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ª BIOLOGIA
ENSINO MÉDIO
SÉRIE
MATERIAL COMPLEMENTAR
Coleção
FORMAÇÃO DE VALOR
DIRETOR-GERAL
Jorge Apóstolos Siarcos
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Márcia Teresinha Schmidt
AUTORES
Cornélio Schwambach
Geraldo Cardoso Sobrinho
Suzete Salvaro Beal
ILUSTRAÇÃO
Ivan Sória
Todos os direitos desta edição estão reservados à Editora Bom Jesus. Nenhuma parte desta obra poderá ser
reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e
gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora.
Schwambach, Cornélio
Biologia : 2.ª série : ensino médio : volume 1 /
Cornélio Schwambach, Geraldo Cardoso Sobrinho,
Suzete Salvaro Beal. -- 1. ed. -- Curitiba, PR :
Editora Bom Jesus, 2022. --
(Coleção formação de valor)
ISBN 978-65-87336-50-3
21-76087 CDD-574.07
Índices para catálogo sistemático:
Caro Aluno,
Este livro chega até você para contribuir com o aprimoramento dos seus conhecimentos. Para elaborá-lo,
utilizamos elementos minuciosamente pesquisados, a fim de estimular e favorecer a estruturação da cria-
tividade, o trabalho em grupo e a formação de um cidadão consciente e atuante.
Este material dará acesso a um plano de estudos abrangente, que oferece alternativas e sugestões capa-
zes de levar você a uma viagem pelo universo da aprendizagem, propiciando subsídios para um futuro pro-
missor, seja dentro de uma universidade, seja no mercado de trabalho.
Visualmente, a proposta é fugir do padrão usado no mercado didático atual e tornar o material mais atra-
tivo. Para isso, desenvolveu-se um projeto gráfico exclusivo, que contempla páginas diferenciadas, com
imagens e textos dispostos de maneira dinâmica.
Além disso, preocupamo-nos em produzir um instrumento de apoio com qualidade e conteúdos comple-
mentares de extrema relevância.
Assim, esperamos que os aspectos educativos apresentados aqui e seu papel na sua aprendizagem se-
jam eficientes e, também, abram espaço para a curiosidade continuar instigando você, aluno, a aprender
cada vez mais.
Coloração..................................................................................................22 Alimentação..............................................................................................52
Reprodução...............................................................................................23 Parasitoses...............................................................................................52
Micoplasmas.............................................................................................26 LIQUENS......................................................................................... 53
Riquétsias e clamídias...............................................................................27 Estrutura...................................................................................................53
Hábitat......................................................................................................53
PROTISTAS (PROTOCTISTAS)............................................... 31 Reprodução...............................................................................................53
PROTOZOÁRIOS............................................................................... 31 Importância...............................................................................................53
4 BIOLOGIA
BIOLOGIA 5
6 BIOLOGIA
1
TÍTULO UNIDADE
DO MUNDO MICROSCÓPICO AO
MACROSCÓPICO: A DIVERSIDADE DA VIDA
Vírus. Protozoário.
VÍRUS
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Bactérias.
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O aumento do conhecimento sobre a biologia viral permitiu ao ser humano Envelope é uma estrutura envoltória e externa ao nucleocapsídeo (conjunto
a utilização do vírus em técnicas modernas de biotecnologia, como a gene- do capsídeo e do ácido nucleico por ele envolto) que alguns vírus possuem,
terapia. Vírus geneticamente modificados são utilizados para transferir ge- sendo formado por moléculas de lipídios e de glicoproteínas. Aqueles vírus
nes normais em substituição aos genes alterados, causadores de inúmeras que possuírem o envelope são denominados envelopados ou capsulados
anomalias. Pode-se, inclusive, fazer uso de bacteriófagos geneticamente (herpes, varíola, rubéola e gripe), e seu componente lipídico é originado da
alterados no controle de infecções bacterianas, no caso de bactérias re- membrana da célula que os formou. A parte proteica, entretanto, é cons-
sistentes aos antibióticos disponíveis. tituída de proteínas virais. Entre os vírus não envelopados podemos citar o
causador da poliomielite e o adenovírus.
Ao contrário das células, os vírus possuem um único tipo de ácido nucleico
PENSE NISSO – DNA ou RNA – o que permite dividi-los em DNA vírus (adenovírus – res-
friados) e RNA vírus (HIV – aids). Outra diferença para as células é que o
Que argumentos uma pessoa pode utilizar para defender a tese de genoma viral contém poucos genes; em torno de 200 no vírus que provoca
que os vírus são seres vivos? E a de que não são seres vivos? a varíola e algo em torno de dez genes no HIV e no vírus responsável pelo
sarampo. Uma vez no interior da célula hospedeira, os genes virais são ati-
vados por enzimas da própria célula. Ao serem ativados, servem de modelo
HISTÓRICO para a produção de RNAm por meio das proteínas virais, além de sofrerem
multiplicação. Das proteínas virais produzidas, algumas alteram o metabo-
A palavra vírus tem como origem o termo virus, do latim, que significa lismo celular, objetivando a produção de centenas de novos vírus, e outras
“veneno”. O nome teve origem no trabalho realizado pelo cientista russo vão compor estruturas do próprio vírus.
Dmitri Ivanowsky com o mosaico do tabaco, em 1892. Como não encontrou
micro-organismos nas folhas contaminadas, preparou a partir delas um
Capsídeo
extrato, o qual passou por filtros de porcelana capazes de filtrar bactérias.
Utilizando o filtrado obtido a partir desse extrato e aplicando-o em plantas Ácido nucleico (DNA)
sadias, estas ficavam doentes. Ivanowsky, então, chamou de vírus o agente
Colar
infeccioso presente nas folhas doentes.
Estrutura de um
Em 1898, o pesquisador holandês Martinus Beijerinck publicou um traba- Bainha contrátil bacteriófago.
lho mostrando a capacidade do material filtrado de se reproduzir no inte- Placa de base
rior dos tecidos do vegetal.
k
Pinos
tterstoc
Proteínas
do capsídeo descobriram que alguns citomegalovírus, um DNA vírus, podem pos-
suir algumas moléculas de RNA. Dessa forma, o RNA representa uma
• Concomitância celular
vantagem, possibilitando um ataque mais rápido, induzindo à síntese Os vírus possivelmente surgiram ao mesmo tempo que as células, a
de proteínas virais, antes mesmo que o DNA atinja o núcleo e assu- partir das moléculas de RNA, porém de forma independente. Estabe-
ma o comando da célula. O mesmo ocorre com o vírus da hepatite B. leceram uma relação de parasitismo e coevoluíram.
Tais variedades de DNA vírus iniciam a síntese de RNA ao longo da • Derivação nucleoproteica
sua formação e, portanto, na hora da montagem do novo vírus, o RNA Os vírus derivaram de segmentos de RNA ou DNA das células, os quais
acaba indo junto. Como o ácido nucleico básico do seu genoma é o adquiriram um envoltório proteico de proteção e a capacidade de re-
DNA, continuam classificados como DNA vírus. plicação. Pode ser até que os processos tenham ocorrido simultanea-
mente ou, quem sabe, de uma outra forma ainda não pensada.
Vírus com fita de RNA positiva Muitos retrovírus possuem genes denominados oncogêneses, indutores da
divisão celular descontrolada nas células hospedeiras, tendo como conse-
Os vírus com fita de RNA positiva (cadeia +) apresentam o RNA genômico quência a formação de tumores cancerosos.
do mesmo sentido do RNAm; logo, funcionando como o próprio RNAm. As-
Podemos simplificar o processo da seguinte forma.
sim, logo que ocorre a infecção viral, o vírus com fita de RNA positiva já é
traduzido para a produção de proteína. São exemplos os poliovírus (picor-
navírus – febre aftosa, resfriado comum, hepatite), o togavírus (rubéola) RNA → DNA → RNA → SÍNTESE PROTEICA
e o flavivírus (dengue).
Retrovírus
Bacteriófago.
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IMPORTANTE outras partículas virais com potencialidade para infectar outras células
(ciclo descrito anteriormente). No ciclo lítico, os vírus são ditos líticos ou
Reprodução viral por montagem: (1) duplicação do material
virulentos.
genético; (2) síntese das proteínas do capsídeo; (3) montagem de
novos vírus. Ciclo lisogênico
• Montagem do vírion.
FIXAÇÃO
• Lise da bactéria e liberação dos vírions (tempo total: 30 minutos).
Ciclos virais
Ciclo reprodutor de um vírus causador da gripe
• Ciclo lisogênico – o DNA viral é incorporado ao DNA bacteriano
e não interfere no metabolismo da bactéria, que se reproduz
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do capsídeo, que, por sua vez, está envolvido por um envelope lipoproteico REPRODUÇÃO DO VÍRUS HIV
esférico. Nesse envelope lipídico existem dois tipos de proteína
responsáveis pela estirpe do vírus: a hemaglutinina (H) e a neuraminidase O vírus HIV apresenta um envelope externo constituído de lipídios e proteí-
(N), utilizadas para o reconhecimento e a ligação com a célula hospedeira. nas, no interior do qual está o capsídeo contendo duas moléculas de RNA
e algumas moléculas da enzima transcriptase reversa.
A gripe tem início quando o vírion adere a receptores específicos da mem-
brana da célula hospedeira, normalmente a que reveste as vias respirató- O HIV tem como células-alvo os macrófagos e os linfócitos T auxiliadores
rias. Nesse caso, a partícula viral é fagocitada pela célula e penetra inteira (ou células CD4 – uma proteína presente na membrana plasmática de al-
em seu interior. guns tipos celulares humanos), responsáveis pelo comando do sistema de
defesa do organismo.
No interior da célula, o capsídeo é digerido e libera as moléculas de RNA
no citoplasma. O RNA sofre duplicação, originando inúmeras cópias. Ocor- A proteína CD4 aparece também em outros tipos celulares como os linfó-
re, então, a tradução e a origem dos componentes proteicos do capsídeo. citos B (em torno de 5% deles), os monócitos (cerca de 40%), em algumas
Como a reprodução ocorre por montagem, há a união das moléculas de células dos nódulos linfáticos, a pele, o timo, o encéfalo, o intestino e a
RNA com as do capsídeo, formando novos vírions, que são liberados da medula óssea vermelha. Logo, essas estruturas são suscetíveis à infecção
célula infectada. Quando isso ocorre, as partículas virais levam consigo por esses vírus. O linfócito T4 produz uma substância que induz o linfócito
fragmentos da membrana celular, que constituirão o seu envelope. Nesse B a se transformar em plasmócito, responsável pela produção de anticor-
caso, não há, obrigatoriamente, a morte da célula hospedeira, embora isso pos. Por isso se diz que o HIV bloqueia a produção de anticorpos, debilitan-
possa ocorrer devido à infecção viral se as perturbações comprometerem do o sistema imunológico. A consequência é o desenvolvimento de muitos
o bom funcionamento dela. micro-organismos patogênicos, que se aproveitam da situação e causam
infecções generalizadas por todo o corpo – as doenças oportunistas.
Ancoragem Uma vez aderido à célula hospedeira, o seu envoltório se funde à membra-
à célula alvo
Endossoma
na plasmática. O capsídeo viral penetra no citoplasma, sem o envelope, e
Vesícula
se desagrega, liberando o RNA e a transcriptase reversa, que retranscreve
o RNA em DNA. Este penetra no núcleo, integrando-se a um dos cromos-
Saída da célula
somos e passando a provírus.
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Replicação Como provírus, o DNA viral promove a formação de moléculas de RNA que
comandarão a produção das proteínas do capsídeo e da transcriptase re-
Síntese de
proteínas Novo vírion versa. Há, então, a montagem de novos vírus pela reunião das proteínas,
virais
das enzimas e do RNA. Novas partículas virais, então, são liberadas pela
célula, capazes de infectar novas células.
Ilustração da replicação do vírus da gripe.
Com o provírus, genes do vírus integrado aos genes da célula, esta produ-
zirá partículas virais durante todo o seu tempo de vida.
Vírion maduro
HIV maduro
Fixação
SAIBA MAIS Em humanos, o mal chamado kuru é uma doença causada por príons e foi
observada nos nativos de uma tribo da Nova Guiné. Ocorria perda da coor-
Ciclo reprodutor de um retrovírus denação, demência e, irremediavelmente, o óbito. Os habitantes da tribo
• Principal característica: presença da enzima transcriptase tinham o hábito de se alimentar do cérebro dos mortos.
reversa. O mal de Creutzfeldt-Jakob, que atinge pessoas em torno dos 60 anos, pa-
• Fusão da membrana do retrovírus com a membrana da célula rece ter origem hereditária em torno de 10% a 15% dos casos. Outra par-
hospedeira. cela de pessoas é contaminada por tratamento médico com os instrumen-
tos cirúrgicos contaminados, injeção de hormônios extraídos de hipófises
• Penetração do capsídeo.
humanas e em transplantes de córnea, por exemplo.
• RNA retranscrito em DNA.
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• DNA penetra no núcleo e recombina com o DNA celular.
• Provírus: nome dado ao DNA viral ligado ao cromossomo celular.
• Produção de RNA: usado para produzir transcriptase reversa e
proteínas do capsídeo.
• Empacotamento de algumas moléculas de RNA e transcriptase Príon, proteína hPrP.
reversa: surgimento de novas partículas virais.
• Produzem células com os genes do provírus integrados aos
seus: produz partículas virais por toda a vida e esses genes
transmitem às suas filhas.
Os viroides são pequenos segmentos de RNA de fita simples e extremi-
dades unidas. Ao contrário dos vírus, os viroides são destituídos de envol-
PROFILAXIA DAS DOENÇAS VIRAIS tórios proteicos e não codificam proteínas. Eles se instalam no núcleo das
células infectadas, sendo capazes de se reproduzir.
Considerando-se que não há tratamento eficiente para as viroses, a melhor
forma de combater as doenças virais é a prevenção. Na maioria dos casos, Os viroides são responsáveis por muitos prejuízos na agricultura por cau-
esta é feita por meio da vacinação. sarem males em plantas cítricas, batatas e plantas ornamentais, por
exemplo. Provavelmente, interferem no funcionamento normal dos genes
As vacinas são preparadas com vírus mortos ou atenuados, induzindo o or- das plantas. Podem ser transmitidos por meio de ferimentos (durante a
ganismo a produzir anticorpos específicos. Pode-se observar a eficácia da poda, por exemplo) ou das sementes.
vacinação contra doenças virais, considerando o sucesso obtido contra o
vírus da varíola em campanhas mundiais, ou contra a poliomielite, no Bra- Os virusoides, tanto quanto os viroides, são moléculas infecciosas de
sil. Além dos anticorpos específicos, o organismo produz o interferon, uma RNA, diferindo dos viroides por necessitarem de um vetor, um vírus, para
proteína que protege especificamente contra os vírus, interferindo na re- que possam se propagar.
produção destes dentro da célula hospedeira.
Os antibióticos, que agem contra as bactérias, não têm efeito algum so-
bre os vírus.
PENSE NISSO
PRÍON, VIROIDES E VIRUSOIDES
Por que a dengue e a febre amarela são consideradas doenças res-
Os príons (proteinaceous infectious particles) resultam da alteração de uma surgentes? Quais são as doenças virais emergentes?
proteína normal presente no cérebro de vertebrados. Em 1996, foram os
responsáveis pela doença da vaca louca – encefalopatia espongiforme bo-
vina (o cérebro fica como uma esponja). A contaminação do gado europeu
ocorreu em virtude do uso de ração contendo carne e ossos de ovelhas
Scrapie é uma encefalopatia espongiforme transmissível (TSE) que
afetadas pela doença.
causa degeneração cerebral em alguns animais (ovinos).
Os príons são capazes de mudar a configuração das proteínas normais, pro-
vocando a morte dos neurônios. Em ovinos, os príons são responsáveis pelo
mal denominado scrapie.
1. (UFRJ) O herpes genital é uma doença infecciosa causada pelo 1. (Fatec-SP) O mundo intensifica medidas para combater um novo
vírus HSV-2, geralmente transmitido por meio de relações se- desafio: influenza A (H1N1). A gripe causada pelo vírus influenza A
xuais. Quando um médico detecta o HSV-2 em uma mulher grá- (H1N1) é uma forma de gripe que começa nos porcos e passa para o
vida, costuma recomendar que o parto seja realizado por cesa- ser humano.
riana, uma intervenção cirúrgica que extrai o feto diretamente do
útero. Apresente a razão desse cuidado.
50 000
por mL de sangue
Vírus no sangue
Diarreia
600
500 40 000
400 Infecções 30 000
300 oportunistas
20 000
200 Morte (Adaptado de: <http://www.mundovestibular.com.br/articles/5302/1/Gripe/ Paacutegina1.html>.
100 10 000
Acesso em: 14.05.2009.) Gripe humana/ gripe suína/ gripe aviária.
0 0
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 84
1. O vírus da gripe, ou vírus influenza, existe em três tipos (e vários
Note que, somente após cerca de 60 meses, apareceram, nesse subtipos). Eles infectam aves, porcos e humanos. Os porcos po-
indivíduo, infecções oportunistas por fungos, parasitas e bacté- dem se infectar com os três tipos, o que faz deles um laboratório
rias. Foram essas infecções, e não o vírus propriamente dito, que natural para a mutação do vírus.
levaram o paciente à morte. Por que pacientes infectados com 2. A doença é causada por uma nova forma do vírus H1N1. O vírus
HIV e não tratados sofrem, em geral, de infecções oportunistas? é híbrido: combina genes das gripes aviária e humana. Assim, é
agressivo como a gripe aviária e transmissível entre humanos.
O vírus HIV infecta e destrói os linfócitos T CD4, células funda-
mentais para o processo de defesa imunológica. Essa grande re- 3. O vírus teria surgido em março, em uma fazenda com 1 milhão de
dução nos indivíduos infectados com HIV permite o estabeleci- porcos, em La Gloria, no México. O local é conhecido por suas la-
mento de infecções oportunistas. goas de estrume. Não se sabe como o vírus passou do porco ao
homem, e, agora, a transmissão ocorre entre humanos. Um dos
primeiros casos foi Edgar Hernández, de 4 anos, que se curou.
Existem diversas variedades de vírus de gripe, todas pertencentes ao
gênero influenzavirus. A variedade conhecida como tipo A tem sido iso-
lada em muitas espécies animais, além do homem, e divide-se em vá-
rios subtipos. Essa variedade apresenta um envelope lipoproteico que
contém oito moléculas de RNA diferentes como material hereditário,
todas envoltas por proteínas do capsídio.
Assim, durante uma infecção gripal, uma pessoa produz anticorpos con- a) Cite dois métodos que podem impedir a contaminação por es-
tra as espículas virais e torna-se imune ao tipo de vírus que a infectou. sa doença e ao mesmo tempo evitar uma gravidez não planejada.
RNA
I. Vírus com a enzima transcriptase reversa são possuidores de RNA d) utilizam apenas a energia das células infectadas, pois carregam
como material genético e são capazes de promover cópias de mo- todas as estruturas necessárias para essa finalidade.
léculas DNA a partir de moléculas de RNA.
e) induzem as células infectadas, a partir das informações contidas
II. Febre amarela, dengue, varíola, poliomielite, hepatite, hansenía- no material genético que eles carregam, a criar as suas cópias.
se, aids, condiloma, sarampo, sífilis e caxumba são exemplos de
viroses humanas. 5. (Unesp) Uma das maiores preocupações a respeito da gripe aviária, ou
gripe do frango, é o risco de uma mistura entre o vírus que causa tal
III. Há vírus bacteriófagos capazes de realizar o ciclo lítico onde a cé-
doença e o vírus da gripe humana comum, o que facilitaria a trans-
lula infectada não sofre alterações metabólicas e acaba gerando
missão da gripe aviária entre as pessoas. O vírus da gripe aviária é o
duas células filhas infectadas.
H5N1, e o tipo mais comum da gripe humana é causado pelo vírus
IV. Antibióticos como a penicilina, cefalexina e ampicilina não são H3N2. Suponha que um laboratório obteve um vírus “híbrido”, com ca-
indicados para o tratamento de viroses, pois os vírus, devido à pa proteica de H5N1 e material genético de H3N2. Esse vírus foi ino-
sua elevada capacidade mutagênica, desenvolvem rapidamente culado em embrião de galinha, no qual se reproduziu. Os vírus obtidos
resistência a esses medicamentos. foram isolados e inoculados em galinhas adultas sadias, nas quais
também se reproduziram.
V. Normalmente, os vírus apresentam especificidade em relação
ao tipo de célula que parasitam. Assim, o vírus da hepatite tem Pode-se dizer que essas galinhas
especificidade pelas células hepáticas; os vírus causadores de
verrugas têm especificidade por células epiteliais; assim como os a) devem permanecer isoladas de qualquer contato com humanos,
vírus que atacam animais são inócuos em vegetais e vice-versa. pois podem transmitir a estes o vírus que desenvolve a gripe aviá-
ria e que já provocou a morte de algumas dezenas de pessoas.
Estão corretas
b) devem permanecer isoladas de qualquer contato com humanos,
a) II, III e IV. d) I, IV e V. pois podem adquirir destes o vírus H3N2, o qual pode hibridizar
b) I, II e III. e) apenas III e V. com o vírus das aves, produzindo uma forma infectante para o
homem.
c) apenas I e V.
c) devem permanecer isoladas de qualquer contato com humanos,
4. (Fatec-SP) Vírus de computador são programas que, geralmente, cau- pois apresentam em seu organismo ambos os tipos de vírus, H3N2
sam algum dano aos computadores. O técnico em Segurança da In- e H5N1, sendo este último capaz de infectar o organismo humano.
formação precisa estar sempre atento para impedir a contaminação de d) apresentam em seu organismo apenas vírus do tipo H3N2 e, mui-
sistemas por esses programas. De um modo geral, os vírus de com- to embora devam ser mantidas isoladas do contato humano, não
putador contêm instruções que serão lidas pelo computador infectado apresentam riscos de serem transmissoras da gripe aviária.
e irão determinar que ele crie cópias desses programas e as espalhe
e) apresentam em seu organismo apenas vírus do tipo H5N1 e, mui-
para outras máquinas.
to embora devam ser mantidas isoladas do contato humano, não
A denominação vírus, dada a esses programas, deve-se à analogia apresentam riscos de serem transmissoras da gripe aviária.
que é possível estabelecer entre o modo de replicação deles e dos
vírus biológicos.
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muito especiais, sendo responsáveis pela manutenção de muitas
comunidades.
Pesquisas modernas apontam a estreita relação das bactérias com o pró-
prio organismo humano. Há, em nossos corpos, dez vezes mais bactérias
do que células. A manutenção de bactérias que nos possibilitam a preser-
vação da saúde depende da nossa própria alimentação. Hábitos não reco-
mendados de alimentação podem causar a morte de muitas bactérias que
competem com bactérias patogênicas, abrindo caminho para os mais dife-
rentes males causados por estas, as bacterioses. Portanto, cada vez mais
deveremos compreender a estreita relação que há entre a nossa própria
Micrografia eletrônica de varredura da bactéria Escherichia coli. existência e as bactérias.
As bactérias apresentam também um excelente valor econômico na indús-
Os organismos procariontes, unicelulares, isolados ou coloniais, segundo tria com a exploração do fenômeno de fermentação, como na indústria de
a classificação tradicional de Whittaker, estão incluídos no reino Monera, laticínios. A biotecnologia faz uso das bactérias para a produção de produ-
sendo representados pelas bactérias, cianobactérias (antigas cianofíceas tos de interesse, como a insulina, vários tipos de hormônios e interferon,
ou algas azuis) e as arqueobactérias. A maioria dos procariontes apresen- entre outros muitos exemplos.
tam células com medidas entre 0,5 e 5 µm.
Vamos conhecer melhor os organismos mais fascinantes que existem nes-
te planeta. Foram os primeiros a surgir e, muito provavelmente, serão os
Robert Harding Whittaker nasceu em 1920 e foi um cientista na últimos a desaparecer se um dia as condições não forem propícias à vida
área biológica. Ele propôs a classificação dos seres vivos em cin- no planeta Terra.
co reinos.
CLASSIFICAÇÃO
Embora tenham uma organização celular bastante simples, os procariontes
são profundamente versáteis, adaptando-se praticamente a todos os am- Muito provavelmente, os seres procarióticos foram os ancestrais de todas
bientes da biosfera. Carl Richard Woese, microbiologista norte-americano, as formas vivas que existem no nosso planeta. Recentes avanços da bio-
propôs uma classificação nova tendo como base a análise do RNAr, con- logia molecular permitiram a comparação de moléculas, como os ácidos
gregando os organismos em três domínios (Bacteria, Archaea e Eukarya), nucleicos, e proteínas das mais diferentes espécies de bactérias, estabe-
sendo que as bactérias foram incluídas no domínio Bacteria, enquanto as lecendo relações evolutivas entre elas. Concluiu-se que, há cerca de três
arqueobactérias no domínio Archaea. bilhões de anos, surgiram duas linhagens distintas de seres procarióticos:
uma responsável pela origem das arqueas e outra que evoluiu para as bac-
As pesquisadoras Karlene Schwartz e Lynn Margulis recusaram a proposta
térias, organismos que predominam na Terra. Os seres procarióticos vive-
de Woese e sugeriram modificações na classificação de Whittaker. A ten-
ram com exclusividade na Terra até cerca de 1,5 bilhão de anos, quando
dência, portanto, é a utilização de “Monera” apenas para agrupar os pro-
surgiram os primeiros eucariontes.
cariontes, sem ter o valor taxonômico de reino.
Há indicações que permitem supor terem sido os organismos eucariontes
originados do mesmo ramo que formou as arqueas.
Lynn Margulis é uma bióloga conhecida pela sua teoria da origem
simbiôntica das organelas mitocôndrias e cloroplastos dos euca- Árvore filogenética da vida
riontes.
Bacteria
Eukarya
Bactérias verdes Archaea
Spirochetes filamentosas Entamoebidea Animais
Gram- Mycetozoa Fungos
Halophiles
Os procariontes são imprescindíveis para a existência e a manutenção da Proteobacteria
-positivas
Methanobacterium Methanosarcina Plantas
vida na Terra. Os serviços ambientais são inúmeros, desde a fixação do Cyanobacteria Methanococcus
Planctomyces T. celer Ciliados
nitrogênio até a decomposição, fenômeno que permite a reciclagem da Thermoproteus Flagelados
Bacteroides Pyrodictium
cytophaga Trichomonadida
matéria nos ecossistemas planetários. Não se conhecem formas parasitas
Thermotoga Microsporidia
de arqueobactérias. Ao contrário do que se acredita, apenas algumas Aquifex Diplomonadida
espécies de bactérias provocam doenças em humanos e nos demais
organismos. As cianobactérias, concomitantemente fotossintetizantes e
B Norris | Shutterstock
A única forma de reprodução até agora relatada é a cissiparidade. Apre-
sentam-se de forma esférica, bastão, espiralada, achatada ou irregular.
Acredita-se que as arqueas sofreram poucas mudanças desde o seu sur-
gimento. Os grupos mais estudados são as halófitas, as termoacidófilas e
as metanogênicas.
HALÓFITAS
As arqueas halófitas vivem em poças de água salgada com teor salino mui-
to acima daquele da água do mar. Há colônias de bactérias possuidoras
Detalhe de depósitos minerais coloridos, água e formações rochosas de Midway Geyser, no
do pigmento conhecido como bacteriorodopsina, semelhante ao pigmento Parque Nacional de Yellowstone.
rodopsina presente na retina. A ação da bacteriorodopsina permite a absor-
ção da luz solar para a produção de ATP, consistindo na forma mais simples
de fotossíntese. A presença dessas bactérias nas salinas, muitas vezes, METANOGÊNICAS
torna a água de uma cor púrpura-avermelhada ou rósea.
Membrana plasmática
Cápsula
Algumas bactérias apresentam, externamente à parede celular, uma cáp-
sula que, além de ser um envoltório protetor, também aumenta o poder
infectante nas espécies patogênicas (a perda da cápsula pode diminuir
Produção de biogás pela digestão anaeróbica. Nesse processo, os micro-organismos degra-
ou mesmo acabar o seu poder infectante). Essa estrutura é formada por
dam a matéria orgânica na ausência de oxigênio. substâncias viscosas originadas pela própria célula e altamente específi-
cas (por exemplo, a diferença entre os mais ou menos 70 tipos diferentes
de pneumococos depende de pequenas alterações na composição quími-
BACTÉRIAS ca das cápsulas).
ESTRUTURA Plasmídeos
A estrutura básica de uma bactéria envolve parede celular, membrana Além do DNA cromossômico, a célula bacteriana pode conter também os
plasmática, cápsula, citoplasma e nucleoide, além de estruturas como os plasmídeos, que são moléculas circulares adicionais de DNA. Eles não são
ribossomos, mesossomos e plasmídeos. Algumas bactérias ainda são pro- essenciais para a vida das bactérias, mas podem ser muito úteis, pois as
vidas de flagelos e fímbrias. protegem contra a ação de muitos antibióticos, degradando-os e aumen-
tando sua resistência.
Parede celular
Mesossomos
A parede celular representa o envoltório mais externo da bactéria, res-
ponsável pela determinação da forma bacteriana, além de proteger contra A única estrutura membranosa presente no citoplasma da maioria das bac-
as agressões físicas do ambiente. Em vez da celulose encontrada na pa- térias é o mesossomo, o qual resulta da invaginação da membrana plas-
rede celular dos vegetais, ela é formada por peptídeos diversos. O prin- mática. Os mesossomos armazenam as enzimas relacionadas à respiração
cipal componente é o peptidoglicano – moléculas de açúcar associadas e à fotossíntese bacteriana, além de aumentarem a superfície da membra-
a aminoácidos. na. O DNA bacteriano, normalmente, está ligado ao mesossomo.
Flagelos NUTRIÇÃO
A locomoção de muitas bactérias é garantida pela presença de flagelos Quanto à nutrição, temos tanto bactérias autótrofas quanto bactérias he-
(principalmente nos bacilos e nos espirilos), longos filamentos proteicos terótrofas. Veja cada caso a seguir.
(proteína flagelina) conectados à parede e à membrana celular. Cada fla-
gelo contém um rotor móvel que gira dentro de um anel fixo à velocida- Autótrofas
de de 15 mil rotações por minuto (assemelha-se às hélices dos barcos).
As bactérias autótrofas podem utilizar como fonte primária de energia tan-
As bactérias podem ser atríquias (quando não possuírem flagelos); mo-
to a luz solar quanto a oxidação de compostos inorgânicos. As bactérias
notríquias (com um flagelo); anfítriquias (com um flagelo de cada lado);
autótrofas são aquelas que produzem sua matéria orgânica a partir da ma-
peritríquias (com flagelos em torno de toda a célula); lofotríquias (com
téria simples, por meio da fotossíntese ou quimiossíntese.
um tufo de flagelos em uma das extremidades); ou lofoanfitríquias (com um
tufo de flagelos em cada uma das extremidades). • Fotossíntese
As bactérias fotossintetizantes, fotoautótrofas, estão representadas
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pelas cianobactérias, certas bactérias púrpuras e bactérias verdes.
Podemos representar a reação de fotossíntese em uma cianobactéria
da seguinte forma.
de compostos de ferro, conforme a equação a seguir. As bactérias anaeróbicas estritas são aquelas que não suportam a
presença de oxigênio, morrendo caso sejam expostas a ele. São bac-
térias muito perigosas para a nossa saúde. Cita-se, por exemplo, a
4FeO + O2 → 2Fe2O3 + energia Clostridium tetani, causadora do tétano, encontrada no solo. Exata-
↓ ↓
mente por isso muitas pessoas costumam desinfetar ferimentos su-
Óxido ferroso Óxido férrico
jos de terra com água oxigenada, que, ao liberar o oxigênio, provoca
a morte da bactéria.
As sulfobactérias utilizam a energia química da oxidação de compos-
As bactérias envolvidas no ciclo do nitrogênio, como Pseudomonas e
tos sulfurosos, conforme a reação:
Bacillus, usam nitratos como aceptores finais de hidrogênio. A se-
quência de eventos do processo de desnitrificação é a que segue.
H2S + 2O2 → H2SO4 + energia
↓ ↓
Gás sulfídrico Ácido sulfúrico NO3– → NO–2 → N2O → N2
Nitrato → Nitrito → Óxido nitroso → Gás nitrogênio
Já o cheiro de terra molhada, quando chove, resulta da atividade de As bactérias agrupadas formam colônias, como podemos observar nas
uma bactéria comum no solo, especialmente o gênero Streptomyces, imagens a seguir.
que libera uma substância chamada geosmina durante a produção
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Estrutura de uma
bactéria gram-
-positiva: membrana
interna (citoplasmá-
tica), fosfolipídios,
envolta por camada
de peptidoglicano.
Bacilos. Cocos.
Gram-negativas REPRODUÇÃO
As bactérias gram-negativas possuem uma fina camada de peptidoglicano Um grupo tão diversificado como o das bactérias também desenvolveu va-
constituindo a parede celular e uma segunda capa adicional, muito seme- riadas formas de reprodução. As estratégias reprodutivas de bactérias en-
lhante à membrana plasmática. Essas bactérias não retêm o corante vio- volvem processos assexuados e sexuados de reprodução.
leta de genciana quando tratadas com álcool.
Reprodução assexuada
• Cissiparidade (bipartição)
A cissiparidade é um fenômeno em que uma bactéria origina duas ou-
tras geneticamente idênticas. Esse processo se difere da mitose por
não apresentar condensação dos cromossomos, por não formar fuso
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É o fenômeno em que ocorre absorção de material genético do meio, A porção cromossômica transferida se funde ao cromossomo da bac-
às vezes de bactérias já mortas, alterando o código genético da bac- téria receptora, tornando-a geneticamente modificada. Uma bactéria
téria receptora. Esse processo tem sido utilizado, pelos cientistas, co- recombinante, ao se reproduzir assexuadamente, formará cópias idên-
mo técnica em engenharia genética para introduzir genes de espécies ticas com material genético distinto das não recombinantes.
diferentes em células bacterianas.
Conjugação Cromossomo
Bactéria
Bactéria Transferência
de plasmídio
Bactéria
Bactéria
Processo de transformação Visão ao microscópio eletrônico de transmissão de uma bactéria E. coli, “macho”, inferior,
em bactéria, observa-se a transferindo DNA para duas outras, “fêmeas”, por meio dos pelos sexuais (pilli).
incorporação de partículas
de DNA do meio.
IMPORTÂNCIA DAS BACTÉRIAS
As bactérias têm uma ação fundamental e decisiva para o meio ambiente,
ao ponto de a humanidade ter aprendido a utilizar o trabalho delas em seu
benefício. Sua ação decompositora, junto aos fungos, degrada a matéria
orgânica em substâncias simples que, uma vez liberadas no meio, podem
• Transdução
ser reutilizadas por outros seres. Essa atividade é essencial à manutenção
Processo no qual o material genético de uma bactéria é transferido da vida na Terra, viabilizando a reciclagem da matéria nos ecossistemas.
para outra tendo o vírus como vetor, que pode servir de ponte entre
Muitas são patogênicas, causando enfermidades em animais e vegetais.
uma bactéria parasitada e outra, executando a transferência de genes.
Calcula-se que a metade de todas as doenças humanas seja causada por
Também tem sido um processo usado pela engenharia genética para a
bactérias. São doenças provocadas por bactérias: botulismo, gangrena ga-
transferência de genes para as bactérias.
sosa, tétano, febre tifoide, gastroenterites, pneumonia, disenteria bacilar,
gonorreia, coqueluche, tuberculose, sífilis, cólera, meningite epidêmica,
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difteria e hanseníase.
As bactérias são fundamentais para a ciclagem do nitrogênio nos ecos-
sistemas, pois atuam como fixadoras, transformam amônia em nitritos e
estes em nitratos, possibilitam a absorção pelos vegetais que o introdu-
zem nos ecossistemas ou como desnitrificantes e liberam o N2 novamente
para a atmosfera.
As bactérias do gênero Rhizobium formam associações mutualísticas com
raízes de leguminosas (soja, feijão, alfafa), fornecendo produtos nitroge-
nados para estas. Por outro lado, há bactérias que atuam como agentes de
oxidação natural, provocando, por exemplo, a ferrugem.
A indústria alimentícia também tem se beneficiado das bactérias.
Ilustração do processo de transferência de DNA de uma bactéria para outra através Por exemplo, há muitos séculos bactérias dos gêneros Lactobacillus e
de um bacteriófago. Streptococcus são utilizadas para o fabrico de queijos, iogurtes, requeijões
Da mesma forma, tem sido importante o uso de bactérias, pela indústria far-
macêutica, para a produção de antibióticos e vitaminas. Bactérias do gênero Para a realização do antibiograma, discos contendo antibióticos são
Streptomyces são utilizadas para a produção do antibiótico neomicina. colocados sobre uma cultura teste de sensibilidade aos antibióticos.
Na química, são importantes para a produção de metanol, butanol, aceto- Esse teste mostra a eficácia de diferentes antibióticos contra a bac-
na e outros compostos. téria. As áreas sem cultura em torno dos discos são onde as bacté-
rias foram mortas pelos antibióticos.
No tratamento controlado do lixo, o seu uso é mais recente. As bactérias
são utilizadas em processos de compostagem e biodigestão, transforman-
do restos orgânicos em adubo natural e gás metano em grandes centros
urbanos e em fazendas ecologicamente corretas. Utilização de diferentes bactérias
Vários hormônios humanos, como a insulina e o do crescimento, são fabri- Lactobacillus e Streptococcus – produção de queijos, iogurtes, re-
cados por bactérias geneticamente modificadas, utilizando-se da técnica queijões.
do DNA recombinante.
Acetobacter – produção de vinagre (álcool do vinho em ácido acé-
tico).
Corynebacterium – produção de ácido glutâmico (aminoácido), utili-
SAIBA MAIS
zado em temperos para intensificar o sabor dos alimentos.
A descoberta dos antibióticos só ocorreu em 1929, realizada por Streptomyces – produção do antibiótico neomicina.
Alexander Fleming. Devido ao uso indiscriminado dos antibióticos,
As bactérias podem ser utilizadas ainda na
foram selecionadas bactérias super-resistentes, o que obriga,
atualmente, o seu uso racional. Para tanto é necessário o antibiograma, • indústria química (produção de metanol, butanol e acetona;
em muitos casos, para prescrever o antibiótico mais adequado. decomposição de esgotos domésticos e do lixo; produção de
hormônio do crescimento e insulina);
A técnica exige os seguintes passos.
• fertilização do solo (bactéria Rhizobium, a qual participa do
1. Devem-se retirar as bactérias do local infectado.
ciclo de nitrogênio e faz mutualismo com as leguminosas
2. As bactérias retiradas são cultivadas em placas contendo meio como a soja e o feijão);
de cultura.
• adubação verde (plantação de leguminosas, as quais possuem
3. Após o desenvolvimento das bactérias são utilizados discos de bactérias em suas raízes, e posterior decomposição para a
papel absorvente, cada qual contendo um antibiótico diferente. preparação do solo para outra cultura).
Estrutura
Micrografia de luz polarizada
de colônias de cianobactérias As cianobactérias possuem uma parede celular rígida, quimicamente seme-
filamentosas Oscillatoria sp. lhante às das bactérias. O citoplasma não possui citoesqueleto, nem organelas
membranosas, nem carioteca. Pode ocorrer uma bainha de mucilagem externa
à parede celular. Não possuem flagelos nem pelos, no que diferem das bacté-
rias. Algumas colônias filamentosas se deslocam por deslizamento.
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Carboxissomo
Ribossomo
Bainha de mucilagem Nucleoide (DNA)
As cianobactérias foram classificadas como cianofíceas ou algas azuis,
Cápsula
sendo também procariontes. São todas autótrofas fotossintetizantes, po-
Cobertura viscosa
rém sem cloroplastos. A clorofila a está dispersa no hialoplasma e em la-
melas fotossintetizantes (ramificações da membrana plasmática).
Os outros pigmentos presentes são os carotenoides (como o da cenou- Parede celular
Membrana celular Tilacoide
ra, amarelo-laranja); ficoeritrina (vermelha, responsável pela cor do Mar
Parede celular de
Vermelho); e ficocianina (pigmento de cor azulada responsável pelo nome peptoglicano Ficobilina
que leva). Membrana externa Membrana do tilacoide
MICOPLASMAS
Os micoplasmas são bactérias que representam a forma mais primitiva de vi-
da. São as menores e mais simples células conhecidas, imóveis e desprovidas
de parede celular. Seu tamanho varia entre 0,1 e 0,25 μm de diâmetro. Normal-
mente, os micoplasmas mais citados são aqueles conhecidos por PPLO (pleu-
ropneumonia like organisms), responsáveis por causar problemas respiratórios no
ser humano e em diversos animais. A identificação como bactérias alterou a de-
Anabaena sob a visão microscópica, evidenciando um heterocisto. nominação de PPLO para apenas micoplasmas.
Muitas espécies de cianobactérias produzem toxinas neurotóxicas e hepa- Há espécies de vida livre e outras parasitas de plantas e animais. Podem ori-
totóxicas, as quais, quando ingeridas, podem provocar a morte de muitos ginar colônias filamentosas (semelhantes às hifas – fungos – razão do no-
animais, inclusive de humanos. Em condições ambientais favoráveis, as me micoplasma). Entre algumas espécies parasitas de humanos podemos ci-
cianobactérias podem se reproduzir acentuadamente, pelo fenômeno de tar o Mycoplasma hominis (pode provocar aborto espontâneo), o Mycoplasma
floração, podendo causar problemas para animais e humanos. genitalium (causa uretrite) e o Mycoplasma pneumoniae (causa pneumonia).
RIQUÉTSIAS E CLAMÍDIAS
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Tanto as riquétsias como as clamídias são bactérias degeneradas e consi-
deradas células incompletas por não serem capazes de produzir todas as
enzimas necessárias ao seu processo de autoduplicação. Logo, assim co-
mo os vírus, são parasitas intracelulares obrigatórios.
As riquétsias causam o tifo e a febre maculosa. A Rickettsia prowazekii
causa o tifo epidêmico ou exantemático. A sua transmissão ocorre com as
fezes do Pediculus humanus corporis (piolho-do-corpo) ao contaminarem a
pele que esteja ferida (por exemplo, quando a pessoa coça o local da pica-
da, causando lesões na pele). A Rickettsia typhi causa o tifo murino endê-
mico e é transmitida pelas pulgas de rato.
Colônia de bactérias Rickettsia prowazekii, agente causador do tifo.
Fêmea do carrapato
Amblyomma cajennense:
vetor da bactéria
Rickettsia rickettsii,
causadora da febre
maculosa.
PENSE NISSO
Principais bacterioses
b) Explique de que maneira as características reprodutivas das bac- 4. (UFRJ) Há um cuidado que deve ser tomado quando se compra um
térias contribuem para seu rápido crescimento populacional. alimento enlatado. Devemos observar não só a data de fabricação e o
prazo de vencimento do produto, mas também o aspecto da lata, que
não deve se apresentar estufada, pois pode ter-se desenvolvido, den-
tre outras bactérias, a produtora do botulismo, uma doença frequen-
temente fatal.
A
B
Por que o técnico sugeriu que ele plantasse uma leguminosa e por
que a planta, depois de cortada, deveria ser incorporada ao solo?
Membrana
As classificações, em geral, incluem no reino Protista todos os seres O citoplasma equivale ao das demais células, possuindo uma base coloi-
unicelulares eucariontes. O desenvolvimento de um rico sistema mem- dal, o citosol e o citoplasma diferenciado (constituído de compartimentos
branoso possibilitou o aparecimento da carioteca (individualizando o nú- citoplasmáticos membranosos). Observam-se os fenômenos de tixotropia
cleo) e das organelas citoplasmáticas, no que se distinguem os protistas (passagem permanente de gel para sol, e de sol para gel) e de ciclose
(movimento contínuo do citpoplasma).
dos moneras.
Em outras classificações, o reino Protista passa a ser chamado Protoctis- Núcleo
ta, incluindo todos os unicelulares eucariontes, as algas pluricelulares e
os fungos flagelados. Os protozoários podem apresentar núcleos compactados ou difusos. Ocor-
rem protozoários uninucleados, binucleados e multinucleados. Os núcleos
Pesquisas recentes demonstram que protozoários e algas não são grupos
podem ter o mesmo tamanho ou tamanhos diferentes (macronúcleo, com
monofiléticos. Longe de um consenso, em função do que se pratica atual-
função vegetativa; e micronúcleo, com função reprodutiva).
mente, os protozoários e todas as algas serão considerados como perten-
centes ao reino Protista (Protoctista), domínio Eukarya. Organelas
Estão presentes nos rizópodos (amebas), heliozoários, radiolátios e microtúbulos da haste. Diferem dos flagelos por serem curtos, por
foraminíferos. ocorrerem em grande número por célula e, também, por apresentarem
um movimento vibratório.
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• Flagelos
Ilustração do parasita
Giardia lamblia, em sua
fase de trofozoíto. • Membrana ondulante
• Cílios
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• Organelas de nutrição
Cílios de um protozoário: são usados para a locomoção e para a obtenção de partí-
culas alimentares. Nos protozoários, a digestão é intracelular e é realizada no interior do
vacúolo digestivo. Todas as estruturas de locomoção também atuam
São estruturalmente idênticos aos flagelos, apresentando in- como organelas de nutrição, pois auxiliam na captura de nutrientes.
ternamente um corpo basal (blefaroplasto) de onde partem os Podemos relatar outras estruturas de nutrição, como segue.
• Citóstoma REPRODUÇÃO
É uma abertura permanente que serve para entrada de nutrientes no Nos protozoários, há reprodução assexuada por cissiparidade, gemipari-
protozoário. dade, gemulação ou esquizogênese, e sexuada por conjugação como tam-
• Citofaringe bém autogamia.
Consiste em um pequeno canal que parte do citóstoma para o interior Cistos
do endoplasma.
Os cistos são membranas de contorno duplo produzidas pelo ectoplasma. Re-
EXCREÇÃO presentam estruturas de sustentação e proteção. Surgem durante a reprodução
ou em momentos em que as condições do meio são desfavoráveis.
• Citopígio ou citoprocto
É o local usado para a eliminação dos resíduos da digestão. Trofozoíto
• Vacúolo pulsátil ou contrátil No ciclo de vida de um protozoário que encista, a fase ativa do processo é
É uma estrutura análoga ao rim dos mamíferos e típica de protozoários chamada trofozoítica, sendo o protozoário, ao longo dessa fase, dito tro-
de água doce. Apesar de ser uma estrutura de excreção, seu principal fozoíto.
papel é a manutenção do equilíbrio osmótico, considerando-se que o
protozoário dulcícola é hipertônico em relação ao meio.
SAIBA MAIS
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Metacisto Desencistamento
Paramécio se alimentando.
IMPORTANTE
O quadro que segue mostra a antiga tabela de classificação dos protozoários, muito usada ainda como base de compreensão do grupo.
Amebozoários
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Ao grupo dos amebozoários pertencem as amebas e os mixomicetos.
As amebas apresentam hábitat terrestre de locais úmidos, aquático (dul- Giardia lamblia ao
microscópio eletrônico
cícolas e marinhas) e orgânico (parasitas), não tendo forma fixa. Possuem, de varredura.
como estruturas especializadas para a locomoção e captura de alimentos,
os pseudópodos. As amebas de água doce possuem uma estrutura típica,
o vacúolo pulsátil (contrátil), em função da diferença de concentração en-
tre o interior da célula e o meio. Os representantes marinhos podem ter
ou não.
A cissiparidade (divisão simples da célula) é a forma mais comum de re- Parabasálios
produção.
Nos parabasálios, as mitocôndrias originaram os hidrogenossomos, os
A Amoeba proteus é um protozoário dulcícola com corpo gelatinoso, ten- quais também são destituídos de DNA, mas com membrana dupla. Essas
do 0,5 mm de diâmetro. Apresenta ectoplasma, plasmagel, endoplasma e estruturas liberam gás hidrogênio como resultado de um processo anaeró-
plasmasol, este contendo as organelas citoplasmáticas. A regulação os- bico a partir do piruvato para a produção de ATP.
mótica é realizada pelo vacúolo pulsátil.
São exemplos de parabasálios o gênero Trichonhympha (fazem mutualismo
A Entamoeba histolytica é a causadora da amebíase e, em condições desfa- com o cupim) e o Trichomonas vaginalis, responsável por uma doença se-
voráveis, assume a forma cística. Os protozoários que encistam apresen- xualmente transmissível, a tricomoníase.
tam uma forma ativa, chamada trofozoítica, e uma forma inativa, latente,
dita cística.
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Trichomonas vaginalis ao
Vacúolo microscópio eletrônico
de transmissão.
Pseudópodes
Vacúolo de fagocitose
Núcleo Foraminíferos
Citoplasma
Partícula de comida Os foraminíferos apresentam pseudopódos do tipo reticulópodo e com há-
Membrana
bitat principalmente marinho. Normalmente, apresentam carapaça de car-
bonato de cálcio ou sílica, entre outros materiais.
Ilustração das partes de uma ameba.
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Diplomonadidos
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a membrana ondulante.
Ciliados
Euglenoídeos
Os euglenoídeos já foram classificados como animais quando os proto- Euglena viridis: protozoário de água doce ao microscópio óptico.
Há muitas doenças importantes que afetam a humanidade cujo agente etiológico é algum protozoário. Além disso, há males que tomam características endê-
micas no Brasil, como a doença de Chagas e a malária.
Outras doenças, por vezes pouco comentadas, também assumem um alto grau de importância, por tudo que podem causar. É o caso da toxoplasmose congê-
nita. Segue um quadro com uma sinopse das principais protozooses, seu agente etiológico, as formas de transmissão e as medidas profiláticas.
Giardíase
Monóxeno. Ingestão de cistos com
Hábitat – intestino delgado, normalmente
Giardia intestinalis água e alimentos contaminados; Saneamento básico; preparo adequado dos ali-
aderido à mucosa, dificultando a absorção de
Classe: flagelados cistos podem ser veiculados por mentos; higiene pessoal; tratamento dos doentes.
nutrientes; podem aparecer diarreias, dor ab-
insetos e mãos.
dominal, perda de peso, inapetência, anemia.
Tricomoníase
Nos homens, habita a uretra, próstata e vesí- Monóxeno. Transmitido por relações
Trichomonas vaginalis Uso de preservativos; higiene pessoal;
culas seminais (normalmente, assintomático); sexuais e, talvez, por objetos conta-
Classe: flagelados tratamento dos doentes e parceiros.
nas mulheres, pode causar inflamação na minados (toalhas e roupas íntimas).
vagina, com corrimento, prurido e dor.
Heterogamia
ALGAS
No processo denominado heterogamia ocorre a produção de gametas dis-
As algas são seres eucariontes, autótrofos, unicelulares ou pluricelula- tintos no tamanho. Estruturas chamadas gametângios produzem gametas
res. Esses organismos são encontrados em ambiente aquático, dulcícola e pequenos e com grande mobilidade (anterozoides – masculinos) e game-
marinho, como também terrestre em locais úmidos. Muitas vezes, apare- tas grandes e com pouca mobilidade (oosferas – femininos).
cem associadas a outros seres, como aos fungos, para formar os liquens.
Todas as algas são clorofiladas e fotossintetizantes, portanto autótrofas. Oogamia
As algas pluricelulares podem formar filamentos, lâminas ou estrutura
É um processo reprodutivo em que os gametas são morfofisiologicamente
compacta vegetativa denominada talo (não há diferenciação em raiz, caule
distintos. As oosferas (gametas femininos grandes e imóveis) são produzi-
e folhas), podendo ser chamadas de talófitas. A parte da biologia que es-
das em estruturas chamadas oogônios (gametângio feminino) e anterozoi-
tuda as algas é denominada ficologia. O termo "alga" não tem valor taxo-
des (gametas masculinos, pequenos e com grande mobilidade), produzidos
nômico, sendo utilizado como referência coletiva.
nos anterídios (gametângio masculino).
MORFOLOGIA Conjugação
As formas unicelulares podem se apresentar isoladamente ou constituindo É um processo reprodutivo que ocorre em algas filamentosas. Células de
colônias. Nas algas pluricelulares, o talo pode ser filamentoso, tubular ou um filamento se transformam em gametas masculinos e são transferidas,
laminar. Ainda é possível a diferenciação em rizoide, cauloide e filoide. Po- por meio de pontes intercelulares, para outro filamento, em que suas cé-
dem apresentar formações que facilitam a fixação (apressórios) e vesícula lulas se transformaram em gametas femininos. O resultado da fecunda-
para flutuação (aerocistos). ção é um zigoto que se liberta do organismo-mãe, sofre meiose e forma
um novo filamento.
REPRODUÇÃO
formam um zigoto diploide. O próprio zigoto experimenta uma meiose menor). Possuem hábito aquático (dulcícolas e marinhas). Além das cloro-
e origina quatro células haploides. Cada uma delas origina um novo filas a e c (em algumas a e e), possuem outros pigmentos fotossintetizan-
ser. tes, como carotenoides e fucoxantina.
Em certos locais, as carapaças de diatomáceas mortas acumularam no
União Fusão fundo do mar, em sedimentos, ao longo de milhares de anos, formando
sexual citoplasmática
camadas compactas, chamadas diatomitos (rochas sedimentares). Os dia-
Organismos adultos tomitos são usados em abrasivos e cremes dentais (por causa da finíssima
haploides (n) Cariogamia e granulosidade), na confecção de filtros e na construção civil (fabricação de
formação do zigoto (2n)
Ciclo sexuado de tijolos e telhas, como no Nordeste brasileiro).
Chlamyaamonas
As diatomáceas possuem como material de reserva diferentes óleos e o
R1 polissacarídeo crisolaminarina. A reprodução pode ser assexuada por cis-
Meiose siparidade ou sexuada com a formação de gametas.
Organismos jovens
haploides (n)
Detalhe do
esporófito
Ciclo alternante
em Ulva lactuca
Desenvolvimento Células formadoras Diatomácea vista ao microscópio eletrônico
Esporófito do zigoto de gametas de varredura: destaque para as duas valvas da
diploide Gametas
(26 cromossomos) (13 cromossomos) frústula (carapaça).
Zigoto diploide
(26 cromossomos) Fecundação
celulose). Se os depósitos de celulose forem espessos, os dinoflagelados fornecendo-lhes cor. Com o aumento do aquecimento global e em virtu-
são ditos tecados (gênero Ceratium, fotossintetizante); caso sejam delga- de da poluição, os dinoflagelados morrem, decretando também a morte
dos, fala-se em atecados (gênero Noctiluca, heterótrofo). dos corais, os quais se tornam brancos sem as algas (branqueamento
dos corais).
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Filo Phaeophyta Outros exemplos importantes incluem os gêneros Chondrum e Porphyra (no-
ri), usada na culinária japonesa para a preparação do sushi. Outra impor-
As feofíceas estão representadas pelas algas pardas ou marrons, plurice- tância da nori é o uso para o combate ao escorbuto, pelo seu alto teor de
lulares, que podem variar desde indivíduos microscópicos até organismos vitamina C.
de grandes dimensões (mais de 60 m de comprimento). Muitas apresen-
Segue um quadro comparativo entre os diferentes grupos de algas, com destaque para os caracteres sistemáticos (usados para a classificação).
Comparação entre as algas
Outros Parede
Divisão Hábitat Constituição Clorofila Cor Reserva Exemplos
pigmentos celular
Pectina,
Maioria Caroteno e
Chrysophyta Unicelulares a, c, e Dourada Óleos celulose e Pinnularia
aquática fucoxantina
sílica
Amido e Celulose ou
Maioria
Pyrrophyta Unicelulares a Xantofila Parda outros polis- sem parede Ceratium
marinha
sacarídeos celular
Pluricelulares,
Maioria Xantofila e Celulose e Sargassum e
Phaeophyta rizoide, cauloide, a, c Parda Laminarina
marinha ficofeína alginas Fucus
filoide
Caroteno,
Maioria Pluricelular, xantofila, Amido da Celulose e
Rhodophyta a, d Vermelha Chondrus
marinha maioria ficocianina e florídeas pectinas
ficoeritrina
Maioria Uni ou pluricelu- Amido Celulose e Volvox e
Chlorophyta a, b Caroteno Verde
aquática lares pectinas Spirogyra
CONFIRMANDO A TEORIA
a) nitrificação. d) carbonificação.
b) eutrofização. e) respiração.
a) Quais são os protozoários que podem ser identificados no san-
c) magnificação trófica. gue dos pacientes I e II?
Eutrofização é o fenômeno que ocorre quando há excesso de ma- No sangue do paciente I, observa-se o Plasmodium; no sangue
terial orgânico e consequente proliferação de seres vivos, os quais do paciente II, observa-se o Trypanosoma cruzi.
consomem oxigênio, ficando deficiente a quantidade de oxigênio
para os peixes e seres vivos que ficam no fundo. b) De que forma esses pacientes poderiam ter adquirido os pa-
rasitas?
Alternativa correta: b.
Eles podem ter sido contaminados por meio de transfusão san-
2. (Vunesp-SP) Estão representados nas figuras os exames de sangue guínea ou por meio dos vetores (I – Anopheles – mosquito-prego,
de dois pacientes brasileiros que nunca saíram do país e que reve- pela da picada; II – Triatoma – barbeiro, por meio das fezes
lam a presença de protozoários. contaminadas).
EXERCÍCIOS
1. (Fuvest-SP) As marés vermelhas, fenômenos que podem trazer sé- b) o sucesso conseguido?
rios problemas para organismos marinhos e mesmo para o homem,
são devidas
Sobre a origem, transmissão, aspectos clínicos, diagnóstico e trata- a) as fezes do barbeiro (Triatoma), o qual pode ter ficado na cana-de-
mento da doença de Chagas, é correto afirmar que -açúcar utilizada para fazer o caldo.
b) as fezes do mosquito Aedes, que transmite a doença.
(01) em geral, a doença tem duas etapas distintas no homem: a fase
c) o mosquito que pode ter sido triturado junto com a cana.
inicial, aguda, caracterizada por elevada parasitemia e estado fe-
bril, seguida de uma fase crônica, caracterizada pela diminuição d) as fezes do barbeiro (Anopheles), que contaminou a bebida.
do número de parasitas circulantes.
e) a saliva do barbeiro, hospedeiro definitivo da doença de Chagas.
(02) os hospedeiros intermediários do Trypanosoma cruzi podem ser
8. (Fuvest-SP) Uma pessoa pretende processar um hospital com o argu-
tanto vertebrados como invertebrados.
mento de que a doença de Chagas, da qual é portadora, foi ali adqui-
rida em uma transfusão de sangue. A acusação
(04) uma vez instalado no hospedeiro vertebrado, o parasita invade os
tecidos penetrando nas células, estabelecendo-se no citoplas- a) não procede, pois a doença de Chagas é causada por um verme
ma e se multiplicando, o que provoca a seguir o rompimento do platelminto que se adquire em lagoas.
conteúdo celular, com consequente liberação dos novos indiví-
b) não procede, pois a doença de Chagas é causada por um protozoá-
duos para o meio extracelular e a corrente sanguínea.
rio transmitido pela picada de mosquitos.
(08) as formas mais comuns de transmissão da doença são o con- c) não procede, pois a doença de Chagas resulta de uma malforma-
tato com fluidos orgânicos de doentes e ingestão de alimento ção cardíaca congênita.
contaminado.
d) procede, pois a doença de Chagas é causada por um protozoário
(16) o tratamento mais eficaz da doença de Chagas baseia-se na que vive no sangue.
aplicação de antibióticos potentes. e) procede, pois a doença de Chagas é causada por um vírus transmi-
tido por contato sexual ou por transfusão sanguínea.
Total:
9. (Fuvest-SP) Em populações de algas verdes de uma certa espécie,
6. (PUC-SP) verificou-se pela análise citológica que alguns indivíduos apresenta-
vam sessenta cromossomos, e outros, apenas trinta. É possível, por
Na primeira década deste século, o médico brasileiro Carlos Chagas
meio dessa informação, saber seu ciclo de vida e onde ocorre a meio-
iniciou uma série de estudos que o levaram a descrever o ciclo de vi-
se. Por que?
da de um importante ...I.. pertencente à ..II.. Trypanosoma cruzi, agen-
te etiológico do mal de Chagas que tem como transmissor um ..III..
pertencente ao ..IV.. Triatoma, popularmente conhecido por “barbeiro”.
ESTRUTURA
Russula emetica, basi-
diomiceto, encontrado As leveduras são unicelulares, porém a grande maioria é pluricelular. O
na Europa, África, Ásia e corpo dos fungos é formado por delgados filamentos microscópicos e ra-
América do Norte. O ter-
mo "emético" significa
mificados ditos hifas. O conjunto das hifas forma o micélio (corpo).
“indutor de vômito”.
A primeira hifa que sofre ramificação para constituir um micélio surge de
um esporo que experimenta divisões (mitoses) nucleares enquanto sofre
alongamento.
o produto da digestão.
Como decompositores, junto às bactérias, desempenham um papel funda-
mental para os ecossistemas, viabilizando a reciclagem da matéria. Septo
MICÉLIO O crescimento das hifas ocorre sempre nas extremidades, havendo a mi-
gração do citoplasma para essas regiões mais novas, às vezes até desapa-
Chama-se micélio o conjunto de hifas, o corpo do fungo. Normalmente, o recendo das regiões mais antigas. Em condições favoráveis, a rede de hifas
micélio se diferencia em dois tipos: o vegetativo e o reprodutor. apresenta um crescimento indefinido, constituindo galerias quitinosas. O
O micélio vegetativo é formado por hifas imersas no substrato do qual re- micélio apresenta forma circular.
tiram os nutrientes. As hifas desse micélio apresentam rápido crescimento
em locais úmidos e ricos em matéria orgânica.
O micélio reprodutor é composto de hifas produtoras de esporos. Habitual-
SAIBA MAIS
mente, são hifas que se desenvolvem para o exterior do substrato, o que
possibilita a dispersão dos esporos.
O fungo Armillaria ostoyae, cogumelo-de-mel, de ocorrência no es-
tado de Oregon, Estados Unidos, tem mais de 2 400 anos, ocupando
CORPOS DE FRUTIFICAÇÃO cerca de 8,9 km2 de área. Cresce em um tronco de árvore podre e é
São formados apenas durante a ocorrência de episódios sexuais de repro- representado por corpos de frutificação, que são as estruturas repro-
dução. Eles afloram do corpo do fungo e são chamados, popularmente, de dutivas de um fungo. Pode se espalhar em áreas maiores, matando
cogumelos e orelhas-de-pau. árvores por onde cresce.
Nadzin | Shutterstock
As hifas de ambos se unem e formam o corpo de frutificação que, então,
emerge.
Good_mechanic | Shutterstock
RESPIRAÇÃO
Corpo de frutificação da Amanita muscaria. Quanto à respiração, os fungos podem ser aeróbicos ou anaeróbicos facul-
tativos, como as leveduras. Os anaeróbicos facultativos são utilizados nos
PAREDE CELULAR processos fermentativos.
CLASSIFICAÇÃO
Muito provavelmente, há um ancestral comum tanto para fungos quanto
para os animais; e há muito se compara fungos com plantas e com animais.
Evolutivamente, hoje sabemos que estão muito próximos dos animais.
kontur-vid | Shutterstock
46
Ascósporos Basidiósporo
CHYTRIDIOMYCOTA IMPORTANTE
Os quitridiomicetos (quitrídeos) estão representados por 790 espécies, Na classificação mais antiga, os quitridiomicetos e os zigomicetos
principalmente aquáticas. A maioria possui hifas cenocíticas, porém há estavam reunidos em um único grupo dito ficomicetos, sendo os fun-
espécies unicelulares (perderam a organização cenocítica com a evolução), gos mais simples. Geralmente são pluricelulares, com micélio for-
provavelmente os fungos mais antigos. Apresentam zoósporos (esporos mado por hifas cenocíticas e com ausência de corpo de frutificação.
flagelados que facilitam a dispersão em ambiente aquático). Muitos dos representantes aquáticos contam com presença de espo-
Há espécies dulcícolas e marinhas, de solos úmidos, parasitas (de animais ros flagelados, os zoósporos. Os exemplos mais citados são o Mucor
e plantas) ou decompositoras. mucedo (bolor do pão) e Plamopora viticola (míldio da uva).
ZYGOMYCOTA
Os zigomicetos congregam representantes cujos esporos perderam o fla- ASCOMYCOTA
gelo, como consequência da perda do centríolo. Distribuem-se em cerca Os ascomicetos são pluricelulares de hifas septadas e formadores de
de 1 060 espécies, principalmente terrestres (solos), sendo importantes esporos (ascósporos) em estruturas reprodutivas em forma de saco, os
decompositores. ascos. Nos ascomicetos em que há formação do corpo de frutificação,
O corpo é formado por hifas cenocíticas, porém houve eventos evolutivos este é denominado ascocarpo, cuja membrana interna é chamada himê-
de perda, formando representantes unicelulares. Um exemplo importante nio, contendo também hifas estéreis, as paráfises. A maioria atua como
é o bolor negro do pão, Rhizopus stolonifer. Diversas espécies apresentam decompositora.
importantes funções econômicas, sendo utilizadas para a produção de áci- Entre os exemplos mais importantes de ascomicetos podemos citar Cla-
dos orgânicos, molho de soja, esteroides, pílulas anticoncepcionais e dro- viceps purpurea (esporão-do-centeio – de onde se extrai a ergotina – para
gas anti-inflamatórias. Há espécies que formam micorrizas. produção do LSD); o Penicillium notatum (bolor usado para a extração da
No caso do Rhizopus stolonifer, a reprodução normalmente ocorre de forma penicilina); Aspergillus oryzae (fermentação do arroz, usado na produção do
assexuada com a produção de esporos que são liberados no ar. A fase se- saquê); Morchella esculenta (comestível); Tuber (trufas); Penicillium roque-
xuada ocorre, geralmente, em condições inadequadas do meio. fortii (sabor do queijo roquefort).
Designua | Shutterstock
do na fabricação do pão, é unicelular e se reproduz assexuadamente Chapéu Escalas
por brotamento ou por bipartição. As leveduras são seres anaeróbicos Parte inferior
facultativos. Na ausência de oxigênio realizam fermentação alcoólica, do chapéu
Anel
produzindo álcool (o que dá sabor ao pão) e gás carbônico (o que faz Esporos
a massa crescer). Estipe
Sutorius | Shutterstock
Volva
Micélio
Anatomia do cogumelo.
Fotografiecor.nl | Shutterstock
Corpos de frutificação do fungo Helvella macropus.
IMPORTANTE
Fragmentação
tas e animais. No grupo estavam muitos causadores de micoses hu- Os processos de fragmentação ocorrem quando um micélio simplesmente
manas (doenças provocadas por fungos), como a levedura Candida se fraciona originando dois novos micélios.
albicans, responsável pelas micoses entre os dedos dos pés, além do
sapinho das mucosas do corpo humano, Cercospora sp., Botritiss sp. Brotamento
Aqui também foram incluídos os fungos predadores.
Mixomicetos: um tipo especial de fungo A gemulação ou brotamento ocorre nas leveduras como o Saccharomyces
cerevisiae (fermento usado no fabrico do pão).
Os mixomicetos têm um corpo que consiste em um plasmódio gela-
tinoso. Vivem em matas úmidas e sombreadas, sobre folhas caídas e
Reprodução assexuada
Gametângios
(+) e (–)
Zigósporo
(2n)
se
Meio
Ciclo de vida de um zigomiceto, mostrando a reprodução assexuada e a forma sexuada de reprodução. Não há a formação de
corpo de frutificação. A meiose ocorre no zigoto, zigósporo.
Asco
Ciclo reprodutor de um ascomiceto Asco com
Ascocarpo dicariótico Núcleo 2n
Cariogamia (zigoto)
ascósporos
Seguem as etapas de reprodução de um ascomiceto.
Hifa
dicariótica
• Encontro de hifas de micélios de sexos diferentes. Esporo (–)
germinando
• Fusão das hifas dos dois micélios formando células com dois núcleos Hifas Meiose
(fase dicariótica). estéreis (n),
Hifas mononucleadas 4 núcleos
• Em algumas células, os núcleos se fundem e originam um zigoto reprodutoras Esporo (+) haplóides
dicarióticas
diploide. germinando
(n + n)
Mitose
• Meiose do zigoto e formação de núcleos haploides.
Hifa + e hifa – 8 ascósporos (n)
• Diferenciação dos núcleos haploides em ascósporos (cada núcleo
haploide sofre mitose, originando oito ascósporos). Ascósporos (n)
• A hifa-sede do fenômeno sofre alongamento em forma de saco, o
asco. Germinação
Ciclo reprodutor de um basidiomiceto carbônico torna a massa leve, macia e facilmente digerível. As bebidas
alcoólicas variam em função do tipo de levedura usada, das técnicas
A seguir, o esquema do ciclo reprodutor de um basidiomiceto. utilizadas e do substrato fermentado. Por exemplo, a fermentação da
• Encontro de micélios de sexos diferentes. cevada produz a cerveja, e da uva, o vinho. Se o produto fermentado for
destilado, aumenta a concentração de álcool (cachaça, uísque, saquê).
• Fusão de suas hifas e formação de um micélio com células
binucleadas (fase dicariótica).
Fascinadora | Shutterstock
• Organização dessas hifas e formação do corpo de frutificação, o
basidiocarpo.
• Algumas hifas do basidiocarpo se diferenciam e formam os basídios
(na parte inferior do chapéu do cogumelo).
• Fusão dos núcleos dos basídios e origem do zigoto diploide.
• Meiose zigótica e formação de quatro esporos haploides: Fermento biológico,
Saccharomyces cerevisiae.
basidiósporos.
• Liberação dos basidiósporos localizados na extremidade livre do
basídio. PRODUÇÃO DE QUEIJOS
• Em ambiente favorável cada basidiósporo germina e origina um novo Os fungos são utilizados para a fabricação de queijos, por exemplo, o ro-
micélio. quefort (Penicillium roquefortii) e o camembert (Penicillium camembertii).
Basídio jovem Queijo roquefort feito com leite de vaca e o fungo Penicillium roqueforti para produzir os veios
com 2 núcleos de cor azul-esverdeada.
(n) (n)
Basidiocarpo
(n) (n)
Vamos enumerar alguns itens, já que os fungos têm uma importância mui-
to grande para os ecossistemas e para o ser humano. Podemos até falar
em um processo evolutivo lado a lado, a coevolução.
Colônia de Penicillium.
PÃES E BEBIDAS ALCOÓLICAS
As leveduras produzem fermentações e são usadas para fabricar pão e
bebidas fermentadas. O Saccharomyces cerevisiae, ao fermentar, produz
gás carbônico e álcool. O álcool é responsável pelo sabor do pão e o gás
TOXINAS
PARASITOSES
Muitos dos fungos são parasitos de plantas e animais. Nas plantas, o
Hemilea vastatrix é um basidiomiceto que causa a ferrugem do cafeeiro, em
animais e humanos a Candida albicans causa micoses nos dedos dos pés e
Visão de um cogumelo de
Amanita phalloides.
na mucosa vaginal. O Cryptococcus neoformans causa a criptococose, afe-
tando os alvéolos pulmonares. Esse mal é comum nos espaços urbanos
associados aos pombos, papagaios e periquitos, por exemplo. O fungo pro-
lifera nos excrementos desses animais, que, uma vez ressecados, se espa-
lham em partículas na poeira.
Timonina | Shutterstock
ALIMENTAÇÃO
Uma pequena visita ao supermercado pode evidenciar uma grande varie-
dade de fungos, corpos de frutificação, utilizados na alimentação humana,
tais como as trufas, as morchelas e os champignons. As trufas (gênero Tu-
ber) consistem em uma apreciada e cara iguaria, principalmente na Fran-
ça. Formam micorrizas com raízes de árvores, como a faia e o carvalho.
Antigamente, os porcos eram utilizados para localizar as trufas, as quais
são subterrâneas e liberam substâncias voláteis que apresentam um chei-
Candidíase oral.
ro semelhante aos hormônios sexuais exalados pelas porcas no cio. Atual-
mente, cães são treinados para cumprir com essa finalidade.
MUTUALISMO
Stephen Farhall | Shutterstock
KYTan | Shutterstock O fungo absorve água e sais minerais para a alga que faz fotossíntese, for-
necendo carboidratos para o fungo.
HÁBITAT
Micorrizas. Esses seres vivem no solo, nas rochas ou na casca dos troncos, em am-
bientes onde poucos vegetais poderiam sobreviver.
A grande vantagem dessa associação não consiste no fato de que fungo e
alga não conseguiriam viver sós, mas no fato de que, juntos, eles conse-
guem habitar locais que sozinhos não conseguiriam.
Exatamente por isso, os liquens são considerados organismos pioneiros,
pois são um dos primeiros organismos vivos a conseguir se instalar em um
ambiente inóspito. Produzem o ácido liquênico que age degradando ro-
RECICLAGEM DA MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS chas, originando com a erosão um solo primitivo.
Os fungos são importantes decompositores: degradam a matéria orgânica
e possibilitam a reciclagem da matéria nos ecossistemas, formando o hú- REPRODUÇÃO
mus, mantendo, dessa forma, a fertilidade do solo.
A reprodução dos liquens se faz de forma assexuada por meio de fragmen-
tos. Minúsculos grãos contendo algumas hifas e gonídias, os sorédios, são
LIQUENS transportados pelo vento e representam, portanto, a unidade de dissemi-
nação dos liquens.
alina_veronika | Shutterstock
IMPORTÂNCIA
Os liquens são bioindicadores da qualidade do ar, sendo que sua presença
indica baixo nível de poluição. São vários os exemplos de liquens que
podemos usar, entre eles o barba-de-velho (Usnea barbata) e o Cora pavonia,
bastante comum sobre troncos de árvores e rochas. Provavelmente, o
“maná” ao qual se refere a Bíblia é a espécie Lecanora esculenta.
Líquen folioso desenvolvido sobre o tronco de uma árvore.
ESTRUTURA
Os liquens são formados por duas camadas corticais (plectênquima), ge-
ralmente colorida, e, internamente, por uma camada gonidial, onde se lo-
calizam as algas (gonídias) envoltas por hifas. Inferiormente, partem hifas
rizoidiais (rizinas) com função de fixação. Devido ao talo podem ser classi-
ficados como crustáceos, foliáceos e arbustivos. As classes dependem do
fungo mutualista: ascoliquens, basidioliquens etc. Líquen barba-de-velho.
EXERCÍCIOS
a) ascomicetos.
b) deuteromicetos.
c) ficomicetos.
a) Zigomicetos, basidiomicetos e ascomicetos. 5. (Ufpe) Com relação a associações de bactérias e fungos com raízes de
b) Basidiomicetos, ascomicetos e zigomicetos. plantas, é correto afirmar:
2
O FANTÁSTICO MUNDO VEGETAL
ESTRUTURA
Pteridófitas: folhas jovens de samambaia.
As briófitas têm uma estrutura relativamente simples: não possuem caule,
raiz e folhas verdadeiras. Seu corpo vegetativo é chamado de talo. As es-
truturas são chamadas de cauloide, rizoide e filoide, por serem semelhan-
BRIÓFITAS: PLANTAS tes ao caule, à raiz e à folha, respectivamente. A estrutura que contém o
SEM SEMENTES E AVASCULARES cauloide, os rizoides e os filoides é denominada gametófito. Já o espo-
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rófito é uma haste com um ápice cheio de esporos.
Esporófito
(2n)
Filoide
Cauloide
Briófitas: musgos. Gametófito
(n)
As briófitas, também chamadas de criptógamas, são plantas de pequeno
porte que vivem em locais sombreados e com umidade. São encontradas
em troncos de árvores, sobre pedras, em barrancos e no solo. A água é Rizoide
fundamental para seu processo reprodutivo.
Musgos
Esses vegetais formam verdadeiros tapetes verdes, por isso promovem a Estruturas das briófitas.
retenção da água das chuvas e evitam a erosão dos solos. Algumas são
utilizadas na horticultura como fonte de nutrientes para as plantas e pa- O gametófito é responsável pela produção de gametas e corresponde à
ra melhorar a capacidade de retenção de água pelo solo. Por serem muito fase duradoura. Já o esporófito contém o esporângio, onde são produ-
sensíveis a resíduos tóxicos, são excelentes indicadoras de poluição am- zidos os esporos, e corresponde a uma fase temporária, já que surge du-
biental. rante uma fase da vida da planta e depois desaparece.
Gucio_55 | Shutterstock
Artush | Shutterstock
Musgo: a parte verde é o gametófito e a haste com o ápice produtor de esporos é o es-
Briófitas se desenvolvendo em tronco de árvore. porófito.
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Esporófito
Anthoceros.
REPRODUÇÃO
O processo reprodutivo das briófitas é denominado alternância de ge-
As briófitas denominadas hepáticas possuem talo folhoso. Um representan- rações ou metagênese, pois nele as reproduções sexuada e assexua-
te comum desse grupo é a Marchantia, que possui gametófitos dioicos. Outro da se alternam. A fase sexuada ocorre por meio do gametófito (haploide),
exemplo é o gênero Anthoceros, que possui o gametófito taloso e multilobado. que pode ser dioico ou monoico. Nos gametófitos, formam-se estruturas
denominadas anterídios e arquegônios – os primeiros dão origem aos
Todd Boland | Shutterstock
Nos musgos, o esporófito (2n) possui uma haste e, na extremidade, uma cápsula chamada esporângio, onde são produzidos, por meiose, os esporos (n). Estes
caem no solo, germinam e dão origem a novos gametófitos (n).
A reprodução assexuada ocorre quando os esporos caem no solo e germinam, surgindo novos gametófitos (n).
A seguir está representado o ciclo reprodutivo do musgo Polytrichum.
Meiose no
interior da
cápsula,
Cápsula Cápsula formando
(2n) Cápsula sem
(2n) esporos (n) caliptra
Cápsula seca, sem opérculo
Esporófito (2n)
Peristômio
Haste Caliptra Opérculo (2n) Cápsula úmida,
(2n) sem opérculo
Pé (2n)
Anterozoide (n)
Esporos (n)
Embrião (2n) sendo eliminados
Fecundação
Oosfera (n) Gametófito (n)
e divisão
Gametófito (n)
Arquegônio (n) Gametófito (n)
Ciclo de vida de uma briófita. Arquegônio (n)
com embrião (2n)
IMPORTANTE
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Briófitas são avasculares, de pequeno porte, sem flores (criptóga-
mas) e dependem da água para se reproduzir.
PTERIDÓFITAS: PLANTAS
SEM SEMENTES E VASCULARES Trish Jose | Shutterstock
SAIBA MAIS
Xaxim.
Pteridófita: avenca.
Soro
Lycopodium.
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Báculo
Samambaia.
Rizoma
Warayoo | Shutterstock
Selaginella. Parte inferior das
folhas com soros.
SAIBA MAIS
Esporófito (2n)
Soro
Arquegônio (n) com
embrião (2n)
Meiose no in-
terior do espo-
Fecundação rângio
Liberação
dos esporos
Oosfera (n)
Início da forma-
ção do prótalo (n)
Anterídio (n)
Anterozoide (n)
Esse ciclo reprodutivo envolve apenas um tipo de esporo (pteridófita isosporada ou planta com homosporia). Porém, há representantes que possuem mais de
um tipo de esporo (pteridófita heterosporada), como a Selaginella.
FIXAÇÃO
SAIBA MAIS
As selaginelas produzem dois tipos de esporos, portanto essa é uma Com base nas explicações sobre
característica que as aproxima das plantas vasculares que produzem briófitas e pteridófitas, preencha o
sementes (gimnospermas e angiospermas). Outro aspecto evolutivo quadro comparativo a seguir.
das selaginelas em relação às outras pteridófitas isosporadas é que
seu gametófito é mais reduzido e dependente do esporófito.
Briófitas Pteridófitas
azure1 | Shutterstock
Exemplos
Fase temporária
Fase duradoura
Fonte: <http://neocities.com/artutrcarbonifero.html>.
FONTE: Barros, C.; Paulino, W. Ciências – Os seres vivos. São Paulo: Ática S. A. 2011. (Adaptado).
EXERCÍCIOS
d) Diferindo da maioria das pteridófitas atuais, as pteridófitas ances- 6. (UEPG-PR) A respeito das samambaias, o mais importante grupo das
trais apresentavam vasos condutores de nutrientes, o que favore- pteridófitas, assinale o que for correto.
ceu o porte elevado dessas plantas no passado.
e) Divergindo das primeiras pteridófitas, a maioria das pteridófitas (01) Dentro de uma escala evolutiva foram as primeiras plantas a
atuais apresenta cauloide e, assim, os nutrientes são transporta- apresentarem verdadeiras raízes, caules e folhas.
dos célula a célula. Esse tipo de transporte é lento e limita o ta-
(02) Essas espécies, denominadas cicadáceas, geralmente possuem
manho das plantas atuais.
folhas grandes e são plantas vasculares, sem sementes.
3. (Fuvest-SP) As células do gametófito de uma briófita de ciclo normal
têm 30 cromossomos. Quantos cromossomos serão encontrados no (04) As folhas das samambaias, em geral, têm função dupla: fotos-
esporo, na haste, na cápsula e no anterozoide? síntese e reprodução, pois na parte inferior dos folíolos distri-
buem-se grupos de esporângios, os soros, que, em algumas
espécies, ficam protegidos por uma fina lâmina de cobertura, o
indúsio.
4. (Udesc) Assinale a alternativa correta a respeito das características (08) Nas samambaias, todo organismo, ou corpo vegetativo, com raí-
gerais das briófitas. zes, caules e grandes folhas, corresponde ao prótalo, a fase mais
desenvolvida do ciclo de vida dessas plantas.
a) Apesar de a maioria dos musgos preferir locais úmidos e sombrea-
dos, podem ser encontradas espécies adaptadas a ambientes de- (16) As pteridófitas deram um grande passo evolutivo na conquista do
sérticos e polares. meio terrestre, pois são os primeiros vegetais vasculares, sendo
b) A fixação do vegetal ocorre pela ação de raízes verdadeiras, as capazes de transportar facilmente a água das raízes para seus
quais também desempenham o importante papel de absorver a órgãos aéreos, o caule e as folhas. Essas plantas são chama-
água e os sais minerais essenciais à sobrevivência da planta. das traqueófitas, pois seu tecido condutor é representado pelas
c) A presença de um câmbio vascular permite que esses vegetais traqueias ou vasos liberianos, também chamados de floema,
possam atingir tamanho de até 1 metro de altura. que transportam água e sais absorvidos pelas raízes, e os vasos
lenhosos, também chamados de xilema, que transportam a so-
d) O ciclo de vida das briófitas caracteriza-se pela alternância de ge-
lução orgânica com os produtos da fotossíntese.
rações com uma fase esporofítica, haploide, e uma fase gameto-
fítica, diploide. Total:
e) O esporófito das briófitas é a forma duradoura do vegetal, sendo
responsável por garantir a sua sobrevivência. A partir dele desen- 7. (CEPBJ-PR) As briófitas são criptógamas de pequeno porte, enquanto
volve-se o gametófito, com função reprodutiva. as pteridófitas são criptógamas que podem atingir maior porte. Essa
é uma das diferenças que podemos visualizar facilmente entre elas,
5. (Ufpa) Escavações arqueológicas em solos rochosos do período car- mas há outros aspectos que diferem. Assinale a alternativa que ex-
bonífero, com aproximadamente 300 milhões de anos, descobriram pressa uma característica que pertence somente a um desses grupos
fósseis vegetais. A análise dos fósseis mostrou a presença de tra- de plantas.
queídes, com paredes reforçadas de lignina, e ausência de óvulos.
Baseando-se nas características dos vegetais fossilizados, pode-se a) Depende da água para se reproduzir.
incluí-los no grupo das b) Cresce preferencialmente em solos úmidos.
a) pteridófitas. d) briófitas. c) Não possui semente.
b) angiospermas. e) fanerógamas. d) Apresenta alternância de gerações.
c) gimnospermas. e) Apresenta tecido de transporte de seiva.
GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS: biomas como as exuberantes florestas de coníferas, com exemplares co-
mo pinheiros, sequoias e ciprestes.
PLANTAS FANERÓGAMAS
Ao longo do processo evolutivo, surgiram nos vegetais algumas carac- Coníferas referem-se aos estróbilos, estruturas reprodutivas que
terísticas que lhes permitiram grande poder de dispersão, além de uma geralmente possuem forma cônica, daí o nome.
enorme diversidade. O surgimento da semente foi uma das características
que conferiram às gimnospermas e angiospermas um sucesso adaptativo
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Sequoias: podem atingir grande porte.
IMPORTANTE
Pukhov K | Shutterstock
ESTRUTURA
A planta de gimnosperma é um esporófito (2n). Nela, o gametófito (n) fi-
ca bastante reduzido e é dependente do esporófito. O esporófito pode ter
ou não sexos separados, mas os estróbilos ou cones (flores rudimentares)
são sempre unissexuados.
O pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) é dioico, isto é, apresenta se-
xos separados, enquanto o Pinus é monoico, pois no mesmo esporófito
(planta) ocorrem estróbilos femininos e masculinos. Estróbilos masculinos em Pinus.
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Hein Nouwens | Shutterstock
Estróbilo masculino em Araucaria (pinheiro que não produz pinha com pinhões).
Estróbilos femininos em Pinus.
Hein Nouwens | Shutterstock
Microstróbilo ou
estróbilo masculino
Megastróbilo ou
estróbilo feminino
Estróbilo feminino em Araucaria (pinheiro que produz pinha com pinhões). Parte do Pinus (monoico):
os estróbilos feminino e
masculino coexistem na
mesma planta.
Megasporófilo
Gametófito
(megaprotalo)
Óvulo ou megasporângio
Desenvolvimento
Megásporo
funcional
(n)
Megásporos em
degeneração
Micrópila Arquegônios
com oosferas
(n)
Célula do
Célula generativa tubo polínico
ou geradora (n) (n)
Parede
Desenvolvimento
Micrósporos (n)
Bolsa de ar
(sacos aéreos) Grão de pólen
REPRODUÇÃO
O processo reprodutivo das gimnospermas é mais complexo do que o das
pteridófitas. Para compreendê-lo, estudaremos o ciclo do Pinus. O vege-
tal Pinus apresenta órgãos reprodutivos chamados estróbilos, femininos e
masculinos, os quais possuem esporófilos (folhas modificadas), onde
ficam os esporângios contendo esporos. Os esporos femininos chamam-
-se megásporos e são formados no interior dos megaesporângios. Já os
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Estróbilo
Meiose
Célula-mãe de
micrósporo (2n)
Grão de pólen
Esporófito Célula-mãe do
micrósporo (2n)
Meiose
Esporófito maduro 2n
Megásporo
Germinação funcional (n)
Polinização e fecundação
Desenvolvimento do embrião
Ciclo reprodutivo do Pinus.
IMPORTANTE
As sementes maduras caem no solo e, em condições adequadas, germi-
nam. O embrião cresce e perfura a casca da semente. Durante esse pro-
O aparecimento do tubo polínico (sifonógamas) nas gimnospermas
cesso de germinação, o embrião se nutre do gametófito feminino. Por fim,
é uma adaptação que permitiu que o processo reprodutivo desses ve-
dá origem a um novo esporófito, ou seja, a uma nova planta. O pinhão é
getais se tornasse independente de água.
um exemplo de semente comestível produzida pela gimnosperma Arauca-
ria angustifolia.
Polinização e fecundação
ANGIOSPERMAS: SURGE O FRUTO Portanto, as angiospermas são espermatófitas (com sementes), fa-
nerógamas (com flores) e traqueófitas (com vasos condutores de sei-
va). A planta apresenta esporófito (2n) e gametófito (n), sendo que este
último mostra-se bem reduzido e dependente do esporófito.
Tanto as gimnospermas quanto as angiospermas independem da água para
a reprodução, pois apresentam o tubo polínico (sifonógamas).
As angiospermas, atualmente, são classificadas como Anthophyta (do
grego: anthos = flor) e podem ser divididas em dois grandes grupos: as
janaph | Shutterstock
GRUPOS DE ANGIOSPERMAS
As angiospermas apresentam características comuns, mas também podem ser divididas em dois grandes grupos que apresentam características particulares,
especificadas no quadro a seguir.
Um Dois
Um cotilédone
Dois cotilédones
Cotilédones
Endosperma
Embrião
Embrião
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Folhas
Raiz
Difusos Em anel
Feixes vasculares
Estame Filete Estilete xuadas ou díclinas apresentam somente androceu ou somente gineceu.
Pétala
Óvulo Ovário Quando a mesma planta apresenta flores femininas e masculinas, como o
milho, ela é denominada monoica. Se as flores femininas e masculinas
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Receptáculo
Sépala
ocorrerem em plantas separadas, estas são classificadas como dioicas,
como é o caso do mamoeiro e do pinheiro-do-paraná. Já as plantas que
Pedúnculo possuem flores hermafroditas são denominadas polígamas.
Partes de uma flor.
SAIBA MAIS
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Gineceu (estigma é o ápice com três porções) e androceu (presença de quatro anteras com
grãos de pólen). Brócolis. Hortênsia.
Meiose
ção do grão de pólen no gineceu, já a intina é a membrana mais interna Corte do ovário com
o óvulo
do grão de pólen.
Sacos polínicos (microsporângios)
4 células
haploides
Filete 3 degeneram
Antera
Célula vegetativa
Exina Célula reprodutiva ou geradora
Megasporângio
Antípodas
Gametófito Núcleos
feminino = saco polares
embrionário (n)
Oosfera
Sinérgides
Óvulo maduro
Estrutura reprodutiva masculina. Grão de pólen
Estrutura reprodutiva feminina.
Na polinização, o grão de pólen chega até o estigma da flor. Em seguida, a A polinização é um processo que envolve o transporte do grão de pólen da
célula vegetativa do grão de pólen se prolonga e forma um tubo que chega antera até o estigma da flor, com posterior formação do tubo polínico. O
até o ovário. Esse tubo é denominado tubo polínico e pelo seu interior transporte do grão de pólen pode ocorrer de forma direta (autopoliniza-
se deslocam os gametas masculinos. O núcleo da célula reprodutiva ou ção), ou seja, sem atuação de polinizadores. Nesse caso, o pólen cai di-
geradora do grão de pólen sofre divisão e surgem os núcleos espermáti- reto no estigma. No entanto, existem mecanismos que desfavorecem tal
cos (gametas). tipo de polinização, já que sob o ponto de vista evolutivo é desvantajoso
Chegando ao ovário, o tubo polínico penetra no óvulo pela micrópila, pro- em termos de variabilidade genética. Esses mecanismos são os seguintes.
movendo uma dupla fecundação, característica das angiospermas. Um • Heterostilia – a localização da antera é inferior em relação ao
núcleo espermático (n) fecunda a oosfera (n) e surge o zigoto (2n), que estigma.
se desenvolve em embrião. O outro núcleo espermático (n) funde-se com
a célula central (2n), originando uma célula triploide (3n) que sofre mito- • Dicogamia – o amadurecimento do androceu e do gineceu ocorre
se e forma o endosperma ou albúmen (3n). À medida que a semente em épocas diferentes. Se o gineceu amadurece antes, chamamos
se forma, verifica-se, também, o desenvolvimento do ovário que dará ori- de metandria e se o androceu amadurece antes, chamamos de
gem ao fruto. protandria.
• Hercogamia – barreira física que impede a chegada do grão de
Núcleo espermático (n) x oosfera (n) = zigoto e embrião (2n) pólen ao estigma.
Núcleo espermático (n) x célula central (2n) = endosperma ou al- • Autoesterilidade – incompatibilidade do grão de pólen com o
búmen (3n) gineceu.
A polinização mais comum é a indireta ou cruzada, que requer um agen-
Grão de pólen
te polinizador. Entre os tipos de polinização indireta, temos os seguintes.
• Polinização anemófila – realizada pelo vento.
Estigma
• Polinização hidrófila – realizada pela água.
Antera Tubo polínico • Polinização ornitófila – realizada por aves.
Filete
Estilete
• Polinização entomófila – realizada por insetos.
Óvulo • Polinização quiropterófila – realizada por morcegos.
Ovário
Núcleos
espermáticos
IMPORTANTE
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das cores, tamanhos e formas. Vale lembrar que os frutos são estrutu-
ras derivadas do processo reprodutivo sexuado das angiospermas; por-
tanto essa é uma característica exclusiva dessas plantas. Geralmente os
frutos resultam do ovário desenvolvido das angiospermas, normalmente
após a fecundação. Porém há situações em que o ovário se desenvolve sem a
fecundação; nesses casos surgem os frutos denominados partenocárpicos.
Estruturas do fruto
Estaquia. Alporquia.
A parede desenvolvida do ovário é chamada pericarpo, o qual é formado
pelas seguintes estruturas.
Gemas • Epicarpo – em geral, forma a casca do fruto, pois é resultante da
parede externa do ovário.
• Mesocarpo – desenvolve-se a partir da porção mediana do ovário;
Cavaleiros representa, na maioria dos frutos carnosos, a parte comestível.
Cavalos • Endocarpo – é proveniente da porção interna do ovário.
Enxertia. Mergulhia.
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FRUTO
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Os frutos carnosos são aqueles que possuem pericarpo com substâncias
de reserva. Podem ser dos dois seguintes tipos.
• Baga – em geral com várias sementes livres. Ex.: tomate, melancia,
mamão, laranja, uva etc.
• Drupa – com uma semente aderida ao endocarpo. Ex.: pêssego,
ameixa, azeitona, manga etc.
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Grãos de milho: frutos do tipo cariopse.
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Os frutos secos são aqueles que possuem pericarpo seco, não suculento.
Podem ser indeiscentes ou deiscentes. A vagem é o fruto e as ervilhas são as sementes.
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A parte suculenta do caju origi- testa, mais externa, e o tégmen, mais interna.
na-se da parte da flor denominada • Amêndoa – possui o embrião, resultante da fecundação da
pedúnculo. Já o fruto verdadeiro é oosfera, e o endosperma (albúmen), resultante da fecundação da
a parte não suculenta, a qual con- célula central, sendo mais desenvolvido nas monocotiledôneas.
tém a semente, ou seja, a casta- Caju: pseudofruto simples. Nas eudicotiledôneas, o endosperma é transferido e armazenado
nha. A parte comestível da maçã e nos cotilédones, que se tornam desenvolvidos. Ex.: feijão, ervilha e
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da pera corresponde ao receptácu- amendoim.
lo da flor. Seus frutos verdadeiros
são as estruturas que envolvem as
sementes na parte central.
Os frutos verdadeiros do morango IMPORTANTE
são os pontos que envolvem a par- Morango: pseudofruto composto.
te comestível. Cada ponto contém O embrião é o resultado do desenvolvimento da oosfera fecundada.
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A parte comestível dos pseudofru- • Radícula – origina a raiz da planta por meio da germinação.
tos múltiplos desenvolve-se a par- • Gêmula – é responsável pelas partes aéreas do vegetal.
tir dos vários receptáculos florais • Caulículo – forma um eixo dividido em duas partes.
que formam a inflorescência, como
• Hipocótilo – situa-se abaixo da inserção dos cotilédones.
é o caso do figo. Figo: pseudofruto múltiplo.
• Epicótilo – situa-se acima da inserção dos cotilédones.
Nas monocotiledôneas, há o desenvolvimento do endosperma (3n),
SEMENTE que fica com a reserva nutritiva. Já o único cotilédone é reduzido,
sendo chamado de escutelo. Nas eudicotiledôneas, em geral, toda
A semente presente nos vegetais espermatófitos (gimnospermas e angios-
a reserva está armazenada nos dois cotilédones, não havendo en-
permas) é resultante da fecundação do óvulo. A semente possui um en-
dosperma.
voltório, um embrião, que dará origem à futura planta, e um material
de reserva nutritiva.
Folhas primárias
Endosperma Casca
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secundário ou Caulículo
Coleóptile Radícula
albúmen
• Extrínsecas ou exógenas
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• Água – ao absorver água por um processo puramente físico
(embebidação), a semente aumenta de volume, rompendo a
casca.
Anemocoria: sementes
• Ar – o solo deve ser arejado, pois as células respiram. de dente-de-leão sendo
transportadas pelo vento.
• Luz – a ação da luz sobre as sementes chama-se fotoblastismo.
• Temperatura – cada espécie tem uma temperatura ótima de
germinação.
• Intrínsecas ou endógenas
• A semente deve estar madura.
( F ) As folhas das dicotiledôneas apresentam nervuras parale- (08) Um tipo de tecido de preenchimento e reserva é o esclerênqui-
las e podem ser observadas nas plantas de feijão e soja. ma. As células do esclerênquima possuem paredes finas, cons-
( F ) As flores das dicotiledôneas apresentam, geralmente, as tituídas basicamente por celulose.
peças florais em número de três ou múltiplos de três e
são comuns nas plantas de milho e trigo. (16) Os elementos traqueários das angiospermas são de dois tipos:
traqueídes e elementos de vaso. Ambos são constituídos de
( F ) As folhas das monocotiledôneas são constituídas por ner-
vuras reticuladas, ou ramificadas, e são observadas nas células vivas com intensa capacidade de regeneração celular e
plantas de arroz e milho. reparo de lesões.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de ci- Total:
ma para baixo.
a) F – F – V – F – V. 2. (UFPR) Imagine que você tenha recebido do seu nutricionista a se-
guinte recomendação para uma dieta: ingerir diariamente uma porção
b) V – V – F – F – F.
de tubérculos, raízes tuberosas, folhas verdes, frutos do tipo baga e
c) F – V – V – V – F. sementes do tipo cariopse. Qual das alternativas a seguir apresenta
d) F – V – F – V – F. os vegetais que atendem a dieta indicada?
e) V – F – F – F – F. a) Batata, cenoura, espinafre, uva e milho.
As angiospermas monocotiledôneas apresentam sementes com b) Beterraba, rabanete, couve-flor, abacate e arroz.
um cotilédone, folhas com nervuras paralelas (trigo, milho e ar- c) Mandioca, cebola, couve, pêssego e semente de girassol.
roz) e flores com peças florais organizadas em número de três ou d) Nabo, alho, brócolis, tomate e amendoim.
múltiplos (flores trímeras). Nas dicotiledôneas, temos sementes
e) Batata-doce, alface, rúcula, acerola e ervilha.
com dois cotilédones, folhas com nervuras reticuladas (feijão,
soja) e flores organizadas com quatro ou cinco peças florais (te- 3. (Unicamp-SP) Os grãos de pólen e os esporos das plantas vasculares
trâmeras ou pentâmeras). sem sementes variam consideravelmente em forma e tamanho, o que
Alternativa correta: e. permite que um grande número de famílias, gêneros e muitas espé-
cies possam ser identificados por meio dessas estruturas.
Os grãos de pólen e os esporos das plantas vasculares sem sementes a) o que é polinização?
permanecem inalterados em registros fósseis, em virtude do revesti-
mento externo duro e altamente resistente, o que possibilita inferên-
cias valiosas sobre floras já extintas.
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Localização do meristema
primário na raiz.
Meristema apical
Micrografia de um corte histológico de folha de tília.
Meristema Protoderme ou
Procâmbio ou pleroma
TECIDOS MERISTEMÁTICOS fundamental ou
periblema
dermatogênio
Pelos da raiz
Vasos liberianos
Camadas
celulósicas Cutícula
Epiderme
Epiderme
e pelo súber.
Epiderme
Corte histológico de
raiz: os pelos ficam na
A epiderme é um tecido constituído de uma camada de células jus- superfície.
tapostas (uniestratificado), achatadas, aclorofiladas e com um grande
vacúolo. Tem origem no dermatogênio ou protoderme e está presen-
te nas raízes, nos caules jovens, nas folhas, nas flores, nos frutos e
nas sementes.
• Acúleos – são projeções pontiagudas, resistentes e facilmente • Hidatódios – são aberturas presentes nas bordas das folhas.
destacáveis da epiderme. Servem para a proteção do vegetal contra Servem para a liberação de água na forma de gotículas, processo
predadores. São encontrados, por exemplo, nas roseiras, sendo chamado de sudação ou gutação.
erroneamente chamados de espinhos.
Hidatódio
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Esquema da região com hidatódio.
Acúleos da roseira. • Papilas – são saliências epidérmicas presentes nas pétalas das
flores. Tais estruturas dão um aspecto aveludado à pétala, como nas
• Estômatos – são células epidérmicas modificadas que permitem rosas.
as trocas gasosas do vegetal. Ocorrem, em geral, nas folhas. Cada
estômato é constituído de duas células epidérmicas (células-guarda
Papilas
ou oclusivas), ricas em cloroplastos, que delimitam uma abertura,
o ostíolo. Por meio do ostíolo, há passagem de gases (O2 e CO2) e
liberação de água na forma de vapor (transpiração). As células que
ficam junto aos estômatos recebem o nome de células anexas.
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Súber
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Cascas extraídas para a fabricação de cortiça.
Súber
TECIDOS DE RESERVA,
ARMAZENAMENTO E PREENCHIMENTO
Os tecidos desse grupo são chamados de parênquimas e possuem cé-
lulas vivas e com vacúolo grande. O parênquima pode ser classificado da
seguinte forma.
Lenticela: abertura para entrada de ar.
• Cortical ou medular – tem a função de preenchimento de espaços.
• Amilífero – possui células que armazenam amido em grãos
SAIBA MAIS (amiloplastos), constituindo uma reserva energética vegetal.
• Aquífero – é especializado em reserva de água; ocorre nas xerófitas.
A espécie Quercus suber, popularmente conhecida como sobreira e
• Aerífico ou aerênquima – está presente em plantas aquáticas;
originária do oeste do Mediterrâneo (Portugal, Espanha, Itália, Fran-
como armazena ar, auxilia na flutuação e é importante na
ça, Marrocos e Argélia), é bastante explorada para a obtenção de sua
movimentação de oxigênio para o interior do vegetal.
casca grossa, utilizada na fabricação de cortiça. Com a cortiça pro-
duzimos rolhas de garrafas, palmilhas, tapetes e aglomerados (usa- • Oleoso – está presente em estruturas vegetais que armazenam
dos tanto na indústria de móveis quanto como isolantes acústicos lipídios, como o grão de soja.
e térmicos).
• Clorofiliano ou clorênquima – armazena clorofila e é encontrado
na estrutura das folhas e dos caules finos e verdes; sua função é
BOB GIBBONS/SCIENCE PHOTO LIBRARY
relacionada à fotossíntese.
Epiderme superior
Parênquima paliçádico
Cloroplastos
TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO
A sustentação vegetal é promovida pelos tecidos colênquima e esclerênquima.
O colênquima é um tecido com células vivas que apresentam espessa-
mento de celulose e pectina. Não há lignina (substância que fornece ao
caule grande rigidez), por isso o tecido é flexível. Pode ser encontrado em
pecíolos das folhas, caules jovens e caules herbáceos. Traqueias. Traqueídes.
Já o esclerênquima é um tecido formado por células mortas que apre-
sentam espessamento de lignina. As células são mortas em virtude da Os vasos liberianos (líber ou floema) são responsáveis pela condução de
impregnação da lignina, que faz com que haja impermeabilização de suas seiva elaborada – rica em compostos orgânicos produzidos pela fotossín-
paredes. As células podem ser alongadas (fibras) e com formas variadas tese –, desde as folhas até todas as partes do vegetal. Tal tecido apresen-
(esclereídeos). Há plantas com muitas fibras, como o linho e a juta, que ta células vivas e anucleadas, além de septos transversais com orifícios
são usadas na fabricação de fibras têxteis. (placa crivada), pelos quais circula a seiva elaborada. Existem também
as células companheiras, vivas e anexas aos tubos liberianos, as quais
Colênquima com espessamento de celulose são paralelas à placa crivada e auxiliam no transporte da seiva elaborada.
Célula companheira
TECIDOS DE SECREÇÃO
TECIDOS DE CONDUÇÃO OU TRANSPORTE
Os tecidos cujas células eliminam substâncias resultantes do seu próprio
Os tecidos condutores são responsáveis pelo transporte de seiva no vege- metabolismo são chamados de tecidos de secreção. A seguir, apresenta-
tal. Consistem nos vasos lenhosos ou xilemáticos e nos vasos liberianos mos exemplos de estruturas vegetais secretoras.
ou floemáticos. • Nectários – são estruturas que ocorrem nas flores; produzem o
Os vasos lenhosos (lenho ou xilema) são responsáveis pela condução de néctar, substância adocicada que atrai polinizadores.
seiva bruta (água e sais minerais) das raízes até as folhas. Tais tecidos • Pelos secretores – são encontrados nas folhas de urtiga;
apresentam células mortas com depósito de lignina. Cada uma dessas produzem uma substância urticante que serve para defesa. Outros
células se comunica com a seguinte, fazendo surgir, assim, um canal por podem secretar substâncias adesivas que auxiliam na captura da
onde circula a seiva bruta ou inorgânica. O xilema também tem a função presa (plantas carnívoras) ou apresentar células que acumulam óleos
de dar sustentação às plantas com crescimento secundário. ou substâncias aromáticas (como o tomateiro).
A lignina presente no xilema confere resistência mecânica ao tecido, e este • Glândulas digestivas – apresentam células que secretam enzimas
suporta a variação de pressão necessária ao transporte de água das raízes digestivas. Ocorrem em plantas carnívoras.
até as folhas que ficam nas copas das árvores. A ausência de conteúdo
celular (células mortas) nos vasos xilemáticos também permite um fluxo • Bolsas secretoras – são grupos que determinam a delimitação
de água sem resistências. de uma cavidade onde são depositadas mucilagens, óleos, sais etc.
Os vasos lenhosos podem ser abertos ou fechados. Os vasos aber- • Tubos lactíferos – são tubos longos, contínuos e ramificados, sem
tos (ou traqueias) são longos tubos constituídos de numerosas célu- paredes celulares. Seu citoplasma é de aspecto leitoso, rico em uma
las cujas membranas transversais desapareceram. São encontrados nas substância chamada látex. Quando o tubo é rompido, seu conteúdo
angiospermas. Já os vasos fechados (ou traqueídes) são longos tu- extravasa e coagula em contato com o ar, obstruindo o ferimento da
bos constituídos de numerosas células cujas membranas transversais planta. Ex.: seringueira e coroa-de-cristo.
são dotadas de pontuações (perfurações). São encontrados em pteri- • Vasos resiníferos – são constituídos de canais que acumulam resinas
dófitas e gimnospermas. secretadas por células. Atuam como antissépticas. Ex.: Pinus e pinheiro.
• Células secretoras – podem ocorrer na epiderme de folhas, em caules e na parte interna da planta.
FIXAÇÃO Muitas delas acumulam cristais, que podem ser de carbonato de cálcio (cistólitos) ou de oxalato de cálcio
(drusas e ráfides).
Tecidos vegetais
Protoderme ou dermatogênio (forma a epiderme).
Primário (permite crescimento em
Meristema fundamental ou periblema (forma o córtex).
comprimento)
Meristema (tecido embrionário que Procâmbio ou pleroma (forma o cilindro central).
origina os demais tecidos) Felogênio (forma o súber e a feloderme).
Secundário (permite crescimento em
espessura) Câmbio interfascicular (origina o cilindro central com os vasos
condutores de seiva).
Epiderme (camada de células vivas que possui como anexos:
cutícula, tricomas, acúleos, estômatos, hidatódios e papilas).
Revestimento
Súber (possui várias camadas de células mortas e lenticelas; suas
partes externas que se soltam são chamadas de ritidomas).
Reserva, armazenamento e preenchi-
Parênquima (formado por células vivas).
mento
Tecidos adultos (tecidos resultantes da Colênquima (formado por células vivas, com reforço de celulose).
diferenciação e especialização das células Sustentação Esclerênquima (formado por células mortas, com reforço de
do tecido meristemático) lignina).
Lenho ou xilema (formado por células mortas, com reforço de
lignina).
Condução
Líber ou floema (formado por células vivas separadas entre si por
placas crivadas).
Pelos secretores, nectários, tubos lactíferos, vasos resiníferos etc.
Secreção
(células que eliminam substâncias).
Quando realizamos cortes histológicos na raiz e os observamos no mi- Nas paredes das células da endoderme existem reforços de celulose de-
croscópio, podemos diferenciar as estruturas que propiciam o crescimento nominados estrias de Caspary. Os espessamentos de celulose unem
vegetal, tanto em comprimento quanto em espessura. Tais estruturas são firmemente as células vizinhas.
denominadas primárias e secundárias da raiz.
Epiderme
ESTRUTURA PRIMÁRIA DA RAIZ Pelo absorvente
Feloderme + felogênio + súber = periderme Nas eudicotiledôneas, a distribuição dos vasos é em anel, estando o
floema voltado para o exterior e o xilema para o interior do caule. Entre os
Felogênio vasos floemáticos e xilemáticos, há um tecido meristemático, de cresci-
mento em comprimento, chamado câmbio fascicular.
Líber primário Súber
Cortéx
Lenho primário Feloderma Floema primário
Lenho secundário Câmbio
Líber secundário
Parênquima cortical Xilema
primário
Câmbio
DISPOSIÇÃO DOS TECIDOS NOS CAULES fascicular
Da mesma forma que a raiz apresenta estruturas que propiciam o cresci- Câmbio interfascicular
mento, o caule também dispõe de tecidos que formam as estruturas de- Distribuição dos vasos em anel.
nominadas primárias e secundárias. É possível diferenciar tais tecidos a
partir de observações histológicas na microscopia.
ESTRUTURA SECUNDÁRIA DO CAULE
ESTRUTURA PRIMÁRIA DO CAULE A estrutura secundária do caule permite seu crescimento em espessura,
A estrutura primária do caule permite seu crescimento em comprimen- também chamado de crescimento secundário. Ocorre nas eudicotiledôneas
to, ou crescimento primário. e gimnospermas. O crescimento secundário, assim como na raiz, ocorre
devido à atividade do câmbio vascular que origina os vasos conduto-
Os caules que não crescem em espessura, como é o caso das monoco-
res de seiva (floema para a região mais externa e xilema para a região
tiledôneas, apresentam uma estrutura primária que se caracteriza pe-
mais interna), enquanto o felogênio forma a feloderme para dentro e o
la presença de feixes líbero-lenhosos, distribuídos de maneira difusa.
súber para fora.
Floema Xilema Epiderme
Feloderme + felogênio + súber = periderme
Nas plantas de grande porte e mais velhas, a região interna do caule, cha-
mada de cerne e constituída de lenho (xilema), deixa de ser funcional,
Feixes líbero-lenhosos
espalhados pois não há mais condução de seiva nessa região. Já a parte mais externa
Estrutura primária do caule. do lenho, próxima do câmbio, continua funcional e é denominada alburno.
CONFIRMANDO A TEORIA
1. (Udesc) Os tecidos vegetais fundamentais são aqueles encarregados Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima
de uma série de funções, como preenchimento e sustentação. A res- para baixo.
peito desses tecidos, analise cada proposição e assinale (V) para ver-
dadeira ou (F) para falsa. a) V – F – F – V – V.
EXERCÍCIOS
1. (UFMS) Desde o Egito Antigo, o papiro (Cyperus papyrus), precursor do (08) Nas regiões subterminais da ponta de caules e de raízes, pouco
papel, foi usado para a comunicação entre vários povos. A parte in- abaixo do meristema apical, fica uma zona de alongamento, com
terna do caule dessa planta era cortada em finas tiras que, depois as células em distensão e também em início de diferenciação,
de alguns processos eram transformadas em meio físico para a es- pois já aparecem os pequenos vasos condutores em formação.
crita. Entre os tecidos desse caule herbáceo e verde, não é possível Esses dois meristemas apicais determinam, portanto, o cresci-
encontrar mento longitudinal do caule e da raiz.
a) tecido clorofiliano. (16) Se os meristemas passam por um período sem meioses e depois
b) parênquima paliçádico. promovem o crescimento das pontas dos caules e raízes, eles
são chamados de meristemas secundários.
c) tecidos de sustentação.
d) epiderme. Total:
EXERCÍCIOS
Identifique e explique duas características que as células xilemáticas 8. (UFRJ) Em pesquisas desenvolvidas com eucaliptos, constatou-se
apresentam para manter a eficiência do transporte a longa distância que a partir das gemas de um único ramo podem-se gerar cerca de
(das raízes até as folhas). 200 000 novas plantas, em aproximadamente 200 dias, enquanto os
métodos tradicionais permitem a obtenção de apenas cerca de cem
mudas a partir de um mesmo ramo. A cultura de tecido é feita a partir
a) de células meristemáticas.
b) de células da epiderme.
c) de células do súber.
d) de células do esclerênquima.
e) de células do lenho.
Raiz principal
Região das
ramificações
Raiz secundária
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Região de alongamento
Raízes subterrâneas
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• Adventícias – surgem em qualquer ponto do sistema caulinar. Ex.:
raiz de milho.
Raiz de Pandanus.
Cenoura.
• Tuberosa fasciculada – as raízes secundárias são espessadas. • Estrangulantes – são estruturas resistentes e densamente
Ex.: batata-doce, dália etc. ramificadas que envolvem um tronco. Ocorrem em plantas parasitas,
que, em geral, matam a planta hospedeira. Ex.: cipó mata-pau.
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• Tabulares – têm aspecto de tábuas dispostas radialmente em torno • Sugadoras – típicas de plantas parasitas. Apresentam estruturas
da base do caule. Cumprem com as funções de suporte do vegetal e chamadas de haustórios, que penetram no caule da planta
respiração, em razão da presença de lenticelas. parasitada, para a retirada da seiva elaborada. Ex.: cipó-chumbo.
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Hospedeira
Parasita
Haustório
Sugadora
Raiz de planta parasita.
Raiz tabular.
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Filodendro.
Planta aquática.
CAULE VEGETAL
• Respiratórias – ocorrem em regiões pantanosas, onde o solo Alberto Masnovo | Shutterstock
PARTES DO CAULE • Estipe – caule não ramificado que apresenta um conjunto de folhas
no ápice. Ex.: palmeiras e coqueiros (monocotiledôneas).
Na região apical do caule, ocorre a gema apical (terminal), que permi-
te o crescimento em comprimento (primário), graças à multiplicação das
Gema terminal
Gema lateral
Nó
Gema lateral
Entrenó
Coqueiro.
y|
raph
otog
n Ph
• Tronco – é o tipo de caule comum nas eudicotiledôneas e Swa
pa
• Trepadores – fixam-se a um substrato, procurando locais mais • Tubérculos – caules que acumulam substâncias nutritivas. Ex.:
iluminados. Podem apresentar os seguintes tipos. batata-inglesa.
• Volúveis – caules encontrados nas trepadeiras que se enrolam
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por meio de movimento helicoidal ascendente. Ex.: trepadeiras.
• Sarmentosos – caules que se fixam por meio de gavinhas. Ex.:
videira, chuchu e maracujá.
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Morango.
Os caules subterrâneos podem ser confundidos com raízes, mas são con-
siderados caules pelo fato de promoverem o brotamento. Podemos enten-
der isso observando a batata-inglesa: depois de um tempo guardada, se as
condições forem adequadas, ela começa a emitir brotos. A seguir, temos a
classificação desse tipo de caule.
• Rizomas – caules que se desenvolvem paralelamente à superfície.
Deles podem surgir folhas, como nas samambaias e na bananeira. As
folhas da bananeira formam o pseudocaule.
Alho: bulbo.
Caules aquáticos
sirtravelalot | Shutterstock
Rhizophora mangle.
Barriguda.
Cactos.
FOLHAS VEGETAIS
As folhas surgem dos primórdios foliares que se formam das gemas api-
cais caulinares. São estruturas que não possuem crescimento secundário
(espessura), por isso são laminares. Têm tecidos ricos em cloroplastos, Limbo
são especializadas na fotossíntese e realizam a transpiração, a su-
dação e a respiração vegetal.
Limbo
Pecíolo
Mangueira
A transpiração vegetal consiste na perda de água por evaporação; já a su- A folha também pode ser observada em corte transversal no microscópio
dação consiste na perda de água sob forma de gotículas. Estudaremos para que se possa entender a sua morfologia interna. Observe o esque-
com mais detalhes tais processos relacionados com as folhas na fisio- ma a seguir.
logia vegetal.
Cutícula
Há também as folhas incompletas, que podem ser sésseis ou invagi- Nas eudicotiledôneas, as folhas recebem, em geral, luminosidade mais
nantes. intensamente no nível superior da epiderme. Nesse caso, o mesófilo é
assimétrico, apresentando parênquima paliçádico junto à epiderme su-
• Sésseis – são aquelas em que há ausência de pecíolo e bainha. Ex.: perior e lacunoso junto à inferior. Os estômatos situam-se na epiderme
folhas de fumo. inferior.
SAIBA MAIS Quanto à nervação, a folha pode ser classificada da seguinte forma.
Geralmente, as folhas de plantas que vivem em locais secos (xerófi- • Peninérvea – a nervação lembra uma pena; as ramificações partem
tas) possuem mais estômatos, já que a abertura de mais estômatos da nervura central. Ex.: folha de laranjeira.
permite trocas gasosas mais eficientes quando há umidade, a qual
ocorre em pequenos períodos de tempo.
Folha peninérvea.
CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS
Quanto ao limbo, as folhas podem ser classificadas da seguinte forma.
• Simples – com limbo inteiro, indiviso. Ex.: folha de laranjeira,
• Palminérvea – as nervuras partem radialmente da base até o
violeta etc.
limbo. Ex.: folha de figueira.
Limbo
Pecíolo
Folha palminérvea.
Folíolos • Uninérvea – possui uma única nervura na porção central. Ex.: folha
do cravo.
Bainha Estípula
Quanto à filotaxia (disposição das folhas ao longo do caule), podem-se • Espinhos – são folhas modificadas com função de proteção e
classificar as folhas da seguinte maneira. diminuição das superfícies de contato, evitando, assim, perda de
água. Ex.: cactos.
• Opostas – de cada nó partem duas folhas, uma oposta em relação
à outra.
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Folhas opostas.
Folhas alternadas.
Espinhos de cactos.
• Verticuladas – mais de duas folhas encontram-se inseridas em um • Brácteas – são folhas situadas próximo a inflorescências ou flores.
mesmo nó do caule. Fazem o papel de pétalas, pois são vistosas e atraem polinizadores.
Exemplos: margarida, copo-de-leite, primavera e bico-de-papagaio.
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Coluna A
1. Raiz da mandioca
2. Sementes de feijão e amendoim
3. Folhas de tabaco
4. Casca do fruto de porongo
Coluna B
Folha capturando inseto.
a. Endosperma
CONFIRMANDO A TEORIA b. Pericarpo
c. Coifa
1. (Unicamp-SP) Em uma quitanda, cada banca apresentava uma d. Parênquima paliçádico
placa de classificação de produtos que estavam à venda. Na
banca de frutos, havia abobrinha, banana, berinjela, beterraba, A associação correta é
cenoura, laranja, pepino, tomate e chuchu; na banca de raízes e
a) 1b – 2a – 3c – 4d.
tubérculos, havia batata, cebola e mandioca.
b) 1c – 2a – 3d – 4b.
Considerando critérios botânicos, reorganize os produtos à venda
na quitanda, utilizando quatro bancas. c) 1c – 2b – 3c – 4a.
d) 1d – 2b – 3c – 4a.
Banca 1 – Frutos: abobrinha, banana, berinjela, laranja, pepino,
tomate e chuchu. e) 1d – 2b – 3a – 4c.
Banca 2 – Raízes: beterraba, cenoura e mandioca. 2. (Ifsp) As angiospermas são vegetais que podem apresentar diferentes
Banca 3 – Caule: batata. tipos de raízes que se relacionam, entre outras funções, às diferentes
condições ecológicas, conforme as apresentadas na tabela a seguir.
Banca 4 – Folhas modificadas: cebola (parte comestível).
Tabular Raiz suporte, em que os ramos radiculares se fundem Com base na morfologia dos diferentes tipos de caules, assinale a al-
com o caule, sendo importantes na fixação da planta. ternativa que contém caules adaptados à reprodução assexuada e à
Estrangu- Raiz de plantas aéreas, que cresce em direção ao fotossíntese, respectivamente.
lante solo e pode envolver o tronco da planta hospedeira,
comprometendo a circulação da seiva. a) Rizoma e bulbo.
Pneumató- Raiz aérea, dotada de pequenos orifícios (pneuma- b) Colmo e bulbo.
fora tódios) para processar a aeração do vegetal. c) Estolão e rizoma.
Tuberosa Raiz especial, que atua como órgão de reserva
d) Cladódio e estolão.
vegetal.
e) Estolão e cladódio.
Considerando-se que um manguezal é um ecossistema típico de re-
gião litorânea, com alta concentração de matéria orgânica, baixa con- 4. (UFRGS-RS) Assinale a alternativa que contém somente raízes utili-
centração de oxigênio, alta umidade e salinidade, espera-se que a ve- zadas na alimentação.
getação local apresente adaptações de raízes do tipo
a) Mandioca, rabanete, cenoura e beterraba.
a) tabular.
b) estrangulante. b) Rabanete, cebola, batata-inglesa e alcachofra.
c) tuberosa. c) Batata-inglesa, inhame, mandioca, beterraba.
d) pneumatófora. d) Gengibre, beterraba, alho, batata-inglesa.
e) pivotante. e) Cebola, mandioca, beterraba e inhame.
5. (Vunesp - Adaptada) Um aluno de uma escola de Ensino Médio recebeu de seu professor de Biologia uma lista de diversos vegetais comestíveis. O aluno
elaborou o quadro a seguir. Assinale com um X a coluna que indica a porção vegetal que cada vegetal comestível representa.
3 DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Camaleão.
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V_E | Shutterstock
SISTEMÁTICA:
Diversidade marinha.
DIVERSIDADE BIOLÓGICA 99
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
Tradicionalmente, utiliza-se a classificação em cinco reinos de Robert H. Engloba seres pluricelulares sem pigmentação fotossintetizante,
Whittaker (1969). eucarióticos e multicelulares. A nutrição é heterotrófica. Nesse reino,
estão os animais vertebrados e invertebrados.
FUNGI PLANTAE ANIMALIA
Angiospermas Artrópodes
Cordados
Basidiomicetos
Gimnospermas
SAIBA MAIS
Anelídeos
Equinodermes
Classificação em seis reinos de Cavalier-Smith (1998)
Ascomicetos
Moluscos
Platelmintos Thomas Cavalier-Smith classifica os seres vivos em seis reinos. A
Helechos
Zigomicetos sistemática utilizada baseia-se na filogenética, em que os grupos
Nematoides
Cnidários polifiléticos estão totalmente ausentes e os parafiléticos são
Musgos evitados o máximo possível. Ele transfere um número de grupos que
Esponjas
pertenciam ao Protoctista (reino de todos os eucariontes que não
são animais ou plantas), na maioria dos sistemas de classificação
PROTISTA Algas verdes Flagelados anteriores, para um dos outros reinos. Nesse modelo, cada um dos
Algas vermelhas Diatomeas reinos que contém organismos multicelulares também passa a
Algas pardas Ciliados conter certo número de organismos unicelulares relacionados. Isso
MONERA é justificado com a comparação de sequências de DNA e proteínas,
Bactérias bem como pela da ultraestrutura celular. Já nos procariontes,
Cavalier-Smith destaca características ultraestruturais, em vez das
sequências de RNA ribossômico usadas por Woese. Dessa maneira,
Monera
o domínio Archaea foi incluído como um subgrupo dentro do domínio
Bacteria. Entre os eucariontes, são cinco reinos. O reino Animalia
permanece quase inalterado e o reino Fungi passa a conter um
REINO MONERA grupo de parasitas, antes parte dos Protoctistas. Da mesma forma
que alguns grupos, antes considerados fungos, foram transferidos
Engloba organismos procariontes, como as bactérias e as cianobactérias para um novo reino designado Chromista. O reino Plantae ampliou
(algas azuis), e unicelulares. A nutrição é feita normalmente por absorção. e passou a incluir as algas vermelhas, não somente as algas verdes
Existem também organismos foto e quimiossintetizantes. (a fotossíntese foi adquirida apenas uma vez, pela incorporação
do cloroplasto em uma célula eucariótica, derivada de uma
REINO PROTISTA cianobactéria). O reino Chromista ficou com a maioria dos grupos
fotossintéticos (algas) e com alguns seres anteriormente colocados
Engloba organismos eucariontes unicelulares, pluricelulares e coloniais. A nos fungos que se acredita que tenham perdido a capacidade
nutrição ocorre por absorção, fotossíntese ou ingestão. Nesse reino, estão fotossintética secundariamente.
os protozoários e a maioria das algas. Eubacteria
1.º O nome científico deve ser escrito em latim, uma vez que é uma Rhea americana.
língua morta e se mantém imutável, não estando sujeita a qualquer
evolução. Ex.: O bacilo causador da tuberculose apresenta subespécies diversas,
como:
Cão – Canis familiaris
• Mycobacterium tuberculosis hominis (tuberculose humana);
Mosca – Musca domestica
• Mycobacterium tuberculosis bovis (tuberculose bovina);
Homem – Homo sapiens
• Mycobacterium tuberculosis avis (tuberculose aviária).
Feijão – Phaseous vulgaris
Quando o 2.º e o 3.º termos do nome subespecífico são iguais, pode-
Arroz – Oryza sativa
-se abreviar o 2.º termo. Ex.: Hypsioma gibbera gibbera → Hypsioma
2.º O nome da espécie é binominal (nomenclatura binominal). É formado g. gibbera. Outro exemplo da utilização da nomenclatura trinominal é
sempre por duas palavras latinas ou latinizadas: a primeira é um para designar subgênero. Ex.:
substantivo escrito com inicial maiúscula e representa o nome do
Glenea (Paraglenea) tigrinata
gênero a que a espécie pertence; a segunda palavra, escrita em letras
Gênero subgênero espécie
minúsculas, designa-se por epíteto específico ou restritivo específico,
sendo normalmente um adjetivo. Ex.: o nome científico da mosca é Quando gênero e subgênero têm o mesmo nome, é possível abreviar
Musca domestica. O epíteto específico identifica uma determinada pela letra inicial seguida de um ponto. Ex.: Glenea (Glenea) viridis →
espécie dentro do respectivo gênero a que pertence. Glenea (G.) viridis.
Cão: Canis familiaris Lineu ou L., 1758. 1. (Unirio-RJ) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae
(ursos), Hienidae (hienas) e Felidae (leões) veremos que todos
Bactéria da sífilis: Treponema pallidum Schaudinn & Hoffmann, 1905. são carnívoros, portanto, pertencem à(ao) mesma(o)
Algodão: Hibiscus tiliaceus Saint-Hilaire, 1825. a) espécie.
8.º Lei da Prioridade: essa lei afirma que, dentre os nomes propostos para b) ordem.
um mesmo táxon, o mais antigo é o que tem validade. Observação:
eventualmente, é permitida a substituição de um nome científico, mas c) subespécie.
para isso segue-se uma convenção (sobre as espécies reclassificadas): d) família.
• Cita-se o nome antigo entre parênteses, depois do gênero e
e) gênero.
antes do nome específico.
• Outra opção é mencionar o nome do organismo já no novo gênero Canidae, Ursidae, Hienidae e Felidae são de famílias diferentes,
e, a seguir, entre parênteses, o nome do primeiro autor e a data mas todas são carnívoras, portanto pertencem à mesma ordem.
em que denominou aquele organismo; em seguida, fora dos Alternativa correta: b.
parênteses, coloca-se o nome do segundo autor e a data em
que reclassificou o espécime. Ex.: em 1843, o médico Dubini
descreveu um dos parasitas causadores da ancilostomose, o
qual denominou Agehylostoma duodenale. Posteriormente, Creplin
emendou esse nome em 1845, incluindo-o no gênero Ancylostoma.
Será correto grafar Ancylostoma duodenale (Dubini, 1843; Creplin,
1845).
Só são considerados os nomes científicos criados de 1758 em diante,
depois da utilização do sistema binominal proposto por Lineu.
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
1. (Uece) Filogenia é a história genealógica de um grupo de organismos. realizados nas últimas décadas evidenciam vínculos evolutivos entre
A cladística é uma representação hipotética das relações ancestral/ dinossauros e aves modernas, como a semelhança na postura dos
descendente e filogenética (HENNIG, 1966). Desde o estabelecimento ovos, na construção dos ninhos e até em detalhes da anatomia óssea.
dos princípios fundamentais da teoria da evolução por Darwin, um
dos maiores objetivos das ciências biológicas é a determinação da
história de vida dos descendentes (RADFORD, 1986); um cladograma
determinado pode ser utilizado como base para um sistema de
classificação, assim como para traçar a biogeografia histórica de um
grupo (NELSON & PLATINIK, 1981).
( ) as relações filogenéticas entre os organismos revelam seu (04) Entre os representantes vivos, os pterossauros são os parentes
parentesco e o caminho percorrido por eles ao longo da mais próximos das aves modernas.
evolução.
(08) Uma forte evidência do parentesco entre dinossauros e aves foi a
( ) se duas espécies apresentam diferenças fenotípicas marcantes, descoberta de penas em fósseis de dinossauros, estrutura antes
não podem pertencer a um mesmo táxon. vista como exclusiva das aves.
( ) evolutivamente, as baleias estão mais próximas dos homens do (16) Todos os animais representados no grupo Diapsida possuem ovo
que dos tubarões, como mostra a homologia com os primeiros. amniótico.
( ) se dois organismos pertencem a um mesmo táxon, então
(32) A extinção dos pterossauros ocorreu há aproximadamente 200
apresentam mais analogias do que homologias.
milhões de anos, no Período Jurássico.
( ) a semelhança entre o corpo de um golfinho e o de um tubarão
pode ser chamada de convergência evolutiva. (64) Todos os grupos representados na árvore filogenética possuem
representantes vivos na atualidade.
3. (Ufsc) A árvore filogenética a seguir se refere à evolução do grupo de
Total:
vertebrados terrestres denominado Diapsida. Estudos paleontológicos
4. (Ufpe) O processo de surgimento de novas espécies que se adaptam Considerando o termo Ampulex dementor e os seus conhecimentos
a ambientes diversos está na base do aumento da biodiversidade e é sobre regras básicas de classificação e nomenclatura, responda:
influenciado por fatores bióticos e abióticos. Darwin soube observar
esse processo, associá-lo ao trabalho de outros pesquisadores e I. Ampulex é o nome do gênero desse organismo e dementor seria o
propor leis que o descrevem. Nesse sentido, podemos afirmar o que nome da espécie.
segue. II. A nomenclatura utilizada pela revista está grafada de forma in-
( ) As ideias de Malthus sobre crescimento populacional e correta, pois o binômio deveria estar destacado.
produção de alimentos foram fundamentais para as conclusões III. A vespa-joia (Ampulex compressa) é do mesmo gênero do ani-
de Darwin. mal recém-descoberto, mas não é necessariamente da mesma
( ) A variação nas características dos filhotes foi assumida por família.
Darwin como a base sobre a qual atua a seleção natural. IV. Um dos motivos utilizados para classificá-la nesse grupo pode ter
( ) O isolamento de parte de uma população pode contribuir para sido a presença de cefalotórax e abdome.
a formação de uma nova espécie. a) Somente a afirmativa III está correta.
( ) A transmissão das características dos organismos bem- b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
-sucedidos aos descendentes é essencial para a evolução, mas
Darwin não conseguiu explicá-la. c) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
( ) “Síntese moderna” se refere à releitura das ideias de Darwin d) Somente a afirmativa II está correta.
sob a luz da Genética.
e) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
5. (PUC-PR) Leia o texto abaixo publicado na revista Veja:
6. (Ifsc) A figura abaixo representa um sistema de conjuntos. Cada um
dos conjuntos (A, B, C, D, E e F) representa uma categoria taxonômica,
de acordo com a classificação utilizada atualmente e proposta por
Carl von Linné em 1735.
(08) Os grupos C e D pertencem à mesma família (B) e correspondem 8. (UPE) Uma aranha denominada Aranha-azul ou Tarântula-azul foi
a gêneros. descoberta em 2011 por pesquisadores brasileiros e está entre as
dez maiores descobertas, segundo a lista produzida anualmente pelo
(16) A utilização da nomenclatura científica auxilia a comunicação Instituto Internacional de Exploração das Espécies da Universidade
correta de informações, pois não existem duas espécies dife- do Estado do Arizona. Para que ela fosse catalogada como uma nova
rentes com o mesmo binômio específico. espécie, os cientistas analisaram suas características e classificaram
a espécie com um nome científico, de acordo com a nomenclatura
(32) A nomenclatura popular é a mais adequada para identificar e binomial.
transmitir informações sobre um organismo, pois apesar de so-
frer variações de acordo com a localização geográfica é a única
compreensível.
Total:
1 2 3 4
Metazoa Metazoa Metazoa Metazoa
Chordata Chordata Chordata Chordata
Mammalia Mammalia Mammalia Mammalia
Carnivora Carnivora Carnivora Carnivora
Procyonidae Canidae Canidae Canidae
Chrysocyon Marque a alternativa que apresenta o nome científico escrito
Potos flavus Canis latrans Canis lupus corretamente.
brachyurus
d) II e IV.
4 DIVERSIDADE ANIMAL
A Zoologia (zoo = animal, logos = estudo) é o ramo da biologia que estuda os animais. Na natureza, há uma diversidade imensa de animais e eles fazem parte
de um dos seis reinos assim nomeados: Eubacteria, Archaeobacteria, Protista (ou Protoctista), Fungi, Plantae e Animalia. As Archaeobacterias são estudadas
no reino Monera ou em um reino isolado. O reino Animalia não inclui somente espécies atuais, mas várias espécies extintas. Nos animais metazoários, a grande
quantidade e diversidade de células permite um grau máximo de especialização.
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Tucano. Lagarta.
Hoje, existem por volta de 2 milhões de espécies animais e, a cada dia, somam-se a essa lista novas espécies – o número exato não é estimado. Mesmo
com uma diversidade grande, existem características comuns, como as estruturais e os mecanismos essenciais, permitindo uma análise e compreensão
globalizada dos aspectos que unem os diferentes filos. A análise embriológica, o nível de organização dos animais e a uniformidade nos processos básicos da
reprodução são utilizados como características unificadoras.
B
Bacteria Archaea Protistas Plantas Fungos Animais
C
Monera
D
Bacteria Archaea Eukarya
E Grupo II
2
Classificação dos
reinos dos seres vivos. F
Ancestral comum G
O grupo III é polifilético, o que significa que inclui espécies descendentes • Plano transversal: divide o corpo em partes, cefálica e caudal.
de dois ou mais ancestrais diferentes. Nesse caso, as espécies D, E e F Tipos de simetria
compartilham o ancestral comum 2, mas a espécie C possui um ancestral
Simetria esférica: todos os eixos de simetria que passam pelo centro do
diferente.
organismo são equivalentes. Ex.: alguns protozoários.
A
Simetria radial: há vários planos em disposição radial, cuja interseção
1 determina um eixo de simetria que une a região oral e aboral. Ex.: cnidários,
B
equinodermos e alguns poríferos.
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D
Grupo III Estrela-do-mar e
E ouriços-do-mar:
2 simetria radial.
F
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO Simetria bilateral: o plano sagital divide o organismo em duas partes
iguais e opostas. Ex.: platelmintos, nematódeos e anelídeos.
SIMETRIA
Divisão imaginária do corpo do animal em metades opostas, que devem ser
simétricas umas às outras. Quando os lados opostos do animal não são
Serafima Antipova | Shutterstock
Plano frontal
Eixo anteroposterior
PRESENÇA OU AUSÊNCIA
DE TECIDOS VERDADEIROS
Quanto a esse critério, os animais podem ser divididos de duas formas.
Parazoários (para = ao lado; zoo = animal) – animais que não possuem
tecidos verdadeiros. Ex.: poríferos.
Eumetazoários (eu = verdadeiro; metazoário = animal) – animais com
tecidos verdadeiros. Ex.: cnidários, platelmintos e nematódeos.
Simetria bilateral Simetria esférica
urocordados (ascídia).
luscos, equinodermos e platelmintos não pelos critérios morfológicos, os bilatérios são divididos em protostômios
apresentam metameria. Por isso, são de- e deuterostômios; pelos critérios moleculares, os bilatérios são divididos
nominados ametaméricos. em deuterostômios, lofotrocozoários e ecdisozoários. Esses englobam
nematódeos e artrópodes, apresentam exoesqueleto e são capazes de
fazer mudas. Já os que possuem lofóforo, como moluscos e anelídeos,
Ascaris lumbricoides, lombriga causadora apresentam larva trocófora.
de uma doença chamada ascaridíase.
ANCESTRAL Porifera
SAIBA MAIS
Metazoa
COLONIAL Cnidaria
Eumetazoa
FLAGELADO Ctenophora Existem inúmeros filos dentro do reino Animalia. A seguir, listamos
Ectoprocta 23 deles.
Deuterostomia
Brachiopoda • Calcarea e Silicea (antigas esponjas) – com aproximadamente
Echinodermata 5 500 espécies.
Chordata
• Cnidaria – com aproximadamente 10 000 espécies.
Platyhelminthes
Bilateria
FLAGELADO
Ctenophora • Acanthocephala – com aproximadamente 1 100 espécies
Cnidaria • Cycliophora – 1 espécie.
Acoela • Nemertea – com aproximadamente 900 espécies.
Deuterostomia
Chordata
• Annelida – com aproximadamente 16 500 espécies.
Platyhelminthes
• Loricifera – 10 espécies.
Rotifera
• Priapula – 16 espécies.
Ecdysozoa
Ectoprocta
• Tardigrades – com aproximadamente 800 espécies.
Brachiopoda
Mollusca • Onychophora – com aproximadamente 110 espécies.
Lophotrochozoa
CONFIRMANDO A TEORIA
ENEM
1. Em 1861 foi anunciada a existência de um fóssil denominado Arqueopterix, que revolucionou o debate acerca da evolução dos animais. Tratava-se
de um dinossauro que possuía penas em seu corpo. A partir dessa descoberta, a árvore filogenética dos animais acabou sofrendo transformações
quanto ao ancestral direto das aves.
a) Peixes ósseos.
b) Répteis.
c) Mamíferos.
d) Peixes cartilaginosos.
e) Anfíbios.
Com os registros fósseis, é possível afirmar que as aves e os répteis modernos compartilharam um ancestral reptiliano comum.
Alternativa correta: b.
EXERCÍCIOS
c) 1, 1, 3 e 6.
d) 1, 2, 2 e 7.
e) 2, 2, 2 e 5.
3. (PUC-RJ) Observe os cladogramas abaixo e assinale a afirmativa b) Ordene as seguintes características dos cordados, de acordo
correta. Considere A, B e C como sendo três espécies distintas. com seu surgimento na história evolutiva do grupo, da mais
antiga à mais recente: pulmões, ovo amniótico, coluna vertebral,
endotermia, cérebro.
a) Os dois cladogramas mostram relações evolutivas distintas. 5. (UCS-RS) Analise a árvore filogenética abaixo, referente aos macacos
antropoides, em que A representa a espécie humana.
b) As espécies A e B fazem parte, obrigatoriamente, de um gênero
distinto de C.
4. (Fuvest-SP) O diagrama abaixo representa uma das hipóteses Com base nessa figura, considere as afirmações a seguir.
sobre a evolução dos animais metazoários. Nele, os retângulos
com os números I, II, III e IV correspondem ao surgimento de novas I. As letras B, C e D correspondem, respectivamente, aos chimpan-
características morfológicas. Isso significa que os grupos de animais zés, aos gorilas e aos orangotangos.
situados acima desses retângulos são portadores da característica
II. A letra E corresponde a um ancestral comum a todos os macacos
correspondente.
antropoides.
III. Não existe parentesco genético entre os homens e os chimpanzés.
DESAFIO
I. Pirâmides de teias alimentares são representações gráficas em forma de árvore nas quais são mostradas as relações de parentesco entre seres
vivos.
II. A Fenética agrupa os organismos com o maior número de características fenotípicas possíveis, mesmo que não reflitam a história evolutiva do
grupo.
III. Para a filogenética, a classificação biológica deve refletir o máximo possível as relações de parentesco entre os grupos de seres vivos.
IV. A Cladística procura estabelecer relações de parentesco evolutivo pela escolha criteriosa de características que indiquem realmente a ances-
tralidade comum entre os grupos, tentando descartar as características decorrentes de convergência evolutiva.
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(PORÍFEROS OU ESPONJAS)
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Esponjas.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Poríferos (animais com poros) representam os seres mais simples de todos
os filos animais. Alguns autores os consideram um sub-reino, o Parazoa
Poríferos (esponjas).
(parazoários), pois, embora sejam pluricelulares, não apresentam tecidos
verdadeiros, nem órgãos e sistemas. Trata-se de um grupo animal cuja
linha evolutiva é cega (a partir das esponjas, não se originou nenhum outro
A diversidade no reino Animalia é surpreendente. Serão estudados, filo).
primeiramente, os filos Calcarea e Silicea, que são agrupados e
denominados informalmente de “esponjas”. São sésseis (fixos) quando adultos e apresentam larva livre-natante. São
filtradores, podendo viver isolados ou em colônias. Apresentam colorações
variadas. Devido a associações com algas, podem ser acinzentados,
Esponjas, no passado, eram classificadas como plantas, por avermelhados, amarelados ou transparentes. São animais basais, estão
serem sedentárias e algumas apresentarem uma aparência de próximos da linhagem que se origina perto da raiz da árvore filogenética
arbusto. do reino Animalia.
Pinacócito
Epiderme
Coanócito
Estrutura de esponjas.
Mesênquima
Átrio ou Espícula
Poro espongiocele
As esponjas variam bastante em tamanho: podem ter alguns centímetros
ou passar de 1 m de altura. Para analisarmos a estrutura das esponjas,
Amebócito Espícula
vamos tomar como exemplo uma esponja asconoide, que é tubular e
pequena. A superfície de uma esponja é repleta de poros ou óstios, que se
Tipos de células.
Poros FISIOLOGIA
SISTEMA DIGESTÓRIO
Não existe. A digestão é exclusivamente intracelular. Coanócitos capturam
• Sícon e digerem o alimento; amebócitos o distribuem.
Esponja intermediária, com pregueamento da parede corporal.
O trajeto da água é poro → canal inalante → prosópila → canal SISTEMA NERVOSO E MUSCULAR
exalante → átrio → ósculo. Prosópila – une canal inalante e exalante.
Não existe. São animais aneuromiários.
Os coanócitos encontram-se nos canais exalantes.
Ex.: Grantia e Sycon. SISTEMA EXCRETOR
Ósculo Não existe. As células eliminam seus catabólitos (amônia) diretamente,
por simples difusão.
Átrio
• Regeneração: uma esponja dividida em muitos fragmentos tem a
capacidade de se reconstituir e formar vários novos indivíduos. Um novo
Canal inalante
indivíduo por fragmento que contenha amebócitos.
Canal exalante
Câmaras vibráteis Broto
Nova esponja
Grau de complexidade
Áscon → Sícon → Lêucon
CONFIRMANDO A TEORIA
1. (UFC-CE) Na evolução dos diferentes grupos animais, muitas mudanças ocorreram para dar origem a seres mais complexos. Observe o cladograma
(árvore filogenética) a seguir e responda ao que se pede.
a) Os números I e II representam características que levaram ao surgimento dos táxons Cnidaria e Nematoda, respectivamente. Indique essas
características.
I – Tecidos verdadeiros, dois folhetos germinativos, cavidade digestória, simetria radial, gastrulação. II – Tubo digestivo completo, pseudoceloma.
b) Cite uma característica compartilhada entre protistas e animais que culminou na teoria monofilética, a qual sugere a origem dos animais a partir
de protistas.
EXERCÍCIOS
Anêmonas-do-mar.
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Água-viva.
HÁBITAT
São todos aquáticos, sendo a maioria marinha.
SIMETRIA
Medusas.
Apresentam simetria radial.
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CARACTERÍSTICAS EMBRIOLÓGICAS
• Eumetazoários.
• Neuromiários.
• Enterezoários.
• Diblásticos.
Corais do Mar Vermelho. • Protostômios.
• Acelomados.
Os animais pertencentes a esse filo são chamados de cnidários ou
celenterados.
ESTRUTURA E TIPOS ANATÔMICOS
Cnidários (Cnidaria) são animais que apresentam células urticantes. O corpo de um cnidário é formado por duas camadas celulares: a epiderme
e a gastroderme. A epiderme é uma camada de revestimento externo,
enquanto a gastroderme reveste o animal internamente. Entre as duas
Celenterados (Coelenterata) são animais com cavidade digestória. camadas, situa-se a mesogleia, a qual se apresenta como uma lâmina
acelular e gelatinosa.
Para estudar a estrutura, será usada como exemplo a hidra: • Manúbrio (cabo): é a parte tubulosa e longa que se prende no
centro da face côncava da umbrela. Na extremidade livre, há um
Hipóstoma orifício que corresponde à boca (pode também funcionar como ânus).
Nematocisto Cnidocisto
Gastroderme Boca
• Tentáculos: são formações alongadas que se prendem no rebordo
Epiderme da umbrela.
Broto
• Véu ou velum: é um disco com um orifício central que se prende na
Início de
Cavidade gastrovascular margem da umbrela.
broto
Epiderme
Gastroderme Cnidocistos
PÓLIPO
Mesogleia
Cavidade gastrovascular Possui forma de tubo. Fixa-se por meio do disco basal ao substrato. O
Corpo hipóstoma constitui a região peribucal e, no centro do hipóstoma, existe a
Disco basal boca circundada de tentáculos moles.
Estrutura da hidra.
TIPOS DE CÉLULAS
Na epiderme, distinguem-se cinco células principais: as epitélio-
-musculares (contração) e os cnidoblastos (defesa e captura de alimentos),
as intersticiais (germinativas), as secretoras de muco e as receptoras Célula epitélio-digestiva
nervosas. A gastroderme delimita uma grande cavidade digestiva
denominada gastrovascular, onde os alimentos capturados sofrem a ação Célula glandular
de enzimas digestivas secretadas por células glandulares (enzimático-
-glandulares) da própria gastroderme. A cavidade gastrovascular possui
Cnidócito
contato com o exterior por meio de um orifício denominado boca,
circundada de tentáculos moles.
Célula sensorial
Gastroderme
Em algumas hidras, como a Hydra albergans, existem associadas às células Célula intersticial
gastrodérmicas algas zooclorelas e zooxantelas que fazem simbiose. A cor Mesogleia
Célula epitélio-muscular
Epiderme
das algas é conferida ao cnidário hospedeiro. Na classe Staurozoa, existem
medusas fixas.
Principais células dos cnidários.
Existem três classes principais entre os cnidários: Hydrozoa, Scyphozoa
e Anthozoa. Entre elas, há também três tipos de pólipos: hidropólipos,
• Epitélio-musculares ou mioepiteliais – células da epiderme,
cifopólipos e antopólipos; quanto às medusas, são apenas hidromedusas e
tendo por função contração e proteção. Funcionam como musculatura
cifomedusas. A classe Anthozoa não possui medusas.
longitudinal servindo para encurtar o corpo e os tentáculos.
A B
• Epitélio-digestivas ou nutritivo-musculares – células da
Boca Tentáculo Cavidade gastrovascular
gastroderme que funcionam como musculatura circular. Contraem-se
Exumbrela
aumentando o diâmetro do corpo e reduzindo o comprimento. Podem
Mesogleia fazer fagocitose.
Haste corporal Gastroderme • Glandulares – células situadas na epiderme e na gastroderme.
Epiderme Boca
Secretam muco para a fixação do animal ao substrato e enzimas
Cavidade
digestivas para a digestão na cavidade gástrica (extracelular).
Disco basal Subumbrela
gastrovascular
• Sensoriais – células da ectoderme que recebem os estímulos e os
Tentáculo
transmitem para os neurônios do sistema nervoso difuso.
A – Forma pólipo; B – Forma medusa.
• Neurônios – formam uma rede nervosa adjacente à mesogleia e
comunicam-se com as células musculares e sensoriais.
MEDUSA
• Intersticiais – encontram-se principalmente na ectoderme e são
Possui forma de guarda-chuva e suas principais características são: indiferenciadas e pluripotentes, ou seja, podem se transformar em
• Umbrela: é a parte mais volumosa da medusa. Corresponde ao outras células: nematoblastos, brotos, células sexuais etc.
pano do guarda-chuva. A face externa é convexa e a interna, côncava • Cnidoblastos ou nematoblastos (cnidócito) – células urticantes
(exumbrela e subumbrela). que predominam nos tentáculos. São exclusivas dos cnidários e
Nematocisto
Não existe.
Cnidocílio
Opérculo
VOCÊ SABIA
FISIOLOGIA • Sexuada.
• Dioicos e monoicos.
SISTEMA NERVOSO • Fecundação interna ou externa, direta e cruzada.
É do tipo difuso. É o primeiro • Desenvolvimento externo, direto ou indireto.
grupo a apresentar arco reflexo e
• Forma larval: plânula.
células sensoriais (fotossensíveis
e estatocistos).
Protoneurônio
Na reprodução de cnidários, é comum ocorrer metagênese, ou seja, Quando se encontram em condições ambientais favoráveis, as hidras
alternância de fase sexuada e assexuada de reprodução. se reproduzem assexuadamente; quando as condições se tornam
As medusas são geralmente unissexuadas, ou seja, desfavoráveis, ocorre reprodução sexuada. Por que essa mudança no
têm um único sexo. A medusa macho produz os
espermatozoides e a medusa fêmea, os óvulos tipo de reprodução?
Medusas
Plânula
Entre os hidrozoários, encontram-se
CLASSIFICAÇÃO
Caravela-portuguesa.
Os cnidários são classificados em hidrozoários, cifozoários, cubozoários,
antozoários e esturozoários. Scyphozoa ou cifozoários
Hydrozoa ou hidrozoários
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Pólipo
A fase cifomedusa é a predominante desse ciclo em relação ao cifopólipo,
Rep
alimentador r
Broto de medusa sex oduçã
Espermatozoides que pode até não existir. As medusas de hidrozoário são pequenas, já as
uad o
Pólipo reprodutor a Zigoto medusas de cifozoários podem ter até 2 m de diâmetro. Ocorre metagênese
Gastroderme e a maioria é dioica, de fecundação externa e com desenvolvimento
Epiderme Brot Plânula indireto (larva plânula, que se fixa no substrato originando pólipo jovem –
a
asse mento
Cavidade gastrular xuad
o cifístoma). Posteriormente, o pólipo se estrobiliza (fase assexuada), origina
Medusas. medusas imaturas (éfiras), que, em seguida, originam medusas adultas.
Ex.: Aurelia aurita.
Espermatozoides Ovário
Ovo Medusas
Cubozoa ou cubozoários
Cubomedusas, mais conhecidas por vespas-do-mar, diferenciam-se dos atóis. A estrutura do recife cresce verticalmente e em direção ao mar
cifozoários por apresentarem olhos complexos na sua borda tentacular. por meio do acúmulo de carbonato de cálcio, e os animais que mais
Mais comuns em oceanos tropicais, possuem cnidócitos com toxinas participam de sua construção são os corais escleractinianos. As grandes
muito potentes. Um exemplo é a vespa-do-mar (Chironex fleckeri), típica do estruturas de recifes podem elevar o nível do mar. Com o aquecimento
global, tem ocorrido um branqueamento dos corais (do inglês bleaching),
mar no norte da Austrália, cuja toxina geralmente é fatal para humanos, que se dá pela perda das algas simbióticas zooxantelas presentes nos
pois leva a uma parada cardiorrespiratória. tecidos deles. Além do aquecimento global, que pode elevar a incidência
de branqueamento, a turbidez (níveis baixos de radiação solar), os altos
níveis de radiação UV e a poluição contribuem para esse fenômeno.
Anthozoa ou antozoários
Estaurozoário.
Anêmona.
Nessa classe, existem apenas indivíduos polipoides (antopólipos) mais 1. Os corais que formam o banco dos Abrolhos, na Bahia, podem estar
especializados que o pólipo de hidrozoários, apresentando mesogleia extintos até 2050 devido a uma epidemia. Por exemplo, os corais-
celular e cavidade gastrovascular septada, que podem ser coloniais, como -cérebro já tiveram cerca de 10% de sua população afetada pela
praga-branca, a mais prevalente da seis doenças identificadas em
o coral-cérebro, e solitários, como as anêmonas. É possível encontrar Abrolhos, causada provavelmente por uma bactéria. Os cientistas
representantes com exoesqueleto de carbonato de cálcio (coral-cérebro) atribuem a proliferação das patologias ao aquecimento global e
e outros (corais-córneos) que apresentam esqueleto interno formado por à poluição marinha. O aquecimento global reduziria a imunidade
espículas calcárias (gorgônias). Ocorre reprodução sexuada e assexuada, no dos corais ou estimularia os patógenos causadores desses males,
entanto não existe alternância de geração. Antozoários podem ser dioicos trazendo novos agentes infecciosos.
FONTE: FURTADO, F. Peste branca no mar. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, v. 42, n. 251, ago. 2008.
ou monoicos e a fecundação pode ser interna (cavidade gastrovascular) ou (Adaptado).
externa. O desenvolvimento é indireto: forma-se uma larva plânula que se
A fim de combater a praga-branca, a medida mais apropriada,
fixa no substrato e dá origem a um novo pólipo.
segura e de efeitos mais duradouros seria
a) aplicar antibióticos nas águas litorâneas de Abrolhos.
b) substituir os aterros sanitários por centros de reciclagem de lixo.
c) introduzir nas águas de Abrolhos espécies que se alimentem da
SAIBA MAIS
bactéria causadora da doença.
d) aumentar, mundialmente, o uso de transportes coletivos e
Recifes de corais são formações rochosas calcárias que servem de diminuir a queima de derivados de petróleo.
sustentação a plantas e animais marinhos. Alguns organismos dos e) criar uma lei que proteja os corais, impedindo que mergulhadores
recifes depositam carbonato de cálcio, que leva à formação dos recifes. e turistas se aproximem deles e os contaminem.
Os recifes coralinos encontram-se em mares tropicais, com águas rasas,
claras e com temperatura média de 20 a 28 °C, os quais permitem A redução da queima de combustíveis fósseis reduz o efeito estufa.
a entrada da luz necessária às algas zooxantelas para a realização da
fotossíntese. Os principais tipos de recifes são de franja, em barreira e Alternativa correta: d.
EXERCÍCIOS
a) Os cnidários são os primeiros , ou seja, apresentam a) O animal A apresenta simetria bilateral e é celomado.
tecidos verdadeiros.
b) O animal B apresenta simetria radial e é celomado.
b) Analisando as características embriológicas, podemos afirmar
que os cnidários têm dois folhetos embrionários, ou seja, são c) O animal A apresenta simetria radial e é acelomado.
.
d) O animal B apresenta simetria bilateral e é acelomado.
c) Possuem tubo digestório, são , porém o tubo
digestório apresenta somente boca, é , a digestão 3. (UEL-PR) Leia o texto a seguir.
é e .
Turritopsis dohrnii é uma espécie de hidrozoário conhecida atualmente
d) Os cnidários apresentam uma célula urticante, , como “água-viva imortal”. Seu curioso ciclo de vida foi descoberto
utilizada na defesa e captura de alimento. em 1988 por Christian Sommer, um biólogo marinho alemão.
Sommer manteve espécimes de Turritopsis dohrnii no laboratório e,
e) Seu corpo é e sua simetria é .
após vários dias, notou que os animais estavam se comportando
f) Nos , a boca localiza-se na parte superior; nas de uma maneira muito peculiar [...] eles se “recusavam” a morrer.
, a boca está na parte inferior. Aparentemente, eles estavam revertendo o envelhecimento e
rejuvenescendo progressivamente, até alcançarem seu estágio
g) Não existe esqueleto, exceto nos , como inicial de desenvolvimento, ponto em que novamente iniciavam seu
, que apresentam um formado por ciclo de vida. Em 1996, os cientistas descreveram como a espécie
. pode se transformar novamente em um pólipo a partir da fase de
medusa. Um dos cientistas comparou a água-viva a uma borboleta
h) O sistema nervoso é , não existe cabeça, são
que pudesse novamente se tornar uma lagarta. Hoje sabemos que o
.
rejuvenescimento de Turritopsis dohrnii é desencadeado por estresse
i) As medusas que apresentam véu são denominadas ambiental ou agressão física. Essas descobertas apareceram para
e as que não apresentam, . desbancar a lei mais fundamental da natureza – “você nasce e então
você morre”.
j) Não existe sistema , por isso o tubo digestório é
FONTE: RICH, N. Can a Jellyfish Unlock the Secret of Immortality? In: The New York Times. nov. 2012.
muito desenvolvido. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2012/12/02/magazine/can-a-jellyfish-unlock-the-secretof-
immortality.html?pagewanted=all&_r=0>. Acesso em: 18 jun. 2014. (Adaptado).
k) A reprodução pode ser ou . É
possível ocorrer alternância de ou .
podem se reverter em situações de estresse ambiental durante 5. (CN-RJ) Assinale a opção em que todas as características descritas
a vida de um indivíduo de Turritopsis dohrnii e justifique usando as pertencem aos Cnidários.
informações do texto.
a) São animais que não possuem tecidos definidos nem órgãos e
sistemas. Apresentam orifícios em todo o corpo, pelos quais a
água penetra. O interior do corpo forma uma cavidade chamada
de átrio, que é revestida por células denominadas coanócitos. São
exclusivamente aquáticos.
b) Apresentam o corpo achatado dorsoventralmente. Possuem um
tubo digestório incompleto, com apenas uma abertura: a boca,
por onde ingerem os alimentos e eliminam as fezes. Alguns vivem
adaptados à vida parasitária e não apresentam o tubo digestório.
b) Embora, entre os animais, o ciclo de vida ilustrado ocorra apenas
c) Corpo com uma abertura única: a boca, que fica em contato
no filo Cnidaria, entre os vegetais, como os musgos (Bryophyta),
com uma cavidade gastrovascular. Apresenta, dentre as células
um tipo de ciclo de vida semelhante a este é comum. Entre os epidérmicas, células especializadas com uma cápsula, o
cnidários e os musgos, existem diferenças marcantes em relação nematocisto, que contém líquido urticante e auxilia na obtenção
ao teor cromossômico das células em cada fase dos ciclos e, de alimentos.
também, em relação ao tipo de divisão celular responsável pela
produção de gametas. Explique essas diferenças. d) São animais de corpo mole; dividido em cabeça, massa visceral
e pé; geralmente protegido por uma concha calcária. A massa
visceral é recoberta pelo manto, onde existem glândulas que
fabricam a concha calcária.
e) São animais de corpo longo e cilíndrico, afilado nas extremidades.
Possuem tubo digestório completo, com boca e ânus. Muitas
espécies são de vida livre, vivendo em ambientes aquáticos ou
terrestres, e muitas são de vida parasitária.
6. (Uema)
A Grande Barreira de Corais da Austrália é a maior faixa de corais
do mundo com 2 300 quilômetros de comprimento e largura variando
de 20 a 240 quilômetros, podendo ser vista do espaço. É a maior
4. (UFG-GO) Leia o texto a seguir. estrutura do mundo feita unicamente por milhões de organismos
vivos. É situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-
Em 2008, foi constatado que, desde 1950, o planeta perdeu, -Nova Guiné. A Barreira de Corais da Austrália comporta uma grande
efetivamente, 19% da área de recifes de coral em consequência da biodiversidade e é considerada um dos patrimônios mundiais da
ação antrópica. Esses ecossistemas são formados por associação humanidade.
simbiótica entre antozoários e zooxantelas que vivem em uma faixa Disponível em: <http://kabanamaster.com/os-10-lugares-mais-lindos-do-mundo/>. Acesso em: 20 set.
estreita ao longo do gradiente oligotrófico (oceânico)/eutrófico 2013. (Adaptado).
5 DIVERSIDADE ANIMAL
Nos próximos filos do reino animal, estudaremos aqueles que apresentam simetria bilateral, mesmo que apenas durante a fase larval, como no caso dos
equinodermos. Nesses grupos, um único corte, sagital ou mediano, divide o animal em partes simétricas ou imagens-espelho (metade direita e esquerda). Com
relação à simetria bilateral, observam-se as organizações dos neurônios em cordões longitudinais e a concentração dos receptores sensoriais na extremidade
anterior do corpo. A maioria dos bilatérios tem tecidos e órgãos derivados da mesoderme. Isso leva ao desenvolvimento de compartimentos extracelulares
e possibilita uma especialização fisiológica. Os animais bilatérios também são tripoblásticos e a maioria tem tubo digestório completo. Uma das diferenças
entre os bilatérios e os cnidários é que aqueles apresentam um alto grau de evolução do sistema nervoso. Por isso, é possível afirmar que a cefalização está
associada ao desenvolvimento dos bilatérios.
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FILO PLATELMINTOS porque, nesse filo, são encontradas verminoses, como a esquistossomose,
que em muitos lugares, inclusive no Brasil, tem debilitado pessoas e até
(PLATYHELMINTHES) provocado mortes. As evidências moleculares sugerem que existem três
clados de animais com simetria bilateral: Lophotrochozoa, Ecdysozoa e
INTRODUÇÃO Deuterostomia. Os Platelmintos são lofotrocozoários e há por volta de
20 mil espécies. Neste capítulo, serão estudados esses vermes.
O filo Platelmintos inaugura uma novidade: a simetria bilateral. A partir
desse filo, é possível encontrar uma cefalização e uma organização
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Cordão nervoso
Gânglios laterais
Epiderme Glândulas Cavidade
inferior mucosas digestiva
Sistema nervoso ganglionar e ventral (hiponeuros).
Corte transversal em planária.
CLASSIFICAÇÃO
VOCÊ SABIA
Existem células epidérmicas com função tátil, termorreceptora, Classe Turbellaria (turbelários)
quimiorreceptora (aurículas das planárias) e fotorreceptora (ocelos
Apresentam corpo sem segmentações, epiderme mucosa e com cílios
das planárias). Os ocelos informam a intensidade e a direção da luz,
e não têm ganchos ou ventosas. Possuem tubo digestório com boca
mas não conseguem formar imagens.
ventral, faringe protrátil e intestino bastante ramificado. O hábitat é
preferencialmente aquático dulcícola. Apresentam várias colorações,
como cinza e preto. São animais de vida livre. Na cabeça, possuem
ocelos (fotorreceptores) e também aurículas que funcionam como
quimiorreceptores. São hermafroditas, normalmente com fecundação
Cavidade cardiovascular cruzada e desenvolvimento direto. Pode ocorrer reprodução assexuada por
Faringe e boca
laceração. Exemplos: Dugesia tigrina (planária de água doce), Convoluta
Ocelos Aurícula
henseni (planária marinha).
Sistema sensorial da planária.
Canal excretor
Ch
Células do canal excretor
ok
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Célula-flama iko
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Núcleo hu
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Imagem de uma planária.
Os fluidos corporais
entram para o Poro excretor
espaço interno da
célula-flama...
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Escólex de cestoide.
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Classe Cestoda (cestoides)
Proglotes
SAIBA MAIS
IMPORTÂNCIA
Vários platelmintos são de interesse médico, como o trematódeo
Partes do corpo de uma tênia.
Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose ou barriga-d’água, e
as tênias, causadoras da teníase. Conhecer seus processos reprodutivos
permite a prevenção das doenças.
SAIBA MAIS
CONFIRMANDO A TEORIA
1. (Unesp) No Brasil está largamente distribuída a espécie Schistosoma mansoni, em especial no Nordeste e no Leste. Este platelminto causa a
esquistossomose, conhecida como barriga-d’água.
EXERCÍCIOS
1. (CEPBJ-PR) Preencha as lacunas referentes ao filo Platelmintos: a) Caramujos Biomphalaria glabrata foram trazidos pelas enchentes,
a) São vermes achatados ___________, apresentam simetria colonizando as margens do estuário e áreas alagadas das
___________ quanto à segmentação e são ___________. residências. Cercárias presentes no ambiente penetraram no
caramujo, desenvolvendo-se até a fase adulta. O consumo de
b) Apresentam três folhetos embrionários, são ___________, caramujos do mangue levou à contaminação das pessoas.
o blastóporo dá origem à boca, são ___________ e não
apresentam celoma (___________). b) As pessoas foram infectadas diretamente pelo platelminto parasita
Schistosoma mansoni por meio da ingestão da água contaminada,
c) São os primeiros _______________ com cabeça diferenciada
durante a enchente.
do corpo.
d) Existem três classes: turbelários, que possuem vida __________ c) O estabelecimento de residências nessas áreas exigiu uma
________, trematódeos e cestoides, que são _____________. quantidade considerável de areia tanto para aterros como para
a preparação das massas utilizadas na construção. Essa areia,
e) A estrutura de sustentação é formada por músculos: _________, procedente de leitos de rios, pode ter sido o veículo que introduziu
___________ e ___________. a espécie Biomphalaria glabrata na localidade.
f) O tubo digestório apresenta somente boca, é ____________.
d) Após a enchente, o terreno das casas e a areia da praia foram
Nos cestoides, não existe tubo digestório.
infestados por Schistosoma mansoni, e o contato com a pele
g) A excreção é realizada por “sistema” protonefridiano, formado permitiu a contaminação das pessoas. A fase larval da espécie
por unidades denominadas células-________________ ou está relacionada, diretamente, à falta de saneamento básico.
_______________.
e) As larvas de Schistosoma mansoni infectaram animais domésticos,
h) Não existem sistemas ___________ e respiratório. como porcos, e as fezes, em contato com a pele humana,
permitiram a contaminação das pessoas após a enchente do Rio
i) O sistema nervoso é ___________ e ___________, são
Ipojuca.
hiponeuros.
j) Os trematódeos apresentam ___________ para fixação, e um 3. (FGV-SP) A difilobotríase é uma parasitose adquirida pela ingestão
evidente dimorfismo ___________. de carne de peixe crua, mal cozida, congelada ou defumada em
k) Os cestoides apresentam o corpo dividido em três partes: temperaturas inadequadas, contaminada pela forma larval do
__________, __________ e __________. Os turbelários agente etiológico.
apresentam um intestino __________, na cabeça apresentam
__________ (fotorreceptores) e ___________ (quimiorre- O ciclo do parasita envolve a liberação de proglotes pelas fezes
ceptores). humanas repletas de ovos, que eclodem na água e passam a se
hospedar sequencialmente em pequenos crustáceos, em pequenos
2. (UPE) peixes e, finalmente, em peixes maiores que, ao serem ingeridos nas
Pesquisadores de Pernambuco notificaram um surto de condições citadas, contaminam os seres humanos.
esquistossomose aguda na praia de Porto de Galinhas (PE) em
2000, quando 662 pessoas tiveram diagnóstico positivo. A infecção As informações descritas sobre o ciclo da difilobotríase permite notar
humana em massa ocorreu no feriado de 7 de setembro, quando semelhanças com o ciclo da
chuvas pesadas provocaram a enchente do Rio Ipojuca que invadiu as
residências. A maioria dos casos agudos foi em residentes locais que a) teníase, grupo dos platelmintos.
tiveram exposição diária às cercárias durante três semanas, até que
b) esquistossomíase, grupo dos moluscos.
as águas baixassem.
FONTE: BARBOSA, C. S. et al. 2001. Epidemia de esquistossomose aguda c) ascaridíase, grupo dos anelídeos.
na praia de Porto de Galinhas. Pernambuco, Brasil. Caderno de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, H(3), p. 725-728, maio-jun., 2001.
d) tripanossomíase, grupo dos protozoários.
Após análise dos resultados, os pesquisadores levantaram algumas
hipóteses, sendo a mais plausível para explicar o surto a seguinte: e) filaríase, grupo dos nematelmintes.
4. (UFSJ-MG) Leia atentamente o texto abaixo, que apresenta algumas a) Sistema circulatório fechado e digestão extracelular no estômago.
informações sobre os platelmintos.
b) Sistema digestório completo e cordão nervoso ganglionar dorsal.
Os platelmintos são animais acelomados. Nesses animais, a
mesoderme preenche o espaço da blastocele, formando um c) Sistema digestório incompleto e órgãos dos sentidos ocelares.
tecido chamado mesênquima ou parênquima. Outra característica
d) Sistema nervoso central e coordenação motora para locomoção.
marcante nos platelmintos é que eles possuem o corpo achatado
dorsoventralmente. Como não existem sistemas que permitam a e) Sistema nervoso difuso e sangue com hemácias anucleadas.
circulação de substâncias, as mesmas são veiculadas por difusão
célula a célula no mesênquima.
6. (PUC-RJ) O filo Platyhelminthes inclui tanto formas de vida livre
Sobre os platelmintos, assinale a alternativa correta. como organismos endo e ectoparasitas. Platelmintos endoparasitas
a) A difusão de substâncias ocorre melhor nos animais acelomados, pois se caracterizam por
ocorre difusão célula a célula no mesênquima. Assim, o achatamento a) ausência de cutícula, de tubo digestório e de ocelos.
do corpo facilita a difusão, pois o volume (V) do corpo pode ser mantido
mesmo com um crescimento inferior ao da superfície (S). b) ausência de cutícula, presença de ganchos e ventosas e de
estágios larvais.
b) A ausência de um sistema de circulação não pode ser um limitante para c) presença de cutícula, de ganchos e ventosas e de estágios larvais.
o tamanho corporal. O aumento do tamanho corporal (T) observado nos
platelmintos maiores só está relacionado ao modo de vida dos mesmos e d) presença de cutícula, ausência de tubo digestório, presença de
independe de fatores, tais como o crescimento da superfície do corpo (S) ocelos no estágio adulto.
em relação ao volume (V), mesmo porque o achatamento do corpo é uma e) presença de tubo digestório completo, com boca e ânus.
especialização para o modo de vida parasitário.
7. (UEL-PR) O grupo dos platelmintos é caracterizado pelo aparecimento,
c) A ausência de um sistema de circulação pode ser um limitante para pela primeira vez na escala zoológica, da simetria bilateral. Com base
o tamanho corporal. O aumento do tamanho corporal (T) observado nos nesse fato, assinale a alternativa que apresenta as características
platelmintos maiores só foi possível pela compensação do crescimento que, durante a evolução destes animais, surgiram associadas ao
da superfície do corpo (S) em relação ao volume (V), propiciada pelo aparecimento da simetria bilateral.
achatamento do corpo. Isso acontece porque a superfície (S) sempre
crescerá a uma razão S2 e o volume a uma razão V3. a) Aparecimento do ânus e de células-flama.
INTRODUÇÃO
Um filo cosmopolita, assim seria possível definir os nematódeos, pois são encontrados principalmente nas águas, mas também em solos, dentro de plantas
e em líquidos corporais de animais. O corpo desses seres é recoberto por uma cutícula dura, e eles necessitam fazer mudas ou ecdises. Isso leva a crer, pela
evidência molecular, que eles fazem parte de um grande grupo que também inclui artrópodes, os chamados Ecdisozoários. Acredita-se que existam por volta
de 25 mil espécies, mas esse número seguramente é muito menor do que o real. No passado, os nematódeos foram incluídos em um grande filo denominado
Asquelmintos, que apresentava seis classes: Kinorhyncha, Loricifera, Nematomorpha, Chaetognatha, Rotiphera e Nematoda. Atualmente, cada uma dessas
classes é estudada como um filo à parte. Nematódeos são vermes em forma de “fio”, ou seja, são cilíndricos. Neste capítulo, é possível avaliar as principais
características deles e a sua importância na saúde pública.
CARACTERIZAÇÃO
São vermes cilíndricos assegmentados ou não metamerizados, eumetazoá-
Boca Boca
Cordão nervoso dorsal
Cutícula Poro
Musculatura excretor Faringe
Epiderme
Ovários
Espículas
peniais Cloaca
Nematódeo: corte transversal (A) e
tubo digestório completo (B e C).
No nematódeo Ascaris lumbricoides, a pressão interna no repouso é É formado por uma única célula gigante denominada túbulo em H ou
de 70 cm de água e chega a 400 cm quando o animal se locomove. renetes. Em alguns nematódeos, o túbulo não apresenta canais laterais: é
Essas pressões elevadas são mantidas, com economia de energia, um túbulo simples. Pode-se chamar o túbulo em H de protonefrídio.
pela existência, ao longo do corpo do animal, de uma musculatura
longitudinal. Faringe Células
glandulares
Duto da
célula
Duto
FISIOLOGIA
Célula
Sistema digestório Poro excretora
excretor
Poro da
Apresentam sistema digestório com tubo completo (boca e ânus ou cloaca) célula
Canal excretor
em extremidades opostas do corpo. A digestão é extracelular. Na boca, Sistema excretor dos nematódeos.
podem existir papilas ou lábios. Em alguns, existe uma cápsula bucal com
dentes ou lâminas cortantes. Sistema nervoso
Existe um anel periesofagiano do qual partem seis a oito cordões nervosos,
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Ânus
CLASSIFICAÇÃO
SAIBA MAIS
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diarreia e peritonite.
Boca
Lábios
Macho
Linha lateral
Trichinella spiralis.
Espículas
Poro Cloaca
Boca copulatórias
excretor
IMPORTÂNCIA
EXERCÍCIOS
CONFIRMANDO A TEORIA EXERCÍCIOS
1. (Unicamp-SP) Animais triploblásticos podem ser acelomados, 1. (CEPBJ-PR) Preencha as lacunas abaixo sobre o filo Nematoda.
pseudocelomados ou celomados. Considere o esquema a seguir
do corte transversal de um embrião e faça o que se pede. a) São vermes ___________, de corpo ___________ e simetria
___________.
Pseudocelomado, porque apresenta cavidade corpórea (III) e) São os primeiros a apresentar tubo digestório ___________,
parcialmente revestida de mesoderme (II), o espaço fica com boca e ___________.
entre a meso e a endoderme.
f) Não existem sistemas ______________ e _____________.
b) O que está indicado por I, II, III e IV?
I – ectoderme, II – mesoderme, III – pseudoceloma e g) Realizam excreção através dos túbulos em ___________, um
IV – endoderme. sistema protonefridiano.
6. (UFF-RJ) A ascaridíase e a ancilostomose, causadas respectivamente 8. (Udesc) Assinale a alternativa correta, quanto aos poríferos, cnidários,
pelo Ascaris lumbricoides e pelo Ancylostoma duodenale, são platelmintos e nematelmintos.
consideradas parasitoses intestinais. No entanto, essas parasitoses
podem também causar lesões pulmonares. a) As esponjas pertencem ao filo dos poríferos. Possuem constante
movimentação através de cílios e apresentam digestão
a) Considerando o ciclo desses parasitas, explique por que eles são
exclusivamente extracelular.
capazes de causar lesões pulmonares.
b) As águas-vivas e as anêmonas pertencem ao filo dos cnidários.
Apresentam digestão intracelular (células digestivas) da
gastroderme e extracelular no tubo digestório incompleto, pois
não têm ânus.
Total:
FILO MOLUSCOS (MOLLUSCA) com concha, concentra-se a maioria dos órgãos. Existem moluscos
com milímetros e moluscos até com metros, como a lula-gigante
Architeuthis sp., que mede mais de 15 metros.
INTRODUÇÃO • Hábitat: moluscos podem viver em ambientes aquáticos, dulcícolas
Os moluscos constituem um grupo muito bem-sucedido na natureza. ou marinhos, e em ambientes terrestres.
Ocupam vários ambientes e exibem hábitos de vida bastante diversificados. • Simetria: bilateral, forma do corpo pouco ovoide.
Há diversos representantes: caracóis, lulas, ostras e muitos outros,
• Características embriológicas: triblásticos (possuem três
especialmente marinhos. Moluscos são animais de corpo mole e a maioria
apresenta uma concha secretada pelo manto. Existem aproximadamente folhetos), celomados (esquizocelomados) e protostômios.
93 mil espécies. Fazem parte de um clado denominado lofotrocozoários
por apresentarem uma larva trocófora. Muitos moluscos possuem grande
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relevância ao ser humano, pois servem de alimento, como é o caso do
escargot, das lulas e dos polvos. Outros representam pragas, como lesmas e
caracóis, para a agricultura. Há também a importância médica, pois alguns
são hospedeiros de parasitos, como Biomphalaria glabrata, hospedeiro da
larva do Schistosoma mansoni, causadora da esquistossomose. Você será
convidado a se deslumbrar com a diversidade que existe no filo Moluscos.
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Lula.
Ligamento
Anterior Dentes
laterais Adutor
Umbo posterior
Dentes
cardinais
Umbo
Ligamento
Anterior Posterior
Valva Valva
esquerda direita
Sinus
Posterior Linha palial
Adutor palial
anterior
Partes das conchas.
FISIOLOGIA
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Sistema digestório
Presença de tubo digestório completo. Alguns moluscos, como os
pelecípodas, podem ser considerados filtradores, pois usam as brânquias
para respiração e para filtrar algas e protozoários. Já os moluscos não
filtradores podem ser herbívoros e carnívoros e apresentam uma língua
raladora, a rádula, situada na faringe. Possuem fígado como glândula
Conchas de moluscos.
anexa e a digestão é extracelular.
Nos bivalves:
Pelecípodas são um grupo que não possui rádula, uma língua raladora.
• Charneira – local de articulação.
• Ligamento elástico – une bordos, permitindo abertura.
Intestino Concha
• Músculos abdutores – prendem as valvas e permitem o fechamento. Estômago
Manto
Massa
As conchas apresentam três camadas: visceral Ânus
Tentáculos
• Cutícula ou perióstraco.
Cabeça
• Camada prismática. Cavidade do
manto
• Camada nacarada ou lamelar formada por substâncias calcárias e Pé
Rádula Esôfago
conchiolina.
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Concha
Concha Manto
Perióstraco
Camada
prismática
Pérola
Nácar
Manto Pregas do
manto
Epitélio externo
do manto Perióstraco
recém-secretado
Estrutura da concha e Moluscos bivalves são filtradores, utilizam as brânquias para trocas gasosas e para
formação da pérola. captura de alimento.
Sistema circulatório
É aberto na maioria dos moluscos e estes possuem sangue com pigmento hemocianina. O coração é dorsal, fica inserido na cavidade pericárdica e apresenta
dois átrios e um ventrículo.
REGIÃO Artéria Coração Cavidade
Estômago dorsal pericárdica
DORSAL
Metanefrídio
Ânus
REGIÃO
ANTERIOR
Boca Sifão exalante
Sifão inalante
Hemocela
do intestino REGIÃO POSTERIOR
Artéria do manto
Hemocela
Pé REGIÃO Hemocelas
Hemocela do pé VENTRAL Brânquia do manto
Sistema circulatório dos moluscos.
IMPORTANTE
Coração
Cavidade
pericárdica
Nos moluscos cefalópodes, o sistema circulatório é fechado. (celoma)
Nefrostoma
Nefridióporo
VOCÊ SABIA Metanefrídio
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Neopilina galatheae.
Classe Polyplacophora
Essa classe tem como exemplo polvos, lulas, sépias, náutilos e amonoides
fósseis. Podem ter concha interna (lula), concha ausente (polvo) e concha
Quítons são moluscos externa (náutilos). Possuem cabeça grande, olhos complexos, estatocistos
marinhos de tamanhos e sistema olfativo desenvolvido. Sua boca, circundada por oito (polvo) a
variados da classe
Polyplacophora. dez (lula) tentáculos, apresenta mandíbula e rádula. A respiração é do tipo
branquial. Nadam por meio de um jato de água. Apresentam cromatóforos
e glândula de tinta, que lhes permitem mudar de cor e, assim, camuflar-se
a fim de defender-se de predadores. O macho tem braços utilizados como
pênis. A fecundação é interna. São ovíparos e têm desenvolvimento direto.
Classe Aplacophora Exemplo: Enteroctopus dofleini (polvo).
Shiva N hegde | Shutterstock
Neomenia, molusco
da classe Aplacophora. Lula-gigante.
Tentáculos Rádula Cérebro Fígado Esôfago Rim Estômago Ceco Manto Pena
com ventosas (esqueleto
interno)
Boca
Glândula salivar Nadadeira
Ânus Poro genital Coração
Sifão exalante Bolsa de tinta Gônoda
Brânquia
Estrutura de cefalópode.
É a maior e mais diversificada classe. Trata-se de animais marinhos, dul- SAIBA MAIS
cícolas e terrestres. A concha espiral é formada por uma única valva. Nas
lesmas, não há concha. Desenvolveram maior cefaliza- Em ostras perlíferas (Pteria e Pinctada), a formação de pérolas
ção, seus tentáculos têm olhos nas extre- se dá entre o manto e a concha. Tal processo ocorre quando,
midades e apresentam rádula. Os gastró- acidentalmente, corpos estranhos penetram entre o manto e a
podes aquáticos respiram por brânquias concha e, para se defenderem (resposta imunológica), as ostras
e os terrestres, por pulmões. Em al- secretam camadas de nácar, o qual forma a pérola. O ser humano
guns, as trocas são cutâneas. Os gas- pode induzir esse processo introduzindo corpos estranhos nas ostras,
Nataliia Dvukhimenna | Shutterstock
trópodes pulmonados são hermafrodi- como partes de outras ostras perlíferas (manto).
tas, apresentam ovotéstis (glândula que
Keitma | Shutterstock
EXERCÍCIOS
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. g) São animais triblásticos, possuem celoma, são ___________
do tipo ___________ e protostômios, ou seja ___________.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
O caramujo gigante está dizimando o nativo por um processo 2. (FGV-SP) O mexilhão dourado, Limnoperna fortunei, é um bivalente
de competição interespecífica, pois competem pelo mesmo originário da Ásia. A espécie chegou à América do Sul provavelmente
hábitat e pelo mesmo nicho ecológico. Nematoides são vermes de modo acidental na água de lastro de navios cargueiros.
que causam verminoses como ascaridíase e ancilostomíase.
Durante a fase larval, o bivalente é levado pela água até que termina
A Achatina fulica é uma espécie invasora e exótica, que tem
por se alojar em superfícies sólidas, onde se fixa e cresce formando
competido com as espécies nativas.
grandes colônias.
Alternativa correta: b.
canos e dutos de água para irrigação e geração de energia elétrica, d) Poliplacóforos – Anelídeos – Cefalópodes – Bivalves –
entre outros. Gastrópodes.
3. (Unicamp-SP) O filo Mollusca é o segundo maior do reino animal em a) Explique a função da clorofila na fotossíntese.
número de espécies. É correto afirmar que os moluscos da classe
Gastropoda
(04) A introdução de espécies exóticas pode levar à extinção de espé- b) diminuição da variabilidade genética com relação à autofecundação
cies nativas. e maior chance de adaptação das espécies ao ambiente.
(08) A ausência de predadores e a alta taxa reprodutiva das espécies c) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e as
exóticas contribuem para o seu sucesso nos ambientes invadidos. mesmas chances de adaptação das espécies ao ambiente.
Total:
8. (PUC-SP) Analise a tira de quadrinhos abaixo. 3. Um hábito popular para matar lesmas e caramujos consiste em
jogar sal de cozinha sobre seus corpos.
a) Explique o processo pelo qual, nesse caso, o sal leva à morte.
SUSTENTAÇÃO E LOCOMOÇÃO
Não existe esqueleto, somente o “esqueleto hidrostático” (de água), que
dá sustentação. Logo abaixo da epiderme, existem duas camadas de
musculatura: a externa, que é circular, e a interna, que é longitudinal.
Poliqueta.
As duas camadas podem ser denominadas tubo músculo-dermático. A
locomoção é feita pela contração rítmica dos músculos e auxiliada pelo
esqueleto hidrostático. As cerdas e os parapódios auxiliam a locomoção.
Nas sanguessugas, ocorre o movimento “mede palmo”, graças à utilização
das ventosas.
CARACTERIZAÇÃO
Cavidade Nefrídio
intestinal
No filo Anelídeos (annelus = anus; eidos = forma), enquadram-se animais Podo excretor
vermiformes, caracterizados por apresentar uma nítida segmentação Vaso sanguíneo Celoma
ventral
ou metamerização externa e interna. Na metamerização homônoma, Cordão nervoso ventral
somente os dois primeiros e os dois últimos segmentos possuem estruturas
diferenciadas. Em alguns poliquetas sedentários, a segmentação é Corte transversal do corpo de uma minhoca.
heterônoma. Podem atingir desde alguns centímentros até 2 metros de
comprimento. São eumetazoários, enterozoários e neuromiários. FISIOLOGIA
Sistema digestório
Apresentam tubo digestório completo, com digestão extracelular.
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Moela
Papo Moela
(trituração)
Esôfago
Faringe
Intestino
Ânus
Decomposição
Intestino de substâncias
Boca complexas; absorção
de nutrientes
Minhoca
Tubo digestório dos oligoquetas.
VOCÊ SABIA
Charles Darwin fez cálculos e estimou que, em um acre de terra bom para a agricultura que possuía 50 mil minhocas, chegava-se a produzir 18 mil
toneladas de fezes por ano. Hoje, as minhocas são muito utilizadas para esse fim. Os minhocários podem ser feitos em casa em pequenos espaços e a
baixíssimo custo.
SAIBA MAIS
Tela de arame
Corte o fundo de duas das caixas e mantenha de 3 a 5 centímetros
Substrato e de borda. Em uma delas, fixe a tela de arame, que deve ter a mesma
minhocas
medida do fundo da caixa. Na outra caixa, fixe a manta permeável por
Manta fora da caixa com fita vinílica ou similar.
permeável
Na terceira caixa, corte lateralmente um orifício na mesma medida da
torneirinha, e fixe-a com silicone para evitar vazamentos. Essa estrutura
Chorume usa somente uma tampa, que deve possuir perfurações para permitir
a oxigenação. Coloque o substrato umedecido na caixa do meio e, em
Como fazer um minhocário caseiro cima dele, as minhocas. Após três dias, acrescente o substrato na caixa
superior e os restos de alimentos, cobrindo com o jornal sem cor.
Você vai precisar de: O período médio para produção do húmus é de 45 dias. Considerando
• três caixas em cor escura, tipo contêiner, que possam ser isso, coloque uma peneira grossa no topo do substrato, com restos de
empilhadas sem o apoio das tampas; comida. Isso atrairá as minhocas, que passarão pela peneira, facilitando
a retirada do húmus.
• torneirinha de bebedouro;
Observações: as minhocas não gostam de sol e calor excessivos.
• pedaço de tela de arame grossa;
Mantenha o minhocário em local fresco e arejado e sempre deixe a
• pedaço de manta permeável; terra úmida.
• minhocas;
Sistema circulatório
Gânglios
Nervos cerebrais
Anelídeos possuem sistema circulatório fechado. O sangue contém sensitivos
o pigmento respiratório hemoglobina (oligoquetas e aquetas) ou
clorocruorina e hemeritrina (poliquetas). Existem dois grandes vasos, um
dorsal e outro central, interligados por vias capilares, e vasos contráteis
que funcionam como corações (4 ou 5 pares).
Anel nervoso Gânglios Gânglios
perifaríngeo subfaríngeos segmentares
Vaso longitudinal dorsal
Sistema nervoso.
Corações laterais
SAIBA MAIS
Vaso longitudinal ventral Rede de capilares Nos poliquetas, existem órgãos sensoriais como os olhos; órgãos
segmentares nucais e estatocistos. Os olhos, em número de três ou quatro pares,
Sistema circulatório. são fotorreceptores que conseguem determinar apenas intensidade
luminosa, exceto na família Alciopidae, em que são capazes de
formar imagens. Os órgãos nucais ajudam na detecção de alimento.
Sistema respiratório
Poliqueta.
Há cerca de 8 mil espécies conhecidas desses animais marinhos, com à decomposição de matéria orgânica (especialmente vegetal). Sua respira-
grande diversidade de formas e hábitos de vida. A maioria tem menos ção é cutânea. Não têm parapódios e apêndices de cabeça. São hermafro-
de 10 cm de comprimento e diâmetro entre 2 e 10 mm. O poliqueta é ditas, a fecundação é externa e cruzada e o desenvolvimento é direto, ocor-
um verme segmentado que apresenta um par de apêndices carnosos rendo dentro do casulo que foi secretado pelo clitelo. A maior importância
denominados parapódios (locomoção, defesa etc.). Na parte anterior, dos oligoquetas está relacionada à agricultura. As minhocas aumentam a
existe um prostômio, com órgãos sensoriais. A boca situa-se na região aeração dos solos, a retenção de água e a drenagem, e formam o húmus,
ventral do corpo entre o prostômio e o peristômio (primeiro segmento que tem importância econômica razoável. Além disso, as minhocas podem
verdadeiro). A região terminal, o pigídio, traz o ânus. Os poliquetas podem ser usadas como iscas de peixes ou até na alimentação.
ser errantes ou sedentários. Como órgãos sensoriais, têm palpos, olhos
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e antenas. O parapódio possui uma região ventral, o neuropódio, e outra
dorsal, o notopódio. A respiração é branquial. A reprodução é sexuada,
com sexos separados e fecundação externa com desenvolvimento indireto
(larva trocófora). Alguns poliquetas podem realizar reprodução assexuada
(esquizogênese). Podem ser usados como iscas de peixes e servir de
alimento para humanos, como é o caso do palolo (Eunice viridis). Não Oligoquetas.
apresentam clitelo.
Prostômio
Boca
Cerdas
Cerdas
Cutícula
Cerdas genitais
Clitelo Tubérculo
Após a troca de esperma, as O casulo se desloca e, quando O casulo deixa o corpo da minhoca
minhocas se separam. Quando passa pelos receptáculos seminais, e os ovos se transformam em
os óvulos amadurecem, eles recebe os espermatozoides do filhotes.
Vesículas seminais são lançados no casulo. parceiro. Há fecundação e
Ovário surgem os ovos.
Reprodução nos oligoquetas.
Ventosa Ventosa
posterior posterior 1. (Unicamp-SP) O jornal O Estado de S. Paulo de 2 de agosto de 1997
A B
Estrutura dos hirudíneos.
noticiou a descoberta de “colônias de vermes desconhecidos
escondidos em metano congelado emergindo do fundo do mar
[...] As criaturas parecem pertencer a uma espécie nova na
família dos organismos conhecidos como poliquetas [...]. Elas
Aedka Studio | Shutterstock
Essa classe contém cerca de 500 espécies, que podem ser marinhas, de água a) A que filo pertencem os poliquetas?
doce e terrestres e, dentro delas, podem ser encontrados ectoparasitas.
Poliquetas pertencem ao filo Anelídeos.
Não têm parapódios e cabeça com apêndices. São hermafroditas relativos,
com gônadas desenvolvidas. Apresentam desenvolvimento direto, casulo b) Cite duas características que, em conjunto, permitiriam
secretado por um pequeno clitelo e corpo achatado dorsoventralmente. Os identificar esses animais como poliquetas.
segmentos de ambas as extremidades se modificam em ventosas. Têm um
Poliquetas apresentam o corpo segmentado e expansões
número fixo de segmentos (32 ou 34). Possuem uma probóscide eversível
laterais denominadas parapódios, onde se inserem muitas
e uma faringe sugadora não eversível.
cerdas quitinosas.
c) Quais são as outras duas classes desse filo? Dê uma
VOCÊ SABIA característica de cada uma que as diferencie dos poliquetas.
EXERCÍCIOS
1. (CEPBJ-PR) Sobre o filo Anelídeos complete as lacunas: (04) O sistema nervoso de um anelídeo é constituído por um único
cérebro central de onde emergem milhares de cordões nervosos
a) Os anelídeos são animais de corpo ________________ e ventrais. Esses cordões nervosos ventrais se ligam às dezenas
____________ em anéis. A metameria é ____________, de gânglios nervosos de cada metâmero.
os anéis são iguais exceto o primeiro e o último. A simetria é
____________. (08) Os moluscos têm sistema digestivo completo, formado por boca,
faringe, esôfago, estômago, intestino e ânus. Possuem também
b) A maioria tem hábitat ___________, como exemplo os uma glândula digestiva ou hepatopâncreas, que lança secreções
representantes da classe ____________. A minhoca Pheretima digestivas dentro do estômago, onde tem início a digestão do
hawayna pertence à classe _____________, pois apresenta alimento.
poucas cerdas. As sanguessugas não apresentam cerdas, são da
(16) Os moluscos não apresentam sistema circulatório.
classe ___________.
Total:
c) Os anelídeos apresentam três folhetos embrionários, são
___________, possuem celoma do tipo ___________, o 3. (UFPR) Dentre as cerca de 8,5 milhões de espécies de organismos
blastóporo dá origem à ___________ e são ___________. vivos presentes hoje em nosso planeta, mais de 7,5 milhões são
animais. Essa enorme diferença em número parece estar vinculada
d) O tubo digestório é completo, os oligoquetas podem apresentar
à enorme flexibilidade conferida por características da arquitetura do
___________, para amolecer o alimento; ___________, corpo dos animais, que os tornam aptos a viver nos mais diferentes
para triturar; ___________, que faz a digestão química; hábitats do planeta, o que certamente deve ter contribuído para a
___________ e ___________, para aumentar a absorção. diversificação do grupo. Dentre as grandes mudanças ocorridas no
processo evolutivo, podemos destacar três importantes: aquisição
e) Apresentam sistema circulatório ___________, com pigmentos da multicelularidade, aquisição do trato digestivo e aquisição de
respiratórios ___________ e ___________. segmentação corporal. Apresente uma consequência favorável que
cada uma dessas mudanças trouxe aos organismos.
f) O “esqueleto” é ___________, possuem musculatura externa,
___________, e interna, ___________.
EXERCÍCIOS
(08) Nos seres humanos, o revestimento interno do estômago apre- 6. (UEL-PR) É comum, quando pessoas entram em lagoas do Pantanal,
senta pequenas dobras, denominadas microvilosidades, que au- anelídeos sanguessugas se fixarem na pele para se alimentarem. Para
mentam a capacidade de absorção de nutrientes. isso, utilizam uma ventosa oral que possui pequenos dentes afiados
que raspam a pele, provocando hemorragia.
(16) Alguns vermes parasitas intestinais apresentam seu corpo
revestido por uma cutícula resistente que os protege da ação de Com relação às sanguessugas, considere as afirmativas a seguir:
ácidos estomacais. I. Contêm um par de nefrídio individualizado para cada segmento
corporal.
(32) Externamente, o caule de plantas arbóreas possui camadas de
células mortas suberificadas com capacidade de fotossíntese. II. São celomados com inúmeros segmentos iguais separados inter-
namente por septos transversais membranosos.
(64) A extremidade da raiz de uma planta é coberta por um capuz III. Da mesma forma que as minhocas, as sanguessugas apresentam
chamado coifa, formado por células parenquimáticas que pro- cerdas para a locomoção.
tegem o meristema apical.
IV. Assim como nas minhocas, os órgãos são irrigados por uma rede
Total: contínua de capilares que se estende sob a epiderme.
Assinale a alternativa correta.
5. (UFTM-MG) A foto mostra sanguessugas sendo utilizadas para retirada
de um hematoma no local onde foi realizada uma cirurgia. a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
MP
bilhão de espécies. Essa quantidade parece um tanto exagerada, mas hoje • Simetria: bilateral.
Ph
oto
gra
já foram descritos mais de um milhão de artrópodes. De cada três espécies
ph
• Características embriológicas: são
Sh|
utt
descritas, duas são de artrópodes. Os hábitats são muito variados, pois idênticas às dos anelídeos e moluscos,
ers
toc
k
eles são cosmopolitas. São considerados os animais mais bem-sucedidos. ou seja, são triblásticos, celomados Inseto (joaninha).
Provavelmente, o sucesso desse grupo está relacionado com o plano (esquizocelomados) e protostômios.
corporal, assim como os anelídeos e os cordados segmentados, além
São características comuns a todos os artrópodes:
de possuírem um exoesqueleto duro e patas articuladas que facilitam
a locomoção. Os fósseis mais antigos datam de 535-525 milhões de • Patas articuladas.
anos atrás, ou seja, do Período Cambriano. Juntamente aos artrópodes, • Exoesqueleto quitinoso → necessidade de mudas ou ecdise.
existem registros fósseis dessa época dos lobópodes, que tinham corpo
segmentado, mas a maioria dos segmentos era igual. Artrópodes primitivos • Corpo segmentado com metameria evidente.
como os trilobitas também tinham pouca variação nos segmentos. Na • Tubo digestório completo.
evolução dos artrópodes, observa-se a fusão de muitos segmentos e uma
• Sistema circulatório aberto.
especialização dos apêndices. Ocorreu, portanto, uma divisão de tarefas
entre as partes do corpo. Assim como nematódeos, pelas evidências • Sistema nervoso ganglionar e ventral → hiponeuros.
moleculares artrópodes são ecdisozoários, animais que secretam um
exoesqueleto e sofrem mudas ou ecdises. ESTRUTURA
Esqueleto
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Epicutícula
Tergito Exocutícula
Endocutícula
Pleurito
Epiderme
Esternito
Esquema que mostra partes dos segmentos e epiderme com exoesqueleto.
Cutícula
Epiderme
Aumento da área
Esquema que mostra a troca do exoesqueleto.
Túbulos de Malpighi
Processo de muda ou ecdise. Ceco
Proventrículo gástrico Estômago
Esôfago Papo
É formado por feixes de fibras estriadas e inseridas ao esqueleto, que Faringe
funcionam como alavancas. O exoesqueleto é que fornece os pontos para a Ânus
Reto
inserção muscular, com ação antagônica, ou seja, cada estrutura corporal Intestino
Boca
que se contrai sob ação de um músculo distende-se pela ação de outro.
Nas vísceras, existem músculos lisos.
Sistema respiratório
Coração tubular
Aorta Ostíolo
Existem várias estruturas de trocas gasosas. Entre alguns artrópodes
primitivos, as trocas podem ser cutâneas; já outros podem realizá-las
por brânquias, traqueias e/ou filotraqueias. As brânquias são típicas
de crustáceos. Trata-se de filamentos muito finos, repletos de vasos Hemocélio
sanguíneos, que realizam as trocas gasosas diretamente da água. As
traqueias são formadas por tubos aéreos, revestidos de quitina, que
conduzem o ar diretamente aos tecidos do corpo. A entrada de ar Válvula Ostíolo
Coração
é regulada pela abertura e pelo fechamento de poros situados no
exoesqueleto, denominados estigmas ou espiráculos. A traqueia não
depende do sangue para transportar gases (CO2 e O2). Filotraqueias, Artéria
Artéria
pulmões foliáceos, pulmões-livro ou pulmotraqueias são típicos de Hemocélio
Traqueias
Sistema nervoso
Alguns zoólogos consideram o conjunto de quilópodes + diplópodes
Possuem um sistema ganglionar e ventral (hiponeuros), formado por como Myriapoda.
um complexo ganglionar cerebroide ou supraesofágico e um complexo Unirremes: apêndices que não apresentam ramificações. Exemplo: insetos.
infraesofágico, unido por meio de conectivos periesofagianos. Existe um
Birremes: apêndices ramificados. Exemplo: crustáceos.
par de gânglios por metâmero e há células sensoriais na epiderme ligadas
a terminações nervosas que possuem normalmente contato com cerdas
e pelos. Nas antenas e nos palpos, podem-se encontrar órgãos táteis,
quimiorreceptores e olfatórios. Os órgãos sensoriais mais evoluídos são os VOCÊ SABIA
visuais, com presença de olhos compostos e ocelos.
Acredita-se que os unirremes derivam de um mesmo ancestral que
Cecos tenha originado os anelídeos, hipótese reforçada pela existência de
Esôfago Glândula gástricos Coração
salivar Espermateca um grupo intermediário aos anelídeos e artrópodes, os onicóforos.
Quelicerados, crustáceos e trilobitas surgiram provavelmente antes
Ânus
dessa diversificação.
Onychophora (onicóforos): animais vermiformes com características
Vagina
Boca Gânglios Intestino Túbulos de intermediárias entre anelídeos e artrópodes. A cabeça é pouco
nervosos Ovário Malpighi
Sistema nervoso dos insetos.
distinta e apresenta tentáculos, papilas, mandíbulas e olhos. O corpo
apresenta estruturas similares aos parapódios dos poliquetas, com
presença de garras. A parede do corpo é formada pelo tubo músculo-
Sistema reprodutor -dermático. A respiração é do tipo traqueal e a excreção é feita por
meio de nefrídios.
A reprodução é sexuada. A maioria é dioica, alguns são monoicos (cirripédios
– crustáceos) e alguns, dípteros. Observa-se também partenogênese em Didaticamente, o estudo dos artrópodes é feito por meio da
cladóceros (crustáceos), himenópteros e hemípteros (insetos). A maioria é comparação entre as cinco principais classes: crustáceos,
ovípara, mas existem formas vivíparas. O desenvolvimento pode ser direto queliceriformes/aracnídeos, insetos, quilópodes e diplópodes.
e indireto, a fecundação é interna e há apêndices modificados em órgãos
Dr Morley Read | Shutterstock
copuladores.
Dmitri Gomon | Shutterstock
Cópula de insetos.
Macroperipatus torquatus (peripatus).
RHIMAGE | Shutterstock
Esquema mostrando segmentos do camarão.
Apêndice
Posição Função
(Nome e Número)
Táteis, quimiorreceptores e
Cefálicos Antênulas, 1 par
equilíbrio.
Crustáceo Grapsus grapsus. Táteis e quimiorreceptores.
Cefálicos Antenas, 1 par
Abrem os poros excretores.
Cefálicos Mandíbulas, 1 par Triturar.
IMPORTANTE Drenar água para as
Cefálicos Maxilas, 2 pares
brânquias.
Apreensão de alimento,
• Divisão do corpo: normalmente cefalotórax + abdome (com quimiorreceptores e táteis.
número de apêndices variados; são birremes). Toráxicos Maxilípides, 3 pares
O terceiro par se relaciona
• Número de antenas: dois pares; são tetráceros. A respiração com a respiração.
pode ser branquial, eventualmente cutânea; a excreção 4 primeiros pares com
acontece por glândulas verdes ou antenais. Pereiópodes, 5 pares brânquias. Além da
Toráxicos
(patas) respiração, fazem defesa,
• Reprodução: a maioria é dioica; alguns (Cirripedia e Isopoda) ataque e locomoção.
são hermafroditas. Pode ocorrer partenogênese (Cladocera). O Nos machos, o 1.º par
desenvolvimento normalmente é indireto. Abdominais Pleópodes, 5 pares é usado como órgão
• Número de patas: variável. copulador. Nadar.
Nadar. Associados ao
Abdominais Urópodes, 1 par télson. Nas fêmeas, serve
Em sua segunda fase larval, cracas grudam-se a uma superfície segura e para proteção dos ovos.
protegida, tal como uma rocha, e cercam-se com placas blindadas. Quando
atingem sua forma adulta, crescem pela adição de mais material para as
extremidades dessas placas. Cracas são classificadas como Cirripedia (que
significa “onda de pés”), uma subclasse dentro da classe Maxillopoda. SAIBA MAIS
Arturo Verea | Shutterstock
Lepas anatiferas.
Fêm
ra
Tíbia
Metató
• Aparelho mastigador ou triturador: insetos que comem alimentos Tórax – é composto de protórax, Coxa
sólidos. Exemplos: baratas, gafanhotos, besouros e cupins. mesotórax e metatórax. Cada Trocanter
• Aparelho lambedor: aparelho utilizado para sugar néctar das flores; segmento apresenta um par de
Fêmur
pode ser contraído e protraído. Exemplos: abelhas e vespas. patas, ou seja, três pares
Tíbia
(hexápodas). Na maioria dos
• Aparelho sugador: espirotrompa sugadora, tubo aspirador que se
insetos, existe um par de asas no Tarso
enrola. Exemplo: borboletas.
mesotórax e um no metatórax. Perna de inseto.
• Aparelho pungitivo ou picador-sugador: especializado para perfurar Patas: unirremes formados por
plantas e animais, sendo usado para aspirar sangue, seiva etc. cinco artículos.
Exemplos: mosquitos, barbeiro, cigarras e pulgões.
161
SAIBA MAIS
Número
Ordem Características Exemplos
aproximado
BEJITA | Shutterstock
Insetos sociais como cupins. Possuem dois pares
Isoptera 2 000 de asas membranosas ou são ápteros.
São hemimetábolos.
Cupim.
Vespa.
yod67 | Shutterstock
Possuem dois pares de asas e
Hemiptera 85 000 bocas adaptadas para furar e sugar.
São holometábolos.
Percevejo.
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Piolho-da-cabeça.
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Bicho-folha.
Número
Ordem Características Exemplos
aproximado
Gafanhoto.
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Têm dois pares de asas grandes e membranosas e
Odonata 5 000 peças bucais mastigadoras.
São predadores e hemimetábolos.
Libélula.
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Insetos com dois pares de asas cobertos por
Lepidoptera 120 000 escamas. A maioria se alimenta de néctar.
São holometábolos.
Borboleta.
Pulga.
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Traça-dos-livros.
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Mosca-d’água.
Número
Ordem Características Exemplos
aproximado
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Possuem um par de asas, sendo
o segundo par modificado em halteres,
Diptera 15 1000
como moscas e mosquitos.
São holometábolos.
Mosca.
Besouro.
IMPORTANTE
peçonha presente em aranhas e em escorpiões, que os torna tão temidos. Estrutura da aranha.
O prossoma pode estar segmentado ou coberto por escudo e possui seis O segundo par denomina-se pedipalpos, que são curtos e utilizados no
(seis) apêndices: esmagamento do alimento. Nos machos, podem ser usados como órgãos
copuladores e também apresentam função de percepção tátil. Apresentam
• um par de quelíceras com garras e unhas;
fiandeiras, por onde saem os fios de seda para a construção da teia.
• um par de pedipalpos, que podem terminar em quelas (pinças);
SAIBA MAIS
Palpos e quelíceras.
Aracnídeos não apresentam mandíbulas ou órgãos mastigadores. As aranhas são dioicas e apresentam dimorfismo sexual. Em alguns casos,
após a cópula, a fêmea devora o macho (característica pouco comum).
A reprodução é sexuada e são dioicos com dimorfismo sexual. São, Normalmente, a cópula está associada à corte. A fecundação é interna,
na maioria, ovíparos e alguns são vivíparos. A maior parte deles sendo os ovos depositados dentro do casulo ou ooteca. O desenvolvimento
apresenta desenvolvimento direto. é direto.
As aranhas são peçonhentas, no entanto o veneno da maioria delas não é
Tipos de aracnídeos prejudicial às pessoas. Algumas espécies, como viúva-negra, aranha-marrom e
armadeira, apresentam interesse médico, mas casos fatais são raros.
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SAIBA MAIS
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Phoneutria ctenidae.
gravidade, por isso também não é produzido soro contra seu veneno.
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Loxosceles sp.
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Abdome Ferrão ou agulhão
Cefalotórax
Olhos médios
Olhos laterais
Pedipalpos ou Quelíceras
maxilípedes
Segmentos do escorpião.
SAIBA MAIS
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Espécies de interesse médico
Nome Distribuição
Nomes populares
científico geográfica
MG, SP, PR, SC,
T. bahiensis escorpião-marrom Amblyomma cajennense – carrapato-estrela.
RS, GO, MS
T. cambridgei escorpião-preto AP, PA
MG, ES, RJ, SP, Classe Chilopoda (quilópodes)
T. costatus escorpião
PR, SC, RS
T. fasciolatus escorpião GO, DF
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Como exemplo, é possível citar as centopeias ou lacraias. São animais Vulgarmente conhecidos por piolhos-de-cobra, gongolôs ou embuás, os
delgados, com o corpo achatado dorsoventralmente. Há cerca de 3 mil diplópodes apresentam corpo cilíndrico e são capazes de enrolá-lo. Existem
espécies conhecidas, geralmente encontradas no solo, sob pedras ou por volta de 7 500 espécies. Vivem embaixo de folhas, pedras e troncos.
troncos. A quantidade de segmentos do corpo é variável de acordo com Existem dois pares de patas por segmento, e o número de segmentos varia
a espécie. Os quilópodes apresentam, no primeiro segmento, um par de de 9 a 200. Movimentam-se de forma lenta e são herbívoros. Espécies
garras peçonhentas, as forcípulas, situadas ventralmente, úteis na captura gigantes das Ilhas Seychelles, que atingem quase 30 cm de comprimento,
de alimento e para inocular veneno. Sua picadura é perigosa ao ser humano. têm mais de 600 patas. Existe um piolho-de-cobra americano com
752 patas. Algumas espécies secretam, em glândulas especiais, um
Podem apresentar de 15 a 177 segmentos. São animais de hábitos
líquido de odor forte, contendo iodo e cianeto, que é usado para repelir
noturnos, incapazes de enrolar o corpo, mas movimentam-se rapidamente.
predadores. Apresentam maxilas modificadas em gnatoquilário utilizado
São predadores (insetos e aranhas). O corpo é dividido em cabeça (seis
para triturar o alimento. Apresentam corpo dividido em cabeça + tronco
segmentos fundidos) e tronco. Apresentam um par de patas por segmento
ou cabeça + tórax + abdome e possuem um par de antenas (díceros). São
(exceto os dois últimos); são unirremes. Apresentam um par de antenas.
unirremes; os quatro primeiros segmentos não têm patas e os três próximos
A respiração é traqueal e a excreção é por túbulos de Malpighi. Possuem
segmentos apresentam um par de patas; os demais segmentos, dois
olhos simples e cerdas táteis. São dioicos, com fecundação interna e
pares de patas. A respiração é traqueal e a excreção é realizada por túbulos
desenvolvimento direto e, eventualmente, indireto. São ovíparos.
de Malpighi. Apresentam dois grupos de olhos simples. A reproduçao é
sexuada e são dioicos com fecundação interna e desenvolvimento direto.
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IMPORTANTE
Classes
Características Insetos Crustáceos Aracnídeos Quilópodes Diplópodes
Hábitat
Terrestre Água salgada ou doce Terrestre Terrestre Terrestre
principal
Direto (exceto
Desenvolvimento Direto ou indireto Direto e indireto Direto ou indireto Direto
carrapatos)
Cefalotórax e Cabeça, tórax e abdome
Divisão do corpo Cabeça, tórax e abdome Cefalotórax e abdome Cabeça e tronco
abdome ou cabeça + tronco
Classes
Características Insetos Crustáceos Aracnídeos Quilópodes Diplópodes
Oito Muitas: presença de Muitas: presença de dois
Número de patas Seis (são hexápodes) Variável
(são octópodes) um par em cada anel pares em cada anel
Antenas Um par (díceros) Dois pares (tetráceros) Ausentes (áceros) Um par (díceros) Um par (díceros)
Respiração Traqueal Branquial Pulmotraqueal Traqueal Traqueal
Túbulos de
Glândulas verdes ou
Excreção Túbulos de Malpighi Malpighi e Túbulos de Malpighi Túbulos de Malpighi
antenais
glândulas coxais
Caranguejo, craca,
Barata, pulga, percevejo, Aranhas, carrapa- Centopeias ou Embuá ou piolho-de-
Exemplos camarão, tatuzinho-de-
cupim tos, escorpiões lacraias -cobra
-jardim
CONFIRMANDO A TEORIA
1. (Uema) Em uma visita a um oceanário, os alunos observaram o Karla: – O Carlos só está enganado em dizer que esse animal é um
ecossistema artificial indicado a seguir: crustáceo. Nem Artrópode é!
Igor: – Alguém poderia me informar a qual animal vocês estão
se referindo? Vejo, no aquário, um crustáceo em uma concha de
molusco.
Flávia: – Carlos está errado! A professora explicou várias vezes
que nos equinodermas, como naquele animal dentro da concha, o
esqueleto é calcário revestido por epiderme.
Disponível em: <http://www.cifonauta.cebimar.uso.br>. Acesso em: 7 nov. 2014.
EXERCÍCIOS
1. (CEPBJ-PR) Preencha as lacunas no que se refere aos artrópodes. 2. (CEPBJ-PR) Complete a tabela.
Característica-
Exemplo N.º patas Antenas Divisão do corpo Respiração Excreção -chave
Insetos
Aracnídeos
Crustáceos
4. (Unicamp-SP) Nos porões dos navios vindos do Oriente no século XIV, chegavam milhares de ratos à Europa, onde encontravam um ambiente favorável,
dadas as condições precárias de higiene. Esses ratos estavam contaminados e suas pulgas transmitiam um agente etiológico aos homens por meio da
picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isso acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos, para obterem seu alimento, o
sangue. Qual é o agente etiológico e qual é o nome popular dessa doença?
c) Vírus, leptospirose.
d) Bactéria, leptospirose.
5. (UPE) O professor de Biologia de um colégio realizou uma excursão com os estudantes do 2.º ano do Ensino Médio à Praia Ponta de Serrambi. Para isso,
ele planejou que na atividade de campo os estudantes pudessem identificar e classificar os organismos presentes nos recifes de arenito, apresentados
nas imagens a seguir:
Com base nas imagens (1, 2, 3 e 4), assinale a alternativa correta. Marcos, que não comia peixe, sugeriu picanha fatiada.
a) 1 – Molusco; 2 – Alga; 3 – Cnidário; 4 – Crustáceo. Paulo discordou, pois não comia carne animal e preferia frutos do mar;
por isso, sugeriu uma porção de camarões fritos e cinco casquinhas de
b) 1 – Crustáceo; 2 – Cnidário; 3 – Molusco; 4 – Equinodermo.
siri, uma para cada amigo.
c) 1 – Equinodermo; 2 – Esponja; 3 – Cnidário; 4 – Alga.
Marcos recusou, reafirmando que não comia peixe.
d) 1 – Molusco; 2 – Cnidário; 3 – Equinodermo; 4 – Porífero.
Eduardo riu de ambos, informando que siri não é peixe, mas sim um
e) 1 – Crustáceo; 2 – Porífero; 3 – Alga; 4 – Cnidário. molusco, o que ficava evidente pela concha na qual era servido.
b)
Entomologia, carcinologia e aracnologia são ramos da Biologia que (01) O animal representado em A não apresenta sistema circulatório
estudam os insetos, os crustáceos e os aracnídeos, respectivamente. distinto; neste grupo, a cavidade gastrointestinal apresenta duas
Dois desses grupos incluem organismos mais aparentados funções: a digestão e a distribuição de substâncias em todo o corpo.
evolutivamente um com o outro do que com o terceiro, por
compartilharem a condição de possuírem antenas e mandíbulas. (02) O animal representado em B apresenta sistema circulatório
fechado e sua hemolinfa circula inteiramente dentro de vasos.
EXERCÍCIOS
15. (Ifsp)
e) A melhor maneira de combater o berne é diminuir a incidência das A característica mencionada pela borboleta está relacionada com
moscas transportadoras de ovos. o sucesso dos insetos na ocupação dos diferentes ambientes do
planeta. Isso ocorre porque, devido a essa característica, os insetos
16. (FGV-SP) Mosquitos psicodídeos são bastante comuns nos banheiros apresentam
das residências, sendo geralmente inofensivos ao ser humano,
exceto quando ocorre o transporte de patógenos em suas pernas, ao a) um corpo mole e flexível, melhor adaptado à ocupação de
pousarem em diferentes locais. pequenos espaços.
As figuras ilustram o adulto e a larva do inseto conhecido popularmente b) uma sustentação mais eficiente do corpo, baseada em um
como “mosca de banheiro”. esqueleto interno.
c) um crescimento contínuo, sem a necessidade de mudas. 21. (Unicamp-SP) Um caso de morte por febre maculosa em Piracicaba
resultou no fechamento temporário de um parque da cidade, para
d) uma maior proteção contra a perda excessiva de água.
que os elementos envolvidos na transmissão fossem eliminados. O
e) uma respiração cutânea mais eficiente. agente etiológico dessa doença e os elementos necessários para sua
transmissão são
18. (UFRGS-RS) A Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) a) vírus, gato e mosca.
lançou, em maio de 2013, um documento intitulado Insetos Comestíveis:
Perspectivas Futuras para a Segurança Alimentar, no qual afirma que b) bactéria, capivara e mosca.
esses animais são uma alternativa à produção convencional de carne.
c) vírus, cão e carrapato.
Sobre esse grupo de animais, é correto afirmar que
d) bactéria, capivara e carrapato.
a) podem apresentar uma modificação morfológica significativa entre
um estágio e outro de desenvolvimento. 22. (Ufsm-RS) “Camarão” é o nome usado popularmente para designar
b) são parasitas do homem os que possuem corpo composto por muitos tipos de crustáceos aquáticos, como:
cefalotórax e abdome. • camarão-cinza (nome científico: Litopennaeus vannamei);
c) se alimentam por meio de órgãos especializados, denominados • camarão-branco (nome científico: Litopennaeus schmitti);
de quelíceras.
• camarão-de-água-doce (nome científico: Cryphiops brasiliensis).
d) são as larvas os principais polinizadores das plantas com flores. FONTE: AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna.
Volume único. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. p. 238.
e) podem apresentar quatro pares de patas que favorecem o seu
deslocamento. Com relação aos camarões exemplificados no texto, pode-se afirmar
que:
19. (PUC-RS) Uma produtora de cinema, entusiasmada com o sucesso
das histórias do Homem Aranha, resolveu lançar o filme A Liga dos I. estão classificados em dois filos diferentes.
Arachnida. Nesta nova trama, o Homem Aranha tem três outros super-
II. são três espécies de um mesmo gênero.
-heróis da sua mesma classe para ajudá-lo a combater o crime. Seus
parceiros são os Homens III. representam três espécies diferentes.
FILO EQUINODERMOS
(ECHINODERMATA) IMPORTANTE
ESTRUTURA
Revestimento e proteção
IMPORTANTE
CARACTERIZAÇÃO
Espinhos na pele de equinodermos.
Equinodermos são animais exclusivamente eumetazoários, neuromiários,
enterozoários e exclusivamente marinhos. Possuem espinhos na Existe uma epiderme simples que recobre o esqueleto e os espinhos. Estes
superfície do corpo. Estão entre os mais familiares invertebrados marinhos, servem de proteção e podem conter glândulas venenosas. Também podem
como as estrelas-do-mar. O número de equinodermos conhecido é existir, na superfície do corpo, pedicelários, utilizados para fazer limpeza
aproximadamente 6 mil espécies. São relativamente grandes. Apresentam da superfície.
um sistema de canais resultantes de uma modificação na cavidade
celomática, denominado sistema ambulacrário, por onde circula a Sustentação e locomoção
água no interior do corpo. Apresentam endoesqueleto calcário e corpo
assegmentado. Seu hábitat é exclusivamente marinho, predominantemente Possuem endoesqueleto calcário com placas móveis (articuladas)
o fundo do mar. Podem ser livre-natantes ou sésseis. Os adultos ou podem ser fixas. No pepino-do-mar, as placas são microscópicas
apresentam simetria radial pentameral, já as larvas apresentam simetria e distribuídas pelo corpo; no ouriço-do-mar, constituem uma
bilateral. Os adultos podem ser considerados de simetria secundária. As carapaça resistente. A locomoção normalmente é lenta e feita
características embriológicas são idênticas à dos cordados: triblásticos, por pés ambulacrais ou por espinhos com músculos que permitem
deuterostômios, celomados (enterocelomados). movimento.
Orifício genital
Orifícios da placa madrepórica Canal radial
Ânus
Gônodas Ampolas
Vesícula de Poli
Pés ambulacrários
Sistema ambulacral.
Dente
Cavidades do corpo
É exclusivo dos equinodermos. É um sistema de múltiplas funções, entre É realizado pelo sistema ambulacrário (pés ambulacrais e pápulas), além
elas trocas gasosas, excreção, fixação, locomoção etc. É formado por de brânquias (asteroides e equinoides) e hidropulmões (holonturoides).
canais e apêndices corporais. Inicia com a placa madrepórica, por onde
Não existem órgãos especializados. Os catabólitos são absorvidos pelos Não existe um verdadeiro sistema circulatório: existe um sistema pseudo-
amebócitos e eliminados na parede do tubo digestório e pelas brânquias. -hemal, formado por lacunas ao redor dos órgãos. Essas lacunas são
A excreta principal é a amônia. preenchidas por líquido celomático, que, por sua vez, contém amebócitos.
2. Canal circular
Boca
Pedicelária
Brânquia Dente (lanterna
Pápula de Aristóteles)
Sistema nervoso extremidades estreitas. Alguns possuem um pedúnculo longo, que fixa o
crinoide ao fundo do mar. Possuem boca e ânus em forma de U. Quanto
Pode ser dividido em sensorial e motor. O sensorial está abaixo da à alimentação, detritos e plâncton são conduzidos à boca por meio de
epiderme, formando uma rede nervosa, e condensa-se ao redor da boca, correntes de águas criadas pela movimentação dos pés ambulacrais.
originando um anel nervoso. Deste, partem cinco nervos radiais. O motor
é mais profundo e possui gânglios que enervam músculos dos braços, Classe Echinoidea (equinoides)
pedicelárias e pés ambulacrais. Possuem algumas células táteis na
superfície do corpo e podem também ter células fotorreceptoras. Os equinoides têm o corpo arredondado, como ouriços-do-mar, e
disciforme, como as bolachas-da-praia.
Sistema reprodutor
Não têm braços ou raios livres, mas possuem espinhos delgados e móveis.
A reprodução é sexuada. São animais dioicos, com fecundação externa e Na maioria dos ouriços-do-mar, as vísceras estão encerradas em uma
desenvolvimento indireto. Larvas estrela-do-mar: bipinária; ofiuroides e carapaça. Cinco áreas (ambulacros) correspondem aos braços da estrela-
ouriços: plúteus; lírio-do-mar: dolidária; pepino-do-mar: auriculária. -do-mar e são perfuradas para uma série dupla de pés ambulacrários.
Normalmente, apresentam grande capacidade de regeneração. Nas placas, há tubérculos baixos, arredondados, nos quais os espinhos se
articulam. Existem espinhos pedicelários, os quais mantêm o corpo limpo
CLASSIFICAÇÃO e capturam pequenas presas. Têm boca ventral e ânus dorsal.
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Ouriço-do-mar.
São equinodermos semelhantes a flores e denominados lírios-do-mar. O O corpo consiste em um disco central e cinco raios ou braços
corpo é um pequeno cálice em forma de taça, de placas calcáreas, ao qual afilados, como na estrela-do-mar. Na superfície aboral ou superior, há
estão presos cinco braços flexíveis que se bifurcam formando dez ou mais espinhos calcários, os quais são partes do esqueleto. Apresentam
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ao madreporito. A boca é ventral ou inferior. São carnívoros predadores. Têm
grande capacidade de regeneração. Os sexos são geralmente separados, a
fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto.
CONFIRMANDO A TEORIA
EXERCÍCIOS
1. (CEPBJ-PR) Avalie os itens abaixo, que tratam do filo dos equinodermos, b) Os Echinodermata apresentam organização pentarradiada, com
e marque (V) ou (F). larvas de simetria bilateral, esqueleto calcário esterno, triblásticos
e deuterostômios.
a) ( ) São animais exclusivamente marinhos.
c) A forma básica de reprodução desses animais é assexuada.
b) ( ) São sempre sésseis.
d) É o único grupo do reino animal que possui um sistema aquífero
c) ( ) São deuterostômios acelomados. responsável pelas funções de circulação, locomoção, respiração,
d) ( ) São enterozoários, triblásticos e esquizocelomados. excreção e percepção.
e) Os pepinos-do-mar têm a boca localizada na região voltada para b) Explique como ocorre a reprodução dos animais pertencentes a
o substrato, o ânus na região superior e os pés ambulacrais esse filo.
distribuídos por todo o corpo.
a) 3 – 4 – 1.
b) 3 – 1 – 2.
6. (Unicamp-SP) Um zoólogo recebeu um animal marinho encontrado
em uma praia. Ao tentar identificá-lo com o auxílio de uma lupa, c) 1 – 4 – 3.
o pesquisador notou, na superfície corporal do animal, a presença
d) 2 – 1 – 4.
de espinhos e de estruturas tubulares, identificadas como pés
ambulacrais. e) 1 – 2 – 3.
a) Com base nesses elementos da anatomia externa, determine o filo 8. (Unicamp-SP) Levantamentos faunísticos da serapilheira (material
a que pertence o animal em análise. Nomeie uma classe desse filo recém-caído no solo, constituído principalmente de folhas, cascas,
e dê um exemplo de um animal que a represente. galhos, flores, frutos e sementes) de florestas tropicais revelam
a presença de uma grande variedade de espécies nessa camada
superficial do solo. Considerando-se os diferentes filos animais,
espera-se encontrar na serapilheira representantes de
a) Chordata, Arthropoda, Cnidaria.
IMPORTANTE
ou Euchordata (43 700 sp.). Urocordados e cefalocordados são incluídos no conjunto Protochordata, cordados primitivos em que a notocorda é a única estrutura
de sustentação e que não é substituída.
Os protocordados também são Acrania (acraniados), ou seja, não têm crânio. Os vertebrados apresentam coluna vertebral e crânio: são Craniatas. A coluna
vertebral é formada por vértebras que se encontram em posição dorsal. O crânio é uma caixa rígida formada por osso ou cartilagem que se encontra na parte
anterior da coluna vertebral. No interior do crânio, encontra-se o encéfalo e, no interior das vértebras, a medula espinal. Outro aspecto muito importante na
história evolutiva dos cordados é a presença de mandíbula, que aparece somente em vertebrados. Vertebrados sem mandíbula, como a lampreia, são chamados
de Agnatha; vertebrados com mandíbula, como os peixes, denominam-se Gnathostomata. A mandíbula está articulada ao crânio e permite abrir e fechar a
boca, facilita o ataque e a defesa, permite mastigar e cavar, entre outras funções.
Confira abaixo o modelo de uma chave de classificação, que pode variar em alguns aspectos, dependendo do autor.
Filo
Chordata
Classe Cyclostomata Agnatha
Pisces Classe Chondrichthyes
Classe Osteichthyes
Subfilo
Vertebrata
Gnathostomata
Classe Amphibia
Classe Reptilia
Tetrapoda
Classe Aves
Classe Mammalia
anterior, sendo rodeada por cirros sensoriais. A água entra pela boca, passa
pelas fendas branquiais e sai para uma cavidade interna, o átrio, passando
para o meio externo através do atrióporo, que fica em frente ao ânus.
A respiração é branquial, simultaneamente com a alimentação por
filtração, sendo que o alimento é empurrado da faringe para o restante do
tubo digestivo por muco.
Branchiostoma sp., anteriormente conhecido como Amphioxus sp.
A metamerização dos músculos (formados por miômeros) é de fácil observação,
uma vez que o animal é translúcido. O sistema circulatório é fechado e não
Os cefalocordados (cephale = cabeça; chorda = cordão) são pequenos animais
existe coração diferenciado. A circulação ocorre pela contração da aorta ventral.
marinhos, totalizando cerca de 30 espécies, que apresentam forma semelhante
A excreção é feita por cem pares de protonefrídeos.
à de peixes. Apresentam simetria bilateral, corpo afilado nas extremidades e
não têm cabeça distinta. O anfioxo é o representante mais característico desse Raios da barbatana Miômeros
Compartimento da barbatana
subfilo. Vivem em costas temperadas e tropicais. Permanecem enterrados na Epiderme
areia apenas com a extremidade anterior de fora, mas podem nadar ativamente. Derme
Os cefalocordados apresentam todas as características típicas de cordados: Tubo neural
notocorda; tubo nervoso dorsal; fendas branquiais na faringe e cauda pós-anal. Corda dorsal
O que caracteriza o grupo é a notocorda persistente a vida toda, da cabeça até Goteira epibranquial
a cauda.
Celoma subcordial
Cavidade peribranquial
Prega metapleural
Gônodas
Cirros Boca Faringe branquial Átrio Intestino Ânus A reprodução é geralmente sexuada, são dioicos, a fecundação é externa e
o desenvolvimento é indireto.
Ascídia tinta-spot ou
ascídia ouro boca
(Polycarpa aurata).
somente na cauda da larva; na fase adulta ela desaparece. O tubo nervoso = boca) pertencem ao grupo Agnatha
dorsal é reduzido a um gânglio dorsal. As fendas branquiais, além de (ágnatos) e, por não apresentarem
realizarem trocas gasosas, também filtram o alimento que será recolhido e mandíbulas, possuem boca circular. Podem
utilizado pelo animal. O sistema circulatório é aberto: existe um coração ser considerados os animais que originaram
e dois grandes vasos laterais. Um fato curioso na circulação é a reversão os peixes. Os ciclostomados apresentam
sistemática do fluxo circulatório: depois de impulsionar o sangue até crânio e um encéfalo simples. O esqueleto é
as brânquias, o coração para de bater por alguns instantes. Ao retornar, cartilaginoso com vértebras atípicas (arcos
as contrações impulsionam o sangue no sentido inverso (em direção aos cartilaginosos) em torno da medula espinal,
demais órgãos do corpo). A reprodução pode ser assexuada por brotamento mas não a envolvem. Boca com dentículos córneos.
ou sexuada.
Os representantes conhecidos são as lampreias (em torno de 30 sp.) exemplo, temos os tubarões, as quimeras e as raias. A maioria dos
e os peixes feiticeiros (20 sp.). Esses animais não são encontrados na representantes é marinha, mas existem alguns de água doce.
fauna brasileira. O corpo dos ágnatos não tem escamas, mas nadadeiras
São aquisições importantes com relação aos ciclóstomos a mandíbula, a
ímpares. Apresentam de 6 a 14 pares de fendas branquiais. O esqueleto é
presença de nadadeiras pares e um esqueleto mais bem estruturado.
basicamente a notocorda.
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Fenda branquial
Espiráculo interna
Faringe
Fenda branquial
externa Brânquia
Câmara branquial
Esôfago
Pele
Neurônios
em direção Ampolas de Lorenzini.
ao encéfalo Neuromastos
Cúpula
Respiração: de cinco a sete pares de brânquias sem opérculo, exceto
Cílio
os holocéfalos. A água entra pela boca e por duas aberturas denominadas Microvilo
espiráculos respiratórios e sai pelas brânquias. Os condrictes são Célula
acoanados, ou seja, as narinas não têm contato com a faringe; sua função Neurônio
é somente a olfação. Não existe bexiga natatória.
Musculatura: a musculatura é metamerizada e formada por miômeros Órgãos dos sentidos: apresentam olhos desenvolvidos e ouvido interno.
semelhantes aos dos condrictes. No ouvido médio, existem em alguns osteíctes uma pedra calcária, o
otólito, associada ao equilíbrio do peixe e à determinação da sua idade.
Linha lateral Rim Bexiga natatória O olfato também é desenvolvido. Alguns peixes como o poraquê podem
(vesícula gasosa) Estômago
Vértebra Brânquias liberar descarga elétrica; outros, os fotóforos, possuem órgãos luminosos.
Orifícios A linha lateral também está presente.
da narina
Circulação: é praticamente idêntica à de peixes cartilaginosos e
ciclostomados, com diferenças insignificantes, ou seja, é fechada, simples e
Coração
Vesícula biliar completa. O coração tem duas cavidades principais, além do seio venoso
Milômeros Gônodas
Papila urogenital Ânus Intestinos
Fígado seccionado e do cone arterial.
Cecos pilóricos
Estruturas do peixe ósseo. Nos peixes pulmonados (dipnoicos), passam a existir três cavidades
principais: dois átrios e um ventrículo.
Tubo digestório: a boca é terminal e os dentes são iguais (homodontia),
eventualmente existindo heterodontia. A língua está fixada no assoalho
da boca, o esôfago é curto e o estômago tem forma de J. Existem cecos Circulação simples Sistema circulatório
fechado
pilóricos que secretam enzimas; o intestino é longo e não possui válvula
espiral. Como terminação do tubo, existe o ânus (não há cloaca). Existe um Sangue venoso
Coração Capilares
branquiais
fígado grande. Pode haver vesícula biliar e pâncreas.
Respiração: é branquial. Existem quatro pares de brânquias (guelras)
recobertas por opérculo e não há espiráculos. A água entra pela boca e Ventrículo Aurícula
sai pelas fendas branquiais. As brânquias são ricamente vascularizadas.
Existem algumas especializações em determinados peixes, como o
Capilares
muçum, que pode fazer trocas pela superfície do corpo, e o tamboatá, sistêmicos Sangue arterial
que absorve oxigênio pelas vilosidades intestinais (condições especiais).
No entanto, há os peixes pulmonados (Dipnoi), que apresentam a bexiga Excreção: nos peixes ósseos adultos, existem dois rins mesonefros e
natatória modificada em pulmão (a piramboia, encontrada no Brasil, é um geralmente há bexiga urinária. A urina sai pelo orifício urogenital (não
exemplo de peixe dipnoico). A bexiga natatória é única e se encontra na existe cloaca). A principal excreta liberada é a amônia.
região dorsal da maioria dos osteíctes; é um órgão muito vascularizado.
A principal função da bexiga natatória é permitir a regulação de subida e Sistema nervoso: similar ao dos peixes cartilaginosos, apresentando
descida em coluna d’água por meio da variação de densidade. lobos ópticos mais desenvolvidos que nos cartilaginosos e olfativos menos
desenvolvidos. Há presença de dez pares de nervos cranianos.
de água doce podem fazer piracema, isto é, sobem os rios na época da do adulto, que ocorre boa parte via superfície do corpo, também exige a
reprodução (movimento anádromo) e deslocam-se até o mar para desovar permanência dos anfíbios em ambientes úmidos, pois a manutenção da
(movimento catádromo). Existem casos especiais de reversão sexual, superfície do corpo úmida facilita a retenção de oxigênio.
quando um animal muda de sexo em determinada fase da vida. Outro caso
interessante é o que ocorre com o cavalo-marinho: é o macho que choca
VOCÊ SABIA
os ovos.
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(quatro membros), gnatostomados (com mandíbula), adaptados para Perereca dourada do dardo
viverem fora da água na fase adulta, porém a maioria depende da água (Phyllobates terribilis).
para a reprodução. Considerando esse aspecto, podem ser comparados às
briófitas, que também dependem da água para a reprodução. Isso obriga
tanto anfíbios como briófitas a permanecerem em ambientes úmidos. Os
dois grupos representam a transição da vida na água para a vida na terra.
A dependência da água para reprodução (na maioria dos anfíbios) está
relacionada à fecundação, que é externa, e ao desenvolvimento, que quase
sempre é indireto (a larva girino): o ovo não apresenta casca calcária; por • Urodelos (oura = cauda; delos = visível) ou Caudatas. Exemplo:
isso, estando na água, evita-se a desidratação. O modo de trocas gasosas salamandras.
São semelhantes a pequenos lagartos, com patas e cauda no adulto. Revestimento: existe uma pequena quantidade de queratina sobre a
pele. Não ocorre a formação de anexos córneos, como escamas, placas
O axolotle albino (Ambystoma mexicanum) possui brânquias que
e unhas. A superfície do corpo é permeável. Existem muitas glândulas
lembram penas; trata-se de um tipo de salamandra encontrado
mucosas para manter a superfície do corpo úmida, a derme é bastante
apenas no Lago Xochimilco, no México.
vascularizada, tornando a superfície a maior área de trocas. No entanto,
essa característica traz um problema: a grande possibilidade de
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sacral
Ílio
Uróstilo
Cintura
pélvica
Orifício
Tímpano Cérebro nasal
Cordão Esôfago Coanas
Pulmão nervoso Dentes
Rim Boca Dentes
Uretra Língua
Língua
Estrutura de um sapo.
associados ao coração, um seio venoso e um cone arterial.
Narina Encéfalo Tubo nervoso Vértebra Músculos Aorta dorsal Rim Testículo Ureter
Reto
Revestimento: para adaptação à vida terrestre, os répteis apresentam pele seca, impermeável e quase sem glândulas. As células epidérmicas depositam
camadas de queratina em grande quantidade, formando anexos como escamas (cobras e lagartos), placas córneas (tartarugas), garras e bicos (quelônios). Os
termos “carapaça” e “plastrão” são aplicados aos cascos dorsal e ventral que ocorrem em quelônios. Em alguns, existem poucas glândulas, que normalmente
estão associadas à atração sexual e à defesa de predadores. Tendo poucas glândulas, ocorre uma economia de água. Em crocodilianos e em quelônios, ocorre
a perda de pequenos pedaços da parte cornificada; nos lagartos e nas cobras, dá-se a ecdise (troca de pele). Em cobras conhecidas como cascavéis, forma-
-se o guizo, que são vestígios cornificados da pele que se aderem à base da cauda e não são perdidos durante a ecdise. Cada muda representa um novo guizo,
mas o número de guizos não indica a idade da cobra, pois pode ocorrer mais de uma muda por ano ou cobras velhas podem perder parte do guizo.
Aorta esquerda
Aorta esquerda Artérias
Aorta direita Artérias
Artéria pulmonares
pulmonares
braquicéfala Veias Aorta direita Veias
pulmonares pulmonares
Seio venoso
Seio venoso
Átrio Átrio direito
esquerdo Átrio
esquerdo
Átrio direito Cavidade
ventricular
pulmonar
Septo Forâmen
Ventrículo vertical de Panizza
Pulmão de répteis. Reprodução: sexuada. São dioicos, com raras exceções, como a jararaca-
-ilhoa, que pode ser monoica. Existe dimorfismo sexual, mas pouco
acentuado. A fecundação é interna. Os machos apresentam pênis; em
Nas tartarugas, pode ocorrer absorção de oxigênio através da parede cobras, existem dois hemipênis (pênis dividido em duas partes). A maioria
cloacal. dos répteis é ovípara, existem alguns ovovivíparos e alguns vivíparos. O
Excreção: apresentam dois rins, sendo no adulto do tipo metanefro desenvolvimento é direto. Apresentam todos os anexos embrionários
(mais evoluído). A excreta é encaminhada pelos ureteres até a cloaca e é verdadeiros: córion, âmnio, alantoide e saco vitelínico.
composta de ácido úrico, o que representa uma economia de água, pois é Classificação: entre os répteis, existem várias ordens e a maioria dos
praticamente insolúvel e atóxico, podendo ser acumulado dentro do ovo no animais é extinta. Dos répteis atuais, pode-se destacar os seguintes:
alantoide. Lagartos e tartarugas apresentam bexiga urinária. Em machos,
ocorre o canal de Wolff, que funciona somente como canal deferente, não • Ordem Rhynchocephalia ou Sphenodontia – possui uma única
tendo função excretora. espécie atual, tuatara (Sphenodon puctatus). Restrita à ilha da Nova
Zelândia, tem tamanho máximo de 60 cm; o macho não tem pênis.
Sistema nervoso: nesses animais, há formação do córtex cerebral, os Possui a glândula pineal desenvolvida, o chamado terceiro olho,
hemisférios cerebrais são mais desenvolvidos que nos anfíbios, bem como relacionado com o ritmo biológico sob influência da luz (ritmos de 24
o cerebelo, que, no entanto, ainda é pequeno. Os lobos ópticos e olfativos horas ou ritmos circadianos).
são bem desenvolvidos. Neles, começa a flexão do encéfalo. Existem 12
pares de nervos cranianos. Alizada Studios | Shutterstock
Bulbo olfativo
Hemisfério cerebral
Diencéfalo
Lobo óptico
Cerebelo
Medula
Tuatara, uma espécie rara de réptil às vezes chamada de fóssil
Sistema nervoso. vivo, pois é a única sobrevivente entre os representantes da
Rhynchocephalia (1896).
Órgãos dos sentidos: estão presentes corpúsculos gustativos na região • Ordem Crocodilia ou Loricata – apresentam corpo alongado,
faríngea. Apresentam concha ou corneto que aumenta a área olfativa. O com quatro patas com garras. Sua cauda é longa e a mandíbula
órgão de Jacobson tem grau máximo de desenvolvimento nos escamados, tem numerosos dentes. Crocodilianos podem viver parcialmente
associado ao teto da boca. Na maioria das cobras peçonhentas, existe, em ambiente de água doce ou salgada e terra. Jacaré e caimão em
entre o olho e a narina, um orifício com função termorreceptora denominado água doce; crocodilos no mar e em água salobra; gaviais (Gavialidae)
fosseta loreal ou lacrimal. existem somente em rios da Índia. Apresentam coração com quatro
Diferenciando os quelônios
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Jabutis
• Exclusivamente terrestre; são lentos para se deslocar.
Alligator mississippiensis. • Carapaça alta; patas traseiras no formato cilíndrico (lembrando
pata de elefante).
• Pescoço retraído verticalmente para dentro do casco
(Cryptodira).
• Variam a alimentação, mas dão preferência para as plantas.
Cágados
As diferenças entre gaviais, jacarés e crocodilos são: jacarés têm focinho
largo e arredondado e, quando estão com a boca fechada, é possível ver os • Dulcícolas; descansam ao sol nas margens de rios e lagos.
dentes da parte superior; crocodilos têm focinho mais estreito e, quando • Carapaça mais achatada; patas com dedos que possuem
fecham a boca, é possível ver os dentes da parte superior e inferior; gaviais membranas interdigitais (facilitando o nado).
apresentam focinho delgado e alongado.
• Pescoço longo e flexão lateral (Pleurodira).
• Ordem Chelonia ou Testudinata – apresentam o corpo protegido • Ordem Squamata – têm pele com escamas ou placas epidérmicas
por carapaça óssea dorsal e um plastrão ventral, ligado lateralmente. córneas. São classificadas em duas subordens:
Não possuem dentes e a mandíbula é desenvolvida, formando uma
espécie de bico. Sua língua não é extensível. Apresentam pálpebra, 1. Subordem Lacertilia ou Sauria. Exemplos: lagartos, lagartixas,
seu pescoço geralmente é retrátil, com oito vértebras cervicais, e cobra-de-duas-cabeças, cobra-de-vidro e camaleões. Apresentam
seus membros têm cinco dedos. Vivem em ambientes terrestres, corpo alongado, membros pares (nem sempre presentes), ramos
marinhos e de água doce. da mandíbula geralmente unidos por sutura, pálpebra e meato
auditivo externo quase sempre presente. Lagartos têm capacidade
de autotomia, ou seja, autoamputação da cauda para escapar de
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predadores.
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Tartaruga.
195
Pterigoide
Mandíbula
Dentário
Lagarto do gênero Heloderma.
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(corais), normalmente possuem anéis vermelhos alternados com anéis
de outras cores. Existem falsas-corais e corais-verdadeiras, e ambas
têm o corpo recoberto por escamas lisas e com brilho. A cabeça é
arredondada, coberta por escamas grandes. Não possuem fosseta
loreal. Diferenciá-las não é fácil: as falsas-corais são opistóglifas e as
corais-verdadeiras são proteróglifas.
c) Classe Aves
IMPORTANTE
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Chondrichthyes Aves
Mammalia
Estrutura da pena.
Barba
Siringe
Saco aéreo
Músculos peitorais responsáveis
pelo batimento das asas.
Grandes Pulmão
Sacos aéreos
peitorais anteriores e
Quilha do esterno posteriores
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Bulbo olfativo
Hemisfério cerebral
Epífise
Lobo óptico
Cerebelo
Medula
Ninho de joão-de-barro.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Sustentação e locomoção: mamíferos apresentam dois côndilos Respiração: exclusivamente pulmonar. Os pulmões são formados por
occipitais, articulados com a vértebra Atlas. A coluna vertebral dos muitos alvéolos, que aumentam a superfície de trocas. Os movimentos de
mamíferos pode ser dividida em vértebras cervicais, toráxicas, lombares, inspiração e expiração são produzidos graças aos músculos intercostais e
sacrais e caudais. Existem costelas verdadeiras, falsas e flutuantes. ao diafragma.
Os músculos são bastante desenvolvidos, especialmente nos membros, Tubo digestório: na boca, existem lábios que facilitam a sucção de leite
na cabeça e no pescoço. O hábito de locomoção mais comum entre materno, língua móvel e dentes (maioria) diferenciados (heterodontes). O
mamíferos é o de andar e correr. O guepardo (Acinonyx jubatus) corre até estômago pode ter uma câmara (simples) ou quatro câmaras (ruminantes).
120 km/h. Todos têm quatro membros adaptados ao seu hábitat. Em O intestino varia de tamanho: nos carnívoros, é menor; em onívoros, é de
baleias e golfinhos, os membros anteriores estão adaptados para nadar. tamanho intermediário; em herbívoros, é muito grande. Normalmente, não
Em morcegos, os dedos das patas anteriores são longos e apresentam existe cloaca (exceto nos monotremados), mas um ânus. Existem várias
membrana interdigital, o patágio, funcionando como asas. glândulas anexas, o fígado com vesícula biliar, o pâncreas e as glândulas
salivares (aquáticos não possuem).
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Observação: os monotremados não possuem verdadeiras glândulas
mamárias, mas glândulas sudoríparas modificadas. A secreção é eliminada
em tufos de pelos que são chupados pelos filhotes, portanto não existe
teta ou mamilo.
VOCÊ SABIA
Órgãos
Rúmen Abomaso Retículo
Excreção: há presença de dois rins do tipo metanefros (adultos), dois Classificação: podemos dividir os mamíferos em três subclasses.
ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. O principal produto excretado é
a ureia, sendo que os monotremados excretam ácido úrico. 1. Subclasse Prototheria: mamíferos primitivos que põem ovos,
Sistema nervoso: o córtex cerebral atinge o desenvolvimento máximo; os possuem pelos e glândulas mamárias, mas não têm mamilos. Uma
hemisférios cerebrais apresentam circunvoluções (girencéfalo) e a flexão ordem atual é a Monotremata. Enquadram-se nessa ordem duas
craniana chega a 90° no ser humano. O cerebelo é mais desenvolvido do famílias: a Tachyglossidae, que tem como representantes as equidnas,
que nas aves. Há 12 pares de nervos cranianos e lobos olfativos e ópticos e a família Ornithorhynchidae, sendo o ornitorrinco seu representante.
reduzidos. Os monotremados possuem cloaca, são ovíparos e liberam ácido úrico
como principal excreta. A homeotermia é considerada imperfeita.
Dentes existem apenas nos filhotes.
Os adultos têm bico; a glândula mamária não tem mamilo. Os filhotes
Hemisférios lambem o leite que escorre dos pelos da região ventral das mães.
cerebrais com Não apresentam placenta e cordão umbilical. Vivem exclusivamente
circunvoluções
na Oceania.
Medula
Marsupial.
3. Subclasse Eutheria ou Placentaria: mamíferos vivíparos, com • Ordem Artiodactyla: há dedos protegidos por cascos, em número par.
placenta, cordão umbilical e vagina única. Existem 17 ordens viventes. Exemplos: bois, búfalos, lhamas, girafas, cabras, veados, porcos e
carneiros.
• Ordem Chiroptera: possuem membros anteriores modificados em
asas. Exemplo: morcegos.
smereka | Shutterstock
Morcego. Martin Mecnarowski | Shutterstock
Anta.
Elefante.
Capivara. Golfinho.
n Ka
Ana
204
• Ordem Sirenia: são herbívoros aquáticos, com membros adaptados à • Ordem Dermoptera: são mamíferos planadores primitivos. Apre-
natação. Exemplo: peixes-boi. sentam membranas peludas que se estendem do pescoço à cauda.
Exemplo: lêmures-voadores.
Macaco.
Preguiça.
e musaranhos.
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Toupeira.
Pangolim.
Leão-marinho.
Considere os itens abaixo, que apresentam possíveis
• Ordem Tubulidentata: possuem corpo robusto, cabeça alongada, características do grupo a que pertencem os animais acima
focinho semelhante ao do porco e orelhas longas e tubulares. citados.
Exemplo: oricteropo.
I. Respiração pulmonar.
II. Pecilotermia.
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a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
Alternativa correta: b.
EXERCÍCIOS
c) Nos cefalocordados a ____________ persiste ____________ c) Os anfíbios apresentam orelha média e ______________,
e vai da cabeça até a ______________. Como exemplo, temos possuem pálpebras ______________, ______________.
A pele é fina e úmida, com muitas glândulas, não apresentam
o ______________.
anexos de ______________ na pele. Os sapos apresentam
d) Ciclostomados não têm mandíbula, são _____________e a boca glândula ______________ que produz ______________. A
é ____________. Não pertencem à fauna ____________, língua é presa na parte ______________ da boca.
têm nadadeiras _____________ e 6-14 pares de fendas
d) Anfíbios são pecilotérmicos e ______________, apresentam
_____________. A lampreia é _____________ e o peixe
______________ côndilos occipitais. O coração apresenta
feiticeiro é _____________.
______________ cavidades, dois átrios e um ventrículo.
Possuem ______________ pares de nervos cranianos.
3. (CEPBJ-PR) Complete a tabela a seguir.
5. (CEPBJ-PR) Complete as afirmativas sobre os répteis.
Características Osteíctes Condrictes
a) Répteis são animais que ______________, apresentam
Esqueleto vários anexos de queratina sobre a pele. São ectotérmicos e
Nadadeira caudal _____________, isso limitou a dispersão. Podem ser comparados
às _____________, que desenvolveram tubo polínico e, com
Escamas isso, tornaram-se ____________ da água para reprodução. Os
(tipo de origem)
répteis desenvolveram ovo com ______________, fecundação
i) ( ) São animais homeotérmicos, endotérmicos e apresentam 9. (UFPR) Dois estudantes de Biologia encontraram no mar, próximo à
coração com quatro cavidades septadas. A aorta, ao sair do praia, um organismo que nunca tinham visto antes, mas que pelos
coração, dobra-se para a esquerda. seus conhecimentos prévios supuseram que poderia ser um porífera
ou um urocordado. Como eles devem proceder para decidir a qual
7. (CEPBJ-PR) Sobre os mamíferos, preencha as lacunas. grupo pertence esse organismo?
c) Descobrir se ele é séssil ou se desloca em um substrato. peixes primitivos arrancar com eficiência grandes pedaços de algas e
de animais, tornando disponível para si uma nova fonte de alimento.
d) Descobrir se ele é predominantemente aquático ou terrestre.
Os cordados sem mandíbula estavam restritos à filtração, à sucção do
e) Verificar se possui tubo digestivo. alimento ou à captura de pequenos animais. Os primeiros vertebrados
mandibulados tornaram-se predadores, permitindo-lhes grande
10. (UFJF-MG) Os vertebrados aquáticos podem ser divididos em três aumento no tamanho.”
grupos, que apresentam particularidades biológicas. As informações a
FONTE: LOPES, S. Bio. v. 2. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 361-362.
seguir referem-se a características de cada um desses grupos.
Analisando o texto e aplicando seus conhecimentos sobre os animais
I. Esqueleto ósseo; brânquias protegidas por opérculos; fecundação
relacionados com o fato descrito, um estudante apresentou os
geralmente externa e desenvolvimento com fase larvar.
seguintes comentários:
II. Corpo alongado, cilíndrico, desprovido de escamas; pele recober-
ta por muco; boca que funciona como uma ventosa. I. Lampreias são ectoparasitas de peixes e baleias, e feiticeiras
alimentam-se de vermes marinhos ou de peixes moribundos.
III. Esqueleto cartilaginoso; presença de espiráculos; fecundação
interna e desenvolvimento sem fase larval. II. Os agnatos têm desvantagens em relação aos gnatostomados
quanto à obtenção de alimento.
Escolha a alternativa que apresenta exemplos de animais com as
características das afirmativas I, II e III, respectivamente. III. Atualmente, o número de espécies de agnatos é muito menor do
que o dos peixes gnatostomados, fato provavelmente ocasionado
a) Tubarão, bagre e lampreia. pela ausência de mandíbula.
b) Sardinha, raia e lampreia. IV. As mandíbulas não se limitam à captura de alimento, mas tam-
bém podem manipular objetos e cavar buracos.
c) Atum, lambari e raia.
São corretos os comentários
d) Raia, lampreia e lambari.
a) I, II, III e IV.
e) Bacalhau, lampreia e tubarão.
b) II, III e IV, somente.
11. (UFC-CE) Cite duas características dos anfioxos, pertencentes ao
c) I, III e IV, somente.
táxon Cephalochordata, que são utilizadas para embasar as relações
filogenéticas com os vertebrados. Em que se baseia a denominação d) I, II e IV, somente.
do táxon? Diga em qual etapa do desenvolvimento embrionário é
reconhecida a característica que denomina o táxon e descreva como e) I, II e III, somente.
esta característica se origina embriologicamente.
13. (UPE) Quando se fazem referências a peixes, erroneamente se pode
achar que a única diferença encontrada entre eles é o hábitat, uma
vez que alguns habitam águas doces e outros, águas salgadas. No
entanto, são muitas as características que os diferenciam. Observe
as afirmativas a seguir:
da flutuação, encontradas, atualmente, apenas, nos peixes pul- c) os condrictes apresentam alta concentração de ureia no sangue –
monados. uremia fisiológica – que se constitui em um mecanismo de
regulação osmótica para animais marinhos.
IV. Descendentes de peixes com nadadeiras articuladas tornaram-se,
com o tempo, mais adaptados à vida na terra, o que deu origem d) a linha lateral é uma estrutura presente nos peixes, que está
aos tetrápodes. diretamente associada aos processos reprodutivos, a exemplo da
corte realizada pelos machos para atrair as fêmeas.
Estão corretas, apenas
e) a prática de banho de mar no fim da tarde e em regiões profundas
a) I e II. e distantes da arrebentação da praia dificulta o ataque de tubarões
b) II e III. aos banhistas.
c) I e IV. 15. (UFPR) A evolução nos indica que organismos mais próximos tendem
a compartilhar características que foram herdadas do seu ancestral.
d) II e IV.
Essa é a explicação para que grupos morfologicamente tão diferentes
e) III e IV. quanto primatas, aves, peixes, ascídias e anfioxo sejam agrupados
em Cordata. Considerando esse grupo, cite as quatro características
14. (Ifba) Leia. compartilhadas por todos, indicando em qual fase da vida essas
características são encontradas.
Ataque de tubarão pode ter ocorrido por
imprudência do surfista
GABARITO
5. d 3.
a) A resistência se origina através de mutações. Na sequência, o uso 4. Porque esses são os estágios extracelulares do parasita. Nessa
frequente dos antibióticos provoca a morte das bactérias sensíveis condição, esporozoítos e merozoítos encontram-se expostos ao
e seleciona positivamente as bactérias naturalmente resistentes. sistema imune do hospedeiro, diferente dos estágios intracelulares.
GABARITO 213
FUNGOS 5.
Exercícios página 54
a) Transporte do grão de pólen da antera (parte do androceu) até o
1. d estigma (parte do gineceu).
4. e 6.
a) Não há frutos nas gimnospermas; o pinhão é uma semente.
5. c
b) As gimnospermas não apresentam flores típicas, as estruturas
UNIDADE 2 reprodutoras são os estróbilos (flores rudimentares).
7. e 3. 12 (04 + 08)
4. a
GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS:
PLANTAS FANERÓGAMAS 5. Sua função é de sustentação da planta; as células do esclerênquima são
Exercícios página 112 mortas e com impregnação de lignina, diferentemente do colênquima que
possui células vivas e com espessamento de celulose.
1. 04
6. Característica 1 – As células xilemáticas apresentam parede
2. a celular rígida, impregnada com lignina, o que confere resistência
mecânica ao tecido a fim de resistir à variação de pressão necessária
3. ao transporte de água das raízes até o topo de sua copa.
Característica 2 – O tecido xilemático é composto de células
a) Através da análise dos grãos de pólen é possível sugerir a presença de
mortas; assim, a ausência de conteúdo celular permite um fluxo de
ipês e coníferas nassa região pois, de acordo com estudos evolutivos, tais
água sem resistências.
estruturas são produzidas apenas por gimnospermas e angiospermas.
7. d
b) Ao germinarem, os esporos das pteridófitas (plantas vasculares sem
sementes) darão origem aos protalos (gametófito), ao passo que a 8. a
germinação dos grãos de pólen dará origem ao tubo polínico.
9. b
4. d 10. a
214 GABARITO
1. b
2. d
2. c
3. e
3. c
4. a
4.
5.
a) I. Aparecimento de tecidos verdadeiros e órgãos especializados.
Batata-inglesa – caule
II. Aparecimento da mesoderme determinando a formação de um
Azeitona – fruto
táxon triblástico.
Tomate – fruto
III. Formação do ânus a partir do blastóporo, caracterizando um
Manga – fruto
táxon de animais deuterostomados.
Pera – pseudofruto
IV. Formação de um táxon composto de animais segmentados (ou
Mandioca – raiz
metamerizados).
Maçã – pseudofruto
b) Cérebro - coluna vertebral - pulmões - ovo amniótico - endotermia.
Cenoura – raiz
Cebola – caule Desafio: A
Morango – pseudofruto
Pepino – fruto 5. c
UNIDADE 3
FILO CALCAREA E SILICEA
(PORÍFEROS OU ESPONJAS)
DIVERSIDADE BIOLÓGICA Exercícios página 26
Exercícios página 12
1.
6. a
a) parazoários
7. V – F – V – F – V b) esponjas e aneuromiários
GABARITO 215
1. 1.
a) metazoários a) dorsoventralmente, bilateral, assegmentados
b) diblásticos b) triblásticos, protostômios e acelomados
c) enterozoários, incompleto c) cefalizados
d) cnidócito d) livre, parasitas
e) assegmentado, radial e) circular, longitudinal e transversal
f) pólipo e medusa, f) incompleto
g) antozoários, corais, exoesqueleto, CaCO3 g) flama, solenócitos
h) difuso, acéfalos h) circulatório
i) craspédotas e acraspédotas i) ganglionar, ventral
j) circulatório j) ventosas, sexual,
k) sexuada e assexuada, gerações ou metagênese k) escólex, colo, estróbilo, ramificado, ocelo, aurícula
l) hidrozoários, cifozoários e antozoários, cubozoários e estaurozoários
2. c
m) hidrozoários
n) antozoários 3. a
o) colônia
4. c
2. c
5. d
3.
6. c
a) As etapas F e E, pois o texto afirma que a espécie é capaz de voltar
do estágio de medusa para o estágio de pólipo. 7. c
b) Nos cnidários, todos os indivíduos adultos, sejam eles pólipos, FILO NEMATELMINTOS OU NEMATÓDEOS
sejam medusas, apresentam conteúdo diploide (2n) e os gametas (NEMATELMINTHES OU NEMATODA)
(n) são formados por meiose. Nos musgos, em uma fase de vida Exercícios página 45
adulta, o gametófito é haploide (n) e produz gametas por mitose; e
na outra fase de vida adulta, o esporófito é diploide (2n) e produz 1.
esporos por meiose.
a) assegmentados, cilíndricos, bilateral
4. d b) triblástico, pseudoceloma
c) longitudinal, acelular
5. c
d) esqueleto hidrostático
6.
e) completo, ânus
a) Pólipos de cnidários pertencentes à classe Antozoários.
f) circulatório, respiratório
b) A formação das colônias de corais ocorre assexuadamente por
g) “H”
brotamento e também pela colonização de organismos resultantes
de respiração sexuada. h) dimorfismo sexual
216 GABARITO
d) Saneamento básico e tratamento dos doentes evitam a contaminação f) corpos estranhos que ficam entre o manto e a concha
ambiental pelos ovos dos vermes eliminados com as fezes humanas. g) celomados, esquizocelomados, blastóporo origina a boca
4. 2. e
7. 03 (01 + 02) 3.
a) O sal aplicado na lesma provoca desidratação osmótica causando
8. b a morte do animal.
GABARITO 217
h) ventral, hiponeuros 7. c
2.
218 GABARITO
3.
N.º Divisão do
Exemplo Antenas Respiração Excreção Caract. Chave
patas corpo
Insetos Barata 6 2 C+T+A Traqueal Túbulo de Malpighi Asas
Traqueal e Túbulo de Malpighi +
Aracnídeos Aranha 8 0 CT+A Quelíceras
filotraqueal gls. Coxais
Carapaça com
Crustáceos Siri Variável 4 CT+A Branquial Gls, verdes
impregnação CaCO3
4. b 11. b
18. a
19. a
Nascimento Adulto Morte
20. d
Tempo
b) 21. d
22. d
Tamanho do animal
GABARITO 219
2. V – F – F – F – F – V – V Homocerca ou
Nadadeira caudal Heterocerca
dificerca
3. d
Ganoide, cicloide e
Escamas Dermo-epidérmica
ctenoide, origem
4. b (tipo origem) placoide
dérmica
b) Não. A simetria radial dos equinodermos adultos é secundária, Cloaca Não Sim
porque suas larvas são bilateralmente simétricas.
Bexiga natatória Sim Não
6.
Linha lateral Sim Sim
a) O zoólogo recebeu um exemplar pertencente ao filo dos
Interna (com
Equinodermos. O ouriço-do-mar pertence à classe dos equinoides. Fecundação Externa geralmente
clásper)
b) Os equinodermos são animais dioicos, realizam a fecundação
Indireto (Alevino)
externa e apresentam desenvolvimento indireto, uma vez que Desenvolvimento Direto
geralmente
formam larvas.
Exemplos Bagre Tubarão
7. b
8. c 4.
d) ectotérmicos, 2, 3, 12
2.
220 GABARITO
7. 17. c
d) heterodontes, difiodontes
e) placenta. Monotremados
8. V – F – F – V – V – V
9. e
10. e
12. a
13. c
14. c
GABARITO 221
BIOLOGIA 223
224 BIOLOGIA
BIOLOGIA 225
226 BIOLOGIA