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FLY-BY-WIRE:
A AUTOMAÇÃO E A SEGURANÇA NOS VOOS COMERCIAIS
Cidade
AnoAno
São Luís
2022
TALYSON ALEX DOS SANTOS SAMPAIO SILVA
FLY-BY-WIRE:
A AUTOMAÇÃO E A SEGURANÇA NOS VOOS COMERCIAIS
São Luís
2022
TALYSON ALEX DOS SANTOS SAMPAIO SILVA
FLY-BY-WIRE:
A AUTOMAÇÃO E A SEGURANÇA NOS VOOS COMERCIAIS
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
Fly-by-wire is part of the design of a large number of civil and military aircraft. Given its
importance for the world airline industry, the development of this system becomes an
interesting option as an area of expertise for automation and systems professionals,
hence the need to know its components and how it works. This work consists of a
Literature Review on fly-by-wire and its role for the safety in commercial flights. In
implementation since the 1960s, fly-by-wire can replace hundreds of pounds of steel
cables from airplane controls with electrical wires. In view of the content exposed
throughout the work, it will be possible to understand how this system can make use
of sensors, computers, actuators and onboard programming to interpret the
environment and the state of the aircraft, modifying the way in which the equipment
responds to the pilot's commands, avoiding conditions of risk for its structure and for
the people on board, and consequently increasing safety during the operation of
aircraft in flight.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2. A AUTOMAÇÃO NAS AERONAVES ................................................................ 13
3. COMPONENTES DO SISTEMA FLY-BY-WIRE ............................................... 17
3.1. SISTEMA INERCIAL E DE DADOS DO AR - ADIRS ......................................... 17
3.2. COMPUTADORES DO SISTEMA DE CONTROLE DE VOO ............................ 18
3.3. ATUADORES HIDRÁULICOS............................................................................ 20
4. CONTROL LAWS .............................................................................................. 22
4.1. NORMAL LAW ................................................................................................... 22
4.2. ALTERNATE LAW ............................................................................................. 23
4.3. DIRECT LAW ..................................................................................................... 24
4.4. MECHANICAL BACKUP .................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
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1. INTRODUÇÃO
Alavancas, polias e cabos de aço: tudo o que é preciso para pilotar um pequeno
avião. O piloto atua nos controles e o equipamento responde fielmente aos comandos.
Porém, existem aeronaves grandes e que voam muito rápido, necessitando de muita
força para mover suas superfícies de controle. Além disso, e se, por exemplo, a
aeronave for comandada a fazer uma manobra que vá além do seu limite operacional?
Nesse caso há grande possibilidade de perda de controle, levando a um acidente
potencialmente fatal. Se isso ocorrer com um voo comercial, centenas de vidas podem
ser perdidas. Por esse motivo, com o objetivo de reduzir o esforço físico, a carga de
trabalho da tripulação e aumentar a segurança operacional, a automação está
presente em muitos modelos de aeronaves, desde as mais simples até os grandes
jatos comerciais. É importante destacar que a automação propriamente dita não
consiste apenas na substituição de cabos e roldanas por fios elétricos e atuadores.
Existem famílias de aeronaves comerciais equipadas com um sistema que, além de
fazer essa substituição, também é responsável por calcular tudo o que deve ser feito
e o que deve ser evitado para manter a segurança em voo, protegendo a integridade
da aeronave e das vidas a bordo. Esse importante e complexo sistema de automação
é denominado fly-by-wire.
O sistema fly-by-wire está presente em grande parte das aeronaves comerciais.
Desde o início do seu desenvolvimento e implantação, tem reduzido significativamente
o número de acidentes causados por erro humano. Diariamente, a automação
modifica direta ou indiretamente a vida das pessoas, seja reduzindo o esforço ao
realizar trabalhos manuais, cuidando da segurança patrimonial, economizando
energia em processos industriais e até mesmo protegendo as pessoas de executarem
ações que possam colocar em risco suas próprias vidas e as de outras pessoas. Esse
último caso descreve a principal função da automação na aviação comercial: evitar a
perda de vidas humanas. Realizando uma breve pesquisa sobre o sistema fly-by-wire
na internet, é possível perceber que há pouca informação aprofundada disponível para
o público geral, fora do ambiente de pesquisa industrial. Reunindo, portanto,
informações sobre o funcionamento desse sistema, este trabalho contribuirá para a
sociedade e a comunidade acadêmica ao fornecer informação acessível, inspirar e
despertar o interesse pela pesquisa sobre automação também no setor aeronáutico,
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cada vez mais necessária, e onde a demanda por inovação e por profissionais
qualificados é crescente em todo o mundo.
Mas então, com o setor aéreo cada vez mais automatizado, como o sistema fly-
by-wire pode aumentar a segurança dos voos comerciais?
O objetivo geral deste trabalho será compreender o funcionamento do sistema
fly-by-wire presente nas principais aeronaves comerciais. Os objetivos específicos
serão apresentar um breve histórico da automação nas aeronaves e sua importância
para a aviação, detalhar quais são os sensores, computadores e atuadores que estão
presentes nas principais aeronaves comerciais e suas funções, além de explicar como
o sistema fly-by-wire utiliza os componentes de automação para aumentar a
segurança modificando as características de resposta do equipamento às ações
humanas.
O trabalho foi construído a partir de uma revisão de literatura, para a qual foram
efetuadas buscas em sites concentradores de artigos acadêmicos, como o Google
Acadêmico, livros especializados em formato digital e impresso, manuais e sites
especializados no tema, publicados nos últimos 22 anos. As buscas utilizaram como
palavras-chave: “controle”, “automação”, “sensores”, “fly-by-wire”, “Airbus”, “control
laws”, dentre outras.
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das missões Apollo que, apesar de não serem os ideais para a missão, eram
altamente confiáveis (LOCKNEY, 2011).
É possível citar as principais vantagens do fly-by-wire, segundo Nicolin e Nicolin
(2019):
Redução do peso e aumento da confiabilidade dos equipamentos;
Possibilidade de inserir proteção do envelope de voo e automatização
de algumas funções através de software, reduzindo a carga de trabalho da
tripulação;
Padronização das características de voo de diferentes aeronaves do
mesmo fabricante, diminuindo os custos e o tempo gasto com treinamento dos
pilotos.
Além dos dados dos ADMs, pode-se observar na Figura 3 que as ADIRUs
combinam informações vindas do Sistema Inercial – IR (acelerômetros, giroscópios e
GPS), dos três Sensores de Ângulo de Ataque – AOA e de dois Sensores de
Temperatura Total do Ar – TAT, sendo que cada TAT é composto por dois sensores
independentes, ressaltando a redundância do sistema. Nesse caso, todos os sensores
coletam informações do ambiente e os convertem em dados no formato digital antes
de enviá-los aos respectivos computadores. É possível notar que há sensores iguais
do lado do piloto e também do lado do primeiro oficial (copiloto), desse modo, mesmo
em caso de falhas em diferentes sensores, a confiabilidade do sistema se mantém
elevada (WTRUIB, 2019).
4. CONTROL LAWS
Sendo o modo de controle padrão, a normal law engloba três modos: modo de
solo, modo de planeio e modo de voo. Durante o modo de solo, enquanto as rodas do
trem de pouso estiverem em contato com a pista, há uma relação direta entre o
comando do sidestick e o movimento dos profundores. No modo de planeio, durante
a descida abaixo de 100 pés (30 metros), o movimento do profundor também é
proporcional ao do sidestick e abaixo de 15 metros há um movimento automático de
abaixar o nariz do avião para que o piloto faça o movimento contrário nos controles
(SKYBRARY, 2022).
Já o modo de voo funciona após a decolagem, acima de 100 pés de altitude.
Nesse modo, além de reduzir o esforço para mover o leme, o comando de rolagem no
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É importante destacar, na figura acima, que qualquer que seja a control law em
vigor para o controle de inclinação do nariz do avião (arfagem), os comandos de
rolagem funcionam em modo direto, ou seja, a deflexão dos ailerons é proporcional
ao ângulo de deflexão do sidestick sem nenhuma modificação pelos computadores.
Ainda segundo Airbus (2012), o controle de ângulo de ataque é substituído por um
modo artificial de estabilidade para baixas velocidades. Caso a situação se degrade
ainda mais, o sistema então reverte o controle de arfagem para o modo direto.
(2004, p. 199): “se todas as ADIRUs forem perdidas, as proteções de envelope de voo
também são perdidas e a lei de controle de voo está em modo direto. Essa lei tem
ganhos em função da configuração da aeronave (posição dos flaps e slats) ”. Ou seja,
a única proteção que continua funcionando é a de fator de carga, mas apenas em
forma de alertas. O piloto tem total autoridade sobre os controles e a aeronave
responde fielmente aos comandos – passa então a voar como qualquer avião normal
e tudo depende da habilidade do comandante.
Resta uma limitação da taxa de rolagem (bank), em 30º por segundo com flaps
recolhidos e 25º por segundo com os slats estendidos. Para isso, o sistema usa
somente os dois spoilers mais externos de cada asa, junto com os ailerons. Se o
spoiler mais externo falhar, o mais interno o substitui. Em caso de falha nos ailerons,
todos spoilers trabalham para produzir o movimento de rolagem (PILATI, 2013).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AEROFLOT Aviation School. Aircraft Type Course: Airbus A320 – Category B1.
Rússia: 2014. Disponível em: https://en.ppt-online.org/648224. Acesso em:
01/11/2022
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2000.
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Summary. Estados Unidos: 2008.
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https://www.baesystems.com/en-us/definition/what-are-fly-by-wire-systems. Acesso
em: 02 nov 2022.
BASSETO, Murilo. Airbus A319 libera a RAT ao ficar sem energia a 35 mil pés de
altitude, entenda. Aeroin. 2022. Disponível em: https://aeroin.net/airbus-a319-libera-
a-rat-ao-ficar-sem-energia-a-35-mil-pes-de-altitude-entenda/. Acesso em: 04 nov.
2022.
https://web.archive.org/web/20150402150708/http://www.ecfr.gov/cgi-bin/text-idx?typ
e=simple;c=ecfr;cc=ecfr;sid=a8f38006e777ba46ba8000f7c2fe6641;region=DIV1;q1=
23.335;rgn=div8;view=text;idno=14;node=14%3A1.0.1.3.10.3.70.8. Acesso em: 28
out. 2022.
LOCKNEY, Daniel. Fly-by-Wire Systems Enable Safer, More Efficient Flight. NASA
Spinoff. Disponível em: https://spinoff.nasa.gov/Spinoff2011/t_5.html. Acesso em: 29
mar. 2022.
NICOLIN, Bogdan; NICOLIN, Ilie. The fly-by-wire system. INCAS – National Institute
for Aerospace Research “Elie Carafoli”. Bucareste, Romênia: 2019.
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https://www.aviationmatters.co/airbus-a320-ram-air-turbine-rat-a-pilots-guide/.
Aviation Matters. 2021. Acesso em: 04 nov. 2022.
POPE, Stephen. Fly by Wire: Fact versus Science Fiction. Flying Magazine.
Disponível em: https://www.flyingmag.com/aircraft-jets-fly-by-wire-fact-versus-
science-fiction/. Acesso em: 28 mar. 2022.
VAN BAELEN, Dirk; VAN PASSEN, René; ELLERBROEK, Joost; ABBINK, David;
MULDER, Max. Flying by Feeling: Communicating Flight Envelope Protection
through Haptic Feedback. International Journal of Human–Computer Interaction,
Vol. 37. 2021.