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Marcos dos Santos Luiz , Rudson Luchina Silvano ,Armando Mendes Neto , Éria
4
Cardoso .
1,2
Discentes do Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio
3,4
Docentes do Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
Em nossa sociedade atual, as tecnologias vêm avançando cada vez mais para
suprir a necessidade das pessoas, como resultado, vem sendo desenvolvidos na mesma
proporção que seu avanço, com cada vez mais sites e sistemas informacionais. E assim o
desenvolvimento destes sistemas aumentou consideravelmente, e dessa forma hoje existem
softwares com as mais variadas funcionalidades, o que acabou se tornando muito útil e
indispensável às pessoas atualmente. Os sistemas informacionais assistivos surgiram para
auxiliar e facilitar às pessoas com diversas deficiências, porém, nota-se carência de sistemas
assistivos em algumas áreas da educação.
Foi perceptível a dificuldade de acesso às diversas informações do campus, por
parte dos deficientes visuais e dos novos alunos do Instituto Federal Catarinense - Campus
Avançado Sombrio, com novos alunos não tendo entendimento do campus e desta forma,
encontrando algumas dificuldades na procura de informações, bem como formas acessíveis
de encontrar salas de aula ou outras informações do tipo.
O projeto IFC Guide é um website que foi idealizado com o propósito de reduzir
os obstáculos encontrados pelos estudantes, trazendo os dados e as informações de maneira
simples, adaptável e compreensível, de modo com que o sistema seja destinado a todos os
alunos do Campus, e não apenas aos deficientes visuais.
Sendo assim, o website servirá como uma ferramenta gerenciadora de dados da
instituição IFC-CAS disponibilizando os locais e setores do campus. Todas as informações
contidas no site vão ser compreendidas pelos deficientes visuais por meio de leitores de tela.
Para este projeto ser construído algumas metas foram estipuladas, como o
levantamento de requisitos e a definição das funcionalidades do sistema após o levantamento
de requisitos. Para o levantamento de requisitos, foram realizadas entrevistas com pessoas
com deficiência visuais e com pessoas que não portam deficiências para saber as suas
necessidades e dificuldades na instituição de ensino.
Neste projeto serão utilizados alguns conhecimentos técnicos e teóricos, como
métodos e ferramentas, porém estes assuntos serão abordados mais adiante respectivamente
na seção do Referencial Teórico, onde serão abordados conhecimentos teóricos que serão de
grande relevância para o desenvolvimento do projeto, e na seção de Materiais e Métodos onde
serão apresentados os métodos e as ferramentas utilizadas no projeto.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 DEFICIÊNCIAS
Antes de iniciar a pesquisa e o desenvolvimento do seguinte projeto, é necessário
conhecer o público alvo, seus problemas e como resolvê-los da melhor forma possível.
Segundo o Art. 2º da Lei nº13.146, de 6 de julho de 2015:
“Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” (Brasil, 2015).
2.2.1 IFC-CAS
Instituto Federal Catarinense - Campus Avançado Sombrio (IFC-CAS) é um
dentre os 15 campus espalhados por Santa Catarina localizado na cidade de Sombrio, no
extremo-sul catarinense. Até pouco tempo atrás era unido com o Campus Santa Rosa. Hoje o
CAS é uma extensão do Instituto Federal Catarinense – Campus Santa Rosa do Sul
(IFC-SRS). Hoje em dia, essas instituições se dividiram, portanto, cada uma tem uma
identificação diferente, ou seja, um código do Ministério da Educação (MEC) para cada
campus.
O IFC-CAS oferece cursos técnicos integrados ao ensino médio, sendo eles:
Técnico em Hospedagem, técnico em informática e técnico em informática para internet. Já
no ensino superior, oferece cursos de licenciatura em matemática, tecnologia em gestão de
turismo e tecnologia em redes de computadores.
No IFC-CAS foi percebido uma ausência de softwares acessíveis para o auxílio de
discentes ou servidores com deficiência visual no campus. O sistema desenvolvido neste
trabalho tem como objetivo reduzir a dificuldade de acesso às informações da instituição,
como por exemplo, horários, normas, calendários, funcionários e uma série de outros dados
úteis no dia a dia do discente, adaptando de maneira eficiente esses dados em um software
para que o usuário com deficiência visual consiga compreender todas as informações sem
grandes dificuldades. O armazenamento de dados para posteriormente ser e acessado, como
também como o cadastro dos discentes usuários do sistema, serão armazenados em um local
chamado Banco de Dados, desenvolvido na próxima seção.
Usuários finais: os usuários finais são aquelas pessoas que vão trabalhar diariamente
com as aplicações desenvolvidas. [...] (Angelotti, 2010, p.13)
Desta forma, podemos dizer que o administrador monitora e gerencia as bases de
dados, os analistas de sistemas e programadores são responsáveis por modelar a base de
banco de dados e implementar a mesma. E por fim os usuários são aquelas pessoas que irão
trabalhar com as aplicações de software desenvolvidas diariamente, são eles que vão ser
responsáveis pela entrada e alteração dos dados armazenados na base do banco de dados.
Na criação de um banco de dados se compreende a fase da modelagem conceitual,
modelagem lógica e implementação do modelo lógico.
2.3.3 SGBD
Um sistema gerenciador de banco de dados é uma ferramenta de software com
uma variedade grande de funcionalidades, responsável por administrar um ou mais banco de
dados. Segundo Angelotti (2010, p. 11), as principais funções de um SGBD são: permitir
acesso concorrente às bases de dados, gerenciar as transações, permite desenvolver e executar
regras de segurança às bases de dados e permite criar regras que garantam a integridade do
banco de dados.
2.3.4 MySQL
O MySQL é um Sistema Gerenciador de Banco de Dados Relacional muito
eficiente que utiliza Structured Query Language (SQL), seguindo a lógica de Welling e
Thomson (2005, p.27) O MYSQL é disponibilizado em dupla licença, ou seja, o MySL é
pode ser utilizada em Open Source Gratuitamente, e também pode ser obtida comprando uma
licença comercial.
2.3.5 SQL
SQL é uma sigla que vem de Structured Query Language, que no português,
significa Linguagem de consulta estruturada. É uma linguagem criada pela Internacional
Business Machines Corporation (IBM) nos anos 70, originalmente se chamava SEQUEL,
sigla que significa Structured English Query Language, (linguagem de Consulta Estruturada,
em Inglês), foi padronizada pela American National Standards Institute(ANSI) e pela
International Organization for Standardization (ISO) por volta dos anos 80. O SQL é a
linguagem padrão na construção dos Sistemas de Banco de Dados Relacionais, sendo
indispensável o seu uso na construção de um sistema de banco de dados.
Segundo Elmasri e Navathe (2011, p.58)“SQL é uma linguagem abrangente: tem
instruções para definição de dados, consultas e atualizações[...].”, pode-se dizer que a
linguagem SQL é dividida em quatro partes, DDL (Linguagem de Definição de Dados), DML
(Linguagem de Manipulação de Dados), DCL(Linguagem de Controle de Dados) e DTL
(Linguagem de controle de transações).As linguagens de programação apresentadas na
próxima seção estão diretamente ligadas às bases de dados, uma vez que serão utilizadas para
fazer a ligação entre o sistema e o banco de dados.
2.4.1 PHP
O PHP é uma linguagem de programação criada em 1994. Segundo Melo e
Nascimento (2007, p.21), esta linguagem foi criada por Rasmus Lerdorf, o PHP inicialmente
foi utilizado como uma série de utilitários para o monitoramento de sites. Algum tempo
depois Rasmus escreveu uma implementação desses utilitários em C, este então é o início do
PHP que é conhecido hoje em dia. Inicialmente o PHP se chamava Personal Home Page Tools
/ Forms Interpreter (Ferramentas para Página Pessoal / Interpretador de Formulários).
Segundo Welling e Thomson (2005, p.26), esta linguagem de programação é
aberta voltada para o lado do servidor, chamado também de server-side ou back-end. A
linguagem PHP é utilizada no desenvolvimento de sites para a internet. A construção de sites
é dividida em algumas partes, porém duas dessas fases de desenvolvimento se destacam, são
elas a construção usando linguagens no lado do servidor e a construção usando linguagem no
lado do cliente. As linguagens do lado do servidor são responsáveis pela manipulação dos
dados do site no servidor e no banco de dados.A construção usando linguagem no lado do
cliente se preocupa com o comportamento visual do site, com o layout, é onde todas as
interações com o usuário no site são feitas, parte essa que será abordada a seguir, em
Tecnologias de desenvolvimento web.
2.5.1 HTML
A linguagem HTML foi criada em 1991, pelo físico inglês Tim Berners-Lee, na
Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) na Suíça, projetado para interligar
instituições de pesquisa próximas e compartilhar documentos com facilidade e rapidez.
Segundo Sérgio Paulo Lopes da Rocha (2010, p.4)“HTML é uma sigla inglesa da
expressão Hypertext Markup Language e designa uma linguagem de descrição dos
documentos padrões da World Wide Web. É uma aplicação da SGML[(SGML), Standard
Generalized Markup Language, traduzido como Padrão Generalizado de Linguagem de
Marcação, é uma linguagem de marcação para documentos de código aberto] que utiliza
(tags) para definir os diferentes elementos, tais como texto, elementos multimídia [utiliza de
mídias como por exemplo imagens], formulários, hiperligações, etc”.
2.5.2 CSS
A linguagem CSS é uma linguagem de estilização, desenvolvida pelo World Wide
Web Consortium (W3C) em 1996, por um simples motivo, o HTML não foi projetado para ter
tags que formataram a página, usada para descrever como os elementos do documento HTML
ou XML serão mostrados na tela.
Segundo Christopher Murphy “é uma linguagem de estilização que complementa
o HTML. Ela serve para definir cores, alinhamentos, backgrounds, etc. Sua maior finalidade,
é separar o estilo da página de seu conteúdo, deixando assim, o código mais limpo e
facilitando a sua manutenção e escrita” (apud Erico Dias Ferreira, 2015, p 12.)
É uma das principais linguagens de open web e é padronizada em navegadores de
acordo com as especificações do World Wide Web (WWW), atualmente possui três versões:
O CSS1 que atualmente é obsoleto. O CSS2.1 é uma recomendação e o CSS3 está
caminhando para sua padronização.
2.5.3 JAVASCRIPT
Javascript conhecido como JS é, atualmente, a linguagem de programação mais
popular dentre os desenvolvedores, por ser extremamente flexível e multifacetada, ou seja,
pode ser usada para o desenvolvimento, tanto de aplicações web, (nesse caso usado junto ao
HTML e CSS) quanto de softwares, atuando no front-end e back end.
O JS fez possível pensar em fluxos lógicos do tipo:enquanto X ocorre, repita Y.
Esses fluxos lógicos possibilitaram a criação, não só de conjuntos estáticos de informações,
mas também em aplicações web.
Segundo Luiz Felipe dos Anjos (2017, p. 20) “O JS é uma linguagem de alto
nível, que há alguns anos tinha seu uso restrito aos navegadores, mas graças ao advento do
Node.JS tem ganhado importância dentro e fora da web”.
As tecnologias de desenvolvimento de sites permitem que o desenvolvedor
construa o site de acordo com necessidade e os gostos do usuário, portanto, para entender o
que o usuário deseja, existem vários métodos importantes de levantamento de requisitos. Os
levantamentos de requisitos vão ser trabalhados em Engenharia de software, a engenharia de
software também permite também que a produção do sistema seja organizada com eficiência.
2.5.4 BOOTSTRAP
Bootstrap é um framework de código aberto, um facilitador no desenvolvimento
front-end de sites e aplicações, que utiliza em seu código fonte e em seus
componentes(botões, ícones e etc), HTML, JavaScript e Sass, um pré-processador de CSS. De
acordo com Souza(2020), o framework foi criado em 2011 por Mark Otto, designer do
Twitter e Jacob Thornton, desenvolvedor do Twitter.
O framework foi criado para reduzir um problema na equipe de desenvolvimento
do Twitter, onde cada desenvolvedor tinha um padrão de código diferente, isso gerava
inconsistências na hora de juntar os códigos da equipe, nesse contexto o Bootstrap surgiu com
o propósito de evitar essas inconsistências, sua finalidade original era incentivar
padronizações de código pelas equipes de engenharia da empresa.
Segundo Silva (2019), a partir da versão 3.0, o Bootstrap apresenta design
responsivo por padrão, nesta versão o Bootstrap começa a focar em dispositivos móveis,
aumentando escalas, proporções e resoluções de tela maiores. Atualmente o framework se
encontra na versão 5.2(BOOTSTRAP, 2021).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Neste trabalho foram usados os seguintes materiais: Em questão de hardware
foram utilizados dois notebooks, sendo um deles com um processador Intel® Core™
i5-7200U com 8 GB de memória RAM, e outro Intel® Core™ i3-330M com 6 GB de
memória RAM.
Para a criação do modelo lógico e conceitual foi utilizada a ferramenta BrModelo,
a qual foi utilizada na matéria de banco de dados no ano de 2021. Como plataforma de
desenvolvimento back-end foi utilizado o Visual Studio Code, ou VScode em sua versão 1.60,
por recomendação do professor de Programação 1. A linguagem de programação utilizada é o
PHP, pelo fato de ter sido utilizada ao longo do ano na matéria de Programação 1, para o
armazenamento dos dados foi utilizado o MySQL WorkBench. Para a realização dos testes
em relação a acessibilidade, foi utilizado o TalkBack em dispositivos móveis, e o NVDA
(Non Visual Desktop Access) em computadores, o NVDA foi escolhido pois seu
comportamento se assemelha bastante aos leitores de tela de dispositivos móveis. E por
último, o XAMPP foi utilizado como servidor local, também foi o software responsável pela
conexão com o banco de dados.
3.2 MÉTODOS
No desenvolvimento do programa foi necessário a utilização de uma metodologia
utilizando-se de modelo de construção Iterativo Incremental, para definir os passos na
realização do projeto de forma correta. Tendo isso em mente, abaixo segue o fluxograma com
as fases do projeto passo a passo. (Figura 1)
Na etapa de levantamento de requisitos, foi realizada uma reunião via google meet
com a psicóloga Andréia Biz e com a professora Sandra Vieira, ambas do IFC-CAS, outra
reunião também foi feita pelo google meet, em conjunto com o orientador deste projeto,
Armando Mendes e com a servidora do IFC-SRS, Luana Tillmann, que inclusive é portadora
de deficiência visual, o que contribuiu muito para a construção de ideias do projeto. Além
disso, foram coletadas informações por meio do diálogo informal com estudantes do
IFC-CAS. Desta maneira, por meio destes métodos de levantamento de requisitos, foram
extraídas várias informações essenciais, que agregaram na estruturação da ideia do projeto
trabalhado.
Os requisitos funcionais do sistema devem cadastrar, editar, visualizar e deletar
dados sobre os usuários e locais do IFC-CAS e todas suas características.
Sobre os requisitos não funcionais, o banco de dados será implementado no
MySQL Workbench, o sistema terá um tempo de resposta máxima do site será de 15
segundos, o sistema será adaptado para melhor utilização por parte dos deficientes visuais, os
dados permanecerão seguros e íntegros na base de dados, e sua interface gráfica será
responsiva e compatível preferencialmente para dispositivos móveis Android e IOS, contudo
o site também será disponibilizado para desktops que utilizam de Windows e Linux.
Após o levantamento de requisitos, foram realizadas a construção de modelos de
banco de dados, na figura 2 por exemplo, é encontrado o modelo conhecido como Diagrama
Entidade-Relacionamento construído com a ferramenta BrModelo. Esse modelo contém 7
entidades, 1 relação e 35 atributos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente projeto foi estudar as dificuldades dos deficientes visuais e
recém chegados no IFC Campus Avançado Sombrio e desenvolver um sistema onde tais
dificuldades sejam contornadas, a partir dos quais é possível dizer que os objetivos foram
concluídos parcialmente, tendo em vista que algumas funcionalidades não foram
desenvolvidas, como as telas de calendário, horários, cronogramas personalizados e
regulamentos.
No decorrer do desenvolvimento do presente projeto, foi encontrado a
necessidade de um maior entendimento das matérias de programação e banco de dados, nas
aplicações desenvolvidas, como também pesquisas na área das deficiências, a fim de entender
quais são os maiores obstáculos dos deficientes visuais e como desenvolver o presente projeto
de forma acessível. Para o projeto, foram necessários alguns ajustes no que diz respeito ao
banco de dados, que não atendia as necessidades, e também alguns ajustes na interface do
usuário, de modo a prover maior acessibilidade.
Até o presente momento do desenvolvimento deste projeto, foram concluídas
as etapas de conceituação, modelagem do projeto de software, desenvolvimento do sistema e
testes do sistema. Conforme o andamento do projeto, é pretendido implementar as seguintes
telas e funcionalidades: Cronogramas personalizados, tela de horários, calendário e por fim a
tela com as normas vigentes do ifc.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Estatuto da Pessoa Com
Deficiência. 3. ed. Brasília, DF, 9 jun. 2015.
CORMEN, Thomas .H et al. ALGORITMOS. 2. ed. São Paulo; Editora Elsevier, 2002;
Deficiência visual. Governo do Paraná. 2019. Disponível em: “”. Acesso em: 12 out 2021;
WELLING, Luke; THOMSON Laura. PHP e MySQL Desenvolvimento Web. 3. ed. Rio de
Janeiro: Editora Elsevier, 2005.