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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FERNANDO CÉSAR GALDIANO

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO:


UM ESTUDO DE CASO NA COHAB-RP

SÃO JOÃO DEL REI - MG


2015
1

FERNANDO CÉSAR GALDIANO

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO:


UM ESTUDO DE CASO NA COHAB-RP

Monografia apresentada ao
Departamento de Ciências
Administrativas e Contábeis da
Universidade Federal de São João
Del Rei como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
bacharel em Administração Pública.

Orientador: Leonardo Henrique de Almeida e Silva

SÃO JOÃO DEL REI - MG


2015
2

FERNANDO CÉSAR GALDIANO

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO:


UM ESTUDO DE CASO NA COHAB-RP

Monografia apresentada ao Departamento


de Ciências Administrativas e Contábeis
da Universidade Federal de São João Del
Rei como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Bacharel em
Administração Pública.

APROVADA EM 09 DE DEZEMBRO DE 2015

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________
Prof. LEONARDO HENRIQUE DE ALMEIDA E
SILVA – UFSJ
(Orientador)

__________________________________________
Prof. TALLES GIRARDI DE MENDONÇA – UFSJ
3

“O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita


que é.
Se insisto em repetir para mim mesmo que não posso fazer
uma determinada coisa, é possível que acabe me tornando
realmente incapaz de fazê-la .
Ao contrário, se tenho a convicção de que posso fazê-la
certamente adquirirei a capacidade de realizá-la, mesmo
que não a tenha no começo”

(Mahatma Ghandi)
4

RESUMO

Tendo em vista que a sociedade demanda cada vez mais dos governos uma gestão
voltada à eficiência dos serviços públicos e a satisfação do cidadão-cliente desta
nova gestão gerencial, temos na auditoria e no controle interno das organizações
opção de melhoria de gestão e ferramentas disponíveis no exercício do
accountability público. Não somente como ferramenta de análise de resultados, de
tomada de decisão e planejamento estratégico, mas também como análise dos
parâmetros de avaliação dos programas e objetivos pré-definidos pela organização.
Este trabalho tem como objetivo ilustrar um estudo de caso de implantação de
sistemas de auditoria e controles internos em uma autarquia pública (COHAB) e,
assim, colaborar para a discussão sobre como a cultura organizacional, os sistemas
de auditorias e controles internos podem auxiliar o gestor na sua tomada de decisão
e praticar o accountability público. A metodologia de pesquisa utilizada foi
bibliográfica e documental, com questionário individual ao funcionário auditor
responsável pela implantação do Sistema de Controle Interno e de questionário
objetivo ofertado para resposta voluntária e pessoal a 60 funcionários de um total de
134, dentro da organização. Como considerações deste estudo, pode-se definir que
dentro dos parâmetros mais importantes para o sucesso de implantação de
programas de auditoria e controle interno nas organizações públicas temos na
evolução da cultura organizacional, nos sistemas de comunicação e no próprio
capital humano das organizações os atores essenciais no sucesso de quaisquer
tipos de programas de controle, aprimoramento e desenvolvimento organizacionais
sendo a sua importância evidenciada neste trabalho.

Palavras-chave: Administração Pública; Auditoria; Controle Interno; Accountability;


COHAB-RP.
5

ABSTRACT

Considering that society demands more and more from governments with a
management focused on the efficiency of public services and the satisfaction of
client-citizen of this new managerial management, we have the audit and internal
control of management improvement option organizations and tools available in
exercise of public accountability. Not only as a result of analysis tool, decision making
and strategic planning, but also as an analysis of the evaluation parameters of the
pre-defined programs and objectives for the organization. This work aims to illustrate
an implementation case study of audit and internal control systems in a public
authority (COHAB-RP) and thus contribute to the discussion on how the
organizational culture, internal audits and controls systems can assist the Manager in
its decision-making practice and public accountability. The research methodology
used was bibliographic and documentary, with individual questionnaire to the official
auditor responsible for implementing the internal control system and objective
questionnaire offered to voluntary and personal response to 60 employees a total of
134, within the organization. As considerations of this study, we can define that within
the most important for the successful implementation of audit programs and internal
control in public organizations parameters have in the evolution of organizational
culture, in communication systems and in their own human capital of organizations
actors essential in the success of any kind of control programs, improvement and
organizational development being its evident importance in this work.

Keywords: Public Administration; Audit; Internal control; Accountability;


COHAB-RP.
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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL DA PESQUISA...................................................09


1.1 Considerações iniciais......................................................................................09
1.2 Justificativa.......................................................................................................10
1.3 Objetivos da Pesquisa......................................................................................11
1.3.1 Objetivo Geral.........................................................................................11
1.3.2 Objetivos Específicos..............................................................................11
1.3.3 Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)............................12
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................12
2.1 Conceitos.........................................................................................................12
2.2 História da Auditoria.........................................................................................15
2.3 Tipos de Auditoria............................................................................................20
2.4 A importância da Auditoria nas organizações..................................................23
2.5 O papel do Auditor...........................................................................................24
2.6 Legislação aplicada a Auditoria.......................................................................26
3. METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................32
4. CENÁRIO DO ESTUDO DE CASO.......................................................................33
4.1 Organograma da COHAB-RP..........................................................................35
5. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS......................................................35
5.1 Consecução do objetivo geral deste trabalho.................................................36
5.2 Consecução dos objetivos específicos deste trabalho...................................36
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS...................................................48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................51
ANEXOS....................................................................................................................55
7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AICPA - American Institute of Certificated Public Accounts. Instituto Americano de


Contadores Públicos Certificados),
BNH – Banco Nacional da Habitação
COHAB-RP - Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto
ISC - Instituto Serzedello Correa
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PMRP – Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
SFH – Sistema Financeiro da Habitação
TCU – Tribunal de Contas da União
8

LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS

Quadro 1 - A evolução dos conceitos de Auditoria....................................................15


Quadro 2 - Datas e fatos que marcaram a história da Auditoria no mundo...............18
Quadro 3 - Datas e fatos que marcaram a história da Auditoria no Brasil.................20
Quadro 4 - As diferenças entre Auditoria Interna e Externa.......................................23
Quadro 5 - Elementos da Auditoria Interna e Externa................................................24
Quadro 6 - Histórico do Tribunal de Contas da União................................................31
Gráfico 1 – Questão 1................................................................................................38
Gráfico 2 – Questão 2................................................................................................39
Gráfico 3 – Questão 3................................................................................................39
Gráfico 4 – Questão 4................................................................................................40
Gráfico 5 – Questão 5................................................................................................41
Gráfico 6 – Questão 6................................................................................................41
Gráfico 7 – Questão 7................................................................................................42
Gráfico 8 – Questão 8................................................................................................42
Gráfico 9 – Questão 9................................................................................................43
Gráfico 9 – Questão 9................................................................................................44
Gráfico 9 – Questão 9................................................................................................44
Gráfico 9 – Questão 9................................................................................................45
Gráfico 9 – Questão 9................................................................................................45
Gráfico 9 – Questão 9................................................................................................46
Gráfico 10 – Questão 10............................................................................................47
Gráfico 11 – Questão 11............................................................................................47
Gráfico 12 – Questão 12............................................................................................48
9

1 – CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL DA PESQUISA

1.1 - Considerações Iniciais

Tendo em vista o desenvolvimento da democracia no Brasil e,


paralelamente a este, a crescente participação da sociedade não somente nas
análises dos impactos das políticas públicas, mas também como atores que
criticam os critérios econômicos, políticos e sociais da priorização destas
políticas quando de sua implantação, é cada vez maior também a cobrança do
accountability¹ como ferramenta de autocrítica do administrador público perante
a sociedade que cobra do gestor prestar seus serviços de acordo com a
legislação sob os critérios de honestidade, economicidade e lisura. Tal situação
se faz cada vez mais presente na administração pública, onde o cidadão
assume seu papel preponderante no contexto da nova Administração Pública
Gerencial como usuário “cliente” dos bens e serviços públicos prestados pelo
Estado.
A fim de que o próprio Estado possa se autocriticar e mensurar seus
resultados em conformidade com os seus objetivos predefinidos - exercendo
desta forma, o accountability - os órgãos de controle externo e interno têm tido
papel fundamental seja através do Tribunal de Contas seja através da
implantação de sistemas de auditoria interna nos diversos órgãos da
Administração Pública direta e indireta. Como ferramenta maior do exercício
deste accountability, a realização de auditorias e sistemas de controles internos
em todas as esferas da administração pública vem de encontro aos princípios
gerais da administração em que os atos de planejar, organizar, dirigir e
controlar passam por uma série de conferências e revisões de modo a
promover constante aperfeiçoamento de processos e de serviços, revisão de
procedimentos administrativos e contábeis, sendo realizadas correções
necessárias de modo a manter a produtividade e a prestação dos serviços
públicos de forma eficiente, econômica e visando o desenvolvimento da
administração pública.
¹ Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p. 10), definem a palavra accountability como a
“responsabilidade do gestor profissional de prestar contas”. Já Nakagawa (1998, p. 17), a
definição apropriada para accountability é “a obrigação de se prestar contas dos resultados
obtidos em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder [...]”
10

1.2 - Justificativa

Os exames de auditoria e controles internos realizados primeiramente


no setor privado das grandes economias mundiais se mostraram tão eficazes e
produtivos a ponto de migrarem para a administração pública governamental
de forma irreversível. Tamanha importância tem o processo de auditoria em
empresas privadas para mensurar a sua situação contábil e patrimonial que o
parecer de um auditor pode modificar uma decisão importante da diretoria
daquela empresa. Nos contextos atuais em que a nossa sociedade participa
cada vez mais dos assuntos políticos e socioeconômicos e cobra dos gestores
públicos cada vez mais serviços de qualidade, as auditorias vêm de encontro
aos anseios por serviços públicos eficientes, eficazes e efetivos, norteados pela
honestidade, economicidade e com accountability. Avaliar e mensurar a
situação financeira, orçamentária e patrimonial de uma entidade pública tem
sido cada vez mais importante. A auditoria como ferramenta de controle de
processos e rotinas administrativas se insere no contexto das organizações de
modo a permitir que os objetivos predefinidos possam ser plenamente atingidos
e que quando houver desvios, estes possam ser corrigidos tempestivamente.
Os pareceres dos auditores têm auxiliado há décadas, os empresários
do mundo todo a tomarem as melhores decisões num ambiente extremamente
competitivo do mercado, o que fez com que a Administração Pública buscasse
para si a responsabilidade de aplicar os conceitos, métodos, práticas obtendo
também assim os benefícios das auditorias internas em seus órgãos e
secretarias, além de melhorias constantes no desenvolvimento de seus
processos internos, rotinas administrativas, orçamentárias e contábeis
proporcionando o desenvolvimento de seu capital humano que se desenvolve
internamente na organização através da sua adequação e conformidade á
legislação – o que profissionaliza sua atuação como servidor público – e sua
busca por resultados na consecução dos objetivos organizacionais previamente
definidos.
Num contexto de crescente reivindicação de transparência
governamental por parte da sociedade e de uma também cada vez mais
relevante conscientização a respeito do accountability por parte dos gestores
públicos, a auditoria como ferramenta de auxílio à adequação às leis,
11

mensuração e melhoria dos processos administrativos, contábeis e


patrimoniais na busca por resultados tem sido cada vez mais utilizada na
Administração Pública. A importância da auditoria como ferramenta de tomada
de decisões está clara, mas os caminhos que levam a auditoria a ser efetiva
dentro de uma organização perpassam pela cultura e ambiente organizacional
que pode ou não facilitar este processo de controle interno.
O ambiente organizacional, a cultura e o capital humano são aspectos
relevantes dentro deste processo e se não houver sinergia entre eles a
resistência ao novo, a cobrança e adequação às normas internas e legislação
serão dificultados.
Neste sentido, surge o questionamento deste trabalho: como fazer da
auditoria interna uma ferramenta de gestão mais eficaz no ambiente de
trabalho?

1.3 - Objetivos da Pesquisa

A seguir são apresentados os objetivos gerais e específicos desta


pesquisa.

1.3.1 - Geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar os resultados da


implantação do Sistema de Controle Interno na COHAB-RP - Companhia
Habitacional Regional de Ribeirão Preto, órgão da administração indireta da
Prefeitura.

1.3.2 - Específicos

 Explicar de que forma e por que se iniciou a implantação e


desenvolvimento dos processos de auditoria e controles
internos;
 Explicar de que forma e sob quais diretrizes, regras e leis foram
baseadas as auditorias e controles internos a serem
implementadas na COHAB-RP;
12

 Mensurar os benefícios resultantes do processo de implantação


e desenvolvimento das atividades de auditoria e controle
interno;
 Evidenciar os aspectos positivos ou negativos observados pelos
funcionários da COHAB-RP diante deste novo cenário interno
no ambiente organizacional deste ente público

1.3.3 – Estrutura do TCC

A estrutura deste trabalho consiste na fundamentação teórica mediante


revisão de literatura sobre auditoria em livros, teses, dissertações, artigos e
leis.
Perpassa por uma contextualização sobre os conceitos de auditoria,
sua história e seu desenvolvimento frente aos desafios encontrados no
contexto brasileiro e os tipos de auditoria existentes e suas especificidades.
Ao final, evidencia-se a importância dos sistemas de auditoria e
controles internos como ferramentas de gestão e auxílio nas tomadas de
decisão pelos gestores públicos. Como exemplo do tema do trabalho, ilustra-se
a implantação de um sistema de controle interno e auditoria em um ente
público da administração indireta da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, SP.
É mensurada ainda a dinâmica desta implantação e quais as dificuldades e os
benefícios alcançados.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Conceitos

A palavra auditoria, etimologicamente falando, se origina do latim


“audire” cujo significado é ouvir. Na língua inglesa o termo correlacionado é
“auditing” que corresponde ao ato de conferir registros contábeis. No contexto
atual, o termo vem á décadas agregando novas ramificações e se transformou
em um significado mais complexo e completo que visa uma ação independente
de análise de rotinas e/ou processos e também resultados contábeis, fiscais,
financeiros e patrimoniais com o intuito de comparar e confrontar as situações
13

encontradas com critérios pré-estabelecidos resultando desta análise uma


condição perfeita para emitir opiniões e comentários relativos a estas
situações.
Segundo Gil (2000), a auditoria pode ser definida como uma função
fiscalizatória e analítica da organização institucional que visa à revisão,
avaliação e emissão de opinião referente a todo o ciclo administrativo
entendendo-se como ciclo administrativo o planejamento, a execução e o
controle, considerando a auditoria importante em todos os momentos e/ou
ambientes das organizações.
O quadro a seguir demonstra resumidamente a evolução dos conceitos
de auditoria.
William H. Bell Auditoria é a verificação geral das contas de uma empresa
e Ralph S. para determinar sua posição financeira, o resultado de suas
Johns (1942) operações e a probidade de seus administradores, com o fim
de comunicar o resultado do exame aos proprietários,
acionistas, gerentes, conselheiros, às bolsas de fomento e
outros órgãos oficiais, síndicos atuais ou prováveis
arrendatários, futuros interventores ou compradores, juntas
de credores, agências mercantis, hipotecários ou quaisquer
outros interessados. Objetiva verificar se houve prestação
justa de contas de um patrimônio e se os negócios foram
convenientemente administrados, para satisfação ao público,
aos doadores etc.; verificar custos, lucros ou prejuízos de um
negócio; e descobrir e impedir fraudes.
Pedro A. Vidal Auditoria é o exame de todas as anotações contábeis, a fim
Rivera (1955) de comprovar sua exatidão e a veracidade dos estados ou
situações que as ditas anotações produzem.
Arthur Warren A auditoria é o exame de demonstrações e registros
Holmes (1956) administrativos. O auditor observa a exatidão, integridade e
autenticidade de tais demonstrações, registros e
documentos.
José Alvarez As palavras auditoria ou censura de contas se relacionam
Lopez (1987) com a revisão e verificação de documentos contábeis,
14

registros, livros e listagens de contas, utilizadas no processo


de captação, representação e interpretação da realidade
econômico-financeira da empresa.
Enciclopédia Auditoria é o exame das contas feitas pelos funcionários
Britânica financeiros de um estado, companhias e departamentos
públicos, ou pessoas físicas, e a certificação de sua exatidão.
Dicionário Auditoria é a função de examinar, ajustar e certificar contas.
americano de É o exame de um documento contábil e da prova de sua
Funk & exatidão; chamada para contas; ajuste de contas; um
Wagnalls balanço; uma audiência.
Dicionário de Auditoria é o emprego do auditor. Tribunal onde o auditor
Caldas Aulete exerce as suas funções
Hilário Franco É uma técnica contábil que compreende o exame de
e Ernesto documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de
Marra (2000) informações e confirmações, internas e externas,
relacionadas com o controle do patrimônio, visando mensurar
a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis
deles decorrentes.
Antônio Lopes Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático
de Sá (1998) exame dos registros, demonstrações e de quaisquer
informes ou elementos de consideração contábil, visando a
apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal,
pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou
prospectados e diagnosticados.
NBC TA 200 A auditoria das demonstrações contábeis constitui conjunto
(2009) – de procedimentos técnicos que objetivam a emissão de
Normas parecer sobre a sua adequação de acordo com os Princípios
Brasileiras de Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade Contabilidade; e, no que for pertinente, de acordo com a
Técnicas de legislação específica.
Auditoria
Quadro1: A evolução dos conceitos de auditoria
Fonte: Adaptado de Alberton (2008) e NBC TA 200 (2009)
15

2.2 História da Auditoria

Conforme SÁ (2010), a Auditoria com os traços de como a


conhecemos hoje remonta a própria história da humanidade, sendo que
existem registros contábeis que datam mais de quatro mil e quinhentos anos
antes de Cristo, provavelmente tendo sido primeiramente utilizada na Suméria.
Difundiu-se então por vários países da Europa. Em Roma, na Itália era
ferramenta de controle do Império para contabilizar espólios de guerra nas
suas conquistas.
Ainda segundo SÁ (1998), estas práticas contábeis de auditoria nas
províncias romanas podem ser comprovadas através dos registros de cartas
enviadas ao imperador Trajano (97-117 D.C.) por um jovem chamado Plínio
(61-112 D.C.). No século 18, com o advento da Revolução Industrial, na
Inglaterra, ocorreu grande desenvolvimento das atividades do comércio e o
consequente surgimento das grandes empresas e paralelamente a estes fatos,
a crescente participação e interesse dos investidores destas empresas no
acompanhamento de seu crescimento e do que lhes cabia nos lucros das
mesmas. A Inglaterra foi o primeiro país a criar e impor um imposto sobre a
renda com base nos lucros das empresas. Estava criado assim, o “Imposto
sobre a Renda”.
No Brasil, como afirmam Ricardino e Carvalho (2004), os registros
conhecidos a respeito de auditoria são datados anteriormente a 1808 onde
previam a obrigatoriedade de técnicas de auditoria independente na Real
Fazenda Portuguesa, sendo que o sistema de lançamento por partidas
dobradas, nome dado aos registros de transações financeiras, já era utilizado
por volta de 1790.
A carência de publicações e estudos não permite afirmar a data exata
das primeiras atividades de auditoria, contabilidade e controle, mas sabemos
que antes da década de 30 não havia ainda no país trabalhos deste tipo.
Conforme citam Franco e Marra (2000, p. 43), "quanto ao efetivo
exercício da atividade de Contador como profissional liberal, na qual se incluía
a função de auditor independente, pouca coisa existia no Brasil antes de 1931,
a não ser os escritórios estrangeiros de auditores, todos de origem inglesa".
16

Assim, com a expansão do comércio mundial e a consequente


instalação no Brasil, de empresas estrangeiras, as atividades de contabilidade
e auditorias passaram a se desenvolver aqui.
Segundo Mills (1996, p. v), a primeira empresa de Auditoria
Independente a se instalar no Brasil foi a Price Waterhouse & Peat Marwick em
1915.
Com a instalação destas empresas estrangeiras de auditoria no Brasil,
a princípio para acompanhar e validar o desenvolvimento econômico das
empresas em suas filiais brasileiras trouxe desenvolvimento muito grande na
contabilidade das empresas públicas e privadas que adotaram para si os
padrões de normatização e padronização dos processos e atividades de
fiscalização contábil e consequentemente nas atividades de auditoria.
Conforme relata Santos (1934, p. 176), um artigo datado de 1934 pela
Revista Paulista de Contabilidade:

É obra prima contábil brasileira a organização que deu ao Instituto de


Previdência dos Funccionarios Públicos da União a esclarecida
intelligencia do grande contabilista e administrador patrício, o sr,
Aristides Casado, Do schema de sua formidável organização contábil,
destacam-se, ao centro, o contador Geral, commandando um
batalhão de sub-contadores; ao seu lado direito destaca-se a secção
actuarial., ., , e ao lado esquerdo a secção de auditoria, ...

Alguns anos depois, nesta mesma revista, Furlanetto (1934, p. 8-9),


fazia menção à sua "árdua e não curta experiência de auditor". Em seu artigo,
denominado "São Necessários os Auditores?", ele citava os benefícios e
vantagens que os comerciantes e empresários poderiam ter se aplicassem as
auditorias em suas demonstrações contábeis, já que aumentavam sua
credibilidade no momento de empréstimos junto aos bancos "sem que lhes
fosse solicitado, annualmente, o seu balanço geral acompanhado de
minudentesannexos, descriptivos de seu patrimônio, direitos, obrigações e
resultados colhidos, cuja exactidão fosse conferida e attestada por auditores".
Assim, com estes registros podemos afirmar que antes da metade do
século XX a auditoria como ferramenta contábil estava em expansão no Brasil
e atingiria a administração pública em alguns anos tornando a auditoria uma
ferramenta de auxílio á tomada de decisão cada vez mais em evidência no
mundo corporativo.
17

Datas e fatos que marcaram a história da auditoria no mundo são


ilustrados no quadro 2 abaixo, em ordem cronológica.

DATA FATO
1310 Criação do Conselho de Londres – Inglaterra.
1314 Criação do cargo de auditor do Tesouro da Inglaterra.
1559 Sistematização e estabelecimento da auditoria dos pagamentos a
servidores públicos pela Rainha Elizabeth I – Inglaterra.
1581 Criação do Colégio de Contadores de Veneza – Itália.
1640 Criação do Tribunal de Contas em Paris – França.
1658 Criação da Academia Dei Ragionieri, nas cidades de Milão e
Bolonha – Itália.
1786 Criação do Guia profissional de Nova York – Estados Unidos.
1786 Criação do Guia Comercial inglês – Inglaterra.
1845 O Railway Consolidation Act passou a obrigar a verificação dos
balanços por auditores – Inglaterra.
1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados –
Inglaterra.
1886 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados
(AICPA – American Institute of Certified Public Accountants) –
Estados Unidos.
1894 Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos – Holanda.
1916 Criação da American Accounting Association (AAA) – Estados
Unidos.
1934 Criação do Security and Exchange Comission (SEC) – Estados
Unidos.
1972 Criação do International Accounting Standard Board – IASB.
Quadro 2: Datas e fatos que marcaram a história da auditoria no mundo
Fonte: Adaptado e compilado de Alberton (2008).

Todos estes acontecimentos tiveram origem no processo de


industrialização e aumento do comércio entre os países, notadamente
Inglaterra, Holanda e Estados Unidos da América produzindo incremento do
desenvolvimento das relações comerciais entre os países e também o
desenvolvimento do comércio no mundo. Esta evolução deve-se primeiramente
18

ao fato de que a sociedade passou a se envolver nos assuntos governamentais


cobrando a economia dos recursos e transparência nos gastos, em segundo
lugar devido ao aumento da participação da sociedade na gestão das grandes
empresas seja através da compra de ações e em terceiro lugar, devido á
complexidade das relações econômicas e sistemas contábeis e a uma maior
participação do Estado na economia, ora fomentando o comércio ora instituindo
impostos sobre a renda.
Neste sentido, Franco e Marra (2000 apud ALBERTON, 2008),
ensinam que os principais fatos que marcaram a evolução da auditoria contábil
foram:

1- o controle dos gastos públicos;


2- o aparecimento das grandes organizações transnacionais;
3- a taxação do imposto de renda baseado nos resultados apurados em
balanços;
4- a participação acionária na formação de capital das empresas;
5- a complexidade dos negócios;
6- a prática financeira impulsionadora do desenvolvimento da economia de
mercado;
7- a necessidade de informações contábeis verídicas;
8- a complexidade dos sistemas contábeis; e
9- o desenvolvimento e a implementação de sistemas de controles internos.

Com a expansão do comércio mundial e com a vinda de empresas


brasileiras para o Brasil a contabilidade e a auditoria foram se aprimorando.
Baseadas em normas e expertise das empresas internacionais quando de sua
chegada ao Brasil, as organizações contábeis brasileiras foram se
desenvolvendo.
No Brasil a evolução da auditoria ocorre em decorrência de alguns
fatos históricos que sofreram influência da expansão do comércio mundial e
também influenciaram sobremaneira o desenvolvimento do comércio brasileiro
sendo possível citar as principais datas e fatos que marcaram a história e a
evolução da auditoria no Brasil são ilustrados abaixo, no quadro 3.
19

DATA FATO
1909 Mc-Auliffe Davis Vell & Co, a primeira empresa de auditoria instalada
no Brasil, atualmente com o nome Arthur Andersen.
1915 Chegada da Price Waterhouse no Rio de Janeiro.
1946 Fundado pelo Decreto-lei nº 9.295 o Conselho Federal de
Contabilidade – CFC.
1960 Fundado o Instituto dos Auditores Internos do Brasil – AUDIBRA.
1965 Criação da Lei nº 4.728, para disciplinar o mercado de capitais, que
citou pela primeira vez a expressão “auditores independentes”.
1971 Fundado o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil –
IBRACON.
1972 Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do
Brasil.
1972 Resolução CFC nº 321/72 aprova as normas e os procedimentos de
auditoria elaborados pelo IBRACON.
1976 Lei nº 6.385 cria a Comissão de Valores Mobiliários para fiscalizar o
mercado de capitais.
1976 Criação da Lei nº 6.404 das Sociedades por Ações.
1977 Criação da Ordem dos Auditores Independentes do Brasil.
1990 Instrução Normativa nº202/93 Art.16, item VIII da CVM exige que as
companhias abertas sejam auditadas trimestralmente.
2001 Alteração da Lei nº 6.404/76 das Sociedades por Ações.
Quadro 3: Datas e fatos que marcaram a história da auditoria no Brasil
Fonte: Adaptado e compilado de Alberton (2008).

A auditoria está estreitamente relacionada com a contabilidade tendo


em vista que a auditoria prevê a revisão, fiscalização e conferência dos dados
contábeis e financeiros resultantes da contabilidade, mediante conferência de
informações e relatórios. A auditoria veio como ação complementar de gestão
financeira, contábil e patrimonial.
A contabilidade surgiu como consequência natural da inteligência do
ser humano numa época em que ele tinha a necessidade de controlar seus
rebanhos e equacionar sua caça, pesca e os grãos e alimentos resultantes do
extrativismo para a sua sobrevivência. Com o passar do tempo, a contabilidade
20

passa a ser ferramenta essencial ao próprio desenvolvimento humano que a


utilizará “ad aeternum” em praticamente todos os aspectos de sua existência.
Conforme ensinam Hendriksen e Breda (1999), a função da
contabilidade é prover informações úteis para que os tomadores de decisões
possam tomar a melhor decisão no que tange à gestão econômico-financeira
das empresas, inclusive àquelas relacionadas aos investimentos, empréstimos
e patrimônio.
A importância da Contabilidade nas organizações se deve ao fato de
que a partir dela, outra gama de informações pode ser extraída e utilizada em
uma melhor e mais responsável gestão dos recursos existentes além de
permitir aos gestores a continuidade da busca por resultados a menores custos
e perdas.
Neste sentido, Merchant (1997) oferece uma visão esclarecedora sobre
o processo de controladoria, quando afirma que este envolve três etapas:

• estabelecimento de padrões de desempenho;


• mensuração da performance de acordo com esses indicadores;
• contribuição para a elaboração de planos que permitam a correção de
desvios e erros cometidos no processo

2.3 Tipos de Auditoria

A auditoria objeto deste trabalho é a governamental. Deste modo


abordaremos basicamente as duas vertentes da auditoria governamental: a
contábil que também é denominada auditoria financeira e a auditoria
operacional.
A auditoria governamental nos seus aspectos contábeis se utiliza de
profissional capacitado que, utilizando um conjunto de técnicas para executar
um exame sistemático das contas e demonstrações contábeis que visa atestar
a integridade dos processos administrativos além da conformidade com os
princípios da economicidade, da eficiência, da eficácia e do bom uso dos
recursos públicos no atendimento ás demandas sociais através de seus
processos de trabalho e de seus sistemas de informação e rotinas
administrativas.
21

Já as auditorias governamentais operacionais têm em seu escopo a


função de avaliação de desempenho das organizações e sua eficiência nas
operações, no seu sistema de informações e administração além da efetividade
e tempestividade das decisões estratégicas da entidade pública (Araújo, 2008).
O TCU, Tribunal de Contas da União define que a auditoria operacional
foca nos procedimentos de exames sistemáticos – constantes e mediante
técnicas padronizadas – se os programas e as atividades governamentais
decorrentes das políticas públicas nos seus objetivos de economicidade,
eficiência, eficácia e efetividade estão ocorrendo de modo a incrementar o
desenvolvimento e o constante aperfeiçoamento da gestão pública (BRASIL,
2010, p. 11).
Neste sentido, a auditoria operacional se baliza nas avaliações de
desempenho dos quesitos economicidade, eficiência e efetividade das políticas
públicas implantadas (POLLITT, 2008).
As auditoria podem também ser classificadas dentro das vertentes
contábil e operacional com auditorias internas e externas, que se distinguem
principalmente pelo grau de dependência entre a empresa auditada e seu
auditor, podendo ser citadas algumas de suas principais características e suas
diferenças no quadro 4 a seguir:

Auditoria Interna Auditoria Externa


A auditoria é realizada por A auditoria é realizada através de
um funcionário da empresa contratação de um profissional independente
O objetivo principal é O objetivo principal é atender as
atender as necessidades da necessidades de terceiros no que diz
administração respeito à fidedignidade das informações
financeiras
A revisão das operações e A revisão das operações e do controle
do controle interno é interno é principalmente realizada para
principalmente realizada determinar a extensão do exame e a
para desenvolver fidedignidade das demonstrações
aperfeiçoamento e para financeiras
induzir ao cumprimento de
22

políticas e normas, sem


estar restrito aos assuntos
financeiros.
O trabalho é subdividido em O trabalho é subdividido em relação às
relação às áreas contas do balanço patrimonial e da
operacionais e às linhas de demonstração do resultado
responsabilidade
administrativa
O auditor diretamente se O auditor incidentalmente se preocupa com
preocupa com a detecção e a detecção e prevenção fraudes, a não ser
prevenção de fraude que haja possibilidade de substancialmente
afetar as demonstrações financeiras.
O auditor deve ser O auditor deve ser independente em relação
independente em relação à administração, de fato e de atitude mental.
às pessoas cujo trabalho
ele examina, porém
subordinado às
necessidades e desejos da
alta administração.
A revisão das atividades da O exame das informações comprobatórias
empresa é contínua das demonstrações financeiras é periódica,
geralmente semestral ou anual.
Quadro 4: As diferenças entre Auditoria Interna e Externa
Fonte: Attie, William (1992 p. 55)

Além das diferenças elencadas, as auditorias internas e externas


podem ser classificadas mediante seus principais elementos conforme quadro
5 abaixo:

Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna


Sujeito Profissional Auditor interno
Independente (funcionário da empresa)
Ação e Objetivo Exame das Exame dos controles
demonstrações operacionais
23

financeiras
Finalidade Opinar sobre as Promover melhorias nos
demonstrações controles operacionais
financeiras
Relatório Principal Parecer Recomendações de
controle interno e eficiência
administrativa
Grau de Mais amplo Menos amplo
independência
Interessados no A empresa e o público em A empresa
trabalho geral
Responsabilidade Profissional, civil e Trabalhista
criminal.
Número de áreas Maior Menor
cobertas pelo
exame durante
um período
Intensidade dos Menor Maior
trabalhos em cada
área
Continuidade do Periódico Contínuo
trabalho
Quadro 5: Elementos da auditoria interna e externa.
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2004, p.50)

2.4 A importância da Auditoria nas organizações

Segundo Paula (1999, p.32):


(...) deverá avaliar a eficiência e a eficácia dos sistemas de controle
de toda a entidade, agindo proativamente, zelando pela observância
às políticas traçadas, e provocando melhorias, fornecendo
subsídios aos proprietários e administradores para tomada e
decisão, visando ao cumprimento da missão da entidade. Sendo
assim o auditor deve avaliar se os métodos usados para conseguir
cumprir as metas traçadas pela empresa estão sendo eficiente, se
não estiver o auditor deve indicar os métodos para a produção da
empresa, para que esta consiga ter resultado eficaz.
24

Desta forma, para atender a necessidade da administração das


empresas seria necessário um auditor mais permanente, que pudesse executar
sua atividade com maior grau de profundidade, conhecendo melhor as diversas
atividades da empresa que estão relacionadas com a contabilidade (controles
internos, administração de estoques, administração de pessoal e administração
dos processos, entre outros). Neste sentido, a auditoria é realizada tanto por
funcionário interno – e, por conseguinte, com conhecimentos profundos do
ambiente, das rotinas, dos colaboradores envolvidos – quanto por profissional
independente e contratado para tal finalidade.
A importância da auditoria na coisa pública vai de encontro aos anseios
da população no aspecto transparência da gestão, boa utilização e aplicação
dos recursos públicos e na economicidade destes recursos na execução e
desenvolvimento das políticas públicas.
Attie (2006, p. 52) explica que a importância da auditoria no serviço
público consiste na verificação dos registros contábeis, financeiros e também
patrimoniais o que é bom tanto para o administrador público, o gestor, o
servidor público responsável – que tem sua gestão validada em conformidade
com a legislação – quanto para o órgão avaliado perante a opinião pública, pois
o legitima como órgão sério da administração pública que tem como política a
obediência ás normas e legislação pertinente á sua área de atuação perante a
sociedade.
Perante a administração da entidade pública, a auditoria também serve
como um termômetro que indica se os processos e sistemas contáveis estão
sendo realizados em conformidade com os critérios previamente definidos, o
que denota seriedade, eficiência, eficácia no uso dos recursos públicos e
probidade administrativa perante as leis vigentes, prementemente a Lei
Complementar nº 101 de 04 de maio de 2.000, a LRF (Lei de Responsabilidade
Fiscal).

2.5. O papel do Auditor

A auditoria ocorre no papel do auditor e em seu serviço de análise sistemática


de documentos e processos ao auditor é designada a missão de responder a
questionamentos diversos. Questionamentos estes que tanto podem ocorrer
25

partindo de acionistas e investidores quanto do próprio poder público ou da


sociedade civil e/ou organizada. No contexto da sociedade cada vez mais
participativa das políticas e cobrando cada vez mais a accountability das
decisões governamentais, o papel do auditor é cada vez mais relevante.
Segundo Almeida (1996), com o advento da industrialização e
consequente expansão dos negócios no Brasil, houve a necessidade de que os
administradores pudessem acompanhar o andamento dos processos e rotinas
financeiras e contábeis, mas de forma criteriosa e com isenção. Com a
modernização e a criação de novas regras e processos financeiros internos
que buscavam cada vez mais o progresso e o desenvolvimento das empresas
e a padronização dos processos de planejamento, organização, direção e
controle, houve também e, por conseguinte, a necessidade de constantes
verificações para constatar se os colaboradores estariam ou não seguindo
estas diretrizes. De nada valeria modernizar os procedimentos internos
buscando competitividade e eficiência se as diretrizes e orientações contábeis,
fiscais e financeiras não estivessem sendo seguidas pelos colaboradores da
organização.
A periodicidade das auditorias se firmou no cenário das organizações e
outras áreas que não apenas as contábeis passaram a ser alvo de auditorias
internas e externas visando a constante eficiência e competitividade.
O auditor interno (colaborador da empresa designado para auditar) ou
externo (neste caso, independente e contratado) tem um papel cada vez mais
relevante na atualidade tendo em vista a busca por eficiência, eficácia e
efetividade das organizações públicas ou privadas. O controle interno ou
rotinas de um sistema de controles internos passam a ter função primordial
para a consecução dos objetivos organizacionais. Neste sentido, Carvalho Neto
e Silva (2009, p. 4) trazem a seguinte definição:

Controle interno, controles internos e sistema ou estrutura de


controle(s) interno(s) são expressões sinônimas, utilizadas para
referir-se ao processo composto pelas regras de estrutura
organizacional e pelo conjunto de políticas e procedimentos adotados
por uma organização para a vigilância, fiscalização e verificação, que
permite prever, observar, dirigir ou governar os eventos que possam
impactar na consecução de seus objetivos. É, pois, um processo
organizacional de responsabilidade da própria gestão, adotado com o
intuito de assegurar uma razoável margem de garantia de que os
objetivos da organização sejam atingidos.
26

Auditores tem primeiramente que ter formação em Ciências Contábeis,


o que o habilita para analisar informações contábeis das empresas, opinando e
demonstrando se a situação patrimonial e financeira é confiável. Se a empresa
tem sua saúde financeira em bom estado, protegendo os investidores e
contribuindo para a eficiência do mercado. Através de sua atuação, o auditor
independente fortalece as relações comerciais entre as empresas e seus
investidores, acionistas, sociedade e até mesmo o governo.
Dentro de sua área de atuação o auditor se orienta pelas diretrizes do
controle interno da organização auditada e pelas categorias dos objetivos aos
quais os controles internos estão associados.
Segundo o American Institute of Certificied Public Accounts, ou na sigla
traduzida AICPA (Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados), os
objetivos aos quais os controles internos focam são a proteção do patrimônio, a
verificação e a exatidão de dados contábeis e o incremento de eficiência
operacional.
Como se depreende, o auditor tem papel cada vez mais preponderante
na atualidade, ora como auxiliar do gestor nas tomadas de decisão, ora como
validador de resultados e demonstrações contábeis e financeiras, o que agrega
valor ás organizações e promove o desenvolvimento e a gestão eficaz contábil
e patrimonial das empresas. Na área privada com a solidez dos resultados e na
área pública com a accountability sendo cada vez mais exigida pela sociedade.

2.6. Legislação aplicada á Auditoria

A Auditoria e o Controle Externo e consequentemente também o


controle Interno, na contemporaneidade tem papel fundamental e cada vez
mais importante no accountability público tendo em vista a sua função de
fiscalizar, registrar e prover a qualquer tempo atendendo a solicitação de
demonstrar seja á opinião pública, aos órgãos fiscalizadores públicos, ás
organizações não governamentais, ás associações de classe e á qualquer
cidadão ou cidadã a condução e a destinação dos recursos na condução da res
pública. Acima de tudo, a Auditoria e o Controle Interno das organizações e
27

entidades públicas da Administração direta ou indireta, têm na legislação a sua


melhor orientação, norte e parâmetros.
Conforme determina a Constituição Federal de 1.988:

DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

A fim de efetivamente executar a fiscalização das contas públicas em


consonância com a cada vez maior necessidade de transparência, eficiência e
eficácia dos serviços públicos e da gestão consciente dos recursos públicos, tal
fiscalização será exercida na Federação através do Congresso Nacional via
Tribunal de Contas da União no que também a Constituição Federal de 1.988
determina a validação e acompanhamento das movimentações contábeis,
financeiras e patrimoniais, contratos e também contas prestadas por quaisquer
servidores, públicos ou não, que manipulem, cuidem ou guardem sob sua
responsabilidade dinheiro público no seu art. n.º 71 onde citamos alguns de
seus parágrafos mais relevantes no contexto deste trabalho:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
[...]
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão
de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;
28

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do


Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de
cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos
termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões,
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário; [...]

Como se depreende dos parágrafos dos artigos acima citados, a


atribuição do Tribunal de Contas vem ao encontro da necessidade cada vez
mais presente e primordial de transparência na gestão dos recursos públicos,
servindo de canal eficaz na busca por efetividade, eficiência e eficácia da
gestão pública.
Desta forma então, é que os agentes públicos – do Presidente da
República ao Prefeito da menor cidade do Brasil – são fiscalizados e orientados
pelo TCU - no cumprimento das metas do Orçamento Público, na Lei de
Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual dos investimentos nos
Programas Governamentais, no endividamento público e no atendimento aos
investimentos que devem ser realizados na área das políticas públicas de
Educação, Segurança, Saúde, Esporte, Infraestrutura e etc. Mais então do que
simplesmente gerir e destinar aplicando corretamente os recursos públicos, o
gestor público tem a função de gerir com eficiência, eficácia, efetividade e
economicidade os recursos aos quais detém a responsabilidade de gestão.
No contexto municipal o Tribunal de Contas da União tem o auxílio
direto das Câmaras Municipais e a fiscalização ocorrerá via Poder Legislativo
conforme determina o Art. 31da Constituição Federal de 1.988:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder


Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de
controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
29

Além dos artigos 70, 71 e 31 da Constituição Federal, o Tribunal de


Contas é regido por Lei Complementar Nº 8.443 de julho de 1.992 que versa
sobre a sua natureza e sua competência, sua jurisdição e sua atuação na
fiscalização de atos, contratos, contas, destinação de recursos públicos além
de contratação de pessoal, responsabilizando e punindo quaisquer agentes
que por atos ou omissões causarem extravio, perda ou prejuízo ao Erário.
Além da função fiscalizadora, o TCU juntamente com os seus órgãos
análogos nas esferas estaduais de cada Estado da Federação, também exerce
a sua função educadora, normativa e preventiva no sentido do exercício de seu
papel cada vez mais relevante no accountability público.
Neste âmbito do accountability público o Governo Federal deu um
passo importantíssimo no sentido de apoiar o trabalho do Tribunal de Contas
da União através da Lei Complementar Nº 131 de 27 de maio de 2009, a
chamada “Lei da Transparência” que veio agregar ainda mais accountability á
Lei Nº 101 de 4 de maio de 2.000, a Lei de Responsabilidade Fiscal, LRF.
O termo “Controle” como sinônimo de conferência documental, fiscal,
contábil, financeira e patrimonial no Brasil não teve sempre este significado.
Durante o Brasil Colônia, durante o período das Capitanias houve o que se
pode citar como o primeiro fato que daria origem a evolução do controle das
contas públicas no país, e que culminaria na criação do Tribunal de Contas da
União alguns séculos depois.
Segundo o Portal oficial do TCU, a história da criação e
desenvolvimento do Tribunal de Contas da União poderia ser ilustrada através
do quadro 6 abaixo:

Data Fato
1680 Criação das Juntas das Fazendas das Capitanias e Junta da Fazenda
do Rio de Janeiro, subordinadas á Portugal.
1808 Instalação do Erário Régio e criação do Conselho da Fazenda,
responsável pela fiscalização da execução da Despesa Pública.
1822 Após a Proclamação da Independência, o Erário Régio é transformado
1824 no Tesouro (na Constituição Monárquica de 1824) prevendo-se o
surgimento dos orçamentos e balanços gerais.
30

1826 Em 23 de junho deste ano, é enviado ao Senado um projeto de lei que


cita a criação de um Tribunal de Contas, através da iniciativa de
Felisberto Caldeira Brandt (Visconde de Barbacena) e de José Inácio
Borges.
1890 Após a queda do Império e o advento da Proclamação da República do
Brasil, em 7 de novembro é criado pelo então Ministro da Fazenda, Rui
Barbosa, o Tribunal de Contas da União através do decreto 966-A no
seu art. 1º.
1891 Na Constituição daquele ano é instituído o Tribunal de Contas da União
no seu art. Nº 89.
1893 Em 17 de janeiro ocorre a instalação do Tribunal de Contas da União,
durante o Governo de Floriano Peixoto, através do empenho do
Ministro da Fazenda Inocêncio Serzedello Corrêa.
1893 Pedido de exoneração do Ministro da Fazenda Inocêncio Serzedello
Corrêa por não aceitar nomeação de parente do ex-presidente da
República Deodoro da Fonseca pelo Presidente atual Floriano Peixoto
o que conferiu ao TCU caráter e papel de incentivador da moralidade
pública.
1934 Na Constituição daquele ano novas atribuições são conferidas ao TCU
como acompanhar as execuções orçamentárias, registrando
previamente despesas e contratos além de emitir pareceres prévios
sobre as contas presidenciais.
1937 A atribuição de emitir parecer prévio sobre as contas presidenciais é
retirada do Tribunal de Contas da União.
1946 A atribuição de julgar a legalidade das concessões de aposentadorias ,
reformas e pensões é conferida ao Tribunal de Contas.
1967 São retiradas do TCU as atribuições de julgar previamente atos e
contratos geradores de despesas, o julgamento de concessões de
aposentadorias e pensões e lhe foi dada a incumbência de auditoria
financeira e orçamentária dos três poderes da União.
1988 Na Constituição Cidadã de 1988, o TCU consolidou a sua função
precípua de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da Administração direta e
31

indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade.


Quadro 6: Histórico do Tribunal de Contas da União.
Fonte: Adaptado do Site Oficial do Tribunal de Contas da União.

Como fato dos mais importantes na história do Tribunal de Contas da


União, citados no quadro anterior, não seria justo deixar de citar o despacho do
então Ministro da Fazenda Inocêncio Serzedello Corrêa no seu pedido de
exoneração ao Presidente Floriano Peixoto. Em 1893, após a decisão do TCU
em não aceitar a nomeação de parente do ex-presidente Deodoro da Fonseca
pelo então Presidente Floriano Peixoto, este mandou redigir decretos
diminuindo o poder de impugnar despesas as quais o Tribunal considerasse
ilegais. Motivado pela indignação, o Ministro Serzedello Corrêa redigiu o
seguinte texto:

Esses decretos anulam o Tribunal, o reduzem a simples Ministério da


Fazenda, tiram-lhe toda a independência e autonomia, deturpam os
fins da instituição, e permitirão ao Governo a prática de todos os
abusos e vós o sabeis - é preciso antes de tudo legislar para o futuro.
Se a função do Tribunal no espírito da Constituição é apenas a de
liquidar as contas e verificar a sua legalidade depois de feitas, o que
eu contesto, eu vos declaro que esse Tribunal é mais um meio de
aumentar o funcionalismo, de avolumar a despesa, sem vantagens
para a moralidade da administração.

Se, porém, ele é um Tribunal de exação como já o queria Alves


Branco e como têm a Itália e a França, precisamos resignarmo-nos a
não gastar senão o que for autorizado em lei e gastar sempre bem,
pois para os casos urgentes a lei estabelece o recurso.

Os governos nobilitam-se, Marechal, obedecendo a essa soberania


suprema da lei e só dentro dela mantêm-se e são verdadeiramente
independentes.

Pelo que venho de expor, não posso, pois Marechal, concordar e


menos referendar os decretos a que acima me refiro e por isso rogo
vos digneis de conceder-me a exoneração do cargo de Ministro da
Fazenda, indicando-me sucessor.

Tenente-Coronel Innocêncio Serzedello Corrêa”

Tal episódio não somente demonstra o papel que o Tribunal de Contas


da União sempre carregou, mas também o espírito de moralidade que sempre
esteve inscrito em seu caráter. Sua função precípua é a da fiscalização dos
gestores públicos na destinação e manuseio da res pública.
A atitude ética e honrada do Ministro Serzedello foi fato tão importante
na história do Tribunal de Contas da União que em sua homenagem foi criado
32

através da Resolução nº 19 do TCU, o Instituto Serzedello Correa (ISC)


responsável entre outras funções pela seleção, contratação e treinamento dos
futuros servidores do Tribunal e também pelo seu aprimoramento profissional.

3 – Metodologia da Pesquisa

Esta pesquisa será de natureza exploratória, do tipo estudo de caso, de


caráter qualitativo, visando trazer ao leitor o real cenário de atuação da
empresa para posterior análise e discussão frente ao tema. Não será objetivo
da pesquisa a criação de padrões matemáticos, numéricos ou estatísticos. O
estudo será realizado em duas etapas, onde na primeira será realizada uma
revisão bibliográfica e referencial teórico através de livros que abordem o tema
e artigos científicos. Através de fundamentação teórica e conceitos de
auditoria, perpassando pela importância da auditoria no desenvolvimento das
organizações perante o mercado e a gradativa adesão da Administração
Pública aos conceitos da auditoria como ferramenta auxiliar na tomada de
decisão do gestor e da legitimação de atos e fatos administrativos como
resposta de accountability à sociedade trazendo ao leitor um estudo caso para
agregar conteúdo a este tema tão interessante na atualidade.
Já a segunda etapa caracteriza-se como um estudo de caso na
COHAB-RP Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto onde um
questionário estruturado será aplicado aos colaboradores, com a finalidade de
levantar pontos que sejam positivos e negativos na gestão atual e no sistema
de auditoria implantado, para maior entendimento do cenário e cultura
organizacional, respondendo ao problema de pesquisa proposto.
Segundo Yin (1989, p.19) estudos de caso são tipos de pesquisa
apropriadamente utilizados nos ambiente de política, ciência política e
administração, e entre outros, nos estudos organizacionais e gerenciais.
Segundo este mesmo autor, o estudo de caso é o tipo de pesquisa mais
apropriada quando os questionamentos da pesquisa são “como” e “por que”,
quando não há a exigência de controle sobre os eventos comportamentais e
quando os eventos contemporâneos podem ser evidenciados.
33

4 – O Cenário do Estudo de Caso

Ribeirão Preto é um município brasileiro do interior do estado de São


Paulo localizado na região sudeste do país. Localiza-se a noroeste da capital
São Paulo, distando aproximadamente 315 quilômetros. Segundo dados do do
sítio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, ocupa uma área de
aproximadamente 650,916 km² o último censo demográfico do IBGE estima
666,323 habitantes e índice de seu IDHM é 0,800.
No sítio oficial da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto pode ser
encontrado o organograma das secretarias municipais do governo que são
ilustradas na tabela 1 abaixo:

Gabinete da Prefeita Administração Direta


Gabinete da Prefeita Administração
Fundo de Solidariedade Assistência Social
Coord. de Comunicação Social Canal do Servidor
Administrações Regionais Casa Civil
Cultura
Administração Indireta Educação
Coderp Esportes
COHAB Fazenda
Daerp Governo
Defesa Civil Infraestrutura
Fortec Meio Ambiente
Fundação Dom Pedro II Negócios Jurídicos
Fundet Obras Públicas
Guarda Municipal Planejamento e Gestão Pública
IPM Saúde
PROCON Turismo
Ribeirão Jovem
SAM
Sassom
Transerp
Tabela 1: Organograma das Secretarias do Governo Municipal de Ribeirão Preto-SP.
Fonte: Adaptado de PMRP (2015)
34

Segundo o mesmo site, em 1964 com o objetivo de minimizar o


problema de escassez de moradia no Brasil, foram criadas as Companhias de
Habitação Popular, as COHABs. Como parte do Sistema Financeiro de
Habitação, o SFH, apresentava uma estrutura tendo como base o BNH, o
Banco Nacional da Habitação, que tinha autonomia regional para implementar
os programas habitacionais.
Em 1964, com a Lei Federal Nº 4.830, de 21 de agosto, foram criadas
as COHABs, definindo suas ações como "reservada aos Estados e Municípios
com a assistência de Órgãos Federais", e tendo a função precípua a promoção
de planos diretores e projetos voltados para a solução dos problemas
habitacionais. Até meados dos anos 70, o Sistema Financeiro da Habitação
apresentou grande crescimento, com a instalação de companhias de habitação
nos Estados e em Municípios de maior densidade populacional. (PMRP, 2015).
A Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto - COHAB-RP é
uma sociedade de economia mista regida pela Lei das Sociedades por Ações.
Vincula-se como entidade da administração indireta à Secretaria Municipal de
Governo. Fundada em 03 de fevereiro de 1970. (PMRP, 2015).
Criada com a missão de garantir justiça social e acesso à moradia para
cidadãos e famílias de baixa renda, desenvolve programas e atua na
aprovação de projetos na área habitacional. Atualmente promovendo a
construção de novas unidades com recursos oriundos tanto do Fundo
Municipal de Habitação quanto de convênios firmados com agentes financeiros,
como a Caixa Econômica Federal, bem como com entidades governamentais e
também parcerias com a iniciativa privada. Além destas ações, a COHAB-RP
também atua na aquisição e comercialização de terrenos e glebas com a
finalidade de implementar programas e políticas habitacionais. A COHAB-RP
tem em seu quadro de pessoal, entre outras categorias profissionais, 8
engenheiros, 4 contadores, 2 arquitetos, 2 desenhistas projetistas, 7
assistentes sociais, 7 fiscais de modo a alcançar os objetivos organizacionais
deste ente público. Embora este trabalho tenha procurado abranger seu
questionário a todos os funcionários desta autarquia, percebe-se que os
setores envolvidos na tabulação dos resultados são as áreas de ocupação
mais abrangentes nas rotinas diárias da empresa.
35

² (Ribeirão Preto - http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/principal.php)

Organograma da COHAB-RP
Fonte: Adaptado pelo autor (2015).

Estrutura organizacional da COHAB-RP onde predomina o aspecto de


estrutura linear do quadro de colaboradores da organização. Funções técnicas,
de Programas Habitacionais, de Planejamento e Comerciais, Financeiras além
das funções administrativas são bem delimitadas.
5 – Descrição e Análise dos Resultados

Durante o desenvolvimento deste trabalho e para evidenciar os


resultados da pesquisa, foram desenvolvidos dois questionários relativos à
implantação de auditorias e do Setor de Controle Interno da COHAB-RP. Um
questionário exclusivamente direcionado ao funcionário responsável pelos
trabalhos iniciais do Setor de Controle Interno. Outro questionário, com 12
questões objetivas direcionadas a 60 funcionários da organização, de um total
de 134 colaboradores. Tanto o questionário do auditor quanto o direcionado
aos funcionários visou delimitar e evidenciar aspectos da cultura organizacional
36

daquele ente público e contextos surgidos durante a implantação dos


processos.

5.1 Consecução do objetivo geral deste trabalho

O objetivo geral deste trabalho foi alcançado tendo em vista a


realização do trabalho dentro do ambiente do ente público de modo a constatar
e entrevistar os colaboradores com relação a suas percepções sobre os
aspectos da implantação do Sistema de Controle Interno na COHAB-RP.

5.2 Consecução dos objetivos específicos deste trabalho

 Os objetivos específicos deste trabalho foram atingidos tendo em vista a


abordagem da legislação aplicável a este ente público e a implantação de
processos e rotinas de auditoria interna em conformidade com as exigências
dos órgãos de controle Federal e Estadual. Foi realizada entrevista com o
funcionário auditor que muito contribui para a mensuração da situação atual da
implantação do Sistema de Controle Interno da empresa. Em sua opinião, os
trabalhos têm seguido de forma lenta e gradual e, apesar de ainda haver um
longo percurso até a sedimentação e adequação do ambiente organizacional
às rotinas exigidas pelo TCE-SP, a empresa está no rumo certo. O questionário
detalhado pode ser consultado ao final deste trabalho, na seção Anexos. Com
esta abordagem, foi atingido objetivo de explicar de que forma e por que se
iniciou a implantação e desenvolvimento dos processos de auditoria e controles
internos além de também explicar de que forma e sob quais diretrizes, regras e
leis foram baseadas as auditorias e controles internos a serem implementadas
na COHAB-RP.
Com relação ao objetivo específico de mensurar os benefícios
resultantes do processo de implantação e desenvolvimento das atividades de
auditoria e controle interno dentro desta organização pública, este foi
alcançado tendo em vista a aplicação e coleta dos resultados do questionário
objetivo dirigido à quase a metade dos funcionários do ente público,
37

proporcionando assim, dados confiáveis e uma grande margem de


aplicabilidade dos resultados neste trabalho acadêmico.
Com relação ao questionário dos funcionários, após a coleta e
tabulação dos resultados foram criados gráficos estatísticos que evidenciam
alguns aspectos do cenário atual na cultura organizacional da COHAB-RP,
contextos organizacionais que podem afetar negativamente o sucesso dos
processos de auditoria e controle interno nas organizações públicas.
O questionário destinado aos colaboradores foi aplicado no dia 13 e no
dia 16 de novembro de 2015, de forma voluntária e assegurando sua
privacidade sendo opcional que o colaborador se identificasse caso assim o
desejasse.
Após a tabulação das respostas e análise das informações colhidas,
chegou-se a resultados bastante positivos. As informações e questões relativas
ao trabalho de pesquisa e ao problema da pesquisa poderão ser mais bem
analisadas através dos quadros com os gráficos estatísticos abaixo:

Questão 1 - Você considera importante a implantação de


processos de Auditoria e Controle Interno na COHAB-RP?

3,33%
5,00%
SIM
NÃO

91,67% NÃO SEI RESPONDER

Gráfico 1: Questão 1
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

Com relação à questão de n.º 1, percebe-se claramente que a quase


totalidade dos entrevistados consideram importante para a organização que
sejam implantados procedimentos de auditoria e controle interno nas suas
rotinas administrativas.
Neste gráfico acima se observa que o nível de consciência legal e fiscal
no órgão é elevado e também a maturidade dos colaboradores com relação á
necessidade de correspondência aos processos legais e fiscais ao qual a
organização se submete.
38

Questão 2 - Houve mudanças na sua rotina de trabalho após as


solicitações do Setor de Controle Interno (SCI) da COHAB-RP?
7%

SIM
25%
NÃO

68% NÃO SEI RESPONDER

Gráfico 2. Questão 2
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Esta questão foi formulada e inserida na pesquisa do questionário dos


colaboradores buscando-se mensurar o impacto do processo da implantação
da auditoria e do Setor de Controle Interno sobre a rotina usual destes.
Os resultados apurados na questão de n.º 2, 4 e 5 demonstram que
após o início da implantação dos processos de auditoria não houve grandes
alterações nas rotinas habituais dos colaboradores, o que se traduz em um
quase nenhum impacto negativo e poucas mudanças em relação às rotinas já
executadas.
Como em todas as questões aplicadas aos funcionários, pode-se ter
alguma alteração nestes gráficos quando da implantação final do Setor de
Controle Interno, quando este processo abrangerá todos os setores da
organização, ainda que alguns em maior grau do que outros.

Questão 3 - Você considera importante que a COHAB-RP execute


todos os seus processos e rotinas internas em consonância com
a legislação e normas do TCU e TCE ?

5% SIM

NÃO

95% NÃO SEI RESPONDER

Gráfico 3. Questão 3.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
39

As questões de n.º 3, 4 e 5 nos quadros 9, e 10 e 11 objetivaram


mensurar o nível de engajamento e os impactos das novas rotinas e
documentos solicitados quando do início da execução da auditoria na
organização.
Percebe-se pela diferença significativa no percentual de colaboradores
que consideram importante que a organização execute e desenvolva seu
trabalho de acordo com as exigências legais dos órgãos fiscalizadores que o
capital humano da organização tem consciência de seu dever como servidores
públicos e do accountability a prestar a sociedade. É pequena a parcela dos
colaboradores que responderam “Não sei responder”
A questão de n.º 3 ilustra a consciência dos colaboradores quanto à
legalidade nos atos, rotinas e processos da organização junto aos órgãos
fiscalizadores federal TCU e estadual TCE.

Questão 4 - As solicitações de documentos e adequação às


rotinas já executadas em seu setor de trabalho dificultaram a
execução de seus trabalhos?

5%
NÃO SEI RESPONDER

POUCO
95% MUITO

Gráfico 4. Questão 4.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Quadro 10 e 11 demonstraram o nível de impacto das novas rotinas e


processos exigidos a fim de adequarem-se às exigências dos órgãos de
controle externo (TCU e TCE-SP). Pode-se inferir que quase não houve
impactos negativos sobre a rotina dos colaboradores, o que demonstra que não
é caminho tão difícil à implantação de auditorias e sistemas de controle
internos dentro das organizações e que o caminho pode ser lento, mas é de
extrema importância para a organização e para a sociedade. Outra hipótese
pode ser também levantada: a de o Sistema de Controle Interno ainda não
40

alcançou todos os setores deste ente público. Não são todos os setores que
tem envolvimento diário com os relatórios de auditoria interna. Muito
provavelmente em um espaço curto de tempo, esta porcentagem pode sofrer
alterações significativas.

Questão 5 - Você sentiu dificuldades na execução dos


processos de adequação ás normas e legislação dentro de
suas rotinas diárias em seu setor ?

10%
SIM
25%
NÃO

65% NÃO SEI RESPONDER

Gráfico 5. Questão 5.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

O quadro 12 a seguir contém a questão 6 em que se objetivou


mensurar a expectativa dos colaboradores no sentido de sua busca por melhor
capacitação profissional, através do aprimoramento de suas habilidades em
alguns dos softwares mais utilizados na geração dos relatórios gerenciais,
financeiros e patrimoniais nos processos internos da organização, no
atendimento ao Setor de Controle Interno.

Questão 6 - Você gostaria de aprimorar seus


conhecimentos sobre os programas utilizados (Microsoft
Word© e Excel© e/ou outros) na confecção dos relatórios
solicitados pelo SCI à COHAB-RP?

SIM
22%

78% NÃO

Gráfico 6. Questão 6.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
41

A questão de n.º 6 mostra que dentro da cultura organizacional deste


ente público os colaboradores estão dispostos a se aperfeiçoarem
profissionalmente de modo a colaborar com o desenvolvimento dos processos
de auditoria e controle interno, o que se traduz em um ambiente em que a
maioria deseja melhorar não somente sua capacitação, como também o nível
de adequação da organização junto aos órgãos de fiscalização externa e
interna.

Questão 7 - Você avalia o Sistema de Controle Interno da


COHAB-RP como:
4%
7% NÃO SEI RESPONDER
PROMISSOR
12% 33%
EFICIENTE
INEFICIENTE
44%
INSIPIENTE

Gráfico 7. Questão 7.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Questão 8 - Você concorda com a exigência legal da existência


e atuação do SCI-Sistema de Controle Interno ou a considera
uma exigência burocrática desnecessária?

29% SIM

59% NÃO
12%
NÃO SEI RESPONDER

Gráfico 8. Questão 8.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

A questão de n.º 7 e a de n.º 8 podem ter os seus resultados


relacionados. Enquanto na n.º 7, 33% dos colaboradores não sabem responder
sobre a avaliação do SCI, na questão de n.º 8, 29% dos colaboradores não
sabem responder sobre a exigência legal da COHAB-RP possuir um Setor de
Controle Interno. Tal similaridade nos resultados é devido ao fato de que o
processo de Implantação de auditoria e criação do Setor de Controle Interno da
organização não ter sido oficialmente apresentado a todos os setores da
42

empresa tendo em vista o processo estar em seu início e haver poucos


colaboradores disponíveis e atuantes neste programa.
Com relação à questão de n.º 9, o intuito da questão foi delimitar a
mensuração de alguns valores subjetivos dos colaboradores. Cada
entrevistado rotulou um fator organizacional dentro da vivência profissional de
cada um e da cultura da empresa. Assim, pôde-se mensurar como o
colaborador relaciona determinado fator aos efeitos negativos sobre o sucesso
da implantação da auditoria e do Setor de Controle Interno na empresa.
Abaixo os fatores e a mensuração dos seus impactos negativos:
Os gráficos abaixo, relacionados à questão n.º 9 retratam os resultados
da aplicação de escala de valores subjetivos onde os colaboradores
entrevistados enumeram de 0 a 5 (zero é indiferente, 1 é pouco importante, 2 é
relativamente importante, 3 é importante, 4 é muito importante e 5 é
extremamente importante), conforme o grau de relevância de determinado fator
da cultura organizacional como aspecto que influência negativamente no
processo de implantação de auditoria e controle interno na COHAB-RP.
Apesar dos resultados desta questão em si poderem ser considerados
subjetivos, eles inferem alguns valores dentro da cultura organizacional
bastante interessantes, quais sejam:

Questão 9 - Fator Resistência ao novo, a mudanças, como


interferência negativa nos processos de auditoria

Indiferente
5%5%
Pouco Importante
42% 13% Relativamente Importante
Importante
22%
Muito importante
13%
Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Fator “Resistência ao novo, resistência a mudanças”, 90% consideram


entre relativamente importante e extremamente importante.
43

Questão 9 - Fator Falta de Costume, como interferência


negativa nos processos de auditoria

5% Indiferente
Pouco Importante
17%
17% Relativamente Importante
15% Importante
17%
Muito importante
29% Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Fator “Falta de Costume”, 78% dos colaboradores o classificam entre


relativamente importante e extremamente importante.
O fator “Falta de Costume” e “Fator dificuldade em realizar a
adequação” são fatores subjetivos relevantes dentro da cultura organizacional
do ente público e a pesquisa demonstra que apesar disto, os colaboradores
responderam ao questionamento e se objetivou evidenciar aspectos como um
dos vários fatores prováveis causadores de entraves e atrasos nos programas
de implantação de auditorias e controle interno.

Questão 9 - Fator Dificuldade em realizar a adequação, como


interferência negativa nos processos de auditoria

7% Indiferente
5% Pouco Importante
15%
Relativamente Importante
13% Importante
24%
Muito importante
36%
Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Fator “Dificuldade em realizar a adequação das rotinas”, 88%


enquadram este fator entre relativamente importante e extremamente
44

importante. Para efeito de esclarecimento, as rotinas são relatórios contábeis,


patrimoniais e financeiros, além de outros controles.

Questão 9 - Fator Falta de Comunicação, como interferência


negativa nos processos de auditoria

2% 2%
Indiferente
Pouco Importante
Relativamente Importante
16%
53% Importante
16% Muito importante
Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Questão 9 - Fator Prazo Curto em relação às mudanças, como


interferência negativa nos processos de auditoria

3% 4%
Indiferente
Pouco Importante
22%
16% Relativamente Importante
Importante
31% 24% Muito importante
Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Fator “Prazo Curto em relação às mudanças” 92% relacionam-nos


entre relativamente importante e extremamente importante.
45

Questão 9 - Fator Falta de Capacitação, como interferência


negativa nos processos de auditoria

Indiferente
9% 11% Pouco Importante
Relativamente Importante
49%
Importante
31% Muito importante
Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Fator “Falta de Capacitação”, 100% dos colaboradores enquadram este fator


entre relativamente importante e extremamente importante. A capacitação dos
colaboradores é fator fundamental para o desenvolvimento de quaisquer
programas e projetos estratégicos para a organização e chave do sucesso do
processo de auditoria e Controle Interno da organização. A cultura
organizacional deve se ater a este fator preponderante para o desenvolvimento
da implantação do Setor de Controle Interno e para que este atinja os objetivos
pretendidos.

Questão 9 - Fator Falta Informação quanto aos objetivos do


SCI, como interferência negativa nos processos de auditoria

Indiferente
Pouco Importante
44% 34% Relativamente Importante
Importante
Muito importante
22%
Extremamente Importante

Gráfico 9. Questão 9.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Fator “Falta informação quanto aos objetivos do SCI”, a mesma


porcentagem e enquadramento do fator “Falta de Capacitação”, ou seja, 100%.
Neste quadro percebe-se a necessidade de atenção por parte do
gestor público para o fato de que capacitação e informação caminham juntas e
46

são prerrogativas importantes dentro da organização para seu desenvolvimento


não somente nas suas rotinas administrativas, mas também no incremento do
engajamento e comprometimento dos servidores aos processos de auditoria e
controladoria internas no ente público.

Questão 10 - Se você soubesse de algum procedimento que


vem sendo praticado de forma equivocada, como agiria ?

6. 11%
NÃO SEI RESPONDER

15. ORIENTARIA
32. 56% 26%
NÃO INTERFERIRIA
4. 7%
INDICARIA AO SCI

Gráfico 10. Questão 10.


Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

A questão de n.º 10 busca evidenciar o clima de auxílio profissional


interpessoal e o engajamento dos colaboradores no sentido de buscar
resultados positivos nestes processos de auditoria e controle interno. A
empresa só tem a ganhar se possuir em seu quadro de pessoal, profissionais
com iniciativa e que tem o desenvolvimento da organização como prioridade.

Questão 11 - Dentro de suas atribuições e rotinas que você


executa, acredita que seu trabalho poderia ser definido como:

SATISFATÓRIO

PODE MELHORAR
50% 50%
AQUÉM

Gráfico 11. Questão 11.


Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

A questão de n.º 11 ilustra o contexto atual da organização onde a


metade dos colaboradores responsivos considera seu desempenho satisfatório
e a outra metade acredita que pode melhorar profissionalmente na busca por
maior e melhor produção.
47

Como se percebe nos resultados desta questão especificamente, a


cultura organizacional tem papel fundamental no sucesso ou no fracasso
durante a implantação de programas de auditoria e controle interno. Divididos
entre a resistência ao novo, falta de costume, dificuldade na realização de
adequações, a falta de comunicação como grande problema dentro das
organizações públicas – não a comunicação tecnológica que a cada dia se
moderniza e desenvolve, mas sim a comunicação proativa entre os
colaboradores – e que tanto atrapalha o desenvolvimento profissional e pessoal
destes profissionais.
O fator prazo curto, que na bagagem da falta de capacitação e
informação precisa sobre os objetivos organizacionais acarreta impactos
negativos e resultados pífios perante as expectativas iniciais.

Questão 12 - Você gostaria de participar como membro da


equipe de implantação dos programas e relatórios do Setor de
Controle Interno da COHAB-RP ?

21% SIM
30%
NÃO
49% TALVEZ

Gráfico 12. Questão 12.


Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

A questão de n.º 12 foi elaborada no sentido de se mensurar o


percentual de engajamento dos colaboradores entrevistados na união e divisão
de tarefas e atribuições dentro do Setor de Controle Interno a fim de que os
resultados das auditorias possam ser positivos e a atuação do SCI cada vez
mais presente. Nas respostas apresentadas, tecnicamente empatados os
colaboradores que gostariam de serem membros do SCI e os que não têm
interesse em participar deste processo interno de adequação legal e
desenvolvimento profissional. Mais uma vez, a cultura organizacional e os
aspectos do capital humano das organizações sendo preponderantes no seu
desenvolvimento.
48

Os resultados obtidos a partir destes gráficos traduzem alguns


aspectos da cultura organizacional, da percepção dos colaboradores da
COHAB-RP em relação aos conceitos de auditoria e controle interno, seu
engajamento nesta empreitada e sua disposição para que os objetivos da
implantação do Setor de Controle Interno sejam alcançados.
Os questionamentos apresentados e as respostas inferidas através dos
gráficos demonstram que para que a Auditoria e o Controle Interno sejam de
fato uma ferramenta melhor de gestão para o administrador público, há que
focalizar inicialmente na cultura organizacional da empresa a serem
implantados programas desta tipologia. A falta de uma “apresentação oficial” a
todos os colaboradores, onde se é demonstrada a importância dos processos
de auditoria sobre as operações contábeis, financeiras e patrimoniais é de
extrema importância dentro do contexto organizacional. Os colaboradores se
mostram mais engajados e conscientes quando conhecem o programa a fundo
e aderem a ele de forma espontânea quando isto lhes traz satisfação pessoal e
profissional.
A capacitação do capital humano dentro da organização é fator
importante para que as adequações e novas rotinas sejam assimiladas de
forma tranquila e gradual sem o prejuízo das funções habituais e rotineiras. O
fator “resistência ao novo, as mudanças” se mostra ineficaz quando programas
de auditoria são demonstrados na sua essência e apresentados como
ferramentas para o desenvolvimento da organização e para o colaborador
também, quando este se capacita, desempenha um papel proativo e é
valorizado no seu ambiente de trabalho.
Possíveis ganhos em sua autoestima e consequente ganho de
produtividade poderão ser observados se o colaborador enxergar em cada
relatório de auditoria uma forma de colaborar com a organização na sua
adequação á legislação fiscal, financeira e contábil, que se traduz em uma
gestão mais econômica, eficiente e produtiva dentro de sua área.

6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS

Muito tem sido feito desde a promulgação da Constituição do Brasil de


1988 onde a democracia e suas instituições foram fortalecidas e o processo
49

democrático e o estado de direito têm sido cada vez mais valorizados pela
sociedade.
Esta mesma sociedade, que tanto tem participado desde então nos
caminhos da política, da economia e dos seus direitos e deveres, tem buscado
também nos processos democráticos, uma forma de melhor participação nos
destinos do país, cobrando cada vez mais dos gestores um governo pautado
pela honestidade, pela lisura e pela economicidade dos recursos públicos.
Assim, os processos de auditoria governamental tem sido também uma
importante ferramenta governamental para estimular e fortalecer o controle
social exercido pela sociedade, pelas ONGs e associações de todo o país,
trazendo em seu bojo uma gestão que respeita as políticas fiscais, a
transparência e a democracia.
É através do Tribunal de Contas da União que os governos Federal,
Estadual e Municipal têm feito a sua parte na busca por uma gestão mais
responsável, honesta e em consonância com os anseios cada vez maiores da
população por legalidade, impessoalidade, moralidade, profissionalismo e
efetividade, com publicização dos atos governamentais e das análises de
efetividades destes perante os objetivos pré-determinados.
As auditorias e sistemas de controle interno têm cada vez maior
participação na agenda governamental tendo em vista a sua importância e
relevância no atual processo democrático do país, assim, a sua implementação
em todos os níveis governamentais e em todas as esferas vêm aprimorar e
amadurecer a gestão administrativa, financeira e patrimonial dos entes
públicos.
Este trabalho não termina aqui, já que os resultados da implantação do
Sistema de Controle Interno da COHAB-RP não estão completos. Este é um
processo longo e diário na busca por uma gestão cada vez melhor, mais eficaz,
transparente e eficiente. Os resultados até agora são promissores e o caminho
converge para isto. Os processos administrativos, legais, fiscais, financeiros e
patrimoniais têm se pautado pela legalidade e obediência aos princípios gerais
da administração e a cultura organizacional desta autarquia, aspecto de suma
importância para o sucesso de qualquer mudança almejada. A sinergia que é
necessária para quebrar os atuais paradigmas administrativos tem sido cada
vez mais forte e atuante dentro desta organização e a tendência é que a cultura
50

organizacional não somente neste ente público, mas em toda a esfera pública
amadureça cada vez mais devida a uma nova mentalidade do servidor.
É extremamente desejável que o atual modelo de implantação de
auditorias e sistemas internos de controle se aprimore e se fortaleça dentro das
instituições, fazendo cada vez mais parte integrante e proativa em todos os
ambientes organizacionais dos entes da esfera governamental em seus
diversos níveis hierárquicos.
Assim, a busca por uma gestão mais profissional dos servidores, um
ambiente organizacional voltado para a eficiência, eficácia e efetividade
poderão ser cada vez mais um padrão estabelecido e consolidado dentro da
Administração Pública brasileira. Os estudos sobre os impactos positivos das
auditorias e sistemas internos de controle nos entes públicos demonstram
melhorias constantes na administração pública de uma forma geral. Deste
modo, é de suma importância que novos estudos sobre os impactos positivos
desta prática sejam abordados com cada vez mais frequência, pois assim a
gestão pública continuará sendo aprimorada e novas pesquisas sobre este
tema ampliarão sobremaneira a quantidade de referências e modelos proativos
na área.
51

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ntasrealfazenda.asp>>. Acesso em 29/09/2015.

TCU. Tribunal de Contas da União. Disponível em <<


http://portal.tcu.gov.br/cidadao/cidadao.htm>>. Acesso em 05/10/2015.

TCU. A História do Tribunal de Contas da União. Disponível em <<


http://portal3.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/institucional/conheca_tcu/histori
a>>. Acesso em 08/10/2015

VICENTE. Ernesto F.R. UFSC. Universidade Federal de Santa Catarina.


Livro-Texto Auditoria Contábil. Disponível em
<<http://www.e.fernando.cse.prof.ufsc.br/Auditoria_Contabil_Miolo_14_01_11.p
df>>. Acesso em 09/09/25015.

YIN, Robert. K. Planejamento e Métodos. Disponível em


<https://saudeglobaldotorg1.files.wordpress.com/2014/02/yin-
metodologia_da_pesquisa_estudo_de_caso_yin.pdf>. Acesso em 20/10/2015.
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Anexos:

Questionário ao funcionário auditor

Questionário aplicado ao funcionário responsável pela implantação do


SCI – Setor de Controle Interno da COHAB-RP.

Questão 1 – Como você analisa o processo de implantação do Sistema de


Controle Interno na COHAB?
R: A COHAB-RP através de sua Diretoria Colegiada, atendeu a
legislação em vigor e criou no ano de 2012 o Sistema de Controle Interno –
SCI.
De acordo com o planejamento inicial esta prevista reuniões com todos os
Diretores, Gerentes e Chefias para apresentação dos programas de auditoria
que serão desenvolvidos juntos a cada área.

Questão 2 – Houve resultados? Ocorreram conforme as expectativas iniciais?


R: Como todo novo procedimento, os resultados ainda são pequenos,
mas estão dentro das expectativas esperadas, e a tendência e ter mais
instruções dos órgãos fiscalizadores externos, visando desenvolver programas
de auditorias e controles que os atendam.

Questão 3 - Quais aspectos da empresa estão tendo maior atenção e sendo


auditados nesta primeira fase da implantação da auditoria interna?
R: Buscamos acompanhar os Setores que recebem visita da Auditoria
Externa do TCE-SP, além de acompanhar os trabalhos do Setor de Tesouraria,
Setor Pessoal e Setor de Compras (almoxarifado).

Questão 4 – Como foi o nível de aceitação dos colaboradores internos quando


da solicitação de documentos e adequação aos princípios contábeis,
financeiros e patrimoniais diante do cenário inicial encontrado?
R: Na verdade ainda não concluímos a apresentação formal a todas as
chefias e encarregadorias da COHAB-RP quanto à atuação do Sistema de
Controle Interno. Quanto aos Setores visitados, sentimos a dificuldade da não
apresentação formal do Sistema de Controle Interno. Precisamos transmitir o
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entendimento de que o “Controle Interno” é de fato realizado pelos colabores,


que deverão manter informações das atividades desenvolvidas no Setor, de
maneira que possam ser mensuradas, quantificadas, e, informar a Diretoria a
que esta subordinada, através de relatório ou qualquer documento formal, para
que o Sistema de Controle Interno-S.C.I., possa atuar como auditoria interna,
elaborando “Relatórios” que por sua vez, serão entregues a Presidência,
mostrando uma visão dos resultados obtidos.
Estamos na direção. Mas temos que fazer o caminho.

Questão 5 - Houve algum modelo de SCI de outro órgão público no país


utilizado como padrão/modelo para a implantação na COHAB?
R: Não houve um modelo propriamente dito utilizado por outra
instituição pública que serviu de modelo a ser implantado. O que ocorreu foi
que a COHAB costumeiramente já passa por processos de auditoria através de
um profissional de empresa independente, contratado para analisar os dados
contábeis da empresa. Este auditor, gentilmente se prontificou a auxiliar no
início dos trabalhos de implantação do Setor de Controle Interno na
organização, prestando relevantes informações contribuindo para a
implementação desta ferramenta de controle.

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