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>> IMPOSIÇÃO DE MÃOS <<

1- A imposição de Mãos é uma Doutrina Básica


Poucas vezes se ouve em nossos dias estudos ou mensagem sobre o tema “imposição de
mãos”, mas ele é um dos rudimentos de fé cristã. O escrito da carta aos Hebreus o
coloca entre os “princípios elementares da doutrina de Cristo” (Hb. 6:1-2). Ao que
parece, a Igreja primitiva incluía esse assunto em seu discipulado básico. Esta era uma
das coisas que um novo crente aprendia logo, na teoria e na prática. O que seria isso? A
imposição de mãos é o ato de colocar as mãos sobre alguém ou alguma coisa a intenção
de transferir uma verdade espiritual.

a. O significado da imposição de mãos – Há gestos físicos que têm grande


significado espiritual. Quando nos curvamos ou prostramos, por exemplo, estamos
nos submetendo a alguém. Por isso a Palavra fala para não o fazermos diante dos
ídolos, pois isso seria uma infidelidade para com Deus. É nesse sentindo que a
imposição de mãos se torna uma prática poderosa. Segundo o ensino bíblico, as
mãos representam a extensão da própria pessoa e, colocadas sobre alguém, têm o
poder da transferência ou da impartição. Isso quer dizer que quando alguém impõe
as mãos sobre outrem com um objetivo espiritual, estará de fato transmitindo algo.
Por isto, é preciso zelo e entendimento sobre o assunto. Através desta prática, pode-
se impartir benção ou maldição.

b. A poderosa mão de Deus - É interessante notar que Deus criou todas as


coisas pela sua Palavra. Ele falou e tudo se fez. Mas com o ser humano foi
diferente. O Senhor o criou com suas próprias mãos. Ele o formou do pó
da terra, modelando-o segundo o seu querer. Houve contato. Esta é a
primeira “imposição de mãos” da Bíblia, se assim podemos dizer. Desde
então, a destra do Senhor tem operado proezas (Sl. 118:15). Quando Deus
abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar, todos cantaram um cântico
profético que dizia: “A tua destra, ó Senhor, é gloriosa em poder. A tua
destra, ó Senhor, destroça o inimigo...” (Êx. 15:6). É como se o Senhor
houvesse imposto sua mão sobre os Hebreus, assim dando-lhes vitória e
fazendo cair os seus adversários. Por muitas vezes lemos Bíblia que “a mão
do Senhor veio sobre” alguém (I Rs.18:46; Ez.1:3; 3:22; 37:1; 40:1) e cada
vez que isto acontecia, alguma experiência espiritual relevante era
desencadeada.

c. Jesus operou pela imposição de mãos – Quando Jesus foi manifestado na


carne, trouxe consigo os sinais do Reino de Deus, indagado pelos
discípulos de João Batista se era mesmo o Cristo, suas resposta foi: “Ide e
contar a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos veem, os coxos andam,
os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos são
ressuscitados e aos pobres é anunciado o Evangelho...” (Mt: 11:4-5). Os
milagres foram apresentados como evidências de que Jesus era o Messias
e estes milagres quase sempre eram operados através da imposição de
mãos (Mc. 1:44; 6:5; 8:23; Lc. 4:40; 13:13). É interessante notar que além
de esta abençoando pessoas, Jesus estava formando discípulos . Cada
ministração sua era uma “aula prática” de como operar o poder de Deus.
Por isto, os apóstolos depois de sua partida continuaram praticando e
ensinando a imposição de mãos como meio eficaz de se transmitir benção.

2. Uma extensão das Mãos de Deus- Na realidade, há um princípio espiritual


que é liberado quando em fé impomos as mãos sobre alguém. Essa verdade e
tão forte, que Satanás procura imitá-la para o implemento do mal. Nos
terreiros, nos rituais de feitiçaria e mesmos nas práticas de Nova era há uma
ênfase forte no assunto. Como sempre, os demônios tomam as verdades de
Deus e as distorcem, com o fim de enganar e prejudicar as pessoas. Concluímos
então que, pelo fato de haver um poder de transferência quando as mãos
impostas com motivação místicas ou espirituais, não podemos permitir que
servos do diabo ou pessoas mal intencionadas coloquem as mãos sobre nós e,
se um dia isso acontecer precisa haver a quebra de maldição, pois, por
extensão, demônios lançaram algum tipo de lixo em nossa vida. Com esta
prática também se impar-te o pecado, se a intenção for esta, como no caso dos
animais que recebiam os pecados do povo e eram imolados e do “bode
emissário” que era levado ao deserto para morrer (Lv. 4:22-24; 16:20-22). Por
outro lado, quando nós, servos de Deus nascidos de novo, impomos as mãos
sobre alguém (ou sobre algo), temos o poder de libera as virtudes do Senhor
sobre o objeto da nossa ministração. E como se as nossas mãos fossem a
extensão das poderosas e bondosa mãos de Deus! Exatamente por isso,
devemos buscar fazê-lo sempre debaixo da sua perfeita vontade, considerando
os princípios da Palavra e aquilo que o Espirito revela ao nosso coração.

a. Transmitindo Benção- O sentido mais básico do uso da imposição de mãos é


o de se transmitir a benção de Deus, seja de uma forma geral ou especifica.
Jesus o fazia para abençoar crianças (Mc. 10:13-16). Desde o A.T. vemos estas
práticas (Lv. 9:22). Os patriarcas a usaram, Jacó, por exemplo, querendo
abençoar seu filho José e os filhos que teve quando governava o Egito, colocou
as mãos sobre Efraim e Manassés e liberou uma palavra sobre eles (Gn. 48:11-
20). Aliás, a imposição de mãos normalmente é operada em conjunto com a
verbalização de seu propósito. Neste caso de Jacó, fica ainda claro que há um
simbolismo forte na mão direita, pois o fato do patriarca colocá-la sobre Efraim
determinou que este recebesse a benção maior.

b. Curando os Enfermos- Outro objetivo da imposição de mãos é a cura dos


enfermos pelo poder de Deus, Jesus o fez, como já vimos anteriormente e os
apóstolos também. Aliás, o Mestre determinou: “Estes sinais seguirão aos que
creem: Em meu nome, expulsarão demônios, falarão novas línguas.... se
impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados...” (Mc. 16:17).
Tiago também ensinou: “Esta alguém entre vós algum doente? Chame os
presbíteros da Igreja e estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo, e a oração de
fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará, e se houver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados” (Tg. 5:14-15). Note a expressão “orem sobre ele”,
referindo-se à imposição de mãos que, aqui, é ministrada em conjunto com
outra prática que tem na Bíblia sentido semelhante, que é a unção com óleo.

c. Liberando sinais e prodígios- Diz a Bíblia que “sinais e prodígios eram feitos
pelas mãos dos apóstolos” (At. 5:12). Isso também ocorria no ministério de
Moisés (Êx. 7:19-20). Jesus ressuscitou mortos tocando em seus corpos, ainda
que isso contrariasse a lei cerimonial dos judeus (Lc. 7:11-15; 8:54-55). Portanto,
a imposição de mãos é um canal para operação de grandes milagres.
d. Ministrando o Batismo no Espirito Santo- O batismo no Espirito Santo pode
acontecer espontaneamente, como foi o caso de Pentecoste e que estavam na
casa de Cornélio( At. 2:1-4; 10:44), sem a intervenção humana. Mas na maioria
das vezes acontecerá através da ministração com imposição de mãos(At. 8:17-
19; 9:17; 19:6).

e. Transmitindo Dons Espirituais- A imposição de mão é um meio pelo qual se


pode transmitir dons Espirituais e capacitações ministeriais. Paulo diz a Timóteo
recebeu o dom de evangelista através da imposição de mãos dele e o de
presbitério ( I Tm. 4:14; II Tm 1:6). Josué recebeu espirito de sabedoria para
dirigir impartição precisa ser feita debaixo de revelação, pois quem distribuir
dons é o Espirito, conforme lhe apraz (I Co. 12:11). Portanto devemos ministrar
segundo sua vontade.

f. Delegando autoridade e separando ministérios- Outro aspecto da imposição


de mãos é a ordenação de ministros para a obra de Deus e a delegação de
autoridades espirituais. Estre é talvez o sentido mais comprometedor, pois
através da imposição de mãos pessoas recebem autoridade e se não estiveram
prontas para isso, causarão prejuízos ao Reino de Deus. Em At. 6:1-6, vemos os
diáconos sendo ordenados diante da congregação desta maneira. Em At.13:1-4,
Paulo e Barnabé receberam uma posição apostólica ao serem ministrados pelo
presbítero de Antioquia. E importante notar que isso sempre é feito por
autoridades constituídas por Deus e não pelos crentes em geral (Tt 1:5).

3- Cuidados com a Imposição de Mãos

Como já vimos que há um tremendo poder quando, em fé, colocamos nossas


mãos sobre alguém, são necessários alguns cuidados no exercício desta prática.
Em primeiro lugar, não devemos permitir que pessoas de caráter de fé duvidosa
nos toquem com intenção de ministrar sobre nós. Em segundo lugar, devemos
nós mesmo cuidar para que não haja brechas de pecados ou falta de fé em
nossas vidas especialmente quando vamos ministrar sobre pessoas opressas ou
endemoninhadas. Aliás, não há nenhuma indicação na Palavra de que se deve
usar a imposição de mão para tratar com demônios, muito embora, ás vezes o
fazemos sobre alguém, se houver demônios, eles podem ser forçados a se
manifestar. De toda forma, ministrar libertação com brechas na vida pode ser
um perigo, pois influências malignas podem nos ser transmitidas na “contra
mão” do nosso toque. O terceiro cuidado deve ser o de não tenta ministrar dons
e ministérios sentindo deve ser para confirmar a vontade ministerial do Senhor
sobre alguém e não para determina-la segundo nossa própria vontade.
Finalmente, devemos especialmente os pastores, zela para não delegar
autoridade e estabelecer no ministério pessoas despreparadas. É neste sentido
que Paulo adverte para que neófitos não sejam ordenados (I Tm. 3:5-6) e para
que não se imponha precipitadamente as mãos sobre alguém (I Tm. 5:22).

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