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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS


FACULDADE DE TURISMO

ARTHUR RODRIGUES MALCHER


JOANE DO CARMO SILVA
KLEBER LUCAS ARAÚJO COSTA
LUCAS FONSECA GOMES DE OLIVEIRA

TRABALHO SOBRE TURISMO NA COMUNIDADE PATAXÓ DA JAQUEIRA

BELÉM – PA
2022
ARTHUR RODRIGUES MALCHER
JOANE DO CARMO SILVA
KLEBER LUCAS ARAÚJO COSTA
LUCAS FONSECA GOMES DE OLIVEIRA

TRABALHO SOBRE TURISMO NA COMUNIDADE PATAXÓ DA JAQUEIRA

Trabalho sobre turismo na


comunidade Pataxó da Jaqueira,
entregue como requisito parcial da
avaliação continuada da matéria
Antropologia do Turismo, Faculdade
de Turismo, Instituto de Ciências
Sociais Aplicadas, Universidade
Federal do Pará.

Orientador: Profª. Giselle Assis

BELÉM – PA
2022
Introdução

A comunidade escolhida pela nossa equipe foi a reserva da jaqueira, ou


reserva do pataxó, onde vive a tribo pataxó. podemos dizer que a aldeia foi
"retomada" à 22 anos atrás pela iniciativa de três irmãs da tribo, que
decidiram tomar realmente a posso das suas raízes e abrir a aldeia pra
visitação e demonstração da sua cultura. Pra desenvolver esse projeto elas
tiveram um grande apoio da pataxo turismo, que é uma agencia de turismo
de Porto Seguro fundada à 30 anos que tem esse nome que homenageia
os pataxós, bom hoje em dia já podemos dizer que a reserva do jaqueira é
um espaço de etnoturismo consolidado..

Localização e famílias
A reserva do pataxó fica localizada a 12km do centro de Porto Seguro, na
Bahia. Tem cerca de 827 hectares de mata nativa preservada e ao todo 32
famílias vivem lá.
A principal atividade econômica deles é o turismo.

Características de identificação
A pintura pataxó é representada pela história, sentimentos e para proteção, é
um patrimônio para o povo pataxó. Ela é usada para rituais, casamentos,
apresentações de danças. Para fazer as pinturas é usado o urucum
(vermelho) e o jenipapo(preto) todos extraídos da natureza.
Cada pintura possui um significado e diversidade de tamanhos, as pinturas
femininas e masculinas são diferenciadas, bem como as de solteiro e casado,
pinta-se o rosto, braços, pernas, tórax (homens), barriga (mulheres) e costas.
A pintura é uma maneira de expressar a cultura pataxó, ela protege e
embeleza o indígena que está pintado. Para cada ocasião existe um tipo de
pintura, diferenciando as dos rituais e do casamento, por exemplo.
A pintura é a segunda pele do povo pataxó, maneira pela qual é expresso e
preservado por mais de 500 anos a cultura pataxó.

Nome; A história do povo Pataxó diz que em noites de lua cheia os mais
velhos iam para o mar se alimentar de peixes e mariscos. Eles cantavam e
dançavam em volta da fogueira. Depois paravam para escutar o barulho que o
mar fazia ao bater nas pedras: "Patá...", ao que o mar respondia: "Xó".
 
Rituais; um dos principais  é o Aragwaksã (Ritual da Vitória)
Grande ritual que acontece anualmente na Aldeia da Jaqueira, no dia primeiro
de agosto, em comemoração à importante conquista territorial, marco histórico
que significou o retorno e o estabelecimento de algumas famílias Pataxó
nessa aldeia, com o objetivo do resgate e afirmação cultural e a preservação
ambiental.
Durante o Aragwaksã o povo Pataxó canta, dança, realiza os casamentos
tradicionais, a caçada do guerreiro, a corrida com o tronco, o batizado das
crianças, além de outros rituais e muitos momentos de reflexão sobre a luta
de resistência.
Através da prática dos seus rituais, os Pataxó vivenciam e praticam seus
costumes e tradições e mostram para as crianças o conhecimento dos mais
velhos e o valor de estarem conscientes da origem e história do seu povo,
projetando assim, mesmo que talvez inconscientemente, o futuro que querem
deixar para as próximas gerações, filhos e netos.
É uma festa que atrai índios de todas as aldeias Pataxó, índios de outros
estados representando várias etnias convidadas e muitos turistas. É realizado
desde 1999 e pode se estender por até 3 dias, dos quais, apenas um é aberto
para a participação do público. Cada ano é escolhido um tema para ser
homenageado ou discutido durante a festividade.

Principal manifestação cultural.


Os Jogos dos Povos Indígenas (Jogos Pataxó) têm como objetivo
específico (Comitê Intertribal, 
Memória e Ciência Indígena, 2009, Brasília):
 
Proporcionar a cada participante, o conhecimento de novas modalidades
esportivas 
tradicionais;
 
Incentivar o coletivo na prática dos esportes tradicionais e, como
consequência, 
propiciar uma vida mais digna e respeitosa no inter-relacionamento com
toda a 
sociedade envolvida, resgatando assim, o orgulho do brasileiro nato, “o
homem 
índio”;
Criar um novo conceito de se fazer conhecer e estabelecer uma relação de
igualdade 
com a sociedade envolvente, cuja linguagem será também os valores
principais dos 
 
elementos da natureza;
Possibilitar através do esporte esse momento de respeito às diferenças e
de promoção 
da diversidade cultural e étnica que caracteriza os indígenas brasileiros -
Jogos do 
homem natureza;
 
Demonstrar e possibilitar o intercâmbio das manifestações esportivas e
culturais de 
cada povo indígena;
 
Resgatar e incentivar nas etnias indígenas, as práticas de seus esportes e
costumes 
tradicionais;
 
Fazer a sociedade não indígena conhecer e valorizar todo segmento
desportivo original 
indígena, como consequência, afastar o preconceito e estimular o respeito.
Dessa forma os Jogos dos Povos Indígenas Compreende-se em um
grande evento que 
contribui para o desenvolvimento de um processo de esportivização das
práticas corporais 
tradicionais, processo este que vem se propagando a partir da inserção do
fenômeno esportivo 
em comunidades indígenas no Brasil.
 
Principais jogos.
FUTEBOL
CANOAGEM
CABO DE GUERRA OU CABO DE FORÇA
ARCO E FLECHA:
NATAÇÃO
CORRIDA RÚSTICA
CORRIDA COM MARAKÁ
ZARABATANA
ARREMESSO DE TAKAPE:

Quando surgiu?
A atividade turística em terras indígenas não é regulamentada no Brasil, no
entanto, é realidade para algumas aldeias. Exemplo disso, a Reserva Pataxó,
no município de Porto Seguro, Bahia, desenvolve esta atividade desde o ano
de 2008.

Como está estruturada?


Nota-se, que da década de 1990 para cá, a política nacional de turismo
continua com a expectativa de fortalecimento do mercado interno, com ênfase
na função social do turismo, objetivando transformar a atividade em um
mecanismo  de  melhoria  do  Brasil  é um  importante  indutor  da  inclusão
social, bem como gerador de emprego e renda.
Nessa perspectiva, a grande maioria dos turistas chega em voo charter
(Segundo o conceito definido pelo Mtur, ministério do turismo: entende-se
como charter um voo em uma aeronave, normalmente, fretada) ou em ônibus
de grandes operadoras nacionais, como é o caso por exemplo da CVC, que
domina à prática do turismo nesta localidade.
 
Aldeia recebe turistas por meio da indicação das agências de viagens,
pousadas e grandes hotéis com os quais mantém contato. A agência de
viagens Pataxó Turismo possui um roteiro para a visitação nas aldeias
indígenas Pataxó, incluindo Aldeia Velha, convidando o turista a embarcar
num passeio pela história brasileira e indígena. Para isso, uma parceria com
diversas instituições (Instituto Tribos Jovens, Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, Prefeitura Municipal de Porto
Seguro) forneceu capacitação a alguns representantes indígenas,
especialmente para desenvolver o ecoturismo, com base nas atividades
culturais, tradicionais e na conservação do meio ambiente. Apesar disto, os
indígenas argumentam não receber apoio suficiente, principalmente dos
órgãos públicos e das agências de turismo, que deixam de divulgar a Aldeia e
não fornecem subsídios para que novos cursos sejam oferecidos, tampouco
apoio aos projetos de interesses locais.

Produtos turísticos
•Ervas medicinais:Usadas para fazer vários tipos de remédios caseiros e
banhos.
•Jogos indígenas:Os jogos tradicionais indígenas são práticas corporais que
colaboram para que valores, costumes, normas sociais e comportamentos
desejados sejam assimilados por meio dos corpos dos indivíduos, tendo como
base suas tradições.
Ex:Arco e flecha,canoagem,arremesso de lança,corrida de tora,cabo de força
e muitos outros..
•Museu localizado dentro da comunidade que conta sobre a cultura e a
história dos pataxós e vários tipos de artesanatos produzidos na comunidade.
•Pinturas:As pinturas corporais são as marcas das etnias indígenas.As tintas
são feitas a partir de elementos naturais como urucum, jenipapo e açafrão.E
os turistas podem fazer parte da produção das tintas e fazer desenhos no seu
corpo.
•A culinária:No final da visita é distribuído para os turistas,o peixe assado na
folha da patioba com farinha de mandioca para degustação.
•Danças:No início da visita é feita a dança da celebração,para dar boas vindas
aos turistas.

Como a comunidade promove e comercializa seus produtos turísticos


no mercado de
viagens?
A comunidade trabalha em parceria com quatro agências de viagens de Porto
Seguro.
•Taípe
•Brasil Travel
•Pataxó Turismo
•Terra Turismo
As agências se responsabilizam pelo transporte dos turistas até a reserva,e
da reserva para dentro,a responsabilidade é da comunidade.
A venda dos pacotes de visitação é feita pelas agências,que cobram o preço
que elas mesmas estipulam e repassam para a associação indígena um valor
fixo de R$35,00 reais por pacote vendido.
Além do apoio das instituições,existem também parcerias para a divulgação
do empreendimento e promoção do turismo.No site da secretaria de turismo
de Porto Seguro,por exemplo,é possível encontrar no site um link exclusivo
com informações sobre o passeio turísticos na reserva da jaqueira.No próprio
site do ministério do turismo,dentro do link de divulgação de Porto
Seguro,está mencionado o turismo na reserva.Há outros vários endereços
eletrônicos de hotéis e agências de turismo locais que também divulgam o
turismo indígena.

Impactos do turismo na comunidade.


Há um bom tempo os Pataxó se relacionam de alguma forma com o turismo.
Os mesmos são chamados para fazerem representações de sua cultura em
contextos escolares, inaugurações municipais e outros atos políticos.
 
A produção de atrativos turísticos simulados integra uma
necessidade que a indústria do turismo tem de produzir o “espetáculo”
visando
atender ao fetiche do turista em consumir um produto que se cristaliza em
imagens
exóticas e paisagens cuja relevância é socialmente construída e na tentativa
de se enquadrarem no estereótipo
exigido pela indústria do turismo de massa,
vêm buscando efetuar o “resgate
histórico do passado”, de forma a inseri-lo no rol das atrações turísticas.
Fazendo
dos hábitos (artificialmente mantidos) e costumes do passado (que há muito
deixaram de
existir) formas de identidade local.
 
Mesmo persistindo nos Pataxó um certo caráter de manipulação, não ocorre
entre esses índios a falsificação das suas tradições, mas a criação e
renovação constante de elementos culturais em situações de interação social
com os turistas. Desta maneira, no caso dos Pataxó, que já estão a séculos
em contato com os brancos, a convivência constante deles com os turistas, ao
invés de estar concorrendo para descaracterizar a essência da sua cultura,
estaria antes contribuindo para a delimitação de sua fronteira étnica e para
auto-afirmação de uma
identidade coletiva diferenciada.
 
Considerando os impactos que o contato com as frentes de expansão
econômica da sociedade nacional causaram para os povos indígenas ao
longo dos anos, é possível imaginar que em comunidades que se encontram
num estágio de pouco e médio contato com a população não-indígena, o
turismo pode produzir efeitos bastante nocivos  para os seus costumes e sua
cultura, principalmente se não houver um planejamento adequado. Os
Pataxós possuem um grau avançado de interação com a sociedade nacional,
o que facilita ter um nível de conhecimento maior dos códigos e dos
valores da sociedade não indígena e os impactos negativos do turismo podem
ser mais facilmente controlados e minimizados. A atividade pode até trazer
muitas conseqüências positivas, auxiliando inclusive esses povos a
promoverem o resgate de suas tradições.
 
A renda auferida com atividades
correlatas ao turismo, principalmente a venda do artesanato, em se tratando
da
comunidade de Coroa Vermelha, acabou por se tornar o principal meio de
sustento
de uma população que vive em condições consideravelmente precárias e que
não
dispõe de muitas alternativas econômicas
 
O afluxo massivo de visitantes na cidade ocasionou uma mudança
significativa nos costumes, na cultura, e, até mesmo, na fala local. As
festividades tradicionais só continuam mantendo sua forma típica nos
povoados menores e mais afastados do centro. A cultura original da
comunidade local permanece sendo ignorada pelos empresários do turismo.
 
Os impactos negativos do processo de desenvolvimento turístico que ocorre
em
Porto Seguro e região também são sentidos entre os Pataxó. A população
indígena vive marginalizada, embora, nos últimos anos, venham ocorrendo
alguns tímidos esforços no sentido de promover sua integração. Hoje em dia,
poucos são os indígenas que preenchem postos de trabalho fixos na cadeia
turística instalada na região. A maioria dos índios de Coroa Vermelha, por
exemplo, vive quase que
exclusivamente em função dos parcos rendimentos proporcionados pela
venda do artesanato para os turistas além das atividades de subsistência.
 
As condições as quais os Pataxó estiveram submetidos ao longo
de séculos de contato com os não-indígenas fizeram com que muitos dos
usos e costumes desse grupo étnico sofressem inúmeras transformações,
cuja evidência não se pode disfarçar. A língua original dos Pataxó foi perdida;
o padrão alimentar desses índios se alterou; a sua crença religiosa sofreu
grande influência do cristianismo, mais especificamente do catolicismo; os
membros do grupo passaram a usar roupas ocidentais, e assim por diante..
 
Para a antropóloga da FUNAI, Leila Sotto Maior, nessas encenações públicas
que os índios fazem, por vezes ocorre a banalização da cultura indígena.
 
Na reserva de Jaqueira ou fora dela, vestem-se como os camponeses da
região, mas no comércio de artesanato, ou quando é necessário enfatizar sua
identidade (falar com autoridades, participar de atos públicos), transformam-
se eles nas imagens dos índios da Primeira Missa, conforme as iconografias
mais difundidas em nossa sociedade
 
O contato com os turistas, ainda que involuntariamente, produziu um incentivo
para a reconstrução da identidade Pataxó, pois estes índios passaram a
valorizar cada vez mais a sua especificidade étnica nas representações que
faziam na arena turística através da adoção de sinais diacríticos que os
caracterizavam como indígenas segundo o imaginário popular.

Referências:
https://pataxoturismo.com.br/vivencias-nas-aldeias-pataxo/vivencias-na-
reserva-da-jaqueira/

https://hoteisquintadosol.com/reserva-da-jaqueira/

https://www.blogapaixonadosporviagens.com.br/2018/11/passeios-
porto-seguro-reserva-indigena.html?m=0#:~:text=A%20reserva%20foi
%20aberta%20ao,de%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20do%20meio
%20ambiente.

https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g303270-d2391289-
Reviews-Reserva_Pataxo_da_Jaqueira-
Porto_Seguro_State_of_Bahia.html#MAPVIEW

https://www.decolar.com/atracoes-turisticas/d-PAM_BPS_7727/
reserva+da+jaqueira+com+tribo+indigena+pataxo-porto+seguro?
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