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A Liberdade dos Oprimidos

Freed Merki nasceu em uma simples vila de anões ao norte


de Tamriel, nas montanhas gélidas, a vila era tão pequena
que nem era considerada no mapa, mas os que viviam lá
estavam sempre em paz e harmonia. Tudo sempre correu
bem, o pai de Freed era o responsável pela segurança da
cidade e sua mãe era a única maga que havia, sendo a
responsável por diversas coisas diferentes.
O pai de Freed era um homem muito gentil e sábio, sempre
lhe ensinou diversas coisas, e por mais banais que
parecessem ser, poderiam se mostrar valorosas e cruciais.
Um dia durante uma caminhada, ele e seu pai avistaram
alguns lobos, de um lado havia um grande e robusto lobo, e
do outro havia um lobo velho e caduco que parecia proteger
alguns filhotes e fêmeas, o final foi o esperado o lobo velho
acabou sendo morto em combate, mas deu a oportunidade
dos outros fugirem a tempo. O garoto perguntou ao seu pai
porque um lobo tão fraco tentou enfrentar outro tão forte,
mas a resposta que veio lhe surpreendeu e mudou seu ponto
de vista:
- Filho, o homem forte luta por si mesmo, mas o homem mais
forte luta pelos outros.
O garoto sentiu um orgulho tão grande vindo de seu pai e
daquele lobo, afinal, não era necessário ser forte nem
inteligente, desde que você tivesse a coragem para ser forte
pelos outros, você seria digno.

Tudo sempre correu bem na pacata vila, até aquele dia, o


maldito dia, o aniversário de Freed. Naquele dia, todos
comemoravam no meio da vila, quando um som estrondoso e
repentino se fez, e logo seguido de uma chuva de flechas, só
o que era visível no momento era o robusto e largo corpo de
Hedrad, pai de Freed, na frente de todos, e suas costas
tomadas por diversas flechas enquanto ao fundo um
exército vinha. O garoto não sabia o que fazer, estava
perdido, estava submerso em seu próprio desespero, não
sabia o que sentia, era fúria? Ou talvez tristeza? Sua mente
estava em vazio, até que ouviu uma voz grave e acolhedora:
- Freed, me prometa que vai proteger a todos, por favor.
- Mas pai, eu sou fraco, eu não sou igual a você, eu nunca
serei.
- Eu nunca quis que você fosse igual a mim, seja você mesmo.
Mas lembre-se, o meu sangue corre em você, então me
prometa, que não importa o que a vida faça com você, não
irá desistir de proteger a todos, por favor me prometa que
irá manter sua honra e a segurança de todos.
- Eu prometo, pai.
E com um sorriso de dentes amarelos e barba malfeita,
Hedrad tombou ao chão, Freed envolto de sangue e
lágrimas, sentiu seu coração arder e pontadas em todo seu
corpo, mas ele havia feito uma promessa. Ele ouviu ao longe,
o comandante da tropa gritar:
- Entreguem-nos Maorga Merki e cessaremos fogo!
Freed reconheceu aquele nome, era o nome de sua mãe, o
que eles queriam com ela? Era só isso em que pensava, mas
seu corpo precisava agir, então ele se levantou e caminhou
até a frente das tropas, onde viu sua mãe amordaçada pelas
tropas. Ele havia demorado muito, mas ele ainda podia
resgatá-la, ou era o que achava.
- Quem é o garoto?
- Freed Merki, me entreguem minha mãe e saiam daqui!
A tropa irrompeu em gargalhadas e o comandante
caminhou até o garoto.
- Se você aguentar 3 ataques fracos meus, eu devolvo
Maorga e deixo a vila em paz.
E em um instante ele sacou sua espada envolta de mana, e
atingiu um feroz ataque no peito do garoto, aquilo seria o
suficiente para matar um homem adulto, mas Freed não
podia morrer, ele tinha que permanecer em pé, e assim fez,
com sangue jorrando de seu peito, mas mesmo assim ele
permaneceu em pé e encarando o comandante.
- Aguentarei quantos ataques precisar.
O comandante em fúria envolveu sua espada em uma
energia verde e majestosa, e acertou no mesmo ponto de
antes. Freed cambaleou mas permaneceu em pé, a dor era
tanta que ele preferiria morrer naquele instante, mas ele não
podia, a sua promessa era o que mantinha seus pés no chão
e seu coração em chamas.
- Vamos. Me acerte mais uma vez e mantenha sua promessa.
O comandante estagnado, decidiu usar alguma espécie de
aura diferente em sua espada, aquilo não era algo fraco, e
soltou um brutal ataque no mesmo ponto novamente.
- Aguente isso então seu anão de merda!
Por um momento Freed permaneceu acordado, mas ele não
podia ser forte igual seu pai, ele queria proteger todos, mas
não era capaz de resistir, forçava seu corpo ao máximo ao
ponto em que algumas veias de seu corpo explodiram, mas
no fim não foi capaz.
- Eu não irei cair para vo-
E assim o garoto sucumbiu ao terceiro ataque do
comandante, mas sua força de vontade era tanta que ele
não caiu mesmo no final, com uma de suas pernas em pé
ainda, ele não havia se permitido cair no chão.

Algum tempo depois Freed acordou em uma espécie de


concentração, haviam muitas outras pessoas
desconhecidas, de diferentes raças e idades. Em seu
antebraço estava gravado: Nº 1530, e em seu peito havia um
corte lateral que estava tão cicatrizado que causava nojo em
todos que o viam. O garoto não sabia o que acontecera para
estar ali, mas logo foi acolhido pelos outros que ali estavam.
Havia se tornado um escravo, vendido por aquelas tropas
para a família real de Sententia, estavam trabalhando em um
campo de concentração de Sententia, onde faziam diversas
coisas que eram enviadas para Sententia. Ele estava
submerso na tristeza, havia perdido seu pai, sua mãe, seu
vilarejo, sua honra, sua felicidade, e por fim sua liberdade.
Cada escravo tinha uma família, origem e sonho, mas todos
se acabaram por conta da ganância de pessoas que não se
importavam com suas vidas. Ele havia conhecido muitos que
perderam tudo por nada. Kristofer, o tiefling que sonhava em
se tornar o maior músico para alegrar os outros, mas foi
sequestrado em uma viela e vendido forçadamente para
aquele lugar. Havia também Julien, um humano que ajudou
tantos pobres a se manterem durante uma crise, mas que foi
considerado criminoso pela realeza por conta disso e
transformado em escravo. E seu melhor amigo, Lawrence, um
jovem humano de sua idade, que havia sido capturado de
sua família e levado para lá, ele e Freed compartilhavam o
mesmo sonho, que era conhecer todos os lugares do mundo
e poder libertar todos os escravos.
Assim ele passou 12 anos como escravo, compartilhando e
aprendendo coisas com os outros escravizados, eles
realizavam sessões de treinamento, cultos religiosos,
pequenas festas… haviam se tornado uma família. Mas no
fundo todos estavam tristes e presos, sem sua liberdade e
com punições diárias dos guardas, ninguém aguentava mais
tudo aquilo, mas o estopim chegaria, e acabou por chegar
da pior forma.
No primeiro dia do décimo segundo ano deles todos lá.
Freed foi o primeiro a ver aquela cena grotesca e triste.
Lawrence havia sido espancado até a morte no pátio, mas
por espadas e chicotes, os únicos que tinham aquilo eram os
guardas. Seu corpo estava desfigurado, não dava para
reconhecer seu rosto, faltava membros neles, e ele estava nu
e abusado.
Freed paralisou e não conseguia esboçar nenhuma reação,
enquanto todos outros o consolavam, ele passava seus dias
sem se comunicar e sem conseguir se mexer.
POR QUE? POR QUE FIZERAM AQUILO?! JÁ NÃO BASTAVA O
SOFRIMENTO DIÁRIO?! AGORA IRIAM TORTURAR TODOS ATÉ
A MORTE? NÃO BASTAVA MAIS PARA FREED, ELE NÃO
QUERIA SE CONSUMIR PELA VINGANÇA, MAS ALGO ERA
NECESSÁRIO! SENÃO TODOS SERIAM MORTOS DA PIOR
FORMA, ENTÃO ERA NECESSÁRIO, A REVOLUÇÃO TINHA
QUE ACONTECER!
Depois de um mês, Freed se recuperou e avisou todos de
seus planos, e todos concordaram de imediato, sabiam que
alguns morreriam, mas todos estavam dispostos a morrer
para que seus irmãos tivessem a liberdade.
Naquela noite todos firmaram um pacto de sangue,
juntamente com uma tatuagem de fênix, que representava a
tão sonhada liberdade, para se lembrarem que não
importando o que houvesse, seriam irmãos para o resto da
vida, independentemente do caminho que trilhassem.
No dia seguinte, com as mãos nuas enfrentaram toda a
guarda de Sententia que havia ali, Freed tomou a linha de
frente, tomando grande parte do dano para seus irmãos
avançarem, não importa o quanto se machucasse, ele nunca
iria cair, porque com ele havia a honra de seu pai e de
Lawrence.
- VAMOS IRMÃOS!! AVANCEM, VAMOS CONQUISTAR A
LIBERDADE!!
E assim eles derrotaram toda a guarda que havia, mas dos
300 escravos que haviam, restaram apenas 30. Os que
restaram fizeram uma última despedida para seus irmãos.
- IRMÃOS! SEMPRE ESTAREMOS COM VOCÊS, NÃO IMPORTA
O QUE ACONTEÇA IREMOS HONRAR O LEGADO DE VOCÊS E
CARREGAREMOS O LEGADO DA NOSSA FAMÍLIA!!
Todos envoltos em lágrimas, de tristeza e gratidão, se
despediram, cada um decidiu tomar um caminho diferente
para dificultar a perseguição de Sententia a eles.

Freed seguiu em frente então e depois de um tempo deicidiu


se juntar a um grupo de aventureiros, que partiram para
uma dungeon.
Eles enfrentaram muitos bichos e situações de morte, mas
sempre se apoiavam, um protegendo o outro não importa o
que houvesse. Até que encontraram o salão do boss da
dungeon, era um grande cavaleiro de ferro, era muito forte,
ao ponto de que não lhe causavam dano.
- Acalmem-se! Esse tipo de ferro é mágico, será cansativo e
difícil de o machucar, mas não é impossível!
E nervoso e desconfiado, o líder da equipe o perguntou:
- Onde aprendeu isso Freed?
- Durante minha época de escravo.
E foi nesse momento que a equipe se surpreendeu, ninguém
imaginou que o tank tão honrado deles era um escravo
fugitivo, então todos pensaram a mesma coisa, havia apenas
uma opção restante. O líder gritou em instantes:
- Tome a frente Freed que nós lhe damos cobertura!
– Beleza, confio em vocês!
E depois de resistir por alguns minutos, Freed se virou para
ver a demora de seus companheiros, e apenas viu o rastro
da fuga de sua equipe inteira. Ele estava incrédulo, ele
confiava tanto neles, mas o traíram.
Freed teve que resistir aos ataques do cavaleiro por 1 dia
inteiro, até que por coincidência um outro grupo de
aventureiros bem forte chegou e derrotou o boss em
instantes. Freed apenas reconheceu o brasão na armadura
deles, eram aventureiros de Sententia, se vissem o dígito em
seu braço o levariam de volta, então ele correu com todas
suas forças para o mais longe dali, mais uma vez estava
ferido, se perguntava porque tudo acontecia com ele.
- Pai, não consigo aguentar mais, eu protejo eles, mas toda
vez acabo derrotado. Minha honra não é como a sua, não
sou capaz de resistir, não consigo ser tenaz como ti… acho
que vou desistir.
E enquanto apontava uma pequena espada para sua
garganta, preparado para tirar sua vida. Ele avistara uma
cena tão nostálgica, algo que o lembrou de sua infância e de
seu pai. Ele viu uma horda de hienas cercando uma mamãe
coelha enquanto protegia seus filhotes, Freed tomou a frente
da coelha e derrotou as hienas, a coelha e seus filhotes
olharam com olhos de gratidão para Freed e partiram. Após
ver aqueles olhos de gratidão, ele se lembrou o motivo de
sua promessa, era porque havia pessoas que precisavam
dele, e por mais que não fosse forte, ele tinha honra,
enquanto pudesse proteger os outros, nada mais importaria.

Freed colocou sua ambição e honra em seu coração


ardente novamente. E partiu com suas promessas intactas,
ele iria proteger a todos que precisassem, iria dar a
liberdade a todos no mundo de Tamriel, e buscaria e
resgataria sua mãe.

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