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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

BACHARELADO EM PRODUÇÃO E POLÍTICA CULTURAL

RAFAEL DE SOUZA FREITAS

ATUAÇÃO DO GRUPO COMUNITÁRIO THEATRALIZANDO NA


TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E NA PROMOÇÃO DA ARTE E DA CULTURA NA
CIDADE DE JAGUARÃO-RS.

Jaguarão
2023
RAFAEL DE SOUZA FREITAS

ATUAÇÃO DO GRUPO COMUNITÁRIO THEATRALIZANDO NA


TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E NA PROMOÇÃO DA ARTE E DA CULTURA NA
CIDADE DE JAGUARÃO-RS.

Projeto desenvolvido na disciplina de


TCC: Projeto do curso de Bacharelado em
Produção e Política Cultural da
Universidade Federal do Pampa.

Professores responsáveis: Profª. Drª.


Cássia Ferreira Miranda e Profº. Dr.
Alexandre Caldeirão Carvalho.

Orientadora indicada: Profª. Drª. Cássia


Ferreira Miranda.

Jaguarão
2023
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo evidenciar a importância da atuação


do Grupo Comunitário Theatralizando (GTC) como ação de estímulo à Produção
Cultural em Jaguarão-RS. Cidade localizada no extremo Sul do Rio Grande do
Sul, possuindo cerca de 28.000 habitantes, faz fronteira com a cidade de Rio
Branco no Uruguai. Com suas atividades teatrais, o Grupo atua também como um
espaço de democratização do acesso a Arte, à promoção de saúde, promovendo
a conscientização e autopercepção tanto para os membros do grupo quanto para
o público que assiste suas apresentações.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O Grupo Comunitário Theatralizando (GCT) é uma iniciativa na cidade de


Jaguarão-RS, na fronteira entre Brasil e Uruguai, uma cidade tem uma rica cultura
que pode e deve ser valorizada. Deste modo este TCC tem como objetivo principal
analisar os impactos da atuação do Grupo Comunitário Theatralizando na promoção
da produção cultural nas comunidades ao entorno da Universidade Federal do
Pampa (UNIPAMPA). Composto por universitários e membros da comunidade, o
grupo utiliza o teatro como uma forma de envolver e engajar os moradores,
especialmente aqueles que enfrentam situações de exclusão social.
A atuação do Grupo Comunitário Theatralizando é importante para a
Produção Cultural da região, uma vez que contribui para o desenvolvimento e
valorização das manifestações artísticas locais. Por meio de suas atividades, como
montagem de espetáculos teatrais, performances, oficinas, workshops e eventos
culturais, o grupo fomenta a expressão artística e o surgimento de novos talentos na
comunidade.
Além disso, o Grupo Comunitário Theatralizando desempenha um papel
fundamental no acesso à cultura em Jaguarão, proporcionando oportunidades de
fruição e participação cultural para pessoas de diferentes idades e origens. Ao
democratizar o acesso às manifestações culturais, o Grupo contribui para a
formação de plateias e para a ampliação do repertório cultural dos indivíduos da
comunidade e para o emponderamento social.
Em um contexto em que a cultura muitas vezes é subvalorizada ou
inacessível para determinados grupos sociais, a atuação do Grupo Comunitário
Theatralizando se destaca como uma iniciativa inclusiva e transformadora. Ao
oferecer espaços de criação, expressão e apreciação artística, o grupo estimula a
autoestima, a confiança e o desenvolvimento pessoal dos participantes, fortalecendo
o senso de identidade cultural e contribuindo para a construção de uma comunidade
mais integrada e participativa.
Nesse sentido, o GCT desempenha um papel relevante na promoção da
produção cultural e no acesso à cultura em Jaguarão-RS, possibilitando que mais
pessoas tenham oportunidades de expressar sua criatividade, compartilhar suas
histórias e vivenciar a riqueza cultural presente em suas comunidades.
Contextualizando o papel da Produção Cultural diante essas comunidades
marginalizadas, a Produção Cultural pode desempenhar um papel fundamental uma
vez que essas comunidades muitas vezes enfrentam altos níveis de discriminação e
exclusão social. A Produção Cultural pode ajudar a dar visibilidade aos membros
dessas comunidades, permitindo-lhes expressar suas experiências, perspectivas e
outras dimensões de suas identidades culturais.
Além disso, a Produção Cultural pode ajudar a construir pontes entre
diferentes comunidades marginalizadas, promover a consciência e a solidariedade
por meio do compartilhamento de histórias e experiências. A Produção Cultural
também pode ajudar a desafiar estereótipos e preconceitos, proporcionando uma
plataforma para o diálogo e o debate em torno de questões relevantes para essas
comunidades.
Finalmente, a Produção Cultural pode ser uma fonte de empoderamento
econômico para comunidades marginalizadas, permitindo-lhes gerar renda e
desenvolver habilidades valiosas por meio da criação e produção em Arte e Cultura.
Fazer um parágrafo sobre o que é teatro, onde e como surge. Deve ser
abordado em linhas gerais.

Mencionar que há um teatro na cidade. Falar de sua criação,


atuação e valor para a cidade?
O teatro é uma forma de expressão artística que surgiu em diferentes
culturas ao longo da história. Embora a origem exata do teatro seja
incerta, existem várias teorias e evidências que apontam para diferentes
lugares e momentos em que essa manifestação artística pode ter
surgido.

Por exemplo, além das celebrações de cultos egípcios mencionados por


Umbelino (2012) no texto apresentado, existem outros registros de
encenações dramáticas em civilizações antigas como a China e a Índia.
Na China, por exemplo, há registros de encenações dramáticas datadas
de mais de 2000 anos antes de Cristo, associadas a rituais religiosos.
Já na Índia, há uma rica tradição de teatro em sânscrito, como o teatro
de sombras conhecido como "Nang yai", que remonta a mais de dois
milênios atrás.

Além disso, também é possível encontrar evidências de manifestações


teatrais em outras culturas antigas, como os festivais de dramas
religiosos realizados na Grécia antiga em honra ao deus Dionísio, que
influenciaram enormemente o desenvolvimento do teatro ocidental.

No entanto, é importante ressaltar que o teatro não surge de uma única


fonte ou em um único momento. É uma forma de expressão que se
desenvolveu em diferentes culturas e momentos históricos, cada uma
com suas particularidades e contribuições únicas para a arte teatral.

Por isso, é difícil afirmar com precisão onde e como o teatro realmente
surgiu. A natureza artística e humana de representar personagens e
histórias parece estar enraizada em diferentes culturas ao redor do
mundo, desde os rituais religiosos até as encenações dramáticas
populares. O teatro, portanto, é uma arte universal que se desenvolveu
e se adaptou de diferentes maneiras ao longo do tempo e do espaço.

OTheatro Eperança

O Theatro Esperança é um dos mais antigos teatros do estado do Rio


Grande do Sul, localizado na cidade de Jaguarão, na fronteira com o
Uruguai. Sua construção teve início em 1871 e foi concluída em 1874,
sendo inaugurado em 25 de junho do mesmo ano.

A história do Theatro Esperança está interligada com o próprio


desenvolvimento cultural e social da cidade de Jaguarão. Durante as
décadas de 1870 e 1880, o teatro era o principal centro de lazer e
entretenimento da região, atraindo artistas renomados, companhias de
teatro itinerantes e importantes celebridades da época.

O Theatro Esperança se destacava pela sua arquitetura de influência


neoclássica, com uma fachada imponente e um interior ricamente
decorado. Possuía uma grande plateia, camarotes e uma excelente
acústica, proporcionando uma experiência única aos espectadores.

Além de espetáculos teatrais, o Theatro Esperança também era palco


para bailes, conferências, festas e eventos sociais da elite local. O
teatro era frequentado pela aristocracia da região, dando a Jaguarão
uma atmosfera cosmopolita e sofisticada.

Entretanto, com o início do século XX, com a modernização e as


transformações sociais, o Theatro Esperança enfrentou períodos de
decadência e abandono. Durante muitos anos, seu espaço foi utilizado
para outros fins, como cinema e comércio.
No entanto, a conscientização sobre a importância histórica e cultural do
teatro reacendeu o interesse na preservação e restauração do Theatro
Esperança. Em 2001, iniciou-se um projeto de revitalização do espaço,
envolvendo a comunidade local, a iniciativa privada e o poder público.

Hoje, o Theatro Esperança está completamente restaurado e voltou a


funcionar como um importante centro cultural da região de Jaguarão.
Abriga apresentações de peças de teatro, concertos musicais,
exposições e eventos de diversas naturezas. Além de alocar a
Secretaria Estadual de Cultura (SECULT) de Jaguarão-RS.

Sua importância para a cidade vai além do aspecto cultural e turístico. O


Theatro Esperança é um símbolo histórico e um marco na memória dos
jaguarenses, representando a valorização e a preservação do
patrimônio cultural da cidade.

Dessa forma, o Theatro Esperança contribui para o fortalecimento da


identidade local, a formação de público para as artes e a promoção da
cultura, sendo um ponto de encontro e de efervescência cultural para a
comunidade de Jaguarão e seus visitantes.

A importância da criação de um grupo de teatro comunitário em


Jaguarão.

A criação de um grupo de teatro comunitário em Jaguarão é uma ótima


iniciativa. O teatro pode desempenhar um papel importante na
promoção da cultura, do engajamento comunitário e do
desenvolvimento pessoal dos participantes. Além disso, o teatro
comunitário pode ajudar a fortalecer os laços sociais e a criar um senso
de pertencimento na comunidade. É uma oportunidade para as pessoas
se expressarem artisticamente, compartilharem suas histórias e
sentimentos, além de contribuírem para a vida cultural da cidade.

O que são comunidades, e como se formam?

Para Gilberto Velho, o conceito de comunidade está diretamente


relacionado à solidariedade e à criação de laços sociais densos entre os
indivíduos. Ele argumenta que a comunidade é caracterizada pela
existência de redes de relações interpessoais baseadas na cooperação
mútua, na reciprocidade e na construção de um sentimento de
pertencimento compartilhado. Segundo Velho, esses laços de
interdependência são fundamentais para a sobrevivência e o bem-estar
dos membros da comunidade. Eles podem se manifestar em diferentes
formas de organização social, como grupos de parentesco, vizinhança,
amizade, solidariedade religiosa ou até mesmo gangues. O importante é
que essas redes comunitárias sejam capazes de estabelecer uma
coesão entre os indivíduos e de criar um senso de identidade coletiva.
No contexto das favelas brasileiras, Gilberto Velho destaca que a
comunidade se configura de modo particular devido às adversidades
enfrentadas pelos moradores, como a violência urbana, a pobreza e a
precariedade das condições de moradia. Nesse sentido, a comunidade
na favela se forma não apenas como uma forma de apoio mútuo, mas
também como um espaço de resistência e de busca por soluções
coletivas para os problemas enfrentados.

Em resumo, para Velho, a comunidade é caracterizada pela existência


de redes de relações interpessoais densas, marcadas por solidariedade
e cooperação mútua, e que proporcionam o desenvolvimento de um
sentimento de pertencimento e identidade compartilhados.
Desta maneira conclui-se que Comunidades são grupos de pessoas
que compartilham interesses, valores, objetivos ou características em
comum e se reúnem em torno de um propósito específico. Esses grupos
podem variar desde pequenas comunidades locais até comunidades
online globais. As comunidades se formam de várias maneiras, pode
ser através de laços geográficos, como uma comunidade local em um
bairro ou cidade, onde as pessoas se juntam com base na proximidade
física. Também podem se formar através de laços compartilhados,
como uma comunidade de torcedores de um time de futebol, onde os
membros se conectam por causa de seu amor pelo esporte e pela
equipe. Outras comunidades se formam em torno de interesses
específicos, como comunidades de fotografia, música, culinária,
atividades ao ar livre, entre outros. Essa formação geralmente acontece
porque as pessoas têm interesses similares e procuram se conectar,
aprender e compartilhar experiências com outras pessoas que têm os
mesmos interesses.

Além disso, os avanços tecnológicos também têm permitido a formação


de comunidades online, onde as pessoas se reúnem virtualmente em
fóruns de discussão, grupos nas redes sociais, blogs e outros espaços
virtuais. Essas comunidades podem ser formadas por qualquer pessoa,
independentemente de sua localização geográfica, permitindo uma
conexão global entre pessoas com interesses semelhantes.

Em resumo, comunidades são grupos de indivíduos que se unem com


base em interesses, valores, objetivos ou características compartilhadas
e se conectam para se relacionar, aprender e colaborar uns com os
outros.

Comunidade Teatral

As pessoas que se unem em prol do seu amor ao teatro e sua forma de


expressão formam uma comunidade teatral. Essa comunidade é
composta por indivíduos que têm um interesse comum no teatro, seja
como atores, diretores, escritores, produtores, técnicos de palco ou
simplesmente como amantes do teatro. A comunidade teatral se forma
através da conexão entre essas pessoas que compartilham a paixão
pelo teatro. Ela pode ser encontrada em diferentes contextos, como
grupos de teatro local, companhias teatrais profissionais, escolas de
teatro, festivais de teatro, entre outros. Dentro dessa comunidade, os
membros se reúnem para trocar conhecimentos e experiências,
compartilhar ideias, colaborar na produção e realização de peças
teatrais e apoiar uns aos outros em suas respectivas jornadas teatrais.
Também é comum que essa comunidade promova eventos, workshops,
leituras de peças e outras atividades relacionadas ao teatro. A
comunidade teatral pode ser um espaço de apoio e aprendizado, onde
os membros se ajudam mutuamente, inspiram-se e encontram
oportunidades para desenvolver suas habilidades e criatividade na área
teatral.

O que é uma comunidade marginalizada?

Darei atenção especial a este tópico por julgá-lo importante para uma
compreensão mais ampla e eficaz dos objetivos que norteiam este
trabalho. Deste modo para explicar o conceito de comunidades
marginalizadas busquei embasamento em alguns autores
contemporâneos:

Passando primeiro por Paulo Freire, um renomado educador e filósofo


brasileiro, que é conhecido por seu trabalho sobre pedagogia crítica e
educação popular. Embora ele não tenha usado explicitamente o termo
"comunidade marginalizada", ele discutiu amplamente a marginalização
social e sua relação com a educação.

Segundo Freire, a marginalização social ocorre quando indivíduos ou


grupos são excluídos ou colocados em uma posição de desvantagem
na sociedade devido a fatores como pobreza, falta de acesso a
recursos, discriminação racial, social ou de gênero, entre outros. Esses
indivíduos ou grupos, frequentemente denominados "oprimidos" por
Freire, são privados de seus direitos básicos, oportunidades e
participação plena na sociedade. Para Freire, a educação é uma
ferramenta fundamental para a conscientização e transformação da
realidade das comunidades marginalizadas. Ele acreditava que a
educação deveria ser libertadora e crítica, capacitando as pessoas a
compreenderem a sua situação opressiva e desenvolverem habilidades
para ação coletiva em busca de justiça e igualdade.

Em suma, de acordo com Paulo Freire, uma comunidade marginalizada


é aquela que sofre exclusão social, desvantagens e opressão
sistemática devido a estruturas sociais e políticas injustas. Essa
marginalização pode ser superada por meio da educação e da luta
coletiva por mudanças sociais. (REFERÊNCIA)

Já Frantz Fanon, um importante pensador e psiquiatra francês, focou


em questões de descolonização, opressão racial e psicologia social.
Embora ele não tenha usado o termo "comunidade marginalizada" em
sua obra explicitamente, suas ideias discutem a marginalização das
comunidades afetadas pelo colonialismo e pelo racismo. Para Fanon, as
comunidades colonizadas vivenciam uma forma de marginalização e
desumanização causada pela dominação colonial. Ele descreveu as
consequências psicológicas do colonialismo, como a alienação, a
internalização do racismo e a perda da identidade cultural. Fanon
argumentou que a luta pela libertação e a criação de uma nova
consciência são fundamentais para a superação dessa marginalização.

Fanon também analisou as dinâmicas do racismo e da colonização no


contexto global. Ele apontou como os sistemas de opressão e racismo
causam a marginalização das comunidades colonizadas, negando a
elas igualdade de direitos, oportunidades e autonomia. Sua obra, como
"Os Condenados da Terra", explora a necessidade de resistência e
destruição desses sistemas opressivos para alcançar a emancipação e
a dignidade humana.
Em resumo, segundo Frantz Fanon, as comunidades colonizadas
enfrentam marginalização como resultado do colonialismo e do racismo.
Ele enfatiza a importância da luta contra esses sistemas opressivos e
da construção de uma nova consciência identitária para superar essa
marginalização e alcançar a liberdade e a igualdade. (REFERÊNCIA)

Para Boaventura de Sousa Santos, uma comunidade marginalizada é


um grupo social que está em uma posição de desvantagem econômica,
política e/ou social na sociedade em que está inserido. Essas
comunidades geralmente são excluídas, discriminadas e têm acesso
limitado ou negado a recursos e oportunidades, como educação,
trabalho, saúde e habitação digna. Essa marginalização pode ser
resultado de fatores como raça, etnia, gênero, orientação sexual, classe
social, entre outros. (REFERÊNCIA)

Para Néstor García Canclini, uma comunidade marginalizada é aquela


que se encontra à margem das estruturas sociais, políticas e
econômicas dominantes de uma sociedade. Essas comunidades
geralmente enfrentam exclusão social, falta de acesso a oportunidades
e recursos e uma série de desvantagens materiais e simbólicas.

Canclini enfatiza que a marginalização não é apenas uma questão de


pobreza ou falta de recursos materiais, mas também uma questão de
exclusão cultural, identitária e política. Essas comunidades muitas
vezes são afetadas por estereótipos negativos, discriminação e falta de
reconhecimento de suas necessidades e direitos.

Ele argumenta que as comunidades marginalizadas são produto de


relações de poder desiguais e estruturas sociais injustas, onde certos
grupos são privilegiados e outros são subordinados. Além disso, ele
destaca que a marginalização não é um estado estático, mas sim um
processo dinâmico que pode mudar de acordo com fatores sociais,
econômicos e políticos.

Assim, para Canclini, uma comunidade marginalizada é aquela que vive


à margem da sociedade, excluída e desfavorecida em termos de acesso
e participação plena em todos os aspectos da vida social, econômica,
cultural e política. (REFERÊNCIA)

Segundo Achille Mbembe, uma comunidade marginalizada é um grupo


social que é excluído ou marginalizado das estruturas sociais, políticas,
econômicas e culturais predominantes em uma sociedade. Essas
comunidades geralmente sofrem discriminação e desvantagens
sistêmicas, enfrentando obstáculos na obtenção de acesso a recursos,
direitos e oportunidades. A marginalização pode ocorrer com base em
fatores como raça, etnia, gênero, classe social, orientação sexual,
religião ou deficiência. Essas comunidades são frequentemente sub-
representadas e têm menos poder de influência nas tomadas de
decisão e nos processos políticos, resultando em desigualdades e
injustiças sociais. A marginalização pode levar a formas de opressão,
negação de direitos e exclusão social. (REFERENCIAR)

Conclui-se que, uma comunidade marginalizada refere-se a um grupo


de pessoas que são excluídas ou colocadas à margem na sociedade,
seja por fatores sociais, políticos, econômicos ou culturais. Essas
comunidades são frequentemente afetadas por desigualdades
estruturais que limitam seu acesso a recursos, oportunidades e direitos
básicos. A marginalização pode ser resultado de discriminação racial,
étnica, de gênero, orientação sexual, deficiência, status socioeconômico
ou outras formas de desigualdade. As comunidades marginalizadas
muitas vezes enfrentam injustiça social, estigma e dificuldades no
acesso aos serviços de saúde, educação, emprego digno, moradia
adequada, entre outros aspectos essenciais para uma vida plena e
igualitária.

Favela comunidade ou comunidade favela

Um intelectual brasileiro que tem uma definição conceitual de


comunidade que se aproxima mais das especificidades da favela é o
sociólogo e antropólogo Gilberto Velho. Em seus estudos sobre a
cultura e dinâmica social nas favelas do Rio de Janeiro, Velho destaca a
importância da solidariedade e das redes de relações interpessoais
como elementos centrais para entender a comunidade favelada.

Velho argumenta que, diferentemente da vida urbana mais


individualizada e fragmentada, a favela se organiza em torno de uma
sociabilidade densa e relações comunitárias profundas, baseadas na
cooperação mútua. Ele enfatiza a importância das redes de parentesco,
vizinhança, amizade e compadrio, que estão fortemente entrelaçadas
na vida cotidiana da favela.

Além disso, Velho também destaca que a comunidade favelada enfrenta


desafios específicos, como a violência, a precariedade das condições
de moradia e a falta de acesso a serviços básicos. Essas dificuldades
moldam as relações sociais na favela e influenciam a construção de
uma identidade comunitária única, marcada por uma forte resistência e
resiliência.

Assim, a definição conceitual de comunidade de Gilberto Velho


considera as particularidades da favela, destacando a solidariedade, as
redes de relações interpessoais e as adversidades enfrentadas pelos
moradores, elementos fundamentais para compreender a dinâmica
social e cultural das comunidades faveladas no Brasil. (REFERÊNCIA)

O que é Teatro Comunitário?

Márcia Pompeo Nogueira, uma pesquisadora e profissional do teatro


comunitário no Brasil. Ela define o teatro comunitário como uma prática
teatral que tem como objetivo principal a transformação social e o
fortalecimento da comunidade. Nessa abordagem, o teatro não é
apenas um produto artístico, mas um processo coletivo que envolve a
participação ativa da comunidade em todas as etapas, desde a
concepção até a apresentação final. No teatro comunitário, a
comunidade é vista como protagonista, sendo o ponto de partida para a
criação do espetáculo. Os temas abordados são geralmente questões
pertinentes à realidade local, como problemas sociais, políticos,
ambientais, entre outros. O objetivo não é apenas comunicar uma
mensagem, mas também estimular a reflexão, a conscientização e a
mobilização da comunidade em busca de soluções coletivas. Márcia
Pompeo Nogueira enfatiza que o teatro comunitário é uma prática
inclusiva, acolhendo a diversidade de experiências, saberes e
habilidades dos participantes. Além disso, destaca a importância do
diálogo e da construção de redes de colaboração entre artistas,
pesquisadores e comunidades locais para o desenvolvimento e
sustentabilidade dessa forma de teatro. (REFERÊNCIA)

Portanto, Os Teatros Comunitários são espaços de expressão e arte


construídos e utilizados pela comunidade local. Eles são caracterizados
pela natureza participativa e engajada dos membros da comunidade,
que se envolvem na criação, produção e apresentação das peças
teatrais. A existência desses teatros é de grande importância para a
comunidade, por diversas razões:

Inclusão social: Os teatros comunitários proporcionam um ambiente


seguro e aberto para a participação de pessoas de diferentes origens,
culturas, idades e habilidades. Eles oferecem oportunidades para que
indivíduos marginalizados ou sub-representados se expressem e
tenham suas vozes ouvidas, promovendo a inclusão social e a
diversidade cultural.

Empoderamento: Participar de um teatro comunitário pode fortalecer a


autoconfiança e autoestima dos indivíduos. O teatro proporciona um
espaço onde as pessoas podem assumir papéis diferentes, explorar
diferentes emoções e experiências, e se expressar livremente. Isso
resulta em um senso de empoderamento pessoal e habilidades de
comunicação aprimoradas.

Conexões comunitárias: Os teatros comunitários servem como um


centro de encontro para pessoas com interesses semelhantes. Eles
incentivam a colaboração, a cooperação e a construção de
relacionamentos, conectando membros de uma comunidade local e
promovendo um senso de pertencimento. O teatro comunitário também
pode ser uma maneira de preservar e celebrar a história e as tradições
locais.
Reflexão crítica: O teatro comunitário tem a capacidade de promover a
reflexão crítica sobre questões sociais importantes. Por meio de peças
temáticas e provocativas, ele pode desafiar as convenções sociais,
comunicar mensagens poderosas e abordar questões sociais
relevantes, como injustiças, desigualdades e desafios contemporâneos.

Educação e aprendizagem: Participar de um teatro comunitário não se


resume apenas a atuar. Pessoas envolvidas têm a oportunidade de
aprender sobre escrita dramática, direção, produção, figurino,
iluminação e outras áreas relacionadas ao teatro. Isso promove a
aprendizagem contínua e o desenvolvimento de habilidades, e pode até
mesmo inspirar carreiras futuras no campo das artes performáticas.

Em suma, os teatros comunitários são uma poderosa ferramenta de


transformação social, trazendo benefícios individuais e coletivos para a
comunidade. Eles fomentam a expressão pessoal, a inclusão, o
empoderamento, o diálogo e a reflexão sobre questões sociais, além de
fortalecer os laços comunitários.

O teatro como agente de transformação.

Como já dito anteriormente o teatro é reconhecido como um agente de


transformação que desafia, questiona e amplia nossas percepções. Em
nível social, ele aborda questões urgentes como injustiça social e
discriminação, promovendo empatia, diálogo e a busca por soluções. Em
nível individual, o teatro estimula o crescimento pessoal e a transformação
emocional, permitindo que atores e público explorem diferentes
perspectivas e se conectem de maneira única. No geral, o teatro
transcende o entretenimento e se torna uma ferramenta de transformação
social e pessoal, desempenhando um papel importante na construção de
um mundo melhor.
● Há políticas públicas que incentivem, garantam, fomentem, viabilizem,

estimulem a cultura e especificamente a produção cultural e, ou, teatral na


cidade?
É comum que governos municipais, estaduais e até mesmo federais adotem
medidas para incentivar, fomentar e apoiar a cultura e a produção cultural,
incluindo o teatro, em suas respectivas áreas de jurisdição. E por mais que haja
esforços por parte de iniciativas públicas e privadas por várias questões, essas
medidas não têm se feito suficientes devido à contradição abissal de oferta e
demanda por parte de uma parcela crescente de sujeitos excluídos e
marginalizados.

Em visão geral algumas possíveis políticas públicas que podem existir ou serem
adotadas em uma cidade para estimular a cultura e a produção teatral incluem:

1. Criação de leis de incentivo: Essas leis podem oferecer benefícios fiscais para
empresas ou indivíduos que apoiem financeiramente projetos culturais, como
peças de teatro, festivais e eventos relacionados.

2. Criação de programas de financiamento: às autoridades governamentais


podem criar fundos e programas de financiamento específicos para a cultura e a
produção teatral, possibilitando o acesso a recursos financeiros para a realização
de projetos relacionados ao teatro.

3. Infraestrutura cultural: investimentos em infraestrutura cultural, como teatros,


espaços de ensaios, salas de exibição e centros culturais, podem ajudar a
viabilizar a produção teatral na cidade.

4. Formação e capacitação: programas de formação, cursos e workshops voltados


ao teatro podem ser promovidos para estimular o desenvolvimento de novos
talentos e a capacitação dos profissionais envolvidos na área.

5. Programação cultural: a inclusão de espetáculos teatrais na programação


cultural regular da cidade, por meio de festivais, temporadas ou eventos
periódicos, pode ajudar a garantir uma oferta consistente de produções teatrais
para o público local.

É importante ressaltar que as políticas públicas podem variar de acordo com a


gestão e o contexto específico de cada município, e a melhor fonte de informação
atualizada sobre as políticas culturais em Jaguarão-RS é a prefeitura local ou
órgãos responsáveis pela cultura na região. E um dos objetivos deste trabalho é
apontar GCT como um Espaço de Garantia, de Direito, de Acesso à Cultura.
Além de apresentar o Teatro Comunitário como agente de fortalecimento da
identidade das juventudes periféricas.

1.2 JUSTIFICATIVA

A motivação para escolher esse tema reside na percepção do impacto positivo


que o GCT tem na comunidade Jaguarão. Acredita-se que ao estudar e
compreender melhor as ações e os resultados desse Grupo, será possível contribuir
para a disseminação de prática semelhante em outras comunidades, além de
inspirar e engajar outros indivíduos e promoverem iniciativas culturais e comunitárias
em prol do desenvolvimento social.
Além disso, a escolha desse tema também reflete o interesse em investigar as
possibilidades do teatro como agente de transformação social e promoção da
cultura, assim como compreender o papel da Produção Cultural no contexto de
comunidade marginalizada.
Dessa forma, a relevância e a motivação para escolher este tema estão
intrinsecamente ligadas à busca por uma sociedade mais inclusiva, justa e
culturalmente rica, onde todos os indivíduos tenham acesso a oportunidades de
expressão, desenvolvimento pessoal e valorização de sua identidade cultural.
Esse trabalho se faz relevante devido à necessidade de valorização do
campo cultural e de pensar a importância do produtor devidamente preparado e
formado por cursos devidamente reconhecidos pelo MEC. Levando em
consideração o aprendizado ocasionado por meus aprendizados no Curso de
Bacharelado em Produção Política Cultural da Universidade Federal do Pampa
(UNIPAMPA), e também de minhas vivências como morador de uma comunidade
periférica onde Sou líder de uma casa de culto e prática de matriz africana. Gerindo
também uma casa de recuperação e reabilitação social que atende e ajuda pessoas
em situação de abandono, depressão e vulnerabilidade. Hoje o trabalho do autor
conta com o apoio dos primeiros membros atendidos pela casa entre o ano de 2010
e 2018. Esses membros por entenderem a importância desse trabalho decidiram
assumir sua gestão até o autor concluir sua formação e voltar com o diploma e com
as habilidades adquiridas com a Graduação de Produção e Política Cultural
objetivando o crescimento de seu trabalho e da comunidade de onde partiu. A partir
de inquietações geradas pelo desconforto ocasionado ao observar o índice de
depressão dos jovens e adultos residentes na cidade de Jaguarão, decidi averiguar
e partir para campo realizando conversas com os moradores da cidade. Logo
identifiquei que a ausência de emprego, de fomento à cultura e á diversidade parecia
ser um fator fundamental para que essas juventudes locais ficassem ociosas
levando-as a ansiedade e a depressão. Na tentativa de refletir e fomentar a
transformação dessa realidade cria-se o grupo Comunitário Theatralizando, Foco
deste trabalho.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

Considerando as reflexões apontadas acima, faço as seguintes perguntas:


Qual o impacto do Grupo Comunitário Theatralizando (GCT) para o estímulo à
Produção Cultural em Jaguarão? Qual o impacto do GCT como agente de
fortalecimento da identidade desses jovens periféricos? Como o Teatro Comunitário
pode impactar positivamente a transformação social e cultural das juventudes
periféricas e garantir seus direitos de acesso à arte e a cultura?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Estudar a existência e atuação do Grupo Comunitário Theatralizando (GCT)


como um espaço de desenvolvimento e valorização das manifestações artísticas
locais, empoderamento das comunidades, democratização do acesso à Arte e a
Cultura, e como ação de estímulo à Produção Cultural em Jaguarão-RS.
1.4.2 Objetivos Específicos

- Registrar o surgimento e a atuação do Grupo Comunitário Theatralizando


(GCT);
- Pensar sobre o Teatro Comunitário e sua atuação;
- Investigar o impactos do GCT na cidade de Jaguarão-RS;
- Compreender como o GCT contribuiu para o estímulo à Produção Cultural
em Jaguarão-RS;

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a construção das ideias que darão sustento e embasamento ao


estudo obre o Grupo Comunitário Theatralizando (GCT). Inicialmente alio-me aos
pensamentos de três autores: Augusto Boal; Marcia Pompeo Nogueira,Santa
Catarina - 2012; Ísis Daniele Braga Umbelino Porto Velho - RO 2012
Márcia Pompeo Nogueira que em seu trabalho Tentando definir o Teatro na
comunidade define o teatro comunitário como uma modalidade teatral de difícil
definição devido às variadas instituições e finalidades as quais utilizam diversos
formatos para vivenciá-lo. Desta forma ela baseada na nos apontamentos de
(Kershaw, 1992) afirma ainda que sempre que as práticas teatrais de um grupo
for pensado a partir das vivências de uma comunidade específica, para ela e
pensando nela, usando-a suas especificidades e necessidades esse teatro pode
ser definido como teatro na comunidade. A autora chama atenção para a seleção
cuidadosa da plateia e dos temas a serem abordados em suas apresentações.
Para melhor entendimento do tema e fluidez na dissertação do mesmo a
autora propõe elucidar sobre a definição de comunidade. Para isso a mesma
problematiza os diversos contextos existentes na comunidade urbana em
detrimento da comunidade rural a qual por causa dessas disparidades alarmantes
pensa ser impossível a mesma sobreviver frente a ausência de recursos
tecnológicos e urbanizados devido a ausência da industrialização. Ela coloca que
mesmo as comunidades rurais têm sua unicidade e sua organicidade seguindo
uma ordem hierárquica mantendo suas especificidades.
Deste modo defende que toda comunidade independente da maneira como
vive e de onde se localiza e também da diversidade que abriga. Afirmando ainda
que essa mesma comunidade detém o poder de mediação entre indivíduo e
sociedade. A autora vai nos apresentar baseado em suas pesquisas dois tipos de
comunidades:
A Comunidade de local: Onde as pessoas socializam e convivem entre si.
Dividem experiências locais e dividem ações comuns e cotidianas. Demarcando
assim um espaço geográfico em comum.
E a Comunidade de interesse: Não precisa necessariamente estar no
mesmo espaço geográfico. As pessoas possuem algum interesse ou comungam
de uma mesma ação que as unam em dor ou sofrimento. Como por exemplo o
preconceito, a exclusão, o racismo, a violência estatal dentre inúmeros outros
exemplos facilmente assimilados.
A autora ainda utiliza-se de Augusto Boal para exemplificar suas ideias já
que o mesmo chama esses grupos experimentadores da mesma vivência
negativa de grupos “temáticos”. Dessa maneira definindo comunidade como uma
instituição onde as pessoas comungam de um senso em comum, comungam de
uma dor, de uma vivência parecida, não precisando ser parente ou se
conhecerem, nem mesmo viverem no mesmo território. É nesse momento que a
mesma nos apresenta três formas, ou três estilos emergentes onde a comunidade
podem se expressar
São esses modelos:
(a)Teatro para comunidades. Modelo onde se inclui o teatro feito de artistas
para as comunidades periféricas. Onde o mesmo desconhece a realidade da
comunidade. A abordagem se da de cima para baixo onde o branco ensina o
negro a se defender do racismo, O homem ensina a mulher sobre feminismo e
assim por diante.
(b) Teatro com a comunidade. Neste modelo o trabalho teatral parte de
uma pesquisa, uma investigação de uma determinada comunidade para a criação
de um espetáculo. Você observa e inclui as demandas de sua observação na
criação do seu espetáculo. Neste modelo todo trabalho se constrói de forma leve
e horizontal, observando e respeitando as especificidades desta comunidade.
(c)Teatro por comunidades. Aqui há grande influência de Boal. Dá-se as
ferramentas necessárias para a comunidade criar seu espetáculo e decidirem
oque e como querem construir este trabalho.
É com essa terceira forma de fazer teatro na comunidade que Boal ganha
notoriedade e influência no mundo todo. Dando assim a oportunidade de através
do teatro as comunidades expressarem toda sua potencialidade e diversidade,
assim como seus dilemas e problemas.
Como afirma Umbelino (2012), teatro é uma das artes mais antigas do
mundo, vem sendo abordado por pesquisadores de várias áreas, sempre
promovendo descobertas e redescobertas, parecendo nunca se esgotar e ser
exaustivo. Na verdade, não podemos afirmar, ao certo, em qual ou quais culturas se
deu a real origem do teatro.
De acordo com Umbelino apud Veloso (2009, p. 10) “os primeiros registros
históricos que temos sobre essa prática se localizam no Egito entre 2 e 3 mil anos
a.c, através de celebrações de cultos de adoração aos deuses Ísis e Oziris”.
(UMBELINO apud VELOSO, 2009, p. 10), mas foi na Grécia que surgiu o teatro
como conhecemos, se expandindo na cultura Ocidental:
Segundo Umbelino apud Veloso (2009, p. 7), “nas culturas ocidentais, os
estudos sobre a história do teatro têm sido guiados pelo primado quase hegemônico
da ideia de que essa manifestação fundamentalmente social teve sua origem nos
rituais de adoração ao deus Dioniso, na Grécia Clássica dos Séculos 4 a 5 a. C.”
(UMBELINO apud VELOSO, 2009, p. 7)

A existência dos teatros comunitários, sua importância. A iniciativa de criação de um


grupo de teatro comunitário na cidade de Jaguarão
Pag. 54 –Algumas pessoas são de opinião que se deve atuar nas ruas e representar
peças políticas. Outros opinam que o bom teatro é aquele que se relaciona mais
diretamente com a emoção a nível orgânico. E ainda outras, opinam que o teatro
deve operar a nível psicológico, fazendo-nos compreensíveis nossos medos, nossas
lágrimas ou nossos sonhos. Para mim, o bom teatro é aquele que estabelece uma
dialética entre esses fatores (Chaikin, apud Miralles, 1979, p. 55). (Desgranges,
FIávio A pedagogia do teatro: provocação e dialogismo/Flávio Desgranges. - São
Paulo: Editora Hucitec : Edições Mandacaru , 2006 . (Pedagogia do Teatro))
Segundo Desgranges (2006, p. 55), muitos-artistas e intelectuais
compreendiam a importância e apoiavam o trabalho de experimentação da
linguagem teatral, que poderia estar estreita e vigorosamente relacionado com as
lutas políticas, pois a experiência artística, acreditavam, poderia despertar o sujeito
para lançar um novo olhar para si e para o entorno, e a revolução precisava ser
pensada primeiramente no âmbito individual. Sem uma rebelião pessoal prévia
nunca se conseguiria uma mudança autêntica na sociedade e no mundo. Não
faltava, por outro lado, quem visse com desconfiança esta autonomia, tomada como
uma forma de descompromisso, ou mesmo de apoio objetivo ao sistema, solicitando
que os artistas pusessem seus trabalhos a serviço da causa revolucionária, sem
perder tempo com experimentalismos inúteis.

Diversos grupos teatrais eclodem nestes anos, intensamente preocupados com a


democratização da produção cultural, possibilitando o acesso à arte das populações
periféricas geograficamente ou marginalizadas economicamente. O palco seria
oferecido como espaço relevante para o debate das questões que afligiam as
nossas sociedades, e os espectadores convidados a participar efetivamente desses
eventos. Os artistas almejam, assim, estreitar o relacionamento com parcela da
população que não integrava o circuito comercial de arte, desconstruindo os
espaços tradicionais e implementando uma ação que ampliasse a atuação da prática
teatral, que poderia acontecer tanto na rua, aberta a todos, quanto nas mais
diferentes instituições: fábricas, igrejas, escolas, empresas e hospitais.

Dentro desse contexto, o GCT realizou duas rodas de conversa focadas na


saúde mental. A primeira roda de conversa abordou temas como depressão e
ansiedade, adotando uma abordagem psicoeducativa para oferecer informações e
esclarecimentos sobre essas questões. Na segunda roda de conversa, a intenção é
criar um ambiente acolhedor para que os participantes possam compartilhar suas
experiências e perspectivas em relação à criação da peça teatral sugerida pelo
próprio GCT-Jaguarão. Essas iniciativas demonstram a preocupação do grupo
não apenas em promover a arte e o teatro comunitário, mas também em abordar
questões relevantes de saúde mental e proporcionar um espaço de escuta e troca
de vivências. O Theatralizando, através de suas ações, busca contribuir para o bem-
estar e o desenvolvimento pessoal dos participantes e da comunidade em geral.

3 METODOLOGIA

A escolha da metodologia mais apropriada depende dos objetivos específicos


do trabalho e da natureza dos dados que serão coletados e analisados.
Por isso, para o estudo proposto, uma abordagem qualitativa parece ser a
mais apropriada, pois permite uma análise mais aprofundada do impacto da atuação
do Grupo Comunitário Theatralizando na transformação social e promoção da
cultura na cidade de Jaguarão-RS. E também na Produção Cultural na cidade.
Algumas das técnicas que poderiam ser utilizadas incluem observação participante,
entrevistas com membros do grupo, análise documental de materiais produzidos
pelo grupo e análise de dados secundários sobre a cena cultural na cidade.
Sendo assim a abordagem metodológica adotada para este trabalho
compreenderá uma combinação de diferentes técnicas de coleta e análise de dados.
Sendo assim as principais etapas metodológicas são as seguintes: pesquisa
bibliográfica, observação participante e aplicação de questionários.
Primeiramente, será realizada uma pesquisa bibliográfica buscando embasar
teoricamente o estudo e obter conhecimentos prévios sobre o tema. Serão
consultados livros, artigos científicos, teses, dissertações e outras fontes relevantes
relacionadas à Produção Cultural Comunitária, Teatro Comunitário, acesso à Cultura
e transformação social. Para (Citar autor), a pesquisa bibliográfica XXXXXXXXXXXX
Outro método que será utilizado é a observação participante. Será realizado
um trabalho de campo, no qual o pesquisador participará ativamente das atividades
do Grupo Comunitário Theatralizando. De acordo com (Citar autor) a pesquisa de
campo XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX. Através da imersão no contexto do
grupo, será possível observar de perto as dinâmicas de trabalho, interações com a
comunidade e impactos gerados. Na pesquisa observação participante, os
pesquisadores trabalham em parceria com os participantes do projeto, buscando
entender as suas opiniões, necessidades e experiências de maneira colaborativa.
Dessa forma, é possível criar soluções mais efetiva e adequadas para a
comunidade em questão. Para (Citar autor) na observação participante XXXXXXX.
Utilizar a pesquisa observação participante como metodologia para a
realização deste trabalho obre o GCT, permitirá promover a integração entre a
pesquisa e a prática, contribuindo para o desenvolvimento social e cultural da
comunidade.
Por fim, será realizado aplicação de questionários com perguntas abertas
Será aplicado aos participantes questionários com perguntas abertas sobre as suas
percepções a respeito do Grupo Theatralizando e os impactos do grupo no seu
cotidiano. (Citar autor que fale sobre questionários)
Para análise dos dados será utilizada uma metodologia que aborde a

triângulação dos dados (Triviños, 2010).

É importante ressaltar que a combinação dessas técnicas permitirá uma


compreensão atuação do Grupo Comunitário Theatralizando, fornecendo uma base
sólida para as conclusões e recomendações do trabalho.

4 CRONOGRAMA

jul. 23 ago. 23 set. 23 out. 23 nov. 23 dez. 23


Reuniões com o x x x x x x
orientador
Pesquisa bibliográfica x x x x x

Observação participante x x x x
Aplicação de questionários x
Elaboração do capítulo I x x
Elaboração do capítulo II x x
Elaboração do capítulo III x x
Defesa do TCC x
REFERÊNCIAS

BOAUL, Augusto. Teatro do Oprimido.

DESGRANGES, FLávio. A pedagogia do teatro: provocação e dialogismo/Flávio


Desgranges. - São Paulo: Editora Hucitec : Edições Mandacaru , 2006 . (Pedagogia
do Teatro).

NOGUEIRA, Márcia Pompeu.

UMBELINO, Ísis Daniele Braga.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Siva. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a


pesquisa qualitativa em educação. São Paulo : Atlas. 2010.

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