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INTRODUÇÃO

Falaremos sobre algo um tanto quanto


polêmico, dois temas que serão abordados,
mas que darei apenas uma pequena luz.

O primeiro tema será sobre a separação


de corpos. Quando que é necessária. E o
segundo tema é dos casais em segunda
união e a nulidade matrimonial.

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CAPÍTULO 01
O primeiro tema que abordaremos é delicado, porque
quando que deve haver de fato a separação de corpos?

Preste atenção que eu não falei de divórcio, e não me


verão incentivando sobre o divórcio de fato. Contudo, há
algumas ocasiões, especialmente uma referenciada, que
se faz necessária a imediata separação de corpos. O que é
a separação de corpos? É o homem ou a mulher saírem de
fato de casa. Qual é essa ocasião? É a ocasião em que um
bem maior, superior ao próprio sacramento matrimonial,
esteja colocado em risco por conta do próprio casamento.
“E qual seria esse caso?”. O caso em concreto disso são os
casos de agressão.

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A agressão seja uma agressão oral, verbal ou moral; não me
refiro quando sai alguns xingamentos e ofensas, não é essa
agressão que estou falando. É aquele homem que ameaça a
mulher a fazer algo de fato contra a vida dela. Nestes casos,
que há uma ameaça real contra a vida dela, ou que de fato
tente algo utilizando da própria força, ou com uma arma;
essa iminência de uma determinada agressão é necessária
que aconteça a denúncia de imediato do fato, que seja
colocado na cadeia, é um crime. E é necessária a separação
de corpos. Isso é igual ao divórcio? Não.

Em que sentido
que não é?
Há casos em que o homem
pode ficar recluso, passar
por um tratamento médico
sério, e depois disso é
possível haver um processo
de reconciliação.

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Além disso, alguns casos de agressão moral, por exemplo,
no caso do marido levar prostitutas para dentro de casa,
na presença da esposa e filhos. Nesses casos também é
necessário a separação de corpos.

É necessário fazer uma avaliação muito delicada nesses


casos, não tomem decisões impulsivas. Esses são os casos
que necessitam mesmo de ajuda terapêutica.

O outro tema que queria abordar é dos casais em segunda


união. O que é um casal em segunda união? São aqueles
casais que foram casados especificamente na igreja
católica, um matrimônio válido, se separaram e se uniram a
outra pessoa. Temos hoje uma quantidade considerável de
pessoas católicas que vivem isso.

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Primeira coisa, um casal que teve um casamento católico, e,
mais importante do que isso, o casamento foi válido, e não
deu certo, as coisas aconteceram e resolveram se separar, e
acabaram se separando de fato, onde ela ou ele acabam se
unindo a outra pessoa; essa união é o que chamamos união
em casal de segunda união. Do ponto de vista sacramental
do catecismo estão vivendo em pecado. Porque na verdade
o sacramento não foi desfeito, o casamento foi válido; ou
seja, estão vivendo em adultério.

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Algumas pessoas que se encontram nessa
condição podem estar se perguntando
“eu estou condenado?”.

Olha, a resposta da igreja – não é uma resposta minha –,


que inclusive quem a deu foi um papa santo chamado João
Paulo II na carta apostólica familiaris consortio, diz “os casais
de segunda união não devem se afastar da igreja, vivendo
uma situação de pecado, eles não podem se confessar,
e não podem comungar”. Não podem fazer a comunhão
em espécie, mas podem fazer a comunhão espiritual. “Não
devem se afastar da igreja, devem manter a sua caridade,
manter a sua obediência, e devem manter uma vida
católica correta e concreta. Educando os filhos na fé da
igreja”. Os casais de segunda união não estão condenados,
mas precisarão ter uma vida expressa de santidade e de
luta. De piedade e arrependimento.

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Assim sendo, uma das principais coisas que um casal de
segunda união deve buscar é algo chamado nulidade
matrimonial. Se você não é católico talvez esta parte não
lhe interesse, porque não irá se aplicar em você. Porque a
igreja evangélica vê diferente essa questão do pecado, o
contrário da igreja católica. “Meu marido me traiu, eu posso
me divorciar?”. Não, não pode. Isso não é motivo justo para
o divórcio. Aliás, nenhum motivo seria “justo” para o divórcio
dentro da igreja católica. Nem no caso da agressão, que
seria motivo para separação de corpos; ou seja, devem
viver separados.

Agora, isso dá o direito dela se casar novamente? Não. O


que ela precisa fazer é buscar a possibilidade de uma coisa
chamada nulidade matrimonial.

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O que é a nulidade matrimonial?
Vocês entendem muito errado o que é a nulidade
matrimonial. Nulidade não significa que o casamento foi
desfeito. Casou e agora vai desfazer o casamento. Não, não
é isso; isso é divórcio. O que é então?

Nulidade é depois de 2, 3, 6, 10 anos de casados, comprovar


que o casamento não deu certo, onde será feito uma
investigação de toda a relação, de todos os anos da
relação, e, principalmente, de quando eles se casaram. Essa
investigação é séria, detalhada, é uma investigação longa,
trabalhosa, cara, e que tentará atestar se de fato houve ou
não casamento.

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Vou dar um exemplo, um casal realizou o matrimônio e
viveram por seis anos juntos. Antes de se casarem o marido
dizia que queria ser pai. Só que depois do casamento ele
se negou terminantemente a ser pai. Ele não aceitava a
paternidade, tanto que durante os seis anos ele fez uso de
preservativo, para não engravidar a sua esposa. Após seis
anos de relação, a esposa não suportou mais e buscou
o tribunal eclesiástico, onde descobriu que o casamento
dela era nulo. O casamento dela nunca aconteceu. Não foi
verdadeiro, foi uma mentira, ela viveu uma mentira por seis
anos. Era inválido.

Por quê?
Porque ao se casar ele jura ter todos os filhos que Deus
mandou e ao se negar veementemente e sistematicamente
a esses filhos ele deixa claro que mentiu no juramento
matrimonial. O que quer dizer que nunca existiu casamento,
foi uma grande mentira. O sacramento não ocorreu.

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Ou seja, existem várias coisas que anulam um casamento.
A cerimônia não foi correta, não se fez os votos, não se
procedeu da forma que deveria acontecer, o sacerdote não
podia celebrar naquele momento. Ou seja, existem várias
coisas que serão analisadas no processo todo e julgadas,
onde será determinado se aquele casamento é real ou não.

“Nossa, agora eu fiquei preocupada, não sei se o meu


casamento foi certinho”. Olha, quando há uma constituição
familiar onde o seu casamento vai bem, o sacramento
pressupõe validade, você não precisa ir lá investigar. Essas
investigações são necessárias de fato quando há uma
disposição do casal a se separar.

Entenderam?

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Então, todos os casais que estão em segunda união, a
primeira recomendação da igreja é que não se afastem
dela. E a segunda recomendação, e mais imediata, é
buscar saber se o casamento anterior foi de fato válido
ou não. Saber se o casamento não foi uma grande farsa,
uma grande mentira, porque é o que mais acontece. Isso
acontece com uma frequência absurda.

Agora, volto a dizer, qual é o principal questionamento


“sou um casal de segunda união, vou para o inferno?”.
Não, não é assim que funciona. A misericórdia divina não
atua sobre esse formato concreto de leis. A própria igreja é
muito clara sobre isso e recomenda que continuem fazendo
parte da vida da igreja, que frequentem a missa, que levem
seus filhos à missa e participem da vida ativa da igreja.
Participando dela, confiem na misericórdia e ajam com
caridade. O fato de vocês serem um casal de segunda união
não significa que precisam abandonar a igreja.

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É necessário buscar compreender melhor e entender o
que de fato significa a nulidade matrimonial, às vezes é
necessário que vocês busquem isso. Entender se lá atrás o
seu casamento foi real ou não. “Ah, eu ouvi dizer que o casal
que já têm filhos não pode ser nulo”. Não tem nada a ver. É
mentira. “Ah, eu ouvi dizer que casais que têm mais de dez
anos de união, o casamento será sempre válido”. Mentira
também. A maioria das coisas vocês precisam buscar um
especialista. Existem vários advogados formados em direito
canônico que conseguirão resolver este imbróglio, este
problema para vocês.

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“Eu sou amante, também estou lutando
pelo meu casamento”.
Não, você não está lutando pelo seu casamento, você é a
amante. Se você é amante, você não está lutando por um
casamento de segunda união. Você sabe que ele ainda
é casado, você sabe que ainda existe vínculo, o que você
deveria fazer é sair do caminho e deixar que ele vivesse o
matrimônio dele. Então não misture as coisas.

O grande passo é saber ter maturidade. Esse é um tema


extremamente delicado, mas eu tenho certeza que se vocês
souberem ter certa maturidade para lidar com isso vocês
vão compreender bem.

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A grande mensagem é: “não se
separem”. “Mas eu sou casal de segunda
união, e agora?”, agora não se separem!
Já deu errado na primeira vez, façam dar certo nessa.
Façam de tudo para que dê certo. Lutem pela relação de
vocês, para que as coisas aconteçam e se concretizem.

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