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Título I
DA POLÍTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
Capítulo I
DOS PRINCÍPIOS
Art. 1º. A Política Estadual do Meio Ambiente é o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos de
ação, medidas e diretrizes fixadas nesta Lei, para o fim de preservar, conservar, proteger, defender o
meio ambiente natural e recuperar e melhorar o meio ambiente antrópico, artificial e do trabalho,
atendidas as peculiaridades regionais e locais, em harmonia com o desenvolvimento econômico-social,
visando assegurar a qualidade ambiental propícia à vida.
Parágrafo Único. As normas da Política Estadual do Meio Ambiente serão obrigatoriamente observadas
na definição de qualquer política, programa ou projeto, público ou privado, no território do Estado,
como garantia do direito da coletividade ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado.
Art. 2º. São princípios básicos da Política Estadual do Meio Ambiente, consideradas as peculiaridades
locais, geográficas, econômicas e sociais, os seguintes:
II – o Estado e a coletividade têm o dever de proteger e defender o meio ambiente, conservando-o para
a atual e futuras gerações, com vistas ao desenvolvimento sócio-econômico;
III – o desenvolvimento econômico-social tem por fim a valorização da vida e emprego, que devem ser
assegurados de forma saudável e produtiva, em harmonia com a natureza, através de diretrizes que
colimem o aproveitamento dos recursos naturais de forma ecologicamente equilibrada, porém
economicamente viável e eficiente, para ser socialmente justa e útil;
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V – a utilização do solo urbano e rural deve ser ordenada de modo a compatibilizar a sua ocupação com
as condições exigidas para a conservação e melhoria da qualidade ambiental;
VI – deve ser garantida a participação popular nas decisões relacionadas ao meio ambiente;
VIII – o respeito aos povos indígenas, às formas tradicionais de organização social e às suas necessidades
de reprodução física e cultural e melhoria de condição de vida, nos termos da Constituição Federal e da
legislação aplicável, em consonância com os interesses da comunidade regional em geral, SÃO FATORES
INDISPENSÁVEIS NA ORDENAÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO MEIO AMBIENTE.
Capítulo II
DOS OBJETIVOS
II – definir as áreas prioritárias da ação governamental relativa à questão ambiental, atendendo aos
interesses da coletividade;
III – estabelecer critérios e padrões de qualidade para o uso e manejo dos recursos ambientais,
adequando-os continuamente às inovações tecnológicas e às alterações decorrentes de ação antrópica
ou natural;
VI – fixar, na forma e nos limites da lei, a contribuição dos usuários pela utilização dos recursos naturais
públicos, com finalidades econômicas;
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Título II
DO PATRIMÔNIO NATURAL
Art. 4º. Compõem o patrimônio natural os ecossistemas existentes no Estado, com seus elementos, leis,
condições, processos, funções, estruturas, influências, inter-relações, intra-relações, de ordem física,
química, biológica e social, que contém, possibilitam, e selecionam todas as formas de vida.
§ 1º. A proteção do patrimônio natural far-se-á através dos instrumentos que têm por fim implementar
a Política Estadual do Meio Ambiente.
§ 2º. A elaboração de normas sobre o uso ou a exploração de recursos que integram o patrimônio
natural do Estado, deverá observar e respeitar o previsto nesta Lei, visando resguardar os princípios e
objetivos da Política Estadual do Meio Ambiente.
Art. 5º. Compõem o potencial genético do Estado, os genótipos dos seres vivos existentes nos
ecossistemas.
Art. 6º. Para assegurar a proteção do patrimônio natural e do potencial genético, compete ao Poder
Público:
I – garantir os espaços territoriais especialmente protegidos previstos na legislação em vigor, bem como
os que vierem a ser assim declarados por ato do Poder Público;
III – criar e manter reservas genéticas e bancos de germoplasmas com amostras significativas do
potencial genético, dando ênfase às espécies ameaçadas de extinção;
Parágrafo Único. São espécies nativas as originárias do País e adaptadas às condições do ecossistema
amazônico e autóctones as que se encontram em área de distribuição natural.
Título III
DO SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
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Art. 7º – Fica criado o Sistema Estadual do Meio Ambiente – SISEMA, com o fim de implementar a
Política Estadual do Meio Ambiente, bem como controlar sua execução
* Este artigo foi revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de janeiro de 2015, publicada no DOE de
01/01/2015.
I – como órgão normativo, consultivo e deliberativo, o Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA;
II – como órgão central executor, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente –
SECTAM, com a função de planejar, coordenar, executar, supervisionar e controlar a Política Estadual do
Meio Ambiente;
III – como órgãos setoriais ou entidades da Administração Pública Estadual, direta e indireta, bem como
as Fundações instituídas pelo Poder Público que atuam na elaboração e execução de programas e
projetos relativos à proteção de qualidade ambiental ou que tenham por finalidade disciplinar o uso dos
recursos ambientais;
IV – como órgãos locais, os organismos ou entidades municipais responsáveis pela gestão ambiental nas
suas respectivas jurisdições.
* Este artigo foi revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de janeiro de 2015, publicada no DOE de
01/01/2015.
Art. 9º – Integram obrigatoriamente o SISEMA, como órgãos ou entidades setoriais ou locais, na forma
do artigo anterior, aqueles que atuam:
III – no fomento e apoio à exploração dos recursos minerais através de tecnologias não poluentes ou
degradadoras;
daquele Conselho, inclusive requisitar diligências, em defesa dos interesses da Fazenda Estadual, sem
direito a voto.
§ 2º – V E T A DO.
* Este artigo foi revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de janeiro de 2015, publicada no DOE de
01/01/2015.
Título IV
DO CONTROLE AMBIENTAL
Capítulo I
DAS NORMAS GERAIS
Art. 10. O controle ambiental nos limites do território do Estado, será exercido pela Secretaria de Estado
de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – SECTAM.
Art. 11. Os resíduos líquidos, sólidos, gasosos ou em qualquer estado de agregação da matéria,
provenientes de fontes poluidoras, somente poderão ser lançados ou liberados, direta ou indiretamente,
nos recursos ambientais situados no território do Estado, desde que obedecidas as normas e padrões
estabelecidos nesta Lei e em legislação complementar.
§ 1º. Considera-se fonte de poluição, qualquer atividade, sistema, processo, operação, maquinaria,
equipamento ou dispositivo, móvel ou não, que induza, produza ou possa produzir poluição.
§ 3º. Considera-se poluente toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente,
cause poluição em intensidade, em quantidade, em concentração ou com características em desacordo
com as normas e padrões estabelecidos em legislação específica.
§ 4º. Considera-se poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
Art. 12. Fica o Poder Executivo autorizado a determinar medidas de emergência a fim de evitar
episódios críticos de poluição ambiental ou impedir sua continuidade em casos de grave e iminente risco
para as vidas humanas ou recursos econômicos.
Parágrafo Único. Para a execução das medidas de emergência de que trata este artigo poderão, durante
o período crítico serem reduzidas ou impedidas quaisquer atividades em áreas atingidas pela ocorrência.
Capítulo II
DA POLUIÇÃO
Seção I
Da Poluição do Solo
Art. 13. O Poder Público manterá, sob sua responsabilidade, áreas especificamente destinadas para
disposição final de resíduos de qualquer natureza, cabendo-lhe a elaboração e aprovação dos projetos
necessários e específicos relativos a essa utilização do solo.
§ 1º. No caso de utilização de solo de propriedade privada para disposição final de resíduos de qualquer
natureza, deve ser observado projeto específico licenciado pelo órgão ambiental competente.
§ 2º. Quando o destino final do resíduo exigir a execução de aterros, deverão ser asseguradas medidas
adequadas para a proteção das águas superficiais e subterrâneas.
Art. 14. Fica vedado o transporte e a disposição final no solo do território estadual, de quaisquer
resíduos tóxicos, radioativos e nucleares, quando provenientes de outros Estados ou Países.
Art. 15. A acumulação de resíduos que ofereçam comprovados riscos de poluição ambiental, na área de
propriedade da fonte geradora do risco ou em outros locais, somente será permitida mediante
observância das cautelas necessárias, com aquiescência do órgão ambiental.
Art. 16. O transporte, a disposição e o tratamento de resíduos de qualquer natureza deverão ser feitos
pelos responsáveis da fonte geradora.
Parágrafo Único. O disposto neste artigo aplica-se também aos lodos, digeridos ou não, do sistema de
tratamento de resíduos ou de outros materiais.
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Seção II
Da Poluição do Ar
Art. 18. O Poder Público, visando ao controle da poluição do ar, por fontes fixas ou móveis, estabelecerá
os limites máximos permissíveis de emissão de poluentes atmosféricos e os padrões de qualidade do ar,
através de normas específicas em consonância com a legislação federal em vigor.
Art. 19. As fontes de poluição atmosférica, para as quais não forem estabelecidos os limites máximos de
emissão, deverão adotar sistemas de controle e tratamento de poluentes, baseados no uso de
tecnologias comprovadamente eficientes para cada caso.
Art. 20. Os responsáveis pelas fontes geradoras de poluentes atmosféricos, instalados ou a se instalarem
no Estado, ficam obrigados a adoção de medidas destinadas à prevenir ou corrigir os inconvenientes e
prejuízos decorrentes de suas emissões no meio ambiente, a serem definidas em norma específica,
obedecidos os princípios e diretrizes estabelecidos em lei:
§ 2º. O plano de controle será elaborado pelo responsável da fonte de poluição e conterá as medidas a
serem adotadas e os respectivos níveis de emissão, compatibilizados com as características da região
onde a fonte se localiza.
Art. 21. Incumbe ao órgão ambiental a ampla e sistemática divulgação dos níveis de qualidade do ar e
das principais fontes poluidoras, através dos diversos meios de comunicação de massa.
Seção III
Da Poluição das Águas
Art. 22. Os efluentes de qualquer atividade somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente nas
águas interiores, superficiais ou subterrâneas e nos coletores de água desde que obedeçam aos padrões
de emissão estabelecidos em legislação específica, federal e estadual.
Parágrafo Único. Os efluentes de que trata este artigo não poderão conferir ao corpo receptor,
características em desacordo com os critérios e padrões de qualidade das águas, definidas pelo órgão
competente em consonância com a legislação federal em vigor.
Art. 23. Fica vedado a diluição dos efluentes líquidos com águas não poluidoras ou outras que possam
alterar a sua composição ao serem lançados no corpo receptor.
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Art. 24. Os órgãos estaduais competentes estabelecerão medidas contra a contaminação das águas
interiores, superficiais e subterrâneas, bem como a instituição das respectivas áreas de proteção.
Art. 25. As águas doces, salobras e salinas do Estado, obedecerão à classificação geral prevista na
legislação federal, complementada por norma específica, naquilo que couber.
Seção IV
Da Poluição Sonora
Art. 26. Os níveis máximos permitidos dos sons, ruídos e vibrações, bem como as diretrizes, critérios e
padrões, para o controle da poluição sonora interna e externa, decorrentes de atividades industriais,
comerciais, sociais ou recreativas, inclusive de propaganda política e outras formas de divulgação
sonorizada em normas específicas.
Art. 27. Os ruídos e sons produzidos por veículos automotores deverão atender aos limites
estabelecidos pelo Poder Público, em consonância com a legislação federal pertinente.
Capítulo III
DAS SUBSTÂNCIAS E PRODUTOS PERIGOSOS
Art. 28. Para os efeitos desta Lei, são consideradas substâncias e produtos perigosos os agrotóxicos, seus
componentes e afins, o mercúrio, o ácido cianídrico e sais derivados e as substâncias que destroem a
camada de ozônio, bem como as que possam causar riscos à vida e ao meio ambiente.
Parágrafo Único. As pessoas físicas ou jurídicas que desempenharem quaisquer das atividades
discriminadas neste artigo, deverão obter licença junto ao órgão ambiental.
Art. 30. Somente poderão ser comercializados no Estado do Pará os agrotóxicos e seus componentes
registrados nos órgãos federais competentes e, quando for o caso, que tenham uso permitido no seu
país de origem.
Art. 31. Fica proibida a reutilização de embalagens de agrotóxicos, seus componentes e afins, salvo
quando autorizado pelo órgão competente.
Art. 32. A responsabilidade pela remoção, transporte, inutilização e destinação final de agrotóxicos
proibidos, bem como de suas embalagens será solidária entre o fabricante e o comerciante.
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Art. 33. O Poder Público desenvolverá campanhas de informações sobre os riscos representados pelo
uso, armazenagem e destino final de resíduos e embalagens de agrotóxicos, seus componentes e afins
para a saúde humana e animal e para o meio ambiente.
Art. 34. As atividades de extração mineral, particularmente de ouro, que utilizarem mercúrio metálico,
cianeto e outros, devem dispor de equipamentos ou dispositivos que permitam a recuperação dessas
substâncias.
Art. 35. O Poder Público, ouvidos os segmentos envolvidos, poderá proibir ou restringir o uso de
substâncias e produtos perigosos no território sob jurisdição do Estado.
Parágrafo Único. Quando instituições oficiais de pesquisa, alertarem para riscos ou desaconselharem o
uso de substâncias e produtos perigosos, a autoridade competente deverá adotar imediatas
providências, sob pena de responsabilidade.
Art. 36. As substâncias e produtos perigosos apreendidos como resultados de ação fiscalizadora, serão
inutilizados ou poderão ter outro destino, a critério da autoridade competente.
Art. 37. Ficam os órgãos estaduais competentes, obrigados a instalar infra-estrutura laboratorial
capacitada para analisar substâncias ou produtos perigosos, nos alimentos, no organismo humano e
animal e no meio ambiente.
Capítulo IV
DAS ATIVIDADES MINERAIS
Art. 38. A lavra de recursos minerais, sob qualquer regime de exploração e aproveitamento, sempre
respeitada a legislação federal pertinente e os demais atos e normas específicos de atribuição da União,
dependerá de:
* Este artigo foi alterado pela Lei n° 6.986, de 29 de junho de 2007, publicada no DOE No 30.958, DE
03/07/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 38 A lavra de recursos minerais, sob qualquer regime de exploração e aproveitamento, dependerá
de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sempre respeitada a legislação federal
pertinente e os demais atos e normas específicas de atribuição da União.”
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§ 1°. Constitui fato gerador da indenização monetária pelos danos causados ao meio ambiente, a saída
de produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou de outros depósitos minerais de onde provém e
se equipara à saída, o consumo ou a utilização da substância mineral, em processo de industrialização
realizado dentro das áreas da jazida, mina, salina ou de outros depósitos minerais, suas áreas limítrofes
ou ainda em qualquer estabelecimento.
§ 2°. A indenização monetária pelos danos causados ao meio ambiente prevista no inciso II deste artigo,
será calculada sobre o total das receitas resultantes da venda do produto mineral, obtido após a última
etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial, excluídos os
tributos incidentes.
§ 3°. O percentual da indenização prevista no inciso II deste artigo, de acordo com as classes de
substâncias minerais será de:
II - pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonatos e metais nobres: 0,2% (dois décimos
por cento);
III - areia, pedra, barro, seixo e demais materiais básicos de construção civil, incluindo aterros: 0,5
(cinco décimos por cento);
§ 4°. A indenização monetária pelos danos causados ao meio ambiente prevista no inciso II deste artigo,
será lançada mensalmente pelo devedor em documento próprio, que conterá a descrição da operação
que lhe deu origem, o produto a que se referir o respectivo cálculo, em parcelas destacadas, e
discriminação dos tributos incidentes, se houver, de forma a tornar possível sua correta identificação.
§ 5°. Tanto o lançamento como o pagamento da indenização monetária, serão efetuados mensalmente
diretamente ao Estado, até o último dia do terceiro mês subseqüente ao do fato gerador.
§ 6°. O não cumprimento do estabelecido no § 5o deste artigo, implicará em correção do débito pela
variação do valor nominal da UFIR ou outra unidade ou índice que venha substituí-la, pagamento de juro
de mora de 1% (um por cento) ao mês e multa de 2% (dois por cento), aplicados sobre o montante final
apurado, sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis.
* Os parágrafos deste artigo foram acrescentados pela Lei n° 6.986, de 29 de junho de 2007, publicada
no DOE n°30.958, de 03/07/2007.
Art. 39. A realização de trabalhos de pesquisa, lavra ou beneficiamento de recursos minerais em espaços
territoriais especialmente protegidos, dependerá do regime jurídico a que estiverem submetidos,
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podendo o Poder Público estabelecer normas específicas para permiti-los ou impedi-los, conforme o
caso, tendo em vista a preservação do equilíbrio ecológico.
Art. 40. A extração e o beneficiamento de minérios em lagos, rios e quaisquer correntes de água, só
poderão ser realizados de acordo com a solução técnica aprovada pelos órgãos competentes.
Art. 41. O titular de autorização de pesquisa, de concessão de lavra, de permissão de lavra garimpeira,
de manifesto de mina ou qualquer outro título minerário, responderá pelos danos causados ao meio
ambiente, sem prejuízo das combinações legais pertinentes.
Art. 42. Os responsáveis pela execução de atividades minerárias, ficam obrigados a efetuar o
monitoramento sistemático dos componentes ambientais atingidos pela operação.
Art. 43. O detentor de qualquer título minerário fica obrigado a informar o órgão ambiental sobre a
presença de monumentos geológicos, depósitos fossolíferos, sítios arqueológicos e cavernas na área de
influência direta da execução de suas atividades, assim como responsabilizar-se pela sua preservação.
Art. 44. A criação de áreas de garimpagem e a concessão de lavra garimpeira dependerão de prévio
licenciamento do órgão ambiental do Estado.
Capítulo V
DAS ATIVIDADES DE INFRA-ESTRUTURAS ENERGÉTICAS
Art. 45. A execução de qualquer obra de infra-estrutura energéticas, fica sujeita, dentre outros, aos
seguintes princípios:
III – os oleodutos deverão ser dotados de mecanismos que assegurem a qualidade das águas dos cursos
das bacias por eles seccionadas para, em caso de acidente, não comprometerem sua classificação;
VII – os reservatórios das usinas hidrelétricas deverão ser dotadas de faixa marginal de proteção,
constante de floresta, plantada com essências nativas;
VIII – nas áreas a serem inundadas pelos projetos de aproveitamento hidrelétrico, deverão ser tomadas
medidas que evitem ou atenuem alterações negativas na qualidade da água e propiciem o pleno ,
aproveitamento da biomassa vegetal afetada;
IX – os padrões operacionais das usinas hidrelétricas deverão ser fixados de forma a evitar ou minimizar
os impactos ambientais negativos;
X – os padrões de emissões das usinas termoelétrica e da qualidade de água dos reservatórios das usinas
hidrelétricas deverão ser, obrigatoriamente, sujeitos a automonitoramento.
I – unidades geradoras de energia de qualquer natureza em locais de ocorrência de falhas geológicas que
possam colocar em risco a estabilidade destas unidades;
II – usinas termoelétricas nos cursos d´água de classe especial, segundo a classificação estabelecida na
legislação federal.
Capítulo VI
DAS ATIVIDADES AGROSSILVIPASTORIS
Art. 48. As atividades a que se refere este capítulo somente poderão ser desenvolvidas com a
observância dos seguintes princípios:
I – a utilização de agrotóxicos e fertilizantes deverá ser feita de forma restrita, observando-se as normas
do receituário agronômico e as condições do solo;
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II – as estradas ou caminhos necessários à implantação das atividades de que trata este artigo, deverão
ser construídas adotando as convenientes estruturas de drenagem, utilizando-se critérios adequados, de
forma a evitar erosão;
III – nas áreas onde já se realizam atividades agrossilvipastoris sua continuidade fica condicionada à
adoção de sistema de manejo adequado, ou outras modalidades permitidas pela legislação nacional ou
oriundas de pesquisas técnicas compatíveis, aprovados pelo órgão ambiental, e desde que sua
localização não implique na desestabilização das encostas e maciços adjacentes;
IV – a irrigação somente poderá ser utilizada de modo a não comprometer o solo e os mananciais de
abastecimento público;
Art. 49. É vedado o uso de desfolhantes na agricultura, ressalvados os casos licenciados pelo órgão
ambiental, bem como o uso de anabolizantes na pecuária;
Parágrafo Único. A inobservância do disposto nos incisos deste artigo, impede a concessão de qualquer
benefício junto às instituições financeiras do Estado ou implica na anulação dos que já tenham sido
concedidos.
III – em áreas que correspondam a ecossistemas frágeis, cientificamente diagnosticados como tais.
Art. 51. Os projetos de manejo florestal para fim de exploração racional de madeiras, serão fiscalizados
pelo órgão competente de 6 (seis) em 6 (seis) meses.
Capítulo VII
DAS ATIVIDADES DE INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTES
Art. 52. As atividades de que trata este capítulo, deverão obedecer, dentre outros, aos seguintes
princípios:
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I – dispor de conveniente sistema de drenagem de águas pluviais, as quais deverão ser lançadas de
forma a não provocar erosão;
II – os sistemas de drenagem das rodovias e ferrovias que lançarem águas pluviais no interior de áreas
com remanescentes da cobertura vegetal significativa, deverão ser dotadas das convenientes estruturas
hidráulicas de dissipação de energia e promover o lançamento final das águas em talvegues estáveis
para as vazões máximas do projeto;
III – quando seccionarem mananciais de abastecimento público, deverão estar dotadas de convenientes
dispositivos de drenagem e outros tecnicamente necessários que garantam a sua preservação, inclusive,
quando for o caso, minimizando as possibilidades de acidentes com cargas tóxicas;
IV – quando transpuserem corpos de águas potencialmente navegáveis, deverão assegurar sua livre
navegabilidade;
VII – será obrigatório o reflorestamento, preferencialmente com espécies nativas e autóctones, das
faixas de domínio das estradas de rodagem e ferrovias;
VIII – os locais que abrigam cavidades naturais do solo em geral deverão ser dotadas de medidas de
proteção, inclusive nos seus entornos.
Capítulo VIII
DAS ATIVIDADES INDUSTRIAIS
Art. 53. A localização, implantação, operação, ampliação e alteração de atividades industriais, nas
condições previstas no artigo 93 desta Lei, dependerão de licença ambiental, observadas, quando for o
caso, as desconformidades em face das condições ambientais especiais, particularmente as que
resultarem da implantação de espaços territoriais especialmente protegidos.
Parágrafo Único. O licenciamento de que trata este artigo levará em conta as condições, critérios,
padrões e parâmetros definidos no zoneamento ecológico-econômico, considerando, dentre outros, as
circunstâncias e aspectos envolvidos na situação ambiental da área, sua organização espacial, impactos
significativos, limites de saturação, efluentes, capacidade dos recursos hídricos e disposição de rejeitos
industriais.
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Art. 54. As indústrias instaladas ou a se instalarem no território paraense são obrigadas a promover as
medidas necessárias a prevenir ou corrigir as inconveniências e prejuízos da poluição e da contaminação
ao meio ambiente.
Parágrafo Único. As medidas a que se refere esse artigo serão estabelecidas pelo Conselho Estadual do
Meio Ambiente, com observância rigorosa desta Lei e demais provimentos legais e regulamentares
aplicáveis, mediante proposta do órgão ambiental.
Art. 55. O Estado, no limite de sua competência, e com integral observância das leis aplicáveis, poderá
estabelecer condições viáveis e compatíveis com as peculiaridades locais, para o funcionamento das
empresas, quanto à contenção da poluição industrial e da contaminação do meio ambiente, respeitados
os critérios, normas e padrões legalmente vigentes.
Art. 56. O Estado ouvido os Municípios definirá padrões de uso e ocupação do solo, em áreas nas quais
ficará vedada a localização de indústrias, com vistas à preservação de mananciais de água superficiais e
subterrâneas e a proteção de áreas especiais de interesse ambiental, em razão de suas características
ecológicas, paisagísticas e culturais.
Art. 58. As indústrias que utilizam matéria-prima florestal, deverão assegurar sua reposição mediante
manejo sustentado do recurso e reflorestamento da área respectiva, conforme estabelecido nesta Lei e
em legislação complementar.
Capítulo IX
DOS ASSENTAMENTOS RURAIS
Art. 59. Os assentamentos rurais deverão obedecer, dentre outros, aos seguintes princípios:
I – os projetos deverão ser desenvolvidos de forma a estabelecer módulos compatíveis com a capacidade
de uso e conservação do solo, bem como traçados de maneira a minimizar as possibilidades de erosão,
protegendo as áreas com limitação natural à exploração agrícola;
III – os módulos rurais mínimos, o parcelamento do solo rural e os projetos de assentamento deverão
assegurar áreas mínimas que garantam a compatibilidade entre as necessidades da produção e a
manutenção dos sistemas florísticos típicos da região, bem como das reservas legais e áreas de
preservação permanente;
Capítulo X
DOS ASSENTAMENTOS URBANOS
I – é vedado o lançamento de esgotos urbanos nos cursos d´água, sem prévio tratamento adequado que
compatibilizem seus efluentes com a classificação do curso d´água receptor;
Capítulo XI
DO SANEAMENTO
Art. 61. Ficam sujeitas a licenciamento prévio do órgão ambiental, as obras de saneamento previstas na
legislação federal em vigor, bem como aquelas para quais seja possível identificar significativas
modificações ambientais, por seu porte, natureza e peculiaridades apresentadas.
Art. 62. Fica estabelecida a obrigatoriedade, em todo o Estado, da coleta, do tratamento e do destino
final adequado dos esgotos sanitários, na forma disposta neste artigo.
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I – nos Municípios ou localidades de grande e médio porte, o uso de fossas sépticas e filtros anaeróbios,
seguido de destino final adequado para os efluentes tratados, resguardada a qualidade dos mananciais,
dos cursos d´água, do lençol subterrâneo e do solo;
II – nos Municípios de pequeno porte, o uso de formas sanitárias, cujo efluente líquido, se houver, deve
ter destino final adequado, resguardada a qualidade dos mananciais, dos cursos d´água, do lençol
subterrâneo e do solo.
§ 2º. No caso de adoção de fossas sépticas ou similares, essas unidades deverão ser esgotadas
periodicamente sob orientação técnica do órgão componente.
Art. 63. O Poder Público deverá criar locais adequados para o tratamento e o destino final do lodo
digerido ou retirado das fossas sépticas ou similares.
Art. 64. Para os fins do disposto nesta Lei, as áreas de proteção dos mananciais obedecerão à seguinte
classificação:
§ 1º. Os critérios de classificação considerados no caput deste artigo, serão definidos pelo Poder Público
em legislação específica.
§ 2º. Nas áreas de proteção de mananciais, os efluentes só poderão ser lançados em áreas consideradas
de segunda categoria e de modo que não ofereçam riscos de contaminação ou poluição às áreas
classificadas como de primeira categoria.
Art. 65. Em áreas de loteamento localizadas em balneários ou próximas aos cursos d´água, o
proprietário se responsabilizará, no mínimo, pela construção de fossas sépticas e filtros anaeróbios, caso
não haja sistema convencional de esgotamento sanitário implantado no local.
Art. 66. Nas áreas não servidas por sistemas públicos de esgoto sanitário e de abastecimento de água, a
infiltração do efluente sanitário deve ocorrer de acordo com normas estabelecidas pelo órgão ambiental.
Art. 67. Na ausência do sistema convencional de tratamento de esgoto, todos os conjuntos habitacionais
multifamiliares deverão ter, no máximo, fossas sépticas e filtros anaeróbios.
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Art. 68. Poderão ser adotadas outras soluções alternativas para o tratamento de esgoto desde que
previamente aprovadas pelo órgão ambiental.
Art. 69. O Poder Público procederá a fiscalização e o controle das atividades das empresas particulares
de manutenção de fossas sépticas.
Art. 70. Fica proibido o lançamento de resíduos sólidos, coletados por sistemas de limpeza, públicos ou
privados, nos corpos d´água e no solo a céu aberto.
Parágrafo único. Nas áreas onde não existam sistemas públicos de coleta, transporte e destino final de
resíduos sólidos, os decorrentes das atividades domésticas deverão, se possível, ser reciclados ou
enterrados em local distante das áreas de proteção de mananciais considerados de primeira categoria,
salvaguardando-se a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, de acordo com seu uso
e segundo a legislação vigente.
Título V
DOS INSTRUMENTOS DE AÇÃO
Capítulo I
DO ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
Art. 71. O Poder Público utilizará o Zoneamento Ecológico-Econômico, que, quando concluído, deverá
ser aprovado por lei, como base do planejamento estadual no estabelecimento de políticas, programas e
projetos, visando à ordenação do território e à melhoria da qualidade de vida das populações urbanas e
rurais.
Parágrafo Único. A Política Estadual do Meio Ambiente deverá ser ajustadas às conclusões e
recomendações do zoneamento ecológico-econômico.
Capítulo II
DO GERENCIAMENTO COSTEIRO
Art. 72. O Poder Público estabelecerá políticas, planos e programas para o gerenciamento da zona
costeira estadual, que será definida em lei específica, com o objetivo de:
III – assegurar a utilização dos recursos naturais, com vistas a sua sustentabilidade permanente;
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V – exercer efetivo controle sobre os agentes causadores de poluição, sob todas as suas formas, ou de
degradação ambiental que afetem, ou possam vir a afetar, a zona costeira.
Capítulo III
DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
Art. 75. Os espaços territoriais especialmente protegidos, para efeitos ambientais, serão classificados,
sob regimes jurídicos específicos, conforme as áreas por eles abrangidas sejam:
II – de domínio privado, porém, sob regime jurídico especial, tendo em vistas a declaração das mesmas
como de interesse para a implantação de unidade de conservação da natureza, as limitações de
organização territorial e de uso e ocupação do solo;
III – de domínio privado, cuja vegetação de interesse ambiental, original ou constituída, a critério da
autoridade competente seja gravado com cláusula de perpetuidade, mediante averbação em registro
público.
Art. 76. As áreas mencionadas no inciso I do artigo anterior serão classificadas, para efeito de
organização e administração, observados os seguintes critérios:
I – proteção dos ecossistemas que somente poderão ser definidos e manejados sob pleno domínio de
seus fatores naturais;
§ 1º. O Poder Público fixará os critérios de uso, ocupação e manejo das áreas referidas neste artigo,
sendo vedada quaisquer ações ou atividades que comprometam ou possam vir a comprometer, direta
ou indiretamente, seus atributos e características.
§ 2º. O plano de manejo das áreas de domínio público poderá contemplar atividades privadas, somente
mediante autorização ou permissão, onerosa ou não, desde que estritamente indispensáveis aos
objetivos dessas áreas.
Art. 77. As comunidades tradicionais poderão ser inseridas em áreas de domínio público, a critério da
autoridade competente, desde que:
§ 1º. Fica garantida a participação das comunidades tradicionais no procedimento de que trata este
artigo.
§ 2º. Os critérios de identificação, natureza e delimitação numérica das comunidades tradicionais serão
definidos por ato do Poder Executivo.
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Art. 78. O Estado poderá cobrar preços públicos pela utilização de áreas de domínio público,
independentemente do fim a que se destinam, sendo o produto da arrecadação aplicado
prioritariamente na área que o gerou.
Art. 79. As áreas declaradas de interesse social, para fins de desapropriação, objetivando a implantação
de unidades de conservação da natureza, serão consideradas espaços territoriais especialmente
protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que degradem o meio ambiente, ou que, por
qualquer forma, possam comprometer a integridade das condições ambientais que motivaram a
expropriação.
Parágrafo Único. As áreas desapropriadas serão consideradas especiais, enquanto não for declarado
interesse diversos daquele que motivou a expropriação.
Art. 80. As áreas de domínio privado incluídas nos espaços territoriais especialmente protegidos, sem
necessidade de transferência do domínio público, ficarão sob regime jurídico especial disciplinador das
atividades, empreendimentos, processos, uso e ocupação do solo, objetivando, conforme a figura
territorial de proteção ambiental declarada, a defesa e o desenvolvimento do meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Parágrafo Único. A declaração dos espaços territoriais especialmente protegidos implicará, conforme o
caso:
II – na fixação de critérios destinados a identificá-los como necessários para a proteção de entornos das
áreas públicas de conservação ambiental, bem como das que mereçam proteção especial;
III – na proteção das cavidades naturais subterrâneas, dos sítios arqueológicos e outros de interesse
cultural, bem como de seus entornos de proteção;
IV – na proteção dos ecossistemas que não envolvam a necessidade de controle total dos fatores
naturais;
Art. 81. Para fins do disposto no inciso III do artigo 75, o Poder Público criará incentivos e estímulos para
promover a constituição voluntária de áreas protegidas de domínio privado, concedendo preferências e
vantagens aos respectivos proprietários na manutenção das mesmas, nos termos do regulamento.
Art. 82. Fica criado o Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC, constituído pelas Unidades
de Conservação da Natureza já existentes e as que vierem a ser criadas, e será administrado pelo órgão
ambiental.
Art. 83. As unidades de conservação integrantes do SEUC, serão classificadas de acordo com seus
objetivos, em três grupos, que comportam categorias de manejo, baseadas em estudos e pesquisas das
vocações naturais e condições sócio-econômicas das áreas selecionadas, quais sejam:
I – Unidades de Proteção Integral, que têm como características básicas a proteção total dos atributos
naturais, a preservação dos ecossistemas em estado natural com o mínimo de alterações e o uso indireto
de seus recursos;
II – Unidades de Manejo Provisório, que têm como características básicas a proteção total, de forma
transitória dos recursos naturais e o uso indireto sustentável por parte das comunidades tradicionais;
III – Unidades de Manejo Sustentável, que têm como características básicas a proteção parcial dos
atributos naturais e/ou uso direto dos recursos disponíveis em regime de manejo sustentado.
Art. 84. As categorias de manejo das unidades de conservação, de que trata o artigo anterior, e o uso
das áreas adjacentes às unidades de conservação da natureza serão disciplinadas pelo Poder Público,
respeitadas as características regionais.
Capítulo IV
DO MONITORAMENTO
Capítulo V
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 87. Na busca da efetivação da cidadania, da garantia de melhor qualidade de vida, da melhor
distribuição de riquezas e de maior equilíbrio entre desenvolvimento sócio-econômico e preservação do
meio ambiente, a educação ambiental deverá ser efetivada, obedecendo aos seguintes princípios:
III – os programas de pesquisas em ciência e tecnologia, financiados com recursos do Estado, deverão
contemplar, sempre que possível, a questão ambiental em geral e em especial, a educação ambiental;
Capítulo VI
DA PESQUISA E DO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO
Art. 88. Compete ao Poder Público, promover e incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico
em matéria ambiental, visando à melhoria da qualidade de vida do sistema produtivo e à minimização
dos problemas sociais e ao progresso da ciência.
Parágrafo Único. A pesquisa básica, a capacitação tecnológica e a ampla difusão dos conhecimentos são
termos referenciais da pesquisa e do desenvolvimento científico e tecnológico.
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Art. 89. O Poder Público, ao promover a pesquisa básica, a capacitação tecnológica e a difusão dos
conhecimentos, com vistas ao desenvolvimento tecnológico e a adaptação de tecnologias existentes às
necessidades regionais, levará em conta as características dos ecossistemas do Estado e o
desenvolvimento das atividades produtivas existentes ou que venham a se instalar, conforme as
peculiaridades dessas atividades e observados os critérios do desenvolvimento sustentável.
Capítulo VII
DA PARTICIPAÇÃO POPULAR E DO DIREITO À INFORMAÇÃO
Art. 91. A participação da comunidade nas decisões relacionadas ao meio ambiente será assegurada,
dentre outras formas, pelas seguintes:
III – convite à participação pública nas etapas iniciais do projeto, ou do planejamento público ou privado,
através das reuniões para definição do alcance dos estudos e elaboração dos termos de referência da
avaliação de impacto ambiental.
Art. 92. O direito da população à informação em matéria ambiental será assegurado, especialmente
através de:
I – ampla e sistemática divulgação das diretrizes básicas da Política Estadual do Meio Ambiente e de suas
alterações, sempre que estas ocorrerem;
II – ampla divulgação dos pareceres conclusivos e das decisões de mérito proferidas pelo Conselho
Estadual do Meio Ambiente, decorrentes da análise do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental – EPIA/RIMA;
III – publicação, no prazo de 10 (dez) dias, dos atos concessivos de incentivos, através de recursos
públicos, à proteção do meio ambiente e à utilização racional dos recursos ambientais;
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IV – publicação, no prazo de 10 (dez) dias, dos atos de suspensão dos incentivos e dos contratos
celebrados entre o Poder Público e as pessoas físicas ou jurídicas que descumprirem a legislação
ambiental;
V – ampla divulgação das informações oriundas das pesquisas incentivadas pelo Poder Público, na área
ambiental;
VI – ampla divulgação da realização das audiências públicas, dos plebiscitos e do conteúdo do Relatório
de Impacto Ambiental – RIMA;
VII – amplo acesso de qualquer cidadão, junto aos órgãos integrantes do Sistema Estadual do Meio
Ambiente, às informações pertinentes aos assuntos regulados por esta Lei, que sejam de interesse
coletivo ou geral, as quais serão prestadas no prazo de 15 dias, dando-se-lhe, inclusive, se requeridas,
vistas aos processos administrativos, sob pena de responsabilidade do agente da administração, que, por
ventura, venha negar, protelar ou dificultar, por qualquer meio, esse acesso.
§ 1º. Para os efeitos dos incisos III e IV deste artigo, a publicação far-se-á no mínimo, no Diário Oficial do
Estado.
§ 2º. A ampla divulgação referida nos incisos I, II, V e VI, dar-se-á no mínimo, através de nota resumida,
publicada em jornal de circulação local.
§ 3º. Para a efetiva garantia do direito a informações, o órgão ambiental manterá serviço específico.
Capítulo VIII
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Parágrafo Único. O licenciamento de que trata o caput desse artigo será precedido de estudos que
comprovem, dentre outros requisitos, os seguintes:
Art. 94. Para efeito do disposto no artigo anterior, o licenciamento obedecerá às seguintes etapas:
I – Licença Prévia (LP) – emitida na fase preliminar da atividade, devendo resultar da análise dos
requisitos básicos a serem atendidos quanto a sua localização, instalação e operação, observadas as
diretrizes do zoneamento ecológico-econômico, sem prejuízo de atendimento ao disposto nos planos de
uso e ocupação do solo;
II – Licença de Instalação (LI) – emitida após a fase anterior, a qual autoriza a implantação da atividade,
de acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado;
III – Licença de Operação (LO) – emitida após a fase anterior, a qual autoriza a operação da atividade e o
funcionamento de seus equipamentos de controle ambiental, de acordo com o previsto nas Licenças
Prévia e de Instalação.
§ 2º. As Licenças Prévia, de Instalação e de Operação, serão expedidas por tempo certo, a ser
determinado pelo órgão ambiental, não podendo em nenhum caso ser superior a 5 (cinco) anos.
§ 3º. A Licença de Operação será renovada ao final de cada período de sua validade.
Art. 95. Os pedidos de licenciamento e a respectiva concessão ou renovação serão publicados no Diário
Oficial do Estado, bem como no jornal de maior circulação local, às expensas do interessado.
Art. 96. É vedada a concessão de licenciamento ambiental antes de efetivadas as exigências acatadas
pelo Poder Público, em audiências públicas.
Capítulo IX
DA AVALIAÇÃO PRÉVIA DE IMPACTO AMBIENTAL
§ 1º. V E T A D O
§ 2º. Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, o Conselho Estadual do Meio Ambiente definirá,
através de Resolução as atividades e obras que dependerão de elaboração de EPIA/RIMA, observando as
normas federais vigentes sobre a matéria e, dentre outros, os seguintes requisitos:
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VII – o grau de saturação do meio ambiente, em razão do fator de agregação de atividades poluidoras na
localidade ou região.
Art. 98. Para o licenciamento de obra ou atividade que dispensar a elaboração do EPIA/RIMA, o órgão
ambiental poderá exigir outros instrumentos específicos para a avaliação dos impactos ambientais.
Parágrafo Único. No caso das obras ou atividades referidas no caput deste artigo poderá o Poder Público
utilizar a autorização, a título precário como procedimento preliminar de regularização.
Art. 99. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EPIA é instrumento de análise de processos e métodos
sobre a viabilidade da implantação de obra ou atividade, pública ou privada, tendo como objetivo deferir
ou indeferir o licenciamento requerido.
Art. 100. O Relatório de Impacto Ambiental – RIMA refletirá as conclusões do EPIA e visa a transmitir
informações fundamentais do mencionado estudo, através de linguagem acessível a todos os segmentos
da população, de modo a que se conheça as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as
conseqüências ambientais decorrentes de sua implantação.
Art. 101. A elaboração do EPIA/RIMA obedecerá os princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos pelo
Conselho Estadual do Meio Ambiente, em perfeita consonância e compatibilização com a legislação
federal pertinente, especialmente as normas sobre a matéria editadas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
Art. 102. A análise do EPIA/RIMA deverá obedecer a prazos fixados em regulamento, segundo o grau de
complexidade dos respectivos empreendimentos.
Art. 103. O órgão ambiental, ao receber o RIMA, estabelecerá prazo para o recebimento dos
comentários por parte dos órgãos públicos e demais interessados e sempre que julgar necessário,
promoverá a realização de audiência pública.
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§ 1º. As audiências públicas destinar-se-ão a fornecer informações sobre o projeto e seus impactos
ambientais e a possibilitar a discussão e o debate sobre o RIMA.
§ 2º. As audiências públicas serão convocadas pelo órgão ambiental, por solicitação:
III – de órgão ou entidade pública, que direta ou indiretamente tenha envolvimento com as questões
ambientais;
§ 3º. A audiência pública deverá ser realizada em local de fácil acesso aos interessados.
§ 5º. A realização das audiências públicas será sempre precedida de ampla divulgação, assegurada pela
publicação de, no mínimo, três vezes consecutivas, no Diário Oficial e nos jornais de grande circulação no
Estado, através de nota contendo todas as informações indispensáveis ao conhecimento público da
matéria.
Art. 104. O órgão ambiental somente emitirá parecer final sobre o RIMA, após concluída a fase de
audiência pública.
Parágrafo Único. O órgão ambiental, ao emitir parecer sobre o licenciamento requerido, analisará as
proposições apresentadas na audiência pública, manifestando-se sobre a pertinência das mesmas.
Capítulo X
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Art. 105. A audiência pública a que se refere esta Lei tem por finalidade expor aos interessados o
conteúdo do produto em análise e do seu referido Relatório de Impacto Ambiental, dirimindo dúvidas e
recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito.
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Art. 106. Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, a Secretaria de Meio Ambiente promoverá a realização
de audiência pública.
§ 1º. Secretaria de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do Relatório de Impacto sobre o
Meio Ambiente, fixará em edital e anunciará pela imprensa local a abertura do prazo, que será no
mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias, para solicitação de audiência pública.
§ 2º. No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese da Secretaria de Meio Ambiente
não realizá-la, a licença concedida não terá validade.
§ 3º. Após este prazo, a convocação será feita pelo órgão licenciador através de correspondência
registrada aos solicitantes e da divulgação em órgão da imprensa local.
§ 5º. Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, poderá ser
realizada mais de uma audiência pública sobre o mesmo projeto e respectivo Relatório de Impacto sobre
o Meio Ambiente.
Art. 107. A audiência pública será dirigida pelo representante do órgão licenciador que, após a
exposição objetiva do projeto e de seu respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente, abrirá as
discussões com os interessados presentes.
Art. 108. Ao final de cada audiência pública, será lavrada uma ata sucinta.
Parágrafo Único. Serão anexados à ata, todos os documentos que forem entregues ao presidente dos
trabalhos durante a sessão.
Art. 109. A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servirão de base, juntamente com o Relatório
de Impacto sobre o Meio Ambiente, para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou
não do projeto.
Capítulo XI
DA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Art. 110. A fiscalização ambiental necessária à consecução dos objetivos desta Lei, bem como de
qualquer norma de cunho ambiental, será efetuada pelos diferentes órgãos do Estado, sob a
coordenação do órgão ambiental, ou quando for o caso, do Conselho Estadual do Meio Ambiente.
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Parágrafo Único. É assegurado a qualquer cidadão o direito exercer a fiscalização referenciada neste
artigo, mediante comunicação do ato ou fato delituoso à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente ou à autoridade policial, que adotarão as providências, sob pena de responsabilidade.
Capítulo XII
DOS CADASTROS E INFORMAÇÕES AMBIENTAIS
Art. 112. O Poder Público manterá atualizados os cadastros técnicos de atividades de defesa do meio
ambiente e das atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais.
§ 1º. O cadastro técnico de atividades de defesa ambiental, tem por fim proceder ao registro obrigatório
de pessoas físicas ou jurídicas prestadoras de serviço relativos às atividades de controle do meio
ambiente, inclusive através da fabricação, comercialização, instalação ou manutenção de equipamentos.
Art. 113. V E T A D O
Parágrafo Único. Fica dispensada a exigência de apresentação da Certidão, para a obtenção de créditos
ou financiamentos oficiais, destinados à recuperação do meio ambiente degradado, desde que o
interessado comprove quitação com as multas ambientais, devendo o respectivo projeto ser aprovado
pelo órgão ambiental.
Capítulo XIII
DOS ESTÍMULOS E INCENTIVOS
Art. 114. O Poder Público incentivará ações, atividades e procedimentos, de caráter público ou privado,
que visem à proteção, manutenção e recuperação do meio ambiente e à utilização sustentada dos
recursos naturais, mediante a concessão de vantagens fiscais e creditícias, mecanismos e procedimentos
compensatórios, apoio financeiro, técnico, científico e operacional.
§ 2º. O Poder Público somente concederá incentivos mediante comprovação, pelo interessado, da
licença ambiental.
§ 3º. Os incentivos concedidos nos termos deste artigo, serão sustados ou extintos quando o
beneficiário descumprir as disposições da legislação ambiental.
Capítulo XIV
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES
Sessão I
Das Disposições Gerais
Art. 115. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais, civis e administrativas, independentemente da obrigação
de reparo do dano.
Art. 116. O servidor público estadual que verificar a ocorrência de infração à legislação ambiental e não
for competente para formalizar a exigência, comunicará o fato, em representação circunstanciada, à
chefia imediata, que adotará as providências cabíveis.
Sessão II
Das Infrações e Sanções Cíveis
Art. 117. É o poluidor obrigado a indenizar os danos que, por ação ou omissão, causar ao meio
ambiente.
Parágrafo Único. Quando se tratar de pesca predatória praticada sob qualquer instrumento, fica o
poluidor passível das penalidades previstas no art. 122, desta Lei.
Sessão III
Das Infrações e das Sanções Administrativas
Art. 118. Considera-se infração administrativa qualquer inobservância a preceito desta Lei, das
Resoluções do Conselho Estadual do Meio Ambiente da legislação ambiental federal e estadual,
especialmente as seguintes:
comprovadamente, sob qualquer forma de causar degradação ambiental, sem o prévio licenciamento do
órgão ambiental ou com ele em desacordo;
II – emitir ou despejar efluentes ou resíduos líquidos, sólidos ou gasosos, em desacordo com as normas
legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente;
III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de
uma comunidade;
Art. 119. Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, as infrações ambientais serão
punidas, alternativa ou cumulativamente, com as penalidades de:
I – advertência;
IV – inutilização do produto;
V – interdição do produto;
X – indicação ao órgão competente para decidir sobre a perda ou restrição, ou não, de incentivos
concedidos pelo Poder Público;
XI – indicação ao órgão competente para decidir sobre a perda ou suspensão, ou não, da participação
em linhas de financiamentos em estabelecimentos oficiais de créditos;
XII – redução de atividades geradoras de poluição de acordo com os níveis previstos na licença;
III – gravíssimas, aquelas em que for verificada a existência de duas ou mais circunstâncias agravantes.
§ 1º. Quando o infrator praticar simultaneamente duas ou mais infrações ser-lhe-ão aplicadas
cumulativamente as penas a elas cominadas.
§ 2º. Para configurar a infração , basta a comprovação do nexo causal entre a ação ou omissão do
infrator e o dano.
§ 3º. VETADO
Art. 121. A advertência será aplicada sempre por escrito e única e exclusivamente nas infrações leves.
III - de 50.001 a 1.500.000 vezes o valor nominal da UPF-PA, nas infrações gravíssimas.
§ 1°. A multa será recolhida considerando-se o valor nominal da UPF-PA à data de seu efetivo
pagamento.
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§ 2°. Ocorrendo a extinção da UPF-PA, adotar-se-á, para efeitos deste artigo, a unidade ou índice que a
substituir.
§ 3°. Nos casos de reincidência específica ou genérica, a multa a ser imposta corresponderá ao dobro e
ao triplo, respectivamente, daquela imposta anteriormente.
§ 4°. Na hipótese de infração continuada, que se caracteriza pela permanência da ação ou omissão
inicialmente punida, poderá ser imposta multa diária de 150 a 150.000 vezes o valor nominal da UPF-PA.
§ 5°. A multa diária incidirá durante o período de 30 dias corridos, contados da data de sua
imposição, salvo se antes cessar o cometimento da infração.
§ 6°. Constatada a ineficácia da multa, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até
três vezes, levando-se em consideração o valor da vantagem econômica auferida, sem prejuízo de
aplicação da regra contida no § 3°.
* Este artigo foi alterado pela Lei nº 6.671, de 27/07/2004, publicada no DOE Nº 30.244, de 28/07/2004.
Foi ainda acrescido ao referido artigo o § 6°.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 122 A penalidade de multa será imposta, observados os seguintes limites:
I - de 10 a 500 vezes o valor nominal da UFEPA, nas infrações leves;
II - de 501 a 3.500 vezes o valor nominal da UFEPA, nas infrações graves;
III - de 3.501 a 10.000 vezes o valor nominal da UFEPA, nas infrações gravíssimas.
§ 1° A multa será recolhida considerando-se o valor nominal da UFEPA à data de seu efetivo pagamento.
§ 2° Ocorrendo a extinção da UFEPA, adotar-se-á, para os efeitos deste artigo, a unidade ou índice que a
substituir.
§ 3° Nos casos de reincidência, a multa corresponderá ao dobro daquela imposta na infração anterior.
§ 4° Na hipótese de infração continuada que se caracteriza pela permanência da ação ou omissão
inicialmente punida, poderá ser imposta multa diária de 1 a 1.000 vezes o valor nominal da UFEPA.”
Art. 123. As penalidades previstas nos incisos II a XIII, do art. 119, serão aplicadas independentemente
das multas.
Art. 123-A. A fiscalização do cumprimento do disposto nesta Lei, no seu regulamento e nas demais
normas ambientais em vigor, será exercida pela SEMAS e pela entidade sob sua vinculação, e pelos
órgãos e entidades conveniadas, às quais competem, por intermédio de seus servidores:
IV - determinar, em caso de grave e iminente risco para vidas humanas, para o meio ambiente ou para os
recursos econômicos do Estado, medidas emergenciais e a suspensão ou redução de atividades durante
o período necessário para a supressão do risco.
Parágrafo único. A fiscalização de que trata este artigo será realizada em estrita observância à Lei
Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011, e legislação em vigor.
* Este artigo foi acrescentado pela Lei nº 8.096, de 1º de janeiro de 2015, publicada no DOE Nº 32.798,
DE 1/01/2015.
Art. 124. A destinação dos produtos e instrumentos apreendidos nos termos do inciso III do artigo 119,
poderá ser a devolução, a destruição, a doação ou leilão, nos termos do regulamento desta Lei.
§ 1º. Toda apreensão de produtos considerados perecíveis deverá ser seguida, imediatamente, de
doação ou destruição, a critério da autoridade competente, que deverá motivar a decisão.
Art. 125. A penalidade de embargo, desfazimento ou demolição, poderá ser imposta no caso de obras
ou construções feitas sem licença ambiental ou com ela em desacordo.
Art. 126. A penalidade de interdição parcial, total, temporária ou definitiva, será imposta nos casos de
perigo iminente à saúde pública e ao meio ambiente ou a critério da autoridade competente, nos casos
de infração continuada e reincidência.
§ 1º. A autoridade ambiental poderá impor a penalidade de interdição total ou parcial e temporária ou
definitiva, desde que constatada a infração, objetivando a recuperação e regeneração do ambiente
degradado.
Art. 127. Nas penalidades previstas nos incisos XI e XII do artigo 119 o ato declaratório da perda,
restrição ou suspensão, parcial ou total de incentivos, benefícios e financiamentos, será atribuição da
autoridade administrativa ou financeira que o houver concedido, por solicitação do órgão ambiental.
Art. 128. A prestação de serviços à comunidade será imposta pela autoridade competente, de acordo
com o estabelecido no regulamento desta Lei.
I – autores diretos;
II – autores indiretos, assim correspondidos aqueles que, de qualquer forma, concorram para a prática
da infração ou dela se beneficiem;
Art. 130. Para a imposição da pena e sua gradação, a autoridade ambiental observará:
III – a disposição manifesta do infrator em procurar reparar ou minorar as conseqüências do ato lesivo ao
meio ambiente;
IV – da infração resultar conseqüências graves para o meio ambiente ou para a saúde pública;
XII – a infração ocorrer sobre espécies raras, endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção.
Parágrafo Único. Caracteriza-se a reincidência simples quando o infrator voltar a cometer qualquer nova
infração e a reincidência específica quando voltar a cometer nova infração ao mesmo dispositivo legal
anteriormente violado, qualquer que seja a gravidade.
Art. 133. Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a pena será cominada em razão
das que sejam preponderantes.
Art. 134. Quando a infração for objeto de punição por mais de uma penalidade, prevalecerá o
enquadramento no item mais específico em relação ao mais genérico.
Art. 135. Pelas infrações cometidas por menores ou outros incapazes responderão seus responsáveis.
* Esta seção foi revogada pela Lei nº 9.575, de 11/05/2022, publicada no DOE Nº 34.968, de 12/05/2022.
Seção IV
Do Processo Administrativo
Art. 136. As infrações ambientais serão apuradas em processo administrativo próprio, iniciado com a
lavratura do auto de infração, observados o rito e prazos estabelecidos nesta Lei.
Art. 137. O auto de infração será lavrado na sede do órgão ambiental ou no local em que for verificada a
infração, pelo servidor competente que a houver constatado, devendo conter:
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I – a qualificação do autuado;
III – a descrição completa e detalhista do fato e a menção precisa dos dispositivos legais ou
regulamentares transgredidos para que o autuado possa exercer, em sua plenitude, o direito de defesa;
IV – a penalidade a que está sujeito o infrator e o respectivo preceito legal que autoriza a sua imposição
tudo registrado com clareza e precisão, para os mesmos fins de plena defesa;
VI – prazo de defesa;
VII – o testemunho mediante as respectivas assinaturas, de pessoas que assistiram aos fatos narrados no
auto.
Art. 138. A notificação é o documento hábil para informar ao interessado as decisões do órgão
ambiental.
§ 1º. O infrator será notificado para ciência do auto de infração e das decisões do órgão ambiental:
I – pessoalmente;
III – por edital quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos anteriores.
§ 2º. Se o infrator for notificado pessoalmente e recusar-se a exarar ciência, deverá essa circunstância
ser mencionada, expressamente, pela autoridade que efetuou a notificação.
§ 3º. O edital referido no inciso III, deste artigo, será publicado uma única vez, na Imprensa Oficial,
considerando-se a notificação 10 (dez dias) após a publicação.
Art. 139. Quando, apesar da lavratura do auto de infração, subsistir, ainda, para o infrator obrigação a
cumprir, será o mesmo notificado, para que no prazo de até 30 (trinta) dias efetive o seu cumprimento,
observado, quando for o caso, o disposto no § 3º do artigo anterior.
§ 1º. O prazo para o cumprimento da obrigação subsistente poderá ser reduzido ou aumentado em
casos excepcionais por motivos de interesse público, mediante despacho fundamentado da autoridade
competente.
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§ 2º. A desobediência à determinação contida na notificação a que alude este artigo, acarretará a
imposição de multa diária, arbitrada de acordo com os valores correspondentes à classificação da
infração, até o exato cumprimento da obrigação, sem prejuízo de outras penalidades previstas na
legislação vigente.
Art. 140. O indiciado poderá oferecer defesa ou impugnação escrita ao auto de infração, no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da data da ciência do mesmo, podendo produzir as provas que julgar necessárias.
Art. 141. Apresentada ou não a defesa ou a impugnação, o processo será julgado pelo Secretário de
Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente no prazo de até 20 (vinte) dias, sendo que tanto a defesa
quanto a impugnação, bem como o Recurso para o Conselho Estadual de Meio Ambiente, de que trata o
artigo 143 desta Lei terão efeito suspensivo.
Art. 142. As multas previstas nesta Lei serão recolhidas pelo infrator no prazo de 10 (dez) dias, contados
do recebimento da notificação de sua imposição/confirmação em última instância administrativa.
Parágrafo Único. As multas impostas poderão sofrer redução de 20% (vinte por cento) caso o infrator
efetue o pagamento no prazo de 5(cinco) dias, contados da data em que for notificado, implicando na
desistência tácita de defesa ou recurso.
Art. 143. Da decisão do Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, caberá recurso ao
Conselho Estadual de Meio Ambiente, no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão.
Art. 144. Vencido nas instâncias administrativas, ou na hipótese de revelia, não interpondo recurso no
prazo hábil, o infrator deverá recolher a multa, dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da notificação
do decisório final, sob pena de inscrição do débito em dívida ativa e imediata cobrança judicial.
§ 1º. O não recolhimento da multa neste prazo importará no acréscimo moratório de 1% (hum por
cento) ao dia, calculado cumulativamente, sobre o valor do débito.
§ 2º. A inscrição em dívida ativa, em livro próprio, a extração da respectiva certidão e a remessa dessa
para cobrança judicial, será feita por servidor, expressamente designado pelo Secretário de Estado de
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, no dia seguinte ao vencimento do prazo fixado no caput deste
artigo, sob pena de responsabilidade, funcional, administrativa e penal.
Art. 145. A dívida ativa será cobrada pela Procuradoria Geral da Fazenda Estadual, nos termos do art.
188 da Constituição Federal.
Art. 146. Encerrado o processo, o órgão ambiental, no prazo de 5 (cinco) dias, fará publicar na imprensa
oficial e nos jornais de maior circulação, bem como providenciará a afixação no quadro de avisos de nota
resumida da decisão, contendo o nome do infrator, descrição da infração e dispositivo legal ou
regulamentar infringido, identificação da penalidade e valor da multa, quando for o caso.
* Esta seção foi revogada pela Lei nº 9.575, de 11/05/2022, publicada no DOE Nº 34.968, de 12/05/2022.
Capítulo XIV
DO FUNDO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 147. Fica criado o Fundo Estadual do Meio Ambiente – FEMA, com o objetivo de financiar planos,
programas, projetos, pesquisas e tecnologias que visem ao uso racional e sustentado dos recursos
naturais, bem como a implementação de ações voltadas ao controle, à fiscalização, à defesa e à
recuperação do meio ambiente, observadas as diretrizes da Política Estadual de Meio Ambiente.
Parágrafo Único. O FEMA possui natureza contábil autônoma e constitui unidade orçamentária
vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente.
II – recursos resultantes de doações, contribuições em dinheiro, bens móveis ou imóveis que venha a
auferir de pessoas físicas ou jurídicas;
VI – produto oriundo da cobrança das taxas e tarifas ambientais, bem assim das penalidades pecuniárias
delas decorrentes;
VII – por parcela, a ser destinada por lei, da compensação financeira destinada ao Estado, relativa ao
resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de recursos
minerais;
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
§ 1º – As pessoas físicas ou jurídicas que fizerem doações ao FEMA poderão gozar de benefícios, nos
termos que dispuser lei específica.
§ 2º – Os recursos previstos no parágrafo anterior deste artigo serão depositados em conta especial no
Banco do Estado do Pará, a crédito do FEMA.
* Este artigo foi revogado pela Lei Estadual nº 8.096, de 1º de janeiro de 2015, publicada no DOE de
01/01/2015.
Art. 149 – O Poder Executivo, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, regulamentará o FEMA,
estabelecendo, entre outras disposições:
Título VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Parágrafo Único. O titular do órgão ambiental, mediante despacho motivado, poderá prorrogar o prazo
a que se refere o caput deste artigo desde que, por razões técnicas ou financeiras demonstráveis, seja
solicitado pelo interessado.
Art. 151. O Poder Público estabelecerá, por Lei, normas, parâmetros e padrões de utilização dos
recursos ambientais, cuja inobservância caracterizará degradação ambiental, sujeitando os infratores às
penalidades previstas nesta Lei, bem como às exigências de adoção de medidas necessárias à
recuperação da área degradada.
Art. 152. Para fins de exploração econômica, o diâmetro das espécies florestais será definido em
regulamento.
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Art. 153. Ficam sujeitas às normas dispostas nesta Lei as pessoas físicas e jurídicas, inclusive órgãos e
entidades públicas federais, estaduais e municipais, que pretenderem executar quaisquer das atividades
previstas no artigo 93 desta Lei, no território sobre jurisdição do Estado.
Parágrafo Único. Para efeitos do previsto no artigo 94, poderá o Secretário de Estado de Ciência,
Tecnologia e Meio Ambiente – SECTAM, nos casos e na forma que forem estabelecidos em regulamentos
ou resoluções do COEMA, conceder às obras e atividades de que trata esta Lei autorizações, a título
precário, como procedimentos preliminares com vistas à competente regularização.
Art. 154. O Poder Público, no exercício regular do poder de polícia ambiental, cobrará taxas e tarifas,
conforme o previsto em lei específica.
Art. 155. V E T A D O.
Art. 156. O Poder Executivo regulamentará a atuação das Polícias Civil e Militar, na manutenção da
ordem pública do meio ambiente.
Parágrafo Único. A atuação das Polícias Civil e Militar de que trata este artigo se fará sob a coordenação
do órgão ambiental.
Art. 157. Esta Lei será regulamentada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de sua
publicação, naquilo que se fizer necessário.
Art. 158. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário e, em
especial, a Lei nº 5.638, de 9 de janeiro de 1991.
ALMIR GABRIEL
Governador do Estado