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31/10/2022 11:33 UNINTER

BRIEFING E PLANEJAMENTO
AULA 2

Prof. Alexandre Correia dos Santos

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CONVERSA INICIAL

Agora
que conhecemos os conceitos de brief e briefing, e que compreendemos parte das

funções de um profissional de atendimento, vamos dar seguimento à construção de


um

levantamento de mercado, considerando os processos de planejamento de uma


campanha de
comunicação.

Reforçamos
que, se esse processo inicial for feito com excelência, maiores as chances de a

campanha dar certo, de modo assertivo e bem alinhado, entregando o que o


cliente exige ao investir

em comunicação: resultados.

Além
disso, tudo o que apresentamos aqui vale para qualquer forma de comunicação:
digital,

offline, tradicional, below the line e no media. A busca


por informações e o levantamento de mercado

são muito semelhantes. Os processos


e componentes do brief, por exemplo, servem para qualquer
um dos casos.

Vamos
conhecer novos conceitos, analisando as funções do atendimento, do profissional
de

planejamento (planner), além de alguns formatos de planejamento. Bons


estudos! Divirta-se!

CONTEXTUALIZANDO

Todo
e qualquer contrato comercial (B2B) tem como objetivo garantir ganho ou lucro
para os

dois lados acordados. Ou seja, se uma agência é contratada legalmente


para cuidar da conta
publicitária de uma empresa, o objetivo é fazer com que a
empresa obtenha ganhos com a projeção

e o posicionamento de sua marca, e/ou


ganhos com a venda de produtos e serviços por ela

produzidos. A agência, por


sua vez, receberá por aquilo que criou, produziu ou planejou.

Porém,
como em toda relação, existem momentos de ganhos, mas também momentos (às vezes

inevitáveis) de desgaste. O ideal é justamente trabalhar (muito) para que a


relação perdure pelo
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maior tempo possível. Há quem goste de trabalhar por "job”,


sem criar efetivamente uma relação

com o cliente – mas esses são as exceções.

As
agências com muitos anos de mercado se orgulham sobretudo do tempo de relacionamento

com os seus clientes de suas carteiras. Muitas cresceram justamente a pari passu
com os clientes. É
isso que queremos mostrar: quanto melhor for o trabalho (considerando
uma boa construção e um

excelente planejamento), melhor e mais duradoura será a


relação.

Vamos
conhecer outras funções do atendimento e do planejamento, analisando diferentes

formas de trabalhar o brief e o briefing.

TEMA 1 – ATENDIMENTO E EXECUTIVO DE CONTAS

Já estudamos a importância do atendimento para o brief, o briefing


e o atendimento ao cliente.

O famoso executivo de contas, ou account manager,


é o responsável pela carteira de clientes de uma

agência de comunicação,
independentemente da área de atuação da empresa.

Segundo Bona (2012, p. 44), a


principal característica da figura de atendimento comercial (ou da

profissional
de atendimento, espaço largamente ocupado por mulheres) é a empatia. Segundo a

autora,
esse profissional “precisa ter a capacidade de se colocar no lugar de seu
público, com doses

maciças de empatia para ambos os lados – agência e cliente”.


Ou seja, atende clientes internos e

clientes externos ao longo do processo.

Além disso, o atendimento precisa apresentar,


como habilidade e competência principal, a

característica de ser um excelente vendedor.


Isso porque, basicamente, essa á a sua função. Afinal, ele

faz a prospecção,
conquista o cliente e assume a “conta publicitária”, junto com todos os
benefícios e

mazelas que a relação pode trazer para as duas partes. Essa


transação é literalmente um

relacionamento; ou seja, o atendimento terá que


(com empatia) administrar humores (má e boa

vontade) dos dois lados (interno e


externo) do processo.

Antigamente, o atendimento era


visto como um agente passivo. Ou seja, ele aguardava as

demandas do cliente da
carteira da agência. Hoje, além de ativo, onde prospecta novas

oportunidades em
termos de novos clientes, ele deve ser proativo, avaliando as necessidades e

demandas dos clientes da agência e propondo novas soluções e oportunidades para


os prospects.

Nessa função, não raro o proprietário (ou sócio) da


agência assume o papel de um dos

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atendimentos. Assim, é possível que, com um


pouco de talento, ele seja capaz de perceber os

movimentos do mercado, considerando


as percepções dos clientes sobre os serviços prestados por

ele e por todo o


time de propaganda e publicidade.

Mesmo em tempos digitais, essa é


uma atividade ainda (felizmente) pessoal e física, que exige,

entre outros
tantos atributos, boa apresentação pessoal, boa oratória, boa capacidade de
venda,
além da compreensão dos desejos e das necessidades dos clientes e das
marcas. A função demanda

ainda uma capacidade ímpar de retransmissão das


informações captadas para os profissionais que

estão aguardando os “jobs”


na agência, e que raramente acompanham o atendimento em reuniões

externas.

Crédito: Andrei Chudinov/Shutterstock.

Boa aparência, bom repertório,


conhecimentos sobre os negócios do cliente e boa capacidade

de venda são características


importantes para o profissional de atendimento.

Assim, a sua principal função é interpretar


aquilo que ele foi levantado em termos de brief, com

um relatório completo das


atividades que a agência deverá desenvolver, preocupando-se com os

mínimos
detalhes, como características do cliente, anseios, desejos, particularidades e

especificidades.

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Entra aí um rol enorme de


componentes: especificidades de produto, composição de cores,

mídia utilizada,
verba administrada, entre outros recursos imprescindíveis para a construção de
uma

campanha publicitária.

Vale lembrar que um job ou brief


“malpassado” pode gerar uma série de transtornos para a

agência, considerando a
estrutura e a verba do cliente. O resultado pode ser um desgaste

completamente
desnecessário para a “relação”. Lembramos que esse acordo tácito entre a agência
e

os clientes é sim uma relação pessoal, muito próxima a um matrimônio. A


partir do momento em que

um dos lados começa a falhar, ou dá sinais claros de


desgaste, se não há uma curva de manutenção e

recuperação, certamente o caminho


será a separação, o litígio.

Outra característica
importantíssima desse profissional é o conhecimento holístico de toda a

“cadeia
produtiva” envolvida na consecução de uma campanha. Em outras palavras, isso
significa que
o atendimento, primeiramente, deve conhecer (como ninguém) o
negócio do cliente. Em segundo

lugar, ele deve conhecer muito sobre mídia e


estratégia, para que, com base em sua experiência, ele

seja capaz de orientar


os profissionais da agência quanto aos caminhos que eles podem começar a

seguir.

Desta forma, a previsibilidade de


riscos e falhas é reduzida, uma vez que a sua compreensão é

total em relação
aos anseios dos clientes e das marcas que serão trabalhadas pela agência,
dirimindo

custos de refação[1],
de retrabalho, além de idas e vindas do material publicitário para a aprovação

final e a veiculação.

Assim, o principal desafio é


compreender as informações mais relevantes sobre o cliente (marca,

produto e/ou
serviço), considerando ainda as estratégias que podem ser usadas e,
principalmente, as

tarefas que a agência (que ele representa) dará conta de


criar, produzir e veicular. Isso o torna

também responsável pela determinação


dos “limites possíveis” de uma ideia, de uma estratégia, de

uma campanha
publicitária.

De nada adianta dar carta branca à


criação e ao planejamento, por exemplo, se a verba é

limitada, se o cliente é
tradicional e não gosta de se “aventurar” em novas mídias, ou se as cores
usadas
desagradam a paleta da marca ou do produto. Você percebe como essas informações
são

vitais, por exemplo, para a orientação de um departamento de criação? Se os


profissionais de criação

não tiveram um start, uma base, um ponto de


partida, “o céu é o limite” e o resultado virá de

devaneios, loucuras e mentes


criativas, trazendo diversas incertezas. Não raramente, isso dá certo –
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porém,
posso garantir que a chance de dar errado é muito maior. Devemos lembrar que
bom e mau

gosto são capacidades discriminativas, ligadas à aprovação ou


reprovação de campanhas.

Por fim, também é função do


atendimento administrar prazos, no sentido de empreender

esforços para não


sobrecarregar o pessoal da agência, nem frustrar o planejamento e o calendário

dos clientes, que não raramente recorrem aos serviços de comunicação com prazos
enxutos.

Uma boa dica é procurar, na sua região,


grupos ou órgãos organizados que representam a área.

No Paraná, por exemplo,


existe o GPA-PR[2]
– Grupo de Planejamento e Atendimento do Paraná, que

sistematicamente reúne os seus


associados para encontros, workshops, debates etc. Além de oferecer

aprendizado,
esse é um momento importante de interação, o que ajuda a aumentar a sua rede de
contatos, de modo que você estará a par das principais novidades do mercado,
transitando junto

com profissionais da área.

TEMA 2 – RELACIONAMENTO COM O CLIENTE INTERNO

Tão difícil quanto administrar uma carteira de clientes da agência


é gerir prazos e demandas com
o cliente interno. Neste caso, cliente interno
são os pares do atendimento dentro de uma agência,

independentemente de seu modelo.

Sabemos que, quanto menor a agência (não importa a área em que ela
atua), mais trabalho os
profissionais vão ter. Não raro, será preciso dividir
ações e funções. Em uma agência maior, dividida

em departamentos, com rotinas e


scripts claros entre os clientes internos, cada um sabe exatamente
o que
fazer no momento certo do processo. Além disso, todos sabem até onde podem ir, sem

interferência na tarefa do colega.

Veja a seguir o organograma de uma pequena agência de comunicação.

Figura 1 – Organograma: agência de comunicação

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É importante ressaltar que não existe uma agência ou um


organograma ideal. Como já vimos, a

comunicação e o marketing devem ser tratados


como ciências, mas não como ciências exatas. Não
existe receita pronta de bolo.
Não é incomum perceber que o atendimento faz as vezes de

planejamento (planner),
acumulando assim duas funções.

Ao
analisar o organograma de uma agência pequena, percebemos que o número de
pessoas
que trabalham no grupo é muito menor. Assim, as pessoas acumulam ainda
mais funções, de modo

que o profissional é ainda mais multitarefas, o que faz


com que o trabalho fique ainda mais
complexo. O dono da agência, por exemplo,
certamente faz parte de todas as operações e

departamentos da empresa,
principalmente o atendimento.

É
claro que uma pequena agência poderá entregar uma campanha publicitária
integrada, tão

boa quanto uma agência maior. Poderá ainda entregar resultados


tão sólidos quanto uma agência de
médio porte, mas por si só, pela sua própria
constituição os profissionais, será necessário trabalhar

muito mais do que em


outros cenários.

Se
uma pequena agência souber gerenciar as suas parcerias com terceiros (que
produzem
campanhas de comunicação integrada, por exemplo), a chance de sucesso
é grande, com um custo

nominal muito inferior aos demais formatos de operações


de publicidade e propaganda. A
terceirização dos Jobs e das tarefas
comunicacionais é muito comum em nossa área.

Vamos
analisar os dados a seguir.

Figura 2 – Terceirização em agências

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Fonte: Projeto Operand, 2020.

Em
uma rápida análise, produção eletrônica, fotografia e gráfica são campeãs de
terceirização,
por motivos óbvios: salvo pouquíssimas exceções, as agências não
estão dentro (não ocupam os

mesmos espaços físicos) de editoras e gráficas, ou de


produtoras de áudio, fotografia e vídeo.

Outro
item que salta aos olhos é a produção de sites, que são terceirizados em mais
de 44,47%
dos casos, no caso de clientes que precisam de ações digitais.
Especialmente nessa seara, a divisão de

trabalho deve ser extremamente


cuidadosa, afinal, de modo similar às ações offline ou tradicionais, o
cliente
pode simplesmente migrar e seguir para o terceiro (fornecedor) que realizou a ação
em

parceria.

Outros
itens chamam a atenção: desenvolvimento de aplicativos (17,81%), produção e
geração

de conteúdo (12,98%) e gestão de mídias sociais (7,85%), trabalhos da


seara digital, que demandam
mão de obra especializada e específica.

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TEMA 3 – RELACIONAMENTO COM O CLIENTE EXTERNO

O cliente externo é o cliente de fato. Já o cliente da


comunicação, seja offline ou online, é sui
generis, ou seja, é único e
não carrega nenhuma semelhança com nenhum outro tipo de contratante

de
serviços. Por quê? Porque é o sujeito que invariavelmente deixa muita coisa
para a última hora.
Isso implica obviamente que a agência vai ter de trabalhar
dobrado. Muitas vezes, com o timing

errado, o resultado não vem.

Claro que existem boas exceções. Clientes grandes muitas vezes


trabalham com um ano de

antecedência – ou seja, no ano corrente começam a planejar


ações para o ano seguinte. Essa postura
dá margem a alterações, mudanças de
rumo, sem impactar no andamento da empresa. Quer um
exemplo prático? As
empresas que sobreviveram à pandemia tiveram fôlego, planejamento (isso

inclui
dinheiro) e principalmente margem para rever o próprio negócio e propor novos
encaminhamentos ou soluções. Claro que também existem bons exemplos de clientes
pequenos

organizados e conscientes de seus passos e estratégias. Com eles,


muitas vezes é até melhor de
trabalhar.

Por conta disso, como já definimos, o relacionamento entre um


atendimento e seu cliente é algo
que deve ser duradouro – porém, também pode
ser algo complicado e desgastante para todos os

lados.

A falta de planejamento do cliente traz implicações diretas para


os prazos. Ou seja, quando ele
nos chama para contratar serviços de digital,
criação ou planejamento, o prazo é muito exíguo em

relação aos processos, de


modo que exige resultados imediatos. Aqui, cabe uma boa “regra”: não
vamos conseguir
resultados práticos em curto prazo. Reforçamos: o atendimento a um cliente é o

processo
de relacionamento (com vitórias e derrotas) em médio e longo prazo. No curto
prazo,
temos ações de bota fora, fechamento de operações, liquidações, fim de
coleções etc. Mais para

frente, vamos nos aprofundar no tema dos prazos de


contratação e entrega.

TEMA 4 – DECODIFICAÇÃO DO BRIEF

Para que os demais profissionais


da agência de publicidade e propaganda possam decodificar o

que foi postado e


relatado no escopo do cliente, este documento deve ser claro, bem descrito e
assertivo. Vejamos alguns deslizes e erros comuns no preenchimento dessa importante
ferramenta.

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Não citar o histórico da marca ou do cliente. Por mera


causalidade, ou por imaginar que os

profissionais da agência conhecem


profundamente o cliente com quem trabalham, o
atendimento faz um resumo raso do
histórico, ou não o faz. Não há cliente no mundo que seja
completamente conhecido
por nós. Por isso, não economize nos detalhes.

Ser raso na descrição de fatores como cores do logotipo e do


manual da marca do cliente. Ora,
se temos um manual de marca, inclua tudo o que
for relacionado: cores como azul bebê,

amarelinho ouro, bege pálido e vermelho


queimado não são cores para um diretor de arte ou
de criação. Lança mão do
velho e bom Pantone e detalha, por favor.

Manter desenhos aleatórios, que na reunião com o cliente faziam


sentido, mas para quem não
participou da reunião não têm pé nem cabeça. Alguma
informação não ajuda no momento da

criação ou do planejamento? Deve ser


excluída.
Brief sem anexos. Queremos uma camiseta (igual a esta). Oi? Igual
a quê? Ou um brief com

informações desconexas: “queríamos um material igual


aquele enviado por e-mail”.

É por essas e outras que o


atendimento deve conhecer a fundo todas as instâncias e dinâmicas
da agência de
que faz parte. Isso evita o vai e vem de informações (às vezes na dinâmica “telefone

sem fio”), retrabalhos e refações.

Hoje, no mercado, circulam


centenas de modelos de briefs. Para o atendimento, por conta da

prática, eles
podem parecer simples, mas podem confundir os demais integrantes do grupo,
levando-
os ao erro. Um modelo capaz de atender a todos os departamentos é ideal
para essa integração.

Podemos ainda citar as seguintes


práticas que ajudam nesses processos: compor um time que

entende profundamente
dos processos da agência; participar de todas as reuniões relacionadas às
ações; participar de reuniões curtas, mas produtivas. Quem ganha no final de
todas essas práticas é o

cliente, a agência e a ação proposta para a integração.

TEMA 5 – ÉTICA OPERACIONAL E LEGALIDADE

Como toda
profissão, é importante que um profissional de comunicação atue, severa e
rigorosamente,
dentro da ética e da legalidade da grande área da comunicação. Ao se formar, o
profissional
jura ser fiel a tais propostas de conduta, trabalhando dentro dos limites
previstos pelas

normativas da função em obviamente, dentro das leis que regram


a função no país.

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Não cabe ao
publicitário, por exemplo, criar situações ou soluções comunicacionais que

envolvem diferentes agentes (clientes, consumidores, empresas ou marcas) em


situações
embaraçosas, estimulando ofensas ou discriminando a raça, a condição
social, a opção política, a

opção religiosa ou a origem de qualquer cidadão.

Além disso,
nossas campanhas não devem induzir, sugerir ou incentivar atividades
relacionadas

com crimes, ou que sejam ilegais, enaltecendo, favorecendo ou


estimulando tais práticas. Para
controlar infrações nesse sentido, foi criado o
Conar[3]
– Conselho Nacional de Autorregulamentação

Publicitária, que foi estabelecido


como uma espécie de ONG ao final de 1978, durante o III Congresso
Brasileiro de
Propaganda, com a função principal de fazer valer os princípios e elementos do
Código

Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

Assim, desde
então, esse “tribunal”, sem função e cunho burocrático, passou a regular as
práticas
publicitárias no Brasil.

Com mais de 40
anos de existência, o Conar é capaz de perceber e assimilar as evoluções e
normas relacionadas aos aspectos sociais do Brasil, refletindo os avanços, as particularidades
e as
nuances locais.

Uma das
funções dessa instituição é manter-se atenta, alerta às mudanças diárias das
práticas

comunicacionais, preservando a integridade do Código Nacional. Trata-se


uma instituição em
constante renovação.

Vejamos alguns
dos preceitos básicos que permeiam e definem a prática e a ética publicitária.

Todo e qualquer anúncio (independentemente de formato ou meio)


deve ser honesto e
verdadeiro, respeitando as leis vigentes no Brasil.

Toda comunicação deve ser pensada e produzida com o devido senso


de responsabilidade

social, sem acentuar as diferenciações sociais. Em outras


palavras, devemos lembrar que o Brasil
é um país de dimensões continentais e (infelizmente)
de diferenças sociais gigantescas. Assim,

não podemos promover marcas ou


produtos que proporcionem superioridade e, na sua falta,

inferioridade.

O publicitário deve conhecer e respeitar a cadeia de produção da


marca (produtos e serviços)
que representa. Por isso mesmo, deve ser
responsável por todas as ações inerentes à

organização.

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As campanhas e ações comunicacionais devem respeitar o princípio


da leal concorrência. No

Brasil, por exemplo, é regulada a campanha comparativa


entre duas marcas. Existem diferentes

regras para a comparação entre dois


produtos similares. Justamente por isso, essa é uma das

áreas responsáveis por


grande parte dos processos julgados pelo Conar. As campanhas muitas
vezes vão
ao limite dos regramentos, apostando em absolvição junto ao Conar. Porém, não

devemos esquecer que trabalhamos com o dinheiro dos nossos clientes. Por isso,
não devemos

brincar ou testar os limites corretos da boa conduta publicitária.


Um comportamento contrário

certamente nos faria perder pontos valiosos com os


clientes.
A
campanha deve, sobretudo, respeitar a atividade publicitária, nunca desmerecendo
a

confiança dos públicos nas atividades prestadas pela área.

Quando abordamos
o público da comunicação, devemos pensar em absolutamente todos os

públicos, em
todas as pessoas que possam ser impactadas por um simples panfleto na porta de
um

supermercado, considerando ainda o telespectador do horário nobre. Isso


torna a nossa profissão
ainda mais desafiadora.

Se o nosso
público são as crianças, precisamos respeitar o Estatuto da Criança e do Adolescente,

que é extremamente rígido (e assim deve ser) com o regramento de propagandas


enganosas e

abusivas que, por exemplo, iniciem as crianças na espiral do


consumo.

Associar
crianças ou mesmo adolescentes em situações incompatíveis com a sua condição é

terminantemente proibido, sejam elas ilegais, perigosas ou ainda socialmente


condenáveis.

Outro tema
sensível à publicidade e à propaganda é a veracidade das campanhas criadas e

veiculadas. Ou seja, devemos apresentar ao nosso consumidor uma campanha


verdadeira do produto
oferecido.

Tal “veracidade”
não se aplica apenas na dimensão do produto. O próprio anúncio deve ser
pensado
com todas as informações, descrições e alegações comprovadas pela marca e pelo produto.

Somos responsáveis por essa etapa da comunicação.

Ou seja, se
determinado produto promete entregar “puro malte” em sua composição, assim

deve
ser, rigorosamente. Para se ter uma ideia, até o uso da palavra “grátis” é
regulado, justamente

para que o consumidor não seja induzido ao erro por má


informação ou impulso.

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Uma outra
falha comum do meio publicitário é a falta de pesquisa, de referência, de busca
de
campanhas publicitárias já realizadas – vale lembrar que o marketing data do
final de 1960, mas a

propaganda tem registros que datam do final de 1800.


Assim, é comum presenciar embates entre

empresas por plágio ou por direitos


autorais. O art. 38 do Código de Autorregulamentação

Publicitária é muito claro,


como vemos a seguir.

Deve-se respeitar a proteção à


criatividade e à originalidade, condenando anúncios que tenham
por base o
plágio ou a imitação. Ou seja, se
você usar como base o anúncio de um concorrente,

certamente você será


descoberto e processado.

Será condenado igualmente o


anúncio que configurar confusão proposital com qualquer peça

de criação anterior. Em outras palavras, não devemos


criar peças parecidas, que possam
confundir os clientes e consumidores.

O anúncio não poderá infringir marcas, apelos,


conceitos e direitos de terceiros, mesmo de fora

do país, reconhecidamente
relacionados ou associados a outros anunciantes.

Por
fim, mas não menos importante, devemos lembrar do cunho social da nossa profissão.
A

responsabilidade social deve ser considerada nos seus mais diversos âmbitos
de atuação e aplicação,
afinal, somos comunicadores sociais.

O anúncio deve
assumir a responsabilidade do anunciante, da agência de publicidade e do
veículo de comunicação, de modo que não pode transmitir mensagens fora da legalidade. Existem

normativas e
regramentos para a maioria dos produtos e serviços que seremos convidados a
criar

(futuramente) em campanhas completas de comunicação. Apenas para citar


algumas áreas com
regras próprias: alimentos, bebidas, cigarros, bebidas
alcóolicas, produtos infantis, produtos e

serviços médicos, produtos


farmacêuticos, entre tantas áreas que devemos atender. Outro

importante
norteador de nossas ações é o CDC – Código de Defesa do Consumidor.

Os
consumidores estão respaldados por essas regras. Sabemos ainda que a internet
pode

potencializar uma relação mal realizada, por exemplo, entre um cliente e


uma marca.

Devemos
lembrar que trabalhamos com a verba do cliente. Por isso, devemos respeitá-la
em

todas as suas diferentes aplicações. Do contrário, podemos perder a conta da


empresa, bem como
ter de pagar processos pela falta de ética e legalidade nas
campanhas que criamos e veiculamos,

sendo diretamente responsáveis pelo seu


teor e conteúdo.

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Por fim, há um
outro lado que deve ser considerado, eticamente: o papel do atendimento na

relação
entre cliente e agência. Há inúmeros casos de atendimentos que, quando saem da
agência
em que trabalhavam, carregam junto alguns de seus clientes. Vale
lembrar que o contrato é com a

agência e não como a pessoa física do


atendimento. A prática de assediar clientes antigos é nociva e

antiética.
Implica, às vezes, em forçá-los a trocar de agência por motivos alheios à sua
vontade.

Assim, deve existir


o entendimento de que tanto o atendimento quanto o cliente que participa

dessa
prática agem contra os bons princípios de um relacionamento profissional e
ético entre dois
agentes comerciais. Na sequência, vamos nos aprofundar nesse
relacionamento comercial.

TROCANDO IDEIAS

Fica cada vez mais


clara a relação entre o atendimento e o cliente, entre o atendimento e o

planejamento,
e entre o atendimento/planejamento e o time dentro da agência. Tais relações
que

parecem simples, mas são complicadas, por uma série de motivos, entre os
quais destacamos: falta
de um bom brief que explique o cliente; dificuldade em administrar
prazos (às vezes até porque o

profissional não sabe falar não); dificuldade em administrar


a ordem de jobs internos; super ou

subvalorização de alguns trabalhos em


detrimento de outros.

Como em
qualquer relacionamento, o ideal é que as partes deem o seu melhor em busca de
um

bem comum: perenizar e monetizar a relação. Essa é a base desse negócio, que
acima de tudo é

comercial.

NA PRÁTICA

Pesquise na internet quais são as maiores agências de


marketing digital e/ou de propaganda e

publicidade do Brasil, e quais são os


seus maiores e mais antigos clientes. Faça o mesmo na sua

cidade, ou na sua
região. Você perceberá que a maioria dos clientes dessas carteiras não são

ocasionais. Eles muitas vezes começaram do zero, como a própria agência. Quando
ambos têm a
possibilidade de crescer e expandir, a chance de o relacionamento
perdurar é enorme. Faça esse

exercício.

FINALIZANDO
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Estudamos os
processos de levantamento de mercado, bem como as funções dos profissionais

que
atendem a uma conta comercial. Quem cuida de contas publicitárias (sejam elas online
ou

offline) preza muito pelos seus contratos.

Ganhar
clientes não é uma tarefa tão complexa. Uma boa prospecção, respaldada por uma
boa
agência, com clientes expressivos e com um portfólio repleto de casos de
sucesso, atrai novos

clientes.

O que
precisamos ter em mente é que ganhar (ou conquistar) um novo cliente para a
carteira da

agência não é algo impossível, mas manter o cliente e conquistar novos


pedidos de jobs ou trabalhos

demanda uma relação de confiança gigantesca,


buscando consolidar um relacionamento longevo,
forte e cheio de conquistas para
as duas partes.

Bons estudos!
Até a próxima!

REFERÊNCIAS

BONA, N. Publicidade e propaganda: da agência a campanha.


Curitiba: InterSaberes, 2012.

OPERAND. Pesquisa Censo Agências. 2020. Disponível


em:
<https://www.operand.com.br/pesquisa-censo-agencias/>. Acesso em: 2
jun. 2022.

[1] Retrabalhos de
reimpressão ou de veiculação pagos duplamente pela agência para

compensar um possível
erro de projeto. Falhas podem significar desgaste com cliente e/ou prejuízo

para
o projeto.

[2] Veja a seguir. Disponível em: <https://gpaparana.wordpress.com/sobre/>.


Acesso em: 6 set.

2022.

[3] Disponível em: <www.conar.org.br>.


Acesso em: 6 set. 2022.

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