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1º Trim.

de 2023: AVIVA A TUA OBRA - O chamado das Escrituras ao


quebrantamento e ao poder de Deus

PORTAL ESCOLA DOMINICAL


1º Trimestre de 2023 - CPAD
AVIVA A TUA OBRA - O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de
Deus
Comentários da revista da CPAD: Elinaldo Renovato de Lima
Comentário: Pr. Caramuru Afonso Francisco

APÊNDICE Nº 1 – FALSOS AVIVAMENTOS: O FOGO ESTRANHO


Os falsos avivamentos são uma das mais proeminentes facetas do perigo do engano do
princípio das dores.

Texto áureo
“E a unção que vós recebestes d’Ele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas,
como a Sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim
n’Ele permanecereis” (I Jo.2:27).

INTRODUÇÃO
- Já que estamos estudando o avivamento espiritual no trimestre, entendemos ser oportuno falarmos um pouco
dos “falsos avivamentos”.

- Os falsos avivamentos são uma das mais proeminentes facetas do perigo do engano do princípio das dores.

I – FALSOS AVIVAMENTOS: O FOGO ESTRANHO

- Neste trimestre, o título é “Aviva a Tua obra: o chamado das Escrituras para o quebrantamento e o poder de
Deus” e nos convida a estudar sobre o avivamento espiritual.

- Ora, o avivamento espiritual sendo uma iniciativa divina para que o Seu povo retome a jornada da fé,
intensifique sua vida espiritual e cumpra plenamente o propósito divino a ele estabelecido é, evidentemente,
uma atividade que encontra forte resistência por parte do inimigo de nossas almas.

- Assim, como temos visto ao longo do trimestre, notadamente na dispensação da graça, no tempo da Igreja,
o diabo e suas hostes espirituais de maldade, diante de um avivamento, apresentam duas armas que se
levantam contra a Igreja: a perseguição e as heresias.

- Através da perseguição, o adversário procura intimidar os cristãos, fazê-los recuar no cumprimento da


missão evangelizadora, que é o resultado de todo verdadeiro e genuíno avivamento. Inobstante, ao longo dos
séculos, a perseguição tem tido um efeito reverso. Como já dizia o pai da Igreja, Tertuliano (160-220), “o
sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.

- Ao lado da perseguição, surgem as heresias, os falsos ensinos introduzidos encobertamente pelos falsos
mestres (II Pe.2:1) que, entretanto, são trazidas à tona pelo Espírito Santo, que as faz manifestar, de modo
que há a manifestação dos sinceros cristãos e o afastamento dos hereges do meio do povo de Deus (I Co.11:19;
Tt.3:10).

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1º Trim. de 2023: AVIVA A TUA OBRA - O chamado das Escrituras ao
quebrantamento e ao poder de Deus
- A heresia, deste modo, acaba também contribuindo para a edificação do corpo de Cristo, na medida em que
faz um discrímen entre os sinceros e os insinceros no meio do grupo social e traz maior iluminação e
compreensão das Escrituras, o que acaba gerando crescimento espiritual.

- O diabo, astuto como é (Cf. Gn.3:1), sendo o enganador por excelência (Ap.12:9), não fica apenas nestas
“duas armas” contra o avivamento, mas toma a iniciativa de imitar o avivamento espiritual, criando
“falsos avivamentos”, e, com isso, desviar as pessoas de participarem de um genuíno movimento do Espírito
Santo.

- Para que identifiquemos os “falsos avivamentos”, precisamos saber quando o avivamento é verdadeiro e
genuíno, porque somente conhecendo a verdade é que seremos livres do engano (Jo.8:32).

- O “verdadeiro avivamento” é “verdadeiro” porque está firmado na verdade e a verdade, sabemos


todos, é a Palavra de Deus (Jo.17:17). É a própria Bíblia Sagrada quem nos mostra como o Espírito Santo
foi enviado para promover o avivamento espiritual, primeiramente em Israel (Ex.33:14-17; Hb.1:1) e, depois,
na Igreja, até porque deve Ele ficar com a Igreja até o dia do arrebatamento (Jo.14:16,17).

- Os “falsos avivamentos”, então, é tudo quanto procura se fazer passar por atuação do Espírito Santo
em nossos dias mas que não tem base bíblica, que não tem respaldo da Palavra de Deus, que não está
de acordo com a verdade.

- O próprio Espírito Santo fez questão de nos alertar de que, nos últimos dias, haveria a ação de espíritos
enganadores e de doutrinas de demônios (I Tm.4:1). O Senhor Jesus alertou, em Seu sermão escatológico,
contra o perigo do engano, porque surgiriam falsos cristos e falsos profetas que, se possível fosse, enganariam
até os escolhidos (Mt.24:4,12,24).

- Já no limiar do culto estabelecido por Deus para o tempo da lei, vemos que dois dos cinco sacerdotes
consagrados, Nadabe e Abiú, levaram fogo estranho para queimar incenso ao Senhor e, por causa disso,
morreram carbonizados (Lv.10:1-11), fogo que não tinha origem divina, que não vinha do altar de
sacrifícios.

- Assim também não são poucos os que, lamentavelmente, em nossos dias, vão haurir suas manifestações
sobrenaturais fora de Cristo, cuja principal testemunha são as Escrituras (Jo.5:39), fora da verdade, trazendo
ensinamentos que não têm qualquer base bíblica e que levam à destruição.

- Satanás é astuto e age em duas linhas: primeiro, cria fantasias e mentiras por meio de imitações do
que o Espírito Santo realiza, pondo fogo estranho entre os adoradores; segundo, após os inevitáveis
escândalos causados por estas manifestações enganosas e deletérias, dissemina entre os salvos um
descrédito, a fim de que as pessoas passem a duvidar e a desacreditar da atuação do Espírito Santo,
trazendo, assim, fraqueza e frieza espirituais que levam à mesma destruição daqueles que se empolgaram com
as falsidades.

- É preciso, neste estado de coisas, agir de forma equilibrada e consoante as Escrituras. Jamais deixar de crer
que a atuação do Espírito Santo é idêntica ao dos dias dos apóstolos, sendo até uma necessidade que a Igreja
mostre o Evangelho não apenas com palavras persuasivas de sabedoria humana mas com demonstração do
Espírito e de poder (I Co.2:4), mas, ao mesmo tempo, vigilante, de modo a impedir que se introduzam em seu
meio falsos ensinos que distorçam a verdade.

- O fogo estranho deve ser removido, lançado fora, como foi feito com os corpos carbonizados de Nadabe e
Abiú, mas jamais podemos, a título de evitar o fogo estranho, apagar o fogo verdadeiro, deixar que ele se
extinga. O fogo deve arder continuamente sobre o altar, jamais pode se apagar (Lv.6:13), o Espírito Santo não
pode ser extinto (I Ts.,5:19).

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quebrantamento e ao poder de Deus
II – CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS AVIVAMENTOS

- A verdade é única, é uma só, as mentiras sempre são muitas e variadas. Diante disso, quando se fala em
“falsos avivamentos”, não se pode ir além de um apanhado de ideias e falsidades que já foram disseminadas,
sem a mínima pretensão de esgotamento do tema. É o que faremos.

- Temos visto que “avivamento espiritual” é palavra que tem cinco significados: vida espiritual abundante,
crescimento espiritual, renovação espiritual, nitidez espiritual e agilidade espiritual.

- Ora, “avivamento” está relacionado com “vida”, “tornar a ter vida”, “tornar a vida mais intensa”, “reviver”.
Em sendo assim, trata-se de um movimento em direção à vida e vida, como sabemos, nas Escrituras, não
significa existência, mas, sim, comunhão com Deus.

- Ora, o Senhor Jesus disse que Suas palavras são “espírito e vida” (Jo.6:63) e que Ele próprio é a vida (Jo.14:6)
e o apóstolo João isto enfatiza quando está a falar do Verbo (Jo.1:4).

- Portanto, não se pode ter avivamento algum sem a Palavra de Deus, sem as Escrituras, que são as
testemunhas de Cristo Jesus (Jo.5:39).

- Assim, um primeiro elemento a observamos em qualquer suposto avivamento é o papel da Palavra de Deus
neste avivamento, ou seja, se o avivamento teve origem num retorno às Escrituras, se é baseado, ou não, nas
Escrituras e se leva o povo às Escrituras.

- Por primeiro, um genuíno e verdadeiro avivamento tem origem nas Escrituras, ou seja, as pessoas são
despertadas espiritualmente por causa da pregação e do ensino da Palavra de Deus.

- Em Israel, os profetas que eram levantados pelo Senhor, rememoravam a lei, fazia com que o povo se
debruçasse sobre o teor da lei e fizessem uma comparação entre o seu modo de vida e o que Deus havia
determinado ao povo.
- Na Igreja, não é diferente. Os movimentos espirituais ocorridos sempre tiveram como nascedouro a pregação
e o ensino da Palavra, como se verifica, por exemplo, no dia de Pentecostes.

- Assim, se “avivamentos” têm início em “revelações”, “visões”, “experiências sobrenaturais”, temos


aqui, de pronto, uma manifestação espúria que não pode ser admitida nem aceita, pois se trata de um
falso avivamento, porque a vida está em Cristo, na Palavra e em nenhum outro lugar.

- Por isso, o avivamento genuíno e verdadeiro “vem do céu”, como vemos seja no batismo de Jesus por João
(Mt.3:16), seja no dia de Pentecostes (At.2:2). Já os falsos avivamentos, como não têm origem em Deus e na
Sua Palavra, decorrem da imaginação dos homens ou mesmo de manifestações demoníacas, ou ambas
simultaneamente.

- Um exemplo disto é a chamada “nova unção”, que também ficou conhecida como “bênção de
Toronto”. Sua falsidade está logo na dificuldade de poder se definir o que é esta tal de “nova unção”, de que
tantos falam, mas que quase ninguém explica.

- As coisas de Deus são sempre claras e objetivas. Deus não é Deus de confusão (I Co.14:33) e quando exsurge
algo supostamente tão importante que ninguém sabe bem definir o que é, tem-se a prova indelével de que se
trata de algo que não tem origem divina.

- A ideia de “nova unção” é antibíblica. Isto porque é dito que o salvo tem a “unção do Santo” (I Jo.2:20) e
que esta unção permanece no salvo (I Jo.2:27).

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quebrantamento e ao poder de Deus
- Ora, a “unção do Santo” é o Espírito Santo, porque o Santo é Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Lc.1:35)
e Ele é o Cristo, ou seja, o Ungido, o Messias (Mt.16:16). O Senhor Jesus disse que quem n’Ele cresse
receberia o Espírito Santo (Jo.7:39), Espírito Santo que habitaria em todo o salvo (Jo.14:17).

- O que a Bíblia nos ensina é que, depois de termos recebido o Espírito Santo quando cremos, também podemos
ser revestidos de poder (Lc.24:44), o que ocorre com o batismo no Espírito Santo (At.1:5), como ocorreu a
partir do dia de Pentecostes, sendo “cheios do Espírito Santo” (At.2:4).

- Que seria, então, uma “nova unção”? Seria possível que o Espírito Santo fosse imperfeito, envelhecesse ou
que, depois de ter havido uma plenitude, com o revestimento de poder, houvesse ainda algo a ser ocupado
pelo Espírito Santo no salvo?

- Verdade é que alguns se utilizam da expressão “nova unção” para se referir à “renovação espiritual”, ou seja,
alguém que estava enfraquecido na fé, desanimado, reaproxima-se de Deus, é “renovado espiritualmente” e,
assim, dizem alguns, recebe uma “nova unção”. Na verdade, o que ocorre é que volta a ter comunhão com
Deus e a desfrutar da plenitude do Espírito Santo que havia perdido.

- É este, aliás, o sentido que se dá à expressão no hino 296 da Harpa Cristã, da autoria de Emílio Conde (1901-
1971), na quarta estrofe, que transcrevemos: “Renovados em forças seremos, nós teremos u’a nova unção e
com Deus no jardim falaremos, se vivermos sempre em oração”. Nota-se aqui, claramente, que a “nova unção”
nada mais é que a renovação espiritual decorrente do exercício da oração, um dos meios de santificação.

- Entretanto, os que falam de “nova unção” estão a dizer de um “novo poder de Deus”, de “novidades”, de
“coisas novas” que o Espírito Santo estaria trazendo sobre os salvos. Bem se vê que tal pensamento não tem
qualquer respaldo bíblico, pois parte de um pressuposto de que as bênçãos espirituais prometidas nas
Escrituras teriam “envelhecido” e, como tal, estariam “perto de acabar” (Hb.8:13).

- Ora, o apóstolo Paulo diz que o homem interior se renova de dia em dia (II Co.4:16), de sorte que há qualquer
necessidade de que o salvo tenha uma “nova unção”, como se a “unção do Santo”, que permanece em nós,
tivesse necessidade de renovação, já que é ela quem nos renova diariamente. Como bem afirma o reverendo
Eronides da Silva: “…não existe unção nova ou velha, somente a unção permanente…” (Nova unção.
Disponível em: https://www.sepoangol.org/novauncao.htm Acesso em 10 dez. 2020).

- A ideia da “nova unção” surgiu a partir do instante em que, dentro do movimento pentecostal, teve
início o chamado “deuteropentecostalismo” ou “segunda onda”, em que se começou, indevidamente, a
priorizar a cura divina e os milagres na pregação do Evangelho.

- Não resta dúvida de que o Evangelho deve ser pregado como demonstração do Espírito e de poder (I Co.2:4)
e que se tenha a necessidade de confirmação da Palavra com sinais, prodígios e maravilhas (Mc.16:20;
Hb.2:3,4).

- No entanto, a pregação tem como cerne, como essência a salvação na pessoa de Jesus Cristo. Temos de
pregar que Jesus salva, que Jesus é o Salvador, que veio trazer o perdão dos pecados e que é preciso crer n’Ele
para que se tenha a vida eterna.

- O chamado “deuteropentecostalismo” inverteu isso, passando a pregar a cura divina e os sinais,


prodígios e maravilhas em primeiro lugar, buscando, assim, chamar a atenção dos incrédulos com estas
manifestações sobrenaturais, para que, então, após esta atração, pudesse lhes falar da salvação e da vida eterna.

- Tivemos, assim, uma indevida inversão de causa e efeito. Como ensina o reverendo Eronides da Silva:
“...Notem o grande princípio divino e universal: causa e efeito! A causa do calvário trouxe como efeito o
perdão e a remissão dos pecados; a causa do advento do Espírito Santo trouxe simultaneamente dois efeitos,
a saber: sua habitação no homem perdoado, regenerando-o e guiando-o; e seu derramamento sobre este,

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quebrantamento e ao poder de Deus
capacitando-o com autoridade e poder para serem testemunhas poderosas através das respectivas
manifestações impactantes, em libertação, visão do futuro, profunda adoração a Deus, e milagres para
glorificar a Divindade em meio a uma humanidade incrédula, secularizada e tedienta do seu Criador! O falar
em línguas, o ser curado, o cair debaixo do poder de Deus, o cantar hinos espirituais, o chorar e bater palmas
na presença saturada do legítimo poder do Espírito de Deus são indubitavelmente um efeito, e nunca jamais
uma causa! Um efeito benéfico, divino, e com fulcros na vera exegese bíblica! Não fomos curados porque
caímos; não fomos batizados porque começamos a gargalhar ou rosnar como loucos; não recebemos a visão
dos campos brancos porque fomos arrebatados à revelia; não recebemos ministérios porque uma "nova unção"
caiu sobre nós; não fomos vocacionados porque um concílio o decidiu fazer. Não, absolutamente, não! Somos,
e fomos, porque o Espírito Santo operou, e tem operado entre nós...” (op.cit., end.cit.) (destaque original).

- Esta indevida ênfase nos sinais, prodígios e maravilhas é outra característica dos “falsos avivamentos”.
O Senhor já mandava Israel tomar cuidado com sinas e prodígios, pois estes seriam até permitidos como um
verdadeiro “teste de fidelidade” a Israel (Dt.13:1-5) e, por quererem sempre sinais, os judeus acabaram
rejeitando o Evangelho (I Co.1:22,23).

- Ao dar início a uma pregação que priorizou a cura divina e os sinais, os deuteropentecostais permitiram que
se iniciasse uma busca de manifestações sobrenaturais, uma sede por sinais e milagres que permitiu que o
engano se introduzisse no meio do povo.

- Esta insaciedade por manifestações sobrenaturais, por “novidades” fez com que se começasse a falar em uma
“nova unção”, em novas manifestações espirituais que demonstrassem uma maior porção do poder de Deus,
como se se necessitasse de complemento àquilo que já estava previsto nas Escrituras Sagradas.

- Começam, então, a ser difundidas manifestações sobrenaturais como a “risada santa”, o “cair no
Espírito”, “cai-cai” ou “arrebatamento de sentidos” e tantas outras manifestações, que começaram a
ser tidas como uma “renovação espiritual”, um “aprofundamento no poder de Deus”, mas que ou eram
manifestações puramente carnais, despidas de espiritualidade, ou, o que é pior, manifestações
demoníacas.

- Além de se ter completa ausência de tais manifestações na Bíblia Sagrada e, mais especialmente, na igreja
primitiva, o que já seria o bastante para afastá-las, tem-se que os efeitos produzidos por elas são
diametralmente opostos ao que nos ensina a Palavra de Deus a respeito delas.

- Por primeiro, a Bíblia nos fala que os sinais seguirão os que creem (Mc.16:17) e esta afirmação vem logo
a seguir da ordem de Jesus para pregarmos o Evangelho por todo o mundo a toda a criatura. Vê-se, pois,
nitidamente, que os sinais sempre foram consequência, efeito da pregação, confirmação da Palavra pregada.

- Assim, totalmente fora do contexto bíblico qualquer movimento ou ação que não fale de salvação, mas fale
apenas em cura ou milagre, sem que se diga da necessidade de arrependimento dos pecados e da fé em Jesus
como Salvador. Apresentar Nosso Senhor e Salvador como mero curandeiro é nitidamente antibíblico e fora
do contexto.

- Por segundo, é dito que os sinais são feitos em nome de Jesus (Mc.16:17). Ora, se se trata de manifestações
do poder de Deus, têm elas como origem o Espírito Santo, Que tem por missão glorificar a Jesus (Jo.16:13,14).

- Normalmente, tais movimentos acabaram por glorificar ao homem, a trazer até uma idolatria, na medida em
que há um “endeusamento” do operador de milagres que, não raras vezes, cria uma denominação para si, gera
um culto à personalidade, a indicar que toda a atuação não é guiada nem dirigida pelo Espírito Santo.

- Temos aqui uma outra característica dos “falsos avivamentos”: a glorificação excessiva do homem e o
menosprezo à glória de Deus. Quando o movimento não tem origem em Deus, ou tem origem na carne, e ela

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quebrantamento e ao poder de Deus
leva à autoexaltação do homem, ou, então, tem origem no diabo, e, evidentemente, que não será seu resultado
a glória de Deus, mas, precisamente, a rebelião contra o Senhor.

- Quando se prega a Cristo, os sinais e maravilhas que se seguem glorificam única e exclusivamente ao Senhor
Jesus, como se vê na igreja primitiva, em Samaria, por exemplo (At.8:5-8). Quando, porém, se inicia o
movimento com propaganda dos sinais e maravilhas, é inevitável a associação disto a pessoa de quem está
alardeando tais manifestações.

- Decorreu daí o surgimento do chamado “movimento apostólico” que procurou justificar este
“endeusamento” e este “culto da personalidade”, falando em “revitalização” ou “restauração” dos “dons
ministeriais de apóstolos e de profetas”, que teriam sido abandonados ao longo da história da Igreja.

- Na verdade, o que esta doutrina quis fazer foi justificar a ideia de que estes “milagreiros” tinham uma
“superioridade espiritual” e, portanto, se passou a identificá-los com os “apóstolos” e “profetas” da relação de
dons espirituais, querendo dizer que tais dons se teriam perdido ao longo dos séculos.

- Entretanto, este “movimento apostólico” quer, na verdade, criar “mediadores” entre Cristo e a Igreja,
que seria os ditos “apóstolos” e “profetas”, sob cuja “cobertura” deveriam viver os demais membros da Igreja.

- Nada mais antibíblico! Só um mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem (I Tm.2:5). Todos os
salvos são sacerdotes e reis por Jesus (Ap.1:5,6), não havendo qualquer interposição entre Cristo e qualquer
membro do Seu corpo.

- A “autoridade espiritual” dos ministros constituídos pelo Senhor na Igreja em momento algum gera uma
interrupção entre o relacionamento entre cada salvo e o seu Senhor. Autoridade, na Igreja, significa serviço
(Mt.20:25-28; Mc.10:42-45), sendo certo que os apóstolos são os últimos, verdadeiros “escravos de galés” e
não “mandões”, como se tem propagado (I Co.4:1,8).

- Como bem disse documento do Presbitério Geral das Assembleias de Deus dos Estados Unidos na sessão de
6 de agosto de 2001: “Na ênfase atual em Efésios 4:11, o versículo 12 está sendo negligenciado: “... para
preparar o povo de Deus para as obras de serviço [ou seja, ministério], para que o corpo de Cristo seja
edificado.” A ênfase do Novo Testamento está no ministério de todos os crentes. A Reforma Protestante
recapturou a verdade bíblica do sacerdócio de todos os crentes. O movimento pentecostal se espalhou como
um fogo rápido pelo mundo por causa do ministério dotado do Espírito de todo o corpo. A igreja deve sempre
lembrar que os dons de liderança não são dados para a exaltação de alguns, mas para equipar todo o povo de
Deus para o ministério.…” (Apóstolos e profetas. Disponível em: https://ag.org/Beliefs/Position-
Papers/Apostles-and-Prophets Acesso em 11 dez. 2020) (tradução do Google).

- Por isso, todas as inovações trazidas com base nesta “cobertura apostólica”, como o movimento celular, o
falso conceito de “autoridade espiritual”, o “discipulado apostólico” e tantas outras medidas que têm gerado
uma subserviência espiritual de uns membros em relação a outros no corpo de Cristo não têm qualquer amparo
bíblico e são distorções que devem ser evitadas, pois não podem os salvos se tornar servos de homens (I
Co.7:23).

- Razão tem as Assembleias de Deus norte-americanas, quando afirmam que “...As Assembleias de Deus não
reconhecem títulos ou ofícios de "apóstolo" e "profeta". No entanto, acredita que existem aqueles na igreja
que "exercem a função ministerial de apóstolos e profetas". As funções apostólicas se relacionam com a
evangelização de áreas ou grupos de pessoas não alcançados anteriormente, enquanto as funções proféticas
"ocorrem quando os crentes falam sob a unção do Espírito para fortalecer, encorajar ou confortar". "A profecia
é um dom contínuo do Espírito Santo que é amplamente distribuído conforme a vontade do Espírito nas igrejas
pentecostais". A profecia preditiva que se prova falsa, ou profecia que "se afasta da verdade bíblica" é uma
profecia falsa. As AD acreditam nos quatro dons de ministério de apóstolos, profetas, evangelistas e pastores
/ mestres, mas observa que não há instruções bíblicas para a nomeação de apóstolos e profetas hoje.…”

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(Assemblies of God USA. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Assemblies_of_God_USA#:~:text=Apostles%20and%20Prophets%3A%20Th
e%20Assemblies,apostle%22%20and%20%22prophet%22.&text=The%20AG%20believes%20in%20the,of
%20apostles%20and%20prophets%20today. Acesso em 11 dez. 2020) (tradução Google).

- Por terceiro, os sinais confirmam a Palavra (Mc.16:20; Hb.2:3,4), ou seja, são uma autenticação da presença
de Deus em todo o trabalho de evangelização, levando as pessoas a glorificar ao Senhor. Este é o sentido dos
sinais e maravilhas: levar a glorificar a Jesus.

- As manifestações do Espírito Santo levam o povo a glorificar a Jesus e têm por finalidade confirmar a
Palavra, cuja função é promover a salvação das pessoas. As manifestações espirituais genuínas e legítimas
levam à salvação, à transformação, pois confirmam o poder salvífico do Evangelho.

- Não é por outro motivo que Charles Finney, o grande estudioso do avivamento espiritual, define o
avivamento como “renovação do primeiro amor dos cristãos, que resulta em despertamento e conversão de
pecadores a Deus”, e que John Stott como “uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de
Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de Sua santa presença e é surpreendida por ela. Os
inconversos se convencem do pecado, arrependem-se e clamam a Deus por misericórdia, geralmente em
números enormes e sem qualquer intervenção humana…”.

- Ambos enfatizam que o avivamento espiritual se caracteriza pela conversão de pessoas, pela salvação das
almas.

- Manifestações genuínas do Espírito Santo redundam em salvação dos incrédulos e aperfeiçoamento


dos santos. Não se tendo tais consequências, estamos diante de manifestações espúrias, que não são
autenticadas pelo Espírito de Deus.

- Por quarto, as manifestações do Espírito Santo sempre são úteis (I Co.12:7), ou seja, há sempre um proveito
espiritual quando ocorre uma manifestação: ou a salvação de alguém, ou o aperfeiçoamento espiritual, o
crescimento espiritual de um salvo.

- Manifestações que trazem proveito algum para a espiritualidade da pessoa, que a mantêm num mesmo
nível espiritual ou, por vezes, e não poucas, promovem um decréscimo espiritual, misticismo,
comportamento antibíblico, são nitidamente “fogo estranho”, que deve ser extirpado do meio do povo.

- Foi precisamente isto que ocorreu com a chamada “bênção de Toronto”, que nada mais foi que a grande
difusão desta ideia de “nova unção”, ocorrido na Igreja Vineyard do Aeroporto de Toronto, no início de 1994,
onde teria se iniciado um “avivamento”, com manifestações de “unção do riso”, “unções de animais” e “cair
do Espírito”.

- Um dos principais envolvidos nela, o pastor Paul Gowdy, relata as consequências deste movimento, relato
que transcrevemos na parte pertinente: “…Depois de três anos fazendo parte do núcleo da bênção de Toronto
nossa Igreja Vineyard em Scarborough ao leste de Toronto, praticamente se autodestruiu. Devoramo-nos uns
aos outros com fofocas, falando mal pelas costas, com divisões, partidarismo, criticas ferrenhas uns dos outros,
etc. Depois de três anos “inundados” orando por pessoas, sacudindo-nos, rolando no chão, rindo, rugindo,
rosnando, latindo, ministrando na igreja Internacional do Aeroporto de Toronto, fazendo parte de sua equipe
de oração, liderando o louvor e a adoração naquele local, praticamente vivendo ali, tornamo-nos os mais
carnais, imaturos, e os crentes mais enganados que conheci. Lembro-me de haver dito ao meu amigo e pastor
principal da igreja de Vineyard de Scaraborough em 1997 de que, desde que a bênção de Toronto chegou
ficamos esfacelados. Ele concordou.(…) Finalmente a ficha caiu quando eu rolava pelo chão, certa noite,
bêbado no Espírito, como costumávamos dizer, e ali, cantando e rolando no chão, comecei a cantar uma canção
de ninar: “Maria tinha um cordeiro e seu pelo era mais alvo que a neve”. Cantei esta música infantil de maneira

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1º Trim. de 2023: AVIVA A TUA OBRA - O chamado das Escrituras ao
quebrantamento e ao poder de Deus
debochada e imediatamente alguma coisa em meu coração sussurrou que aquilo era um demônio. (N.T. Ele
se refere a canções de Jardim da Infância, ou Nursery Rhyme, em que, nos contos de fada as crianças aprendem
a falar cantando linguagens infantis, e refere-se especialmente a Mary had a little Lamb, uma das mais
conhecidas). Imediatamente me arrependi e fiquei chocado com aquela experiência. Como um demônio entrou
em mim? Eu amava a Deus? Não era zeloso pelas coisas de Deus? Não era totalmente louco por Jesus? Percebi
que um espírito imundo acabara de se manifestar através de minha vida e era culpado de um grande pecado.
Depois disto me afastei da Igreja do Aeroporto (TACF). Não tinha convicção de que deveria denunciar aquelas
experiências, mas senti que tínhamos fracassado em pastorear a bênção.…”(GOWDY, Paul. O engano de
Toronto. Disponível em: https://www.pastorjoaodesouza.com.br/123/?p=83 Acesso em 22 dez.2020),.

- Diante destas observações, vemos que tudo o que se associa com a “nova unção” é algo que não tem qualquer
compatibilidade com as Escrituras, pois não decorrem da genuína pregação do Evangelho, não servem à
glorificação de Jesus e não trazem nem salvação de pessoas nem tampouco o aperfeiçoamento espiritual dos
salvos.

- Qual o propósito de pessoas ficarem dando gargalhadas por longos períodos de tempo, a chamada “risada
santa”, também conhecida como “unção do riso”? O que isto edifica a pessoa ou a igreja? Quantas pessoas
alcançam salvação a partir disto? Quando isto ocorreu na igreja primitiva? Onde isto se encontra na Bíblia
Sagrada?

- Mas alguém pode dizer que há, no livro que conta a vida do missionário pioneiro Gunnar Vingren, escrito
por seu filho, uma passagem em que aquele homem de Deus conta de uma experiência de “risada santa”
ocorrida em um culto. Sim, é verdade que há tal relato. Mas Gunnar Vingren alguma vez pregou sobre a
necessidade de “risada santa” no meio do povo de Deus? Alguma vez orou para que a “risada santa” viesse
sobre os crentes? Uma reação esporádica (e pelo visto única) ao poder de Deus jamais pode gerar uma doutrina.

- Sugerimos, aliás, artigo de nossa autoria, “Gunnar Vingren e a risada santa”, que republicaremos no site
Portal Escola Dominical, onde bem se explica isso.

- Ademais, como bem assinala o pastor Ciro Sanches Zibordi: “…Pentecostais sinceros me perguntam por
que o “cair no Espírito” e a “unção do riso” não são manifestações genuinamente pentecostais. O motivo da
dúvida desses irmãos é compreensível: quando lemos a respeito do avivamento de Azusa Street, em Los
Angeles (1906), e acerca do início da Assembleia de Deus no Brasil (1911), são comuns as menções a
momentos em que irmãos caíam sob o poder de Deus ou riam sem parar. Como explicar isso? (…) Respeito
esses pioneiros do pentecostalismo, porém, ao escrever este artigo, minha fonte de autoridade — primária,
inquestionável, primacial, infalível, inerrante — continua sendo a Palavra de Deus.(…) um culto a Deus não
deve levar os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (v.23). O que pensam os não-crentes que
assistem a certos “cultos” em que pessoas caem ao chão, riem sem parar, rosnam, latem, mugem, rugem,
uivam e rolam umas sobre as outras? O culto coletivo deve ter ordem e decência; tudo deve ocorrer a seu
tempo: louvor, exposição da Palavra, manifestações do Espírito (vv.26-28,40). Um culto que não tem ordem
nem decência é dirigido pelo Espírito?…” (ZIBORDI, Ciro Sanches. Por que “o cair no poder” e ao “unção
do riso” são antibíblicos. Disponível em: http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apologetica-
crista/10/por-que--o-%E2%80%9Ccair-no-poder%E2%80%9D-e-a-%E2%80%9Cuncao-do-
riso%E2%80%9D-sao-antibiblicos.html Acesso em 18 dez. 2020).

- A bem da verdade, se formos ao livro do filho de Gunnar Vingren em que houve a coletânea dos diários do
missionário pioneiro, veremos que, em viagem que fez a Criciúma/SC, em julho de 1920, ao encontrar um
grupo de lituanos que servia a Deus, repreendeu-os duramente porque, em seus cultos, havia manifestações
que deveriam ser abandonadas, como danças e pulos nos intervalos de oração, sem qualquer racionalidade ou
proveito.
OBS: Eis o trecho do livro Diário do Pioneiro Gunnar Vingren onde se conta tal episódio: “...Todos aqui são da Lituânia. Receberam-me muito
bem. De noite foi realizado um culto, mas como era em idioma lituano, eu não compreendi nada. Primeiro, cantaram um hino. Depois todos tiraram
os sapatos e deitaram no chão, formando um círculo. Depois que todos haviam orado, começaram a pular e a dançar durante mais ou menos meia

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1º Trim. de 2023: AVIVA A TUA OBRA - O chamado das Escrituras ao
quebrantamento e ao poder de Deus
hora. Depois se puseram de joelhos outra vez e oraram. Eu os exortei a que deixassem essa coisa de dançar, pois isto não está escrito em o Novo
Testamento e era uma bobagem que eles deveriam abandonar. No dia seguinte ocorreram as mesmas coisas.. Diziam que eram dirigidos pelo
Espírito Santo e um deles era considerado profeta. Eu então falei seriamente com ele e disse-lhe que não é por meio de profecia, de interpretação
e de línguas que devemos ser dirigidos. Isso nos foi dado para nossa edificação, mas a direção verdadeira e a instrução necessária vêm da Bíblia,
que é a Palavra de Deus clara e infalível. Eles então prometeram acabar com a dança, Porém, fizeram a mesma forma no dia seguinte. Enganaram-
me, e no meio da dança mandaram-me embora. Eu então os deixei...” (VINGREN, Ivar. Diário do pioneiro Gunnar Vingren, 5.ed., p.116).

- Com relação ao “cair no Espírito”, também chamado de “cai-cai”, “repouso no Espírito” ou “dormir do
Espírito”, muito oportuno o que nos fala a respeito o pastor Ciro Sanches Zibordi no artigo já mencionado:
“...Muitos defensores dos ‘moveres’ em apreço apegam-se a interpretações errôneas da Bíblia, inclusive para
compor canções pelas quais dizem que não conseguirão ficar de pé ante a glória do Senhor. Baseiam-se, por
exemplo, em 2 Crônicas 5.14 e 1 Reis 8.10,11 e dizem, com a boca cheia: ‘Os sacerdotes não resistiram a
glória de Deus e caíram no poder’. Que engano! Veja o que a Bíblia realmente diz: ‘E sucedeu que saindo os
sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. E não podiam ter-se em pé os sacerdotes
para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR’ (1 Rs 8.10,11).
Como se vê, a frase ‘não podiam ter-se em pé’ tem sido entendida como ‘caíram no poder’. Mas ela, na
verdade, denota que os sacerdotes ‘não puderam permanecer ali’, o que fica ainda mais claro na versão
Almeida Revista e Atualiza (ARA). Eles não suportaram permanecer no local ministrando! Não tinham como
resistir a glória divina presente ali. Por isso, não permaneceram no local. Onde está escrito que eles caíram no
poder?…” (op.cit.end.cit.)

- Qual o propósito de pessoas caírem desmaiadas, perderem os sentidos e depois, ao tornarem a si, ficarem
meio abobadas e não saberem descrever o que sentiram durante o tempo em que estavam “adormecidas” ou
“arrebatadas”? O que isto edifica a pessoa ou a igreja? Quantas pessoas alcançam salvação a partir disto?
Quando isto ocorreu na igreja primitiva? Onde isto se encontra na Bíblia Sagrada?

- Mas alguém pode nos dizer que há diversas passagens bíblicas em que as pessoas caíram por causa da
presença gloriosa do Senhor. Sim, indubitavelmente, há narrativas bíblicas que descrevem que, diante da
manifestação da glória do Senhor ou da Sua presença, pessoas não puderam suportar a situação e caíram, como
no caso de Daniel (Dn.10:9) ou João (Ap.1:17). Isto é uma reação à manifestação da glória de Deus. Mas,
pergunta-se: tais pessoas perderam o sentido? Ficaram depois abobadas sem saber o que aconteceu?
Evidentemente que não!

- E, mais, tais manifestações da glória de Deus ou da presença do Senhor tinham por objetivo mostrar a
presença do Senhor no meio do Seu povo ou, no caso de João na ilha de Patmos, confirmar que o apóstolo
estava na companhia do Senhor e que era autêntica a revelação que se seguiria. Casos pontuais e que se
esgotam nas próprias Escrituras.

- Qual o propósito de pessoas passarem a agir como animais, urrando como leões, rastejando como
cobras ou coisas assim? O que isto edifica a pessoa ou a igreja? Quantas pessoas alcançam salvação a partir
disto? Quando isto ocorreu na igreja primitiva? Onde isto se encontra na Bíblia Sagrada?

- Pelo contrário, o apóstolo Paulo diz que nosso culto deve ser racional, com entendimento (Rm.12: 1,2; I
Co.14:14-16). Como, então, sabendo que Deus nos fez seres racionais, os únicos dotados de razão na face da
Terra, entender que o Espírito Santo nos transforme em animais irracionais? Evidentemente que se trata de
um contrassenso, de negação pura e simples do que nos ensina a Bíblia Sagrada.

- Como afirma o pastor Paul Gowdy: “...Hoje, olhando pra trás fico me perguntando como fiquei tão cego
assim? Eu via as pessoas imitando cachorros, fazendo de conta que urinavam nas colunas da Igreja do
Aeroporto. Observava as pessoas agirem como animais latindo, rugindo, cacarejando, fazendo de contas que
voavam, como se asas tivessem, comportando-se como bêbados, entoando cânticos “sem pé nem cabeça”, isto
é, sem sentido algum. Hoje fico perplexo em pensar que eu aceitava tais coisas como manifestações do Espírito
Santo. Era algo irreverente e blasfemo ao Espírito Santo da Bíblia.…” (op.cit.end.cit.).

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quebrantamento e ao poder de Deus
- Qual o propósito de pessoas começarem a vomitar incessantemente ou de se fixarem como lagartixas nas
paredes dos templos? O que isto edifica a pessoa ou a igreja? Quantas pessoas alcançam salvação a partir
disto? Quando isto correu na igreja primitiva? Onde isto se encontra na Bíblia Sagrada?

- Ainda trazendo o testemunho de Paul Gowdy: “…Depois de um ano na “bênção” preguei num encontro de
pastores e falei: “Amigos, temos nos sacudido, nos arrastado pelo chão, rolamos por terra, rimos, choramos e
adquirimos as camisetas da igreja. Mas não temos avivamento, nem salvação, nem frutos, nem aumento de
evangelização, por isso, qual é a graça?”. Fui repreendido – afinal, quem era eu para anelar frutos quando o
Senhor estava curando seu atribulado povo? Durante anos éramos legalistas, e Deus agora estava restaurando
as feridas libertando-nos do legalismo. Aconselharam-me a não forçar o Senhor que os resultados apareceriam
no tempo certo.
Eu sabia que isto estava errado, pois o Senhor ordenou fazer discípulos de todas as nações. O argumento era:
temos direito a um ano sabático, pois, quem sabe por quanto tempo Deus fará coisas novas e diferentes!…”
(op.cit.end.cit.).

- Tais manifestações mais representam um aviltamento da pessoa humana e sobrenaturalidades que


demonstram, claramente, que há nítida influência demoníaca. Tomemos cuidados, amados irmãos.

- O reverendo Eronides da Silva, tantas vezes aqui mencionado, bem salientou que tais manifestações, ditas
como sendo de “nova unção”, podem ser oriundas de diversas causas, são fenômenos espirituais,
autossugestivos, telepáticos ou demonológicos, ou seja, respectivamente, são reações pessoais ao Espírito
Santo, sugestões da nossa própria mente, atuações em nossa mente por parte de outras pessoas ou
manifestações demoníacas.

- Se não fizermos a inversão da mensagem, pregando que Jesus salva, certamente evitaremos todos estes
males. Temos de pregar a Cristo e, a exemplo de Felipe e todos os crentes da igreja primitiva, devidamente
revestidos de poder e com dons espirituais para que, no momento em que pregarmos, vejamos a confirmação
da Palavra com sinais, prodígios e maravilhas.

- É preciso buscarmos o dom espiritual de discernimento dos espíritos para que saibamos, diante das
manifestações sobrenaturais que acontecerem, o que realmente está ocorrendo, se trata de manifestação do
Espírito Santo, ou não.

- Por fim, devemos sempre buscar a manifestação dos genuínos dons espirituais, dos genuínos sinais que
seguem aos que creem, aqueles que estão na Bíblia Sagrada e que trazem salvação dos incrédulos e
aperfeiçoamento dos santos, aquelas manifestações que são realmente úteis para o povo de Deus.

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco

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