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Título: Finn e a Lenda da Espada

Classificação: Ficção – Ficção Fantástica – Ficção Infanto-juvenil

Produção feita pelos alunos DAVID PEREIRA DOS SANTOS e GUILHERME


SANDRO DE OLIVEIRA SOUSA (1° ano D – manhã) para a culminância da
disciplina eletiva Criação Literária da Escola de Ensino Médio Dra. Aldaci Barbosa, no
segundo semestre (agosto-dezembro) do ano de 2022.
CAPÍTULO 1

Há muitos séculos, uma incrível lenda pairava sobre o reino Laterra. Essa lenda
dizia que a pessoa que pudesse retirar a espada Excalibur da rocha teria acesso a todo o
seu poder e ascenderia ao trono. Porém, a espada só responderia a alguém que fosse
forte de espírito e bom de coração. Entretanto, muitos e muitos anos se passaram e,
mesmo assim, nunca houve alguém digno que conseguisse erguer a Excalibur. Até que
um dia tudo mudou.
No ano de 1300, o reino Laterra estava em guerra contra o reino de Galac, um
lugar pacífico que vivia de agricultura e criação de animais. Nesse reino, vivia um
jovem rapaz chamado Finn, que foi criado pelo seu avô. Eles moravam em um isolado
pedaço de terra, e um certo dia, quando os reinos estavam em guerra e alguns soldados
que estavam próximos ao local onde Finn morava, eles viram aquela propriedade então
decidiram saqueá-la e destruir tudo para os seus próprios proveitos pessoais.
O avô de Finn logo percebeu a chegada dos soldados e então foi até Finn e
rapidamente disse:
— Rápido, Finn, se esconda! — disse o avô Jonh.
— O que está acontecendo?
— Eu terei de enfrentar alguns soldados, mas não importa o que aconteça, não
saia desta casa!
— Não! Não posso deixar o senhor lutar por mim, vou ajudar.
— Não. Essa luta não é para você! Preciso que fique aqui. Eu já vivi muito nessa
vida. Um grande futuro te espera, eu não duvido disso.
— Mas eu...
— Obedeça, Finn!
Após dizer isso, Jonh deixou Finn escondido e saiu sem olhar para trás.
Encontrou muitos soldados e batalhou com cada um deles. Porém, foi vencido
pelo seu velho corpo cansado que já não resistia a uma luta tão intensa.
Então os soldados invadiram a casa, recolhendo tudo aquilo que fosse de valor e
em seguida destruíram tudo ao seu redor. Enquanto isso, Finn estava encolhido atrás de
alguns sacos de carvão, mas já seria de esperar que em algum momento ele seria achado
pelos soldados.
— Que casinha mais podre essa aqui — disse um dos soldados.
— Realmente é bem podre, aqui tem um cheiro horrível
E enquanto eles riam e roubavam tudo que podiam, um dos soldados estava se
aproximando de onde Finn estava escondido, e Finn soube naquele instante que ficar ali
era perda de tempo. Já que seria encontrado, ele rapidamente levantou-se e com uma
faca em sua mão e a cravou na garganta de um dos soldados enquanto puxava a espada
da sua cintura.
Surpreendidos, os soldados puxaram as suas espadas e o mais próximo ao Finn
tentou atacá-lo o mais rápido possível, mas foi morto pela lâmina de Finn: a espada
atravessou o peito do soldado com toda a sua força. Outros soldados batalharam com ele
dentro daquele pequeno espaço, e mesmo mostrando bravura em batalha, Finn era
apenas um rapaz que não tinha o mesmo nível de experiência dos soldados. Um dos
soldados conseguiu retirar a espada de Finn.
— Eu vou matar esse filho de uma prostituta imunda! — disse um dos soldados.
— Não, ele tem que pagar por ter matado os nossos companheiros, a morte é
pouco para ele!
— Então o que faremos com ele?
— Vamos levá-lo como escravo e assim ele vai pagar por tudo o que fez e ainda
por cima vamos ganhar uma boa quantia.
— Tem razão! Ei, você aí, ajoelhe-se agora, seu imprestável imundo!
Totalmente indefeso, Finn foi amarrado e levado para ser escravo. Quando saiu
de fora de sua casa, ele se deparou com o corpo de seu avô Jonh, no chão, totalmente
sem vida.
— Vovôoooooo! — gritou Finn.
— Estão esse aí é o imprestável do seu avô? — perguntou um dos soldados com
um tom de deboche.
— Esse velho não passava de um tolo em pensar que podia dar conta de todos
nós, mesmo sendo um velho e ainda por cima lutando sozinho.
— E tudo isso para salvar alguém imprestável feito você!
Eles riam e debochavam de Jonh pelo fato de ele sacrificar a sua própria vida
para salvar a vida de seu neto.
Porém o que eles não entendiam era que isso não passava de uma demonstração
do amor que ele sentia por aquele a quem criou como se fosse o seu próprio filho.
John era um ex-soldado muito experiente, que quando chegou aos seus 42 anos
soube da notícia que sua filha junto e seu genro haviam sido mortos por soldados
inimigos que invadiram o reino, deixando o único filho de apenas três anos órfão.
Então John deu a si mesmo o dever de se aposentar, cuidar, educar e treinar
Finn, para que ele pudesse crescer forte, tanto física quanto mentalmente, e assim se
tornar um homem bom e capaz de lutar pelo que acredita ser certo.
John, de certa forma, era alguém de bom coração, bastante sábio, porém também
era bastante rigoroso e disciplinador. Ensinou muitas coisas para Finn, um exemplo
delas foi:
— Finn, na vida, seja um valente guerreiro, honre seus sonhos e nunca desista de
lutar pelos seus ideais. Por mais penoso que seja o campo de batalha, a glória sempre
chega aos fortes de espírito e límpidos de coração.
E naquele dia a linhagem de sangue de Finn tinha terminado. Ele estava
complemente sozinho num mundo repleto de pessoas que não sabiam fazer nada além
de se aproveitar um dos outros para os seus próprios benéficos pessoais.
Diante daquela situação, sem escolhas e sem saber o que fazer, Finn foi levado
pelos soldados ao reino Laterra. Chegando lá, foi vendido para o comerciante de
escravos mais próximo, que depois lhe vendeu para outra pessoa que tinha o dever de
comprar escravos para trabalhar no reino.
Finn foi forçado a fazer trabalho pesado, como carregar pedras, e até quebrar
alguns tipos de rochas com uma picareta. Dia após dia ele foi mal alimentado,
escravizado, amedrontado, humilhado e até torturado, para que assim sentisse medo
enquanto trabalhasse, junto de outros escravos.
Mas mesmo diante dessa situação, Finn nunca deixou a chama do seu coração
ser apagada.
Depois de trabalhar 16 horas por dia, Finn era levado até um local onde ficava
todos os escravos, um lugar meio que subterrâneo, construído de maneira muito
malfeita que antes era feita para os prisioneiros, mas que agora cada uma das celas
servia de quarto para até dois escravos. Era um espaço pequeno e com uma péssima
higiene, com um forte cheiro ruim de alguma coisa que estava apodrecida há bastante
tempo, e com alguns ratos que chegavam a dividir o espaço com eles.
Sem seus pais ou seu avô, ele estava complemente sozinho, entretanto, por muita
sorte o seu colega de cela era um velhinho bastante amigável e até mesmo muito sábio.
No seu primeiro dia dividido a cela com Finn, mostrou ser alguém bastante bondoso, ao
contrário dos outros.
— Ei, rapaz, tudo bem com você? Aceita um pedaço de pão? — perguntou o
velhinho.
Finn, que parecia bastante fraco, machucado, cansado e faminto, respondeu:
— Olá, agradeço muito, senhor. Mas e quanto ao senhor?
— Relaxe, rapaz, eu não estou com tanta fome.
— Eu não sei se...
— Vamos logo, rapaz, eu insisto.
— Certo, muito obrigado — disse Finn com um grande sorriso e um brilho no
olhar.
— Tudo bem, rapaz, apenas coma, você parece bastante cansado.
Finn, começou a comer ao lado de seu companheiro de cela enquanto
conversava com ele.
— E então, há quanto tempo o senhor está aqui? — perguntou Finn
— Estou aqui desde os meus 28 anos de idade. Agora eu tenho 49, talvez. Ou
mais.
— Nossa, o senhor passou todo esse tempo aqui? Eu sinto muito, o senhor não
merece isso.
— Ninguém merece, rapaz. Eu acabei ouvindo de alguns dos senhorios que você
não é daqui dessas bandas, é verdade?
— Sim, eu morava em um pequeno campo com o meu avô, mas agora ele se foi,
e restou apenas eu aqui, vivo... se é que se dá para chamar isso aqui de viver.
— Não se deixe desanimar, rapaz, a esperança nunca pode ser perdida.
— Depois de todo esse tempo, o senhor ainda acredita mesmo? Depois de ver o
que todos nesse reino fazem uns com os outros? Eles até fazem com que tudo isso que
eles fazem parecer, algo... Normal — disse Finn com um olhar cabisbaixo.
— Rapaz, ⁠o errado não deixa de ser errado só porque a maioria concorda e
participa; com o tempo, você vai aprender que não importa a maneira como eles te
tratam ou como tratam os outros; ou o que fazem com você ou o que fazem com os
outros; o que nos faz ser o que somos são as nossas ações. Então encare tudo de cabeça
erguida e não se deixe desanimar nunca.
— É, o senhor está certo. Eu não sei o que deu em mim.
— Está tudo bem, rapaz. É melhor você dormir e descansar, amanhã tem um
longo dia pela frente.
— Sim, aliás o meu nome é Finn, é um prazer.
— O meu é Jordão, é um prazer também, mas agora vá descansar, amanhã
podemos conversar de novo.
CAPÍTULO 2
Dias e dias se passaram, e Finn estava conhecendo a maldade que habitava
naquele reino mais e mais.
Certo dia, Finn estava trabalhando carregando algumas pedras e, enquanto
passava perto de um local que não costumava ir, acabou presenciando uma garotinha
que tinha aproximadamente entre os 9 a 11 anos de idade, que estava sendo chicoteada
por um soldado que estava bravo com a sua baixa velocidade em efetuar seu trabalho.
Finn viu aquilo e rapidamente soltou tudo o que tinha nas mãos, e por uma
questão de instinto se jogou na frente daquele soldado com o objetivo de ele parasse
com aquilo.
— O que pensa que está fazendo, seu imundo? — disse o soldado.
— O que você pensa que está fazendo? Ela é só uma criança, não merece passar
por tudo isso! — disse Finn com uma fúria em seu olhar.
— Entendo, então agora você quer ser um herói, é? — riu com sarcasmo. —
Faça um favor a si mesmo e saia da frente antes que sobre para você!
— Eu aceito levar a punição por ela!
— Ah, é mesmo? Pois então eu concordo, seu canalha. Porém, dessa vez eu vou
usar ainda mais força!
Finn, naquele momento, foi chicoteado diversas vezes com bastante força, mas
preferia ser chicoteado até morrer do que ver uma criança sofrendo tal coisa.
Jordão viu a situação em que ele se encontrava e foi tentar convencer o soldado a
parar com aquilo.
— Por favor, pare! Ele vai acabar morrendo!
— Ninguém mandou ele se meter no que não era da conta dele!
— Ele já prendeu a lição, se por acaso ele morrer vai ser um prejuízo ainda
maior, você não acha? Você pode bancar um escravo jovem e forte que trabalha para o
reino? O que um superior acharia disso?
O soldado logo percebeu que não gostaria das consequências que poderia causar
caso fosse o responsável pela morte do escravo e logo deixou que Finn pudesse ser
liberado das chicotadas.
— Da próxima vez, vê se não deixa ele bancar o herói — esbravejou o soldado.
— Pode deixar — disse Jordão.
— Por que fez isso, senhor? Eu não tenho nada a oferecer ao senhor — falou a
menina.
Finn, que estava complemente machucado e fraco, respondeu:
— Eu não fiz o que fiz por conta de algo que você tinha para me oferecer, eu fiz
isso porque era o certo a se fazer. Você é só uma criança, não merece passar por tudo
isso.
A garotinha ficou perplexa por nunca ter presenciado um ato de bondade de
alguém e então agradeceu a Finn, em seguida voltou correndo porque precisava voltar
ao trabalho o mais rápido possível, pois mesmo depois de ser salva das chicotadas, ela
ainda era apenas uma escrava.
— Vamos, Finn, eu te ajudo — disse Jordão.
Um tempo depois, já estando bastante tarde, os dois partiram para sua cela para
que pudessem descascar.
Finn estava exausto, por sorte Jordão o ajudou a fazer seu trabalho para que não
sofresse mais punições.
— Finn, eu admiro a sua coragem, mas você não pode voltar a fazer o que fez.
Eu entendo que sinta pena dela, e eu também sinto muito por aquelas crianças, mas a
questão é que se você sempre quiser fazer tais atos, dá próxima talvez eu não possa te
salvar. Por sorte você não morreu, e se quer tanto salvar as crianças, você vai ter que
ficar vivo para isso acontecer.
— Eu agradeço o que fez por mim, senhor Jordão, e me desculpe por meter o
senhor nisso. É que foi mais uma questão de instinto, eu não podia ficar parado vendo
aquilo.
— Eu entendo, rapaz, você não é daqui, foi criado em campo com o seu avô,
isolado das pessoas e então nunca presenciou tais coisas, mas entenda que você precisa
manter a sua vida como prioridade, não quero que você morra, Finn.
— O senhor tem razão, eu sinto muito. E o senhor está certo, eu nunca tinha
visto nada igual. As pessoas escravizam crianças, fazem o que querem e tudo que
podem para beneficiar a si mesmos ou para prejudicar os outros, e oque rei faz sobre
isso? Nada! Ele não faz absolutamente nada.
— Bem-vindo a Laterra! Mas se quer saber, eu ainda acredito que um dia tudo
vai mudar e que é só uma questão de tempo.
— É...eu também.
CAPÍTULO 3
Como sempre, Finn e Jordão continuam trabalhando e trabalhando. Até que
certo dia, algo estava preste a acontecer que faria com que Finn enchesse o seu coração
de fúria e ainda mais tristeza.
Havia um momento em que os soldados, junto com outras pessoas, organizavam
lutas de escravos contra escravos, ou de escravos contra os próprios soldados, de mão
vazias para que pudessem além de se divertir e fazerem apostas.
Um dos soldados foi até a cela de Finn e gritou:
— Vocês aí, um de vocês venha até aqui para ser levado para uma festinha.
O soldado então abriu a porta da cela e esperou do lado de fora.
— De que festinha ele está falando? — perguntou Finn
— Ele está falando sobre um de nós dois ir lutar contra alguém lá fora, para que
outras pessoas possam se divertir e apostar. Muitos acabam morrendo graças às grandes
apostas e ao desejo de sangue das pessoas ao redor — disse Jordão
— Entendo, pois eu vou.
— Finn, não! Vá você pode acabar morrendo.
— Não tenho escolha, tem que ser um de nós dois.
— Tem razão. Finn, você pode pegar aquilo que caiu debaixo da cama para
mim? Eu não consigo me abaixar graças às minhas dores nas costas.
— Claro, deixa eu só...
Assim que Finn se abaixou para ver do que se tratava, Jordão saiu para fora e
trancou a cela com Finn ainda dentro dela.
— O que está fazendo?! — perguntou Finn pela brecha da cela.
— Sabe, Finn, uma vez eu te disse que vim parar aqui como punição por não
aceitar matar uma mãe e sua filha totalmente indefesas, no tempo em que eu era um
soldado. Então o rei me mandou para cá, e com o tempo que passei aqui eu aprendi
muito com você. Acho que já vivi demais e quero que você também possa viver.
— Não faça isso, Jordão! Nós sabemos que deve ser eu! Por favor, não faz isso!
— Foi um prazer, meu amigo! Talvez por eu ser um velhinho eles tenham pena
de mim. Vou tentar resistir ao máximo e chegar aqui vivo, já você, como é jovem, eles
iriam querer ver bastante sangue.
— Não! Não! Não! Não posso deixar que mais alguém morra no meu lugar! Não
de novo!
— Olha, eu não tenho dia todo, andem logo! — disse o soldado do lado de fora
da prisão.
— Adeus, Finn. Seu avô criou um grande homem, ele deveria ter muito orgulho
de você, porque com certeza eu tenho — declarou Jordão.
Então ele disse isso e seguiu em frente junto do soldado para ir até o local das
disputas.
— Não, não, nãoooooooo, senhor Jordão! Mas que inferno! Porque sempre se
sacrificam por mim! Eu não aguento mais...eu...não aguento mais...
Finn foi levado por um soldado para trabalhar normalmente igual a todos os
dias, mas Finn não parava de se preocupar com Jordão, e só o que ele queria é que
anoitecesse para que, assim, pudesse voltar para sua cela e saber se Jordão estava a
salvo.
Anoiteceu e Finn voltou para sua cela, mas não havia nenhum sinal de Jordão.
Finn estava inquieto e não conseguia dormir. Durante a madrugada, alguns dos soldados
que estavam responsáveis por levar os soldados para lutarem chegaram e, quando
passaram todos dando risadas em frente a cela de Finn, ele gritou:
— Ei, vocês aí! Por favor, eu preciso perguntar uma coisa!
Os soldados não ligaram e continuaram andando,
Então Finn gritou ainda mais alto.
— Vocês levaram o senhor Jordão para aquela merda! Onde ele está? Eu quero
saber por que ele ainda não voltou!
Um dos soldados não gostou nenhum pouco do tom de Finn e foi até ele dizer o
que tinha acontecido com o seu colega de cela.
— Cala sua boca, seu animal! Quer saber mesmo o que aconteceu com aquele
velho que estava na sua cela? Você devia ter visto!
— Me fala logo o que aconteceu.
— Ele morreu. Assim que dobramos a aposta, ele foi espancado até a morte. Ele
era um velho muito burro por ter ido no seu lugar. Aliás, eu mesmo o matei com as
minhas próprias mãos! Agora pare de nos perturbar.
Naquele momento, Finn, não sentia absolutamente nada.
Seu coração, que era cheio de bondade, agora estava cheio de ódio, fúria,
tristeza, perda e um grande desejo de vingança. Vingar todos as aqueles que morreram
pela lâmina de saldados ruins, de um reino ruim, e de um rei ainda pior.
Finn ainda não perdeu a bondade do seu coração, mas naquele momento, ele
deixou o seu bom coração totalmente oculto e então se tornou alguém frio. Com os
olhos cheios de lagrimas, ele começou a dar vários socos na parede sem parar. Ele
perguntava a si mesmo enquanto dava os socos na parede:
— Por que eu!? Porque sempre eu!? Agora todos de quem eu gosto iram morrer
por mim!? Isso não é justo!...eu vou...eu vou...eu...não posso fazer nada. Não posso
fazer nada até sair deste inferno...e eu vou sair, não importa o que aconteça!
Finn se deitou no chão e ali com os olhos ainda cheios de lagrimas acabou
caindo no sono, pois estava bastante cansado.

CAPÍTULO 4
Vários dias se passaram, e então chegou o momento em que todo o rumo da vida
de Finn iria mudar de vez no reino Laterra.
Há uma comemoração em determinado dia entre os nobres, os soldados mais
importantes, os mais bem sucedidos entre o reino e o próprio rei. Eles comemoram o dia
de Bentley. Nesse dia, eles fazem uma grande festa, um grande banquete, e depois de
muita festa, dança e música todos eles tentam tirar a espada Excalibur da rocha. Em
volta da espada foi construído um templo para que a espada fosse mais preservada, pois
pertenceu ao primeiro rei de Laterra: o Rei Bentley.
Nesse dia, igual a todos os outros em que já foi comemorado, alguns escravos
foram chamados para trabalhar: arrumar, servir e fazer basicamente tudo na festa.
Estavam as pessoas mais importantes do reino, eles faziam uma grande festa, riam
muito e bebiam muito, porém tinha chegado o final da festa e, como era de costume, um
por um tentou retirar a espada da rocha, entretanto, não havia um sequer que conseguiu
nem ao menos fazer a Excalibur sair um pouco do lugar.
Finn, que estava naquele lugar para trabalhar, não entendia o porquê de as
pessoas estarem fazendo aquilo, mas não importava, o que ele queria mesmo era uma
maneira de fugir, já que durante a festa nenhum dos escravos ficava acorrentado, pois os
escravos sabiam que se fugissem não iriam muito longe, sem falar que muitos morrem
quando tentam fazer tal coisa. Porém, Finn estava determinado.
Enquanto servia um dos nobres, ele percebeu que os soldados estavam distraídos
e a porta estava aberta e sem ninguém vigiando.
—Ei, você aí, escravo. Bota logo essa maldita bebida aqui, antes que eu...
Finn jogou todo a bebida na cara daquele nobre e correu na direção da porta,
mas foi surpreendido ao esbarrar em um soldado que estava entrando naquele momento.
Sem o que fazer, tentou correr na direção oposta e viu que todos os soldados estavam
atrás dele. Ele correu no meio de todos, porém estava encurralado, cercado por vários
soldados.
Totalmente desesperado, naquele momento ele viu que estava do lado da espada
que todos estavam tentando tirar. Finn subiu na rocha e, olhando para espada, pensou
em puxá-la para que pudesse usar contra os soldados.
— Você acha mesmo que vai conseguir tirar essa espada da rocha? — gargalhou
um soldado com escárnio. — Você é mesmo patético.
Todos naquele lugar, vendo aquela situação, começaram a rir e a debochar de
Finn. Contudo, quando Finn encostou as suas duas mãos no cabo da espada, todos
sentiram o ar ficar pesado, como se alguma coisa além de suas compressões estivesse
preste a despertar.
Finn, enquanto segurava o cabo, começou a pensar: “Que estranha sensação, é
como fizesse... parte das minhas mãos”.
O ar vibrando fazia sentir um pequeno aperto no peito de quem estava ali
presente, como se o impossível estivesse preste a acontecer. E então, finalmente
retirando a espada da rocha, todos ficaram em choque ao ver a Excalibur ser erguida por
aquele escravo. A espada que nunca foi tirada por ninguém há séculos, nem mesmo pelo
próprio rei.
De repente, todo o poder que havia na espada começou a invadir o corpo de
Finn, um poder tão assombroso que era possível até enxergar o forte brilho com uma
mistura de branco e azul, como um raio, totalmente cheios de poder.
O rei então ordenou que os soldados matassem Finn ali mesmo, mas ele
balançou a Excalibur para todos os lados, descontrolado pelo poder que estava em seu
corpo.
— Saiam! Se afastem de mim! — Finn gritou.
Ele não acertou nenhum dos soldados com a espada, porém quando balançou a
Excalibur para qualquer direção, do seu corpo saiu uma grande pressão de poder
misturado com eletricidade que arremessou todos os soldados em sua volta. Alguns dos
soldados sofreram queimaduras graves por causa do poder que saiu do corpo de Finn,
era possível ver algumas pequenas faíscas de eletricidade ainda no corpo de alguns dos
soldados que foram arremessados.
Todo aquele poder que saiu do corpo de Finn fez que uma grande fumaça
subisse, deixando todos sem poder enxergar por um breve momento. Quando a poeira
abaixou, todos se perguntaram onde estava o escravo. Finn já tinha fugido com a espada
para o mais longe possível, então o rei ordenou que todos fossem atrás dele.
— Tragam aquele escravo para mim, agora mesmo! Tanto faz se ele estiver vivo
ou morto — disse o rei furioso.
Todos estavam procurando Finn por todos os lugares, até um dos soldados achar
Finn em uma floresta e avisar os outros enquanto ia na frente para não o perdê-lo de
vista.
Finn acabou parando em frente a um penhasco e, de novo encurralando, foi
obrigado a lutar. O soldado desceu do cavalo com o objetivo de lutar um contra um com
Finn e matá-lo ali mesmo, porém, quando tentou acertá-lo com sua espada, Finn
bloqueou com a Excalibur, que destruiu a espada do soldado. Quando estava prestes a
acertar o soldado, Finn começou a sentir algumas dores bem fortes na cabeça pelo fato
de não estar acostumado com todo aquele poder, e então o soldado vendo aquela
situação a seu favor, tentou agarrar o pescoço de Finn para enforcá-lo.
Entretanto, o que o soldado não esperava é que quando o segurasse com as duas
mãos, todo o poder junto de eletricidade que circulava em corpo de Finn fosse
direcionado a ele e corroesse seu corpo, fazendo com que sobrasse apenas os ossos, que
caíram no chão e racharam até virar pó no ar.
Os outros soldados chegaram e presenciaram o seu companheiro tendo o seu
corpo dilacerado com todo aquele poder, então souberam naquele instante que chegar
perto de Finn era um erro bastante grave. Então quando Finn estava preste a desmaiar
por não aguentar todo aquele poder que habitava em seu corpo, alguns soldados
atiraram algumas flechas, e quatro delas acertou o peito de Finn, fazendo com que ele
caísse do penhasco direto no mar, sendo levado pela correnteza.

CAPÍTULO 5
Depois de ser levado pela correnteza por toda a noite, Finn acordou pela manhã
sobre uma margem de areia e viu que as flechas não estavam mais em seu corpo; estava
completamente cansado, porém não estava tão machucado quanto deveria estar.
— Onde eu estou? Meu corpo... eu fui atingido por quatro flechadas, eu deveria
estar morto. Será que foi a espada? É mesmo, a espada! Onde ela está!? Ah, ela está
aqui. Mas que poder é esse que esta espada me deu? — pensou Finn enquanto estava
sentado na margem.
— Nossa, mesmo assim ainda estou bastante ferido, não sei se vou conseguir...
me alevantar — disse Finn rangendo de dor.
— Ei, você aí! Precisa de ajuda? — perguntou um casal que passavam por
aquele local.
Finn enrolou a espada rapidamente em alguns tecidos que tinha, a escondendo
do casal, e então disse:
— É... Sim, eu acho que eu...
— Nossa, você parece bem mal! Vamos te levar para nossa casa para tratar esses
ferimentos — disse a mulher desconhecida.
E então o casal, que era dono de uma taverna, levou Finn para que fossem
tratados os seus ferimentos. Depois de tratar e enfaixar os ferimentos no peito de Finn,
ele tomou um longo banho e depois lhe deram algumas roupas limpas e então se passou
um tempo e Finn, ficou na taverna, tomando uma sopa, pois ainda estava bastante fraco
pela falta de uma boa alimentação, e por todo esforço provocado em seu corpo.
Enquanto Finn comia, todos na taverna começaram a contar alguns rumores sobre um
tal de “guerreiro lendário”.
— Você soube? Disseram que alguém retirou a Excalibur da rocha — disse uma
pessoa aleatória da taverna.
— Dizem que ele tem a força de mil homens — falou outra pessoa.
— Pois eu soube que ele é capaz de matar alguém só de olhar.
Finn sorria por dentro ao ouvir tudo aquilo, até alguém dizer:
— Eu soube que ele está por aí em algum lugar, pode ser que ele esteja até entre
nós.
Um pequeno silêncio ficou no ar e Finn olhou para todos com um olhar de culpa,
como se eles já soubessem que estivessem falando dele, mas depois todos começaram a
rir e Finn acabou ficando mais aliviado por ninguém desconfiar dele.
Ele continuou escutando vários rumores e até a canção de um bardo sobre o tal
“lendário guerreiro misterioso”. Finn tinha se tornado uma lenda em toda Laterra.
A noite tinha chegado e Finn ficou em um quarto para convidados dos donos da
taverna Quando dormiu, ele começou a ter alguns sonhos estranhos.
Nesse sonho ele estava em um lugar vazio com um fundo azul bastante claro,
que passava uma sensação aconchegante, e então ele escutou uma voz que dizia:
— Finn, meu rapaz! Você foi escolhido.
— Escolhido por quê? E por quem? — perguntou Finn.
— Você foi escolhido pelo destino. Eu sou Bentley, eu fui o primeiro rei e o
primeiro a erguer a Excalibur.
— Você está morto. Como está falando comigo? E por que deixou que o seu
reino acabasse nas mãos de pessoas tão ruins?
— Eu peço perdão, eu realmente não estou mais entre vocês, porém minha alma
não pode descansar em paz ao saber que meu reino acabou parando em mãos erradas,
todo o meu povo está sofrendo e isso fez com que meu espírito fosse mantido na lâmina
da espada, e só serei liberto para finalmente descansar quando você acabar de vez com o
novo rei e assim assumir e libertar o povo de Laterra.
— Tem certeza? Ele não é meio que um parente seu?
— Nem mesmo a linhagem de sangue é mais importante do que a vitória do bem
sobre o mal. É o seu destino, Finn. Não só eu, mas todo o reino precisa de você, e você
deve ter sofrido muito durante essa jordana, e acho que você não desejaria isso para
ninguém.
— Sim, nunca conheci o mal de perto, porém agora sei que ele é forte e que está
espalhado em todos os cantos deste reino, não posso deixar pessoa igual ao Jordão
morrerem de novo, porém não sei se consigo fazer isso, eu só sou um...
— Finn, você carrega a Excalibur, a coisa mais poderosa desse mundo, ela é sua
e só obedece a você, não duvide de sua capacidade. A partir do momento que você
reconhecer o seu destino e aceitar a Excalibur, você poderá controlar o poder que está
nela, então todo esse poder será seu. Você aceita?
— Já não tenho mais nada a perder, então, sim, eu aceito.
— Pois a partir deste momento, você se torna o guerreiro das lendas. Seu destino
agora é se tornar o novo rei e trazer a esperança que antes tinha sido perdida. Adeus,
Finn.

CAPÍTULO 6
Finn acordou e olhou pra Excalibur, que estava ao seu lado. Na lâmina havia
algumas palavras que não podiam ser traduzidas por ninguém, entretanto, como dessa
vez ele tinha aceitado o seu destino, as palavras da espada se revelaram, formando a
frase: “mente forte desencadeia um corpo forte”.
Finn chegando na taverna e de novo foi escutou os rumores para saber mais
informações, e então soube que o povo estava se organizando para atacar o reino em
busca de fazer com que o “lendário guerreiro” aparecesse para os ajudar e, assim,
assumir o trono. Eles acreditavam cegamente que o tal guerreiro iria aparecer, pois
sabiam que a espada só poderia ser retirada por alguém digno, sem contar o fato de que
vários rumores faziam com que ele parecesse alguém imbatível, e isso animava ainda
mais o povo a seguir com esse plano.
O rei ficou preocupado com os rumores que ameaçava o seu trono, então foi até
um local subterrâneo escondido do seu palácio, onde ficava todo o tesouro que
pertenceu ao primeiro rei, e lá em cima de toda essa riqueza, estava um dragão cujas
escamas eram fortes e douradas como ouro. Skanblout era o seu nome, ele pertenceu ao
primeiro rei. O dragão era passado através de gerações para todos aqueles da linhagem
de sangue do primeiro rei, porém, o dragão não reconhecia ninguém além do primeiro
rei como o seu mestre.
— O que você quer aqui, ser humano patético? — disse o dragão
— Eu preciso que...
— Cale essa sua boca imunda, você acha mesmo que pode entrar aqui? Perto de
toda a riqueza do rei Bentley? E ainda por cima pedir alguma coisa? O rei Bentley é o
único que tem direito de exigir algo, esse rei sim era grandioso, já você... não passa de
um merda que não chega nem aos pés dele.
— Eu estou disposto a fazer o pacto de sangue!
— O que você disse? Eu escutei direito? Está disposto a me dar metade de sua
vida em troca da minha ajuda? Porque esse foi o meu acordo de sempre.
— Sim, eu estou.
— Hum, você parece desesperado, o que aconteceu? Todos do seu reino se
viraram contra você por ser um merda? Algum reino inimigo está atacado e então você
veio implorar por ajuda?
— Não. Na verdade, eu preciso que você acabe com alguém.
— Espera aí... Está me dizendo que precisa de mim para acabar com uma única
pessoa? Você acha que eu sou uma piada!? Você é mesmo patético, não se compara
nada com rei Bentley.
— Você não entende! Ele não é qualquer homem, ele não é como todos os
outros. Você está há tanto tempo aqui nesse lugar e por isso não sabe da metade! Esse
homem... ele tem aquela maldita espada!
— Ham? Do que está falando? De que merda de espada você está falando, seu
ser humano imprestável!?
— Estou falando da excali...
— Fecha essa maldita boca! Não abra essa sua boca imunda para falar o nome
da espada que pertenceu ao rei Bentley!
— Você gostando ou não, ele tem a espada que pertenceu ao primeiro rei, um
simples escravo conseguiu retirar a espada da maldita rocha e agora ele está por aí, e vai
acabar aparecendo a qualquer momento. É por isso que eu aceito esse maldito pacto de
sangue!
— Isso... eu não achei que ainda fosse existir alguém que pudesse conseguir...
O dragão Skanblout ficou muito surpreso ao saber que a espada, que nunca tinha
sido retirada por ninguém além de Bentley, tinha sido retirada por um simples escravo
que agora obteria todo o poder que havia nela. Então o rei Stan, fez o pacto de sangue,
abrindo mão de metade de sua vida em troca de que o dragão Skanblout o ajudasse a
acabar com Finn, o lendário guerreiro.

CAPÍTULO FINAL
Finalmente tinha chegado o “grande dia”, e todos estavam em frente ao reino
com suas espadas, prontos para atacar. O rei então ordenou que matassem todos que se
virassem contra ele. Naquela manhã, todos foram com tudo para invadir o reino em
buscar de fazer com que o lendário guerreiro aparecesse.
Foi uma batalha sangrenta, todos lutavam, e se passou um tempo e todos se
perguntaram onde o encolhido estava, porém quando as esperanças quase pareciam
perdidas, um raio desceu do céu na frente dos que lutavam, que então afastou os
soldados de Finn durante um breve momento. Todos olharam para trás e viram Finn,
que estava vestindo um capuz azul, uma armadura simples e, em sua cintura, a espada
Excalibur.
— Vocês estavam procurando por mim!? Eu estou aqui! — gritou Finn para os
soldados do rei.
Todos abriram caminho para que Finn passasse, e todos ao seu redor davam um
rugido de guerra, como se o grande momento da vitória finalmente tivesse chegado.
Finn correu com a espada em mãos, seus olhos estavam cheios de poder. Ele
enfrentou todos os soldados pelo caminho, junto dos seus seguidores. Finn era
implacável, a Excalibur tinha dado a ele força, resistência, agilidade, grande vigor e
grandes reflexos, que misturando com suas grandes habilidades com a espada, lhe fez
um guerreiro imbatível.
Ele acabava com todos os soldados que estavam em sua frente e cada vez mais
iria avançando mais e mais até chegar dentro do palácio. Finn reconheceu um dos
soldados que matou Jordão.
— Se lembra de mim, escravo imundo? — disse o soldado.
Finn desviou de sua espada e desferiu um soco com bastante força, fazendo-o
perder o equilíbrio, e em seguida o matou com sua espada, que foi atravessada na
garganta do soldado, depois fez uma descarga elétrica se expandir por toda a cabeça do
soldado até ele morrer brutalmente.
— Isso foi pela morte do grande senhor Jordão Rawlen!
Finn estava finalmente dentro do palácio. Todos os soldados que correram em
sua direção morreram com uma carga de poder junto de eletricidade que saía de seu
corpo enquanto lutava.
Quando ele seguiu em frente para matar o rei, o dragão Skanblout apareceu,
quebrando tudo ao seu redor e arremessou Finn contra a parede, que fez com que Finn
fosse pego de surpresa. Ali estava preste a começar uma grande batalha de Excalibur
versus dragão de escama dourada.
Finn não deixou se deixou abalar pelo tamanho ou força do dragão, ele foi
avante e lutou com todas as suas forças, e então uma grande batalha foi tradava por um
grande tempo, e durante esse tempo o Skanblout acertou Finn, e então quando ele estava
preste a cuspir o seu fogo devastador, cujas chamas desse dragão eram capazes de
carbonizar aquele que se atrevesse a estar na frente.
Finn desviou e foi com tudo para atacá-lo com um golpe de espada em sua testa.
A testa do Skanblout mantinha uma joia de cor roxa, cujo nome era estrela do abismo,
que possuía um poder que o mantinha vivo por todo esse tempo. E então quando subiu
no dragão, ele pulou e cravou a Excalibur no meio desta joia, ela então se quebrou e fez
com que o dragão morresse instantaneamente.
— Descanse em paz — sussurrou Finn para o dragão.
— Que imprestável! E você... Você acha mesmo que pode vir até aqui e roubar o
meu trono!? — disse o rei
— Escute aqui, se você não resistir, eu deixo você sair daqui com vida, não acho
que...
— O que? Acha que eu preciso da sua misericórdia!? Eu sou o rei! O rei de
Laterra! Quem você pensa que é!? Seu escravozinho bastardo... morra!
Naquele momento, o rei empunhou a sua espada e correu em direção ao Finn, e
tentou acertá-lo com um golpe em sua cabeça, porém Finn bloqueou a lâmina do rei
com sua Excalibur, que fez com que a espada do rei fosse completamente quebrada ao
meio, e com um único golpe de espada arrancou a cabeça do rei.
— Então, meu novo rei, qual é a sua primeira ordem, senhor? — disse um dos
antigos servos do antigo rei.
— Hum... eu pude presenciar a maldade em todo esse reino desde a minha
chegada aqui. Soldados desse reino mataram o meu avô e depois me trouxeram para ser
escravo, mas antes disso ele me ensinou uma coisa: “na vida, seja um valente guerreiro,
honre seus sonhos e nunca desista de lutar pelos seus ideais”. Por mais penoso que seja
o campo de batalha, a glória sempre chega aos fortes de espírito e límpidos de coração.
Então, com a minha nova liderança a esse reino, tomarei medidas drásticas.
— Claro, meu rei! Gostaria de mencionar quais são essas novas medidas? —
perguntou o servo.
— Primeiro, não haverá mais escravidão infantil a partir de hoje!
— Mas, meu rei, o senhor...
— Não fui claro? Não quero mais nenhuma criança sendo escravizada,
maltratada, profanada, humilhada ou morta. Isso nunca mais vai acontecer!
— Sim, meu rei, mas e quanto aos outros reinos aliados? Eles não vão gostar de
saber que não vamos mais fornecer escravos jovens para eles, meu rei.
— Eu não me importo. Eu aprendi que o errado não deixa de ser errado só
porque a maioria concorda e participa. Vamos fazer as coisas certas dessa vez, e dessa
vez será de verdade.
***
E então, anos e anos se passaram. Finn conseguiu fazer as coisas certas. Ele
mostrou se importar com seu povo, ajudar os pobres, lutar pelos injustiçados e fazer
com que os escravizados pudessem trabalhar de forma digna, e apenas os verdadeiros
criminosos continuariam escravos. Lutou contra vários reinos e venceu todas as
batalhas. Casou-se, teve dois filhos, Jonathan e Levi, e quando ficou velho passou toda
a sua sabedoria para eles, para que tal sabedoria que aprendeu ao longo do caminho
pudesse ser passada de geração para geração.
Finn foi ao mesmo lugar onde encontrou a Excalibur e, de novo, cravou ela na
rocha em que ela estava, para que no futuro ela fosse de novo usada por alguém digno.
Ele morreu aos 69 anos, e Levi, seu filho mais velho, tornou-se o novo rei. Então o
reino Laterra teve grandes farturas e um grande futuro próspero.

Fim.

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