concorrido.
comunicações pertinentes e expirados os prazos para os
Art. 142. Conforme a competência para a prática do ato, o
recursos cabíveis dotados de efeito suspensivo, conforme
Tribunal ou o relator declarará a nulidade de ofício, se
certificado pela Secretaria de Controle Externo competente;
absoluta, ou por provocação da parte ou do Ministério
III - nos casos de decisões definitivas ou terminativas, após a Público junto ao Tribunal, em qualquer caso.
efetivação das competentes comunicações e a expiração dos
Art. 143. A nulidade do ato, uma vez declarada, causará a dos
prazos dos recursos cabíveis dotados de efeito suspensivo,
atos subsequentes que dele dependam ou sejam
conforme certificado pela Secretaria de Controle Externo
consequência.
competente;
Parágrafo único. A nulidade de uma parte do ato, porém, não
IV - após o registro de que trata o art. 259 deste Regimento
prejudicará as outras que dela sejam independentes.
Interno;
Art. 144. O relator ou o Tribunal, ao pronunciar a nulidade,
V - nos casos em que o processo tenha cumprido o objetivo
declarará os atos a que ela se estende, ordenando as
para o qual foi constituído;
providências necessárias, a fim de que sejam repetidos ou
VI - nos casos previstos nos arts. 158, § 1º; 159; 197, § 3º; retificados, ressalvado o disposto no art. 139 deste
206, § 1º; 207; 208; 229, § 10; 230, § 6º; 248, incisos I e II; e Regimento.
265 deste Regimento.
Parágrafo único. Pronunciada a nulidade na fase recursal,
§ 1º O encerramento do processo com fundamento nos compete:
incisos I e V deste artigo deverá ser precedido de ciência aos
I - ao relator do recurso ou ao Tribunal declarar os atos a que
interessados dos motivos determinantes.
ela se estende;
§ 2º O encerramento do processo implicará o apensamento
II - ao Conselheiro ou Auditor, sob cuja relatoria o ato
dos autos a outro processo no caso do inciso I, ou, no caso
declarado nulo foi praticado, ou ao seu sucessor, ordenar as
providências necessárias para a repetição ou retificação do I - em que tenha funcionado como advogado, perito,
ato. representante do Ministério Público ou servidor dos Serviços
Auxiliares do Tribunal ou do Controle Interno;
Art. 145. Eventual incompetência do relator será avaliada
pelo Plenário para deliberação sobre a nulidade dos atos por II - cuja matéria tenha anteriormente emitido juízo de
ele praticados. mérito;
Art. 146. Nos processos em que deva intervir, a falta de III - quando nele estiver postulando, como advogado, o seu
manifestação do Ministério Público implica a nulidade do cônjuge, companheiro ou qualquer parente seu,
processo a partir do momento em que esse órgão deveria consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
ter-se pronunciado. terceiro grau, inclusive;
Parágrafo único. A manifestação posterior do Ministério IV - de interesse próprio, de seu cônjuge ou de companheiro,
Público sana a nulidade do processo, se ocorrer antes da ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
decisão definitiva de mérito do Tribunal, nas hipóteses em colateral, até o terceiro grau, inclusive;
que expressamente anuir aos atos praticados anteriormente
V - de interesse de pessoa jurídica da qual seja acionista ou
ao seu pronunciamento.
cotista;
CAPÍTULO XI
VI - quando for herdeiro presuntivo ou donatário de
Do Impedimento e da Suspeição qualquer interessado;
Seção I VII - em que figure como interessada instituição de ensino
com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de
Das Disposições Gerais
contrato de prestação de serviços;
Art. 147. Qualquer parte do processo pode arguir exceção de
VIII - em que figure como interessado cliente do escritório de
impedimento ou de suspeição de Conselheiro, Auditor e
advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente,
membro do Ministério Público junto ao Tribunal, conforme
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
as hipóteses previstas em lei ou neste Regimento, que
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por
devem estar especificadas na petição.
advogado de outro escritório;
Parágrafo único. O Ministério Público junto ao Tribunal tem
IX - quando promover ação contra o interessado ou seu
legitimidade ativa para arguir exceção de impedimento ou
advogado;
suspeição.
X - cuja matéria examinada seja objeto de Representação de
Art. 148. Não constitui impedimento a participação de
sua autoria.
Conselheiro ou de Auditor no julgamento de recurso
interposto contra decisão decorrente de voto ou de proposta § 1º No caso do inciso III, o impedimento só se verifica
de decisão, respectivamente, que tenha proferido. quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da
causa.
Art. 149. Ao Auditor e ao membro do Ministério Público
junto ao Tribunal aplicam-se, no que couber, as hipóteses de § 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de
impedimento e de suspeição previstas em lei ou neste caracterizar impedimento do Conselheiro.
Regimento.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica
Art. 150. O Presidente ou o Conselheiro que se encontrar no caso de mandato conferido a membro de escritório de
ocupando a Presidência não poderá presidir a sessão no advocacia que tenha em seus quadros advogado que
momento da apreciação do processo no qual estiver individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo
impedido ou declarada a sua suspeição. que não intervenha diretamente no processo.
Art. 151. Se o Presidente ou o Conselheiro que estiver § 4º A exceção de impedimento pode ser oferecida pela
presidindo a sessão declarar-se impedido ou invocar parte a qualquer tempo.
suspeição no momento do desempate a votação será
Seção III
reiniciada.
Da Suspeição
Seção II
Art. 153. Há suspeição do Conselheiro:
Do Impedimento
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
Art. 152. Há impedimento do Conselheiro, sendo-lhe vedado
advogados;
exercer suas funções no processo:
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse
no processo, antes ou depois de iniciado, que aconselhar
alguma das partes interessadas acerca do objeto do processo § 2º O incidente de exceção de impedimento ou de suspeição
ou que subministrar meios para atender às despesas do suspenderá o processo originário até o julgamento do
processo; incidente.
III - quando qualquer das partes interessadas for sua credora Art. 156. A arguição será sempre individual, não impedindo
ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de os demais Conselheiros de apreciá-la, ainda que também
parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; objeto de arguição no mesmo processo originário, salvo se já
acolhida a exceção.
IV - interessado no julgamento do processo em favor de
qualquer das partes. Art. 157. A petição poderá ser liminarmente indeferida pelo
Presidente, em despacho fundamentado, se:
§ 1º Poderá o Conselheiro declarar-se suspeito por motivo
de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. I - for manifestamente improcedente ou inepta;
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: II - firmada por parte ilegítima.
I - houver sido provocada por quem a alega; Art. 158. Se admitido o incidente, o Presidente ou o Vice-
Presidente, conforme o caso, concederá o prazo de trinta
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique
dias para a manifestação do arguido.
manifesta aceitação do arguido.
§ 1º Reconhecido pelo arguido o seu impedimento ou a sua
§ 3º A exceção de suspeição deverá ser oferecida na primeira
suspeição, os autos do processo originário serão
oportunidade em que couber à parte manifestar-se nos
encaminhados para redistribuição no caso de ser ele o
autos ou no prazo de quinze dias, contado da data em que
relator e os do incidente, para arquivamento.
tomar ciência do fato que ocasionou a suspeição.
§ 2º Não reconhecido pelo arguido o seu impedimento ou a
Seção IV
sua suspeição, o Presidente ou o Vice-Presidente, conforme
Do Reconhecimento Voluntário de Impedimento ou o caso, submeterá, no prazo de trinta dias, o incidente ao
Suspeição Tribunal em sessão reservada.
Art. 154. A declaração voluntária de impedimento ou de § 3º Quando levado o incidente a Plenário, ao membro do
suspeição pelo relator, assim entendida aquela ocorrida Ministério Público presente à sessão caberá dizer de direito,
antes da instauração do incidente, será feita por despacho, verbalmente.
no qual deverá constar a hipótese prevista em lei ou neste
Art. 159. Caso o Tribunal decida pela existência de suspeição
Regimento em que se enquadra, devolvendo-se os autos
ou impedimento, o processo será distribuído a novo relator
para redistribuição.
ou substituído o Auditor ou Procurador do Ministério Público
§ 1º Se durante o julgamento, Conselheiro, Auditor ou junto ao Tribunal, conforme o caso, para atuar no processo
Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal principal, determinando-se o arquivamento do incidente.
considerar-se impedido ou suspeito, deverá declarar o fato
Art. 160. Em caso de impedimento ou suspeição do
verbalmente, procedendo-se ao respectivo registro em ata e
Presidente, o relator do incidente será o Vice-Presidente.
na Decisão.
Art. 161. A decisão que declarar a existência de impedimento
§ 2º O(s) membro(s) referido(s) no parágrafo anterior que se
ou suspeição especificará o alcance e os respectivos efeitos.
declarar(em) impedido(s) ou invocar(em) suspeição não
participará(ão) da discussão e do julgamento, entendido este Art. 162. O impedimento ou a suspeição será registrado no
como a fase de apresentação dos votos. sistema de protocolo e acompanhamento processual,
devendo tal condição ser anunciada pelo Presidente antes da
Seção V
apreciação do processo.
Do Incidente de Impedimento e de Suspeição
Art. 163. Descabe a interposição de recurso de decisão
Art. 155. Os legitimados para suscitar incidente de relativa a incidente de exceção de impedimento ou de
impedimento ou de suspeição perante este Tribunal deverão suspeição.
fazê-lo em petição fundamentada, devidamente instruída, e
CAPÍTULO XII
dirigida ao Presidente ou Vice-Presidente, se aquele for o
arguido, que atuará, conforme o caso, como relator do Das Comunicações
incidente.
Art. 164. Sempre que houver indício ou configuração de
§ 1º Serão constituídos autos apartados para processar o irregularidade, alcance ou dano ao patrimônio do Distrito
incidente, de caráter sigiloso, ainda que o processo original Federal ou de entidade de sua administração indireta,
não o seja, que ficarão apensados aos autos do processo incluídas as fundações, o Tribunal ordenará a citação, a
original. audiência, notificação ou a cientificação da parte para que
§ 3º Se o início ou vencimento do prazo coincidirem com o admitindo-se um segundo pedido, que deverá ser apreciado
dia em que o expediente for encerrado antes ou iniciado pelo Plenário.
depois da hora normal, ou houver indisponibilidade da
§ 6º O Plenário decidirá sobre a concessão de prorrogação
comunicação eletrônica, o prazo será prorrogado para o
de prazo para os pedidos que ultrapassem o limite
primeiro dia útil seguinte.
inicialmente indicado em deliberação plenária, em despacho
Art. 170. A contagem dos prazos será suspensa no período singular de relator ou regimentalmente.
compreendido entre 16 de dezembro e 14 de janeiro, salvo
§ 7º O Plenário decidirá ainda sobre os pedidos de
se houver expressa decisão em contrário.
prorrogação que tenham ingressado intempestivamente no
§ 1º Suspende-se o prazo por obstáculo criado em setor de protocolo do Tribunal e sobre pedidos que
detrimento da parte, devendo o mesmo ser restituído por inobservem as disposições do § 2º deste artigo.
tempo igual ao que faltava para a sua complementação.
Art. 173. As Secretarias de Controle Externo acompanharão,
§ 2º Aplicam-se, no que couber, as hipóteses de suspensão permanentemente, o cumprimento das decisões do
de prazo previstas no art. 313 do Código de Processo Civil. Plenário, bem como das determinações do Presidente e dos
relatores, cabendo-lhes representar aos relatores ou à
Art. 171. Os acréscimos em publicação e as retificações em
Presidência, nos casos em que não houver relator, sobre
comunicação, que contiverem informações substanciais
inobservâncias ou atrasos verificados.
capazes de afetar a esfera de direito subjetivo do
destinatário, importam em devolução do prazo à parte. Art. 174. O ato que ordenar diligência assinará prazo para
seu cumprimento, findo o qual a matéria poderá ser
Parágrafo único. A comunicação de mera correção de
apreciada, mesmo para a imposição de sanções legais.
inexatidão material ou de resultado de julgamento de
recurso interposto por outro interessado, não ensejará § 1º Se o ato for omisso a respeito, será de trinta dias o prazo
restituição de prazo. para cumprimento de diligência, salvo se existir disposição
especial para o caso.
Art. 172. Compete ao relator decidir, mediante despacho
singular, sobre: § 2º Decorrido o prazo fixado para a prática do ato, extingue-
se, independentemente de declaração, o direito do
I - pedidos de prorrogação dos prazos previstos neste
jurisdicionado de praticá-lo ou alterá-lo, se já praticado,
Regimento ou dos fixados para atendimento de diligências
salvo comprovado justo motivo.
determinadas;
Art. 175. O relator terá o prazo de até trinta dias, contado da
II - representações de unidade técnica do Tribunal,
data do recebimento do processo no seu Gabinete, para
informando o descumprimento de prazo.
submetê-lo à deliberação do Plenário ou, quando for o caso,
§ 1º Os pedidos referidos no inciso I deste artigo, para sobre ele decidir, mediante despacho singular, nos
devidamente fundamentados, deverão ingressar no Tribunal termos dos arts. 123 e 172 deste Regimento.
antes do vencimento do prazo fixado.
§ 1º O relator, antes de esgotado o prazo para deliberação,
§ 2º Os pedidos de prorrogação de prazo formulados pelos poderá, em sessão, solicitar sua prorrogação por igual
órgãos e entidades do Complexo Administrativo do Distrito período.
Federal deverão ter por subscritores seus dirigentes
§ 2º No caso de afastamento do relator do exercício de suas
máximos, ou os substitutos legalmente designados.
funções, por período superior a quinze dias, a assessoria do
§ 3º À falta de decisão tempestiva acerca dos pedidos que seu Gabinete providenciará a remessa à Presidência dos
observem os requisitos dispostos no § 1º, o prazo será processos que requeiram decisão urgente.
considerado automaticamente prorrogado, na forma
Art. 176. Aplicam-se ao Ministério Público junto ao Tribunal
solicitada pelo requerente por período igual ao
o prazo indicado no caput do artigo anterior e a medida de
anteriormente assinado, ou pelo período peticionado, caso
que trata o seu § 1º.
o prazo de dilação seja inferior àquele anteriormente fixado
pelo Tribunal. Art. 177. Os processos relativos ao controle externo serão
instruídos pelas Secretarias de Controle Externo nos prazos
§ 4º A prorrogação de prazo concedida por despacho
fixados em ato próprio.
singular não poderá ser superior ao período inicialmente
fixado em deliberação plenária, em despacho singular de TÍTULO V
relator ou na forma estabelecida regimentalmente, caso o
Da Atividade de Controle Externo
prazo não haja sido explicitamente fixado.
CAPÍTULO I
§ 5º A prorrogação de prazo para interposição de recurso
poderá ser concedida por despacho singular uma única vez, Do Plano de Controle Externo
Art. 178. As ações de controle externo obedecerão a plano observância aos dispositivos legais e regulamentares
anual de controle externo, proposto pela Presidência, de aplicáveis.
acordo com o Plano Estratégico e as diretrizes do Tribunal e
Parágrafo único. O ato normativo mencionado no caput,
eventuais constatações apuradas na análise das Contas
tendo em vista a racionalização e a simplificação do exame e
prestadas pelo Governador do Distrito Federal.
do julgamento das tomadas e prestações de contas pelo
CAPÍTULO II Tribunal, estabelecerá também critérios de formalização dos
respectivos processos, tendo em vista a materialidade dos
Do Julgamento de Contas
recursos públicos geridos, a natureza e a importância
Seção I socioeconômica dos órgãos e entidades.
Da Tomada e Prestação de Contas Art. 185. O responsável que não apresentar, no prazo,
prestação ou tomada de contas anual ficará sujeito à tomada
Art. 179. As pessoas indicadas no art. 6º, inciso I a VI, deste
de contas especial.
Regimento têm o dever de prestar contas e, ressalvado o
disposto no inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal, Art. 186. O Tribunal disciplinará, em ato normativo, a forma
só por decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal de apresentação das contas a serem prestadas pelo
podem ser liberadas dessa responsabilidade. Governador do Distrito Federal.
Parágrafo único. As pessoas físicas, órgãos e entidades Seção II
públicas ou privadas prestarão contas diretamente ao órgão
Da Tomada de Contas Especial
ou entidade repassador, quanto à boa e regular aplicação de
recursos recebidos do Distrito Federal sob a forma de Art. 187. Diante da omissão no dever de prestar contas, da
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos não comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo
congêneres, incluindo auxílios, contribuições, subvenções ou Distrito Federal na forma prevista no inciso VI do art. 6º da
qualquer outra forma de transferência. Lei Complementar nº 1/94, da ocorrência de desfalque ou
desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da
Art. 180. As contas dos administradores e responsáveis a que
prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de
se refere o artigo anterior serão submetidas a julgamento do
que resulte dano ao erário, a autoridade administrativa
Tribunal, sob a forma de tomada ou prestação de contas, que
competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá
poderão ser ordinárias, extraordinárias ou especiais.
adotar providências com vistas à instauração de tomada de
Parágrafo único. Ato normativo próprio do Tribunal disporá contas especial para a apuração dos fatos, identificação dos
sobre a organização, apresentação e apreciação dos responsáveis e quantificação do dano.
processos de tomadas e prestações de contas a que se refere
§ 1º Não providenciado o disposto no caput, o Tribunal
este artigo.
determinará a instauração de tomada de contas especial,
Art. 181. O órgão de controle interno competente fixando prazo para cumprimento dessa decisão.
encaminhará ou colocará à disposição do Tribunal, em cada
§ 2º Esgotadas todas as medidas ao alcance da autoridade
exercício, por meio de acesso a banco de dados
administrativa e do órgão do controle interno, visando à
informatizado, o rol de responsáveis e suas alterações, com
apuração dos fatos irregulares, à perfeita identificação dos
a indicação da natureza da responsabilidade de cada um,
responsáveis e ao ressarcimento do erário, a tomada de
além de outros documentos ou informações necessárias, na
contas especial será encaminhada ao Tribunal para
forma prescrita em ato normativo.
julgamento, observado, quando couber, o art. 202 deste
Art. 182. As contas dos órgãos e fundos indicados no art. 254 Regimento.
deverão ser acompanhadas de demonstrativos que
§ 3º Na ocorrência de perda, extravio ou outra irregularidade
expressem as situações dos projetos e instituições
sem que se caracterize a má-fé de quem lhe deu causa, se o
beneficiadas por renúncia de receitas, bem como do impacto
dano for imediatamente ressarcido, a autoridade
socioeconômico de suas atividades.
administrativa competente deverá, em sua tomada ou
Art. 183. Salvo disposição legal ou regulamentar em prestação de contas ordinária, comunicar o fato ao Tribunal,
contrário, os processos de tomada ou prestação de contas ficando dispensada desde logo a instauração de tomada de
ordinária deverão ser apresentados ao Tribunal dentro dos contas especial.
prazos definidos no ato normativo de que trata o art. 184.
Art. 188. A tomada de contas especial instaurada por
Art. 184. Os processos de tomada ou prestação de contas determinação da autoridade administrativa ou do Tribunal
ordinária conterão os elementos e demonstrativos deverá conter os elementos referidos no art. 10 da Lei
especificados em ato normativo, que evidenciem a boa e Complementar nº 1/94 e os especificados em ato normativo,
regular aplicação dos recursos públicos e, ainda, a sem prejuízo de outras peças que permitam ajuizamento
acerca da responsabilidade ou não pelo dano verificado.
Art. 195. Os atos relativos a despesas de natureza reservada § 4º Comprovada a existência dos requisitos previstos no
serão, com esse caráter, examinados pelo Tribunal, que parágrafo anterior e subsistindo o débito, o Tribunal rejeitará
poderá, à vista das demonstrações recebidas, ordenar a as alegações de defesa e dará ciência ao responsável para
verificação in loco dos correspondentes documentos que, em novo e improrrogável prazo de trinta dias, recolha a
comprobatórios, na forma estabelecida em ato normativo. importância devida.
Seção V § 5º Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a liquidação
tempestiva do débito atualizado monetariamente saneará as
Das Decisões
contas, e não havendo outra irregularidade nas contas o
Art. 196. As contas serão julgadas à vista dos elementos que Tribunal as julgará regulares com ressalva e dará quitação ao
as constituem, definidos neste Regimento, assegurando-se responsável.
aos responsáveis, no caso de irregularidade, o contraditório
§ 6º Não reconhecida a boa-fé do responsável ou havendo
e a ampla defesa.
outras irregularidades, o Tribunal proferirá o julgamento
Art. 197. A decisão em processo de prestação ou de tomada definitivo de mérito pela irregularidade das contas.
de contas, pode ser pr eliminar, definitiva ou terminativa.
§ 7º No caso de rejeição das razões de justificativa, a
§ 1º Preliminar é a decisão pela qual o relator ou o Tribunal, comunicação dessa decisão ao responsável ou interessado,
antes de pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve deverá ser efetivada na mesma oportunidade em que se
sobrestar o julgamento ou, ainda, determinar outras notificar a aplicação das penalidades previstas nos arts. 272
diligências necessárias ao saneamento do processo. e 273.
§ 2º Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas § 8º O responsável que não atender à citação ou à audiência
regulares, regulares com ressalva ou irregulares. será considerado revel pelo Tribunal, para todos os efeitos
legais, dando-se prosseguimento ao processo.
§ 3º Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o
trancamento das contas que forem consideradas Art. 199. A decisão preliminar do relator a que se refere o §
iliquidáveis, ou determina o seu arquivamento pela ausência 1º do art. 197 deste Regimento poderá ser publicada nos
de pressupostos de constituição e de desenvolvimento órgãos oficiais.
válido e regular do processo ou por racionalização
Art. 200. As tomadas e prestações de contas serão julgadas
administrativa e economia processual, nos termos dos arts.
até o término do exercício seguinte àquele em que tenham
206 a 208.
sido apresentadas ao Tribunal.
Art. 198. Verificada irregularidade nas contas, o relator ou o
Art. 201. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são
Tribunal:
regulares, regulares com ressalva, ou irregulares.
I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato
Art. 202. A decisão definitiva em processo de tomada ou
de gestão inquinado;
prestação de contas não constituirá fato impeditivo da
II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para aplicação de multa ou imputação de débito em outros
que, no prazo de trinta dias, apresente alegações de defesa processos, salvo se a matéria tiver sido examinada de forma
ou recolha a quantia devida, ou ainda, a seu critério, adote expressa e conclusiva.
ambas as providências;
Art. 203. As contas serão julgadas regulares quando
III - se não houver débito, determinará a audiência do expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos
responsável para que, no prazo de trinta dias, apresente demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a
razões de justificativa; economicidade dos atos de gestão do responsável.
IV - adotará outras medidas cabíveis. Parágrafo único. Quando julgar as contas regulares, o
Tribunal dará quitação plena ao responsável.
§ 1º Os débitos serão atualizados monetariamente e, caso o
responsável venha a ser condenado pelo Tribunal, serão Art. 204. As contas serão julgadas regulares com ressalva
acrescidos de juros de mora, nos termos da legislação quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta
vigente, devendo essas informações serem registradas de natureza formal de que não resulte dano ao erário.
expressamente no expediente citatório.
§ 1º A decisão deverá indicar os motivos que ensejam a
§ 2º Se a defesa comprovar o indébito, o Tribunal julgará as ressalva das contas.
contas regulares.
§ 2º Na hipótese prevista no caput deste artigo, o Tribunal
§ 3º Na análise da defesa, será verificada a ocorrência de dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou a quem
boa-fé na conduta do responsável e a inexistência de outra lhe haja sucedido, se cabível, a adoção de medidas
irregularidade nas contas. necessárias à correção das impropriedades ou faltas
b) título executivo bastante para a cobrança judicial da dívida Art. 214. Em qualquer fase do processo, o Tribunal poderá
decorrente do débito ou da multa, se não recolhidos no autorizar o recolhimento parcelado da importância devida,
prazo pelo responsável; na forma estabelecida neste Regimento, incidindo sobre
cada parcela os correspondentes acréscimos legais.
c) fundamento para que a autoridade competente proceda à
efetivação das sanções previstas nos arts. 60 e 61 da Lei § 1º Havendo parcelamento autorizado pelo Tribunal, o valor
Complementar nº 1/94. da dívida será atualizado e, se for o caso, acrescido dos juros
de mora até o último dia do mês anterior ao que se iniciar o
Art. 210. A decisão do Tribunal, de que resulte imputação de
recolhimento parcelado.
débito ou cominação de multa, torna a dívida líquida e certa
e tem eficácia de título executivo, nos termos da alínea "b" § 2º O resultado apurado deverá ser dividido pelo número
do inciso III do art. 209 deste Regimento. autorizado de parcelas, devendo o valor de cada uma ser
atualizado monetariamente.
Art. 211. O responsável será notificado para, no prazo
estabelecido neste Regimento Interno, efetuar e comprovar § 3º Sobre as parcelas pagas com atraso incidirão juros de
o recolhimento da dívida a que se refere o art. 20 da Lei mora de um por cento ao mês.
Complementar nº 1/94.
Art. 215. O pedido de parcelamento implica confissão da
Parágrafo único. A notificação será feita na forma prevista no dívida apurada, sendo que o atraso, por mais de trinta dias,
art. 165 deste Regimento. no pagamento de qualquer parcela acarretará o vencimento
antecipado do saldo devedor.
Art. 212. Os débitos fixados pelo Tribunal serão atualizados
monetariamente até a data do efetivo pagamento, na forma Parágrafo único. A autorização do parcelamento implicará as
estabelecida pelo art. 1º da Lei Complementar do DF nº 435, seguintes providências:
de 27 de dezembro de 2001, incidindo juros de mora sobre
I - se o responsável for servidor público distrital, o Tribunal
o valor reajustado, à taxa de um por cento ao mês, até a data
comunicará o fato ao órgão ou à entidade em que esteja
de sua quitação, observados os seguintes critérios:
lotado, para desconto em folha de pagamento, na forma da
I - quando se tratar de retenção ou desvio de valores, a lei;
atualização monetária e os juros de mora serão aplicados,
II - se o responsável não for servidor público distrital, o
conforme o caso, a partir do dia seguinte àquele em que
recolhimento mensal do valor devido deverá ser efetuado:
deveriam ter sido recolhidos;
a) mediante documento de arrecadação emitido a favor do
II - nos casos de débito decorrente de sonegação ou alcance:
órgão arrecadador distrital, no caso de dano causado a órgão
a) a atualização monetária será calculada, conforme o caso, da administração direta ou de multa aplicada pelo Tribunal,
a partir da ocorrência do dano ou da data em que as contas encaminhando os respectivos comprovantes à unidade
deveriam ter sido prestadas; administrativa onde tenha ocorrido o fato gerador da
responsabilidade e também ao Tribunal;
b) os juros de mora serão calculados a partir do dia seguinte
ao do término do prazo fixado em notificação para o b) à própria entidade prejudicada, quando se tratar de dano
pagamento da dívida, salvo se esta decorrer de ato doloso, causado a ente da administração indireta, encaminhando a
quando incidirão a partir da data da ocorrência do dano. comprovação do recolhimento ao Tribunal.
§ 1º Quando a data da ocorrência do dano for desconhecida, Art. 216. Provado o pagamento integral, o Tribunal expedirá
a atualização monetária e, se for o caso, os juros de mora quitação do débito ou da multa ao responsável, desde que o
incidirão a partir do conhecimento do fato pelo dirigente da processo não tenha sido remetido para cobrança judicial.
unidade administrativa.
§ 1º O pagamento integral do débito ou da multa não
§ 2º A reposição do bem deverá ser efetuada ao órgão ou importa em modificação do julgamento quanto à
entidade detentor da carga do bem dado em reposição. irregularidade das contas, ressalvada a situação prevista nos
§§ 3º, 4º e 5º do art. 198 deste Regimento.
§ 3º O recolhimento do valor do débito decorrente de dano
causado a órgão ou entidade deverá ser efetuado ao órgão § 2º Caso já tenha sido encaminhada a documentação para
próprio da administração direta e à própria entidade cobrança executiva, a comunicação do pagamento da dívida
prejudicada. será enviada ao órgão executor.
Art. 213. A multa aplicada pelo Tribunal, quando paga após Art. 217. Expirado o prazo a que se refere a alínea a do inciso
o vencimento, terá o seu valor atualizado monetariamente, III do art. 209, sem manifestação do responsável, o Tribunal:
na forma estabelecida pelo art. 1º da Lei Complementar nº
I - determinará o desconto integral ou parcelado da dívida
435/01, e acrescida de juros de mora de um por cento ao
nos vencimentos, subsídio, salário ou proventos do
mês na data do efetivo pagamento.
responsável, observados os limites previstos na legislação apresentados os esclarecimentos ou em que for certificado
pertinente; o transcurso in albis dos prazos estabelecidos.
II - autorizará, alternativamente, a cobrança judicial da § 2º Esgotado o prazo a que se refere o inciso III deste artigo,
dívida, por intermédio do Ministério Público junto ao o relator dará continuidade à elaboração do relatório
Tribunal; analítico e do projeto de parecer prévio com base nos dados
e elementos disponíveis.
III - providenciará a inclusão do nome do responsável no
Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor § 3º As manifestações intempestivas não serão conhecidas,
público distrital, na forma estabelecida em ato normativo. sendo encaminhadas à Câmara Legislativa do Distrito Federal
ao final do processo.
Art. 218. Para os fins previstos no art. 1º, inciso I, alínea g e
no art. 3º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, § 4º O relator distribuirá um exemplar da versão final do
com a redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 4 de relatório analítico com as conclusões, as ressalvas, as
junho de 2010, o Tribunal, com a devida antecedência ou determinações e as recomendações, se existentes, aos
quando solicitado, enviará ao Ministério Público Eleitoral, o indicados nos incisos I e II deste artigo, em até 48 (quarenta
nome dos responsáveis cujas contas houverem sido julgadas e oito) horas antes da sessão de apreciação das contas.
irregulares nos oito anos imediatamente anteriores à época
Art. 222. O Tribunal disciplinará, em ato normativo, a forma
em que forem realizadas eleições no âmbito da União, dos
de apresentação das Contas Anuais prestadas pelo
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Governador, conforme estabelece o art. 100, inciso XVII, da
Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo aos Lei Orgânica do Distrito Federal.
processos em que houver recurso admitido com efeito
§ 1º Na falta de qualquer dos documentos que devem
suspensivo.
integrar a prestação de contas, o Tribunal o requisitará,
Art. 219. A decisão terminativa, acompanhada de seus devendo fixar prazo para a entrega e registrar o fato no
fundamentos, será publicada no Diário Oficial do Distrito relatório analítico, hipótese em que o prazo previsto no
Federal. caput do art. 220 somente começará a fluir a partir do dia
seguinte ao do recebimento dos documentos requisitados.
CAPÍTULO III
§ 2º O relatório analítico e parecer prévio serão elaborados
Da Apreciação das Contas Prestadas Pelo Governador do
com base nos dados e elementos disponíveis, caso os
Distrito Federal
documentos requisitados não sejam entregues até a data
Art. 220. O Tribunal de Contas fará relatório analítico e fixada, devendo a Câmara Legislativa ser informada sobre
emitirá parecer prévio sobre as contas anuais prestadas pelo esse fato.
Governador, no prazo de sessenta dias, contado do seu
§ 3º O relator poderá dispensar a remessa de
recebimento.
demonstrativos que estejam disponíveis em sistema
Parágrafo único. Até a última sessão ordinária do mês de eletrônico de processamento de dados acessível ao Tribunal.
setembro, o Plenário designará, entre os Conselheiros
Art. 223. O Tribunal emitirá parecer prévio no sentido de não
efetivos, o relator das contas a serem prestadas pelo
serem aprovadas as contas anuais prestadas pelo
Governador, relativas ao exercício subsequente.
Governador do Distrito Federal quando constatar
Art. 221. Concluída a versão preliminar do relatório analítico, irregularidades consideradas graves, em especial quando:
o relator encaminhará cópia:
I - as aplicações em ações e serviços públicos de saúde ou em
I - ao Presidente, aos Conselheiros e aos Auditores; manutenção e desenvolvimento do ensino não observarem
os limites mínimos estabelecidos nos arts. 198, § 2º, e 212 da
II - ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do
Constituição Federal e nas demais normas correlatas;
Distrito Federal para se manifestar no prazo de 05 (cinco)
dias úteis; II - não forem atingidas as metas fiscais ou cumpridos
quaisquer dos limites máximos de despesas com pessoal, da
III - após a manifestação do Ministério Público, ao
dívida e do endividamento públicos, incluindo-se a
Governador do Distrito Federal e, se for o caso, ao
contratação de operação de crédito e a concessão de
Governador anterior responsável e ao Presidente da Câmara
garantias, exigidos na Constituição Federal, na Lei
Legislativa do Distrito Federal, para, querendo, apresentar os
Complementar nº 101/00, e em demais normas afetas à
esclarecimentos que julgar necessários, no prazo de 05
matéria;
(cinco) dias úteis do seu recebimento.
III - forem constatadas falhas ou impropriedades que
§ 1º A concessão dos prazos previstos nos incisos II e III deste
comprometam gravemente a correção e exatidão de que
artigo suspenderá o curso do prazo previsto no art. 220 deste
devem estar revestidos os procedimentos de natureza
Regimento, que será retomado na data em que forem
orçamentária, financeira, patrimonial e contábil referentes
às contas prestadas, inclusive no que se refere à elaboração Da Fiscalização Exercida por Iniciativa Própria
dos balanços orçamentário, financeiro e patrimonial, das
Art. 227. O Tribunal, no exercício de suas atribuições, poderá
demonstrações das variações patrimoniais e das demais
realizar, por iniciativa própria, ou em decorrência de acordos
demonstrações contábeis integrantes da prestação de
de cooperação, fiscalizações nos órgãos e entidades sob sua
contas, em conformidade com as normas aplicáveis à
jurisdição, com vistas a verificar a legalidade, a
matéria;
economicidade, a legitimidade, a eficiência, a eficácia e a
IV - as contas não forem organizadas e encaminhadas pelo efetividade de atos, contratos e fatos administrativos.
Governador do Distrito Federal com os elementos previstos
Subseção II
na Lei Complementar nº 1/94, e no artigo anterior deste
Regimento, de modo que tal inobservância venha Da Fiscalização Exercida por Iniciativa da Câmara
obstaculizar as análises necessárias à elaboração do relatório Legislativa
analítico e emissão do parecer prévio pelo Tribunal;
Art. 228. Compete, ainda, ao Tribunal:
V - constatados outros fatores que, pela gravidade e
I - realizar, por iniciativa da Câmara Legislativa ou de
repercussão negativa que venham a ter sobre os resultados
comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
das gestões orçamentária, financeira, patrimonial, contábil e
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
fiscal realizadas, possam enquadrar-se na hipótese prevista
patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes
no caput deste artigo.
Legislativo e Executivo do Distrito Federal e nas entidades da
Parágrafo único. O parecer, favorável ou não à aprovação administração indireta, incluídas as fundações e sociedades
das contas, conforme o caso, quanto às falhas, omissões, instituídas ou mantidas pelo Poder Público distrital;
infrações e outras irregularidades, poderá conter ressalvas,
II - prestar as informações solicitadas pela Câmara
determinações e recomendações, que as justifiquem.
Legislativa, por qualquer de suas Comissões, sobre a
CAPÍTULO IV fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de inspeções e auditorias
Da Fiscalização
realizadas;
Art. 224. A fiscalização dar-se-á em todos os níveis, inclusive
III - emitir, no prazo de trinta dias contados do recebimento
pelo acompanhamento da execução dos projetos e
da solicitação, pronunciamento conclusivo sobre matéria
atividades e da movimentação de recursos de fundos
que seja submetida a sua apreciação pela Comissão
especiais ou contábeis, com a finalidade de avaliar os
competente, nos termos do art. 79 da Lei Orgânica do
resultados quanto à eficiência e eficácia da gestão financeira,
Distrito Federal;
orçamentária e patrimonial dos órgãos e entidades
jurisdicionados, bem como dos princípios da economicidade. IV - auditar, por solicitação da Comissão competente ou de
comissão técnica da Câmara Legislativa, projetos e
Art. 225. No exercício da fiscalização, o Tribunal considerará:
programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando
I - a estrutura orgânica e funcional dos órgãos e entidades os seus resultados quanto à eficácia, eficiência e
jurisdicionados; economicidade.
II - as peculiaridades das autarquias e fundações; § 1º O atendimento de matéria de iniciativa isolada de
parlamentar fica sujeito à prévia aprovação da Mesa
III - os objetivos e a natureza das empresas públicas e
Diretora.
sociedades de economia mista, bem assim as normas e
métodos do setor privado que lhes regem o funcionamento; § 2º O Tribunal regulamentará as formas de atendimento às
solicitações de que trata este artigo, bem como aos pedidos
IV - o exercício do controle do endividamento público, com a
de cópia e de vista de processo oriundos da Câmara
discriminação de suas fontes e usos, prazos de maturação e
Legislativa, além de definir os legitimados a efetuar esses
perfil da dívida;
pedidos.
V - a análise da aplicação dos recursos provenientes de
§ 3º O Plenário ou o relator não conhecerá de solicitações
operações de créditos.
encaminhadas ao Tribunal por quem não seja legitimado.
Art. 226. A ação fiscalizadora do Tribunal levará em conta o
§ 4º Se a solicitação implicar a realização de auditoria, o
grau de confiabilidade do sistema de controle interno,
relator submeterá à deliberação do Plenário sua inclusão no
disciplinado na forma dos arts. 257 e 258 deste Regimento.
plano de fiscalização do Tribunal.
Seção I
Subseção III
Da Iniciativa da Fiscalização
Da Denúncia
Subseção I
§ 5º Caberá às Secretarias de Controle Externo analisar, III - subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.
preliminarmente, o cumprimento dos requisitos de
§ 1º As auditorias de que trata este artigo classificam-se em:
admissibilidade das representações, bem como o
atendimento às demais disposições deste artigo. I - programadas, aquelas aprovadas anualmente pelo
Tribunal, em programa geral consolidado, e que terão por
§ 6º O relator ou o Tribunal não conhecerá de representação,
finalidade verificações abrangentes dos atos e fatos
devendo o respectivo processo ser arquivado após
administrativos e operacionais, especialmente quanto à
comunicação ao representante, diante da:
legalidade, legitimidade e economicidade, bem como para
I - não identificação da verossimilhança das informações; avaliar a organização, eficiência e eficácia do controle
interno;
II - inobservância de requisitos ou de formalidades prescritas
neste artigo. II - especiais, aquelas realizadas quando situações específicas
as exigirem, mediante autorização ou determinação do
§ 7º Conhecida a representação, o relator ou o Tribunal
Tribunal.
poderá dar conhecimento do assunto à jurisdicionada ou
interessado com vistas à apresentação de esclarecimentos, § 2º As auditorias devem observar as normas internacionais
desde que esta iniciativa não prejudique a apuração. aplicáveis às fiscalizações no setor público.
§ 8º Em caso de urgência, a representação poderá ser Subseção III
encaminhada ao Tribunal via telegrama ou por outro meio
Das Inspeções
eletrônico, sempre com confirmação de recebimento e
posterior remessa do original em dez dias, contados a partir Art. 233. Inspeção é o instrumento de fiscalização utilizado
da mencionada confirmação. pelo Tribunal para:
§ 9° Aplicam-se às representações o disposto nos arts. 248 a I - verificar o cumprimento de suas deliberações;
250 deste Regimento Interno.
II - obter dados ou informações preliminares sobre a
Seção II procedência de fatos relacionados a denúncias ou
representações;
Dos Instrumentos de Fiscalização
III - suprir omissões e lacunas ou esclarecer dúvidas acerca
Subseção I
de dados ou informações constantes de documentos.
Dos Levantamentos
Parágrafo único. As inspeções serão autorizadas ou
Art. 231. Levantamento é o instrumento de fiscalização determinadas pelo Tribunal, Presidente ou relator.
utilizado pelo Tribunal para:
Subseção IV
I - conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e
Dos Acompanhamentos
entidades da administração direta, indireta e fundacional do
Distrito Federal, incluindo fundos e demais instituições que Art. 234. Acompanhamento é o instrumento de fiscalização
lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos sistemas, utilizado pelo Tribunal para:
programas, projetos e atividades governamentais no que se
I - examinar, ao longo de um período predeterminado, a
refere aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentários,
legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos
operacionais e patrimoniais;
responsáveis, quanto ao aspecto contábil, financeiro,
II - identificar objetos e instrumentos de fiscalização; orçamentário e patrimonial;
III - avaliar a viabilidade da realização de fiscalização. II - avaliar, ao longo de um período predeterminado, o
desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionadas, assim
Subseção II
como dos sistemas, programas, projetos e atividades
Das Auditorias governamentais, quanto aos aspectos de economicidade,
eficiência e eficácia dos atos praticados.
Art. 232. Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado
pelo Tribunal para: Art. 235. O acompanhamento das atividades dos órgãos e
entidades jurisdicionadas será feito de forma seletiva e
I - examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão
concomitante, mediante informações obtidas:
dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto
contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; I - pela publicação nos órgãos oficiais e mediante consulta a
sistemas informatizados adotados pela administração
II - avaliar o desempenho dos órgãos e entidades
pública distrital:
jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas,
projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos
de economicidade, eficiência e eficácia;
a) da lei relativa ao plano plurianual, da lei de diretrizes Parágrafo único. Compete aos Secretários de Controle
orçamentárias, da lei orçamentária anual e da abertura de Externo, em processo específico, designar servidores para
créditos adicionais; desempenhar funções de fiscalização, observado o disposto
neste Regimento.
b) dos editais de licitação, dos extratos de contratos e de
convênios, acordos, ajustes, termos de parceria ou outros Art. 239. Aos servidores incumbidos da fiscalização será
instrumentos congêneres, bem como dos atos sujeitos a facultado amplo acesso a todos os processos, documentos e
registro; informações, inclusive a sistemas eletrônicos de
processamento de dados, necessários à realização de seu
II - por meio de expedientes e documentos solicitados pelo
trabalho, devendo ser asseguradas as condições materiais
Tribunal ou colocados à sua disposição;
para o desempenho do encargo.
III - por meio de visitas técnicas ou participações em eventos
§ 1º São obrigações do servidor que exerce funções
promovidos por órgãos e entidades da administração
específicas de controle externo no Tribunal:
pública;
I - manter, no desempenho de suas funções, atitude de
IV - pelo acesso a informações publicadas em sítio eletrônico
independência, serenidade e imparcialidade;
do órgão ou entidade.
II - representar à chefia imediata contra os responsáveis
Parágrafo único. As informações obtidas pelos
pelos órgãos e entidades sob fiscalização, em casos de falhas
procedimentos previstos neste artigo independem da
ou irregularidades;
existência de processo autuado, podendo ser objeto de
delegação de competência. III - propor a aplicação de multas, nos casos previstos neste
Regimento;
Subseção V
IV - guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em
Dos Monitoramentos
decorrência do exercício de suas funções e pertinentes aos
Art. 236. Monitoramento é o instrumento de fiscalização assuntos sob sua fiscalização, utilizando-os, exclusivamente,
utilizado pelo Tribunal para verificar o cumprimento de suas para instrução dos processos sob sua responsabilidade.
deliberações e os resultados delas advindos.
§ 2º Aos servidores a que se refere este artigo, quando
Seção III credenciados pelo Presidente do Tribunal ou, por delegação
deste, pelos dirigentes das unidades técnicas dos Serviços
Do Plano de Fiscalização
Auxiliares do Tribunal, para desempenharem funções de
Art. 237. As auditorias programadas, inspeções, auditorias, inspeções e diligências expressamente
acompanhamentos, monitoramentos e demais determinadas pelo Tribunal, Presidência ou relator, são
instrumentos de fiscalização, obedecerão a plano de asseguradas as seguintes prerrogativas:
fiscalização elaborado pela Presidência, em consulta com os
I - livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição
relatores, e aprovado pelo Plenário.
do Tribunal;
§ 1º A periodicidade, os critérios e os procedimentos para
II - acesso a todos os documentos e informações necessários
elaboração do plano de fiscalização serão estabelecidos em
à realização de seu trabalho;
ato próprio do Tribunal.
III - competência para requerer, nos termos deste
§ 2º Os levantamentos e inspeções serão realizados por
Regimento, aos responsáveis pelos órgãos e entidades
autorização ou determinação do Plenário, do relator ou, na
objeto de inspeções, auditorias e diligências, as informações
hipótese do art. 16, inciso XIV, deste Regimento, do
e documentos necessários para instrução de processos e
Presidente, independentemente de programação,
relatórios de cujo exame esteja expressamente encarregado
observada a disponibilidade dos recursos humanos e
por sua chefia imediata.
materiais necessários.
Art. 240. A administração do órgão ou entidade sob
Seção IV
fiscalização atenderá, prioritariamente, as requisições de
Da Execução das Fiscalizações cópias de documentos e os pedidos de informação do
Tribunal.
Art. 238. As fiscalizações serão realizadas por servidores dos
Serviços Auxiliares do Tribunal, podendo, excepcionalmente Art. 241. Nenhum processo, informação ou documento
e subsidiariamente, contar com assessoramento ou poderá ser recusado ou sonegado, sob qualquer pretexto,
prestação de consultoria por empresas ou profissionais aos responsáveis pelas fiscalizações autorizadas.
especializados, mediante contrato, sob a coordenação dos
§ 1º O servidor a quem for recusado ou sonegado
referidos servidores, com supervisão da Presidência ou do
documento ou informação, bem como negado o acesso a
relator.
sistemas eletrônicos de processamento de dados, dará
ciência imediata do fato ao seu superior hierárquico, Parágrafo único. Ao constatar indícios de crime de ação
cabendo aos Secretários de Controle Externo representar ao pública ou de atos de improbidade administrativa, em
Presidente do Tribunal ou ao relator. processos que lhe forem submetidos, o Tribunal
encaminhará à Procuradoria-Geral de Justiça do Distrito
§ 2º O Tribunal comunicará a recusa, sonegação ou negativa
Federal e Territórios cópias dos documentos necessários à
de acesso à autoridade competente, assinando prazo para
instauração de processo criminal.
apresentar os elementos sonegados ou viabilizar o acesso a
sistemas eletrônicos de processamento de dados. Seção V
§ 3º Vencido o prazo e não cumprida a exigência, sujeitar-se- Do Objeto da Fiscalização
ão os responsáveis à sanção prevista no art. 272, incisos V e
Subseção I
VI, deste Regimento.
Da Fiscalização de Atos e Contratos
§ 4º Sem prejuízo da sanção referida no parágrafo anterior,
poderá o Plenário determinar, cautelarmente a medida Art. 247. Para assegurar a eficácia do controle externo e
prevista no art. 274 deste Regimento. instruir o julgamento das contas, o Tribunal efetuará a
fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa,
Art. 242. É vedado aos encarregados de auditorias, inspeções
praticados pelos responsáveis sujeitos à sua jurisdição,
ou de outro procedimento de fiscalização previsto neste
competindo-lhe, para tanto, em especial:
Regimento divulgar informações sobre os trabalhos a seu
cargo, assim como apresentar sugestões ou recomendações I - realizar fiscalizações, na forma estabelecida nos arts. 231
pessoais ao órgão ou entidade sob fiscalização. a 236 deste Regimento;
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo II - fiscalizar, na forma estabelecida no art. 252 deste
sujeitará o responsável à pena disciplinar de advertência, Regimento, a aplicação de quaisquer recursos repassados
suspensão ou demissão, conforme a gravidade da falta. pelo Distrito Federal a qualquer pessoa, física ou jurídica, de
direito público ou privado, mediante convênio, acordo,
Art. 243. Os Secretários de Governo ou autoridades
ajuste ou outros instrumentos congêneres.
equivalentes e os dirigentes das entidades da administração
indireta, incluídas as fundações, poderão representar ao Art. 248. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos
Tribunal contra excesso ou abuso porventura praticado e contratos, o relator ou o Tribunal:
durante a realização de auditorias, inspeções e demais
I - determinará o arquivamento do processo, ou o seu
instrumentos de fiscalização previstos neste Regimento.
apensamento às contas correspondentes, se útil à
Art. 244. No curso de fiscalização, se verificado apreciação destas, quando não apurada transgressão à
procedimento de que possa resultar dano ao erário ou norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
irregularidade grave, a equipe representará, desde logo, com financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
suporte em elementos concretos e convincentes, ao
II - determinará a adoção de providências corretivas por
dirigente da unidade técnica, o qual submeterá a matéria ao
parte do responsável ou de quem lhe haja sucedido quando
respectivo relator, com parecer conclusivo.
verificadas tão somente falhas de natureza formal ou outras
§ 1º O relator, considerando a urgência requerida, fixará impropriedades que não ensejem a aplicação de multa aos
prazo de até 05 (cinco) dias úteis para que o responsável se responsáveis ou que não configurem indícios de débito e o
pronuncie sobre os fatos apontados. arquivamento ou apensamento do processo às respectivas
contas, sem prejuízo do monitoramento do cumprimento
§ 2º A fixação de prazo para pronunciamento não impede
das determinações;
que o Tribunal ou o relator adote, desde logo, medida
cautelar, de acordo com o disposto no art. 277, III - recomendará a adoção de providências quando
independentemente do recebimento ou da análise prévia verificadas oportunidades de melhoria de desempenho,
das justificativas da parte. encaminhando os autos à unidade técnica competente, para
fins de monitoramento do cumprimento das determinações;
Art. 245. As modalidades e procedimentos a serem
observados na realização de fiscalizações serão definidos em IV - determinará a audiência do responsável para, no prazo
ato normativo. de trinta dias, apresentar razões de justificativa, quando
verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato
Art. 246. O Tribunal, quando for o caso, comunicará às
ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como infração à
autoridades competentes dos Poderes Legislativo e
norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
Executivo o resultado das auditorias, inspeções e de outros
financeira, orçamentária ou patrimonial;
procedimentos de fiscalização que realizar, para a adoção de
medidas corretivas das irregularidades e falhas apontadas. V - determinará a oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro
interessado para, no prazo de trinta dias, manifestarem-se
sobre fatos que possam resultar em decisão do Tribunal no
sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou § 4º Verificada a hipótese do parágrafo anterior, e se decidir
alterar contrato em seu desfavor. sustar o contrato, o Tribunal:
§ 1º Acolhidas as razões de justificativa, o Tribunal, conforme I - determinará ao responsável que, no prazo de até quinze
o caso, adotará uma das providências previstas no inciso I dias, adote as medidas necessárias ao cumprimento da
deste artigo. decisão;
§ 2º Rejeitadas as razões de justificativa, o Tribunal poderá II - comunicará o decidido à Câmara Legislativa e ao Poder
aplicar ao responsável, no próprio processo de fiscalização, Executivo.
ressalvado o disposto no art. 202, a multa prevista no inciso
Art. 250. Ao exercer a fiscalização, se configurada a
II ou III do art. 272 deste Regimento e determinará o registro
ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra
do processo às contas correspondentes.
irregularidade de que resulte dano ao erário, o Tribunal
§ 3º Na oportunidade do exame das contas, será verificada a ordenará, desde logo, a conversão do processo em tomada
conveniência da renovação da determinação das de contas especial, salvo as hipóteses previstas nos art. 208
providências de que trata o inciso II deste artigo, com vistas deste Regimento e 85 da Lei Complementar nº 1/94.
a aplicar oportunamente, se for o caso, o disposto no § 1º do
§ 1º Caso a tomada de contas especial envolva responsável
art. 205 deste Regimento.
por contas ordinárias deverá ser observado o disposto no art.
§ 4º A aplicação de multa em processo de fiscalização não 202 deste Regimento.
implicará prejulgamento das contas ordinárias da unidade
§ 2º O processo de tomada de contas especial a que se refere
jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto
este artigo tramitará em separado das respectivas contas
dos demais atos de gestão do período envolvido.
anuais.
§ 5º Caso as matérias objeto da oitiva de que trata o inciso V
Art. 251. O Tribunal comunicará às autoridades competentes
deste artigo demandem urgente decisão de mérito, a
o resultado das inspeções e auditorias que realizar, para as
unidade técnica responsável pela fiscalização dará a elas
medidas saneadoras das impropriedades e faltas
prioridade na instrução processual, deixando para propor as
identificadas.
medidas constantes dos incisos II, III e IV deste artigo em
momento posterior à deliberação do Tribunal sobre aquelas Subseção II
questões.
Da Fiscalização de Convênios, Acordos, Ajustes e Outros
§ 6º Observar-se-ão em relação à oitiva prevista no inciso V Instrumentos
deste artigo as normas aplicáveis à audiência, no que couber.
Art. 252. A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos
Art. 249. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato em repassados à pessoa, física ou jurídica, de direito público ou
execução, o Tribunal assinará prazo de até trinta dias para privado, pelo Distrito Federal, pelas autarquias, fundações
que o responsável adote as providências necessárias ao instituídas e mantidas pelo poder público e demais órgãos e
exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos entidades da administração pública distrital mediante
dispositivos a serem observados, sem prejuízo do disposto convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
no inciso IV e nos §§ 1º e 2º do artigo anterior. congêneres, será feita pelo Tribunal por meio de
levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos
§ 1º No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não
ou monitoramentos, bem como por ocasião do exame dos
atendido:
processos de tomadas ou prestações de contas da unidade
I - sustará a execução do ato impugnado; ou entidade transferidora dos recursos.
II - comunicará a decisão à Câmara Legislativa; § 1º Para o cumprimento do disposto neste artigo deverão
ser verificados, entre outros aspectos, o atingimento dos
III - aplicará ao responsável, no próprio processo de
objetivos acordados, a correção da aplicação dos recursos, a
fiscalização, a multa prevista no inciso VII do art. 272 deste
observância às normas legais e regulamentares pertinentes
Regimento.
e às cláusulas pactuadas.
§ 2º No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido,
§ 2º Poderá responder solidariamente pela irregularidade e
adotará a providência prevista no inciso III do parágrafo
ficará sujeito à multa prevista no inciso II ou III do art. 272
anterior e comunicará o fato à Câmara Legislativa, a quem
deste Regimento a autoridade administrativa que transferir,
compete adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
Poder Executivo, as medidas cabíveis.
congêneres, recursos públicos distritais a gestores omissos
§ 3º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo na prestação de contas de recursos anteriormente recebidos
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no ou que tenham dado causa à perda, extravio ou outra
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito da sustação irregularidade que resulte dano ao erário, ainda não
do contrato. ressarcido.
§ 3º A autoridade administrativa competente deverá adotar Federal das normas da Lei Complementar nº 101/00 - Lei de
imediatas providências com vistas à instauração de tomada Responsabilidade Fiscal;
de contas especial no caso de omissão na prestação de
II - o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação dos
contas ou quando constatar irregularidade na aplicação dos
processos de desestatização realizados pela administração
recursos públicos distritais transferidos, sob pena de
pública distrital, compreendendo as privatizações de
responsabilidade solidária, na forma prescrita em ato
empresas, incluindo instituições financeiras, e as
normativo.
concessões, permissões e autorizações de serviço público,
Subseção III previstas no art. 175 da Constituição Federal, no art. 186 da
Lei Orgânica do Distrito Federal e nas normas legais
Da Fiscalização da Aplicação de Subvenções, Auxílios e
pertinentes, conforme disposto em ato normativo;
Contribuições
III - as fiscalizações de projetos ou programas financiados por
Art. 253. A fiscalização pelo Tribunal da aplicação de recursos
organismos multilaterais e bilaterais de crédito, na qualidade
transferidos sob as modalidades de subvenção, auxílio e
de órgão de auditoria independente, nos termos e prazos
contribuição compreenderá as fases de concessão, utilização
previstos nos respectivos contratos de operação de crédito;
e prestação de contas e será realizada, no que couber, na
forma estabelecida no art. 252 deste Regimento. IV - outras fiscalizações determinadas em lei.
Subseção IV Parágrafo único. Poderão ser editados atos normativos
específicos disciplinando as fiscalizações de que tratam os
Da Fiscalização da Arrecadação da Receita
incisos I a IV.
Art. 254. A fiscalização da arrecadação da receita a cargo dos
Subseção VII
órgãos e entidades da administração direta, indireta e das
fundações instituídas e mantidas pelo poder público distrital, Do Controle Interno
bem como dos fundos e demais instituições sob jurisdição do
Art. 257. O órgão próprio do sistema de Controle Interno do
Tribunal, far-se-á em todas as etapas da receita e processar-
Governo do Distrito Federal informará ao Tribunal, até 31 de
se-á mediante levantamentos, auditorias, inspeções,
janeiro de cada ano, sua programação de fiscalização para o
acompanhamentos ou monitoramentos, incluindo a análise
exercício, bem como ao final de cada quadrimestre as
de demonstrativos próprios, com a identificação dos
eventuais alterações, indicando órgãos e entidades a serem
respectivos responsáveis, na forma estabelecida em ato
fiscalizados, o objeto e a modalidade das fiscalizações.
normativo.
Parágrafo único. Concluída a fiscalização, deverá o órgão de
Subseção V
Controle Interno encaminhar cópia do seu relatório final ao
Da Fiscalização da Renúncia de Receitas Tribunal de Contas do Distrito Federal, sem prejuízo das
providências dela decorrentes.
Art. 255. A fiscalização pelo Tribunal da renúncia de receitas
será feita, preferentemente, mediante auditorias, inspeções Art. 258. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
ou acompanhamentos nos órgãos supervisores, bancos conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
operadores e fundos que tenham atribuição administrativa dela darão ciência de imediato ao Tribunal de Contas, sob
de conceder, gerenciar ou utilizar os recursos decorrentes pena de responsabilidade solidária.
das aludidas renúncias, sem prejuízo do julgamento das
§ 1º Na comunicação ao Tribunal, o dirigente do órgão
tomadas e prestações de contas apresentadas pelos
competente indicará as providências adotadas, para evitar
referidos órgãos, entidades e fundos, quando couber, na
ocorrências semelhantes.
forma estabelecida em ato normativo.
§ 2º Verificada em inspeção ou auditoria, ou no julgamento
Parágrafo único. A fiscalização terá como objetivos, entre
de contas, irregularidade ou ilegalidade que não tenha sido
outros, verificar a legalidade, legitimidade, eficiência,
comunicada tempestivamente ao Tribunal, e provada a
eficácia e economicidade das ações dos órgãos e entidades
omissão, o dirigente do órgão de controle interno, na
mencionados no caput, bem como o real benefício
qualidade de responsável solidário, ficará sujeito às sanções
socioeconômico dessas renúncias.
previstas para a espécie na Lei Complementar nº 1/94.
Subseção VI
CAPÍTULO V
Das Outras Fiscalizações
Da Apreciação de Atos Sujeitos a Registro
Art. 256. O Tribunal realizará, ainda:
Art. 259. O Tribunal apreciará, para fins de registro,
I - a fiscalização no âmbito de suas atribuições, do mediante procedimentos de fiscalização ou processo
cumprimento, por parte dos órgãos e entidades do Distrito específico, na forma estabelecida em normativos próprios,
os atos de:
I - admissão de pessoal, a qualquer título, na administração Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e autoridade administrativa omissa.
mantidas pelo poder público distrital, excetuadas as
Parágrafo único. Recusado o registro do ato, por ser
nomeações para cargo de provimento em comissão;
considerado ilegal, a autoridade administrativa responsável
II - concessão de aposentadorias, reformas e pensões a poderá emitir novo ato, se for o caso, escoimado das
servidores públicos civis e militares ou a seus beneficiários, irregularidades verificadas.
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
Art. 263. O relator ou o Tribunal não conhecerá de
fundamento legal do ato concessório inicial.
requerimento que lhe seja diretamente dirigido por
Art. 260. Para o exercício da competência atribuída ao interessado na obtenção de quaisquer benefícios ou
Tribunal, nos termos do inciso III do art. 71, c/c o art. 75 da vantagens de caráter pessoal, devendo a solicitação ser
Constituição Federal e art. 78, inciso III, da LODF, a arquivada após comunicação ao requerente.
autoridade administrativa responsável por ato de admissão
CAPÍTULO VI
de pessoal ou de concessão de aposentadoria, reforma ou
pensão, a que se refere o artigo anterior, submeterá os Das Consultas
dados e informações necessários ao respectivo órgão de
Art. 264. Em caso de dúvida na aplicação de disposição legal
controle interno, que deverá emitir parecer sobre a
ou regulamentar, em matéria de sua competência, o
legalidade dos referidos atos e torná-los disponíveis à
Tribunal decidirá sobre consultas que lhe forem formuladas
apreciação do Tribunal, na forma estabelecida em ato
pelo Presidente da Câmara Legislativa, Governador do
normativo.
Distrito Federal, por Secretário de Governo ou autoridade
§ 1º O Tribunal determinará o registro dos atos que equivalente, bem como por dirigente de órgão
considerar legais e recusará o registro dos atos considerados relativamente autônomo ou entidade da administração
ilegais. indireta, incluídas as fundações.
§ 2º A decisão que considerar legal o ato e determinar o seu § 1º As consultas deverão versar direito em tese, indicar com
registro poderá ser revista de ofício pelo Tribunal, com a precisão seu objeto e ser acompanhadas de parecer técnico-
oitiva do Ministério Público e do beneficiário do ato, no jurídico da Administração.
prazo de até cinco anos da apreciação, se verificado que o
§ 2º A resposta à consulta terá caráter normativo e
ato viola a ordem jurídica, ou a qualquer tempo, no caso de
constituirá prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso
comprovada má-fé.
concreto.
§ 3º Identificada irregularidade em ato de concessão já
§ 3º A decisão sobre processo de consulta somente será
cadastrado nos sistemas informatizados do TCDF, poderá o
tomada se presentes na sessão pelo menos cinco
Tribunal proceder ao exame do respectivo ato, dispensando
Conselheiros, incluindo o Presidente e Auditores
a manifestação do órgão de controle interno respectivo.
convocados.
§ 4º Será considerado prejudicado, por inépcia, o ato de
Art. 265. O Tribunal não conhecerá de consulta que não
admissão ou concessão que apresentar inconsistências nas
atenda aos requisitos do artigo anterior ou verse sobre caso
informações prestadas pelo órgão de pessoal que
concreto, devendo o processo ser arquivado após
impossibilitem sua análise, devendo ser determinado o
comunicação ao consulente.
encaminhamento de novo ato, livre de falhas.
TÍTULO VI
Art. 261. Quando o Tribunal considerar ilegal ato de
admissão de pessoal, o órgão de origem deverá, observada a Das Sanções
legislação pertinente, adotar as medidas regularizadoras
CAPÍTULO I
cabíveis, fazendo cessar todo e qualquer pagamento
decorrente do ato impugnado. Das Disposições Gerais
Parágrafo único. O responsável que injustificadamente Art. 266. O Tribunal de Contas do Distrito Federal poderá
deixar de adotar as medidas de que trata o caput, no prazo aplicar aos administradores ou responsáveis as sanções
de trinta dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, previstas na Lei Complementar nº 1/94, na forma
ficará sujeito à multa e à reparação do dano decorrente, estabelecida neste Regimento Interno.
conforme o caso.
Art. 267. Às mesmas sanções previstas neste Regimento
Art. 262. Quando o ato de concessão de aposentadoria, Interno ficarão sujeitos, por responsabilidade solidária, na
reforma ou pensão for considerado ilegal, o órgão de origem forma prevista no § 1º do art. 74, c/c o art. 75 da Constituição
fará cessar o pagamento dos proventos ou benefícios no Federal e no § 1° do art. 80 da Lei Orgânica do Distrito
prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão do Federal, os responsáveis pelo controle interno que,
comprovadamente, tomarem conhecimento de
Art. 274. No início ou no curso de qualquer apuração, o julgados em débito, nos termos do art. 61 da Lei
Plenário, de ofício, por sugestão de unidade técnica ou de Complementar nº 1/94.
equipe de fiscalização ou a requerimento do Ministério
Parágrafo único. O Tribunal deverá ser ouvido quanto à
Público, determinará, cautelarmente, nos termos do art. 44
liberação e restituição dos bens arrestados.
da Lei Complementar nº 1/94, o afastamento temporário do
responsável, se existirem indícios suficientes de que, Art. 277. O Plenário, o relator, ou, o Presidente, na hipótese
prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar do art. 16, inciso XIV, deste Regimento, em caso de urgência,
ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar de fundado receio de grave lesão ao erário, ao interesse
novos danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento. público, ou de risco de ineficácia da decisão de mérito,
poderá, de ofício ou mediante provocação, adotar medida
Parágrafo único. Será solidariamente responsável, conforme
cautelar, com ou sem a prévia oitiva da parte, determinando,
o § 1º do art. 44 da Lei Complementar nº 1/94, a autoridade
entre outras providências necessárias à preservação da
superior competente que, no prazo fixado pelo Plenário,
legalidade e do patrimônio público, a suspensão do ato ou
deixar de atender à determinação prevista no caput.
do procedimento impugnado, até que o Tribunal decida
Art. 275. Nas mesmas circunstâncias do artigo anterior, sobre o mérito da questão suscitada, nos termos do art. 45
poderá o Plenário, por maioria absoluta de seus membros, da Lei Complementar nº 1/94.
observado o disposto no parágrafo único do art. 91 da Lei
§ 1º A decisão do Presidente ou do relator, por despacho
Complementar nº 1/94, sem prejuízo das medidas previstas
singular, de que trata o caput, bem como a revisão da
nos arts. 273 e 276 deste Regimento, decretar, por prazo não
cautelar concedida, nos termos do § 7º deste artigo, será
superior a um ano, a indisponibilidade de bens do
submetida ao referendo do Plenário na primeira sessão
responsável, tantos quantos considerados bastantes para
subsequente, mesmo quando o assunto for de natureza
garantir o ressarcimento dos danos em apuração, nos
administrativa.
termos do § 2º do art. 44 da Lei Complementar nº 1/94.
§ 2º Em caso de audiência obrigatória do Ministério Público
§ 1º Decretada a indisponibilidade dos bens:
junto ao Tribunal, este poderá manifestar-se, oralmente em
I - o Presidente oficiará, entre outros órgãos e entidades, ao Plenário, antes do referendo do Tribunal.
DETRAN-DF, aos Juízes Corregedores dos Registros de
§ 3º Se o Plenário, o Presidente ou o relator entender que
Imóveis e ao Banco Central do Brasil - BACEN, solicitando as
antes de ser adotada a medida cautelar deva o responsável
informações necessárias à concretização da medida,
ser ouvido, o prazo para a resposta será de até cinco dias
podendo valer-se das Declarações de Bens, nos termos da Lei
úteis.
distrital nº 1.836, de 14 de janeiro de 1998, e legislação
aplicável à espécie; § 4º A decisão do Plenário, do Presidente ou do relator que
adotar a medida cautelar determinará também a oitiva do
II - a Secretaria de Controle Externo competente, de posse
responsável ou interessado, para que se pronuncie em até
das informações de que trata o inciso anterior, instruirá o
quinze dias, ressalvada a hipótese do parágrafo anterior.
feito e procederá à individualização dos bens dos
responsáveis, tantos quantos necessários para garantir o § 5º Nas hipóteses de que trata este artigo, as devidas
ressarcimento; notificações e demais comunicações do Tribunal e, quando
for o caso, a resposta do responsável ou interessado poderão
III - identificados os bens dos responsáveis, o processo será
ser encaminhadas por telegrama, fac-símile ou outro meio
encaminhado ao relator para, ouvido o Plenário, deliberar
eletrônico, sempre com confirmação de recebimento, com
sobre a necessidade de se oficiar aos Juízes Corregedores dos
posterior remessa do original no prazo de até cinco dias,
Registros de Imóveis e ao DETRAN-DF, para que se procedam
iniciando-se a contagem do prazo a partir da mencionada
as anotações devidas, impossibilitando a transferência do
confirmação do recebimento.
bem, enquanto durar a aplicação da medida.
§ 6º Recebidas eventuais manifestações das partes quanto
§ 2º Diante da impossibilidade de obtenção de informações
às oitivas a que se referem os parágrafos anteriores, deverá
na forma indicada no inciso I do parágrafo anterior, o
a unidade técnica submeter à apreciação do relator análise e
Presidente informará os fatos ao relator, o qual levará o
proposta tão somente quanto aos fundamentos e à
processo a julgamento do Plenário, para adoção das medidas
manutenção da cautelar, salvo quando o estado do processo
cabíveis.
permitir a formulação imediata da proposta de mérito.
Art. 276. O Plenário poderá solicitar, por intermédio do
§ 7º A medida cautelar de que trata este artigo pode ser
Ministério Público junto ao Tribunal, à Procuradoria-Geral do
revista, a qualquer tempo e por quem a tiver adotado, de
Distrito Federal ou, conforme o caso, aos dirigentes das
ofício ou mediante requerimento das partes.
entidades que lhe sejam jurisdicionadas a adoção de
medidas necessárias ao arresto dos bens dos responsáveis § 8º Da decisão do Plenário proferida em sede de medida de
natureza cautelar, enquanto perdurar os efeitos desta, cabe
recurso inominado, desprovido de efeito suspensivo, § 5º Exceto embargos de declaração, não se conhecerá de
podendo ser formulado uma só vez e por escrito, no prazo recurso da mesma espécie interposto pela parte ou pelo
de trinta dias, o qual deverá ser levado à apreciação plenária Ministério Público, contra deliberação que apreciou o
no prazo de até quinze dias após o recebimento dos autos primeiro recurso.
pelo relator.
§ 6º Não se conhecerá de recurso contra deliberação
§ 9° As Secretarias de Controle Externo acompanharão, proferida em sede de monitoramento de decisão do Tribunal
permanentemente, o cumprimento das medidas cautelares em que não tenham sido rediscutidas questões de mérito,
expedidas pelo Plenário, Presidente ou relator, cabendo-lhes nem imposto nenhum tipo de sanção.
representar sobre inobservâncias ou atrasos verificados.
§ 7º Não se conhecerá de recurso de decisão relativa a
TÍTULO VIII incidente de exceção de impedimento ou de suspeição.
Dos Recursos Art. 280. Ressalvada a hipótese de embargos de declaração,
não cabe recurso de decisão que rejeitar alegações de
CAPÍTULO I
defesa, na forma do § 1º do art. 13 da Lei Complementar nº
Das Disposições Gerais 1/94, converter processo em tomada de contas especial ou
determinar sua instauração, ou ainda que ordenar a
Art. 278. Cabem os seguintes recursos nos processos do
realização de citação, audiência, diligência ou fiscalização.
Tribunal:
§ 1º Se a parte interpuser o recurso, a documentação
I - recurso de reconsideração;
encaminhada será aproveitada como defesa, sempre que
II - pedido de reexame; possível, sem prejuízo da realização da citação ou da
audiência, quando for obrigatória.
III - embargos de declaração;
§ 2º Não se considera diligência a determinação de
IV - recurso de revisão;
providência cuja efetivação envolva matéria de mérito.
V - agravo.
Art. 281. Exceto nos embargos de declaração, no agravo e no
§ 1º Excetuados os embargos de declaração e o agravo, os pedido de reexame em processo de fiscalização de ato ou
recursos de que trata este artigo deverão ser distribuídos, contrato de que trata o art. 41 da Lei Complementar nº 1/94,
mediante sorteio, a relator diverso daquele que tiver é obrigatória a audiência do Ministério Público no exame de
proferido o voto condutor da decisão recorrida, a quem mérito dos demais recursos, ainda que o recorrente tenha
compete o exame de admissibilidade e mérito. sido ele próprio.
§ 2º De decisão do Plenário proferida em sede de medida de Art. 282. Havendo mais de um responsável pelo mesmo fato,
natureza cautelar caberá recurso inominado, na forma o recurso apresentado por um deles aproveitará a todos,
prevista no § 8º do art. 277 deste Regimento Interno. mesmo àquele que houver sido julgado à revelia, no que
concerne às circunstâncias objetivas, não aproveitando no
Art. 279. O relator do recurso apreciará sua admissibilidade
tocante aos fundamentos de natureza exclusivamente
após exame preliminar da unidade técnica, que indicará os
pessoal.
itens da decisão sobre os quais o apelo incide para o fim da
aplicação do efeito suspensivo. Art. 283. O recurso, inclusive o interposto pelo Ministério
Público junto ao Tribunal, tendente a agravar a situação de
§ 1º O exame de admissibilidade dos recursos a que se
outro interessado ou instalar o conflito de interesses, será
referem os incisos I e II do artigo anterior, poderá, a critério
objeto de comunicação ao atingido em potencial, para
do relator, ser decidido mediante despacho singular.
oferecer contrarrazões recursais, com prazo igual e
§ 2º Se o relator conhecer do recurso, determinará as improrrogável para todos os interessados e atingidos,
providências para sua instrução, saneamento e apreciação, facultando-lhes a apresentação de novos documentos.
bem como para comunicação aos órgãos ou entidades
Art. 284. Se, no prazo para interposição de recurso, sobrevier
pertinentes, se houver efeito suspensivo.
o falecimento do responsável ou interessado, ou motivo de
§ 3º Se o recurso versar sobre item específico da decisão, os força maior que suspenda o curso do processo, o prazo será
itens não recorridos não sofrem o efeito suspensivo, caso em restituído ao herdeiro ou sucessor, contra quem começará a
que, a critério do relator, poderá ser constituído processo correr novamente, em dobro, após cientificado pelo
apartado para o exame de mérito do recurso. Tribunal.
§ 4º O relator poderá não conhecer do recurso mediante CAPÍTULO II
despacho fundamentado ou submetê-lo ao colegiado,
Do Recurso de Reconsideração
ouvido, a critério do relator, o Ministério Público.
Art. 285. De decisão definitiva em processo de prestação ou § 6º Na hipótese de serem conferidos efeitos infringentes
tomada de contas, inclusive especial, cabe recurso de aos embargos, serão devolvidos os prazos a todos os
reconsideração, com efeito suspensivo, podendo ser interessados.
formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo
§ 7º A nova decisão limitar-se-á à declaração pleiteada pelo
Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de
embargante.
trinta dias, contados na forma prevista no art. 168 deste
Regimento, devolvendo ao Tribunal apenas o conhecimento CAPÍTULO V
da matéria impugnada.
Do Recurso de Revisão
Parágrafo único. Não se conhecerá de recurso de
Art. 288. O recurso de revisão, sem efeito suspensivo, poderá
reconsideração quando intempestivo, salvo em razão de
ser interposto uma só vez e por escrito, pelo responsável,
superveniência de fatos novos, caso em que não terá efeito
pelo interessado, pelos seus sucessores ou pelo Ministério
suspensivo.
Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de cinco anos,
CAPÍTULO III contados na forma prevista no art. 168 deste Regimento, e
será fundado em:
Do Pedido de Reexame
I - erro de cálculo nas contas;
Art. 286. De decisão de mérito em processo concernente a
ato sujeito a registro e à fiscalização de atos e contratos, II - falsidade ou ineficácia de documentos em que se tenha
cabe pedido de reexame, com efeito suspensivo, podendo fundamentado o acórdão ou a decisão recorrida;
ser formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo
III - superveniência de documento novo com eficácia sobre a
Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de
prova produzida.
trinta dias, contados na forma prevista no art. 168 deste
Regimento, devolvendo ao Tribunal apenas o conhecimento Art. 289. A tramitação e a apreciação do recurso de revisão
da matéria impugnada. compreendem as fases de admissibilidade e mérito, que
serão conduzidas por relator diverso daquele(s) que
Parágrafo único. Não se conhecerá de pedido de reexame
tiver(em) proferido o(s) voto(s) condutor(es) da(s)
quando intempestivo, salvo em razão de superveniência de
decisão(ões) de mérito anterior(es), assim consideradas:
fatos novos, caso em que não terá efeito suspensivo.
I - na fase de admissibilidade, o Tribunal, a partir do voto do
CAPÍTULO IV
relator, ouvida a unidade técnica, verificando o
Dos Embargos de Declaração cumprimento dos requisitos de admissibilidade,
compreendendo a tempestividade, o interesse, a
Art. 287. Cabem embargos de declaração quando houver
legitimidade, o pedido calcado nos incisos I a III do art. 288
obscuridade, omissão ou contradição em decisão do
deste Regimento e causa de pedir coerente com o pedido,
Tribunal.
determinará:
§ 1º Os embargos de declaração poderão ser opostos por
a) a audiência dos demais interessados ou responsáveis, se
escrito, pela parte ou pelo Ministério Público junto ao
houver conflito de interesse ou gravame para qualquer uma
Tribunal, dentro do prazo de dez dias, contados na forma
das partes, para apresentarem contrarrazões, tendo em
prevista no art. 168 deste Regimento, com indicação do
conta os princípios constitucionais da ampla defesa e do
ponto obscuro, contraditório ou omisso, sob pena de
contraditório;
rejeição in limine.
b) o envio dos autos à unidade técnica para instrução quanto
§ 2º Os embargos de declaração serão submetidos à
ao exame de mérito.
deliberação do Tribunal pelo Conselheiro que tenha
proferido o voto condutor da decisão embargada ou pelo II - na fase de apreciação do mérito, que incluirá, além das
Auditor, conforme o caso. razões recursais, as contrarrazões, se houver, o Tribunal,
com base no voto do relator, após o exame levado a efeito
§ 3º Os embargos de declaração suspendem os prazos para
pelo órgão técnico, ouvido também o Ministério Público
cumprimento da decisão embargada e para interposição dos
junto ao Tribunal, apreciará e resolverá o recurso.
demais recursos previstos neste Regimento, aplicando-se,
entretanto, o disposto no § 2º do art. 279 deste Regimento. § 1º A audiência dos interessados ou responsáveis a que se
refere a alínea "a" do inciso I deste artigo observará o
§ 4º Opostos embargos de declaração contra decisão
disposto no art. 283 deste Regimento.
proferida em processo relatado por Auditor convocado, este
permanece vinculado ao respectivo processo. § 2º A interposição do recurso de revisão pelo Ministério
Público junto ao Tribunal será feita por meio de petição
§ 5º Os embargos de declaração meramente protelatórios
autônoma para cada processo a ser reaberto.
serão recebidos como petição, por meio de despacho do
relator, não se lhes aplicando o disposto no § 3º deste artigo.
anterior será compensada na forma disciplinada em Art. 303. Enquanto não providos os cargos de sua
Resolução do Tribunal. Procuradoria-Geral, a representação judicial do TCDF será
exercida pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal.
Art. 297. Não haverá expediente no Tribunal e em seus
Serviços Auxiliares: Art. 304. A tramitação dos processos administrativos será
disciplinada em Resolução.
I - nos feriados estabelecidos em lei;
Art. 305. Este Regimento entrará em vigor trinta dias após a
II - nos pontos facultativos federais e locais;
data de sua publicação.
III - na quinta e na sexta-feira da Semana Santa;
Art. 306. Revogam-se as disposições em contrário, em
IV - na segunda e na terça-feira de Carnaval e na quarta-feira especial o Regimento Interno aprovado em 30 de outubro de
de Cinzas; 1990, e as emendas que se lhe seguiram.
V - nos dias 1º e 2 de novembro; Sala das Sessões, 15 de setembro de 2016.
VI - quando, por deliberação do Plenário, for considerada ANTÔNIO RENATO ALVES RAINHA
necessária a suspensão das atividades da Casa.
ANILCÉIA LUZIA MACHADO
Art. 298. Aplicam-se subsidiariamente no Tribunal as
MANOEL PAULO DE ANDRADE NETO
disposições das normas processuais em vigor, no que
couber. INÁCIO MAGALHÃES FILHO
Art. 299. Os casos omissos neste Regimento e as dúvidas PAULO TADEU VALE DA SILVA
suscitadas na sua interpretação serão resolvidos pela
JOSÉ ROBERTO DE PAIVA MARTINS
maioria absoluta dos Conselheiros efetivos do Tribunal,
inclusive o Presidente. MÁRCIO MICHEL
Art. 300. O Tribunal poderá prestar homenagem aos Este texto não substitui o publicado no DODF nº 198, de
Conselheiros: 19/10/2016
I - por motivo de afastamento definitivo de seu serviço;
II - por motivo de falecimento;
RESOLUÇÃO Nº 292/2016
III - por outros motivos que o Plenário assim deliberar; Institui o Código de Ética dos Servidores do Tribunal de
Contas do Distrito Federal.
Parágrafo único. Quando a homenagem consistir na
aposição de nome, busto ou estátua em dependência do O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO
Tribunal, dependerá de proposta escrita e justificada de pelo FEDERAL, no uso da competência que lhe confere o art. 84,
menos cinco Conselheiros, sobre a qual opinará, inciso XXVI, do Regimento Interno, e
fundamentadamente, o Presidente, e de aprovação do Considerando que a missão institucional desta Corte de
Plenário, por maioria absoluta de votos. Contas é assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos
Art. 301. O Tribunal agraciará com a ORDEM DO MÉRITO DE públicos distritais em benefício da sociedade, sob os
CONTAS RUY BARBOSA pessoas ou entidades que venham princípios da legalidade, economicidade, eficiência e
prestando ou tenham prestado relevantes serviços voltados moralidade, exercida mediante o controle externo da
às funções institucionais do Controle Externo, afetas aos administração pública, com a finalidade precípua de
Tribunais de Contas, bem assim à Administração Pública e à aperfeiçoar o Estado brasileiro;
cultura jurídica, na forma estabelecida em Regulamento Considerando que o cumprimento dessa missão exige de
próprio.
seus servidores elevados padrões de conduta e
Parágrafo único. Funcionará junto ao Plenário do Tribunal de comportamento ético, pautados em valores incorporados e
Contas um Conselho da Ordem, a que se refere este artigo, compartilhados por todos;
composto pelo Presidente, Vice-Presidente e demais
Considerando que esses padrões de conduta e
Conselheiros efetivos da Corte, ao qual compete administrar
comportamento devem estar formalizados de modo a
a Ordem do Mérito em causa.
permitir que a sociedade e as demais entidades que se
Art. 302. O Tribunal de Contas, durante o primeiro semestre relacionam com o Tribunal possam assimilar e aferir a
de cada ano, promoverá seminários de atualização de integridade e a lisura com que os servidores desempenham
normas e procedimentos, abertos a servidores a sua função pública e realizam a missão da instituição;
representantes de órgãos e entidades integrantes da
Considerando as diretrizes estabelecidas pela Associação dos
Administração Pública. Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON,
acerca do Código de Ética para os Tribunais de Contas do A ética de uma instituição é, essencialmente, reflexo da
Brasil; conduta de seus servidores, que devem seguir um conjunto
de princípios e normas, consubstanciando um padrão de
Considerando, ainda, os preceitos normativos previstos no
comportamento irrepreensível. Assim, espera-se que cada
art. 37 da Constituição Federal de 1988, nos arts. 180 a 210
servidor oriente suas ações no sentido das direções básicas
da Lei Complementar do DF nº 840, de 23 de dezembro de
prescritas neste Código, refletindo-as nas suas atitudes e
20 11 , e nos arts. 10 a 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de
comportamentos, para que a sociedade e os diferentes
1992, bem como os estudos e pareceres que constam no
públicos com os quais interage possam aferir e assimilar a
Processo nº 37630-15e, resolve:
integridade e a lisura com que desempenha suas atividades.
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética dos Servidores do
CÓDIGO DE ÉTICA DOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE
Tribunal de Contas do Distrito Federal, na forma do Anexo a
CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
esta Resolução.
CAPÍTULO I
Art. 2º Compete ao Presidente do Tribunal resolver os casos
omissos e expedir os atos necessários à execução do Código Das Disposições Preliminares
de Ética ora aprovado.
Seção I
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
Do Código, sua Abrangência e Aplicação
publicação.
Art. 1º Este Código estabelece os princípios e normas de
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, em especial
conduta ética aplicáveis aos servidores do Tribunal de Contas
a Resolução nº 204, de 15 de dezembro de 2009.
do Distrito Federal, sem prejuízo da observância dos demais
RENATO RAINHA deveres e proibições legais e regulamentares.
PREÂMBULO Art. 2º Os servidores do Tribunal de Contas, para os fins de
aplicação deste Código, são os detentores de cargo efetivo,
A Ética diz respeito aos princípios de conduta que norteiam
cargo de natureza especial, cargo em comissão ou função de
um indivíduo ou grupo de indivíduos. Lida com o que é
confiança e, no que couber, os estagiários.
moralmente bom ou mau, certo ou errado.
Seção II
Do ponto de vista de atuação do indivíduo perante os
agrupamentos sociais em que participa, como a família, a Dos Preceitos e Objetivos
comunidade, a empresa, o trabalho, o clube, ética significa
Art. 3º O exercício de cargo efetivo, cargo de natureza
tomar decisões e agir pautando-se pelo respeito e
especial, cargo em comissão ou função de confiança exige
compromisso com o bem, a honestidade, a dignidade, a
conduta compatível com os preceitos deste Código e com os
lealdade, o decoro, o zelo, a responsabilidade, a justiça, a
demais princípios da moral individual, social e funcional, em
isenção, a solidariedade e a equidade, entre outros valores
especial com os seguintes:
reconhecidos pelo grupo.
I - a legalidade, a dignidade, a publicidade, o decoro, o zelo,
Elevados padrões de conduta e comportamento ético não
a eficácia e a consciência dos princípios éticos e morais que
devem se limitar à conformidade com leis e regulamentos,
devem nortear o servidor, seja no exercício de seu cargo,
pois nem sempre um ato perfeitamente legal é legítimo do
função ou fora dele;
ponto de vista ético. A resposta ao anseio por uma
administração pública orientada por valores éticos não se II - o servidor público deverá sempre observar o elemento
esgota na aprovação de leis mais rigorosas, até porque leis e ético de sua conduta, zelando pela excelência na prestação
decretos em vigor já dispõem abundantemente sobre a de seus serviços, o que gerará a eficiência na realização dos
conduta do servidor público. seus atos, mantendo conduta ilibada em sua vida social,
sendo compatível ao cargo ou função que ocupa;
O Tribunal de Contas do Distrito Federal - cujas atividades,
em última instância, objetivam o aperfeiçoamento do III - o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta
Estado, por meio do controle externo da administração do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade
pública e da defesa da efetiva e regular gestão dos recursos do ato administrativo.
públicos - acredita que o reconhecimento público dos
Art. 4º Este Código tem como objetivos:
princípios e valores éticos por meio deste Código, que
formaliza os compromissos éticos da instituição, contribuirá I - tornar transparentes e explícitas as regras éticas que
para o bom cumprimento de seus objetivos institucionais regem a conduta dos servidores e a ação institucional,
trazendo importantes referenciais para sua realização. fornecendo parâmetros para que a sociedade possa aferir a
Reforça essa convicção o fato de que a conduta dos seus integridade e a lisura das ações e do processo decisório
servidores gera reflexos tanto internamente como perante adotados no Tribunal para o cumprimento de seus objetivos
seus jurisdicionados e a sociedade em geral. institucionais;
II - contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos dos Art. 6º São deveres fundamentais do servidor, além dos
servidores do Tribunal de Contas; previstos no art. 180 da Lei Complementar do DF nº 840/11:
III - assegurar aos servidores do Tribunal de Contas a I - resguardar, em sua conduta pessoal, a integridade, a
preservação de sua imagem e reputação, quando sua honra e a dignidade de sua função pública, agindo em
conduta estiver de acordo com as normas éticas harmonia com os compromissos éticos assumidos neste
estabelecidas neste Código; Código e os valores institucionais;
IV - propiciar, no campo ético, regras específicas sobre o II - exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
conflito de interesses públicos e privados e limitar a rendimento;
utilização de informação privilegiada após o exercício do
III - proceder com honestidade, probidade e tempestividade,
cargo;
escolhendo sempre, quando estiver diante de algum
V - estimular, no campo ético, o intercâmbio de experiências impasse, a opção que melhor se adequar à ética e ao
e conhecimentos entre os setores público e privado; interesse público;
VI - oferecer, por meio da Comissão de Ética, uma instância IV - jamais retardar qualquer prestação de contas, condição
de consulta, visando esclarecer as dúvidas acerca da essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da
conformidade da conduta dos servidores; coletividade a seu cargo;
VII - reduzir a subjetividade das interpretações pessoais V - tratar cuidadosamente os usuários dos serviços públicos,
sobre os princípios e normas éticos adotados no Tribunal, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o
facilitando a compatibilização dos valores individuais de cada público;
servidor com os valores da instituição.
VI - ter consciência de que seu trabalho é regido por
CAPÍTULO II princípios éticos que se materializam na adequada prestação
dos serviços públicos distritais;
Dos Princípios e Normas de Conduta Ética
VII - ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
Seção I
respeitando a capacidade e as limitações individuais de
Dos Princípios e Valores Fundamentais todos os usuários dos serviços públicos;
Art. 5° São princípios e valores fundamentais a serem VIII - ter respeito à hierarquia, sem temor de representar
observados pelos servidores do Tribunal de Contas do contra qualquer comprometimento indevido da estrutura
Distrito Federal, no exercício do seu cargo ou função: em que se funda o Poder estatal;
I - o interesse público, a preservação e a defesa do IX - resistir às pressões de superiores hierárquicos, de
patrimônio público; contratantes, interessados e outros que visem obter
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas, em
II - a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a
decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-
transparência;
las;
III - a honestidade, a dignidade, o respeito e o decoro;
X - ser assíduo ao serviço, na certeza de que sua ausência
IV - a qualidade, a eficiência e a equidade dos serviços provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo
públicos; negativamente em todo o sistema;
V - a integridade; VI - a independência, a objetividade e a XI - comunicar, imediatamente, a seus superiores todo e
imparcialidade; qualquer ato ou fato contrário ao interesse público;
VII - a neutralidade político-partidária, religiosa e ideológica; XII - manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e
VIII - o sigilo profissional;
distribuição;
IX - a competência; e
XIII - participar dos estudos que se relacionem com a
X - o desenvolvimento profissional. melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
realização do bem comum;
Parágrafo único. Os atos, comportamentos e atitudes dos
servidores incluirão sempre uma avaliação de natureza ética, XIV - apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas
de modo a harmonizar as práticas pessoais com os valores ao exercício da função;
institucionais.
XV - manter-se atualizado com as instruções e normas de
Seção II serviço, bem como com a legislação pertinente ao TCDF;
Dos Deveres
XVI - cumprir, de acordo com as normas do serviço e as III - receber respeitosamente as autoridades públicas, as
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, partes e terceiros interessados;
tanto quanto possível com critério, segurança e rapidez,
IV - zelar pela celeridade na tramitação dos processos.
mantendo sempre em boa ordem;
Seção III
XVII - facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por
quem de direito, prestando todo o apoio necessário; Das Vedações
XVIII - exercer com moderação as prerrogativas funcionais Art. 8º Aos servidores do Tribunal de Contas é vedada a
que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de exercê-las prática de qualquer ato que atente contra a honra e a
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários dos dignidade da função pública, os compromissos éticos
serviços públicos; assumidos neste Código e os valores institucionais sendo-
lhes vedado, ainda, além do previsto nos arts. 190 a 194 da
XIX - abster-se de exercer sua função, poder ou autoridade
Lei Complementar do DF nº 840/11, o seguinte:
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que
observando as formalidades legais e não cometendo I - valer-se de sua condição e influência, para obter qualquer
qualquer violação expressa em lei; facilitação e/ou favorecimento em proveito próprio ou de
terceiros, ainda que após seu desligamento do cargo;
XX - zelar pela conservação do patrimônio público;
II - utilizar-se, para fins privados, de outros servidores, bens
XXI - utilizar os materiais fornecidos para a execução do
ou serviços exclusivos da administração pública;
trabalho com economia e consciência, evitando o
desperdício e contribuindo para a preservação do meio III - discriminar os colegas de trabalho, superiores ou
ambiente; subordinados, e demais pessoas com quem se relacionar em
virtude do seu cargo ou função, motivado por preconceito
XXII - transmitir aos demais servidores informações e
ou distinção de raça, sexo, orientação sexual, nacionalidade,
conhecimentos obtidos em razão de treinamentos ou de
cor, idade, religião, visão política, posição social ou
experiência profissional, contribuindo para o
quaisquer outras formas de discriminação;
aprimoramento dos trabalhos a serem realizados;
IV - descurar-se do interesse público, conforme expresso na
XXIII - manter neutralidade no exercício profissional,
Constituição Federal e nas leis vigentes do País;
conservando sua independência em relação às influências
político-partidárias, ideológicas ou religiosas, de modo a V - pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
evitar que estas venham a afetar a sua capacidade de tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão,
desempenhar com imparcialidade suas responsabilidades doação ou vantagem de qualquer espécie, para si ou para
profissionais; outrem, para o cumprimento da sua missão ou para
influenciar outro servidor público para o mesmo fim;
XXIV - manter sob sigilo dados e informações obtidos no
exercício de suas atividades ou, ainda, de natureza pessoal VI - alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
de colegas e subordinados que só a eles digam respeito, às encaminhar para providências;
quais, porventura, tenha acesso em decorrência do exercício
VII - iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
profissional, informando à chefia imediata ou à autoridade
atendimento em serviços públicos;
responsável quando tomar conhecimento de que assuntos
sigilosos estejam sendo ou venham a ser revelados; VIII - retirar da repartição pública, sem estar legalmente
autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente
XXV - informar à chefia imediata, quando notificado ou
ao patrimônio público;
intimado para prestar depoimento em juízo sobre atos ou
fatos de que tenha tomado conhecimento em razão do IX - fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
exercício das atribuições do cargo que ocupa, com vistas ao de seu serviço, em benefício próprio, ou de outrem;
exame do assunto.
X - exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome
Art. 7º São deveres dos servidores do Tribunal de Contas em a empreendimentos de cunho duvidoso;
relação aos Poderes Públicos e instituições fiscalizadas, além
XI - apresentar-se embriagado ou sob efeito de quaisquer
dos previstos no art. 78 e parágrafo único do art. 79, da Lei
drogas ilegais no ambiente de trabalho ou em situações que
Complementar do DF nº 1/94:
comprometam a imagem pessoal e, por via reflexa, a
I - zelar pela adequada aplicação das normas constitucionais, institucional;
das leis e regulamentos;
XII - praticar qualquer ato que interfira no desempenho do
II - exercer as prerrogativas do cargo com dignidade e trabalho ou que crie ambiente hostil, ofensivo ou de
respeito à causa pública; intimidação, tais como ações tendenciosas geradas por
simpatias, antipatias ou interesses de ordem pessoal,
sobretudo e especialmente o assédio sexual de qualquer III - evitar que interesses pessoais e interpretações
natureza ou o assédio moral, no sentido de desqualificar tendenciosas interfiram na apresentação e tratamentos dos
outros, por meio de palavras, gestos ou atitudes que fatos levantados, bem como abster-se de emitir opinião
ofendam a autoestima, a segurança, o profissionalismo ou a preconcebida ou induzida por convicção político-partidária,
imagem; religiosa ou ideológica;
XIII - atribuir a outrem conduta ou erro próprio; IV - manter a necessária cautela no manuseio de papéis de
trabalho, documentos extraídos de sistemas informatizados,
XIV - apresentar como de sua autoria ideias ou trabalhos de
exibição, gravação e transmissão de dados em meio
outrem;
eletrônicos, a fim de que deles não venham tomar ciência
XV - fazer ou extrair cópias de relatórios ou de quaisquer pessoas não autorizadas pelo Tribunal;
outros trabalhos ou documentos ainda não publicados,
V - cumprir os horários e os compromissos agendados com
pertencentes ao Tribunal, para utilização em fins estranhos
os fiscalizados;
aos seus objetivos ou à execução dos trabalhos a seu
encargo, sem prévia autorização da autoridade competente; VI - manter discrição na solicitação de documentos e
informações necessários aos trabalhos de fiscalização;
XVI - divulgar ou facilitar a divulgação, por qualquer meio, de
informações sigilosas obtidas por qualquer forma em razão VII - evitar empreender caráter inquisitorial às indagações
do cargo ou função e, ainda, de relatórios, instruções ou formuladas aos fiscalizados;
informações constantes em processos cujo objeto ainda não
VIII - manter-se neutro em relação às afirmações feitas pelos
tenha sido apreciado, sem prévia autorização da autoridade
fiscalizados, no decorrer dos trabalhos de fiscalização, salvo
competente;
para esclarecer dúvidas sobre os assuntos previstos no inciso
XVII - publicar, sem prévia e expressa autorização, estudos, I deste artigo;
pareceres ou pesquisas realizados no desempenho de suas
IX - abster-se de fazer recomendações ou apresentar
atividades no cargo ou função, cujo objeto ainda não tenha
sugestões sobre assunto administrativo interno do órgão,
sido apreciado;
entidade ou programa fiscalizado durante os trabalhos de
XVIII - cooperar com qualquer organização que atente contra campo;
a dignidade da pessoa humana;
X - alertar o fiscalizado, quando necessário, das sanções
XIX - utilizar sistemas e canais de comunicação do Tribunal aplicáveis em virtude de sonegação de processo, documento
para a propagação e divulgação de trotes, boatos, ou informação e obstrução ao livre exercício das atividades
propaganda comercial, religiosa ou político-partidária, bem de controle externo.
como para acessar ou difundir conteúdos pornográficos;
Seção V
XX - manifestar-se em nome do Tribunal quando não
Das Situações de Impedimento ou Suspeição
autorizado e habilitado para tal, nos termos da política
interna de comunicação social; Art. 10. O servidor deverá declarar impedimento ou
suspeição que possam afetar, ou parecer afetar, o
XXI - integrar, na qualidade de sócio, empregado ou
desempenho de suas funções com independência e
associado, empresa que possua ou patrocine causa no
imparcialidade, especialmente nas seguintes hipóteses:
âmbito do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
I - participar de trabalho de fiscalização ou qualquer outra
Seção IV
missão ou tarefa que lhe tenha sido confiada, por meio de
Das Relações com o Fiscalizado justificativa reduzida a termo, quando estiver presente
conflito de interesses;
Art. 9º Durante os trabalhos de fiscalização a cargo do
Tribunal, o servidor deverá, além do previsto no art. 78 e no II - participar de fiscalização ou de instrução de processo de
parágrafo único do art. 79 da Lei Complementar do DF nº interesse próprio, de cônjuge, de parente consanguíneo ou
1/94: afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, de
pessoa com quem mantenha ou manteve laço afetivo,
I - estar preparado para esclarecer questionamentos acerca
amizade ou inimizade, ou que envolva órgão ou entidade
das competências do Tribunal, bem como sobre normas
com a qual tenha mantido vínculo profissional nos últimos
regimentais pertinentes às ações de fiscalização;
dois anos, neste último caso, a atuação consultiva, ou ainda
II - manter atitude de independência em relação ao atuar em processo em que tenha funcionado como
fiscalizado, evitando postura de superioridade, inferioridade advogado, perito ou servidor do sistema de controle interno.
ou preconceito relativo a indivíduos, órgãos e entidades,
CAPÍTULO III
projetos e programas;
Da Gestão De Ética
III - censura ética em publicação oficial. I - a preservação de sua autonomia como unidade federativa;
transporte, segurança pública, moradia, saneamento básico, Art. 9º O Distrito Federal, na execução de seu programa de
lazer e assistência social; desenvolvimento econômico-social, buscará a integração
com a região do entorno do Distrito Federal.
VII - garantir a prestação de assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; CAPÍTULO II
VIII - preservar sua identidade, adequando as exigências do Da Organização Administrativa do Distrito Federal
desenvolvimento à preservação de sua memória, tradição e
Art. 10. O Distrito Federal organiza-se em Regiões
peculiaridades;
Administrativas, com vistas à descentralização
IX - valorizar e desenvolver a cultura local, de modo a administrativa, à utilização racional de recursos para o
contribuir para a cultura brasileira. desenvolvimento sócio-econômico e à melhoria da
qualidade de vida.
X - assegurar, por parte do poder público, a proteção
individualizada à vida e à integridade física e psicológica das § 1º A lei disporá sobre a participação popular no processo
vítimas e testemunhas de infrações penais e de sues de escolha do Administrador Regional.
respectivos familiares.
§ 2º A remuneração dos Administradores Regionais não
XI - zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tombado sob poderá ser superior à fixada para os Secretários de Governo
a inscrição nº 532 do Livro do Tombo Histórico, respeitadas do Distrito Federal.
as definições e critérios constantes do Decreto nº 10.829, de
§ 3° A proibição de que trata o art. 19, § 8°, aplica-se à
2 de outubro de 1987, e da Portaria nº 314, de 8 de outubro
nomeação de administrador regional.
de 1992, do então Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural
- IBPC, hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Art. 11. As Administrações Regionais integram a estrutura
Nacional - IPHAN. administrativa do Distrito Federal.
XII – promover, proteger e defender os direitos da criança, Art. 12. Cada Região Administrativa do Distrito Federal terá
do adolescente e do jovem. um Conselho de Representantes Comunitários, com funções
consultivas e fiscalizadoras, na forma da lei.
XIII - valorizar a vida e adotar políticas públicas de saúde, de
assistência e de educação preventivas do suicídio. Art. 13. A criação ou extinção de Regiões Administrativas
ocorrerá mediante lei aprovada pela maioria absoluta dos
Art. 4º É assegurado o exercício do direito de petição ou
Deputados Distritais.
representação, independentemente de pagamento de taxas
ou emolumentos, ou de garantia de instância. Parágrafo único. Com a criação de nova região
administrativa, fica criado, automaticamente, conselho
Art. 5º A soberania popular será exercida pelo sufrágio
tutelar para a respectiva região.
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos e, nos termos da lei, mediante: CAPÍTULO III
I - plebiscito; Da Competência do Distrito Federal
II - referendo; Art. 14. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
legislativas reservadas aos Estados e Municípios, cabendo-
III - iniciativa popular.
lhe exercer, em seu território, todas as competências que
TÍTULO II não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal.
Da Organização do Distrito Federal Seção I
CAPÍTULO I Da Competência Privativa
Das Disposições Gerais Art. 15. Compete privativamente ao Distrito Federal:
Art. 6º Brasília, Capital da República Federativa do Brasil, é a I - organizar seu Governo e Administração;
sede do governo do Distrito Federal.
II - criar, organizar ou extinguir Regiões Administrativas, de
Art. 7º São símbolos do Distrito Federal a bandeira, o hino e acordo com a legislação vigente;
o brasão.
III - instituir e arrecadar tributos, observada a competência
Parágrafo único. A lei poderá estabelecer outros símbolos e cumulativa do Distrito Federal;
dispor sobre seu uso no território do Distrito Federal.
IV - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas e preços públicos de sua
Art. 8º O território do Distrito Federal compreende o espaço competência;
físico geográfico que se encontra sob seu domínio e
V - dispor sobre a administração, utilização, aquisição e
jurisdição.
alienação dos bens públicos;
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de XXIII - exercer inspeção e fiscalização sanitária, de postura
concessão ou permissão, os serviços de interesse local, ambiental, tributária, de segurança pública e do trabalho,
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; relativamente ao funcionamento de estabelecimento
comercial, industrial, prestador de serviços e similar, no
VII - manter, com a cooperação técnica e financeira da União,
âmbito de sua competência, respeitada a legislação federal;
programas de educação, prioritariamente de ensino
fundamental e pré-escolar; XXIV - adquirir bens, inclusive por meio de desapropriação,
por necessidade, utilidade pública ou interesse social, nos
VIII - celebrar e firmar ajustes, consórcios, convênios,
termos da legislação em vigor;
acordos e decisões administrativas com a União, Estados e
Municípios, para execução de suas leis e serviços; XXV - licenciar a construção de qualquer obra;
IX - elaborar e executar o plano plurianual, as diretrizes XXVI - interditar edificações em ruína, em condições de
orçamentárias e o orçamento anual; insalubridade e as que apresentem as irregularidades
previstas na legislação específica, bem como fazer demolir
X — elaborar e executar o Plano Diretor de Ordenamento
construções que ameacem a segurança individual ou
Territorial, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e Planos de
coletiva;
Desenvolvimento Local, para promover adequado
ordenamento territorial, integrado aos valores ambientais, XXVII - dispor sobre publicidade externa, em especial sobre
mediante planejamento e controle do uso, parcelamento e exibição de cartazes, anúncios e quaisquer outros meios de
ocupação do solo urbano; publicidade ou propaganda, em logradouros públicos, em
locais de acesso público ou destes visíveis.
XI - autorizar, conceder ou permitir, bem como regular,
licenciar e fiscalizar os serviços de veículos de aluguéis; Seção II
XII - dispor sobre criação, transformação e extinção de Da Competência Comum
cargos, empregos e funções públicas;
Art. 16. É competência do Distrito Federal, em comum com
XIII - dispor sobre a organização do quadro de seus a União:
servidores; instituição de planos de carreira, na
I - zelar pela guarda da Constituição Federal, desta Lei
administração direta, autarquias e fundações públicas do
Orgânica, das leis e das instituições democráticas;
Distrito Federal; remuneração e regime jurídico único dos
servidores; II - conservar o patrimônio público;
XIV - exercer o poder de polícia administrativa; III - proteger documentos e outros bens de valor histórico e
cultural, monumentos, paisagens naturais notáveis e sítios
XV - licenciar estabelecimento industrial, comercial,
arqueológicos, bem como impedir sua evasão, destruição e
prestador de serviços e similar ou cassar o alvará de licença
descaracterização;
dos que se tornarem danosos ao meio ambiente, à saúde, ao
bem-estar da população ou que infringirem dispositivos IV - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
legais; qualquer de suas formas;
XVI - regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, V - preservar a fauna, a flora e o cerrado;
inclusive o de papéis e de outros resíduos recicláveis;
VI - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e
XVII - dispor sobre a limpeza de logradouros públicos, à ciência;
remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos;
VII -prestar serviços de assistência à saúde da população e de
XVIII - dispor sobre serviços funerários e administração dos proteção e garantia a pessoas portadoras de deficiência com
cemitérios; a cooperação técnica e financeira da União;
XIX - dispor sobre apreensão, depósito e destino de animais VIII - combater as causas da pobreza, a subnutrição e os
e mercadorias apreendidas em decorrência de transgressão fatores de marginalização, promovendo a integração social
da legislação local; dos segmentos desfavorecidos;
XX - disciplinar e fiscalizar, no âmbito de sua competência, IX - fomentar a produção agropecuária e organizar o
competições esportivas, espetáculos, diversões públicas e abastecimento alimentar;
eventos de natureza semelhante, realizados em locais de
X - promover programas de construção de moradias e a
acesso público;
melhoria das condições habitacionais e de saneamento
XXI - dispor sobre a utilização de vias e logradouros públicos; básico;
XXII - disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias urbanas
e estradas do Distrito Federal;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de § 3º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e suspende a eficácia de lei local, no que lhe for contrário.
minerais em seu território;
CAPÍTULO IV
XII - estabelecer e implantar política para a segurança do
Das Vedações
trânsito.
Art. 18. É vedado ao Distrito Federal:
Parágrafo único. Lei complementar deve fixar norma para a
cooperação entre a União e o Distrito Federal, tendo em vista I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
o equilíbrio do desenvolvimento e o bem-estar no âmbito do embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
território do Distrito Federal. seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
Seção III
público;
Da Competência Concorrente
II - recusar fé aos documentos públicos;
Art. 17. Compete ao Distrito Federal, concorrentemente com
III - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com
a União, legislar sobre:
recursos públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão,
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de
urbanístico; comunicação, propaganda político-partidária ou com fins
estranhos à administração pública;
II - orçamento;
IV - doar bens imóveis de seu patrimônio ou constituir sobre
III - junta comercial;
eles ônus real, bem como conceder isenções fiscais ou
IV - custas de serviços forenses; remissões de dívidas, sem expressa autorização da Câmara
Legislativa, sob pena de nulidade do ato.
V - produção e consumo;
CAPÍTULO V
VI - cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio Da Administração Pública
ambiente e controle da poluição;
Seção I
VII - proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico,
Disposições Gerais
paisagístico e turístico;
Art. 19. A Administração Pública direta e indireta de qualquer
VIII - responsabilidade por danos ao meio ambiente, ao
dos poderes do Distrito Federal obedece aos princípios de
consumidor e a bens e direitos de valor artístico, estético,
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
histórico, espeleológico, turístico e paisagístico;
razoabilidade, motivação, participação popular,
IX - educação, cultura, ensino e desporto; transparência, eficiência e interesse público, e também ao
seguinte:
X - previdência social, proteção e defesa da saúde;
I – os cargos, os empregos e as funções públicas são
XI – defensoria pública e assistência jurídica nos termos da
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
legislação em vigor;
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
XII – proteção e integração social das pessoas com da legislação;
deficiência;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de
XIII - proteção à infância e à juventude; aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
XIV - manutenção da ordem e segurança internas;
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
XV - procedimentos em matéria processual; as nomeações para cargo em comissão declarado, em lei, de
livre nomeação e exoneração;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres da polícia
civil. III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
§ 1º O Distrito Federal, no exercício de sua competência
suplementar, observará as normas gerais estabelecidas pela IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
União. convocação, o aprovado em concurso público de provas ou
de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
§ 2º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Distrito
novos concursados, para assumir cargo ou emprego na
Federal exercerá competência legislativa plena, para atender
carreira;
suas peculiaridades.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por XVI – a proibição de acumular estende-se a empregos e
servidores ocupantes de cargo efetivo, e pelo menos funções e abrange autarquias, fundações, empresas
cinquenta por cento dos cargos em comissão, a serem públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e
preenchidos por servidores de carreira nos casos e condições sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de Público;
direção, chefia e assessoramento;
XVII - a administração fazendária e seus agentes fiscais, aos
VII - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos quais compete exercer privativamente a fiscalização de
para portadores de deficiência, garantindo as adaptações tributos do Distrito Federal, terão, em suas áreas de
necessárias a sua participação em concursos públicos, bem competência e jurisdição, precedência sobre os demais
como definirá critérios de sua admissão; setores administrativos, na forma da lei;
VIII - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal XVIII – somente por lei específica pode ser:
por tempo determinado para atender a necessidade
a) criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
temporária de excepcional interesse público;
pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
IX – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de cabendo a lei complementar, neste último caso, definir as
que trata o art. 33, § 5º, somente podem ser fixados ou áreas de sua atuação;
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa
b) transformada, fundida, cindida, incorporada, privatizada
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
ou extinta entidade de que trata a alínea a;
mesma data e sem distinção de índices;
XIX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
X – para fins do disposto no art. 37, XI, da Constituição da
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
República Federativa do Brasil, fica estabelecido que a
anterior, assim como a participação de qualquer delas em
remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções
empresa privada;
e empregos públicos, dos membros de qualquer dos Poderes
e dos demais agentes políticos do Distrito Federal, bem como XX - ressalvada a legislação federal aplicável, ao servidor
os proventos de aposentadorias e pensões, não poderão público do Distrito Federal é proibido substituir, sob
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal greve;
e Territórios, na forma da lei, não se aplicando o disposto
XXI - todo agente público, qualquer que seja sua categoria ou
neste inciso aos subsídios dos Deputados Distritais;
a natureza do cargo, emprego, função, é obrigatório a
XI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não declarar seus bens na posse, exoneração ou aposentadoria;
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XXII - lei disporá sobre cargos que exijam exame psicotécnico
XII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer para ingresso e acompanhamento psicológico para
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de progressão funcional.
pessoal do serviço público;
XXIII - aos integrantes da carreira de Fiscalização e Inspeção
XIII – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor é garantida a independência funcional no exercício de suas
público não são computados nem acumulados para fins de atribuições, exigido nível superior de escolaridade para
concessão de acréscimos ulteriores; ingresso na carreira.
XIV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e § 1º É direito do agente público, entre outros, o acesso à
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto: profissionalização e ao treinamento como estímulo à
produtividade e à eficiência.
a) nos incisos X e XIII deste artigo e no art. 125, V;
§ 2º A lei estabelecerá a punição do servidor público que
b) nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da
descumprir os preceitos estabelecidos neste artigo.
Constituição Federal;
§ 3º São obrigados a fazer declaração pública anual de seus
XV – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
bens, sem prejuízo do disposto no art. 97, os seguintes
exceto quando houver compatibilidade de horários e
agentes públicos:
observado, em qualquer caso, o disposto no inciso X:
I - Governador;
a) a de dois cargos de professor;
II - Vice-Governador;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
científico; III - Secretários de Governo;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais IV – diretores de empresas públicas, sociedades de economia
de saúde, com profissões regulamentadas; mista, autarquias e fundações;
validade, o contraditório, a ampla defesa e o despacho ou emolumentos, certidão de atos, contratos, decisões ou
decisão motivados; pareceres, para defesa de seus direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal ou coletivo.
V - a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e as
campanhas dos órgãos e entidades da administração Parágrafo único. A autoridade ou servidor que negar ou
pública, ainda que não custeada diretamente pelo erário, retardar o disposto neste artigo incorrerá em pena de
obedecerá ao seguinte: ter caráter educativo, informativo ou responsabilidade, excetuados os casos de comprovada
de orientação social, dela não podendo constar símbolos, impossibilidade.
expressões, nomes ou imagens que caracterizem promoção
Art. 24. A direção superior das empresas públicas,
pessoal de autoridades ou servidores públicos;
autarquias, fundações e sociedades de economia mista terá
ser suspensa noventa dias antes das eleições, ressalvadas representantes dos servidores, escolhidos do quadro
aquelas essenciais ao interesse público. funcional, para exercer funções definidas, na forma da lei.
VI – a todos são assegurados a razoável duração do processo Seção II
administrativo e os meios que garantam a celeridade de sua
Dos Serviços Públicos
tramitação.
Art. 25. Os serviços públicos constituem dever do Distrito
§ 1º Os Poderes do Distrito Federal, com base no plano anual
Federal e serão prestados, sem distinção de qualquer
de publicidade, ficam obrigados a publicar, nos seus órgãos
natureza, em conformidade com o estabelecido na
oficiais, quadros demonstrativos de despesas realizadas com
Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e nas leis e
publicidade e propaganda, conforme dispuser a lei.
regulamentos que organizem sua prestação.
§ 2º Os Poderes do Distrito Federal mandarão publicar,
Art. 26. Observada a legislação federal, as obras, compras,
trimestralmente, no Diário Oficial demonstrativo das
alienações e serviços da administração serão contratados
despesas realizadas com propaganda e publicidade de todos
mediante processo de licitação pública, nos termos da lei.
os seus órgãos, inclusive os da administração indireta,
empresas públicas, sociedades de economia mista e Art. 27. Os atos de improbidade administrativa importarão
fundações mantidas pelo Poder Público, com a discriminação suspensão dos direitos políticos, perda da função pública,
do beneficiário, valor e finalidade, conforme dispuser a lei. indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
§ 3º Os Poderes do Distrito Federal mandarão publicar,
penal cabível.
mensalmente, nos respectivos sítios oficiais na internet,
demonstrativo de todas as despesas realizadas por todos os Art. 28. É vedada a contratação de obras e serviços públicos
seus órgãos, de forma clara e compreensível ao cidadão, sem prévia aprovação do respectivo projeto, sob pena de
inclusive os da administração indireta, empresas públicas, nulidade do ato de contratação.
sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo
Art. 29. (Revogado).
Poder Público, com a discriminação do beneficiário, do valor
e da finalidade, conforme dispuser a lei. Art. 30. Lei disporá sobre participação popular na fiscalização
da prestação dos serviços públicos do Distrito Federal.
§ 4º A lei deve disciplinar as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta, regulando Seção III
especialmente:
Da Administração Tributária
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
Art. 31. À administração tributária incumbe as funções de
em geral, assegurada a manutenção de serviços de
lançamento, fiscalização e arrecadação dos tributos de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica externa e
competência do Distrito Federal e o julgamento
interna da qualidade dos serviços;
administrativo dos processos fiscais, os quais serão
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e exercidos, privativamente, por integrantes da carreira de
informações sobre atos de governo, observado o disposto no auditoria tributária.
art. 5º, X e XXXIII, da Constituição Federal;
§ 1º O julgamento de processos fiscais em segunda instância
III – a representação contra o exercício negligente ou abusivo será de competência de órgão colegiado, integrado por
de cargo, emprego ou função na administração pública. servidores da carreira de auditoria tributária e
representantes dos contribuintes.
Art. 23. A administração pública é obrigada a:
§ 2º Excetuam-se da competência privativa referida no caput
I - atender a requisições judiciais nos prazos fixados pela
o lançamento, a fiscalização e a arrecadação das taxas que
autoridade judiciária;
tenham como fato gerador o exercício do poder de polícia,
II - fornecer a qualquer cidadão, no prazo máximo de dez dias bem como o julgamento de processos administrativos
úteis, independentemente de pagamento de taxas ou decorrentes dessas funções, na forma da Lei.
§ 3º A administração tributária, atividade essencial ao § 8º Os Poderes Executivo e Legislativo devem publicar, até
funcionamento do Distrito Federal, exercida por servidores 31 de janeiro de cada ano, os valores do subsídio e da
da carreira auditoria tributária, tem recursos prioritários remuneração dos cargos e empregos públicos.
para a realização de suas atividades e atua de forma
§ 9º A lei deve disciplinar a aplicação de recursos
integrada com as administrações tributárias da União,
orçamentários provenientes da economia com despesas
estados e municípios, inclusive com o compartilhamento de
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou de
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
convênio.
produtividade, treinamento e desenvolvimento,
Art. 32. Lei específica disciplinará a organização e modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
funcionamento da administração tributária, bem como público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
tratará da organização e estruturação da carreira específica produtividade.
de auditoria tributária.
Art. 34. A lei assegurará aos servidores da administração
CAPÍTULO VI direta isonomia de vencimentos para cargos de atribuições
iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores
Dos Servidores Públicos
dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as
Art. 33. O Distrito Federal instituirá regime jurídico único e vantagens de caráter individual e as relativas da natureza ou
planos de carreira para os servidores da administração local de trabalho.
pública direta, autárquica e fundações públicas, nos termos
Art. 35. São direitos dos servidores públicos, sujeitos ao
do art. 39 da Constituição Federal.
regime jurídico único, além dos assegurados no § 2º do art.
§ 1º No exercício da competência estabelecida no caput, 39 da Constituição Federal, os seguintes:
serão ouvidas as entidades representativas dos servidores
I - gratificação do titular quando em substituição ou
públicos por ela abrangidos.
designado para responder pelo expediente;
§ 2º As entidades integrantes da administração pública
II - duração do trabalho normal não superior a oito horas
indireta não mencionadas no caput instituirão planos de
diárias e quarenta horas semanais, facultado ao Poder
carreira para os seus servidores, observado o disposto no
Público conceder a compensação de horários e a redução da
parágrafo anterior.
jornada, nos termos da lei;
§ 3º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
III - proteção especial à servidora gestante ou lactante,
componentes do sistema remuneratório deve observar:
inclusive mediante a adequação ou mudança temporária de
I – a natureza, o grau de responsabilidade, as peculiaridades suas funções, quando for recomendável a sua saúde ou à do
e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; nascituro, sem prejuízo de seus vencimentos e demais
vantagens;
II – os requisitos para a investidura.
IV - atendimento em creche e pré-escola a seus
§ 4º O Distrito Federal deve manter escola de governo para
dependentes, nos termos da lei, bem como amamentação
formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos,
durante o horário do expediente, nos 12 primeiros meses de
constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos
vida da criança;
para promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
de convênios ou contratos com os demais entes federados V - vedação do desvio de função, ressalvada, sem prejuízo de
ou suas entidades. seus vencimentos, salários e demais vantagens do cargo,
emprego ou função:
§ 5º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Secretários de Estado, os administradores regionais e os a mudança de função concedida a servidora gestante, sob
demais casos previstos na Constituição Federal são recomendação médica;
remunerados exclusivamente por subsídio, fixado em
a transferência concedida que tiver sua capacidade de
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
trabalho reduzida em decorrência de acidente ou doença de
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
trabalho, para locais ou atividades compatíveis com sua
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
situação.
disposto no art. 19, IX e X.
VI - recebimento de vale-transporte, nos casos previstos em
§ 6º A remuneração dos servidores públicos organizados em
lei;
carreira pode ser fixada nos termos do § 5º.
VII - participação na elaboração e alteração dos planos de
§ 7º Lei complementar pode estabelecer a relação entre a
carreira;
maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 19, X. VIII - promoções por merecimento ou antiguidade, no
serviço público, nos termos da lei;
IX - quitação da folha de pagamento do servidor ativo e remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
inativo da administração direta, indireta e fundacional do adequado aproveitamento em outro cargo.
Distrito Federal até o quinto dia útil do mês subsequente,
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
sob pena de incidência de atualização monetária, obedecido
obrigatória a avaliação especial de desempenho por
o disposto em lei.
comissão instituída para essa finalidade.
§ 1º Para a atualização a que se refere o inciso IX utilizar-se-
Art. 41. Ao servidor público efetivo, nos termos da
ão os índices oficiais, e a importância apurada será paga
Constituição Federal, é assegurado regime próprio de
juntamente com a remuneração do mês subsequente.
previdência social.
§ 2º É computado como exercício efetivo, para efeito de
§ 1º O regime próprio de previdência social, observados os
progressão funcional ou concessão de licença-prêmio e
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, é
aposentadoria nas carreiras específicas do serviço público,
instituído por lei complementar.
os tempo de serviço prestado por servidor requisitado a
qualquer dos Poderes do Distrito Federal. § 2º O tempo de contribuição prestado sob o regime de
aposentadoria especial é computado da mesma forma,
Art. 36. É garantido ao servidor público o direito à livre
quando o servidor ocupar outro cargo de regime idêntico, ou
associação sindical, observado o disposto no art. 8º da
pelo critério da proporcionalidade, quando se tratar de
Constituição Federal.
regimes diversos, na forma da lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre licença sindical para os
Art. 42. É assegurada a participação de servidores públicos
dirigentes de federações e sindicatos de servidores públicos,
na gerência de fundos e entidades para os quais contribui, na
durante o exercício do mandato, resguardados os direitos e
forma da lei.
vantagens inerentes à carreira de cada um.
Art. 43. Será concedida licença para atendimento de filho,
Art. 37. Às entidades representativas dos servidores públicos
genitor e cônjuge doente, a homem ou mulher, mediante
do Distrito Federal cabe a defesa dos direitos e interesses
comprovação por atestado médico da rede oficial de saúde
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
do Distrito Federal.
judiciais ou administrativas, observado o disposto no art. 8º
da Constituição Federal. Parágrafo único. É assegurado ao servidor público que tenha
cônjuge ou dependente com deficiência, horário especial de
Art. 38. Às entidades de caráter sindical que preencham os
serviço, independentemente da compensação de horário,
requisitos estabelecidos em lei, é assegurado o desconto em
obedecido o disposto em lei.
folha de pagamento das contribuições dos associados,
aprovadas em assembleia geral. Art. 44. Ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional do Distrito Federal, fica
Art. 39. O direito de greve é exercido nos termos e nos limites
assegurado:
definidos em lei complementar.
I - percebimento de adicional de um por cento por ano de
Art. 40. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
serviço público efetivo, nos termos da lei;
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público. II - contagem, para todos os efeitos legais, do período em que
o servidor estiver de licença concedida por junta médica
§ 1º O servidor público estável só perde o cargo:
oficial;
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
III – contagem recíproca, para efeito de aposentadoria, do
II – mediante processo administrativo em que lhe sejam tempo de contribuição na administração pública e na
assegurados o contraditório e a ampla defesa; atividade privada, rural e urbana, na forma prevista no art.
201, § 9º, da Constituição Federal.
III – mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurado o Parágrafo único. Ficam assegurados os benefícios constantes
contraditório e a ampla defesa. do art. 35, III, IV e V, e do art. 43 desta Lei Orgânica aos
servidores das empresas públicas e das sociedades de
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
economia mista do Distrito Federal.
estável, deve ele ser reintegrado, e o eventual ocupante da
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem CAPÍTULO VII
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
Dos Servidores Públicos Militares
em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. Art. 45. (Revogado)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o CAPÍTULO VIII
servidor estável deve ficar em disponibilidade, com
Dos Bens do Distrito Federal
avaliem o impacto da alteração, aprovados pelo órgão VII - criação, estruturação e atribuições de Secretarias do
técnico do Distrito Federal. Governo do Distrito Federal e demais órgãos e entidades da
administração direta e indireta;
I – representar a Câmara Legislativa judicialmente nos casos
em que a Casa compareça a juízo em nome próprio; VIII - uso do solo rural, observado o disposto nos arts. 184 a
191 da Constituição Federal;
II - promover a defesa da Câmara, requerendo a qualquer
órgão, entidade ou tribunal as medidas de interesse da IX - planejamento e controle do uso, parcelamento,
Justiça, da Administração e do Erário; * ocupação do solo e mudança de destinação de áreas
urbanas, observado o disposto nos arts. 182 e 183 da
III - promover a uniformização da jurisprudência
Constituição Federal.
administrativa e a compilação da legislação da Câmara
Legislativa e do Distrito Federal; * X - criação, incorporação, fusão e desmembramento de
Regiões Administrativas;
IV - prestar consultoria e assessoria jurídica à Mesa Diretora
e aos demais órgãos da estrutura adminsitrativa; XI - concessão ou permissão para a exploração de serviços
públicos, incluído o de transporte coletivo;
§ 2º O ingresso da carreira de Procurador da Câmara
Legislativa far-se-á mediante concurso público de provas e XII - o servidor público, seu regime jurídico, provimento de
títulos. cargos, estabilidade e aposentadoria;
§ 3º A Câmara Legislativa do Distrito Federal regulamentará XIII - criação, transformação, fusão e extinção de entidades
a organização e o funcionamento da sua Procuradoria-Geral públicas do Distrito Federal, bem como normas gerais sobre
e da respectiva carreira de Procurador da Câmara Legislativa. privatização das entidades de direito privado integrantes da
administração indireta;
§ 4º A Câmara Legislativa disporá, ainda, sobre o
funcionamento da sua Procuradoria-Geral até que sejam XIV - prestação de garantia, pelo Distrito Federal, em
providos por concurso público os respectivos cargos daquele operação de crédito contratada por suas autarquias,
órgão. fundações, empresas públicas e sociedades de economia
mista;
Seção II
XV - aquisição, administração, alienação, arrendamento e
Das Atribuições da Câmara Legislativa
cessão de bens imóveis do Distrito Federal;
Art. 58. Cabe à Câmara Legislativa, com a sanção do
XVI - transferência temporária da sede do Governo;
Governador, não exigida esta para o especificado no art. 60
desta Lei Orgânica, dispor sobre todas as matérias de XVII - proteção e integração de pessoas portadoras de
competência do Distrito Federal, especialmente sobre: deficiência;
I - matéria tributária, observado o disposto nos arts. 145, XVIII - proteção a infância, juventude e idosos;
147, 150, 152, 155, 156 e 162 da Constituição Federal;
XIX - organização do sistema local de emprego, em
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento consonância com o sistema nacional.
anual, operações de crédito, dívida pública e empréstimos
Art. 59. Compete à Câmara Legislativa autorizar, nos limites
externos a qualquer título a ser contraídos pelo Distrito
estabelecidos pelo Senado Federal, a celebração de
Federal;
operações de crédito, a realização de operações externas de
III - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e natureza financeira, bem como a concessão de qualquer
funções públicas, fixação dos vencimentos ou aumento de garantia pelo Distrito Federal ou por suas autarquias.
sua remuneração;
Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara Legislativa do
IV - planos e programas locais de desenvolvimento Distrito Federal:
econômico social;
I - eleger os membros da Mesa Diretora e constituir suas
V - educação, saúde, previdência, habitação, cultura, ensino, comissões;
desporto e segurança pública;
II - dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
VI - autorização para alienação dos bens imóveis do Distrito administrativos;
Federal ou cessão de direitos reais a eles relativos, bem
III - estabelecer e mudar temporariamente sua sede, o local
como recebimento, pelo Distrito Federal, de doações com
de suas reuniões, bem como o de suas comissões
encargo, não se considerando como tais a simples
permanentes;
destinação específica do bem;
IV - zelar pela preservação de sua competência legislativa;
V – criar, transformar ou extinguir cargos de seus serviços, Distrito Federal nas suas respectivas áreas de competência,
provê-los, e iniciar o processo legislativo para fixar ou em sentenças transitadas em julgado;
modificar as respectivas remunerações ou subsídios;
XX - aprovar previamente a indicação ou destituição do
VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que Procurador-Geral do Distrito Federal;
exorbitem do poder regulamentar, configurando crime de
XXI – convocar o Procurador-Geral do Distrito Federal e o
responsabilidade sua reedição;
Defensor Público-Geral do Distrito Federal a prestar
VII – fixar o subsídio do Governador, do Vice-governador, dos informações sobre assuntos previamente determinados, no
Secretários de Estado do Distrito Federal e dos prazo de trinta dias, sujeitando-se estes às penas da lei por
Administradores Regionais, observados os princípios da ausência injustificada;
Constituição Federal;
VIII – fixar o subsídio dos Deputados Distritais, observados os
XXII - declarar a perda do mandato do Governador e do Vice-
princípios da Constituição Federal;
Governador;
IX - solicitar intervenção federal para garantir o livre
XXIII - autorizar, por dois terços dos seus membros, a
exercício de suas atribuições, nos termos dos arts. 34, IV e
instauração de processo contra o Governador, o Vice-
36, I da Constituição Federal;
Governador e os Secretários de Governo;
X - promover, periodicamente, a consolidação dos textos
XXIV - processar e julgar o Governador nos crimes de
legislativos com a finalidade de tornar sua consulta acessível
responsabilidade, bem como adotar as providências
aos cidadãos;
pertinentes, nos termos da legislação federal, quanto ao
XI - dar posse ao Governador e Vice-Governador e conhecer Vice-Governador e Secretários de Governo, nos crimes da
da renúncia de qualquer deles; declarar vacância e promover mesma natureza ou conexos com aqueles;
as respectivas substituições ou sucessões, nos termos desta
XXV - processar e julgar o Procurador-Geral nos crimes de
Lei Orgânica;
responsabilidade;
XII - autorizar o Governador e o Vice-Governador a se
XXVI - (Revogado).
ausentarem do Distrito Federal por mais de quinze dias;
XXVII – aprovar previamente, em votação ostensiva, após
XIII - proceder à tomada de contas do Governador, quando
argüição pública, a escolha dos membros do conselho de
não apresentadas nos prazos estabelecidos;
Governo indicados pelo Governador;
XIV - convocar Secretários de Governo, dirigentes e
XXVIII - aprovar previamente a alienação de terras públicas
servidores da administração direta e indireta do Distrito
com área superior a vinte e cinco hectares e, no caso de
Federal a prestar pessoalmente informações sobre assuntos
concessão de uso, com área superior a cinqüenta hectares;
previamente determinados, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificativa adequada ou o XXIX - apreciar e julgar, anualmente, as contas do Tribunal de
não atendimento no prazo de trinta dias, bem como a Contas do Distrito Federal;
prestação de informações falsas, nos termos da legislação
XXX - receber renúncia de Deputado Distrital e declarar a
pertinente;
vacância do cargo;
XV - julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador
XXXI - declarar a perda de mandato de Deputado Distrital,
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos do
como prevê o art. 63, § 2º;
governo;
XXXII - solicitar ao Governador informação sobre atos de sua
XVI - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,
competência;
incluídos os da administração indireta;
XXXIII - encaminhar, por intermédio da Mesa Diretora,
XVII – escolher quatro entre os sete membros do Tribunal de
requerimento de informação aos Secretários de Governo,
Contas do Distrito Federal;
implicando crime de responsabilidade, nos termos da
XVIII – aprovar previamente, em votação ostensiva, após legislação pertinente, a recusa ou o não atendimento no
argüição em seção pública, a escolha dos titulares do cargo prazo de trinta dias, bem como o fornecimento de
de conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal informação falsa;
indicados pelo Governador;
XXXIV - apreciar vetos, observado, no que couber, o disposto
XIX - suspender, no todo ou em parte, a execução de lei ou nos arts. 66 e 67 da Constituição Federal;
ato normativo declarado ilegal ou inconstitucional tanto pelo
XXXV - aprovar previamente a indicação de presidente de
Supremo Tribunal Federal quanto pelo Tribunal de Justiça do
instituição financeiras oficiais do Distrito Federal;
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado Distrital poderá
artigo anterior; optar pela remuneração de seu mandato.
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o Seção IV
decoro parlamentar;
Do Funcionamento da Câmara Legislativa
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
Subseção I
terça parte das sessões ordinárias, salvo licença ou missão
autorizada pela Câmara Legislativa; Das Reuniões
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; Art. 65. A Câmara Legislativa reunir-se-á, anualmente, em
sua sede, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
a 15 de dezembro.
na Constituição Federal;
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando
em julgado;
recaírem em sábados, domingos ou feriados.
VII - que utilizar-se do mandato para a prática de atos de
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
corrupção ou improbidade administrativa.
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, nem
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos encerrada sem a aprovação do projeto de lei do orçamento.
casos definidos no regimento interno, o abuso das
Art. 66. A Câmara Legislativa, em cada legislatura, reunir-se-
prerrogativas asseguradas ao Deputado Distrital ou a
á em sessões preparatórias no dia 1º de janeiro, observado
percepção de vantagens indevidas.
o seguinte:
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do mandato
I - na primeira sessão legislativa, para a posse dos Deputados
é decidida por maioria absoluta dos membros da Câmara
Distritais, eleição e posse dos membros da Mesa Diretora;
Legislativa, em votação ostensiva, mediante provocação da
Mesa Diretora ou de partido político representado na Casa, II - na terceira sessão legislativa, para a posse dos membros
assegurada ampla defesa. da Mesa Diretora eleitos no último dia útil da primeira
quinzena de dezembro da sessão legislativa anterior, vedada
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda declarada
a recondução para o mesmo cargo.
pela Mesa Diretora, de ofício ou mediante provocação de
qualquer dos membros da Câmara Legislativa ou de partido Parágrafo único. Na composição da Mesa Diretora é
político nela representado, assegurada ampla defesa. assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária ou de blocos parlamentares com
§ 4º A renúncia de Deputado Distrital submetido a processo
participação na Câmara Legislativa.
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos
deste artigo, terá seu efeitos suspensos até as deliberações Art. 67. A convocação extraordinária da Câmara Legislativa
finais de que tratam os §§ 2º e 3º. far-se-á:
Art. 64. Não perderá o mandato o Deputado Distrital: I - pelo Presidente, nos casos de:
I - investido na função de Ministro de Estado, Secretário- a) decretação de estado de sítio ou estado de defesa que
Executivo de Ministério ou equivalente, Secretário de atinja o território do Distrito Federal;
Estado, Administrador Regional, Chefe de Missão
b) intervenção no Distrito Federal;
Diplomática Temporária ou dirigente máximo de Autarquia,
Fundação Pública, Agência, Empresa Pública ou Sociedade c) recebimento dos autos de prisão de Deputado Distrital, na
de Economia Mista pertencentes à Administração Pública hipótese de flagrante de crime inafiançável;
Federal e Distrital;
d) posse do Governador e Vice-Governador;
II - licenciado pela Câmara Legislativa por motivo de doença
II - pela Mesa Diretora ou a requerimento de um terço dos
ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular
Deputados que compõem a Câmara Legislativa, para
desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento
apreciação de ato do Governador do Distrito Federal que
e vinte dias por sessão legislativa.
importe crime de responsabilidade;
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de
III - pelo Governador do Distrito Federal, pelo Presidente da
investidura nas funções previstas neste artigo ou de licença
Câmara Legislativa ou a requerimento da maioria dos seus
superior a cento e vinte dias.
membros, em caso de urgência ou interesse público
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á relevante;
eleição para preenchê-la, se faltarem mais de quinze meses
para o término do mandato.
IV - pela comissão representativa prevista no art. 68, § 5º, V - a instalação de comissão parlamentar de inquérito de
nas hipóteses estabelecidas nesta Lei Orgânica. iniciativa popular tem precedência sobre as demais e não
pode ser inviabilizada em razão de formalidades
Parágrafo único. Na sessão legislativa extraordinária, a
regimentais;
Câmara Legislativa somente deliberará sobre a matéria para
a qual tiver sido convocada. VI - suas conclusões, se for o caso, devem ser encaminhadas
ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público ou à
Subseção II
Procuradoria-Geral do Distrito Federal, para que promovam,
Das Comissões conforme o caso, a responsabilidade civil, criminal,
administrativa ou tributária do infrator.
Art. 68. A Câmara Legislativa terá comissões permanentes e
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições § 4º A omissão de informação às comissões parlamentares
previstas no seu regimento interno ou no ato legislativo de de inquérito, inclusive as que envolvam sigilo, ou a prestação
que resultar sua criação. de informações falsas constituem crime de responsabilidade,
na forma da legislação pertinente.
§ 1º Na composição de cada comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos § 5º Durante o recesso, haverá uma comissão representativa
ou dos blocos parlamentares com participação na Câmara da Câmara Legislativa, com atribuições definidas no
Legislativa. regimento interno, cuja composição reproduzirá, tanto
quanto possível, a proporcionalidade de representação
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
partidária, eleita na última sessão ordinária de casa sessão
cabe:
legislativa.
I - apreciar e emitir parecer sobre proposições, na forma do
Seção V
regimento interno da Câmara Legislativa;
Do Processo Legislativo
II - realizar audiências públicas com entidades
representativas da sociedade civil; Art. 69. O processo legislativo compreende a elaboração de:
III - convocar Secretários de Governo, dirigentes e servidores I - emendas à Lei Orgânica;
da administração pública direta e indireta do Distrito Federal
II - leis complementares;
e o Procurador-Geral a prestar informações sobre assuntos
inerentes a suas atribuições; III - leis ordinárias;
IV - receber petições, reclamações, representações ou IV - decretos legislativos;
queixas contra atos ou omissões das autoridades ou
V - resoluções.
entidades públicas;
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis do
VI - apreciar programas de obras, planos regionais e setoriais Distrito Federal.
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
Subseção I
VII - fiscalizar os atos que envolvam gastos de órgãos e
Das Emendas à Lei Orgânica
entidades da administração pública.
Art. 70. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante
§ 3º Às comissões parlamentares de inquérito aplica-se o
proposta:
seguinte:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
I - são criadas mediante requerimento:
Legislativa;
a) de um terço dos membros da Câmara Legislativa;
II - do Governador do Distrito Federal;
b) de iniciativa popular, com o mínimo de subscritores
III - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no
previsto no art. 76;
mínimo, por um por cento dos eleitores do Distrito Federal
II - destinam-se à apuração de fato determinado e por prazo distribuídos em, pelo menos, três zonas eleitorais, com não
certo; menos de três décimos por cento do eleitorado de cada uma
delas.
III - têm poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos em lei e no regimento § 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com
interno da Câmara Legislativa; interstício mínimo de dez dias, e considerada aprovada se
obtiver em ambos, o voto favorável de dois terços dos
IV - o requerimento, atendidas as formalidades regimentais,
membros da Câmara Legislativa.
independe de aprovação;
§ 2º A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa § 3º As emendas parlamentares a proposição de iniciativa do
Diretora da Câmara Legislativa, com o respectivo número de Poder Executivo, inclusive aos projetos de lei de que trata o
ordem. § 1º, VI, deste artigo, devem guardar pertinência temática
com a matéria a deliberar.
§ 3º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
que ferir princípios da Constituição Federal. Art. 72. Não será admitido aumento da despesa prevista:
§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador do
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova Distrito Federal, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º
proposta na mesma sessão legislativa. da Constituição Federal;
§ 5º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de II – nos projetos sobre organização dos serviços
intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio. administrativos da Câmara Legislativa, do Tribunal de Contas
e da Defensoria Pública.
Subseção II
Art. 73. O Governador do Distrito Federal pode solicitar
Das Leis
urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
Art. 71. A iniciativa das leis complementares e ordinárias,
§ 1º Se, na hipótese prevista no caput, a Câmara Legislativa
observada a forma e os casos previstos nesta Lei Orgânica,
não se manifestar sobre a proposição em até quarenta e
cabe:
cinco dias, esta deverá ser incluída na Ordem do Dia,
I – a qualquer membro ou comissão da Câmara Legislativa; sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos,
para que se ultime a votação.
II – ao Governador;
§ 2º Os prazos de que trata o parágrafo anterior não ocorrem
III – aos cidadãos;
nos períodos de recesso da Câmara Legislativa, nem se
IV – ao Tribunal de Contas, nas matérias do art. 84, IV, e do aplicam a projetos de código e de emendas a esta Lei
art. 86; Orgânica.
V – à Defensoria Pública, nas matérias do art. 114, § 4º. Art. 74. Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será
ele enviado ao Governador que, aquiescendo, o sancionará
§ 1º Compete privativamente ao Governador do Distrito
e promulgará.
Federal a iniciativa das leis que disponham sobre:
§ 1º Se o Governador do Distrito Federal considerar o projeto
I - criação de cargos, funções ou empregos públicos na
de lei, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao
administração direta, autárquica e fundacional, ou aumento
interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo
de sua remuneração;
de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e
II - servidores públicos do Distrito Federal, seu regime comunicará, dentro de quarenta e oito horas, os motivos do
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e veto ao Presidente da Câmara Legislativa.
aposentadoria;
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de
III - organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal; artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
IV - criação, estruturação, reestruturação, § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
desmembramento, extinção, incorporação, fusão e Governador importará sanção.
atribuições das Secretarias de Governo, Órgãos e entidades
§ 4º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado ao
da administração pública;
Governador para promulgação.
V - plano plurianual, orçamento anual e diretrizes
§ 5º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no art.
orçamentárias.
66, § 4º, da Constituição Federal, o veto será incluído na
VI – plano diretor de ordenamento territorial, lei de uso e ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
ocupação do solo, plano de preservação do conjunto proposições até a sua votação final, só podendo ser rejeitado
urbanístico de Brasília e planos de desenvolvimento local; pelo voto da maioria absoluta dos Deputados, em votação
ostensiva.
VII – afetação, desafetação, alienação, aforamento,
comodato e cessão de bens imóveis do Distrito Federal. § 6º Se a lei não for promulgada em quarenta e oito horas
pelo Governador nos casos dos §§ 3º e 4º, o Presidente da
§ 2º Não será objeto de deliberação proposta que vise a
Câmara Legislativa a promulgará e, se este não o fizer em
conceder gratuidade ou subsídio em serviço público
igual prazo, caberá ao Vice-Presidente fazê-lo.
prestado de forma indireta, sem a correspondente indicação
da fonte de custeio. § 7º A matéria constante de projeto lei rejeitado somente
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
IV - avaliar a execução das metas previstas no plano § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado
plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento diretamente pela Câmara Legislativa, que solicitará, de
anual; imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
V - realizar, por iniciativa própria, da Câmara Legislativa ou § 2º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo
de alguma de suas comissões técnicas ou de inquérito, de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, parágrafo anterior, o Tribunal decidirá da questão.
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
§ 3º O Tribunal encaminhará à Câmara Legislativa, trimestral
administrativas dos Poderes Executivo e Legislativo do
e anualmente, relatório circunstanciado e demonstrativo das
Distrito Federal:
atividades internas e de controle externo realizadas.
a) da estimativa, lançamento, arrecadação, recolhimento,
§ 4º Nos casos de irregularidade ou ilegalidade constatados,
parcelamento e renúncia de receitas;
sem imputação de débito, em que o Tribunal de Contas do
b) dos incentivos, transações, remissões e anistias fiscais, Distrito Federal decidir não aplicar o disposto no inciso IX
isenções, subsídios, benefícios e afins, de natureza deste artigo, deverão os respectivos votos ser publicados
financeira, tributária, creditícia e outras concedidas pelo juntamente com a ata da sessão em que se der o julgamento.
Distrito Federal;
§ 5º As decisões do Tribunal de Contas do Distrito Federal de
c) das despesas de investimento e custeio, inclusive á conta que resultem imputação de débitos ou multa terá eficácia de
de fundo especial, de natureza contábil ou financeira; título executivo.
d) das concessões, cessões, doações, permissões e contratos Art. 79. A Câmara Legislativa ou a comissão competente,
de qualquer natureza, a título oneroso ou gratuito, e das diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que
subvenções sociais ou econômicas, dos auxílios, sob forma de investimentos não programados ou de
contribuições e doações. incentivos, isenções, anistias, remissões, subsídios ou
benefícios de natureza financeira, tributária ou creditícia não
e) de outros atos e procedimentos de que resultem variações
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental
patrimoniais;
responsável que, no prazo de cinco dias, preste
VI - fiscalizar as aplicações do Poder Público em empresas de esclarecimentos necessários.
cujo capital social o Distrito Federal participe de forma direta
§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados
ou indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo;
estes insuficientes, a Câmara Legislativa ou a comissão
VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados competente solicitará ao Tribunal de Contas
ao Distrito Federal ou pelo Distrito Federal, mediante pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos trinta dias.
congêneres;
§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a
VIII - prestar as informações solicitadas pela Câmara comissão competente, se julgar que o gasto possa causar
Legislativa ou por qualquer de suas comissões técnicas ou de dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá
inquérito sobre a fiscalização contábil, financeira, à Câmara Legislativa sua sustação, se ainda não realizado, ou
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados seu reembolso devidamente atualizado monetariamente,
de auditorias e inspeções realizadas; consoante regras vigentes, se já efetuado.
IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de § 3º O Tribunal de Contas do Distrito Federal agirá de ofício
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em ou mediante iniciativa da Câmara Legislativa, do Ministério
lei, a qual estabelecerá, entre outras cominações, multa Público ou das autoridades financeiras e orçamentárias do
proporcional ao dado causado ao erário; Distrito Federal ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que
houver indício de irregularidade em qualquer despesa,
X - assinar prazo que o órgão ou entidade adote as
inclusive naquela decorrente de contrato.
providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
verificada a ilegalidade; Art. 80. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de
forma integrada, sistema de controle interno com a
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
finalidade de:
comunicando a decisão à Câmara Legislativa;
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
XII - representar ao Poder competente sobre irregularidades
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
ou abusos apurados;
orçamentos do Distrito Federal;
XIV - apreciar e apurar denúncias sobre irregularidades e
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à
ilegalidades dos atos sujeitos a seu controle.
eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira,
contábil e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração do Distrito Federal, e quanto à da aplicação de Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, integrado
recursos públicos por entidades de direito privado; por sete Conselheiros, tem sede na cidade de Brasília,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
III - exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e a
do Distrito Federal, exercendo, no que couber, as atribuições
forma de calcular qualquer parcela integrante da
previstas no art. 96 da Constituição Federal.
remuneração, vencimento ou salário de seus membros ou
servidores; § 1º Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados entre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e
garantias, bem como os dos direitos e haveres do Distrito I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
Federal; idade;
V - avaliar a relação de custo e benefício das renúncias de II - idoneidade moral e reputação ilibada;
receitas e dos incentivos, remissões, parcelamentos de
III - notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis,
dívidas, anistias, isenções, subsídios, benefícios e afins de
econômicos e financeiros ou de administração pública;
natureza financeira, tributária, creditícia e outros.
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
VI - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão
atividade profissional que exija os conhecimentos
institucional.
mencionados no item anterior.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito
conhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade ou
Federal serão escolhidos:
ofensa aos princípios do art. 37 da Constituição Federal, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas do Distrito Federal, sob I – três pelo Governador do Distrito Federal, com a
pena de responsabilidade solidária. aprovação da Câmara Legislativa, sendo um de livre escolha,
e dois alternadamente dentre auditores e membros do
§ 2º As contas públicas do Distrito Federal ficarão, durante
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
sessenta dias, anualmente, em local próprio da Câmara
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e
Legislativa à disposição de qualquer contribuinte para exame
merecimento;
e apreciação e serão disponibilizadas de maneira
permanente, atualizadas mensalmente, nos sítios oficiais na II – quatro pela Câmara Legislativa.
internet do Poder Legislativo, do Poder Executivo e do
§ 3º (Revogado).
Tribunal de Contas do Distrito Federal, recomendando-se a
criação de sítios específicos na internet para a publicação § 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas têm as mesmas
permanente das contas públicas, de forma clara e garantias, prerrogativas, impedimentos e subsídio dos
compreensível ao cidadão. Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e Territórios, aplicando-se-lhes, quanto a aposentadoria e
§ 3º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
pensão, as normas do art. 41.
entidade sindical é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Câmara § 5º Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, serão
Legislativa. substituídos por Auditores, na forma da lei.
§ 4º A prestação de contas anual do Governador e as § 6º O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá
tomadas ou prestações de contas anuais dos as mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos do
administradores dos órgãos e entidades do Distrito Federal titular e, no exercício das demais atribuições da judicatura,
deverão ser acompanhadas de relatório circunstanciado do as de Juiz de Direito da Justiça do Distrito Federal e
órgão de controle interno sobre o resultado das atividades Territórios.
indicadas neste artigo.
§ 7º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito
Art. 81. O Tribunal de Contas do Distrito Federal prestará Federal farão declaração pública de bens, no ato da posse e
contas anualmente de sua execução orçamentária, no término do exercício do cargo.
financeira e patrimonial à Câmara Legislativa até sessenta
§ 8º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito
dias da data da abertura da sessão do ano seguinte àquele a
Federal, nos casos de crime comum e nos de
que se referir o exercício financeiro quanto aos aspectos de
responsabilidade, serão processados e julgados,
legalidade, legitimidade e economicidade, observados os
originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.
demais preceitos legais.
§ 9° É proibida a nomeação para o cargo de Conselheiro do
Subseção II
Tribunal de Contas do Distrito Federal de pessoa que tenha
Do Tribunal de Contas praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade
prevista na legislação eleitoral.
Art. 83. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Parágrafo único. A proibição de que trata o art. 82, § 9°,
Federal ainda que em disponibilidade, não poderão exercer aplica-se à nomeação do Procurador-Geral do Ministério
outra função pública, nem qualquer profissão remunerada, Público de Contas do Distrito Federal.
salvo uma de magistério, nem receber, a qualquer título ou
Art. 86. Lei complementar do Distrito Federal disporá sobre
pretexto, participação nos processos, bem como dedicar-se
a organização e funcionamento do Tribunal de Contas,
à atividade político-partidária, sob pena de perda do cargo.
podendo dividi-lo em câmaras e criar delegações ou órgãos
Art. 84. É da competência exclusiva do Tribunal de Contas do destinados a auxiliá-lo no exercício de suas funções e na
Distrito Federal: descentralização dos seus trabalhos.
I - elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno; CAPÍTULO III
II - organizar seus serviços auxiliares e prover os respectivos Do Poder Executivo
cargos, ocupados aqueles em comissão preferencialmente
Seção I
por servidores de carreira do próprio tribunal, nos casos e
condições que deverão ser previstos em sua lei de Do Governador E Vice-Governador
organização;
Art. 87. O Poder Executivo é exercido pelo Governador do
III - conceder licença, férias e outros afastamentos a Distrito Federal, auxiliado pelos Secretários de Governo.
Conselheiros e Auditores;
Art. 88. A eleição do Governador e do Vice-Governador do
IV - propor à Câmara Legislativa a criação, transformação e Distrito Federal realizar-se-á noventa dias antes do término
extinção de cargos e afixação dos respectivos vencimentos; do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá no dia
1º de janeiro do ano subseqüente.
V - elaborar sua proposta orçamentária, observados os
princípios estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 1º A eleição do Governador do Distrito Federal importará
a do Vice-Governador com ele registrado.
Art. 84-A. O Tribunal de Contas do Distrito Federal é
representado por seu Presidente e, judicialmente, por sua § 2º A eleição do Governador do Distrito Federal é feita por
Procuradoria-Geral. sufrágio universal e por voto direto e secreto.
§ 1º São funções institucionais da Procuradoria-Geral do § 3º O mandato do Governador é de quatro anos, vedada a
Tribunal de Contas do Distrito Federal, em seu âmbito: reeleição para o período subseqüente.
I - representar o Tribunal de Contas do Distrito Federal § 3º O mandato do Governador do Distrito Federal será de
judicialmente; quatro anos, permitida a reeleição para um único período
subseqüente.
II - promover a defesa do Tribunal de Contas do Distrito
Federal, requerendo a qualquer órgão, entidade ou tribunal Art. 89. São condições de elegibilidade para Governador e
as medidas de interesse da Justiça, da Administração e do Vice-Governador do Distrito Federal:
Erário;
I - nacionalidade brasileira;
III - promover a uniformização da jurisprudência
II - pleno exercício dos direitos políticos;
administrativa e a compilação da legislação de interesse do
Tribunal de Contas do Distrito Federal. III - domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito Federal
pelo prazo fixado em lei;
§ 2º O ingresso no cargo de Procurador do Tribunal de Contas
do Distrito Federal é feito mediante concurso público de IV - filiação partidária;
provas e títulos.
V - idade mínima de trinta anos;
§ 3º Lei de iniciativa do Tribunal de Contas do Distrito Federal
VI - alistamento eleitoral.
deve dispor sobre a criação dos cargos e a estrutura da sua
Procuradoria-Geral. Art. 90. Será considerado eleito Governador do Distrito
Federal o candidato que, registrado por partido político,
§ 4º O Tribunal de Contas do Distrito Federal deve dispor
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
sobre a organização e o funcionamento da sua Procuradoria-
branco e os nulos.
Geral.
§ 1º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta no
Art. 85. Funcionará junto ao Tribunal de Contas o Ministério
primeiro turno, faz-se nova eleição, na qual concorrem os
Público, regido pelos princípios institucionais de unidade,
dois candidatos mais votados, sendo considerado eleito o
indivisibilidade e independência funcional, com as
que obtiver a maioria dos votos válidos.
atribuições de guarda da lei e fiscal de sua execução.
§ 2º Se, ante de realizado o segundo turno, ocorrer morte, Art. 97. O Governador e o Vice-Governador deverão, no ato
desistência ou impedimento legal de candidato, convocar- da posse e no término do mandato, fazer declaração pública
se-á, entre os remanescentes, o de maior votação. de bens.
§ 3º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, Art. 98. Aplicam-se ao Governador e ao Vice-Governador, no
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma que couber, as proibições e impedimentos estabelecidos
votação qualificar-se-á o mais idoso. para os Deputados Distritais, fixados no art. 62.
Art. 91. O Governador e o Vice-Governador do Distrito Art. 99. Perderá o mandato o Governador que assumir outro
Federal tomarão posse em sessão da Câmara Legislativa, cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
quando prestarão o compromisso de manter, defender e federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
cumprir a Constituição Federal e a Lei Orgânica, observar as ressalvada a posse em virtude de concurso público e
leis e promover o bem geral do povo do Distrito Federal. observado o disposto no art. 38, I, IV e V da Constituição
Federal.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
a posse, o Governador ou o Vice-Governador do Distrito Seção II
Federal, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o
Das Atribuições do Governador
cargo, este será declarado vago.
Art. 100. Compete privativamente ao Governador do Distrito
Art. 92. Cabe ao Vice-Governador substituir o Governador
Federal:
em sua ausência ou impedimento e suceder-lhe no caso de
vaga. I - representar o Distrito Federal perante o Governo da União
e das Unidades da Federação, bem como em suas relações
Parágrafo único. O Vice-Governador do Distrito Federal,
jurídicas, políticas, sociais e administrativas;
além de suas atribuições que lhe forem conferidas por lei
complementar, auxiliará o Governador, sempre que por ele II - nomear, observado o disposto no caput do art. 244 e em
convocado para missões especiais. seu parágrafo único, os membros do Conselho de Educação
do Distrito Federal;
Art. 93. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-
Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão III - nomear e exonerar Secretários de Governo;
sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder
IV - exercer, com auxílio dos Secretários de Governo, a
Executivo o Presidente da Câmara Legislativa e o Presidente
direção superior da administração do Distrito Federal;
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
V - exercer o comando superior da Polícia Militar e do Corpo
Art. 94. Vagando os cargos de Governador e Vice-
de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e promover seus
Governador do Distrito Federal, se fará eleição noventa dias
oficiais;
depois de aberta a última vaga.
VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
previstos nesta Lei Orgânica;
mandato, a eleição para ambos os cargos será feita trinta
dias depois da última vaga, pela Câmara Legislativa, na forma VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
da Lei. expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o VIII - nomear, na forma da lei, os Comandantes-Gerais da
período de seus antecessores. Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal, bem como o Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito
Art. 95. O Governador e o Vice-Governador deverão residir
Federal, observado o disposto no parágrafo único deste
no Distrito Federal.
artigo.
Art. 96. O Governador e o Vice-Governador não poderão,
IX - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
sem licença da Câmara Legislativa, ausentar-se do Distrito
Federal por período superior a quinze dias, sob pena de X - dispor sobre a organização e o funcionamento da
perda do cargo. administração do Distrito Federal, na forma desta Lei
Orgânica;
Parágrafo Primeiro. A licença a que se refere o caput deverá
ser justificada. XI – remeter mensagem à Câmara Legislativa por ocasião da
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do Distrito
§ 2° O Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal
Federal e indicando as providências que julgar necessárias;
poderão afastar-se durante trinta dias, a título de férias, em
cada ano de seu mandato. XII - nomear os Conselheiros do Tribunal de Contas do
Distrito Federal, após a aprovação pela Câmara Legislativa,
observado o disposto no art. 82, §§ 1º e 2º e seus incisos;
XIII - nomear e destituir o Procurador-Geral do Distrito Parágrafo único. A nomeação do Diretor-Geral da Polícia Civil
Federal, na forma da lei; do Distrito Federal dá-se por indicação em lista tríplice
elaborada pelos Delegados de Polícia e Policiais Civis do
XIV - nomear os membros do Conselho de Governo, e que se
Distrito Federal.
refere no art. 108;
Seção III
XV - nomear e destituir presidente de instituições financeiras
controladas pelo Distrito Federal, após a aprovação pela Da Responsabilidade do Governador
Câmara Legislativa, na forma do art. 60, XXXV;
Art. 101. São crimes de responsabilidade os atos do
XVI - enviar à Câmara Legislativa projetos de lei relativos a Governador do Distrito Federal que atentem contra a
plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, Constituição Federal, esta Lei Orgânica e, especialmente,
dívida pública e operações de crédito; contra:
XVII - prestar anualmente à Câmara Legislativa, no prazo de I - a existência da União e do Distrito Federal;
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
II - o livre exercício do Poder Executivo e do Poder Legislativo
referentes ao exercício anterior;
ou de outras autoridades constituídas;
XVIII - prover e extinguir os cargos públicos do Distrito
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
Federal, na forma da lei;
IV - a segurança interna do País e do Distrito Federal;
XIX - nomear e demitir diretores de sociedades de economia
mista, empresas públicas e fundações mantidas pelo Poder V - a probidade na administração;
Público;
VI - a lei orçamentária;
XX - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
capital, desde que haja recursos disponíveis, de sociedade de
economia mista ou de empresa pública, bem como dispor, a Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo serão
qualquer título, no todo ou em parte, de ações ou capital que definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
tenham subscrito, adquirido, realizado ou aumentado, processo e julgamento.
mediante autorização da Câmara Legislativa;
Art. 101-A. São crimes de responsabilidade os atos dos
XXI - delegar, por decreto, a qualquer autoridade do secretários de governo, dos dirigentes e servidores da
Executivo atribuições administrativas que não sejam de sua administração pública direta e indireta, do Procurador-Geral,
exclusiva competência; dos comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar e do Diretor-Geral da Polícia Civil que atentarem
XXII - solicitar intervenção federal na forma estabelecida pela
contra a Constituição Federal, esta Lei Orgânica e,
Constituição da República;
especialmente, contra:
XXIII - celebrar ou autorizar convênios, ajustes ou acordos
I - a existência da União e do Distrito Federal;
com entidades públicas ou particulares, na forma da
legislação em vigor; II - o livre exercício dos Poderes Executivo e Legislativo e das
outras autoridades constituídas;
XXIV - realizar operações de crédito autorizadas pela Câmara
Legislativa; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
XXV - decretar situação de emergência e estado de IV - a segurança interna do País e do Distrito Federal;
calamidade pública no Distrito Federal;
V - a probidade na administração;
XXVI - praticar os demais atos de administração, nos limites
VI - a lei orçamentária;
da competência do Poder Executivo;
VII - o cumprimento das leis e decisões judiciais;
XXVII – nomear, dispensar, exonerar, demitir e destituir
servidores da administração pública direta, autárquica e § 1° A recusa em atender a convocação da Câmara Legislativa
fundacional. ou de qualquer das suas comissões constitui igualmente
crime de responsabilidade.
XXVIII – nomear e destituir o Defensor Público-Geral do
Distrito Federal, na forma da lei. § 2° A Mesa Diretora, as Comissões Permanentes e os
Deputados Distritais poderão apresentar ao plenário
XXIX - nomear, na forma da lei, o Diretor-Geral do
denúncia solicitando a instauração de processo por crime de
Departamento de Trânsito do Distrito Federal, dentre os
responsabilidade contra qualquer das autoridades elencadas
servidores efetivos, indicado em lista tríplice elaborada pela
no caput.
categoria do órgão.
§ 3º Admitida a acusação constante da denúncia, por maioria V - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
absoluta dos deputados distritais, será a autoridade julgada outorgadas ou delegadas pelo Governador do Distrito
perante a própria Câmara Legislativa. Federal;
§ 4º Após admitida a denúncia pela Câmara Legislativa a VI - comparecer à Câmara Legislativa ou a suas comissões nos
autoridade será afastada imediatamente de seu cargo. casos e para os fins indicados nesta Lei Orgânica;
§ 5º Aos ex-governadores e aos ex-ocupantes dos cargos VII - delegar a seus subordinados, por ato expresso,
referidos no caput, aplica-se o disposto no § 1º quando a atribuições previstas na legislação.
convocação referir-se a atos praticados no período de
Art. 106. Os Secretários de Governo poderão comparecer à
mandato ou gestão dos respectivos cargos.”
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou a qualquer de suas
Art. 102. Qualquer cidadão, partido político, associação ou comissões, por sua iniciativa ou por convocação, para expor
entidade sindical poderá denunciar à Câmara Legislativa o assunto relevante de sua secretaria.
Governador, o Vice-Governador e os Secretários de Governo
Art. 107. Os Secretários de Governo serão, nos crimes de
por crime de responsabilidade.
comuns e nos de responsabilidade, processados e julgados
Art. 103. Admitida acusação contra o Governador, por dois pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,
terços da Câmara Legislativa, será ele submetido a ressalvada a competência dos órgãos judiciários federais.
julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas
§ 1º São crimes de responsabilidade dos Secretários de
infrações penais comuns, ou perante a própria Câmara
Governo os referidos nos arts. 60, XII e 101, bem como os
Legislativa, nos crimes de responsabilidade.
demais previstos em lei, incluída a recusa ou o não
§ 1º O Governador ficará suspenso de suas funções: comparecimento à Câmara Legislativa ou a qualquer de suas
comissões quando convocados, além da não prestação de
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
informações no prazo de trinta dias ou o fornecimento de
queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
informações falsas.
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
§ 2º O acolhimento da denúncia pela prática de crime de
processo pela Câmara Legislativa.
responsabilidade acarreta o afastamento do Secretário de
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o Governo do exercício de suas funções.
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Seção V
Governador não estará sujeito a prisão.
Do Conselho de Governo
Art. 104. A condenação do Governador ou do Vice-
Governador do Distrito Federal implica a destituição do Art. 108. O Conselho de Governo é o órgão superior de
cargo, sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis. consulta do Governador do Distrito Federal, que o preside e
do qual participam:
Seção IV
I - o Vice-Governador do Distrito Federal;
Dos Secretários De Governo
II - o Presidente da Câmara Legislativa;
Art. 105. Os Secretários de Estado serão escolhidos entre
brasileiros maiores de vinte e um anos, no exercício dos III - os líderes da maioria e da minoria na Câmara Legislativa;
direitos políticos, aplicando-se-lhes o disposto no art. 19, §
IV - quatro cidadãos brasileiros natos, residentes no Distrito
8°.
Federal há pelo menos dez anos, maiores de trinta anos de
Parágrafo único. Compete aos Secretários de Governo, além idade, todos com mandato de dois anos, vedada a
de outras atribuições estabelecidas nesta Lei Orgânica e nas recondução, sendo dois nomeados pelo Governador e dois
demais leis: indicados pela Câmara Legislativa.
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos Art. 109. Compete ao Conselho de Governo pronunciar-se
órgãos e entidades da administração do Distrito Federal, na sobre questões relevantes suscitadas pelo Governo do
área de sua competência; Distrito Federal, incluída a estabilidade das instituições e os
problemas emergentes de grave complexidade e magnitude.
II - referendar os decretos e os atos assinados pelo
Governador, referentes à área de sua competência; Parágrafo único. A lei regulará a organização e
funcionamento do Conselho de Governo e as atribuições de
III - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
seus membros, que as exercerão independentemente de
regulamentos;
qualquer remuneração.
IV - apresentar ao Governador relatório anual de sua gestão;
CAPÍTULO IV
Das Funções Essenciais à Justiça
especialmente dos segmentos sociais de maior § 7º O ingresso na carreira de policial civil do Distrito Federal
vulnerabilidade; é feito na forma da lei.
II - preservação da ordem pública, assim entendidas as § 8º As atividades desenvolvidas nos Institutos de
ordens urbanística, fundiária, econômica, tributária, das Criminalística, de Medicina Legal e de Identificação são
relações de consumo, ambiental e da saúde pública; considerados de natureza técnico-científica.
III - gestão integrada de seus órgãos e deles com as esferas § 9º Aos integrantes das categorias de perito criminal,
educacional, da saúde pública e da assistência social, com a médico legista e perito papiloscopista é garantida a
finalidade de prestar serviço concentrado na prevenção; independência funcional na elaboração dos laudos periciais.
IV - ênfase no policiamento comunitário; § 10. Compete ao Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito
Federal, por delegação, autorizar a realização de concursos
V - preservação da incolumidade das pessoas e do
públicos para o provimento de cargos das carreiras da Polícia
patrimônio público e privado.
Civil, o que ocorre sempre que as vagas excedam a 5% dos
§ 1º São objetivos da política de segurança pública: respectivos cargos ou, com menor número, de acordo com a
necessidade, bem como decidir sobre o provimento dos
I - a prevenção das infrações penais, por meio de
cargos e expedir normas complementares necessárias aos
procedimentos investigatórios e de policiamento ostensivo;
referidos fins.
II - a apuração das infrações penais, por meio de
§ 11. A delegação de que trata o § 10 exige prévia
procedimentos investigatórios de polícia judiciária;
manifestação da Secretaria de Estado de Planejamento e
Orçamento do Distrito Federal, antes da realização do
concurso, que confirme a existência de disponibilidade
III - o exercício da atividade de defesa civil, prevenção e
orçamentária para cobrir as despesas com o provimento dos
combate a incêndios, alagamentos, enchentes e outros
cargos.
desastres;
§ 12. É assegurado, pelo menos 1 vez ao ano ou quando da
IV - a guarda dos prédios públicos do Distrito Federal.
nomeação por concurso público, o concurso de remoção
§ 2º A política de segurança pública do Distrito Federal se interno, na hipótese em que o número de interessados seja
norteará pela lei do Plano Decenal de Segurança Pública, superior ao número de vagas, com critérios objetivos,
cujo texto tratará do planejamento estratégico do setor, pretéritos e determinados na Polícia Civil do Distrito Federal
estabelecendo diretrizes, metas e ajustes a serem para todos os cargos e carreiras.
permanentemente feitos pelo Poder Público para o seu
§ 13. O concurso de remoção de que trata o § 12 abrange
atingimento.
todas as unidades e seções da Polícia Civil do Distrito Federal,
Art. 118. (Revogado). excetuando-se apenas as funções comissionadas.
Art. 119. À Polícia Civil, órgão permanente dirigido por § 14. É obrigatória a comprovação dos pré-requisitos
delegado de polícia de carreira, incumbe, ressalvada a objetivos e determinados exigidos de cada função para
competência da União, as funções de polícia judiciária e a lotação pelo concurso de remoção.
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 15. Aos integrantes das categorias de agente de polícia,
§ 1º São princípios institucionais da Polícia Civil unidade, agente policial de custódia e escrivão de polícia é garantida
indivisibilidade, legalidade, moralidade, impessoalidade, a independência funcional na elaboração e no conteúdo dos
hierarquia funcional, disciplina e unidade de doutrina e de atos legais delegados ou próprios sob sua responsabilidade.
procedimentos.
Art. 119-A. Lei disporá sobre normas específicas e
§ 2º (Revogado). suplementará as normas federais sobre a organização da
Polícia Civil do Distrito Federal e sobre direitos, garantias e
§ 3º (Revogado).
deveres de seus integrantes, nos termos do art. 24, XVI, e §
§ 4º Aos integrantes da categoria de delegado de polícia é 1º, da Constituição Federal e do art. 17, XVI, desta Lei
garantida independência funcional no exercício das Orgânica, sendo-lhes devido, sem prejuízo do subsídio e de
atribuições de Polícia Judiciária. outras verbas de natureza indenizatória, auxílio-moradia,
§ 5º Os Institutos de Criminalística, de Medicina Legal e de auxílio-uniforme e auxílio-alimentação, na forma do
Identificação compõem a estrutura administrativa da Polícia regulamento.
Civil, devendo seus dirigentes ser escolhidos entre os Parágrafo único. Aplica-se aos integrantes das carreiras de
integrantes do quadro funcional do respectivo instituto. Delegado de Polícia do Distrito Fe-deral e de Polícia Civil do
Distrito Federal, no que couber, a lei que trata de direitos e
§ 6º A função de policial civil é considerada técnica.
garantias dos servidores públicos civis do Distrito Federal.
§ 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio com a a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
União, Estados e Municípios, delegar ou deles receber vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
encargos de administração tributária.
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
§ 6º É facultada a cobrança da contribuição de que trata o a lei que os institui ou aumentou;
inciso IV na fatura de consumo de energia elétrica.
c) antes de decorridos noventa dias da data em que tiver sido
§ 7º A contribuição de que trata o inciso V não pode ter publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o
alíquota inferior à da contribuição dos servidores públicos disposto na alínea b;
efetivos da União.
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
Art. 126. O sistema tributário do Distrito Federal obedecerá
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de bens
ao disposto no art. 146 da Constituição Federal, em
por meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela
resolução do Senado Federal, nesta Lei Orgânica e em leis
utilização de vias conservadas pelo Distrito Federal;
ordinárias, no tocante a:
VI - instituir impostos sobre:
I - conflitos de competência em matéria tributária entre
pessoas de direito político; a) patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e
Municípios;
II - limitações constitucionais ao poder de tributar;
b) templos de qualquer culto;
III - definição de tributos e de suas espécies, bem como em
relação aos impostos constitucionais discriminados, dos c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
contribuintes; trabalhadores, das instituições de educação e assistência
social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
IV - obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão;
V - adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores
Art. 126-A. Ao sistema tributário do Distrito Federal aplica-
brasileiros ou obras em geral interpretadas por artistas
se o seguinte:
brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos
I – as normas gerais aplicáveis aos diferentes impostos e digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
demais tributos são objeto do código tributário; industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
II – cada imposto ou contribuição, observadas as exceções VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
desta Lei Orgânica, deve ser objeto de lei ordinária específica qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
e de conteúdo exclusivo.
§ 1º A vedação do inciso VI, a, é extensiva a autarquias e
Parágrafo único. As disposições de vigência temporária em fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que
matéria tributária podem ser instituídas em leis diversas das se refere a patrimônio, renda e serviços vinculados a suas
mencionadas no inciso II. finalidades essenciais ou delas decorrentes.
Art. 127. Ao Distrito Federal compete, cumulativamente, os § 2º As vedações do inciso VI, a, e as do parágrafo anterior
impostos reservados aos Estados e Municípios nos termos não se aplicam a patrimônio, renda e serviços relacionados
dos arts. 155 e 156 da Constituição Federal. com a exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que
Seção II
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
Das Limitações do Poder de Tributar pelo usuário, nem exoneram o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
Art. 128. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado ao Distrito Federal: § 3º As vedações do inciso VI, alíneas b e c, compreendem
somente patrimônio, renda e serviços relacionados com as
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
§ 4º Os projetos de lei que instituam ou majorem tributos só
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
podem ser apreciados pela Câmara Legislativa, no mesmo
distinção em razão de ocupação profissional ou função por
exercício financeiro, se a ela encaminhados antes de noventa
eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dias de seu encerramento, ressalvados os casos:
dos rendimentos, títulos ou direitos;
I – autorizados na lei de diretrizes orçamentárias;
III - cobrar tributos:
II – de alteração tributária efetuada na legislação federal; Constituição Federal, deverão observar o que dispõe o texto
constitucional e legislação complementar pertinente.
III – de proposta ou convênio advindo do Conselho Nacional
de Política Fazendária – CONFAZ; Seção III
IV – de tributo sujeito à noventena prevista no inciso III, c. Dos Impostos do Distrito Federal
§ 5º A vedação prevista no inciso III, b, não se aplica à Art. 132. Compete ao Distrito Federal instituir:
contribuição previdenciária de que trata o art. 125, V.
I - impostos sobre:
§ 6º A vedação prevista no inciso III, c, não se aplica à fixação
a) transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou
da base de cálculo:
direitos;
I – do imposto sobre propriedade de veículos automotores;
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
II – do imposto sobre propriedade predial e territorial prestações de serviços de transporte interestadual e
urbana. intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior;
§ 7º A lei pode atribuir a sujeito passivo de obrigação
tributária a condição de responsável pelo pagamento de c) propriedade de veículos automotores;
imposto ou contribuição cujo fato gerador deva ocorrer
d) propriedade predial e territorial urbana;
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato e) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso,
gerador presumido. de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão
Art. 129. A lei poderá isentar, reduzir ou agravar tributos,
de direitos a sua aquisição;
para favorecer atividades de interesse público ou para
conter atividades incompatíveis com este, obedecidos os f) (Revogado).
limites de prazo e valor.
g) serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
Parágrafo único. Para efeito de redução ou isenção da carga alínea b, definidos em lei complementar federal;
tributária, a lei definirá os produtos que integrarão a cesta
Art. 133. O imposto sobre a transmissão causa mortis e
básica, para atendimento da população de baixa renda,
doação de quaisquer bens ou direitos:
observadas as restrições da legislação federal.
I - incidirá sobre:
Art. 130. São isentas de impostos de competência do Distrito
Federal as operações de transferência de imóveis a) bens imóveis situados no Distrito Federal e respectivos
desapropriados para fins de reforma agrária. direitos;
Art. 131. As isenções, anistias, remissões, benefícios e b) bens imóveis, títulos e créditos quando o inventário ou
incentivos fiscais que envolvam matéria tributária e arrolamento se processar no Distrito Federal ou o doador
previdenciária, inclusive as que sejam objeto de convênios nele tiver domicílio;
celebrados entre o Distrito Federal e a União, Estados e
II - terá a competência para sua instituição regulada por lei
Municípios, observarão o seguinte:
complementar federal;
I - só poderão ser concedidos ou revogados por meio de lei
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
específica, aprovada por dois terços dos membros da
Câmara Legislativa, obedecidos os limites de prazo e valor; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado,
ou teve o seu inventário processado no exterior;
II – não serão concedidos no último exercício de cada
legislatura, salvo os benefícios fiscais relativos ao imposto III - obedecerá a alíquotas máximas fixadas por resolução do
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e Senado Federal.
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
Art. 134. O imposto sobre operações relativas à circulação de
intermunicipal e de comunicação, deliberados na forma do
mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes
inciso VII do § 5º do art. 135, e no caso de calamidade
interestadual e intermunicipal e de comunicação atenderá
pública, nos termos da lei.
ao seguinte:
III - não serão concedidos às empresas que utilizem em seu
I - será não-cumulativo, compensando-o o que for devido em
processo produtivo mão-de-obra baseada no trabalho de
cada operação relativa à circulação de mercadorias ou
crianças e de adolescentes, em desacordo com o disposto no
prestação de serviços com o montante cobrado nas
art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal.
anteriores pelo Distrito Federal ou outro Estado;
Parágrafo único. Os convênios celebrados pelo Distrito
Federal na forma prescrita no art. 155, § 2º, XII, g, da
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em I – sobre operações que destinem mercadorias para o
contrário da legislação: exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
a) não implicará crédito para compensação com o montante
montante do imposto cobrado nas operações e prestações
devido nas operações ou prestações seguintes;
anteriores;
b) acarretará a anulação do crédito às operações anteriores;
II – sobre operações que destinem a outro Estado petróleo,
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
mercadorias e dos serviços; derivados e energia elétrica;
IV - terá as alíquotas aplicáveis a operações e prestações III - sobre o ouro, quando definido em lei federal, nas
interestaduais e de exportação fixadas por resolução do hipóteses previstas no art. 153, § 5º da Constituição Federal.
Senado Federal.
IV – nas prestações de serviço de comunicação nas
Art. 135. O Distrito Federal fixará as alíquotas do imposto de modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de
que trata o artigo anterior para as operações internas, recepção livre e gratuita.
observado o seguinte:
§ 4º O imposto não compreenderá, em sua base de cálculo,
I - limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo Senado o montante do imposto sobre produtos industrializados,
Federal para as operações interestaduais, salvo: quando a operação, realizada ente contribuintes e relativa a
produto destinado a industrialização ou a comercialização,
a) deliberação em contrário, estabelecida na forma da lei
configure fato gerador dos dois impostos.
complementar federal, conforme previsto no art. 155, § 2º,
VI da Constituição Federal; § 5º Observar-se-á a lei complementar federal para:
b) resolução do Senado Federal, na forma do art. 155, § 2º, I - definir seus contribuintes;
V, a da Constituição Federal;
II - dispor sobre substituição tributária;
II - limite máximo, na hipótese de resolução do Senado
III - disciplinar o regime de compensação do imposto;
Federal, para solução de conflito específico que envolva
interesse do Distrito Federal e dos Estados; IV - fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
estabelecimento responsável, o local das operações relativas
III - em relação a operações e prestações que destinem bens
à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e serviços a consumidor final localizado em outro Estado,
adotar-se-á: V - excluir da incidência do imposto, nas exportações para o
exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for
no § 3º, I;
contribuinte do imposto;
VI - prever casos de manutenção de crédito, relativamente a
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for
remessa para outro Estado e exportação para o exterior de
contribuinte do imposto.
serviços e de mercadorias;
§ 1º Caberá ao Distrito Federal o imposto correspondente à
VII - regular a forma como, mediante deliberação dos
diferença entre a alíquota interna e a interestadual, nas
Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
operações e prestações interestaduais que lhe destinem
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
mercadorias e serviços, quando o destinatário, situado no
seu território, for contribuinte do imposto. VIII – definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o
imposto incide uma única vez, qualquer que seja a sua
§ 2º O imposto incide também:
finalidade, hipótese em que não se aplica o disposto no § 3º,
I – sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do II;
exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
IX – fixar a base de cálculo, de modo que o montante do
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
imposto a integre, também na importação do exterior de
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
bem, mercadoria ou serviço.
cabendo o imposto ao Distrito Federal, se nele estiver
situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da § 6º As deliberações tomadas nos termos do § 5º, VII, no
mercadoria, bem ou serviço; tocante a convênios de natureza autorizativa, serão
estabelecidos sob condições determinadas de limites de
II – sobre o valor total da operação, quando mercadorias
prazo e valor e somente produzirão efeito no Distrito Federal
forem fornecidas com serviços não sujeitos ao imposto sobre
após sua homologação pela Câmara Legislativa.
serviços de qualquer natureza.
§ 7º À exceção do imposto de que trata o art. 134, nenhum
§ 3º O imposto não incide:
outro imposto de competência do Distrito Federal pode
incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços Da Repartição das Receitas Tributárias
de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e
Art. 142. Constituem receitas do Distrito Federal:
minerais do País.
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
Art. 135-A. Ao imposto sobre propriedade de veículos
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte
automotores aplica-se o seguinte:
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Distrito
I – não pode ter alíquotas inferiores às mínimas fixadas pelo Federal, suas autarquias e pelas fundações que instituir e
Senado Federal; mantiver;
II – pode ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e da II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto
utilização. que a União instituir no exercício da competência que lhe é
atribuída pelo art. 154, I da Constituição Federal;
Art. 136. Ao imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana aplica-se o seguinte: III – 50% do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos
I – pode ser progressivo:
imóveis situados no Distrito Federal, cabendo a totalidade na
a) no tempo, na forma do art. 323; hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III, da
Constituição Federal;
b) em razão do valor do imóvel;
IV – a parcela que lhe couber na forma do art. 159 da
II – pode ter alíquotas diferentes de acordo com a localização
Constituição Federal;
e o uso do imóvel;
V - o produto da arrecadação do imposto que a União
III – deve, nos termos de lei específica, assegurar o
instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo
cumprimento da função social da propriedade,
art. 153, V e seu § 5º da Constituição Federal.
considerados, entre outros aspectos:
CAPÍTULO II
a) valor real do imóvel, corrigido a cada ano fiscal;
Das Finanças Públicas
b) existência ou não de área construída;
Art. 143. A receita pública será constituída por:
c) utilização própria ou locatícia.
I - tributos;
Art. 137. O imposto sobre transmissão inter vivos de bens
imóveis e de direitos a eles relativos não incide sobre a II - contribuições financeiras e preços públicos;
transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio
III - multas;
de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, IV - rendas provenientes de concessão, permissão, cessão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, arrendamento, locação e autorização de uso;
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
V - produto de alienação de bens móveis, imóveis, ações e
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
direitos, na forma da lei;
imóveis ou arrendamento mercantil.
VI - doações e legados com ou sem encargos;
Art. 138. (Revogado).
VII - outras definidas em lei.
Art. 139. As alíquotas mínimas e máximas do imposto sobre
serviços de qualquer natureza são as fixadas em lei Art. l44. A arrecadação de todas e quaisquer receitas de
complementar federal. competência do Distrito Federal far-se-á na forma
disciplinada pelo Poder Executivo, devendo seu produto ser
Art. 140. O Distrito Federal divulgará, até o último dia do mês
obrigatoriamente recolhido ao Banco de Brasília S.A., à conta
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um
do Tesouro do Distrito Federal.
dos tributos arrecadados e dos demais recursos recebidos,
inclusive os transferidos pela União. § 1º O Banco de Brasília S.A. é o agente financeiro do Tesouro
do Distrito Federal e o organismo fundamental de fomento
Art. 141. O Distrito Federal orientará os contribuintes com
da região.
vistas ao cumprimento da legislação tributária, que conterá,
entre outros princípios, o da justiça fiscal, bem como § 2º A disponibilidade de caixa e os recursos colocados à
determinará mediante lei medidas para esclarecer os disposição dos órgãos da administração direta, bem como
consumidores acerca de impostos que incidam sobre das autarquias e fundações instituídas ou mantidas pelo
mercadorias e serviços, fazendo ainda publicar anualmente Poder Público e das empresas públicas e sociedades de
a legislação tributária consolidada. economia mista e demais entidades em que o Distrito
Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
Seção IV
capital social com direito a voto, serão depositados e
movimentados no Banco de Brasília S.A., ressalvados os fundada interna e externa e da dívida flutuante do Poder
casos previstos em lei. Público no mês anterior.
§ 3º A execução financeira dos órgãos e entidades mantidos CAPÍTULO III
com recursos do orçamento do Distrito Federal far-se-á por
Do Orçamento
sistema integrado de caixa, conforme disposto em lei.
Art. 147. O orçamento público, expressão física, social,
4º Os pagamentos das remunerações, de qualquer natureza,
econômica e financeira do planejamento governamental,
devidas pelo Distrito Federal aos servidores da
será documento formal de decisões sobre a alocação de
administração direta, aos servidores das autarquias e das
recursos e instrumento de consecução, eficiência e eficácia
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, aos
da ação governamental.
empregados das empresas públicas e das sociedades de
economia mista, bem como aos empregados das demais Art. 148. Na elaboração de seu orçamento, o Distrito Federal
entidades em que o Distrito Federal, direta ou destinará anualmente às Administrações Regionais recursos
indiretamente, detenha a maioria do capital social com orçamentários em nível compatível, com critério a ser
direito a voto, serão efetuados pelo Banco de Brasília S/A – definido em lei, prioritariamente para o atendimento de
BRB, para concretizar-lhe e preservar-lhe a função social. despesas de custeio e de investimento, indispensáveis a sua
gestão.
§ 5º As disposições do parágrafo anterior se aplicam inclusive
aos pagamentos dos servidores cujas remunerações sejam Parágrafo único. Para os fins preconizados no caput, as
custeadas por recursos oriundos de repasses feitos pela Regiões Administrativas constituem-se individualmente em
União. órgãos
Art. 145. Os recursos financeiros correspondentes às Art. 149. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
dotações orçamentárias da Câmara Legislativa do Distrito
I - o plano plurianual;
Federal, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da
Defensoria Pública do Distrito Federal são repassados em II - as diretrizes orçamentárias;
duodécimos, até o dia 20 de cada mês, em cotas
III - os orçamentos anuais.
estabelecidas na programação financeira, exceto em caso de
investimento, em que se obedecerá ao cronograma § 1º O plano plurianual será elaborado com vistas ao
estabelecido. desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal,
podendo ser revisto ou modificado quando necessário,
Art. 146. Lei complementar, observados os princípios
mediante lei específica.
estabelecidos na Constituição da República e as disposições
de lei complementar federal e resoluções do Senado Federal, § 2º A lei que aprovar o plano plurianual, compatível com o
disporá sobre: plano diretor de ordenamento territorial, estabelecerá, por
região administrativa, as diretrizes, objetivos e metas,
I - finanças públicas;
quantificados física e financeiramente, da administração
II - emissão e resgate de títulos da dívida pública; pública do Distrito Federal, no horizonte de quatro anos,
para despesas de capital e outras delas decorrentes, bem
III - concessão de garantia pelas entidades públicas do
como as relativas a programas de duração continuada, a
Distrito Federal;
contar do exercício financeiro subseqüente.
IV – fiscalização financeira da administração pública direta e
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias, compatível com o
indireta;
plano plurianual, compreenderá as metas e prioridades da
§ 1º Fica vedada ao Distrito Federal, salvo disposição em administração pública do Distrito Federal, incluídas as
contrário de norma federal, a contratação de empréstimos despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente;
sob garantias futuras, sem previsão do impacto a recair nas orientará a elaboração da lei orçamentária anual; disporá
subseqüentes administrações financeiras do Distrito Federal. sobre as alterações da legislação tributária; estabelecerá a
política tarifária das entidades da administração indireta e a
§ 2º A aquisição de títulos públicos pelo Banco de Brasília S.A.
política de aplicação das agências financeiras oficiais de
será disciplinada em lei específica.
fomento; bem como definirá a política de pessoal a curto
§ 3º O lançamento de títulos da dívida pública e a prazo da administração direta e indireta do Governo.
contratação de operações de crédito interno ou externo
§ 4º A lei orçamentária, compatível com o plano plurianual e
dependerão de prévia autorização da Câmara Legislativa,
com a lei de diretrizes orçamentárias, compreenderá:
observadas as disposições pertinentes da legislação federal.
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Distrito
§ 4º O Poder Executivo encaminhará à Câmara Legislativa,
Federal, seus fundos, órgãos e entidades da administração
até o último dia de cada mês, a posição contábil da dívida
direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas § 11. A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à
pelo Poder Público; previsão da receita e à fixação da despesa, excluindo-se da
proibição:
II - o orçamento de investimento das empresas em que o
Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria I - a autorização para a abertura de créditos suplementares;
do capital social com direito a voto;
II - a contratação de operações de crédito, ainda que por
III - o orçamento de seguridade social, abrangidas todas as antecipação de receita, nos termos da lei;
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
III - a forma da aplicação do superavit ou o modo de cobrir o
e indireta, bem como os fundos e fundações instituídos ou
déficit.
mantidos pelo Poder Público.
§ 12. Cabe a lei complementar estabelecer normas de gestão
§ 5º O orçamento da seguridade social compreenderá
financeira e patrimonial da administração direta e indireta,
receitas e despesas relativas a saúde, previdência,
bem como condições para instituição e funcionamento de
assistência social e receita de concursos de prognósticos,
fundos, observados os princípios estabelecidos nesta Lei
incluídas as oriundas de transferências, e será elaborado
Orgânica e na legislação federal.
com base nos programas de trabalho dos órgãos incumbidos
de tais serviços, integrantes da administração direta e Art. 150. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
indireta. diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão encaminhados à Câmara Legislativa, que os
§ 6º Os projetos de lei referentes a matérias de receita e
apreciará na forma de seu regimento interno.
despesa públicas serão organizados e compatibilizados, em
todos os seus aspectos setoriais, pelo órgão central de § 1º O projeto de lei do plano plurianual será encaminhado
planejamento do Distrito Federal. pelo Governador à Câmara Legislativa até 15 de setembro do
primeiro ano de mandato e devolvido para sanção até o
§ 7º Integrarão o projeto de lei orçamentária, além daqueles
encerramento da primeira sessão legislativa.
definidos em lei complementar, demonstrativos específicos
com detalhamento das ações governamentais, dos quais § 2º O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será
constarão: encaminhado até sete meses e meio antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido pelo Legislativo para
I - objetivos, metas e prioridades, por Região Administrativa;
sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
II – identificação do efeito sobre as receitas e despesas legislativa.
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
§ 3º O projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia;
será encaminhado até três meses e meio antes do
III - demonstrativo da situação do endividamento, no qual se encerramento do exercício financeiro em curso e devolvido
evidenciará para cada empréstimo o saldo devedor e pelo Legislativo para sanção até o encerramento do segundo
respectivas projeções de amortização e encargos financeiros período da sessão legislativa.
correspondentes a cada semestre do ano da proposta
§ 4º Cabe à comissão competente da Câmara Legislativa
orçamentária.
examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
§ 8º A lei orçamentária incluirá, obrigatoriamente, previsão artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
de recursos provenientes de transferências, inclusive Governador do Distrito Federal.
aqueles oriundos de convênios, acordos, ajustes ou
§ 5º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
instrumentos similares com outras esferas de governo e os
projetos que o modifiquem serão admitidas desde que:
destinados a fundos.
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
§ 9º As despesas com publicidade do Poder Legislativo e dos
diretrizes orçamentárias;
órgãos ou entidades da administração direta e indireta do
Poder Executivo serão objeto de dotação orçamentária II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
específica, destinando-se, no mínimo, dez por cento do seu provenientes de anulação de despesa, excluídas as que
total para contratação de veículos alternativos de incidam sobre:
comunicação comunitária impressa, falada, televisada e on-
a) dotações para pessoal e seus encargos;
line sediados no Distrito Federal.
b) serviço da dívida;
§ 10. O orçamento anual deverá ser detalhado por Região
Administrativa e terá entre suas funções a redução das III - sejam relacionadas:
desigualdades inter-regionais.
a) com a correção de erros ou omissões;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 6º As emendas ao projeto de lei de diretrizes b) a fundo constituído para custeio de ações e programas
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando voltados para apoio à cultura, apoio ao esporte, combate a
incompatíveis com o plano plurianual. drogas ilícitas, meio ambiente, sanidade animal, assistência
social, direitos da criança e do adolescente e assistência à
§ 7º As emendas serão apresentadas à comissão competente
saúde da Câmara Legislativa, Polícia Militar e Corpo de
da Câmara Legislativa, que sobre elas emitirá parecer, e
Bombeiros Militar.
serão apreciadas na forma do regimento interno.
§ 15. As emendas individuais dos Deputados Distritais ao
§ 8º O Governador poderá enviar mensagem ao Legislativo
projeto de lei orçamentária anual são aprovadas até o limite
para propor modificações nos projetos a que se refere este
de 2% da receita corrente líquida nele estimada.
artigo, enquanto não iniciada, na comissão competente da
Câmara Legislativa, a votação da parte cuja alteração é § 16. Ressalvado impedimento de ordem técnica ou jurídica,
proposta. é obrigatória a execução orçamentária e financeira dos
programas de trabalho incluídos por emendas individuais
§ 9º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no
dos Deputados Distritais ao projeto de lei orçamentária
que não contrariar o disposto neste Capítulo, as demais
anual ou aos projetos que modifiquem a lei orçamentária
normas relativas ao processo legislativo.
anual:
§ 10. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
I – quando destinadas a investimentos, manutenção e
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
desenvolvimento do ensino ou a ações e serviços públicos de
despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme
saúde e infraestrutura urbana;
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
prévia e específica autorização legislativa. II – nos demais casos definidos na lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 11. As receitas próprias de órgãos, fundos, autarquias e
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, bem § 17. Além da obrigatoriedade de execução prevista no § 16,
como as das empresas públicas e sociedades de economia os remanejamentos das emendas individuais somente
mista, serão programadas para atender preferencialmente podem ocorrer por manifestação expressa do autor que seja
gastos com pessoal e encargos sociais; amortizações, juros e detentor do man-dato, ou, em não sendo, por deliberação
demais encargos da dívida, contrapartida de financiamentos do Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
ou outros encargos de usa manutenção e investimentos
§ 18. A execução das programações de caráter obrigatório
prioritários; respeitadas as peculiaridades de cada um.
decorrentes das emendas individuais deve ser equitativa
§ 12. Não tendo o Legislativo recebido a proposta de durante o exercício, atendendo de forma igualitária e
orçamento anual até a data prevista no § 3º, será impessoal às emendas apresentadas, independentemente
considerado como projeto a lei orçamentária vigente, com de sua autoria.
seus valores iniciais, monetariamente atualizados pela
Art. 151. São vedados:
aplicação do índice inflacionário oficial.
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
§ 13. Na oportunidade da apreciação e votação da lei
orçamentária anual;
orçamentária anual, o Poder Executivo colocará à disposição
do Poder Legislativo todas as informações sobre o II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações
endividamento do Distrito Federal, sem prejuízo do disposto diretas que excedam aos créditos orçamentários ou
no art. 146, § 4º. adicionais;
§ 14. São anualmente desvinculados e automaticamente III - a realização de operações de crédito que excedam ao
transferidos para o Tesouro do Distrito Federal os recursos montante das despesas de capital, ressalvadas as
de superávit financeiro de órgão, fundo ou despesa, autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
ressalvadas as receitas: com finalidade precisa aprovados pela Câmara Legislativa,
por maioria absoluta;
I – originárias de convênios e operações de crédito;
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
II – próprias da unidade orçamentária;
despesa, ressalvados os casos previstos na Constituição
III – previdenciárias; Federal;
IV – destinadas: V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos
a) às ações e aos serviços púbicos de saúde, à manutenção e
correspondentes;
ao desenvolvimento do ensino e às demais vinculações
compulsórias previstas na Constituição Federal; VI - a transposição, remanejamento ou transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra ou de
um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; Legislativa no último trimestre do exercício financeiro
relativo à lei orçamentária.
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos do orçamento fiscal e da seguridade social para Art. 153. O Poder Executivo publicará, até o trigésimo dia
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido
e fundos, inclusive os mencionados no art. 149, § 4º desta da execução orçamentária, do qual constarão:
Lei Orgânica, em conformidade com o art. 165, § 5º da
I - as receitas, despesas e a evolução da dívida pública da
Constituição Federal;
administração direta e indireta em seus valores mensais;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
II - os valores realizados desde o início do exercício até o
autorização legislativa;
último bimestre objeto da análise financeira;
X - a concessão de subvenções ou auxílios do Poder Público
III - relatório de desempenho físico-financeiro.
a entidades de previdência privada.
Art. 154. A lei de diretrizes orçamentárias estabelecerá
XI – a transferência voluntária de recursos e a concessão de
procedimentos de ligação entre o planejamento de médio e
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelo
longo prazos e cada orçamento anual, de modo a ensejar
Distrito Federal e suas instituições financeiras para
continuidade de ações e programas que, iniciados em um
pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
governo, tenham prosseguimento no subseqüente.
pensionista.
Art. 155. Ao Poder Legislativo é assegurado amplo e irrestrito
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
acesso, de forma direta e rápida, a qualquer informação,
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
detalhada ou agregada, sobre a administração pública do
no plano plurianual ou sem lei que autorize sua inclusão, sob
Distrito Federal.
pena de crime de responsabilidade.
Art. 156. Os ocupantes de cargos públicos do Governo do
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
Distrito Federal serão pessoalmente responsáveis por suas
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato
ações e omissões, no que tange à administração pública.
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de Art. 157. A despesa com pessoal ativo e inativo fica sujeita às
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício disposições e limites estabelecidos na lei complementar a
financeiro subseqüente. que se refere o art. 169 da Constituição Federal.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou a
como as decorrentes de calamidade pública, e será objeto de alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
apreciação pela Câmara Legislativa no prazo de trinta dias. a contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive
§ 4º A autorização legislativa de que trata o inciso IX dar-se-
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só
á por proposta do Poder Executivo, que conterá, entre
podem ser feitas:
outros requisitos estabelecidos em lei, os seguintes:
I – se houver autorização específica na lei de diretrizes
I - finalidade básica do fundo;
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
II - fontes de financiamento; sociedades de economia mista;
III - instituição obrigatória de conselho de administração, II – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
composto necessariamente de representantes do segmento atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos
respectivo da sociedade e de áreas técnicas pertinentes ao dela decorrentes.
seu objetivo;
§ 2º A adequação das despesas com pessoal à lei
IV - unidade ou órgão responsável por sua gestão. complementar referida neste artigo é feita na forma e nas
condições do art. 169 da Constituição Federal e na legislação
Art. 152. Qualquer proposição que implique alteração, direta
aplicável sobre a matéria.
ou indireta, em dotações de pessoal e encargos sociais
deverá ser acompanhada de demonstrativos da última TÍTULO V
posição orçamentária e financeira, bem como de suas
Da Ordem Econômica do Distrito Federal
projeções para o exercício em curso.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. As proposições de créditos adicionais que
envolvam anulação de dotações de pessoal e encargos Das Disposições Gerais
sociais somente poderão ser apresentadas à Câmara
Seção I
I – as demandas da sociedade civil e os planos e políticas administração pública do Distrito Federal para o exercício
econômicas e sociais de instituições não governamentais subsequente e deverá:
que condicionem o planejamento governamental;
I - dispor sobre as alterações da legislação tributária;
II – as diretrizes estabelecidas no plano diretor de
II - estabelecer a política de aplicação das agências
ordenamento territorial e nos planos de desenvolvimento
financeiras oficiais de fomento;
locais, bem como ações de integração com a região do
entorno do Distrito Federal; III - servir de base para a elaboração da lei orçamentária
anual;
III – os planos e as políticas do Governo Federal;
IV - ser proposta pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo.
IV – os planos regionais que afetem o Distrito Federal;
Art. 169. O orçamento anual é instrumento básico de
V – a singular condição de Brasília como Capital Federal;
detalhamento financeiro das receitas e das despesas para o
VI – a compatibilização do ordenamento de ocupação e uso exercício subsequente ao de sua aprovação, na forma da lei.
do solo com a concepção urbanística do Plano Piloto e das
Art. 170. O processo de planejamento do desenvolvimento
cidades satélites e com a contenção da especulação, da
do Distrito Federal atenderá aos princípios da participação,
concentração fundiária e imobiliária e da expansão
da coordenação, da integração e da continuidade das ações
desordenada da área urbana;
governamentais.
VI – a condição de Brasília como Patrimônio Cultural da
Parágrafo único. As definições consequentes do processo de
Humanidade;
planejamento governamental são determinativas para o
VIII – a concepção do Distrito Federal que pressupõe limitada setor público e indicativas para o setor privado.
extensão territorial como espaço modelar;
Art. 171. A lei disporá sobre a implementação e permanente
IX – a superação da disparidade sociocultural e econômica atualização de sistema de informações capaz de apoiar as
existente entre as regiões administrativas; atividades de planejamento, execução e avaliação das ações
governamentais.
X – a concepção do Distrito Federal como polo científico,
tecnológico e cultural; Art. 172. Poderão ser concedidos a empresas situadas no
Distrito Federal incentivos e benefícios, na forma da lei:
XI – a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, em
harmonia com a implantação e a expansão das atividades I - especiais e temporários, para desenvolver atividades
econômicas, urbanas e rurais; consideradas estratégicas e imprescindíveis ao
desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal;
XII – a necessidade de elevar progressivamente os padrões
de qualidade de vida de sua população; II - prioritários para as empresas que em seus estatutos
estabeleçam a participação dos empregados em sua gestão
XIII – a condição do trabalhador como fator preponderante
e resultados;
da produção de riquezas;
III - para prestar assistência tecnológica e gerencial e
XIV – a participação da sociedade civil, por meio de
estimular o desenvolvimento e transferência de tecnologia a
mecanismos democráticos, no processo de planejamento;
atividades econômicas públicas e privadas, propiciando:
XV – a articulação e a integração dos diferentes níveis de
a) acesso às conquistas da ciência e tecnologia por quantos
governo e das respectivas entidades administrativas;
exerçam atividades ligadas à produção e ao consumo de
XVI – a adoção de políticas que viabilizem geração de bens;
empregos e aumento de renda.
b) estímulo à integração das atividades de produção,
Art. 166. O plano plurianual a ser aprovado em lei para o serviços, pesquisa e ensino;
período de quatro anos, incluído o primeiro ano da
c) incentivo a novas empresas que invistam em seu território
administração subsequente, é o instrumento básico que
com alta tecnologia e alta produtividade.
detalha diretrizes, objetivos e metas quantificadas física e
financeiramente para as despesas de capital e outras delas Art. 173. O agente econômico inscrito na dívida ativa junto
decorrentes, bem como para as relativas a programas de ao fisco do Distrito Federal, ou em débito com o sistema de
duração continuada. seguridade social conforme estabelecido em lei, não poderá
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
Art. 167. (Revogado).
ou incentivos fiscais ou creditícios.
Art. 168. A lei de diretrizes orçamentárias é instrumento
Art. 174. A lei e as políticas governamentais apoiarão e
básico que compreende as metas e prioridades da
estimularão atividades econômicas exercidas sob a forma de
cooperativa e associação.
Art. 175. O Poder Público do Distrito Federal dará II - a criação de pólos agroindustriais, respeitadas as
tratamento favorecido a empresas sediadas em seu diretrizes do planejamento agrícola.
território e dispensará a micro-empresas e empresas de
Parágrafo único. Todo projeto industrial com potencial
pequeno porte, definidas em lei, tratamento jurídico
poluidor, a critério do órgão ambiental do Distrito Federal,
diferenciado, com vistas a incentivá-las por meio da
será objeto de licenciamento ambiental.
simplificação, redução ou eliminação de suas obrigações
administrativas, tributárias ou creditícias, na forma da lei. Seção III
CAPÍTULO II Dos Incentivos e Estímulos a Industrialização no Distrito
Federal
Da Indústria e do Turismo
Art. 178. A lei poderá, sem prejuízo do disposto no art. 131,
Seção I
conceder incentivos fiscais, creditícios e financeiros, para
Da Política Industrial implantação de empresas industriais consideradas
prioritárias pela política de industrialização no Distrito
Art. 176. A política industrial, respeitados os preceitos do
Federal.
plano de desenvolvimento econômico e social, será
planejada e executada pelo Poder Público conforme Art. 179. O Distrito Federal propiciará a criação de
diretrizes gerais fixadas em lei, tendo por objetivo, entre cooperativa e associação que objetivem:
outros:
I - integração e coordenação entre produção e
I - preservar o meio ambiente e os níveis de qualidade de vida comercialização;
da população do Distrito Federal, mediante definição de
II - redução dos custos de produção e comercialização;
critérios e padrões para implantação e operação de
indústrias e mediante estímulo principalmente a instalação III - integração social.
de indústrias com menor impacto ambiental;
Art. 180. O Poder Público direcionará esforços para
II - promover e estimular empreendimentos industriais que fortalecer especialmente os segmentos do setor industrial de
se proponham a utilizar, racional e prioritariamente, micro, pequeno e médio porte, por meio de ação
recursos e matérias-primas disponíveis no Distrito Federal ou concentrada nas áreas de capacitação empresarial, gerencial
áreas adjacentes; e tecnológica e na de organização da produção.
III - propiciar a implantação de indústrias, particularmente as Art. 181. O Poder Público estimulará a formação do perfil
de tecnologia de ponta, compatíveis com o meio ambiente e industrial das empresas localizadas em cada região.
com os recursos disponíveis no Distrito Federal e áreas
Seção IV
adjacentes;
Do Turismo
IV - promover a integração econômica do Distrito Federal
com a região do entorno, mediante apoio e incentivo a Art. 182. O Poder Público promoverá e incentivará o turismo
projetos industriais que estimulem maior concentração de como fator de desenvolvimento sócio-econômico e de
atividades existentes e complementariedade na economia afirmação dos valores culturais e históricos nacionais e
regional; locais.
V - estimular a implantação de indústrias que permitam Art. 183. Cabe ao Distrito Federal, observada a legislação
adequada absorção de mão-de-obra no Distrito Federal e federal, definir a política de turismo, suas diretrizes e ações,
geração de novos empregos. devendo:
Parágrafo único. O Poder Público adotará mecanismos de I - adotar, por meio de lei, planejamento integrado e
participação da sociedade civil na definição, execução e permanente de desenvolvimento do turismo em seu
acompanhamento da política industrial. território;
Seção II II - desenvolver efetiva infra-estrutura turística;
Da Implantação de Pólos Industriais no Distrito Federal III - promover, no Brasil e no exterior, o turismo do Distrito
Federal;
Art. 177. O Poder Público estimulará:
IV - incrementar a atração e geração de eventos turísticos;
I - a criação de pólos industriais de alta tecnologia,
privilegiados os projetos que promovam a desconcentração V - regulamentar o uso, ocupação e fruição de bens naturais
espacial da atividade industrial e da renda, respeitadas as e culturais de interesse turístico;
vocações culturais e as vantagens comparativas de cada
VI - proteger o patrimônio ecológico, histórico e cultural;
região;
VII - promover Brasília como Patrimônio Cultural da II - compatibilização das ações de política agrícola com as de
Humanidade; reforma agrária definidas pela União;
VIII - conscientizar a população da necessidade de III - aumento da produção de alimentos e da produtividade,
preservação dos recursos naturais e do turismo como para melhor atender ao mercado interno do Distrito Federal;
atividade econômica e fator de desenvolvimento social;
IV - geração de emprego;
IX - incentivar a formação de pessoal especializado para o
V - organização do abastecimento alimentar, com prioridade
setor.
para o acesso da população de baixa renda aos produtos
CAPÍTULO III básicos;
Do Comércio e dos Serviços VI - apoio a micro, pequeno e médio produtores rurais e suas
formas cooperativas e associativas de produção,
Art. 184. O Poder Público regulará as atividades comerciais e
armazenamento, comercialização e aquisição de insumos;
de serviços no Distrito Federal, na forma da lei.
VII - orientação do desenvolvimento rural;
Art. 185. O Poder Executivo organizará o sistema de
abastecimento do Distrito Federal, de forma coordenada VIII - complementaridade das ações de planejamento e
com a União. execução dos serviços públicos de responsabilidade da União
e do Distrito Federal;
Art. 186. Cabe ao Poder Público do Distrito Federal, na forma
da lei, a prestação dos serviços públicos, diretamente ou sob IX - definição das bacias hidrográficas como unidades básicas
regime de concessão ou permissão, e sempre por meio de de planejamento do uso, conservação e recuperação dos
licitação, observado o seguinte: recursos naturais;
I - a delegação de prestação de serviços a pessoa física ou X - integração do planejamento agrícola com os demais
jurídica de direito privado far-se-á mediante comprovação setores da economia.
técnica e econômica de sua necessidade, e de lei
Art. 189. O Poder Público criará estímulos a agricultura,
autorizativa;
abastecimento alimentar e defesa dos consumidores, por
II - os serviços concedidos ou permitidos ficam sujeitos a meio de fomento e política de crédito favorecida a micro,
fiscalização do poder público, sendo suspensos quando não pequenos e médios produtores.
atendam, satisfatoriamente, às finalidades ou às condições
Parágrafo único. Dar-se-á preferência a aquisição de
do contrato;
produtos locais, na formação de estoques reguladores.
III - é vedado ao Poder Público subsidiar os serviços
Art. 190. O Governo do Distrito Federal manterá estoques
prestados por pessoas físicas e jurídicas de direito privado;
reguladores e estratégicos de alimentos, na forma da lei.
IV - depende de autorização legislativa a prestação de
Art. 191. São atribuições do Poder Público, entre outras:
serviços da atividade permanente da administração pública
por terceiros; I - criar estímulos a micro, pequeno e médio produtores
rurais e suas organizações cooperativas para melhorar as
V - a obrigatoriedade do cumprimento dos encargos e
condições de armazenagem, processamento, embalagem,
normas trabalhistas, bem como das de higiene e segurança
com redução de perdas ao nível comunitário e de
de trabalho, deve figurar em cláusulas de contratos a ser
estabelecimento rural;
executados pelas prestadoras de serviços públicos.
II - apoiar a organização dos pequenos varejistas e feirantes,
Art. 187. A política de comércio e serviços terá por objetivo
de modo a compatibilizar sua atuação com as comunidades,
promover o desenvolvimento e a integração do Distrito
organizações de produtores rurais e atacadistas;
Federal com a região do entorno e estimular
empreendimentos comerciais e de serviços que permitam a III - estimular a criação de pequenas agroindústrias
geração de novos empregos. alimentares, especialmente de forma cooperativa,
aproveitando os excedentes de produção e outros recursos
CAPÍTULO IV
disponíveis, com vistas ao suprimento das necessidades da
Da Agricultura e do Abastecimento população do Distrito Federal;
Art. 188. A atividade agrícola no Distrito Federal será IV - estimular a integração do programa de merenda escolar
exercida, planejada e estimulada, com os seguintes com a produção local, com prioridade para micro, pequenos
objetivos: e médios produtores rurais e suas cooperativas;
I - cumprimento da função social da propriedade; V - desenvolver programas alimentares específicos dirigidos
aos grupos sociais mais vulneráveis como idosos, gestantes,
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união Dos Direitos E Deveres Individuais e Coletivos
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
fundamentos: estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
I - a soberania; vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
II - a cidadania
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,
III - a dignidade da pessoa humana; nos termos desta Constituição;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
V - o pluralismo político. coisa senão em virtude de lei;
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos desumano ou degradante;
termos desta Constituição. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos anonimato;
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
Federativa do Brasil: imagem;
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
II - garantir o desenvolvimento nacional; na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as liturgias;
desigualdades sociais e regionais; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, assistência religiosa nas entidades civis e militares de
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de internação coletiva;
discriminação. VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
relações internacionais pelos seguintes princípios: invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
I - independência nacional;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
científica e de comunicação, independentemente de censura competente poderá usar de propriedade particular,
ou licença; assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
dano material ou moral decorrente de sua violação; desde que trabalhada pela família, não será objeto de
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
financiar o seu desenvolvimento;
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas
investigação criminal ou instrução processual penal;
e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou atividades desportivas;
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
estabelecer;
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao associativas;
exercício profissional;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de privilégio temporário para sua utilização, bem como
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
e econômico do País;
locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião XXX - é garantido o direito de herança;
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
exigido prévio aviso à autoridade competente;
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
vedada a de caráter paramilitar; favorável a lei pessoal do "de cujus";
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a consumidor;
interferência estatal em seu funcionamento;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente informações de seu interesse particular, ou de interesse
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
judicial ou extrajudicialmente; direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XXII - é garantido o direito de propriedade; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
pessoal;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
lesão ou ameaça a direito;
interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
apenado;
organização que lhe der a lei, assegurados:
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
a) a plenitude de defesa;
e moral;
b) o sigilo das votações;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
c) a soberania dos veredictos; possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
sem prévia cominação legal;
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos político ou de opinião;
direitos e liberdades fundamentais;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e autoridade competente;
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de o devido processo legal;
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
como crimes hediondos, por eles respondendo os
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
constitucional e o Estado Democrático; julgado de sentença penal condenatória;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
se esta não for intentada no prazo legal;
patrimônio transferido;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
entre outras, as seguintes:
social o exigirem;
a) privação ou restrição da liberdade;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
b) perda de bens; ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
c) multa;
crime propriamente militar, definidos em lei;
d) prestação social alternativa;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
e) suspensão ou interdição de direitos; serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada;
XLVII - não haverá penas:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
do art. 84, XIX;
da família e de advogado;
b) de caráter perpétuo;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis
c) de trabalhos forçados; por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
d) de banimento; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;
e) cruéis;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando b) a certidão de óbito;
a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável cidadania.
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém assegurados a razoável duração do processo e os meios que
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
poder;
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger fundamentais têm aplicação imediata.
direito líquido e certo, não amparado por habeas
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
corpus ou habeas data, quando o responsável pela
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
República Federativa do Brasil seja parte.
Poder Público;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
por:
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
a) partido político com representação no Congresso respectivos membros, serão equivalentes às emendas
Nacional; constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou Internacional a cuja criação tenha manifestado
associados; adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício CAPÍTULO II
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
Dos Direitos Sociais
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
LXXII - conceder-se-á habeas data:
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
de dados de entidades governamentais ou de caráter Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
público; 90, de 2015)
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; de outros que visem à melhoria de sua condição social:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que
de entidade de que o Estado participe, à moralidade preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
involuntário;
de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
sentença;
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
a) o registro civil de nascimento; trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
convenção ou acordo coletivo; de trabalho;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
que percebem remuneração variável;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração empregador, sem excluir a indenização a que este está
integral ou no valor da aposentadoria; obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
sua retenção dolosa;
após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão
a) (Revogada).
da empresa, conforme definido em lei;
b) (Revogada).
XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
cor ou estado civil;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei deficiência;
nº 5.452, de 1943)
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
coletiva;
a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
domingos; quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
5.452, art. 59 § 1º) vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
um terço a mais do que o salário normal; trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV,
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
salário, com a duração de cento e vinte dias;
lei e observada a simplificação do cumprimento das
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
incentivos específicos, nos termos da lei;
integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo Constitucional nº 72, de 2013)
no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de o seguinte:
normas de saúde, higiene e segurança;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
insalubres ou perigosas, na forma da lei; competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
XXIV - aposentadoria;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
em qualquer grau, representativa de categoria profissional
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida
escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
de 2006)
podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões brasileira, desde que sejam registrados em repartição
judiciais ou administrativas; brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se
atingida a maioridade, pela nacionalidade
tratando de categoria profissional, será descontada em
brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54,
folha, para custeio do sistema confederativo da
de 2007)
representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei; II - naturalizados:
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
sindicato; brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
idoneidade moral;
negociações coletivas de trabalho;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
organizações sindicais;
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País,
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
nos termos da lei.
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
atendidas as condições que a lei estabelecer.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e Constituição.
sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade. II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas III - de Presidente do Senado Federal;
da lei.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e
V - da carreira diplomática;
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto VI - de oficial das Forças Armadas.
de discussão e deliberação.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é Constitucional nº 23, de 1999)
assegurada a eleição de um representante destes com a
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
que:
direto com os empregadores.
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial,
CAPÍTULO III
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
Da Nacionalidade
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação
Art. 12. São brasileiros: dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
I - natos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
nº 3, de 1994)
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
para permanência em seu território ou para o exercício de
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
Revisão nº 3, de 1994) reeleitos para um único período subsequente. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República
Federativa do Brasil. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
até seis meses antes do pleito.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
ter símbolos próprios.
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
CAPÍTULO IV grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Dos Direitos Políticos
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para eletivo e candidato à reeleição.
todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
I - plebiscito; condições:
II - referendo; I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
III - iniciativa popular.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente,
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; no ato da diplomação, para a inatividade.
II - facultativos para: § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a) os analfabetos;
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
b) os maiores de setenta anos; mandato considerada vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
do poder econômico ou o abuso do exercício de função,
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, cargo ou emprego na administração direta ou
durante o período do serviço militar obrigatório, os indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
conscritos. Revisão nº 4, de 1994)
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: § 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
I - a nacionalidade brasileira; Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
II - o pleno exercício dos direitos políticos; corrupção ou fraude.
III - o alistamento eleitoral; § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
temerária ou de manifesta má-fé.
V - a filiação partidária;
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
VI - a idade mínima de: ou suspensão só se dará nos casos de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da I - cancelamento da naturalização por sentença transitada
República e Senador; em julgado;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado II - incapacidade civil absoluta;
e do Distrito Federal;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado durarem seus efeitos;
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
d) dezoito anos para Vereador. prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e
pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
CAPÍTULO V
TÍTULO III
Dos Partidos Políticos
Da Organização do Estado
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o CAPÍTULO I
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
Da Organização Político-Administrativa
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos: Art. 18. A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
I - caráter nacional;
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de termos desta Constituição.
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
estes;
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. origem serão reguladas em lei complementar.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para da população diretamente interessada, através de plebiscito,
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações e do Congresso Nacional, por lei complementar.
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão
ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no 1996)
Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e aos Municípios:
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
partidos políticos que alternativamente: (Redação dada
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
seus representantes relações de dependência ou aliança,
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos público;
em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
II - recusar fé aos documentos públicos;
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada
uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
de 2017)
CAPÍTULO II
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
Da União
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de Art. 20. São bens da União:
2017)
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de ser atribuídos;
organização paramilitar.
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos das fortificações e construções militares, das vias federais de
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam
de limites com outros países, ou se estendam a território crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos de previdência privada;
marginais e as praias fluviais;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, social;
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,
pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
econômica exclusiva;
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
VI - o mar territorial; 8, de 15/08/95:)
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão:
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios 15/08/95:)
arqueológicos e pré-históricos;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito
hidroenergéticos;
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
administração direta da União, participação no resultado da c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos aeroportuária;
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre
minerais no respectivo território, plataforma continental,
portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
transponham os limites de Estado ou Território;
compensação financeira por essa exploração.
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura,
internacional de passageiros;
ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de
fronteira, é considerada fundamental para defesa do f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
território nacional, e sua ocupação e utilização serão
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
reguladas em lei.
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria
Art. 21. Compete à União: Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
organizações internacionais; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
III - assegurar a defesa nacional; execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística,
permaneçam temporariamente; geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
intervenção federal; diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material XVII - conceder anistia;
bélico;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
VII - emitir moeda; calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
operações de natureza financeira, especialmente as de
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos IX - diretrizes da política nacional de transportes;
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima,
(Regulamento)
aérea e aeroespacial;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
XI - trânsito e transporte;
inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
nacional de viação;
XIV - populações indígenas;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão
e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional
de estrangeiros;
nº 19, de 1998)
XVI - organização do sistema nacional de emprego e
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
condições para o exercício de profissões;
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: Territórios, bem como organização administrativa destes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
a) toda atividade nuclear em território nacional somente
(Produção de efeito)
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
Congresso Nacional; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
nacionais;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a
comercialização e a utilização de radioisótopos para a XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação popular;
dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e
igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda
corpos de bombeiros militares;
Constitucional nº 49, de 2006)
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
e ferroviária federais;
existência de culpa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006) XXIII - seguridade social;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da XXV - registros públicos;
atividade de garimpagem, em forma associativa.
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, modalidades, para as administrações públicas diretas,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
II - desapropriação;
para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda
e em tempo de guerra; Constitucional nº 19, de 1998)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
radiodifusão; marítima, defesa civil e mobilização nacional;
V - serviço postal; XXIX - propaganda comercial.
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
metais; Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de
valores; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:
VIII - comércio exterior e interestadual;
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
instituições democráticas e conservar o patrimônio público; turístico e paisagístico;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
garantia das pessoas portadoras de deficiência; consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
naturais notáveis e os sítios arqueológicos; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou X - criação, funcionamento e processo do juizado de
cultural; pequenas causas;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à XI - procedimentos em matéria processual;
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
deficiência;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XV - proteção à infância e à juventude;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
abastecimento alimentar; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias
civis.
IX - promover programas de construção de moradias e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
básico; União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
X - combater as causas da pobreza e os fatores de § 2º A competência da União para legislar sobre normas
marginalização, promovendo a integração social dos setores gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
desfavorecidos;
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de exercerão a competência legislativa plena, para atender a
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e suas peculiaridades.
minerais em seus territórios;
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
XII - estabelecer e implantar política de educação para a suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
segurança do trânsito.
CAPÍTULO III
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
Dos Estados Federados
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) desta Constituição.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal § 1º São reservadas aos Estados as competências que não
legislar concorrentemente sobre: lhes sejam vedadas por esta Constituição.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
urbanístico; concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
II - orçamento;
regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
III - juntas comerciais; nº 5, de 1995)
IV - custas dos serviços forenses; § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
V - produção e consumo;
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio execução de funções públicas de interesse comum.
ambiente e controle da poluição;
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela
Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000
(setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 58, de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000
900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela
milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Constitucional nº 58, de 2009)
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal,
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) nº 19, de 1998)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente,
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) observado o que dispõe esta Constituição, observados os
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
2009) seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes,
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil
até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
nº 25, de 2000)
de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e
de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes,
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
Constitucional nº 58, de 2009) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº
nº 25, de 2000) 58, de 2009)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos
cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) Constitucional nº 58, de 2009)
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e
receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada
nº 1, de 1992) pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição
Constitucional nº 1, de 1992) Constitucional nº 58, de 2009)
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões
Constituição para os membros do Congresso Nacional e na e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição
Constituição do respectivo Estado para os membros da Constitucional nº 58, de 2009)
Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela
(Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
1, de 1992)
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda 2000)
Constitucional nº 1, de 1992)
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
XII - cooperação das associações representativas no artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25,
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
de 2000)
(Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1,
de 1992) § 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da
Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28,
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992) Art. 30. Compete aos Municípios:
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, I - legislar sobre assuntos de interesse local;
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
couber;
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e
das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados
em lei;
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de legislação estadual;
efeito)
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-
essencial; se o disposto no art. 27.
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
e do Estado, programas de educação infantil e de ensino Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de
fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº bombeiros militar.
53, de 2006)
Seção II
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
Dos Territórios
e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
judiciária dos Territórios
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano; § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos
quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
deste Título.
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
estadual. § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
Contas da União.
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
na forma da lei. habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
segunda instância, membros do Ministério Público e
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
Municípios, onde houver.
CAPÍTULO VI
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará Da Intervenção
de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Câmara Municipal.
Federal, exceto para:
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
I - manter a integridade nacional;
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para
exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
legitimidade, nos termos da lei. Federação em outra;
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Contas Municipais.
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
CAPÍTULO V unidades da Federação;
Do Distrito Federal e dos Territórios V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
Seção I a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
Do Distrito Federal
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois
em lei;
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. judicial;
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. constitucionais:
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, a) forma republicana, sistema representativo e regime
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais democrático;
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais,
b) direitos da pessoa humana;
para mandato de igual duração.
c) autonomia municipal;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela
funções e abrange autarquias, fundações, empresas
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
funções e empregos públicos da administração direta, público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos de 1998)
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
precedência sobre os demais setores administrativos, na
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
forma da lei;
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do de economia mista e de fundação, cabendo à lei
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do de 1998)
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
anterior, assim como a participação de qualquer delas em
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
empresa privada;
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, obras, serviços, compras e alienações serão contratados
19.12.2003) mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
Poder Executivo;
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer técnica e econômica indispensáveis à garantia do
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de cumprimento das obrigações.
pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
público não serão computados nem acumulados para fins de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela realização de suas atividades e atuarão de forma integrada,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
Constitucional nº 19, de 1998) educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
exceto, quando houver compatibilidade de horários,
servidores públicos.
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
Constitucional nº 19, de 1998)
responsável, nos termos da lei.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
na administração pública direta e indireta, regulando
de 1998)
especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional § 10 É vedada a percepção simultânea de proventos de
nº 19, de 1998) aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído
interna, da qualidade dos serviços; (Redação dada pela
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
informações sobre atos de governo, observado o disposto no
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em
art. 5º, X e XXXIII; (Redação dada pela Emenda
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
III - a disciplina da representação contra o exercício
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
administração pública. (Redação dada pela Emenda
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
Constitucional nº 19, de 1998)
mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
penal cabível. e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
47, de 2005)
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
de ressarcimento. aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
responsável nos casos de dolo ou culpa.
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao remuneração;
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
III - investido no mandato de Vereador, havendo
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá a norma do inciso anterior;
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
administradores e o poder público, que tenha por objeto a
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
cabendo à lei dispor sobre:
por merecimento;
I - o prazo de duração do contrato;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, afastamento, os valores serão determinados como se no
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; exercício estivesse.
III - a remuneração do pessoal." Seção II
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e Dos Servidores Públicos
às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
pessoal ou de custeio em geral. (Redação dada pela Emenda Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
Constitucional nº 19, de 1998) regime jurídico único e planos de carreira para os servidores
da administração pública direta, das autarquias e das orçamentários provenientes da economia com despesas
fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
produtividade, treinamento e desenvolvimento,
Municípios instituirão conselho de política de administração
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
e remuneração de pessoal, integrado por servidores
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada
produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN
de 1998)
nº 2.135-4)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela
componentes do sistema remuneratório
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998) Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
contribuição do respectivo ente público, dos servidores
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
Constitucional nº 19, de 1998) preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda
41, 19.12.2003)
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
19.12.2003)
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda I - por invalidez permanente, sendo os proventos
Constitucional nº 19, de 1998) proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
19.12.2003)
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
nº 88, de 2015)
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos
disposto no art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas
Constitucional nº 19, de 1998) (Incluído pela Emenda as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda
cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
Municípios disciplinará a aplicação de recursos remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela
a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de
ocasião da sua concessão, serão consideradas as serviço correspondente para efeito de
remunerações utilizadas como base para as contribuições do disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
servidor aos regimes de previdência de que tratam este de 15/12/98)
artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
definidos em leis complementares, os casos de
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral
47, de 2005)
de previdência social, e ao montante resultante da adição de
I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda proventos de inatividade com remuneração de cargo
Constitucional nº 47, de 2005) acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda
eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
Constitucional nº 47, de 2005)
15/12/98)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído
dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará,
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão geral de previdência social. (Incluído pela Emenda
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, Constitucional nº 20, de 15/12/98)
"a", para o professor que comprove exclusivamente tempo
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
de efetivo exercício das funções de magistério na educação
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada
bem como de outro cargo temporário ou de emprego
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
público, aplica-se o regime geral de previdência
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a 15/12/98)
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
de previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela
desde que instituam regime de previdência complementar
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
para os seus respectivos servidores titulares de cargo
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
Constitucional nº 41, 19.12.2003) artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art.
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
15/12/98)
regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este § 15 O regime de previdência complementar de que trata o
limite, caso aposentado à data do óbito (Incluído pela § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
fechadas de previdência complementar, de natureza pública,
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
que oferecerão aos respectivos participantes planos de
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
19.12.2003)
em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
tiver ingressado no serviço público até a data da publicação
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
do ato de instituição do correspondente regime de § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
previdência complementar. (Incluído pela Emenda estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga,
Constitucional nº 20, de 15/12/98) se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
§ 17 Todos os valores de remuneração considerados para o
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
1998)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
§ 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela
para os benefícios do regime geral de previdência social de
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) obrigatória a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela
§ 19 O servidor de que trata este artigo que tenha
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
completado as exigências para aposentadoria voluntária
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em Seção III
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
Territórios
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º,
II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 20 Fica vedada a existência de mais de um regime próprio Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de
de previdência social para os servidores titulares de cargos Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda
142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, Constitucional nº 18, de 1998)
19.12.2003)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal
§ 21 A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§
de pensão que superem o dobro do limite máximo 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
estabelecido para os benefícios do regime geral de matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
nº 47, de 2005)
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei
Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo exercício os específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Seção IV
Constitucional nº 19, de 1998)
Das Regiões
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social,
I - em virtude de sentença judicial transitada em
visando a seu desenvolvimento e à redução das
julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
desigualdades regionais.
1998)
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
II - mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda I - as condições para integração de regiões em
Constitucional nº 19, de 1998) desenvolvimento;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de II - a composição dos organismos regionais que executarão,
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos
ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, nacionais de desenvolvimento econômico e social,
de 1998) aprovados juntamente com estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
outros, na forma da lei:
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
custos e preços de responsabilidade do Poder Público; tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta
de seus membros.
II - juros favorecidos para financiamento de atividades
prioritárias; Seção II
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social Presidente da República, não exigida esta para o
dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. matérias de competência da União, especialmente sobre:
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em
anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de
suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
curso forçado;
TÍTULO IV
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
Da Organização Dos Poderes
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) desenvolvimento;
CAPÍTULO I V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
bens do domínio da União;
Do Poder Legislativo
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas
Seção I
de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Do Congresso Nacional Assembléias Legislativas;
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
VIII - concessão de anistia;
Senado Federal.
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e
anos.
organização judiciária e do Ministério Público do Distrito
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69,
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, de 2012) (Produção de efeito)
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
§ 1º O número total de Deputados, bem como a funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI,
representação por Estado e pelo Distrito Federal, será b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à 2001)
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da
anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades
administração pública; (Redação dada pela Emenda
da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
Constitucional nº 32, de 2001)
Deputados.
XII - telecomunicações e radiodifusão;
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos
financeiras e suas operações;
Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário. XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida
mobiliária federal.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
Senadores, com mandato de oito anos. XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II;
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal
153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
por um e dois terços.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou
qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
internacionais que acarretem encargos ou compromissos
subordinados à Presidência da República para prestarem,
gravosos ao patrimônio nacional;
pessoalmente, informações sobre assunto previamente
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a determinado, importando crime de responsabilidade a
celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem ausência sem justificação adequada. (Redação dada pela
pelo território nacional ou nele permaneçam Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
complementar;
Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos
a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de
dias; seu Ministério.
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
dessas medidas; informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
referidas no caput deste artigo, importando em crime de
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
delegação legislativa;
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2,
VI - mudar temporariamente sua sede; de 1994)
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Seção III
Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
Da Câmara dos Deputados
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração
República e dos Ministros de Estado, observado o que de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, República e os Ministros de Estado;
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de
da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
planos de governo;
III - elaborar seu regimento interno;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
administração indireta;
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em respectiva remuneração, observados os parâmetros
face da atribuição normativa dos outros Poderes; estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão
de emissoras de rádio e televisão; V - eleger membros do Conselho da República, nos termos
do art. 89, VII.
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
Contas da União; Seção IV
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a Do Senado Federal
atividades nucleares;
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o República nos crimes de responsabilidade, bem como os
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
riquezas minerais; Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
Constitucional nº 23, de 02/09/99)
terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares.
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do do art. 89, VII.
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema
da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes,
responsabilidade; (Redação dada pela Emenda
e o desempenho das administrações tributárias da União,
Constitucional nº 45, de 2004)
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
pública, a escolha de:
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,
limitando-se a condenação, que somente será proferida por
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo,
Presidente da República;
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
c) Governador de Território; pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
d) Presidente e diretores do banco central; Seção V
e) Procurador-Geral da República; Dos Deputados e dos Senadores
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição
votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão
2001)
diplomática de caráter permanente;
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de
diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo
interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
Territórios e dos Municípios;
nº 35, de 2001)
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
VII - dispor sobre limites globais e condições para as remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,
operações de crédito externo e interno da União, dos para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder nº 35, de 2001)
Público federal;
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
garantia da União em operações de crédito externo e Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
interno; partido político nela representado e pelo voto da maioria de
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante
andamento da ação. (Redação dada pela Emenda
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Constitucional nº 35, de 2001)
Municípios;
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias
declarada inconstitucional por decisão definitiva do
do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela
Supremo Tribunal Federal;
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição,
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República
enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda
antes do término de seu mandato;
Constitucional nº 35, de 2001)
XII - elaborar seu regimento interno;
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação
respectiva remuneração, observados os parâmetros dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de
popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001) § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º
até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
decorrentes de atos praticados durante sua vigência
Presidente da República. (Incluído pela Emenda
conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
original da medida provisória, esta manter-se-á
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda
2001)
Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11
e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
II - nos projetos sobre organização dos serviços
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação
do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e
da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos
dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos
de recesso do Congresso Nacional.(Incluído pela Emenda
Deputados.
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso
apreciação de projetos de sua iniciativa.
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá
de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
de 2001) sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-
ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até
Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada
em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até
que se ultime a votação, todas as demais deliberações § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela
legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias,
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação código.
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
pela outra, em um só turno de discussão e votação, e
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Constitucional nº 32, de 2001)
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores iniciadora.
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer,
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo
enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
aquiescendo, o sancionará.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a requisitos:
Município;
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso idade;
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
resultados de auditorias e inspeções realizadas; econômicos e financeiros ou de administração pública;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em atividade profissional que exija os conhecimentos
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa mencionados no inciso anterior.
proporcional ao dano causado ao erário;
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as escolhidos:
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do
verificada ilegalidade;
Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, auditores e membros do Ministério Público junto ao
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
Senado Federal; critérios de antigüidade e merecimento;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades II - dois terços pelo Congresso Nacional.
ou abusos apurados.
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as
mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de
débito ou multa terão eficácia de título executivo.
Tribunal Regional Federal.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. com a finalidade de:
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas,
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
ainda que sob a forma de investimentos não programados
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade
orçamentos da União;
governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários. II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
patrimonial nos órgãos e entidades da administração
estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de
entidades de direito privado;
trinta dias.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão,
garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave
lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
sua sustação. institucional.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
pessoal e jurisdição em todo o território nacional, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. de responsabilidade solidária.
96.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de
da União.
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele
que couber, à organização, composição e fiscalização dos convocado para missões especiais.
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal
sete Conselheiros. e o do Supremo Tribunal Federal.
CAPÍTULO II Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente
da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta
Do Poder Executivo
a última vaga.
Seção I
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
Do Presidente e do Vice-Presidente da República presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta
dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
forma da lei.
República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
período de seus antecessores.
República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não
Vice-Presidente com ele registrado. poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do
País por período superior a quinze dias, sob pena de perda
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
do cargo.
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
votos, não computados os em branco e os nulos. Seção II
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na Das Atribuições do Presidente da República
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
República:
candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos. I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
desistência ou impedimento legal de candidato, convocar- superior da administração federal;
se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, previstos nesta Constituição;
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
votação, qualificar-se-á o mais idoso.
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando
o compromisso de manter, defender e cumprir a VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela
Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência
a) organização e funcionamento da administração federal,
do Brasil.
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de Constitucional nº 32, de 2001)
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar
seus representantes diplomáticos; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma
da lei;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
termos do art. 62;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
X - decretar e executar a intervenção federal;
Constituição.
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira
expondo a situação do País e solicitando as providências que
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
julgar necessárias;
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se os limites traçados nas respectivas delegações.
necessário, dos órgãos instituídos em lei;
Seção III
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
Da Responsabilidade do Presidente da República
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Presidente da República que atentem contra a Constituição
Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) Federal e, especialmente, contra:
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os I - a existência da União;
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário,
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das
Geral da República, o presidente e os diretores do banco
unidades da Federação;
central e outros servidores, quando determinado em lei;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
do Tribunal de Contas da União; IV - a segurança interna do País;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta V - a probidade na administração;
Constituição, e o Advogado-Geral da União;
VI - a lei orçamentária;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
termos do art. 89, VII;
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Conselho de Defesa Nacional;
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
Federal, nos crimes de responsabilidade.
mobilização nacional;
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Congresso Nacional; I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
processo pelo Senado Federal.
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente; § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
processo.
orçamento previstos nesta Constituição;
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se
infrações comuns, o Presidente da República não estará sobre:
sujeito a prisão.
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
democráticas.
exercício de suas funções.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de
Seção IV
Estado para participar da reunião do Conselho, quando
Dos Ministros de Estado constar da pauta questão relacionada com o respectivo
Ministério.
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
direitos políticos. Conselho da República.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de Subseção II
outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
Do Conselho de Defesa Nacional
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta
órgãos e entidades da administração federal na área de sua
do Presidente da República nos assuntos relacionados com a
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
Presidente da República;
participam como membros natos:
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
I - o Vice-Presidente da República;
regulamentos;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de
sua gestão no Ministério; III - o Presidente do Senado Federal;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem IV - o Ministro da Justiça;
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
e órgãos da administração pública. (Redação dada pela
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VII - o Ministro do Planejamento.
Seção V
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Do Conselho da República e do Conselho de Defesa
Aeronáutica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
Nacional
1999)
Subseção I
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
Do Conselho da República
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
consulta do Presidente da República, e dele participam:
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado
I - o Vice-Presidente da República; de sítio e da intervenção federal;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar
III - o Presidente do Senado Federal;
sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos nas relacionadas com a preservação e a exploração dos
Deputados; recursos naturais de qualquer tipo;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de
iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e
VI - o Ministro da Justiça;
a defesa do Estado democrático.
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
Conselho de Defesa Nacional.
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três CAPÍTULO III
anos, vedada a recondução.
Do Poder Judiciário
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos
interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação
Constitucional nº 45, de 2004) dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada
função, salvo uma de magistério;
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco
participação em processo;
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para III - dedicar-se à atividade político-partidária.
o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído
eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Constitucional nº 45, de 2004)
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por
férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda
funcionando, nos dias em que não houver expediente
Constitucional nº 45, de 2004)
forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 96. Compete privativamente:
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será I - aos tribunais:
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos
população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
internos, com observância das normas de processo e das
2004)
garantias processuais das partes, dispondo sobre a
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
de administração e atos de mero expediente sem caráter jurisdicionais e administrativos;
decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos
2004)
juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os atividade correicional respectiva;
graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de
45, de 2004)
juiz de carreira da respectiva jurisdição;
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e
Territórios será composto de membros, do Ministério e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os
de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista confiança assim definidos em lei;
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
classes.
membros e aos juízes e servidores que lhes forem
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará imediatamente vinculados;
lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e
dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para
aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
nomeação.
respectivo, observado o disposto no art. 169:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
a) a alteração do número de membros dos tribunais
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida inferiores;
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo,
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
transitada em julgado;
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
na forma do art. 93, VIII; 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
orçamentária anual, os valores aprovados na lei
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela
Ministério Público, nos crimes comuns e de Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo
Eleitoral.
forem encaminhadas em desacordo com os limites
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá
membros ou dos membros do respectivo órgão especial aos ajustes necessários para fins de consolidação da
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda
ou ato normativo do Poder Público. Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
Estados criarão: poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares
execução de causas cíveis de menor complexidade e
ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os
2004)
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas
hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas
recursos por turmas de juízes de primeiro grau; Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições
Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
Constitucional nº 62, de 2009)
previstas na legislação.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos,
no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda
pensões e suas complementações, benefícios
Constitucional nº 45, de 2004)
previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades judicial transitada em julgado, e serão pagos com
específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
nº 45, de 2004) aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
administrativa e financeira. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para
tribunais interessados, compete: os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
será pago na ordem cronológica de apresentação do
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos
precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
respectivos tribunais;
94, de 2016)
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
aprovação dos respectivos tribunais.
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo
judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da
Constitucional nº 62, de 2009). entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
leis próprias, valores distintos às entidades de direito
de 2009).
público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional,
geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição,
Constitucional nº 62, de 2009). até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
Constitucional nº 62, de 2009).
seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente. (Redação dada pela Emenda § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
Constitucional nº 62, de 2009). créditos em precatórios a terceiros, independentemente da
concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao
nº 62, de 2009).
Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
determinar o pagamento integral e autorizar, a § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal
preterimento de seu direito de precedência ou de não de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda
alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do Constitucional nº 62, de 2009).
seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
complementar a esta Constituição Federal poderá
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato estabelecer regime especial para pagamento de crédito de
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
responsabilidade e responderá, também, perante o forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda
Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados,
ou suplementares de valor pago, bem como o Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
para fins de enquadramento de parcela do total ao que
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda
aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento
Constitucional nº 62, de 2009).
de suas respectivas receitas correntes líquidas com o
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor.
independentemente de regulamentação, deles deverá ser (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
abatido, a título de compensação, valor correspondente aos
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins
débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e
de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias,
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e
devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos,
de serviços, de transferências correntes e outras receitas
ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em
correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da
virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído
Constituição Federal, verificado no período compreendido
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades,
solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94,
30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, de 2016)
informação sobre os débitos que preencham as condições
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito
estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído
Federal e aos Municípios por determinação constitucional;
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda
determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Constitucional nº 94, de 2016)
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos do Trabalho. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de 45, de 2004)
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
provenientes da compensação financeira referida no § 9º do
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016) I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
condenações judiciais em precatórios e obrigações de
promoção na carreira; (Incluído pela Emenda
pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a
Constitucional nº 45, de 2004)
média do comprometimento percentual da receita corrente
líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe
parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
excetuada dos limites de endividamento de que tratam os orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do
incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central
quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de
julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de
2016)
sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
por cento) do montante dos precatórios apresentados nos
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo,
termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor
nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la
deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte
aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios
Regional do Trabalho. (Redação dada pela Emenda
subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção
Constitucional nº 45, de 2004)
monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos
Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura,
máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito jurisdição, competência, garantias e condições de exercício
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda dos órgãos da Justiça do Trabalho. (Redação dada pela
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
2016)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os
§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional nº
entes de direito público externo e da administração pública
45, de 2004)
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional
vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com nº 45, de 2004)
mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos,
II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Presidente da República após aprovação pela maioria
absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
nº 45, de 2004)
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data
exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
Constitucional nº 45, de 2004)
decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida
por um juiz singular. (Redação dada pela Emenda
VII as ações relativas às penalidades administrativas
Constitucional nº 24, de 1999)
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Parágrafo único. (Revogado).
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas
Seção VI
no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Dos Tribunais e Juízes Eleitorais
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão III - os Juízes Eleitorais;
eleger árbitros.
IV - as Juntas Eleitorais.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
mínimo, de sete membros, escolhidos:
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as I - mediante eleição, pelo voto secreto:
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
como as convencionadas anteriormente. (Redação
Federal;
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
Justiça;
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu
de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de
Constitucional nº 45, de 2004)
cada Estado e no Distrito Federal.
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo I - mediante eleição, pelo voto secreto:
exercício, observado o disposto no art. 94; (Redação
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Justiça;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
antiguidade e merecimento, alternadamente. (Redação
Tribunal de Justiça;
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
itinerante, com a realização de audiências e demais funções de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da Regional Federal respectivo;
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. profissional;
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
o Vice-Presidente- dentre os desembargadores. membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os
competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas crimes militares definidos em lei.
eleitorais.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os funcionamento e a competência da Justiça Militar.
integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
Seção VIII
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas
garantias e serão inamovíveis. Dos Tribunais e Juízes dos Estados
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por princípios estabelecidos nesta Constituição.
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
§ 1º A competência dos tribunais será definida na
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em
Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária
número igual para cada categoria.
de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
caberá recurso quando:
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em
Constituição ou de lei; primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça,
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou
ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o
mais tribunais eleitorais;
efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
nas eleições federais ou estaduais;
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e
eletivos federais ou estaduais; as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil,
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
habeas data ou mandado de injunção.
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Seção VII (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Dos Tribunais e Juízes Militares § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar
e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
I - o Superior Tribunal Militar; cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de
direito, processar e julgar os demais crimes militares.
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República,
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre
em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
Constitucional nº 45, de 2004)
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e cinco dentre civis. § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com
a realização de audiências e demais funções da atividade
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
e cinco anos, sendo:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Art. 128. O Ministério Público abrange:
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
I - o Ministério Público da União, que compreende:
competência exclusiva para questões agrárias. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) a) o Ministério Público Federal;
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente b) o Ministério Público do Trabalho;
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do
c) o Ministério Público Militar;
litígio.
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
CAPÍTULO IV
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
Das Funções Essenciais à Justiça
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de
Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da
2014)
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e
Seção I cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria
absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de
Do Ministério Público
dois anos, permitida a recondução.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a
Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos,
propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus permitida uma recondução.
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
público de provas ou de provas e títulos, a política
Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua
da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda
complementar respectiva.
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
diretrizes orçamentárias.
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva membros:
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei
I - as seguintes garantias:
de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo
os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. julgado;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for mediante decisão do órgão colegiado competente do
encaminhada em desacordo com os limites estipulados na Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
necessários para fins de consolidação da proposta Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, §
45, de 2004)
4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de 19, de 1998)
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
II - as seguintes vedações:
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de honorários, percentagens ou custas processuais;
2004)
União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de
dos Tribunais de Contas; notável saber jurídico e reputação ilibada.
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da de provas e títulos.
competência disciplinar e correicional da instituição,
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a
podendo avocar processos disciplinares em curso,
representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria
Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de
serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,
ampla defesa; organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de
concurso público de provas e títulos, com a participação da
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica
dos Estados julgados há menos de um ano;
das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela
V elaborar relatório anual, propondo as providências que Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a
assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,
mensagem prevista no art. 84, XI.
mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Público que o integram, vedada a recondução, competindo-
Seção III
lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes: Da Advocacia
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
relativas aos membros do Ministério Público e dos seus
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
serviços auxiliares;
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e exercício da profissão, nos limites da lei.
correição geral;
SEÇÃO IV
III requisitar e designar membros do Ministério Público,
Da Defensoria Pública
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos
do Ministério Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente,
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
como expressão e instrumento do regime democrático,
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos
Ministério Público, competentes para receber reclamações e
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
denúncias de qualquer interessado contra membros ou
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional
LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada
do Ministério Público.
pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Seção II
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da
Da Advocacia Pública União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado
termos da lei complementar que dispuser sobre sua do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e 2004)
assessoramento jurídico do Poder Executivo.
Art. 9o A nomeação far-se-á: que não poderão ser alterados unilateralmente, por
qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
em lei.
provimento efetivo ou de carreira;
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para
publicação do ato de provimento. (Redação
cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese
art. 102, o prazo será contado do término do
em que deverá optar pela remuneração de um deles durante
impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
o período da interinidade. (Redação dada
10.12.97)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
concurso público de provas ou de provas e títulos, nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua 10.12.97)
validade.
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes função pública.
do sistema de carreira na Administração Pública Federal e
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
seus regulamentos. (Redação dada pela Lei nº
não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
9.527, de 10.12.97)
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
Seção III
inspeção médica oficial.
Do Concurso Público
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
podendo ser realizado em duas etapas, conforme
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
cargo público ou da função de confiança. (Redação
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável
ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
expressamente previstas. (Redação dada pela Lei nº cargo público entrar em exercício, contados da data da
9.527, de 10.12.97) (Regulamento) posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois )
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado
período. sem efeito o ato de sua designação para função de confiança,
se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo,
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua
observado o disposto no art. 18. (Redação dada
realização serão fixados em edital, que será publicado no
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Diário Oficial da União e em jornal diário de grande
circulação. § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para
onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de
10.12.97)
validade não expirado.
§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá
Seção IV
com a data de publicação do ato de designação, salvo
Da Posse e do Exercício quando o servidor estiver em licença ou afastado por
qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
primeiro dia útil após o término do impedimento, que não
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
poderá exceder a trinta dias da
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado,
publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de avaliação para o desempenho do cargo, observados os
10.12.97) seguintes fatores: (Vide EMC nº 19)
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do I - assiduidade;
exercício serão registrados no assentamento individual do
II - disciplina;
servidor.
III - capacidade de iniciativa;
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor
apresentará ao órgão competente os elementos necessários IV - produtividade;
ao seu assentamento individual.
V- responsabilidade.
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício,
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
que é contado no novo posicionamento na carreira a partir
probatório, será submetida à homologação da autoridade
da data de publicação do ato que promover o
competente a avaliação do desempenho do servidor,
servidor. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
realizada por comissão constituída para essa finalidade, de
10.12.97)
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade
município em razão de ter sido removido, redistribuído, de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da 11.784, de 2008
publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será
das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
necessário para o deslocamento para a nova
anteriormente ocupado, observado o disposto no
sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
parágrafo único do art. 29.
10.12.97)
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de
afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será
direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de
contado a partir do término do
lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou
impedimento. (Parágrafo renumerado e alterado
entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
provimento em comissão do Grupo-Direção e
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
estabelecidos no caput. (Incluído pela Lei nº equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
9.527, de 10.12.97) 10.12.97)
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada § 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos
respeitada a duração máxima do trabalho semanal de arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento
quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de para participar de curso de formação decorrente de
seis horas e oito horas diárias, aprovação em concurso para outro cargo na Administração
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº Pública Federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
8.270, de 17.12.91) 10.12.97)
§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as
confiança submete-se a regime de integral dedicação ao licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86
serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de
convocado sempre que houver interesse da formação, e será retomado a partir do término do
Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
de 10.12.97) 10.12.97)
§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de Seção V
trabalho estabelecida em leis
Da Estabilidade
especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de
17.12.91) Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)
probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses,
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
sentença judicial transitada em julgado ou de processo resultante de sua transformação. (Incluído pela
administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
defesa.
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será
Seção VI considerado para concessão da
aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória
Da Transferência
nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 23. (Revogado)
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o
Seção VII servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida
Da Readaptação
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da
de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
administração perceberá, em substituição aos proventos da
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
mental verificada em inspeção médica.
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela
readaptando será aposentado. Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade proventos calculados com base nas regras atuais se
e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência permanecer pelo menos cinco anos no
de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº
excedente, até a ocorrência de vaga. (Redação 2.225-45, de 4.9.2001)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
Seção VIII artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
Da Reversão
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
completado 70 (setenta) anos de idade.
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
Seção IX
aposentado: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Da Reintegração
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
insubsistentes os motivos da aposentadoria; no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de
ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- sua transformação, quando invalidada a sua demissão por
45, de 4.9.2001) decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de
todas as vantagens.
II - no interesse da administração, desde
que: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
45, de 4.9.2001) em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,
b) a aposentadoria tenha sido
posto em disponibilidade.
voluntária; (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4.9.2001) Seção X
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Da Recondução
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II - reintegração do anterior ocupante.
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto função de confiança dar-se-á: (Redação dada
no art. 30. pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção XI I - a juízo da autoridade competente;
Da Disponibilidade e do Aproveitamento II - a pedido do próprio servidor.
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em CAPÍTULO III
disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
Da Remoção e da Redistribuição
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado. Seção I
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil Da Remoção
determinará o imediato aproveitamento de servidor em
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou
disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
entidades da Administração Pública Federal.
mudança de sede.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37, o
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
se por modalidades de remoção: (Redação
responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado
aproveitamento em outro órgão ou I - de ofício, no interesse da
entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) 10.12.97)
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e II - a pedido, a critério da
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta 10.12.97)
médica oficial.
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do
CAPÍTULO II interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Da Vacância
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da
I - exoneração; União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
foi deslocado no interesse da
II - demissão;
Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
III - promoção; 10.12.97)
IV - (Revogado) b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro
ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu
V - (Revogado)
assentamento funcional, condicionada à comprovação por
VI - readaptação; junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)
VII - aposentadoria;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
em que o número de interessados for superior ao número de
IX - falecimento. vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão
ou entidade em que aqueles estejam
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do
lotados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
servidor, ou de ofício.
Seção II
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
Da Redistribuição
I - quando não satisfeitas as condições do estágio
probatório; Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
exercício no prazo estabelecido.
Poder, com prévia apreciação do órgão central do
SIPEC, observados os seguintes
preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente,
10.12.97) sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou
função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do
nº 9.527, de 10.12.97)
titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela optar pela remuneração de um deles durante o respectivo
Lei nº 9.527, de 10.12.97) período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
III - manutenção da essência das atribuições do
cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do
cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou
complexidade das atividades; (Incluído pela Lei
impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias
nº 9.527, de 10.12.97)
consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou substituição, que excederem o referido
habilitação profissional; (Incluído pela Lei nº período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
9.527, de 10.12.97) 10.12.97)
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares
finalidades institucionais do órgão ou de unidades administrativas organizadas em nível de
entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de assessoria.
10.12.97)
TÍTULO III
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento
Dos Direitos e Vantagens
de lotação e da força de trabalho às necessidades dos
serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou CAPÍTULO I
criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº
Do Vencimento e da Remuneração
9.527, de 10.12.97)
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os
órgãos e entidades da Administração Pública Federal Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
10.12.97) estabelecidas em lei.
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou § 1o A remuneração do servidor investido em função ou
entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
no órgão ou entidade, o servidor estável que não for
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu
entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração
aproveitamento na forma dos arts. 30 e
de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.
31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97) § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens de caráter permanente, é irredutível.
§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou
órgão ou entidade, até seu adequado entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens
aproveitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de
10.12.97) trabalho.
CAPÍTULO IV § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de
Da Substituição
2008
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza
título de remuneração, importância superior à soma dos
Especial terão substitutos indicados no regimento interno
valores percebidos como remuneração, em espécie, a
ou, no caso de omissão, previamente designados pelo
qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos
dirigente máximo do órgão ou
Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e
entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Ministros do Supremo Tribunal Federal.
10.12.97)
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as imediatamente, em uma única parcela. (Redação
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 44. O servidor perderá: § 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de
cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles
motivo justificado; (Redação dada pela Lei nº
atualizados até a data da reposição. (Redação
9.527, de 10.12.97)
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou
que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese
disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para
de compensação de horário, até o mês subsequente ao da
quitar o débito. (Redação dada pela Medida
ocorrência, a ser estabelecida pela chefia
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a
critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não
efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos
10.12.97) casos de prestação de alimentos resultante de decisão
judicial.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou CAPÍTULO II
provento. (Vide Decreto nº 1.502, de
Das Vantagens
1995) (Vide Decreto nº 1.903, de
1996) (Vide Decreto nº 2.065, de 1996) Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor
o as seguintes vantagens:
§ 1 Mediante autorização do servidor, poderá haver
consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, I - indenizações;
a critério da administração e com reposição de custos, na
II - gratificações;
forma definida em regulamento. (Redação dada
pela Lei nº 13.172, de 2015) III - adicionais.
§ 2o O total de consignações facultativas de que trata o § § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou
1o não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) da provento para qualquer efeito.
remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
exclusivamente para: (Redação dada pela Lei nº
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados
13.172, de 2015)
em lei.
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas,
de crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de
nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer
2015)
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão ou idêntico fundamento.
de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
Seção I
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas
Das Indenizações
até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao
servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
I - ajuda de custo;
parceladas, a pedido do interessado. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) II - diárias;
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao III - transporte.
correspondente a dez por cento da remuneração, provento IV - auxílio-moradia. (Incluído pela Lei nº
ou pensão. (Redação dada pela Medida
11.355, de 2006)
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita
concessão, serão estabelecidos em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355, § 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
de 2006) devida pela metade quando o deslocamento não exigir
pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
Subseção I
diverso, as despesas extraordinárias cobertas por
Da Ajuda de Custo diárias. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as
despesas de instalação do servidor que, no interesse do § 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a
de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo diárias.
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se
cônjuge ou companheiro que detenha também a condição
deslocar dentro da mesma região metropolitana,
de servidor, vier a ter exercício na mesma
aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por
sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em
10.12.97)
áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
§ 1o Correm por conta da administração as despesas de cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
transporte do servidor e de sua família, compreendendo servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se
passagem, bagagem e bens pessoais. houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias
pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são
do território nacional. (Incluído pela Lei nº
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de
9.527, de 10.12.97)
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da
§ 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de
sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las
remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do
integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
art. 36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento,
do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não
restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto
podendo exceder a importância correspondente a 3
no caput.
(três) meses.
Subseção III
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que
se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato Da Indenização de Transporte
eletivo.
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
servidor que realizar despesas com a utilização de meio
comissão, com mudança de domicílio.
próprio de locomoção para a execução de serviços externos,
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. por força das atribuições próprias do cargo, conforme se
93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, dispuser em regulamento.
quando cabível.
Subseção IV
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
Do Auxílio-Moradia
custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
sede no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das
Subseção II
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com
Das Diárias aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em
após a comprovação da despesa pelo
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território
servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias
destinadas a indenizar as parcelas de despesas Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
extraordinária com pousada, alimentação e locomoção atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela
urbana, conforme dispuser em Lei nº 11.355, de 2006)
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo
de 10.12.97)
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de Lei nº 11.784, de 2008
2006)
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um
ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for mês. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem
Seção II
averbação de construção, nos doze meses que antecederem
a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355, de Das Gratificações e Adicionais
2006)
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes
auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de retribuições, gratificações e
2006) adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo- I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, assessoramento; (Redação dada pela Lei
de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou nº 9.527, de 10.12.97)
equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de
II - gratificação natalina;
2006)
III - (Revogado)
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do perigosas ou penosas;
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido
VI - adicional noturno;
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o
cargo em comissão ou função de confiança, VII - adicional de férias;
desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355,
de 2006) IX - gratificação por encargo de curso ou
concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração
de lotação ou nomeação para cargo Subseção I
efetivo. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de e Assessoramento
2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
outro cargo em comissão relacionado no inciso função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de
V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida
Art. 60-C. (Revogado) retribuição pelo seu exercício. (Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a
25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
função comissionada ou cargo de Ministro de Estado dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art.
ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 9o. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da
retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de
função comissionada, fica garantido a todos os que
Natureza Especial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei
preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$
no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624,
de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas,
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as
situações estabelecidas em legislação específica.
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo
somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos
dos servidores públicos federais. (Incluído pela servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
termos, condições e limites fixados em regulamento.
Subseção II
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam
Da Gratificação Natalina
com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob
controle permanente, de modo que as doses de radiação
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
legislação própria.
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo
serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
será considerada como mês integral. Subseção V
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês Do Adicional por Serviço Extraordinário
de dezembro de cada ano.
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
Parágrafo único. (VETADO). acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
normal de trabalho.
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para
calculada sobre a remuneração do mês da exoneração. atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado
o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. Subseção VI
Subseção III Do Adicional Noturno
Do Adicional por Tempo de Serviço Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5
Art. 67. (Revogado)
(cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de
Subseção IV 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora
como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou
Atividades Penosas Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em
remuneração prevista no art. 73.
locais insalubres ou em contato permanente com
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem Subseção VII
jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
Do Adicional de Férias
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
e de periculosidade deverá optar por um deles.
servidor, por ocasião das férias, um adicional
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do
periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos período das férias.
riscos que deram causa a sua concessão.
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em
servidores em operações ou locais considerados penosos, comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo
insalubres ou perigosos. do adicional de que trata este artigo.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será Subseção VIII
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
atividades em local salubre e em serviço não penoso e não
perigoso. Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
é devida ao servidor que, em caráter
eventual: (Incluído pela Lei nº 11.314 de do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das
2006) (Regulamento) atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo
ser objeto de compensação de carga horária quando
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do
desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído
§ 4o do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314
no âmbito da administração pública
de 2006)
federal; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
II - participar de banca examinadora ou de comissão para
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para
exames orais, para análise curricular, para correção de
qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de
provas discursivas, para elaboração de questões de provas
cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins
ou para julgamento de recursos intentados por
de cálculo dos proventos da aposentadoria e das
candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314 de
pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
2006)
CAPÍTULO III
III - participar da logística de preparação e de realização de
concurso público envolvendo atividades de planejamento, Das Férias
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de
atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº
necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que
11.314 de 2006)
haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525,
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
2006)
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de
serviço.
que trata este artigo serão fixados em regulamento,
observados os seguintes parâmetros: (Incluído § 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas,
pela Lei nº 11.314 de 2006) desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da
administração pública. (Incluído pela Lei nº
I - o valor da gratificação será calculado em horas,
9.525, de 10.12.97)
observadas a natureza e a complexidade da atividade
exercida; (Incluído pela Lei nº 11.314 de Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
2006) efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
período, observando-se o disposto no § 1o deste
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a
artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada
situação de excepcionalidade, devidamente justificada e § 1o (Revogado)
previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou
§ 2o (Revogado)
entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120
(cento e vinte) horas de trabalho § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) comissão, perceberá indenização relativa ao período das
férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos
um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento
superior a quatorze dias. (Incluído pela Lei nº
básico da administração pública
8.216, de 13.8.91)
federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
§ 4o A indenização será calculada com base na remuneração
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se
do mês em que for publicado o ato
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput
exoneratório. (Incluído pela Lei nº 8.216, de
deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501,
13.8.91)
de 2007)
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput
Federal quando da utilização do primeiro
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501,
período. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
de 2007)
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
somente será paga se as atividades referidas nos incisos
consecutivos de férias, por semestre de atividade simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação. compensação de horário, na forma do disposto no inciso II
do art. 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por
10.12.97)
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as
serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze
entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de meses nas seguintes condições: (Redação dada
10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997) pela Lei nº 12.269, de 2010)
Parágrafo único. O restante do período interrompido será I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
gozado de uma só vez, observado o disposto no art. remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº
77. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 12.269, de 2010)
CAPÍTULO IV II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de
Das Licenças
2010)
Seção I
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado
Disposições Gerais a partir da data do deferimento da primeira licença
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
2010)
I - por motivo de doença em pessoa da família;
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses,
III - para o serviço militar;
observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os
IV - para atividade política; limites estabelecidos nos incisos I e II do §
2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97) Seção III
VI - para tratar de interesses particulares; Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
VII - para desempenho de mandato classista. Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem
para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e
exame por perícia médica oficial, observado o disposto no
Legislativo.
art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.907, de 2009) § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem
remuneração.
§ 2o (Revogado)
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante
companheiro também seja servidor público, civil ou militar,
o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório
término de outra da mesma espécie será considerada como em órgão ou entidade da Administração Federal direta,
prorrogação. autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de
atividade compatível com o seu cargo. (Redação
Seção II
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Seção IV
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
Da Licença para o Serviço Militar
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos,
do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, concedida licença, na forma e condições previstas na
mediante comprovação por perícia médica oficial. (Redação legislação específica.
dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o
do servidor for indispensável e não puder ser prestada exercício do cargo.
demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as
de 17.12.91) vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo;
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária
para a seguridade social como se em exercício estivesse.
efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou
entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista
11.355, de 2006) não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para
localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº Seção III
8.270, de 17.12.91)
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da
exercício em outro órgão da Administração Federal direta
República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim
Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Vide
determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei nº
Decreto nº 1.387, de 1995)
8.270, de 17.12.91)
§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou
missão ou estudo, somente decorrido igual período, será
servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e
permitida nova ausência.
2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº
10.470, de 25.6.2002) § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
será concedida exoneração ou licença para tratar de
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de
interesse particular antes de decorrido período igual ao do
sociedade de economia mista, que receba recursos de
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha
despesa havida com seu afastamento.
de pagamento de pessoal, independem das disposições
contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
exercício do empregado cedido condicionado a autorização carreira diplomática.
específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de
Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão
que trata este artigo, inclusive no que se refere à
ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº
remuneração do servidor, serão disciplinadas em
10.470, de 25.6.2002)
regulamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 10.12.97)
com a finalidade de promover a composição da força de
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública
organismo internacional de que o Brasil participe ou com o
Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de
qual coopere dar-se-á com perda total da
empregado ou servidor, independentemente da observância
remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)
do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de Seção IV
25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005) (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção II Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu no País
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração,
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-
e desde que a participação não possa ocorrer
se as seguintes disposições:
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo
ficará afastado do cargo; efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em
programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
11.907, de 2009)
III - investido no mandato de vereador:
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-
em conformidade com a legislação vigente, os programas de se do serviço: (Redação dada pela Medida
capacitação e os critérios para participação em programas de provisória nº 632, de 2013)
pós-graduação no País, com ou sem afastamento do
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para
este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) II - pelo período comprovadamente necessário para
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de
qualquer caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada
mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
pela Lei nº 12.998, de 2014)
servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão
ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
(quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio
a) casamento;
probatório, que não tenham se afastado por licença para
tratar de assuntos particulares para gozo de licença b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e
anos anteriores à data da solicitação de irmãos.
afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor
2009)
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós- horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício
doutorado somente serão concedidos aos servidores do cargo.
titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a
há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver
probatório, e que não tenham se afastado por licença para
exercício, respeitada a duração semanal do
tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste
trabalho. (Parágrafo renumerado e alterado
artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
afastamento. (Redação dada pela Lei nº
12.269, de 2010) § 2o Também será concedido horário especial ao servidor
portador de deficiência, quando comprovada a necessidade
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos
por junta médica oficial, independentemente de
previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que
compensação de horário. (Incluído pela Lei nº
permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno
9.527, de 10.12.97)
por um período igual ao do afastamento
concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) § 3o As disposições constantes do § 2o são extensivas ao
servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo
deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.370,
ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
de 2016)
permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir
o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de § 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à
11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1
aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista
11.907, de 2009) nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada interesse da administração é assegurada, na localidade da
de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição
máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei de ensino congênere, em qualquer época,
nº 11.907, de 2009) independentemente de vaga.
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor
disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob
pela Lei nº 11.907, de 2009) sua guarda, com autorização judicial.
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de específica;
trezentos e sessenta e cinco dias.
XI - afastamento para servir em organismo internacional de
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, que o Brasil participe ou com o qual
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos coopere. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em virtude de: (Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e
I - férias; disponibilidade:
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios Municípios e Distrito Federal;
e Distrito Federal;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família
III - exercício de cargo ou função de governo ou do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias
administração, em qualquer parte do território nacional, por em período de 12 (doze) meses. (Redação dada
nomeação do Presidente da República; pela Lei nº 12.269, de 2010)
IV - participação em programa de treinamento regularmente III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato
no País, conforme dispuser o
eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao
regulamento; (Redação dada pela Lei nº
ingresso no serviço público federal;
11.907, de 2009) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
Previdência Social;
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por
merecimento; VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde
que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso VIII
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
afastamento, conforme dispuser o
10.12.97)
regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será
contado apenas para nova aposentadoria.
VIII - licença:
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
Forças Armadas em operações de guerra.
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou
público prestado à União, em cargo de provimento
função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado,
efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
10.12.97)
sociedade de economia mista e empresa pública.
c) para o desempenho de mandato classista ou participação
CAPÍTULO VIII
de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores para prestar serviços a seus Do Direito de Petição
membros, exceto para efeito de promoção por
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
merecimento; (Redação dada pela Lei nº
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
11.094, de 2005)
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
e) para capacitação, conforme dispuser o daquela a que estiver imediatamente subordinado o
regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, requerente.
de 10.12.97)
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
f) por convocação para o serviço militar; houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não
podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
2010)
X - participação em competição desportiva nacional ou
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de
convocação para integrar representação desportiva
reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de Art. 121. O servidor responde civil, penal e
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou administrativamente pelo exercício irregular de suas
indiretamente, participação no capital social ou em atribuições.
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
2008 erário ou a terceiros.
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46,
conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito
de 2008 pela via judicial.
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. das faltas punidas com advertência e de violação das demais
proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor
da herança recebida. § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e
a inspeção médica determinada pela autoridade
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de cumprida a determinação.
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do
§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a
cargo ou função.
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa,
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento
cumular-se, sendo independentes entre si. ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
em serviço.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será
afastada no caso de absolvição criminal que negue a Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão
existência do fato ou sua autoria. terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e
5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
disciplinar.
autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, a outra autoridade competente para Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
apuração de informação concernente à prática de crimes ou efeitos retroativos.
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) I - crime contra a administração pública;
CAPÍTULO V II - abandono de cargo;
Das Penalidades III - inassiduidade habitual;
Art. 127. São penalidades disciplinares: IV - improbidade administrativa;
I - advertência; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição;
II - suspensão;
VI - insubordinação grave em serviço;
III - demissão;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
em legítima defesa própria ou de outrem;
V - destituição de cargo em comissão;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
VI - destituição de função comissionada.
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a cargo;
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
dela provierem para o serviço público, as circunstâncias
nacional;
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
XI - corrupção;
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de públicas;
10.12.97)
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal
de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII
de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que
e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de
regulamentação ou norma interna, que não justifique
sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo
imposição de penalidade mais grave. (Redação
improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a
sua apuração e regularização imediata, cujo processo
administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527,
fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de de 10.12.97)
10.12.97)
§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta
comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias,
transgressão objeto da apuração; (Incluído pela quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído
Lei nº 9.527, de 10.12.97) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e § 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições
relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável,
10.12.97) subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
o do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível
§ 1 A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á
com a demissão.
pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela
descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por
situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de
vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
do correspondente regime jurídico. (Redação
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do convertida em destituição de cargo em comissão.
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior,
nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a
bem como promoverá a citação pessoal do servidor
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no
prejuízo da ação penal cabível.
prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-
se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
9.527, de 10.12.97) ex-servidor para nova investidura em cargo público federal,
pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público
servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo
opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X
o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à e XI.
autoridade instauradora, para
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência
julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
10.12.97)
consecutivos.
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão,
serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,
aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art.
interpoladamente, durante o período de doze meses.
167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para
inassiduidade habitual, também será adotado o
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se
procedimento sumário a que se refere o art. 133,
converterá automaticamente em pedido de exoneração do
observando-se especialmente que: (Redação
outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
10.12.97)
I-a indicação da materialidade dar-se-
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé,
á: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
empregos ou funções públicas em regime de acumulação do período de ausência intencional do servidor ao serviço
ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com § 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo comprovação do fato independer de conhecimento especial
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da de perito.
administração. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a
terão caráter reservado. segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos
autos.
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
fases: Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a
expedição do mandado será imediatamente comunicada ao
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e
comissão; hora marcados para inquirição.
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido
defesa e relatório; a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
III - julgamento. § 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar § 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a
exigirem. comissão promoverá o interrogatório do acusado,
observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo
integral aos seus trabalhos, ficando seus membros § 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será
dispensados do ponto, até a entrega do relatório final. ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas
declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a
§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que acareação entre eles.
deverão detalhar as deliberações adotadas.
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao
Seção I interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência
facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do ou à responsabilidade do servidor.
presidente da comissão.
§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou
ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual atenuantes.
participe pelo menos um médico psiquiatra.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua
processado em auto apartado e apenso ao processo instauração, para julgamento.
principal, após a expedição do laudo pericial.
Seção II
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
Do Julgamento
indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
imputados e das respectivas provas. Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
o recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
§ 1 O indiciado será citado por mandado expedido pelo
sua decisão.
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no
prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo § 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
na repartição. autoridade instauradora do processo, este será
encaminhado à autoridade competente, que decidirá em
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum
igual prazo.
e de 20 (vinte) dias.
§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro,
sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para
para diligências reputadas indispensáveis.
a imposição da pena mais grave.
§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na
§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às
declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que
autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas.
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado
autoridade instauradora do processo determinará o seu
a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
União e em jornal de grande circulação na localidade do
salvo quando contrário às provas dos autos.
último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para
as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá,
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação
motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la
do edital.
ou isentar o servidor de responsabilidade.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a
regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
autoridade que determinou a instauração do processo ou
§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total
processo e devolverá o prazo para a defesa. ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de
outra comissão para instauração de novo
§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade
processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
instauradora do processo designará um servidor como
10.12.97)
defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade § 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade
igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada do processo.
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do
minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e Capítulo IV do Título IV.
mencionará as provas em que se baseou para formar a sua
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
convicção.
autoridade julgadora determinará o registro do fato nos
assentamentos individuais do servidor.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público conclusão dos trabalhos.
para instauração da ação penal, ficando trasladado na
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
repartição.
que couber, as normas e procedimentos próprios da
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só comissão do processo disciplinar.
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a
voluntariamente, após a conclusão do processo e o
penalidade, nos termos do art. 141.
cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em
a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
demissão, se for o caso.
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da direitos do servidor, exceto em relação à destituição do
sede de sua repartição, na condição de testemunha, cargo em comissão, que será convertida em exoneração.
denunciado ou indiciado;
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando agravamento de penalidade.
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a
TÍTULO VI
realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Da Seguridade Social do Servidor
Seção III
CAPÍTULO I
Da Revisão do Processo
Disposições Gerais
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de o servidor e sua família.
justificar a inocência do punido ou a inadequação da
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja,
penalidade aplicada.
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento administração pública direta, autárquica e fundacional não
do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social,
revisão do processo. com exceção da assistência à saúde. (Redação
dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
será requerida pelo respectivo curador. § 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou
requerente.
com o qual coopere, ainda que contribua para regime de
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
novos, ainda não apreciados no processo originário. Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes
assistindo, neste período, os benefícios do mencionado
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
regime de previdência. (Incluído pela Lei nº
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente,
10.667, de 14.5.2003)
que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao
dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo § 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem
disciplinar. remuneração a manutenção da vinculação ao regime do
Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade
recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo
competente providenciará a constituição de comissão, na
percentual devido pelos servidores em atividade, incidente
forma do art. 149.
sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo de suas atribuições, computando-se, para esse efeito,
originário. inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei
nº 10.667, de 14.5.2003)
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
hora para a produção de provas e inquirição das § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado
testemunhas que arrolar. até o segundo dia útil após a data do pagamento das
§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença 1967, será concedida aposentadoria com provento integral,
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
(vinte e quatro) meses.
Seção II
§ 2o Expirado o período de licença e não estando em
Do Auxílio-Natalidade
condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o
servidor será aposentado. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por
o motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao
§ 3 O lapso de tempo compreendido entre o término da
menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de
licença e a publicação do ato da aposentadoria será
natimorto.
considerado como de prorrogação da licença.
§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão
50% (cinquenta por cento), por nascituro.
consideradas apenas as licenças motivadas pela
enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
correlacionadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de público, quando a parturiente não for servidora.
2009)
Seção III
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para
Do Salário-Família
tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser
convocado a qualquer momento, para avaliação das Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao
condições que ensejaram o afastamento ou a inativo, por dependente econômico.
aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos
2009)
para efeito de percepção do salário-família:
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante,
mesma data e proporção, sempre que se modificar a
até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer
remuneração dos servidores em atividade.
idade;
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante
benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos
autorização judicial, viver na companhia e às expensas do
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de
servidor, ou do inativo;
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que
se deu a aposentadoria. III - a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional Art. 198. Não se configura a dependência econômica
ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias quando o beneficiário do salário-família perceber
especificadas no § 1º do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte,
for considerado inválido por junta médica oficial passará a inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor
perceber provento integral, calculado com base no igual ou superior ao salário-mínimo.
fundamento legal de concessão da
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e
aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
viverem em comum, o salário-família será pago a um deles;
de 2009)
quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o distribuição dos dependentes.
provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
da atividade.
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos
Art. 192. (Revogado) incapazes.
Art. 193. (Revogado) Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição,
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação
inclusive para a Previdência Social.
natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor
equivalente ao respectivo provento, deduzido o Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem
adiantamento recebido. remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do
salário-família.
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente
participado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Seção IV
Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo
tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o
perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. servidor; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou
concedida com base em perícia parceria com os órgãos e entidades da administração direta,
oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de suas autarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº
2009) 12.998, de 2014)
§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será III - celebrar convênios com operadoras de plano de
realizada na residência do servidor ou no estabelecimento assistência à saúde, organizadas na modalidade de
hospitalar onde se encontrar internado. autogestão, que possuam autorização de funcionamento do
órgão regulador, na forma do art. 230; ou (Incluído
§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde
pela Lei nº 12.998, de 2014)
se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o
servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contrato
parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21
médico particular. (Redação dada pela Lei nº de junho de 1993, e demais normas
9.527, de 10.12.97) pertinentes. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente Seção V
produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-
recursos humanos do órgão ou
Paternidade
entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de
2009) Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por
o 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da
§ 4 A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias
remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de
afastamento será concedida mediante avaliação por junta § 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês
médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
de 2009)
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata a partir do parto.
o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-
evento, a servidora será submetida a exame médico, e se
dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de
julgada apta, reassumirá o exercício.
atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº
11.907, de 2009) § 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a
servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
remunerado.
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada
de perícia oficial, na forma definida em Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias
de 2009) consecutivos.
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada
tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser
profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. parcelada em dois períodos de meia hora.
186, § 1o.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica. (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto
nº 6.691, de 2008)
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos
periódicos, nos termos e condições definidos em Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que
2009) (Regulamento). trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União Seção VI
e suas entidades autárquicas e fundacionais
Da Licença por Acidente em Serviço
poderão: (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
servidor acidentado em serviço. 2015)
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou 2015)
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
c) Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o 2015)
dano:
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135,
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo de 2015)
servidor no exercício do cargo;
III - o companheiro ou companheira que comprove união
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice- estável como entidade familiar; (Incluído pela Lei nº
versa. 13.135, de 2015)
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos
tratamento especializado poderá ser tratado em instituição seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.135,
privada, à conta de recursos públicos. de 2015)
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído
médica oficial constitui medida de exceção e somente será pela Lei nº 13.135, de 2015)
admissível quando inexistirem meios e recursos adequados
b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
em instituição pública.
2015)
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
c) tenha deficiência grave; ou (Redação dada pela
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
Seção VII
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do
Da Pensão regulamento; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas
hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da data de óbito, V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica
observado o limite estabelecido no inciso XI do caput do art. do servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de
37 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei no 10.887, de 2015)
18 de junho de 2004. (Redação dada pela Lei nº
VI - o irmão de qualquer condição que comprove
13.135, de 2015)
dependência econômica do servidor e atenda a um dos
Art. 216. (Revogado) requisitos previstos no inciso IV. (Incluído pela Lei
nº 13.135, de 2015)
Art. 217. São beneficiários das pensões:
§ 1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam
I - o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos
2015)
incisos V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
2015)
§ 2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso
2015) VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
c) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de § 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho
2015) mediante declaração do servidor e desde que comprovada
dependência econômica, na forma estabelecida em
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)
2015)
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão,
2015)
o seu valor será distribuído em partes iguais entre os
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de beneficiários habilitados. (Redação dada pela Lei
fato, com percepção de pensão alimentícia estabelecida nº 13.135, de 2015)
judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 13.135,
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135,
de 2015)
de 2015)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho
de 2015) ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
2015)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135,
de 2015) V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei
prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais nº 13.135, de 2015)
de 5 (cinco) anos.
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova III do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº
posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de 13.135, de 2015)
beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que
partir da data em que for oferecida.
o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais
Art. 220. Perde o direito à pensão por ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados
morte: (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do
servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela
prática de crime de que tenha dolosamente resultado a b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de
morte do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de acordo com a idade do pensionista na data de óbito do
2015) servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições
mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se
casamento ou da união estável: (Incluído pela Lei
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no
nº 13.135, de 2015)
casamento ou na união estável, ou a formalização desses
com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de
apuradas em processo judicial no qual será assegurado o idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
direito ao contraditório e à ampla defesa. (Incluído
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos
pela Lei nº 13.135, de 2015)
de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove)
presumida do servidor, nos seguintes casos:
anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária 2015)
competente;
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
ou acidente não caracterizado como em serviço;
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do e três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
cargo ou em missão de segurança. 13.135, de 2015)
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de
vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) idade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento
§ 1o A critério da administração, o beneficiário de pensão
do servidor, hipótese em que o benefício será
cuja preservação seja motivada por invalidez, por
automaticamente cancelado.
incapacidade ou por deficiência poderá ser convocado a
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: qualquer momento para avaliação das referidas
condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
I - o seu falecimento;
§ 2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após
inciso III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII,
a concessão da pensão ao cônjuge;
ambos do caput, se o óbito do servidor decorrer de acidente
III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário de qualquer natureza ou de doença profissional ou do
inválido, o afastamento da deficiência, em se tratando de trabalho, independentemente do recolhimento de 18
beneficiário com deficiência, ou o levantamento da (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de 2
interdição, em se tratando de beneficiário com deficiência (dois) anos de casamento ou de união
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente estável. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
incapaz, respeitados os períodos mínimos decorrentes da
§ 3o Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde
aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso
que nesse período se verifique o incremento mínimo de um
VII; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte
profissão. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) e oito de outubro.
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes
União e suas entidades autárquicas e fundacionais Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos
autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos
2006) de carreira:
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou
serviços de assistência à saúde para os seus servidores ou trabalhos que favoreçam o aumento de produtividade e a
empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como redução dos custos operacionais;
para seus respectivos grupos familiares definidos, com
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito,
entidades de autogestão por elas patrocinadas por meio de
condecoração e elogio.
instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o
certo que os convênios celebrados depois dessa data do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil
somente poderão sê-lo na forma da regulamentação seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja
específica sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada expediente.
pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção
oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também
filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de
aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de
quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida
2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666,
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros
da Constituição Federal, o direito à livre
privados de assistência à saúde que possuam autorização de
associação sindical e os seguintes direitos, entre outros,
funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela Lei nº
dela decorrentes:
11.302 de 2006)
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
substituto processual;
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após
o
§ 5 O valor do ressarcimento fica limitado ao total o final do mandato, exceto se a pedido;
despendido pelo servidor ou pensionista civil com plano ou
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical
seguro privado de assistência à saúde. (Incluído
a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições
pela Lei nº 11.302 de 2006)
definidas em assembleia geral da categoria.
CAPÍTULO IV
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do
Do Custeio cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas
expensas e constem do seu assentamento individual.
Art. 231. (Revogado)
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
TÍTULO VII
companheiro, que comprove união estável como entidade
CAPÍTULO ÚNICO familiar.
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
Público município onde a repartição estiver instalada e onde o
servidor tiver exercício, em caráter permanente.
Art. 232. (Revogado)
TÍTULO IX
Art. 233. (Revogado)
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 234. (Revogado)
Das Disposições Transitórias e Finais
Art. 235. (Revogado)
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
TÍTULO VIII
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores
CAPÍTULO ÚNICO dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas,
Das Disposições Gerais
regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma
pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada prevista nos arts. 87 a 90.
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os
Art. 246. (VETADO).
contratados por prazo determinado, cujos contratos não
poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,
prorrogação. haverá ajuste de contas com a Previdência Social,
correspondente ao período de contribuição por parte dos
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no
servidores celetistas abrangidos pelo art.
regime instituído por esta Lei ficam transformados em
243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)
cargos, na data de sua publicação.
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade
origem do servidor.
onde têm exercício ficam transformadas em cargos em
comissão, e mantidas enquanto não for implantado o plano Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os
de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei. servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e
nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas
civil da União conforme regulamento próprio.
por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal,
ficam extintas na data da vigência desta Lei. Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
o dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a
§ 4 (VETADO).
aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo
§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei nº
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a
couber. vantagem prevista naquele
dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)
§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com
estabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês
extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos subsequente.
direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro
encontrem vinculados os empregos.
de 1952, e respectiva legislação complementar, bem como
§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste as demais disposições em contrário.
artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e
Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da
102o da República.
Administração e conforme critérios estabelecidos em
regulamento, ser exonerados mediante indenização de um FERNANDO COLLOR
mês de remuneração por ano de efetivo exercício no serviço
Jarbas Passarinho
público federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.12.1990 e
republicado em 18.3.1998
§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e
na declaração de rendimentos, serão considerados como
indenizações isentas os pagamentos efetuados a título de
indenização prevista no parágrafo
anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo
Congresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei
§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que "dispõe sobre o
disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das
quando considerados desnecessários. (Incluído autarquias e das fundações públicas federais".
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos
aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu,
em anuênio. MAURO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos
termos do § 7º do art. 66 da Constituição, promulgo as
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei seguintes partes da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990:
nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
"Art. 87.
§ 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
gozados pelo servidor que vier a falecer serão convertidos Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
em pecúnia, em favor de seus beneficiários da pensão.
Capítulo I
Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para
Das Disposições Gerais
aposentadoria com provento integral será aposentado:
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo
I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente
administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
superior àquela em que se encontra posicionado;
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
II - quando ocupante da última classe da carreira, com a administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
remuneração do padrão correspondente, acrescida da Administração.
diferença entre esse e o padrão da classe imediatamente
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos
anterior.
dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, desempenho de função administrativa.
chefia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão,
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
por período de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos
interpolados, poderá aposentar-se com a gratificação da I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da
função ou remuneração do cargo em comissão, de maior Administração direta e da estrutura da Administração
valor, desde que exercido por um período mínimo de 2 (dois) indireta;
anos.
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
§ 1º Quando o exercício da função ou cargo em comissão de jurídica;
maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos,
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de
será incorporada a gratificação ou remuneração da função
poder de decisão.
ou cargo em comissão imediatamente inferior dentre os
exercidos. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
§ 2º A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
previstas no art. 192, bem como a incorporação de que trata
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
o art. 62, ressalvado o direito de opção.
eficiência.
Art. 231.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade observados, entre outros, os critérios de:
integral do Tesouro Nacional.
I - atuação conforme a lei e o Direito;
Art. 240.
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia
d) de negociação coletiva; total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei;
e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à
Justiça do Trabalho, nos termos da Constituição Federal. III - objetividade no atendimento do interesse público,
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo boa-fé;
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n°
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a
hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
vantagem prevista naquele dispositivo."
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
e 103° da República.
estritamente necessárias ao atendimento do interesse
MAURO BENEVIDES público;
Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.4.1991. VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão;
LEI Nº 9.784/1999 VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados;
Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal.
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por
dos administrados; escrito e conter os seguintes dados:
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
alegações finais, à produção de provas e à interposição de
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e
nas situações de litígio; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de
comunicações;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
fundamentos;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, imotivada de recebimento de documentos, devendo o
vedada aplicação retroativa de nova interpretação. servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
eventuais falhas.
Capítulo II
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão
Dos Direitos Dos Administrados
elaborar modelos ou formulários padronizados para
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a assuntos que importem pretensões equivalentes.
Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de
assegurados:
interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo
que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o preceito legal em contrário.
cumprimento de suas obrigações;
Capítulo V
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos
Dos Interessados
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos,
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as Art. 9º São legitimados como interessados no processo
decisões proferidas; administrativo:
III - formular alegações e apresentar documentos antes da I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito
competente; de representação;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
quando obrigatória a representação, por força de lei. ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser
adotada;
Capítulo III
III - as organizações e associações representativas, no
Dos Deveres Do Administrado
tocante a direitos e interesses coletivos;
Art. 4º São deveres do administrado perante a
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas
Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato
quanto a direitos ou interesses difusos.
normativo:
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os
I - expor os fatos conforme a verdade;
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; ato normativo próprio.
III - não agir de modo temerário; Capítulo VI
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e Da Competência
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
Capítulo IV órgãos administrativos a que foi atribuída como própria,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente
Do Início Do Processo
admitidos.
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
a pedido de interessado.
não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for impedimento deve comunicar o fato à autoridade
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, competente, abstendo-se de atuar.
social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
delegação de competência dos órgãos colegiados aos
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou
respectivos presidentes.
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
I - a edição de atos de caráter normativo;
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá
II - a decisão de recursos administrativos;
ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
Capítulo VIII
autoridade.
Da Forma, Tempo E Lugar Dos Atos Do Processo
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
publicados no meio oficial. Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem
de forma determinada senão quando a lei expressamente a
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
exigir.
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e
os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo § 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito,
conter ressalva de exercício da atribuição delegada. em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a
assinatura da autoridade responsável.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
autoridade delegante. § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma
somente será exigido quando houver dúvida de
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
autenticidade.
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas
pelo delegado. § 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia
poderá ser feita pelo órgão administrativo.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por
motivos relevantes devidamente justificados, a avocação § 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas
temporária de competência atribuída a órgão sequencialmente e rubricadas.
hierarquicamente inferior.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão no horário normal de funcionamento da repartição na qual
publicamente os locais das respectivas sedes e, quando tramitar o processo.
conveniente, a unidade fundacional competente em matéria
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal
de interesse especial.
os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de Administração.
menor grau hierárquico para decidir.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou
Capítulo VII autoridade responsável pelo processo e dos administrados
que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco
Dos Impedimentos E Da Suspeição
dias, salvo motivo de força maior.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
servidor ou autoridade que:
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
II - tenha participado ou venha a participar como perito, preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem interessado se outro for o local de realização.
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o
Capítulo IX
terceiro grau;
Da Comunicação Dos Atos
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
processo administrativo determinará a intimação do
interessado para ciência de decisão ou a efetivação de Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
diligências. interesse geral, o órgão competente poderá, mediante
despacho motivado, abrir período de consulta pública para
§ 1º A intimação deverá conter:
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade não houver prejuízo para a parte interessada.
administrativa;
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
II - finalidade da intimação; pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas
possam examinar os autos, fixando-se prazo para
III - data, hora e local em que deve comparecer;
oferecimento de alegações escritas.
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-
§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por
se representar;
si, a condição de interessado do processo, mas confere o
V - informação da continuidade do processo direito de obter da Administração resposta fundamentada,
independentemente do seu comparecimento; que poderá ser comum a todas as alegações
substancialmente iguais.
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três
diante da relevância da questão, poderá ser realizada
dias úteis quanto à data de comparecimento.
audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria
por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação
outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
de administrados, diretamente ou por meio de organizações
§ 4º No caso de interessados indeterminados, e associações legalmente reconhecidas.
desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de
deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
outros meios de participação de administrados deverão ser
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem apresentados com a indicação do procedimento adotado.
observância das prescrições legais, mas o comparecimento
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a
do administrado supre sua falta ou irregularidade.
audiência de outros órgãos ou entidades administrativas
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o poderá ser realizada em reunião conjunta, com a
reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a participação de titulares ou representantes dos órgãos
direito pelo administrado. competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos
autos.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
garantido direito de ampla defesa ao interessado. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo
competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta
que resultem para o interessado em imposição de deveres,
Lei.
ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados
estão registrados em documentos existentes na própria
Capítulo X
Administração responsável pelo processo ou em outro órgão
Da Instrução administrativo, o órgão competente para a instrução
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
comprovar os dados necessários à tomada de decisão respectivas cópias.
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos tomada da decisão, juntar documentos e pareceres,
interessados de propor atuações probatórias. requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos
autos os dados necessários à decisão do processo. § 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na
§ 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos motivação do relatório e da decisão.
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso § 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
para estes. fundamentada, as provas propostas pelos interessados
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
protelatórias.
provas obtidas por meios ilícitos.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a administrativo:
Administração considerar que o interesse público assim o
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no
exige.
processo;
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da
afetados pela decisão recorrida;
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente. III - as organizações e associações representativas, no
tocante a direitos e interesses coletivos;
Capítulo XIV
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
Da Anulação, Revogação E Convalidação
interesses difusos.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
prazo para interposição de recurso administrativo, contado
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
direitos adquiridos.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
competente.
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento. Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer
de reexame, podendo juntar os documentos que julgar
medida de autoridade administrativa que importe
convenientes.
impugnação à validade do ato.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
tem efeito suspensivo.
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos
que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil
convalidados pela própria Administração. ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade
recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou
Capítulo XV
a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Do Recurso Administrativo E Da Revisão
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face conhecer deverá intimar os demais interessados para que,
de razões de legalidade e de mérito. no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias,
I - fora do prazo;
o encaminhará à autoridade superior.
II - perante órgão incompetente;
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso
administrativo independe de caução. III - por quem não seja legitimado;
§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa IV - após exaurida a esfera administrativa.
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a
autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à
recurso.
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído § 2º O não conhecimento do recurso não impede a
pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
ocorrida preclusão administrativa.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por
três instâncias administrativas, salvo disposição legal Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá
diversa. confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo Art. 69. Os processos administrativos específicos
puder decorrer gravame à situação do recorrente, este continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes
deverá ser cientificado para que formule suas alegações apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
antes da decisão.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da órgão ou instância, os procedimentos administrativos em
súmula vinculante, o órgão competente para decidir o que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei
recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou nº 12.008, de 2009).
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao
órgão competente para o julgamento do recurso, que III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
deverão adequar as futuras decisões administrativas em
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose
casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia
nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
nº 11.417, de 2006). Vigência
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome
de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
aplicada. doença tenha sido contraída após o início do processo.
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
agravamento da sanção. § 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício,
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à
Capítulo XVI
autoridade administrativa competente, que determinará as
Dos Prazos providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº
12.008, de 2009).
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do § 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação
começo e incluindo-se o do vencimento. própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver § 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
contínuo.
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e 111º
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data
da República.
a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
último dia do mês.
Renan Calheiros
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente
Paulo Paiva
comprovado, os prazos processuais não se suspendem.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1.2.1999 e
Capítulo XVII
retificado em 11.3.1999.
Das Sanções
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade LEI Nº 8.666/1993
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
direito de defesa. institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências.
Capítulo XVIII
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Das Disposições Finais Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
utilidade de interesse para a Administração, tais como: fornecer visão global da obra e identificar todos os seus
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, elementos constitutivos com clareza;
conservação, reparação, adaptação, manutenção,
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou
detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
trabalhos técnico-profissionais;
reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como
terceiros; suas especificações que assegurem os melhores resultados
para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo
para a sua execução;
valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o
limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de
Lei; métodos construtivos, instalações provisórias e condições
organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
competitivo para a sua execução;
cumprimento das obrigações assumidas por empresas em
licitações e contratos; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão
da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades
suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados
da Administração, pelos próprios meios;
necessários em cada caso;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata
f) orçamento detalhado do custo global da obra,
com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes:
fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
propriamente avaliados;
a) empreitada por preço global - quando se contrata a
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários
execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas
execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades Técnicas - ABNT;
determinadas;
XI - Administração Pública - a administração direta e indireta
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
abrangendo inclusive as entidades com personalidade
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos
jurídica de direito privado sob controle do poder público e
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
das fundações por ele instituídas ou mantidas;
materiais;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
e) empreitada integral - quando se contrata um
administrativa pela qual a Administração Pública opera e
empreendimento em sua integralidade, compreendendo
atua concretamente;
todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias,
sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
ao contratante em condições de entrada em operação, Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
em condições de segurança estrutural e operacional e com o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada
as características adequadas às finalidades para que foi pela Lei nº 8.883, de 1994)
contratada;
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e instrumento contratual;
suficientes, com nível de precisão adequado, para
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de
caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
contrato com a Administração Pública;
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
indicações dos estudos técnicos preliminares, que XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do pela Administração com a função de receber, examinar e
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a julgar todos os documentos e procedimentos relativos às
licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos na região onde será realizada a obra, prestado o serviço,
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a
com o processo produtivo básico ou com as regras de origem Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela outros meios de divulgação para ampliar a área de
Lei nº 12.349, de 2010) competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que
condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) e todas as informações sobre a licitação.
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da
estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e realização do evento será:
comunicação cuja descontinuidade provoque dano
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela
significativo à administração pública e que envolvam pelo
Lei nº 8.883, de 1994)
menos um dos seguintes requisitos relacionados às
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado
12.349, de 2010)
contemplar o regime de empreitada integral ou quando a
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"
insumos, serviços e obras necessários para atividade de (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
de 1994)
projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante.
(Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
CAPÍTULO II
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor
Da Licitação
técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº
Seção I 8.883, de 1994)
Das Modalidades, Limites e Dispensa III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a repartição interessada, salvo por motivo de interesse
público, devidamente justificado. IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a
habilitação de interessados residentes ou sediados em § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão
outros locais. contados a partir da última publicação do edital resumido ou
da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos
data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela
leilões, embora realizados no local da repartição interessada,
Lei nº 8.883, de 1994)
deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por
uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação
prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
feita por órgão ou entidade da Administração Pública
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação
Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas
das propostas.
parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, Art. 22. São modalidades de licitação:
de 1994)
I - concorrência;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando
II - tomada de preços;
se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou
entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou III - convite;
do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
IV - concurso;
1994)
V - leilão.
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
também, se houver, em jornal de circulação no Município ou
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação estimado da contratação:
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
pela Lei nº 9.648, de 1998) (Vide Decreto nº 9.412, de
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre 2018)
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);
todas as condições exigidas para cadastramento até o
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (Vide Decreto nº
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
9.412, de 2018)
observada a necessária qualificação.
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados
quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº
do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
9.648, de 1998) (Vide Decreto nº 9.412, de 2018)
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e
cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,
cadastrados na correspondente especialidade que de 1998) (Vide Decreto nº 9.412, de 2018)
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (Vide Decreto nº
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer 9.412, de 2018)
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (Vide Decreto nº 9.412, de
aos vencedores, conforme critérios constantes de edital
2018)
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de
45 (quarenta e cinco) dias. b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e
cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
1998) (Vide Decreto nº 9.412, de 2018)
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no cinquenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao 1998) (Vide Decreto nº 9.412, de 2018)
valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela
1994)
Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça comprovarem técnica e economicamente viáveis,
mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à
o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto ampliação da competitividade sem perda da economia de
existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens,
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de
número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, corresponder licitação distinta, preservada a modalidade
essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no pertinente para a execução do objeto em licitação.
processo, sob pena de repetição do convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
ou a combinação das referidas neste artigo. qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou
alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19,
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a
como nas concessões de direito real de uso e nas licitações
administração somente poderá exigir do licitante não
internacionais, admitindo-se neste último caso, observados
cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que
os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão
comprovem habilitação compatível com o objeto da
ou entidade dispuser de cadastro internacional de
licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº
fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor
8.883, de 1994)
do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os 8.883, de 1994)
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,
poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
concorrência. ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser
§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
"tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
mesma natureza e no mesmo local que possam ser
respectivos contratos;
realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o
somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo
deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de condições preestabelecidas;
especialidade diversa daquela do executor da obra ou
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico
serviço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
para regular preços ou normalizar o abastecimento;
§ 6º As organizações industriais da Administração Federal
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos
manifestamente superiores aos praticados no mercado
limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para
nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos
suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
de materiais aplicados exclusivamente na manutenção,
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,
reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos
será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por
pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que serviços; (Vide § 3º do art. 48)
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação,
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão
com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital
ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha
fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de
sido criado para esse fim específico em data anterior à
escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos compatível com o praticado no mercado; (Redação dada
valores mencionados no caput deste artigo quando formado pela Lei nº 8.883, de 1994)
por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da
formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do
2005)
Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa
Art. 24. É dispensável a licitação: Nacional; (Regulamento)
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do atendimento das finalidades precípuas da administração,
artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma cujas necessidades de instalação e localização condicionem
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor
mesma natureza e no mesmo local que possam ser de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada
realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação pela Lei nº 8.883, de 1994)
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual,
cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo desde que atendida a ordem de classificação da licitação
anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada corrigido;
de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização
dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia; (Redação dada
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, pela Lei nº 8.883, de 1994)
quando caracterizada urgência de atendimento de situação
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou
do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
à recuperação social do preso, desde que a contratada pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e
detenha inquestionável reputação ético-profissional e não serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de
tenha fins lucrativos; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
1994) (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de
acordo internacional específico aprovado pelo Congresso energia elétrica e gás natural com concessionário,
Nacional, quando as condições ofertadas forem permissionário ou autorizado, segundo as normas da
manifestamente vantajosas para o Poder Público; legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 1998)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
entidade. prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas
oficiais, bem como para prestação de serviços de informática XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito
entidades que integrem a Administração Pública, criados das respectivas esferas de governo, para atividades
para esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei
1994) nº 9.648, de 1998)
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a
equipamentos durante o período de garantia técnica, junto transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito
ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído
condição de exclusividade for indispensável para a vigência pela Lei nº 10.973, de 2004)
da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o Federação ou com entidade de sua administração indireta,
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou para a prestação de serviços públicos de forma associada nos
tropas e seus meios de deslocamento quando em estada termos do autorizado em contrato de consórcio público ou
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107,
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de de 2005)
movimentação operacional ou de adestramento, quando a
XXVII - na contratação da coleta, processamento e
exiguidade dos prazos legais puder comprometer a
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II
efetuados por associações ou cooperativas formadas
do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças reconhecidas pelo poder público como catadores de
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
administrativo, quando houver necessidade de manter a compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de (Vigência)
comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos
8.883, de 1994)
ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
XX - na contratação de associação de portadores de complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada parecer de comissão especialmente designada pela
idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de 11.484, de 2007).
mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883,
atender aos contingentes militares das Forças Singulares
de 1994)
brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que
Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública
elencados em ato da direção nacional do SUS.
ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de
(Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do
Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput,
na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá
lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) procedimentos especiais instituídos em regulamentação
específica. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do
de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
XXXII - na contratação em que houver transferência de Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de de competição, em especial:
Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros
de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos
representante comercial exclusivo, vedada a preferência de
durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído
marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
pela Lei nº 12.715, de 2012)
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação
tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no
de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.
art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público para serviços de publicidade e divulgação;
interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou
III - para contratação de profissional de qualquer setor
distribuídos por fundação que, regimental ou
artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
administração pública direta, sua autarquia ou fundação em
opinião pública.
projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, § 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou
inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à empresa cujo conceito no campo de sua especialidade,
execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências,
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica,
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico permita inferir que o seu trabalho é essencial e
em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
contratado seja compatível com o praticado no mercado. objeto do contrato.
(Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem
aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o
configurada situação de grave e iminente risco à segurança fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público
pública. (Incluído pela Lei nº 13.500, de 2017) responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade
serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o
economia mista, empresa pública e por autarquia ou retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º
fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) autoridade superior, para ratificação e publicação na
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do
para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou
11.107, de 2005) no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual
ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do
que couber, com os seguintes elementos: licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível
com o objeto contratual;
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
justifique a dispensa, quando for o caso; III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal,
Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de
outra equivalente, na forma da lei;
grave e iminente risco à segurança pública que justifique a
dispensa, quando for o caso; (Redação dada pela Lei IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao
nº 13.500, de 2017) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
demonstrando situação regular no cumprimento dos
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada
III - justificativa do preço. pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a
quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão
9.648, de 1998) negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis
do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
Seção II
maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 12.440, de
Da Habilitação 2011) (Vigência)
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
interessados, exclusivamente, documentação relativa a: limitar-se-á a:
I - habilitação jurídica; I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II - qualificação técnica; II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade
pertinente e compatível em características, quantidades e
III - qualificação econômico-financeira;
prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e
dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem
como da qualificação de cada um dos membros da equipe
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854,
de 1999) III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica,
conhecimento de todas as informações e das condições
conforme o caso, consistirá em:
locais para o cumprimento das obrigações objeto da
I - cédula de identidade; licitação;
II - registro comercial, no caso de empresa individual; IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
especial, quando for o caso.
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor,
devidamente registrado, em se tratando de sociedades § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
comerciais, e, no caso de sociedades por ações, "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
acompanhado de documentos de eleição de seus obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
administradores; pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente
registrados nas entidades profissionais competentes,
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,
limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei
acompanhada de prova de diretoria em exercício;
nº 8.883, de 1994)
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou
sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
registro ou autorização para funcionamento expedido pelo licitante de possuir em seu quadro permanente, na data
prevista para entrega da proposta, profissional de nível
órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e competente, detentor de atestado de responsabilidade
trabalhista, conforme o caso, consistirá em: técnica por execução de obra ou serviço de características
(Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de
maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, desde que aprovada pela administração. (Incluído
vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos pela Lei nº 8.883, de 1994)
máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor
financeira limitar-se-á a:
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão
definidas no instrumento convocatório. (Redação I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei,
que comprovem a boa situação financeira da empresa,
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão
vedada a sua substituição por balancetes ou balanços
através de certidões ou atestados de obras ou serviços
provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais
similares de complexidade tecnológica e operacional
quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de
equivalente ou superior.
apresentação da proposta;
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida
comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução
através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
direito público ou privado.
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou
no "caput" e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por
de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda
cento) do valor estimado do objeto da contratação.
em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas
nesta Lei, que inibam a participação na licitação. § 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da
capacidade financeira do licitante com vistas aos
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de
compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de
especializado, considerados essenciais para o cumprimento
faturamento anterior, índices de rentabilidade ou
do objeto da licitação, serão atendidas mediante a
lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
apresentação de relação explícita e da declaração formal da
de 1994)
sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as
exigências de propriedade e de localização prévia. § 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na
execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital
1994)
mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as
I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado
objetivo de comprovação da qualificação econômico-
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que
dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação,
se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez
para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à
por cento) do valor estimado da contratação, devendo a
análise dos preços e será efetuada exclusivamente por
comprovação ser feita relativamente à data da apresentação
critérios objetivos.
da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica esta data através de índices oficiais.
aquela que envolva alta especialização, como fator de
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos
extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser
assumidos pelo licitante que importem diminuição da
contratado, ou que possa comprometer a continuidade da
capacidade operativa ou absorção de disponibilidade
prestação de serviços públicos essenciais.
financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de atualizado e sua capacidade de rotação.
comprovação da capacitação técnico-operacional de que
§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa
trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da obra
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices
ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição
contábeis previstos no edital e devidamente justificados no
por profissionais de experiência equivalente ou superior,
processo administrativo da licitação que tenha dado início ao
certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores serviços realizada por unidades administrativas com sede no
não usualmente adotados para correta avaliação de situação exterior.
financeira suficiente ao cumprimento das obrigações
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este
decorrentes da licitação. (Redação dada pela Lei
artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento,
nº 8.883, de 1994)
no todo ou em parte, para a contratação de produto para
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega
de 1994) ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do
art. 23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão
Regulamento-
ser apresentados em original, por qualquer processo de
cópia autenticada por cartório competente ou por servidor Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de
da administração ou publicação em órgão da imprensa empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes
oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) normas:
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta I - comprovação do compromisso público ou particular de
Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que
entrega e leilão.
deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º fixadas no edital;
do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31
a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema
desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para
informatizado de consulta direta indicado no edital,
efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos
obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a
de cada consorciado, e, para efeito de qualificação
superveniência de fato impeditivo da habilitação.
econômico-financeira, o somatório dos valores de cada
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
consorciado, na proporção de sua respectiva participação,
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um
substituída por registro cadastral emitido por órgão ou acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos
entidade pública, desde que previsto no edital e o registro para licitante individual, inexigível este acréscimo para os
tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei. consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e
pequenas empresas assim definidas em lei;
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País,
tanto quanto possível, atenderão, nas licitações IV - impedimento de participação de empresa consorciada,
internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou
mediante documentos equivalentes, autenticados pelos isoladamente;
respectivos consulados e traduzidos por tradutor
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos
juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto
poderes expressos para receber citação e responder
na de execução do contrato.
administrativa ou judicialmente.
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a
§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este
liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira,
artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo
observado o disposto no inciso II deste artigo.
os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado,
com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do § 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da
custo efetivo de reprodução gráfica da documentação celebração do contrato, a constituição e o registro do
fornecida. consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I
deste artigo.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no
§ 2º do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para Seção III
a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com
Dos Registros Cadastrais
o produto de financiamento concedido por organismo
financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da
agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de Administração Pública que realizem freqüentemente
contratação com empresa estrangeira, para a compra de licitações manterão registros cadastrais para efeito de
equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do um ano. (Regulamento)
Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado
e deverá estar permanentemente aberto aos interessados,
obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação,
mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
diário, a chamamento público para a atualização dos
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme
registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
o caso;
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de
XI - outros comprovantes de publicações;
registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da
Administração Pública. XII - demais documentos relativos à licitação.
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem
deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem
elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria
desta Lei. jurídica da Administração. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias,
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou
grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for
pelos elementos constantes da documentação relacionada superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso
nos arts. 30 e 31 desta Lei. I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado,
obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável
pela autoridade responsável com antecedência mínima de
sempre que atualizarem o registro.
15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez)
assumidas será anotada no respectivo registro cadastral. dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos
para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou
a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as
os interessados.
exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para
classificação cadastral. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se
licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com
Seção IV
realização prevista para intervalos não superiores a trinta
Do Procedimento e Julgamento dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com
objetos similares, o edital subsequente tenha uma data
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato
abertura de processo administrativo, devidamente autuado,
resultante da licitação antecedente. (Redação
protocolado e numerado, contendo a autorização
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a despesa, e ao qual serão juntados Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem
oportunamente: em série anual, o nome da repartição interessada e de seu
setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local,
II - comprovante das publicações do edital resumido, na dia e hora para recebimento da documentação e proposta,
forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,
obrigatoriamente, o seguinte:
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
IV - original das propostas e dos documentos que as II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada
instruírem; dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para
execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação,
dispensa ou inexigibilidade; IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
básico;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua
homologação; V - se há projeto executivo disponível na data da publicação
do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes
adquirido;
e respectivas manifestações e decisões;
VI - condições para participação na licitação, em § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em
conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir,
apresentação das propostas; permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se
cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
VII - critério para julgamento, com disposições claras e
fornecimento aos interessados.
parâmetros objetivos;
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de
integrante:
comunicação à distância em que serão fornecidos
elementos, informações e esclarecimentos relativos à I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes,
licitação e às condições para atendimento das obrigações desenhos, especificações e outros complementos;
necessárias ao cumprimento de seu objeto;
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações de 1994)
internacionais;
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, e o licitante vencedor;
conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e
IV - as especificações complementares e as normas de
vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos
execução pertinentes à licitação.
ou faixas de variação em relação a preços de referência,
ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; § 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) adimplemento da obrigação contratual a prestação do
serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação
destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices
ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de
específicos ou setoriais, desde a data prevista para
cobrança.
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada § 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas
parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista
para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas:
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
1994)
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização
pela Lei nº 8.883, de 1994)
para execução de obras ou serviços que serão
obrigatoriamente previstos em separado das demais II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do
parcelas, etapas ou tarefas; inciso XIV deste artigo, correspondente ao período
compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista
XIV - condições de pagamento, prevendo:
para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
partir da data final do período de adimplemento de cada
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação
parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
para a contratação de serviços, exigir da contratada que um
b) cronograma de desembolso máximo por período, em percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo ou
conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; egresso do sistema prisional, com a finalidade de
ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em
c) critério de atualização financeira dos valores a serem
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.500, de 2017)
pagos, desde a data final do período de adimplemento de
cada parcela até a data do efetivo pagamento; Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital
atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
pagamentos; devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da
data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação,
e) exigência de seguros, quando for o caso;
devendo a Administração julgar e responder à impugnação
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista
no § 1º do art. 113.
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
licitação perante a administração o licitante que não o fizer
até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos Art. 43. A licitação será processada e julgada com
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos observância dos seguintes procedimentos:
envelopes com as propostas em convite, tomada de preços
I - abertura dos envelopes contendo a documentação
ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal
comunicação não terá efeito de recurso. (Redação II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que
não tenha havido recurso ou após sua denegação;
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não
o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos
em julgado da decisão a ela pertinente. concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo
sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu
expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
direito de participar das fases subseqüentes.
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital
requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços
deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do
correntes no mercado ou fixados por órgão oficial
comércio exterior e atender às exigências dos órgãos
competente, ou ainda com os constantes do sistema de
competentes.
registro de preços, os quais deverão ser devidamente
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar registrados na ata de julgamento, promovendo-se a
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o desclassificação das propostas desconformes ou
licitante brasileiro. incompatíveis;
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente V - julgamento e classificação das propostas de acordo com
contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo os critérios de avaliação constantes do edital;
anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de
VI - deliberação da autoridade competente quanto à
câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do
homologação e adjudicação do objeto da licitação.
efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994) § 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação
para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
público previamente designado, do qual se lavrará ata
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas Comissão.
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas
§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados
dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que
pelos licitantes presentes e pela Comissão.
oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
operação final de venda. § 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
qualquer fase da licitação, a promoção de diligência
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou
destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
aquisição de bens com recursos provenientes de
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou
financiamento ou doação oriundos de agência oficial de
informação que deveria constar originariamente da
cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral
proposta.
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na
respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no
protocolos, convenções ou tratados internacionais que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao
aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes
critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
(incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe
administração, o qual poderá contemplar, além do preço,
desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação,
outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para
salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos
a obtenção do financiamento ou da doação, e que também
após o julgamento.
não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e
sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do § 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de
contrato, despacho esse ratificado pela autoridade proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato
imediatamente superior. (Redação dada pela Lei superveniente e aceito pela Comissão.
nº 8.883, de 1994)
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega consideração os critérios objetivos definidos no edital ou
no mesmo local de destino.
convite, os quais não devem contrariar as normas e pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo,
princípios estabelecidos por esta Lei. no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no
parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou
8.883, de 1994)
fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa
ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre § 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a
os licitantes. administração observará o disposto no art. 3º da Lei nº
8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não
fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando
prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos
obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica e preço",
subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem
permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos
baseada nas ofertas dos demais licitantes.
indicados em decreto do Poder Executivo.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero,
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
incompatíveis com os preços dos insumos e salários de
previstos neste artigo.
mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites § 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
mínimos, exceto quando se referirem a materiais e tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a
instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais quantidade demandada na licitação. (Incluído
ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. pela Lei nº 9.648, de 1998)
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de
propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou natureza predominantemente intelectual, em especial na
importações de qualquer natureza. (Redação dada elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e
pela Lei nº 8.883, de 1994) gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
particular, para a elaboração de estudos técnicos
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo
preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o
a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-
disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação
lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo
com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a § 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de seguinte procedimento claramente explicitado no
controle. instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que
a Administração se propõe a pagar:
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de
licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação I - serão abertos os envelopes contendo as propostas
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) técnicas exclusivamente dos licitantes previamente
qualificados e feita então a avaliação e classificação destas
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
propostas de acordo com os critérios pertinentes e
proposta mais vantajosa para a Administração determinar
adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de
objetividade no instrumento convocatório e que considerem
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar
a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade
o menor preço;
técnica da proposta, compreendendo metodologia,
II - a de melhor técnica; organização, tecnologias e recursos materiais a serem
utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes
III - a de técnica e preço.
técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-
bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído
á à abertura das propostas de preço dos licitantes que
pela Lei nº 8.883, de 1994)
tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e instrumento convocatório e à negociação das condições
após obedecido o disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a propostas, com a proponente melhor classificada, com base
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos
público, para o qual todos os licitantes serão convocados, preços unitários e tendo como referência o limite
vedado qualquer outro processo. representado pela proposta de menor preço entre os
licitantes que obtiveram a valorização mínima;
§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os
licitantes considerados qualificados a classificação se dará
III - no caso de impasse na negociação anterior, compatíveis com a execução do objeto do contrato,
procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com condições estas necessariamente especificadas no ato
os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei
consecução de acordo para a contratação; nº 8.883, de 1994)
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo
licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de
não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a licitações de menor preço para obras e serviços de
proposta técnica. engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado,
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte
procedimento claramente explicitado no instrumento a) média aritmética dos valores das propostas superiores a
convocatório: 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela
administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de
1998)
preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos
no instrumento convocatório; b) valor orçado pela administração. (Incluído pela
Lei nº 9.648, de 1998)
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a
média ponderada das valorizações das propostas técnicas e § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo
de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80%
instrumento convocatório. (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as
alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato,
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste
prestação de garantia adicional, dentre as modalidades
artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e
previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor
mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade
resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente
da Administração promotora constante do ato convocatório,
proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
para fornecimento de bens e execução de obras ou
prestação de serviços de grande vulto majoritariamente § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas
dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de as propostas forem desclassificadas, a administração poderá
domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a
reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto apresentação de nova documentação ou de outras
pretendido admitir soluções alternativas e variações de propostas escoimadas das causas referidas neste artigo,
execução, com repercussões significativas sobre sua facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para
qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de
concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas 1998)
à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
objetivamente fixados no ato convocatório.
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) de interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços,
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de
quando for adotada a modalidade de execução de
ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer
empreitada por preço global, a Administração deverá
escrito e devidamente fundamentado.
fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os
elementos e informações necessários para que os licitantes § 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de
possam elaborar suas propostas de preços com total e ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o
completo conhecimento do objeto da licitação. disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
Art. 48. Serão desclassificadas: § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59
I - as propostas que não atendam às exigências do ato
desta Lei.
convocatório da licitação;
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica
II - propostas com valor global superior ao limite
assegurado o contraditório e a ampla defesa.
estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis,
assim considerados aqueles que não venham a ter § 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos
demonstrada sua viabilidade através de documentação que atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de
comprove que os custos dos insumos são coerentes com os licitação.
de mercado e que os coeficientes de produtividade são
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
com preterição da ordem de classificação das propostas ou percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco
com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no
pena de nulidade. local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o
qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em
cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas
favor da Administração o valor já recolhido.
serão processadas e julgadas por comissão permanente ou
especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos § 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à
2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
quadros permanentes dos órgãos da Administração (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
responsáveis pela licitação.
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, principalmente no município em que se realizará.
excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser
CAPÍTULO III
substituída por servidor formalmente designado pela
autoridade competente. Dos Contratos
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição Seção I
em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será
Disposições Preliminares
integrada por profissionais legalmente habilitados no caso
de obras, serviços ou aquisição de equipamentos. Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei
regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão
público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da
solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão,
teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
salvo se posição individual divergente estiver devidamente
fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em § 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão
que tiver sido tomada a decisão. as condições para sua execução, expressas em cláusulas que
definam os direitos, obrigações e responsabilidades das
§ 4º A investidura dos membros das Comissões
partes, em conformidade com os termos da licitação e da
permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a
proposta a que se vinculam.
recondução da totalidade de seus membros para a mesma
comissão no período subseqüente. § 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de
inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma
que os autorizou e da respectiva proposta.
comissão especial integrada por pessoas de reputação
ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
servidores públicos ou não. estabeleçam:
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta I - o objeto e seus elementos característicos;
Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
pelos interessados no local indicado no edital.
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
§ 1º O regulamento deverá indicar:
base e periodicidade do reajustamento de preços, os
I - a qualificação exigida dos participantes; critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão,
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a
de entrega, de observação e de recebimento definitivo,
serem concedidos.
conforme o caso;
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
a Administração a executá-lo quando julgar conveniente.
classificação funcional programática e da categoria
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a econômica;
servidor designado pela Administração, procedendo-se na
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena
forma da legislação pertinente.
execução, quando exigidas;
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as
Administração para fixação do preço mínimo de
penalidades cabíveis e os valores das multas;
arrematação.
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir
ritmo de trabalho por ordem e no interesse da os já produzidos.
Administração;
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no dever de indenizar o contratado pelo que este houver
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; executado até a data em que ela for declarada e por outros
prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem
terceiro reconhecido pela Administração em documento
lhe deu causa.
contemporâneo à sua ocorrência;
Seção II
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da
Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos Da Formalização dos Contratos
de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais
repartições interessadas, as quais manterão arquivo
aplicáveis aos responsáveis.
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis,
escrito e previamente autorizada pela autoridade que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de
competente para celebrar o contrato. notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu
origem.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência
indeterminado. Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e
de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor
mediante autorização da autoridade superior, o prazo de
não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido
que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser
no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº
adiantamento.
9.648, de 1998)
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou
instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a
a sua lavratura, o número do processo da licitação, da
eles, a prerrogativa de:
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
contratado;
contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no condição indispensável para sua eficácia, será providenciada
inciso I do art. 79 desta Lei; pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao
de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
III - fiscalizar-lhes a execução;
daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
parcial do ajuste; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao de concorrência e de tomada de preços, bem como nas
objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
apuração administrativa de faltas contratuais pelo compreendidos nos limites destas duas modalidades de
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato licitação, e facultativo nos demais em que a Administração
administrativo. puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como
carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
compra ou ordem de execução de serviço.
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem
prévia concordância do contratado. § 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital
ou ato convocatório da licitação.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para § 2º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa",
que se mantenha o equilíbrio contratual. "autorização de compra", "ordem de execução de serviço"
ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo
disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei
opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que
nº 8.883, de 1994)
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e b) quando necessária a modificação do valor contratual em
demais normas gerais, no que couber: decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu
objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em
que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo II - por acordo das partes:
conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de a) quando conveniente a substituição da garantia de
direito privado; execução;
II - aos contratos em que a Administração for parte como b) quando necessária a modificação do regime de execução
usuária de serviço público. da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em
§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos
substituição prevista neste artigo, a critério da contratuais originários;
Administração e independentemente de seu valor, nos casos c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
de compra com entrega imediata e integral dos bens por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o
adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento,
inclusive assistência técnica. com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos correspondente contraprestação de fornecimento de bens
termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a ou execução de obra ou serviço;
qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
mediante o pagamento dos emolumentos devidos. inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição
Art. 64. A Administração convocará regularmente o da administração para a justa remuneração da obra, serviço
interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
desta Lei. execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, econômica extraordinária e extracontratual. (Redação
por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração. § 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no
instrumento equivalente no prazo e condições caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas acréscimos.
mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os
com o ato convocatório, ou revogar a licitação limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Lei. I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os
propostas, sem convocação para a contratação, ficam os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
licitantes liberados dos compromissos assumidos.
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados
Seção III preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados
Da Alteração dos Contratos mediante acordo entre as partes, respeitados os limites
estabelecidos no § 1º deste artigo.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: § 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
contratado já houver adquirido os materiais e posto no local
I - unilateralmente pela Administração: dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração
a) quando houver modificação do projeto ou das pelos custos de aquisição regularmente comprovados e
especificações, para melhor adequação técnica aos seus monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
objetivos; outros danos eventualmente decorrentes da supressão,
desde que regularmente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela
ou extintos, bem como a superveniência de disposições Administração, no local da obra ou serviço, para representá-
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da lo na execução do contrato.
proposta, de comprovada repercussão nos preços
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em
menos, conforme o caso.
parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios,
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de
aumente os encargos do contratado, a Administração deverá materiais empregados.
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados
financeiro inicial.
diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de
§ 7º (VETADO) sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou
reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao
acompanhamento pelo órgão interessado.
reajuste de preços previsto no próprio contrato, as
atualizações, compensações ou penalizações financeiras Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos
decorrentes das condições de pagamento nele previstas, trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes
bem como o empenho de dotações orçamentárias da execução do contrato.
suplementares até o limite do seu valor corrigido, não
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos
caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados
encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à
por simples apostila, dispensando a celebração de
Administração Pública a responsabilidade por seu
aditamento.
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
Seção IV restringir a regularização e o uso das obras e edificações,
inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação
Da Execução dos Contratos
dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com
partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas
o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da
desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de
execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212,
sua inexecução total ou parcial.
de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e 9.032, de 1995)
no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir,
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
durante todo o período de execução do contrato, a reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras das responsabilidades contratuais e legais, poderá
de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o
Lei nº 13.146, de 2015) limite admitido, em cada caso, pela Administração.
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e
I - em se tratando de obras e serviços:
nos ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146,
de 2015) a) provisoriamente, pelo responsável por seu
acompanhamento e fiscalização, mediante termo
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze)
fiscalizada por um representante da Administração
dias da comunicação escrita do contratado;
especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela
§ 1º O representante da Administração anotará em registro autoridade competente, mediante termo circunstanciado,
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução assinado pelas partes, após o decurso do prazo de
do contrato, determinando o que for necessário à observação, ou vistoria que comprove a adequação do
regularização das faltas ou defeitos observados. objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art.
69 desta Lei;
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a
competência do representante deverão ser solicitadas a seus II - em se tratando de compras ou de locação de
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas equipamentos:
convenientes.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso
quem exerce cargo, emprego ou função em entidade anterior.
paraestatal, assim consideradas, além das fundações,
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
empresas públicas e sociedades de economia mista, as
prestada, além da perda desta, responderá o contratado
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder
pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
Público.
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando judicialmente.
os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II,
da Administração direta, autarquia, empresa pública,
facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo
sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra
processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder
Público. § 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às
Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa
licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados,
do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez)
Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias,
dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser
empresas públicas, sociedades de economia mista,
requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art
fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu
109 inciso III)
controle direto ou indireto.
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
Seção II
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos
Das Sanções Administrativas profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta
Lei:
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato
sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
instrumento convocatório ou no contrato. meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer
tributos;
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a
Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os
as outras sanções previstas nesta Lei. objetivos da licitação;
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com
será descontada da garantia do respectivo contratado. a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia Seção III
prestada, além da perda desta, responderá o contratado
Dos Crimes e das Penas
pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou ainda, Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses
quando for o caso, cobrada judicialmente. previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
contratado as seguintes sanções:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
I - advertência; comprovadamente concorrido para a consumação da
ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
no contrato;
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação
III - suspensão temporária de participação em licitação e
ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do
impedimento de contratar com a Administração, por prazo
procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou
não superior a 2 (dois) anos;
para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com da licitação:
a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
penalidade, que será concedida sempre que o contratado privado perante a Administração, dando causa à instauração
ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier
a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que,
declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
Administração.
modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual,
em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou
ato convocatório da licitação ou nos respectivos promover indevidamente a alteração, suspensão ou
instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com cancelamento de registro do inscrito:
preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta
Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ao valor da vantagem efetivamente obtida ou
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, potencialmente auferível pelo agente.
tendo comprovadamente concorrido para a consumação da
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser
ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia,
inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco
injustamente, das modificações ou prorrogações
por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
contratuais.
dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá,
qualquer ato de procedimento licitatório:
conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Municipal.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em Seção IV
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo
Do Processo e do Procedimento Judicial
de devassá-lo:
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de promovê-la.
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos
vantagem de qualquer tipo:
desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe,
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem
da pena correspondente à violência. como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal,
ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo
apresentante e por duas testemunhas.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação
instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, Art. 102. Quando em autos ou documentos de que
ou contrato dela decorrente: conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou
Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes
I - elevando arbitrariamente os preços;
do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei,
falsificada ou deteriorada; remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
necessários ao oferecimento da denúncia.
III - entregando uma mercadoria por outra;
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se,
mercadoria fornecida;
no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais Processo Penal.
onerosa a proposta ou a execução do contrato:
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita,
contado da data do seu interrogatório, podendo juntar
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número
empresa ou profissional declarado inidôneo:
não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. pretenda produzir.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia
praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas suspensiva aos demais recursos.
pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco)
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais
dias a cada parte para alegações finais.
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro úteis.
de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por
proferir a sentença.
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou,
de 5 (cinco) dias. nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado,
devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações
de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso,
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas
sob pena de responsabilidade.
execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão,
subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de § 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de
Execução Penal. reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do
processo estejam com vista franqueada ao interessado.
CAPÍTULO V
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade
Dos Recursos Administrativos
de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da no parágrafo 3º deste artigo serão de dois dias úteis.
aplicação desta Lei cabem: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da CAPÍTULO VI
intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
Disposições Finais e Transitórias
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei,
b) julgamento das propostas; excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e
considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for
c) anulação ou revogação da licitação;
explicitamente disposto em contrário.
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos
cadastral, sua alteração ou cancelamento;
neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar,
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele
ou de multa; relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o
previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da
elaboração.
intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação
ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de
cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os
Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o
dados, documentos e elementos de informação pertinentes
caso, na hipótese do § 4º do art. 87 desta Lei, no prazo de 10
à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em
(dez) dias úteis da intimação do ato.
suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a",
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de
"b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a
uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante
advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita
a entidade interessada, responder pela sua boa execução,
mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos
fiscalização e pagamento.
previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos
licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e qual, nos termos do edital, decorram contratos
lavrada em ata. administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos
entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei
§ 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste
nº 11.107, de 2005)
artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade
competente, motivadamente e presentes razões de
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas,
convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros as repartições sediadas no exterior observarão as
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na
obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão forma de regulamentação específica.
devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena
permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos
da imediata instauração de tomada de contas especial do
desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre
responsável, providenciada pela autoridade competente do
o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
órgão ou entidade titular dos recursos.
1994)
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do
pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
§ 2º do art. 7º serão dispensadas nas licitações para
Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que
concessão de serviços com execução prévia de obras em que
couber, nas três esferas administrativas.
não foram previstos desembolso por parte da Administração
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883,
entidades da administração indireta deverão adaptar suas de 1994)
normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883,
fundações públicas e demais entidades controladas direta ou de 1994)
indiretamente pela União e pelas entidades referidas no
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário,
artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente
especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de
publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este 16 de setembro de 1987, a Lei nº 8.220, de 4 de setembro de
artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados 1991, e o art. 83 da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966.
pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883,
os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser de 1994)
publicados na imprensa oficial.
Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e 105º
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser da República.
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os
ITAMAR FRANCO
fará publicar no Diário Oficial da União, observando como
limite superior a variação geral dos preços do mercado, no Rubens Ricupero
período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Romildo Canhim
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
Este texto não substitui o publicado no DOU de 22.6.1993,
instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua
republicado em 6.7.1994 e retificado em 6.7.1994
vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1º,
2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o
disposto no "caput" do art. 5º, com relação ao pagamento LEI Nº 10.520/2002
das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser
observada, no prazo de noventa dias contados da vigência Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e
desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da
contratos regidos por legislação anterior à Lei nº 8.666, de Constituição Federal, modalidade de licitação denominada
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá
8.883, de 1994) outras providências.
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposições Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
do Decreto-lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser
alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou adotada a licitação na modalidade de pregão, que será
externo celebrados pela União ou a concessão de garantia regida por esta Lei.
do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação
pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber. Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns,
para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á desempenho e qualidade possam ser objetivamente
procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no
Código Brasileiro de Aeronáutica. mercado.
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes
licitante está em situação regular perante a Fazenda a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo
Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de
Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60
atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e
(sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
qualificações técnica e econômico-financeira;
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os
proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou
documentos de habilitação que já constem do Sistema de
apresentar documentação falsa exigida para o certame,
Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas
ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não
semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou
mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do
Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de
contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer
acesso aos dados nele constantes;
fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será
edital, o licitante será declarado vencedor; descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento
de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender
Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas
às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas
previstas em edital e no contrato e das demais cominações
subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de
legais.
classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de
uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os
declarado vencedor; decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados no
processo respectivo, com vistas à aferição de sua
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro
regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
poderá negociar diretamente com o proponente para que
regulamento previsto no art. 2º.
seja obtido preço melhor;
Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá
pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
manifestar imediata e motivadamente a intenção de
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na
para apresentação das razões do recurso, ficando os demais Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.
licitantes desde logo intimados para apresentar contra-
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
razões em igual número de dias, que começarão a correr do
comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista
Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de
imediata dos autos;
registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão,
apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento; conforme regulamento específico.
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a
importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação vigorar acrescida do seguinte artigo:
do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de
adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor; preços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da
área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meio
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o
eletrônico, observando-se o seguinte:
adjudicatário será convocado para assinar o contrato no
prazo definido em edital; e I - são considerados bens e serviços comuns da área da
saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de
integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-
desempenho e qualidade possam ser objetivamente
se-á o disposto no inciso XVI.
definidos no edital, por meio de especificações usuais do
Art. 5º É vedada a exigência de: mercado.
I - garantia de proposta; II - quando o quantitativo total estimado para a contratação
ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para
vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes
participação no certame; e
quantos forem necessários para o atingimento da totalidade
do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde III - órgão gerenciador - órgão ou entidade da administração
que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço pública federal responsável pela condução do conjunto de
da proposta vencedora. procedimentos para registro de preços e gerenciamento da
ata de registro de preços dele decorrente;
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso
II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços IV - órgão participante - órgão ou entidade da administração
diferentes da proposta vencedora, desde que se trate de pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema
objetos de qualidade ou desempenho superior, de Registro de Preços e integra a ata de registro de preços;
devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.”
V - órgão não participante - órgão ou entidade da
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. administração pública que, não tendo participado dos
procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º
desta norma, faz adesão à ata de registro de preços.
da República.
VI - compra nacional - compra ou contratação de bens e
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
serviços, em que o órgão gerenciador conduz os
Pedro Malan procedimentos para registro de preços destinado à execução
descentralizada de programa ou projeto federal, mediante
Guilherme Gomes Dias
prévia indicação da demanda pelos entes federados
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.7.2002 e beneficiados; e (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de
retificado em 30.7.2002 2.014)
VII - órgão participante de compra nacional - órgão ou
DECRETO Nº 7.892/2013 entidade da administração pública que, em razão de
participação em programa ou projeto federal, é
Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no contemplado no registro de preços independente de
art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. manifestação formal. (Incluído pelo Decreto nº
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA no uso da atribuição que lhe 8.250, de 2.014)
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado
em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho nas seguintes hipóteses:
de 1993, e no art. 11 da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002,
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver
DECRETA: necessidade de contratações frequentes;
CAPÍTULO I II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão
Disposições Gerais de entregas parceladas ou contratação de serviços
remunerados por unidade de medida ou em regime de
Art. 1º As contratações de serviços e a aquisição de bens, tarefa;
quando efetuadas pelo Sistema de Registro de Preços - SRP,
no âmbito da administração pública federal direta, III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a
autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas contratação de serviços para atendimento a mais de um
públicas, sociedades de economia mista e demais entidades órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
controladas, direta ou indiretamente pela União, IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir
obedecerão ao disposto neste Decreto. previamente o quantitativo a ser demandado pela
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as Administração.
seguintes definições: CAPÍTULO II
I - Sistema de Registro de Preços - conjunto de Da Intenção Para Registro de Preços
procedimentos para registro formal de preços relativos à
Art. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de
prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações
futuras; Registro de Preços - IRP, a ser operacionalizado por módulo
do Sistema de Administração e Serviços Gerais - SIASG, que
II - ata de registro de preços - documento vinculativo, deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do
obrigacional, com característica de compromisso para futura Sistema de Serviços Gerais - SISG, para registro e divulgação
contratação, em que se registram os preços, fornecedores, dos itens a serem licitados e para a realização dos atos
órgãos participantes e condições a serem praticadas, previstos nos incisos II e V do caput do art. 5º e dos atos
conforme as disposições contidas no instrumento previstos no inciso II e caput do art. 6º.
convocatório e propostas apresentadas;
§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderá termos de referência ou projetos básicos encaminhados para
ser dispensada, de forma justificada pelo órgão gerenciador. atender aos requisitos de padronização e racionalização;
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
III - promover atos necessários à instrução processual para a
§ 1º-A O prazo para que outros órgãos e entidades realização do procedimento licitatório;
manifestem interesse em participar de IRP será de oito dias
IV - realizar pesquisa de mercado para identificação do valor
úteis, no mínimo, contado da data de divulgação da IRP no
estimado da licitação e, consolidar os dados das pesquisas de
Portal de Compras do Governo federal. (Incluído
mercado realizadas pelos órgãos e entidades participantes,
pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
inclusive nas hipóteses previstas nos §§ 2º e 3º do art. 6º
§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão deste Decreto; (Redação dada pelo Decreto nº
editará norma complementar para regulamentar o disposto 8.250, de 2.014)
neste artigo.
V - confirmar junto aos órgãos participantes a sua
§ 3º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de Registro de concordância com o objeto a ser licitado, inclusive quanto
Preços - IRP: (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico;
2.014)
VI - realizar o procedimento licitatório;
I - estabelecer, quando for o caso, o número máximo de
VII - gerenciar a ata de registro de preços;
participantes na IRP em conformidade com sua capacidade
de gerenciamento; (Incluído pelo Decreto nº VIII - conduzir eventuais renegociações dos preços
8.250, de 2.014) registrados;
II - aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as
considerados ínfimos ou a inclusão de novos itens; e penalidades decorrentes de infrações no procedimento
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) licitatório; e
III - deliberar quanto à inclusão posterior de participantes X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as
que não manifestaram interesse durante o período de penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado
divulgação da IRP. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, na ata de registro de preços ou do descumprimento das
de 2.014) obrigações contratuais, em relação às suas próprias
contratações.
§ 4º Os procedimentos constantes dos incisos II e III do § 3º
serão efetivados antes da elaboração do edital e de seus XI - autorizar, excepcional e justificadamente, a prorrogação
anexos. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) do prazo previsto no § 6º do art. 22 deste Decreto,
respeitado o prazo de vigência da ata, quando solicitada pelo
§ 5º Para receber informações a respeito das IRPs disponíveis
órgão não participante. (Incluído pelo Decreto nº
no Portal de Compras do Governo Federal, os órgãos e
8.250, de 2.014)
entidades integrantes do SISG se cadastrarão no módulo IRP
e inserirão a linha de fornecimento e de serviços de seu § 1º A ata de registro de preços, disponibilizada no Portal de
interesse. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de Compras do Governo federal, poderá ser assinada por
2.014) certificação digital.
§ 6º É facultado aos órgãos e entidades integrantes do SISG, § 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio técnico aos
antes de iniciar um processo licitatório, consultar as IRPs em órgãos participantes para execução das atividades previstas
andamento e deliberar a respeito da conveniência de sua nos incisos III, IV e VI do caput.
participação. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de
CAPÍTULO IV
2.014)
Das Competências do Órgão Participante
CAPÍTULO III
Art. 6º O órgão participante será responsável pela
Das Competências do Órgão Gerenciador
manifestação de interesse em participar do registro de
Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos os preços, providenciando o encaminhamento ao órgão
atos de controle e administração do Sistema de Registro de gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega
Preços, e ainda o seguinte: e, quando couber, cronograma de contratação e respectivas
especificações ou termo de referência ou projeto básico, nos
I - registrar sua intenção de registro de preços no Portal de
termos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº
Compras do Governo federal;
10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de
II - consolidar informações relativas à estimativa individual e preços do qual pretende fazer parte, devendo ainda:
total de consumo, promovendo a adequação dos respectivos
I - garantir que os atos relativos a sua inclusão no registro de termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na modalidade de
preços estejam formalizados e aprovados pela autoridade pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 2002, e será
competente; precedida de ampla pesquisa de mercado.
II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a § 1º O julgamento por técnica e preço, na modalidade
utilização da Intenção de Registro de Preços, sua concorrência, poderá ser excepcionalmente adotado, a
concordância com o objeto a ser licitado, antes da realização critério do órgão gerenciador e mediante despacho
do procedimento licitatório; e fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade.
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
III - tomar conhecimento da ata de registros de preços,
inclusive de eventuais alterações, para o correto
cumprimento de suas disposições.
§ 2º Na licitação para registro de preços não é necessário
§ 1º Cabe ao órgão participante aplicar, garantida a ampla indicar a dotação orçamentária, que somente será exigida
defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do para a formalização do contrato ou outro instrumento hábil.
descumprimento do pactuado na ata de registro de preços
Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade
ou do descumprimento das obrigações contratuais, em
total do item em lotes, quando técnica e economicamente
relação às suas próprias contratações, informando as
viável, para possibilitar maior competitividade, observada a
ocorrências ao órgão gerenciador. (Incluído pelo
quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou de
Decreto nº 8.250, de 2.014)
prestação dos serviços.
§ 2º No caso de compra nacional, o órgão gerenciador
§ 1º No caso de serviços, a divisão considerará a unidade de
promoverá a divulgação da ação, a pesquisa de mercado e a
medida adotada para aferição dos produtos e resultados, e
consolidação da demanda dos órgãos e entidades da
será observada a demanda específica de cada órgão ou
administração direta e indireta da União, dos Estados, do
entidade participante do certame. (Redação dada
Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pelo
pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
Decreto nº 8.250, de 2.014)
§ 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser evitada a
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, comprovada a
contratação, em um mesmo órgão ou entidade, de mais de
vantajosidade, fica facultado aos órgãos ou entidades
uma empresa para a execução de um mesmo serviço, em
participantes de compra nacional a execução da ata de
uma mesma localidade, para assegurar a responsabilidade
registro de preços vinculada ao programa ou projeto federal.
contratual e o princípio da padronização.
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
Art. 9º O edital de licitação para registro de preços observará
§ 4º Os entes federados participantes de compra nacional
o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº 10.520, de 2002,
poderão utilizar recursos de transferências legais ou
e contemplará, no mínimo:
voluntárias da União, vinculados aos processos ou projetos
objeto de descentralização e de recursos próprios para suas I - a especificação ou descrição do objeto, que explicitará o
demandas de aquisição no âmbito da ata de registro de conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível
preços de compra nacional. (Incluído pelo Decreto de precisão adequado para a caracterização do bem ou
nº 8.250, de 2.014) serviço, inclusive definindo as respectivas unidades de
medida usualmente adotadas;
§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novos
itens, o órgão participante demandante elaborará sua II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão
especificação ou termo de referência ou projeto básico, gerenciador e órgãos participantes;
conforme o caso, e a pesquisa de mercado, observado o
III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por órgãos
disposto no art. 6º. (Incluído pelo Decreto nº
não participantes, observado o disposto no § 4º do art. 22,
8.250, de 2.014)
no caso de o órgão gerenciador admitir adesões;
§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novas
IV - quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item,
localidades para entrega do bem ou execução do serviço, o
no caso de bens;
órgão participante responsável pela demanda elaborará,
ressalvada a hipótese prevista no § 2º, pesquisa de mercado V - condições quanto ao local, prazo de entrega, forma de
que contemple a variação de custos locais ou regionais. pagamento, e nos casos de serviços, quando cabível,
(Incluídopelo Decreto nº 8.250, de 2.014) frequência, periodicidade, características do pessoal,
materiais e equipamentos a serem utilizados,
CAPÍTULO V
procedimentos, cuidados, deveres, disciplina e controles a
Da Licitação Para Registro de Preços serem adotados;
Art. 7º A licitação para registro de preços será realizada na VI - prazo de validade do registro de preço, observado o
modalidade de concorrência, do tipo menor preço, nos disposto no caput do art. 12;
VII - órgãos e entidades participantes do registro de preço; preços; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.250,
de 2.014)
VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de contratos,
quando cabível; IV - a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata
deverá ser respeitada nas contratações. (Redação
IX - penalidades por descumprimento das condições;
dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
X - minuta da ata de registro de preços como anexo; e
§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput tem por
XI - realização periódica de pesquisa de mercado para objetivo a formação de cadastro de reserva no caso de
comprovação da vantajosidade. impossibilidade de atendimento pelo primeiro colocado da
ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.
§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julgamento, o
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
menor preço aferido pela oferta de desconto sobre tabela de
preços praticados no mercado, desde que tecnicamente § 2º Se houver mais de um licitante na situação de que trata
justificado. o inciso II do caput, serão classificados segundo a ordem da
última proposta apresentada durante a fase competitiva.
§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
prestação de serviços em locais diferentes, é facultada a
exigência de apresentação de proposta diferenciada por § 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o
região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos cadastro de reserva a que se refere o inciso II do caput será
variáveis por região. efetuada, na hipótese prevista no parágrafo único do art. 13
e quando houver necessidade de contratação de fornecedor
§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput não será
remanescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.
considerada para fins de qualificação técnica e qualificação
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
econômico-financeira na habilitação do licitante.
§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste na ata de
§ 4º O exame e a aprovação das minutas do instrumento
realização da sessão pública do pregão ou da concorrência,
convocatório e do contrato serão efetuados exclusivamente
que conterá a informação dos licitantes que aceitarem cotar
pela assessoria jurídica do órgão gerenciador.
os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
vencedor do certame. (Incluído pelo Decreto nº
Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os 8.250, de 2.014)
licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da proposta
Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de preços não
do licitante mais bem classificado.
será superior a doze meses, incluídas eventuais
Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art. 15 da Lei
forma do caput não prejudicará o resultado do certame em nº 8.666, de 1993.
relação ao licitante mais bem classificado.
§ 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados
CAPÍTULO VI pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que
trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Do Registro de Preços e da Validade da Ata
§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema de
Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de
Registro de Preços será definida nos instrumentos
preços observará, entre outras, as seguintes condições:
convocatórios, observado o disposto no art. 57 da Lei nº
I - serão registrados na ata de registro de preços os preços e 8.666, de 1993.
quantitativos do licitante mais bem classificado durante a
§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de
fase competitiva; (Redação dada pelo Decreto nº
Preços poderão ser alterados, observado o disposto no art.
8.250, de 2.014)
65 da Lei nº 8.666, de 1993.
II - será incluído, na respectiva ata na forma de anexo, o
§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços
registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou
deverá ser assinado no prazo de validade da ata de registro
serviços com preços iguais aos do licitante vencedor na
de preços.
sequência da classificação do certame, excluído o percentual
referente à margem de preferência, quando o objeto não CAPÍTULO VII
atender aos requisitos previstos no art. 3º da Lei nº 8.666, de
Da Assinatura da Ata e da Contratação com Fornecedores
1993; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de
Registrados
2.014)
Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o fornecedor
III - o preço registrado com indicação dos fornecedores será
mais bem classificado será convocado para assinar a ata de
divulgado no Portal de Compras do Governo Federal e ficará
registro de preços, no prazo e nas condições estabelecidos
disponibilizado durante a vigência da ata de registro de
no instrumento convocatório, podendo o prazo ser
prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado I - liberar o fornecedor do compromisso assumido, caso a
pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado aceito comunicação ocorra antes do pedido de fornecimento, e
pela administração. (Redação dada pelo Decreto sem aplicação da penalidade se confirmada a veracidade dos
nº 8.250, de 2.014) motivos e comprovantes apresentados; e
Parágrafo único. É facultado à administração, quando o II - convocar os demais fornecedores para assegurar igual
convocado não assinar a ata de registro de preços no prazo oportunidade de negociação.
e condições estabelecidos, convocar os licitantes
Parágrafo único. Não havendo êxito nas negociações, o
remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em
órgão gerenciador deverá proceder à revogação da ata de
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro
registro de preços, adotando as medidas cabíveis para
classificado.
obtenção da contratação mais vantajosa.
Art. 14. A ata de registro de preços implicará compromisso
Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando:
de fornecimento nas condições estabelecidas, após
cumpridos os requisitos de publicidade. I - descumprir as condições da ata de registro de preços;
Parágrafo único. A recusa injustificada de fornecedor II - não retirar a nota de empenho ou instrumento
classificado em assinar a ata, dentro do prazo estabelecido equivalente no prazo estabelecido pela Administração, sem
neste artigo, ensejará a aplicação das penalidades justificativa aceitável;
legalmente estabelecidas.
III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese
Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será deste se tornar superior àqueles praticados no mercado; ou
formalizada pelo órgão interessado por intermédio de
IV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do
instrumento contratual, emissão de nota de empenho de
art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº
despesa, autorização de compra ou outro instrumento hábil,
10.520, de 2002.
conforme o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993.
Parágrafo único. O cancelamento de registros nas hipóteses
Art. 16. A existência de preços registrados não obriga a
previstas nos incisos I, II e IV do caput será formalizado por
administração a contratar, facultando-se a realização de
despacho do órgão gerenciador, assegurado o contraditório
licitação específica para a aquisição pretendida, assegurada
e a ampla defesa.
preferência ao fornecedor registrado em igualdade de
condições. Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá
ocorrer por fato superveniente, decorrente de caso fortuito
CAPÍTULO VIII
ou força maior, que prejudique o cumprimento da ata,
Da Revisão e do Cancelamento dos Preços Registrados devidamente comprovados e justificados:
Art. 17. Os preços registrados poderão ser revistos em I - por razão de interesse público; ou
decorrência de eventual redução dos preços praticados no
II - a pedido do fornecedor.
mercado ou de fato que eleve o custo dos serviços ou bens
registrados, cabendo ao órgão gerenciador promover as CAPÍTULO IX
negociações junto aos fornecedores, observadas as
Da Utilização da Ata de Registro de Preços por Órgão ou
disposições contidas na alínea “d” do inciso II do caput do
Entidades Não Participantes
art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a
Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se superior ao
ata de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser
preço praticado no mercado por motivo superveniente, o
utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração
órgão gerenciador convocará os fornecedores para
pública federal que não tenha participado do certame
negociarem a redução dos preços aos valores praticados
licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.
pelo mercado.
§ 1º Os órgãos e entidades que não participaram do registro
§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus preços
de preços, quando desejarem fazer uso da ata de registro de
aos valores praticados pelo mercado serão liberados do
preços, deverão consultar o órgão gerenciador da ata para
compromisso assumido, sem aplicação de penalidade.
manifestação sobre a possibilidade de adesão.
§ 2º A ordem de classificação dos fornecedores que
§ 1º-A A manifestação do órgão gerenciador de que trata o
aceitarem reduzir seus preços aos valores de mercado
§ 1º fica condicionada à realização de estudo, pelos órgãos e
observará a classificação original.
pelas entidades que não participaram do registro de preços,
Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se superior aos que demonstre o ganho de eficiência, a viabilidade e a
preços registrados e o fornecedor não puder cumprir o economicidade para a administração pública federal da
compromisso, o órgão gerenciador poderá: utilização da ata de registro de preços, conforme
II - providenciar a indicação dos fornecedores para Art. 1º É instituído o Regime Diferenciado de Contratações
atendimento às demandas, observada a ordem de Públicas (RDC), aplicável exclusivamente às licitações e
classificação e os quantitativos de contratação definidos contratos necessários à realização:
pelos órgãos e entidades participantes.
I - dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes
Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Compras do da Carteira de Projetos Olímpicos a ser definida pela
Governo federal para atendimento ao disposto nos incisos I Autoridade Pública Olímpica (APO); e
e II do caput do art. 11 e no inciso II do § 2º do art. 11, a ata
II - da Copa das Confederações da Federação Internacional
registrará os licitantes vencedores, quantitativos e
de Futebol Associação - Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa
respectivos preços.
2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do
Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e
poderá editar normas complementares a este Decreto. supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das
Ações do Governo Brasileiro para a realização da Copa do
Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data
Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de
de sua publicação.
obras públicas, às constantes da matriz de responsabilidades
Art. 29. Ficam revogados: celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios;
I - o Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001; e
III - de obras de infraestrutura e de contratação de serviços
II - o Decreto nº 4.342, de 23 de agosto de 2002.
para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação
Brasília, 23 de janeiro de 2013; 192º da Independência e distantes até 350 km (trezentos e cinquenta quilômetros)
125º da República. das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II.
DILMA ROUSSEFF IV - das ações integrantes do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) (Incluído pela Lei nº 12.688, de
Miriam Belchior
2012)
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.1.2013
V - das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema
Único de Saúde - SUS. (Incluído pela Lei nº 12.745, de
LEI Nº 12.462/2011 2012)
Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas - VI - das obras e serviços de engenharia para construção,
RDC; altera a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que ampliação e reforma e administração de estabelecimentos
dispõe sobre a organização da Presidência da República e penais e de unidades de atendimento socioeducativo;
dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional de (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015)
Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de VII - das ações no âmbito da segurança pública; (Incluído
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); cria a Secretaria de pela Lei nº 13.190, de 2015)
Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em
comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; VIII - das obras e serviços de engenharia, relacionadas a
melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de
autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo
temporários; altera as Leis nos 11.182, de 27 de setembro infraestrutura logística; e (Incluído pela Lei nº 13.190,
de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7 de de 2015)
janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, IX - dos contratos a que se refere o art. 47-A. (Incluído
de 19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de pela Lei nº 13.190, de 2015)
2010, e a Medida Provisória nº 2.185-35, de 24 de agosto de
2001; e revoga dispositivos da Lei nº 9.649, de 27 de maio X - das ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à
tecnologia e à inovação. (Incluído pela Lei nº 13.243, de
de 1998.
2016)
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
§ 1º O RDC tem por objetivos:
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - ampliar a eficiência nas contratações públicas e a
CAPÍTULO I
competitividade entre os licitantes;
Do Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC
II - promover a troca de experiências e tecnologias em busca
Seção I da melhor relação entre custos e benefícios para o setor
Aspectos Gerais público;
III - incentivar a inovação tecnológica; e
V - utilização, sempre que possível, nas planilhas de custos quantitativos e das demais informações necessárias para a
constantes das propostas oferecidas pelos licitantes, de mão elaboração das propostas.
de obra, materiais, tecnologias e matérias-primas existentes
§ 1º Nas hipóteses em que for adotado o critério de
no local da execução, conservação e operação do bem,
julgamento por maior desconto, a informação de que trata o
serviço ou obra, desde que não se produzam prejuízos à
caput deste artigo constará do instrumento convocatório.
eficiência na execução do respectivo objeto e que seja
respeitado o limite do orçamento estimado para a § 2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do
contratação; e prêmio ou da remuneração será incluído no instrumento
convocatório.
VI - parcelamento do objeto, visando à ampla participação
de licitantes, sem perda de economia de escala. § 3º Se não constar do instrumento convocatório, a
informação referida no caput deste artigo possuirá caráter
VII - ampla publicidade, em sítio eletrônico, de todas as fases
sigiloso e será disponibilizada estrita e permanentemente
e procedimentos do processo de licitação, assim como dos
aos órgãos de controle externo e interno.
contratos, respeitado o art. 6º desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 13.173, de 2015) Art. 7º No caso de licitação para aquisição de bens, a
administração pública poderá:
§ 1º As contratações realizadas com base no RDC devem
respeitar, especialmente, as normas relativas à: I - indicar marca ou modelo, desde que formalmente
justificado, nas seguintes hipóteses:
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos gerados pelas obras contratadas; a) em decorrência da necessidade de padronização do
objeto;
II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental,
que serão definidas no procedimento de licenciamento b) quando determinada marca ou modelo comercializado
ambiental; por mais de um fornecedor for a única capaz de atender às
necessidades da entidade contratante; ou
III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que,
comprovadamente, reduzam o consumo de energia e c) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser
recursos naturais; melhor compreendida pela identificação de determinada
marca ou modelo aptos a servir como referência, situação
IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da
em que será obrigatório o acréscimo da expressão “ou
legislação urbanística;
similar ou de melhor qualidade”;
V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-
e imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto
qualificação, na fase de julgamento das propostas ou de
direto ou indireto causado pelas obras contratadas; e
lances, desde que justificada a necessidade da sua
VI - acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou apresentação;
com mobilidade reduzida.
III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do
§ 2º O impacto negativo sobre os bens do patrimônio processo de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental,
cultural, histórico, arqueológico e imaterial tombados por qualquer instituição oficial competente ou por entidade
deverá ser compensado por meio de medidas determinadas credenciada; e
pela autoridade responsável, na forma da legislação
IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida
aplicável.
pelo fabricante, que assegure a execução do contrato, no
Seção II caso de licitante revendedor ou distribuidor.
Das Regras Aplicáveis às Licitações no Âmbito do RDC Art. 8º Na execução indireta de obras e serviços de
engenharia, são admitidos os seguintes regimes:
Subseção I
I - empreitada por preço unitário;
Do Objeto da Licitação
II - empreitada por preço global;
Art. 5º O objeto da licitação deverá ser definido de forma
clara e precisa no instrumento convocatório, vedadas III - contratação por tarefa;
especificações excessivas, irrelevantes ou desnecessárias.
IV - empreitada integral; ou
Art. 6º Observado o disposto no § 3º, o orçamento
V - contratação integrada.
previamente estimado para a contratação será tornado
público apenas e imediatamente após o encerramento da § 1º Nas licitações e contratações de obras e serviços de
licitação, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos engenharia serão adotados, preferencialmente, os regimes
discriminados nos incisos II, IV e V do caput deste artigo.
Art. 10. Na contratação das obras e serviços, inclusive de Art. 14. Na fase de habilitação das licitações realizadas em
engenharia, poderá ser estabelecida remuneração variável conformidade com esta Lei, aplicar-se-á, no que couber, o
vinculada ao desempenho da contratada, com base em disposto nos arts. 27 a 33 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade 1993, observado o seguinte:
ambiental e prazo de entrega definidos no instrumento
I - poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que
convocatório e no contrato.
atendem aos requisitos de habilitação;
Parágrafo único. A utilização da remuneração variável será
II - será exigida a apresentação dos documentos de
motivada e respeitará o limite orçamentário fixado pela
habilitação apenas pelo licitante vencedor, exceto no caso de
administração pública para a contratação.
inversão de fases;
Art. 11. A administração pública poderá, mediante
III - no caso de inversão de fases, só serão recebidas as
justificativa expressa, contratar mais de uma empresa ou
propostas dos licitantes previamente habilitados; e
instituição para executar o mesmo serviço, desde que não
implique perda de economia de escala, quando: IV - em qualquer caso, os documentos relativos à
regularidade fiscal poderão ser exigidos em momento
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma
posterior ao julgamento das propostas, apenas em relação
concorrente e simultânea por mais de um contratado; ou
ao licitante mais bem classificado.
II - a múltipla execução for conveniente para atender à
Parágrafo único. Nas licitações disciplinadas pelo RDC:
administração pública.
I - será admitida a participação de licitantes sob a forma de
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput deste artigo, a
consórcio, conforme estabelecido em regulamento; e
administração pública deverá manter o controle
individualizado da execução do objeto contratual II - poderão ser exigidos requisitos de sustentabilidade
relativamente a cada uma das contratadas. ambiental, na forma da legislação aplicável.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos Art. 15. Será dada ampla publicidade aos procedimentos
serviços de engenharia. licitatórios e de pré-qualificação disciplinados por esta Lei,
ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja
Subseção II
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado,
Do Procedimento Licitatório devendo ser adotados os seguintes prazos mínimos para
apresentação de propostas, contados a partir da data de
Art. 12. O procedimento de licitação de que trata esta Lei
publicação do instrumento convocatório:
observará as seguintes fases, nesta ordem:
I - para aquisição de bens:
I - preparatória;
a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotados os critérios de
II - publicação do instrumento convocatório;
julgamento pelo menor preço ou pelo maior desconto; e
III - apresentação de propostas ou lances;
b) 10 (dez) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela
IV - julgamento; alínea a deste inciso;
V - habilitação; II - para a contratação de serviços e obras:
VI - recursal; e a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotados os critérios de
julgamento pelo menor preço ou pelo maior desconto; e
VII - encerramento.
b) 30 (trinta) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela
Parágrafo único. A fase de que trata o inciso V do caput deste
alínea a deste inciso;
artigo poderá, mediante ato motivado, anteceder as
referidas nos incisos III e IV do caput deste artigo, desde que III - para licitações em que se adote o critério de julgamento
expressamente previsto no instrumento convocatório. pela maior oferta: 10 (dez) dias úteis; e
Art. 13. As licitações deverão ser realizadas IV - para licitações em que se adote o critério de julgamento
preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a pela melhor combinação de técnica e preço, pela melhor
presencial. técnica ou em razão do conteúdo artístico: 30 (trinta) dias
úteis.
Parágrafo único. Nos procedimentos realizados por meio
eletrônico, a administração pública poderá determinar, § 1º A publicidade a que se refere o caput deste artigo, sem
como condição de validade e eficácia, que os licitantes prejuízo da faculdade de divulgação direta aos fornecedores,
pratiquem seus atos em formato eletrônico. cadastrados ou não, será realizada mediante:
relevantes aos fins pretendidos pela administração pública, § 2º Na hipótese prevista no caput deste artigo, os licitantes
e destinar-se-á exclusivamente a objetos: apresentarão propostas de trabalho e de preço, conforme
dispuser o regulamento.
I - de natureza predominantemente intelectual e de
inovação tecnológica ou técnica; ou § 3º Nos casos em que não for gerada a economia prevista
no contrato de eficiência:
II - que possam ser executados com diferentes metodologias
ou tecnologias de domínio restrito no mercado, pontuando- I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente
se as vantagens e qualidades que eventualmente forem obtida será descontada da remuneração da contratada;
oferecidas para cada produto ou solução.
II - se a diferença entre a economia contratada e a
§ 2º É permitida a atribuição de fatores de ponderação efetivamente obtida for superior à remuneração da
distintos para valorar as propostas técnicas e de preço, contratada, será aplicada multa por inexecução contratual
sendo o percentual de ponderação mais relevante limitado a no valor da diferença; e
70% (setenta por cento).
III - a contratada sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções
Art. 21. O julgamento pela melhor técnica ou pelo melhor cabíveis caso a diferença entre a economia contratada e a
conteúdo artístico considerará exclusivamente as propostas efetivamente obtida seja superior ao limite máximo
técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes com base estabelecido no contrato.
em critérios objetivos previamente estabelecidos no
Art. 24. Serão desclassificadas as propostas que:
instrumento convocatório, no qual será definido o prêmio ou
a remuneração que será atribuída aos vencedores. I - contenham vícios insanáveis;
Parágrafo único. O critério de julgamento referido no caput II - não obedeçam às especificações técnicas pormenorizadas
deste artigo poderá ser utilizado para a contratação de no instrumento convocatório;
projetos, inclusive arquitetônicos, e trabalhos de natureza
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis ou
técnica, científica ou artística, excluindo-se os projetos de
permaneçam acima do orçamento estimado para a
engenharia.
contratação, inclusive nas hipóteses previstas no art. 6º
Art. 22. O julgamento pela maior oferta de preço será desta Lei;
utilizado no caso de contratos que resultem em receita para
IV - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando
a administração pública.
exigido pela administração pública; ou
§ 1º Quando utilizado o critério de julgamento pela maior
V - apresentem desconformidade com quaisquer outras
oferta de preço, os requisitos de qualificação técnica e
exigências do instrumento convocatório, desde que
econômico-financeira poderão ser dispensados, conforme
insanáveis.
dispuser o regulamento.
§ 1º A verificação da conformidade das propostas poderá ser
§ 2º No julgamento pela maior oferta de preço, poderá ser
feita exclusivamente em relação à proposta mais bem
exigida a comprovação do recolhimento de quantia a título
classificada.
de garantia, como requisito de habilitação, limitada a 5%
(cinco por cento) do valor ofertado. § 2º A administração pública poderá realizar diligências para
aferir a exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o licitante vencedor
que ela seja demonstrada, na forma do inciso IV do caput
perderá o valor da entrada em favor da administração
deste artigo.
pública caso não efetive o pagamento devido no prazo
estipulado. § 3º No caso de obras e serviços de engenharia, para efeito
de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão
Art. 23. No julgamento pelo maior retorno econômico,
considerados o preço global, os quantitativos e os preços
utilizado exclusivamente para a celebração de contratos de
unitários considerados relevantes, conforme dispuser o
eficiência, as propostas serão consideradas de forma a
regulamento.
selecionar a que proporcionará a maior economia para a
administração pública decorrente da execução do contrato. Art. 25. Em caso de empate entre 2 (duas) ou mais propostas,
serão utilizados os seguintes critérios de desempate, nesta
§ 1º O contrato de eficiência terá por objeto a prestação de
ordem:
serviços, que pode incluir a realização de obras e o
fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão
economia ao contratante, na forma de redução de despesas apresentar nova proposta fechada em ato contínuo à
correntes, sendo o contratado remunerado com base em classificação;
percentual da economia gerada.
II - a avaliação do desempenho contratual prévio dos Art. 30. Considera-se pré-qualificação permanente o
licitantes, desde que exista sistema objetivo de avaliação procedimento anterior à licitação destinado a identificar:
instituído;
I - fornecedores que reúnam condições de habilitação
III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 exigidas para o fornecimento de bem ou a execução de
de outubro de 1991, e no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de serviço ou obra nos prazos, locais e condições previamente
21 de junho de 1993; e estabelecidos; e
IV - sorteio. II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade
da administração pública.
Parágrafo único. As regras previstas no caput deste artigo
não prejudicam a aplicação do disposto no art. 44 da Lei § 1º O procedimento de pré-qualificação ficará
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. permanentemente aberto para a inscrição dos eventuais
interessados.
Art. 26. Definido o resultado do julgamento, a administração
pública poderá negociar condições mais vantajosas com o § 2º A administração pública poderá realizar licitação restrita
primeiro colocado. aos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em
regulamento.
Parágrafo único. A negociação poderá ser feita com os
demais licitantes, segundo a ordem de classificação § 3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou
inicialmente estabelecida, quando o preço do primeiro segmentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
colocado, mesmo após a negociação, for desclassificado por
§ 4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo
sua proposta permanecer acima do orçamento estimado.
alguns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos
Art. 27. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento necessários à contratação, assegurada, em qualquer
licitatório terá uma fase recursal única, que se seguirá à hipótese, a igualdade de condições entre os concorrentes.
habilitação do vencedor.
§ 5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no
Parágrafo único. Na fase recursal, serão analisados os máximo, podendo ser atualizada a qualquer tempo.
recursos referentes ao julgamento das propostas ou lances e
Art. 31. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para
à habilitação do vencedor.
efeito de habilitação dos inscritos em procedimentos
Art. 28. Exauridos os recursos administrativos, o licitatórios e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo,
procedimento licitatório será encerrado e encaminhado à podendo ser atualizados a qualquer tempo.
autoridade superior, que poderá:
§ 1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de ficarão permanentemente abertos para a inscrição de
irregularidades que forem supríveis; interessados.
II - anular o procedimento, no todo ou em parte, por vício § 2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos
insanável; previstos em regulamento.
III - revogar o procedimento por motivo de conveniência e § 3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações
oportunidade; ou assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação. § 4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as
Subseção III
exigências de habilitação ou as estabelecidas para admissão
Dos Procedimentos Auxiliares das Licitações no Âmbito do cadastral.
RDC
Art. 32. O Sistema de Registro de Preços, especificamente
Art. 29. São procedimentos auxiliares das licitações regidas destinado às licitações de que trata esta Lei, reger-se-á pelo
pelo disposto nesta Lei: disposto em regulamento.
I - pré-qualificação permanente; § 1º Poderá aderir ao sistema referido no caput deste artigo
qualquer órgão ou entidade responsável pela execução das
II - cadastramento;
atividades contempladas no art. 1º desta Lei.
III - sistema de registro de preços; e
§ 2º O registro de preços observará, entre outras, as
IV - catálogo eletrônico de padronização. seguintes condições:
Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado;
deste artigo obedecerão a critérios claros e objetivos
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em
definidos em regulamento.
regulamento;
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e Parágrafo único. O processo de contratação por dispensa ou
atualização periódicos dos preços registrados; inexigibilidade de licitação deverá seguir o procedimento
previsto no art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
IV - definição da validade do registro; e
Subseção VI
V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que
aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do Das Condições Específicas para a Participação nas
licitante vencedor na sequência da classificação do certame, Licitações e para a Contratação no RDC
assim como dos licitantes que mantiverem suas propostas
Art. 36. É vedada a participação direta ou indireta nas
originais.
licitações de que trata esta Lei:
§ 3º A existência de preços registrados não obriga a
I - da pessoa física ou jurídica que elaborar o projeto básico
administração pública a firmar os contratos que deles
ou executivo correspondente;
poderão advir, sendo facultada a realização de licitação
específica, assegurada ao licitante registrado preferência em II - da pessoa jurídica que participar de consórcio responsável
igualdade de condições. pela elaboração do projeto básico ou executivo
correspondente;
Art. 33. O catálogo eletrônico de padronização de compras,
serviços e obras consiste em sistema informatizado, de III - da pessoa jurídica da qual o autor do projeto básico ou
gerenciamento centralizado, destinado a permitir a executivo seja administrador, sócio com mais de 5% (cinco
padronização dos itens a serem adquiridos pela por cento) do capital votante, controlador, gerente,
administração pública que estarão disponíveis para a responsável técnico ou subcontratado; ou
realização de licitação.
IV - do servidor, empregado ou ocupante de cargo em
Parágrafo único. O catálogo referido no caput deste artigo comissão do órgão ou entidade contratante ou responsável
poderá ser utilizado em licitações cujo critério de julgamento pela licitação.
seja a oferta de menor preço ou de maior desconto e conterá
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos I, II e III do caput
toda a documentação e procedimentos da fase interna da
deste artigo no caso das contratações integradas.
licitação, assim como as especificações dos respectivos
objetos, conforme disposto em regulamento. § 2º O disposto no caput deste artigo não impede, nas
licitações para a contratação de obras ou serviços, a previsão
Subseção IV
de que a elaboração de projeto executivo constitua encargo
Da Comissão de Licitação do contratado, consoante preço previamente fixado pela
administração pública.
Art. 34. As licitações promovidas consoante o RDC serão
processadas e julgadas por comissão permanente ou § 3º É permitida a participação das pessoas físicas ou
especial de licitações, composta majoritariamente por jurídicas de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo
servidores ou empregados públicos pertencentes aos em licitação ou na execução do contrato, como consultor ou
quadros permanentes dos órgãos ou entidades da técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
administração pública responsáveis pela licitação. gerenciamento, exclusivamente a serviço do órgão ou
entidade pública interessados.
§ 1º As regras relativas ao funcionamento das comissões de
licitação e da comissão de cadastramento de que trata esta § 4º Para fins do disposto neste artigo, considera-se
Lei serão estabelecidas em regulamento. participação indireta a existência de qualquer vínculo de
natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou
§ 2º Os membros da comissão de licitação responderão
trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica,
solidariamente por todos os atos praticados pela comissão,
e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e
salvo se posição individual divergente estiver registrada na
obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a
ata da reunião em que houver sido adotada a respectiva
estes necessários.
decisão.
§ 5º O disposto no § 4º deste artigo aplica-se aos membros
Subseção V
da comissão de licitação.
Da Dispensa e Inexigibilidade de Licitação
Art. 37. É vedada a contratação direta, sem licitação, de
Art. 35. As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com
licitação estabelecidas nos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de poder de direção que mantenha relação de parentesco,
21 de junho de 1993, aplicam-se, no que couber, às inclusive por afinidade, até o terceiro grau civil com:
contratações realizadas com base no RDC.
I - detentor de cargo em comissão ou função de confiança
que atue na área responsável pela demanda ou contratação;
e
II - autoridade hierarquicamente superior no âmbito de cada a III do art. 1º desta Lei poderão ter sua vigência estabelecida
órgão ou entidade da administração pública. até a data da extinção da APO. (Redação dada pela Lei
nº 12.688, de 2012)
Art. 38. Nos processos de contratação abrangidos por esta
Lei, aplicam-se as preferências para fornecedores ou tipos de Art. 44. As normas referentes à anulação e revogação das
bens, serviços e obras previstos na legislação, em especial as licitações previstas no art. 49 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
referidas: de 1993, aplicar-se-ão às contratações realizadas com base
no disposto nesta Lei.
I - no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;
Art. 44-A. Nos contratos regidos por esta Lei, poderá ser
II - no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; e
admitido o emprego dos mecanismos privados de resolução
III - nos arts. 42 a 49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de de disputas, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil
dezembro de 2006. e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de
setembro de 1996, e a mediação, para dirimir conflitos
Seção III
decorrentes da sua execução ou a ela relacionados.
Das Regras Específicas Aplicáveis aos Contratos Celebrados (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015)
no Âmbito do RDC
Seção IV
Art. 39. Os contratos administrativos celebrados com base
Dos Pedidos de Esclarecimento, Impugnações e Recursos
no RDC reger-se-ão pelas normas da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, com exceção das regras específicas previstas Art. 45. Dos atos da administração pública decorrentes da
nesta Lei. aplicação do RDC caberão:
Art. 40. É facultado à administração pública, quando o I - pedidos de esclarecimento e impugnações ao instrumento
convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar convocatório no prazo mínimo de:
ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
a) até 2 (dois) dias úteis antes da data de abertura das
estabelecidos:
propostas, no caso de licitação para aquisição ou alienação
I - revogar a licitação, sem prejuízo da aplicação das de bens; ou
cominações previstas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de
b) até 5 (cinco) dias úteis antes da data de abertura das
1993, e nesta Lei; ou
propostas, no caso de licitação para contratação de obras ou
II - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de serviços;
classificação, para a celebração do contrato nas condições
II - recursos, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados a partir
ofertadas pelo licitante vencedor.
da data da intimação ou da lavratura da ata, em face:
Parágrafo único. Na hipótese de nenhum dos licitantes
a) do ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação
aceitar a contratação nos termos do inciso II do caput deste
de interessados;
artigo, a administração pública poderá convocar os licitantes
remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração b) do ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
do contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o
c) do julgamento das propostas;
respectivo valor seja igual ou inferior ao orçamento
estimado para a contratação, inclusive quanto aos preços d) da anulação ou revogação da licitação;
atualizados nos termos do instrumento convocatório.
e) do indeferimento do pedido de inscrição em registro
Art. 41. Na hipótese do inciso XI do art. 24 da Lei nº 8.666, de cadastral, sua alteração ou cancelamento;
21 de junho de 1993, a contratação de remanescente de
f) da rescisão do contrato, nas hipóteses previstas no inciso I
obra, serviço ou fornecimento de bens em consequência de
do art. 79 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
rescisão contratual observará a ordem de classificação dos
licitantes remanescentes e as condições por estes ofertadas, g) da aplicação das penas de advertência, multa, declaração
desde que não seja ultrapassado o orçamento estimado para de inidoneidade, suspensão temporária de participação em
a contratação. licitação e impedimento de contratar com a administração
pública; e
Art. 42. Os contratos para a execução das obras previstas no
plano plurianual poderão ser firmados pelo período nele III - representações, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados
compreendido, observado o disposto no caput do art. 57 da a partir da data da intimação, relativamente a atos de que
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. não caiba recurso hierárquico.
Art. 43. Na hipótese do inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666, de § 1º Os licitantes que desejarem apresentar os recursos de
21 de junho de 1993, os contratos celebrados pelos entes que tratam as alíneas a, b e c do inciso II do caput deste artigo
públicos responsáveis pelas atividades descritas nos incisos I
deverão manifestar imediatamente a sua intenção de § 2º As sanções administrativas, criminais e demais regras
recorrer, sob pena de preclusão. previstas no Capítulo IV da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, aplicam-se às licitações e aos contratos regidos por
§ 2º O prazo para apresentação de contrarrazões será o
esta Lei.
mesmo do recurso e começará imediatamente após o
encerramento do prazo recursal. Art. 47-A. A administração pública poderá firmar contratos
de locação de bens móveis e imóveis, nos quais o locador
§ 3º É assegurado aos licitantes vista dos elementos
realiza prévia aquisição, construção ou reforma substancial,
indispensáveis à defesa de seus interesses.
com ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo ou por
§ 4º Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir- terceiros, do bem especificado pela administração.
se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015)
§ 5º Os prazos previstos nesta Lei iniciam e expiram § 1º A contratação referida no caput sujeita-se à mesma
exclusivamente em dia de expediente no âmbito do órgão ou disciplina de dispensa e inexigibilidade de licitação aplicável
entidade. às locações comuns. (Incluído pela Lei nº 13.190, de
2015)
§ 6º O recurso será dirigido à autoridade superior, por
intermédio da autoridade que praticou o ato recorrido, § 2º A contratação referida no caput poderá prever a
cabendo a esta reconsiderar sua decisão no prazo de 5 reversão dos bens à administração pública ao final da
(cinco) dias úteis ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, locação, desde que estabelecida no contrato. (Incluído
devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão do pela Lei nº 13.190, de 2015)
recurso ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
§ 3º O valor da locação a que se refere o caput não poderá
contados do seu recebimento, sob pena de apuração de
exceder, ao mês, 1% (um por cento) do valor do bem locado.
responsabilidade.
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015)
Art. 46. Aplica-se ao RDC o disposto no art. 113 da Lei nº
CAPÍTULO II
8.666, de 21 de junho de 1993.
Outras Disposições
Seção V
Seção I
Das Sanções Administrativas
Alterações da Organização da Presidência da República e
Art. 47. Ficará impedido de licitar e contratar com a União,
dos Ministérios
Estados, Distrito Federal ou Municípios, pelo prazo de até 5
(cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas no Art. 48. A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, passa a
instrumento convocatório e no contrato, bem como das vigorar com as seguintes alterações:
demais cominações legais, o licitante que:
“Art. 1º A Presidência da República é constituída,
I - convocado dentro do prazo de validade da sua proposta essencialmente:
não celebrar o contrato, inclusive nas hipóteses previstas no
I - pela Casa Civil;
parágrafo único do art. 40 e no art. 41 desta Lei;
II - pela Secretaria-Geral;
II - deixar de entregar a documentação exigida para o
certame ou apresentar documento falso; III - pela Secretaria de Relações Institucionais;
III - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do IV - pela Secretaria de Comunicação Social;
objeto da licitação sem motivo justificado;
V - pelo Gabinete Pessoal;
IV - não mantiver a proposta, salvo se em decorrência de fato
VI - pelo Gabinete de Segurança Institucional;
superveniente, devidamente justificado;
VII - pela Secretaria de Assuntos Estratégicos;
V - fraudar a licitação ou praticar atos fraudulentos na
execução do contrato; VIII - pela Secretaria de Políticas para as Mulheres;
VI - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude IX - pela Secretaria de Direitos Humanos;
fiscal; ou
X - pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
VII - der causa à inexecução total ou parcial do contrato. Racial;
§ 1º A aplicação da sanção de que trata o caput deste artigo XI - pela Secretaria de Portos; e
implicará ainda o descredenciamento do licitante, pelo prazo
XII - pela Secretaria de Aviação Civil.
estabelecido no caput deste artigo, dos sistemas de
cadastramento dos entes federativos que compõem a § 1º .
Autoridade Pública Olímpica.
III - formular e implementar o planejamento estratégico do Políticas sobre Drogas nos aspectos relacionados com as
setor, definindo prioridades dos programas de atividades de prevenção, repressão ao tráfico ilícito e à
investimentos; produção não autorizada de drogas, bem como aquelas
relacionadas com o tratamento, a recuperação e a
IV - elaborar e aprovar os planos de outorgas para exploração
reinserção social de usuários e dependentes e ao Plano
da infraestrutura aeroportuária, ouvida a Agência Nacional
Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas;
de Aviação Civil (Anac);
n) política nacional de arquivos; e
V - propor ao Presidente da República a declaração de
utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição o) assistência ao Presidente da República em matérias não
de servidão administrativa, dos bens necessários à afetas a outro Ministério; ” (NR)
construção, manutenção e expansão da infraestrutura
“Art. 29. .
aeronáutica e aeroportuária;
VI - do Ministério da Cultura: o Conselho Superior do Cinema,
VI - administrar recursos e programas de desenvolvimento
o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão
da infraestrutura de aviação civil;
Nacional de Incentivo à Cultura e até 6 (seis) Secretarias;
VII - coordenar os órgãos e entidades do sistema de aviação
VII - do Ministério da Defesa: o Conselho Militar de Defesa, o
civil, em articulação com o Ministério da Defesa, no que
Comando da Marinha, o Comando do Exército, o Comando
couber; e
da Aeronáutica, o Estado-Maior Conjunto das Forças
VIII - transferir para Estados, Distrito Federal e Municípios a Armadas, a Escola Superior de Guerra, o Centro Gestor e
implantação, administração, operação, manutenção e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia
exploração de aeródromos públicos, direta ou (Censipam), o Hospital das Forças Armadas, a Representação
indiretamente. Brasileira na Junta Interamericana de Defesa, até 3 (três)
Secretarias e um órgão de Controle Interno;
Parágrafo único. A Secretaria de Aviação Civil tem como
estrutura básica o Gabinete, a Secretaria-Executiva e até 3 XIV - do Ministério da Justiça: o Conselho Nacional de Política
(três) Secretarias.” Criminal e Penitenciária, o Conselho Nacional de Segurança
Pública, o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos
“Art. 25. .
Direitos Difusos, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria
Parágrafo único. São Ministros de Estado: e Delitos contra a Propriedade Intelectual, o Conselho
Nacional de Arquivos, o Conselho Nacional de Políticas sobre
I - os titulares dos Ministérios;
Drogas, o Departamento de Polícia Federal, o Departamento
II - os titulares das Secretarias da Presidência da República; de Polícia Rodoviária Federal, o Departamento de Polícia
Ferroviária Federal, a Defensoria Pública da União, o Arquivo
III - o Advogado-Geral da União;
Nacional e até 6 (seis) Secretarias;
IV - o Chefe da Casa Civil da Presidência da República;
§ 3º (Revogado).
V - o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da
§ 8º Os profissionais da Segurança Pública Ferroviária
Presidência da República;
oriundos do grupo Rede, Rede Ferroviária Federal (RFFSA),
VI - o Chefe da Controladoria-Geral da União; da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da
Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) que
VII - o Presidente do Banco Central do Brasil.” (NR)
estavam em exercício em 11 de dezembro de 1990, passam
“Art. 27. . a integrar o Departamento de Polícia Ferroviária Federal do
VII - Ministério da Defesa: Ministério da Justiça.” (NR)
Art. 51. O Ministério da Defesa e o Ministério do XL - elaborar e enviar o relatório anual de suas atividades à
Planejamento, Orçamento e Gestão adotarão, até 1º de Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e, por
junho de 2011, as providências necessárias para a efetivação intermédio da Presidência da República, ao Congresso
das transferências de que trata esta Lei, inclusive quanto à Nacional;
movimentação das dotações orçamentárias destinadas aos
XLVII - (revogado);” (NR)
órgãos transferidos.
“Art. 11.
Parágrafo único. No prazo de que trata o caput, o Ministério
da Defesa prestará o apoio administrativo e jurídico I - propor, por intermédio do Ministro de Estado Chefe da
necessário para garantir a continuidade das atividades da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, ao
Secretaria de Aviação Civil. Presidente da República, alterações do regulamento da
Anac;” (NR)
Art. 52. Os servidores e militares requisitados pela
Presidência da República em exercício, em 31 de dezembro “Art. 14. .
de 2010, no Centro Gestor e Operacional do Sistema de
§ 2º Cabe ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de
Proteção da Amazônia, no Arquivo Nacional e na Secretaria
Aviação Civil da Presidência da República instaurar o
Nacional de Políticas sobre Drogas, poderão permanecer à
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por
disposição, respectivamente, do Ministério da Defesa e do
comissão especial constituída por servidores públicos
Ministério da Justiça, para exercício naquelas unidades, bem
federais estáveis, competindo ao Presidente da República
como ser novamente requisitados caso tenham retornado
determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e
aos órgãos ou entidades de origem antes de 18 de março de
proferir julgamento.” (NR)
2011. (Produção de efeitos)
Seção III
§ 1º Os servidores e militares de que trata o caput poderão
ser designados para o exercício de Gratificações de Da Adaptação da Legislação da Infraero
Representação da Presidência da República ou de
Art. 54. O art. 2º da Lei nº 5.862, de 12 de dezembro de 1972,
Gratificação de Exercício em Cargo de Confiança nos órgãos
passa a vigorar com a seguinte redação:
da Presidência da República devida aos militares enquanto
permanecerem nos órgãos para os quais foram requisitados. “Art. 2º A Infraero terá por finalidade implantar,
administrar, operar e explorar industrial e comercialmente a
§ 2º (Revogado).
infraestrutura aeroportuária que lhe for atribuída pela
§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 2º da Lei Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República.” (NR)
nº 9.007, de 17 de março de 1995, aos servidores referidos
Seção IV
neste artigo.
Da Adaptação do Programa Federal de Auxílio a
Seção II
Aeroportos
Das Adaptações da Legislação da Anac
Art. 55. O art. 1º da Lei nº 8.399, de 7 de janeiro de 1992,
Art. 53. A Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, passa a passa a vigorar com as seguintes alterações:
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 1º .
“Art. 3º A Anac, no exercício de suas competências, deverá
§ 2º A parcela de 20% (vinte por cento) especificada neste
observar e implementar as orientações, diretrizes e políticas
artigo constituirá o suporte financeiro do Programa Federal
estabelecidas pelo governo federal, especialmente no que se
de Auxílio a Aeroportos a ser proposto e instituído de acordo
refere a:” (NR)
com os Planos Aeroviários Estaduais e estabelecido por meio
“Art. 8º . de convênios celebrados entre os Governos Estaduais e a
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República.
XXII - aprovar os planos diretores dos aeroportos;
§ 3º Serão contemplados com os recursos dispostos no § 2º
XXIII - (revogado);
os aeroportos estaduais constantes dos Planos Aeroviários e
XXVII - (revogado); que sejam objeto de convênio específico firmado entre o
Governo Estadual interessado e a Secretaria de Aviação Civil
XXVIII - fiscalizar a observância dos requisitos técnicos na
da Presidência da República.” (NR)
construção, reforma e ampliação de aeródromos e aprovar
sua abertura ao tráfego; Seção V
XXXIX - apresentar ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria Dos Cargos Decorrentes da Reestruturação da Secretaria
de Aviação Civil da Presidência da República proposta de de Aviação Civil
orçamento;
Art. 56. É criado o cargo de Ministro de Estado Chefe da Tráfego Aéreo, de nível intermediário, integrantes do Grupo-
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República. Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, código Dacta-
1303.
Art. 57. É criado o cargo em comissão, de Natureza Especial,
de Secretário-Executivo da Secretaria de Aviação Civil da Seção VII
Presidência da República.
Da Criação do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC)
Art. 58. São criados, no âmbito da administração pública
Art. 63. É instituído o Fundo Nacional de Aviação Civil - FNAC,
federal, os seguintes cargos em comissão do Grupo-Direção
de natureza contábil e financeira, vinculado à Secretaria de
e Assessoramento Superiores destinados à Secretaria de
Aviação Civil da Presidência da República, para destinação
Aviação Civil:
dos recursos do sistema de aviação civil. (Incluído pela
I - 2 (dois) DAS-6; Lei nº 12.833, de 2013)
II - 9 (nove) DAS-5; § 1º São recursos do FNAC: (Redação dada pela Lei nº
12.648, de 2012)
III - 23 (vinte e três) DAS-4;
I - (Revogado).
IV - 39 (trinta e nove) DAS-3;
II - os referidos no art. 1º da Lei nº 9.825, de 23 de agosto de
V - 35 (trinta e cinco) DAS-2;
1999; (Incluído pela Lei nº 12.648, de 2012)
VI - 19 (dezenove) DAS-1.
III - os valores devidos como contrapartida à União em razão
Art. 59. É transformado o cargo, de Natureza Especial, de das outorgas de infraestrutura aeroportuária; (Incluído
Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas no cargo, de pela Lei nº 12.648, de 2012)
Natureza Especial, de Assessor Chefe da Assessoria Especial
IV - os rendimentos de suas aplicações financeiras;
do Presidente da República.
(Incluído pela Lei nº 12.833, de 2013)
Art. 60. A Tabela a do Anexo I da Lei nº 11.526, de 4 de
V - os que lhe forem atribuídos para os fins de que trata o
outubro de 2007, passa a vigorar acrescida da seguinte linha:
art. 63-A; e (Redação dada pela Lei nº 12.833, de 2013)
Assessor Chefe da Assessoria VI - outros que lhe forem atribuídos. (Incluído pela Lei
Especial do Presidente da 11.179,36 nº 12.833, de 2013)
República
§ 2º Os recursos do FNAC serão aplicados exclusivamente no
desenvolvimento e fomento do setor de aviação civil e das
Seção VI
infraestruturas aeroportuária e aeronáutica civil.
Do Pessoal Destinado ao Controle de Tráfego Aéreo (Redação dada pela Lei nº 12.648, de 2012)
Art. 61. O art. 2º da Lei nº 11.458, de 19 de março de 2007, § 3º As despesas do FNAC correrão à conta de dotações
passa a vigorar com a seguinte redação: orçamentárias específicas alocadas no orçamento geral da
União, observados os limites anuais de movimentação e
“Art. 2º A contratação de que trata esta Lei será de, no
empenho e de pagamento.
máximo, 160 (cento e sessenta) pessoas, com validade de até
2 (dois) anos, podendo ser prorrogada por sucessivos § 4º Deverão ser disponibilizadas, anualmente, pela
períodos até 18 de março de 2013. Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, em
seu sítio eletrônico, informações contábeis e financeiras,
§ 1º Prorrogações para períodos posteriores à data prevista
além de descrição dos resultados econômicos e sociais
no caput deste artigo poderão ser autorizadas, por ato
obtidos pelo FNAC.
conjunto dos Ministros de Estado da Defesa e do
Planejamento, Orçamento e Gestão, mediante justificativa § 5º Os recursos do FNAC também poderão ser aplicados no
dos motivos que impossibilitaram a total substituição dos desenvolvimento, na ampliação e na reestruturação de
servidores temporários por servidores efetivos admitidos aeroportos concedidos, desde que tais ações não constituam
nos termos do inciso II do art. 37 da Constituição Federal. obrigação do concessionário, conforme estabelecido no
contrato de concessão, nos termos das normas expedidas
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, regulamento
pela Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC e pela
estabelecerá critérios de substituição gradativa dos
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República - SAC,
servidores temporários.
observadas as respectivas competências. (Incluído pela
§ 3º Nenhum contrato de que trata esta Lei poderá superar Lei nº 12.648, de 2012)
a data limite de 1º de dezembro de 2016.” (NR)
§ 6º Os recursos do FNAC, enquanto não destinados às
Art. 62. São criados, no Quadro de Pessoal do Comando da finalidades previstas no art. 63-A, ficarão depositados na
Aeronáutica, 100 (cem) cargos efetivos de Controlador de
Conta Única do Tesouro Nacional. (Incluído pela Lei nº Art. 68. O inciso II do § 1º do art. 8º da Medida Provisória nº
12.833, de 2013) 2.185-35, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 63-A. Os recursos do FNAC serão geridos e
administrados pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência “Art. 8º .
da República ou, a seu critério, por instituição financeira
§ 1º .
pública federal, quando destinados à modernização,
construção, ampliação ou reforma de aeródromos públicos. II - os empréstimos ou financiamentos tomados perante
(Incluído pela Lei nº 12.833, de 2013) organismos financeiros multilaterais e instituições de
fomento e cooperação ligadas a governos estrangeiros, o
§ 1º Para a consecução dos objetivos previstos no caput, a
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República,
(BNDES) e a Caixa Econômica Federal, que tenham avaliação
diretamente ou, a seu critério, por intermédio de instituição
positiva da agência financiadora, e desde que contratados no
financeira pública federal, realizará procedimento licitatório,
prazo de 2 (dois) anos, contados a partir da publicação da Lei
podendo, em nome próprio ou de terceiros, adquirir bens,
de conversão da Medida Provisória nº 527, de 18 de março
contratar obras e serviços de engenharia e de técnicos
de 2011, e destinados exclusivamente à complementação de
especializados e utilizar-se do Regime Diferenciado de
programas em andamento; ” (NR)
Contratações Públicas - RDC. (Incluído pela Lei nº
12.833, de 2013) CAPÍTULO IV
§ 2º Ato conjunto dos Ministros da Fazenda e da Secretaria Das Revogações
de Aviação Civil da Presidência da República fixará a
Art. 69. Revogam-se:
remuneração de instituição financeira que prestar serviços,
na forma deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.833, de I - os §§ 1º e 2º do art. 6º, o item 6 da alínea i do inciso XII do
2013) art. 27 e o § 3º do art. 29, todos da Lei nº 10.683, de 28 de
maio de 2003;
CAPÍTULO III
II - os §§ 4º e 5º do art. 16 da Lei nº 9.649, de 27 de maio de
Disposições Finais
1998; e
Art. 64. O Poder Executivo federal regulamentará o disposto
III - os incisos XXIII, XXVII e XLVII do art. 8º e o § 2º do art. 10
no Capítulo I desta Lei.
da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005.
Art. 65. Até que a Autoridade Pública Olímpica defina a
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
Carteira de Projetos Olímpicos, aplica-se, excepcionalmente,
produzindo efeitos financeiros, no tocante ao art. 52 desta
o disposto nesta Lei às contratações decorrentes do inciso I
Lei, a contar da transferência dos órgãos ali referidos.
do art. 1º desta Lei, desde que sejam imprescindíveis para o
cumprimento das obrigações assumidas perante o Comitê Brasília, 4 de agosto de 2011; 190º da Independência e 123º
Olímpico Internacional e o Comitê Paraolímpico da República.
Internacional, e sua necessidade seja fundamentada pelo
DILMA ROUSSEFF
contratante da obra ou serviço.
Jose Eduardo Cardozo
Art. 66. Para os projetos de que tratam os incisos I a III do
art. 1º desta Lei, o prazo estabelecido no inciso II do § 1º do Nelson Henrique Barbosa Filho
art. 8º da Medida Provisória nº 2.185-35, de 24 de agosto de
Iraneth Rodrigues Monteiro
2001, passa a ser o de 31 de dezembro de 2013.
Orlando Silva de Jesus Júnior
Art. 67. A Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, passa
a vigorar acrescida do seguinte art. 62-A: Luís Inácio Lucena Adams
“Art. 62-A. Para efeito da análise das operações de crédito Wagner Bittencourt de Oliveira
destinadas ao financiamento dos projetos para os Jogos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2011 -
Olímpicos e Paraolímpicos, para a Copa das Confederações
Edição extra e retificada em 10.8.2011
da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa 2013
e para a Copa do Mundo Fifa 2014, a verificação da
adimplência será efetuada pelo número do registro no DECRETO Nº 6.170/2007
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) principal que
represente a pessoa jurídica do mutuário ou tomador da Dispõe sobre as normas relativas às transferências de
operação de crédito.” recursos da União mediante convênios e contratos de
repasse, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe V - contratante - órgão ou entidade da administração pública
confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em direta e indireta da União que pactua a execução de
vista o disposto no art. 10 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de programa, projeto, atividade ou evento, por intermédio de
fevereiro de 1967, nº art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de instituição financeira federal (mandatária) mediante a
junho de 1993, e no art. 25 da Lei Complementar nº 101, de celebração de contrato de repasse; (Redação dada
4 de maio de 2000 pelo Decreto nº 6.428, de 2008.)
DECRETA: VI - convenente - órgão ou entidade da administração
pública direta e indireta, de qualquer esfera de governo, bem
CAPÍTULO I
como entidade privada sem fins lucrativos, com o qual a
Das Disposições Gerais administração federal pactua a execução de programa,
projeto/atividade ou evento mediante a celebração de
Art. 1º Este Decreto regulamenta os convênios, contratos de
convênio;
repasse e termos de execução descentralizada celebrados
pelos órgãos e entidades da administração pública federal VII - contratado - órgão ou entidade da administração pública
com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins direta e indireta, de qualquer esfera de governo, bem como
lucrativos, para a execução de programas, projetos e entidade privada sem fins lucrativos, com a qual a
atividades que envolvam a transferência de recursos ou a administração federal pactua a execução de contrato de
descentralização de créditos oriundos dos Orçamentos Fiscal repasse; (Redação dada pelo Decreto nº 6.619, de
e da Seguridade Social da União. (Redação dada pelo 2008)
Decreto nº 8.180, de 2013)
VIII - interveniente - órgão da administração pública direta e
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se: indireta de qualquer esfera de governo, ou entidade privada
que participa do convênio para manifestar consentimento
I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento
ou assumir obrigações em nome próprio;
que discipline a transferência de recursos financeiros de
dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da IX - termo aditivo - instrumento que tenha por objetivo a
Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um modificação do convênio já celebrado, vedada a alteração do
lado, órgão ou entidade da administração pública federal, objeto aprovado;
direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da
X - objeto - o produto do convênio ou contrato de repasse,
administração pública estadual, distrital ou municipal, direta
observados o programa de trabalho e as suas finalidades; e
ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos,
visando a execução de programa de governo, envolvendo a XI - padronização - estabelecimento de critérios a serem
realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens seguidos nos convênios ou contratos de repasse com o
ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua mesmo objeto, definidos pelo concedente ou contratante,
cooperação; especialmente quanto às características do objeto e ao seu
custo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.428, de 2008.)
II - contrato de repasse - instrumento administrativo, de
interesse recíproco, por meio do qual a transferência dos XII - prestação de contas - procedimento de
recursos financeiros se processa por intermédio de acompanhamento sistemático que conterá elementos que
instituição ou agente financeiro público federal, que atua permitam verificar, sob os aspectos técnicos e financeiros, a
como mandatário da União. (Redação dada pelo execução integral do objeto dos convênios e dos contratos
Decreto nº 8.180, de 2013) de repasse e o alcance dos resultados previstos.
(Redação dada pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção
III - termo de execução descentralizada - instrumento por
de efeito)
meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre
órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e XIII - unidade descentralizadora - órgão da administração
da Seguridade Social da União, para execução de ações de pública federal direta, autarquia, fundação pública ou
interesse da unidade orçamentária descentralizadora e empresa estatal dependente detentora e descentralizadora
consecução do objeto previsto no programa de trabalho, da dotação orçamentária e dos recursos financeiros; e
respeitada fielmente a classificação funcional programática. (Incluindo pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
(Redação dada pelo Decreto nº 8.180, de 2013)
XIV - unidade descentralizada - órgão da administração
IV - concedente - órgão ou entidade da administração pública federal direta, autarquia, fundação pública ou
pública federal direta ou indireta, responsável pela empresa estatal dependente recebedora da dotação
transferência dos recursos financeiros destinados à orçamentária e recursos financeiros. (Incluindo pelo
execução do objeto do convênio; (Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
Decreto nº 8.943, de 2016)
§ 2º A entidade contratante ou interveniente, bem como os
seus agentes que fizerem parte do ciclo de transferência de
recursos, são responsáveis, para todos os efeitos, pelos atos b) descumprimento injustificado do objeto de convênios,
de acompanhamento que efetuar. contratos de repasse ou termos de parceria; (Incluído
pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
§ 3º Excepcionalmente, os órgãos e entidades federais
poderão executar programas estaduais ou municipais, e os c) desvio de finalidade na aplicação dos recursos
órgãos da administração direta, programas a cargo de transferidos; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de
entidade da administração indireta, sob regime de mútua 2011)
cooperação mediante convênio.
d) ocorrência de dano ao Erário; ou (Incluído
§ 4º O disposto neste Decreto não se aplica aos termos de pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
fomento e de colaboração e aos acordos de cooperação
e) prática de outros atos ilícitos na execução de convênios,
previstos na Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014.
contratos de repasse ou termos de parceria.
(Incluído pelo Decreto n º 8.726, de 2016)
(Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
§ 5º As parcerias com organizações da sociedade civil
VI - cuja vigência se encerre no último ou no primeiro
celebradas por Estado, Distrito Federal ou Município com
trimestre de mandato dos Chefes do Poder Executivo dos
recursos decorrentes de convênio celebrado com a União
entes federativos. (Incluído pelo Decreto nº 8.943,
serão regidas pela Lei nº 13.019, de 2014, e pelas normas
de 2016)
estaduais ou municipais. (Incluído pelo Decreto n º
8.726, de 2016) Parágrafo único. Para fins de alcance do limite estabelecido
no inciso I do caput, é permitido: (Redação dada
CAPÍTULO II
pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
Das Normas de Celebração, Acompanhamento e Prestação
I - consorciamento entre os órgãos e entidades da
de Contas
administração pública direta e indireta dos Estados, Distrito
Art. 2º É vedada a celebração de convênios e contratos de Federal e Municípios; e
repasse: (Vigência)
II - celebração de convênios ou contratos de repasse com
I - com órgãos e entidades da administração pública direta e objeto que englobe vários programas e ações federais a
indireta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serem executados de forma descentralizada, devendo o
cujos valores sejam inferiores aos definidos no ato conjunto objeto conter a descrição pormenorizada e objetiva de todas
previsto no art. 18; (Redação dada pelo Decreto nº as atividades a serem realizadas com os recursos federais.
8.943, de 2016)
Art. 3º As entidades privadas sem fins lucrativos que
II - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham pretendam celebrar convênio ou contrato de repasse com
como dirigente agente político de Poder ou do Ministério órgãos ou entidades da administração pública federal
Público, dirigente de órgão ou entidade da administração deverão realizar cadastro no Sistema de Gestão de
pública de qualquer esfera governamental, ou respectivo Convênios e Contratos de Repasse - SICONV, conforme
cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, normas do órgão central do sistema. (Redação
colateral ou por afinidade, até o segundo grau; e dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
(Redação dada pelo Decreto nº 6.619, de 2008)
§ 1º O cadastramento de que trata o caput poderá ser
III - entre órgãos e entidades da administração pública realizado em qualquer terminal de acesso à internet e
federal, caso em que deverá ser observado o art. 1º, § 1º, permitirá o acesso ao SICONV. (Redação dada
inciso III; (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
2011)
§ 2º No cadastramento serão exigidos, pelo menos:
IV - com entidades privadas sem fins lucrativos que não
I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
comprovem ter desenvolvido, durante os últimos três anos,
atividades referentes à matéria objeto do convênio ou II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade,
contrato de repasse; e (Incluído pelo Decreto nº com Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;
7.568, de 2011)
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse
V - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, com entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de
em suas relações anteriores com a União, incorrido em pelo chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade
menos uma das seguintes condutas: (Incluído pelo concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que
Decreto nº 7.568, de 2011) tornem mais eficaz o objeto do ajuste. (Redação
dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
a) omissão no dever de prestar contas; (Incluído pelo
Decreto nº 7.568, de 2011) § 1º Deverá ser dada publicidade ao chamamento público,
inclusive ao seu resultado, especialmente por intermédio da
divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão ou competência prevista no caput. (Incluído pelo
entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios. Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
(Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
§ 2º As autoridades de que trata o caput são responsáveis
§ 2º O Ministro de Estado ou o dirigente máximo da por: (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014)
entidade da administração pública federal poderá, mediante (Produção de efeito)
decisão fundamentada, excepcionar a exigência prevista no
I - decidir sobre a aprovação da prestação de contas; e
caput nas seguintes situações: (Incluído pelo Decreto
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
nº 7.568, de 2011)
efeito)
I - nos casos de emergência ou calamidade pública, quando
II - suspender ou cancelar o registro de inadimplência nos
caracterizada situação que demande a realização ou
sistemas da administração pública federal. (Incluído
manutenção de convênio ou contrato de repasse pelo prazo
pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos,
contados da ocorrência da emergência ou calamidade, § 3º A competência prevista no § 2º poderá ser delegada a
vedada a prorrogação da vigência do instrumento; autoridades diretamente subordinadas àquelas a que se
(Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011) refere o § 1º, vedada a subdelegação. (Incluído
pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
II - para a realização de programas de proteção a pessoas
ameaçadas ou em situação que possa comprometer sua Art. 6º-B. Para a celebração de convênio ou de contrato de
segurança; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.568, repasse, as entidades privadas sem fins lucrativos deverão
de 2011) apresentar: (Incluído pelo Decreto nº 8.943, de
2016)
III - nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto
do convênio ou contrato de repasse já seja realizado I - declaração do dirigente da entidade: (Incluído
adequadamente mediante parceria com a mesma entidade pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
há pelo menos cinco anos e cujas respectivas prestações de
a) acerca da não existência de dívida com o Poder Público e
contas tenham sido devidamente aprovadas.
quanto à sua inscrição nos bancos de dados públicos e
(Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
privados de proteção ao crédito; e (Incluído pelo
Art. 5º O chamamento público deverá estabelecer critérios Decreto nº 8.943, de 2016)
objetivos visando à aferição da qualificação técnica e
b) acerca do não enquadramento dos dirigentes
capacidade operacional do convenente para a gestão do
relacionados no inciso II do § 2º do art. 3º na vedação
convênio. (Vigência)
prevista no inciso II do caput do art. 2º; (Incluído
Art. 6º Constitui cláusula necessária em qualquer convênio pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
ou contrato de repasse celebrado pela União e suas
II - prova de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de
entidades: (Redação dada pelo Decreto nº 8.244,
Pessoas Jurídicas - CNPJ; (Incluído pelo Decreto
de 2014) (Produção de efeito)
nº 8.943, de 2016)
I - a indicação da forma pela qual a execução do objeto será
III - prova de regularidade com as Fazendas Federal,
acompanhada pelo concedente; e (Incluído pelo
Estadual, Distrital e Municipal e com o Fundo de Garantia do
Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
Tempo de Serviço - FGTS, na forma da lei; (Incluído
II - a vedação para o convenente de estabelecer contrato ou pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
convênio com entidades impedidas de receber recursos
IV - comprovante do exercício, nos últimos três anos, pela
federais. (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014)
entidade privada sem fins lucrativos, de atividades
(Produção de efeito)
referentes à matéria objeto do convênio ou do contrato de
Parágrafo único. A forma de acompanhamento prevista no repasse que pretenda celebrar com órgãos e entidades da
inciso I do caput deverá ser suficiente para garantir a plena administração pública federal; (Incluído pelo
execução física do objeto. (Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
V - declaração de que a entidade não consta de cadastros
Art. 6º-A. Os convênios ou contratos de repasse com impeditivos de receber recursos públicos; e (Incluído
entidades privadas sem fins lucrativos deverão ser assinados pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da
VI - declaração de que a entidade não se enquadra como
entidade da administração pública federal concedente.
clube recreativo, associação de servidores ou congênere.
(Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
(Incluído pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
§ 1º O Ministro de Estado e o dirigente máximo da entidade
da administração pública federal não poderão delegar a
§ 1º Verificada falsidade ou incorreção de informação em convênios serão feitas exclusivamente por intermédio de
qualquer documento apresentado, o convênio ou o contrato instituição financeira oficial, federal ou estadual, e, no caso
de repasse deverá ser imediatamente denunciado pelo de contratos de repasse, exclusivamente por instituição
concedente ou contratado. (Incluído pelo Decreto financeira federal. (Redação dada pelo Decreto nº
nº 8.943, de 2016) 8.943, de 2016)
§ 2º A análise e a aprovação do requisito constante do inciso § 1º Os pagamentos à conta de recursos recebidos da União,
IV do caput deverá ser realizada pelo órgão ou pela entidade previsto no caput, estão sujeitos à identificação do
da administração pública federal concedente ou beneficiário final e à obrigatoriedade de depósito em sua
contratante. (Incluído pelo Decreto nº 8.943, de conta bancária.
2016)
§ 2º Excepcionalmente, mediante mecanismo que permita a
Art. 7º A contrapartida será calculada sobre o valor total do identificação, pelo banco, do beneficiário do pagamento,
objeto e poderá ser atendida da seguinte forma: poderão ser realizados pagamentos a beneficiários finais
(Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016) pessoas físicas que não possuam conta bancária, observados
os limites fixados na forma do art. 18.
I - por meio de recursos financeiros, pelos órgãos ou
entidades públicas, observados os limites e percentuais § 3º Toda movimentação de recursos de que trata este
estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias vigente; e artigo, por parte dos convenentes, executores e instituições
(Incluído pelo Decreto nº 8.943, de 2016) financeiras autorizadas, será realizada observando-se os
seguintes preceitos:
II - por meio de recursos financeiros e de bens ou serviços, se
economicamente mensuráveis, pelas entidades privadas I - movimentação mediante conta bancária específica para
sem fins lucrativos. (Incluído pelo Decreto nº cada instrumento de transferência (convênio ou contrato de
8.943, de 2016) repasse);
§ 1º Quando financeira, a contrapartida deverá ser II - pagamentos realizados mediante crédito na conta
depositada na conta bancária específica do convênio em bancária de titularidade dos fornecedores e prestadores de
conformidade com os prazos estabelecidos no cronograma serviços, facultada a dispensa deste procedimento, por ato
de desembolso, ou depositada nos cofres da União, na da autoridade máxima do concedente ou contratante,
hipótese de o convênio ser executado por meio do Sistema devendo o convenente ou contratado identificar o
Integrado de Administração Financeira - SIAFI. destinatário da despesa, por meio do registro dos dados no
SICONV; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.619,
§ 2º Quando atendida por meio de bens e serviços, constará
de 2008)
do convênio cláusula que indique a forma de aferição da
contrapartida. III - transferência das informações mencionadas no inciso I
ao SIAFI e ao Portal de Convênios, em meio magnético,
Art. 8º A execução de programa de trabalho que objetive a
conforme normas expedidas na forma do art. 18.
realização de obra será feita por meio de contrato de
repasse, salvo quando o concedente dispuser de estrutura § 4º Os recursos de convênio, enquanto não utilizados, serão
para acompanhar a execução do convênio. (Vigência) aplicados conforme disposto no art. 116, § 4º, da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada
Parágrafo único. Caso a instituição ou agente financeiro
pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
público federal não detenha capacidade técnica necessária
ao regular acompanhamento da aplicação dos recursos § 5º As receitas financeiras auferidas na forma do § 4º serão
transferidos, figurará, no contrato de repasse, na qualidade obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e
de interveniente, outra instituição pública ou privada a quem aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade,
caberá o mencionado acompanhamento. observado o parágrafo único do art. 12.
Art. 9º No ato de celebração do convênio ou contrato de § 6º A prestação de contas no âmbito dos convênios e
repasse, o concedente deverá empenhar o valor total a ser contratos de repasse observará regras específicas de acordo
transferido no exercício e efetuar, no caso de convênio ou com o montante de recursos públicos envolvidos, nos
contrato de repasse com vigência plurianual, o registro no termos das disposições e procedimentos estabelecidos no
SIAFI, em conta contábil específica, dos valores programados ato conjunto de que trata o caput do art. 18.
para cada exercício subseqüente. (Vigência) (Redação dada pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção
de efeito)
Parágrafo único. O registro a que se refere o caput acarretará
a obrigatoriedade de ser consignado crédito nos orçamentos § 7º A prestação de contas inicia-se concomitantemente
seguintes para garantir a execução do convênio. com a liberação da primeira parcela dos recursos financeiros
que deverá ser registrada pelo concedente no SICONV.
Art. 10. As transferências financeiras para órgãos públicos e
(Redação dada pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Vide)
entidades públicas e privadas decorrentes da celebração de
§ 8º O prazo para análise da prestação de contas e a público, desde que: (Incluído pelo Decreto nº
manifestação conclusiva pelo concedente será de um ano, 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
prorrogável no máximo por igual período, desde que
I - estejam previstas no programa de trabalho;
devidamente justificado. (Redação dada pelo
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
Decreto nº 8.244, de 2014) (Vide)
efeito)
§ 9º Constatada irregularidade ou inadimplência na
II - não ultrapassem quinze por cento do valor do objeto; e
apresentação da prestação de contas e na comprovação de
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
resultados, a administração pública federal poderá, a seu
efeito)
critério, conceder prazo de até quarenta e cinco dias para o
convenente sanar a irregularidade ou cumprir a obrigação. III - sejam necessárias e proporcionais ao cumprimento do
(Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016) objeto. (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014)
(Produção de efeito)
§ 10. A análise da prestação de contas pelo concedente
poderá resultar em: (Incluído pelo Decreto nº § 1º Consideram-se despesas administrativas as despesas
8.244, de 2014) (Produção de efeito) com internet, transporte, aluguel, telefone, luz, água e
outras similares. (Incluído pelo Decreto nº 8.244,
I - aprovação; (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de
de 2014) (Produção de efeito)
2014) (Produção de efeito)
§ 2º Quando a despesa administrativa for paga com recursos
II - aprovação com ressalvas, quando evidenciada
do convênio ou do contrato de repasse e de outras fontes, a
impropriedade ou outra falta de natureza formal de que não
entidade privada sem fins lucrativos deverá apresentar a
resulte dano ao Erário; ou (Incluído pelo Decreto
memória de cálculo do rateio da despesa, vedada a
nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no
III - rejeição com a determinação da imediata instauração de custeio de uma mesma parcela da despesa.
tomada de contas especial. (Incluído pelo Decreto (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito) efeito)
§ 11. A contagem do prazo de que trata o § 8º inicia-se no Art. 11-B. Nos convênios e contratos de repasse firmados
dia da apresentação da prestação de contas. com entidades privadas sem fins lucrativos, é permitida a
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de remuneração da equipe dimensionada no programa de
efeito) trabalho, inclusive de pessoal próprio da entidade, podendo
contemplar despesas com pagamentos de tributos, FGTS,
§ 12. Findo o prazo de que trata o § 8º, considerado o
férias e décimo terceiro salário proporcionais, verbas
período de suspensão referido no § 9º, a ausência de decisão
rescisórias e demais encargos sociais, desde que tais valores:
sobre a aprovação da prestação de contas pelo concedente
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
poderá resultar no registro de restrição contábil do órgão ou
efeito)
entidade pública referente ao exercício em que ocorreu o
fato. (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) I - correspondam às atividades previstas e aprovadas no
(Produção de efeito) programa de trabalho; (Incluído pelo Decreto nº
8.244, de 2014) (Produção de efeito)
§ 13. Nos casos de contratos de repasse, a instituição
financeira oficial federal poderá atuar como mandatária da II - correspondam à qualificação técnica para a execução da
União para execução e fiscalização desses contratos. função a ser desempenhada; (Incluído pelo Decreto
(Incluído pelo Decreto nº 8.943, de 2016) nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
Art. 11. Para efeito do disposto no art. 116 da Lei nº 8.666, III - sejam compatíveis com o valor de mercado da região
de 21 de junho de 1993, a aquisição de produtos e a onde atua a entidade privada sem fins lucrativos;
contratação de serviços com recursos da União transferidos (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
a entidades privadas sem fins lucrativos deverão observar os efeito)
princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade,
IV - observem, em seu valor bruto e individual, setenta por
sendo necessária, no mínimo, a realização de cotação prévia
cento do limite estabelecido para a remuneração de
de preços no mercado antes da celebração do contrato.
servidores do Poder Executivo federal; e (Incluído
(Vigência)
pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
Art. 11-A. Nos convênios e contratos de repasse firmados
V - sejam proporcionais ao tempo de trabalho efetivamente
com entidades privadas sem fins lucrativos, poderão ser
dedicado ao convênio ou contrato de repasse.
realizadas despesas administrativas, com recursos
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
transferidos pela União, até o limite fixado pelo órgão
efeito)
§ 1º A seleção e contratação, pela entidade privada sem fins remanescentes, inclusive os provenientes das receitas
lucrativos, de equipe envolvida na execução do convênio ou obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão
contrato de repasse observará a realização de processo devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no
seletivo prévio, observadas a publicidade e a prazo improrrogável de trinta dias do evento, sob pena da
impessoalidade. (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de imediata instauração de tomada de contas especial do
2014) (Produção de efeito) responsável, providenciada pela autoridade competente do
órgão ou entidade titular dos recursos.
§ 2º A despesa com a equipe observará os limites
percentuais máximos a serem estabelecidos no edital de Art. 12-A. A celebração de termo de execução
chamamento público. (Incluído pelo Decreto nº descentralizada atenderá à execução da descrição da ação
8.244, de 2014) (Produção de efeito) orçamentária prevista no programa de trabalho e poderá ter
as seguintes finalidades: (Incluído pelo Decreto
§ 3º A entidade privada sem fins lucrativos deverá dar ampla
nº 8.180, de 2013)
transparência aos valores pagos, de maneira individualizada,
a título de remuneração de sua equipe de trabalho vinculada I - execução de programas, projetos e atividades de interesse
à execução do objeto do convênio ou contrato de repasse. recíproco, em regime de mútua colaboração;
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de (Incluído pelo Decreto nº 8.180, de 2013)
efeito)
II - realização de atividades específicas pela unidade
§ 4º Não poderão ser contratadas com recursos do convênio descentralizada em benefício da unidade descentralizadora
ou contrato de repasse as pessoas naturais que tenham sido dos recursos; (Incluído pelo Decreto nº 8.180, de 2013)
condenadas por crime: (Incluído pelo Decreto
III - execução de ações que se encontram organizadas em
nº 8.244, de 2014) (Produção de efeito)
sistema e que são coordenadas e supervisionadas por um
I - contra a administração pública ou o patrimônio público; órgão central; ou (Incluído pelo Decreto nº 8.180, de 2013)
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de
IV - ressarcimento de despesas. (Incluído pelo
efeito)
Decreto nº 8.180, de 2013)
II - eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de
§ 1º A celebração de termo de execução descentralizada nas
liberdade; ou (Incluído pelo Decreto nº 8.244, de
hipóteses dos incisos I a III do caput configura delegação de
2014) (Produção de efeito)
competência para a unidade descentralizada promover a
III - de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. execução de programas, atividades ou ações previstas no
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de orçamento da unidade descentralizadora. (Incluído
efeito) pelo Decreto nº 8.180, de 2013)
§ 5º A inadimplência da entidade privada sem fins lucrativos § 2º Para os casos de ressarcimento de despesas entre
em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais órgãos ou entidades da administração pública federal,
não transfere à administração pública a responsabilidade por poderá ser dispensada a formalização de termo de execução
seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do convênio ou descentralizada. (Incluído pelo Decreto nº 8.180,
contrato de repasse. (Incluído pelo Decreto nº de 2013)
8.244, de 2014) (Produção de efeito)
§ 3º É dispensada a formalização de termo de execução
§ 6º Quando a despesa com a remuneração da equipe for descentralizada nos processos de aquisição e contratação de
paga proporcionalmente com recursos do convênio ou bens e serviços em que a execução contratual for
contrato de repasse, a entidade privada sem fins lucrativos centralizada por meio da Central de Compras da Secretaria
deverá apresentar a memória de cálculo do rateio da de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
despesa, vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes e Gestão, sendo a sua operação definida por ato do
de recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa. Secretário de Gestão. (Incluído pelo Decreto nº
(Incluído pelo Decreto nº 8.244, de 2014) (Produção de 9.420, de 2018)
efeito)
Art. 12-B. O termo de execução descentralizada observará o
Art. 12. O convênio poderá ser denunciado a qualquer disposto no Decreto nº 825, de 28 de maio de 1993, e sua
tempo, ficando os partícipes responsáveis somente pelas aplicação poderá ser disciplinada suplementarmente pelo
obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que ato conjunto previsto no art. 18. (Incluído pelo Decreto nº
participaram voluntariamente do acordo, não sendo 8.180, de 2013)
admissível cláusula obrigatória de permanência ou
CAPÍTULO III
sancionadora dos denunciantes. (Vigência)
Do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de
Parágrafo único. Quando da conclusão, denúncia, rescisão
Repasse - Siconv e do Portal dos Convênios
ou extinção do convênio, os saldos financeiros
Art. 13. A celebração, a liberação de recursos, o III - auxiliar os órgãos setoriais na execução das normas
acompanhamento da execução e a prestação de contas de estabelecidas neste Decreto e no ato a que se refere o art.
convênios, contratos de repasse e termos de parceria serão 18 deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº
registrados no SICONV, que será aberto ao público, via rede 6.428, de 2008 )
mundial de computadores - Internet, por meio de página
§ 5º A Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
específica denominada Portal dos Convênios.
Desenvolvimento e Gestão funcionará como Secretaria-
(Redação dada pelo Decreto nº 6.619, de 2008)
Executiva da Comissão a que se refere o § 1º.
(Vigência)
(Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
§ 1º Fica criada a Comissão Gestora do SICONV, que
Art. 13-A. O SICONV deverá apresentar relação das
funcionará como órgão central do sistema, composta por
entidades privadas sem fins lucrativos que possuam
representantes dos seguintes órgãos: (Redação
convênios ou contratos de repasse vigentes com a União ou
dada pelo Decreto nº 6.428, de 2008.)
cujas contas ainda estejam pendentes de aprovação.
I - Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda; (Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
(Incluído pelo Decreto nº 6.428, de 2008 )
Parágrafo único. Deverá ser dada publicidade à relação de
II - Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do que trata o caput por intermédio da sua divulgação na
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; primeira página do Portal dos Convênios. (Redação
(Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016) dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
III - Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, CAPÍTULO IV
Desenvolvimento e Gestão; (Redação dada
Da Padronização dos Objetos
pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
Art. 14. Os órgãos concedentes são responsáveis pela
IV - Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da
seleção e padronização dos objetos mais freqüentes nos
Transparência e Controladoria-Geral da União;
convênios. (Vigência)
(Redação dada pelo Decreto nº 9.420, de 2018)
Art. 15. Nos convênios em que o objeto consista na
V - Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça; e
aquisição de bens que possam ser padronizados, os
(Redação dada pelo Decreto nº 9.420, de 2018)
próprios órgãos e entidades da administração pública
VI - Secretaria de Governo da Presidência da República. federal poderão adquiri-los e distribuí-los aos convenentes.
(Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016) (Vigência)
§ 2º Serão órgãos setoriais do SICONV todos os órgãos e CAPÍTULO V
entidades da administração pública federal que realizem
Das Disposições Finais e Transitórias
transferências voluntárias de recursos, aos quais compete a
gestão dos convênios e a alimentação dos dados que forem Art. 16. Os órgãos e entidades concedentes deverão
de sua alçada. publicar, até cento e vinte dias após a publicação deste
Decreto, no Diário Oficial da União, a relação dos objetos de
§ 3º O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral
convênios que são passíveis de padronização.
da União, o Poder Legislativo, por meio das mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o Ministério Parágrafo único. A relação mencionada no caput deverá ser
Público, o Tribunal de Contas da União, e demais órgãos revista e republicada anualmente.
que demonstrem necessidade, a critério do órgão central
Art. 16-A. A vedação prevista no inciso IV do caput do art.
do sistema, terão acesso ao SICONV, sendo permitida a
2º e as exigências previstas no inciso VI do § 2º do art. 3º e
inclusão de informações que tiverem conhecimento a
no art. 4º não se aplicam às transferências do Ministério da
respeito da execução dos convênios publicados no Sistema.
Saúde destinadas a serviços de saúde integrantes do
(Redação dada pelo Decreto nº 9.420, de 2018)
Sistema Único de Saúde - SUS. (Incluído pelo
§ 4º Ao órgão central do SICONV compete exclusivamente: Decreto nº 7.568, de 2011)
(Incluído pelo Decreto nº 6.428, de 2008 )
Art. 17. Observados os princípios da economicidade e da
I - estabelecer as diretrizes e normas a serem seguidas publicidade, ato conjunto dos Ministros de Estado da
pelos órgãos setoriais e demais usuários do sistema, Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão e da
observado o art. 18 deste Decreto; (Incluído Controladoria-Geral da União disciplinará a possibilidade de
pelo Decreto nº 6.428, de 2008 ) arquivamento de convênios com prazo de vigência
encerrado há mais de cinco anos e que tenham valor
II - sugerir alterações no ato a que se refere o art. 18 deste
registrado de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Decreto; e (Incluído pelo Decreto nº 6.428, de
2008 )
Art. 18. Os Ministros de Estado da Fazenda, do Art. 20. Ficam revogados os arts. 48 a 57 do Decreto nº
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e da 93.872, de 23 de dezembro de 1986, e o Decreto nº 97.916,
Transparência e Controladoria-Geral da União editarão ato de 6 de julho de 1989. (Vigência)
conjunto para dispor sobre a execução do disposto neste
Brasília, 25 de julho de 2007; 186º da Independência e 119º
Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 9.420,
da República.
de 2018)
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Parágrafo único. O ato conjunto previsto no caput poderá
dispor sobre regime de procedimento específico de Paulo Bernardo Silva
celebração, acompanhamento, fiscalização e prestação de
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.2007 e
contas para os convênios e os contratos de repasse, de
retificado em 14.9.2007.
acordo com faixas de valores predeterminadas.
(Redação dada pelo Decreto nº 8.943, de 2016)
Art. 18-A. Os convênios e contratos de repasse celebrados
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº
entre 30 de maio de 2008 e a data mencionada no inciso III 424/2016
do art. 19 deverão ser registrados no SICONV até 31 de
dezembro de 2008. (Incluído pelo Decreto nº Estabelece normas para execução do estabelecido no
6.497, de 2008) Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, que dispõe sobre
as normas relativas às transferências de recursos da União
Parágrafo único. Os Ministros de Estado da Fazenda, do
mediante convênios e contratos de repasse, revoga a
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e da
Portaria Interministerial nº 507/MP/MF/CGU, de 24 de
Transparência e Controladoria-Geral da União
novembro de 2011 e dá outras providências.
regulamentarão, em ato conjunto, o registro previsto no
caput. (Redação dada pelo Decreto nº 9.420, de Com as alterações da Portaria Interministerial 101, de 20 de
2018) abril de 2017, Portaria Interministerial 277, de 03 de
outubro de 2017 e Portaria Interministerial 451, de 18 de
Art. 18-B. A partir de 16 de janeiro de 2012, todos os
dezembro de 2017.
órgãos e entidades que realizem transferências de recursos
oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da Os MINISTROS DE ESTADO DO PLANEJAMENTO,
União por meio de convênios, contratos de repasse ou DESENVOLVIMENTO E GESTÃO, Interino, DA FAZENDA e DA
termos de parceria, ainda não interligadas ao SICONV, TRANSPARÊNCIA, FISCALIZAÇÃO E CONTROLADORIA-
deverão utilizar esse sistema. (Incluído pelo GERAL DA UNIÃO, no uso da atribuição que lhes confere o
Decreto nº 7.641, de 2011) inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e
tendo em vista o disposto no art. 18 do Decreto nº 6.170, de
Parágrafo único. Os órgãos e entidades que possuam
25 de julho de 2007, resolvem:
sistema próprio de gestão de convênios, contratos de
repasse ou termos de parceria deverão promover a TÍTULO I
integração eletrônica dos dados relativos às suas
Das Disposições Gerais
transferências ao SICONV, passando a realizar diretamente
nesse sistema os procedimentos de liberação de recursos, Art. 1º Esta Portaria regula os instrumentos de repasse
acompanhamento e fiscalização, execução e prestação de celebrados pelos órgãos e entidades da Administração
contas. (Incluído pelo Decreto nº 7.641, de Pública Federal com órgãos ou entidades públicas ou
2011) entidades privadas sem fins lucrativos para a execução de
programas, projetos e atividades de interesse recíproco, que
Art. 19. Este Decreto entra em vigor em 1º de julho 2008, envolvam a transferência de recursos financeiros oriundos
exceto: (Redação dada pelo Decreto nº 6.428,
do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União.
de 2008.)
§ 1º Para os efeitos desta Portaria, considera-se:
I - os arts. 16 e 17, que terão vigência a partir da data de
sua publicação; e (Incluído pelo Decreto nº I - acompanhamento: atividade de monitoramento da
6.428, de 2008 ) execução física das metas, etapas e fases do objeto pactuado
nos instrumentos, a ser realizada pelo concedente ou pela
II - os arts. 1º a 8º, 10, 12, 14 e 15 e 18 a 20, que terão
mandatária;
vigência a partir de 15 de abril de 2008. (Incluído
pelo Decreto nº 6.428, de 2008 ) II - beneficiários finais: população diretamente favorecida
pelos investimentos;
III - o art. 13, que terá vigência a partir de 1º de setembro
de 2008. (Incluído pelo Decreto nº 6.497, de III - bens remanescentes: equipamentos e materiais
2008) permanentes adquiridos com recursos dos instrumentos
necessários à consecução do objeto, mas que não se cooperação, na forma do § 3º do art. 1º do Decreto nº 6.170,
incorporam a este; de 2007;
IV - concedente: órgão ou entidade da Administração Pública XIII - estudo de concepção e de alternativas de projeto: peças
Federal, direta ou indireta, responsável pela transferência técnicas utilizadas para descrever as alternativas estudadas
dos recursos, verificação da conformidade financeira, e justificar a solução de engenharia adotada, tomando por
acompanhamento da execução e avaliação do cumprimento base aspectos técnicos, econômicos, sociais e ambientais;
do objeto do instrumento;
XIV - etapa ou fase: divisão existente na execução de uma
V - conformidade financeira: aferição da execução financeira meta;
do objeto pactuado em relação ao previsto no plano de
XV - fiscalização: atividade que deve ser realizada de modo
trabalho e no projeto básico, realizada pelo concedente ou
sistemático pelo convenente e seus prepostos, com a
pela mandatária de forma contínua, durante toda a vigência
finalidade de verificar o cumprimento das disposições
do instrumento, com registro de eventuais impropriedades
contratuais, técnicas e administrativas em todos os seus
ou irregularidades no Sistema de Gestão de Convênios e
aspectos;
Contratos de Repasse - SICONV;
XVI - interveniente: órgão ou entidade da Administração
VI - contrato de repasse: instrumento administrativo, de
Pública direta ou indireta de qualquer esfera de governo, ou
interesse recíproco, por meio do qual a transferência dos
entidade privada que participa do instrumento para
recursos financeiros se processa por intermédio de
manifestar consentimento ou assumir obrigações em nome
instituição ou agente financeiro público federal, que atua
próprio;
como mandatário da União;
XVII - instrumentos: convênios e contratos de repasse;
VII - contrato administrativo de execução ou fornecimento -
CTEF: instrumento jurídico que disciplina a execução de obra, XVIII - mandatárias: instituições financeiras oficiais federais,
fornecimento de bem ou serviço, regulado pela Lei nº 8.666, que celebram e operacionalizam, em nome da União, os
de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes à instrumentos regulados por esta Portaria;
matéria, tendo como contratante o órgão que figura como
XIX - meta: parcela quantificável do objeto descrita no plano
convenente;
de trabalho;
VIII - contrato de prestação de serviços - CPS: instrumento
XX - objeto: produto do instrumento, observados o programa
jurídico que regula a prestação de serviços realizados pela
de trabalho e as suas finalidades;
mandatária a favor do concedente, que deve conter as
atribuições delegadas, as limitações do mandato e a forma XXI - ordem bancária de transferências voluntárias - OBTV:
de remuneração pelos serviços; minuta da ordem bancária de pagamento de despesa dos
instrumentos, encaminhada virtualmente pelo SICONV ao
IX - consórcio público: pessoa jurídica formada
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei nº
Federal - SIAFI, mediante autorização do Gestor Financeiro e
11.107, de 6 de abril de 2005;
do Ordenador de Despesa do convenente, ambos
X - convenente: órgão ou entidade da Administração Pública previamente cadastrados no SICONV, para posterior envio,
direta ou indireta, de qualquer esfera de governo, consórcio pelo próprio SIAFI, à instituição bancária que efetuará o cré-
público ou entidade privada sem fins lucrativos, com a qual dito na conta corrente do beneficiário final da despesa;
a Administração Pública Federal pactua a execução de
XXII - órgãos de controle: instituições vinculadas aos Poderes
programas, projetos e atividades de interesse recíproco por
Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito
meio de convênios ou contratos de repasse;
Federal e dos Municípios, que possuem designação
XI - convênio: instrumento que disciplina a transferência de constitucional para orientar, auditar, fiscalizar e acompanhar
recursos financeiros de órgãos ou entidades da a execução dos projetos e atividades de governo nos
Administração Pública Federal, direta ou indireta, para aspectos de legalidade, eficácia, economicidade e eficiência;
órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual,
XXIII - padronização do objeto: estabelecimento de modelos
Distrital ou Municipal, direta ou indireta, consórcios
ou critérios a serem seguidos nos instrumentos que visem ao
públicos, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos,
atingimento de objetivo similar, definidos pelo concedente,
visando à execução de projeto ou atividade de interesse
especialmente quanto às características do objeto e ao seu
recíproco, em regime de mútua cooperação;
custo;
XII - convênio de receita: ajuste em que órgãos e entidades
XXIV - plano de trabalho: peça processual integrante dos
federais figuram como convenentes, recebendo recursos
instrumentos, que evidencia o detalhamento do objeto, da
para executar programas estaduais ou municipais, ou os
justificativa, dos cronogramas físico e financeiro, do plano de
órgãos da administração direta, programas a cargo da
aplicação das despesas, bem como das informações da conta
entidade da administração indireta, sob regime de mútua
corrente específica, dos partícipes e dos seus capazes de propiciar a avaliação do custo pela
representantes; Administração, diante de orçamento detalhado,
considerando os preços praticados no mercado da região
XXV - prestação de contas financeira: procedimento de
onde será executado o objeto, a definição dos métodos e o
acompanhamento sistemático da conformidade financeira,
prazo de execução do objeto; e
considerando o início e o fim da vigência dos instrumentos;
XXXV - unidade executora: órgão ou entidade da
XXVI - prestação de contas técnica: procedimento de análise
Administração Pública, das esferas Estadual, Distrital ou
dos elementos que comprovam, sob os aspectos técnicos, a
Municipal, sobre o qual pode recair a responsabilidade pela
execução integral do objeto e o alcance dos resultados
execução dos objetos definidos nos instrumentos de que
previstos nos instrumentos;
trata esta Portaria, a critério do convenente, desde que
XXVII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e aprovado previamente pelo concedente, devendo ser
suficientes, com nível de precisão adequado, para considerado como partícipe no instrumento.
caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
§ 2º A descentralização da execução por meio dos
serviços, elaborados com base nas indicações dos estudos
instrumentos dispostos nesta Portaria, somente poderá ser
técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e
efetivada para entidades públicas ou privadas sem fins
o adequado tratamento do impacto ambiental do
lucrativos para execução de objetos relacionados com suas
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
atividades e que disponham de condições técnicas e
obra ou serviço de engenharia e a definição dos métodos e
operacionais para executá-lo.
do prazo de execução;
§ 3º Os critérios para avaliação das condições técnicas e
XXVIII - proponente: órgão ou entidade pública ou entidade
operacionais para execução, previstos no § 2º deste artigo,
privada sem fins lucrativos que manifeste, por meio de
serão objeto de regulamentação por meio de instrução
proposta ou plano de trabalho, interesse em celebrar
normativa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
instrumento regulado por esta Portaria;
e Gestão.
XXIX - proposta de trabalho: peça processual inicial utilizada
§ 4º Caso a mandatária não detenha capacidade técnica
para manifestação formal dos órgãos ou entidades públicas
necessária ao regular acompanhamento da aplicação dos
ou privadas sem fins lucrativos, interessadas em celebrar os
recursos transferidos, figurará, no contrato de repasse, na
instrumentos regulamentados por esta Portaria, cujo
qualidade de interveniente, outra instituição pública ou
conteúdo contempla a descrição do objeto; a justificativa; a
privada a quem caberá o mencionado acompanhamento.
indicação do público alvo; a estimativa dos recursos do
concedente e contrapartida e as informações relativas à § 5º Excepcionalmente as obras e serviços de engenharia
capacidade técnica e gerencial do proponente; iniciadas antes da publicação desta Portaria, poderão, para
sua conclusão, ser operacionalizadas por meio de convênios.
XXX - reprogramação: procedimento que visa o aceite, pelo
concedente ou mandatária, de pequenos ajustes ou § 6º Os órgãos ou entidades da Administração Pública de
adequações no instrumento pactuado, vedada a qualquer esfera de governo que recebam as transferências
descaracterização total ou parcial do objeto do contrato; de que trata o caput deverão incluí-las em seus orçamentos.
XXXI - síntese do projeto aprovado - SPA: formulário § 7º A União não está obrigada a celebrar os instrumentos
padronizado contendo os elementos básicos necessários dispostos nesta Portaria.
para descrever e quantificar os principais componentes do
§ 8º Na hipótese de o instrumento vir a ser firmado por
projeto de engenharia aceito pela mandatária, quando o
entidade ou órgão de Estado, do Distrito Federal ou de
objeto do instrumento incluir obras e serviços de
Município, o ente federado ao qual esteja vinculado ou
engenharia;
subordinado deverá participar como interveniente no
XXXII - termo aditivo: instrumento que tenha por objetivo a instrumento a ser celebrado, salvo se o representante legal
modificação do instrumento já celebrado, vedada a da entidade ou do órgão tiver competência, conforme as
alteração do objeto aprovado; normas locais, para assinar o instrumento.
XXXIII - termo de parceria: instrumento jurídico previsto na § 9º Os instrumentos referentes a projetos financiados com
Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, para transferência de recursos de origem externa deverão contemplar, no que
recursos para entidade privada sem fins lucrativos que couber, além do disposto nesta Portaria, os direitos e
possua a qualificação como Organização da Sociedade Civil obrigações constantes dos respectivos acordos de
de Interesse Público - OSCIP; empréstimos ou contribuições financeiras não
reembolsáveis celebrados pela República Federativa do
XXXIV - termo de referência: documento apresentado
Brasil com organismos internacionais, agências
quando o objeto do instrumento envolver aquisição de bens
governamentais estrangeiras, organizações multilaterais de
ou prestação de serviços, que deverá conter elementos
crédito ou organizações supranacionais.
Art. 2º Não se aplicam as exigências desta Portaria: V - Nível V, para execução de custeio ou aquisição de
equipamentos com valores de repasse iguais ou superiores a
I - aos instrumentos:
R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais).
a) celebrados anteriormente à data da sua publicação,
§1º Para os fins de contratação e execução dos serviços
devendo ser observadas, neste caso, as prescrições
relacionados ao CPS, referentes à operacionalização dos
normativas vigentes à época da sua celebração, podendo,
contratos de repasse, o nível III de que trata o caput terá a
todavia, se lhes aplicar o disposto nesta Portaria naquilo que
seguinte divisão: (Incluído pela PORTARIA
beneficiar a consecução do objeto do instrumento e análise
INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017)
de prestação de contas; (Alterado pela PORTARIA
INTERMINISTERIAL Nº 235, DE 23 DE AGOSTO DE 2018). I - Nível III - A: para execução de obras e serviços de
engenharia com valores de repasse iguais ou superiores R$
b) que tenham por objeto a delegação de competência ou a
5.000.000,00 (cinco milhões de reais) e inferiores a R$
autorização a órgãos ou entidades de outras esferas de
20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluído pela
governo para a execução de atribuições determinadas em
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO
lei, regulamento ou regimento interno, com geração de
DE 2017)
receita compartilhada; e
II - Nível III - B: para execução de obras e serviços de
c) homologados pelo Congresso Nacional ou autorizados
engenharia com valores de repasse iguais ou superiores R$
pelo Senado Federal naquilo em que as disposições dos
20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e inferiores a R$
tratados, acordos e convenções internacionais, específicas,
80.000.000,00 (oitenta milhões de reais); e (Incluído pela
conflitarem com esta Portaria, quando os recursos
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO
envolvidos forem integralmente oriundos de fonte externa
DE 2017)
de financiamento;
III - Nível III - C: para execução de obras e serviços de
II - a outros casos em que lei específica discipline de forma
engenharia com valores de repasse iguais ou superiores a R$
diversa a transferência de recursos para execução de
80.000.000,00 (oitenta milhões de reais). (Incluído pela
programas em parceria do Governo Federal com governos
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO
estaduais, municipais e do Distrito Federal ou entidades
DE 2017).
privadas sem fins lucrativos;
§2º Caberá ao Ministério do Planejamento,
III - às transferências obrigatórias para execução de ações no
Desenvolvimento e Gestão - MP, por meio da Comissão
âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC,
Gestora do SICONV, reavaliar quadrienalmente os valores
regulamentadas pela Lei nº 11.578, de 26 de novembro de
dos níveis definidos no caput deste artigo e, se entender
2007, exceto o disposto no Capítulo I do Título I, desta
necessário, propor alterações dos limites estabelecidos
Portaria, no que couber; e (Alterado pela PORTARIA
nesta Portaria. (Alterado pela PORTARIA INTERMINISTERIAL
INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE 2017).
Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017).
IV - aos termos de execução descentralizada.
Art. 4º Os atos e os procedimentos relativos à formalização,
Art. 3º Para efeito desta Portaria ficam estabelecidos os execução, acompanhamento, prestação de contas e
seguintes níveis para fins de celebração, acompanhamento informações acerca de tomada de contas especial dos
da execução e prestação de contas: instrumentos e termos de parceria serão realizados no
SICONV, aberto à consulta pública, por meio do Portal dos
I - Nível I, para execução de obras e serviços de engenharia
Convênios.
com valores de repasse iguais ou superiores a R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais) e inferiores a R$ 750.000,00 § 1º Os atos que, por sua natureza, não possam ser
(setecentos e cinquenta mil reais); realizados no SICONV, serão nele registrados.
II - Nível II, para execução de obras e serviços de engenharia § 2º Para a celebração dos instrumentos e demais ajustes
com valores de repasse iguais ou superiores a R$ 750.000,00 listados no caput deste artigo, os órgãos e entidades a que
(setecentos e cinquenta mil reais) e inferiores a R$ se refere o art. 1º desta Portaria devem estar cadastrados no
5.000.000,00 (cinco milhões de reais); SICONV.
III - Nível III, para execução de obras e serviços de engenharia § 3º O convenente deverá manter os documentos
com valores de repasse iguais ou superiores a R$ relacionados ao instrumento pelo prazo de 10 (dez) anos,
5.000.000,00 (cinco milhões de reais); contados da data em que foi apresentada a prestação de
contas ou do decurso do prazo para a apresentação da
IV - Nível IV, para execução de custeio ou aquisição de
prestação de contas.
equipamentos com valores de repasse iguais ou superiores a
R$ 100.000,00 (cem mil reais) e inferiores a R$ 750.000,00 § 4º A movimentação financeira na conta corrente específica
(setecentos e cinquenta mil reais); e do instrumento, deverá ocorrer por meio da funcionalidade
incrementar o controle social, conforme consagrado pela Lei poderão ser aplicadas, imporá ao convenente a prestação de
nº 9.452, de 1997, facultada a notificação por meio esclarecimentos ao concedente ou à mandatária.
eletrônico;
§ 2º Prestados os esclarecimentos de que trata o § 1º, o
XII - operar, manter e conservar adequadamente o concedente ou a mandatária, aceitando-os, fará constar nos
patrimônio público gerado pelos investimentos decorrentes autos do processo a justificativa prestada e dará ciência ao
do instrumento; Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-
Geral da União.
XIII - prestar contas dos recursos transferidos pelo
concedente ou mandatária destinados à consecução do § 3º Ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou
objeto do instrumento; ilegalidade, o convenente, dela dará ciência aos órgãos de
controle e, havendo fundada suspeita de crime ou de
XIV - fornecer ao concedente ou à mandatária, a qualquer
improbidade administrativa, cientificará os Ministérios
tempo, informações sobre as ações desenvolvidas para
Público Federal e Estadual e a Advocacia Geral da União.
viabilizar o acompanhamento e avaliação do processo;
§ 4º A fiscalização pelo convenente consiste na atividade
XV - prever no edital de licitação e no CTEF que a
administrativa realizada de modo sistemático, prevista na Lei
responsabilidade pela qualidade das obras, materiais e
nº 8.666, de 1993, com a finalidade de verificar o
serviços executados ou fornecidos é da empresa contratada
cumprimento das disposições contratuais, técnicas e
para esta finalidade, inclusive a promoção de readequações,
administrativas em todos os seus aspectos.
sempre que detectadas impropriedades que possam
comprometer a consecução do objeto ajustado; § 5º Quando o objeto do instrumento envolver a execução
de obras e serviços de engenharia, a fiscalização pelo
XVI - realizar no SICONV os atos e os procedimentos relativos
convenente deverá:
à formalização, execução, acompanhamento, prestação de
contas e informações acerca de tomada de contas especial I - manter profissional ou equipe de fiscalização constituída
dos instrumentos, quando couber; de profissionais habilitados e com experiência necessária ao
acompanhamento e controle das obras e serviços;
XVII - instaurar processo administrativo apuratório, inclusive
processo administrativo disciplinar, quando constatado o II - apresentar ao concedente ou à mandatária declaração de
desvio ou malversação de recursos públicos, irregularidade capacidade técnica, indicando o servidor ou servidores que
na execução do contrato ou gestão financeira do acompanharão a obra ou serviço de engenharia, bem como
instrumento, comunicando tal fato ao concedente ou a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART da prestação
mandatária; de serviços de fiscalização a serem realizados; e
XVIII - registrar no SICONV o extrato do edital de licitação, o III - verificar se os materiais aplicados e os serviços realizados
preço estimado pela Administração Pública para a execução atendem os requisitos de qualidade estabelecidos pelas
do serviço e a proposta de preço total ofertada por cada especificações técnicas dos projetos de engenharia
licitante com a sua respectiva inscrição no Cadastro Nacional aprovados;
de Pessoas Jurídicas - CNPJ, o termo de homologação e
§ 6º O servidor indicado pelo convenente, responsável pelo
adjudicação, o extrato do CTEF e seus respectivos aditivos, a
acompanhamento e fiscalização da obra, deverá assinar e
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART dos projetos,
carregar no SICONV o relatório de fiscalização referente a
dos executores e da fiscalização de obras, e os boletins de
cada medição.
medições;
CAPÍTULO II
XIX - manter um canal de comunicação efetivo, ao qual se
dará ampla publicidade, para o recebimento pela União de Do Chamamento Público
manifestações dos cidadãos relacionadas ao convênio,
Art. 8º Para a celebração dos instrumentos regulados por
possibilitando o registro de sugestões, elogios, solicitações,
esta Portaria, o órgão ou entidade da Administração Pública
reclamações e denúncias; e
Federal, com vista a selecionar projetos e órgãos, entidades
XX - quando o objeto do instrumento se referir à execução públicas ou entidades privadas sem fins lucrativos que
de obras de engenharia, incluir nas placas e adesivos tornem mais eficaz a execução do objeto, poderá realizar
indicativos das obras informação sobre canal para o registro chamamento público no SICONV, que deverá conter, no
de denúncias, reclamações e elogios, conforme previsto no mínimo:
'Manual de Uso da Marca do Governo Federal - Obras' da
I - a descrição dos programas a serem executados de forma
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
descentralizada; e
República.
II - os critérios objetivos para a seleção do convenente, com
§ 1º O descumprimento de quaisquer das obrigações
base nas diretrizes e nos objetivos dos respectivos
dispostas no caput, sem prejuízo de eventuais sanções que
programas.
§ 1º Deverá ser dada publicidade ao chamamento público, a) entre órgãos e entidades da Administração Pública
pelo prazo mínimo de 15 (quinze) dias, especialmente por federal, casos em que deverão ser firmados termos de
intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial execução descentralizada;
do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos
b) com órgão ou entidade, de direito público ou privado, que
Convênios.
esteja inadimplente nas suas obrigações em outros
§ 2º É obrigatória a realização prévia de chamamento público instrumentos celebrados com órgãos ou entidades da
para a celebração de convênio ou contrato de repasse com Administração Pública Federal, exceto aos instrumentos
entidades privadas sem fins lucrativos, salvo para decorrentes de emendas parlamentares individuais nos
transferências do Ministério da Saúde destinadas a serviços termos do § 13 do art. 166 da Constituição Federal, ou
de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS. irregular em qualquer das exigências desta Portaria;
CAPÍTULO III c) com pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado
com fins lucrativos, ainda que sejam estas últimas
Das Vedações
integrantes da administração indireta, no caso das entidades
Art. 9º É vedada a celebração de: que exploram atividade econômica;
I - convênios para a execução de obras e serviços de d) visando à realização de serviços ou execução de obras a
engenharia, exceto nos seguintes casos: serem custeadas, ainda que apenas parcialmente, com
recursos externos, sem a prévia contratação da operação de
a) instrumentos celebrados por órgãos da administração
crédito externo;
indireta que possuam estrutura descentralizada nas
unidades da federação para acompanhamento da execução e) com entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos
das obras e serviços de engenharia; (Alterado pela PORTARIA cujo objeto social não se relacione às características do
INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017). programa ou que não disponham de condições técnicas para
executar o objeto proposto; e
b) instrumentos cujo objeto seja vinculado à função
orçamentária defesa nacional, observado o disposto no art. f) com entidades privadas sem fins lucrativos, cujo corpo de
8º do Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007; ou (Alterado dirigentes contenha pessoas que tiveram, nos últimos cinco
pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL anos, atos julgados irregulares por decisão definitiva do
DE 2017). Tribunal de Contas da União, em decorrência das situações
previstas no art. 16, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho
c) instrumentos celebrados por órgãos e entidades da
de 1992;
administração pública federal, que tenham por finalidade
legal o desenvolvimento regional nos termos do art. 43 da VII - qualquer modalidade regulada por esta Portaria com
Constituição Federal, observado o disposto no art. 8º do entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas
Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007. (Alterado pela relações anteriores com a União, incorrido em pelo menos
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE uma das seguintes condutas:
2017).
a) omissão no dever de prestar contas;
II - convênios para a execução de atividades cujo objeto
b) descumprimento injustificado na execução do objeto dos
esteja relacionado ao pagamento de custeio continuado do
instrumentos ou termos de parceria pactuados;
proponente;
c) desvio de finalidade na aplicação dos recursos
III - instrumentos com entidades privadas, exceto:
transferidos;
a) com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos
d) ocorrência de dano ao Erário; ou
termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal; e
e) prática de outros atos ilícitos na execução dos
b) com os serviços sociais autônomos. (Alterado pela
instrumentos ou termos de parceria pactuados; e
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 235, DE 23 DE AGOSTO DE
2018) VIII - instrumentos com estabelecimentos cadastrados como
filial no CNPJ.
IV - instrumentos para a execução de obras e serviços de
engenharia com valor de repasse inferior a R$ 250.000,00 § 1º Para fins de alcance dos limites estabelecidos nos incisos
(duzentos e cinquenta mil reais); IV e V do caput, é permitido o estabelecimento de consórcio
entre os órgãos e entidades da Administração Pública direta
V - instrumentos para a execução de despesas de custeio ou
e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
para aquisição de equipamentos com valor de repasse
inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais); § 2º O órgão e a entidade concedente procederão, segundo
normas próprias e sob sua exclusiva responsabilidade, às
VI - qualquer instrumento regulado por esta Portaria:
inclusões no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados
do Setor Público Federal - CADIN, de pessoas físicas ou § 9º Quando da celebração de convênios para a execução de
jurídicas que se enquadrem na hipótese prevista na alínea obras e serviços de engenharia os órgãos e entidades da
"b" do inciso VI do caput, observando-se as normas vigentes administração pública federal, deverão observar as
a respeito desse cadastro, em especial a Lei n° 10.522, de 19 seguintes condições: (Incluído pela PORTARIA
de julho de 2002. INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE 2017).
§ 3º Os valores relativos à tarifa de serviços da mandatária, I - garantir a disponibilidade de equipe técnica para a
correspondentes aos serviços para operacionalização da avaliação de projetos básicos das obras, seus
execução dos projetos e atividades estabelecidos no inciso II dimensionamentos, o cálculo dos quantitativos dos serviços
do caput do art. 6º desta Portaria, para fins de cálculo e e análises da adequação dos orçamentos das metas descritas
apropriações contábeis dos valores transferidos, compõem no plano de trabalho; (Incluído pela PORTARIA
o valor da transferência da União a que se referem os incisos INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE 2017).
IV e V do caput deste artigo.
II - garantir disponibilidade de equipe técnica para que seja
§ 4º Tarifas adicionais, bem como acréscimos de atualização realizado, de forma regular, o acompanhamento das obras e
monetária ou encargos relativos a tarifas, a que a mandatária serviços de engenharia, inclusive com visitas ao local; e
venha a fazer jus por força das condições pactuadas nos (Alterado pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18
contratos de prestação de serviços firmados com a DE DEZEMBRO DE 2017).
Administração Federal, deverão constar de categoria de
III - dispor de estrutura física e de pessoal adequada para a
programação específica ou correr à conta das dotações
realização da conformidade financeira e da análise das
destinadas às Transferências financeiras para órgãos e
prestações de contas final no prazo estabelecido por esta
entidades públicas e privadas sem fins lucrativas.
Portaria. (Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 277,
§ 4º-A Os serviços adicionais ao pactuado no Contrato de DE 3 DE OUTUBRO DE 2017).
Prestação de Serviços - CPS, que não compõem os serviços
CAPÍTULO IV
ordinários, deverão ser custeados pelo causador da
demanda. (Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº Da Plurianualidade
451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017).
Art. 10. Nos instrumentos regulados por esta Portaria, cuja
§ 5º Para fins do disposto na alínea "c" do inciso VI do caput, duração ultrapasse um exercício financeiro, indicar-se-á o
compreende-se como entidades da administração indireta crédito e respectivo empenho para atender à despesa no
que desenvolvem atividade econômica em sentido estrito exercício em curso, bem como cada parcela da despesa
aquelas que executam atividades em regime de concorrência relativa à parte a ser executada em exercício futuro,
ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus mediante apostilamento.
acionistas.
Parágrafo único. A previsão de execução de créditos
§ 6º No caso do § 4º, caberá à entidade proponente orçamentários em exercício futuros, a que se refere o caput
demonstrar que não possui finalidade lucrativa nos termos acarretará a responsabilidade do concedente incluir em suas
acima expostos. propostas orçamentárias dos exercícios seguintes a dotação
necessária à execução do instrumento.
§ 7º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal,
deverão encerrar em até 24 (vinte e quatro) meses, os CAPÍTULO V
convênios vigentes cujo objeto esteja relacionado ao
Do Consórcio Público
pagamento de custeio continuado do proponente.
Art. 11. Os órgãos e entidades da Administração Pública
§ 8º Quando o objeto do instrumento envolver a execução
Federal darão preferência às transferências voluntárias para
de obras e serviços de engenharia, fica vedado o
Estados, Distrito Federal e Municípios cujas ações sejam
aproveitamento de licitação que: (Alterado pela PORTARIA
desenvolvidas por intermédio de consórcios públicos,
INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
constituídos segundo o disposto na Lei nº 11.107, de 2005.
I - utilize projeto de engenharia diferente daquele previa
Art. 12. A celebração do instrumento com consórcio público
mente aprovado e a realização de licitação em desacordo
para a transferência de recursos da União está condicionada
com o estabelecido no projeto básico ou termo de referência
ao atendimento, pelos entes federativos consorciados, das
aprovado, sob pena de rescisão do instrumento pactuado; e
exigências legais aplicáveis, sendo vedada sua celebração
(Alterado pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20
caso exista alguma irregularidade por parte de qualquer dos
DE ABRIL DE 2017).
entes consorciados.
II - tenha sido publicada em data anterior ao aceite do
Art. 13. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
projeto básico de engenharia pela mandatária. (Incluído
poderão executar o objeto do instrumento celebrado com a
pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL
DE 2017).
União por meio de consórcio público a que estejam II - justificativa contendo a caracterização dos interesses
associados. recíprocos, a relação entre a proposta apresentada e os
objetivos e diretrizes do programa federal, e a indicação do
Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, o
público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados
instrumento poderá indicar o consórcio público como
esperados;
responsável pela execução, sem prejuízo das
responsabilidades dos convenentes. III - estimativa dos recursos financeiros, discriminando o
repasse a ser realizado pelo concedente ou mandatária e a
TÍTULO II
contrapartida prevista para o proponente, especificando o
Do Cadastramento, da Proposta de Trabalho, da valor de cada parcela e do montante de todos os recursos,
Contrapartida, do Plano De Trabalho e do Projeto Básico e na forma estabelecida em lei;
Termo de Referência
IV - previsão de prazo para a execução; e
CAPÍTULO I
V - informações relativas à capacidade técnica e gerencial do
Do Cadastramento proponente para execução do objeto.
Art. 14. Os órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins Parágrafo único. A descrição do objeto deverá ser realizada
lucrativos que pretendam celebrar os instrumentos de forma concisa, se possível padronizada, e deverá estar em
regulamentados por esta Portaria ou termos de parceria com conformidade com os objetivos e diretrizes do programa que
a Administração Pública Federal deverão realizar irá recepcionar a proposta de trabalho.
cadastramento prévio no SICONV.
Art. 17. O concedente analisará a proposta de trabalho e:
§ 1º O cadastramento prévio no SICONV poderá ser realizado
I - no caso da aceitação:
em qualquer terminal de acesso à internet e permitirá o
acesso ao Sistema e a operacionalização de todas as etapas a) realizará o pré-empenho, que será vinculado à proposta e
e fases dos instrumentos regulados por esta Portaria. só poderá ser alterado por intermédio do SICONV; e
§ 2º O cadastramento conterá, no mínimo, as seguintes b) solicitará ao proponente a inclusão do plano de trabalho
informações: no SICONV.
I - razão social, número de inscrição no Cadastro Nacional de II - no caso de recusa:
Pessoas Jurídicas - CNPJ, endereço, telefone e endereço
a) registrará o indeferimento no SICONV; e
eletrônico; e
b) comunicará ao proponente o indeferimento da proposta.
II - relação nominal dos dirigentes, com endereço, telefone,
endereço eletrônico, número e órgão expedidor da carteira CAPÍTULO III
de identidade e Cadastro de Pessoas Físicas - CPF.
Da Contrapartida
§ 3º Os órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins
Art. 18. A contrapartida será calculada sobre o valor total do
lucrativos são responsáveis pelas informações inseridas no
objeto e, se financeira, deverá ser depositada na conta
cadastramento e deverão atualizá-las sempre que houver
bancária específica do instrumento em conformidade com os
modificação ou solicitação do próprio Sistema.
prazos estabelecidos no cronograma de desembolso.
§ 4º O cadastro no SICONV dos órgãos ou entidades públicas
§ 1º A contrapartida, a ser aportada pelo convenente, será
ou privadas sem fins lucrativos que não atualizarem ou
calculada observados os percentuais e as condições
confirmarem as informações, na forma do § 3º deste artigo,
estabelecidas na lei federal anual de diretrizes orçamentárias
ficará com status de pendente e impossibilitará a celebração
vigentes à época do instrumento.
de novos instrumentos até a regularização do cadastro.
§ 2º A comprovação pelo proponente de que a contrapartida
CAPÍTULO II
proposta está devidamente assegurada, deverá ocorrer
Da Proposta de Trabalho previamente à celebração do instrumento.
Art. 15. Para apresentar proposta de trabalho, o interessado § 3º A previsão de contrapartida a ser aportada pelos órgãos
deverá estar cadastrado no SICONV. públicos, exclusivamente financeira, deverá ser comprovada
por meio de previsão orçamentária.
Art. 16. O proponente cadastrado manifestará seu interesse
em celebrar os instrumentos regulados por esta Portaria § 4º Na celebração de instrumentos com entidades privadas
mediante apresentação de proposta de trabalho no SICONV, sem fins lucrativos, o órgão concedente deverá observar as
em conformidade com o programa e com as diretrizes regras de contrapartida dispostas na lei federal anual de
disponíveis no Sistema, que conterá, no mínimo: diretrizes orçamentárias.
I - descrição do objeto a ser executado;
§ 5º Os aportes de contrapartida deverão obedecer ao uma única vez por igual período, a contar da data da
pactuado no plano de trabalho, podendo haver antecipação celebração, conforme a complexidade do objeto.
de parcelas, inteiras ou parte, a critério do convenente.
§ 3º O prazo de que trata o § 2º não poderá ultrapassar 18
CAPÍTULO IV (dezoito) meses, incluída a prorrogação, se houver.
Do Plano de Trabalho § 4º O projeto básico ou o termo de referência será
apreciado pelo concedente ou pela mandatária e, se
Art. 19. O plano de trabalho, que será avaliado pelo
aprovado, integrará o plano de trabalho.
concedente, conterá, no mínimo:
§ 5º Nos casos em que houver divergências de valores entre
I - justificativa para a celebração do instrumento;
o plano de trabalho aprovado e o projeto básico ou termo de
II - descrição completa do objeto a ser executado; referência aprovado, os partícipes deverão providenciar as
alterações do plano de trabalho e do instrumento.
III - descrição das metas a serem atingidas;
§ 6º Constatados vícios sanáveis no projeto básico ou no
IV - definição das etapas ou fases da execução;
termo de referência, estes serão comunicados ao
V - compatibilidade de custos com o objeto a ser executado; convenente, que disporá de prazo para saná-los.
VI - cronograma de execução do objeto e cronograma de § 7º Caso o projeto básico ou o termo de referência não seja
desembolso; e entregue no prazo estabelecido no § 2º ou receba parecer
contrário à sua aprovação, proceder-se-á à extinção da
VII - plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados
proposta ou instrumento, caso este já tenha sido assinado.
pelo concedente e da contrapartida financeira do
proponente, se for o caso. § 8º As despesas referentes ao custo para elaboração do
projeto básico ou termo de referência, além das despesas
Art. 20. O plano de trabalho será analisado quanto à sua
necessárias ao licenciamento ambiental, poderão ser
viabilidade e adequação aos objetivos do programa e, no
custeadas com recursos oriundos do instrumento pactuado,
caso das entidades privadas sem fins lucrativos, será avaliada
desde que o desembolso do concedente voltado a essas
sua qualificação técnica e capacidade operacional para
despesas não seja superior a 5% (cinco por cento) do valor
gestão do instrumento, de acordo com critérios
total do instrumento. (Alterado pela PORTARIA
estabelecidos pelo órgão ou entidade repassador de
INTERMINISTERIAL Nº 114, DE 7 DE MAIO DE 2018).
recursos.
§ 9º Quando houver, no plano de trabalho, a previsão de
§ 1º Será comunicada ao proponente qualquer
transferência de recursos para a elaboração de projeto
irregularidade ou imprecisão constatadas no plano de
básico ou termo de referência, a liberação do montante
trabalho, que deverá ser sanada no prazo estabelecido pelo
correspondente ao custo do serviço se dará após a
concedente.
celebração do instrumento, conforme cronograma de
§ 2º A ausência da manifestação do proponente no prazo liberação pactuado entre as partes. (Incluído pela PORTARIA
estipulado implicará na desistência no prosseguimento do INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
processo.
§ 10. Nos casos em que o concedente desembolsar recursos
§ 3º Os ajustes realizados durante a execução do objeto para a elaboração do projeto básico ou termo de referência,
integrarão o plano de trabalho, desde que submetidos e a rejeição pelo concedente destas peças, enseja a imediata
aprovados previamente pela autoridade competente. devolução dos recursos aos cofres da União, sob pena de
instauração de tomada de contas especial.
CAPITULO V
§ 11. No caso de obras ou serviços de engenharia, a análise
Do Projeto Básico e do Termo de Referência
final de custos a cargo da mandatária será realizada depois
Art. 21. Nos instrumentos, o projeto básico acompanhado de da entrega do orçamento de referência, observado o
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, ou o termo de disposto nos arts. 16 a 18 do Decreto nº 7.983, de 8 de abril
referência, deverão ser apresentados antes da celebração, de 2013, e de visita de campo preliminar.
sendo facultado ao concedente exigi-los depois, desde que
§ 12. Previamente à aceitação do projeto básico pela
antes da liberação da primeira parcela dos recursos.
mandatária, para a execução de obras e serviços de
§ 1º O projeto básico ou o termo de referência poderá ser engenharia enquadrados no inciso III do art. 3º desta
dispensado no caso de padronização do objeto, a critério da Portaria, o proponente deverá apresentar estudo de
autoridade competente do concedente, em despacho alternativas de concepção de projeto, cuja análise pela
fundamentado. mandatária é condicionante para a aprovação do projeto
básico.
§ 2º O projeto básico ou o termo de referência deverá ser
apresentado no prazo fixado no instrumento, prorrogável
§ 13. O concedente ou a mandatária deverá exigir que o 10.522, de 2002, sendo sua comprovação verificada por
proponente apresente plano de sustentabilidade do meio da informação do cadastro mantido no Sistema de
empreendimento a ser realizado ou do equipamento a ser Informações do Banco Central do Brasil - SISBACEN, do Banco
adquirido, exceto nos casos em que ficar comprovada a Central do Brasil -BACEN, e de acordo com os procedimentos
desnecessidade de apresentação do referido plano. da referida Lei;
§ 14. O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e V - regularidade quanto a Contribuições para o Fundo de
Gestão deverá, por meio de instrução normativa, Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, conforme dados do
estabelecer regras e diretrizes de acessibilidade a serem Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo
observados nas obras e serviços de engenharia custeados de Serviço - CRF/FGTS, fornecido pelo Sistema de Controle
com recursos dos instrumentos regulados por esta Portaria. da Caixa Econômica Federal - CAIXA, cuja comprovação de
regularidade, quanto ao depósito das parcelas devidas ao
TÍTULO III
Fundo, atende ao disposto nos arts. 29, inciso IV, e 116 da Lei
Da Celebração nº 8.666, de 1993, e art. 25, inciso IV da Lei Complementar
nº 101, de 2000, sendo válida no prazo e condições do
CAPÍTULO I
respectivo certificado;
Das Condições Para a Celebração
VI - regularidade quanto à Prestação de Contas de Recursos
Art. 22. São condições para a celebração de instrumentos, a Federais recebidos anteriormente, mediante consulta:
serem cumpridas pelo convenente, conforme previsto na Lei
a) ao Subsistema Transferências do Sistema de
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, na Lei de
Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, da
Diretrizes Orçamentárias e nas demais normas aplicáveis:
Secretaria do Tesouro Nacional - STN, para os instrumentos
I - exercício da plena competência tributária, relativo à firmados sob a égide da Instrução Normativa STN nº 1, de 15
observância dos requisitos constantes do art. 11 da Lei de janeiro de 1997;
Complementar nº 101, de 2000, atestado na forma definida
b) ao SICONV, para aqueles firmados sob a égide da Portaria
em normativo específico do órgão central de contabilidade
Interministerial MP/MF/MCT nº 127, de 2008, da Portaria
da União editado nos termos do § 2º do art. 48 da Lei
Interministerial nº 507/MP/MF/CGU, de 24 de novembro de
Complementar nº 101, de 2000; (Alterado pela PORTARIA
2011, e sob a égide desta Portaria;
INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017).
VII - regularidade em relação à Adimplência Financeira em
II - regularidade previdenciária, constituída pela observância
Empréstimos e Financiamentos concedidos pela União, e
dos critérios e das regras gerais para a organização e o
administrados pela Secretaria do Tesouro Nacional - STN, em
funcionamento dos regimes próprios de previdência social
atendimento ao disposto no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "a",
dos servidores públicos, através da emissão do Certificado de
da Lei Complementar nº 101, de 2000, comprovada
Regularidade Previdenciária - CRP, em atendimento ao
mediante informação de adimplência prestada pela STN;
disposto no art. 7º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de
1998, e no Decreto nº 3.788, de 11 de abril de 2001, sendo VIII - aplicação mínima de recursos na área da Educação, em
válida no prazo e condições da respectiva certidão; atendimento ao disposto no art. 212, da Constituição
Federal, e no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "b", da Lei
III - regularidade quanto a Tributos Federais, a Contribuições
Complementar nº 101, de 2000, e que se constitui na
Previdenciárias e à Dívida Ativa da União, conforme dados da
aplicação anual, na manutenção e desenvolvimento do
Certidão Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários
ensino, do percentual mínimo de vinte e cinco por cento da
Federais e à Dívida Ativa da União de que trata a Portaria
receita resultante de impostos, compreendida a proveniente
PGFN/RFB nº 1.751, de 2 de outubro de 2014, fornecida
de transferências, cujos dados do exercício encerrado devem
pelos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil -
ser fornecidos pelo Ente Federativo ao Fundo Nacional de
RFB e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional -PGFN, em
Desenvolvimento da Educação - FNDE, para processamento
atendimento ao disposto na alínea "a" do inciso IV do § 1º do
pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 2000, no inciso IV do
Educação - SIOPE, comprovado por meio do seu extrato, com
art. 27, no art. 29 e no art. 116, todos da Lei nº 8.666, de
validade até a apresentação dos dados de um novo exercício,
1993, e no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, sendo
limitado à data de 30 de janeiro do exercício subsequente,
válida a informação no prazo e condições da respectiva
ou, na impossibilidade de verificação por meio desse
certidão;
sistema, apresentação de certidão emitida pelo Tribunal de
IV - regularidade perante o Poder Público Federal, conforme Contas competente, consoante disposto no art. 23 do
consulta ao Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007;
do Setor Público Federal -CADIN, cuja verificação da
IX - aplicação mínima de recursos na área da Saúde, em
existência de débitos perante os órgãos e entidades do
atendimento ao disposto no art. 198, § 2º, da Constituição
Poder Público Federal atende o disposto no art. 6º da Lei nº
Federal, nos arts. 6º e 7º da Lei Complementar nº 141, de 13
de janeiro e 2012, e no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "b", da ou, ainda, por meio declaração de regularidade quanto ao
Lei Complementar nº 101, de 2000, e que se constitui na pagamento de precatórios judiciais do chefe do executivo ou
aplicação anual, em ações e serviços públicos de saúde, dos do secretário de finanças juntamente com a remessa da
percentuais mínimos da receita resultante de impostos, declaração para os citados tribunais por meio de recibo do
compreendida a proveniente de transferências, cujos dados protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada,
do exercício encerrado devem ser fornecidos pelo Ente devendo apontar se o ente é aderente ao regime de que
Federativo ao Ministério da Saúde - MS, para processamento trata o art. 97, § 10, inciso IV, alínea "b", do Ato das
pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Disposições Constitucionais Transitórias, qual a
Saúde - SIOPS, comprovado por meio do seu extrato, ou, na periodicidade de pagamento e a data do próximo
impossibilidade de verificação por meio desse sistema, vencimento;
apresentação de certidão emitida pelo Tribunal de Contas
XVI - comprovação de divulgação da execução orçamentária
competente;
e financeira por meio eletrônico de acesso ao público e de
X - (Revogado). informações pormenorizadas relativas à receita e à despesa
em atendimento ao disposto no art. 73-C da Lei
XI - inexistência de vedação ao recebimento de transferência
Complementar nº 101, de 2000, comprovado por meio de
voluntária por descumprimento de limites, em atendimento
declaração de cumprimento, com validade no mês da
ao disposto no art. 23, § 3º, e art. 25, § 1°, inciso IV, alínea
assinatura, juntamente com a remessa da declaração para o
"c", da Lei Complementarnº 101, de 2000, de cada um dos
respectivo Tribunal de Contas por meio de recibo do
Poderes e órgãos elencados no art. 20 da mesma Lei
protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada;
Complementar, atestada na forma definida em normativo
específico do órgão central de contabilidade da União XVII - inexistência de situação de vedação ao recebimento de
editado nos termos do § 2º do art. 48 da Lei Complementar transferências voluntárias nos termos do art. 33, combinado
nº 101, de 2000. (Alterado pela PORTARIA com o inciso I do § 3º do art. 23, ambos da Lei Complementar
INTERMINISTERIAL Nº 235, DE 23 DE AGOSTO DE 2018). nº 101, de 2000, comprovado por meio de declaração, com
validade no mês da assinatura, de que não realizou operação
XII - (Revogado).
de crédito enquadrada no § 1º do art. 33 da Lei
XIII - (Revogado). Complementar nº 101, de 2000, juntamente com o
comprovante de remessa da declaração para o respectivo
XIV- comprovação de que as Despesas de Caráter
Tribunal de Contas por meio de recibo do protocolo, aviso de
Continuado Derivadas do Conjunto das Parcerias Público-
recebimento ou carta registrada; (Alterado pela PORTARIA
Privadas já contratadas no ano anterior limitam-se a 5%
INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
(cinco por cento) da receita corrente líquida do exercício e se
as despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 (dez) anos XVIII - fornecimento da relação das empresas públicas e das
subsequentes limitam-se a 5% (cinco por cento) da receita sociedades de economia mista ao Registro Público de
corrente líquida projetada para os respectivos exercícios, Empresas Mercantis e Atividades Afins de que trata o
conforme disposto no art. 28, da Lei nº 11.079, de 30 de Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996, consoante o
dezembro de 2004; comprovado por meio de análise do prescrito no art. 92 da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016,
anexo XVII do Relatório Resumido de Execução comprovado por meio de declaração, com validade no mês
Orçamentária -RREO do 6º bimestre, de acordo com as da assinatura, juntamente com o comprovante de remessa
orientações previstas no Manual de Demonstrativos Fiscais da declaração para o respectivo Tribunal de Contas por meio
da Secretaria do Tesouro Nacional, enviado por meio do de recibo do protocolo, aviso de recebimento ou carta
Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público registrada; (Alterado pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº
Brasileiro - Siconfi, ou sistema que vier a substituí-lo, ou por 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
meio de declaração de regularidade quanto aos limites
XIX - disponibilização das informações e dados contábeis,
estabelecidos na Lei nº 11.079, de 2004, do chefe do
orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e
executivo ou do secretário de finanças juntamente com a
sistema estabelecidos em normativo específico do órgão
remessa da declaração para o Tribunal de Contas
central de contabilidade da União, nos termos do § 2º do art.
competente por meio de recibo do protocolo, aviso de
48 da Lei Complementar nº 101, de 2000, alterado pela Lei
recebimento ou carta registrada com validade até 30 de
Complementar nº 156, de 2016, incluindo: (Alterado pela
janeiro do ano subsequente;
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO
XV - comprovação da regularidade quanto ao Pagamento de DE 2017).
Precatórios Judiciais, comprovado por meio de certificado
Relatórios de Gestão Fiscal – RGF; (Incluído pela PORTARIA
emitido pelo Cadastro de Inadimplentes do Conselho
INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017)
Nacional de Justiça - CEDIN, disponível na Internet, ou por
meio de certidão dos competentes Tribunal de Justiça,
Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal Regional Federal,
Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária – RREO; substituí-lo, apenas com relação aos requisitos que
(Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 estiverem espelhados no referido extrato.
DE DEZEMBRO DE 2017)
§ 4º A relação dos requisitos citados neste artigo, que
Declarações das Contas Anuais – DCA; (Incluído pela estiverem espelhados no referido extrato, está disponível no
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO sítio eletrônico da Secretaria do Tesouro Nacional.
DE 2017)
§ 5º As informações espelhadas no referido extrato são de
Matrizes de Saldos Contábeis – MSC; e (Incluído pela responsabilidade dos órgãos e entidades competentes,
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO cabendo à Secretaria do Tesouro Nacional apenas a
DE 2017) consolidação e disponibilização destas no sistema citado no
§ 3º deste artigo.
Atualizações e alterações posteriores de formato definido no
referido ato normativo vigente. (Incluído pela PORTARIA § 6º O proponente deverá comprovar os demais requisitos
INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017). não contemplados no extrato emitido por sistema de
consulta de requisitos disponibilizado pela Secretaria do
XX - encaminhamento das informações necessárias para a
Tesouro Nacional.
constituição do registro eletrônico centralizado e atualizado
das dívidas públicas interna e externa de que trata o § 4o do § 7º A verificação do atendimento das exigências contidas
art. 32 da Lei Complementar nº 101, de 2000, conforme neste artigo, dar-se-á pela consulta:
termos e periodicidade definidos em instrução específica do
I - ao número de inscrição constante do Cadastro Nacional
Ministério da Fazenda; e (Incluído pela PORTARIA
de Pessoa Jurídica - CNPJ, mantido pelo Ministério da
INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
Fazenda -MF, do Ente Federativo (interveniente) e do órgão
XXI - ausência de concessão ou de manutenção de incentivos da Administração direta (convenente), para instrumentos
fiscais, por Estados ou Distrito Federal, em desacordo à Lei com a Administração direta; ou
Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, comprovada
II - exclusivamente, ao número de inscrição no Cadastro
mediante informação de adimplência prestada pelo
Nacional de Pessoa Jurídica -CNPJ da entidade da
Ministério da Fazenda, conforme disposto no art. 6º da Lei
Administração indireta beneficiária da transferência
Complementar n° 160, de 7 de agosto de 2017. (Alterado
voluntária.
pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 235, DE 23 DE AGOSTO
DE 2018) § 8º Aplicam-se à unidade executora as exigências contidas
neste artigo, relativas ao proponente, quando este for órgão
XXII - apresentação de declaração expressa atestando que o
ou entidade da Administração Pública.
convenente possui setor específico com atribuições
definidas para gestão, celebração, execução e prestação de § 9º O registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica -
contas dos instrumentos celebrados com a União, com CNPJ do Ente Federativo (interveniente) será o número de
lotação de, no mínimo, um servidor ou empregado público inscrição principal no CNPJ.
efetivo. (Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 114,
§ 10. A comprovação de cumprimento das obrigações
DE 7 DE MAIO DE 2018).
descritas nos incisos I, VIII, IX e XIV do caput, ainda que
§ 1º A verificação dos requisitos para o recebimento de praticadas fora do prazo estipulado em lei para seu exercício,
transferências voluntárias deverá ser feita no momento da não impedirá a celebração de instrumento para
assinatura do respectivo instrumento, bem como na transferência voluntária ou de aditamento de valor de suas
assinatura dos correspondentes aditamentos de valor, não parcelas de recursos, a partir da data em que se der a
sendo necessária nas liberações financeiras de recurso, que referida comprovação. (Alterado pela PORTARIA
devem obedecer ao cronograma de desembolso previsto no INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017).
instrumento.
§ 11. Aos instrumentos celebrados:
§ 2º A demonstração do cumprimento das exigências, por
I - com a Administração indireta, aplicam-se somente as
parte dos Estados, Distrito Federal e Municípios, respectivas
exigências previstas nos incisos III, IV, V, VI e VII do caput; e
Administrações Indiretas e entidades privadas sem fins
lucrativos, deverá ser feita por meio de apresentação pelo II - com entidades privadas sem fins lucrativos, aplicam-se
proponente, ao concedente, de comprovação de sua somente as exigências previstas nos incisos III, IV, V e VI do
regularidade e da unidade executora, quando houver. caput.
§ 3º A critério do proponente, poderá ser utilizado, para fins § 12. Para fins da aplicação das sanções de suspensão de
do §1º, extrato emitido pelo Serviço Auxiliar de Informações transferências voluntárias constantes da Lei Complementar
para Transferências Voluntárias - CAUC, disponibilizado pela nº 101, de 2000, excetuam-se aquelas relativas a ações de
Secretaria do Tesouro Nacional, ou sistema que venha a educação, saúde e assistência social.
§ 13. Fica suspensa a restrição para transferência de recursos Inelegibilidade, supervisionado pelo Conselho Nacional de
federais a Estados, Distrito Federal e Municípios destinados Justiça.
à execução de ações sociais e ações em faixa de fronteira, em
§ 22. Para atendimento da exigência do inciso XXII do caput
decorrência de inadimplementos objeto de registro no
deste artigo, quando não possuir setor especifico para
CADIN e no Sistema Integrado de Administração Financeira
gestão, celebração, execução e prestação de contas dos
do Governo Federal - SIAFI.
instrumentos celebrados com a União, o convenente poderá
§ 14. É condição para a celebração de instrumentos, a atribuir as competências a setor já existente na sua estrutura
existência de dotação orçamentária específica no orçamento administrativa, desde que tal setor conte com a lotação de,
do concedente, a qual deverá ser evidenciada no no mínimo, um servidor ou empregado público efetivo.
instrumento, indicando-se a respectiva nota de empenho. (Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 114, DE 7 DE
MAIO DE 2018).
§ 15. Eventuais indícios de irregularidade em relação à
contratação de operações de créditos com instituições Art. 23. Sem prejuízo do disposto no art. 22 desta Portaria,
financeiras, consoante citado no art. 33, combinado com o são condições para a celebração de instrumentos:
inciso I do § 3º do art. 23, ambos da Lei Complementar nº
I - cadastro do convenente atualizado no SICONV no
101, de 2000, deverão ser remetidos ao Banco Central do
momento da celebração, nos termos do art. 14 desta
Brasil e ao respectivo Tribunal de Contas.
Portaria;
§ 16. Adicionalmente à exigência da declaração de que trata
II - Plano de Trabalho aprovado;
o inciso XVI do caput, apresentada pelo proponente, o
concedente deverá realizar consulta à funcionalidade III - licença ambiental prévia, quando o instrumento envolver
específica no SICONV para verificar a inexistência de obras, instalações ou serviços que exijam estudos
impedimento decorrente do descumprimento do disposto ambientais, na forma disciplinada pelo Conselho Nacional do
no art. 73-C da Lei Complementar nº 101, de 2000. Meio Ambiente - CONAMA; e
§ 17. A funcionalidade de que trata o § 16 conterá IV - comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes
informação acerca do descumprimento do disposto no art. à propriedade do imóvel, mediante certidão emitida pelo
73-C da Lei Complementar nº 101, de 2000, pelos entes da cartório de registro de imóveis competente, quando o
federação, prestada mediante comunicação pelos Tribunais instrumento tiver por objeto a execução de obras ou
de Contas de Estados e Municípios ou pelos Ministérios benfeitorias no imóvel.
Públicos Federal ou Estaduais, a qual poderá ser realizada
§ 1º Poderá ser aceita, para autorização de início do objeto
diretamente no SICONV.
ajustado, declaração do Chefe do Poder Executivo, sob as
§ 18. O impedimento eventualmente informado pelos penas do art. 299 do Código Penal, de que o convenente é
Tribunais de Contas, nos termos dos §§ 16 e 17 deste artigo, detentor da posse da área objeto da intervenção, quando se
prevalecerá em relação à declaração de cumprimento de que tratar de área pública, devendo a regularização formal da
trata o inciso XVI do caput. propriedade ser comprovada até o final da execução do
objeto do instrumento.
§ 19. Os proponentes e as unidades executoras citadas no §
8 deste artigo, devem estar registrados no SICONV pelo § 2º Alternativamente à certidão prevista no inciso IV do
número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica caput, admite-se, por interesse público ou social,
- CNPJ na condição de estabelecimento-matriz, segundo condicionadas à garantia subjacente de uso pelo prazo
definido na Instrução Normativa nº 1.183, de 19 de agosto mínimo de 20 (vinte) anos, o seguinte:
de 2011, da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
I - comprovação de ocupação regular de imóvel:
§ 20. (Revogado).
a) em área desapropriada por Estado, por Município, pelo
§ 21. Adicionalmente aos requisitos constantes no inciso II Distrito Federal ou pela União, com sentença transitada em
do § 11 deste artigo necessários à celebração de julgado no processo de desapropriação;
instrumentos com entidades privadas sem fins lucrativos,
b) em área devoluta;
observado o disposto no inciso III do art. 9º desta Portaria, a
entidade proponente deverá apresentar: c) recebido em doação:
I - declaração do representante legal da entidade privada 1. da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal,
sem fins lucrativos de que não possui impedimento no já aprovada em lei, conforme o caso, e, se necessária,
Cadastro de Entidades Privadas Sem Fins Lucrativos inclusive quando o processo de registro de titularidade do
Impedidas - Cepim, no SICONV, no SIAFI, e no CADIN; e imóvel ainda se encontrar em trâmite; e
II - certidão negativa referente ao Cadastro Nacional de 2. de pessoa física ou jurídica, inclusive quando o processo
Condenações Civis por Ato de Improbidade Administrativa e de registro de titularidade do imóvel ainda se encontrar em
trâmite, neste caso, com promessa formal de doação c) fica o convenente responsável pela observância do
irretratável e irrevogável; cumprimento do objeto ajustado pelo respectivo período da
mencionada cessão ou equivalente, sob pena de aplicação
d) que, embora ainda não haja sido devidamente consignado
de penalidades conforme legislação vigente.
no cartório de registro de imóveis competente, pertence a
Estado que se instalou em decorrência da transformação de III - comprovação de ocupação da área objeto do
Território Federal, ou mesmo a qualquer de seus Municípios, instrumento:
por força de mandamento constitucional ou legal;
a) por comunidade remanescente de quilombos, certificadas
e) pertencente a outro ente público que não o proponente, nos termos do § 4º do art. 3º do Decreto nº 4.887, de 20 de
desde que a intervenção esteja autorizada pelo proprietário, novembro de 2003, pelo seguinte documento:
por meio de ato do chefe do poder executivo ou titular do
1. ato administrativo que reconheça os limites da área
órgão detentor de delegação para tanto;
ocupada pela comunidade remanescente de quilombo,
f) que, independentemente da sua dominialidade, esteja expedido pelo órgão do ente Federativo responsável pela
inserido em Zona Especial de Interesse Social - ZEIS, sua titulação; ou
instituída na forma prevista na Lei nº 10.257, de 10 de julho
2. declaração de órgão, de quaisquer dos entes federativos,
de 2001, devendo, neste caso, serem apresentados os
responsável pelo ordenamento territorial ou regularização
seguintes documentos:
fundiária, de que a área objeto do instrumento é ocupada
1. cópia da publicação, em periódico da Imprensa Oficial, da por comunidade remanescente de quilombo, caso não tenha
lei estadual, municipal ou distrital federal instituidora da sido expedido o ato de que trata o item 1 desta alínea; e
ZEIS;
b) por comunidade indígena, mediante documento expedido
2. demonstração de que o imóvel beneficiário do pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
investimento encontra-se na ZEIS instituída pela lei referida
§ 3º Nas hipóteses previstas na alínea "a" do inciso I do § 2º
no item 1 desta alínea; e
deste artigo, quando o processo de desapropriação não
3. declaração firmada pelo Chefe do Poder Executivo do ente estiver concluído, é permitida a comprovação do exercício
federativo a que o convenente seja vinculado de que os pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel via
habitantes da ZEIS serão beneficiários de ações visando à Termo de Imissão Provisória de Posse ou alvará do juízo da
regularização fundiária da área habitada para salvaguardar vara onde o processo estiver tramitando, admitindo- se,
seu direito à moradia; ainda, caso esses documentos não hajam sido emitidos, a
apresentação, pelo proponente do instrumento, de cópia da
g) objeto de sentença favorável aos ocupantes, transitada
publicação, na Imprensa Oficial, do decreto de
em julgado, proferida em ação judicial de usucapião ou
desapropriação e do Registro Geral de Imóveis - RGI do
concessão de uso especial para fins de moradia, nos termos
imóvel, acompanhado do acordo extrajudicial firmado com o
do art. 183 da Constituição Federal, da Lei nº 10.257, de
expropriado.
2001, e da Medida Provisória nº 2.220, de 4 de setembro de
2001; e § 4º Na hipótese prevista na alínea "c", do inciso I, do § 2º
deste artigo, é imperativa a apresentação da promessa
h) tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
formal de doação (termo de doação), irretratável e
Nacional - IPHAN, desde que haja aquiescência do Instituto;
irrevogável, caso o processo de registro da doação ainda não
II - contrato ou compromisso irretratável e irrevogável de haja sido concluído.
constituição de direito real sobre o imóvel, na forma de
§ 5º Quando o instrumento tiver por objeto obras
cessão de uso, concessão de direito real de uso, concessão
habitacionais ou de urbanização de interesse público ou
de uso especial para fins de moradia, aforamento ou direito
social, deverá constar no instrumento de autorização ou, se
de superfície, atendidos os seguintes requisitos:
for o caso, no contrato ou compromisso, de que tratam a
a) o proprietário que firmar a constituição do direito real não alínea "f", do inciso I e o inciso II, ambos do § 2º deste artigo,
poderá exercer qualquer tipo de gerência ou ingerência a obrigação de se realizar a regularização fundiária em favor
sobre a área do imóvel, tampouco obstar ou limitar o livre das famílias moradoras ou a cessão do imóvel ao proponente
acesso à população beneficiada; do instrumento a fim de que este possa promovê-la.
b) estando a área do imóvel cedido localizado integralmente § 6º A critério do concedente, os documentos previstos nos
dentro de propriedade particular, a validade da constituição incisos III e IV do caput poderão ser encaminhados
do direito real ficará condicionada à efetiva e preliminar juntamente com o projeto básico, após a celebração,
constituição da respectiva servidão de passagem até o local aplicando-se § 3º do art. 21 desta Portaria em relação aos
do objeto do instrumento, não podendo haver qualquer tipo prazos.
de restrição ou obstrução de acesso à população
beneficiada; e
Art. 24. Poderá ser realizada a celebração de instrumentos VIII - a classificação orçamentária da despesa, mencionando-
com previsão de condição a ser cumprida pelo convenente, se o número e data da nota de empenho e declaração de
exceto aquelas dispostas no art. 22 desta Portaria, e que, em termos aditivos ou apostilas, indicar-se-ão os
enquanto a condição não se verificar não terá efeito a créditos e empenhos para sua cobertura, de cada parcela da
celebração pactuada. despesa a ser transferida em exercício futuro;
§ 1º. O prazo fixado no instrumento para o cumprimento da IX - o cronograma de desembolso conforme o plano de
condição, desde que feitas as adequações no plano de trabalho, incluindo os recursos da contrapartida pactuada,
trabalho e apresentadas as justificativas, poderá ser quando houver;
prorrogado, nos termos de ato regulamentar da autoridade
X - a obrigatoriedade de o convenente incluir regularmente
máxima do concedente, por uma única vez, de igual período,
no SICONV as informações e os documentos exigidos por
não ultrapassando dezoito meses, incluída a prorrogação, se
esta Portaria, mantendo-o atualizado;
houver, devendo ser o instrumento extinto no caso do não
cumprimento da condição; XI - a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos
previstos nesta Portaria;
§ 2º. Para os instrumentos celebrados pelo Ministério da
Saúde, o prazo previsto no § 1º poderá ser de até vinte e XII - no caso de órgão ou entidade pública, a informação de
quatro meses. que os recursos para atender às despesas em exercícios
futuros, no caso de investimento, estão consignados no
Art. 25. A titularidade dos bens remanescentes é do
plano plurianual ou em prévia lei que os autorize;
convenente, salvo expressa disposição em contrário no
instrumento celebrado. XIII - a obrigação do convenente de manter e movimentar os
recursos na conta bancária específica do instrumento em
CAPÍTULO II
instituição financeira oficial, federal ou estadual, e, no caso
Da Formalização do Instrumento de contratos de repasse, exclusivamente em instituição
financeira federal;
Art. 26. O preâmbulo do instrumento conterá a numeração
sequencial no SICONV, a qualificação completa dos XIV - a indicação da obrigatoriedade de contabilização e
partícipes e a finalidade. guarda dos bens remanescentes pelo convenente e a
manifestação de compromisso de utilização dos bens para
Parágrafo único. Constará também no preâmbulo a
assegurar a continuidade de programa governamental,
qualificação completa do interveniente e da mandatária,
devendo estar claras as regras e diretrizes de utilização;
quando houver.
XV - a forma pela qual a execução física do objeto será
Art. 27. São cláusulas necessárias nos instrumentos
acompanhada pelo concedente ou mandatária, inclusive
regulados por esta Portaria as que estabeleçam:
com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos que
I - o objeto e seus elementos característicos, em consonância serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação
com o plano de trabalho, que integrará o termo celebrado da participação de órgãos ou entidades previstos no § 3° do
independentemente de transcrição; art. 55 desta Portaria, devendo ser suficiente para garantir o
pleno acompanhamento e a verificação da execução física do
II - as obrigações de cada um dos partícipes;
objeto pactuado;
III - a contrapartida, observados os ditames previstos no art.
XVI - o livre acesso dos servidores do órgão ou entidade
18, desta Portaria;
pública concedente, da mandatária e os do controle interno
IV - as obrigações do interveniente, quando houver, sendo do Poder Executivo Federal, bem como do Tribunal de
vedada a execução de atividades previstas no plano de Contas da União aos processos, documentos, informações
trabalho; referentes aos instrumentos de transferências
regulamentados por esta Portaria, bem como aos locais de
V - a vigência, fixada de acordo com o prazo previsto para a
execução do objeto, inclusive, nos casos em que a instituição
consecução do objeto e em função das metas estabelecidas;
financeira oficial não controlada pela União faça a gestão da
VI - a obrigação do concedente prorrogar "de ofício" a conta bancária específica do termo;
vigência do instrumento antes do seu término, quando der
XVII - a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento,
causa a atraso na liberação dos recursos, limitada a
a qualquer tempo;
prorrogação ao exato período do atraso verificado;
XVIII - a previsão de extinção obrigatória do instrumento em
VII - a prerrogativa do órgão ou entidade transferidor dos
caso de o projeto básico ou termo de referência não terem
recursos financeiros assumir ou transferir a responsabilidade
sido aprovados ou apresentados no prazo estabelecido,
pela execução do objeto, no caso de paralisação ou da
quando for o caso;
ocorrência de fato relevante, de modo a evitar sua
descontinuidade;
XIX - a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes referentes a valores devolvidos, bem como a causa da
da execução dos instrumentos; devolução, nos casos de não execução total do objeto
pactuado, extinção ou rescisão do instrumento;
XX - a obrigação de o convenente inserir cláusula nos
contratos celebrados para execução do instrumento que XXXV - a obrigação do concedente em notificar o convenente
permitam o livre acesso dos servidores do órgão ou entidade previamente a inscrição como inadimplente no SICONV,
pública concedente, bem como dos órgãos de controle, aos quando detectadas impropriedades ou irregularidades no
documentos e registros contábeis das empresas acompanhamento da execução do objeto do instrumento,
contratadas, na forma dos arts. 45 e 49 a 51 desta Portaria; devendo ser incluída no aviso a respectiva Secretaria da
Fazenda ou secretaria similar, e o Poder Legislativo do órgão
XXI - a sujeição do instrumento e sua execução às normas do
responsável pelo instrumento.
Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, bem como do
Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, e a esta XXXVI - a ciência sobre a não sujeição ao sigilo bancário,
Portaria; quanto a União e respectivos órgãos de controle, por se
tratar de recurso público; e
XXII - a previsão de, na ocorrência de cancelamento de restos
a pagar, que o quantitativo possa ser reduzido até a etapa XXXVII - descrição dos parâmetros objetivos que servirão de
que não prejudique a funcionalidade do objeto pactuado; referência para a avaliação do cumprimento do objeto, nos
instrumentos enquadrados nos níveis I e IV.
XXIII - a forma de liberação dos recursos ou desbloqueio,
quando se tratar de contrato de repasse; § 1º Todas as informações relativas à celebração, execução,
acompanhamento, fiscalização e de prestação de contas,
XXIV - a obrigação de prestar contas dos recursos recebidos
inclusive aquelas referentes à movimentação financeira dos
no SICONV;
instrumentos, serão públicas, exceto nas hipóteses legais de
XXV - o bloqueio de recursos na conta corrente vinculada, sigilo fiscal e bancário e nas situações classificadas como de
quando se tratar de contrato de repasse; acesso restrito, consoante o ordenamento jurídico.
XXVI - a responsabilidade solidária dos entes consorciados, § 2º Para a realização de transferências a Estados, Distrito
nos instrumentos que envolvam consórcio público; Federal e Municípios, os órgãos e entidades da
Administração Pública Federal somente poderão celebrar
XXVII - o prazo para devolução dos saldos remanescentes e a
instrumentos contendo cláusula que obrigue o convenente
apresentação da prestação de contas;
ao cumprimento das normas do Decreto nº 7.983, de 2013,
XXVIII - as obrigações da unidade executora, quando houver; nas licitações que realizar para a contratação de obras ou
serviços de engenharia com os recursos transferidos.
XXIX - a autorização do convenente para que o concedente
ou mandatária solicitem junto à instituição financeira Art. 28. A execução dos objetos definidos nos instrumentos
albergante da conta corrente específica, a transferência dos de que trata esta Portaria, no caso do convenente ser órgão
recursos financeiros por ele repassados, bem como os seus público, poderá recair sobre unidade executora específica,
rendimentos, para a conta única da União, caso os recursos desde que:
não sejam utilizados no objeto da transferência pelo prazo
I - haja previsão no plano de trabalho aprovado;
de 180 (cento e oitenta) dias;
II - exista cláusula nesse sentido no instrumento celebrado;
XXX - a forma e a metodologia de comprovação do
e III - a unidade executora pertença ou esteja vinculada ao
cumprimento do objeto;
ente da federação do convenente.
XXXI - a obrigação do concedente de dispor de condições e
§ 1º No caso descrito no caput, o convenente continuará
de estrutura para o acompanhamento e verificação da
responsável pela execução do instrumento, sendo que a
execução do objeto e o cumprimento dos prazos relativos à
unidade executora responderá solidariamente na relação
prestação de contas;
estabelecida.
XXXII - vedação ao estabelecimento, por parte do
§ 2º Quando constatado o desvio ou malversação de
convenente, de instrumentos com entidades impedidas de
recursos públicos, irregularidade na execução do contrato ou
receber recursos federais;
gestão financeira do instrumento, responderão
XXXIII - a autorização do convenente para que o concedente solidariamente os titulares do convenente e da unidade
solicite, à instituição financeira albergante da conta corrente executora, na medida de seus atos, competências e
bancária da transferência, o resgate dos saldos atribuições.
remanescentes, nos casos em que não houver a devolução
§ 3º A responsabilização prevista nos §§ 1º e 2º deverá
dos recursos no prazo previsto no art. 60 desta Portaria;
constar no instrumento celebrado, como cláusula
XXXIV - a obrigatoriedade do concedente e do convenente necessária.
de divulgar em sítio eletrônico institucional as informações
§ 4º A unidade executora deverá atender a todos os II - autorizar a suspensão ou cancelamento dos registros de
dispositivos desta Portaria que sejam aplicáveis ao inadimplência nos sistemas da Administração Pública
convenente, inclusive os requisitos de cadastramento e Federal.
condições de celebração.
§ 4º A competência prevista no § 3º poderá ser delegada às
§ 5º Os empenhos e a conta bancária do instrumento autoridades diretamente subordinadas àquelas a que se
deverão ser realizados ou registrados em nome do refere o § 1º, vedada a subdelegação.
convenente.
CAPÍTULO IV
§ 6º Os atos e procedimentos relativos à execução serão
Da Publicidade
realizados no SICONV pelo convenente ou unidade
executora, no caso previsto no caput, conforme definição no Art. 32. A eficácia dos instrumentos fica condicionada à
plano de trabalho. publicação do respectivo extrato no Diário Oficial da União,
que será providenciada pelo concedente, no prazo de até 20
§ 7º Os convenentes serão responsáveis pelo
(vinte) dias a contar de sua assinatura.
acompanhamento, fiscalização e prestação de contas
quando o objeto do instrumento recair sobre unidade Art. 33. Aos atos de celebração, alteração, liberação de
executora específica. recursos, acompanhamento e fiscalização da execução e a
prestação de contas dos instrumentos será dada publicidade
Art. 29. O concedente ou a mandatária deverão cancelar os
em sítio eletrônico específico denominado Portal dos
pré-empenhos e empenhos das propostas que não tiveram
Convênios.
os instrumentos celebrados até o final do exercício
financeiro. Art. 34. O concedente notificará, facultada a comunicação
por meio eletrônico, no prazo de até 10 (dez) dias, a
Parágrafo único. Após o cancelamento dos documentos
celebração do instrumento à Assembleia Legislativa ou à
orçamentários indicados no caput, as propostas deverão ser
Câmara Legislativa ou à Câmara Municipal do convenente,
rejeitadas no SICONV, devendo constar justificativa expressa
conforme o caso.
acerca dos motivos da rejeição.
Parágrafo único. No caso de liberação de recursos, o prazo
CAPÍTULO III
para notificação, facultada a comunicação por meio
Da Análise e Assinatura do Termo eletrônico, será de 2 (dois) dias úteis.
Art. 30. A celebração do instrumento será precedida de Art. 35. Os convenentes deverão dar ciência da celebração
análise e manifestação conclusiva pelos setores técnico e do instrumento ao conselho local ou instância de controle
jurídico do órgão ou da entidade concedente, segundo suas social da área vinculada ao programa de governo que
respectivas competências, quanto ao atendimento das originou a transferência, quando houver.
exigências formais, legais e constantes desta Portaria.
Parágrafo único. As entidades privadas sem fins lucrativos
Parágrafo único. A análise dos setores indicados no caput deverão notificar, se houver, o conselho municipal, distrital,
ficará restrita aos aspectos técnicos e legais necessários à estadual ou federal responsável pela respectiva política
celebração do instrumento e aos critérios objetivos definidos pública onde será executada a ação.
nos instrumentos, não cabendo responsabilização dos
CAPÍTULO V
técnicos pela incidência de impropriedades,
inconformidades e ilegalidades praticadas pelos Da Alteração
convenentes durante a execução do objeto do instrumento.
Art. 36. O instrumento poderá ser alterado mediante
Art. 31. Assinarão, obrigatoriamente, o instrumento os proposta, devidamente formalizada e justificada, a ser
partícipes e o interveniente, se houver. apresentada ao concedente ou a mandatária em, no mínimo,
30 (trinta) dias antes do término de sua vigência ou no prazo
§ 1º Os instrumentos com entidades privadas sem fins
nele estipulado, vedada a alteração do objeto aprovado.
lucrativos deverão ser assinados pelo Ministro de Estado ou
pelo dirigente máximo da entidade da Administração Pública § 1º A análise da solicitação de alteração deverá ser realizada
Federal concedente. pelo concedente ou pela mandatária observados os
regramentos legais e a tempestividade, de forma que não
§ 2º O Ministro de Estado e o dirigente máximo da entidade
haja prejuízo a execução do objeto pactuado.
da Administração Pública Federal não poderão delegar a
competência prevista no § 1º deste artigo. § 2º Quando a solicitação de alteração do contrato de
repasse resultar em acréscimo do valor pactuado, a
§ 3º As autoridades de que trata o § 1º deste artigo são
aprovação dependerá, também, da anuência do órgão
responsáveis por:
responsável pela concepção da política pública em execução.
I - decidir sobre a aprovação da prestação de contas; e
Art. 37. A prorrogação "de ofício" da vigência do administrativas, com recursos transferidos pela União, até o
instrumento, estabelecida no inciso VI do art. 27 desta limite fixado pelo órgão público, desde que:
Portaria, prescinde de prévia análise da área jurídica do
I - estejam previstas no plano de trabalho;
concedente ou da mandatária.
II - não ultrapassem 15% (quinze) por cento do valor do
TÍTULO IV
objeto; e
Da Execução
III - sejam necessárias e proporcionais ao cumprimento do
CAPÍTULO I objeto do instrumento.
Das Disposições Gerais § 2º Consideram-se despesas administrativas as despesas
com internet, transporte, aluguel, telefone, luz, água e
Art. 38. O instrumento deverá ser executado em estrita
outras similares.
observância às cláusulas avençadas e às normas pertinentes,
inclusive esta Portaria, sendo vedado: § 3º Nas despesas administrativas relacionadas a transporte,
não poderá haver previsão de pagamento de diárias e
I - realizar despesas a título de taxa de administração, de
passagens a agente público da ativa por intermédio de
gerência ou similar;
convênios ou instrumentos congêneres firmados com
II - pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público, entidades de direito privado ou com órgãos ou entidades de
integrante de quadro de pessoal do órgão ou entidade direito público.
pública da Administração direta ou indireta, salvo nas
§ 4º Quando a despesa for paga com recursos do
hipóteses previstas em leis federais específicas e na Lei de
instrumento e de outras fontes, o convenente deverá inserir
Diretrizes Orçamentárias;
no Siconv a memória de cálculo do rateio da despesa, sendo
III - utilizar, ainda que em caráter emergencial, os recursos vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes de
para finalidade diversa da estabelecida no instrumento; recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa.
IV - realizar despesa em data anterior à vigência do Art. 39. Nos instrumentos firmados com entidades privadas
instrumento; sem fins lucrativos, é permitida a remuneração da equipe
dimensionada no plano de trabalho, inclusive de pessoal
V - efetuar pagamento em data posterior à vigência do
próprio da entidade, podendo contemplar despesas com
instrumento, salvo se o fato gerador da despesa tenha
pagamentos de tributos, FGTS, férias e décimo terceiro
ocorrido durante a vigência do instrumento pactuado;
salário proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos
VI - realizar despesas com taxas bancárias, multas, juros ou sociais, desde que tais valores:
correção monetária, inclusive referentes a pagamentos ou
I - correspondam às atividades previstas e aprovadas no
recolhimentos fora dos prazos, exceto, no que se refere às
plano de trabalho;
multas e aos juros, se decorrentes de atraso na transferência
de recursos pelo concedente ou mandatária, e desde que os II - correspondam à qualificação técnica para a execução da
prazos para pagamento e os percentuais sejam os mesmos função a ser desempenhada;
aplicados no mercado;
III - sejam compatíveis com o valor de mercado da região
VII - transferir recursos para clubes, associações de onde atua a entidade privada sem fins lucrativos;
servidores ou quaisquer entidades congêneres, exceto para
IV - observem, em seu valor bruto e individual, 70% (setenta)
creches e escolas para o atendimento pré-escolar;
por cento do limite estabelecido para a remuneração de
VIII- realizar despesas com publicidade, salvo a de caráter servidores do poder executivo federal; e
educativo, informativo ou de orientação social, da qual não
V - sejam proporcionais ao tempo de trabalho efetivamente
constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
dedicado ao instrumento ou contrato de repasse.
promoção pessoal e desde que previstas no plano de
trabalho; e § 1º A seleção e contratação, pela entidade privada sem fins
lucrativos, de equipe envolvida na execução do instrumento
IX - pagamento, a qualquer título, a empresas privadas que
ou contrato de repasse observará a realização de processo
tenham em seu quadro societário servidor público da ativa,
seletivo prévio, observadas a publicidade e a
ou empregado de empresa pública, ou de sociedade de
impessoalidade.
economia mista, do órgão celebrante, por serviços
prestados, inclusive consultoria, assistência técnica ou § 2º A despesa com a equipe observará os limites
assemelhados. percentuais máximos a serem estabelecidos no edital de
chamamento público.
§ 1º No âmbito de instrumentos firmados com entidades
privadas sem fins lucrativos poderão ser realizadas despesas § 3º A entidade privada sem fins lucrativos deverá dar ampla
transparência aos valores pagos, de maneira individualizada,
a título de remuneração de sua equipe de trabalho vinculada III - a liberação das demais parcelas, está condicionada a
à execução do objeto do instrumento. execução de no mínimo 70% (setenta por cento) das parcelas
liberadas anteriormente.
§ 4º Não poderão ser contratadas com recursos do
instrumento as pessoas naturais que tenham sido § 1º O cronograma de desembolso previsto no plano de
condenadas por crime: trabalho deverá estar em consonância com as metas e fases
ou etapas de execução do objeto do instrumento.
I - contra a Administração Pública ou o patrimônio público;
§ 2º Após a comprovação da homologação do processo
II - eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de
licitatório pelo convenente, o cronograma de desembolso
liberdade; ou
deverá ser ajustado em observação ao grau de execução
III - de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. estabelecido no referido processo licitatório.
§ 5º A inadimplência da entidade privada sem fins lucrativos § 3º Fica vedado o adiantamento de parcelas nos casos de
em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais execução de obras e serviços de engenharia enquadrados no
não transfere à Administração Pública a responsabilidade inciso III do art. 3º desta Portaria.
por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
§ 4º Os recursos dos convênios serão depositados e geridos
instrumento.
na conta bancária específica do instrumento,
§ 6º Quando a despesa com a remuneração da equipe for exclusivamente em instituições financeiras oficiais federais
paga proporcionalmente com recursos do instrumento, a ou estaduais, e, no caso de contratos de repasse,
entidade privada sem fins lucrativos deverá inserir no exclusivamente por instituição financeira federal.
SICONV a memória de cálculo do rateio da despesa, vedada
§ 5º Os recursos de que trata o § 4º deste artigo, enquanto
a duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no
não utilizados, serão aplicados conforme disposto no art.
custeio de uma mesma parcela da despesa.
116, § 4º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 40. Os convenentes deverão disponibilizar, em seu sítio
§ 6° A conta corrente específica será nomeada fazendo-se
oficial na internet ou, na sua falta, em sua sede, em local de
menção ao instrumento de celebração do instrumento e
fácil visibilidade, consulta ao extrato do instrumento ou
estará registrada com o número de inscrição no Cadastro
outro instrumento utilizado, contendo, pelo menos, o
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ do órgão ou da entidade
objeto, a finalidade, os valores e as datas de liberação e o
convenente.
detalhamento da aplicação dos recursos, bem como as
contratações realizadas para a execução do objeto pactuado. § 7º O órgão ou entidade concedente deverá solicitar junto
à instituição financeira albergante da conta corrente
Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, a
específica, a transferência dos recursos financeiros por ele
disponibilização do extrato na internet poderá ser suprida
repassados, bem como os seus rendimentos, para a conta
com a inserção de link na página oficial do órgão ou entidade
única da União, caso os recursos não sejam utilizados no
convenente que possibilite acesso direto ao Portal de
objeto da transferência pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
Convênios.
dias.
Art. 41. A liberação de recursos deverá ocorrer da seguinte
§ 8º Na hipótese de inexistência de execução financeira após
forma:
180 (cento e oitenta) dias da liberação da primeira parcela o
I - exceto nos casos de instrumento com parcela única, o instrumento deverá ser rescindido.
valor do desembolso a ser realizado pelo concedente ou pela
§ 9º A execução financeira mencionada no § 8º será
mandatária referente à primeira parcela, não poderá
comprovada pela emissão de OBTV. (Alterado pela
exceder a 20% (vinte por cento) do valor global do
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO
instrumento;
DE 2017)
II - a liberação da primeira parcela ou parcela única ficará
§ 10. Na transferência à conta única da União, nos termos do
condicionada ao:
§7º deste artigo, observar-se-á o montante efetivamente
a) envio pela mandatária e homologação pelo concedente da transferido pela União e não utilizado na execução do objeto,
Síntese do Projeto Aprovado -SPA quando o objeto do acrescido dos rendimentos de sua aplicação financeira.
instrumento envolver a execução de obras e serviços e
§ 11. Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção
engenharia enquadrados nos incisos II e III do art. 3º desta
do instrumento, os rendimentos das aplicações financeiras
Portaria; e
deverão ser devolvidos ao concedente, observada a
b) conclusão da análise técnica e aceite do processo proporcionalidade.
licitatório pelo concedente ou mandatária; e
§ 12. É vedado o aproveitamento de rendimentos para II - estar em situação regular com a execução do plano de
ampliação ou acréscimo de metas ao plano de trabalho trabalho, com execução de no mínimo 70% (setenta por
pactuado. cento) das parcelas liberadas anteriormente.
§ 13. As receitas oriundas dos rendimentos de aplicação no Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput é
mercado financeiro não poderão ser computadas como aplicável ao recebimento das parcelas subsequentes à
contrapartida devida pelo convenente. primeira.
§ 14. As contas referidas no § 4º deste artigo serão CAPÍTULO II
preferencialmente isentas da cobrança de tarifas bancárias.
Da Contratação Com Terceiros
§ 15. É vedada a liberação da primeira parcela de recursos
Art. 43. Os contratos celebrados à conta dos recursos dos
para o início de execução de novos instrumentos quando o
instrumentos deverão conter cláusula que obrigue o
convenente tiver instrumentos apoiados com recursos do
contratado a conceder livre acesso aos documentos e
Governo Federal, sem execução financeira por prazo
registros contábeis da empresa, referentes ao objeto
superior a 180 (cento e oitenta) dias. (Alterado pela
contratado, para os servidores do órgão ou entidade pública
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE DEZEMBRO
concedente e dos órgãos de controle interno e externo.
DE 2017)
Art. 44. É vedada, na hipótese de aplicação de recursos
§ 16. Os recursos dos convênios de receita serão depositados
federais a serem repassados mediante instrumentos
e geridos na Conta Única do Tesouro Nacional, e enquanto
regulados por esta Portaria ou termos de parcerias, a
não empregados na sua finalidade, serão remunerados pela
participação em licitação ou a contratação de empresas que
taxa aplicável a essa conta, exceto nos casos em que
constem:
características operacionais específicas não permitam a
movimentação financeira pelo sistema de caixa único, em I - no cadastro de empresas inidôneas do Tribunal de Contas
que poder-se-á utilizar a regra excepcional de depósito fora da União, do Ministério da Transparência, Fiscalização e
dessa conta, nos termos da Medida Provisória nº 2.170-36, Controladoria-Geral da União;
de 23 de agosto de 2001. (Incluído pela PORTARIA
II - no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
- SICAF como impedidas ou suspensas; ou
§ 17. No caso de paralisação da execução pelo prazo disposto
III - no Cadastro Nacional de Condenações Civis por Ato de
no § 7º deste artigo, a conta corrente específica do
Improbidade Administrativa e Inelegibilidade,
instrumento deverá ser bloqueada pelo prazo de até 180
supervisionado pelo Conselho Nacional de Justiça.
(cento e oitenta) dias. (Incluído pela PORTARIA
INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE 2017). Parágrafo único. O convenente deve consultar a situação do
fornecedor selecionado no Cadastro Nacional de Empresas
§ 18. Após o fim do prazo mencionado no § 17 deste artigo,
Inidôneas e Suspensas - Ceis, por meio de acesso ao Portal
não havendo comprovação da retomada da execução, o
da Transparência na internet, antes de solicitar a prestação
instrumento deverá ser rescindido, cabendo ao concedente:
do serviço ou a entrega do bem.
(Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE
OUTUBRO DE 2017). SEÇÃO I
I - solicitar junto à instituição financeira albergante da conta Da Contratação por Entidades Privadas Sem Fins
corrente específica, a transferência dos recursos financeiros Lucrativos
por ele repassados, bem como os seus rendimentos, para a
Art. 45. Para a aquisição de bens e contratação de serviços,
conta única da União; e (Incluído pela PORTARIA
as entidades privadas sem fins lucrativos deverão realizar, no
INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE 2017)
mínimo, cotação prévia de preços no mercado, observados
II - analisar a prestação de contas, em atenção ao disposto os princípios da impessoalidade, moralidade e
no Capítulo V desta Portaria. (Incluído pela PORTARIA economicidade.
INTERMINISTERIAL Nº 277, DE 3 DE OUTUBRO DE 2017).
§ 1º A cotação prévia de preços no SICONV será
Art. 42. Adicionalmente ao disposto no art. 41 desta Portaria, desnecessária quando, em razão da natureza do objeto, não
para o recebimento de cada parcela dos recursos, o houver pluralidade de opções, devendo comprovar apenas
convenente deverá: os preços que aquele próprio fornecedor já praticou com
outros demandantes, com a devida justificativa registrada no
I - comprovar o aporte da contrapartida pactuada que, se
SICONV.
financeira, deverá ser depositada na conta bancária
específica do instrumento em conformidade com os prazos § 2º O registro, no SICONV, dos contratos celebrados pelo
estabelecidos no cronograma de desembolso; e beneficiário na execução do objeto é condição indispensável
para sua eficácia e para a liberação das parcelas
subsequentes do instrumento, conforme previsto nos arts. Parágrafo único. A publicação do extrato do edital de
4º e 41 desta Portaria. licitação deverá ser feita no Diário Oficial da União, em
atendimento ao inciso I do art. 21, da Lei nº 8.666, de 1993,
§ 3º Nos casos em que o SICONV não permitir o acesso
sem prejuízo ao uso de outros veículos de publicidade
operacional para o procedimento de que trata o caput,
usualmente utilizados pelo convenente.
deverá ser realizada cotação prévia de preços, devendo ser
feito o registro posterior no Sistema. Art. 51. Nos instrumentos celebrados pela União com
estados, Distrito Federal e municípios deverá ser observado
Art. 46. Cada processo de compras e contratações de bens,
o disposto na Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, e pelas
obras e serviços das entidades sem fins lucrativos deverá ser
normas estaduais, distritais ou municipais, nos casos em que
realizado ou registrado no SICONV.
a execução do objeto, conforme prevista no plano de
Art. 47. A entidade privada sem fins lucrativos beneficiária trabalho, envolver parcerias com organizações da sociedade
de recursos públicos deverá executar diretamente a civil.
integralidade do objeto, permitindo-se a contratação de
CAPÍTULO III
serviços de terceiros quando houver previsão no plano ou
programa de trabalho ou em razão de fato superveniente e Dos Pagamentos
imprevisível, devidamente justificado, aprovado pelo órgão
Art. 52. Os recursos deverão ser mantidos na conta corrente
ou entidade concedente.
específica do instrumento e somente poderão ser utilizados
Art. 48. Nas contratações de bens, obras e serviços as para pagamento de despesas constantes do plano de
entidades privadas sem fins lucrativos poderão utilizar-se do trabalho ou para aplicação no mercado financeiro, nas
Sistema de Registro de Preços - SRP dos entes federados. hipóteses previstas em lei ou nesta Portaria.
SEÇÃO II § 1º Os recursos destinados à execução de contratos de
repasse deverão ser:
Da Contratação por Órgãos e Entidades da Administração
Pública I - solicitados pela mandatária somente após a aceitação do
processo licitatório; e
Art. 49. Os órgãos e entidades públicas que receberem
recursos da União por meio dos instrumentos II - liberados em conta corrente específica e mantidos
regulamentados por esta Portaria estão obrigados a bloqueados, somente sendo autorizado o pagamento, na
observar as disposições contidas na Lei nº 8.666, de 1993, na forma ajustada, após verificação da regular execução do
Lei nº 10.520, de 17 de junho de 2002 e demais normas objeto pela mandatária, observando-se os seguintes
federais, estaduais e municipais pertinentes ao assunto, procedimentos:
quando da contratação de terceiros.
a) na execução por regime de execução direta, a liberação
§ 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, será dos recursos relativos à primeira parcela será antecipada ao
obrigatório o uso da modalidade pregão, nos termos da Lei convenente na forma do cronograma de desembolso
nº 10.520, de 2002, e do regulamento previsto no Decreto aprovado; e
nº 5.450, de 31 de maio de 2005, sendo utilizada
b) a liberação da segunda parcela e seguintes, na hipótese do
preferencialmente a sua forma eletrônica.
inciso anterior, fica condicionada à aprovação pelo
§ 2º A inviabilidade da utilização do pregão na forma mandatário de relatório de execução com comprovação da
eletrônica deverá ser devidamente justificada pela aplicação dos recursos da última parcela liberada.
autoridade competente do convenente.
§ 2º Os atos referentes à movimentação e ao uso dos
§ 3º As atas e as informações sobre os participantes e recursos a que se refere o caput serão realizados ou
respectivas propostas das licitações, bem como as registrados no SICONV, observando-se os seguintes
informações referentes às dispensas e inexigibilidades, preceitos:
deverão ser registradas no SICONV.
I - movimentação mediante conta corrente específica para
§ 4º A comprovação do cumprimento dos §§ 1º e 2º do art. cada instrumento;
16 do Decreto nº 7.983, de 2013, será realizada mediante
II - pagamentos realizados mediante crédito na conta
declaração do representante legal do órgão ou entidade
corrente de titularidade dos fornecedores e prestadores de
responsável pela licitação, que deverá ser inserida no
serviços, facultada a dispensa deste procedimento nos
SICONV após a homologação da licitação.
seguintes casos, em que o crédito poderá ser realizado em
Art. 50. Os editais de licitação para consecução do objeto conta corrente de titularidade do próprio convenente,
conveniado somente poderão ser publicados após a devendo ser registrado no SICONV o beneficiário final da
assinatura do respectivo instrumento e aceite do projeto despesa:
técnico pelo concedente ou pela mandatária.
a) por ato da autoridade máxima do concedente;
b) na execução do objeto pelo convenente por regime direto; d) o fornecedor apresente garantia, como carta fiança
e c) no ressarcimento ao convenente por pagamentos bancária ou instrumento congênere, no valor do pagamento
realizados às próprias custas decorrentes de atrasos na pretendido; e
liberação de recursos pelo concedente e em valores além da
IV - haja adequado armazenamento e guarda dos respectivos
contrapartida pactuada; e
materiais e equipamentos postos em canteiro.
III - transferência das informações relativas à movimentação
§ 6º No caso de fornecimento de equipamentos e materiais
da conta corrente específica, a que se refere o inciso I deste
especiais de fabricação específica, bem como de
parágrafo, ao SIAFI e ao SICONV, em meio magnético, a ser
equipamentos ou materiais que tenham peso significativo no
providenciada pelas instituições financeiras a que se refere o
orçamento das obras, o desbloqueio de parcela para
§ 4º do art. 41 desta Portaria.
pagamento da respectiva despesa far-se- á na forma do art.
§ 3º Antes da realização de cada pagamento, o convenente 38 do Decreto nº 93.872, de 1986, observadas as seguintes
incluirá no SICONV, no mínimo, as seguintes informações: condições:
I - a destinação do recurso; I - esteja caracterizada a necessidade de adiantar recursos ao
fornecedor para viabilizar a produção de material ou
II - o nome e CNPJ ou CPF do fornecedor, quando for o caso;
equipamento especial, fora da linha de produção usual, e
III - o contrato a que se refere o pagamento realizado; com especificação singular destinada a empreendimento
(Alterado pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 101, DE 20 específico;
DE ABRIL DE 2017).
II - os equipamentos ou materiais que tenham peso
IV - a meta, etapa ou fase do Plano de Trabalho relativa ao significativo no orçamento das obras estejam posicionados
pagamento; e (Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL nos canteiros;
Nº 101, DE 20 DE ABRIL DE 2017).
III - o pagamento antecipado das parcelas tenha sido previsto
V - informações das notas fiscais ou documentos contábeis. no edital de licitação e no CTEF dos materiais ou
equipamentos; e
§ 4º Excepcionalmente, mediante mecanismo que permita a
identificação pela instituição financeira depositária, poderá IV - o fornecedor ou o convenente apresentem uma carta
ser realizado no decorrer da vigência do instrumento, um fiança bancária ou instrumento congênere no valor do
único pagamento por pessoa física que não possua conta adiantamento pretendido.
bancária, até o limite de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos
§ 7º No caso de instrumentos firmados com entidades
reais).
privadas sem fins lucrativos, cujo objeto seja a produção de
§ 5º Para obras de engenharia com valor superior à R$ unidades habitacionais amparadas por recursos do Fundo
10.000.000,00 (dez milhões de reais) poderá haver liberação Nacional de Habitação de Interesse Social -FNHIS,
do repasse de recursos para pagamento de materiais ou executadas por regime de Administração direta, poderá
equipamentos postos em canteiro, que tenham peso haver liberação do repasse de recursos para pagamento de
significativo no orçamento da obra conforme disciplinado materiais ou equipamentos postos em canteiro desde que
pelo concedente, desde que: seja apresentado pelo convenente Termo de Fiel
Depositário, observado o § 6º do art. 12 da Lei nº 11.124, de
I - seja apresentado pelo convenente Termo de Fiel
16 de junho de 2005.
Depositário;
CAPÍTULO IV
II - a aquisição de materiais ou equipamentos constitua etapa
específica do plano de trabalho; Do Acompanhamento
III - a aquisição destes tenha se dado por procedimento Art. 53. A execução será acompanhada e fiscalizada de forma
licitatório distinto do da contratação de serviços de a garantir a regularidade dos atos praticados e a plena
engenharia ou, no caso de única licitação: execução do objeto, respondendo o convenente pelos danos
causados a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na
a) haja previsão no ato convocatório;
execução do instrumento.
b) o percentual de BDI aplicado sobre os materiais ou
§ 1º Os agentes que fizerem parte do ciclo de transferência
equipamentos tenha sido menor que o praticado sobre os
de recursos são responsáveis, para todos os efeitos, pelos
serviços de engenharia;
atos que praticarem no acompanhamento e fiscalização da
c) haja justificativa técnica e econômica para essa forma de execução do instrumento, não cabendo a responsabilização
pagamento; do concedente por inconformidades ou irregularidades
praticadas pelos convenentes, salvo nos casos em que as
falhas decorrerem de omissão de responsabilidade atribuída
ao concedente.
§ 2º Os processos, documentos ou informações referentes à local quando identificada a necessidade pelo órgão
execução de instrumento não poderão ser sonegados aos concedente; e
servidores do órgão ou entidade pública concedente e dos
V - na execução de custeio e aquisição de equipamentos com
órgãos de controle interno do Poder Executivo Federal e
valores de repasse iguais ou superiores a R$ 750.000,00
externo da União.
(setecentos e cinquenta mil reais), o acompanhamento e a
§ 3º Aquele que, por ação ou omissão, causar embaraço, conformidade financeira será realizado por meio da
constrangimento ou obstáculo à atuação do concedente e verificação dos documentos inseridos no SICONV, bem como
dos órgãos de controle interno e externo do Poder Executivo pelas visitas ao local, considerando a especificidade do
Federal, no desempenho de suas funções institucionais objeto ajustado.
relativas ao acompanhamento e fiscalização dos recursos
§ 1º No caso de realização de obras e serviços de engenharia,
federais transferidos, ficará sujeito à responsabilização
a execução deverá ocorrer, obrigatoriamente, por meio de
administrativa, civil e penal.
contrato de repasse, observadas as exceções do inciso I do
Art. 54. O concedente deverá prover as condições art. 9º desta Portaria.
necessárias à realização das atividades de acompanhamento
§ 2º Para os instrumentos enquadrados nos incisos III e V do
do objeto pactuado, conforme o plano de trabalho e a
caput, é vedada a liberação de duas parcelas consecutivas
metodologia estabelecida no instrumento, programando
sem que o acompanhamento tenha sido realizado por meio
visitas ao local da execução, quando couber, observados os
de visitas in loco.
seguintes critérios:
§ 3º Na execução de obras e serviços de engenharia, a
I - na execução de obras e serviços e engenharia com valores
liberação dos recursos fica condicionada à apresentação pelo
de repasse iguais ou superiores a R$ 250.000,00 (duzentos e
convenente dos boletins de medição com valor superior a
cinquenta mil reais) e inferiores a R$ 750.000,00 (setecentos
10% (dez por cento) do piso mínimo dos níveis previstos nos
e cinquenta mil reais), o acompanhamento e a conformidade
incisos I, II e III do art. 3º desta Portaria.
financeira serão realizados por meio da verificação dos
documentos inseridos no SICONV, bem como, pelas visitas in § 4º Nos convênios cujo objeto seja voltado exclusivamente
loco, realizadas considerando os marcos de execução de 50% para a aquisição de equipamentos, a liberação dos recursos
(cinquenta por cento) e 100% (cem por cento) do deverá ocorrer, preferencialmente, em parcela única.
cronograma físico, podendo ocorrer outras visitas quando
§ 5º Para contratos do nível III do art. 3º desta Portaria, que
identificada a necessidade pelo órgão concedente ou pela
possuam mais de uma empresa contratada para execução do
mandatária;
objeto, a liberação dos recursos fica condicionada à
II - na execução de obras e serviços e engenharia com valores apresentação pelo convenente dos boletins de medição com
de repasse iguais ou superiores a R$ 750.000,00 (setecentos valor superior a 10% (dez por cento) da meta
e cinquenta mil reais), e inferiores a R$ 5.000.000,00 (cinco correspondente, podendo ser inferior ao previsto no § 3º
milhões de reais), o acompanhamento e a conformidade deste artigo, desde que devidamente justificado. (Incluído
financeira serão realizados por meio da verificação dos pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 451, DE 18 DE
documentos inseridos no SICONV, bem como, visitas in loco DEZEMBRO DE 2017).
realizadas considerando os marcos de execução de 30%
Art. 55. A execução do instrumento será acompanhada por
(trinta por cento), 60% (sessenta por cento) e 100% (cem por
um representante do concedente ou mandatária, registrado
cento) do cronograma físico, podendo ocorrer outras visitas
no SICONV, que anotará em registro próprio todas as
quando identificada a necessidade pelo órgão concedente;
ocorrências relacionadas à consecução do objeto, adotando
III - na execução de obras e serviços e engenharia com as medidas necessárias à regularização das falhas
valores de repasse iguais ou superiores a R$ 5.000.000,00 observadas.
(cinco milhões de reais), o acompanhamento e a
§ 1º No prazo máximo de 10 (dez) dias contado da assinatura
conformidade financeira se dará por meio da verificação dos
do instrumento, o concedente ou a mandatária deverá
documentos inseridos no SICONV, bem como com previsão
designar formalmente os servidores ou empregados
de no mínimo 5 (cinco) visitas ao local, considerando a
responsáveis pelo seu acompanhamento.
especificidade e o andamento da execução do objeto
pactuado; § 2º O concedente ou mandatária deverá registrar no
SICONV os atos de acompanhamento da execução do objeto
IV - na execução de custeio e aquisição de equipamentos
e fiscalização do instrumento, conforme disposto no art. 4º
com valores de repasse iguais ou superiores a R$ 100.000,00
desta Portaria.
(cem mil reais) e inferiores a R$ 750.000,00 (setecentos e
cinquenta mil reais), o acompanhamento e a conformidade § 3º O concedente ou a mandatária, no exercício das
financeira será realizado por meio da verificação dos atividades de acompanhamento dos instrumentos, poderão:
documentos inseridos no SICONV, podendo haver visitas ao
I - valer-se do apoio técnico de terceiros que, no caso dos mensalmente, até o último dia do mês anterior ao da
empreendimentos enquadrados no inciso III do art. 3º desta devolução dos recursos, acrescido esse montante de 1% (um
Portaria, deve ser acompanhado por funcionário do quadro por cento) no mês de efetivação da devolução dos recursos
permanente da mandatária, que participará da equipe e à conta única do Tesouro.
assinará em conjunto os documentos técnicos;
§ 4º (Revogado).
II - delegar competência ou firmar parcerias com outros
§ 5º A permanência da irregularidade após o prazo
órgãos ou entidades que se situem próximos ao local de
estabelecido no § 2º deste artigo, ensejará o registro de
aplicação dos recursos, com tal finalidade; e
inadimplência no SICONV e, no caso de dano ao erário, a
III - reorientar ações e decidir quanto à aceitação de imediata instauração de tomada de contas especial.
justificativas sobre impropriedades identificadas na
§ 6º As comunicações elencadas no caput e nos §§ 1º e 2º
execução do instrumento.
deste artigo serão realizadas por meio de correspondência
Art. 56. No acompanhamento da execução do objeto serão com aviso de recebimento - AR, devendo a notificação ser
verificados: registrada no SICONV, e em ambos os casos com cópia para
a respectiva Secretaria da Fazenda ou secretaria similar, e
I - a comprovação da boa e regular aplicação dos recursos,
para o Poder Legislativo do órgão responsável pelo
na forma da legislação aplicável;
instrumento.
II - a compatibilidade entre a execução do objeto, o que foi
Art. 58. O concedente deverá comunicar os Ministérios
estabelecido no plano de trabalho, e os desembolsos e
Públicos Federal e Estadual e à Advocacia-Geral da União
pagamentos, conforme os cronogramas apresentados;
quando detectados indícios de crime ou ato de improbidade
III - a regularidade das informações registradas pelo administrativa.
convenente no SICONV; e
CAPÍTULO V
IV - o cumprimento das metas do plano de trabalho nas
Da Prestação de Contas
condições estabelecidas.
Art. 59. O órgão ou entidade que receber recursos na forma
Parágrafo único. A conformidade financeira deverá ser
estabelecida nesta Portaria estará sujeito a prestar contas da
aferida durante toda a execução do objeto, devendo ser
sua boa e regular aplicação, observando-se o seguinte:
complementada pelo acompanhamento e avaliação do
cumprimento da execução física do cumprimento do objeto, I - a prestação de contas inicia-se concomitantemente com a
quando da análise da prestação de contas final. liberação da primeira parcela dos recursos financeiros que
deverá ser registrada pelo concedente no SICONV;
Art. 57. O concedente ou a mandatária comunicará ao
convenente quaisquer irregularidades decorrentes do uso II - o registro e a verificação da conformidade financeira,
dos recursos ou outras pendências de ordem técnica, parte integrante do processo de prestação de contas,
apurados durante a execução do instrumento, e deverão ser realizados durante todo o período de execução
suspenderão a liberação dos recursos, fixando prazo de 45 do instrumento, conforme disposto no art. 56 desta Portaria;
(quarenta e cinco) dias para saneamento ou apresentação de
III- o prazo para apresentação da prestação de contas final
informações e esclarecimentos, podendo ser prorrogado por
será de até 60 (sessenta) dias após o encerramento da
igual período.
vigência ou a conclusão da execução do objeto, o que ocorrer
§ 1º Recebidos os esclarecimentos e informações solicitados, primeiro; e
o concedente ou mandatária, no prazo de 45 (quarenta e
IV - o prazo mencionado no inciso III constará do
cinco) dias, apreciará, decidirá e comunicará quanto à
instrumento.
aceitação ou não das justificativas apresentadas e, se for o
caso, realizará a apuração do dano ao erário. § 1º Quando a prestação de contas não for encaminhada no
prazo estabelecido no instrumento, o concedente
§ 2º Caso as justificativas não sejam acatadas, o concedente
estabelecerá o prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias
abrirá prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para o convenente
para sua apresentação.
regularizar a pendência e, havendo dano ao erário, deverá
adotar as medidas necessárias ao respectivo ressarcimento. § 2º Para os instrumentos em que não tenha havido qualquer
execução física, nem utilização dos recursos, o recolhimento
§ 3º A utilização dos recursos em desconformidade com o
à conta única do Tesouro deverá ocorrer sem a incidência
pactuado no instrumento ensejará obrigação do convenente
dos juros de mora, sem prejuízo da restituição das receitas
devolvê- los devidamente atualizados, conforme exigido
obtidas nas aplicações financeiras realizadas.
para a quitação de débitos para com a Fazenda Nacional,
com base na variação da Taxa Referencial do Sistema § 3º Se, ao término do prazo estabelecido, o convenente não
Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, acumulada apresentar a prestação de contas nem devolver os recursos
nos termos do § 2º deste artigo, o concedente registrará a § 1º A devolução prevista no caput será realizada
inadimplência no SICONV por omissão do dever de prestar observando-se a proporcionalidade dos recursos
contas e comunicará o fato ao órgão de contabilidade transferidos e os da contrapartida previstos na celebração
analítica a que estiver vinculado, para fins de instauração de independentemente da época em que foram aportados
tomada de contas especial sob aquele argumento e adoção pelas partes.
de outras medidas para reparação do dano ao erário, sob
§ 2º Nos casos de descumprimento do prazo previsto no
pena de responsabilização solidária.
caput, o concedente deverá solicitar a instituição financeira
§ 4º Cabe ao representante legal da entidade sem fins albergante da conta corrente específica da transferência, a
lucrativos, ao prefeito e ao governador sucessor prestar devolução imediata, para a conta única do Tesouro Nacional,
contas dos recursos provenientes de instrumentos firmados dos saldos remanescentes da conta corrente específica do
pelos seus antecessores. instrumento.
§ 5º Na impossibilidade de atender ao disposto no § 4º, § 3º Nos casos em que a devolução de recursos se der em
deverá ser apresentado ao concedente justificativa que função da não execução do objeto pactuado ou devido a
demonstre o impedimento de prestar contas e as medidas extinção ou rescisão do instrumento, é obrigatória a
adotadas para o resguardo do patrimônio público. (Alterado divulgação em sítio eletrônico institucional, pelo concedente
pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 235, DE 23 DE AGOSTO e convenente, das informações referentes aos valores
DE 2018) devolvidos e dos motivos que deram causa à referida
devolução.
§ 6º Quando a impossibilidade de prestar contas decorrer de
ação ou omissão do antecessor, o novo administrador Art. 61. A prestação de contas final tem por objetivo a
solicitará ao concedente a instauração de tomada de contas demonstração e a verificação de resultados e deve conter
especial. elementos que permitam avaliar a execução do objeto e o
alcance das metas previstas.
§ 7º Os documentos que contenham as justificativas e
medidas adotadas serão inseridos no SICONV. Art. 62. A prestação de contas será composta, além dos
documentos e informações registradas pelo convenente no
§ 8º No caso de o convenente ser órgão ou entidade pública,
SICONV, pelo seguinte:
de qualquer esfera de governo, a autoridade competente, ao
ser comunicada das medidas adotadas, suspenderá de I - Relatório de Cumprimento do Objeto;
imediato o registro da inadimplência, desde que o
II - declaração de realização dos objetivos a que se propunha
administrador seja outro que não o faltoso, e seja atendido
o instrumento;
o disposto nos §§ 5º, 6º e 7º deste artigo.
III - comprovante de recolhimento do saldo de recursos,
§ 9º Os convenentes deverão ser notificados previamente
quando houver; e
sobre as irregularidades apontadas, devendo ser incluída no
aviso a respectiva Secretaria da Fazenda ou secretaria IV - termo de compromisso por meio do qual o convenente
similar, e o Poder Legislativo do órgão responsável pelo será obrigado a manter os documentos relacionados ao
instrumento. instrumento, nos termos do § 3º do art. 4º desta Portaria.
§ 10. A notificação prévia, prevista no § 9º deste artigo, será § 1º O concedente ou a mandatária deverá registrar no SI-
feita por meio de correspondência com aviso de CONV o recebimento da prestação de contas.
recebimento - AR, com cópia para a respectiva Secretaria da
§ 2º A análise da prestação de contas para avaliação do
Fazenda ou secretaria similar e para o Poder Legislativo do
cumprimento do objeto, será feita no encerramento do
órgão responsável pelo instrumento, devendo a notificação
instrumento, cabendo este procedimento ao concedente ou
ser registrada no SICONV.
à mandatária com base nas informações contidas nos
§ 11. O registro da inadimplência no SICONV só será documentos relacionados nos incisos do caput deste artigo.
efetivado 45 (quarenta e cinco) dias após a notificação
§ 3º A conformidade financeira deverá ser realizada durante
prévia.
o período de vigência do instrumento, devendo constar do
Art. 60. Os saldos financeiros de recursos de repasse parecer final de análise da prestação de contas somente
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas impropriedades ou irregularidades não sanadas até a
obtidas nas aplicações financeiras realizadas, não utilizadas finalização do documento conclusivo.
no objeto pactuado, serão devolvidos à Conta Única do
§ 4º O Relatório de Cumprimento do Objeto deverá conter
Tesouro, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias da
os subsídios necessários para a avaliação e manifestação do
conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do instrumento,
gestor quanto a efetiva conclusão do objeto pactuado.
sob pena da imediata instauração de tomada de contas
especial do responsável, providenciada pela autoridade § 5º A análise da prestação de contas, além do ateste da
competente do órgão ou entidade concedente. conclusão da execução física do objeto, conterá os
apontamentos relativos a execução financeira não sanados da Tomada de Contas Especial, com posterior
durante o período de vigência do instrumento. encaminhamento do processo à unidade setorial de
contabilidade a que estiver jurisdicionado para os devidos
§ 6º Objetivando a complementação dos elementos
registros de sua competência.
necessários à análise da prestação de contas dos
instrumentos, poderá ser utilizado subsidiariamente pelo § 6º Findo o prazo de que trata o caput, considerada
concedente ou pela mandatária, relatórios, boletins de eventual prorrogação nos termos do §1º, a ausência de
verificação ou outros documentos produzidos pelo decisão sobre a aprovação da prestação de contas pelo
Ministério Público ou pela Corte de Contas, durante as concedente poderá resultar no registro de restrição contábil
atividades regulares de suas funções. do órgão ou entidade pública referente ao exercício em que
ocorreu o fato.
§ 7º Instrução Normativa conjunta dos Ministros de Estado
do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, da Fazenda e CAPITULO VI
da Transparência e Controladoria-Geral da União poderá
Do Regime Simplificado
estabelecer parâmetros, a partir de metodologia de
avaliação de riscos, para análise da prestação de contas dos Art. 65. À celebração, execução, acompanhamento e a
instrumentos de que trata esta portaria por procedimento prestação de contas dos instrumentos enquadrados nos
informatizado. (Incluído pela PORTARIA INTERMINISTERIAL incisos I e IV do art. 3º desta Portaria, aplicar-se-á o Regime
Nº 235, DE 23 DE AGOSTO DE 2018) Simplificado.
Art. 63. Incumbe ao órgão ou entidade concedente decidir Art. 66. A aplicação do Regime Simplificado implica na
sobre a regularidade da aplicação dos recursos transferidos adoção das seguintes medidas:
e, se extinto, ao seu sucessor.
I - Nível I:
Art. 64. A autoridade competente do concedente ou a
a) o plano de trabalho aprovado deverá conter parâmetros
mandatária terá o prazo de um ano, contado da data do
objetivos para caracterizar o cumprimento do objeto;
recebimento, para analisar a prestação de contas do
instrumento, com fundamento no parecer técnico expedido b) o cronograma de desembolso poderá estabelecer o
pelas áreas competentes. montante da 1ª parcela considerando que os recursos sejam
suficientes para a execução dos 4 (quatro) primeiros meses,
§ 1º O prazo de análise previsto no caput poderá ser
limitado a até 20% (vinte por cento) do valor do instrumento;
prorrogado no máximo por igual período, desde que
devidamente justificado. c) a minuta dos instrumentos poderá ser simplificada;
§ 2º A análise da prestação de contas pelo concedente ou d) é vedada a repactuação de metas e etapas;
pela mandatária poderá resultar em:
e) a apresentação do processo licitatório pelo convenente e
I - aprovação; aceitação pelo concedente é condição para a liberação da
primeira parcela dos recursos;
II - aprovação com ressalvas, quando evidenciada
impropriedade ou outra falta de natureza formal de que não f) a autorização de início de obra só se dará após o
resulte dano ao erário; ou recebimento da primeira parcela dos recursos;
III - rejeição com a determinação da imediata instauração de g) a acompanhamento pelo concedente será realizado por
tomada de contas especial. meio dos documentos inseridos no SICONV, bem como pelas
visitas in loco realizadas considerando os marcos de
§ 3º Nos casos de rejeição da prestação de contas em que o
execução de 50% (cinquenta por cento) e 100% (cem por
valor do dano ao erário seja inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil
cento) do cronograma físico, podendo ocorrer outras visitas
reais), o concedente ou a mandatária poderá, mediante
quando identificada a necessidade pelo órgão concedente
justificativa e registro do inadimplemento no CADIN, aprovar
ou pela mandatária;
a prestação de contas com ressalva.
h) a verificação da execução do objeto ocorre mediante
§ 4º O ato de aprovação da prestação de contas deverá ser
comprovação da compatibilidade com o projeto e a
registrado no SICONV, cabendo ao concedente prestar
conclusão da fase ou etapa prevista no plano de trabalho,
declaração expressa acerca do cumprimento do objeto e de
sem a necessidade de medição de serviços unitários
que os recursos transferidos tiveram boa e regular aplicação.
executados que não compõem etapa concluída;
§ 5º Caso a prestação de contas não seja aprovada, exauridas
i) a análise da prestação de contas final deverá comprovar os
todas as providências cabíveis para regularização da
resultados considerando os parâmetros objetivos
pendência ou reparação do dano, a autoridade competente,
especificados no plano de trabalho, a partir das definições
sob pena de responsabilização solidária, registrará o fato no
constantes do programa de governo;
SICONV e adotará as providências necessárias à instauração
j) as obras de construção, exceto reforma ou obras lineares, admissível cláusula obrigatória de permanência ou
deverão, necessariamente, ser contratadas por regime de sancionadora dos denunciantes.
execução por preço global;
§ 1º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do
k) para a aprovação da prestação de contas, o concedente instrumento, os saldos financeiros remanescentes, inclusive
deverá considerar o atingimento dos resultados propostos, os provenientes das receitas obtidas das aplicações
além de eventuais apontamentos ocorridos durante a financeiras realizadas, serão devolvidos à conta única do
conformidade financeira não sanados até o final da vigência Tesouro, no prazo improrrogável de trinta dias do evento,
do instrumento; e sob pena da imediata instauração de tomada de contas
especial do responsável, providenciada pela autoridade
II - Nível IV:
competente do órgão ou entidade titular dos recursos.
a) o plano de trabalho aprovado deverá conter parâmetros
§ 2º Em sendo evidenciados pelos órgãos de controle ou
objetivos para caracterizar a entrega do objeto;
Ministério Publico vícios insanáveis que impliquem nulidade
b) o concedente deverá avaliar a possibilidade de se da licitação realizada, o concedente deverá adotar as
estabelecer parcela única para liberação dos recursos; medidas administrativas necessárias à recomposição do
erário no montante atualizado da parcela já aplicada, o que
c) a minuta dos instrumentos poderá ser simplificada;
pode incluir a reversão da aprovação da prestação de contas
d) o termo de referência deverá ser aprovado previamente à e a instauração de Tomada de Contas Especial,
celebração dos instrumentos; independentemente da comunicação do fato ao Tribunal de
Contas da União e ao Ministério Público.
e) é vedada a repactuação de metas e etapas;
Art. 69. Constituem motivos para rescisão do instrumento:
f) a apresentação do processo licitatório pelo convenente e
aprovação pelo concedente é condição para a liberação dos I - o inadimplemento de qualquer das cláusulas pactuadas;
recursos;
II - a constatação, a qualquer tempo, de falsidade ou in-
g) o acompanhamento será realizado por meio dos correção de informação em qualquer documento
documentos inseridos no SICONV, podendo haver visitas ao apresentado;
local quando identificada a necessidade pelo órgão
III - a verificação de qualquer circunstância que enseje a
concedente;
instauração de tomada de contas especial; e
h) a análise da prestação de contas final deverá priorizar a
IV - a ocorrência da inexecução financeira mencionada no §
verificação dos resultados atingidos, considerando os
8º do art. 41 e comprovada segundo instruído no § 9º desse
parâmetros especificados no momento da celebração; e
mesmo artigo.
Art. 67. No caso de irregularidades ou de descumprimento
Parágrafo único. A rescisão do instrumento, quando resulte
pelo convenente das condições estabelecidas no art. 66
dano ao erário, enseja a instauração de tomada de contas
desta Portaria, o concedente ou a mandatária suspenderá a
especial, exceto se houver a devolução dos recursos
liberação das parcelas, até a regularização da pendência.
devidamente corrigidos, sem prejuízo, no último caso, da
§ 1º O concedente ou à mandatária notificará o convenente continuidade da apuração, por medidas administrativas
cuja utilização dos recursos transferidos for considerada próprias, quando identificadas outras irregularidades
irregular, para que apresente justificativa no prazo de 30 decorrentes do ato praticado.
(trinta) dias.
CAPÍTULO VIII
§ 2º Caso não aceitas as razões apresentadas pelo
Da Tomada de Contas Especial
convenente, o concedente fixará prazo de 30 (trinta) dias
para a devolução dos recursos, observado o disposto nos §§ Art. 70. A Tomada de Contas Especial é o processo que
3º e 4º do art. 57 desta Portaria, e não havendo a referida objetiva apurar os fatos, identificar os responsáveis e
devolução, providenciará a instauração da Tomadas de quantificar o dano causado ao Erário, visando ao seu
Contas Especial. imediato ressarcimento.
CAPÍTULO VII § 1º A Tomada de Contas Especial somente deverá ser
instaurada depois de esgotadas as providências
Da Denúncia e da Rescisão
administrativas a cargo do concedente pela ocorrência de
Art. 68. O instrumento poderá ser denunciado a qualquer algum dos seguintes fatos:
tempo, ficando os partícipes responsáveis somente pelas
I - a prestação de contas do instrumento não for apresentada
obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que
no prazo fixado no inciso III do art. 59, observado o § 1º do
participaram voluntariamente da avença, não sendo
referido artigo desta Portaria; e II - a prestação de contas do
instrumento não for aprovada em decorrência de:
VIII - comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes limites os percentuais estabelecidos na Lei de Diretrizes
à propriedade do imóvel, mediante certidão emitida pelo Orçamentárias.
cartório de registro de imóveis competente, quando o
§ 3º Exigir-se-á comprovação de que os recursos referentes
convênio tiver por objeto a execução de obras ou
à contrapartida para complementar a execução do objeto,
benfeitorias no imóvel, admitindo-se, por interesse social,
quando previsto, estão devidamente assegurados, salvo se o
condicionadas à garantia subjacente de uso pelo período
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou
mínimo de vinte anos, as seguintes hipóteses alternativas: IN
órgão descentralizador;
STN nº 4/2003
§ 4º Os beneficiários das transferências referidas no artigo
a) posse de imóvel:
1º, quando integrantes da administração pública, de
a.1) em área desapropriada ou em desapropriação por qualquer esfera de governo, deverão incluí-las em seus
Estado, Município ou pelo Distrito Federal; orçamentos.
a.2) em área devoluta; § 5º A celebração de instrumentos visando à realização de
serviços ou execução de obras a serem custeadas integral ou
b) imóvel recebido em doação:
parcialmente com recursos externos dependerá da prévia
b.1) do Estado ou Município, já aprovada em lei estadual ou contratação da operação de crédito.
municipal, conforme o caso e se necessária, inclusive quando
§ 6º O Estado, o Distrito Federal ou o Município, bem como
o processo de registro de titularidade ainda se encontre em
seus órgãos e entidades, somente poderá figurar como
trâmite; ou
convenente, se atender a todas as exigências desta Instrução
b.2) de pessoa física ou jurídica, inclusive quando o processo Normativa e aos requisitos da Lei de Diretrizes
de registro de titularidade ainda se encontre em trâmite, Orçamentárias vigente, especialmente quanto ao
neste caso, com promessa formal de doação irretratável e cumprimento das disposições constitucionais, ressalvados os
irrevogável; casos de calamidade pública oficialmente declarados.
c) imóvel que, embora ainda não haja sido devidamente § 7º Quando o convênio envolver montante igual ou inferior
consignado no cartório de registro de imóveis competente, ao previsto na alínea "a" do inciso II do "caput" do art. 23 da
pertence a Estado que se instalou em decorrência da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, poderá integrar o Plano
transformação de Território Federal, ou mesmo a qualquer de Trabalho, de que tratam o "caput" e o § 1o deste artigo,
de seus Municípios, por força de mandamento constitucional projeto básico simplificado, contendo especificações
ou legal; ou mínimas, desde que essa simplificação não comprometa o
acompanhamento e controle da execução da obra ou
d) imóvel cuja utilização esteja consentida pelo seu
instalação. Redação alterada p/IN nº 1/2002
proprietário, com autorização expressa irretratável e
irrevogável, sob a forma de cessão gratuita de uso. IN STN nº § 8º Admitir-se-á, ainda, para a celebração do convênio, que
4/2003 o projeto básico se faça sob a forma de pré-projeto, desde
que do termo de convênio conste cláusula específica
§ 1º Integrará o Plano de Trabalho a especificação completa
suspensiva que condicione a liberação das parcelas de
do bem a ser produzido ou adquirido e, no caso de obras,
recursos ao atendimento prévio da apresentação do projeto
instalações ou serviços, o projeto básico, entendido como tal
básico na forma prevista nos §§ 1o e 7o, conforme o caso.
o conjunto de elementos necessários e suficientes para
Redação alterada p/IN nº 1/2002
caracterizar, de modo preciso, a obra, instalação ou serviço
objeto do convênio, ou nele envolvida, sua viabilidade § 9º O pré-projeto de que trata o parágrafo 8º deste artigo
técnica, custo, fases, ou etapas, e prazos de execução, deverá conter o cronograma de execução da obra ou serviço
devendo, ainda, conter os elementos discriminados no inciso (metas, etapas ou fases); o plano de aplicação dos recursos
IX do art. 6º da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, envolvidos no convênio, discriminando-se, inclusive, os
inclusive os referentes à implementação das medidas valores que correrão à conta da contrapartida; e o
sugeridas nos estudos ambientais eventualmente exigidos, cronograma de desembolso dos recursos, em quotas, pelo
conforme disposto no art. 12 da Lei no 6.938, de 31 de agosto menos trimestrais, permitida a apresentação dos detalhes
de 1981. (Acórdão 1572/2003–TCU–Plenário) - IN nº 5, de de engenharia no projeto básico, para fins de redução de
7.10.2004 custos, na hipótese de o pré-projeto não ser aceito pelo
concedente. § acrescentado p/IN nº 3/2003
§ 2º A contrapartida dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e das entidades de direito privado, que poderá § 10.Visando a evitar atraso na consecução do objeto do
ser atendida através de recursos financeiros, de bens ou de convênio, pelo descumprimento do cronograma de
serviços, desde que economicamente mensuráveis, e desembolso de recursos, o concedente deverá desenvolver
estabelecida de modo compatível com a capacidade sistemática específica de planejamento e controle dos
financeira da respectiva unidade beneficiada, tendo por convênios, de maneira a garantir harmonia entre a execução
física e a financeira, esta subordinada aos decretos de § 2º Quando a declaração prestada pelo convenente datar
programação financeira do Poder Executivo federal. § de mais de trinta dias, exigir-se-á a sua ratificação para a
acrescentado p/IN nº 3/2003 celebração do convênio.
§ 11. Nas hipóteses previstas no item "a.1" da alínea "a" do § 3º Não se exigirá a comprovação de regularidade de que
inciso VIII deste artigo, quando o processo de trata este artigo para a liberação de parcelas, durante a
desapropriação não estiver concluído é permitida a vigência do instrumento.
substituição da anuência formal do titular da propriedade
§ 4º Não se exigirá a comprovação de regularidade de que
(expropriado) por alvará do juízo da vara em que o processo
trata este artigo, exceto a referida no item VI, para os
estiver tramitando. IN STN nº 4/2003 § 12. Nas hipóteses
aditamentos que objetivem a conclusão do objeto pactuado,
previstas nas alíneas "b" e "d" do inciso VIII deste artigo, é
desde que o prazo total não ultrapasse 12 (doze) meses.
imperativa a anuência formal do titular da propriedade,
como interveniente garantidor do uso do imóvel cedido ou § 5º Quando se tratar de convênio plurianual que objetive a
doado, comprometendo a si e aos respectivos herdeiros e manutenção de programas, inclusive os de natureza
sucessores a cumprir a cláusula de cessão gratuita de uso ou assistencial, será exigida a comprovação da situação de
de doação do imóvel, dispensada a anuência nos aditivos que regularidade de que trata este artigo, no início de cada
vierem a ser firmados nos casos em que não se afete a exercício financeiro, antecedendo a emissão de empenho,
característica de uso da propriedade. IN STN nº 4/2003 para o custeio das despesas daquele ano.
Art. 3º A situação de regularidade do convenente, para os § 6º A situação de regularidade do convenente, para os
efeitos desta Instrução Normativa, será comprovada efeitos desta Instrução Normativa, poderá ser comprovada
mediante: mediante consulta a cadastro específico, que vier a ser
instituído pelo Governo Federal, para esse fim.
I - apresentação de certidões de regularidade fornecidas pela
Secretaria da Receita Federal-SRF, pela Procuradoria-Geral Art. 4º Atendidas as exigências previstas no artigo anterior,
da Fazenda Nacional-PGFN, do Ministério da Fazenda, e o setor técnico e o de assessoria jurídica do órgão ou
pelos correspondentes órgãos estaduais e municipais; entidade concedente, segundo as suas respectivas
competências, apreciarão o texto das minutas de convênio,
II - apresentação de comprovantes de inexistência de débito
acompanhado de:
junto ao Instituto Nacional de Seguro Social - INSS,
referentes aos três meses anteriores, ou Certidão Negativa I - extrato, obtido mediante consulta ao Sistema Integrado
de Débitos - CND atualizada, e, se for o caso, também a de Administração Financeira do Governo Federal-SIAFI, do
regularidade quanto ao pagamento das parcelas mensais cadastramento prévio do Plano de Trabalho, realizado pelo
relativas aos débitos renegociados. órgão concedente, contendo todas as informações ali
exigidas para a realização do convênio (pré-convênio);
III - apresentação de Certificado de Regularidade do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS, fornecido pela Caixa II - documentos comprobatórios da capacidade jurídica do
Econômica Federal, nos termos da Lei nº 8.036, de 11 de proponente e de seu representante legal; da capacidade
maio de 1990; técnica, quando for o caso, e da regularidade fiscal, nos
termos da legislação específica;
IV - comprovação de regularidade perante o PIS/PASEP;
III - comprovante pertinente à pesquisa do concedente junto
V - comprovação de não estar inscrito como inadimplente no
aos seus arquivos e aos cadastros a que tiver acesso, em
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
especial ao Cadastro do Sistema Integrado de Administração
Federal- SIAFI;
Financeira do Governo Federal - SIAFI e ao Cadastro
VI - comprovação de não estar inscrito há mais de 30 (trinta) Informativo - CADIN, demonstrando que não há quaisquer
dias no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados - pendências do proponente junto à União, à entidade da
CADIN; Administração Pública Federal Indireta ou a entidade a elas
vinculada; e
VII - declaração expressa do proponente, sob as penas do art.
299 do Código Penal, de que não se encontra em mora e nem IV - cópia do certificado ou comprovante do Registro de
em débito junto a qualquer órgão ou entidade da Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho
Administração Pública Federal Direta e Indireta, conforme Nacional de Assistência Social - CNAS, quando for o caso.
inciso VII, do art. 2º, desta Instrução Normativa.
§ 1º Os instrumentos e respectivos aditivos, regidos por esta
§ 1º A declaração de que trata o inciso anterior terá Instrução Normativa, somente poderão ser celebrados após
referência abrangente a todo órgão e entidade da a aprovação pela autoridade competente, que se
Administração Pública Federal, exceto quanto àqueles fundamentará nos pareceres das unidades referidas no
referidos nos incisos I, II, III e IV, deste artigo que serão "caput" deste artigo.
objeto de comprovação específica.
§ 2º A pesquisa referida no inciso III deste artigo processar- delegação de competência, indicando-se, ainda, os
se-á com a utilização apenas dos oito dígitos que constituem dispositivos legais de credenciamento; a finalidade, a
o número base do Cadastro Geral de Contribuintes - CGC - sujeição do convênio e sua execução às normas da Lei nº
MF. 8.666, de 21.06.93, no que couber, bem como do Decreto nº
93.872, de 23.12.86, e a esta Instrução Normativa.
Art. 5º É vedado:
Art. 7º O convênio conterá, expressa e obrigatoriamente,
I - celebrar convênio, efetuar transferência, ou conceder
cláusulas estabelecendo:
benefícios sob qualquer modalidade, destinado a órgão ou
entidade da Administração Pública Federal, estadual, I - o objeto e seus elementos característicos com a descrição
municipal, do Distrito Federal, ou para qualquer órgão ou detalhada, objetiva, clara e precisa do que se pretende
entidade, de direito público ou privado, que esteja em mora, realizar ou obter, em consonância com o Plano de Trabalho,
inadimplente com outros convênios ou não esteja em que integrará o Convênio independentemente de
situação de regularidade para com a União ou com entidade transcrição;
da Administração Pública Federal Indireta;
II - a obrigação de cada um dos partícipes, inclusive a
II - destinar recursos públicos como contribuições, auxílios contrapartida;
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
III - a vigência, que deverá ser fixada de acordo com o prazo
§ 1º Para os efeitos do item I, deste artigo, considera-se em previsto para a consecução do objeto e em função das metas
situação de inadimplência, devendo o órgão concedente estabelecidas; IN nº 2/2002
proceder à inscrição no cadastro de inadimplentes do
IV - a obrigação do concedente de prorrogar “de ofício” a
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
vigência do convênio, quando houver atraso na liberação dos
Federal - SIAFI e no Cadastro Informativo - CADIN, o
recursos, limitada a prorrogação ao exato período do atraso
convenente que:
verificado;
I - não apresentar a prestação de contas, final ou parcial, dos
V - a prerrogativa da União, exercida pelo órgão ou entidade
recursos recebidos, nos prazos estipulados por essa
responsável pelo programa, de conservar a autoridade
Instrução Normativa;
normativa e exercer controle e fiscalização sobre a execução,
II - não tiver a sua prestação de contas aprovada pelo bem como de assumir ou transferir a responsabilidade pelo
concedente por qualquer fato que resulte em prejuízo ao mesmo, no caso de paralisação ou de fato relevante que
erário. venha a ocorrer, de modo a evitar a descontinuidade do
serviço;
III - estiver em débito junto a órgão ou entidade, da
Administração Pública, pertinente a obrigações fiscais ou a VI - a classificação funcional-programática e econômica da
contribuições legais. despesa, mencionando-se o número e data da Nota de
Empenho ou Nota de Movimentação de Crédito;
§ 2º Nas hipóteses dos incisos I e II do parágrafo anterior, a
entidade, se tiver outro administrador que não o faltoso, e VII - a liberação de recursos, obedecendo ao cronograma de
uma vez comprovada a instauração da devida tomada de desembolso constante do Plano de Trabalho (Anexo I);
contas especial, com imediata inscrição, pela unidade de
VIII - a obrigatoriedade de o convenente apresentar
contabilidade analítica, do potencial responsável em conta
relatórios de execução físico-financeira e prestar contas dos
de ativo "Diversos Responsáveis", poderá ser liberada para
recursos recebidos, no prazo máximo de sessenta dias,
receber novas transferências, mediante suspensão da
contados da data do término da vigência, observada a forma
inadimplência por ato expresso do ordenador de despesas
prevista nesta Instrução Normativa e salvaguardada a
do órgão concedente. Redação alterada p/IN 5/2001
obrigação de prestação parcial de contas de que tratam os
§ 3º O novo dirigente comprovará, semestralmente ao §§ 2o e 3o do art. 21; Redação alterada p/IN nº 2/2002
concedente o prosseguimento das ações adotadas, sob pena
IX - a definição do direito de propriedade dos bens
de retorno à situação de inadimplência.
remanescentes na data da conclusão ou extinção do
CAPÍTULO III instrumento, e que, em razão deste, tenham sido adquiridos,
produzidos, transformados ou construídos, respeitado o
Da Formalização
disposto na legislação pertinente;
Art. 6º O preâmbulo do termo de convênio conterá a
X - a faculdade aos partícipes para denunciá-lo ou rescindi-
numeração seqüencial; o nome e o C.G.C dos órgãos ou
lo, a qualquer tempo, imputando-se-lhes as
entidades que estejam firmando o instrumento; o nome,
responsabilidades das obrigações decorrentes do prazo em
endereço, número e órgão expedidor da carteira de
que tenham vigido e creditando-se-lhes, igualmente os
identidade e o C.P.F. dos respectivos titulares dos órgãos
benefícios adquiridos no mesmo período;
convenentes, ou daqueles que estiverem atuando por
da Constituição Federal, executados por órgão público, ou mês seguinte ao de sua assinatura, devendo esta ocorrer no
por entidade da administração estadual ou municipal. prazo de vinte dias a contar daquela data, contendo os
seguintes elementos:
§ 2º É nulo e de nenhum efeito, o convênio verbal com a
União ou com entidade da Administração Pública Federal. I - espécie, número, e valor do instrumento;
Art. 10. Assinarão, obrigatoriamente, o termo de convênio II - denominação, domicílio e inscrição no Cadastro Geral de
os partícipes, duas testemunhas devidamente qualificadas e Contribuintes do Ministério da Fazenda-CGC/MF dos
o interveniente, se houver. partícipes e nome e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
do Ministério da Fazenda-CPF/MF dos signatários;
Art. 11. Assinado o convênio, a entidade ou órgão
concedente dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa III - resumo do objeto;
ou à Câmara Municipal respectiva do convenente, quando
IV - crédito pelo qual correrá a despesa, número e data da
for o caso.
Nota de Empenho ou Nota de Movimentação de Crédito;
Art. 12. Nos convênios em que os partícipes sejam
V - valor a ser transferido ou descentralizado no exercício em
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, a
curso e, se for o caso, o previsto para exercícios
participação financeira se processará mediante a prévia
subseqüentes, bem como o da contrapartida que o
descentralização dos créditos orçamentários, segundo a
convenente se obriga a aplicar;
natureza das despesas que devam ser efetuadas pelo
convenente, mantida a Unidade Orçamentária e a VI - prazo de vigência e data da assinatura; e
classificação funcional programática, respeitando-se
VII - código da Unidade Gestora, da gestão e classificação
integralmente os objetivos preconizados no orçamento.
funcional programática e econômica, correspondente aos
Art. 13. A execução de convênio subordinar-se-á ao prévio respectivos créditos.
cadastramento do Plano de Trabalho, apresentado pelo
CAPÍTULO VI
convenente, no Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal - SIAFI, independentemente Da Liberação Dos Recursos
do seu valor, ou do instrumento utilizado para sua
Art. 18 A liberação de recursos financeiros, em decorrência
formalização.
de convênio, deve obedecer ao cronograma de desembolso
Art. 14. O processo, contendo termo de convênio e seus previsto no Plano de Trabalho de que trata o art. 2o desta
aditivos, bem como Plano de Trabalho e suas eventuais Instrução Normativa, guardar consonância com as fases ou
reformulações, será encaminhado ao respectivo órgão de etapas de execução do objeto do convênio e, ainda,
contabilidade analítica, no prazo de 5(cinco) dias, a contar da obedecer às seguintes disposições: IN nº 5, de 7.10.2004
data da assinatura dos instrumentos e da aprovação da
I - se o convenente for órgão da Administração Direta
reformulação pelo concedente, respectivamente.
Federal, a remessa dos recursos será feita pelo órgão setorial
CAPÍTULO IV de programação financeira, como conseqüência da
descentralização do crédito;
Da Alteração
II - quando o convenente for órgão da Administração
Art. 15. O convênio, ou Plano de Trabalho, este quando se
Federal, integrante da conta única, a liberação constituir-se-
tratar de destinação por Portaria Ministerial, somente
á em autorização de saque;
poderá ser alterado mediante proposta do convenente,
devidamente justificada, a ser apresentada em prazo III - sendo o convenente órgão ou entidade da Administração
mínimo, antes do término de sua vigência, que vier a ser Pública Federal, não integrante da conta única, ou instituição
fixado pelo ordenador de despesa do concedente, levando- de direito privado os recursos ficarão depositados e geridos
se em conta o tempo necessário para análise e decisão. no Banco do Brasil S/A, na Caixa Econômica Federal ou em
Redação alterada p/IN STN nº 2/2002 outra instituição bancária cujo controle acionário a União
detenha; IN STN nº 1/99
Art. 16. As alterações de que trata o artigo anterior sujeitam-
se ao registro, pelo concedente, no Sistema Integrado de IV - quando o convenente integrar a administração estadual,
Administração Financeira do Governo Federal-SIAFI. municipal ou do Distrito Federal, os recursos serão
depositados e geridos, a seu critério, alternativamente:
CAPÍTULO V
Redação alterada p/IN nº 6/2001
Da Publicação
a - no Banco do Brasil S/A; Redação alterada p/IN nº 6/2001
Art. 17. A eficácia dos convênios e de seus aditivos, qualquer
b - na Caixa Econômica Federal; Redação alterada p/IN nº
que seja o seu valor, fica condicionada à publicação do
6/2001
respectivo extrato no "Diário Oficial" da União, que será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do
c - em outra instituição financeira oficial, inclusive de caráter eletrônica disponível ou outra modalidade de saque
regional; Redação alterada p/IN nº 6/2001 autorizada pelo Banco Central do Brasil, em que fiquem
identificados sua destinação e, no caso de pagamento, o
d - em instituição financeira submetida a processo de
credor. IN STN nº 1/2004
desestatização ou, ainda, naquela adquirente de seu
controle acionário. Redação alterada p/IN nº 6/2001 § 1º - Quando o destinatário da transferência for estado,
Distrito Federal ou município, entidade a eles vinculada ou
§ 1º Nas hipóteses dos incisos III e IV, deste artigo, quando o
entidade particular, os recursos transferidos, enquanto não
órgão convenente for sediado em localidade que não possua
empregados na sua finalidade, serão obrigatoriamente
agência do Banco do Brasil S/A, da Caixa Econômica Federal
aplicados:
ou do banco oficial que se lhe aplicar, conforme o caso, será
observada a seguinte ordem de preferência: I - em caderneta de poupança de instituição financeira
oficial, se a previsão de seu uso for igual ou superior a um
I - outro banco oficial federal;
mês; e
II - outro banco oficial estadual; ou
II- em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou
III - na inexistência de instituições financeiras mencionadas operação de mercado aberto lastreada em título da dívida
nos incisos anteriores, em agência bancária local. pública federal, quando sua utilização estiver prevista para
prazos menores.
§ 2º Não estão sujeitas à obrigatoriedade de movimentação
nas instituições financeiras referidas no parágrafo anterior § 2º Os rendimentos das aplicações financeiras serão,
deste artigo os recursos financeiros relativos a programas e obrigatoriamente, aplicados no objeto do convênio ou da
projetos de caráter regional, que serão depositados em suas transferência, estando sujeitos às mesmas condições de
instituições regionais de créditos, conforme dispuser a prestação de contas exigidos para os recursos transferidos.
legislação específica.
§ 3º As receitas oriundas dos rendimentos da aplicação no
§ 3º Na hipótese de implementação de medidas sugeridas mercado financeiro não poderão ser computadas como
nos estudos ambientais previstos no § 1o do art. 2o desta contrapartida, devida pelo convenente.
Instrução Normativa, a liberação de recursos fica
§ 4º Não será permitida, em nenhuma hipótese, a aplicação
condicionada à licença ambiental prévia discriminada no
financeira de recursos recebidos, em decorrência de
inciso III-A do “caput” do referido artigo. (Acórdão
descentralização de créditos, por qualquer órgão da
1572/2003–TCU–Plenário) _ IN nº 5, de 7. 10.2004
Administração Pública Federal, Direta ou entidade da
Art. 19. A liberação de recursos financeiros por força de Administração Indireta.
convênio, nos casos em que o convenente não integre os
Art. 21. A transferência de recursos financeiros destinados
orçamentos fiscal e da seguridade social, constituirá despesa
ao cumprimento do objeto do convênio obedecerá ao Plano
do concedente; e o recebimento, receita do convenente.
de Trabalho previamente aprovado, tendo por base o
Parágrafo único. Quando o convenente integrar o cronograma de desembolso, cuja elaboração terá como
Orçamento Fiscal ou o da Seguridade Social, a liberação dos parâmetro para a definição das parcelas o detalhamento da
recursos se processará mediante: execução física do objeto e a programação financeira do
Governo Federal.
I - repasse:
§ 1º As unidades gestoras que transferirem recursos em
a) do órgão setorial de programação financeira para
desacordo com o disposto neste artigo terão as suas
entidades da administração indireta e entre estas; e
Propostas de Programação revistas pelo órgão central de
b) das entidades da administração indireta para órgãos da programação financeira.
administração direta, ou entre estes, se de outro órgão ou
§ 2º Quando a liberação dos recursos ocorrer em 3 (três) ou
Ministério;
mais parcelas, a terceira ficará condicionada à apresentação
II - sub-repasse - entre órgãos da administração direta de um de prestação de contas parcial referente à primeira parcela
mesmo órgão ou ministério e entre unidades gestoras de liberada, composta da documentação especificada nos itens
uma mesma entidade da Administração Indireta. III a VII do art. 28, e assim sucessivamente. Após a aplicação
da última parcela, será apresentada a prestação de contas do
Art. 20. Os recursos serão mantidos em conta bancária
total dos recursos recebidos;
específica somente permitidos saques para pagamento de
despesas constantes do Programa de Trabalho ou para § 3º Caso a liberação dos recursos seja efetuada em até duas
aplicação no mercado financeiro, nas hipóteses previstas em parcelas, a apresentação da Prestação de Contas se fará no
lei ou nesta Instrução Normativa, devendo sua final da vigência do instrumento, globalizando as parcelas
movimentação realizar-se, exclusivamente, mediante liberadas.
cheque nominativo, ordem bancária, transferência
§ 4º A liberação das parcelas do convênio será suspensa até descentralização ou transferência, subordinará tais
a correção das impropriedades ocorridas, nos casos a seguir transferências às mesmas exigências que lhe foram feitas,
especificados: conforme esta Instrução Normativa.
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular Parágrafo único. Os órgãos ou entidades da Administração
aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da Pública Federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal
legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de não poderão celebrar convênio com mais de uma instituição
fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade para o mesmo objeto, exceto quando se tratar de ações
ou órgão concedente e/ou pelo órgão competente do complementares, o que deverá ficar consignado no
sistema de controle interno da Administração Pública; respectivo convênio, delimitando-se as parcelas referentes
de responsabilidade deste e as que devam ser executadas à
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos
conta do outro instrumento.
recursos, atrasos não justificados no cumprimento das
etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos Art. 26. Quando o convênio compreender a aquisição de
princípios fundamentais de Administração Pública nas equipamentos e materiais permanentes, será obrigatória a
contratações e demais atos praticados na execução do estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes
convênio; na data da extinção do acordo ou ajuste. IN nº 2/2002
III - quando for descumprida, pelo convenente ou executor, Parágrafo único. Os bens materiais e equipamentos
qualquer cláusula ou condição do convênio. adquiridos com recursos de convênios com estados, Distrito
Federal ou municípios poderão, a critério do Ministro de
§ 5º A liberação das parcelas do convênio será suspensa
Estado, ou autoridade equivalente, ou do dirigente máximo
definitivamente na hipótese de sua rescisão.
da entidade da administração indireta, ser doados àqueles
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do entes quando, após a consecução do objeto do convênio,
convênio, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os forem necessários para assegurar a continuidade de
provenientes das receitas obtidas em aplicações financeiras programa governamental, observado o que, a respeito,
realizadas, serão devolvidos ao órgão ou entidade tenha sido previsto no convênio. IN nº 2/2002
concedente, no prazo improrrogável de 30(trinta) dias do
Art. 27. O convenente, ainda que entidade privada, sujeita-
evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
se, quando da execução de despesas com os recursos
contas especial do responsável, providenciada pela
transferidos, às disposições da Lei nº 8.666, de 21 de junho
autoridade competente do órgão ou entidade concedente.
de 1993, especialmente em relação a licitação e contrato,
CAPÍTULO VII admitida a modalidade de licitação prevista na Lei nº 10.520,
de 17 de julho de 2002, nos casos em que especifica.
Da Execução
Redação alterada p/IN nº 3/2003 - Acórdão TCU nº 1070, de
Art. 22. O convênio deverá ser executado fielmente pelas 6.8.2003 - Plenário, item 9.2
partes, de acordo com as cláusulas pactuadas e a legislação
CAPÍTULO VIII
pertinente, respondendo cada uma pelas conseqüências de
sua inexecução total ou parcial. Da Prestação De Contas
Art. 23. A função gerencial fiscalizadora será exercida pelo Seção I
concedente, dentro do prazo regulamentar de
Da Prestação De Contas Final
execução/prestação de contas do convênio, ficando
assegurado a seus agentes qualificados o poder Art. 28. O órgão ou entidade que receber recursos, inclusive
discricionário de reorientar ações e de acatar, ou não, de origem externa, na forma estabelecida nesta Instrução
justificativas com relação às disfunções porventura havidas Normativa, ficará sujeito a apresentar prestação de contas
na execução. Redação alterada p/IN nº 2/2002 final do total dos recursos recebidos, que será constituída de
relatório de cumprimento do objeto, acompanhada de:
Art. 24. Sem prejuízo da prerrogativa da União, mencionada
no inciso IV, do art. 7º desta Instrução Normativa, o I - Plano de Trabalho - Anexo I - fls. 1/3, 2/3 e 3/3;
ordenador de despesas do órgão ou entidade concedente
II - cópia do Termo de Convênio ou Termo Simplificado de
poderá delegar competência para acompanhamento da
Convênio, com a indicação da data de sua publicação;
execução do convênio, a dirigentes de órgãos ou entidades
pertencentes à Administração Federal que se situem III - Relatório de Execução Físico-Financeira;
próximos ao local de aplicação dos recursos.
IV - Demonstrativo da Execução da Receita e Despesa,
Art. 25. As unidades da Federação e os municípios que evidenciando os recursos recebidos em transferências, a
receberem transferências dos órgãos ou entidades, contrapartida, os rendimentos auferidos da aplicação dos
mencionados no art. 1º desta Instrução Normativa, para recursos no mercado financeiro, quando for o caso e os
execução de programa de trabalho que requeira nova saldos - Anexo IV;
encaminhado ao órgão de controle interno para os exames contabilidade analítica competente, a instauração de
de auditoria previstos na legislação em vigor e providências Tomada de Contas Especial e procederá, no âmbito do Siafi,
subseqüentes. no cadastro de Convênios, ao registro de inadimplência. IN
STN nº 2, de 31.5.2006
§ 7º Quando a prestação de contas não for encaminhada no
prazo convencionado, o concedente assinará o prazo CAPÍTULO IX
máximo de 30 (trinta) dias para sua apresentação, ou
Da Rescisão
recolhimento dos recursos, incluídos os rendimentos da
aplicação no mercado financeiro, acrescidos de juros e Art. 36. Constitui motivo para rescisão do convênio
correção monetária, na forma da lei, comunicando o fato ao independentemente do instrumento de sua formalização, o
órgão de controle interno de sua jurisdição ou equivalente. inadimplemento de quaisquer das cláusulas pactuadas,
particularmente quando constatadas as seguintes situações:
§ 8º Esgotado o prazo, referido no parágrafo anterior, e não
cumpridas as exigências, ou, ainda, se existirem evidências I - utilização dos recursos em desacordo com o Plano de
de irregularidades de que resultem em prejuízo para o Trabalho;
erário, a unidade concedente dos recursos adotará as
II - aplicação dos recursos no mercado financeiro em
providências previstas no § 4º deste artigo.
desacordo com o disposto no art. 18; e
§ 9º Aplicam-se as disposições dos §§ 5º, 6º e 7º deste artigo
III - falta de apresentação das Prestações de Contas Parciais
aos casos em que o convenente não comprove a aplicação
e Final, nos prazos estabelecidos.
da contrapartida estabelecida no convênio, bem como dos
rendimentos da aplicação no mercado financeiro. Art. 37. A rescisão do convênio, na forma do artigo anterior,
enseja a instauração da competente Tomada de Contas
§ 10. Os atos de competência do ordenador de despesa da
Especial.
unidade concedente e assim como os de competência da
unidade técnica responsável pelo programa, do órgão ou CAPÍTULO X
entidade concedente, poderão ser delegados nos termos dos
Da Tomada De Contas Especial
artigos 11 e 12 do Decreto-lei nº 200/67.
Art. 38. Será instaurada a competente Tomada de Contas
SEÇÃO II
Especial, visando a apuração dos fatos, identificação dos
Da Prestação De Contas Parcial responsáveis e quantificação do dano, pelos órgãos
encarregados da contabilidade analítica do concedente, por
Art. 32. A prestação de contas parcial é aquela pertinente a
solicitação do respectivo ordenador de despesas ou, na sua
cada uma das parcelas de recursos liberados e será composta
omissão, por determinação do Controle Interno ou TCU,
da documentação especificada nos itens III a VII, VIII e X,
quando:
quando houver, do Art. 28 desta Instrução Normativa.
I - Não for apresentada a prestação de contas no prazo de
Art. 33. A prestação de contas parcial e em especial o
até 30 dias concedido em notificação pelo concedente;
Relatório de Execução Físico-Financeira (Anexo III) será
analisada observando-se os critérios dispostos no parágrafo II - não for aprovada a prestação de contas, apesar de
1º do Art. 31. eventuais justificativas apresentadas pelo convenente, em
decorrência de:
Art. 34. Será efetuado o registro no Cadastro de Convênios
no SIAFI, correspondente ao resultado da análise realizada a) não execução total do objeto pactuado;
pelo concedente, com base nos pareceres emitidos na forma
b) atingimento parcial dos objetivos avençados;
prevista no artigo anterior, sobre a prestação de contas
parcial ou final. c) desvio de finalidade;
Art. 35. Constatada irregularidade ou inadimplência na d) impugnação de despesas;
apresentação da prestação de contas parcial, o ordenador de
e) não cumprimento dos recursos da contrapartida;
despesas suspenderá imediatamente a liberação de recursos
e notificará o convenente dando-lhe o prazo máximo de 30 f) não aplicação de rendimentos de aplicações financeiras no
(trinta) dias para sanar a irregularidade ou cumprir a objeto pactuado.
obrigação. III - ocorrer qualquer outro fato do qual resulte prejuízo ao
Parágrafo único. Decorrido o prazo de que trata o “caput” erário.
deste artigo sem que a irregularidade haja sido sanada ou
§ 1º A instauração da Tomada de Contas Especial, obedecida
adimplida a obrigação, o ordenador de despesas do
a norma específica será precedida ainda de providências
concedente, sob pena de responsabilidade no caso de
saneadoras por parte do concedente e da notificação do
omissão, comunicará o fato ao órgão de controle interno a
responsável, assinalando prazo de, no máximo, 30 (trinta)
que estiver jurisdicionado, providenciará, junto à unidade de
dias, para que apresente a prestação de contas ou recolha o Das Disposições Finais
valor do débito imputado, acrescido de correção monetária
Art. 39. Não se aplicam as exigências desta Instrução
e juros de mora, bem assim, as justificativas e as alegações
Normativa aos instrumentos:
de defesa julgadas necessárias pelo notificado, nos casos em
que a prestação de contas não tenha sido aprovada. I - cuja execução não envolva a transferência de recursos
entre os partícipes;
§ 2º Instaurada a Tomada de Contas Especial e havendo a
apresentação, embora intempestiva, da prestação de contas II - celebrados anteriormente à data da sua publicação,
ou recolhimento do débito imputado, inclusive gravames devendo ser observadas, neste caso, as prescrições
legais, poderão ocorrer as seguintes hipóteses: normativas vigentes à época da sua celebração, podendo,
todavia, se lhes aplicar naquilo que beneficiar a consecução
I - No caso da apresentação da prestação de contas ou
do objeto do convênio;
recolhimento integral do débito imputado, antes do
encaminhamento da Tomada de Contas Especial ao Tribunal III - destinados à execução descentralizada de programas
de Contas da União, deverá ser dada a baixa do registro de federais de atendimento direto ao público, nas áreas de
inadimplência, e: assistência social, médica e educacional, ressalvados os
convênios em que for prevista a antecipação de recursos;
a) aprovada a prestação de contas ou comprovado o
recolhimento, tal circunstância deverá ser imediatamente IV - que tenham por objeto a delegação de competência ou
comunicada ao órgão onde se encontre a Tomada de Contas a autorização a órgãos e ou entidades de outras esferas de
Especial, visando o arquivamento do processo e mantendo- governo para a execução de atribuições determinadas em
se a baixa da inadimplência e efetuando-se o registro da lei, regulamento ou regimento interno, com geração de
baixa da responsabilidade, sem prejuízo de ser dado receita compartilhada; e
conhecimento do fato ao Tribunal de Contas da União, em
V - homologados regular e diretamente pelo Congresso
relatório de atividade do gestor, quando da tomada ou
Nacional naquilo em que as disposições dos tratados,
prestação de contas anual do ordenador de despesas do
acordos e convenções internacionais, específicas,
órgão/entidade concedente;
conflitarem com esta Instrução Normativa, quando os
b) não aprovada a prestação de contas, o fato deverá ser recursos envolvidos forem integralmente oriundos de fonte
comunicado ao órgão onde se encontre a Tomada de Contas externa de financiamento.
Especial para que adote as providências necessárias ao
Parágrafo único. As disposições desta Instrução Normativa
prosseguimento do feito, sob esse novo fundamento,
aplicam-se no que couber ao “contrato de repasse” a que se
reinscrevendo-se a inadimplência, no caso de a Tomada de
refere o Decreto nº 1.819, de 16.02.96, que se equipara à
Contas Especial referir-se ao atual administrador, tendo em
figura do convênio, conceituada no inciso I, do art. 1º.
vista a sua permanência à frente da administração do órgão
convenente. Art. 40. A inobservância do disposto nesta Instrução
Normativa constitui omissão de dever funcional e será
II - No caso da apresentação da prestação de contas ou
punida na forma prevista em lei.
recolhimento integral do débito imputado, após o
encaminhamento da Tomada de Contas Especial ao Tribunal Art. 41. Ficam aprovados os formulários que constituem os
de Contas da União, proceder-se-á, também, a baixa da anexos I a VI desta Instrução Normativa, que serão utilizados
inadimplência, e: pelos convenentes para formalização do instrumento, e da
respectiva prestação de contas.
a) sendo aprovada a prestação de contas ou comprovado o
recolhimento, tal circunstância deverá ser imediatamente Art. 42. Aplicam-se, no que couber, aos instrumentos
comunicada à respectiva unidade de controle interno que regulamentados por esta Instrução Normativa as demais
certificou as contas para adoção das providências junto ao legislações pertinentes, e em especial:
Tribunal de Contas da União, mantendo-se a baixa da
- Lei nº 1.493, de 13 de dezembro de 1951;
inadimplência bem como a inscrição da responsabilidade
apurada, que só poderá ser baixada por decisão do Tribunal; - Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, art. 27;
b) não sendo aprovada a prestação de contas adotar-se-á as - Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, arts. 15, 47, 48 e 55 a
providências do inciso anterior quanto à comunicação à 57;
unidade de controle interno, reinscrevendo-se, entretanto, a
- Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, art. 54;
inadimplência, no caso da Tomada de Contas Especial
referirse ao atual administrador, tendo em vista a sua - Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
permanência à frente da administração do órgão
- Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993;
convenente.
- Lei nº 8.931, de 22 de setembro de 1994; (com a redação
CAPÍTULO XI
dada pela Lei nº 9.057 de 06.06.95);
- Lei nº 9.082, de 25 de julho de 1995; § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando
- Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967;
regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
- Decreto-lei nº 1.290, de 3 de dezembro de 1973;
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
- Decreto-lei nº 1.442, de 27 de janeiro de 1976; especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a
lei anterior.
- MP nº 1.360, de 12 de março de 1996;
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se
- Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986;
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
- Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990, art. 15;
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que
- Decreto nº 612, de 21 de julho de 1992, art. 14, art. 84 a 92; não a conhece.
- Decreto nº 825, de 28 de maio de 1993; Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de
- Decreto nº 1.006, de 09 de dezembro de 1993;
direito.
- Decreto nº 1.819, de 16 de fevereiro de 1996;
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a
- Portaria MEFP nº 822, de 30 de agosto de 1991; que ela se dirige e às exigências do bem comum.
- Instrução Normativa DTN nº 08, de 21 de dezembro de Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
1990. respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de
Art. 43. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data da
1957)
sua publicação, revogadas as Instruções Normativas STN nº
02, de 19 de abril de 1993 e nº 06, de 13 de outubro de 1993. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo
a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído
EDUARDO AUGUSTO GUIMARÃES
pela Lei nº 3.238, de 1957)
apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse
de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei
adoção ao competente registro. (Redação dada do Estado em que se constituírem.
pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei
depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver brasileira.
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações
em que a homologação produzirá efeito imediato,
de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das
ou hajam investido de funções públicas, não poderão
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de
Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá
desapropriação.
reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já
proferidas em pedidos de homologação de sentenças § 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem propriedade dos prédios necessários à sede dos
a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
pela Lei nº 12.036, de 2009). (Vide Lei nº 4.331, de 1964)
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira,
família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua cumprida a obrigação.
guarda.
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o
encontre.
exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira,
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles as diligências deprecadas por autoridade estrangeira
concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das
situados. diligências.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro
proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios
destinarem a transporte para outros lugares. de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas
que a lei brasileira desconheça.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a
pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz
exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei
do país em que se constituírem. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e
dependendo de forma essencial, será esta observada, a) haver sido proferida por juiz competente;
admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente
requisitos extrínsecos do ato.
verificado à revelia;
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades
constituída no lugar em que residir o proponente.
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido,
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
(Vide art.105, I, i da Constituição Federal).
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País,
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se
dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a
não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por
(Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995) ela feita a outra lei.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como
capacidade para suceder. quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no
Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste
pública e os bons costumes. artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para
que a regularização ocorra de modo proporcional e
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as
equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se
autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que,
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato,
em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou
inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de
excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado.
(Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública,
serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão
gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem
celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de
prejuízo dos direitos dos administrados.
brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do
casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade
devendo constar da respectiva escritura pública as de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
disposições relativas à descrição e à partilha dos bens serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.
retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza
(Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente provierem para a administração pública, as circunstâncias
constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta
necessário que a assinatura do advogado conste da escritura
na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e
pública. (Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013)
relativas ao mesmo fato. (Incluído pela Lei nº
Vigência
13.655, de 2018)
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial
anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência
que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
que satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de
pela Lei nº 3.238, de 1957)
transição quando indispensável para que o novo dever ou
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos condicionamento de direito seja cumprido de modo
tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos
fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interesses gerais.
interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
(noventa) dias contados da data da publicação desta lei.
13.655, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial,
ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste,
não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem
processo ou norma administrativa cuja produção já se
que sejam consideradas as consequências práticas da
houver completado levará em conta as orientações gerais da
decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
época, sendo vedado que, com base em mudança posterior
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e de orientação geral, se declarem inválidas situações
a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive 13.655, de 2018)
em face das possíveis alternativas. (Incluído pela
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as
Lei nº 13.655, de 2018)
interpretações e especificações contidas em atos públicos de
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa
controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá reiterada e de amplo conhecimento público.
indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655,
2018)
de 2018)
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
situação contenciosa na aplicação do direito público, 2018) (Vigência)
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
fixará o prazo e demais condições da consulta pública,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e
observadas as normas legais e regulamentares específicas,
presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
se houver. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
compromisso com os interessados, observada a legislação
(Vigência)
aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
de 2018) (Vigência)
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por
meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente
a consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
e compatível com os interesses gerais; (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018) Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste
artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de
entidade a que se destinam, até ulterior revisão.
2018)
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever
Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121º da
ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação
Independência e 54º da República.
geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
GETULIO VARGAS
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso Alexandre Marcondes Filho
de descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655,
Oswaldo Aranha.
de 2018)
Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.9.1942,
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655,
retificado em 8.10.1942 e retificado em 17.6.1943
de 2018)
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa,
controladora ou judicial, poderá impor compensação por
LEI Nº 10.406/2002
benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos Institui o Código Civil.
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se PARTE GERAL
for o caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, LIVRO I
de 2018)
Das Pessoas
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser
celebrado compromisso processual entre os envolvidos. TÍTULO I
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Das Pessoas Naturais
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas CAPÍTULO I
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro
grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Da Personalidade E Da Capacidade
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem
civil.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos concepção, os direitos do nascituro.
normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer
organização interna, poderá ser precedida de consulta pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
pública para manifestação de interessados, (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será 2015) (Vigência)
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses
2015) (Vigência) casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
provável do falecimento.
2015) (Vigência)
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma
III - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
2015) (Vigência)
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à simultaneamente mortos.
maneira de os exercer:
Art. 9º Serão registrados em registro público:
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do
juiz;
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) IV - a sentença declaratória de ausência e de morte
presumida.
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do
IV - os pródigos. casamento, o divórcio, a separação judicial e o
restabelecimento da sociedade conjugal;
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada
por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou
de 2015) (Vigência) reconhecerem a filiação;
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, CAPÍTULO II
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da
Dos Direitos da Personalidade
vida civil.
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
mediante instrumento público, independentemente de
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
prejuízo de outras sanções previstas em lei.
II - pelo casamento;
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação
III - pelo exercício de emprego público efetivo; para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
colateral até o quarto grau.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de
existência de relação de emprego, desde que, em função
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
permanente da integridade física, ou contrariar os bons
economia própria.
costumes.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte;
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a
para fins de transplante, na forma estabelecida em lei
lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
especial.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a
decretação de ausência:
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte,
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em para depois da morte.
perigo de vida;
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito revogado a qualquer tempo.
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término
da guerra.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com § 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente
risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não
cirúrgica. havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele § 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os
compreendidos o prenome e o sobrenome. mais remotos.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por § 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a
outrem em publicações ou representações que a exponham escolha do curador.
ao desprezo público, ainda quando não haja intenção
Seção II
difamatória.
Da Sucessão Provisória
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em
propaganda comercial. Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do
ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza
se passando três anos, poderão os interessados requerer
da proteção que se dá ao nome.
que se declare a ausência e se abra provisoriamente a
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à sucessão.
administração da justiça ou à manutenção da ordem pública,
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se
a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
consideram interessados:
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem I - o cônjuge não separado judicialmente;
prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem
a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito
dependente de sua morte;
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são
partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
ascendentes ou os descendentes.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de
a requerimento do interessado, adotará as providências publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado,
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao
norma. (Vide ADIN 4815) inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse
falecido.
CAPÍTULO III
§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo
Da Ausência
interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério
Seção I Público requerê-la ao juízo competente.
Da Curadoria dos Bens do Ausente § 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para
requerer o inventário até trinta dias depois de passar em
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem
julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória,
dela haver notícia, se não houver deixado representante ou
proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma
procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a
estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério
Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente,
ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará
deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos
curador, quando o ausente deixar mandatário que não
garantidos pela União.
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se
os seus poderes forem insuficientes. Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do
ausente, darão garantias da restituição deles, mediante
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes
penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões
e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no
respectivos.
que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e
curadores. § 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não
puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído,
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja
mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a
separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos
administração do curador, ou de outro herdeiro designado
antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo,
provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao
do ausente. domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados
nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não
da União, quando situados em território federal.
sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o
juiz, para lhes evitar a ruína. TÍTULO II
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios Das Pessoas Jurídicas
ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de
CAPÍTULO I
modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que
de futuro àquele forem movidas. Disposições Gerais
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno
sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e ou externo, e de direito privado.
rendimentos dos bens que a este couberem; os outros
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos
e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com I - a União;
o representante do Ministério Público, e prestar anualmente
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
contas ao juiz competente.
III - os Municípios;
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que
a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em IV - (Revogado).
favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe
tocaria. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas
jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata
direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data,
funcionamento, pelas normas deste Código.
aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele
tempo. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os
Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência,
pelo direito internacional público.
depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo
as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são
obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa
entrega dos bens a seu dono. qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por
Seção III
parte destes, culpa ou dolo.
Da Sucessão Definitiva
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença
I - as associações;
que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os
interessados requerer a sucessão definitiva e o II - as sociedades;
levantamento das cauções prestadas.
III - as fundações.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também,
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº
provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e
10.825, de 22.12.2003)
que de cinco datam as últimas notícias dele.
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à
22.12.2003)
abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus
descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
os bens existentes no estado em que se acharem, os sub- (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação
interessados houverem recebido pelos bens alienados
interna e o funcionamento das organizações religiosas,
depois daquele tempo. sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento
ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou
funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de do Ministério Público quando lhe couber intervir no
22.12.2003) processo, que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da
Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou
de 22.12.2003) cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá
para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão
conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei § 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver
nº 10.825, de 22.12.2003) inscrita, a averbação de sua dissolução.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de § 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito
respectivo registro, precedida, quando necessário, de privado.
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento
no registro todas as alterações por que passar o ato
da inscrição da pessoa jurídica.
constitutivo.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a
proteção dos direitos da personalidade.
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de CAPÍTULO II
sua inscrição no registro.
Das Associações
Art. 46. O registro declarará:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o que se organizem para fins não econômicos.
fundo social, quando houver;
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e
II - o nome e a individualização dos fundadores ou obrigações recíprocos.
instituidores, e dos diretores;
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações
III - o modo por que se administra e representa, ativa e conterá:
passivamente, judicial e extrajudicialmente;
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos
administração, e de que modo;
associados;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente,
III - os direitos e deveres dos associados;
pelas obrigações sociais;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino
do seu patrimônio, nesse caso. V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos
deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos
2005)
administradores, exercidos nos limites de seus poderes
definidos no ato constitutivo. VI - as condições para a alteração das disposições
estatutárias e para a dissolução.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as
decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das
salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o
decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto poderá instituir categorias com vantagens
estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou especiais.
fraude.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o estatuto não dispuser o contrário.
juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração
administrador provisório.
ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, não importará, de per si, na atribuição da qualidade de
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se
diversa do estatuto. para fins de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
justa causa, assim reconhecida em procedimento que
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos
artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer
direito ou função que lhe tenha sido legitimamente IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei
ou no estatuto.
nº 13.151, de 2015)
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
(Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei Lei nº 13.151, de 2015)
nº 11.127, de 2005)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção
de 2005) e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os
incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151,
dos administradores. (Redação dada pela Lei nº 11.127,
de 2015)
de 2005)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na
forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os
associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser
Lei nº 11.127, de 2005) o instituidor, incorporados em outra fundação que se
proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu
patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre
quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade,
56, será destinado à entidade de fins não econômicos ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer,
designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do
fins idênticos ou semelhantes.
patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo,
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação
deliberação dos associados, podem estes, antes da projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da
destinação do remanescente referida neste artigo, receber autoridade competente, com recurso ao juiz.
em restituição, atualizado o respectivo valor, as
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo
contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da
assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento
associação.
e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do
Federal ou no Território, em que a associação tiver sede,
Estado onde situadas.
instituição nas condições indicadas neste artigo, o que
remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do § 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território,
Estado, do Distrito Federal ou da União. caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
CAPÍTULO III
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado,
Das Fundações
caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por Ministério Público.
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se
mister que a reforma:
quiser, a maneira de administrá-la.
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir III - do Município, o lugar onde funcione a administração
e representar a fundação; municipal;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem
as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso
domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado. § 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo
para os atos nele praticados.
máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no
caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri- § 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no
la, a requerimento do interessado. (Redação dada pela estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no
Lei nº 13.151, de 2015) tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas
agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por
corresponder.
votação unânime, os administradores da fundação, ao
submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor
requererão que se dê ciência à minoria vencida para público, o militar, o marítimo e o preso.
impugná-la, se quiser, em dez dias.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade representante ou assistente; o do servidor público, o lugar
a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, em que exercer permanentemente suas funções; o do
o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica,
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver
estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a
proponha a fim igual ou semelhante. sentença.
TÍTULO III Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no
estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde
Do Domicílio
tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
estabelece a sua residência com ânimo definitivo. onde o teve.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes
residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os
domicílio seu qualquer delas. direitos e obrigações deles resultantes.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às CAPÍTULO III
relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é
Dos Bens Públicos
exercida.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno;
diversos, cada um deles constituirá domicílio para as
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
relações que lhe corresponderem.
pertencerem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não
Art. 99. São bens públicos:
tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com
ruas e praças;
a intenção manifesta de o mudar.
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que
destinados a serviço ou estabelecimento da administração
declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa,
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria
suas autarquias;
mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal,
I - da União, o Distrito Federal; ou real, de cada uma dessas entidades.
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário,
consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à
direito privado. intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da
linguagem.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de
uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados
qualificação, na forma que a lei determinar. conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia
observadas as exigências da lei. interpretam-se estritamente.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. CAPÍTULO V
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito Da Invalidade do Negócio Jurídico
ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
entidade a cuja administração pertencerem.
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
LIVRO III
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
Dos Fatos Jurídicos
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for
TÍTULO I
ilícito;
Do Negócio Jurídico
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
CAPÍTULO I
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere
Disposições Gerais essencial para a sua validade;
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
I - agente capaz; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a
prática, sem cominar sanção.
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita
aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas
indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula
realizada a condição a que ele estiver subordinado. não verdadeira;
Art. 107. A validade da declaração de vontade não III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
dependerá de forma especial, senão quando a lei datados.
expressamente a exigir.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública dos contraentes do negócio jurídico simulado.
é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser
constituição, transferência, modificação ou renúncia de
alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o
Público, quando lhe couber intervir.
maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de
juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos
não valer sem instrumento público, este é da substância do
e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las,
ato.
ainda que a requerimento das partes.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de
autor haja feito a reserva mental de não querer o que
confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as
requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se
a declaração de vontade expressa.
houvessem previsto a nulidade.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação
anulável o negócio jurídico: principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas
não induz a da obrigação principal.
I - por incapacidade relativa do agente;
TÍTULO III
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores. Dos Atos Ilícitos
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
partes, salvo direito de terceiro. negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do
negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do
pelos bons costumes.
vício que o inquinava.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária
de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular
a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele de um direito reconhecido;
dispusesse o devedor.
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de pessoa, a fim de remover perigo iminente.
autorização de terceiro, será validado se este a der
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
posteriormente.
somente quando as circunstâncias o tornarem
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por absolutamente necessário, não excedendo os limites do
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a indispensável para a remoção do perigo.
podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a
TÍTULO IV
alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
Da Prescrição e da Decadência
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para
pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: CAPÍTULO I
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; Da Prescrição
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo Seção I
ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
Disposições Gerais
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão,
incapacidade.
a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é os arts. 205 e 206.
anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a
será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
pretensão.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode,
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou
para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se
tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte,
depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia
ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação com a prescrição.
anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados
proveito dele a importância paga.
por acordo das partes.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de
ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo
jurisdição, pela parte a quem aproveita.
possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio
têm ação contra os seus assistentes ou representantes
jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.
legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade oportunamente.
parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão
correr contra o seu sucessor. pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos
conservatórios do direito cedido.
CAPÍTULO II
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções
Da Decadência
que lhe competirem, bem como as que, no momento em que
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
à decadência as normas que impedem, suspendem ou
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que
interrompem a prescrição.
não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma
198, inciso I. responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se
tiver procedido de má-fé.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência,
responde pela solvência do devedor.
quando estabelecida por lei.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem
solvência do devedor, não responde por mais do que
aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas
daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de
o juiz não pode suprir a alegação.
ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário
TÍTULO II houver feito com a cobrança.
Da Transmissão das Obrigações Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser
transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora;
CAPÍTULO I
mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica
Da Cessão de Crédito exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos
de terceiro.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se
opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o CAPÍTULO II
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser
Da Assunção de Dívida
oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do
instrumento da obrigação. Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do
devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da
crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao
um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento
credor para que consinta na assunção da dívida,
público, ou instrumento particular revestido das solenidades
interpretando-se o seu silêncio como recusa.
do § 1º do art. 654.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo,
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito
consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as
de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada,
devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado
restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as
se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se
garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o
declarou ciente da cessão feita.
vício que inquinava a obrigação.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito,
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as
prevalece a que se completar com a tradição do título do
exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
crédito cedido.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter
seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor,
conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que,
notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do
no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao
débito, entender-se-á dado o assentimento.
cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da
obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura TÍTULO III
pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
CAPÍTULO I
Do Pagamento Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o
Seção I
devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
De Quem Deve Pagar
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo
pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios o disposto nos artigos subseqüentes.
conducentes à exoneração do devedor.
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não prestações sucessivas.
interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier
oposição deste.
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a
seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o
mas não se sub-roga nos direitos do credor. valor real da prestação.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou
direito ao reembolso no vencimento. em moeda estrangeira, bem como para compensar a
diferença entre o valor desta e o da moeda nacional,
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com
excetuados os casos previstos na legislação especial.
desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular,
ilidir a ação. e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por
transmissão da propriedade, quando feito por quem possa instrumento particular, designará o valor e a espécie da
alienar o objeto em que ele consistiu. dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou,
o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não
credor, ou do seu representante.
se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu
e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste
aliená-la. artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das
circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Seção II
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do
Daqueles a Quem se Deve Pagar
título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem pagamento, declaração do credor que inutilize o título
de direito o represente, sob pena de só valer depois de por desaparecido.
ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é quitação da última estabelece, até prova em contrário, a
válido, ainda provado depois que não era credor. presunção de estarem solvidas as anteriores.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros,
incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício estes presumem-se pagos.
dele efetivamente reverteu.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o do pagamento.
portador da quitação, salvo se as circunstâncias
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada
contrariarem a presunção daí resultante.
se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com
da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele
o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do
oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes,
credor, suportará este a despesa acrescida.
que poderão constranger o devedor a pagar de novo,
ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou
peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os
Seção III
do lugar da execução.
Do Objeto do Pagamento e Sua Prova
Seção IV
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação
Do Lugar do Pagamento
diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,
salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso
contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das perigoso ou difícil;
circunstâncias.
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao receber o objeto do pagamento;
credor escolher entre eles.
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel,
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento,
ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde
será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto,
situado o bem.
modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o o pagamento.
pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento,
em outro, sem prejuízo para o credor.
cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o
no contrato.
depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o
Seção V levantamento, pagando as respectivas despesas, e
subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de
Do Tempo do Pagamento
direito.
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não
ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo
poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de
imediatamente.
acordo com os outros devedores e fiadores.
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar
implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que
o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a
deste teve ciência o devedor.
preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-
de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste devedores e fiadores que não tenham anuído.
Código:
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o
credores; devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob
pena de ser depositada.
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem
penhorados em execução por outro credor; Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao
credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias
perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor
do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se
escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como
negar a reforçá-las.
no artigo antecedente.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado
débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido
procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário,
quanto aos outros devedores solventes.
à conta do devedor.
CAPÍTULO II
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á
Do Pagamento em Consignação mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos
pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio,
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o
assumirá o risco do pagamento.
depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa
devida, nos casos e forma legais. Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre
credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá
Art. 335. A consignação tem lugar:
qualquer deles requerer a consignação.
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar
CAPÍTULO III
receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
Do Pagamento com Sub-Rogação
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar,
tempo e condição devidos; Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação
diversa da que lhe é devida.
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor
hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento,
para não ser privado de direito sobre imóvel; as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do
contrato de compra e venda.
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era
ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento,
a transferência importará em cessão.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e
pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando
expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia terceiros.
precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar
CAPÍTULO VI
o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Da Novação
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente,
vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. Art. 360. Dá-se a novação:
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em extinguir e substituir a anterior;
relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá quite com o credor;
exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é
que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito
preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante,
mas inequívoco, a segunda obrigação confirma
se os bens do devedor não chegarem para saldar
simplesmente a primeira.
inteiramente o que a um e outro dever.
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser
CAPÍTULO IV
efetuada independentemente de consentimento deste.
Da Imputação do Pagamento
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor,
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se
mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a este obteve por má-fé a substituição.
qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da
vencidos.
dívida, sempre que não houver estipulação em contrário.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a
líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia
quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.
imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos
cometido violência ou dolo.
devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do
primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por
estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação esse fato exonerados.
por conta do capital.
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a seu consenso com o devedor principal.
quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não
dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas
podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a
imputação far-se-á na mais onerosa. CAPÍTULO VII
CAPÍTULO V Da Compensação
Da Dação em Pagamento Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e
devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até
onde se compensarem.
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi
vencidas e de coisas fungíveis. imediatamente aceita. Considera-se também presente a
pessoa que contrata por telefone ou por meio de
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas
comunicação semelhante;
fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão,
verificando-se que diferem na qualidade, quando II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido
especificada no contrato. tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do
proponente;
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor
o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a
dívida com a de seu credor ao afiançado. resposta dentro do prazo dado;
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao
geral, não obstam a compensação. conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando
compensação, exceto: encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o
contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. oferta realizada.
TÍTULO V Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar
tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á
Dos Contratos em Geral
imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por
CAPÍTULO I perdas e danos.
Disposições Gerais Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições,
ou modificações, importará nova proposta.
Seção I
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume
Preliminares
a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado,
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a
nos limites da função social do contrato. recusa.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
de probidade e boa-fé.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas desde que a aceitação é expedida, exceto:
ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a
I - no caso do artigo antecedente;
interpretação mais favorável ao aderente.
II - se o proponente se houver comprometido a esperar
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que
resposta;
estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito
resultante da natureza do negócio. III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que
observadas as normas gerais fixadas neste Código. foi proposto.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de TÍTULO IX
pessoa viva.
Da Responsabilidade Civil
Seção II
CAPÍTULO I
Da Formação dos Contratos
Da Obrigação de Indenizar
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
contrário não resultar dos termos dela, da natureza do
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
negócio, ou das circunstâncias do caso.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano
direitos de outrem. por este causado, se não provar culpa da vítima ou força
maior.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se
as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos
fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta
de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que
deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde
o incapaz ou as pessoas que dele dependem. pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem
lançadas em lugar indevido.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do
inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir- Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida
lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará
obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento,
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer
a descontar os juros correspondentes, embora estipulados,
por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação
e a pagar as custas em dobro.
regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado. Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo
ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em
mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor,
defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
os empresários individuais e as empresas respondem prescrição.
independentemente de culpa pelos danos causados pelos
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se
produtos postos em circulação.
aplicarão quando o autor desistir da ação antes de
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização
por algum prejuízo que prove ter sofrido.
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua
autoridade e em sua companhia; Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do
direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se
causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos
acharem nas mesmas condições;
responderão solidariamente pela reparação.
III - o empregador ou comitente, por seus empregados,
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os
serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes
autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
competir, ou em razão dele;
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
prestá-la transmitem-se com a herança.
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e CAPÍTULO II
educandos;
Da Indenização
V - os que gratuitamente houverem participado nos
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
produtos do crime, até a concorrente quantia.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte,
eqüitativamente, a indenização.
responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali
referidos. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem
conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor
pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou,
do dano
salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta
ou relativamente incapaz. Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na
lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal,
pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na
não se podendo questionar mais sobre a existência do fato,
forma que a lei processual determinar.
ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal. Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na
espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda
corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem III - a prisão ilegal.
excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, DIREITO PROCESSUAL CIVIL
seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os
devia, levando-se em conta a duração provável da vida da LEI Nº 13.105/2015
vítima.
LIVRO IV
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor
indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos Dos Atos Processuais
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum TÍTULO I
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Da Forma, Do Tempo E Do Lugar Dos Atos Processuais
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido
não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe CAPÍTULO I
diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das Da Forma Dos Atos Processuais
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da
convalescença, incluirá pensão correspondente à Seção IV
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da Dos Pronunciamentos do Juiz
depreciação que ele sofreu.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por
no caso de indenização devida por aquele que, no exercício meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487,
de atividade profissional, por negligência, imprudência ou põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, como extingue a execução.
causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o
valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros § 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do
cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da
equivalente ao prejudicado. parte.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a
exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser
ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando
avantaje àquele. necessário.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos
consistirá na reparação do dano que delas resulte ao tribunais.
ofendido. Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes.
material, caberá ao juiz fixar, eqüitativamente, o valor da § 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem
indenização, na conformidade das circunstâncias do caso. proferidos oralmente, o servidor os documentará,
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
consistirá no pagamento das perdas e danos que § 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição,
sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.
prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo
artigo antecedente.
das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade Diário de Justiça Eletrônico.
pessoal:
I - o cárcere privado;
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos
resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação
deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo
ressarcimento à pessoa jurídica. e, no caso do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa.
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do
denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério
o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10
de Processo Civil. (dez) dias.
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério
objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a
mercadorias e bens provenientes do exterior, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta)
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a dias.
concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício,
pagamento de qualquer natureza.
por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da
cassada, persistirão até a prolação da sentença. sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica
interessada.
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade
para julgamento. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz
o observar o disposto no art. 4o desta Lei.
§ 5 As vedações relacionadas com a concessão de liminares
previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o
se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro mandado, cabe apelação.
de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita
o
Art. 8 Será decretada a perempção ou caducidade da obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
Público quando, concedida a medida, o impetrante criar
obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de § 3o A sentença que conceder o mandado de segurança
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que
diligências que lhe cumprirem. for vedada a concessão da medida liminar.
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 § 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias
(quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, assegurados em sentença concessiva de mandado de
remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham segurança a servidor público da administração direta ou
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver autárquica federal, estadual e municipal somente será
a representação judicial da União, do Estado, do Município efetuado relativamente às prestações que se vencerem a
ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do contar da data do ajuizamento da inicial.
mandado notificatório, assim como indicações e elementos
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de
outros necessários às providências a serem tomadas para a
direito público interessada ou do Ministério Público e para
eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
como ilegal ou abusivo de poder.
economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão o conhecimento do respectivo recurso suspender, em
motivada, quando não for o caso de mandado de segurança decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença,
ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no
o prazo legal para a impetração. prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na
sessão seguinte à sua interposição.
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau
caberá apelação e, quando a competência para o julgamento § 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo
do mandado de segurança couber originariamente a um dos a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de
tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão suspensão ao presidente do tribunal competente para
competente do tribunal que integre. conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após § 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere
o despacho da petição inicial. o § 1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de
instrumento interposto contra a liminar a que se refere este 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da
artigo. totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
concedida nas ações movidas contra o poder público e seus
agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de
pedido de suspensão a que se refere este artigo. segurança coletivo podem ser:
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular
plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte
da medida. contrária por uma relação jurídica básica;
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito
suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade
tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares ou situação específica da totalidade ou de parte dos
supervenientes, mediante simples aditamento do pedido associados ou membros do impetrante.
original.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou
caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada categoria substituídos pelo impetrante.
a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz
pedido liminar. (Redação dada pela Lei nº 13.676,
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da
de 2018)
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou individual se não requerer a desistência de seu mandado de
denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
competente do tribunal que integre. comprovada da impetração da segurança coletiva.
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança § 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá
e nos respectivos recursos, quando não publicado, no prazo ser concedida após a audiência do representante judicial da
de 30 (trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar
será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
independentemente de revisão.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados
em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts.
ordinário, quando a ordem for denegada.
46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de Processo Civil.
segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança,
requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os
a interposição de embargos infringentes e a condenação ao
respectivos efeitos patrimoniais.
pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.
respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos
judiciais, salvo habeas corpus.
do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em
na primeira sessão que se seguir à data em que forem mandado de segurança, sem prejuízo das sanções
conclusos ao relator. administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril
de 1950, quando cabíveis.
§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder
de 5 (cinco) dias. Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis
de organização judiciária deverão ser adaptados às
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser
disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
impetrado por partido político com representação no
contado da sua publicação.
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
organização sindical, entidade de classe ou associação
Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de
legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos,
1951, 4.166, de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de
junho de 1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o da Lei § 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo
no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1o da Lei anterior, deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias
no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só
19 de janeiro de 1982, e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de poderão ser utilizadas para a instrução de ação popular.
janeiro de 1996.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público,
Brasília, 7 de agosto de 2009; 188o da Independência e devidamente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada
121o da República. certidão ou informação.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA § 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação
poderá ser proposta desacompanhada das certidões ou
Tarso Genro
informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os
José Antonio Dias Toffoli motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de razão
de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a
Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.8.2009
requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que
cessará com o trânsito em julgado de sentença
LEI Nº 4.717/1965 condenatória.
Regula a ação popular. Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades
mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: a) incompetência;
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a b) vício de forma;
anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao c) ilegalidade do objeto;
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
d) inexistência dos motivos;
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de
economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades e) desvio de finalidade.
mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade
ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais
observar-se-ão as seguintes normas:
autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação
ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância
União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
existência ou seriedade do ato;
pelos cofres públicos.
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato
§ 1º Consideram-se patrimônio público para os fins referidos
importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico,
normativo;
estético, histórico ou turístico. (Redação dada pela Lei
nº 6.513, de 1977) d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de
fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de
resultado obtido;
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, bem
como de pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas, as e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica
conseqüências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos implicitamente, na regra de competência.
cofres públicos.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º,
com o título eleitoral, ou com documento que a ele cujos vícios não se compreendam nas especificações do
corresponda. artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições
legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às
entidades, a que se refere este artigo, as certidões e Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos,
informações que julgar necessárias, bastando para isso praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou
indicar a finalidade das mesmas. entidades referidas no art. 1º.
I - A admissão ao serviço público remunerado, com a) concedido com desobediência de quaisquer normas
desobediência, quanto às condições de habilitação, das legais, regulamentares,, regimentais ou constantes de
normas legais, regulamentares ou constantes de instruções instruções gerias:
gerais.
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da
II - A operação bancária ou de crédito real, quando: operação, for inferior ao da avaliação.
a) for realizada com desobediência a normas legais, IX - A emissão, quando efetuada sem observância das
regulamentares, estatutárias, regimentais ou internas; normas constitucionais, legais e regulamentadoras que
regem a espécie.
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for
inferior ao constante de escritura, contrato ou avaliação. Da Competência
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente
quando: para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de
acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia
para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal,
concorrência pública ou administrativa, sem que essa
ao Estado ou ao Município.
condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma
geral; § 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União,
do Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou
pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de
condições, que comprometam o seu caráter competitivo;
direito público, bem como os atos das sociedades de que elas
c) a concorrência administrativa for processada em sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas
condições que impliquem na limitação das possibilidades subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse
normais de competição. patrimonial.
IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações § 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e
que forem admitidas, em favor do adjudicatário, durante a a qualquer outras pessoas ou entidade, será competente o
execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão juiz das causas da União, se houver; quando interessar
de serviço público, sem que estejam previstas em lei ou nos simultaneamente ao Estado e ao Município, será
respectivos instrumentos., competente o juiz das causas do Estado, se houver.
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos § 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo
em que não cabível concorrência pública ou administrativa, para todas as ações, que forem posteriormente intentadas
quando: contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
a) for realizada com desobediência a normas legais, § 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão
regulamentares, ou constantes de instruções gerais; liminar do ato lesivo impugnado. (Incluído pela Lei nº
6.513, de 1977)
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no
mercado, na época da operação; Dos Sujeitos Passivos Da Ação E Dos Assistentes
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou
mercado, na época da operação. privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as
autoridades, funcionários ou administradores que houverem
VI - A concessão de licença de exportação ou importação,
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato
qualquer que seja a sua modalidade, quando:
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
a) houver sido praticada com violação das normas legais e oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do
regulamentares ou de instruções e ordens de serviço; mesmo.
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador § 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for
ou importador. ele indeterminado ou desconhecido, a ação será proposta
somente contra as outras pessoas indicadas neste artigo.
VII - A operação de redesconto quando sob qualquer
aspecto, inclusive o limite de valor, desobedecer a normas § 2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º,
legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. quando o valor real do bem for inferior ao da avaliação, citar-
se-ão como réus, além das pessoas públicas ou privadas e
VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da
entidades referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela
República, quando:
avaliação inexata e os beneficiários da mesma.
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-
se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, V - Caso não requerida, até o despacho saneador, a produção
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do de prova testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às
respectivo representante legal ou dirigente. partes por 10 (dez) dias, para alegações, sendo-lhe os autos
conclusos, para sentença, 48 (quarenta e oito) horas após a
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe
expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o
apressar a produção da prova e promover a
processo tomará o rito ordinário.
responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem,
sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa VI - A sentença, quando não prolatada em audiência de
do ato impugnado ou dos seus autores. instrução e julgamento, deverá ser proferida dentro de 15
(quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz.
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como
litisconsorte ou assistente do autor da ação popular. Parágrafo único. O proferimento da sentença além do prazo
estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de
Do Processo
merecimento para promoção, durante 2 (dois) anos, e
Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, acarretará a perda, para efeito de promoção por
previsto no Código de Processo Civil, observadas as seguintes antigüidade, de tantos dias quantos forem os do
normas modificativas: retardamento, salvo motivo justo, declinado nos autos e
comprovado perante o órgão disciplinar competente.
I - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
Art. 8º Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do
justo devidamente comprovado, a autoridade, o
Ministério Público;
administrador ou o dirigente, que deixar de fornecer, no
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos prazo fixado no art. 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido
documentos que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § estipulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra "b"), informações e
6º), bem como a de outros que se lhe afigurem necessários certidão ou fotocópia de documento necessários à instrução
ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15 (quinze) a da causa.
30 (trinta) dias para o atendimento.
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará entregue, sob recibo, o requerimento do interessado ou o
para que as requisições, a que se refere o inciso anterior, ofício de requisição (art. 1º, § 5º, e art. 7º, n. I, letra "b").
sejam atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz.
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser da instância, serão publicados editais nos prazos e condições
oferecidos nos prazos assinalados, o juiz poderá autorizar previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer
prorrogação dos mesmos, por prazo razoável. cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação
II - Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários far-
feita, promover o prosseguimento da ação.
se-á por edital com o prazo de 30 (trinta) dias, afixado na
sede do juízo e publicado três vezes no jornal oficial do Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
Distrito Federal, ou da Capital do Estado ou Território em que
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular,
seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita e deverá
decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao
iniciar-se no máximo 3 (três) dias após a entrega, na
pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua
repartição competente, sob protocolo, de uma via
prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva
autenticada do mandado.
contra os funcionários causadores de dano, quando
III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato incorrerem em culpa.
impugnado, cuja existência ou identidade se torne conhecida
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus,
no curso do processo e antes de proferida a sentença final
o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas,
de primeira instância, deverá ser citada para a integração do
judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a
contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação
ação e comprovadas, bem como o dos honorários de
e produção de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a
advogado.
citação se houver feito na forma do inciso anterior.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito
IV - O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis
do pedido, julgar a lide manifestamente temerária,
por mais 20 (vinte), a requerimento do interessado, se
condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas.
particularmente difícil a produção de prova documental, e
será comum a todos os interessados, correndo da entrega Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa,
em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, será indicado na sentença; se depender de avaliação ou
do decurso do prazo assinado em edital. perícia, será apurado na execução.
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer a) o serviço estatal descentralizado com personalidade
pagamento, a condenação imporá o pagamento devido, com jurídica, custeado mediante orçamento próprio,
acréscimo de juros de mora e multa legal ou contratual, se independente do orçamento geral;
houver.
b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei, para
§ 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, a execução de serviços de interesse público ou social,
simulada ou irreal de contratos, a condenação versará sobre custeados por tributos de qualquer natureza ou por outros
a reposição do débito, com juros de mora. recursos oriundos do Tesouro Público;
§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, c) as entidades de direito público ou privado a que a lei tiver
a execução far-se-á por desconto em folha até o integral atribuído competência para receber e aplicar contribuições
ressarcimento do dano causado, se assim mais convier ao parafiscais.
interesse público.
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos.
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará
Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de
sujeita a seqüestro e penhora, desde a prolação da sentença
Processo Civil, naquilo em que não contrariem os
condenatória.
dispositivos desta lei, nem a natureza específica da ação.
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência da
Brasília, 29 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º
lei penal ou a prática de falta disciplinar a que a lei comine a
da República.
pena de demissão ou a de rescisão de contrato de trabalho,
o juiz, "ex-officio", determinará a remessa de cópia H. Castello Branco
autenticada das peças necessárias às autoridades ou aos
Milton Soares Campos
administradores a quem competir aplicar a sanção.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.7.1965 e
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da
republicado em 8.4.1974
sentença condenatória de segunda instância, sem que o
autor ou terceiro promova a respectiva execução. o
representante do Ministério Público a promoverá nos 30 LEI Nº 7.347/1985
(trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens
referidas no art. 1º, ainda que hajam contestado a ação, e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
promover, em qualquer tempo, e no que as beneficiar a paisagístico (VETADO) e dá outras providências.
execução da sentença contra os demais réus.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
"erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada
improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo
cidadão poderá intentar outra ação com idêntico da ação popular, as ações de responsabilidade por danos
fundamento, valendo-se de nova prova. morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei
nº 12.529, de 2011).
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela
improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de l - ao meio-ambiente;
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de ll - ao consumidor;
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente
caberá apelação, com efeito suspensivo. (Redação III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
dada pela Lei nº 6.014, de 1973) turístico e paisagístico;
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de IV -a qualquer outro interesse difuso ou
instrumento. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de coletivo. (Incluído pela Lei nº 8.078 de 1990)
1973) V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da Lei nº 12.529, de 2011).
ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer VI - à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisória
cidadão e também o Ministério Público. (Redação nº 2.180-35, de 2001)
dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou
Disposições Gerais religiosos. (Incluído pela Lei nº 12.966, de 2014)
Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se entidades VIII – ao patrimônio público e social. (Incluído pela Lei nº
autárquicas: 13.004, de 2014)
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - legitimado assumirá a titularidade ativa. (Redação dada
FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos pela Lei nº 8.078, de 1990)
beneficiários podem ser individualmente determinados.
§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência do bem jurídico a ser protegido. (Incluído pela Lei nª 8.078,
funcional para processar e julgar a causa. de 11.9.1990)
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição § 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) lei. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990)
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em § 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não interessados compromisso de ajustamento de sua conduta
fazer. às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia
de título executivo extrajudicial. (Incluído pela Lei nª
Art. 4º Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta
8.078, de 11.9.1990)
Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público
e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá
dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe
urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil
histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei e indicando-lhe os elementos de convicção.
nº 13.004, de 2014)
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
ação cautelar: (Redação dada pela Lei nº 11.448, de propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério
2007) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) Público para as providências cabíveis.
I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer
2007). às autoridades competentes as certidões e informações que
julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15
II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448,
(quinze) dias.
de 2007).
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
organismo público ou particular, certidões, informações,
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não
economia mista; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela § 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá
Lei nº 11.448, de 2007). ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação
poderá ser proposta desacompanhada daqueles
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos
documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
da lei civil; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
diligências, se convencer da inexistência de fundamento
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos
dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,
direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao
fazendo-o fundamentadamente.
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico. (Redação dada pela Lei nº 13.004, de 2014) § 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação
arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como
grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do
parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
Ministério Público.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério
legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como
Público, seja homologada ou rejeitada a promoção de
litisconsortes de qualquer das partes.
arquivamento, poderão as associações legitimadas
apresentar razões escritas ou documentos, que serão reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será
juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de utilizada para ações de promoção da igualdade étnica,
informação. conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da
Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame
Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou
e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou
conforme dispuser o seu Regimento.
local, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a 2010) (Vigência)
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
para evitar dano irreparável à parte.
Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
(um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil)
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, a
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos
facultada igual iniciativa aos demais legitimados. (Redação
indispensáveis à propositura da ação civil, quando
dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
requisitados pelo Ministério Público.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
limites da competência territorial do órgão prolator, exceto
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o
se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de
cumprimento da prestação da atividade devida ou a
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá
cessação da atividade nociva, sob pena de execução
intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
específica, ou de cominação de multa diária, se esta for
nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de
suficiente ou compatível, independentemente de
10.9.1997)
requerimento do autor.
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou
os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à perdas e danos. (Renumerado do Parágrafo Único com
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do nova redação pela Lei nº 8.078, de 1990)
Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
recurso suspender a execução da liminar, em decisão
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas
e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação
julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
do ato.
advogado, custas e despesas processuais. (Redação dada
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu pela Lei nº 8.078, de 1990)
após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor,
Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o
mas será devida desde o dia em que se houver configurado
Código de Processo Civil, aprovado pela Lei nº 5.869, de 11
o descumprimento.
de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie suas
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização disposições.
pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um
Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei será
Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que
regulamentado pelo Poder Executivo no prazo de 90
participarão necessariamente o Ministério Público e
(noventa) dias. (Regulamento)
representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
lesados. (Regulamento) (Regulamento) (Regulame coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do
nto) Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor. (Incluído Lei nº 8.078, de 1990)
§ 1º. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro
ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua
conta com correção monetária. (Renumerado do publicação. (Renumerado do art. 21, pela Lei nº 8.078, de
parágrafo único pela Lei nº 12.288, de 2010) 1990)
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em Art. 23. Revogam-se as disposições em
dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do contrário. (Renumerado do art. 22, pela Lei nº 8.078, de
disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro 1990)
Brasília, em 24 de julho de 1985; 164º da Independência e § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão
97º da República. do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
JOSÉ SARNEY
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
Fernando Lyra aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.7.1985
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
DIREITO PENAL § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em
LEI Nº 2.848/1940 pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Código Penal. Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
PARTE GERAL ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
TÍTULO I onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Da Aplicação Da Lei Penal
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1984)
Anterioridade da Lei Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Lei penal no tempo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo 7.209, de 1984)
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que c) contra a administração pública, por quem está a seu
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
de 11.7.1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido
o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Tempo do crime 1984)
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
ou omissão, ainda que outro seja o momento do mercantes ou de propriedade privada, quando em território
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
Territorialidade
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
crime cometido no território nacional. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
7.209, de 1984) comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) nº 7.209, de 11.7.1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
de 1984) multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter
aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido TÍTULO II
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas
Do Crime
as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 1984) Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 1984) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
nº 7.209, de 1984)
ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
§ 1º - A superveniência de causa relativamente
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu
nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
nº 7.209, de 11.7.1984)
quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de
7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir
ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº
incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei
11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
11.7.1984)
interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos
a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado,
11.7.1984)
diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que,
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação
se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
prosseguir na execução ou impede que o resultado se
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209,
produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada
de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209,
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave
11.7.1984)
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até
o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
7.209, de 11.7.1984)
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto,
é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro
7.209, de 11.7.1984) sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato,
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir
risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando
ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
responde o agente que o houver causado ao menos I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
culposamente.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que I - Incapacidade permanente para o trabalho;
outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
II - enfermidade incuravel;
Pena - detenção, de um a três anos.
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
Aborto provocado por terceiro
IV - deformidade permanente;
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
V - aborto:
gestante:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Lesão corporal seguida de morte
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
(Vide ADPF 54) § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
lo:
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou
debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante Diminuição de pena
fraude, grave ameaça ou violência
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
Forma qualificada relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre Substituição da pena
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide contos de réis:
ADPF 54)
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
Aborto necessário
II - se as lesões são recíprocas.
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Lesão corporal culposa
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
representante legal. Aumento de pena
CAPÍTULO II § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Das Lesões Corporais
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Lesão corporal
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
outrem:
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
Lesão corporal de natureza grave descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
§ 1º Se resulta:
agente das relações domésticas, de coabitação ou de
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
trinta dias;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação
II - perigo de vida; dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as
circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
IV - aceleração de parto:
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 10.886, de 2004)
§ 2° Se resulta:
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
de correção ou disciplina: exercício de suas funções.
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Injúria
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
decoro:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 2º - Se resulta a morte:
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
diretamente a injúria;
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído
pela Lei nº 8.069, de 1990) II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
injúria.
CAPÍTULO IV
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que,
Da Rixa
por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem
Rixa aviltantes:
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
contendores: pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a
dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
pena de detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela
CAPÍTULO V
Lei nº 9.459, de 1997)
Dos Crimes Contra a Honra
Disposições comuns
Calúnia
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
definido como crime:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. governo estrangeiro;
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
imputação, a propala ou divulga.
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Exceção da verdade IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora
de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei
3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
nº 10.741, de 2003)
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no
Exclusão do crime
nº I do art. 141;
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
parte ou por seu procurador;
Difamação
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
reputação:
difamar;
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, II - a coação exercida para impedir suicídio.
em apreciação ou informação que preste no cumprimento
Ameaça
de dever do ofício.
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
grave:
Retratação
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata
Parágrafo único - Somente se procede mediante
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
representação.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
Sequestro e cárcere privado
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de
comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. sequestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de
(Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) 2002)
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere Pena - reclusão, de um a três anos.
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou,
a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
ofensa. companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
§ 2º, da violência resulta lesão corporal. casa de saúde ou hospital;
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
deste Código, e mediante representação do ofendido, no
anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do §
3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído
12.033. de 2009) pela Lei nº 11.106, de 2005)
CAPÍTULO VI § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Dos Crimes Contra a Liberdade Individual
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
SEÇÃO I
Redução a condição análoga à de escravo
Dos Crimes Contra a Liberdade Pessoal
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
Constrangimento ilegal
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei locomoção em razão de dívida contraída com o empregador
permite, ou a fazer o que ela não manda: ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de
11.12.2003)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
Aumento de pena
correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, 10.803, de 11.12.2003)
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei
pessoas, ou há emprego de armas.
nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte
correspondentes à violência.
do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
do paciente ou de seu representante legal, se justificada por apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
iminente perigo de vida;
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
telefônica tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou
utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica
Parágrafo único - Somente se procede mediante
entre outras pessoas;
representação.
III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº
no número anterior;
12.737, de 2012) Vigência
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico,
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado
sem observância de disposição legal.
ou não à rede de computadores, mediante violação indevida
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar
outrem. ou destruir dados ou informações sem autorização expressa
ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em
para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737,
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
de 2012) Vigência
Pena - detenção, de um a três anos.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
Correspondência comercial distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
computador com o intuito de permitir a prática da conduta
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de
definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em
Vigência
parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
12.737, de 2012) Vigência
Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
representação.
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou
SEÇÃO IV industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:
Dos Crimes Contra a Inviolabilidade dos Segredos
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Divulgação de segredo
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela
documento particular ou de correspondência confidencial, Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois
produzir dano a outrem:
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações
obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Somente se procede mediante representação.
(Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000) § 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime
for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou
Vigência
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos
sistemas de informações ou banco de dados da I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara
de 2000) Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Violação do segredo profissional
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. subtração for de semovente domesticável de produção,
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Vigência § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
procede mediante representação, salvo se o crime é
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
cometido contra a administração pública direta ou indireta
Lei nº 13.654, de 2018)
de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal
ou Municípios ou contra empresas concessionárias de Furto de coisa comum
serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
Vigência
si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa
TÍTULO II comum:
Dos Crimes Contra o Patrimônio Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
CAPÍTULO I § 1º - Somente se procede mediante representação.
Do Furto § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível,
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
Furto
CAPÍTULO II
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel: Do Roubo e da Extorsão
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Roubo
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
durante o repouso noturno. mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
resistência:
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
a pena de multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
qualquer outra que tenha valor econômico. ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.
Furto qualificado
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
crime é cometido:
I – (Revogado).
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
destreza; agente conhece tal circunstância.
III - com emprego de chave falsa; IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo
multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato
sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
nº 13.654, de 2018) VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
for de veículo automotor que venha a ser transportado para
Lei nº 13.654, de 2018)
outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº
9.426, de 1996) § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que
nº 13.654, de 2018)
o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
(dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
de 2018)
Extorsão indireta
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
abusando da situação de alguém, documento que pode dar
Extorsão causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro:
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
CAPÍTULO III
deixar de fazer alguma coisa:
Da Usurpação
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Alteração de limites
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
metade. outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
8.072, de 25.7.90
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
Usurpação de águas
liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem,
6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão águas alheias;
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no
Esbulho possessório
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela
Lei nº 11.923, de 2009) II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
Extorsão mediante sequestro
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço
a esta cominada.
do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide
Lei nº 10.446, de 2002) § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de
violência, somente se procede mediante queixa.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Supressão ou alteração de marca em animais
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou
se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada Do Dano
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Dano
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências
da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
valor de seguro;
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Fraude no pagamento por meio de cheque
Apropriação de tesouro
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido
do prédio;
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto
Apropriação de coisa achada de economia popular, assistência social ou beneficência.
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total Estelionato contra idoso
ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro
contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015)
no prazo de quinze dias.
Duplicata simulada
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o
disposto no art. 155, § 2º. Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou
CAPÍTULO VI
qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº
Do Estelionato e Outras Fraudes 8.137, de 27.12.1990)
Estelionato Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de
fraudulento: Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968)
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos Abuso de incapazes
mil réis a dez contos de réis.
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
art. 155, § 2º. qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito
jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Disposição de coisa alheia como própria
Induzimento à especulação
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em
garantia coisa alheia como própria; Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel devendo saber que a operação é ruinosa:
que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
prestações, silenciando sobre qualquer dessas
circunstâncias; Fraude no comércio
Defraudação de penhor Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
adquirente ou consumidor:
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
tem a posse do objeto empenhado; falsificada ou deteriorada;
Fraude na entrega de coisa II - entregando uma mercadoria por outra:
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
que deve entregar a alguém;
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra
verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira,
ou outra qualidade:
autorizada a funcionar no País, que pratica os atos
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
Governo.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
Outras fraudes
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos geral.
para efetuar o pagamento:
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. "warrant"
Parágrafo único - Somente se procede mediante Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em
representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, desacordo com disposição legal:
deixar de aplicar a pena.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fraudes e abusos na fundação ou administração de
Fraude à execução
sociedade por ações
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando,
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
relativo:
CAPÍTULO VII
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não
constitui crime contra a economia popular. Da Receptação
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime Receptação
contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta 1996)
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº
sociedade;
9.426, de 1996)
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à
haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;
venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação
permite; dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação
social, aceita em penhor ou em caução ações da própria dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
sociedade;
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou
desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui clandestino, inclusive o exercício em residência.
lucros ou dividendos fictícios; (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
de conta ou parecer; quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas Dos Crimes Contra a Fé Pública
as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
CAPÍTULO I
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
Da Moeda Falsa
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Moeda Falsa
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no estrangeiro:
§ 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
(Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017) moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses
Receptação de animal
a dois anos, e multa.
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa,
ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco
de comercialização, semovente domesticável de produção,
de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
emissão:
produto de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
lei;
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
CAPÍTULO VIII
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
Disposições Gerais
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
Crimes assimilados ao de moeda falsa
crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
10.741, de 2003) Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos,
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em
tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Lei nº 10.741, de 2003)
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que
trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido,
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: Petrechos para falsificação de moeda
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
pessoa; instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda:
II - ao estranho que participa do crime.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº Emissão de título ao portador sem permissão legal
10.741, de 2003)
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha,
TÍTULO X vale ou título que contenha promessa de pagamento em
dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
pessoa a quem deva ser pago: legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa. qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
CAPÍTULO II § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que
Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos
se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a
Falsificação de papéis públicos falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis
meses a dois anos, ou multa.
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou
III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de
clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros
tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
logradouros públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso 11.035, de 2004)
legal;
Petrechos de falsificação
III - vale postal;
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer
econômica ou de outro estabelecimento mantido por dos papéis referidos no artigo anterior:
entidade de direito público;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
caução por que o poder público seja responsável;
parte.
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
CAPÍTULO III
transporte administrada pela União, por Estado ou por
Município: Da Falsidade Documental
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Falsificação do selo ou sinal público
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
nº 11.035, de 2004)
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União,
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis de Estado ou de Município;
falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
11.035, de 2004)
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado
destinado a controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, § 1º - Incorre nas mesmas penas:
de 2004)
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou
11.035, de 2004) identificadores de órgãos ou entidades da Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
parte.
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela
Lei nº 11.035, de 2004) Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
público, ou alterar documento público verdadeiro: é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o
documento é particular.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a
parte.
pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
Falso reconhecimento de firma ou letra
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
portador ou transmissível por endosso, as ações de Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento função pública, firma ou letra que o não seja:
particular.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) particular.
I – na folha de pagamento ou em documento de informações Certidão ou atestado ideologicamente falso
que seja destinado a fazer prova perante a previdência
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a
obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do público, ou qualquer outra vantagem:
empregado ou em documento que deva produzir efeito
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de Falsidade material de atestado ou certidão
2000)
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão,
III – em documento contábil ou em qualquer outro ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para
documento relacionado com as obrigações da empresa prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de público, ou qualquer outra vantagem:
2000)
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus
além da pena privativa de liberdade, a de multa.
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº Falsidade de atestado médico
9.983, de 2000)
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
Falsificação de documento particular (Redação dada pela atestado falso:
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
aplica-se também multa.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que
2012) Vigência
tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do
a documento particular o cartão de crédito ou débito. selo ou peça:
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Falsidade ideológica
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
Uso de documento falso
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
verdade sobre fato juridicamente relevante: alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor
de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos
Supressão de documento
em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio tais bens: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
particular verdadeiro, de que não podia dispor:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
documento é particular.
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
CAPÍTULO IV componente ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996))
De Outras Falsidades
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal
pela Lei nº 9.426, de 1996)
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou
sinal dessa natureza, falsificado por outrem: § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
contribui para o licenciamento ou registro do veículo
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa material ou informação oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426,
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou de 1996)
para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou
CAPÍTULO V
comprovar o cumprimento de formalidade legal:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Das Fraudes em Certames de Interesse Público
Falsa identidade
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela
causar dano a outrem: Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
não constitui elemento de crime mais grave. beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor,
pela Lei 12.550. de 2011)
caderneta de reservista ou qualquer documento de
identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550.
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o de 2011)
fato não constitui elemento de crime mais grave.
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
Fraude de lei sobre estrangeiro (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído
território nacional, nome que não é o seu: pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para
promover-lhe a entrada em território nacional: (Incluído pela § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita,
Lei nº 9.426, de 1996) por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às
informações mencionadas no caput. (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela
12.550. de 2011)
Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração
pública: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei
pela Lei 12.550. de 2011) nº 9.983, de 2000)
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
cometido por funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
de 2011)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até
TÍTULO XI a metade se da modificação ou alteração resulta dano para
a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído
Dos Crimes Contra a Administração Pública
pela Lei nº 9.983, de 2000)
CAPÍTULO I
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de
Administração em Geral
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
Peculato lo, total ou parcialmente:
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de crime mais grave.
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
proveito próprio ou alheio:
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
da estabelecida em lei:
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito Concussão
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
proporciona a qualidade de funcionário.
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
Peculato culposo la, mas em razão dela, vantagem indevida:
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
de outrem:
Excesso de exação
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
Peculato mediante erro de outrem
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
Inserção de dados falsos em sistema de informações cofres públicos:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
Corrupção passiva
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
dados da Administração Pública com o fim de obter ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
funcional.
informações ou programa de informática sem autorização
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a fronteira:
pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
de contrabando ou descaminho (art. 334): autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, substituído ou suspenso:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Prevaricação Violação de sigilo funcional
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: revelação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o
fato não constitui crime mais grave.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a pela Lei nº 9.983, de 2000)
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº
Condescendência criminosa
9.983, de 2000)
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído
responsabilizar subordinado que cometeu infração no
pela Lei nº 9.983, de 2000)
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
Advocacia administrativa
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
Violação do sigilo de proposta de concorrência
privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário: Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Funcionário público
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
Violência arbitrária
penais, quem, embora transitoriamente ou sem
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
pretexto de exercê-la:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
correspondente à violência. trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da
Abandono de função
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos 2000)
permitidos em lei:
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
ou assessoramento de órgão da administração direta,
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em
1980) razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
CAPÍTULO II
Descaminho
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a
Administração em Geral Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo
Usurpação de função pública
de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 26.6.2014)
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
nº 13.008, de 26.6.2014)
Resistência
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
violência ou ameaça a funcionário competente para executá- 26.6.2014)
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
Pena - reclusão, de um a três anos.
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das procedência estrangeira que introduziu clandestinamente
correspondentes à violência. no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser
produto de introdução clandestina no território nacional ou
Desobediência
de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
Desacato
de procedência estrangeira, desacompanhada de
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da documentação legal ou acompanhada de documentos que
função ou em razão dela: sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 26.6.2014)
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
1995) deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008,
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de de 26.6.2014)
influir em ato praticado por funcionário público no exercício
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é
da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Contrabando
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Corrupção ativa Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício: 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
dependa de registro, análise ou autorização de órgão público previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes
competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de
destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de documento de informações previsto pela legislação
26.6.2014) previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
9.983, de 2000)
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da
26.6.2014) contabilidade da empresa as quantias descontadas dos
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008, de III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos
os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o pela Lei nº 9.983, de 2000)
exercido em residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
14.7.1965)
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
e presta as informações devidas à previdência social, na
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública
ou venda em hasta pública, promovida pela administração § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; somente a de multa se o agente for primário e de bons
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de 2000)
vantagem:
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
da pena correspondente à violência.
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Inutilização de edital ou de sinal
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público;
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído
determinação legal ou por ordem de funcionário público,
pela Lei nº 9.983, de 2000)
para identificar ou cerrar qualquer objeto:
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
Subtração ou inutilização de livro ou documento reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
oficial, processo ou documento confiado à custódia de CAPÍTULO II-A
funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço
(Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
público:
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui
Administração Pública Estrangeira
crime mais grave.
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de
indiretamente, vantagem indevida a funcionário público processo judicial, instauração de investigação
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que
transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
10467, de 11.6.2002)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se
pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
serve de anonimato ou de nome suposto.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se,
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público
prática de contravenção.
estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de Comunicação falsa de crime ou de contravenção
11.6.2002)
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
Tráfico de influência em transação comercial internacional ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002) verificado:
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de
Auto-acusação falsa
vantagem a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
relacionado a transação comercial internacional: (Incluído inexistente ou praticado por outrem:
pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Falso testemunho ou falsa perícia
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, de
em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
11.6.2002)
28.8.2001)
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº 10467,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
de 11.6.2002)
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro,
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
em entidades estatais ou em representações diplomáticas
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, de
administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela
11.6.2002)
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo
declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
28.8.2001)
públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002) Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou
CAPÍTULO III
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
Reingresso de estrangeiro expulso
28.8.2001)
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação
que dele foi expulso:
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um
expulsão após o cumprimento da pena.
terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova
Denunciação caluniosa destinada a produzir efeito em processo penal ou em
processo civil em que for parte entidade da administração móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
de 28.8.2001) 2009).
Coação no curso do processo Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído
pela Lei nº 12.012, de 2009).
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, Exercício arbitrário ou abuso de poder
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
em juízo arbitral:
poder:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
Pena - detenção, de um mês a um ano.
correspondente à violência.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
Exercício arbitrário das próprias razões
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
estabelecimento destinado a execução de pena privativa de
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
liberdade ou de medida de segurança;
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança,
pena correspondente à violência.
deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente imediatamente a ordem de liberdade;
se procede mediante queixa.
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
ou convenção:
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
Fraude processual
presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
reclusão, de dois a seis anos.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
também a pena correspondente à violência.
aplicam-se em dobro.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime
Favorecimento pessoal
é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública preso ou o internado.
autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um
ano, ou multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Evasão mediante violência contra a pessoa
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente,
submetido a medida de segurança detentiva, usando de
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
violência contra a pessoa:
Favorecimento real
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria correspondente à violência.
ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
Arrebatamento de preso
proveito do crime:
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
quem o tenha sob custódia ou guarda:
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou
facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
correspondente à violência.
Contratação de operação de crédito
Motim de presos
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou crédito, interno ou externo, sem prévia autorização
disciplina da prisão: legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
correspondente à violência. nº 10.028, de 2000)
Patrocínio infiel Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo:
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio,
em juízo, lhe é confiado: I – com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº
procurador judicial que defende na mesma causa, 10.028, de 2000)
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, pagar, de despesa que não tenha sido previamente
que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído
Exploração de prestígio
pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha: Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,
nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente
se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Violência ou fraude em arrematação judicial
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
nº 10.028, de 2000)
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante,
por meio de violência, grave ameaça, fraude ou Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei nº
oferecimento de vantagem: 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído
pena correspondente à violência. pela Lei nº 10.028, de 2000)
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
de direito Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028,
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: de 2000)
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que
tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou
CAPÍTULO IV
superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
Dos Crimes Contra as Finanças Públicas (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de multa.
1º de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma
Art. 159. .
de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
(Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)
§ 1º .
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante) § 2º .
I - anistia, graça e indulto; Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) § 3º .
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
inicialmente em regime fechado. (Redação dada
Art. 213. .
pela Lei nº 11.464, de 2007)
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento Art. 214. .
de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei
nº 11.464, de 2007) Art. 223. .
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá Pena - reclusão, de oito a doze anos.
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
Parágrafo único. .
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960,
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste Art. 267. .
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
período em caso de extrema e comprovada necessidade.
(Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007) Art. 270. ..
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de Pena - reclusão, de dez a quinze anos."
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja parágrafo:
permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública. "Art. 159. .
Art. 4º (Vetado). § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-
autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."
inciso:
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
"Art. 83. . no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar
apenado não for reincidente específico em crimes dessa à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu
natureza." desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados
213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º,
caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e
seguinte redação: parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput
"Art. 157. . e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses
reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, operacional e patrimonial, conforme prevê o inciso IV do art.
passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte 71 da Constituição, impondo-se a necessidade de realizá-las
redação: segundo normas técnicas apropriadas, desenvolvidas de
acordo com padrões reconhecidos internacionalmente, a
"Art. 35. .
exemplo das Normas Internacionais de Auditoria das
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo Entidades de Fiscalização Superior (ISSAI), da Organização
serão contados em dobro quando se tratar dos crimes Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores
previstos nos arts. 12, 13 e 14." (Intosai), e com as melhores práticas desenvolvidas por
outras instituições superiores de controle de reconhecida
Art. 11. (Vetado).
experiência.
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
As normas de auditoria do Tribunal de Contas da União (NAT)
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário. foram desenvolvidas tendo por base o arcabouço normativo
da instituição (Constituição, Lei Orgânica, Regimento
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
Interno, Código de Ética dos Servidores do TCU, resoluções e
da República.
instruções normativas do TCU), a experiência acumulada, as
FERNANDO COLLOR normas de auditoria de fontes internacionais, especialmente
as ISSAI, da Intosai, bem como as normas das entidades de
Bernardo Cabral
auditoria e controle governamental visitadas no âmbito do
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990 programa de benchmarking realizado pelo TCU, em 2004,
dentre as quais o IFAC, o IIA, o GAO, o ANAO e as entidades
AUDITORIA GOVERNAMENTAL de fiscalização superior da Alemanha, Itália, França, Espanha,
Bélgica e Holanda.
Estas normas justificam-se como instrumento para:
NORMAS DE AUDITORIA DO TCU • dar credibilidade e assegurar qualidade às
(PORTARIA – TCU Nº 280/2010) auditorias, segundo normas geralmente aceitas;
• salvaguardar a responsabilidade dos auditores
INTRODUÇÃO quando executarem seus trabalhos de acordo com elas.
A administração pública está vinculada ao cumprimento da Nestas normas, os termos auditor, auditores e equipe de
lei e ao atendimento do interesse público, objetivos maiores auditoria são utilizados tanto para declarar um atributo
do Estado de direito. Para que isso aconteça, é necessário profissional individualmente esperado, como para tratar de
que o próprio Estado estabeleça mecanismos para impor e responsabilidades coletivas no âmbito de um trabalho. As
verificar o cumprimento de seus objetivos. Surge daí a noção referências devem ser interpretadas no contexto aplicável,
de controle da administração pública. Uma função própria e de modo a não excluir deveres e responsabilidades, atitudes
uma prerrogativa dos Estados de direito, cuja finalidade é e comportamentos pessoais esperados dos auditores.
assegurar que a estrutura formal criada para concretizar os
objetivos do Estado, no interesse do bem comum, atue de Embora os termos órgão e entidade sejam tradicionalmente
acordo com o conjunto de princípios e normas que compõem utilizados no setor público brasileiro para diferenciar
o ordenamento jurídico. organizações pertencentes à administração direta e indireta,
respectivamente, nestas normas, em muitos casos, utiliza-se
O controle da administração pública é um poder-dever dos apenas o termo entidade para se referir à organização
órgãos aos quais a Constituição e as leis atribuem essa auditada, seja ela um programa, uma ação ou atividade
função, tendo o Tribunal de Contas da União recebido uma governamental da administração direta ou indireta.
parcela significativa dessa responsabilidade diretamente da
Constituição, que prescreve a fiscalização como o Estas normas empregam termos aos quais foram atribuídos
instrumento para efetivá-lo. significados específicos, definidos no Glossário de Termos do
Controle Externo, que embora componha anexo delas e deva
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ser utilizado em conjunto, constitui documento autônomo,
operacional e patrimonial da União e das entidades da atualizável separadamente.
administração direta e indireta será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de BASES CONCEITUAIS
controle interno de cada Poder. ACCOUNTABILITY
O controle externo exercido mediante a fiscalização do TCU As normas de auditoria da Intosai conceituam a
realiza-se, predominantemente, por meio de auditorias e accountability pública como a obrigação que têm as pessoas
inspeções de natureza contábil, financeira, orçamentária, ou entidades às quais se tenham confiado recursos, incluídas
as empresas e corporações públicas, de assumir as A ação independente exercida pelo TCU, por meio de
responsabilidades de ordem fiscal, gerencial e programática auditorias, de estímulo à transparência da gestão e de outras
que lhes foram conferidas, e de informar a quem lhes ações de controle externo, incluindo a aplicação de sanções,
delegou essas responsabilidades. E, ainda, como obrigação constitui-se instrumento da governança pública cujo
imposta, a uma pessoa ou entidade auditada de demonstrar objetivo, ao final, é assegurar a accountability pública,
que administrou ou controlou os recursos que lhe foram contribuindo para reduzir as incertezas sobre o que ocorre
confiados em conformidade com os termos segundo os quais no interior da administração pública, fornecendo à
lhe foram entregues. sociedade e ao Congresso Nacional uma razoável segurança
de que os recursos e poderes delegados aos administradores
Esse conceito de accountability é fundamental para a
públicos estão sendo geridos mediante ações e estratégias
compreensão da prática da boa governança e da auditoria
adequadas para alcançar os objetivos estabelecidos pelo
governamental. Ele envolve, no contexto das relações que se
poder público, de modo transparente, em conformidade
estabelecem entre os administradores públicos, o
com os princípios de administração pública, as leis e os
Parlamento e a sociedade, pelo menos três dimensões –
regulamentos aplicáveis.
informação, justificação e sanção – como formas básicas
pelas quais se pode prevenir o abuso de poder. AUDITORIA GOVERNAMENTAL
A sociedade, que delega os recursos e poderes para que o O conceito de auditoria não tem sido unânime ou estático no
Estado execute as ações de realização do bem comum, o decorrer do tempo, embora algumas definições conhecidas
Parlamento, que a representa, e outros agentes públicos e tenham uma aceitação relativamente generalizada. Esse
privados não podem prescindir de informação, necessária conceito tem evoluído, refletindo não só as mutações
para aferir se tais recursos e poderes estão sendo usados em ocorridas no desenvolvimento das organizações e na
conformidade com os princípios de administração pública, as ponderação dos interesses de partes envolvidas, mas
leis e os regulamentos aplicáveis. Exige-se, pois, que a também nos objetivos cada vez mais amplos que têm sido
utilização desses recursos e o exercício desses poderes estabelecidos para os trabalhos de auditoria.
ocorram de forma transparente.
Se inicialmente era voltada para a descoberta de erros e
A delegação de recursos e poderes recebida da sociedade, fraudes, a auditoria evoluiu para outros domínios,
por intermédio do Parlamento, implica, por parte do gestor assumindo formas específicas e especializadas, passando
público, a obrigação constante de prestação de contas não só a focar sobre os fatos já passados, mas também a ter
quanto ao alinhamento de suas ações às diretrizes fixadas uma função preventiva e orientadora, mais consentânea
pelo poder público e, portanto, a obrigação de informar deve com uma visão prospectiva de contribuir para o alcance de
estar associada à obrigação de que os atos sejam objetivos e para a melhoria do desempenho da
devidamente justificados. administração pública.
Além de informar e justificar, a relação de accountability É legítima a preocupação de dar à auditoria um conceito que
envolve ainda a dimensão relativa aos elementos que tenha aceitação generalizada, e isso é especialmente
obrigam ao cumprimento da lei, sujeitando o abuso de poder relevante num documento de normas de auditoria, ainda
e a negligência no uso dos recursos públicos ao exercício das que esse conceito esteja sujeito a mutações e,
sanções legais. consequentemente, a revisões com o passar do tempo. Ele
serve de base não apenas para expressar a natureza do
A missão institucional do TCU, de assegurar a efetiva e
trabalho desenvolvido pelos auditores, mas também para,
regular gestão dos recursos públicos em benefício da
em conjunto com o conceito de accountability pública e com
sociedade, coloca-o na posição de órgão de controle externo
os preceitos básicos do controle externo, estabelecer o
das relações de accountability que se estabelecem entre os
contexto, as condições e a amplitude de seu campo de
administradores públicos, o Parlamento e a sociedade, e,
atuação.
para bem desincumbir-se dessa missão, o Tribunal propugna
que todos os agentes de órgãos, entidades, programas e Um conceito de auditoria geralmente aceito, devido à sua
fundos públicos devem contribuir para aumentar a confiança amplitude, é o que a define como o exame independente e
sobre a forma como são geridos os recursos colocados à sua objetivo de uma situação ou condição, em confronto com um
disposição, reduzindo a incerteza dos membros da sociedade critério ou padrão preestabelecido, para que se possa opinar
sobre o que acontece no interior da administração pública. ou comentar a respeito para um destinatário
predeterminado.
A auditoria, no contexto da accountability, conforme o
conceito desenvolvido pelo Escritório do Auditor-Geral do Todavia, existem diversos conceitos formulados sob a
Canadá (OAG) é a ação independente de um terceiro sobre diversidade de perspectivas da atividade de auditoria que,
uma relação de accountability, objetivando expressar uma dada a sua importância histórica e legitimidade nos
opinião ou emitir comentários e sugestões sobre como essa contextos em que foram formulados, devem ser registrados,
relação está sendo cumprida. antes de se sintetizar um conceito geral.
Menciona-se, primeiramente, o conceito da Intosai, inserido Situação ou condição: o estado ou a situação existente do
no seu glossário: objeto da auditoria, encontrado pelo auditor durante a
execução do trabalho de auditoria.
Auditoria é o exame das operações, atividades e sistemas de
determinada entidade, com vista a verificar se são Critério: referencial a partir do qual o auditor faz seus
executados ou funcionam em conformidade com julgamentos em relação à situação ou condição existente.
determinados objetivos, orçamentos, regras e normas. Reflete com deveria ser a gestão. A eventual discrepância
entre a situação existente e o critério originará o achado de
A IFAC conceituou auditoria da seguinte maneira:
auditoria.
Auditoria é uma verificação ou exame feito por um auditor
Evidências: elementos de comprovação da discrepância (ou
dos documentos de prestação de contas com o objetivo de
não) entre a situação ou condição encontrada e o critério de
habilitá-lo a expressar uma opinião sobre os referidos
auditoria.
documentos de modo a dar a eles maior credibilidade.
Relato de resultados: os resultados de uma avaliação de
Dada à natureza geral dessas normas e sem abandonar, mas
auditoria são relatados a um destinatário predeterminado,
considerando incorporados os conceitos antes expostos,
que normalmente não seja a parte responsável, por meio de
sintetiza-se o seguinte conceito geral de auditoria:
um relatório, instrumento formal e técnico no qual o auditor
Auditoria é o processo sistemático, documentado e comunica o objetivo, o escopo, a extensão e as limitações do
independente de se avaliar objetivamente uma situação ou trabalho, os achados de auditoria, as avaliações, opiniões e
condição para determinar a extensão na qual critérios são conclusões, conforme o caso, e encaminha suas propostas.
atendidos, obter evidências quanto a esse atendimento e
CLASSIFICAÇÃO DAS AUDITORIAS
relatar os resultados dessa avaliação a um destinatário
predeterminado. Quanto à natureza, as auditorias classificam-se em:
Esse conceito traz explícita a noção de que a auditoria é um • Auditorias de regularidade, que objetivam examinar
processo e, como tal, é um conjunto de atividades, funções a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos
e tarefas identificadas, que ocorrem em um período de responsáveis sujeitos à jurisdição do Tribunal, quanto aos
tempo e produzem determinado resultado. Adicionalmente, aspectos contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial.
por meio das principais características gerais, descreve o Compõem as auditorias de regularidade as auditorias de
cerne da atividade de auditoria, permitindo que suas partes conformidade e as auditorias contábeis.
possam ser exploradas para uma melhor compreensão do
• Auditorias operacionais, que objetivam examinar a
conceito geral, como abordado nos parágrafos seguintes.
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de
Processo sistemático: a auditoria é um processo de trabalho organizações, programas e atividades governamentais, com
planejado e metódico, pautado em avaliações e finalizado a finalidade de avaliar o seu desempenho e de promover o
com a comunicação de seus resultados. aperfeiçoamento da gestão pública.
Processo documentado: o processo de auditoria deve ser O sistema de contabilidade pública brasileiro incorpora,
fundado em documentos e padronizado por meio de além do próprio sistema contábil, os sistemas orçamentário,
procedimentos específicos, de modo a assegurar a sua financeiro e patrimonial. Desse modo, considera-se também
revisão e a manutenção das evidências obtidas. Isso implica auditoria contábil a realizada sobre as demonstrações
que a entidade de auditoria deve formalizar um método para contábeis, orçamentárias, financeiras e patrimoniais
executar suas auditorias, estabelecendo os padrões que elas produzidas pela administração de entidades públicas, a
deverão observar, incluindo regras claras quanto à partir desses sistemas e dos respectivos lançamentos neles
documentação. realizados, mediante técnica contábil, bem como sobre a
documentação e os registros que lhes dão suporte.
Processo independente: a auditoria deve ser realizada por
pessoas com independência em relação às organizações, aos A classificação das auditorias como de regularidade ou
programas, aos processos, às atividades, aos sistemas e aos operacional dependerá do objetivo prevalecente em cada
objetos examinados para assegurar a objetividade e a trabalho de auditoria, já que elas constituem parte de um
imparcialidade dos julgamentos. mesmo todo da auditoria governamental e, às vezes,
integram o escopo de um mesmo trabalho de auditoria.
Avaliação objetiva: os fatos devem ser avaliados com a
mente livre de vieses. A avaliação objetiva leva a OBJETIVO
julgamentos imparciais, estritamente adequados às
1. As Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da
circunstâncias, precisos, e refletem na confiança no trabalho
União (NAT) têm por objetivo a obtenção de qualidade e a
do auditor.
garantia de atuação suficiente e tecnicamente consistente
do auditor na condução dos trabalhos de auditoria. As NAT
têm por finalidades:
1.1. estabelecer padrões técnicos e de comportamento desenvolvidos alcancem a qualidade necessária a fim de que
para o alcance e a manutenção de uma situação individual e sejam considerados irretocáveis e dignos de respeito e
coletivamente desejável ao bom exercício do controle confiança pública.
externo da administração pública, executado por meio de
4. As NAT têm natureza técnica, e não jurídica, geral, e
auditorias, de modo a oferecer uma razoável segurança
não específica, e são aplicáveis a todos os aspectos da função
quanto à obtenção de qualidade na condução dos trabalhos
auditoria e abrangem todos os tipos de trabalho dessa
e de atuação suficiente e tecnicamente consistente do
função. Apesar de sua natureza técnica, estas normas
auditor no desenvolvimento de achados, avaliações e
harmonizam-se com as normas jurídicas mencionadas nas
opiniões destinadas aos usuários dos resultados, bem como
referências normativas deste documento, que lhes
das correspondentes conclusões e propostas de
constituem prescrições, formando um sistema coerente,
encaminhamento;
objetivo e legítimo, livre de conflitos de competência.
1.2. manter consistência metodológica no exercício da
5. Normas de natureza específica, relativas a
atividade, incluindo o fornecimento de bases para o
determinados tipos de trabalho ou a aspectos particulares da
estabelecimento de padrões, procedimentos e práticas a
organização e condução dos serviços de auditoria,
serem seguidos na realização de auditorias e a padronização
complementam estas normas e são tratadas em manuais,
de termos técnicos empregados, de modo a assegurar
padrões, diretrizes e orientações aprovadas pela Presidência
qualidade e servir de base para a avaliação dos trabalhos;
ou pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU.
1.3. promover o aprimoramento profissional e auxiliar
6. Por ser o TCU uma EFS com funções mais
os auditores no que diz respeito à qualidade dos exames, à
abrangentes do que o mandato relativo às auditorias, as NAT
formação de sua opinião e à elaboração de seus relatórios,
não abrangem todas as normas relativas ao controle externo
especialmente nos casos em que não existam normas
que o Tribunal executa em auxílio ao Congresso Nacional.
específicas aplicáveis, possibilitando a realização de
Assim, em relação às demais ações de controle, elas têm
trabalhos com segurança e qualidade, dignos de respeito e
aplicação subsidiária, devendo os auditores observar as
credibilidade;
normas de controle externo dispostas na Constituição, na Lei
1.4. fornecer à sociedade e aos diferentes públicos com Orgânica, no Regimento Interno e nas resoluções, portarias,
os quais o Tribunal interage uma visão clara dos princípios e instruções e decisões normativas do próprio TCU, expedidas
das normas que formam a base para o desenvolvimento das ao amparo do poder regulamentar que lhe assiste para
atividades de auditoria do TCU. expedir atos e instruções normativas sobre matéria de suas
atribuições e sobre a organização de processos que lhe
REFERÊNCIAS NORMATIVAS
devam ser submetidos.
2. As normas relacionadas a seguir contêm disposições
APLICAÇÃO CONJUNTA COM OUTRAS NORMAS
que, mesmo não citadas neste texto, constituem prescrições
PROFISSIONAIS
para estas normas:
7. As Normas Internacionais de Auditoria das
I. Constituição da República Federativa do Brasil de
Entidades de Fiscalização Superior (ISSAI), da Organização
1988;
Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores
II. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União – Lei (Intosai), são aplicáveis em complemento às NAT, ou às suas
8.443, de 1992; normas complementares, especialmente nas situações em
que o assunto não for explicitamente tratado nas NAT, e
III. Regimento Interno do Tribunal de Contas da União
desde que compatíveis com as atribuições constitucionais e
– Resolução TCU 155, de 2002;
legais do TCU, com o ordenamento jurídico pátrio e com as
IV. Código de Ética dos Servidores do Tribunal de disposições e a lógica destas normas.
Contas da União – Resolução TCU 226, de 2009.
8. As normas de auditoria emitidas pelo Conselho
APLICABILIDADE Federal de Contabilidade (CFC), pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), pelo Banco Central do Brasil (Bacen), pela
3. As NAT são endereçadas aos Auditores Federais de
Superintendência de Seguros Privados (Susep) e os
Controle Externo do Tribunal de Contas da União, para
pronunciamentos técnicos do Instituto dos Auditores
assegurar que esses sejam independentes, íntegros,
Independentes do Brasil (Ibracon) são aplicáveis em
imparciais, objetivos e competentes no desenvolvimento de
conjunto com as NAT, nas auditorias de demonstrações
seus trabalhos de auditoria. Quando estas normas
contábeis ou em outros trabalhos regulados por essas fontes
endereçarem o Tribunal de Contas da União, deve-se
normativas, no que couber.
entender que se referem, também, às unidades de sua
secretaria que, direta ou indiretamente, tenham a 9. Outras normas profissionais, como as emitidas pelo
responsabilidade de contribuir, assegurar ou criar as Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA/Audibra) ou de
condições para a sua aplicação, de modo que os trabalhos outras organizações técnico-profissionais voltadas para
auditorias, perícias e outros trabalhos em áreas ou objetos 12.4. Esse grupo de normas relaciona-se com os preceitos
específicos, podem ser aplicadas conjuntamente com as NAT básicos do controle externo e com as normas gerais, que lhes
(e suas normas complementares), prevalecendo essas fornecem os princípios e requisitos e também com as normas
últimas quando houver algum grau de incompatibilidade. relativas à comunicação de resultados, uma vez que os
produtos dessas fases constituem a principal fonte para o
ARTICULAÇÃO E COOPERAÇÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES
conteúdo dos relatórios e para fundamentação das
10. A articulação de esforços mediante o propostas.
estabelecimento de compromissos e de ações conjuntas com
IV. Normas relativas à Comunicação de Resultados
outros órgãos de fiscalização e controle, com o objetivo de
viabilizar o apoio às fiscalizações das instituições envolvidas, 12.5. Tratam da forma, do conteúdo, dos atributos e dos
nortear-se-á pela confiança, bem como pelo respeito à requisitos dos relatórios de auditoria, ou seja, das formas
independência de cada uma, sem, contudo, excluir a como o auditor deve expressar e comunicar as opiniões e
aplicação destas normas. conclusões dos trabalhos de auditoria e encaminhar suas
propostas.
11. Na realização de auditorias conjuntas ou
simultâneas acerca de um objeto comum, executadas no CAPÍTULO 1 - PRECEITOS BÁSICOS DO CONTROLE EXTERNO
âmbito de acordos de cooperação ou instrumentos
13. Os preceitos básicos do controle externo contidos
congêneres com outros órgãos de fiscalização e controle, o
neste capítulo constituem os pressupostos fundamentais,
intercâmbio de informações ou de documentos objetivará a
princípios e requisitos lógicos que formam a base para o
supressão de lacunas e a eliminação de duplicação de
desenvolvimento das Normas de Auditoria do TCU.
esforços; limitar-se-á pela competência das entidades
Descrevem o contexto e as condições de atuação do TCU,
participantes e observará o disposto em normativos
ajudando o auditor a também determinar o escopo e a
específicos do TCU que tratam da matéria.
amplitude de seu campo de atuação, de modo aderente a
ESTRUTURA DAS NORMAS DE AUDITORIA esse contexto e a essas condições.
12. As NAT apresentam-se estruturadas em quatro PODERES DO CONTROLE EXTERNO
grupos, descritos nos itens seguintes:
14. As regras constitucionais sobre controle externo no
I. Preceitos Básicos do Controle Externo Brasil estão disciplinadas nos artigos 70 a 75 da CF/88, no
capítulo do Poder Legislativo, dentro do título “Da
12.1. Constituem os pressupostos fundamentais,
Organização dos Poderes”. Esse posicionamento indica que
princípios e requisitos lógicos que formam a base para o
o controle externo da administração pública é uma função
desenvolvimento das NAT; descrevem o contexto e as
precípua do Poder Legislativo que, no nível federal, é
condições de atuação do TCU, ajudando o auditor a também
exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do TCU,
determinar o escopo e a amplitude de sua atuação. A
que, para isso, conta com poder de fiscalização amplo e
explicitação desses preceitos visa ainda a demonstrar a
judicante sobre as contas dos administradores e
aderência do modelo de controle externo exercido pelo
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos.
Tribunal às Diretrizes para Preceitos de Auditoria da Intosai.
PODER DE FISCALIZAÇÃO
II. Normas Gerais
14.1. Constituição Federal:
12.2. Estabelecem os princípios e regras fundamentais
para que o auditor e o Tribunal possam desempenhar sua Art. 71.[...]
missão com ética e competência. O enfoque dessas normas
II – Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
é dirigido tanto para determinados requisitos que devem ser
Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de
assegurados pela instituição, como para a atitude e os
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
aspectos comportamentais do auditor.
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
III. Normas relativas ao Planejamento e à Execução unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo
e Judiciário e demais entidades referidas no inciso II.
12.3. Estabelecem os critérios gerais e procedimentos
básicos que o auditor deve seguir para que sua atuação seja PODER JUDICANTE
objetiva, sistemática e equilibrada, na obtenção das
14.2. Constituição Federal:
informações e evidências que sustentarão suas avaliações,
opiniões e conclusões e fundamentarão suas propostas de Art. 71.[...]
encaminhamento. O enfoque dessas normas é o
II – Julgar as contas dos administradores e demais
planejamento e a execução das atividades que visam a
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
alcançar um determinado resultado do trabalho de
administração direta e indireta, incluídas as fundações e
auditoria, bem como o gerenciamento dessas atividades.
sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal,
e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou obrigando ao seu cumprimento, sob pena de
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário responsabilidade.
público.
INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA
14.3. Em decorrência do Poder Judicante, o TCU tem
15. O termo “auxílio”, disposto no caput do artigo 71 da
jurisdição própria e privativa, em todo o território nacional,
Constituição, não representa subordinação hierárquica do
sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência,
Tribunal em relação ao Congresso Nacional. A função de
abrangendo (art. 73, da CF/88 e art. 4º e 5º da Lei Orgânica
controle é atribuída diretamente pela Constituição, cujas
do TCU):
disposições deixam inequívoco que se trata de um controle
I - qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere externo e independente. O TCU exerce competências
o inciso I do art. 1° desta Lei, que utilize, arrecade, guarde, próprias, independentes das funções do Congresso Nacional,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou e de suas decisões não cabem recursos ao Congresso
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta Nacional ou a outros Poderes, se não no seu próprio âmbito.
assuma obrigações de natureza pecuniária;
16. A independência e autonomia do TCU também
II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra estão implícitas nas disposições constitucionais que lhe
irregularidade de que resulte dano ao Erário; asseguram a iniciativa exclusiva de projetos de lei para
propor alterações e revogações de dispositivos da sua Lei
III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas
Orgânica, bem como para dispor sobre o seu quadro de
ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a
pessoal e a remuneração de seus membros. Não cabe, pois
integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio da
ao Legislativo ou ao Executivo a iniciativa de propostas
União ou de outra entidade pública federal;
tendentes a alterar a Lei Orgânica do TCU, sob pena de vício
IV - os responsáveis pelas contas nacionais das empresas de iniciativa. Uma sólida garantia constitucional de
supranacionais de cujo capital social a União participe, de independência e autonomia.
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
17. A independência do TCU se completa pela
V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade capacidade de que lhe dotou a Constituição de se
jurídica de direito privado que recebam contribuições autogovernar, de estabelecer, segundo seus próprios
parafiscais e prestem serviço de interesse público ou social; desígnios, seu regimento e sua organização internos, a
competência e o funcionamento de suas unidades, prover e
VI - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos
gerir seu quadro de servidores, observadas apenas as
atos estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa
diretrizes genéricas previstas na legislação.
disposição de Lei;
18. A autonomia administrativa do TCU decorre do art.
VII - os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos
73, da CF/88, que faz remissão, no que couber, à autonomia
repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste
administrativa do Poder Judiciário, conforme estipulado no
ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
art. 96, segundo a qual, as competências que compõem essa
Federal ou a Município;
autonomia são de natureza privativa do Tribunal.
VIII - os sucessores dos administradores e responsáveis a que
19. Complemento importante à independência do TCU
se refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio
é a disposição dos recursos financeiros e orçamentários
transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5º da
necessários ao desempenho de suas atribuições,
Constituição Federal;
caracterizada pela existência de dotações próprias na lei
IX - os representantes da União ou do Poder Público na orçamentária anual, pela elaboração de seu próprio
assembleia geral das empresas estatais e sociedades orçamento, dentro dos limites da lei de diretrizes
anônimas de cujo capital a União ou o Poder Público orçamentárias, sem a interferência de terceiros, pela
participem, solidariamente, com os membros dos conselhos execução orçamentária e financeira por unidade de sua
fiscal e de administração, pela prática de atos de gestão própria estrutura administrativa, pelo recebimento de
ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades. recursos do tesouro segundo parâmetros não discricionários
e pela não sujeição a limitações de empenho e
PODER NORMATIVO
movimentação financeira por outro órgão ou Poder.
14.4. Lei Orgânica do TCU: Segundo a Lei Orgânica do TCU:
Art. 3° Ao Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua Art. 70. Compete ao Presidente do Tribunal de Contas da
competência e jurisdição, assiste o poder regulamentar, União:
podendo, em consequência, expedir atos e instruções
IV – diretamente ou por delegação, movimentar as dotações
normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a
e os créditos orçamentários próprios e praticar os atos de
organização dos processos que lhe devam ser submetidos,
31. Consequentemente, elevados padrões de conduta e 38. A preservação e a defesa do patrimônio público
comportamento ético, de profissionalismo e competência complementam o princípio do interesse público e são
técnica são exigidos de todos aqueles que prestam serviços inerentes à missão institucional do Tribunal, logo é
no TCU, e mais ainda, daqueles que desempenham atribuição elementar de seus auditores, cabendo-lhes
atribuições nas atividades de controle externo. representar imediatamente à chefia competente sobre todo
e qualquer ato ou fato que seja contrário ao interesse
32. Nesse contexto, estas normas de auditoria são de
público, prejudicial ao Tribunal ou à sua missão institucional,
fundamental importância e a sua observância pelo corpo
de que tenha tomado conhecimento em razão do cargo ou
técnico do TCU é uma questão de responsabilidade não só
função. Ademais, lhes é vedado praticar ou compactuar, por
para com a instituição, mas também para com a sociedade,
ação ou omissão, direta ou indiretamente, ato contrário à
os Poderes por ela constituídos e as entidades que são
ética e ao interesse público, mesmo que tal ato observe as
objeto da fiscalização do Tribunal.
formalidades legais e não cometa violação expressa de lei.
CAPÍTULO 2 - NORMAS GERAIS
INTEGRIDADE
33. Este capítulo estabelece os princípios e fornece
39. A integridade dos auditores estabelece confiança e
orientações fundamentais para que o Tribunal e o auditor
representa a base para a confiabilidade em seu julgamento.
possam desempenhar sua missão com ética e competência.
Para sustentar a confiança pública, a conduta dos auditores
O enfoque dessas normas é dirigido tanto para
deve ser irrepreensível e estar acima de qualquer suspeita, o
determinados requisitos que devem ser assegurados pelo
que exige a condução dos trabalhos com uma atitude
Tribunal, como para a atitude e os aspectos
objetiva, baseada em fatos, não partidária, e não ideológica
comportamentais do auditor.
em relação às entidades auditadas e aos usuários de seus
PRINCÍPIOS ÉTICOS relatórios. As partes interessadas, de maneira geral, esperam
dos auditores uma atitude honesta, sincera e construtiva.
34. Os princípios éticos apresentados neste capítulo
formam a base, a disciplina e a estrutura, bem como 40. No cumprimento de suas responsabilidades
proveem o clima, que influenciam a aplicação das NAT, profissionais, os auditores podem se deparar com interesses
incluindo as normas gerais, as relativas ao planejamento e à conflitantes de gestores de entidades, de autoridades
execução e as de comunicação de resultados. governamentais e de outros possíveis interessados e, em
virtude disso, sofrer pressões para violar princípios éticos e,
35. Os princípios éticos veiculados neste capítulo
de forma inadequada, conseguir ganho pessoal ou
integram o Código de Ética dos Servidores do Tribunal de
organizacional. Agindo com integridade, os auditores
Contas da União (CESTCU), ao qual o auditor, enquanto
conseguirão lidar com as pressões, priorizando suas
servidor do TCU, deve rigorosamente observar em conjunto
responsabilidades para com o interesse público. Tomar
e em complemento a estas normas.
decisões consistentes com o interesse público da entidade,
36. Os princípios éticos que orientam o trabalho dos do programa ou da atividade auditada é uma parte
auditores de acordo com estas NAT são: importante do princípio da integridade.
I. interesse público, preservação e defesa do 41. Auditores devem resguardar, em sua conduta
patrimônio público; pessoal, a integridade, a honra e a dignidade de sua função
pública, agindo em harmonia com princípios éticos e valores
II. integridade;
públicos.
III. independência, objetividade e imparcialidade;
INDEPENDÊNCIA, OBJETIVIDADE E IMPARCIALIDADE
IV. uso do cargo, de informações e de recursos
42. A credibilidade da auditoria no setor público baseia-
públicos.
se na objetividade dos auditores no cumprimento de suas
INTERESSE PÚBLICO, PRESERVAÇÃO E DEFESA DO responsabilidades profissionais. A objetividade inclui ser
PATRIMÔNIO PÚBLICO independente, de fato e na aparência, manter uma atitude
de imparcialidade, ter honestidade intelectual e estar livre
37. Uma marca distintiva de um auditor governamental
de conflitos de interesse.
é a aceitação da responsabilidade de servir ao interesse
público, definido como o bem estar coletivo da comunidade, 43. O auditor deve manter-se afastado de quaisquer
de pessoas e de entidades, a qual os auditores servem. O atividades que reduzam ou denotem reduzir sua autonomia
auditor deve honrar a confiança pública, procedendo com e independência profissional, que não deve ser confundida
honestidade, probidade e tempestividade, escolhendo com independência e autonomia funcional, bem como
sempre, quando estiver diante de mais de uma opção legal, manter atitude de independência em relação ao fiscalizado,
a que melhor se coadunar com a ética e com o interesse evitando postura de superioridade, inferioridade ou
público. preconceito relativo a indivíduos, entidades, projetos e
programas; deve ainda adotar atitudes e procedimentos
objetivos e imparciais, em particular, nos seus relatórios, que 48.2. o trabalho seja realizado por pessoal
deverão ser tecnicamente fundamentados, baseados profissionalmente competente, que coletivamente tenha a
exclusivamente nas evidências obtidas e organizados de qualificação e os conhecimentos necessários, velando para
acordo com as normas de auditoria, evitando que interesses que os auditores que integram o seu quadro obtenham o
pessoais e interpretações tendenciosas interfiram na necessário desenvolvimento profissional;
apresentação e tratamento dos fatos levantados, bem como
UTILIZAÇÃO DE JULGAMENTO PROFISSIONAL
abster-se de emitir opinião preconcebida ou induzida por
convicções político-partidária, religiosa ou ideológica. 48.3. o julgamento profissional seja utilizado ao se
planejar e realizar o trabalho e ao apresentar os seus
44. O auditor deverá declarar impedimento ou
resultados;
suspeição nas situações que possam afetar, ou parecer
afetar, o desempenho de suas funções com independência e CONTROLE E GARANTIA DE QUALIDADE
imparcialidade.
48.4. a busca da qualidade, como elemento essencial
USO DO CARGO, DE INFORMAÇÕES E DE RECURSOS para obter e manter credibilidade, confiança e respeito
PÚBLICOS público dos trabalhos de controle externo realizados pelo
Tribunal, permeie todo o processo de realização das ações
45. A posição de auditor, as informações e os recursos
de controle, começando pela elaboração de manuais,
públicos só devem ser utilizados para fins oficiais, e não
padrões, orientações e procedimentos com vistas à
inadequadamente para ganho pessoal ou de uma forma
obtenção da qualidade, passando pela supervisão direta e
contrária à lei ou que prejudique os legítimos interesses da
concomitante e finalizando com a revisão interna
entidade auditada ou do Tribunal. Abusar da posição de
independente dos trabalhos realizados, inclusive por
auditor para obter ganho pessoal viola responsabilidades
unidade especializada.
fundamentais do profissional de auditoria.
NORMAS GERAIS RELATIVAS À PESSOA DO AUDITOR
46. A proteção e a conservação de recursos e
informações públicos e o seu adequado uso apenas em 49. A atividade de controle é de caráter multidisciplinar
atividades autorizadas é um elemento importante nas e realizada em equipe, devendo o espírito de cooperação
expectativas do público para com os auditores. O direito do prevalecer sobre posicionamentos pessoais. Os auditores
público à transparência das informações de governo tem que envidarão todos os esforços para que o seu talento e
ser equilibrado com o uso adequado de informações profissionalismo contribuam de modo efetivo para a
classificadas como sensíveis. Para conseguir esse equilíbrio, consecução da missão institucional do Tribunal, observando,
o uso criterioso das informações adquiridas no exercício das individualmente e em equipe, os princípios e regras
funções dos auditores é uma parte crucial. Além disso, o estabelecidos nestas normas.
auditor deve ter em mente que muitas informações de
CAUTELA, ZELO E JULGAMENTO PROFISSIONAL
governo estão sujeitas a leis e regulamentos que restringem
a sua divulgação. 50. Os auditores devem ter cuidados e habilidades
esperados de um profissional prudente e competente,
47. A credibilidade de uma auditoria pode ser
devendo usar julgamento profissional no planejamento, na
prejudicada pela utilização inadequada de informações
execução e comunicação dos resultados de auditoria, agindo
relevantes, obtidas no exercício profissional, em benefício de
com atenção, habilidade e observância das normas
interesses financeiros pessoais, de parentes ou de
profissionais, de modo a reduzir ao mínimo a possibilidade
organizações em que o auditor tenha qualquer tipo de
de erros.
interesse.
51. Em todos os setores da sociedade existe a
NORMAS GERAIS RELATIVAS AO TRIBUNAL
necessidade de confiança e credibilidade, portanto, é
48. O Tribunal e as unidades técnicas de sua secretaria essencial que os relatórios e pareceres dos auditores sejam
têm a responsabilidade de assegurar que as Normas de considerados precisos e confiáveis por terceiros especialistas
Auditoria do TCU sejam observadas em todas as fases de na matéria, cabendo-lhes emitir opiniões somente sobre
todos os trabalhos de auditoria realizados no seu âmbito e documentos ou situações examinadas apoiando-se em fatos
ainda que: e evidências.
MANUTENÇÃO DE INDEPENDÊNCIA, OBJETIVIDADE E COMPETÊNCIA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
IMPARCIALIDADE
52. A equipe designada para realizar uma auditoria
48.1. a independência, a objetividade e a imparcialidade específica deve ter, em conjunto, treinamento técnico,
sejam mantidas em todas as fases dos trabalhos; capacidade e experiência suficientes para conduzir
adequadamente o trabalho e formular conclusões e
COMPROMISSO COM A COMPETÊNCIA
propostas de encaminhamento pertinentes. Assim, os
auditores devem buscar permanentemente seu
aprimoramento profissional, mantendo-se atualizados seja cônjuge, parente consanguíneo ou afim, em linha reta
quanto a novas técnicas e instrumentos de trabalho relativos ou colateral, até o terceiro grau, ou pessoa com quem
à sua área de atuação. mantenha ou manteve laço afetivo ou inimigo ou que
envolva entidade com a qual tenha mantido vínculo
53. Os auditores têm a obrigação de atuar sempre de
profissional nos últimos dois anos, ressalvada, neste último
maneira profissional e de manter altos níveis de
caso, a atuação consultiva, ou ainda quando estiver presente
profissionalismo na realização de seu trabalho. Não devem
qualquer conflito de interesses, declarando o impedimento
realizar trabalhos para os quais não possuam a competência
ou a suspeição por meio de justificativa reduzida a termo,
profissional necessária e devem conhecer e cumprir as
que será avaliada e decidida pelo dirigente da unidade
normas, as diretrizes, os procedimentos e as práticas
técnica.
aplicáveis de auditoria, bem como entender os princípios e
as normas constitucionais, legais e institucionais que regem SIGILO PROFISSIONAL
as atividades de controle externo exercidas pelo Tribunal e,
59. O auditor deve guardar sigilo sobre dados e
ainda, o funcionamento da entidade auditada.
informações obtidos em decorrência do exercício de suas
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL E CORTESIA funções, utilizando-os, exclusivamente, para a elaboração de
pareceres e relatórios.
54. Esses dois princípios têm uma relação intrínseca
entre si e com as expectativas em relação ao papel do auditor 60. Auditores não devem revelar a terceiros dados e
e aos resultados de seus trabalhos. A aderência ao interesse informações obtidos no processo de auditoria, seja
público, a conformidade com as normas e regulamentos oralmente ou por escrito, exceto para cumprir as
aplicáveis e o cuidado na prevenção de qualquer conduta responsabilidades legais ou de outra natureza que
que possa trazer descrédito ao trabalho devem nortear o correspondam a atribuições legais do Tribunal.
comportamento profissional e a sua atitude perante o
CAPÍTULO 3 - NORMAS RELATIVAS AO PLANEJAMENTO E À
auditado.
EXECUÇÃO
55. O auditor deve manter atitude de serenidade e
61. Este capítulo estabelece os critérios gerais e
comportar-se de maneira compatível com a exigida pelo
procedimentos básicos que o auditor deve seguir para que
cargo, de modo a demonstrar servir ao interesse comum e a
sua atuação seja objetiva, sistemática e equilibrada na
prestigiar o serviço público, ser cortês no trato verbal e
obtenção das informações e evidências que sustentarão suas
escrito com pessoas e instituições auditadas, sem, contudo,
avaliações, opiniões e conclusões e fundamentarão suas
abrir mão das prerrogativas de seu cargo.
propostas de encaminhamento. O enfoque das normas
CONFLITOS DE INTERESSES relativas ao planejamento e à execução é o planejamento e
a execução das atividades que visam a alcançar um
56. Auditores devem evitar que interesses pessoais ou
determinado resultado do trabalho de auditoria, bem como
quaisquer situações afetem a sua objetividade, – tanto a real
o gerenciamento dessas atividades.
como a percebida – conservando sua independência em
relação a quaisquer influências que possam afetar – ou 62. As normas relativas ao planejamento e à execução
parecer afetar – a capacidade de desempenhar suas de auditorias relacionam-se com os preceitos do controle
responsabilidades profissionais com imparcialidade. externo e com as normas gerais, que lhes fornecem os
princípios e requisitos básicos, e também com as normas
57. Ao auditor é vedado usar do cargo ou de informação
relativas à comunicação de resultados, uma vez que os
privilegiada em situações que configurem abuso de poder,
produtos dessas fases do processo de auditoria constituem a
práticas autoritárias ou que visem a quaisquer favores,
principal fonte para o conteúdo dos relatórios e para a
benesses ou vantagens indevidas para si, para outros
fundamentação das propostas.
indivíduos, grupos de interesses ou entidades públicas ou
privadas, bem como solicitar, sugerir, provocar ou receber, PLANEJAMENTO GERAL DAS AUDITORIAS DO TCU
para si ou para outrem, mesmo em ocasiões de festividade,
63. O planejamento geral de curto prazo, até um ano, e
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, comissão,
de longo prazo, mais de um ano, levarão em conta a alocação
doação, presentes ou vantagens de qualquer natureza, de
da capacidade operacional, considerando todas as ações de
pessoa física ou jurídica interessada na sua atividade,
controle externo, de maneira integrada, e as ações de
conforme previsto no Código de Ética dos Servidores do
capacitação necessárias para lhes dar suporte.
Tribunal de Contas da União.
64. O planejamento geral deve alinhar suas atividades
58. O auditor deverá declarar impedimento ou
às expectativas do Congresso Nacional, às medidas, aos
suspeição nas situações que possam afetar, ou parecer
gastos e aos objetivos do plano plurianual e de outros planos
afetar, o desempenho de suas atribuições com
específicos de ação governamental, observando-se, na sua
independência e imparcialidade, especialmente participar
elaboração, o disposto em normas e diretrizes específicas e
de auditorias nas situações em que o responsável auditado
a compatibilidade com os planos estratégico e de diretrizes
do TCU, bem como com as diretrizes aprovadas para 71.1. Alternativamente, caso a auditoria seja proposta
subsidiar o exame das contas governamentais e para o sem que as informações relativas aos objetivos, riscos e
julgamento das contas de unidades jurisdicionadas. controles do objeto auditado estejam disponíveis, tais
informações deverão ser obtidas na fase de planejamento do
65. O planejamento geral deve documentar e justificar
trabalho. A necessidade e a profundidade dos
as seleções realizadas, calcando-se em modelos que incluam
procedimentos para a obtenção destas informações variará
métodos de seleção, hierarquização e priorização
de acordo com os objetivos e o escopo da auditoria em
fundamentados em critérios de relevância, materialidade,
questão.
risco e oportunidade, dentre outras técnicas de alocação da
capacidade operacional, levando-se também em conta a 72. A avaliação de riscos e de controle interno visa a
demanda potencial por ações de controle originadas de avaliar o grau em que o controle interno de organizações,
iniciativas externas. programas e atividades governamentais assegura, de forma
razoável, que na consecução de suas missões, objetivos e
66. Informações sobre o planejamento geral somente
metas, os princípios constitucionais da administração pública
poderão ser divulgadas para dar publicidade à ação
serão obedecidos e os seguintes objetivos de controle serão
fiscalizatória do Tribunal, se não comprometerem o sigilo
atendidos:
dos trabalhos a serem realizados.
I. eficiência, eficácia e efetividade operacional,
PROPOSIÇÃO DE AUDITORIAS
mediante execução ordenada, ética e econômica das
67. A unidade técnica ao propor auditorias deve definir operações;
o objetivo e o escopo preliminar, bem como prever uma
II. integridade e confiabilidade da informação
estimativa de alocação de recursos e dos prazos de suas
produzida e sua disponibilidade para a tomada de decisões e
fases.
para o cumprimento de obrigações accountability;
OBJETIVOS DA AUDITORIA
III. conformidade com leis e regulamentos aplicáveis,
68. Devem ser estabelecidos objetivos para cada incluindo normas, políticas, programas, planos e
trabalho de auditoria. Para tanto, deve-se realizar uma procedimentos de governo e da própria instituição;
avaliação preliminar de objetivos e riscos relevantes
IV. adequada salvaguarda e proteção de bens, ativos e
relacionados à atividade objeto da auditoria, cujos
recursos públicos contra desperdício, perda, mau uso, dano,
resultados deverão estar refletidos nos objetivos
utilização não autorizada ou apropriação indevida.
estabelecidos.
SUPERVISÃO, REVISÃO E COMUNICAÇÃO
69. No desenvolvimento dos objetivos o auditor deve
considerar, além das exposições significativas a riscos, a SUPERVISÃO
probabilidade de erros, irregularidades e descumprimentos
73. Todo o trabalho realizado pela equipe de auditoria,
a princípios, normas legais e regulamentações aplicáveis.
em todas as fases e em todos os níveis, deve ser
ALOCAÇÃO DE RECURSOS AO TRABALHO DE AUDITORIA adequadamente supervisionado, independentemente da
competência individual dos auditores, para assegurar que os
70. Deve-se determinar os meios apropriados para
objetivos sejam atingidos, a qualidade seja assegurada e as
alcançar os objetivos de auditoria, levando em conta
equipes se desenvolvam.
limitações de tempo e de recursos disponíveis e,
especialmente, a competência necessária dos membros da 74. O foco da supervisão deve ser dirigido tanto para o
equipe, que deve ser baseada na avaliação da natureza e conteúdo como para a observância do método de auditoria,
complexidade de cada trabalho. isso implica assegurar que:
IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE OBJETIVOS, RISCOS E I. os membros da equipe de auditoria tenham uma
CONTROLES clara e consistente compreensão do programa de auditoria e
alcancem os objetivos de auditoria estabelecidos;
71. Para determinar a extensão e o alcance da auditoria
que será proposta, a unidade técnica deve dispor de II. a auditoria seja realizada de acordo com as normas
informações relativas aos objetivos relacionados ao objeto e práticas do Tribunal;
que será auditado e aos riscos relevantes associados a esses
III. o programa de auditoria e a estratégia de ação nele
objetivos, bem como à confiabilidade dos controles
prevista visem a achados relevantes e sejam seguidos, a
adotados para tratar esses riscos. Tais informações são
menos que alguma alteração seja autorizada;
obtidas, tipicamente, na realização de outras ações de
controle cuja principal finalidade é o conhecimento da IV. os papéis de trabalho sejam analisados
unidade jurisdicionada e devem ser levadas em conta no conjuntamente com a equipe ou revisados e contenham as
planejamento e na aplicação dos procedimentos de evidências que suportem adequadamente os achados, as
auditoria. opiniões, conclusões e propostas de encaminhamento;
por dirigente de unidade técnica do Tribunal e esclarecerá os conhecimento e compreensão a seu respeito, assim como do
objetivos, o escopo e os critérios da auditoria. ambiente organizacional em que está inserido, incluindo,
dentre outras fontes de informação e formas de obtenção de
86. Ao término da fase de execução, será realizada
conhecimento, a legislação, as normas e as instruções
reunião de encerramento com os dirigentes e responsáveis
específicas aplicáveis ao objeto, os organogramas, os
da entidade auditada, ou com representantes designados
fluxogramas, as rotinas e os manuais, os programas/ações
por eles, para a apresentação verbal das principais
gerenciados, o planejamento estratégico e operacional, os
constatações do trabalho realizado.
resultados dos últimos trabalhos realizados, as diligências
86.1. Sempre que possível, os achados colhidos ao longo pendentes de atendimento, as contas dos últimos exercícios.
da execução deverão ser discutidos com o supervisor
90. Trabalhos que contemplem a identificação e a
previamente à reunião de encerramento.
avaliação de objetivos, riscos e controles devem ser
86.2. Na apresentação das constatações, deve-se utilizados para auxiliar na construção preliminar da visão
mencionar a situação encontrada, o critério de auditoria, e geral do objeto de auditoria, sendo os seus resultados
por decisão da equipe, as causas e os efeitos. Não se deve necessariamente a ela incorporados.
fazer menção a conclusões ou propostas de
91. A visão geral do objeto elaborada na fase de
encaminhamento.
planejamento será revisada após a execução para
86.3. A apresentação dos achados na reunião de incorporação ao relatório da auditoria, contendo,
encerramento somente pode ser dispensada nos casos em geralmente, as seguintes informações:
que represente risco à equipe ou à consecução dos objetivos
I. descrição do objeto de auditoria, com as
da auditoria.
características necessárias a sua compreensão;
86.4. Deve ser informado aos dirigentes e responsáveis
II. legislação aplicável;
da entidade auditada, ou aos representantes designados por
eles, que os achados são preliminares, podendo ser III. objetivos institucionais, quando for o caso;
corroborados ou excluídos em decorrência do
IV. setores responsáveis, competências e atribuições;
aprofundamento da análise. Deve ser informado, ainda, que
poderá haver inclusão de novos achados. V. objetivos relacionados ao objeto de auditoria e
riscos relevantes a eles associados, bem como eventuais
87. As reuniões de apresentação e de encerramento
deficiências de controle interno.
contarão, sempre que possível, com a participação de
representante de órgão ou de unidade do sistema de ESCOPO DA AUDITORIA
controle interno.
92. O escopo da auditoria deve ser estabelecido de
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DE AUDITORIAS modo suficiente a satisfazer os objetivos do trabalho. O
escopo envolve a definição das questões de auditoria, a
CREDENCIAMENTO E PRERROGATIVAS DO AUDITOR EM
profundidade e o detalhamento dos procedimentos, a
AUDITORIAS
delimitação do universo auditável (abrangência), a
88. O auditor é credenciado para planejar, configuração da amostra (extensão) e a oportunidade dos
supervisionar, coordenar, executar e relatar auditorias exames.
mediante portaria de fiscalização, sendo-lhe asseguradas as
93. Durante a execução, os auditores podem se deparar
seguintes prerrogativas, a partir da expedição e durante o
com fatos que fogem ao escopo ou ao objetivo estabelecido
prazo estabelecido na portaria:
para o trabalho ou que sejam incompatíveis com a natureza
88.1. livre ingresso em entidades sujeitas à jurisdição do da ação de controle, mas que, dada a sua importância,
Tribunal e acesso a todos os processos, documentos, mereçam a atenção da equipe. Nestes casos, as seguintes
sistemas informatizados e a todas as informações opções devem ser consideradas:
necessárias à realização de seu trabalho, que não podem ser
93.1. Nas situações em que os fatos relacionem-se de
sonegados sob qualquer pretexto;
forma clara e lógica com o objetivo e as questões de
88.2. competência para requerer, por escrito, aos auditoria, o planejamento é passível de mudanças durante a
responsáveis pelas entidades jurisdicionadas, os realização dos trabalhos pela própria equipe de auditoria, as
documentos e as informações necessários ao seu trabalho, quais deverão ser submetidas ao supervisor para aprovação.
fixando prazo razoável para atendimento.
93.2. Nas situações em que, mesmo relacionados ao
CONSTRUÇÃO DA VISÃO GERAL DO OBJETO objetivo da auditoria, os fatos fogem ao escopo
estabelecido, mas a consistência das evidências encontradas
89. Na fase de planejamento, e como subsídio à sua
recomende sua abordagem, a equipe, em conjunto com o
elaboração, a equipe de auditoria deve construir uma visão
supervisor e o titular da unidade técnica coordenadora, deve
geral preliminar do objeto de auditoria para obtenção de
como deficiências no controle interno, violações de um importante aspecto dos achados, representando a
cláusulas, abuso, imprudência, imperícia; origem da divergência que se observa entre a situação
encontrada e o critério. Auditores devem se empenhar na
100.2. irregularidades: prática de ato de gestão ilegal,
busca da causa dos desvios que produzem resultados ou
ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou
consequências adversos;
regulamentar de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial, dano ao erário IV. EFEITOS REAIS E POTENCIAIS: identifica os
decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico, resultados ou as consequências para a entidade, o erário ou
desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, para a sociedade, da discrepância entre a situação
tais como fraudes, atos ilegais, omissão no dever de prestar encontrada e o critério, indicando a gravidade ou os
contas, violações aos princípios de administração pública. eventuais benefícios no caso de achados positivos.
Subdividem-se em duas classes: os efeitos reais, ou seja,
101. O desenvolvimento dos achados é o processo mais
aqueles efetivamente verificados, e os efeitos potenciais
importante de uma auditoria, pois são eles que
(riscos), aqueles que podem ou não se concretizar (Acórdão
fundamentam as conclusões e as propostas de
TCU 1.292/2003 – Plenário). Efeito real ou efeito potencial
encaminhamento que serão submetidas ao Tribunal e,
podem ser usados para demonstrar a necessidade de ações
posteriormente, comunicadas aos responsáveis e demais
corretivas em resposta a eventos já ocorridos ou a riscos
interessados.
relevantes.
102. Um achado de auditoria deve ser desenvolvido de
V. EVIDÊNCIAS: conforme tratado no tópico seguinte.
forma a apresentar uma base sólida às conclusões e às
propostas de encaminhamento dos auditores, atendendo, EVIDÊNCIAS
necessariamente, aos seguintes requisitos básicos:
104. Auditores devem ter bom conhecimento das
I. ser relevante para os objetivos da auditoria para técnicas e dos procedimentos de auditoria a fim de que
que mereça ser relatado; possam obter evidências suficientes, adequadas, relevantes
e em bases razoáveis para comprovar os achados e sustentar
II. ser apresentado de forma objetiva e estar
suas opiniões e conclusões.
devidamente fundamentado em evidências;
105. As evidências, elementos essenciais e
III. apresentar consistência de modo a mostrar-se
comprobatórios do achado, devem ser suficientes e
convincente a quem não participou do trabalho.
completas de modo a permitir que terceiros, que não
103. O desenvolvimento dos achados de auditoria deve participaram do trabalho de auditoria, cheguem às mesmas
contemplar, no mínimo, os seguintes aspectos: conclusões da equipe; adequadas e fidedignas, gozando de
autenticidade, confiabilidade e exatidão da fonte;
I. SITUAÇÃO ENCONTRADA: situação existente,
pertinentes ao tema e diretamente relacionadas com o
identificada e documentada durante a fase de execução da
achado.
auditoria. Deve contemplar o período de ocorrência do
achado; 106. Somente deverão ser reunidas evidências que
sejam úteis e essenciais ao cumprimento dos objetivos da
II. CRITÉRIO DE AUDITORIA: referencial que indica o
auditoria. Material que porventura não tenha utilidade ou
estado requerido ou desejado ou a expectativa em relação a
conexão clara e direta com o trabalho realizado não deverá
uma situação objeto de auditoria, reflete como deveria ser a
ser considerado.
gestão, provendo o contexto para compreensão dos achados
e avaliação das evidências. Trata-se da legislação, dos 107. As evidências testemunhais devem, sempre que
regulamentos, das cláusulas contratuais, de convênios e de possível, ser reduzidas a termo e corroboradas por outras
outros ajustes, das normas, da jurisprudência, do evidências.
entendimento doutrinário ou ainda, no caso de auditorias
108. São atributos das evidências:
operacionais, dos referenciais aceitos e/ou tecnicamente
validados para o objeto sob análise, como padrões e boas I. VALIDADE: a evidência deve ser legítima, ou seja,
práticas, que o auditor compara com a situação encontrada; baseada em informações precisas e confiáveis;
III. CAUSA: identifica a razão ou a explicação para a II. CONFIABILIDADE: garantia de que serão obtidos os
situação encontrada ou o fator ou fatores responsáveis pela mesmos resultados se a auditoria for repetida. Para obter
diferença entre essa e o critério de auditoria. A causa é o evidências confiáveis, é importante considerar que: é
elemento sobre o qual incidirão as ações corretivas que conveniente usar diferentes fontes; é interessante usar
serão propostas. Causas comuns incluem políticas, diferentes abordagens; fontes externas, em geral, são mais
procedimentos ou critérios mal concebidos, confiáveis que internas; evidências documentais são mais
implementações inconsistentes, incompletas ou incorretas, confiáveis que orais; evidências obtidas por observação
deficiências ou inexistência de controles internos. A causa é
direta ou análise são mais confiáveis que aquelas obtidas eletrônicos, para evitar que pessoas não autorizadas venham
indiretamente; a ter ciência do conteúdo neles contidos ou a sua utilização
de forma danosa ao interesse público.
III. RELEVÂNCIA: a evidência é relevante se for
relacionada, de forma clara e lógica, aos critérios e objetivos 115. O auditor deve ter em mente que o conteúdo e a
da auditoria; organização dos papéis de trabalho refletem o seu grau de
preparação, experiência e conhecimento. Os papéis de
IV. SUFICIÊNCIA: a quantidade e qualidade das
trabalho devem ser suficientemente completos e detalhados
evidências obtidas devem persuadir o leitor de que os
para permitir a um auditor experiente, sem prévio
achados, conclusões, recomendações e determinações da
envolvimento na auditoria, entender o trabalho que foi
auditoria estão bem fundamentados. A quantidade de
realizado para fundamentar as opiniões e conclusões do
evidências não substitui a falta dos outros atributos
auditor.
(validade, confiabilidade, relevância). Quanto maior a
materialidade do objeto, o risco e o grau de sensibilidade do 116. Embora não existam padrões rígidos quanto à
auditado a determinado assunto, maior será a necessidade forma dos papéis de trabalho, já que, servindo para
de evidências mais robustas. anotações ou memórias do planejamento e da execução, são
elaborados a critério do auditor, os seguintes aspectos
DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA
devem ser observados:
109. Todo o trabalho de auditoria deve ser documentado
116.1. ao se planejar a forma e o conteúdo, deve-se
de modo a assegurar a sua revisão e a manutenção das
observar se o papel de trabalho irá contribuir para o
evidências obtidas. Todas as informações relevantes para
atingimento do objetivo da auditoria e dos procedimentos.
dar suporte às conclusões e aos resultados da auditoria
Consultar papéis elaborados para a realização de trabalho
devem ser registradas.
igual ou semelhante em época anterior é de grande valia
110. Os papéis de trabalho constituem a documentação para a elaboração do novo papel de trabalho, que pode,
que evidencia todo o trabalho desenvolvido pelo auditor, inclusive, ser até o resultado do aperfeiçoamento de algum
contendo registro de todas as informações utilizadas, das existente;
verificações a que procedeu e das conclusões a que chegou,
116.2. forma clara e ordenada, de modo a proporcionar a
independentemente da forma, do meio físico ou das
racionalização dos trabalhos de auditoria, minimizar os
características intrínsecas ou extrínsecas.
custos, servir de base permanente de consulta e de respaldo
111. Auditores devem preparar a documentação de para as conclusões do auditor e facilitar o trabalho de
auditoria em detalhes suficientes para fornecer uma revisão;
compreensão clara do trabalho realizado, incluindo a
116.3. os papéis de trabalho devem conter, quando
fundamentação e o alcance do planejamento, a natureza, a
aplicável, as seguintes informações:
oportunidade, a extensão e os resultados dos procedimentos
de auditoria executados, os achados de auditoria e as suas I. nome da entidade, identificação do objeto
evidências. auditado, título e objetivo;
112. Consideram-se papéis de trabalho aqueles II. unidade utilizada na apresentação dos valores e
preparados pelo auditor, pelo auditado ou por terceiros, tais origem das informações;
como, planilhas, formulários, questionários preenchidos,
III. critério de seleção aplicado na escolha da amostra,
fotografias, arquivos de dados, de vídeo ou de áudio, ofícios,
data-base das informações ou período abrangido e seu
memorandos, portarias, documentos originais ou cópias de
tamanho;
contratos ou de termos de convênios, confirmações
externas, programas de auditoria e registros de sua execução IV. comentários, se for o caso, e assinaturas de quem
em qualquer meio, físico ou eletrônico, como matrizes de elaborou e revisou;
planejamento, de achados e de responsabilização.
116.4. somente devem ser elaborados papéis de trabalho
113. Os documentos apresentados à equipe de auditoria que tenham uma finalidade clara de suporte às conclusões e
serão os originais, em que constem nome do signatário, aos resultados da auditoria, alinhada aos seus objetivos, e
assinatura ou rubrica, devendo o responsável justificar a devem conter somente dados importantes e necessários ao
impossibilidade de apresentação de documentos originais. alcance dessa finalidade. Um papel de trabalho informativo
Os auditores podem requerer cópias devidamente não é sinônimo de papel de trabalho com excesso de dados
autenticadas de documentos. e informações;
114. Os auditores devem manter a necessária cautela no 116.5. os papéis de trabalho devem ser revisados para
manuseio de papéis de trabalho, especialmente com assegurar que o trabalho foi desenvolvido conforme o
documentos extraídos de sistemas informatizados e com planejado e as conclusões e os resultados estão de acordo
exibição, gravação e transmissão de dados em meios com os registros;
116.6. a primeira revisão dos papéis de trabalho deve ser 121. As informações contidas em trabalhos realizados
realizada pelo próprio auditor e deve ser a mais detalhada, por especialistas, que não componham a equipe de
para certificar-se de que suas conclusões se coadunam com auditoria, integrarão o relatório como evidências para os
suas apurações e registros e de que não existem erros que achados levantados pelos auditores.
possam comprometer os resultados;
122. A unidade técnica coordenadora do trabalho deve
116.7. revisões executadas por quem não elaborou o papel obter do especialista o seu compromisso de manutenção de
devem verificar se o trabalho foi desenvolvido conforme o confidencialidade, bem como tomar as precauções
planejado, se os registros estão adequados às conclusões e necessárias para que ele atue em consonância com as NAT.
se não foram omitidos dados e informações imprescindíveis
ou relevantes;
CAPÍTULO 4 - NORMAS RELATIVAS À COMUNICAÇÃO DE
116.8. ao final da auditoria, todos os papéis de trabalho
RESULTADOS
obtidos devem ser classificados em transitórios ou
permanentes: 123. Este capítulo estabelece os critérios gerais para
comunicação e divulgação de resultados de auditorias, bem
116.8.1. transitórios são aqueles necessários ao trabalho
como os requisitos de qualidade para elaboração de
somente por um período limitado, para assegurar a
propostas de encaminhamento que o auditor deve seguir
execução de um procedimento ou a obtenção de outros
para que o relatório seja objetivo, convincente, construtivo
papéis de trabalho subsequentes;
e útil.
116.8.2. todos os demais papéis de trabalho obtidos, não
RELATÓRIO DE AUDITORIA
classificados como transitórios, são considerados como
papéis de trabalho permanentes. 124. O relatório de auditoria é o instrumento formal e
técnico por intermédio do qual a equipe de auditoria
UTILIZAÇÃO DO TRABALHO DE TERCEIROS
comunica aos leitores o objetivo e as questões de auditoria,
117. Na realização de auditorias é possível que a equipe o escopo e as limitações de escopo, a metodologia utilizada,
utilize trabalhos de outros auditores, tipicamente os da os achados de auditoria, as conclusões e as propostas de
auditoria interna de entidades governamentais ou de outras encaminhamento.
entidades de fiscalização e controle.
125. Para cada auditoria, os auditores devem preparar
118. Os trabalhos de outros auditores podem se um relatório por escrito, em linguagem impessoal, cujo
constituir em fontes de informação úteis para o conteúdo deve ser objetivo, convincente, construtivo, útil e
planejamento e execução de auditorias, para determinar a de fácil compreensão, isento de imprecisões e
natureza, oportunidade ou limitar a extensão de ambiguidades, incluindo apenas informações relevantes
procedimentos de auditoria, para corroborar evidências de para os objetivos da auditoria, devidamente apoiadas por
auditoria, dentre outras possibilidades. A responsabilidade evidências adequadas e pertinentes.
dos auditores não é reduzida pela utilização desses
126. Os relatórios devem ser minuciosamente revisados
trabalhos.
pelo coordenador da equipe de auditoria e pelo auditor
119. Caso as constatações apontadas nos trabalhos de responsável pela supervisão do trabalho, com vistas a
outros auditores sejam utilizadas nos trabalhos do Tribunal, assegurar o atendimento dos requisitos previstos no
a equipe de auditoria assume integral responsabilidade pela parágrafo anterior e, ainda, que as conclusões e as propostas
veracidade dos fatos, devendo se assegurar de que de encaminhamento são aderentes e decorrem logicamente
compartilha das conclusões apresentadas, mediante revisão dos fatos apresentados.
das evidências apresentadas, se necessário com aplicação de
ESTRUTURA E CONTEÚDO DOS RELATÓRIOS
procedimentos.
127. Manuais, padrões e normas mais específicos devem
120. A utilização de trabalhos de terceiros pode ocorrer,
estabelecer a estrutura dos relatórios de auditoria, o
também, nas situações em que um especialista compõe a
conteúdo de suas respectivas seções e requisitos adicionais
equipe de auditoria ou, ainda, quando a equipe se utiliza do
aplicáveis, conforme a natureza das auditorias, os seus
trabalho de um especialista na realização de seu próprio
objetos e as suas finalidades mais comuns.
trabalho. Em qualquer dos casos, a unidade técnica
coordenadora do trabalho deverá avaliar a capacidade do 128. De maneira geral, os relatórios de auditoria devem
especialista em realizar o trabalho e apresentar os resultados contemplar:
de forma imparcial, especialmente a sua competência
I. a deliberação que autorizou a auditoria e as razões
profissional e independência em relação ao objeto da
que motivaram a deliberação, se necessário;
auditoria.
II. uma declaração de conformidade com as NAT;
III. o objetivo e as questões de auditoria; devem ser utilizados comentários entre aspas com sentido
dúbio ou irônico. A transcrição de trechos de doutrina e/ou
IV. a metodologia da auditoria, o escopo e as limitações
jurisprudência que componham o critério deve restringir-se
de escopo;
ao mínimo necessário. A transcrição de trechos de
V. a visão geral do objeto da auditoria, revisada após a evidências documentais somente deverá ser feita quando for
execução; essencial ao entendimento do raciocínio. Ser conciso
significa que o relatório não se estenda mais do que o
VI. os resultados da auditoria, incluindo os achados, as
necessário para respaldar a mensagem. Detalhes excessivos
conclusões, os benefícios estimados ou esperados, o volume
detratam o relatório e podem, inclusive, ocultar a mensagem
de recursos fiscalizados e as propostas de encaminhamento;
real, confundir ou distrair o leitor. O relatório não deve
VII. a natureza de qualquer informação confidencial ou exceder trinta páginas, excluídos a folha de rosto, o resumo,
sensível omitida, se aplicável. o sumário, as listas de figuras e tabelas, os anexos e os
documentos juntados, exceto quando houver achados de
REQUISITOS DE QUALIDADE DOS RELATÓRIOS
alta complexidade ou em grande quantidade, a critério do
129. Na redação do relatório de auditoria os auditores titular da unidade técnica coordenadora da auditoria;
devem orientar-se pelos seguintes requisitos de qualidade:
IV. COMPLETUDE: apresentar toda a informação e
I. CLAREZA: produzir textos de fácil compreensão. todos os elementos necessários para satisfazer os objetivos
Evitar a erudição, o preciosismo, o jargão, a ambiguidade e da auditoria, permitir a correta compreensão dos fatos e
restringir ao máximo a utilização de expressões em outros situações relatadas. Prover os usuários do relatório com uma
idiomas, exceto quando se tratar de expressões que não compreensão suficientemente completa significa oferecer
possuam tradução adequada para o idioma português e que uma perspectiva da extensão e significância dos achados
já se tornaram corriqueiras. Termos técnicos e siglas menos relatados, tais como a frequência de ocorrências relativas ao
conhecidas devem ser utilizados desde que necessários e número de casos ou transações examinados. Significa,
devidamente definidos em glossário. Quando possível, também, descrever evidências e achados sem omissões de
complementar os textos com ilustrações, figuras e tabelas. informações significativas e relevantes relacionadas aos
objetivos da auditoria. Ser completo também significa
Usar palavras e expressões em seu sentido comum, salvo
determinar claramente o que devia e não foi feito,
quando o relatório versar sobre assunto técnico, hipótese
descrevendo explicitamente as limitações dos dados, as
em que se empregará a nomenclatura própria da área. Usar
limitações impostas pelas restrições de acesso a registros e
frases curtas e concisas. Construir orações na ordem direta,
outras questões. Relações entre objetivos, critérios, achados
preferencialmente na terceira pessoa, evitando
e conclusões precisam ser expressas de forma clara e
preciosismos, neologismos e adjetivações dispensáveis.
completa, permitindo sua verificação;
Buscar uniformidade do tempo verbal em todo o texto,
dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples V. EXATIDÃO: apresentar as necessárias evidências
do presente. Usar recursos de pontuação de forma judiciosa, para sustentar seus achados, conclusões e propostas,
evitando abusos de caráter estilístico; procurando não deixar espaço para contra-argumentações.
A exatidão é necessária para assegurar ao leitor que o que
II. CONVICÇÃO: expor os achados e as conclusões com
foi relatado é fidedigno e confiável. Um erro pode pôr em
firmeza, demonstrando certeza da informação comunicada,
dúvida a validade de todo o relatório e pode desviar a
evitando palavras ou expressões que denotem insegurança,
atenção da substância do que se quer comunicar. As
possam ensejar dúvidas ou imprecisões no entendimento,
evidências apresentadas devem demonstrar a justeza e a
tais como “SMJ”, “supõe-se”, “parece que”, “deduzimos”,
razoabilidade dos fatos descritos. Retratar corretamente
“achamos”, “há indícios”, “talvez”, “entendemos”, “esta
significa descrever com exatidão o alcance e a metodologia,
equipe de auditoria entende que...”, “foi informado a esta
e apresentar os achados e as conclusões de uma forma
equipe de auditoria que...”, “ouvimos dizer”, “conforme
coerente com o escopo da auditoria;
declarações verbais”, “boa parte”, “alguns”, “diversos” “a
maioria”, “muitas/vários/inúmeros”, VI. RELEVÂNCIA: expor apenas aquilo que tem
“aparenta/aparentemente”; importância dentro do contexto e que deve ser levado em
consideração em face dos objetivos da auditoria. Não se
III. CONCISÃO: ir direto ao assunto, utilizando
deve discorrer sobre fatos ou ocorrências que não
linguagem sucinta, transmitindo o máximo de informações
contribuem para as conclusões e não resultem em propostas
de forma breve, exata e precisa. Dizer apenas o que é
de encaminhamento;
requerido, de modo econômico, isto é, eliminar o supérfluo,
o floreio, as fórmulas e os clichês. Não utilizar comentários VII. TEMPESTIVIDADE: emitir tempestivamente os
complementares desnecessários nem fugir da ideia central. relatórios de auditoria para que sejam mais úteis aos leitores
Intercalações de textos devem ser utilizadas com cautela, de destinatários, particularmente aqueles a quem cabem tomar
modo a não dificultar o entendimento pelo leitor. Não as providências necessárias. Auditores devem cumprir o
prazo previsto para a elaboração do relatório, sem 133. O objetivo deve ser expresso por meio de uma
comprometer a qualidade; declaração precisa daquilo que a auditoria se propôs a
realizar. A questão fundamental que deveria ser esclarecida.
VIII. OBJETIVIDADE: harmonizar o relatório em termos
O escopo deve explicitar a profundidade e a amplitude do
de conteúdo e tom. A credibilidade de um relatório é
trabalho para alcançar o objetivo da auditoria. As questões
reforçada quando as evidências são apresentadas de forma
de auditoria, que compõem o seu escopo e que foram
imparcial. A comunicação deve ser justa e não enganosa,
definidas como linhas de abordagem com vistas à satisfação
resguardando-se contra a tendência de exagerar ou
do objetivo, também devem constar do relatório.
superenfatizar deficiências. Interpretações devem ser
baseadas no conhecimento e compreensão de fatos e 134. A metodologia, que compreende os métodos
condições. O tom dos relatórios pode encorajar os empregados na coleta, no tratamento e na análise dos
tomadores de decisão a agir sobre os achados e propostas dados, deve ser exposta resumidamente, relatando-se os
encaminhadas pelos auditores. Um tom equilibrado é detalhes em anexo. Caso tenha sido utilizada amostragem,
alcançado quando os relatórios apresentam evidências deve ser indicado o método adotado, os critérios para
suficientes e apropriadas para apoiar os achados, enquanto seleção da amostra e a incerteza embutida nos cálculos.
se abstenha de usar adjetivos ou advérbios que caracterizem
135. As limitações impostas ao trabalho, associadas à
indícios de uma forma que implica crítica ou conclusões sem
metodologia utilizada para abordar as questões de auditoria,
suporte. A objetividade dos relatórios de auditoria é
à confiabilidade ou à dificuldade na obtenção de dados,
reforçada quando esses declaram explicitamente a fonte das
assim como as limitações relacionadas ao próprio escopo do
evidências e as premissas utilizadas na análise.
trabalho, como áreas ou aspectos não examinados em
O relatório de auditoria pode reconhecer os aspectos função de quaisquer restrições, devem ser consignadas no
positivos do objeto auditado, se aplicável aos objetivos da relatório indicando-se as razões e se isso afetou ou pode ter
auditoria. A inclusão dos aspectos positivos do objeto poderá afetado os objetivos, os resultados e as conclusões da
levar a um melhor desempenho por outras organizações do auditoria.
governo que lerem o relatório. Os relatórios de auditoria são
DESCRIÇÃO DA VISÃO GERAL DO OBJETO
mais objetivos quando demonstram que o trabalho foi
realizado por uma equipe profissional, imparcial, 136. Os relatórios devem conter uma descrição das
independente e especializada. características do objeto de auditoria que sejam necessárias
à sua compreensão, objetivando oferecer ao leitor o
DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE COM AS NAT
conhecimento e a compreensão necessária para um melhor
130. Os relatórios de auditoria devem incluir uma entendimento do relatório. A visão geral do objeto,
declaração dos auditores de que os trabalhos foram elaborada na fase de planejamento e revisada após a fase de
realizados em conformidade com as NAT, desde que todos execução, atende a esse objetivo.
os requisitos nelas previstos tenham sido observados.
137. Tipicamente, a visão geral do objeto inclui
131. Quando não seguirem as NAT na íntegra ou segui- informações sobre o ambiente legal, institucional e
las com restrições ou adaptações, como nas situações em organizacional em que ele se insere, tais como legislação
que tiverem ocorrido limitações de escopo em função de aplicável, objetivos institucionais, pontos críticos e
restrições de acesso a registros oficiais do governo ou de deficiências de controle interno e, dependendo da finalidade
outras condições específicas necessárias para conduzir a da auditoria, objetivos, responsáveis, histórico,
auditoria, os auditores devem declarar no relatório os beneficiários, principais produtos, relevância, indicadores de
requisitos que não foram seguidos, as razões para não terem desempenho, metas, aspectos orçamentários, processo de
seguido e como isso afetou ou pode ter afetado os objetivos, tomada de decisão, sistemas de controle.
os resultados e as conclusões da auditoria.
APRESENTAÇÃO DOS ACHADOS
OBJETIVOS DA AUDITORIA, ESCOPO, METODOLOGIA E
138. Os achados de auditoria devem ser desenvolvidos
LIMITAÇÕES
com base nas orientações contidas no tópico
132. Os auditores devem incluir no relatório o objetivo “desenvolvimento dos achados”, especialmente no tocante
da auditoria, o escopo, a metodologia utilizada e as a seus atributos essenciais e representam o principal capítulo
limitações, estas se tiverem ocorrido, ou uma declaração de do relatório. Para sua elaboração, deve-se utilizar a matriz de
que nenhuma restrição significativa foi imposta aos exames. achados, papel de trabalho que estrutura o desenvolvimento
Os usuários do relatório precisam dessas informações para dos achados. Cada achado deve ser descrito com base nos
entender o propósito da auditoria, a natureza e a extensão seguintes elementos, quando aplicável:
dos trabalhos de realizados, o contexto e perspectiva sobre
I. descrição ou basicamente o título do achado;
o que é relatado, e todas as limitações significativas ao
trabalho realizado. II. situação encontrada;
III. objetos nos quais foi constatado; 142. Caso a situação encontrada seja avaliada como
irregularidade grave, que justifique a audiência para
IV. critério de auditoria adotado;
eventual aplicação de multa ou a conversão em tomada de
V. evidências; contas especial para fins de citação, os responsáveis devem
ser devidamente identificados em rol juntado ao processo. A
VI. causas;
avaliação de culpabilidade e, se for o caso, as considerações
VII. efeitos reais ou potenciais; acerca da punibilidade devem ser desenvolvidas com base
em matriz de responsabilização.
VIII. responsável: qualificação, conduta, nexo de
causalidade e culpabilidade; ESCLARECIMENTOS DE RESPONSÁVEIS
IX. esclarecimentos prestados pelos responsáveis; 143. Os esclarecimentos dos responsáveis acerca dos
achados preliminares de auditoria, consistentes em
X. conclusão da equipe de auditoria;
manifestações formais apresentadas por escrito em resposta
XI. proposta de encaminhamento. a ofícios de requisição da equipe de auditoria, deverão ser
incorporados nos relatórios como um dos elementos de cada
139. Manuais, padrões e normas mais específicos podem
achado, individualmente.
restringir ou estabelecer que outros elementos sejam
relatados na apresentação dos achados, conforme a COMENTÁRIOS DOS GESTORES
natureza das auditorias, os seus objetos e as suas finalidades
144. Um dos modos mais efetivos para assegurar que um
mais comuns.
relatório seja imparcial, objetivo e completo é submeter o
140. Os auditores devem relatar seus achados numa relatório preliminar para obtenção de comentários por parte
perspectiva de descrever a natureza e a extensão dos fatos e dos dirigentes da entidade auditada. A inclusão desses
do trabalho realizado que resultou na conclusão. Para dar ao comentários no relatório final resulta em um documento que
leitor uma base para avaliar a importância e as não só apresenta os achados, as conclusões e as propostas
consequências de seus achados, os auditores devem, da equipe, mas também a perspectiva dos dirigentes da
conforme aplicável, relatar as situações encontradas em entidade e as ações corretivas que pretendem tomar.
termos da população ou do número de casos examinados e
145. Nas auditorias operacionais, a regra é submeter o
quantificar os resultados em termos de valor monetário ou
relatório preliminar aos comentários dos gestores, inclusive
de outras medidas, conforme o caso. Se não puder
os achados, as conclusões e as propostas de
mensurar, os auditores devem limitar adequadamente suas
encaminhamento formuladas pela equipe. Nas demais
conclusões.
auditorias, o encaminhamento do relatório preliminar aos
141. Em auditorias operacionais, a forma de gestores é obrigatório se houver achados de alta
apresentação dos achados pode diferir da utilizada em complexidade ou de grande impacto, e opcional nas demais
auditorias de conformidade, podendo, inclusive variar entre situações, a critério do dirigente da unidade técnica. Nessas
um e outro trabalho. Os capítulos principais do relatório auditorias, em regra, o relatório preliminar a ser
compõem-se do relato articulado e argumentado sobre os encaminhado deve conter os achados e as conclusões da
achados de auditoria, que devem ser apresentados em equipe, cabendo ao titular da unidade decidir quanto à
ordem decrescente de relevância, isto é, inicia-se pelo tema necessidade, oportunidade e conveniência de incluir as
que se revelou mais importante. O mesmo se aplica à propostas de encaminhamento formuladas pela equipe. Em
apresentação dos achados dentro de cada capítulo, em todos os casos, as propostas de encaminhamento não
subtítulos apresentados em ordem decrescente de devem ser incluídas no relatório preliminar a ser comentado
relevância. Portanto, nem sempre será mantida a ordem caso a sua divulgação coloque em risco os objetivos da
proposta no programa de auditoria. Outra forma de auditoria.
organizar o texto é partir dos temas mais gerais para os mais
146. O relatório preliminar a ser submetido aos gestores
específicos. Essa pode ser a melhor maneira de apresentar
deve ser antes revisado pelo supervisor e deve ser remetido
assuntos complexos e interligados cuja compreensão seja
por intermédio de ofício da unidade técnica, estipulando-se
facilitada a partir da leitura de achados que introduzam o
prazo reduzido, porém factível, para que os gestores
contexto no qual os demais se inserem. Nesse tipo de
encaminhem seus comentários. O ofício deve informar que
auditoria, dependendo do tipo de questão de auditoria, nem
a obtenção desses comentários não representa abertura do
sempre é possível identificar causas, mas o ponto crucial do
contraditório e, portanto, não significa exercício de direito
relatório é a análise das evidências, que devem ser
de defesa, o qual, se necessário, poderá ser exercido nas
apresentadas de forma lógica, articulada e com ilustrações
etapas processuais posteriores. Deve, ainda, esclarecer que
que facilitem a compreensão da situação encontrada. Os
a não apresentação dos comentários, no prazo estipulado,
argumentos que fundamentam a posição da equipe devem
não impedirá o andamento normal do processo nem será
ser confrontados com os melhores argumentos contrários.
considerada motivo de sanção.
147. Os comentários dos gestores devem, sempre que 155. O montante de recursos efetivamente auditado
possível, ser incorporados, de forma resumida, no relato dos deve ser consignado nos relatórios de auditoria, sob a
achados e serão analisados pela equipe juntamente com os denominação volume de recursos fiscalizados (VRF),
demais fatos. conforme critérios de apuração estabelecidos em norma
específica.
148. O documento encaminhado pelo gestor se
constituirá em papel de trabalho da auditoria. CONCLUSÕES
RELATO DE INFORMAÇÕES CONFIDENCIAIS OU SENSÍVEIS 156. A conclusão constitui uma seção exclusiva do
relatório, na qual se deve trazer resposta à questão
149. Sempre que o relato envolver informações sensíveis
fundamental da auditoria, constante do enunciado do seu
ou de natureza confidencial, sobretudo se a publicação
objetivo. Além disso, devem-se abordar as respostas às
dessas informações puder comprometer investigações ou
questões formuladas para compor o escopo da auditoria
procedimentos legais em curso, ou que possam ser
com vistas à satisfação de seu objetivo.
realizados, a equipe deverá consultar o titular da unidade
técnica sobre a necessidade de tratar o processo como 157. A força das conclusões dos auditores depende da
sigiloso. suficiência e da adequação das evidências que suportam os
achados e da solidez da lógica utilizada para formulá-las. As
150. A classificação das informações produzidas ou
conclusões são mais fortes quando levam a propostas de
custodiadas pelo TCU observará os critérios e os
encaminhamento cujos usuários do relatório concordam
procedimentos de segurança estabelecidos em normativo
com a necessidade das proposições.
específico, bem como as disposições constitucionais, legais e
regimentais vigentes. As informações recebidas de pessoa 158. As conclusões do relatório são afirmações da
física ou jurídica externa ao Tribunal devem ser classificadas equipe, deduzidas dos achados. Para a formulação da
de acordo com os requisitos de segurança da informação conclusão, devem ser considerados os efeitos dos achados,
pactuados com quem as forneceu. obtidos pela avaliação da diferença entre situação
encontrada e o resultado que teria sido observado caso se
151. Informações e documentos protegidos por sigilo
tivesse seguido o critério de auditoria.
constitucional ou legal somente poderão integrar autos de
processos de controle externo mediante autorização judicial 159. A conclusão deve fazer menção expressa quanto à
para seu compartilhamento. possibilidade, ou não, da generalização dos resultados
obtidos na análise do conjunto de casos, transações ou
CRITÉRIOS PARA TRATAMENTO DE CONTEÚDOS EM ANEXOS
processos examinados para todo o universo ou população,
152. Consideram-se anexos aqueles documentos que, conforme tenha sido calculado o tamanho do conjunto
embora diretamente relacionados aos assuntos tratados no analisado, bem como realizada a seleção de seus elementos
relatório, não sejam essenciais à sua compreensão, como, constituintes.
memórias de cálculo, protocolos de teste, descrições
159.1. quando o cálculo do tamanho do conjunto
detalhadas. Consideram-se anexos, ainda, aqueles
analisado, bem como a seleção de seus elementos, tiver
documentos que por seu tamanho ou disposição gráfica não
ocorrido de forma probabilística, seguindo os pressupostos
possam constar do corpo do relatório, tais como, tabelas,
necessários para a definição de uma amostra estatística, os
gráficos e fotografias.
resultados poderão ser generalizados, devendo-se
153. Para atender ao requisito de concisão dos consignar, no relatório, que as conclusões generalizadas
relatórios, os conteúdos ou documentos de natureza necessariamente embutem um certo grau de incerteza
descrita no parágrafo anterior devem ser incluídos em inerente aos cálculos estatísticos, incerteza essa que deve
anexos. No entanto, essa medida não deve causar prejuízo ser calculada e informada no relatório;
de entendimento para o leitor, cabendo à equipe de
159.2. quando o cálculo do tamanho do conjunto
auditoria avaliar cada caso.
analisado, bem como a seleção dos elementos constituintes,
BENEFÍCIOS ESTIMADOS OU ESPERADOS E VOLUME DE tiver ocorrido de forma não probabilística, tendo por base a
RECURSOS FISCALIZADOS experiência da equipe e, portanto, envolvendo algum grau
de subjetividade, não será possível a generalização dos
154. Os benefícios estimados ou esperados da auditoria,
resultados, pela impossibilidade de se fazer qualquer
tais como débito, multa, economia, ganho, melhoria,
inferência estatística acerca dos resultados encontrados,
apurados conforme critérios estabelecidos em norma
devendo-se consignar, no relatório, que as conclusões
específica, ou a expectativa de controle gerada, devem ser
aplicam-se, exclusivamente, quanto aos elementos
consignados nos relatórios de auditoria. A equipe deve
examinados.
quantificar ou, se não for possível, estimar os benefícios que
poderão ser obtidos, caso as ações contidas nas propostas 160. Em auditorias operacionais, as conclusões são
venham a ser adotadas. inferências lógicas sobre a economicidade, eficiência,
abordagem coerente, à descrição das atividades relativas ao incisos I, III, IV, V e VI do art. 5º da Lei nº 8.443, de 1992,
controle externo, bem como a utilização de terminologia devem ser organizados e apresentados ao Tribunal de Contas
uniforme em ações e processos do domínio do controle da União de acordo com as disposições desta instrução
externo. normativa.
No contexto da terminologia do controle externo, objetiva- Parágrafo único. Para o disposto nesta instrução normativa,
se que seja dada preferência às definições fornecidas neste considera-se:
glossário, sendo imperativa a utilização quando os termos
I. processo de contas: processo de trabalho do controle
relacionados forem utilizados no contexto de normas
externo, destinado a avaliar e julgar o desempenho e a
específicas ou complementares a estas normas de auditoria,
conformidade da gestão das pessoas abrangidas pelos
bem como de outras ações de controle a cargo do Tribunal.
incisos I, III, IV, V e VI do art. 5º da Lei nº 8.443/92, com base
em documentos, informações e demonstrativos de natureza
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 63/2010 contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
patrimonial, obtidos direta ou indiretamente;
Estabelece normas de organização e de apresentação dos
II. relatório de gestão: documentos, informações e
relatórios de gestão e das peças complementares que
demonstrativos de natureza contábil, financeira,
constituirão os processos de contas da administração
orçamentária, operacional ou patrimonial, organizado para
pública federal, para julgamento do Tribunal de Contas da
permitir a visão sistêmica do desempenho e da
União, nos termos do art. 7º da Lei nº 8.443, de 1992.
conformidade da gestão dos responsáveis por uma ou mais
O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, no uso de suas unidades jurisdicionadas durante um exercício financeiro;
atribuições constitucionais, legais e regimentais, e
III. processo de contas ordinárias: processo de contas
Considerando que dispõe do poder regulamentar, conferido referente a exercício financeiro determinado, constituído
pelo art. 3º da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, para pelo Tribunal segundo critérios de risco, materialidade e
expedir instruções e atos normativos sobre matéria de suas relevância;
atribuições e sobre a organização dos processos que lhe
IV. processo de contas extraordinárias: processo de contas
devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob
constituído por ocasião da extinção, liquidação, dissolução,
pena de responsabilidade;
transformação, fusão, incorporação ou desestatização de
Considerando que compete ao Tribunal julgar as contas dos unidades jurisdicionadas, cujos responsáveis estejam
administradores e dos demais responsáveis por dinheiros, alcançados pela obrigação prevista no art. 70, parágrafo
bens e valores públicos, nos termos da Constituição Federal, único, da Constituição Federal, para apreciação do Tribunal
art. 71; da Lei nº 8.443, de 1992, arts. 1º, 6º, 7º, 8º e 9º; e do nos termos do art. 15 da Lei nº 8.443, de 1992;
Regimento Interno do TCU, arts. 1º, 188, 189 e 197;
V. risco: possibilidade de algo acontecer e ter impacto nos
Considerando que a prestação de contas dos gestores objetivos, sendo medido em termos de consequências e
públicos deve conter elementos e demonstrativos que probabilidades;
evidenciem a regular aplicação dos recursos públicos, nos
VI. materialidade: volume de recursos envolvidos;
termos do caput do art. 194 do Regimento Interno do TCU;
VII. relevância: aspecto ou fato considerado importante, em
Considerando a necessidade de integrar, no exame e
geral no contexto do objetivo delineado, ainda que não seja
julgamento das contas dos gestores, o controle da
material ou economicamente significativo;
conformidade e do desempenho da gestão, a fim de
contribuir para o aperfeiçoamento da administração pública; VIII. exame da conformidade: análise da legalidade,
e legitimidade e economicidade da gestão, em relação a
padrões normativos e operacionais, expressos nas normas e
Considerando os princípios da racionalização e da
regulamentos aplicáveis, e da capacidade dos controles
simplificação e a necessidade de estabelecer critérios de
internos de identificar e corrigir falhas e irregularidades;
seletividade para a formalização e instrução dos processos
de contas ordinárias, nos termos do parágrafo único do art. IX. exame do desempenho: análise da eficácia, eficiência,
194 e do art. 195 do Regimento Interno deste Tribunal, efetividade e economicidade da gestão em relação a padrões
resolve: administrativos e gerenciais expressos em metas e
resultados negociados com a administração superior ou
TÍTULO I
definidos nas leis orçamentárias, e da capacidade dos
Disposições Gerais controles internos de minimizar riscos e evitar falhas e
irregularidades;
Art. 1º Os relatórios de gestão e as peças complementares
elaboradas para constituição de processos de contas dos X. controles internos: conjunto de atividades, planos,
administradores e dos demais responsáveis abrangidos pelos métodos, indicadores e procedimentos interligados,
§ 4º O relatório de gestão de unidade jurisdicionada sujeita II. encaminhar, em até sessenta dias da comunicação
ao processo modificador referido no § 6º do art. 3º pode, a prevista no inciso I anterior, ao órgão de controle interno e
critério do órgão de controle interno, a partir da ao TCU as peças relacionadas nos incisos I, II e III do art. 13
comunicação da unidade, ser submetido à auditoria de desta instrução normativa.
gestão e às demais providências a cargo desse órgão, para
§ 1º O órgão de controle interno deve encaminhar, em até
constituição de processo de contas extraordinárias.
cento e vinte dias, contados a partir do recebimento das
§ 5º Os órgãos de controle interno devem colocar à peças referidas no inciso II acima, as peças previstas nos
disposição do Tribunal em meio eletrônico, na forma incisos IV, V e VI do art. 13, relativas à unidade objeto do
definida em decisão normativa, as peças relacionadas nos processo modificador.
incisos IV, V e VI do art. 13 desta instrução normativa.
§ 2º A auditoria de gestão realizada pelo órgão de controle
§ 6º Os órgãos de controle interno podem, a seu critério, interno e as peças relacionadas nos incisos I, III, IV, V, VI, e
realizar auditorias de gestão sobre as unidades VII do art. 13, que comporão os processos de que trata o
jurisdicionadas não relacionadas na decisão normativa de caput, devem abranger os atos praticados no período
que trata o caput. compreendido pelo processo modificador.
§ 7º Na situação prevista no parágrafo anterior, caso § 3º Os conteúdos das peças que comporão os processos de
verificadas as ocorrências a que se refere o inciso III do art. contas extraordinárias serão definidos nas decisões
16 da Lei nº 8.443, de 1992, o órgão de controle interno normativas de que tratam os arts. 3º e 4º.
deve:
CAPÍTULO II
a) se a ocorrência for classificada na alínea “b” do inciso III
Prazos
do art. 16 da Lei nº 8.443, de 1992, representar ao Tribunal,
nos termos do art. 237, inciso II, do Regimento Interno do Art. 7º Os prazos estabelecidos nas decisões normativas de
Tribunal de Contas da União; que tratam os arts. 3º e 4º, assim como no art. 6º desta
instrução normativa, podem ser prorrogados pelo Plenário
b) se a ocorrência for classificada nas alíneas “c” ou “d” inciso
do Tribunal, em caráter excepcional, mediante o envio de
III do art. 16 da Lei nº 8.443, de 1992, recomendar a
solicitação fundamentada, formulada, conforme o caso,
instauração de processo de tomada de contas especial, nos
pelas seguintes autoridades:
termos do art. 8º da Lei nº 8.443, de1992.
I. Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
Art. 5º Os relatórios de gestão e os processos de contas
do Supremo Tribunal Federal, dos demais Tribunais
constituídos pelo Tribunal serão organizados de acordo com
Superiores, dos Tribunais Federais nos Estados e no Distrito
a seguinte classificação:
Federal e do Tribunal de Contas da União;
I. Individual, quando envolverem uma única unidade
II. Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico
jurisdicionada;
equivalente;
II. Consolidado, quando envolverem mais de uma unidade
III. Procurador-Geral da República;
jurisdicionada e for conveniente ao Tribunal avaliar a gestão
em conjunto; Parágrafo único. Nos casos em que os trabalhos referidos no
§ 3º do art. 4º e no § 1º do art. 6º desta instrução normativa
III. Agregado, quando envolverem mais de uma unidade
não puderem ser concluídos a tempo de atender aos prazos
jurisdicionada e for conveniente ao Tribunal avaliar a gestão
fixados pelo Tribunal, o dirigente máximo do respectivo
por meio do confronto das peças de cada unidade do
órgão de controle interno poderá solicitar, mediante pedido
conjunto.
fundamentado, a prorrogação de prazo para apresentação
Parágrafo único. A decisão normativa de que trata o art. 3º das peças que lhe são pertinentes.
indicará elementos suficientes para o enquadramento das
Art. 8º O descumprimento dos prazos fixados pelas decisões
unidades jurisdicionadas na classificação estabelecida pelo
normativas de que tratam os arts. 3º e 4º ou estabelecidos
caput.
pelo art. 6º, consideradas as prorrogações decorrentes do
Art. 6º Para a constituição de processo de contas disposto no do art. 7º, poderá acarretar as seguintes
extraordinárias junto ao Tribunal, os responsáveis pelos situações para os responsáveis:
processos de extinção, liquidação, dissolução,
I. em relação aos prazos relacionados à apresentação dos
transformação, fusão, incorporação ou desestatização de
relatórios de gestão, omissão no dever de prestar contas,
unidade jurisdicionada devem:
para efeito do disposto na alínea “a” do inciso III do art. 16
I. comunicar, em até quinze dias, o encerramento dos da Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo da sanção prevista no
processos modificadores ao órgão de controle interno e ao inciso II do art. 58 dessa mesma Lei.
Tribunal de Contas da União.
II. em relação aos prazos das demais peças para constituição III. indicação dos períodos de gestão, por cargo ou função;
de processos de contas relacionadas no art. 13 desta
IV. identificação dos atos formais de nomeação, designação
instrução normativa, grave infração à norma regulamentar,
ou exoneração, incluindo a data de publicação no Diário
para efeito do disposto no inciso II do art. 58 da Lei nº 8.443,
Oficial da União ou em documento de divulgação pertinente;
de 1992.
V. endereço residencial completo; e
Art. 9º Os processos de contas somente serão constituídos
pelo Tribunal se contiverem todas as peças relacionadas no VI. endereço de correio eletrônico.
art. 13 desta instrução normativa, formalizadas de acordo
§ 1º A unidade jurisdicionada deve manter cadastro
com o estabelecido nas decisões normativas de que tratam
informatizado de todos os responsáveis a ela vinculados, em
os arts. 3º e 4º.
cada exercício, com todas as informações indicadas no caput
§ 1º Nos casos de inadimplemento das condições previstas deste artigo, ainda que os responsáveis não tenham exercido
no caput, o órgão de controle interno será informado do fato as responsabilidades fixadas no caput do art. 10.
pela unidade técnica do Tribunal, para que, em até quinze
§ 2º O rol destinado à constituição de processo de contas sob
dias da notificação, adote as ações de sua alçada ou
a forma consolidada deve abranger somente os responsáveis
comunique a situação aos responsáveis para a adoção das
da unidade jurisdicionada consolidadora, sem prejuízo do
providências cabíveis.
disposto no parágrafo único do art. 10.
§ 2º Quando o descumprimento ocorrer em relação às
§ 3º O rol destinado à constituição de processo de contas sob
condições estabelecidas pela decisão normativa prevista no
a forma agregada deve relacionar os responsáveis da
caput do art. 3º, a unidade técnica do Tribunal fixará, de
unidade jurisdicionada agregadora e das unidades
acordo com a extensão das correções, novo prazo para
jurisdicionadas agregadas.
reapresentação da peça, permanecendo os responsáveis
pela unidade em situação de inadimplência no dever de § 4º Os órgãos de controle interno podem propor a inclusão
prestar contas até o saneamento completo das de responsáveis não relacionados no rol se verificada a
impropriedades. ocorrência de ato previsto nas alíneas “b”, “c” ou “d” do
inciso III do art. 16 da Lei nº 8.443, de 1992 em conluio com
CAPÍTULO III
responsável arrolado no rol.
Rol De Responsáveis
§ 5º Não ocorrendo o conluio referido no § 4º acima, mas
Art. 10 Serão considerados responsáveis pela gestão os verificada a prática de ato por responsável não relacionado
titulares e seus substitutos que desempenharem, durante o no rol que tenha causado dano ao Erário, o órgão de controle
período a que se referirem as contas, as seguintes naturezas interno, sob pena de responsabilidade solidária, deverá
de responsabilidade, se houver: recomendar a instauração de processo de tomada de contas
especial, nos termos do art. 8º da Lei nº 8.443, de 1992.
I. dirigente máximo da unidade jurisdicionada;
§ 6º Não ocorrendo o conluio referido § 4º deste artigo, mas
II. membro de diretoria ou ocupante de cargo de direção no
apurada a prática de ato por responsável não relacionado no
nível de hierarquia imediatamente inferior e sucessivo ao do
rol classificável na alínea “b” do inciso III do art. 16 da Lei nº
dirigente de que trata o inciso anterior, com base na
8.443, de 1992, o órgão de controle interno deve representar
estrutura de cargos aprovada para a unidade jurisdicionada;
ao Tribunal nos termos do art. 237, inciso II, do Regimento
III. membro de órgão colegiado que, por definição legal, Interno do Tribunal de Contas da União.
regimental ou estatutária, seja responsável por ato de gestão
TÍTULO III
que possa causar impacto na economicidade, eficiência e
eficácia da gestão da unidade. Organização Dos Relatórios De Gestão E Dos Processos De
Contas
Parágrafo único. O Tribunal poderá definir outras naturezas
de responsabilidade na decisão normativa de que trata o art. CAPÍTULO I
4º.
Peças E Conteúdos
Art. 11. O rol de responsáveis deve conter as seguintes
Art. 12. Os relatórios de gestão referidos no caput do art. 3º
informações:
devem contemplar todos os recursos orçamentários e extra-
I. nome e número do Cadastro de Pessoa Física do Ministério orçamentários utilizados, arrecadados, guardados ou
da Fazenda (CPF/MF) do responsável arrolado; geridos pelas unidades jurisdicionadas, ou pelos quais elas
respondam, incluídos os oriundos de fundos de natureza
II. identificação da natureza de responsabilidade, conforme
contábil recebidos de entes da administração pública federal
descrito no artigo anterior ou na decisão normativa de que
ou descentralizados para execução indireta.
trata o art. 4º desta instrução normativa, e dos cargos ou
funções exercidos;
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva
acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da
transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento
Constituição Federal.
da entidade obrigada a transferência e, como receita, no
TÍTULO I orçamento da que as deva receber.
Da Lei de Orçamento § 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o
calculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço
CAPÍTULO I
do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta
Disposições Gerais orçamentária do governo obrigado a transferência. (Veto
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da
receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao
financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos Executivo para:
os princípios de unidade universalidade e anualidade.
I - Abrir créditos suplementares até determinada
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento: importância obedecidas as disposições do artigo 43;
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por
funções do Governo; II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro,
operações de crédito por antecipação da receita, para
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as
atender a insuficiências de caixa.
Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº 1;
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva
fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a
legislação;
utilizar para atender a sua cobertura.
IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de
Administração.
alienação de bens imóveis somente se incluirá na receita
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento: quando umas e outras forem especificamente autorizadas
pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação
possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
dos fundos especiais;
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos
anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar
Anexos nºs 6 a 9;
da própria Lei de Orçamento.
III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada
do Governo, em termos de realização de obras e de
órgão do Governo ou unidade administrativa, a que se refere
prestação de serviços.
o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, nº 2.
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa,
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identificados
as operações de credito por antecipação da receita, as por números de códigos decimal, na forma dos Anexos nºs 3
emissões de papel-moeda e outras entradas e 4.
compensatórias, no ativo e passivo financeiros. (Veto
§ 2º Completarão os números do código decimal referido no
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
parágrafo anterior os algarismos caracterizadores da
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas classificação funcional da despesa, conforme estabelece o
próprias dos órgãos do Governo e da administração Anexo nº 5.
centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar,
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a
observado o disposto no artigo 2°.
adoção de códigos locais.
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais
CAPÍTULO II
destinadas a atender indiferentemente a despesas de
pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou Da Receita
quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
parágrafo único.
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. § 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda
estrangeira será convertido ao correspondente valor na
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data
da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva
administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-
Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as
monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos operações de credito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no
legais pertinentes aos débitos tributários. (Incluído pelo D.O. 05/05/1964)
Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês
mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os a mês entre a arrecadação prevista e a realizada,
valores correspondentes à respectiva atualização monetária, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. (Veto
à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º rejeitado no D.O. 05/05/1964) (Vide Lei nº 6.343, de
do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 1976)
3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes
(Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na créditos extraordinários abertos no exercício. (Veto
Procuradoria da Fazenda Nacional. (Incluído pelo Decreto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Lei nº 1.735, de 1979)
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por
TÍTULO V decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato
conhecimento ao Poder Legislativo.
Dos Créditos Adicionais
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa
exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa
não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de
disposição legal em contrário, quanto aos especiais e
Orçamento.
extraordinários.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação importância, a espécie do mesmo e a classificação da
orçamentária; despesa, até onde for possível.
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja TÍTULO VI
dotação orçamentária específica;
Da Execução do Orçamento
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e
CAPÍTULO I
imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou
calamidade pública. Da Programação da Despesa
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de
autorizados por lei e abertos por decreto executivo. Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais
despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a
depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer
utilizar.
a despesa e será precedida de exposição justificativa.
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior
atenderá aos seguintes objetivos:
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde
que não comprometidos: (Veto rejeitado no D.O. a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a
05/05/1964) soma de recursos necessários e suficientes a melhor
execução do seu programa anual de trabalho;
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) b) manter, durante o exercício, na medida do possível o
equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada,
II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto
de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
tesouraria.
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito
orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
adicionais e as operações extra-orçamentárias.
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o
forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
exercício, observados o limite da dotação e o
realiza-las. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
comportamento da execução orçamentária.
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por
V - fiscalização financeira da administração pública direta e
estabelecimentos bancários credenciados e, em casos
indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40,
excepcionais, por meio de adiantamento.
de 2003)
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades
orçamentárias poderão quando expressamente
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por
órgãos centrais de administração geral. VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento
dotações de pessoal, de uma para outra unidade
regional.
orçamentária, quando considerada indispensável à
movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros Art. 164. A competência da União para emitir moeda será
comuns às unidades interessadas, a que se realize em exercida exclusivamente pelo banco central.
obediência à legislação específica.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos financeira.
respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a
adicionais abertos para êsse fim.
oferta de moeda ou a taxa de juros.
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas
despesas expressamente definidos em lei e consiste na
no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos
entrega de numerário a servidor, sempre precedida de
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das
empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas,
empresas por ele controladas, em instituições financeiras
que não possam subordinar-se ao processo normal de
oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
aplicação.
Seção II
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem
a responsável por dois adiantamentos. (Veto rejeitado Dos Orçamentos
no D.O. 05/05/1964)
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a
I - o plano plurianual;
adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei,
respeitado o princípio da concorrência. II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de
FEDERATIVA DO BRASIL / 1988 forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e
TÍTULO VI outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada.
Da Tributação e do Orçamento
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as
CAPÍTULO II
metas e prioridades da administração pública federal,
Das Finanças Públicas incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária
Seção I
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
Normas Gerais estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o
I - finanças públicas;
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, execução orçamentária.
fundações e demais entidades controladas pelo Poder
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
Público;
previstos nesta Constituição serão elaborados em
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
consonância com o plano plurianual e apreciados pelo I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos
Congresso Nacional. neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente
pelo Presidente da República;
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição
fundos, órgãos e entidades da administração direta e
e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso
Poder Público;
Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
II - o orçamento de investimento das empresas em que a
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma
social com direito a voto;
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as Nacional.
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
mantidos pelo Poder Público.
caso:
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
diretrizes orçamentárias;
despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
creditícia. provenientes de anulação de despesa, excluídas as que
incidam sobre:
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas a) dotações para pessoal e seus encargos;
funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
b) serviço da dívida;
critério populacional.
c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
Municípios e Distrito Federal; ou
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se
incluindo na proibição a autorização para abertura de III - sejam relacionadas:
créditos suplementares e contratação de operações de
a) com a correção de erros ou omissões; ou
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da
lei. b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 9º Cabe à lei complementar: § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos,
incompatíveis com o plano plurianual.
a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
administração direta e indireta bem como condições para a
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
instituição e funcionamento de fundos.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo
de procedimentos que serão adotados quando houver
Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos
impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a
da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
pagar e limitação das programações de caráter obrigatório,
para a realização do disposto no § 11 do art. 166. (Incluído § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas
relativas ao processo legislativo.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
Nacional, na forma do regimento comum. despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de
prévia e específica autorização legislativa.
Senadores e Deputados:
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária
serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos
por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional
deste percentual será destinada a ações e serviços públicos não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será
de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de implementado por ato do Poder Executivo, nos termos
2015) previstos na lei orçamentária. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços
públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as
computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do programações orçamentárias previstas no § 11 não serão de
art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou execução obrigatória nos casos dos impedimentos
encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº justificados na notificação prevista no inciso I do § 14.
86, de 2015) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das § 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins
programações a que se refere o § 9º deste artigo, em de cumprimento da execução financeira prevista no § 11
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da
por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da
do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de
2015)
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo
artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação
impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias.
Constitucional nº 86, de 2015) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a § 18. Considera-se equitativa a execução das programações
execução da programação prevista no §11 deste artigo, for de caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e
destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, impessoal às emendas apresentadas, independentemente
independerá da adimplência do ente federativo destinatário da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida 2015)
para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de
Art. 167. São vedados:
que trata o caput do art. 169. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015) I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual;
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no
empenho de despesa que integre a programação, na forma II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações
do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: diretas que excedam os créditos orçamentários ou
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) adicionais;
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei III - a realização de operações de créditos que excedam o
orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o montante das despesas de capital, ressalvadas as
Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, maioria absoluta;
de 2015)
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no despesa, ressalvadas a repartição do produto da
inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
remanejamento da programação cujo impedimento seja 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
2015) ensino e para realização de atividades da administração
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo
198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto
operações de crédito por antecipação de receita, previstas
de lei sobre o remanejamento da programação cujo
no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
Constitucional nº 86, de 2015)
19.12.2003)
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
autorização legislativa e sem indicação dos recursos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
correspondentes;
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e
recursos de uma categoria de programação para outra ou de especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e
um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-
lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, §
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para 2004)
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos
e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
autorização legislativa.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só
Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela
1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos
despesas distintas do pagamento de benefícios do regime dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído 19, de 1998)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob Constitucional nº 19, de 1998)
pena de crime de responsabilidade.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito
daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
financeiro subsequente.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído
calamidade pública, observado o disposto no art. 62. pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela
recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
para a prestação de garantia ou contragarantia à União e
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela
para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
recursos de uma categoria de programação para outra
não forem suficientes para assegurar o cumprimento da
poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência,
determinação da lei complementar referida neste artigo, o
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
resultados de projetos restritos a essas funções, mediante
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia
Estados e Municípios e a formação de parcerias com o setor administração financeira federal, de contabilidade federal e
privado. de controle interno do Poder Executivo Federal.
Art. 9º Para orientar a formulação e a seleção dos Programas TÍTULO II
que deverão integrar o Plano Plurianual e estimular a busca Do Sistema De Planejamento E De Orçamento Federal
de parcerias e fontes alternativas de recursos, serão
estabelecidos previamente, para a período do Plano: CAPÍTULO I
I - os objetivos estratégicos; Das Finalidades
II - previsão de recursos.
Art. 10. As leis de diretrizes orçamentárias conterão, para o Art. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal
exercício a que se referem e dentre os Programas do Plano tem por finalidade:
Plurianual, as prioridades que deverão ser contempladas na I - formular o planejamento estratégico nacional;
lei orçamentária anual correspondente.
II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de
Art. 11. A alteração da programação orçamentária e do fluxo desenvolvimento econômico e social;
financeiro de cada Programa ficará condicionada à
informação prévia pelos respectivos gerentes, por meio de III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias
sistema informatizado, do grau de alcance das metas fixadas. e os orçamentos anuais;
Art. 12. O Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento
deverá instituir um comitê gestor para orientar o processo federal;
de elaboração do Plano Plurianual para o período 2000- V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal
2003. e os Municípios, visando a compatibilização de normas e
Parágrafo único. A elaboração do Plano Plurianual 2000- tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal,
2003 será precedida de um inventário das ações do Governo estadual, distrital e municipal.
Federal em andamento, bem como do recadastramento de CAPÍTULO II
todas as atividades e projeto.
Da Organização E Das Competências
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação. Art. 3º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal
compreende as atividades de elaboração, acompanhamento
Brasília, 29 de outubro de 1998; 177o da Independência e e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de
110o da República. realização de estudos e pesquisas sócio-econômicas.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Art. 4º Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento
Federal:
LEI Nº 10.180/2001 I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como
órgão central;
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de
Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, II - órgãos setoriais;
de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder III - órgãos específicos.
Executivo Federal, e dá outras providências.
§ 1º Os órgãos setoriais são as unidades de planejamento e
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da
Medida Provisória nº 2.112-88, de 2001, que o Congresso Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República.
Nacional aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães,
Presidente, para os efeitos do disposto no parágrafo único § 2º Os órgãos específicos são aqueles vinculados ou
do art. 62 da Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei: subordinados ao órgão central do Sistema, cuja missão está
voltada para as atividades de planejamento e orçamento.
TÍTULO I
§ 3º Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à
Da Organização Sistêmica orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central
CAPÍTULO ÚNICO do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja
estrutura administrativa estiverem integrados.
Das Disposições Preliminares
§ 4º As unidades de planejamento e orçamento das
Art. 1º Serão organizadas sob a forma de sistemas as
entidades vinculadas ou subordinadas aos Ministérios e
atividades de planejamento e de orçamento federal, de
órgãos setoriais ficam sujeitas à orientação normativa e à
supervisão técnica do órgão central e também, no que VII - realizar estudos e pesquisas sócio-econômicas e análises
couber, do respectivo órgão setorial. de políticas públicas;
§ 5º O órgão setorial da Casa Civil da Presidência da VIII - estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação
República tem como área de atuação todos os órgãos das empresas estatais.
integrantes da Presidência da República, ressalvados outros
Parágrafo único. Consideram-se empresas estatais, para
determinados em legislação específica.
efeito do disposto no inciso VIII, as empresas públicas, as
Art. 5º Sem prejuízo das competências constitucionais e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e
legais de outros Poderes, as unidades responsáveis pelos controladas e demais empresas em que a União, direta ou
seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa do indiretamente, detenha a maioria do capital social com
órgão central do Sistema. direito a voto.
Art. 6º Sem prejuízo das competências constitucionais e Seção II
legais de outros Poderes e órgãos da Administração Pública
Do Orçamento Federal
Federal, os órgãos integrantes do Sistema de Planejamento
e de Orçamento Federal e as unidades responsáveis pelo Art. 8º Compete às unidades responsáveis pelas atividades
planejamento e orçamento dos demais Poderes realizarão o de orçamento:
acompanhamento e a avaliação dos planos e programas
I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos
respectivos.
projetos da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
Seção I orçamentária da União, compreendendo os orçamentos
fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas
Do Planejamento Federal
estatais;
Art. 7º Compete às unidades responsáveis pelas atividades
II - estabelecer normas e procedimentos necessários à
de planejamento:
elaboração e à implementação dos orçamentos federais,
I - elaborar e supervisionar a execução de planos e harmonizando-os com o plano plurianual;
programas nacionais e setoriais de desenvolvimento
III - realizar estudos e pesquisas concernentes ao
econômico e social;
desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo
II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano orçamentário federal;
plurianual e o item, metas e prioridades da Administração
IV - acompanhar e avaliar a execução orçamentária e
Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes
financeira, sem prejuízo da competência atribuída a outros
orçamentárias, bem como de suas alterações,
órgãos;
compatibilizando as propostas de todos os Poderes, órgãos
e entidades integrantes da Administração Pública Federal V - estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista
com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis; as necessidades de sua harmonização com o planejamento e
o controle;
III - acompanhar física e financeiramente os planos e
programas referidos nos incisos I e II deste artigo, bem como VI - propor medidas que objetivem a consolidação das
avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a informações orçamentárias das diversas esferas de governo.
subsidiar o processo de alocação de recursos públicos, a
política de gastos e a coordenação das ações do governo; LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000
IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis
pela execução dos programas, projetos e atividades da Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
Administração Pública Federal mantenham rotinas de responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
acompanhamento e avaliação da sua programação; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
V - manter sistema de informações relacionados a Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
indicadores econômicos e sociais, assim como mecanismos Complementar:
para desenvolver previsões e informação estratégica sobre
CAPÍTULO I
tendências e mudanças no âmbito nacional e internacional;
Disposições Preliminares
VI - identificar, analisar e avaliar os investimentos
estratégicos do Governo, suas fontes de financiamento e sua Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de
articulação com os investimentos privados, bem como finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão
prestar o apoio gerencial e institucional à sua fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
implementação; § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação
planejada e transparente, em que se previnem riscos e
corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas § 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei
entre receitas e despesas e a obediência a limites e Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do
condições no que tange a renúncia de receita, geração de fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições
despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas Constitucionais Transitórias.
consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em
Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os
Restos a Pagar.
recursos recebidos da União para atendimento das despesas
§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as
§ 3º Nas referências: receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze
anteriores, excluídas as duplicidades.
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
estão compreendidos: CAPÍTULO II
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos DO PLANEJAMENTO
os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério
Seção I
Público;
Do Plano Plurianual
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes; Art. 3º (VETADO)
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; Seção II
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver,
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto
Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do
no § 2o do art. 165 da Constituição e:
Município.
I - disporá também sobre:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se
como: a) equilíbrio entre receitas e despesas;
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada
e cada Município; nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo,
no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital
social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, c) (VETADO)
a ente da Federação;
d) (VETADO)
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos
receba do ente controlador recursos financeiros para
resultados dos programas financiados com recursos dos
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral
orçamentos;
ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária; f) demais condições e exigências para transferências de
recursos a entidades públicas e privadas;
IV - receita corrente líquida: somatório das receitas
tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, II - (VETADO)
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras
III - (VETADO)
receitas também correntes, deduzidos:
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios
Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas
por determinação constitucional ou legal, e as contribuições
anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195,
receitas, despesas, resultados nominal e primário e
e no art. 239 da Constituição;
montante da dívida pública, para o exercício a que se
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por referirem e para os dois seguintes.
determinação constitucional;
§ 2º O Anexo conterá, ainda:
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano
servidores para o custeio do seu sistema de previdência e
anterior;
assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.
II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória § 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária
e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da
pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três lei orçamentária anual.
exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas
§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará
com as premissas e os objetivos da política econômica
separadamente na lei orçamentária e nas de crédito
nacional;
adicional.
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três
§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária
exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos
refinanciada não poderá superar a variação do índice de
obtidos com a alienação de ativos;
preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em
IV - avaliação da situação financeira e atuarial: legislação específica.
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos § 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de § 5º A lei orçamentária não consignará dotação para
natureza atuarial; investimento com duração superior a um exercício
financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em
V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia
lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do
de receita e da margem de expansão das despesas
art. 167 da Constituição.
obrigatórias de caráter continuado.
§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de
orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a
Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes
pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive
e outros riscos capazes de afetar as contas públicas,
os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a
informando as providências a serem tomadas, caso se
investimentos.
concretizem.
§ 7º (VETADO)
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União
apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas Art. 6º (VETADO)
monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e
Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após
as projeções para seus principais agregados e variáveis, e
a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do
ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.
Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil
Seção III subsequente à aprovação dos balanços semestrais.
Da Lei Orçamentária Anual § 1º O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro
para com o Banco Central do Brasil e será consignado em
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de
dotação específica no orçamento.
forma compatível com o plano plurianual, com a lei de
diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei § 2º O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo
Complementar: Banco Central do Brasil serão demonstrados
trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da
diretrizes orçamentárias da União.
programação dos orçamentos com os objetivos e metas
constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o; § 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil
conterão notas explicativas sobre os custos da remuneração
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o
das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção
do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de
das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira de
compensação a renúncias de receita e ao aumento de
títulos, destacando os de emissão da União.
despesas obrigatórias de caráter continuado;
Seção IV
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização
e montante, definido com base na receita corrente líquida, Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos
destinada ao:
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e
a) (VETADO) observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o
Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e
cronograma de execução mensal de desembolso. (Vide
eventos fiscais imprevistos.
Decreto nº 4.959, de 2004) (Vide Decreto nº 5.356,
de 2005)
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
finalidade específica serão utilizados exclusivamente para constitucional do ente da Federação.
atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências
diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput,
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a no que se refere aos impostos.
realização da receita poderá não comportar o cumprimento
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas
das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas
técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na
no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
legislação, da variação do índice de preços, do crescimento
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários,
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão
nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele
lei de diretrizes orçamentárias.
a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda utilizadas.
que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos
§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo
foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções
só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem
efetivadas.
técnica ou legal.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que
§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de
constituam obrigações constitucionais e legais do ente,
crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital
inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da
constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide
dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
ADIN 2.238-5)
§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o
§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição
Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a
trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de
limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados
suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas
pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-
das receitas para o exercício subsequente, inclusive da
5)
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas
Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas
metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na
bimestrais de arrecadação, com a especificação, em
comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou
separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão
equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas
§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do
semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião montante dos créditos tributários passíveis de cobrança
conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso administrativa.
Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas
Seção II
das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o
impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados Da Renúncia de Receita
demonstrados nos balanços.
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício
Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita
beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio deverá estar acompanhada de estimativa do impacto
de sistema de contabilidade e administração financeira, para orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua
fins de observância da ordem cronológica determinada no vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de
art. 100 da Constituição. diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes
condições: (Vide Medida Provisória nº 2.159, de
CAPÍTULO III
2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001)
Da Receita Pública
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi
Seção I considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na
forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados
Da Previsão e da Arrecadação
fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da orçamentárias;
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no
período mencionado no caput, por meio do aumento de
receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos
base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou e não infrinja qualquer de suas disposições.
contribuição.
§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será
§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, acompanhada das premissas e metodologia de cálculo
crédito presumido, concessão de isenção em caráter não utilizadas.
geral, alteração de alíquota ou modificação de base de
§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa
cálculo que implique redução discriminada de tributos ou
considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de
contribuições, e outros benefícios que correspondam a
diretrizes orçamentárias.
tratamento diferenciado.
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:
§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou
benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor execução de obras;
quando implementadas as medidas referidas no
II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o
mencionado inciso.
do art. 182 da Constituição.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:
Subseção I
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do
seu § 1º; Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a
despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação
dos respectivos custos de cobrança.
legal de sua execução por um período superior a dois
CAPÍTULO IV exercícios.
Da Despesa Pública § 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que
trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa
Seção I
prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos
Da Geração da Despesa recursos para seu custeio.
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e § 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será
lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou
assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. aumentada não afetará as metas de resultados fiscais
16 e 17. previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo seus
efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
compensados pelo aumento permanente de receita ou pela
governamental que acarrete aumento da despesa será
redução permanente de despesa.
acompanhado de:
§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento permanente
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou
subsequentes;
contribuição.
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento
§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo
tem adequação orçamentária e financeira com a lei
proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo
orçamentária anual e compatibilidade com o plano
utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da
plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se: de diretrizes orçamentárias.
I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto § 5º A despesa de que trata este artigo não será executada
de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida antes da implementação das medidas referidas no § 2o, as
por crédito genérico, de forma que somadas todas as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.
despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas
no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites § 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas destinadas
estabelecidos para o exercício; ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração
de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.
II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes
orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, § 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação
daquela criada por prazo determinado.
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, § 1º As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas
convênios ou tratados e da realização de operações de alterações conterão:
crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;
I - demonstração de que os limites e condições guardam
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por coerência com as normas estabelecidas nesta Lei
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Complementar e com os objetivos da política fiscal;
Brasil, Estados e Municípios;
II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido uma das três esferas de governo;
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de
III - razões de eventual proposição de limites diferenciados
título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado
por esfera de governo;
de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços,
arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, IV - metodologia de apuração dos resultados primário e
inclusive com o uso de derivativos financeiros; nominal.
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de § 2º As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da também poderão ser apresentadas em termos de dívida
Federação ou entidade a ele vinculada; líquida, evidenciando a forma e a metodologia de sua
apuração.
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos
para pagamento do principal acrescido da atualização § 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão
monetária. fixados em percentual da receita corrente líquida para cada
esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes
§ 1º Equipara-se a operação de crédito a assunção, o
da Federação que a integrem, constituindo, para cada um
reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da
deles, limites máximos.
Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos
arts. 15 e 16. § 4º Para fins de verificação do atendimento do limite, a
apuração do montante da dívida consolidada será efetuada
§ 2º Será incluída na dívida pública consolidada da União a
ao final de cada quadrimestre.
relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco
Central do Brasil. § 5º No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República
enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional,
§ 3º Também integram a dívida pública consolidada as
conforme o caso, proposta de manutenção ou alteração dos
operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas
limites e condições previstos nos incisos I e II do caput.
receitas tenham constado do orçamento.
§ 6º Sempre que alterados os fundamentos das propostas de
§ 4º O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica
excederá, ao término de cada exercício financeiro, o ou alterações nas políticas monetária ou cambial, o
montante do final do exercício anterior, somado ao das Presidente da República poderá encaminhar ao Senado
operações de crédito autorizadas no orçamento para este Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de revisão dos
efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização limites.
monetária.
§ 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução
Seção II do orçamento em que houverem sido incluídos integram a
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Seção III
Complementar, o Presidente da República submeterá ao: Da Recondução da Dívida aos Limites
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação
montante da dívida consolidada da União, Estados e ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre,
Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. deverá ser a ele reconduzida até o término dos três
52 da Constituição, bem como de limites e condições subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25%
relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo; (vinte e cinco por cento) no primeiro.
II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites § 1º Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver
para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere incorrido:
o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da
demonstração de sua adequação aos limites fixados para a I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou
dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o
do § 1o deste artigo. refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
II - obterá resultado primário necessário à recondução da § 3º Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-
dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de
limitação de empenho, na forma do art. 9o. operações de crédito nele ingressados e o das despesas de
capital executadas, observado o seguinte:
§ 2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e
enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também I - não serão computadas nas despesas de capital as
impedido de receber transferências voluntárias da União ou realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a
do Estado. contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal,
tendo por base tributo de competência do ente da
§ 3º As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o
Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do
montante da dívida exceder o limite no primeiro
ônus deste;
quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder
Executivo. II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso
I for concedido por instituição financeira controlada pelo
§ 4º O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a
ente da Federação, o valor da operação será deduzido das
relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das
despesas de capital;
dívidas consolidada e mobiliária.
III - (VETADO)
§ 5º As normas deste artigo serão observadas nos casos de
descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das § 4º Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal
operações de crédito internas e externas. e do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda
efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das
Seção IV
dívidas públicas interna e externa, garantido o acesso
Das Operações de Crédito público às informações, que incluirão:
Subseção I I - encargos e condições de contratação;
Da Contratação II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas
consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento
de garantias.
dos limites e condições relativos à realização de operações
de crédito de cada ente da Federação, inclusive das § 5º Os contratos de operação de crédito externo não
empresas por eles controladas, direta ou indiretamente. conterão cláusula que importe na compensação automática
de débitos e créditos.
§ 1º O ente interessado formalizará seu pleito
fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e § 6º O prazo de validade da verificação dos limites e das
jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o condições de que trata este artigo e da análise realizada para
interesse econômico e social da operação e o atendimento a concessão de garantia pela União será de, no mínimo, 90
das seguintes condições: (noventa) dias e, no máximo, 270 (duzentos e setenta) dias,
a critério do Ministério da Fazenda. (Incluído pela
I - existência de prévia e expressa autorização para a
Lei Complementar nº 159, de 2017)
contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos
adicionais ou lei específica; Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de
crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos
dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de
recursos provenientes da operação, exceto no caso de
que a operação atende às condições e limites estabelecidos.
operações por antecipação de receita;
§ 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei
III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado
Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu
Federal;
cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se o pagamento de juros e demais encargos financeiros.
tratar de operação de crédito externo;
§ 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da dos recursos, será consignada reserva específica na lei
Constituição; orçamentária para o exercício seguinte.
VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta § 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização,
Lei Complementar. ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções previstas nos
incisos do § 3o do art. 23.
§ 2º As operações relativas à dívida mobiliária federal
autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos § 4º Também se constituirá reserva, no montante
adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no inciso
às suas especificidades.
§ 1º O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem
de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente à prestação de contragarantia nas mesmas condições;
na carteira das instituições financeiras, que pode ser
II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da
refinanciado mediante novas operações de venda a termo.
lei.
§ 2º O Banco Central do Brasil só poderá comprar
§ 8º Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a
dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às
carteira. normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de
acordo com a legislação pertinente;
§ 3º A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à
taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público. II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de
natureza financeira por ela controladas, direta e
§ 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida
indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à
pública federal existentes na carteira do Banco Central do
exportação.
Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir
a dívida mobiliária. § 9º Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de
garantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar
Seção V
as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele
Da Garantia e da Contragarantia pagamento.
Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela
de crédito internas ou externas, observados o disposto neste União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada
artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos
limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal. créditos ou financiamentos até a total liquidação da
mencionada dívida.
§ 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de
contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a Seção VI
ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear
Dos Restos a Pagar
relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às
entidades por este controladas, observado o seguinte: Art. 41. (VETADO)
I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no
próprio ente; art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato,
contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida
II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou
integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem
Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
na vinculação de receitas tributárias diretamente
disponibilidade de caixa para este efeito.
arrecadadas e provenientes de transferências
constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de
retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da caixa serão considerados os encargos e despesas
dívida vencida. compromissadas a pagar até o final do exercício.
§ 2º No caso de operação de crédito junto a organismo
financeiro internacional, ou a instituição federal de crédito e
CAPÍTULO VIII
fomento para o repasse de recursos externos, a União só
prestará garantia a ente que atenda, além do disposto no § Da Gestão Patrimonial
1o, as exigências legais para o recebimento de transferências
Seção I
voluntárias.
Das Disponibilidades de Caixa
§ 3º (VETADO)
Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação
§ 4º (VETADO)
serão depositadas conforme estabelece o § 3º do art. 164 da
§ 5º É nula a garantia concedida acima dos limites fixados Constituição.
pelo Senado Federal. § 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência
§ 6º É vedado às entidades da administração indireta, social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que
inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, conceder vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249
garantia, ainda que com recursos de fundos. e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta
separada das demais disponibilidades de cada ente e
§ 7º O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia
por:
refere o caput. (Incluído pela Lei Complementar nº complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo
156, de 2016) regime de caixa;
§ 6º Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e
autarquias, fundações públicas, empresas estatais conjuntamente, as transações e operações de cada órgão,
dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar fundo ou entidade da administração direta, autárquica e
sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, fundacional, inclusive empresa estatal dependente;
mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a
IV - as receitas e despesas previdenciárias serão
autonomia. (Incluído pela Lei Complementar nº 156,
apresentadas em demonstrativos financeiros e
de 2016)
orçamentários específicos;
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar
único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a
e as demais formas de financiamento ou assunção de
qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações
compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de
referentes a: (Incluído pela Lei Complementar nº
modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública
131, de 2009).
no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas credor;
unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará
momento de sua realização, com a disponibilização mínima
destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes
dos dados referentes ao número do correspondente
da alienação de ativos.
processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa
física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o § 1º No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as
caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído operações intragovernamentais.
pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
§ 2º A edição de normas gerais para consolidação das contas
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União,
a receita das unidades gestoras, inclusive referente a enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.
recursos extraordinários. (Incluído pela Lei
§ 3º A Administração Pública manterá sistema de custos que
Complementar nº 131, de 2009).
permita a avaliação e o acompanhamento da gestão
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder orçamentária, financeira e patrimonial.
Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia
respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável
trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de
pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos
governo, das contas dos entes da Federação relativas ao
cidadãos e instituições da sociedade.
exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá eletrônico de acesso público.
demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências
§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas
financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de
ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os
empréstimos e financiamentos concedidos com recursos I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do
oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no respectivo Estado, até trinta de abril;
caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do
II - Estados, até trinta e um de maio.
impacto fiscal de suas atividades no exercício.
§ 2º O descumprimento dos prazos previstos neste artigo
Seção II
impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da
Da Escrituração e Consolidação das Contas Federação receba transferências voluntárias e contrate
operações de crédito, exceto as destinadas ao
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
observará as seguintes: Seção III
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da
obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma
Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério
individualizada;
Público, será publicado até trinta dias após o encerramento
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas de cada bimestre e composto de:
segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria II - da frustração de receitas, especificando as medidas de
econômica, as: combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar,
e as ações de fiscalização e cobrança.
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar,
bem como a previsão atualizada; Seção IV
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação Do Relatório de Gestão Fiscal
para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos
II - demonstrativos da execução das: titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório
de Gestão Fiscal, assinado pelo:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a I - Chefe do Poder Executivo;
receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a
II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão
previsão a realizar;
decisório equivalente, conforme regimentos internos dos
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza órgãos do Poder Legislativo;
da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o
III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho
exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e
de Administração ou órgão decisório equivalente, conforme
no exercício;
regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
c) despesas, por função e subfunção.
IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
§ 1º Os valores referentes ao refinanciamento da dívida
Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas
mobiliária constarão destacadamente nas receitas de
autoridades responsáveis pela administração financeira e
operações de crédito e nas despesas com amortização da
pelo controle interno, bem como por outras definidas por
dívida.
ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.
§ 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigo
Art. 55. O relatório conterá:
sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51.
I - comparativo com os limites de que trata esta Lei
Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido
Complementar, dos seguintes montantes:
demonstrativos relativos a:
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no
pensionistas;
inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de
seu desempenho até o final do exercício; b) dívidas consolidada e mobiliária;
II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o c) concessão de garantias;
inciso IV do art. 50;
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de
III - resultados nominal e primário; receita;
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o; e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar,
no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o se ultrapassado qualquer dos limites;
montante a pagar.
III - demonstrativos, no último quadrimestre:
§ 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um
será acompanhado também de demonstrativos:
de dezembro;
I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
Constituição, conforme o § 3o do art. 32;
1) liquidadas;
II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social,
geral e próprio dos servidores públicos; 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a
uma das condições do inciso II do art. 41;
III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de
ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes. 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do
saldo da disponibilidade de caixa;
§ 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos
I - da limitação de empenho;
empenhos foram cancelados;
Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites § 2º A cooperação financeira compreenderá a doação de
inferiores àqueles previstos nesta Lei Complementar para as bens e valores, o financiamento por intermédio das
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e instituições financeiras federais e o repasse de recursos
concessão de garantias. oriundos de operações externas.
Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida
escriturados em sistema centralizado de liquidação e pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas
custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e
empréstimos, ou em outras transações previstas em lei, pelo Municípios, enquanto perdurar a situação:
seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério da
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições
Fazenda.
estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e
despesas de competência de outros entes da Federação se
a limitação de empenho prevista no art. 9º.
houver:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de
I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei
estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da
orçamentária anual;
Constituição.
II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão
legislação.
duplicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do
Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual
cinquenta mil habitantes optar por: por período igual ou superior a quatro trimestres.
I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4º do art. 30 ao final do § 1º Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação
semestre; real acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um
por cento), no período correspondente aos quatro últimos
II - divulgar semestralmente:
trimestres.
a) (VETADO)
§ 2º A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação
b) o Relatório de Gestão Fiscal; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão
que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia para
c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
apuração dos PIB nacional, estadual e regional.
III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o
§ 3º Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as
Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de
medidas previstas no art. 22.
diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do
art. 5o a partir do quinto exercício seguinte ao da publicação § 4º Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na
desta Lei Complementar. condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas
pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31
§ 1º A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser
poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.
realizada em até trinta dias após o encerramento do
semestre. Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma
permanente, da política e da operacionalidade da gestão
§ 2º Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com
fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal,
pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta
constituído por representantes de todos os Poderes e
situação, o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de
esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades
verificação e de retorno ao limite definidos para os demais
técnicas representativas da sociedade, visando a:
entes.
I - harmonização e coordenação entre os entes da
Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação
Federação;
financeira aos Municípios para a modernização das
respectivas administrações tributária, financeira, II - disseminação de práticas que resultem em maior
patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das eficiência na alocação e execução do gasto público, na
normas desta Lei Complementar. arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na
transparência da gestão fiscal;
§ 1º A assistência técnica consistirá no treinamento e
desenvolvimento de recursos humanos e na transferência de III - adoção de normas de consolidação das contas públicas,
tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos padronização das prestações de contas e dos relatórios e
instrumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico de demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei
amplo acesso público. Complementar, normas e padrões mais simples para os
pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da
controle social; Constituição, até o término do terceiro exercício financeiro
seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a
IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
despesa total com pessoal dos Poderes e órgãos referidos no
§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas de art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente
premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder líquida, a despesa verificada no exercício imediatamente
que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se esta for
desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma inferior ao limite definido na forma do art. 20.
gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e
§ 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em
funcionamento do conselho. percentual da receita corrente líquida, a do exercício
anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o
Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o
término do terceiro exercício seguinte.
Fundo do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao
Ministério da Previdência e Assistência Social, com a Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei
finalidade de prover recursos para o pagamento dos Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no
benefícios do regime geral da previdência social. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no
1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de
§ 1º O Fundo será constituído de:
fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e
I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto demais normas da legislação pertinente.
Nacional do Seguro Social não utilizados na
Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou
operacionalização deste;
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério
adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força de Público o descumprimento das prescrições estabelecidas
lei; nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei
Complementar nº 131, de 2009).
III - receita das contribuições sociais para a seguridade social,
previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o
Constituição; cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III
do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A:
IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física
(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
ou jurídica em débito com a Previdência Social;
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e
V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes;
VI - recursos provenientes do orçamento da União. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
§ 2º O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre
Social, na forma da lei. 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;
(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir
regime próprio de previdência social para seus servidores III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até
conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base 50.000 (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela
em normas de contabilidade e atuária que preservem seu Lei Complementar nº 131, de 2009).
equilíbrio financeiro e atuarial.
Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa contados a partir da data de publicação da lei complementar
total com pessoal no exercício anterior ao da publicação que introduziu os dispositivos referidos no caput deste
desta Lei Complementar estiver acima dos limites artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 131,
estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no de 2009).
respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o
Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos
excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a.
prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas
(cinquenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre
nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-
outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.
A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art.
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no 23. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de
prazo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3º do 2009).
art. 23.
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua
publicação.
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio d) demonstrativo da movimentação mensal dos registros dos
de 1999. débitos parcelados, até o quinto dia útil do mês
subsequente;
Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o
da República. e) demonstrativo da movimentação mensal da dívida ativa,
até o quinto dia útil do mês subsequente;
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
f) planilha mensal de bens apreendidos, até o quinto dia útil
Pedro Malan
do mês subsequente, contendo o saldo do exercício anterior,
Martus Tavares o número de entradas, o número de saídas, o saldo atual e o
valor total dos bens apreendidos.
Este texto não substitui a publicada no DOU de 5.5.2000.
§1º O prazo de que trata o inciso I do caput deste artigo não
DECRETO DISTRITAL Nº se aplica às hipóteses de inoperância do sistema de
processamento eletrônico de dados e de impugnação ou
32.598/2010 atraso na entrega da prestação de contas dos agentes
arrecadadores.
Aprova as Normas de Planejamento, Orçamento, Finanças,
§2º Todos os demonstrativos de que trata o inciso II do caput
Patrimônio e Contabilidade do Distrito Federal, e dá outras
deste artigo deverão estar devidamente assinados pelo
providências.
responsável pela respectiva área.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das
Art. 3º Deverá constar do Relatório de Transferência,
atribuições que lhe confere o artigo 100, inciso VII, da Lei
juntamente com o DDAR e a Guia Nacional de Recolhimento
Orgânica do Distrito Federal,
dos Tributos Estaduais – GNRE dos agentes arrecadadores, a
DECRETA: especificação do código do banco e da agência, ressalvadas
as inscrições genéricas relativas a recolhimentos efetuados
Art. 1º A elaboração dos planos de Governo e a execução
em postos de arrecadação.
orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do Distrito
Federal serão realizadas em conformidade com a legislação §1º Compete ao órgão central de administração financeira
pertinente à matéria e o que dispõe este Decreto. promover os registros diários das transferências oriundas
dos agentes arrecadadores.
CAPÍTULO I
§2º Caberá à Subsecretaria de Receita e à Subsecretaria do
Da Receita
Tesouro, ambas da Secretaria de Estado de Fazenda do
Art. 2º Compete à Subsecretaria da Receita da Secretaria de Distrito Federal, promoverem a conciliação dos registros das
Estado de Fazenda do Distrito Federal: contas dos agentes arrecadadores, bem como encaminhá-la
I – manter atualizada a receita arrecadada nas rubricas ao órgão central de contabilidade.
orçamentárias próprias, por intermédio do Sistema Art. 4º Os agentes arrecadadores, contratados ou
Integrado de Gestão Tributária – SIGEST e do Demonstrativo conveniados, efetuarão o repasse do produto da
Diário de Arrecadação – DDAR, de forma que as informações arrecadação de tributos e demais receitas públicas do
estejam registradas no Sistema Integrado de Administração Distrito Federal depositando-o na Conta Única do Tesouro do
Contábil – SIAC/SIGGo por meio de computação eletrônica Distrito Federal, no Banco de Brasília S.A. – BRB, até às 15
no prazo máximo de 02 (dois) dias úteis, após o seu ingresso (quinze) horas do segundo dia útil seguinte à data da
nos cofres do Tesouro do Distrito Federal; arrecadação por meio de Transferência Eletrônica Disponível
II – remeter ao órgão central de contabilidade, para ingresso – TED ou Documento de Crédito – DOC.
no SIAC/SIGGo, em meio digital, os seguintes relatórios: Art. 5º O BRB encaminhará diariamente ao órgão
competente da Subsecretaria da Receita, da Secretaria de
a) demonstrativos da receita arrecadada, no prazo de 02
(dois) dias úteis após o seu ingresso nos cofres do Tesouro Estado de Fazenda do Distrito Federal, relatório
do Distrito Federal; especificando o total do crédito efetuado pelos diversos
agentes arrecadadores.
b) demonstrativo mensal, consolidado, da receita
arrecadada, discriminado por tributos, até o quinto dia útil Art. 6º A prestação de contas dos agentes arrecadadores só
do mês subsequente; se tornará efetiva se não houver impugnação, após o
processamento dos arquivos eletrônicos enviados pelos
c) demonstrativo mensal, consolidado, da receita bancos, por parte da repartição fiscal.
arrecadada, discriminado por banco, até o quinto dia útil do
§1º Os agentes arrecadadores deverão apresentar à
mês subsequente;
Subsecretaria da Receita o DDAR, junto com o comprovante
do repasse financeiro referente à mesma data, até às 15
(quinze) horas do segundo dia útil posterior à data de Fazendária – CONFAZ, na forma do inciso VII do §5º do artigo
arrecadação. 135 da Lei Orgânica do Distrito Federal.
§2º A apresentação de que trata o §1º deste artigo poderá Art. 11. O período de alcance da renúncia de receita
ser feita por mensagem eletrônica ou em suporte de papel. tributária não poderá ultrapassar a vigência da lei que
aprovar o Plano Plurianual – PPA.
Art. 7º O recolhimento das receitas arrecadadas por serviços
autorizados será feito conforme as determinações contidas Art. 12. Os órgãos e entidades da Administração Pública
no Decreto n° 28.074, de 28 de junho de 2007, e suas Distrital que efetivam a concessão de incentivos, benefícios
alterações. fiscais, creditícios ou financeiros que importem renúncia de
receita remeterão à Corregedoria-Geral do Distrito Federal –
CAPÍTULO II
CGDF, até o dia 28 de fevereiro do exercício subsequente, o
Da Renúncia De Receita demonstrativo das renúncias formalizadas no exercício
anterior, indicando os respectivos valores, os segmentos ou
Art. 8º A proposta de concessão ou ampliação de incentivos
setores beneficiados e os fundamentos legais.
ou benefícios de natureza tributária que importem renúncia
de receita deverá ser instruída por meio de processo Art. 13. Os órgãos e entidades da Administração Pública
administrativo, que conterá os seguintes elementos: Distrital que acompanham os progra-mas de concessão de
benefícios que ensejam renúncia de receita remeterão à
I – memória de cálculo da estimativa do impacto
CGDF, até o dia 28 de fevereiro do exercício subsequente,
orçamentário-financeiro no exercício em que deve iniciar sua
relatório contendo as informações descritas no art. 8º,
vigência e nos dois seguintes; relativamente aos benefícios concedidos no exercício
II – demonstração de atendimento a pelo menos uma das anterior.
condições de que tratam os incisos I e II do caput do artigo
Art. 14. Os fundos que administram recursos creditícios que,
14; da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000 (Lei
durante a vigência do PPA, não tenham realizado a execução
de Responsabilidade Fiscal – LRF);
orçamentário-financeira deverão ser reavaliados pelo titular
III – cálculo do custo contendo o montante efetivamente da pasta a que estão vinculados, visando a sua extinção.
renunciado ou liberado do Orçamento do Poder Executivo
Art. 15. Os benefícios de natureza tributária, creditícia ou
do Distrito Federal no exercício sob análise, a preços financeira que importem renúncia de receita somente
correntes, para aplicação em renúncias de receitas de poderão ser reconhecidos pela autoridade administrativa
natureza tributária e em benefícios de naturezas financeira, competente se estiverem contemplados na Lei de Diretrizes
creditícia e outros;
Orçamentárias - LDO e na Lei Orçamentária Anual – LOA do
REVOGADO O INCISO IV DO ART. 8º PELO DECRETO Nº exercício do seu reconhecimento.
36.765, DE 23/09/15 – DODF DE 24/09/15.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que
Art. 9º A propositura de concessão ou ampliação de couber, aos benefícios ou incentivos tributários objeto de
incentivos ou benefícios de natureza creditícia ou financeira, convênios celebrados no âmbito do CONFAZ, na forma do
originária de órgãos e entidades da Administração Pública inciso VII do § 5º do artigo 135 da Lei Orgânica do Distrito
Distrital, deverá ser instruída por meio de processo Federal.
administrativo, que conterá as informações discriminadas no
CAPÍTULO III
artigo 8°.
Das Alterações Orçamentárias
Art. 10. O projeto de lei que conceda ou amplie incentivo ou
benefício de natureza tributária, creditícia ou financeira Art. 16. São créditos adicionais as autorizações de despesas
deverá ser elaborado com prazo certo de vigência e não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA.
encaminhado ao Poder Legislativo acompanhado de Art. 17. Os créditos adicionais classificam-se em:
justificativa circunstanciada.
I – suplementares, os destinados a reforço de dotação
orçamentária;
§1º A justificativa, a que se refere o caput deste artigo, II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja
deverá contemplar o universo dos contribuintes alcançados,
dotação orçamentária específica e que dependerão de
discriminados por setor produtivo e por região, além das autorização legislativa;
informações referidas no inciso IV do artigo 8°.
III – extraordinários, os destinados a despesas imprevisíveis
§2º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos e urgentes, como as decorrentes de guerra, subversão
benefícios ou incentivos tributários objeto de convênios interna ou calamidade pública.
celebrados no âmbito do Conselho Nacional de Política
Art. 18. A abertura de créditos adicionais será processada Art. 21. A abertura de crédito adicional, a ser financiado com
por meio de proposta encaminhada pelos titulares dos recursos resultantes da anulação parcial ou total de dotações
órgãos, ou autoridades equivalentes, no que concerne às orçamentárias de órgão diverso daquele a que for destinado
unidades integrantes dos respectivos órgãos, ao órgão o crédito, depende de prévia aquiescência do titular da pasta
central de planejamento e orçamento. a que se vincule a unidade orçamentária cedente,
ressalvados os casos de ajustes orçamentários promovidos
§1º As unidades orçamentárias deverão observar, também,
pelo órgão central de planejamento e orçamento, na forma
os dispositivos contidos na LDO, na LOA, no Manual de
do artigo 66 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.
Planejamento e de Orçamento – MPO, consolidados pelo
órgão central de planejamento e orçamento e elaborados na Art. 22. O ato de abertura de crédito adicional fará referência
forma da Constituição Federal, da Lei Orgânica do Distrito expressa a:
Federal, da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, da LRF, e
I – tipo de crédito;
de outras legislações pertinentes a matéria orçamentária.
II – esfera orçamentária;
§2º As solicitações de créditos adicionais deverão ser
acompanhadas de justificativas de sua necessidade e III – unidade orçamentária;
adequação com as diretrizes governamentais, condições
IV – função, subfunção, programa, ação e subtítulo, natureza
indispensáveis para sua apreciação.
da despesa, identificador de uso – IDUSO e fonte de recursos.
§3º Os subtítulos, cujos recursos venham a ser utilizados
Art. 23. Os créditos adicionais referentes às receitas
como compensação para a abertura de créditos adicionais,
vinculadas a convênios e outros instrumentos congêneres
só poderão ter suas dotações posteriormente
serão abertos pelo valor dos recursos correspondentes ao
suplementadas após análise pelo órgão central de
exercício, fazendo-se ressalva de que a despesa será
planejamento e orçamento das razões que motivaram o
ajustada ao valor da efetiva e correspondente arrecadação,
cancelamento anterior.
devendo a unidade gestora proceder, ao final do exercício,
§4º Compete ao órgão central de planejamento e orçamento ao cancelamento da diferença empenhada.
a análise dos pedidos de abertura de créditos adicionais,
CAPÍTULO IV
observando a compatibilidade da execução do Programa de
Trabalho com o equilíbrio entre o comportamento da receita Do Superávit Financeiro
e da despesa, e, em considerando sua viabilidade, submetê-
Art. 24. A utilização de recursos de superávit financeiro
los à decisão do Governador.
apurado em balanço patrimonial dependerá de parecer
§5º O prazo para solicitação de créditos adicionais expirar- prévio do órgão central de contabilidade.
se-á em data a ser fixada pelo órgão central de planejamento
§1º A solicitação de superávit financeiro deverá ser feita por
e orçamento.
meio de processo contendo os seguintes documentos:
Art. 19. A descentralização de créditos será efetivada pelas
I – demonstração do cálculo do superávit por fonte de
unidades gestoras integrantes do SIAC/SIGGo, devendo ser
recursos e respectivas vinculações;
processada em conformidade com o disposto no Decreto nº
17.698, de 23 de setembro de 1996, e suas alterações, e II – balanço patrimonial, quando for o caso;
ocorrerá, exclusivamente, quando os recursos financeiros
III – demonstrativo da execução da despesa por fonte de
forem administrados pela Subsecretaria do Tesouro da
recursos;
Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal.
IV – demonstrativo atual de transferência ou repasse a
Art. 20. As dotações orçamentárias consignadas para
receber, referente a restos a pagar, com posição atual,
atendimento de despesa com Pessoal e Encargos Sociais não
relativos ao exercício anterior;
poderão ser indicadas como compensação de despesas de
outra natureza, salvo no último trimestre do exercício V – demonstrativo de valores a pagar por fonte de recursos;
financeiro.
VI – declaração de saldo ou extrato bancário referente ao
Parágrafo único. A exceção prevista no caput deste artigo mês de dezembro do exercício anterior, por conta-corrente
somente será atendida por projeto de lei a ser encaminhado e aplicações financeiras;
à apreciação da Câmara Legislativa do Distrito Federal, VII – conciliação bancária por conta-corrente e aplicações
devendo a solicitação de créditos adicionais estar financeiras referente ao mês de dezembro do exercício
acompanhada de demonstrativos da última posição
anterior;
orçamentária e financeira, bem como de projeções da
despesa de pessoal e encargos sociais para o exercício em VIII – termo de conferência de caixa, para as unidades que
curso. possuem tesouraria;
IX – nota de crédito adicional;
efeito de movimentação dos recursos oriundos de convênios unidades gestoras deverão proceder ao cadastro e
e contratos celebrados. atualização no SIAC/SIGGo.
Art. 32. Para fins deste Decreto, considera-se: §1º Quando o Distrito Federal for o recebedor dos recursos
de convênio, esses deverão ser lançados no SIAC/SIGGo na
I – Convênio: instrumento que tenha como partes, de um
conta contábil “A RECEBER”, e quando se tratar de
lado, um órgão da Administração do Distrito Federal e, de
contrapartida, na conta contábil ”CONTRAPARTIDA GDF A
outro, entidades públicas ou particulares, cujo objetivo é a
LIBERAR”.
execução de programas, projetos ou eventos de interesse
recíproco, em regime de mútua cooperação; §2º Quando o Distrito Federal for o concedente dos recursos,
eles deverão ser lançados no SIAC/SIGGo na conta contábil
II – Contrato: ajuste que a Administração do Distrito Federal
“A LIBERAR”.
firma com outra entidade pública ou privada para a
consecução de objetivos de interesse público, nas condições §3º A unidade, após o cadastramento dos recursos,
estabelecidas pela própria Administração; comunicará ao órgão central de contabilidade que procederá
a inclusão da fonte de recursos detalhada.
III – Concedente: órgão ou entidade responsável pela
transferência ou descentralização de créditos orçamentários Art. 35. Os recursos provenientes de convênios e outros
destinados à execução do objeto do convênio; instrumentos congêneres serão depositados em contas
bancárias específicas e escriturados como receitas do
IV – Convenente: pessoa jurídica de direito público ou
Distrito Federal.
privado com a qual a Administração Pública do Distrito
Federal pactua a execução de programa, projeto ou evento; §1º Não constando da LOA, os recursos provenientes de
convênios e outros instrumentos congêneres serão
V – Interveniente: pessoa jurídica de direito público ou
indicados como fonte de financiamento para abertura de
privado que participa do convênio para manifestar o seu
créditos adicionais.
consentimento ou para assumir obrigações em nome
próprio; §2º As despesas bancárias decorrentes de transferências de
recursos de convênios e outros instrumentos congêneres
VI – Contratante: órgão ou entidade da Administração do
correrão à conta desses recursos, salvo disposição contratual
Distrito Federal signatária do instrumento contratual;
em contrário, devendo o órgão central de administração
VII – Contratado: pessoa física ou jurídica signatária de financeira informá-las aos órgãos interessados, a fim de que
contrato com a Administração do Distrito Federal. providenciem o empenho para regularização.
Art. 33. Para a eficácia dos contratos e convênios será §3º O órgão convenente não poderá transferir os recursos
publicado no Diário Oficial do Distrito Federal, obedecendo recebidos para outra conta, sob pena de não ter a prestação
às disposições contidas no parágrafo único do artigo 61 da de contas do convênio aprovada.
Lei nº 8.666, de 1993, e suas alterações, extrato contendo os
§4º O órgão central de contabilidade ficará responsável pela
seguintes elementos:
inclusão da vinculação receita/fonte.
I – espécie e número do documento;
Art. 36. As unidades gestoras detentoras de convênios
II – nome dos contratantes ou convenentes; deverão encaminhar ao órgão central de contabilidade, até
o dia 10 (dez) do mês subsequente, a conciliação mensal das
III – resumo do objeto do contrato ou convênio;
contas bancárias.
IV – crédito pelo qual correrá a despesa;
Art. 37. Compete ao órgão central de administração
V – número, data e valor da Nota de Empenho; financeira encaminhar às unidades gestoras da
Administração Direta os extratos bancários das contas de
VI – etapas e fases da execução;
convênios e respectivo razão contábil do SIAC/SIGGo, até o
VII – prazo de vigência; dia 10 (dez) do mês subsequente.
VIII – data da assinatura; Art. 38. Somente poderão ser firmados contratos e
convênios que acarretem despesas compatíveis com a
IX – nome dos signatários;
programação financeira.
X – valor total.
Parágrafo único. Em se tratando de execução de obras, que
Parágrafo único. No caso de termos aditivos, deve-se tenham os projetos de engenharia e arquitetura aprovados,
publicar, também, as informações atualizadas de que tratam também deverão ser observados os objetivos e metas do
os incisos V e X do caput deste artigo. PPA em vigor.
Art. 34. No ato da celebração de convênios e outros Art. 39. A licitação e a contratação de obras e serviços
instrumentos congêneres, bem como seus aditivos, as deverão observar, rigorosamente, o que dispõe a Lei nº
8.666, de 1993, e suas alterações, especificamente a Seção II – prestar, ao ordenador de despesa, informações
III do Capítulo I e o Capítulo III. necessárias ao cálculo do reajustamento de preços, quando
previsto em normas próprias;
Art. 40. São requisitos básicos para a celebração de
convênios: III – dar ciência ao órgão ou entidade contratante, sobre:
I – proposição do órgão ou entidade interessada; a) ocorrências que possam ensejar aplicação de penalidades
ao contratado;
II – identificação clara e detalhada do objeto a ser executado;
b) alterações necessárias ao projeto e suas consequências no
III – metas a serem atingidas;
custo previsto;
IV – etapas ou fases de execução do objeto, com previsão de
IV – atestar a conclusão das etapas ajustadas;
início e fim;
V – prestar à unidade setorial de orçamento e finanças, ou
V – plano de aplicação do montante dos recursos a serem
equivalente, informações quanto ao andamento das etapas,
desembolsados pelo concedente;
para atualização do SIAC/SIGGo;
VI – cronograma de desembolso;
VI – verificar a articulação entre as etapas, de modo que os
VII – atendimento às exigências estabelecidas no artigo 2° da serviços não sejam prejudicados;
Instrução Normativa/CGDF n° 01, de 22 de dezembro de
VII – remeter, até o 5° (quinto) dia útil do bimestre
2005, e suas alterações.
subsequente, relatório de acompanhamento das obras ou
Parágrafo único. Fica vedada a celebração de convênios que serviços contratados ao órgão ou entidade contratante, ao
contenham cláusula prevendo a cobrança de taxas de órgão responsável pela supervisão técnica e à unidade
administração ou assemelhado. setorial ou seccional de planejamento;
Art. 41. Nos contratos para execução de obras e prestação VIII – receber obras e serviços, ouvido o órgão responsável
de serviços designar-se-á, de forma expressa: pela supervisão técnica;
I – o valor da taxa de administração, quando for o caso; IX – prestar contas, nos termos do artigo 46.
II – o executor ou executores, a quem caberá supervisionar, §6º O órgão central de contabilidade concederá senha ao
fiscalizar e acompanhar a execução, bem como apresentar executor de contrato ou convênio para acesso ao
relatórios quando do término de cada etapa ou sempre que SIAC/SIGGo, para acompanhamento do respectivo pacto.
solicitado pelo contratante.
§7º A supervisão técnica de que trata este artigo consiste no
§1° A supervisão técnica de contratos de obras será de acompanhamento das obras e serviços de engenharia, com
competência do órgão contratante. o objetivo de assegurar a fiel execução do projeto.
§2° A designação do executor e do supervisor técnico §8º A supervisão técnica não abrange os serviços de
somente produzirá efeitos após a publicação do extrato de conservação, manutenção e reforma.
que trata o artigo 33 e do ato de designação e ciência dos
§9º Compete a cada ordenador de despesa analisar e atestar
mesmos.
os reajustes de que trata o inciso II do §5° deste artigo, e à
§ 3° O executor de que trata o inciso II deste artigo unidade setorial de orçamento e finanças manter atualizado
representará a Administração na fiscalização e o SIAC/SIGGo, nos termos do artigo 34.
acompanhamento do contrato, devendo tal indicação recair
§ 10. Os contratos cujo valor global exceda R$ 150.000,00
sobre agente público ou comissão especialmente designados
(cento e cinquenta mil reais) terão como executor,
para tal atividade, que possuam quali-ficação técnica
preferencialmente, servidor ocupante de cargo de
condizente com a complexidade e especificidade do objeto
provimento efetivo ou empregado permanente, ou comissão
contratado.
por estes composta.
§ 4° É facultada a indicação de um mesmo executor ou
§ 11 Não poderá ser nomeado executor ou membro de
supervisor para mais de um contrato, não sendo vedada a
comissão executora aquele que exercer atividade
designação de mais de um executor ou supervisor para o
incompatível com a fiscalização de contratos ou possuir
mesmo convênio ou contrato.
relação de parentesco, até o terceiro grau, com sócio
§ 5° É da competência e responsabilidade do executor: gerente ou administrador do contratado.
I – verificar se o cronograma físico-financeiro das obras e § 12 É permitida a contratação de terceiros para assistir e
serviços ou a aquisição de materiais se desenvolvem de subsidiar o executor ou a co-missão executora no exercício
acordo com a respectiva Ordem de Serviço e Nota de de suas atribuições, quando comprovadamente necessário.
Empenho;
Art. 42. O órgão ou entidade, convenente ou contratante, I - cópia do Termo de Convênio ou Termo Simplificado de
encaminhará: Convênio e dos seus respectivos aditivos, quando for o caso,
e de suas publicações;
I – ao executor, cópia do contrato ou convênio, cronograma
físico-financeiro, edital, proposta, projeto de obra ou II - plano de aplicação ou de trabalho aprovado, quando este
serviço; não constituir cláusula do ajuste;
II – ao órgão central do sistema de correição, auditoria e III - cópia do ato de designação do executor do ajuste;
ouvidoria à unidade setorial de planejamento e ao órgão
IV - relatório de execução físico-financeira do objeto do
encarregado da supervisão técnica, cópia do convênio ou
convênio, elaborado pelo executor ou pela entidade
contrato e do cronograma físico-financeiro.
convenente;
Art. 43. Formalizada a contratação da obra ou serviço, e
V - demonstrativo da execução da receita e da despesa,
tendo por base o cronograma físicofinanceiro aprovado, o
evidenciando os recursos recebidos, a contrapartida, os
titular da unidade gestora responsável pelo
rendimentos auferidos da aplicação dos recursos no
empreendimento expedirá Ordem de Serviço, para iniciar a
mercado financeiro, quando for o caso, e os respectivos
execução do objeto do convênio ou contrato.
saldos;
Art. 44. A execução de etapa de obra ou serviço, ou o
VI - relação nominativa de pagamentos efetuados;
recebimento de equipamento, será certificada pelo executor
e responsável, mediante emissão de Atestado de Execução e VII - extrato da conta bancária específica, contemplando a
de termo circunstanciado, conforme o disposto no artigo 73 movimentação ocorrida no período compreendido entre a
da Lei nº 8.666, de 1993. data da liberação da primeira parcela e a data da efetivação
do último pagamento, e a conciliação bancária, quando for o
Parágrafo único. No Atestado de Execução serão
caso;
especificados, detalhadamente, o equipamento recebido, o
serviço ou a obra executada, o valor, sua localização e o VIII - cópia do termo de aceitação provisória e do termo de
período de execução. aceitação definitiva da obra ou serviço de engenharia,
quando for o caso;
Art. 45. O inadimplemento de etapas ajustadas será
comunicado pelo executor diretamente ao titular da unidade IX - relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos
gestora e ao órgão central de administração financeira. com os recursos do convênio e da contrapartida;
Art. 46. As prestações de contas de recursos de convênios e X - comprovante de recolhimento do saldo dos recursos,
outros instrumentos congêneres que envolvam órgãos e quando for o caso;
entidades da Administração Pública do Distrito Federal serão
XI - cópia do despacho adjudicatório e de homologação das
elaboradas pelos seus respectivos executores, no prazo
licitações realizadas, ou justificativa para sua dispensa ou
máximo de sessenta dias após o término de sua vi-gência, e
inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal, para
enviadas ao ordenador de despesa da referida unidade
os casos em que o convenente pertencer à Administração
gestora para exame e aprovação.
Pública do Distrito Federal;
§1º As unidades gestoras do Governo do Distrito Federal
XII - declaração expressa do ordenador de despesa e do
concedentes de recursos ficam obrigadas a registrar no
executor do convênio aprovando a prestação de contas e
Siac/Siggo o recebimento e a aprovação da prestação de
atestando que os recursos recebidos ou transferidos tiveram
contas.
boa e regular aplicação;
§2º Nos casos em que o Distrito Federal for recebedor de
XIII - outros documentos, se assim exigir o ajuste.
recursos de convênios, a prestação de contas deverá ser
elaborada em duas vias, sendo: §4º Nos casos em que o Governo do Distrito Federal for
recebedor de recursos, caberá ao Órgão Central de
I - a primeira, encaminhada ao órgão repassador dos
Administração Financeira providenciar, em até quarenta e
recursos, fazendo constar o devido registro no Siac/Siggo; e
oito horas após solicitação do executor, o fornecimento dos
II - a segunda, autuada e mantida na unidade gestora à extratos bancários da conta-corrente do convênio.
disposição dos órgãos de controle interno e externo,
§5º Os valores dos extratos bancários deverão ser conferidos
devendo sua aprovação pelo órgão repassador dos recursos
pelo executor e entidade convenente.
ser também registrada no Siac/Siggo.
§6º Os saldos de convênios serão devolvidos à concedente:
§3º A prestação de contas de que trata este artigo deverá ser
elaborada contendo os seguintes documentos: I - por meio de ordem bancária ou Documento de
Arrecadação de Receitas Federais – DARF, se os recursos
forem provenientes da União;
II - por meio de Guia de Recebimento – GR, se os recursos § 15. As unidades gestoras concedentes de recursos
forem provenientes do Distrito Federal. financeiros provenientes de convênios ou de instrumentos
congêneres ficam obrigadas a efetuar o registro no Sistema
§7º A unidade gestora do recurso examinará a prestação de
Integrado de Administração Contábil – SIAC do Sistema
contas e adotará as seguintes providências:
Integrado de Gestão Governamental – SIGGo, quando:
I - procederá aos registros de baixa contábil, se constatada
I - da inadimplência dos convenentes que estiverem em
regularidade;
débito com a apresentação de prestação de contas;
II - diligenciará no sentido de sanar omissões e
II - da inadimplência dos convenentes que tiveram a
impropriedades formais, se for o caso, tendo o executor o
prestação de contas não aprovada;
prazo de trinta dias para saná-las, podendo este prazo ser
prorrogado por igual período; III - da baixa da inadimplência quando ocorrer a
regularização da situação que lhe deu causa. (AC)
III - instaurará tomada de contas especial, se constatar
evidência de desvio de bens, valores e finalidades, ou indício § 16. Caberá ao órgão central de contabilidade acompanhar
de qualquer outra irregularidade, discriminando, e controlar, por meio do SIAC/SIGGo ou de outro sistema que
pormenorizadamente, os fatos que deram origem a sua vier a ser instituído, as prestações de contas de convênios ou
instauração, relacionando os pontos considerados de outros instrumentos congêneres. (AC)
irregulares.
§ 17. Quando for constatada qualquer irregularidade ou
§8º A prestação de contas considerada regular será atraso nos registros referentes às prestações de contas
arquivada no órgão de origem, sob a responsa-bilidade do aludidas no § 16, o órgão central de contabilidade realizará
ordenador de despesas, e ficará à disposição dos órgãos de diligência na unidade gestora responsável, visando a sua
controle interno e externo. regularização. (AC)
§9º Quando a prestação de contas não for apresentada no § 18. O órgão central de contabilidade poderá, por meio de
prazo convencionado, a unidade concedente notificará a instrução normativa, instituir e disciplinar procedimentos e
convenente para a adoção das providências cabíveis, documentos que facilitem a operacionalização, o
fixando-lhe o prazo máximo de trinta dias para sua acompanhamento, a transparência e o controle, ou qualquer
apresentação ou recolhimento dos recursos, acrescidos dos outra situação, que vise resguardar a prestação de contas de
rendimentos da aplicação no mercado financeiro, convênios ou de instrumentos congêneres. (AC)
devidamente atualizados, na forma da lei.
CAPÍTULO VIII
§10. Esgotado o prazo referido no parágrafo anterior, e caso
Do Empenho
não tenham sido cumpridas as exigências, ou, ainda, se
existirem evidências de irregularidades que resultem Art. 47. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem prévia
prejuízos para o erário do Distrito Federal, a unidade autorização dos ordenadores de despesa de que trata o
concedente adotará as providências previstas no inciso III do artigo 29.
§7º deste artigo.
§1º A autorização de que trata este artigo deverá ser
§11. A exigência de prestação de contas de que trata este precedida de informações das unidades setoriais de
artigo abrange, também, os recursos transferidos pelo orçamento e finanças, ou órgão equivalente, sobre:
Distrito Federal, por meio de convênios, às entidades da
I – propriedade da imputação da despesa;
administração indireta e às pessoas jurídicas de direito
privado. II – existência de crédito orçamentário suficiente para
atendê-la;
§12. Se o termo de convênio assim o exigir, deverá ser
efetuada prestação de contas parcial, o que não exime a III – o limite da despesa na programação mensal e trimestral
apresentação da prestação de contas no final da vigência do da unidade.
convênio.
§2º Serão responsabilizadas, por despesas efetivadas em
§13. Nos convênios de vigência plurianual, deverão ser desacordo com o disposto neste artigo, as autoridades que
apresentadas prestações de contas parciais ao final de cada lhes derem causa.
exercício financeiro.
Art. 48. É vedada a realização de despesas, sem a emissão
§14. Todas as unidades gestoras que tenham aplicações prévia da nota de empenho.
financeiras deverão proceder à atuali-zação dos respectivos
Parágrafo único. Aplica-se, à emissão da nota de empenho,
saldos bancários, no último dia útil de cada mês, no
o disposto no §2º do artigo 47.
Siac/Siggo. (NR)
Art. 49. O empenho poderá ser:
XVIII – NE de referência, no caso de reforço, anulação ou §1º No caso de anulação de nota de empenho, o ordenador
da despesa deverá justificá-la no campo específico do
alteração do cronograma;
documento de anulação.
XIX – cronograma de desembolso financeiro;
§2º O valor da anulação reverterá às cotas mensal e
XX – especificação detalhada do objeto; trimestral vigentes.
XXI – assinatura do servidor responsável pela emissão da NE; Art. 54. Os compromissos com vigência plurianual serão
XXII – assinatura da autoridade competente; atendidos por crédito próprio, consignado na LOA, devendo
a despesa ser empenhada no início do exercício financeiro.
XXIII – identificador de uso com a respectiva contrapartida;
Art. 55. Ficam os Secretários de Estado de Fazenda e de correspondente, antes da remessa do processo ao setor
Planejamento, Orçamento e Gestão autorizados a editarem incumbido da liquidação da despesa.
normas, visando ao encerramento do exercício financeiro.
§2º O órgão encarregado de liquidar a despesa fará a
CAPÍTULO IX inscrição do responsável pelo débito e, em seguida, a
unidade gestora efetuará o recolhimento junto ao órgão
Da Liquidação
central de administração financeira, procedendo-se, em
Art. 56. Fica o órgão central de administração financeira seguida, à sua reversão na dotação própria e respectiva baixa
responsável pela orientação normativa referente à na responsabilidade.
liquidação da despesa.
§3º O servidor que der causa a atraso no pagamento das
Parágrafo único. O controle e a liquidação da despesa serão contas de que trata o presente artigo responderá pelo
exercidos pela unidade gestora responsável pela emissão da pagamento dos encargos dele decorrentes.
nota de empenho.
Art. 61. A liquidação de despesa por fornecimento de
Art. 57. Os credores, após o fornecimento do material, material ou prestação de serviços terá por base as condições
prestação do serviço ou execução da obra, apresentarão os estabelecidas na licitação ou ato de sua dispensa, em
títulos e documentos, originais, comprobatórios do cláusulas contratuais, ajustes ou acordos respectivos, e nos
respectivo crédito, acompanhados de 1 (uma) via da nota de comprovantes da efetiva entrega e recebimento de material,
empenho ao órgão emissor, para processamento da ou de prestação do serviço ou execução da obra.
liquidação da despesa, ressalvado o disposto no artigo 60.
Parágrafo único. Para a liquidação da despesa, é
Art. 58. A unidade administradora de créditos processará a indispensável constar do processo:
liquidação da despesa tomando por base os documentos de
I – nota de empenho;
que trata o artigo 57, verificando o direito adquirido pelo
credor, a fim de apurar: II - atestado de recebimento do material, de prestação do
serviço ou de execução da obra, emitido por agente
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
credenciado, na primeira via do documento fiscal, salvo nos
II – a importância exata e a quem se deve pagar, para casos previstos no §1º do artigo 64 e no caso de o processo
extinguir a obrigação. ter sido iniciado por meio do Sistema Eletrônico de
Informações - SEI;
Art. 59. A liquidação da despesa será previamente autorizada
pelo ordenador de despesa e dará origem à Nota de III – termo circunstanciado que comprove o recebimento do
Lançamento – NL, que deverá ser emitida pela unidade serviço ou a execução da obra, nos termos da alínea “b” do
responsável pela administração do crédito, por intermédio inciso I do artigo 73 da Lei n.º 8.666, de 1993, emitido por
do SIAC/SIGGo. servidor ou comissão designada pela autoridade
competente;
§1º Os abatimentos de preços, voluntários ou concedidos
em virtude de lei ou contrato, devem ser demonstrados nos IV – atestado de execução, na forma do artigo 44;
documentos fiscais.
V – data, nome por extenso, em carimbo ou letra de forma,
§2º Sempre que o credor apresentar fatura, esta será número de matrícula e cargo ou função, sob as assinaturas
entregue diretamente ao protocolo do órgão contratante, dos servidores que os instruírem o processo;
acompanhada da documentação fiscal correspondente, que
VI – cópia ou publicação do ato autorizativo da viagem,
remeterá ao executor do contrato, em até 10 (dez) dias úteis.
quando se tratar de despesas com fornecimento de
§3º Quando se tratar de execução de obras, observar-se-á o passagem a servidor, excetuados os casos previstos na
disposto no artigo 44. legislação em vigor ou quando se tratar de convidado, com
indicação expressa do fato;
§4º Na NL, deverá constar, no campo “Observação”, a
descrição sucinta do objeto. VII - documento eletrônico atestando o recebimento do
material, a prestação do serviço ou a execução da obra,
Art. 60. As contas de água, esgoto, energia elétrica,
relativo a um ou mais documentos fiscais, assinado por
iluminação pública e telefone serão apresentadas pelos
servidor ou comissão designado para tal ato, nos casos de os
concessionários, diretamente ao protocolo da unidade cuja
processos terem sido iniciados por meio do Sistema
estrutura pertencer o órgão encarregado de instruir o
Eletrônico de Informações - SEI.
processo administrativo de pagamento.
Art. 62. A NL deverá ser emitida após a regular liquidação da
§1º No caso de ligações interurbanas e para telefone móvel
despesa.
de caráter particular, o responsável pelas ligações
providenciará, mediante cálculo do executor do contrato, o CAPÍTULO X
recolhimento aos cofres do Distrito Federal da importância
§1º Cabe ao órgão central de administração financeira por intermédio da Secretaria a que se vincula a empresa
monitorar e controlar as transferências de recursos referidos estatal.
no caput deste artigo e proceder aos ajustes necessários dos
§2° As alterações de que trata a alínea “a” do inciso II deste
fluxos financeiros.
artigo deverão ser encaminhadas ao órgão central de
§2º Em casos excepcionais, a OB poderá ser emitida planejamento e orçamento, para processamento.
manualmente, condicionada à autorização prévia do
Art. 74. As empresas integrantes do orçamento de
Secretário de Estado de Fazenda.
investimento e de dispêndio deverão registrar até o 15°
Art. 71. Para fins de pagamento, os órgãos e entidades da (décimo quinto) dia do mês subsequente, no módulo
Administração Pública do Distrito Federal utilizarão os INTEGRA/SIAC/SIGGo, os dados necessários à elaboração
serviços do BRB, quando de outra forma não dispuser a lei. dos seguintes demonstrativos:
§1º O BRB colocará à disposição dos órgãos e entidades da I – de execução orçamentária e financeira da despesa de
Administração Pública do Distrito Federal, no prazo de 48 investimento e de dispêndio;
(quarenta e oito) horas, contado do lançamento, os avisos de
II – de realização da receita por natureza e fonte de
débito e crédito e os extratos bancários das contas.
financiamento, conforme detalhamento constante do
§2º Mediante proposição fundamentada, poderá ser Manual de Planejamento e de Orçamento – MPO.
autorizada pelo Secretário de Estado de Fazenda, em caráter
Art. 75. As empresas participantes dos orçamentos de
excepcional, a utilização de serviços ou a abertura de contas
investimento e de dispêndio deverão encaminhar seus
em outras instituições financeiras.
balancetes ao órgão central de contabilidade, até o 15°
Art. 72. Os pagamentos devidos pelo Distrito Federal, em (décimo quinto) dia do mês subsequente.
virtude de sentenças judiciais, serão feitos na ordem de
Art. 76. As empresas estatais integrantes do orçamento fiscal
apresentação dos precatórios e à conta do crédito
e de seguridade social deverão registrar toda sua execução
respectivo, observado o disposto na Constituição Federal.
orçamentária, financeira, patrimonial e contábil no
CAPÍTULO XI SIAC/SIGGo.
Das Empresas Estatais CAPÍTULO XII
Art. 73. Integrarão os orçamentos de investimento e de DOS FUNDOS ESPECIAIS
dispêndio as empresas que não recebam transferências à
Art. 77. Compete aos órgãos e entidades do Distrito Federal,
conta do Tesouro, em que o Distrito Federal detenha, direta
responsáveis pela administração ou execução de fundos
ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a
especiais:
voto.
I – manter a contabilidade analítica e em separado de suas
I – o orçamento de investimento será alterado nas seguintes
operações, em conformidade com a legislação específica;
situações:
II – proceder à análise dos demonstrativos contábeis e do
a) as suplementações ou cancelamentos de dotações
demonstrativo de créditos adicionais visando identificar
orçamentárias serão realizadas, mediante decreto do Poder
inconsistências existentes;
Executivo, até o limite fixado na LOA;
III – regularizar as inconsistências identificadas quando da
b) acima do limite de que trata a alínea “a” deste inciso,
análise dos demonstrativos contábeis e do demonstrativo de
somente por autorização legislativa;
créditos adicionais, e daquelas apontadas pelo órgão central
II – o orçamento de dispêndio será alterado nas seguintes de contabilidade;
situações:
IV – enviar ao órgão central de contabilidade, mensalmente,
a) as suplementações ou cancelamentos de dotações até o dia 15 (quinze) do mês subsequente:
orçamentárias serão efetuadas, por resolução da diretoria
a) relatório analítico, das despesas realizadas pelo fundo,
da empresa, até o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do
fazendo comparativo com a legislação que o normatiza;
total do orçamento autorizado para os dispêndios da
unidade orçamentária; b) demonstrativo analítico dos bens móveis e imóveis,
transferidos da gestão Fundo para a gestão Tesouro;
b) acima do limite de que trata a alínea “a” deste inciso,
serão autorizados por decreto do Poder Executivo. c) conciliação bancária, acompanhada de extrato bancário
ou declaração do banco, das contas correntes pertencentes
§1º As alterações orçamentárias de que trata este artigo e
ao fundo especial, incluindo os convênios;
que dependam de autorização legislativa ou do Governador,
deverão ser encaminhadas, em processo devidamente d) plano de aplicação dos recursos;
instruído, ao órgão central de planejamento e orçamento,
§2º Em casos excepcionais, mediante autorização conjunta obedecidas as condições estabelecidas na nota de empenho
do Secretário de Estado de Fazenda e do Secretário de cancelada.
Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito
§1º Será emitida nota de empenho no mês de janeiro, em
Federal, as notas de empenho inscritas em Restos a Pagar
substituição ao empenho cancelado no exercício anterior,
Não Processados, no encerramento do exercício de sua
observado o disposto neste artigo, desde que dentro do
emissão, poderão ter sua validade prorrogada até 31 de
prazo de entrega do material ou da execução do serviço,
dezembro do exercício seguinte, sendo automaticamente
fazendo referência, no campo especificado, ao número da
canceladas após essa data. (NR.).
nota de empenho cancelada no exercício anterior.
Art. 82-A. No último ano do mandato do Chefe do Poder
§2º No caso de não ser entregue o material ou executado o
Executivo serão cancelados, até 15 de novembro, os Restos
serviço, o fornecedor ou prestador de serviços estará sujeito
a Pagar:
às penalidades previstas em normas específicas.
I - Não Processados, que estejam em vigor, nos termos do
§3º A emissão de notas de empenho, consoante o disposto
§1º do Art. 82;
neste artigo, será precedida de autorização do ordenador da
II - Processados, cuja inscrição tenha ocorrido em períodos despesa da unidade, para realização da despesa.
anteriores a cinco anos; e
CAPÍTULO XIV
III - relativos às despesas classificadas como "Pessoal e
Das Despesas De Exercícios Anteriores
Encargos Sociais", agrupados em Folha de Pagamento - FP.
Art. 86. As despesas de exercícios anteriores, oriundas de
§ 1º Exclui-se do disposto no caput os restos a pagar
regular contratação, deverão ser pagas, nos termos do art.
referentes:
37 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, pela
I - às despesas das áreas de saúde e educação, até o dotação orçamentária constante do elemento de despesa
montante necessário para o atendimento dos respectivos “92 – Despesas de Exercícios Anteriores”, consignado às
limites mínimos de aplicação em cada exercício; e programações das respectivas unidades originárias da
obrigação, desde que apurado o direito adquirido pelo
I - às receitas vinculadas, especialmente de convênios e
credor e devidamente reconhecida a dívida.
operações de crédito, cujos recursos tenham efetivamente
ingressado no Distrito Federal até 15 de novembro. §1º O processo de autorização para pagamento de despesas
de exercícios anteriores será instruído com a documentação
§ 2º O cancelamento dos Restos a Pagar realizado nos
necessária à comprovação da despesa e:
termos deste artigo não afasta eventual direito do credor,
que deverá ser reconhecido em processo próprio, observada I - manifestação do ordenador de despesa com identificação
a legislação em vigor, especialmente o disposto no art. 86 e do requerente, importância a ser paga e disponibilidade
87. orçamentária ou pedido de alteração orçamentária para
quitação da despesa;
Art. 83. As unidades gestoras elaborarão cronograma de
pagamento das despesas inscritas em Restos a Pagar e o II - análise da Unidade de Controle Interno (UCI) ou
encaminharão ao órgão central de administração financeira equivalente da unidade orçamentária, ressalvados os
até o dia 10 (dez) de janeiro de cada exercício. processos que totalizem valores inferiores a R$ 100.000,00;
Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput deste III - atestado de regularidade da despesa assinado pelo atual
artigo, deverão ser observados os prazos dos compromissos ordenador de despesa e pelo titular do órgão;
assumidos, para as despesas relativas ao fornecimento de
IV - declaração do requerente, emitida sob as penas da lei,
material e à prestação de serviços, e os prazos dos
de desistência de propositura de ação judicial ou de ação
cronogramas físico-financeiros, para as despesas relativas à
judicial proposta que tenha por objeto a constituição de
execução de obras.
crédito administrativo, informando o número do respectivo
Art. 84. A liquidação e o pagamento das despesas inscritas processo;
em Restos a Pagar serão processadas, independentemente
V - publicação do ato de reconhecimento de dívida.
de requerimento do credor, observado o disposto no artigo
61. §2º Para solicitar a alteração orçamentária, a unidade
interessada encaminhará o processo instruído para a
Art. 85. Ao portador de notas de empenho canceladas por
autorização de pagamento ao Órgão Central de
não ter ocorrido, no exercício de sua emissão, a entrega do
Planejamento e Orçamento indicando, preferencialmente, a
material ou a execução do serviço, será assegurado o
fonte de cancelamento.
recebimento do valor a que tenha direito, mediante
empenho à conta de dotação orçamentária, com a mesma §3º O processo de solicitação de alteração orçamentária
classificação anterior, na mesma unidade orçamentária, deverá ser instruído ainda com os seguintes documentos:
§3º Os instrumentos de planejamento, acompanhamento e Art. 95. A Secretaria de Estado de Fazenda, por intermédio
avaliação deverão ser elaborados em consonância com a do Órgão Central de Contabilidade do Distrito Federal, deve
legislação vigente e de acordo com as instruções expedidas ter acesso irrestrito para consultar os sistemas corporativos
pelo órgão central de planejamento e orçamento, mantendo do Distrito Federal que contenham informações a serem
a compatibilidade das informações. evidenciadas e consolidadas no Sistema de Informações de
Custos do Distrito Federal – SIC/DF. (NR)
§4º Os relatórios de que trata o inciso IV do caput deste
artigo, deverão ser encaminhados, até o dia 20 (vinte) de Parágrafo único. É responsabilidade dos gestores dos
janeiro do exercício subsequente, a cada um dos seguintes sistemas corporativos de que tratam o caput adequar os
órgãos: mesmos de forma a garantir a convergência dos dados
necessários para demonstrar os custos de bens e serviços e
I – órgão central de planejamento e orçamento;
outros objetos de custos, produzidos e oferecidos à
II – órgão central de sistema de correição, auditoria e sociedade pelo Distrito Federal. (AC)
ouvidoria;
Art. 96 (Revogado).
III – órgão central de contabilidade, para composição das
Art. 97 (Revogado).
tomadas de contas dos ordenadores de despesa.
Art. 98 (Revogado).
Art. 91. Cabe ao titular da unidade orçamentária ou ao
ordenador de despesa, solicitar ao órgão central de Art. 99 (Revogado).
planejamento e orçamento a concessão de senha de acesso
Art. 100. Cabe às unidades gestoras cumprir as disposições
ao sistema de PPA e ao Sistema Acompanhamento
deste Decreto, bem como às normas complementares
Governamental – SAG/SIGGo, observado o contido no §1º do
expedidas pelo Órgão Central de Contabilidade do Distrito
artigo 90.
Federal. (NR)
§1º Nos casos de alteração do agente de planejamento ou de
CAPÍTULO XVII
seu desligamento da unidade orçamentária, o titular da
unidade ou ordenador de despesa deverá solicitar, Das Tomadas De Contas Anual Dos Ordenadores De
imediatamente, ao órgão central de planejamento e Despesas
orçamento, o cancelamento da senha do agente e indicar
Art. 101. As tomadas de contas anuais dos ordenadores de
outro servidor para substituí-lo.
despesas das unidades gestoras da Administração Direta e
Art. 92. O acompanhamento físico-financeiro dos programas fundos especiais serão organizadas, anualmente, pelo órgão
de trabalho das unidades orçamentárias do Distrito Federal central de contabilidade, em consonância com o
dar-se-á por intermédio do SAG/SIGGo e do SIAC/SIGGo. estabelecido na Resolução/TCDF nº 38, de 30 de outubro de
1990, e suas alterações, e encaminhadas ao órgão central do
§1º Compete ao órgão central de planejamento e orçamento
sistema de correição, auditoria e ouvidoria, até o dia 30
a gestão do SAG/SIGGo e do Sistema de Elaboração do Plano
(trinta) de abril do ano seguinte àquele a que se referir.
Plurianual – PPA.
§1º As tomadas de contas anuais das unidades citadas no
§2º Os órgãos e entidades da Administração Pública do
caput deste artigo abrangerão as dos ordenadores de
Distrito Federal adotarão providências para se integrarem
despesas, dos agentes recebedores e pagadores a eles
aos sistemas necessários à elaboração de seus instrumentos
subordinados, dos agentes de material e de responsáveis por
de planejamento, caso não possuam acesso a tais sistemas.
depósitos, bem como os que tenham delegação de
CAPÍTULO XVI competência, devendo seus nomes integrar o rol de
responsáveis do órgão competente.
Da Apuração Dos Custos Governamentais
§2º O responsável que não encaminhar sua tomada de
Art. 93. O Sistema de Informações de Custos – SIC, instituído
contas anual, no prazo previsto no caput deste artigo, ficará
e regulado nos termos deste Decreto, tem como objetivo
sujeito a tomada de contas especial.
demonstrar os custos de bens, serviços e outros objetos de
custos produzidos e oferecidos à sociedade pelo Distrito Art. 102. Para organização da tomadas de contas anual dos
Federal, para subsidiar a elaboração de planos e a tomada de ordenadores de despesas, os órgãos da Administração Direta
decisões governamentais. (NR) e fundos especiais deverão:
Art. 94. A Secretaria de Estado de Fazenda, por intermédio I – manter atualizado o módulo Rol de Responsáveis –
do Órgão Central de Contabilidade do Distrito Federal, é a ROLRESP integrante do Sistema Integrado de Gestão
unidade gestora responsável pelo SIC e por acompanhar e Governamental – SIGGo, nos termos do artigo 111; (NR)
orientar as unidades gestoras sobre as informações e
II – encaminhar ao órgão central de contabilidade, no prazo
procedimentos a serem implementados na aplicação da
de 10 (dez) dias contados da data de encerramento do
metodologia de custos do Distrito Federal. (NR)
exercício financeiro no SIAC/SIGGo, para que seja anexado artigo 111, no prazo de 30 (trinta) dias após o encerramento
ao processo de tomada de contas anual do órgão, o dos lançamentos no SIAC/SIGGo;
inventário de material de almoxarifado, contendo,
VI – encaminhar ao órgão central de contabilidade, até o dia
obrigatoriamente, os seguintes documentos:
20 de janeiro do exercício subsequente, o relatório anual de
a) inventário físico e financeiro anual, extraído do Sistema atividades para composição das tomadas de contas dos
Integrado de Gestão de Material – SIGMA, referente ao ordenadores de despesa;
encerramento do exercício;
VII – encaminhar ao órgão central de contabilidade, no prazo
b) avaliação sobre a eficiência e a eficácia da gestão do de 30 (trinta) dias do encerramento dos lançamentos no
material; SIGGo, a relação dos bens apreendidos no ano, sob guarda
da unidade gestora, devidamente assinado pelo ordenador
c) manifestação sobre a regularidade da movimentação,
de despesas, contendo as seguintes informações:
guarda, conservação, segurança e controle dos bens,
inclusive sobre a confiabilidade do sistema de controle, bem a) data da apreensão;
assim quanto ao atendimento das demais normas editadas
b) número do auto de apreensão;
em relação ao assunto pelos órgãos competentes;
c) discriminação e a quantidade do bem;
III – encaminhar ao órgão central de contabilidade, no prazo
de 30 (trinta) dias após o encerramento do exercício d) data de validade do bem;
financeiro no SIAC/SIGGo, os documentos contábeis abaixo
e) estado de conservação do bem;
relacionados, com a assinatura do ordenador de despesa e
contador legalmente habilitado: f) disposição legal;
a) balancete da unidade; g) data de liberação, se for o caso;
b) demonstrativo de créditos adicionais; h) número do documento de liberação, se for o caso.
c) demonstrativo de execução da despesa por Natureza; §1º Para efeito do que dispõe o inciso II do caput deste
artigo, os prazos para início e conclusão dos trabalhos de
d) demonstrativo de execução da despesa por Função;
verificação do estoque de almoxarifado não poderão
e) demonstrativo de execução da despesa por Fonte de exceder a 30 (trinta) dias, devendo abranger todos os itens,
Recursos; não se admitindo que o trabalho seja realizado por
amostragem.
f) demonstrativo de execução da despesa por Programa de
Trabalho; §2º As unidades gestoras que compõem a Administração
Direta, terão até o dia 31 (trinta e um) de dezembro de cada
g) balanço financeiro;
exercício para promover o inventário físico do material
h) balanço orçamentário, nos casos de fundos especiais; estocado no almoxarifado.
i) balanço patrimonial; §3º O órgão central de patrimônio:
j) demonstrativo da Dívida Flutuante; I – disponibilizará aos titulares das Unidades de
Administração Geral ou equivalente, dos órgãos que
k) demonstrativo de variação patrimonial;
compõem a Administração Direta, o demonstrativo de
l) relação de Restos a Pagar Processados, se for o caso; execução patrimonial do exercício, no prazo de 5 (cinco) dias,
contados da data de encerramento dos lançamentos no
m) relação de Restos a Pagar não Processados, se for o caso;
SIAC/SIGGo e no SISGEPAT;
n) demonstrativo da despesa de exercícios anteriores, se for
II – encaminhará, até o dia 1º (primeiro) de outubro de cada
o caso;
exercício, instruções para a elaboração dos trabalhos de
IV – encaminhar o inventário físico-patrimonial ao órgão execução do Inventário Patrimonial de Bens Móveis e
central de patrimônio, no prazo de 5 (cinco) dias, contados Semoventes e de Bens Imóveis.
da data de disponibilização do demonstrativo de execução
§4º O órgão central do sistema de correição, auditoria e
patrimonial do exercício, no Sistema de Gestão de
ouvidoria encaminhará ao órgão central de contabilidade os
Patrimônio – SISGEPAT.
demonstrativos das Tomadas de Contas Especiais
V – encaminhar ao órgão central de contabilidade as instauradas, em andamento ou encerradas, por ela
certidões da situação fiscal perante a Fazenda Pública do executadas, no prazo de 30 (trinta) dias após o
Distrito Federal dos responsáveis por bens, valores e encerramento dos lançamentos no SIAC/SIGGo.
dinheiros públicos e respectivos substitutos legais, inclusive
§5º Para efeito do que dispõe o §4º deste artigo, aos
os que tenham delegação de competência, a que se refere o
demonstrativos, deverão ser anexados, obrigatoriamente, os
documentos comprobatórios da reparação, recuperação, à aplicabilidade dos princípios contábeis das contas de que
ressarcimento ou recomposição dos danos ou razões pelas trata este capítulo.
quais tais fatos não ocorreram.
Art. 109. A tomada de contas anual dos ordenadores de
Art. 103. O órgão central de patrimônio terá prazo de até 15 despesa, após aprovada pelo Tribunal de Contas do Distrito
(quinze) dias, contados da data de recebimento do Federal, será encaminhada para arquivamento nos órgãos de
inventário físico-patrimonial das unidades gestoras, para origem, ficando estes responsáveis pela guarda dos
análise, elaboração de relatórios e encaminhamento da processos.
documentação ao órgão central de contabilidade.
Art. 110. Os processos encaminhados às unidades gestoras,
Art. 104. O órgão responsável por propaganda, publicidade em diligências pelo órgão central do sistema de correição,
e campanhas educativas, encaminhará aos órgãos centrais auditoria e ouvidoria, deverão ser devolvidos no prazo de 15
de contabilidade e do sistema de correição, auditoria e (quinze) dias úteis, com as irregularidades devidamente
ouvidoria, no prazo de 30 (trinta) dias após o encerramento sanadas.
dos lançamentos no SIAC/SIGGo, relatório consolidado das
CAPÍTULO XVIII
despesas por ele ordenadas com propaganda, publicidade e
campanhas educativas no exercício financeiro anterior, Do Sistema De Cadastramento De Responsáveis Por
discriminadas por unidade, credor, programa de trabalho e Dinheiros, Bens Ou Valores Públicos Das Jurisdicionadas
natureza de despesas. Do Distrito Federal/Protoc/Tcdf
Art. 105. O órgão central de administração financeira Art. 111. Cabe às unidades gestoras da Administração
encaminhará aos órgãos centrais de contabilidade e do Pública, direta e indireta, do Distrito Federal registrar e
sistema de correição, auditoria e ouvidoria, no prazo 30 manter atualizado o módulo Rol de Responsáveis – ROLRESP,
(trinta) dias após o encerramento dos lançamentos no integrante do SIGGo, com o nome dos responsáveis por
SIAC/SIGGo, os seguintes documentos: bens, valores e dinheiros públicos e respectivos substitutos
legais, inclusive os que tenham delegação de competência,
I – relatório das receitas não-tributárias do Distrito Federal,
com as seguintes informações: (NR)
arrecadadas mensalmente no ano a que se referir,
devidamente discriminadas; I – CPF;
II – relatório das receitas arrecadadas pelos fundos especiais, II – endereço residencial completo, correio eletrônico e
cujas conciliações bancárias são por ele executadas. telefones para contatos, atualizados;
Art. 106. A Subsecretaria da Receita da Secretaria de Estado III – cargos ou funções públicas no âmbito do Governo do
de Fazenda do Distrito Federal encaminhará ao órgão central Distrito Federal, com a indicação do início e o fim dos
de contabilidade, no prazo de 30 (trinta) dias após o períodos de gestão;
encerramento dos lançamentos no SIGGo, os seguintes
IV – indicação dos atos de nomeação, designação, dispensa
documentos:
ou exoneração e respectivas datas de publicação, sempre
I – relatório das receitas tributárias do Distrito Federal, que for o caso.
arrecada das mensalmente no ano a que se referir,
§1º Devem ser registradas no sistema de que trata este
devidamente discriminadas e em conformidade com os
artigo as informações inerentes aos seguintes responsáveis:
registros disponíveis no SIAC/SIGGo;
I – dirigente máximo da unidade;
II – inventário de mercadorias apreendidas, no ano a que se
referir, em demonstrativos sintéticos, onde deve constar o II – chefes das Unidades de Administração Geral ou cargos
valor do saldo do exercício anterior, movimentação no equivalentes;
exercício com os valores e discriminação dos lotes
III – ordenadores de despesa;
apreendidos e liberados e valor do saldo final em 31 (trinta e
um) de dezembro, em conformidade com os registros IV – ordenadores de restituição de receita;
disponíveis no SIAC/SIGGo.
V – responsáveis por setores financeiros e outros co-
Art. 107. As unidades da Administração Direta gestoras de responsáveis por atos de gestão;
fundos especiais encaminharão ao órgão central de
VI – encarregados e responsáveis por almoxarifados e por
contabilidade, no prazo de 30 (trinta) dias após o
materiais em estoque;
encerramento dos lançamentos no SIAC/SIGGo, o relatório
de receitas arrecadadas pelos fundos especiais por elas VII – responsáveis por depósitos de mercadorias e bens
geridos. apreendidos;
Art. 108. O órgão central de contabilidade emitirá parecer VIII – gestores e membros dos conselhos fiscais e de
com pronunciamento conclusivo sobre a observância quanto administração dos fundos especiais;
IX – responsáveis por setores de elaboração de folhas de III – balanço orçamentário, acompanhado de:
pagamento de pessoal;
a) cópia do orçamento do exercício, com suas alterações e
X – demais responsáveis por dinheiros, bens e valores do demonstrativo de execução;
públicos.
b) quadros comparativos da receita estimada com a
§2º Os titulares das Unidades da Administração Direta e arrecadada, por fontes, e da despesa autorizada com a
Indireta deverão remeter, respectivamente, ao órgão central realizada, por natureza e por projetos e atividades;
de contabilidade e ao órgão central de correição, auditoria e
IV – balanço financeiro;
ouvidoria:
V – balanço patrimonial, acompanhado de:
a) até o 5º (quinto) dia útil seguinte ao término de cada
trimestre, expediente informando sobre o cumprimento do a) termo de conferência de saldo em caixa, almoxarifados e
disposto neste artigo, para fins de conformidade dos depósitos de bens;
registros;
b) extratos de contas correntes ou memorandos bancários
b) até 31 de janeiro do exercício seguinte, relatório contendo comprobatórios dos saldos, devidamente conciliados;
o rol de responsáveis, assinado pelos gestores ou dirigentes,
c) demonstração discriminada dos saldos dos créditos
para fins de anexação às contas anuais.
vencidos, com as razões do não-recebimento;
§3º Os órgãos centrais de contabilidade e do sistema de
d) demonstração discriminada das dívidas vencidas,
correição, auditoria e ouvidoria do Poder Executivo, assim
indicando-se as razões do não-pagamento;
como o Tribunal de Contas do Distrito Federal terão acesso
irrestrito ao ROLESP para consultar, acessar e transferir e) demonstração sintética das imobilizações, indicados o
bases de dados, imprimir relatórios e demais atividades saldo do exercício anterior e as aquisições e baixas havidas
inerentes as suas competências legais. no período;
CAPÍTULO XIX VI – demonstração das variações patrimoniais;
Da Prestação De Contas Dos Órgãos Da Administração VII – pronunciamento ou parecer conclusivo do Conselho
Indireta Deliberativo ou órgãos equivalente;
Art. 112. Os órgãos da Administração Indireta deverão VIII – parecer conclusivo do Conselho Fiscal ou órgão
encaminhar as contas anuais de seus dirigentes, ao órgão equivalente, com indicação:
central do sistema de correição, auditoria e ouvidoria, até o
a) das irregularidades apuradas no exame das contas e no
dia 30 (trinta) de abril do ano seguinte àquele a que se
desempenho de suas atribuições, no período;
referirem, para as medidas de sua competência.
b) da situação dos dirigentes responsáveis perante os cofres
Art. 113. O responsável que não apresentar sua prestação de
da entidade.
contas, no prazo previsto no artigo 112, ficará sujeito a
tomada de contas especial. IX – relatório do controle interno sobre a eficiência e a
eficácia da gestão contábil, financeira, orçamentária e
Art. 114. As prestações de contas dos dirigentes das
patrimonial da entidade;
autarquias e fundações deverão constituir-se, além de
outros exigidos em legislação específica, dos seguintes X – relatório de auditoria expedido pelo órgão próprio da
documentos: Administração, com o resultado de auditorias ou inspeções
realizadas no período;
I – relatório do organizador do processo, que conterá:
XI – certificado de auditoria, que contenha:
a) nomes, cargos e períodos da gestão dos dirigentes;
a) qualificação funcional do responsável pelas contas e o
b) exame das operações realizadas no exercício de referência
período a que se referem;
e da situação dos dirigentes perante os cofres da entidade;
b) declaração de que os registros e demonstrativos contábeis
c) esclarecimentos sobre a correta escrituração contábil dos
foram processados de conformidade com as normas
documentos e demais elementos geradores dos resultados
vigentes;
financeiros e patrimoniais demonstrados;
c) esclarecimento quanto ao exame dos documentos que
d) razões do pagamento, se for o caso, de juros, multas e
originaram a tomada de contas, indicando os critérios e
correção monetária, em decorrência da liquidação de dívidas
procedimentos adotados e a extensão das verificações
vencidas;
realizadas;
II – relatório anual das atividades, firmado pelo
d) declaração quanto à observância dos princípios
administrador ou pelo ordenador de despesas;
fundamentais de contabilidade, das normas brasileiras de
contabilidade e quanto à consistência dos critérios adotados explicitando, em caso de irregularidade, as providências
em relação ao período anterior; adotadas para resguardo do interesse público.
e) ressalvas ou restrições, com os motivos delas Art. 116. As prestações de contas de que trata os artigos 114
determinantes; e 115 serão acompanhadas, ainda, do inventário físico dos
bens móveis e imóveis.
f) situação do responsável perante a Fazenda Pública;
§1º Do inventário físico, realizado por comissão
XII – pronunciamento conclusivo sobre as contas, assinado
especialmente constituída para levantá-lo, deverão constar:
pelo titular da Secretaria a que estiver vinculada a entidade,
com indicação, em caso de irregularidade, das providências a) descrição, registro patrimonial, localização, condições de
adotadas para resguardo do interesse público. uso e valor dos bens móveis;
Art. 115. As contas dos administradores de empresas b) características, localização, tombamento e valor dos bens
públicas e sociedades de economia mista regem-se pela imóveis, com indicação do número de registro em cartório;
legislação a elas aplicável e deverão constituir-se, além de
c) declaração, firmada pela comissão, de que o levantamento
outros exigidos em legislação específica, dos seguintes
implicou averiguação in loco da existência real dos bens
documentos:
móveis e confirmação da propriedade dos imóveis; e
I – relatório do organizador do processo, elaborado em
d) outras informações relacionadas com fatos verificados e
conformidade com o inciso I do artigo 114;
providências adotadas no curso dos levantamentos.
II – cópia do orçamento do exercício, com suas alterações, e
§2º Se a entidade possuir sistema de controle patrimonial
do demonstrativo da execução;
que realize, de forma comprovadamente eficiente,
III – balanço patrimonial, acompanhado dos elementos verificações da existência física dos bens móveis e da real
enumerados no inciso V do artigo 114, de demonstrativos da propriedade dos imóveis, poderá o inventário físico, a
correção monetária e das depreciações realizadas no critério do Tribunal de Contas do Distrito Federal e mediante
período; pedido prévio devidamente fundamentado, ser remetido a
cada triênio.
IV – demonstração das mutações do patrimônio líquido no
período; §3º Deferida a remessa trienal, as prestações de contas
anuais, neste aspecto, serão acompanhadas de:
V – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
a) declaração dos responsáveis pela execução das atividades
VI – demonstração das origens e aplicação de recursos;
referidas no §2º deste artigo, indicando-se as verificações
VII – demonstrativo da composição acionária do capital realizadas no período e as irregularidades eventualmente
social, com especificação das entidades distritais acionistas apuradas; e
ou cotistas e respectivos percentuais de participação;
b) pronunciamento da auditoria do órgão central do sistema
VIII – notas explicativas e quadros analíticos ou de correição, auditoria e ouvidoria e, se for o caso, de
demonstrações contábeis necessárias ao esclarecimento da auditores independentes, que atestem a eficiência do
situação patrimonial e do resultado do exercício; controle a que se refere o §2º deste artigo.
IX – relatório da diretoria; CAPÍTULO XX
X – pronunciamento conclusivo do Conselho de Do Sistema Integrado De Gestão Governamental – Siggo
Administração ou órgão equivalente;
Art. 117. A Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito
XI – parecer conclusivo do Conselho Fiscal, com os Federal é responsável pela administra-ção, produção,
esclarecimentos indicados no inciso VIII do artigo 114; manutenção corretiva, adaptativa e evolutiva e pela
modernização e segurança do Sistema Integrado de Gestão
XII – cópia da ata da assembléia geral de acionistas ou da
Governamental - Siggo.
reunião de cotistas em que se deu a apreciação das contas;
Parágrafo único. A Unidade Central de Contabilidade, como
XIII – resultados de trabalhos de auditoria realizados na
gestora do Siggo, orientará, em conjunto com os gestores
entidade por empresas ou auditores especializados;
dos subsistemas, as unidades orçamentárias do Distrito
XIV – relatório e certificado de auditoria expedidos pelo Federal sobre os atos de gestão orçamentária, financeira,
órgão central do sistema de correição, auditoria e ouvidoria, contábil e patrimonial do Governo do Distrito Federal.
na forma dos incisos X e XI do artigo 114;
Art. 118. São gestores dos subsistemas integrantes do Siggo:
XV – pronunciamento conclusivo sobre as contas, firmado
I - A Unidade Central de Contabilidade:
pelo titular da Secretaria a que estiver vinculada a entidade,
a) gestora do subsistema Segurança e Controle do Acesso;
b) gestora do subsistema Administração Financeira e Art. 121. Os deputados distritais, no exercício do mandato,
Contábil; os membros e os servidores auditores do Tribunal de Contas
do Distrito Federal terão acesso irrestrito ao modo
II - O Órgão Central de Planejamento e Orçamento:
CONSULTA do Siac e de outros sistemas integrados ao Siggo.
a) gestor do subsistema Planos Plurianuais de Governo;
Art. 122. Os registros contábeis, resultantes da emissão de
b) gestor do subsistema Elaboração e Execução do documentos representativos de atos e fatos da gestão
Orçamento; orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, serão feitos
de acordo com os eventos definidos pela Unidade Central de
c) gestor do subsistema Planejamento e Ações de Governo;
Contabilidade e ficarão sob a responsabilidade do ordenador
III - O Órgão Central do Sistema Jurídico: de despesas.
a) gestor do subsistema Representação e Consultoria Art. 123. As sugestões de alterações corretivas, evolutivas ou
Jurídica; adaptativas no Siggo serão enca-minhadas para análise e
deliberação do gestor do sistema, definido no art. 117 deste
IV - A Câmara Legislativa do Distrito Federal:
Decreto.
a) gestora do subsistema Regulamentação Legislativo-
§1° A Unidade de Administração Tecnológica da Secretaria
Orçamentária.
de Estado de Fazenda implementará as ações necessárias de
Art. 119. O acesso ao Siggo será concedido pelos gestores de manutenção corretiva, adaptativa, evolutiva e as de
cada subsistema, mediante con-cessão de senha produção e segurança do Siggo.
personalizada e habilitação, em perfil determinado, para o
§2° Os casos omissos, referentes à operação do Siggo, serão
desenvolvimento de atividades voltadas aos atos de gestão
dirimidos pela Unidade Central de Contabilidade.
orçamentária, financeira, contábil e patrimonial do Governo
do Distrito Federal. Art. 124. As mensagens encaminhadas pelos gestores dos
subsistemas que integram o Siggo e pelo Órgão Central do
§1º A inclusão no Siggo será executada pelos cadastradores
Sistema de Correição, Auditoria e Ouvidoria, por meio da
de cada subsistema, mediante ficha de cadastro,
função “COMU-NICA”, possuem caráter oficial, podendo
devidamente preenchida, contendo assinatura do usuário,
estabelecer orientações, determinações, procedimentos
carimbo e assinatura do ordenador de despesa da unidade
técnicos, requisições e cumprimento de prazos. (NR)
gestora.
CAPÍTULO XXI
§2º Cada unidade integrante da Administração Pública do
Distrito Federal indicará dois servido-res, que serão Das Comunicações
habilitados para executar a conformidade e promover a
Art. 125. Compete à Procuradoria Geral do Distrito Federal
validação desses usuários, a cada trinta dias.
remeter ao órgão central de contabilidade o demonstrativo
§3º A habilitação de senha para acesso ao Siggo será de movimentação financeira dos parcelamentos
concedida com prioridade aos servidores integrantes da administrativos, até o dia 5 (cinco) de cada mês.
carreira de Auditoria de Controle Interno e, na falta destes,
Art. 126. Compete ao órgão central de patrimônio remeter
aos servidores efetivos e empregados públicos do quadro de
ao órgão central de contabilidade:
pessoal do Governo do Distrito Federal.
I – demonstrativo mensal de incorporação, transferência e
§4º Caso não tenha um número suficiente ou não haja
baixa de bens móveis, semoventes e bens imóveis dos órgãos
nenhum dos servidores citados no pará-grafo anterior,
da Administração Direta, até o dia 5 (cinco) de cada mês;
lotados ou em exercício na unidade gestora, a habilitação
poderá ser concedida aos servidores comissionados, II – demonstrativo anual de incorporação, transferência e
mediante declaração expressa do chefe da unidade, baixa de bens móveis, semoventes e bens imóveis dos órgãos
ratificada pelo seu superior hierárquico. da Administração Direta, referente ao exercício anterior, no
prazo de até 05 (cinco) dias, contados da data de
§5º O usuário habilitado no Siac/Siggo, em nível de
encerramento dos lançamentos no SIGGo e no SISGEPAT.
execução, somente poderá atuar em um dos estágios da
despesa - empenho, liquidação ou pagamento. Art. 127 Os materiais de natureza permanente e de
consumo, inclusive aqueles adquiridos por meio de
Art. 120. O servidor detentor de senha é responsável pelos
suprimentos de fundos durante o exercício, deverão ter
atos praticados no âmbito do Siggo, estando sujeito às
trânsito obrigatório pelo almoxarifado, de forma a coincidir
penalidades previstas na Lei Federal n° 8.112, de 11 de
os valores das entradas desses materiais com os constantes
dezembro de 1990, recepcionada no Distrito Federal pela Lei
do demonstrativo da execução anual da despesa, na parte
nº 197/1991.
relativa às Despesas Correntes e de Capital do exercício,
excluindo os valores referentes a obras.
Art. 128. A Subsecretaria de Gestão de Pessoas da Secretaria II - solicitar a inscrição na dívida ativa da Fazenda Pública do
de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Distrito Federal dos haveres apurados em tomadas de contas
Federal remeterá ao órgão central de administração especiais ou acordos administrativos que delas decorram
financeira, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas do
III - promover o acompanhamento e controle do
fechamento da folha de pagamento, o quadro consolidado
ressarcimento dos valores devidos ao Erário do Distrito
de resumo da despesa de pessoal e encargos sociais.
Federal, apurados em tomadas de contas especiais ou
Art. 129. Todas as unidades gestoras que dispõem de conta acordos administrativos que delas decorram, executando as
bancária deverão encaminhar ao órgão central de ações necessárias à regularização do débito
contabilidade, até o dia 10 (dez) do mês subsequente, a
IV - promover, após o julgamento efetuado pelo Tribunal de
conciliação mensal das contas bancárias, acompanhada da
Contas do Distrito Federal ou o trânsito em julgado no Poder
declaração do saldo fornecida pelo estabelecimento
Judiciário, o acompanhamento e controle do ressarcimento
bancário.
dos valores devidos ao erário do Distrito Federal, até que
§1° O órgão central de administração financeira é o seja promovida a quitação do débito.
responsável pelo encaminhamento das conciliações
Parágrafo único. A unidade gestora deverá encaminhar à
bancárias, por ele administradas, dos fundos especiais e da
unidade de patrimônio os processos de tomada de contas
Conta Única.
especial, que tratam de bens patrimoniais, para proceder ao
§2° Deverão constar da conciliação bancária do Tesouro as registro patrimonial pertinente.
contas referentes aos recursos bloqueados. Art. 130. Os
CAPÍTULO XXII
órgãos da Administração Direta deverão:
Das Disposições Finais
I – encaminhar ao órgão central de contabilidade os
demonstrativos, devidamente conciliados com os valores do Art. 133. A Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito
SIAC/SIGGo de entradas e saídas do almoxarifado, referentes Federal e a Secretaria de Estado de Planejamento,
a material de consumo, equipamento, material permanente Orçamento e Gestão do Distrito Federal e a Corregedoria-
e material de distribuição gratuita, até o dia 05 (cinco) de Geral do Distrito Federal poderão baixar instruções
cada mês. específicas para a execução das disposições deste Decreto, a
fim de melhor ajustá-lo às necessidades da execução
II – encaminhar ao órgão central de patrimônio:
orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do Distrito
a) os documentos necessários à incorporação de bens Federal.
móveis, semoventes e de bens imóveis, e as vias dos termos
Art. 134. O dirigente de unidade gestora do Distrito Federal
de movimentação de bens patrimoniais móveis, entre
e seu respectivo ordenador de despesa será pessoalmente
unidades administrativas, e termos de recolhimento de bens
responsável por suas ações e omissões, no que tange à
patrimoniais, nos prazos estipulados no Decreto nº 16.109,
administração orçamentária, financeira, patrimonial e
de 1° de dezembro de 1994;
contábil, nos termos da Lei Orgânica do Distrito Federal e de
b) o inventário físico-patrimonial e o demonstrativo de bens outras normas aplicáveis ao caso, sem prejuízo da punição
móveis, semoventes e de bens imóveis, após ratificação, em de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação das
que conste o saldo anterior, as aquisições, transferências e sanções cabíveis.
baixas ocorridas no exercício e o saldo para o exercício
Art. 135. O descumprimento do disposto neste Decreto
seguinte, no prazo de até 05 (cinco) dias, a contar da data de
suspenderá os pagamentos e transferências de recursos pela
disponibilização do demonstrativo de execução patrimonial
Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal, e a
do exercício no SISGEPAT.
abertura de créditos adicionais pela Secretaria de Estado de
Art. 131. Quando a aplicação de material der origem a um Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal,
bem imóvel ou lhe trazer melhorias, na forma do §4° do enquanto perdurar a irregularidade, ficando a unidade
artigo 50, deverá ser encaminhada comunicação ao órgão responsabilizada por qualquer prejuízo que desse fato
central de patrimônio, com os dados indispensáveis à sua derivar.
incorporação no acervo patrimonial do Distrito Federal.
Parágrafo único. A suspensão de que trata este artigo não se
Art. 132. Aos órgãos do Distrito Federal cabe: aplica às despesas de caráter continuado e de pessoal.
I - realizar e acompanhar os registros contábeis de Art. 136. Verificada qualquer irregularidade na execução
responsabilidades, inerentes às tomadas de contas especiais orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do Distrito
e aos acordos administrativos que delas decorram, apurados Federal, o órgão central de contabilidade notificará, por
no âmbito do respectivo órgão meio de ofício e (ou) mensagem no SIGGo, o ordenador da
despesa, que deverá, no prazo de 15 (quinze) dias a partir da
notificação, promover junto ao referido órgão a (dois) anos, ressalvadas as hipóteses de movimentação por
regularização do ato ou fato apontado. interesse do serviço;
Parágrafo único. Em caso de não atendimento da IV – firmar o termo de compromisso com o órgão onde esteja
notificação, o órgão central de contabilidade comunicará o lotado;
fato ao órgão central do sistema de correição, auditoria e
V – estar em efetivo exercício nos sistemas de Planejamento,
ouvidoria para as providências pertinentes.
Orçamento, Financeiro, Contábil e Patrimonial do Poder
Art. 137. Para fiel e uniforme aplicação da presente norma, Executivo do Distrito Federal – SIPOA e de Correição e
cabe ao Governo do Distrito Federal, por meio das Auditoria – SICAO, conforme determinações da Lei n° 830, de
Secretarias de Estado de Fazenda do Distrito Federal, de 27 de dezembro de 1994, com as alterações da Lei n° 3.105,
Planejamento, Orçamento e Gestão e da Corregedoria-Geral de 27 de dezembro de 2002.
do Distrito Federal:
Art. 140. Para capacitação em treinamentos com carga
I – prover, sistematicamente, seu quadro funcional, por meio horária igual ou superior a 300 (trezentas) horas, o servidor
da realização de concursos públicos, para integrantes da deverá atender a todas as condições constantes do artigo
Carreira Auditoria de Controle Interno; 139, além de estar distante há pelo menos cinco anos da
aposentadoria.
II – realizar programa de capacitação para implementação
sistemática, por meio de cursos de formação, reciclagens e Art. 140-A Os contratos celebrados pelo Departamento de
treinamentos para os servidores lotados e em exercício nos Estradas de Rodagem do Distrito Federal terão como
órgãos que compõem o Sistema de Controle Interno no que executor, preferencialmente, servidor ocupante de cargo de
concerne às funções de planejamento, orçamento e provimento efetivo ou empregado permanente, ou comissão
administração financeira, contábil e patrimonial, correição, por este composta, exceto os contratos celebrados por
auditoria pública e ouvidoria, respeitadas as características aquela autarquia em valor acima de R$ 10.000.000,00 (dez
inerentes às atividades desenvolvidas pelos respectivos milhões de reais), que terão como executor,
cargos; necessariamente, servidor ocupante de cargo de provimento
efetivo ou empregado permanente, ou comissão por este
III – para os fins previstos neste artigo, serão promovidas,
composta.
quando necessário, conferências, reuniões técnicas,
seminários ou outras formas de organização, com a Parágrafo único. A designação do executor de que trata o
participação de representantes das entidades locais caput deste artigo é válida até o término de vigência do
abrangidas por estas Normas ou da área federal e respectivo contrato.
internacional;
Art. 140-B Os contratos celebrados pela Companhia de
IV – dispor de programa de trabalho orçamentário para fazer Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal terão
jus ao que dispõe este artigo. como executor, preferencialmente, servidor ocupante de
cargo de provimento efetivo ou empregado permanente, ou
Art. 138. Será obrigatória a participação do servidor nos
comissão por este composta, exceto os contratos celebrados
cursos de capacitação relacionados às atividades por ele
por aquela empresa pública em valor acima de R$
desenvolvidas.
10.000.000,00 (dez milhões de reais), que terão como
Parágrafo único. A iniciativa da inscrição nos cursos de executor, necessariamente, servidor ocupante de cargo de
capacitação será do servidor ou de sua chefia imediata, provimento efetivo ou empregado permanente, ou comissão
devendo esta manifestar a sua concordância. por este composta.
Art. 139. Para a capacitação em treinamentos com carga Parágrafo único. A designação do executor de que trata o
horária igual ou superior a 120 (cento e vinte) horas, o caput deste artigo é válida até o término de vigência do
servidor deverá atender as seguintes condições: respectivo contrato.
I – apresentar pedido de liberação do horário, total ou Art. 140-C. No último ano de mandato do Chefe do Poder
parcial, contendo justificativa, com enfoque no grau de Executivo serão conciliados os valores das inscrições dos
aplicabilidade do curso, nos serviços desempenhados pelo precatórios com a Coordenadoria de Conciliação de
servidor e/ou afetos à unidade administrativa onde esteja Precatórios, até 10 de dezembro.
lotado;
Art. 141. Este Decreto entra em vigor 1º de janeiro de 2011.
II – ter grau de escolaridade e atribuições profissionais
Art. 142. Revogam-se as disposições em contrário, em
compatíveis com o treinamento ou estudo solicitado;
especial o Decreto nº 16.098, de 29 de novembro de 1994.
III – permanecer lotado em local que desenvolva atividades
Brasília, 15 de dezembro de 2010.
correlatas com o conteúdo desenvolvido por, no mínimo, 2
123º da República e 51º de Brasília
ROGÉRIO SCHUMANN ROSSO Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo
as operações de credito por antecipação da receita, as
CONTABILIDADE PÚBLICA emissões de papel-moeda e outras
compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
entradas
(Veto
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
LEI Nº 4.320/1964 Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá tôdas as despesas
próprias dos órgãos do Govêrno e da administração
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para centralizada, ou que, por intermédio dêles se devam realizar,
elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, observado o disposto no artigo 2°.
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono destinadas a atender indiferentemente a despesas de
a seguinte Lei: pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
parágrafo único.
Disposição Preliminar Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da § 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento
acôrdo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da da entidade obrigada a transferência e, como receita, no
Constituição Federal. orçamento da que as deva receber.
TÍTULO I § 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o
Da Lei de Orçamento calculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço
do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta
CAPÍTULO I orçamentária do governo obrigado a transferência. (Veto
Disposições Gerais rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da Art. 7º A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao
receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica Executivo para:
financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos I - Abrir créditos suplementares até determinada
os princípios de unidade universalidade e anualidade. importância obedecidas as disposições do artigo 43;
§ 1º Integrarão a Lei de Orçamento: (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro,
funções do Govêrno; operações de crédito por antecipação da receita, para
atender a insuficiências de caixa.
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as
Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº 1; § 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as
fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva utilizar para atender a sua cobertura.
legislação;
§ 2º O produto estimado de operações de crédito e de
IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e da alienação de bens imóveis sòmente se incluirá na receita
Administração. quando umas e outras forem especìficamente autorizadas
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento: pelo Poder Legislativo em forma que jurìdicamente
possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação
dos fundos especiais; § 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo
anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos da própria Lei de Orçamento.
Anexos nºs 6 a 9;
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada
III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho órgão do Govêrno ou unidade administrativa, a que se refere
do Govêrno, em têrmos de realização de obras e de o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo
prestação de serviços.
nº 2.
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas, § 1º Os itens da discriminação da receita e da despesa,
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identificados
por números de códigos decimal, na forma dos Anexos nºs 3 RECEITA PATRIMONIAL
e 4.
RECEITA AGROPECUÁRIA
§ 2º Completarão os números do código decimal referido no
RECEITA INDUSTRIAL
parágrafo anterior os algarismos caracterizadores da
classificação funcional da despesa, conforme estabelece o RECEITA DE SERVIÇOS
Anexo nº 5.
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
§ 3º O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
adoção de códigos locais.
RECEITAS DE CAPITAL
CAPÍTULO II
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Da Receita
ALIENAÇÃO DE BENS
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades
de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao
custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
essas entidades. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 10. (Vetado).
CAPÍTULO III
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias
Da Despesa
econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982) Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias
econômicas: (Vide Decreto-lei nº 1.805, de 1980)
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de DESPESAS CORRENTES
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos
Despesas de Custeio
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis Transferências Correntes
em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei DESPESAS DE CAPITAL
nº 1.939, de 1982)
Investimentos
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização
de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; Inversões Financeiras
da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos Transferências de Capital
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de § 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. para manutenção de serviços anteriormente criados,
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982) inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e
adaptação de bens imóveis.
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do
balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, § 2º Classificam-se como Transferências Correntes as
apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não dotações para despesas as quais não corresponda
constituirá item de receita orçamentária. (Redação dada contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982) contribuições e subvenções destinadas a atender à
manutenção de outras entidades de direito público ou
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte privado.
esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
1982) § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as
transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das
RECEITAS CORRENTES entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
RECEITA TRIBUTÁRIA I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições
Impostos. públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem
finalidade lucrativa;
Taxas.
II - subvenções econômicas, as que se destinem a emprêsas
Contribuições de Melhoria. públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES ou pastoril.
Das Transferências Correntes Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para
investimentos que se devam incorporar ao patrimônio das
I) Das Subvenções Sociais
emprêsas privadas de fins lucrativos.
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às
financeiras a concessão de subvenções sociais visará a
transferências de capital à conta de fundos especiais ou
prestação de serviços essenciais de assistência social, médica
dotações sob regime excepcional de aplicação.
e educacional, sempre que a suplementação de recursos de
origem privada aplicados a êsses objetivos, revelar-se mais TÍTULO II
econômica.
Da Proposta Orcamentária
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que
CAPÍTULO I
possível, será calculado com base em unidades de serviços
efetivamente prestados ou postos à disposição dos Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária
interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo
prèviamente fixados.
encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos
Art. 17. Somente à instituição cujas condições de nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios,
funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos compor-se-á:
oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.
I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da
II) Das Subvenções Econômicas situação econômico-financeira, documentada com
demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de
Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das
créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos
emprêsas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á
financeiros exigíveis; exposição e justificação da política
mediante subvenções econômicas expressamente incluídas
econômica-financeira do Govêrno; justificação da receita e
nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado,
despesa, particularmente no tocante ao orçamento de
do Município ou do Distrito Federal.
capital;
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como
II - Projeto de Lei de Orçamento;
subvenções econômicas:
III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os
receita e despesa, constarão, em colunas distintas e para fins
preços de mercado e os preços de revenda, pelo Govêrno, de
de comparação:
gêneros alimentícios ou outros materiais;
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a
àquele em que se elaborou a proposta;
produtores de determinados gêneros ou materiais.
b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira,
proposta;
a qualquer título, a emprêsa de fins lucrativos, salvo quando
se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido c) A receita prevista para o exercício a que se refere a
expressamente autorizada em lei especial. proposta;
SEÇÃO II d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
Das Despesas de Capital e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a
proposta; e
SUBSEÇÃO PRIMEIRA
f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a
Dos Investimentos
proposta.
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho
Orçamento segundo os projetos de obras e de outras
custeados por dotações globais, em têrmos de metas
aplicações.
visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de
por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente justificação econômica, financeira, social e administrativa.
às normas gerais de execução da despesa poderão ser
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para
custeadas por dotações globais, classificadas entre as
cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas
Despesas de Capital.
principais finalidades, com indicação da respectiva
SUBSEÇÃO SEGUNDA legislação.
Das Transferências de Capital CAPÍTULO II
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art.
o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.
saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
§ 5º A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na
com prescrição interrompida e os compromissos
Procuradoria da Fazenda Nacional. (Incluído pelo Decreto
reconhecidos após o encerramento do exercício
Lei nº 1.735, de 1979)
correspondente poderão ser pagos à conta de dotação
específica consignada no orçamento, discriminada por TÍTULO V
elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem
Dos Créditos Adicionais
cronológica. (Regulamento)
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa
Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada
não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de
no exercício; quando a anulação ocorrer após o
Orçamento.
encerramento dêste considerar-se-á receita do ano em que
se efetivar. Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação
tributária ou não tributária, serão escriturados como receita orçamentária;
do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja
rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei
dotação orçamentária específica;
nº 1.735, de 1979)
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e
§ 1º Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo
imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou
transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na
calamidade pública.
forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro
próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão
receita será escriturada a esse título. (Incluído pelo autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais
§ 2º Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer
dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a a despesa e será precedida de exposição justificativa.
tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde
como os provenientes de empréstimos compulsórios,
que não comprometidos: (Veto rejeitado no D.O.
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer
05/05/1964)
origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios,
alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
serviços prestados por estabelecimentos públicos, exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
indenizações, reposições, restituições, alcances dos
II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto
responsáveis definitivamente julgados, bem assim os
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira,
de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações
contratos em geral ou de outras obrigações legais. orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
(Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979) (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 3º O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda IV - o produto de operações de credito autorizadas, em
estrangeira será convertido ao correspondente valor na forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data realiza-las. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva
administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-
Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as
monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos operações de credito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no
legais pertinentes aos débitos tributários. (Incluído pelo D.O. 05/05/1964)
Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins
§ 4º A receita da Dívida Ativa abrange os créditos
deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês
mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os a mês entre a arrecadação prevista e a realizada,
valores correspondentes à respectiva atualização monetária, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. (Veto
à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º
rejeitado no D.O. 05/05/1964) (Vide Lei nº 6.343, de Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e
1976) quaisquer outras rendas com vencimento determinado em
lei, regulamento ou contrato.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes
de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a importância dos Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição
créditos extraordinários abertos no exercício. (Veto competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a
rejeitado no D.O. 05/05/1964) pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por Art. 54. Não será admitida a compensação da obrigação de
decreto do Poder Executivo, que dêles dará imediato recolher rendas ou receitas com direito creditório contra a
conhecimento ao Poder Legislativo. Fazenda Pública.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos
exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa das importâncias que arrecadarem.
disposição legal em contrário, quanto aos especiais e
§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a
extraordinários.
soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a data a assinatura do agente arrecadador. (Veto rejeitado
importância, a espécie do mesmo e a classificação da no D.O. 05/05/1964)
despesa, até onde fôr possível.
§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.
TÍTULO VI
Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em
Da Execução do Orçamento estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria,
vedada qualquer fragmentação para criação de caixas
CAPÍTULO I
especiais.
Da Programação da Despesa
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de 3º desta lei serão classificadas como receita orçamentária,
Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder sob as rubricas próprias, tôdas as receitas arrecadadas,
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que
despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a não previstas no Orçamento. (Veto rejeitado no D.O.
utilizar. 05/05/1964)
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior CAPÍTULO III
atenderá aos seguintes objetivos:
Da Despesa
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de
soma de recursos necessários e suficientes a melhor
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
execução do seu programa anual de trabalho;
pagamento pendente ou não de implemento de condição.
b) manter, durante o exercício, na medida do possível o (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada,
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite
de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de
dos créditos concedidos. (Redação dada pela Lei nº 6.397,
tesouraria.
de 1976)
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição
do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos
Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês
adicionais e as operações extra-orçamentárias.
do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o despesa prevista no orçamento vigente. (Incluído pela Lei
exercício, observados o limite da dotação e o nº 6.397, de 1976)
comportamento da execução orçamentária.
§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo
CAPÍTULO II período, assumir, por qualquer forma, compromissos
financeiros para execução depois do término do mandato do
Da Receita
Prefeito. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976)
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que
§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam
a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício
nos casos comprovados de calamidade pública. (Incluído
sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa
pela Lei nº 6.397, de 1976)
aduaneira e o impôsto lançado por motivo de guerra.
§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e
atos praticados em desacordo com o disposto nos parágrafos
1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das
Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º dotações de pessoal, de uma para outra unidade
201, de 27 de fevereiro de 1967. (Incluído pela Lei nº orçamentária, quando considerada indispensável à
6.397, de 1976) movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros
comuns às unidades interessadas, a que se realize em
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
obediência à legislação específica.
empenho.
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica
virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de
será dispensada a emissão da nota de empenho.
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de
montante não se possa determinar. pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para êsse fim.
§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais
e outras, sujeitas a parcelamento. Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de
despesas expressamente definidos em lei e consiste na
Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento
entrega de numerário a servidor, sempre precedida de
denominado "nota de empenho" que indicará o nome do
empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas,
credor, a representação e a importância da despesa bem
que não possam subordinar-se ao processo normal de
como a dedução desta do saldo da dotação própria.
aplicação.
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem
ordenado após sua regular liquidação.
a responsável por dois adiantamentos. (Veto rejeitado
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do no D.O. 05/05/1964)
direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a
documentos comprobatórios do respectivo crédito.
adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei,
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar: respeitado o princípio da concorrência.
I - a origem e o objeto do que se deve pagar; TÍTULO VII
II - a importância exata a pagar; Dos Fundos Especiais
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas
obrigação. especificadas que por lei se vinculam à realização de
determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou
normas peculiares de aplicação.
serviços prestados terá por base:
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a
I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;
fundos especiais far-se-á através de dotação consignada na
II - a nota de empenho; Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.
III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o
efetiva do serviço. instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em
balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por
do mesmo fundo.
autoridade competente, determinando que a despesa seja
paga. Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar
normas peculiares de contrôle, prestação e tomada de
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser
contas, sem de qualquer modo, elidir a competência
exarada em documentos processados pelos serviços de
específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
contabilidade. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
TÍTULO VIII
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por
tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por Do Contrôle da Execução Orçamentária
estabelecimentos bancários credenciados e, em casos
CAPÍTULO I
excepcionais, por meio de adiantamento.
Disposições Gerais
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades
orçamentárias poderão quando expressamente Art. 75. O contrôle da execução orçamentária
determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por compreenderá:
órgãos centrais de administração geral.
Art. 93. Tôdas as operações de que resultem débitos e pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados
créditos de natureza financeira, não compreendidas na com os saldos em espécie provenientes do exercício
execução orçamentária, serão também objeto de registro, anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
individuação e contrôle contábil.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão
CAPÍTULO III computados na receita extra-orçamentária para compensar
sua inclusão na despesa orçamentária.
Da Contabilidade Patrimonial e Industrial
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de
evidenciará as alterações verificadas no patrimônio,
caráter permanente, com indicação dos elementos
resultantes ou independentes da execução orçamentária, e
necessários para a perfeita caracterização de cada um dêles
indicará o resultado patrimonial do exercício.
e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens
móveis e imóveis. I - O Ativo Financeiro;
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá II - O Ativo Permanente;
por base o inventário analítico de cada unidade
III - O Passivo Financeiro;
administrativa e os elementos da escrituração sintética na
contabilidade. IV - O Passivo Permanente;
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos V - O Saldo Patrimonial;
devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas
VI - As Contas de Compensação.
patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores
Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de
realizáveis independentemente de autorização
exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender
orçamentária e os valores numerários.
a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e
serviços públicos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) § 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e
valores, cuja mobilização ou alienação dependa de
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com
autorização legislativa.
individuação e especificações que permitam verificar, a
qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas
os respectivos serviços de amortização e juros. e outras pagamento independa de autorização
orçamentária.
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não
organizados como emprêsa pública ou autárquica, manterão § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas
contabilidade especial para determinação dos custos, fundadas e outras que dependam de autorização legislativa
ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração para amortização ou resgate.
patrimonial e financeira comum.
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens,
Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que valores, obrigações e situações não compreendidas nos
abrangem os resultados da execução orçamentária, bem parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente,
como as variações independentes dessa execução e as possam vir a afetar o patrimônio.
superveniências e insubsistência ativas e passivas,
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá
constituirão elementos da conta patrimonial.
às normas seguintes:
CAPÍTULO IV
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo
Dos Balanços seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda
estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão
demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo
Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das custo de produção ou de construção;
Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13,
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado
14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos
das compras.
números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos,
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e
quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das
despesas previstas em confronto com as realizadas.
correspondentes importâncias em moeda nacional.
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a
despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os
nem o responsável por dois adiantamentos". III - não explicitem métodos objetivos de mensuração do
desempenho dos bens e serviços de informática e
"Art. 98. A dívida fundada será escriturada com individuação
automação.
e especificações que permitem verificar, a qualquer
momento, a posição dos empréstimos, bem como os Parágrafo único. Compete ao Ministério do Planejamento,
respectivos serviços de amortização e juros". Orçamento e Gestão expedir normas complementares sobre
o processo de contratação de bens e serviços de informática
Brasília, 4 de maio de 1964; 1432 da Independência e 76º da
e automação.
República.
Art. 3º Além dos requisitos dispostos na legislação vigente,
H. Castello Branco.
nas aquisições de bens de informática e automação, o
instrumento convocatório deverá conter, obrigatoriamente:
FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS DE I - as normas e especificações técnicas a serem consideradas
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO na licitação;
II - as exigências, na fase de habilitação, de certificações
emitidas por instituições públicas ou privadas credenciadas
DECRETO Nº 7.174/2010 pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial - Inmetro, que atestem, conforme
Regulamenta a contratação de bens e serviços de regulamentação específica, a adequação dos seguintes
informática e automação pela administração pública requisitos:
federal, direta ou indireta, pelas fundações instituídas ou a) segurança para o usuário e instalações;
mantidas pelo Poder Público e pelas demais organizações
sob o controle direto ou indireto da União. b) compatibilidade eletromagnética; e
Art. 6º Para os efeitos deste Decreto, consideram-se bens e § 2º Nas licitações do tipo técnica e preço, a nova proposta
serviços de informática e automação com tecnologia será exclusivamente em relação ao preço e deverá ser
desenvolvida no País aqueles cujo efetivo desenvolvimento suficiente para que o licitante obtenha os pontos necessários
local seja comprovado junto ao Ministério da Ciência e para igualar ou superar a pontuação final obtida pela
Tecnologia, na forma por este regulamentada. proposta mais bem classificada.
Art. 7º A comprovação do atendimento ao PPB dos bens de § 3º Para o exercício do direito de preferência, os
informática e automação ofertados será feita mediante fornecedores dos bens e serviços de informática e
apresentação do documento comprobatório da habilitação à automação deverão apresentar, junto com a documentação
fruição dos incentivos fiscais regulamentados pelo Decreto necessária à habilitação, declaração, sob as penas da lei, de
nº 5.906, de 26 de setembro de 2006, ou pelo Decreto nº que atendem aos requisitos legais para a qualificação como
6.008, de 29 de dezembro de 2006. microempresa ou empresa de pequeno porte, se for o caso,
bem como a comprovação de que atendem aos requisitos
Parágrafo único. A comprovação prevista no caput será
estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 5º.
feita:
§ 4º Nas licitações na modalidade de pregão, a declaração a
I - eletronicamente, por meio de consulta ao sítio eletrônico
que se refere o § 3º deverá ser apresentada no momento da
oficial do Ministério da Ciência e Tecnologia ou da
apresentação da proposta.
Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA; ou
§ 5º Nas licitações do tipo técnica e preço, os licitantes cujas
II - por documento expedido para esta finalidade pelo
propostas não tenham obtido a pontuação técnica mínima
Ministério da Ciência e Tecnologia ou pela SUFRAMA,
exigida não poderão exercer a preferência.
mediante solicitação do licitante.
Art. 9º Para a contratação de bens e serviços de informática
Art. 8º O exercício do direito de preferência disposto neste
e automação, deverão ser adotados os tipos de licitação
Decreto será concedido após o encerramento da fase de
“menor preço” ou “técnica e preço”, conforme disciplinado
apresentação das propostas ou lances, observando-se os
neste Decreto, ressalvadas as hipóteses de dispensa ou
seguintes procedimentos, sucessivamente:
inexigibilidade previstas na legislação.
I - aplicação das regras de preferência para as
§ 1º A licitação do tipo menor preço será exclusiva para a
microempresas e empresas de pequeno porte dispostas no
aquisição de bens e serviços de informática e automação
Capítulo V da Lei Complementar nº 123, de 2006, quando for
considerados comuns, na forma do parágrafo único do art.
o caso;
1º da Lei nº 10.520, de 2002, e deverá ser realizada na
II - aplicação das regras de preferência previstas no art. 5º, modalidade de pregão, preferencialmente na forma
com a classificação dos licitantes cujas propostas finais eletrônica, conforme determina o art. 4º do Decreto nº
estejam situadas até dez por cento acima da melhor 5.450, de 31 de maio de 2005.
proposta válida, conforme o critério de julgamento, para a
§ 2º Será considerado comum o bem ou serviço cuja
comprovação e o exercício do direito de preferência;
especificação estabelecer padrão objetivo de desempenho e
III - convocação dos licitantes classificados que estejam qualidade e for capaz de ser atendida por vários
enquadrados no inciso I do art. 5º, na ordem de classificação, fornecedores, ainda que existam outras soluções disponíveis
para que possam oferecer nova proposta ou novo lance para no mercado.
igualar ou superar a melhor proposta válida, caso em que
§ 3º Nas aquisições de bens e serviços que não sejam
será declarado vencedor do certame;
comuns em que o valor global estimado for igual ou inferior
IV - caso a preferência não seja exercida na forma do inciso ao da modalidade convite, não será obrigatória a utilização
III, por qualquer motivo, serão convocadas as empresas da licitação do tipo “técnica e preço”.
classificadas que estejam enquadradas no inciso II do art. 5º,
§ 4º A licitação do tipo técnica e preço será utilizada
na ordem de classificação, para a comprovação e o exercício
exclusivamente para bens e serviços de informática e
do direito de preferência, aplicando-se a mesma regra para
automação de natureza predominantemente intelectual,
o inciso III do art. 5º, caso esse direito não seja exercido; e
justificadamente, assim considerados quando a
V - caso nenhuma empresa classificada venha a exercer o especificação do objeto evidenciar que os bens ou serviços
direito de preferência, observar-se-ão as regras usuais de demandados requerem individualização ou inovação
classificação e julgamento previstas na Lei nº 8.666, de 21 de tecnológica, e possam apresentar diferentes metodologias,
junho de 1993, e na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. tecnologias e níveis de qualidade e desempenho, sendo
necessário avaliar as vantagens e desvantagens de cada
§ 1º No caso de empate de preços entre licitantes que se
solução.
encontrem na mesma ordem de classificação, proceder-se-á
ao sorteio para escolha do que primeiro poderá ofertar nova
proposta.
§ 5º Quando da adoção do critério de julgamento técnica e § 3º Após a obtenção do valor da avaliação e classificação
preço, será vedada a utilização da modalidade convite , das propostas válidas, deverá ser concedido o direito de
independentemente do valor. preferência, na forma do art. 8º.
Art. 10. No julgamento das propostas nas licitações do tipo Art. 11. Os Ministérios do Planejamento, Orçamento e
“técnica e preço” deverão ser adotados os seguintes Gestão e o da Ciência e Tecnologia poderão expedir
procedimentos: instruções complementares para a execução deste Decreto.
I - determinação da pontuação técnica das propostas, em Art. 12. Os §§ 2º e 3º do art. 3º do Anexo I ao Decreto nº
conformidade com os critérios e parâmetros previamente 3.555, de 8 de agosto de 2000, passam a vigorar com a
estabelecidos no ato convocatório da licitação, mediante o seguinte redação:
somatório das multiplicações das notas dadas aos seguintes
“§ 2º Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos
fatores, pelos pesos atribuídos a cada um deles, de acordo
padrões de desempenho e qualidade possam ser
com a sua importância relativa às finalidades do objeto da
objetivamente definidos no edital, por meio de
licitação, justificadamente:
especificações usuais praticadas no mercado.
a) prazo de entrega;
§ 3º Os bens e serviços de informática e automação
b) suporte de serviços; adquiridos nesta modalidade deverão observar o disposto
no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, e a
c) qualidade;
regulamentação específica.” (NR)
d) padronização;
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua
e) compatibilidade; publicação.
f) desempenho; e Art. 14. Ficam revogados:
g) garantia técnica; I - o Anexo II ao Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000;
II - desclassificação das propostas que não obtiverem a II - o Decreto nº 1.070, de 2 de março de 1994; e
pontuação técnica mínima exigida no edital;
III - o art. 1º do Decreto nº 3.693, de 20 de dezembro de
III - determinação do índice técnico, mediante a divisão da 2000, na parte em que altera o § 3º do art. 3º do Anexo I ao
pontuação técnica da proposta em exame pela de maior Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000.
pontuação técnica;
Brasília, 12 de maio de 2010; 189º da Independência e 122º
IV - determinação do índice de preço, mediante a divisão do da República.
menor preço proposto pelo preço da proposta em exame;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
V - multiplicação do índice técnico de cada proposta pelo
Paulo Bernardo Silva
fator de ponderação, fixado previamente no edital da
licitação; Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.5.2010
VI - multiplicação do índice de preço de cada proposta pelo
complemento em relação a dez do valor do fator de DECRETO Nº 3.555/2000
ponderação adotado; e
Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação
VII - a obtenção do valor da avaliação de cada proposta, pelo
denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
somatório dos valores obtidos nos incisos V e VI.
comuns.
§ 1º Quando justificável, em razão da natureza do objeto
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que
licitado, o órgão ou entidade licitante poderá excluir do
lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição e tendo
julgamento técnico até quatro dos fatores relacionados no
em vista o disposto na Medida Provisória nº 2.026-3, de 28
inciso I.
de julho de 2000,
§ 2º Os fatores estabelecidos no inciso I para atribuição de
DECRETA:
notas poderão ser subdivididos em subfatores com
valoração diversa, de acordo com suas importâncias relativas Art. 1º Fica aprovado, na forma dos Anexos I e II a este
dentro de cada fator, devendo o órgão licitante, neste caso, Decreto, o Regulamento para a modalidade de licitação
especificar e justificar no ato convocatório da licitação essas denominada pregão, para a aquisição de bens e serviços
subdivisões e respectivos valores. comuns, no âmbito da União.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime deste Decreto,
além dos órgãos da Administração Federal direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações, as empresas públicas, § 4o Para efeito de comprovação do requisito referido no
as sociedades de economia mista e as demais entidades parágrafo anterior, o produto deverá estar habilitado a
controladas direta ou indiretamente pela União. usufruir do incentivo de isenção do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI, de que trata o art. 4o da Lei no 8.248,
Art. 2º Compete ao Ministério do Planejamento, Orçamento
de 1991, nos termos da regulamentação estabelecida pelo
e Gestão estabelecer normas e orientações complementares
Ministério da Ciência e Tecnologia. (Incluído pelo Decreto nº
sobre a matéria regulada por este Decreto.
3.693, de 2000)
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
§ 5o Alternativamente ao disposto no § 4o, o Ministério da
publicação.
Ciência e Tecnologia poderá reconhecer, mediante
Brasília, 8 de agosto de 2000; 179º da Independência e 112º requerimento do fabricante, a conformidade do produto
da República. com o requisito referido no § 3o." (Incluído pelo Decreto nº
3.693, de 2000)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 4º A licitação na modalidade de pregão é juridicamente
Martus Tavares
condicionada aos princípios básicos da legalidade, da
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.8.2000 impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
ANEXO I
instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem
Regulamento da Licitação na Modalidade de Pregão assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade,
razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo
Art. 1º Este Regulamento estabelece normas e
preço, seletividade e comparação objetiva das propostas.
procedimentos relativos à licitação na modalidade de
pregão, destinada à aquisição de bens e serviços comuns, no Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação
âmbito da União, qualquer que seja o valor estimado. serão sempre interpretadas em favor da ampliação da
disputa entre os interessados, desde que não comprometam
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime deste
o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da
Regulamento, além dos órgãos da administração direta, os
contratação.
fundos especiais, as autarquias, as fundações, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e as entidades Art. 5º A licitação na modalidade de pregão não se aplica às
controladas direta e indiretamente pela União. contratações de obras e serviços de engenharia, bem como
às locações imobiliárias e alienações em geral, que serão
Art. 2º Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa
regidas pela legislação geral da Administração.
pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em
sessão pública, por meio de propostas de preços escritas e Art. 6º Todos quantos participem de licitação na modalidade
lances verbais. de pregão têm direito público subjetivo à fiel observância do
procedimento estabelecido neste Regulamento, podendo
Art. 3º Os contratos celebrados pela União, para a aquisição
qualquer interessado acompanhar o seu desenvolvimento,
de bens e serviços comuns, serão precedidos,
desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a
prioritariamente, de licitação pública na modalidade de
realização dos trabalhos.
pregão, que se destina a garantir, por meio de disputa justa
entre os interessados, a compra mais econômica, segura e Art. 7º À autoridade competente, designada de acordo com
eficiente. as atribuições previstas no regimento ou estatuto do órgão
ou da entidade, cabe:
§ 1º Dependerá de regulamentação específica a utilização
de recursos eletrônicos ou de tecnologia da informação para I - determinar a abertura de licitação;
a realização de licitação na modalidade de pregão.
II - designar o pregoeiro e os componentes da equipe de
§ 2o Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos apoio;
padrões de desempenho e qualidade possam ser
III - decidir os recursos contra atos do pregoeiro; e
objetivamente definidos no edital, por meio de
especificações usuais praticadas no mercado. (Redação dada IV - homologar o resultado da licitação e promover a
pelo Decreto nº 7.174, de 2010) celebração do contrato.
§ 3o Os bens e serviços de informática e automação Parágrafo único. Somente poderá atuar como pregoeiro o
adquiridos nesta modalidade deverão observar o disposto servidor que tenha realizado capacitação específica para
no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, e a exercer a atribuição.
regulamentação específica. (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes
7.174, de 2010)
regras:
para formulação de propostas e para a prática de todos os assim sucessivamente, até a apuração de uma proposta que
demais atos inerentes ao certame; atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado
vencedor e a ele adjudicado o objeto do certame;
V - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes
legais entregarão ao pregoeiro, em envelopes separados, a XVI - nas situações previstas nos incisos XI, XII e XV, o
proposta de preços e a documentação de habilitação; pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente
para que seja obtido preço melhor;
VI - o pregoeiro procederá à abertura dos envelopes
contendo as propostas de preços e classificará o autor da XVII - a manifestação da intenção de interpor recurso será
proposta de menor preço e aqueles que tenham feita no final da sessão, com registro em ata da síntese das
apresentado propostas em valores sucessivos e superiores suas razões, podendo os interessados juntar memoriais no
em até dez por cento, relativamente à de menor preço; prazo de três dias úteis;
VII - quando não forem verificadas, no mínimo, três XVIII - o recurso contra decisão do pregoeiro não terá efeito
propostas escritas de preços nas condições definidas no suspensivo;
inciso anterior, o pregoeiro classificará as melhores
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação
propostas subsequentes, até o máximo de três, para que
apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
seus autores participem dos lances verbais, quaisquer que
sejam os preços oferecidos nas propostas escritas; XX - decididos os recursos e constatada a regularidade dos
atos procedimentais, a autoridade competente homologará
VIII - em seguida, será dado início à etapa de apresentação
a adjudicação para determinar a contratação;
de lances verbais pelos proponentes, que deverão ser
formulados de forma sucessiva, em valores distintos e XXI - como condição para celebração do contrato, o licitante
decrescentes; vencedor deverá manter as mesmas condições de
habilitação;
IX - o pregoeiro convidará individualmente os licitantes
classificados, de forma seqüencial, a apresentar lances XXII - quando o proponente vencedor não apresentar
verbais, a partir do autor da proposta classificada de maior situação regular, no ato da assinatura do contrato, será
preço e os demais, em ordem decrescente de valor; convocado outro licitante, observada a ordem de
classificação, para celebrar o contrato, e assim
X - a desistência em apresentar lance verbal, quando
sucessivamente, sem prejuízo da aplicação das sanções
convocado pelo pregoeiro, implicará a exclusão do licitante
cabíveis, observado o disposto nos incisos XV e XVI deste
da etapa de lances verbais e na manutenção do último preço
artigo;
apresentado pelo licitante, para efeito de ordenação das
propostas; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000) XXIII - se o licitante vencedor recusar-se a assinar o contrato,
injustificadamente, será aplicada a regra estabelecida no
XI - caso não se realizem lances verbais, será verificada a
inciso XXII; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)
conformidade entre a proposta escrita de menor preço e o
valor estimado para a contratação; XXIV - o prazo de validade das propostas será de sessenta
dias, se outro não estiver fixado no edital.
XII - declarada encerrada a etapa competitiva e ordenadas as
propostas, o pregoeiro examinará a aceitabilidade da Art. 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para
primeira classificada, quanto ao objeto e valor, decidindo recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá
motivadamente a respeito; solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato
convocatório do pregão.
XIII - sendo aceitável a proposta de menor preço, será aberto
o envelope contendo a documentação de habilitação do § 1º Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo
licitante que a tiver formulado, para confirmação das suas de vinte e quatro horas.
condições habilitatórias, com base no Sistema de
§ 2º Acolhida a petição contra o ato convocatório, será
Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, ou nos
designada nova data para a realização do certame.
dados cadastrais da Administração, assegurado ao já
cadastrado o direito de apresentar a documentação Art. 13. Para habilitação dos licitantes, será exigida,
atualizada e regularizada na própria sessão; exclusivamente, a documentação prevista na legislação geral
para a Administração, relativa à:
XIV - constatado o atendimento das exigências fixadas no
edital, o licitante será declarado vencedor, sendo-lhe I - habilitação jurídica;
adjudicado o objeto do certame;
II - qualificação técnica;
XV - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender
III - qualificação econômico-financeira;
às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a oferta
subseqüente, verificando a sua aceitabilidade e procedendo IV - regularidade fiscal; e
à habilitação do proponente, na ordem de classificação, e
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da III - a capacidade técnica do consórcio será representada pela
Constituição e na Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999. soma da capacidade técnica das empresas consorciadas;
Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao IV - para fins de qualificação econômico-financeira, cada uma
disposto nos incisos I, III e IV deste artigo deverá ser das empresas deverá atender aos índices contábeis definidos
substituída pelo registro cadastral do SICAF ou, em se no edital, nas mesmas condições estipuladas no SICAF;
tratando de órgão ou entidade não abrangido pelo referido
V - as empresas consorciadas não poderão participar, na
Sistema, por certificado de registro cadastral que atenda aos
mesma licitação, de mais de um consórcio ou isoladamente;
requisitos previstos na legislação geral.
VI - as empresas consorciadas serão solidariamente
Art. 14. O licitante que ensejar o retardamento da execução
responsáveis pelas obrigações do consórcio nas fases de
do certame, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na
licitação e durante a vigência do contrato; e
execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo, fizer
declaração falsa ou cometer fraude fiscal, garantido o direito VII - no consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a
prévio da citação e da ampla defesa, ficará impedido de liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira,
licitar e contratar com a Administração, pelo prazo de até observado o disposto no inciso I deste artigo.
cinco anos, enquanto perdurarem os motivos determinantes
Parágrafo único. Antes da celebração do contrato, deverá
da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante
ser promovida a constituição e o registro do consórcio, nos
a própria autoridade que aplicou a penalidade.
termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamente
Art. 18. A autoridade competente para determinar a
registradas no SICAF, e no caso de suspensão de licitar, o
contratação poderá revogar a licitação em face de razões de
licitante deverá ser descredenciado por igual período, sem
interesse público, derivadas de fato superveniente
prejuízo das multas previstas no edital e no contrato e das
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
demais cominações legais.
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de
Art. 15. É vedada a exigência de: ofício ou por provocação de qualquer pessoa, mediante ato
escrito e fundamentado.
I - garantia de proposta;
§ 1º A anulação do procedimento licitatório induz à do
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para
contrato.
participação no certame; e
§ 2º Os licitantes não terão direito à indenização em
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes
decorrência da anulação do procedimento licitatório,
a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo
ressalvado o direito do contratado de boa-fé de ser
de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de
ressarcido pelos encargos que tiver suportado no
recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
cumprimento do contrato.
Art. 16. Quando permitida a participação de empresas
Art. 19. Nenhum contrato será celebrado sem a efetiva
estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão
disponibilidade de recursos orçamentários para pagamento
atendidas mediante documentos equivalentes, autenticados
dos encargos, dele decorrentes, no exercício financeiro em
pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor
curso.
juramentado.
Art. 20. A União publicará, no Diário Oficial da União, o
Parágrafo único. O licitante deverá ter procurador residente
extrato dos contratos celebrados, no prazo de até vinte dias
e domiciliado no País, com poderes para receber citação,
da data de sua assinatura, com indicação da modalidade de
intimação e responder administrativa e judicialmente por
licitação e de seu número de referência.
seus atos, juntando os instrumentos de mandato com os
documentos de habilitação. Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste
artigo sujeitará o servidor responsável a sanção
Art. 17. Quando permitida a participação de empresas
administrativa.
reunidas em consórcio, serão observadas as seguintes
normas: Art. 21. Os atos essenciais do pregão, inclusive os
decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados ou
I - deverá ser comprovada a existência de compromisso
juntados no respectivo processo, cada qual oportunamente,
público ou particular de constituição de consórcio, com
compreendendo, sem prejuízo de outros, o seguinte:
indicação da empresa-líder, que deverá atender às condições
de liderança estipuladas no edital e será a representante das I - justificativa da contratação;
consorciadas perante a União;
II - termo de referência, contendo descrição detalhada do
II - cada empresa consorciada deverá apresentar a objeto, orçamento estimativo de custos e cronograma físico-
documentação de habilitação exigida no ato convocatório; financeiro de desembolso, se for o caso;
Art. 4º Nas licitações para aquisição de bens e serviços suficiente e clara, vedadas especificações que, por
comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou
preferencial a utilização da sua forma eletrônica. frustrem a competição ou sua realização;
§ 1º O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo II - aprovação do termo de referência pela autoridade
nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela competente;
autoridade competente.
III - apresentação de justificativa da necessidade da
§ 2º Na hipótese de aquisições por dispensa de licitação, contratação;
fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21
IV - elaboração do edital, estabelecendo critérios de
de junho de 1993, as unidades gestoras integrantes do SISG
aceitação das propostas;
deverão adotar, preferencialmente, o sistema de cotação
eletrônica, conforme disposto na legislação vigente. V - definição das exigências de habilitação, das sanções
aplicáveis, inclusive no que se refere aos prazos e às
Art. 5º A licitação na modalidade de pregão é condicionada
condições que, pelas suas particularidades, sejam
aos princípios básicos da legalidade, impessoalidade,
consideradas relevantes para a celebração e execução do
moralidade, igualdade, publicidade, eficiência, probidade
contrato e o atendimento das necessidades da
administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e do
administração; e
julgamento objetivo, bem como aos princípios correlatos da
razoabilidade, competitividade e proporcionalidade. VI - designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação § 1º A autoridade competente motivará os atos
serão sempre interpretadas em favor da ampliação da especificados nos incisos II e III, indicando os elementos
disputa entre os interessados, desde que não comprometam técnicos fundamentais que o apóiam, bem como quanto aos
o interesse da administração, o princípio da isonomia, a elementos contidos no orçamento estimativo e no
finalidade e a segurança da contratação. cronograma físico-financeiro de desembolso, se for o caso,
elaborados pela administração.
Art. 6º A licitação na modalidade de pregão, na forma
eletrônica, não se aplica às contratações de obras de § 2º O termo de referência é o documento que deverá
engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações conter elementos capazes de propiciar avaliação do custo
em geral. pela administração diante de orçamento detalhado,
definição dos métodos, estratégia de suprimento, valor
Art. 7º Os participantes de licitação na modalidade de
estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado,
pregão, na forma eletrônica, têm direito público subjetivo à
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de
fiel observância do procedimento estabelecido neste
aceitação do objeto, deveres do contratado e do
Decreto, podendo qualquer interessado acompanhar o seu
contratante, procedimentos de fiscalização e gerenciamento
desenvolvimento em tempo real, por meio da internet.
do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara,
Art. 8º À autoridade competente, de acordo com as concisa e objetiva.
atribuições previstas no regimento ou estatuto do órgão ou
Art. 10. As designações do pregoeiro e da equipe de apoio
da entidade, cabe:
devem recair nos servidores do órgão ou entidade
I - designar e solicitar, junto ao provedor do sistema, o promotora da licitação, ou de órgão ou entidade integrante
credenciamento do pregoeiro e dos componentes da equipe do SISG.
de apoio;
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada, em sua maioria,
II - indicar o provedor do sistema; por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da
administração pública, pertencentes, preferencialmente, ao
III - determinar a abertura do processo licitatório;
quadro permanente do órgão ou entidade promotora da
IV - decidir os recursos contra atos do pregoeiro quando este licitação.
mantiver sua decisão;
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de
V - adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso; pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser
desempenhadas por militares.
VI - homologar o resultado da licitação; e
§ 3º A designação do pregoeiro, a critério da autoridade
VII - celebrar o contrato.
competente, poderá ocorrer para período de um ano,
Art. 9º Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, admitindo-se reconduções, ou para licitação específica.
será observado o seguinte:
§ 4º Somente poderá exercer a função de pregoeiro o
I - elaboração de termo de referência pelo órgão servidor ou o militar que reúna qualificação profissional e
requisitante, com indicação do objeto de forma precisa, perfil adequados, aferidos pela autoridade competente.
Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial: VII - solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da
senha de acesso por interesse próprio.
I - coordenar o processo licitatório;
Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no SICAF terá
II - receber, examinar e decidir as impugnações e consultas
sua chave de identificação e senha suspensas
ao edital, apoiado pelo setor responsável pela sua
automaticamente.
elaboração;
Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida,
III - conduzir a sessão pública na internet;
exclusivamente, a documentação relativa:
IV - verificar a conformidade da proposta com os requisitos
I - à habilitação jurídica;
estabelecidos no instrumento convocatório;
II - à qualificação técnica;
V - dirigir a etapa de lances;
III - à qualificação econômico-financeira;
VI - verificar e julgar as condições de habilitação;
IV - à regularidade fiscal com a Fazenda Nacional, o sistema
VII - receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando
da seguridade social e o Fundo de Garantia do Tempo de
à autoridade competente quando mantiver sua decisão;
Serviço - FGTS;
VIII - indicar o vencedor do certame;
V - à regularidade fiscal perante as Fazendas Estaduais e
IX - adjudicar o objeto, quando não houver recurso; Municipais, quando for o caso; e
X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º
da Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da Lei nº 8.666, de
XI - encaminhar o processo devidamente instruído à
1993.
autoridade superior e propor a homologação.
Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao
Art. 12. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atribuições,
disposto nos incisos I, III, IV e V deste artigo poderá ser
auxiliar o pregoeiro em todas as fases do processo licitatório.
substituída pelo registro cadastral no SICAF ou, em se
Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do tratando de órgão ou entidade não abrangida pelo referido
pregão, na forma eletrônica: Sistema, por certificado de registro cadastral que atenda aos
requisitos previstos na legislação geral.
I - credenciar-se no SICAF para certames promovidos por
órgãos da administração pública federal direta, autárquica e Art. 15. Quando permitida a participação de empresas
fundacional, e de órgão ou entidade dos demais Poderes, no estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão
âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que atendidas mediante documentos equivalentes, autenticados
tenham celebrado termo de adesão; pelos respectivos consulados ou embaixadas e traduzidos
por tradutor juramentado no Brasil.
II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por meio
eletrônico, via internet, a proposta e, quando for o caso, seus Art. 16. Quando permitida a participação de consórcio de
anexos; empresas, serão exigidos:
III - responsabilizar-se formalmente pelas transações I - comprovação da existência de compromisso público ou
efetuadas em seu nome, assumindo como firmes e particular de constituição de consórcio, com indicação da
verdadeiras suas propostas e lances, inclusive os atos empresa-líder, que deverá atender às condições de liderança
praticados diretamente ou por seu representante, não estipuladas no edital e será a representante das
cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da consorciadas perante a União;
licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes
II - apresentação da documentação de habilitação
de uso indevido da senha, ainda que por terceiros;
especificada no instrumento convocatório por empresa
IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico durante consorciada;
o processo licitatório, responsabilizando-se pelo ônus
III - comprovação da capacidade técnica do consórcio pelo
decorrente da perda de negócios diante da inobservância de
somatório dos quantitativos de cada consorciado, na forma
quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de sua
estabelecida no edital;
desconexão;
IV - demonstração, por empresa consorciada, do
V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema
atendimento aos índices contábeis definidos no edital, para
qualquer acontecimento que possa comprometer o sigilo ou
fins de qualificação econômico-financeira;
a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio de
acesso; V - responsabilidade solidária das empresas consorciadas
pelas obrigações do consórcio, nas fases de licitação e
VI - utilizar-se da chave de identificação e da senha de acesso
durante a vigência do contrato;
para participar do pregão na forma eletrônica; e
VI - obrigatoriedade de liderança por empresa brasileira no inclusive para contagem de tempo e registro no sistema
consórcio formado por empresas brasileiras e estrangeiras, eletrônico e na documentação relativa ao certame.
observado o disposto no inciso I; e
§ 6º Na divulgação de pregão realizado para o sistema de
VII - constituição e registro do consórcio antes da celebração registro de preços, independentemente do valor estimado,
do contrato. será adotado o disposto no inciso III.
Parágrafo único. Fica impedida a participação de empresa Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura
consorciada, na mesma licitação, por intermédio de mais de da sessão pública, qualquer pessoa poderá impugnar o ato
um consórcio ou isoladamente. convocatório do pregão, na forma eletrônica.
Art. 17. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será § 1º Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor responsável
iniciada com a convocação dos interessados por meio de pela elaboração do edital, decidir sobre a impugnação no
publicação de aviso, observados os valores estimados para prazo de até vinte e quatro horas.
contratação e os meios de divulgação a seguir indicados:
§ 2º Acolhida a impugnação contra o ato convocatório, será
I - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): definida e publicada nova data para realização do certame.
a) Diário Oficial da União; e Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao
processo licitatório deverão ser enviados ao pregoeiro, até
b) meio eletrônico, na internet;
três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da
II - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais) sessão pública, exclusivamente por meio eletrônico via
até R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais): internet, no endereço indicado no edital.
a) Diário Oficial da União; Art. 20. Qualquer modificação no edital exige divulgação
pelo mesmo instrumento de publicação em que se deu o
b) meio eletrônico, na internet; e
texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente
c) jornal de grande circulação local; estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
alteração não afetar a formulação das propostas.
III - superiores a R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil
reais): Art. 21. Após a divulgação do edital no endereço eletrônico,
os licitantes deverão encaminhar proposta com a descrição
a) Diário Oficial da União;
do objeto ofertado e o preço e, se for o caso, o respectivo
b) meio eletrônico, na internet; e anexo, até a data e hora marcadas para abertura da sessão,
exclusivamente por meio do sistema eletrônico, quando,
c) jornal de grande circulação regional ou nacional.
então, encerrar-se-á, automaticamente, a fase de
§ 1º Os órgãos ou entidades integrantes do SISG e os que recebimento de propostas.
aderirem ao sistema do Governo Federal disponibilizarão a
§ 1º A participação no pregão eletrônico dar-se-á pela
íntegra do edital, em meio eletrônico, no Portal de Compras
utilização da senha privativa do licitante.
do Governo Federal - COMPRASNET, sítio
www.comprasnet.gov.br. § 2º Para participação no pregão eletrônico, o licitante
deverá manifestar, em campo próprio do sistema eletrônico,
§ 2º O aviso do edital conterá a definição precisa, suficiente
que cumpre plenamente os requisitos de habilitação e que
e clara do objeto, a indicação dos locais, dias e horários em
sua proposta está em conformidade com as exigências do
que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital, bem como
instrumento convocatório.
o endereço eletrônico onde ocorrerá a sessão pública, a data
e hora de sua realização e a indicação de que o pregão, na § 3º A declaração falsa relativa ao cumprimento dos
forma eletrônica, será realizado por meio da internet. requisitos de habilitação e proposta sujeitará o licitante às
sanções previstas neste Decreto.
§ 3º A publicação referida neste artigo poderá ser feita em
sítios oficiais da administração pública, na internet, desde § 4º Até a abertura da sessão, os licitantes poderão retirar
que certificado digitalmente por autoridade certificadora ou substituir a proposta anteriormente apresentada.
credenciada no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas
Art. 22. A partir do horário previsto no edital, a sessão
Brasileira - ICP-Brasil.
pública na internet será aberta por comando do pregoeiro
§ 4º O prazo fixado para a apresentação das propostas, com a utilização de sua chave de acesso e senha.
contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a
§ 1º Os licitantes poderão participar da sessão pública na
oito dias úteis.§ 5º Todos os horários estabelecidos no
internet, devendo utilizar sua chave de acesso e senha.
edital, no aviso e durante a sessão pública observarão, para
todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito Federal,
§ 2º O pregoeiro verificará as propostas apresentadas, acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo
desclassificando aquelas que não estejam em conformidade recebidos, sem prejuízo dos atos realizados.
com os requisitos estabelecidos no edital.
§ 11. Quando a desconexão do pregoeiro persistir por tempo
§ 3º A desclassificação de proposta será sempre superior a dez minutos, a sessão do pregão na forma
fundamentada e registrada no sistema, com eletrônica será suspensa e reiniciada somente após
acompanhamento em tempo real por todos os participantes. comunicação aos participantes, no endereço eletrônico
utilizado para divulgação.
§ 4º As propostas contendo a descrição do objeto, valor e
eventuais anexos estarão disponíveis na internet. Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará
a proposta classificada em primeiro lugar quanto à
§ 5º O sistema disponibilizará campo próprio para troca de
compatibilidade do preço em relação ao estimado para
mensagens entre o pregoeiro e os licitantes.
contratação e verificará a habilitação do licitante conforme
Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as propostas disposições do edital.
classificadas pelo pregoeiro, sendo que somente estas
§ 1º A habilitação dos licitantes será verificada por meio do
participarão da fase de lance.
SICAF, nos documentos por ele abrangidos, quando dos
Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à procedimentos licitatórios realizados por órgãos integrantes
fase competitiva, quando então os licitantes poderão do SISG ou por órgãos ou entidades que aderirem ao SICAF.
encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema
§ 2º Os documentos exigidos para habilitação que não
eletrônico.
estejam contemplados no SICAF, inclusive quando houver
§ 1º No que se refere aos lances, o licitante será necessidade de envio de anexos, deverão ser apresentados
imediatamente informado do seu recebimento e do valor inclusive via fax, no prazo definido no edital, após solicitação
consignado no registro. do pregoeiro no sistema eletrônico.
§ 2º Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, § 3º Os documentos e anexos exigidos, quando remetidos
observados o horário fixado para abertura da sessão e as via fax, deverão ser apresentados em original ou por cópia
regras estabelecidas no edital. autenticada, nos prazos estabelecidos no edital.
§ 3º O licitante somente poderá oferecer lance inferior ao § 4º Para fins de habilitação, a verificação pelo órgão
último por ele ofertado e registrado pelo sistema. promotor do certame nos sítios oficiais de órgãos e
entidades emissores de certidões constitui meio legal de
§ 4º Não serão aceitos dois ou mais lances iguais,
prova.
prevalecendo aquele que for recebido e registrado primeiro.
§ 5º Se a proposta não for aceitável ou se o licitante não
§ 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão
atender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a
informados, em tempo real, do valor do menor lance
proposta subseqüente e, assim sucessivamente, na ordem
registrado, vedada a identificação do licitante.
de classificação, até a apuração de uma proposta que atenda
§ 6º A etapa de lances da sessão pública será encerrada por ao edital.
decisão do pregoeiro.
§ 6º No caso de contratação de serviços comuns em que a
§ 7º O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento legislação ou o edital exija apresentação de planilha de
iminente dos lances, após o que transcorrerá período de composição de preços, esta deverá ser encaminhada de
tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado, imediato por meio eletrônico, com os respectivos valores
findo o qual será automaticamente encerrada a recepção de readequados ao lance vencedor.
lances.
§ 7º No pregão, na forma eletrônica, realizado para o
§ 8º Após o encerramento da etapa de lances da sessão sistema de registro de preços, quando a proposta do licitante
pública, o pregoeiro poderá encaminhar, pelo sistema vencedor não atender ao quantitativo total estimado para a
eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha contratação, respeitada a ordem de classificação, poderão
apresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida ser convocados tantos licitantes quantos forem necessários
melhor proposta, observado o critério de julgamento, não se para alcançar o total estimado, observado o preço da
admitindo negociar condições diferentes daquelas previstas proposta vencedora.
no edital.
§ 8º Os demais procedimentos referentes ao sistema de
§ 9º A negociação será realizada por meio do sistema, registro de preços ficam submetidos à norma específica que
podendo ser acompanhada pelos demais licitantes. regulamenta o art. 15 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 10. No caso de desconexão do pregoeiro, no decorrer da § 9º Constatado o atendimento às exigências fixadas no
etapa de lances, se o sistema eletrônico permanecer edital, o licitante será declarado vencedor.
Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, e de contratar com a União, e será descredenciado no SICAF,
durante a sessão pública, de forma imediata e motivada, em pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo das multas
campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de previstas em edital e no contrato e das demais cominações
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para legais.
apresentar as razões de recurso, ficando os demais licitantes,
Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamente
desde logo, intimados para, querendo, apresentarem
registradas no SICAF.
contra-razões em igual prazo, que começará a contar do
término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista Art. 29. A autoridade competente para aprovação do
imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus procedimento licitatório somente poderá revogá-lo em face
interesses. de razões de interesse público, por motivo de fato
superveniente devidamente comprovado, pertinente e
§ 1º A falta de manifestação imediata e motivada do licitante
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-lo por
quanto à intenção de recorrer, nos termos do caput,
ilegalidade, de ofício ou por provocação de qualquer pessoa,
importará na decadência desse direito, ficando o pregoeiro
mediante ato escrito e fundamentado.
autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado
vencedor. § 1º A anulação do procedimento licitatório induz à do
contrato ou da ata de registro de preços.
§ 2º O acolhimento de recurso importará na invalidação
apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento. § 2º Os licitantes não terão direito à indenização em
decorrência da anulação do procedimento licitatório,
§ 3º No julgamento da habilitação e das propostas, o
ressalvado o direito do contratado de boa-fé de ser
pregoeiro poderá sanar erros ou falhas que não alterem a
ressarcido pelos encargos que tiver suportado no
substância das propostas, dos documentos e sua validade
cumprimento do contrato.
jurídica, mediante despacho fundamentado, registrado em
ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia Art. 30. O processo licitatório será instruído com os
para fins de habilitação e classificação. seguintes documentos:
Art. 27. Decididos os recursos e constatada a regularidade I - justificativa da contratação;
dos atos praticados, a autoridade competente adjudicará o
II - termo de referência;
objeto e homologará o procedimento licitatório.
III - planilhas de custo, quando for o caso;
§ 1º Após a homologação referida no caput, o adjudicatário
será convocado para assinar o contrato ou a ata de registro IV - previsão de recursos orçamentários, com a indicação das
de preços no prazo definido no edital. respectivas rubricas;
§ 2º Na assinatura do contrato ou da ata de registro de V - autorização de abertura da licitação;
preços, será exigida a comprovação das condições de
VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio;
habilitação consignadas no edital, as quais deverão ser
mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da VII - edital e respectivos anexos, quando for o caso;
ata de registro de preços.
VIII - minuta do termo do contrato ou instrumento
§ 3º O vencedor da licitação que não fizer a comprovação equivalente, ou minuta da ata de registro de preços,
referida no § 2º ou quando, injustificadamente, recusar-se a conforme o caso;
assinar o contrato ou a ata de registro de preços, poderá ser
IX - parecer jurídico;
convocado outro licitante, desde que respeitada a ordem de
classificação, para, após comprovados os requisitos X - documentação exigida para a habilitação;
habilitatórios e feita a negociação, assinar o contrato ou a XI - ata contendo os seguintes registros:
ata de registro de preços, sem prejuízo das multas previstas
em edital e no contrato e das demais cominações legais. a) licitantes participantes;
§ 4º O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, b) propostas apresentadas;
salvo disposição específica do edital. c) lances ofertados na ordem de classificação;
Art. 28. Aquele que, convocado dentro do prazo de validade d) aceitabilidade da proposta de preço;
de sua proposta, não assinar o contrato ou ata de registro de
preços, deixar de entregar documentação exigida no edital, e) habilitação; e
apresentar documentação falsa, ensejar o retardamento da f) recursos interpostos, respectivas análises e decisões;
execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou
fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo XII - comprovantes das publicações:
inidôneo, fizer declaração falsa ou cometer fraude fiscal, a) do aviso do edital;
garantido o direito à ampla defesa, ficará impedido de licitar
Da Intenção Para Registro de Preços Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos os
atos de controle e administração do Sistema de Registro de
Art. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de
Preços, e ainda o seguinte:
Registro de Preços - IRP, a ser operacionalizado por módulo
do Sistema de Administração e Serviços Gerais - SIASG, que I - registrar sua intenção de registro de preços no Portal de
deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do Compras do Governo federal;
Sistema de Serviços Gerais - SISG, para registro e divulgação
II - consolidar informações relativas à estimativa individual e
dos itens a serem licitados e para a realização dos atos
total de consumo, promovendo a adequação dos respectivos
previstos nos incisos II e V do caput do art. 5º e dos atos
termos de referência ou projetos básicos encaminhados para
previstos no inciso II e caput do art. 6º.
atender aos requisitos de padronização e racionalização;
§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderá
III - promover atos necessários à instrução processual para a
ser dispensada, de forma justificada pelo órgão gerenciador.
realização do procedimento licitatório;
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
IV - realizar pesquisa de mercado para identificação do valor
§ 1º-A O prazo para que outros órgãos e entidades
estimado da licitação e, consolidar os dados das pesquisas de
manifestem interesse em participar de IRP será de oito dias
mercado realizadas pelos órgãos e entidades participantes,
úteis, no mínimo, contado da data de divulgação da IRP no
inclusive nas hipóteses previstas nos §§ 2º e 3º do art. 6º
Portal de Compras do Governo federal. (Incluído
deste Decreto; (Redação dada pelo Decreto nº
pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
8.250, de 2.014)
§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
V - confirmar junto aos órgãos participantes a sua
editará norma complementar para regulamentar o disposto
concordância com o objeto a ser licitado, inclusive quanto
neste artigo.
aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico;
§ 3º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de Registro de
VI - realizar o procedimento licitatório;
Preços - IRP: (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de
2.014) VII - gerenciar a ata de registro de preços;
I - estabelecer, quando for o caso, o número máximo de VIII - conduzir eventuais renegociações dos preços
participantes na IRP em conformidade com sua capacidade registrados;
de gerenciamento; (Incluído pelo Decreto nº
IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as
8.250, de 2.014)
penalidades decorrentes de infrações no procedimento
II - aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos licitatório; e
considerados ínfimos ou a inclusão de novos itens; e
X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado
III - deliberar quanto à inclusão posterior de participantes na ata de registro de preços ou do descumprimento das
que não manifestaram interesse durante o período de obrigações contratuais, em relação às suas próprias
divulgação da IRP. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, contratações.
de 2.014)
XI - autorizar, excepcional e justificadamente, a prorrogação
§ 4º Os procedimentos constantes dos incisos II e III do § 3º do prazo previsto no § 6º do art. 22 deste Decreto,
serão efetivados antes da elaboração do edital e de seus respeitado o prazo de vigência da ata, quando solicitada pelo
anexos. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) órgão não participante. (Incluído pelo Decreto nº
8.250, de 2.014)
§ 5º Para receber informações a respeito das IRPs disponíveis
no Portal de Compras do Governo Federal, os órgãos e § 1º A ata de registro de preços, disponibilizada no Portal de
entidades integrantes do SISG se cadastrarão no módulo IRP Compras do Governo federal, poderá ser assinada por
e inserirão a linha de fornecimento e de serviços de seu certificação digital.
interesse. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de
§ 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio técnico aos
2.014)
órgãos participantes para execução das atividades previstas
§ 6º É facultado aos órgãos e entidades integrantes do SISG, nos incisos III, IV e VI do caput.
antes de iniciar um processo licitatório, consultar as IRPs em
CAPÍTULO IV
andamento e deliberar a respeito da conveniência de sua
participação. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de Das Competências do Órgão Participante
2.014)
Art. 6º O órgão participante será responsável pela
CAPÍTULO III manifestação de interesse em participar do registro de
preços, providenciando o encaminhamento ao órgão
Das Competências do Órgão Gerenciador
gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega que contemple a variação de custos locais ou regionais.
e, quando couber, cronograma de contratação e respectivas (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
especificações ou termo de referência ou projeto básico, nos
CAPÍTULO V
termos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de Da Licitação Para Registro de Preços
preços do qual pretende fazer parte, devendo ainda:
Art. 7º A licitação para registro de preços será realizada na
I - garantir que os atos relativos a sua inclusão no registro de modalidade de concorrência, do tipo menor preço, nos
preços estejam formalizados e aprovados pela autoridade termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na modalidade de
competente; pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 2002, e será
precedida de ampla pesquisa de mercado.
II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a
utilização da Intenção de Registro de Preços, sua § 1º O julgamento por técnica e preço, na modalidade
concordância com o objeto a ser licitado, antes da realização concorrência, poderá ser excepcionalmente adotado, a
do procedimento licitatório; e critério do órgão gerenciador e mediante despacho
fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade.
III - tomar conhecimento da ata de registros de preços,
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
inclusive de eventuais alterações, para o correto
cumprimento de suas disposições. § 2o Na licitação para registro de preços não é necessário
indicar a dotação orçamentária, que somente será exigida
§ 1º Cabe ao órgão participante aplicar, garantida a ampla
para a formalização do contrato ou outro instrumento hábil.
defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do
descumprimento do pactuado na ata de registro de preços Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade
ou do descumprimento das obrigações contratuais, em total do item em lotes, quando técnica e economicamente
relação às suas próprias contratações, informando as viável, para possibilitar maior competitividade, observada a
ocorrências ao órgão gerenciador. (Incluído pelo quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou de
Decreto nº 8.250, de 2.014) prestação dos serviços.
§ 2º No caso de compra nacional, o órgão gerenciador § 1º No caso de serviços, a divisão considerará a unidade de
promoverá a divulgação da ação, a pesquisa de mercado e a medida adotada para aferição dos produtos e resultados, e
consolidação da demanda dos órgãos e entidades da será observada a demanda específica de cada órgão ou
administração direta e indireta da União, dos Estados, do entidade participante do certame. (Redação dada
Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pelo pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
Decreto nº 8.250, de 2.014)
§ 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser evitada a
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, comprovada a contratação, em um mesmo órgão ou entidade, de mais de
vantajosidade, fica facultado aos órgãos ou entidades uma empresa para a execução de um mesmo serviço, em
participantes de compra nacional a execução da ata de uma mesma localidade, para assegurar a responsabilidade
registro de preços vinculada ao programa ou projeto federal. contratual e o princípio da padronização.
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
Art. 9º O edital de licitação para registro de preços observará
§ 4º Os entes federados participantes de compra nacional o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº 10.520, de 2002,
poderão utilizar recursos de transferências legais ou e contemplará, no mínimo:
voluntárias da União, vinculados aos processos ou projetos
I - a especificação ou descrição do objeto, que explicitará o
objeto de descentralização e de recursos próprios para suas
conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível
demandas de aquisição no âmbito da ata de registro de
de precisão adequado para a caracterização do bem ou
preços de compra nacional. (Incluído pelo Decreto
serviço, inclusive definindo as respectivas unidades de
nº 8.250, de 2.014)
medida usualmente adotadas;
§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novos
II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão
itens, o órgão participante demandante elaborará sua
gerenciador e órgãos participantes;
especificação ou termo de referência ou projeto básico,
conforme o caso, e a pesquisa de mercado, observado o III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por órgãos
disposto no art. 6º. (Incluído pelo Decreto nº não participantes, observado o disposto no § 4º do art. 22,
8.250, de 2.014) no caso de o órgão gerenciador admitir adesões;
§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novas IV - quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item,
localidades para entrega do bem ou execução do serviço, o no caso de bens;
órgão participante responsável pela demanda elaborará,
V - condições quanto ao local, prazo de entrega, forma de
ressalvada a hipótese prevista no § 2º, pesquisa de mercado
pagamento, e nos casos de serviços, quando cabível,
frequência, periodicidade, características do pessoal, referente à margem de preferência, quando o objeto não
materiais e equipamentos a serem utilizados, atender aos requisitos previstos no art. 3º da Lei nº 8.666, de
procedimentos, cuidados, deveres, disciplina e controles a 1993; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de
serem adotados; 2.014)
VI - prazo de validade do registro de preço, observado o III - o preço registrado com indicação dos fornecedores será
disposto no caput do art. 12; divulgado no Portal de Compras do Governo Federal e ficará
disponibilizado durante a vigência da ata de registro de
VII - órgãos e entidades participantes do registro de preço;
preços; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.250,
VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, de 2.014)
quando cabível;
IV - a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata
IX - penalidades por descumprimento das condições; deverá ser respeitada nas contratações. (Redação
dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
X - minuta da ata de registro de preços como anexo; e
§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput tem por
XI - realização periódica de pesquisa de mercado para
objetivo a formação de cadastro de reserva no caso de
comprovação da vantajosidade.
impossibilidade de atendimento pelo primeiro colocado da
§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julgamento, o ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.
menor preço aferido pela oferta de desconto sobre tabela de (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
preços praticados no mercado, desde que tecnicamente
§ 2º Se houver mais de um licitante na situação de que trata
justificado.
o inciso II do caput, serão classificados segundo a ordem da
§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou última proposta apresentada durante a fase competitiva.
prestação de serviços em locais diferentes, é facultada a (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
exigência de apresentação de proposta diferenciada por
§ 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o
região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos
cadastro de reserva a que se refere o inciso II do caput será
variáveis por região.
efetuada, na hipótese prevista no parágrafo único do art. 13
§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput não e quando houver necessidade de contratação de fornecedor
será considerada para fins de qualificação técnica e remanescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.
qualificação econômico-financeira na habilitação do (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
licitante.
§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste na ata de
§ 4º O exame e a aprovação das minutas do instrumento realização da sessão pública do pregão ou da concorrência,
convocatório e do contrato serão efetuados exclusivamente que conterá a informação dos licitantes que aceitarem cotar
pela assessoria jurídica do órgão gerenciador. os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) vencedor do certame. (Incluído pelo Decreto nº
8.250, de 2.014)
Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os
licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da proposta Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de preços não
do licitante mais bem classificado. será superior a doze meses, incluídas eventuais
prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art. 15 da Lei
Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na
nº 8.666, de 1993.
forma do caput não prejudicará o resultado do certame em
relação ao licitante mais bem classificado. § 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados
pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que
CAPÍTULO VI
trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Do Registro De Preços e da Validade da Ata
§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema de
Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de Registro de Preços será definida nos instrumentos
preços observará, entre outras, as seguintes condições: convocatórios, observado o disposto no art. 57 da Lei nº
8.666, de 1993.
I - serão registrados na ata de registro de preços os preços e
quantitativos do licitante mais bem classificado durante a § 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de
fase competitiva; (Redação dada pelo Decreto nº Preços poderão ser alterados, observado o disposto no art.
8.250, de 2.014) 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
II - será incluído, na respectiva ata na forma de anexo, o § 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços
registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou deverá ser assinado no prazo de validade da ata de registro
serviços com preços iguais aos do licitante vencedor na de preços.
sequência da classificação do certame, excluído o percentual
§ 1º Os órgãos e entidades que não participaram do registro não participantes que aderirem. (Incluído pelo
de preços, quando desejarem fazer uso da ata de registro de Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
preços, deverão consultar o órgão gerenciador da ata para
§ 5º (Revogado).
manifestação sobre a possibilidade de adesão.
§ 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não
§ 1º-A A manifestação do órgão gerenciador de que trata o
participante deverá efetivar a aquisição ou contratação
§ 1º fica condicionada à realização de estudo, pelos órgãos e
solicitada em até noventa dias, observado o prazo de
pelas entidades que não participaram do registro de preços,
vigência da ata.
que demonstre o ganho de eficiência, a viabilidade e a
economicidade para a administração pública federal da § 7º Compete ao órgão não participante os atos relativos à
utilização da ata de registro de preços, conforme cobrança do cumprimento pelo fornecedor das obrigações
estabelecido em ato do Secretário de Gestão do Ministério contratualmente assumidas e a aplicação, observada a
do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalidades
(Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais,
em relação às suas próprias contratações, informando as
§ 1º-B O estudo de que trata o § 1º-A, após aprovação pelo
ocorrências ao órgão gerenciador.
órgão gerenciador, será divulgado no Portal de Compras do
Governo federal. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, § 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração
de 2018) (Vigência) pública federal a adesão a ata de registro de preços
gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou
§ 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de
estadual.
preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar
pela aceitação ou não do fornecimento decorrente de § 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais,
adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de preços
futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão da Administração Pública Federal.
gerenciador e órgãos participantes.
§ 9º-A Sem prejuízo da observância ao disposto no § 3º, à
§ 3º As aquisições ou as contratações adicionais de que trata hipótese prevista no § 9º não se aplica o disposto nos § 1º-A
este artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a e § 1º-B no caso de órgãos e entidades de outros entes
cinquenta por cento dos quantitativos dos itens do federativos. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de
instrumento convocatório e registrados na ata de registro de 2018) (Vigência)
preços para o órgão gerenciador e para os órgãos
§ 10. É vedada a contratação de serviços de tecnologia da
participantes. (Redação dada pelo Decreto nº
informação e comunicação por meio de adesão a ata de
9.488, de 2018) (Vigência)
registro de preços que não seja: (Incluído pelo
§ 4º O instrumento convocatório preverá que o quantitativo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
decorrente das adesões à ata de registro de preços não
I - gerenciada pelo Ministério do Planejamento,
poderá exceder, na totalidade, ao dobro do quantitativo de
Desenvolvimento e Gestão; ou (Incluído pelo Decreto
cada item registrado na ata de registro de preços para o
nº 9.488, de 2018) (Vigência)
órgão gerenciador e para os órgãos participantes,
independentemente do número de órgãos não participantes II - gerenciada por outro órgão ou entidade e previamente
que aderirem. (Redação dada pelo Decreto nº aprovada pela Secretaria de Tecnologia da Informação e
9.488, de 2018) (Vigência) Comunicação do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão. (Incluído pelo Decreto
§ 4º-A Na hipótese de compra nacional: (Incluído
nº 9.488, de 2018) (Vigência)
pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 11. O disposto no § 10 não se aplica às hipóteses em que
I - as aquisições ou as contratações adicionais não excederão,
a contratação de serviços esteja vinculada ao fornecimento
por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos
de bens de tecnologia da informação e comunicação
dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata
constante da mesma ata de registro de preços.
de registro de preços para o órgão gerenciador e para os
(Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
órgãos participantes; e (Incluído pelo Decreto nº
9.488, de 2018) (Vigência) CAPÍTULO X
II - o instrumento convocatório da compra nacional preverá Disposições Finais e Transitórias
que o quantitativo decorrente das adesões à ata de registro
Art. 23. A Administração poderá utilizar recursos de
de preços não excederá, na totalidade, ao quíntuplo do
tecnologia da informação na operacionalização do disposto
quantitativo de cada item registrado na ata de registro de
neste Decreto e automatizar procedimentos de controle e
preços para o órgão gerenciador e para os órgãos
atribuições dos órgãos gerenciadores e participantes.
participantes, independentemente do número de órgãos
Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, decorrentes Parágrafo único. Para fazer face à parte da despesa
de certames realizados sob a vigência do Decreto nº 3.931, decorrente deste Decreto será utilizado o saldo
de 19 de setembro de 2001, poderão ser utilizadas pelos remanescente do Decreto nº 32.183, de 03 de setembro de
órgãos gerenciadores e participantes, até o término de sua 2010.
vigência.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Compras do publicação.
Governo federal para atendimento ao disposto no § 1º do
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
art. 5º, o órgão gerenciador deverá:
Brasília, 07 de outubro de 2010.
I - providenciar a assinatura da ata de registro de preços e o
encaminhamento de sua cópia aos órgãos ou entidades 122º da República e 51º de Brasília
participantes; e
ROGÉRIO SCHUMANN ROSSO
II - providenciar a indicação dos fornecedores para
Este texto não substitui o original, publicado no DODF de
atendimento às demandas, observada a ordem de
08/10/2010 p 1.
classificação e os quantitativos de contratação definidos
pelos órgãos e entidades participantes. ANEXO I
Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Compras do Cargos em Comissão Extintos
Governo federal para atendimento ao disposto nos incisos I
(Art. 1º, do Decreto nº 32.318, de 07 de outubro de 2010)
e II do caput do art. 11 e no inciso II do § 2º do art. 11, a ata
registrará os licitantes vencedores, quantitativos e UNIDADE/CARGO/SÍMBOLO/QUANTIDADE – SECRETARIA DE
respectivos preços. ESTADO DE GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – GABINETE –
Assessor, DFA-14, 05; Assessor, DFA- 11, 01; Assessor, DFA-
Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
10, 01 - SECRETARIA DE ESTADO DE GOVERNO DO DISTRITO
poderá editar normas complementares a este Decreto.
FEDERAL – COORDENADORIA DAS CIDADES –
Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SANTA MARIA – ASSESSORIA
de sua publicação. TÉCNICA – Assessor, DFA-14, 01.
Art. 29. Ficam revogados: ANEXO II
I - o Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001; e Cargos de Natureza Especial e em Comissão Criados
II - o Decreto nº 4.342, de 23 de agosto de 2002. (Art. 2º, do Decreto nº 32.318, de 07 de outubro de 2010)
Brasília, 23 de janeiro de 2013; 192º da Independência e UNIDADE/CARGO/SÍMBOLO/QUANTIDADE –
125º da República. GOVERNADORIA DO DISTRITO FEDERAL – GABINETE –
Assessor Especial, CNE-04, 01 - CONSULTORIA JURÍDICA –
DILMA ROUSSEFF
Assessor, DFA-14, 01 - SECRETARIA DE ESTADO DE GOVERNO
Miriam Belchior DO DISTRITO FEDERAL – COORDENADORIA DAS CIDADES –
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO LAGO SUL – CHEFIA DE
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.1.2013
GABINETE – Assessor, DFA-14, 01; Assistente, DFA-08, 01 -
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO SUDOESTE – CHEFIA DE
DECRETO DISTRITAL Nº GABINETE – Encarregado, DFA-05, 01 - ADMINISTRAÇÃO
32.318/2010 REGIONAL DE SANTA MARIA – CHEFIA DE GABINETE –
Assessor, DFA-10, 01 - ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO
GAMA – CHEFIA DE GABINETE – Assistente, DFA-08, 01 –
Extingue e cria cargos que especifica e dá outras
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SOBRADINHO – CHEFIA DE
providências.
GABINETE – Assistente, DFA-08, 01 - ADMINISTRAÇÃO
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das REGIONAL DO GUARÁ – CHEFIA DE GABINETE – Assistente,
atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, DFA-08, 01.
da Lei Orgânica do Distrito Federal
DECRETA: INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5/2017
Art. 1º Ficam extintos os Cargos em Comissão, constante do
Dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de
Anexo I.
contratação de serviços sob o regime de execução indireta
Art. 2º Ficam criados, sem aumento de despesa, os Cargos no âmbito da Administração Pública federal direta,
de Natureza Especial e em Comissão constantes do Anexo II. autárquica e fundacional.
O SECRETÁRIO DE GESTÃO DO MINISTÉRIO DO III - direcionar a contratação de pessoas para trabalhar nas
PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO, no uso empresas contratadas;
das atribuições que lhe confere o Decreto nº 9.035, de 20 de
IV - promover ou aceitar o desvio de funções dos
abril de 2017, e o Decreto nº 1.094, de 23 de março de 1994,
trabalhadores da contratada, mediante a utilização destes
considerando o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de
em atividades distintas daquelas previstas no objeto da
1993, na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no Decreto-
contratação e em relação à função específica para a qual o
Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no Decreto nº 2.271,
trabalhador foi contratado;
de 7 de julho de 1997, resolve:
V - considerar os trabalhadores da contratada como
CAPÍTULO I
colaboradores eventuais do próprio órgão ou entidade
Disposições Gerais responsável pela contratação, especialmente para efeito de
concessão de diárias e passagens;
Art. 1º As contratações de serviços para a realização de
tarefas executivas sob o regime de execução indireta, por VI - definir o valor da remuneração dos trabalhadores da
órgãos ou entidades da Administração Pública federal direta, empresa contratada para prestar os serviços, salvo nos casos
autárquica e fundacional, observarão, no que couber: específicos em que se necessitam de profissionais com
habilitação/experiência superior a daqueles que, no
I - as fases de Planejamento da Contratação, Seleção do
mercado, são remunerados pelo piso salarial da categoria,
Fornecedor e Gestão do Contrato;
desde que justificadamente; e
II - os critérios e práticas de sustentabilidade; e
VII - conceder aos trabalhadores da contratada direitos
III - o alinhamento com o Planejamento Estratégico do órgão típicos de servidores públicos, tais como recesso, ponto
ou entidade, quando houver. facultativo, dentre outros.
Seção I Art. 6º A Administração não se vincula às disposições
contidas em Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de
Das Definições
Trabalho que tratem de pagamento de participação dos
Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa são trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa
adotadas as definições constantes do Anexo I. contratada, de matéria não trabalhista, ou que estabeleçam
direitos não previstos em lei, tais como valores ou índices
Seção II
obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários, bem
Das Características da Terceirização de Serviços como de preços para os insumos relacionados ao exercício
da atividade.
Art. 3º O objeto da licitação será definido como prestação de
serviços, sendo vedada a caracterização exclusiva do objeto Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vincular-se às
como fornecimento de mão de obra. disposições previstas nos Acordos, Convenções ou Dissídios
Coletivos de Trabalho que tratem de obrigações e direitos
Art. 4º A prestação de serviços de que trata esta Instrução
que somente se aplicam aos contratos com a Administração
Normativa não gera vínculo empregatício entre os
Pública.
empregados da contratada e a Administração, vedando-se
qualquer relação entre estes que caracterize pessoalidade e Seção III
subordinação direta.
Dos Serviços Passíveis de Execução Indireta
Art. 5º É vedado à Administração ou aos seus servidores
Art. 7º Nos termos da legislação, serão objeto de execução
praticar atos de ingerência na administração da contratada,
indireta as atividades previstas em Decreto que regulamenta
a exemplo de:
a matéria.
I - possibilitar ou dar causa a atos de subordinação,
§ 1º A Administração poderá contratar, mediante
vinculação hierárquica, prestação de contas, aplicação de
terceirização, as atividades dos cargos extintos ou em
sanção e supervisão direta sobre os empregados da
extinção, tais como os elencados na Lei nº 9.632, de 7 de
contratada;
maio de 1998.
II - exercer o poder de mando sobre os empregados da
§ 2º As funções elencadas nas contratações de prestação de
contratada, devendo reportar-se somente aos prepostos ou
serviços deverão observar a nomenclatura estabelecida na
responsáveis por ela indicados, exceto quando o objeto da
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do
contratação previr a notificação direta para a execução das
Trabalho, ou outra que vier a substituí-la.
tarefas previamente descritas no contrato de prestação de
serviços para a função específica, tais como nos serviços de Art. 8º Poderá ser admitida a contratação de serviço de apoio
recepção, apoio administrativo ou ao usuário; administrativo, considerando o disposto no inciso IV do art.
9º desta Instrução Normativa, com a descrição no contrato
de prestação de serviços para cada função específica das contemple as diretrizes estabelecidas neste artigo, o qual
tarefas principais e essenciais a serem executadas, servirá como condição de aceitabilidade da proposta.
admitindo-se pela Administração, em relação à pessoa
§ 2º O serviço contratado deverá ser executado
encarregada da função, a notificação direta para a execução
obrigatoriamente pelos cooperados, vedada qualquer
das tarefas.
intermediação ou subcontratação.
Seção IV
Art. 11. Na contratação de sociedades cooperativas, o órgão
Da Vedação à Contratação de Serviços ou entidade deverá verificar seus atos constitutivos,
analisando sua regularidade formal e as regras internas de
Art. 9º Não serão objeto de execução indireta na
funcionamento, para evitar eventual desvirtuação ou fraude.
Administração Pública federal direta, autárquica e
fundacional: Art. 12. Quando da contratação de instituição sem fins
lucrativos, o serviço contratado deverá ser executado
I - atividades que envolvam a tomada de decisão ou
obrigatoriamente pelos profissionais pertencentes aos
posicionamento institucional nas áreas de planejamento,
quadros funcionais da instituição.
coordenação, supervisão e controle;
Parágrafo único. Considerando-se que as instituições sem
II - as atividades consideradas estratégicas para o órgão ou
fins lucrativos gozam de benefícios fiscais e previdenciários
entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o
específicos, condição que reduz seus custos operacionais em
controle de processos e de conhecimentos e tecnologias;
relação às pessoas jurídicas ou físicas, legal e regularmente
III - as funções relacionadas ao poder de polícia, de tributadas, não será permitida, em observância ao princípio
regulação, de outorga de serviços públicos e de aplicação de da isonomia, a participação de instituições sem fins
sanção; e lucrativos em processos licitatórios destinados à contratação
de empresário, de sociedade empresária ou de consórcio de
IV - as atividades inerentes às categorias funcionais
empresa.
abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo
expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar Art. 13. Não será admitida a contratação de cooperativa ou
de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro de instituição sem fins lucrativos cujo estatuto e objetos
geral de pessoal. sociais não prevejam ou não estejam de acordo com o objeto
contratado.
Parágrafo único. As atividades auxiliares, instrumentais ou
acessórias às funções e atividades definidas nos incisos do Seção VI
caput podem ser executadas de forma indireta, sendo
Das Características dos Serviços
vedada a transferência de responsabilidade para realização
de atos administrativos ou a tomada de decisão para o Subseção I
contratado.
Dos Serviços Comuns
Seção V
Art. 14. Os serviços considerados comuns são aqueles cujos
Dos Serviços Prestados por Cooperativas e Instituições padrões de desempenho e qualidade possam ser
Sem Fins Lucrativos objetivamente definidos pelo ato convocatório, por meio de
especificações usuais do mercado.
Art. 10. A contratação de sociedades cooperativas somente
poderá ocorrer quando, pela sua natureza, o serviço a ser Parágrafo único. Independentemente de sua complexidade,
contratado evidenciar: os serviços podem ser enquadrados na condição de serviços
comuns, desde que atendam aos requisitos dispostos no
I - a possibilidade de ser executado com autonomia pelos
caput deste artigo.
cooperados, de modo a não demandar relação de
subordinação entre a cooperativa e os cooperados, nem Subseção II
entre a Administração e os cooperados; e
Dos Serviços Prestados de Forma Contínua e Não Contínua
II - que a gestão operacional do serviço seja executada de
Art. 15. Os serviços prestados de forma contínua são aqueles
forma compartilhada ou em rodízio, em que as atividades de
que, pela sua essencialidade, visam atender à necessidade
coordenação e supervisão da execução dos serviços e as de
pública de forma permanente e contínua, por mais de um
preposto, conforme determina o art. 68 da Lei nº 8.666, de
exercício financeiro, assegurando a integridade do
1993, sejam realizadas pelos cooperados de forma alternada
patrimônio público ou o funcionamento das atividades
ou aleatória, para que tantos quanto possíveis venham a
finalísticas do órgão ou entidade, de modo que sua
assumir tal atribuição.
interrupção possa comprometer a prestação de um serviço
§ 1º Quando admitida a participação de cooperativas, estas público ou o cumprimento da missão institucional.
deverão apresentar um modelo de gestão operacional que
Parágrafo único. A contratação de serviços prestados de § 4º Os procedimentos de que tratam os incisos do § 1º deste
forma contínua deverá observar os prazos previstos no art. artigo estão disciplinados no item 1 do Anexo VII-B.
57 da Lei nº 8.666, de 1993.
CAPÍTULO II
Art. 16. Os serviços considerados não continuados ou
Do Procedimento da Contratação
contratados por escopo são aqueles que impõem aos
contratados o dever de realizar a prestação de um serviço Art. 19. As contratações de serviços de que tratam esta
específico em um período predeterminado, podendo ser Instrução Normativa serão realizadas observando-se as
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo seguintes fases:
necessário à conclusão do objeto, observadas as hipóteses
I - Planejamento da Contratação;
previstas no § 1º do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
II - Seleção do Fornecedor; e
Subseção III
III - Gestão do Contrato.
Dos Serviços com Regime de Dedicação Exclusiva de Mão
de Obra Parágrafo único. O nível de detalhamento de informações
necessárias para instruir cada fase da contratação deverá
Art. 17. Os serviços com regime de dedicação exclusiva de
considerar a análise de risco do objeto contratado.
mão de obra são aqueles em que o modelo de execução
contratual exija, dentre outros requisitos, que: CAPÍTULO III
I - os empregados da contratada fiquem à disposição nas Do Planejamento da Contratação
dependências da contratante para a prestação dos serviços;
Art. 20. O Planejamento da Contratação, para cada serviço a
II - a contratada não compartilhe os recursos humanos e ser contratado, consistirá nas seguintes etapas:
materiais disponíveis de uma contratação para execução
I - Estudos Preliminares;
simultânea de outros contratos; e
II - Gerenciamento de Riscos; e
III - a contratada possibilite a fiscalização pela contratante
quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos III - Termo de Referência ou Projeto Básico.
humanos alocados aos seus contratos.
§ 1º As situações que ensejam a dispensa ou inexigibilidade
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput poderão da licitação exigem o cumprimento das etapas do
ser prestados fora das dependências do órgão ou entidade, Planejamento da Contratação, no que couber.
desde que não seja nas dependências da contratada e
§ 2º Salvo o Gerenciamento de Riscos relacionado à fase de
presentes os requisitos dos incisos II e III.
Gestão do Contrato, as etapas I e II do caput ficam
Art. 18. Para as contratações de que trata o art. 17, o dispensadas quando se tratar de:
procedimento sobre Gerenciamento de Riscos, conforme
a) contratações de serviços cujos valores se enquadram nos
especificado nos arts. 25 e 26, obrigatoriamente
limites dos incisos I e II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993;
contemplará o risco de descumprimento das obrigações
ou
trabalhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada.
b) contratações previstas nos incisos IV e XI do art. 24 da Lei
§ 1º Para o tratamento dos riscos previstos no caput,
nº 8.666, de 1993.
poderão ser adotados os seguintes controles internos:
§ 3º As contratações de serviços prestados de forma
I - Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para
contínua, passíveis de prorrogações sucessivas, de que trata
movimentação, conforme disposto em Caderno de Logística,
o art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993, caso sejam objeto de
elaborado pela Secretaria de Gestão do Ministério do
renovação da vigência, ficam dispensadas das etapas I, II e III
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou
do caput, salvo o Gerenciamento de Riscos da fase de Gestão
II - Pagamento pelo Fato Gerador, conforme disposto em do Contrato.
Caderno de Logística, elaborado pela Secretaria de Gestão
§ 4º Os órgãos e entidades poderão simplificar, no que
do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
couber, a etapa de Estudos Preliminares, quando adotados
§2º A adoção de um dos critérios previstos nos incisos I e II os modelos de contratação estabelecidos nos Cadernos de
do parágrafo anterior deverá ser justificada com base na Logística divulgados pela Secretaria de Gestão do Ministério
avaliação da relação custo-benefício. do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
§ 3º Só será admitida a adoção do Pagamento pelo Fato § 5º Podem ser elaborados Estudos Preliminares e
Gerador após a publicação do Caderno de Logística a que faz Gerenciamento de Riscos comuns para serviços de mesma
referência o inciso II do § 1º deste artigo. natureza, semelhança ou afinidade.
Seção I
Dos Procedimentos Iniciais para Elaboração do Estudos Preliminares, conforme as diretrizes constantes do
Planejamento da Contratação Anexo III.
Art. 21. Os procedimentos iniciais do Planejamento da § 1º O documento que materializa os Estudos Preliminares
Contratação consistem nas seguintes atividades: deve conter, quando couber, o seguinte conteúdo:
I - elaboração do documento para formalização da demanda I - necessidade da contratação;
pelo setor requisitante do serviço, conforme modelo do
II - referência a outros instrumentos de planejamento do
Anexo II, que contemple:
órgão ou entidade, se houver;
a) a justificativa da necessidade da contratação explicitando
III - requisitos da contratação;
a opção pela terceirização dos serviços e considerando o
Planejamento Estratégico, se for o caso; IV - estimativa das quantidades, acompanhadas das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte;
b) a quantidade de serviço a ser contratada;
V - levantamento de mercado e justificativa da escolha do
c) a previsão de data em que deve ser iniciada a prestação
tipo de solução a contratar;
dos serviços; e
VI - estimativas de preços ou preços referenciais;
d) a indicação do servidor ou servidores para compor a
equipe que irá elaborar os Estudos Preliminares e o VII - descrição da solução como um todo;
Gerenciamento de Risco e, se necessário, daquele a quem
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da solução
será confiada a fiscalização dos serviços, o qual poderá
quando necessária para individualização do objeto;
participar de todas as etapas do planejamento da
contratação, observado o disposto no § 1º do art. 22; IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de
economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos
II - envio do documento de que trata o inciso I deste artigo
humanos, materiais ou financeiros disponíveis;
ao setor de licitações do órgão ou entidade; e
X - providências para adequação do ambiente do órgão;
III - designação formal da equipe de Planejamento da
Contratação pela autoridade competente do setor de XI - contratações correlatas e/ou interdependentes; e
licitações.
XII - declaração da viabilidade ou não da contratação.
Art. 22. Ao receber o documento de que trata o inciso I do
§ 2º Os Estudos Preliminares devem obrigatoriamente
art. 21, a autoridade competente do setor de licitações
conter o disposto nos incisos I, IV, VI, VIII e XII do parágrafo
poderá, se necessário, indicar servidor ou servidores que
anterior.
atuam no setor para compor a equipe de Planejamento da
Contratação. § 3º O órgão ou entidade deverá apresentar justificativas no
próprio documento que materializa os Estudos Preliminares
§ 1º A equipe de Planejamento da Contratação é o conjunto
quando não contemplar quaisquer dos incisos de que trata o
de servidores, que reúnem as competências necessárias à
§ 1º deste artigo;
completa execução das etapas de Planejamento da
Contratação, o que inclui conhecimentos sobre aspectos § 4º Nas contratações que utilizem especificações
técnicos e de uso do objeto, licitações e contratos, dentre padronizadas, em atenção ao § 4º do art. 20, a equipe de
outros. Planejamento da Contratação produzirá somente os
conteúdos dispostos nos incisos do § 1º deste artigo que não
§ 2º Os integrantes da equipe de Planejamento da
forem estabelecidos como padrão.
Contratação devem ter ciência expressa da indicação das
suas respectivas atribuições antes de serem formalmente § 5º Observado o § 2º deste artigo, nas contratações em que
designados. o órgão ou entidade for gerenciador de um Sistema de
Registro de Preços (SRP), deve ser produzido um Estudo
Art. 23. O órgão ou entidade poderá definir de forma diversa
Preliminar específico para o órgão ou entidade com o
a formação de equipe responsável pelo Planejamento das
conteúdo previsto nos incisos de I a XII, e outro para a
Contratações quando contemplarem área técnica específica
formação da Ata contendo as informações dos incisos III, IV,
em sua estrutura, observadas as disposições desta Seção no
V, VI, VII e VIII.
que couber.
§ 6º Observado o § 2º deste artigo, nas contratações em que
Seção II
o órgão ou entidade for participante de um Sistema de
Dos Estudos Preliminares Registro de Preços (SRP), a equipe de Planejamento da
Contratação produzirá as informações dos incisos I, II, IV, IX,
Art. 24. Com base no documento que formaliza a demanda,
X, XI e XII, visto que as informações dos incisos III, V, VI, VII e
a equipe de Planejamento da Contratação deve realizar os
VIII, considerando a totalidade da ata, serão produzidas pelo Parágrafo único. A Secretaria de Gestão do Ministério do
órgão gerenciador. Planejamento, Desenvolvimento e Gestão poderá
estabelecer regras e procedimentos para elaboração do
Seção III
Plano Anual de Contratações do órgão ou entidade, que será
Do Gerenciamento de Riscos registrado em sistema informatizado.
Art. 25. O Gerenciamento de Riscos é um processo que Seção IV
consiste nas seguintes atividades:
Do Projeto Básico ou Termo de Referência
I - identificação dos principais riscos que possam
Art. 28. O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá ser
comprometer a efetividade do Planejamento da
elaborado a partir dos Estudos Preliminares, do
Contratação, da Seleção do Fornecedor e da Gestão
Gerenciamento de Risco e conforme as diretrizes constantes
Contratual ou que impeçam o alcance dos resultados que
do Anexo V, devendo ser encaminhado ao setor de licitações,
atendam às necessidades da contratação;
de acordo com o prazo previsto no art. 27.
II - avaliação dos riscos identificados, consistindo da
Art. 29. Devem ser utilizados os modelos de minutas
mensuração da probabilidade de ocorrência e do impacto de
padronizados de Termos de Referência e Projetos Básicos da
cada risco;
Advocacia-Geral União, observadas as diretrizes dispostas no
III - tratamento dos riscos considerados inaceitáveis por meio Anexo V, bem como os Cadernos de Logística expedidos pela
da definição das ações para reduzir a probabilidade de Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
ocorrência dos eventos ou suas consequências; Desenvolvimento e Gestão, no que couber.
IV - para os riscos que persistirem inaceitáveis após o § 1º Quando o órgão ou entidade não utilizar os modelos de
tratamento, definição das ações de contingência para o caso que trata o caput, ou utilizá-los com alterações, deverá
de os eventos correspondentes aos riscos se concretizarem; apresentar as devidas justificativas, anexando-as aos autos.
e
§ 2º Cumpre ao setor requisitante a elaboração do Termo de
V - definição dos responsáveis pelas ações de tratamento dos Referência ou Projeto Básico, a quem caberá avaliar a
riscos e das ações de contingência. pertinência de modificar ou não os Estudos Preliminares e o
Gerenciamento de Risco, a depender da temporalidade da
Parágrafo único. A responsabilidade pelo Gerenciamento de
contratação, observado o disposto no art. 23.
Riscos compete à equipe de Planejamento da Contratação
devendo abranger as fases do procedimento da contratação Art. 30. O Termo de Referência ou Projeto Básico deve
previstas no art. 19. conter, no mínimo, o seguinte conteúdo:
Art. 26. O Gerenciamento de Riscos materializa-se no I - declaração do objeto;
documento Mapa de Riscos.
II - fundamentação da contratação;
§ 1º O Mapa de Riscos deve ser atualizado e juntado aos
III - descrição da solução como um todo;
autos do processo de contratação, pelo menos:
IV - requisitos da contratação;
I - ao final da elaboração dos Estudos Preliminares;
V - modelo de execução do objeto;
II - ao final da elaboração do Termo de Referência ou Projeto
Básico; VI - modelo de gestão do contrato;
III - após a fase de Seleção do Fornecedor; e VII - critérios de medição e pagamento;
IV - após eventos relevantes, durante a gestão do contrato VIII - forma de seleção do fornecedor;
pelos servidores responsáveis pela fiscalização.
IX - critérios de seleção do fornecedor;
§ 2º Para elaboração do Mapa de Riscos poderá ser
X - estimativas detalhadas dos preços, com ampla pesquisa
observado o modelo constante do Anexo IV.
de mercado nos termos da Instrução Normativa nº 5, de 27
Art. 27. Concluídas as etapas relativas aos Estudos de junho de 2014; e
Preliminares e ao Gerenciamento de Riscos, os setores
XI - adequação orçamentária.
requisitantes deverão encaminhá-los, juntamente com o
documento que formaliza a demanda, à autoridade § 1º Nas contratações que utilizem especificações
competente do setor de licitações, que estabelecerá o prazo padronizadas, em atenção ao § 4º do art. 20, o responsável
máximo para o envio do Projeto Básico ou Termo de pela elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico
Referência, conforme alínea “c” do inciso I, do art. 21. produzirá somente os itens que não forem estabelecidos
como padrão.
§ 2º Os documentos que compõem a fase de Planejamento § 1º A lista de verificação de que trata o caput deverá ser
da Contratação serão parte integrante do processo juntada aos autos do processo, com as devidas adaptações
administrativo da licitação. relativas ao momento do seu preenchimento.
Art. 31. O órgão ou entidade não poderá contratar o mesmo § 2º É dispensado o envio do processo, se houver parecer
prestador para realizar serviços de execução, de subsídios ou jurídico referencial exarado pelo órgão de assessoramento
assistência à fiscalização ou supervisão relativos ao mesmo competente, que deverá ser anexado ao processo,
objeto, assegurando a necessária segregação das funções. ressalvada a hipótese de consulta acerca de dúvida de ordem
jurídica devidamente identificada e motivada.
Art. 32. Para a contratação dos serviços de vigilância e de
limpeza e conservação, além do disciplinado neste capítulo, Seção III
deverão ser observadas as regras previstas no Anexo VI.
Da Adjudicação e da Homologação
CAPÍTULO IV
Art. 37. Para fins de Adjudicação e Homologação, o órgão ou
Da Seleção do Fornecedor entidade deverá observar o disposto na legislação vigente
que rege a modalidade adotada, especialmente quanto ao
Art. 33. A fase de Seleção do Fornecedor inicia-se com o
inciso VII do art. 38 e inciso VI do art. 43 da Lei nº 8.666, de
encaminhamento do Termo de Referência ou Projeto Básico
1993; inciso IV do art. 3º e incisos XX, XXI e XXII do art. 4º da
ao setor de licitações e encerra-se com a publicação do
Lei nº 10.520, de 2005; e inciso IV do art. 28 da Lei nº 12.462,
resultado de julgamento após adjudicação e homologação.
de 4 de agosto de 2011.
Seção I
Seção IV
Do Ato Convocatório
Da Formalização e Publicação dos Contratos
Art. 34. Os atos convocatórios da licitação e os atos relativos
Art. 38. Para formalização e publicação dos contratos, deverá
à dispensa ou inexigibilidade de licitação, bem como os
ser observado o disposto no Anexo VII-G.
contratos deles decorrentes, observarão o disposto nesta
Instrução Normativa, além das disposições contidas na Lei nº CAPÍTULO V
8.666, de 1993, na Lei nº 10.520, de 2002, na Lei
Da Gestão do Contrato
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, no
Decreto nº 8.538, de 6 de outubro de 2015, e no Decreto nº Seção I
2.271, de 1997, e serão adaptados às especificidades de cada
Das Atividades de Gestão e Fiscalização da Execução dos
contratação.
Contratos
Art. 35. Devem ser utilizados os modelos de minutas
Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da execução
padronizados de atos convocatórios e contratos da
contratual são o conjunto de ações que tem por objetivo
Advocacia-Geral União, observado o disposto no Anexo VII,
aferir o cumprimento dos resultados previstos pela
bem como os Cadernos de Logística expedidos por esta
Administração para os serviços contratados, verificar a
Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e
Desenvolvimento e Gestão, no que couber.
trabalhistas, bem como prestar apoio à instrução processual
§ 1º Quando o órgão ou entidade não utilizar os modelos de e o encaminhamento da documentação pertinente ao setor
que trata o caput, ou utilizá-los com alterações, deverá de contratos para a formalização dos procedimentos
apresentar as devidas justificativas, anexando-as aos autos. relativos a repactuação, alteração, reequilíbrio, prorrogação,
pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos
§ 2º No caso da contratação de prestação de serviços por
contratos, dentre outras, com vista a assegurar o
meio do sistema de credenciamento, deverão ser
cumprimento das cláusulas avençadas e a solução de
observadas as diretrizes constantes do item 3 do Anexo VII-
problemas relativos ao objeto.
B.
Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o artigo
Seção II
anterior compete ao gestor da execução dos contratos,
Do Parecer Jurídico auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e
pelo público usuário, conforme o caso, de acordo com as
Art. 36. Antes do envio do processo para exame e aprovação
seguintes disposições:
da assessoria jurídica, nos termos do parágrafo único do art.
38 da Lei nº 8.666, de 1993, deve-se realizar uma avaliação I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação das
da conformidade legal do procedimento administrativo da atividades relacionadas à fiscalização técnica, administrativa,
contratação, preferencialmente com base nas disposições setorial e pelo público usuário, bem como dos atos
previstas no Anexo I da Orientação Normativa/Seges nº 2, de preparatórios à instrução processual e ao encaminhamento
6 de junho de 2016, no que couber. da documentação pertinente ao setor de contratos para
formalização dos procedimentos quanto aos aspectos que § 1º Para o exercício da função, o gestor e fiscais deverão ser
envolvam a prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, cientificados, expressamente, da indicação e respectivas
eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, atribuições antes da formalização do ato de designação.
dentre outros;
§ 2º Na indicação de servidor devem ser considerados a
II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o compatibilidade com as atribuições do cargo, a
objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes complexidade da fiscalização, o quantitativo de contratos
contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade, por servidor e a sua capacidade para o desempenho das
qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços estão atividades.
compatíveis com os indicadores de níveis mínimos de
§ 3º Nos casos de atraso ou falta de indicação, de
desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito de
desligamento ou afastamento extemporâneo e definitivo do
pagamento conforme o resultado, podendo ser auxiliado
gestor ou fiscais e seus substitutos, até que seja
pela fiscalização de que trata o inciso V deste artigo;
providenciada a indicação, a competência de suas
III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento dos atribuições caberá ao responsável pela indicação ou
aspectos administrativos da execução dos serviços nos conforme previsto no normativo de que trata o caput.
contratos com regime de dedicação exclusiva de mão de
Art. 42. Após indicação de que trata o art. 41, a autoridade
obra quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e
competente do setor de licitações deverá designar, por ato
trabalhistas, bem como quanto às providências tempestivas
formal, o gestor, o fiscal e os substitutos.
nos casos de inadimplemento;
§ 1º O fiscal substituto atuará como fiscal do contrato nas
IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da execução
ausências e nos impedimentos eventuais e regulamentares
do contrato nos aspectos técnicos ou administrativos
do titular.
quando a prestação dos serviços ocorrer
concomitantemente em setores distintos ou em unidades § 2º Será facultada a contratação de terceiros para assistir
desconcentradas de um mesmo órgão ou entidade; e ou subsidiar as atividades de fiscalização do representante
da Administração, desde que justificada a necessidade de
V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acompanhamento
assistência especializada.
da execução contratual por pesquisa de satisfação junto ao
usuário, com o objetivo de aferir os resultados da prestação § 3º O gestor ou fiscais e seus substitutos deverão elaborar
dos serviços, os recursos materiais e os procedimentos relatório registrando as ocorrências sobre a prestação dos
utilizados pela contratada, quando for o caso, ou outro fator serviços referentes ao período de sua atuação quando do
determinante para a avaliação dos aspectos qualitativos do seu desligamento ou afastamento definitivo.
objeto.
§ 4º Para o exercício da função, os fiscais deverão receber
§ 1º No caso do inciso IV deste artigo, o órgão ou entidade cópias dos documentos essenciais da contratação pelo setor
deverá designar representantes nesses locais para atuarem de contratos, a exemplo dos Estudos Preliminares, do ato
como fiscais setoriais. convocatório e seus anexos, do contrato, da proposta da
contratada, da garantia, quando houver, e demais
§ 2º O recebimento provisório dos serviços ficará a cargo do
documentos indispensáveis à fiscalização.
fiscal técnico, administrativo ou setorial, quando houver, e o
recebimento definitivo, a cargo do gestor do contrato. Art. 43. O encargo de gestor ou fiscal não pode ser recusado
pelo servidor, por não se tratar de ordem ilegal, devendo
§ 3º As atividades de gestão e fiscalização da execução
expor ao superior hierárquico as deficiências e limitações
contratual devem ser realizadas de forma preventiva,
técnicas que possam impedir o diligente cumprimento do
rotineira e sistemática, podendo ser exercidas por
exercício de suas atribuições, se for o caso.
servidores, equipe de fiscalização ou único servidor, desde
que, no exercício dessas atribuições, fique assegurada a Parágrafo único. Ocorrendo a situação de que trata o caput,
distinção dessas atividades e, em razão do volume de observado o § 2º do art. 42, a Administração deverá
trabalho, não comprometa o desempenho de todas as ações providenciar a qualificação do servidor para o desempenho
relacionadas à Gestão do Contrato. das atribuições, conforme a natureza e complexidade do
objeto, ou designar outro servidor com a qualificação
Seção II
requerida.
Da Indicação e Designação do Gestor e Fiscais do Contrato
Seção III
Art. 41. A indicação do gestor, fiscal e seus substitutos caberá
Do Acompanhamento e Fiscalização dos Contratos
aos setores requisitantes dos serviços ou poderá ser
estabelecida em normativo próprio de cada órgão ou Subseção I
entidade, de acordo com o funcionamento de seus processos
Dos Aspectos Gerais da Fiscalização e do Início da
de trabalho e sua estrutura organizacional.
Prestação dos Serviços
Art. 44. O preposto da empresa deve ser formalmente Art. 46. As ocorrências acerca da execução contratual
designado pela contratada antes do início da prestação dos deverão ser registradas durante toda a vigência da prestação
serviços, em cujo instrumento deverá constar dos serviços, cabendo ao gestor e fiscais, observadas suas
expressamente os poderes e deveres em relação à execução atribuições, a adoção das providências necessárias ao fiel
do objeto. cumprimento das cláusulas contratuais, conforme o disposto
nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 1º A indicação ou a manutenção do preposto da empresa
poderá ser recusada pelo órgão ou entidade, desde que § 1º O registro das ocorrências, as comunicações entre as
devidamente justificada, devendo a empresa designar outro partes e demais documentos relacionados à execução do
para o exercício da atividade. objeto poderão ser organizados em processo de fiscalização,
instruído com os documentos de que trata o § 4º do art. 42.
§ 2º As comunicações entre o órgão ou entidade e a
contratada devem ser realizadas por escrito sempre que o § 2º As situações que exigirem decisões e providências que
ato exigir tal formalidade, admitindo-se, excepcionalmente, ultrapassem a competência do fiscal deverão ser registradas
o uso de mensagem eletrônica para esse fim. e encaminhadas ao gestor do contrato que as enviará ao
superior em tempo hábil para a adoção de medidas
§ 3º O órgão ou entidade poderá convocar o preposto para
saneadoras.
adoção de providências que devam ser cumpridas de
imediato. Art. 47. A execução dos contratos deverá ser acompanhada
e fiscalizada por meio de instrumentos de controle que
§ 4º A depender da natureza dos serviços, poderá ser exigida
compreendam a mensuração dos seguintes aspectos,
a manutenção do preposto da empresa no local da execução
quando for o caso:
do objeto, bem como pode ser estabelecido sistema de
escala semanal ou mensal. I - os resultados alcançados em relação ao contratado, com
a verificação dos prazos de execução e da qualidade
Art. 45. Após a assinatura do contrato, sempre que a
demandada;
natureza da prestação dos serviços exigir, o órgão ou
entidade deverá promover reunião inicial para apresentação II - os recursos humanos empregados em função da
do plano de fiscalização, que conterá informações acerca das quantidade e da formação profissional exigidas;
obrigações contratuais, dos mecanismos de fiscalização, das
III - a qualidade e quantidade dos recursos materiais
estratégias para execução do objeto, do plano
utilizados;
complementar de execução da contratada, quando houver,
do método de aferição dos resultados e das sanções IV - a adequação dos serviços prestados à rotina de execução
aplicáveis, dentre outros. estabelecida;
§ 1º Os assuntos tratados na reunião inicial devem ser V - o cumprimento das demais obrigações decorrentes do
registrados em ata e, preferencialmente, estarem presentes contrato; e
o gestor, o fiscal ou equipe responsável pela fiscalização do
VI - a satisfação do público usuário.
contrato, o preposto da empresa e, se for o caso, o servidor
ou a equipe de Planejamento da Contratação. § 1º Deve ser estabelecido, desde o início da prestação dos
serviços, mecanismo de controle da utilização dos materiais
§ 2º O órgão ou entidade contratante deverá realizar
empregados nos contratos, para efeito de acompanhamento
reuniões periódicas com o preposto, de modo a garantir a
da execução do objeto bem como para subsidiar a estimativa
qualidade da execução e os resultados previstos para a
para as futuras contratações.
prestação dos serviços.
§ 2º A conformidade do material a ser utilizado na execução
§ 3º Em caráter excepcional, devidamente justificado e
dos serviços deverá ser verificada juntamente com o
mediante autorização da autoridade competente do setor de
documento da contratada que contenha a relação detalhada
licitações, o prazo inicial da prestação de serviços ou das suas
destes, de acordo com o estabelecido no contrato,
etapas poderão sofrer alterações, desde que requerido pela
informando as respectivas quantidades e especificações
contratada antes da data prevista para o início dos serviços
técnicas, tais como marca, qualidade e forma de uso.
ou das respectivas etapas, cumpridas as formalidades
exigidas pela legislação. Subseção II
§ 4º Na análise do pedido de que trata o § 3º deste artigo, a Da Fiscalização Técnica e Administrativa
Administração deverá observar se o seu acolhimento não
Art. 48. Na fiscalização técnica e administrativa dos contratos
viola as regras do ato convocatório, a isonomia, o interesse
deverá ser observado o disposto no Anexo VIII.
público ou qualidade da execução do objeto, devendo ficar
registrado que os pagamentos serão realizados em Subseção III
conformidade com a efetiva prestação dos serviços.
II - da data do Acordo, Convenção, Dissídio Coletivo de objeto de preclusão com a assinatura da prorrogação
Trabalho ou equivalente vigente à época da apresentação da contratual ou com o encerramento do contrato.
proposta quando a variação dos custos for decorrente da
Art. 58. Os novos valores contratuais decorrentes das
mão de obra e estiver vinculada às datas-bases destes
repactuações terão suas vigências iniciadas da seguinte
instrumentos.
forma:
Art. 56. Nas repactuações subsequentes à primeira, a
I - a partir da ocorrência do fato gerador que deu causa à
anualidade será contada a partir da data do fato gerador que
repactuação, como regra geral;
deu ensejo à última repactuação.
II - em data futura, desde que acordada entre as partes, sem
Art. 57. As repactuações serão precedidas de solicitação da
prejuízo da contagem de periodicidade e para concessão das
contratada, acompanhada de demonstração analítica da
próximas repactuações futuras; ou
alteração dos custos, por meio de apresentação da planilha
de custos e formação de preços ou do novo Acordo, III - em data anterior à ocorrência do fato gerador,
Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho que fundamenta exclusivamente quando a repactuação envolver revisão do
a repactuação, conforme for a variação de custos objeto da custo de mão de obra em que o próprio fato gerador, na
repactuação. forma de Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de
Trabalho, contemplar data de vigência retroativa, podendo
§ 1º É vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de
esta ser considerada para efeito de compensação do
benefícios não previstos na proposta inicial, exceto quando
pagamento devido, assim como para a contagem da
se tornarem obrigatórios por força de instrumento legal,
anualidade em repactuações futuras.
Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho,
observado o disposto no art. 6º desta Instrução Normativa. Parágrafo único. Os efeitos financeiros da repactuação
deverão ocorrer exclusivamente para os itens que a
§ 2º A variação de custos decorrente do mercado somente
motivaram e apenas em relação à diferença porventura
será concedida mediante a comprovação pelo contratado do
existente.
aumento dos custos, considerando-se:
Art. 59. As repactuações não interferem no direito das partes
I - os preços praticados no mercado ou em outros contratos
de solicitar, a qualquer momento, a manutenção do
da Administração;
equilíbrio econômico dos contratos com base no disposto no
II - as particularidades do contrato em vigência; art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
III - a nova planilha com variação dos custos apresentada; Art. 60. A empresa contratada para a execução de
remanescente de serviço tem direito à repactuação nas
IV - indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores
mesmas condições e prazos a que fazia jus a empresa
oficiais de referência, tarifas públicas ou outros
anteriormente contratada, devendo os seus preços serem
equivalentes; e
corrigidos antes do início da contratação, conforme
V - a disponibilidade orçamentária do órgão ou entidade determina o inciso XI do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993.
contratante.
Art. 61. O reajuste em sentido estrito, como espécie de
§ 3º A decisão sobre o pedido de repactuação deve ser feita reajuste contratual, consiste na aplicação de índice de
no prazo máximo de sessenta dias, contados a partir da correção monetária previsto no contrato, que deverá
solicitação e da entrega dos comprovantes de variação dos retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a
custos. adoção de índices específicos ou setoriais.
§ 4º As repactuações, como espécie de reajuste, serão § 1º É admitida estipulação de reajuste em sentido estrito
formalizadas por meio de apostilamento, exceto quando nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um
coincidirem com a prorrogação contratual, em que deverão ano, desde que não haja regime de dedicação exclusiva de
ser formalizadas por aditamento. mão de obra.
§ 5º O prazo referido no § 3º deste artigo ficará suspenso § 2º O reajuste em sentido estrito terá periodicidade igual ou
enquanto a contratada não cumprir os atos ou apresentar a superior a um ano, sendo o termo inicial do período de
documentação solicitada pela contratante para a correção monetária ou reajuste, a data prevista para
comprovação da variação dos custos. apresentação da proposta ou do orçamento a que essa
proposta se referir, ou, no caso de novo reajuste, a data a
§ 6º O órgão ou entidade contratante poderá realizar
que o anterior tiver se referido.
diligências para conferir a variação de custos alegada pela
contratada. § 3º São nulos de pleno direito quaisquer expedientes que,
na apuração do índice de reajuste, produzam efeitos
§ 7º As repactuações a que o contratado fizer jus e que não
financeiros equivalentes aos de reajuste de periodicidade
forem solicitadas durante a vigência do contrato serão
inferior à anual.
§ 4º Nos casos em que o valor dos contratos de serviços reembolso dos prejuízos sofridos pela Administração, nos
continuados sejam preponderantemente formados pelos termos da legislação que rege a matéria; e
custos dos insumos, poderá ser adotado o reajuste de que
II - os valores das Notas fiscais ou Faturas correspondentes
trata este artigo.
em valor proporcional ao inadimplemento, até que a
Subseção VII situação seja regularizada.
Da Desconformidade da Proposta Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso II do caput,
não havendo quitação das obrigações por parte da
Art. 62. O fiscal técnico, na fase da execução contratual, ao
contratada no prazo de quinze dias, a contratante poderá
verificar que houve subdimensionamento da produtividade
efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos
pactuada, sem perda da qualidade na execução do serviço,
empregados da contratada que tenham participado da
deverá comunicar à autoridade competente do setor de
execução dos serviços objeto do contrato.
licitações para que esta promova a adequação contratual à
produtividade efetivamente realizada, respeitando-se os Art. 66. O órgão ou entidade poderá ainda:
limites de alteração dos valores contratuais previstos no § 1º
I - nos casos de obrigação de pagamento de multa pela
do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
contratada, reter a garantia prestada a ser executada
Art. 63. A contratada deverá arcar com o ônus decorrente de conforme legislação que rege a matéria; e
eventual equívoco no dimensionamento dos quantitativos
II - nos casos em que houver necessidade de ressarcimento
de sua proposta, devendo complementá-los caso o previsto
de prejuízos causados à Administração, nos termos do inciso
inicialmente em sua proposta não seja satisfatório para o
IV do art. 80 da Lei n.º 8.666, de 1993, reter os eventuais
atendimento ao objeto da licitação, exceto quando ocorrer
créditos existentes em favor da contratada decorrentes do
algum dos eventos arrolados nos incisos do § 1º do art. 57 da
contrato.
Lei nº 8.666, de 1993.
Parágrafo único. Se a multa for de valor superior ao valor da
§ 1º O disposto no caput deve ser observado ainda para os
garantia prestada, além da perda desta, responderá a
custos variáveis decorrentes de fatores futuros e incertos,
contratada pela sua diferença, a qual será descontada dos
tais como os valores providos com o quantitativo de vale-
pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
transporte.
ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente;
§ 2º Caso o eventual equívoco no dimensionamento dos
Seção V
quantitativos se revele superior às necessidades da
contratante, a Administração deverá efetuar o pagamento Do Processo de Pagamento
seguindo estritamente as regras contratuais de faturamento
Art. 67. O pagamento deverá ser efetuado em consonância
dos serviços demandados e executados,
com as regras previstas no Anexo XI.
concomitantemente com a realização, se necessário e
cabível, de adequação contratual do quantitativo necessário, Seção VI
com base na alínea “b” do inciso I do art. 65 da Lei nº 8.666,
Das Sanções
de 1993.
Art. 68. Identificada a infração ao contrato, inclusive quanto
Seção IV
à inobservância do prazo fixado para apresentação da
Das Hipóteses de Retenção da Garantia e de Créditos da garantia, o órgão ou entidade deverá providenciar a
Contratada autuação de procedimento administrativo específico para
aplicação de sanções à contratada e a consequente rescisão
Art. 64. Quando da rescisão dos contratos de serviços com
contratual, se for o caso, de acordo com as regras previstas
regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o fiscal
no ato convocatório, na legislação correlata e nas
administrativo deve verificar o pagamento pela contratada
orientações estabelecidas em normativo interno do órgão ou
das verbas rescisórias ou dos documentos que comprovem
entidade, quando houver, podendo utilizar como referência
que os empregados serão realocados em outra atividade de
os Cadernos de Logística disponibilizados pela Secretaria de
prestação de serviços, sem que ocorra a interrupção do
Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
contrato de trabalho.
Gestão.
Art. 65. Até que a contratada comprove o disposto no artigo
Seção VII
anterior, o órgão ou entidade contratante deverá reter:
Do Encerramento dos Contratos
I - a garantia contratual, conforme art. 56 da Lei nº 8.666, de
1993, prestada com cobertura para os casos de Art. 69. Os fiscais do contrato deverão promover as
descumprimento das obrigações de natureza trabalhista e atividades de transição contratual observando, no que
previdenciária pela contratada, que será executada para couber:
VIII - Critérios de aceitação: parâmetros objetivos e II - mais de uma Solução de Tecnologia da Informação em um
mensuráveis utilizados para verificar um serviço ou produto único contrato; e
quanto à conformidade aos requisitos especificados;
III - gestão de processos de Tecnologia da Informação,
IX - Gestão: atividades superiores de planejamento, incluindo gestão de segurança da informação.
coordenação, supervisão e controle, relativas aos serviços,
§ 1º O suporte técnico aos processos de planejamento e
objeto de contratação, que visam a garantir o atendimento
avaliação da qualidade dos serviços de Tecnologia da
dos objetivos da organização; e
Informação poderão ser objeto de contratação, desde que
X - Plano Diretor de Tecnologia da Informação - PDTI: sob supervisão exclusiva de servidores do órgão ou entidade.
instrumento de diagnóstico, planejamento e gestão dos
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica nos casos em que
recursos e processos de Tecnologia da Informação que visa a
o serviço for prestado por empresas públicas de Tecnologia
atender às necessidades de informação de um órgão ou
da Informação que tenham sido criadas para este fim
entidade para um determinado período.
específico, devendo acompanhar o processo a justificativa da
Art. 3º As contratações de que trata esta Instrução vantajosidade para a administração.
Normativa deverão ser precedidas de planejamento,
Art. 6º É vedado:
elaborado em harmonia com o Plano Diretor de Tecnologia
da Informação - PDTI, alinhado à estratégia do órgão ou I - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário dos
entidade. fornecedores;
Art. 4º Em consonância com o art. 4º do Decreto nº 1.048, II - prever em edital a remuneração dos funcionários dos
de 1994, o órgão central do SISP elaborará, em conjunto com fornecedores;
os órgãos setoriais e seccionais do SISP, a Estratégia Geral de
III - indicar pessoas para compor o quadro funcional dos
Tecnologia da Informação para a Administração Pública,
fornecedores;
revisada anualmente, para subsídio à elaboração dos PDTI
dos órgãos e entidades integrantes do SISP. IV - demandar aos funcionários dos fornecedores execução
de tarefas fora do escopo do objeto da contratação;
Parágrafo único. A Estratégia Geral de Tecnologia da
Informação deverá abranger, pelo menos, os seguintes V - reembolsar despesas com transporte, hospedagem e
elementos: outros custos operacionais, que devem ser de exclusiva
responsabilidade dos fornecedores; e
I - proposta, elaborada em conjunto com os demais órgãos e
entidades competentes, que contemple as demandas de VI - prever em edital exigências que constituam intervenção
recursos humanos das Áreas de Tecnologia da Informação indevida da Administração Pública na gestão interna da
necessárias para elaboração e gestão de seus PDTI; contratada.
II - plano de ação, elaborado em conjunto com os demais CAPÍTULO II
órgãos e entidades competentes, para viabilizar a
Do Processo de Contratação
capacitação dos servidores das Áreas de Tecnologia da
Informação; Art. 7º As contratações de serviços de Tecnologia da
Informação deverão seguir três fases: Planejamento da
III - modelo para elaboração dos PDTI que contemple, pelo
Contratação, Seleção do Fornecedor e Gerenciamento do
menos, as seguintes áreas: necessidades de informação
Contrato.
alinhada à estratégia do órgão ou entidade, plano de
investimentos, contratações de serviços, aquisição de Seção I
equipamentos, quantitativo e capacitação de pessoal, gestão
Planejamento da Contratação
de risco; e
Art. 8º A fase de Planejamento da Contratação deve
IV - orientação para a formação de Comitês de Tecnologia da
contemplar os serviços, produtos e outros elementos que
Informação que envolvam as diversas áreas dos órgãos e
compõem a Solução de Tecnologia da Informação que irá
entidades, que se responsabilizem por alinhar os
gerar o resultado esperado.
investimentos de Tecnologia da Informação com os objetivos
do órgão ou entidade e apoiar a priorização de projetos a Art. 9º A fase de Planejamento da Contratação consiste nas
serem atendidos. seguintes etapas:
Art. 5º Não poderão ser objeto de contratação: I - Análise de Viabilidade da Contratação;
I - todo o conjunto dos serviços de Tecnologia da Informação II - Plano de Sustentação;
de um órgão ou uma entidade em um único contrato;
III - Estratégia de Contratação; e
IV - Análise de Riscos.
Art. 10. A Análise de Viabilidade da Contratação, observado Requisitante do Serviço e pela Área de Tecnologia da
o disposto nos arts. 11 e 12 desta instrução normativa, Informação.
compreende as seguintes tarefas:
Art. 11. Compete ao Requisitante do Serviço definir os
I - avaliação da necessidade por parte do Requisitante do seguintes requisitos, quando aplicáveis:
Serviço, com apoio da Área de Tecnologia da Informação,
I - de software, que independem de arquitetura tecnológica
considerando os objetivos estratégicos e as necessidades
e definem os aspectos funcionais do software;
corporativas da instituição;
II - de treinamento, com o apoio da Área de Tecnologia da
II - explicitação da motivação da contratação da Solução de
Informação, que definem a necessidade de treinamento
Tecnologia da Informação por parte do Requisitante do
presencial ou à distância, carga horária e entrega de
Serviço;
materiais didáticos;
III - especificação dos requisitos, a partir de levantamento de:
III - legais, que definem as normas às quais a Solução de
a) demandas dos potenciais gestores e usuários do serviço; Tecnologia da Informação deve respeitar;
b) soluções disponíveis no mercado; e IV - de manutenção, que independem de configuração
tecnológica e definem a necessidade de serviços de
c) análise de projetos similares realizados por outras
manutenção preventiva, corretiva, evolutiva e adaptativa;
instituições;
V - de prazo, que definem a prioridade da entrega da Solução
IV - identificação por parte da Área de Tecnologia da
de Tecnologia da Informação contratada;
Informação, com participação do Requisitante do Serviço,
das diferentes soluções que atendam às necessidades, VI - de segurança, com o apoio da Área de Tecnologia da
considerando: Informação; e
a) disponibilidade de solução similar em outro órgão ou VII - sociais, ambientais e culturais, que definem requisitos
entidade da Administração Pública Federal; que a Solução de Tecnologia da Informação deve atender
para respeitar necessidades específicas relacionadas a
b) soluções existentes no Portal do Software Público
costumes e idiomas, e ao meio-ambiente.
Brasileiro (http://www.softwarepublico.gov.br);
Art. 12. Compete à Área de Tecnologia da Informação definir,
c) capacidade e alternativas do mercado, inclusive a
quando aplicáveis, os seguintes requisitos tecnológicos, em
existência de software livre ou software público;
adequação àqueles definidos pelo Requisitante do Serviço:
d) observância às políticas, premissas e especificações
I - de arquitetura tecnológica, composta de hardware,
técnicas definidas pelos Padrões de Interoperabilidade de
softwares básicos, padrões de interoperabilidade, linguagem
Governo Eletrônico - e-PING e Modelo de Acessibilidade em
de programação e interface;
Governo Eletrônico - e-MAG, conforme as Portarias
Normativas SLTI nº 5, de 14 de julho de 2005, e nº 3, de 07 II - de projeto, que estabelecem o processo de
de maio de 2007; desenvolvimento de software, técnicas, métodos, forma de
gestão e de documentação;
e) aderência às regulamentações da Infra-estrutura de
Chaves Públicas Brasileira - ICP Brasil, conforme a Medida III - de implantação, que definem o processo de
Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, quando disponibilização da solução em produção;
houver necessidade de utilização de certificação digital; e
IV - de garantia e manutenção, que definem a forma como
f) custo financeiro estimado; será conduzida a manutenção e a comunicação entre as
partes envolvidas;
V - justificativa da solução escolhida, por parte da Área de
Tecnologia da Informação, que contemple, pelo menos: V - de treinamento, que definem o ambiente tecnológico de
treinamentos ministrados e perfil do instrutor;
a) descrição sucinta, precisa, suficiente e clara da Solução de
Tecnologia da Informação escolhida, indicando os serviços VI - de experiência profissional;
que a compõem;
VII - de formação, que definem cursos acadêmicos e
b) alinhamento em relação às necessidades; e técnicos, certificação profissional e forma de comprovação;
e
c) identificação dos benefícios que serão alcançados com a
efetivação da contratação em termos de eficácia, eficiência, VIII - de metodologia de trabalho.
efetividade e economicidade.
Art 13. O Plano de Sustentação, a cargo da Área de
Parágrafo único. A Análise de Viabilidade da Contratação Tecnologia da Informação, com o apoio do Requisitante do
será aprovada e assinada pelo Serviço, abrange:
I - incluir critérios de pontuação técnica que não estejam III - requisitos do serviço;
diretamente relacionados com os requisitos da Solução de
IV - modelo de prestação dos serviços;
Tecnologia da Informação a ser contratada ou que frustrem
o caráter competitivo do certame; e V - elementos para gestão do contrato;
II - fixar os fatores de ponderação das propostas técnicas e VI - estimativa de preços;
de preço sem justificativa.
VII - indicação do tipo de serviço;
§ 4º Nas licitações do tipo técnica e preço, deve-se:
VIII - critérios de seleção do fornecedor; e
I - incluir, para cada atributo técnico da planilha de
IX - adequação orçamentária.
pontuação, sua contribuição percentual com relação ao total
da avaliação técnica; e Art. 18. O Termo de Referência ou Projeto Básico, a critério
do Requisitante do Serviço, será disponibilizado em consulta
II - proceder a avaliação do impacto de pontuação atribuída
ou audiência pública para que se possa avaliar a completude
em relação ao total, observando se os critérios de maior peso
e a coerência da especificação dos requisitos e a adequação
são de fato os mais relevantes e se a ponderação atende ao
e a exequibilidade dos critérios de aceitação.
princípio da razoabilidade.
Seção II
§ 5º A Estratégia de Contratação deverá ser aprovada e
assinada pelo Requisitante do Serviço e pela Área de Seleção do Fornecedor
Tecnologia da Informação.
Art. 19. A fase de Seleção do Fornecedor observará as
Art. 15. A Estratégia da Contratação será entregue ao Gestor normas pertinentes, incluindo o disposto na Lei nº 8.666, de
do Contrato para subsidiar a Análise de Riscos da 1993, na Lei nº 10.520, de 2002, no Decreto nº 2.271, de
contratação. 1997, no Decreto nº 3.555, de 2000, no Decreto nº 3.931, de
2001, e no Decreto nº 5.450, de 2005.
Art. 16. A Análise de Riscos deverá ser elaborada pelo Gestor
do Contrato, com o apoio da Área de Tecnologia da Seção III
Informação e do Requisitante do Serviço, observando o
Gerenciamento do Contrato
seguinte:
Art. 20. A fase de Gerenciamento do Contrato visa
I - identificação dos principais riscos que possam
acompanhar e garantir a adequada prestação dos serviços
comprometer o sucesso do processo de contratação;
durante todo o período de execução do contrato e envolve
II - identificação dos principais riscos que possam fazer com as seguintes tarefas:
que os serviços prestados não atendam às necessidades do
I - início do contrato, que abrange:
contratante, podendo resultar em nova contratação;
a) elaboração, pelo Gestor do Contrato, de um plano de
III - identificação das possibilidades de ocorrência e dos
inserção da contratada que contemple:
danos potenciais de cada risco identificado;
1. o repasse de conhecimentos necessários para a execução
IV - definição das ações a serem tomadas para amenizar ou
dos serviços à contratada; e
eliminar as chances de ocorrência do risco;
2. a disponibilização de infraestrutura à contratada, quando
V - definição das ações de contingência a serem tomadas
couber;
caso o risco se concretize; e
b) reunião inicial entre o Gestor do Contrato, Área de
VI - definição dos responsáveis pelas ações de prevenção dos
Tecnologia da Informação,
riscos e dos procedimentos de contingência. Parágrafo
único. Em decisão fundamentada a partir da Análise de Requisitante do Serviço e a contratada, cuja pauta observará,
Riscos poderá o Gestor do Contrato propor à Área de pelo menos:
Tecnologia da Informação a revisão da Estratégia da
1. assinatura do termo de compromisso de manutenção de
Contratação.
sigilo e ciência das normas de segurança vigentes no órgão
Art. 17. O Termo de Referência ou Projeto Básico será ou entidade; e
construído, pelo Gestor do Contrato, com apoio do
2. esclarecimentos relativos a questões operacionais e de
Requisitante do Serviço e da Área de Tecnologia da
gerenciamento do contrato;
Informação, a partir da Estratégia de Contratação, e conterá,
no mínimo, as seguintes informações: II - encaminhamento formal de demandas pelo Gestor do
Contrato ao preposto da contratada por meio de Ordens de
I - definição do objeto;
Serviço, que conterão:
II - fundamentação da contratação;