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Durante o império romano, com um governo absoluto, a lei penal se agrava.

De
início houve aumento dos crimes capitais, todos sendo punidos com a morte. A
penalidade com a fogueira, antes reservada apenas a crimes políticos excepcionais,
passa a ser empregada contra os incendiários, os sacrílegos, os mágicos, os
parricidas e alguns outros criminosos que agiam contra a majestade. A mutilação e
a tortura se fez presente. Indo para a esfera dos crimes religiosos, apenas a heresia
e a incredulidade eram reprimidos pelo suplício final. Com a igreja, a pena de morte
passou a ser agravada, consistindo na ação de ser queimado vivo ou arrastado
sobre trilhos. No entanto, a instituição religiosa tinha como preferência empregar
penitências e mortificações. Em caso de repressões sangrentas, o culpado era
encaminhado para a justiça secular. Essa situação durou até o século XIV.

Após o século XIV, com a consolidação do poder real, as penalidades se reforçam.


Passa-se a ter uma lista longa de crimes de lesa-majestade. Os próprios crimes
religiosos são qualificados assim. Os culpados de crimes capitais poderiam ser
dilacerados na roda, enterrados vivos, esquartejados, esfolados vivos, fervidos,
tendo, em casos excepcionais, hereditariedade da pena.

O apogeu da monarquia marcou o pico da repressão. No século XVII foi adicionada


uma nova pena, a das galeras, tendo como forma de fugir de tal judiação a
decapitação do braço ou da mão. Quanto às penas corporais, eram diversas:
mutilação das orelhas, marcação a ferro quente, a surra aplicada com um porrete, o
açoitamento, a gargalheira. O funcionamento dessa lei penal foi até metade do
século XVIII. O Livro ``Tratado dos delitos e das penas´´ de Beccaria assumiu papel
importantíssimo no início das mudanças no direito criminal.

Com a reformulação do código penal em 1810 houve uma significativa suavização


nas penalidades, sendo adotado por vários países da europa. Considerava-se
inumano manter a marcação a ferro em brasa, a gargalheira e a mutilação do punho
para parricidas. A pena de morte ainda permanecia forte. Para responder a certas
críticas, houve a revisão em 1832. SUAVIZAÇÃO é a palavra chave para descrever.
Ocorreu supressão de todas as mutilações.

LEI DAS VARIAÇÕES QUALITATIVAS


As leis privativas de liberdade, cujo o seu tempo de exercício é determinado
conforme a gravidade do crime, passa a se tornar o tipo normal de repressão.
Contudo, nem sempre foi assim. As sociedades inferiores ignoravam quase por
completo as penas privativas. A lei de manu é um exemplo. Em todo o código há no
máximo um versículo que se refere a prisões, sendo no caso apenas uma parte no
processo de suplício. Era uma prisão diferente da dos dias atuais, tendo mais
analogia ao pelourinho, na qual os condenados eram expostos em praça pública. No
Pentateuco, que corresponde aos 5 primeiros livros da bíblia, não contém nenhuma
referência à questão da prisão. Somente a partir do Livro de Crônicas e em
Jeremias que são encontradas passagens que se fala de prisões, de entraves e
fossas úmidas. Mas em todos os casos são discutidas apenas as retenções
preventivas, em um regime mais ou menos severo, dependendo das circunstâncias.
No livro Esdras a prisão passa a ser apresentada como uma pena propriamente
dita.

Elas começam a fazer a sua aparição na cidade. Contrário ao que diz Schoemann,
parece certo que em Atenas, em alguns casos, o aprisionamento era limitado a título
de pena especial. Demóstenes diz expressamente que os tribunais têm o poder de
punir com a prisão ou qualquer outra pena. Platão, em seu livro As leis, ele esboça
uma cidade ideal em que o aprisionamento é a principal forma de repressão.
Entretanto, essa ação ficou pouco desenvolvida em Atenas. Da mesma forma em
Roma.

Somente nas sociedades cristãs que a prisão teve todo o seu desenvolvimento. No
início da sua aplicação não passava de um meio de vigilância, mas ao passar dos
anos converteu-se como uma verdadeira pena. O máximo era a detenção perpétua
e solitária em uma cela que emparedavam.

A partir daí a prática passou para o direito laico. No século XVIII os criminalistas
reconhecem a prisão tendo caráter de pena, em casos definidos de quando era
perpétua, quando substituía por comutação a pena de morte. No direito penal de
1791 ela se tornou a base do sistema repressivo, em conjunto com a pena de morte
e a gargalheira. Todavia a prisão não era considerada penalidade suficiente,
adicionando privações alimentares e correntes aos condenados. Com a atualização
do código penal em 1810 essas penas adicionais foram deixadas de lado, exceto os
trabalhos forçados. Consecutivamente, os trabalhos forçados foram suavizados,
tornando- se uma simples detenção. A pena de morte foi excluída de vários códigos,
ficando cada vez mais rara.

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