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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

ARIEL LUCAS DA CUNHA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO DE CAMPAINHA INTELIGENTE


PARA AUXILIAR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM SEU
COTIDIANO

ANGICOS
2022
ARIEL LUCAS DA CUNHA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO DE CAMPAINHA INTELIGENTE


PARA AUXILIAR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM SEU
COTIDIANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal Rural do Semi-Árido
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Sistemas de Informação.

Orientadora: Joêmia Leilane Gomes de


Medeiros, Profª. Dra.

Co-orientadora: Welliana Benevides Ramalho,


Profª. Ma.

ANGICOS
2022
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°
9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva
ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

S586d Silva, Ariel Lucas da Cunha.


Desenvolvimento de um protótipo de campainha
inteligente para auxiliar pessoas com deficiência
auditiva em seu cotidiano / Ariel Lucas da Cunha
Silva. - 2022.
71 f. : il.

Orientadora: Joêmia Leilane Gomes de Medeiros.


Coorientadora: Welliana Benevides Ramalho.
Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Sistemas de
Informação, 2022.

1. Internet das coisas. 2. Acessibilidade. 3.


Deficiência auditiva. 4. Tecnologia assistiva. 5.
Simulação. I. Medeiros, Joêmia Leilane Gomes de,
orient. II. Ramalho, Welliana Benevides, co-
orient. III. Título.

Ficha catalográfica elaborada por sistema gerador automáto em conformidade


com AACR2 e os dados fornecidos pelo) autor(a).
Biblioteca Campus Angicos
Bibliotecário: Helder Romero Maia Duarte
CRB: 15/673

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
ARIEL LUCAS DA CUNHA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO DE CAMPAINHA INTELIGENTE


PARA AUXILIAR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA EM SEU
COTIDIANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal Rural do Semi-Árido
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Sistemas de Informação.

Defendida em: 23 / 11 / 2022.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Joêmia Leilane Gomes de Medeiros, Profª. Dra. (UFERSA)
Presidente

_________________________________________
Welliana Benevides Ramalho, Profª. Ma. (UFERSA)
Vice-presidente

_________________________________________
Francisco de Assis Pereira Vasconcelos de Arruda, Prof. Dr. (UFERSA)
Membro Examinador

_________________________________________
Alessandra Miranda Mendes Soares, Profª. Dra. (UFERSA)
Membro Examinador
AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento deste trabalho contou com a participação direta e indiretamente de


várias pessoas, dentre as quais agradeço:
Às professoras orientadoras, Leilane e Welliana, que durante toda a construção desta
pesquisa me acompanham e auxiliam na elaboração do projeto.
Aos meus pais, que me incentivaram e serviram como referência para minhas
conquistas.
Aos meus amigos, em especial Dennyson Bruno, pela compreensão das ausências e pelo
afastamento temporário necessário para o desenvolvimento da pesquisa.
Às demais pessoas que mesmo nos bastidores acreditavam na minha capacidade e torciam por
mim.
“I dont’t have dreams, I have goals. Now I’m aiming to the next one.”
– Harvey Specter (Suits)
RESUMO

A internet das coisas (IoT) ganhou espaço na sociedade devido sua capacidade de
conectar inúmeros dispositivos através da rede. É um viés tecnológico com uma crescente
aplicação nas mais variadas áreas, sendo uma delas, a otimização do bem-estar pessoal. Pessoas
em geral se beneficiam com o uso da IoT para que sua qualidade de vida seja potencializada,
porém, este trabalho visa aplicar a tecnologia IoT nas vidas de pessoas com deficiência que
demandam um pouco mais de atenção, sendo voltada exclusivamente para pessoas com
deficiência auditiva. Devido a falta total ou parcial de sua audição, o indivíduo perde um pouco
de sua autonomia e, em alguns casos, se torna dependente de um cuidador ou acompanhante,
tornando sua vida social dolorosa. Dessa forma, foi observado que, mesmo dentro de sua
residência, a pessoa com deficiência auditiva necessita de meios que ofereçam maior nível de
independência e que, por meio de dispositivos inteligentes, a tecnologia com base na internet
das coisas venha o auxiliar a adquirir mais autonomia. Assim sendo, este trabalho propõe o
desenvolvimento de um protótipo de campainha inteligente voltada para a assistência do surdo
dentro de sua própria residência, com dispositivos que garantam a entrega das informações.
Foram feitas buscas, seleções e análises dos mais variados artigos, livros e periódicos para a
construção deste documento, desde aplicações utilizando IoT e adversidades da pessoa com
deficiência auditiva, à tecnologias voltadas para garantir acessibilidade a esses indivíduos. Em
meio a esses estudos, foi observado que há uma inclinação maior para o desenvolvimento de
automação residencial como artifício para assistir as pessoas com deficiência. Para
demonstração das vantagens da casa inteligente como recurso para o indivíduo com deficiência
auditiva, é apresentado simulações na ferramenta Cisco Packet Tracer com dispositivos IoT
dispersos pela casa e o desenvolvimento de um protótipo de campainha inteligente baseada na
simulação.

Palavras-chave: Internet das coisas. Acessibilidade. Deficiência auditiva. Tecnologia


assistiva. Simulação.
ABSTRACT

The internet of things (IoT) has gained space in society due to its ability to connect
numerous devices through the network. It is a technological bias with a growing application in
the most varied areas, one of which is the optimization of personal well-being. People in general
benefit from the use of IoT so that their quality of life is enhanced, however, this work aims to
apply IoT technology in the lives of people with disabilities who demand a little more attention,
being aimed exclusively at people with hearing impairments . Due to the total or partial lack of
hearing, the individual loses some of his autonomy and, in some cases, becomes dependent on
a caregiver or companion, making his social life painful. Thus, it was observed that, even within
their homes, people with hearing disabilities need means that offer a greater level of
independence and that, through smart devices, technology based on the internet of things will
help them to acquire more autonomy. Therefore, this work proposes the development of a
prototype of an intelligent doorbell aimed at assisting deaf people within their own homes, with
devices that guarantee the delivery of information. Searches, selections and analyzes of the
most varied articles, books and journals were carried out for the construction of this document,
from applications using IoT and adversities of the person with hearing impairment, to
technologies aimed at ensuring accessibility to these individuals. In the midst of these studies,
it was observed that there is a greater inclination towards the development of home automation
as a device to assist people with disabilities. To demonstrate the advantages of the smart home
as a resource for the hearing-impaired individual, simulations are presented in the Cisco Packet
Tracer tool with IoT devices dispersed throughout the house and the development of a prototype
of a smart doorbell based on the simulation.

Keywords: Internet of Things. Accessibility. Hearing deficiency. Assistive technology.


Simulation.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DE CARROS AUTÔNOMOS 21


FIGURA 2 – TELA DO APPLE WATCH AGUARDANDO CONFIRMAÇÃO DE
BEM ESTAR DO USUÁRIO ...................................................................... 22
FIGURA 3 – DISPOSITIVO ECHO DOT AMAZON (DISPOSITIVO LUMINOSO A
DIREITA) ..................................................................................................... 25
FIGURA 4 – INTERFACE DO CISCO PACKET TRACER ............................................. 38
FIGURA 5 – LAYOUT DE UMA SIMULAÇÃO NO CISCO PACKET TRACER ........... 41
FIGURA 6 – CONFIGURAÇÃO DO SERVIDOR DHCP ............................................... 42
FIGURA 7 – CONFIGURAÇÃO DO PONTO DE ACESSO PARA QUE HAJA
CONEXÃO SEM FIO .................................................................................. 42
FIGURA 8 – CONFIGURAÇÃO DE UM SMARTPHONE PARA CONEXÃO COM O
PONTO DE ACESSO .................................................................................. 43
FIGURA 9 – CONFIGURAÇÃO DO SERVIDOR LOCAL COMO IOT ........................ 43
FIGURA 10 – CONFIGURAÇÃO DOS DISPOSITIVOS PARA QUE HAJA
CONEXÃO COM O SERVIDOR IOT ........................................................ 44
FIGURA 11 – INTERFACE DE AUTENTICAÇÃO NO NAVEGADOR PARA
ACESSO AOS DISPOSITIVOS IOT .......................................................... 44
FIGURA 12 – LISTA DOS DISPOSITIVOS IOT DISPONÍVEIS PARA INTERAÇÃO
PELO SERVIDOR ....................................................................................... 45
FIGURA 13 – LISTA DE CONDIÇÕES PREVIAMENTE CONFIGURADAS PARA
OS DISPOSITIVOS IOT ............................................................................. 46
FIGURA 14 – EQUIPAMENTOS SELECIONADOS PARA PONTO DE ACESSO
(ESQUERDA) E SERVIDOR LOCAL (DIREITA) .................................... 46
FIGURA 15 – LAYOUT DA PORTA PRINCIPAL NA SIMULAÇÃO DO CISCO
PACKET TRACER ........................................................................................ 47
FIGURA 16 – A CAMPAINHA NÃO FOI PRESSIONADA (SINAL APAGADO) ........ 49
FIGURA 17 – A CAMPAINHA FOI PRESSIONADA (SINAL ACESSO) ...................... 49
FIGURA 18 – CÓDIGO EM PYTHON NO MICROCONTROLADOR PARA
ORDENAR O COMPORTAMENTO DO BOTÃO E DO ALARME ........ 49
FIGURA 19 – ACESSO A CÂMERA PELO SERVIDOR CONTENDO A IMAGEM
QUE ESTÁ SENDO CAPTADA ................................................................. 50
FIGURA 20 – ESTADO DA PORTA SENDO VISTA PELO SERVIDOR ...................... 50
FIGURA 21 – PLACA WEMOS D1 MINI PRO ................................................................ 53
FIGURA 22 – ILUSTRAÇÃO DO PROTÓTIPO .............................................................. 54
FIGURA 23 – BATE PAPO COM AS INFORMAÇÕES DO NOVO BOT ...................... 55
FIGURA 24 – CHAT DO NOVO BOT CRIADO ............................................................... 56
FIGURA 25 – ESQUEMA EM IMAGEM DO FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO .. 57
FIGURA 26 – BATE PAPO COM MENSAGEM DE ATIVAÇÃO ENVIADA ............... 58
FIGURA 27 – NOTIFICAÇÃO NA BARRA DE NOTIFICAÇÕES DO SMARTPHONE 58
FIGURA 28 – NOTIFICAÇÃO NA TELA PRINCIPAL DO APLICATIVO
TELEGRAM .................................................................................................. 59
FIGURA 29 – NOTIFICAÇÃO NO BATE PAPO .............................................................. 59
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DA SURDEZ QUANTO AO GRAU DE


COMPROMETIMENTO ............................................................................ 27
QUADRO 2 – DESCRIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES DO COMITÊ DE
AJUDAS TÉCNICAS ................................................................................. 33
QUADRO 3 – CATEGORIAS DA UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA .... 35
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – PERCENTAGEM PARA PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO DE


VAGAS ........................................................................................................ 29
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 15
1.1 Objetivos ................................................................................................. 16
1.1.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 16
1.1.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 16
1.2 Justificativa ............................................................................................ 16
1.3 Materiais e métodos ............................................................................... 17
1.4 Estrutura do trabalho ........................................................................... 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 19
2.1 Internet das coisas .................................................................................. 19
2.1.1 Aplicabilidade da Internet das coisas ...................................................... 20
2.2 Acessibilidade ......................................................................................... 25
2.2.1 Deficiência Auditiva ou surdez................................................................ 26
2.3 Adversidades das Pessoas com Deficiência Auditiva .......................... 28
2.3.1 Educação .................................................................................................. 28
2.3.2 Mercado de Trabalho ............................................................................... 29
2.3.3 Saúde ....................................................................................................... 30
2.3.4 Âmbito familiar ....................................................................................... 31
2.4 Tecnologia Assistiva .............................................................................. 33
3 SIMULAÇÃO DO AMBIENTE FÍSICO ............................................ 38
3.1 Cisco Packet Tracer ............................................................................... 38
3.1.1 Simulação da Casa Inteligente ............................................................... 40
4 DESENVOLVIMENTO FÍSICO ......................................................... 50
4.1 Justificativa da seleção dos dispositivos ............................................... 50
4.2 Estrutura e especificações do protótipo ............................................... 51
4.2.1 Estrutura física ......................................................................................... 52
4.2.2 Estrutura lógica ........................................................................................ 53
4.3 Funcionalidade ....................................................................................... 55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 58
5.1 Trabalhos Futuros ................................................................................. 59
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 60
APÊNDICE A – CÓDIGO PARA INSTRUÇÃO DA PLACA
WEMOS ................................................................................................. 69
15

1 INTRODUÇÃO

Com o exponencial avanço tecnológico, é visto cada vez mais no cotidiano das pessoas
a necessidade de se conectar à Internet, não sendo diferente aos equipamentos que fazem parte
da rotina de uma residência. Acompanhando esse avanço, é notório o uso de “dispositivos
inteligentes” para uma experiência mais cômoda dos usuários e respostas imediatas dos
aparelhos.
Internet das coisas, do inglês Internet of Things e comumente abreviado para IoT, foi
um termo inventado por Kevin Ashton (nascido em 1968) – propondo o conceito pela primeira
vez em 1999 – “para descrever um sistema onde a internet está conectada ao mundo físico via
sensores onipresentes” (GOKHALE; BHAT, O; e BHAT, S, 2018, pg 41).
Por uma perspectiva mais atual, Coelho (2017) define IoT como um sistema que
interliga dispositivos de forma que se comuniquem e haja transferência de dados sem nenhuma
intervenção humana. Exemplos desses dispositivos são sensores que interagem com o ambiente
no qual foi inserido captando informações e, assim, gerando os dados.
Perceptivo nos mais variados elementos usados habitualmente, a internet das coisas
pode ser encontrada em tomadas, lâmpadas, interruptores, fechaduras entre outros objetos,
fazendo parte da vivência pessoal e permitindo um maior controle e segurança sobre o
ambiente, além do conforto que o comando a distância traz, também consegue-se tornar o
ambiente automatizado estabelecendo prévia configuração.
A inserção da IoT em nossas vidas tem como um dos objetivos ajudar nas necessidades
advindas do dia a dia, e, para pessoas com deficiência, existe ainda mais carência nesse quesito.
Pensando nisso, este trabalho tem o objetivo desenvolver um protótipo de uma campainha com
dispositivos inteligentes através da internet das coisas para auxiliar pessoas com deficiência
auditiva com seus afazeres e incidentes visando uma vida independente e autônoma.
Objetivando clareza na visualização do desenvolvimento proposto, criar-se-á uma
simulação demonstrando o funcionamento e o comportamento de dispositivos inteligentes,
assim como a forma que podem ser administrados pelo usuário. A ferramenta utilizada será o
Cisco Packet Tracer, que permite criar simulações e, a partir da versão 7.0.0, já encontra-se
componentes que ajudam os usuários a simular uma rede de internet das coisas, sendo possível
adicionar dispositivos inteligentes, componentes, sensores, atuadores e também dispositivos
que simulam mini controladores como Arduino ou Raspberry Pi (FINARDI, 2018).
Além de ser de fácil acesso e aprendizado, esta ferramenta foi escolhida devido sua
variedade e compatibilidade dos componentes de rede, onde podem ser executados em
16

programas padrão ou podem ser personalizados programando-os com Java, Phyton, Blockly e
outras linguagem, tornando o Cisco Packet Tracer ideal para a criação de simulações
(FINARDI, 2018).

1.1 Objetivos

Nesta seção será descrito de forma concisa os objetivos que serão atingidos com o
desenvolvimento desta pesquisa, sendo divididos em objetivo geral explanando de uma forma
geral o que será atingido no término deste estudo, e objetivos específicos detalhando o passo a
passo feito para atingir o objetivo geral.

1.1.1 Objetivo Geral

Desenvolver um protótipo de uma campainha inteligente com intuito de auxiliar pessoas


com deficiência auditiva a realizar tarefas cotidianas e adquirir autonomia sobre suas vidas
dentro de sua própria casa.

1.1.2 Objetivos Específicos

O trabalho em questão tem como objetivos específicos:


● Estudar Internet das Coisas e a aplicação desse sistema a favor da sociedade;
● Estudar Tecnologia Assistiva e o impacto do desenvolvimento dessa tecnologia no
auxílio para pessoas com deficiência;
● Explanar as dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência auditiva no
ambiente doméstico;
● Desenvolver uma simulação na ferramenta Cisco Packet Tracer da campainha
inteligente.
● Obtenção de dispositivos IoT para o desenvolvimento do projeto físico baseado na
simulação feita no Cisco Packet Tracer.

1.2 Justificativa

Diversos dispositivos IoT são encontrados no mercado presentemente e suas aplicações


são ainda mais diversas, como a implementação de dispositivos inteligentes no transporte para
17

desenvolvimento de veículos autônomos, na saúde para monitoramento da condição pessoal,


nos negócios para obtenção de informações e ganho de vantagem competitiva e em residência
para agilidade e auxílio na realização de tarefas.
Dada a necessidade das pessoas com deficiência auditiva em obter maior autonomia e
independência sobre sua própria vida, excluindo a precisão de um terceiro o supervisionando,
o desenvolvimento de um ambiente que o faça se sentir autossustentável reforça seu direito à
qualidade de vida, melhorando sua autoestima e prazer na vida social.
A deficiência auditiva foi escolhida como foco deste documento para apresentação de
uma resolução simples que auxiliaria pessoas com certo nível de dependência. Por ser tratar de
uma deficiência com presença social relativamente baixa, quando comparada às demais, sendo
a comunidade surda equivalente a 5,1% (IBGE, 2010), consegue-se atender a um grupo
necessitado com pouco recurso e complexidade.
Ademais, por se tratar também de um assunto que rodeava o ambiente do autor devido
convívio, mesmo que pouco, com familiares com deficiência auditiva, onde acompanhou de
perto todas as adversidades enfrentadas pelo seu familiar, atribuiu peso maior para o tema
escolhido para esta pesquisa.
Para mais, com a disciplina de LIBRAS na graduação, onde aprofundou o estudo da
Linguagem Brasileira de Sinais como forma de inclusão no meio profissional, sendo uma
pessoa com deficiência auditiva um possível cliente, é necessário que seja estabelecida uma boa
comunicação, criando uma certa empatia com a comunidade das pessoas com deficiência
auditiva.
Desse modo, o uso da internet das coisas para o desenvolvimento de um ambiente que
garanta uma maior liberdade e autogoverno de pessoas com deficiência auditiva é primordial,
principalmente dentro de sua própria casa, ambiente onde o indivíduo tem mais familiaridade
e uma crescente sensação de bem-estar.

1.3 Materiais e Métodos

A metodologia utilizada no projeto envolve tanto estudo teórico quanto prático,


realizando processos baseados no estudo proposto por Kitchenham e Charters (2007) e
adaptados do estudo de Rebouças (2019), dividindo o processo metodológico teórico em três
etapas: o planejamento, a execução e a sumarização. Toda a pesquisa se deu através da busca,
estudo e extração de dados relevantes para apresentação e resolução da problemática, em
artigos, periódicos, livros e jornais. As buscas foram feitas em base de dados científicos como
18

no Portal de Periódicos da CAPES, no IEEE Xplore e na Biblioteca Eletrônica Científica Online


(SciELO), assim como na Constituição e em normativas.
A primeira etapa iniciou-se com um planejamento de como seriam feitas as buscas e
todo o processo de desenvolvimento da pesquisa. Foi determinado que as buscas seriam
realizadas a partir de termos da área envolvida, palavras chaves e sinônimos nas bases de dados
citadas anteriormente, dessa forma, encontra-se facilmente pesquisas relacionadas e de grande
relevância para incremento de conteúdo científico, enquanto que o desenvolvimento seria a
partir da seleção dos documentos, um estudo com base nesses documento e acréscimo de
informação que agregassem à pesquisa.
As palavras chaves utilizadas na etapa de planejamento, assim como os sinônimos e
outros termos, foram: internet das coisas (IoT), aplicação da internet das coisas, tecnologia
assistiva, ISO (Organização Internacional de Normalização) para tecnologia assistiva, pessoas
com deficiência auditiva e suas dificuldades, mercado de trabalho para pessoas com deficiência
auditiva e acessibilidade.
Já na etapa seguinte, quando todo o planejamento já foi concretizado, dá-se início à
execução do que foi discutido na etapa anterior, onde tem-se: a busca, que é feita por meio de
palavras chaves ou termos relacionados nas bases de pesquisas científicas a fim de encontrar
inúmeras pesquisas; e a seleção dos trabalhos, que foram feitos a partir da sua relação e
compatibilidade com a pesquisa em questão, analisando as palavras chaves, o título e também
o resumo, excluindo os documentos onde houvesse certo nível de evasão da temática.

1.4 Estrutura do Trabalho

Formada por 5 capítulos, a estrutura do trabalho é subdividida do seguinte modo:


a) No Capítulo 1 encontra-se uma visão geral com uma introdução do tema
proposto, assim como a problemática abordada, a justificativa base da pesquisa
e os objetivos a serem atingidos, bem como os métodos utilizados para
construção deste documento.
b) O Capítulo 2 discorre uma concepção do termo internet das coisas e sua
aplicabilidade em algumas áreas distintas e também obstáculos em diferentes
situações dos quais pessoas com deficiência auditiva se deparam. Por fim, expõe
as tecnologias assistivas, utilizadas para auxiliar pessoas com deficiência em
tarefas do cotidiano.
19

c) O Capítulo 3, é apresentado, através da ferramenta Cisco Packet Tracer,


simulações de uma casa inteligente voltada para um indivíduo surdo. Estreitando
a simulação para uma campainha inteligente que o auxiliará dentro de casa.
d) O Capítulo 4 Apresenta o protótipo desenvolvido a partir do que foi discutido
nos tópicos anteriores e baseado na simulação feita com a aplicação Cisco Packet
Tracer.
e) Para finalizar, no Capítulo 5, tem-se a conclusão do trabalho e possíveis
trabalhos futuros.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Internet das Coisas

Nascido em 1999, o termo internet das coisas vem sendo cada vez mais pronunciado e,
ao longo dos seus 23 anos de existência, é mais explorado o estudo sobre a conexão, autonomia
e troca de informações entre “coisas” (casas, veículos, máquinas e dispositivos de
infraestrutura). Segundo Ashton, “se nós tivéssemos computadores que soubessem tudo que há
pra para saber sobre coisas – usando dados que eles coletaram sem nenhuma ajuda nossa – nós
seríamos capazes de rastrear e contar tudo e reduzir bastante o desperdício, a perda e o custo”.
Além disso, o autor afirma que as pessoas não são boas em capturar dados do mundo real, já
que temos tempo, atenção e precisão limitados, assim, promove a ideia de capacitar sistemas
computacionais com autonomia na coleta de dados, o suficiente para que possam ver, ouvir e
sentir o mundo por si mesmos (ASHTON, 2009).
Apesar de duas décadas de estudo e, devido a constante evolução e desenvolvimento da
tecnologia, a definição de IoT ainda não é unânime e se encontra em processo de formação, já
que cada autor a define com diferentes perspectivas. Segundo Serafim (2014), a Internet das
coisas apoia-se na ideia de transformar variados objetos de uso diário em dispositivos
inteligentes através da comunicação entre eles pela internet, enquanto que para Mattern e
Floerkemeier (2010), não se trata somente de uma só tecnologia que incorpora diferentes
tecnologias, e sim uma representação da extensão da internet por meio de objetos do cotidiano,
estreitando o espaço existente entre o virtual e o real.
Clark (2016) interpreta a IoT como sendo qualquer dispositivo – desde que tenha um
botão de ligar e desligar – conectado à internet e a outros dispositivos. O autor reforça a ideia
20

dizendo que se trata de uma rede gigante de coisas e pessoas conectadas onde há coleta e
compartilhamento de dados entre si sobre o uso desses dados e o ambiente a sua volta.
Considerada por Evans (2011) uma das criações mais importantes da história humana,
a internet e a representação da sua próxima evolução, a IoT, segundo ele, proporcionará mais
conforto, comodidade e aumento na qualidade de vida da população. Ademais, Forsetto e De
Souza (2015) reforçam essa ideia afirmando que a IoT apresenta-se com uma proposta de
auxiliar nas tarefas do cotidiano, tornando-as mais fáceis, e que essa mudança já pode ser notada
no nosso dia a dia.
Como um dos serviços utilizados em uma rede de internet das coisas, a computação em
nuvem, segundo Finardi (2018), deve garantir o fácil acesso e o provimento de recursos de
computação além de ser possível de qualquer lugar. A autora afirma que a prosperidade
estendida da tecnologia IoT se dá pela chegada de redes modernas, rápidas, confiáveis, de baixa
latência e baixo custo.
Como aponta Nader, Silva e Souza (2021), as possibilidades da aplicação da tecnologia
IoT vão desde pequenos sensores em animais até os mais modernos equipamentos utilizados
em prédios inteligentes. Com sua globalização, a Internet of Things (IoT) pode ser observada
nas mais diversas áreas e algumas delas serão brevemente apresentadas a seguir.

2.1.1 Aplicabilidade da Internet das Coisas

Sendo constante e crescente a dependência da tecnologia em nossas vidas, seja para


entretenimento, locomoção ou comunicação, o contato com dispositivos inteligentes é rotineiro,
e toda essa interação pode ser vista no transporte, na indústria, na saúde, na agricultura, nos
negócios e em residências.

● Transporte

Conforme apresentado por Datta (2000), o transporte desempenha um papel


importantíssimo em qualquer sistema econômico, sendo ele desenvolvido ou ainda em
desenvolvimento, aumentando eficiência na comunicação e estimulando o processo de
atividades econômicas, como o deslocamento de pessoas para suas necessidades e lazer
(empregos, saúde, educação, entretenimento etc.).
Quando o assunto envolve tecnologia e transporte, logo se fala da nova era tecnológica
automotiva, os carros autônomos, com sua capacidade de desempenhar algumas tarefas isentas
21

da interferência humana para tal. Exemplos disso vê-se com o estacionamento automático
através de um assistente com auxílio de sensores embutido nos veículos, segundo Pereira e
Botelho (2018), “existe ainda a latente chance de que veículos não necessitarão da dependência
humana na condução do ponto A ao ponto B”. Com a inexistência desta dependência, espera-
se que haja redução de eventualidades no trânsito e poluidores, além da queda no rendimento
humano devido ao estresse causado nos congestionamentos (GASQUES, 2015).
A Figura 1 ilustra o funcionamento de carros autônomos e a comunicação entre eles
através da IoT, com troca de informações sobre os veículos e sobre as vias transitadas,
auxiliando pessoas com deficiência no geral a se locomoverem com segurança.

FIGURA 1 - ILUSTRAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DE CARROS AUTÔNOMOS

Fonte: MANCUZO (2022)

● Indústria

Como já citado anteriormente, a internet das coisas veio para auxiliar indivíduos
facilitando o cumprimento e acelerando o processo de resolução de determinada tarefa, não
sendo diferente no ambiente fabril onde empregadores utilizam dessa tecnologia para
monitorar, coletar dados, tomar decisões e garantir segurança de suas indústrias. Segundo
22

Flórez, Rosário e Hurtado (2020), a IoT pode ser aplicada na indústria como uma ferramenta
para melhorar um sistema de serviço, utilizando dispositivos conectados à rede para coleta de
dados e auxiliando no gerenciamento, havendo otimização na utilização de recursos e
melhorando a qualidade do serviço.

● Saúde

Em um instrumento como o relógio, que foi criado com o simples intuito de informar
as horas, conseguimos ver a presença da internet das coisas, já que além das horas, alguns
modelos de relógios inteligentes apresentam outras informações. Em modelos de smartwatch
da Xiaomi – empresa chinesa de tecnologia –, tem-se acesso à funções esportivas com o
acompanhamento de passos, distâncias, queima de calorias, e funções de monitoramento de
saúde com o monitoramento de frequências cardíacas, oxigênio no sangue e até mesmo do ciclo
menstrual (XIAOMI, 2022).
Em outros modelos, como os da Apple, por exemplo, vê-se casos onde tal dispositivo
ajuda diretamente na manutenção da vida do usuário, salvando-o de complicações onde não
seja possível uma solicitação direta de socorro. Segundo Ikoba (2022), em Janeiro de 2022 na
cidade de Atlanta, ao detectar uma queda sofrida pelo usuário, o Apple Watch, na ausência de
uma confirmação de bem estar (Figura 2), alertou o Centro de Comunicações de Emergência
do Condado de Clayton e, doze minutos depois do alerta, o Corpo de Bombeiros de Morrow
City localizou o homem semiconsciente e delirante, e prestou o devido socorro.

FIGURA 2 - TELA DO APPLE WATCH AGUARDANDO CONFIRMAÇÃO DE BEM ESTAR DO


USUÁRIO

Fonte: Ikoba (2022)


23

Desse modo, as inovações tecnológicas na área da saúde por meio da IoT vão desde
simples dispositivos que auxiliam o usuário na tentativa de uma vida mais saudável, ao
acompanhamento remoto de pacientes pelo médico e até mesmo uso de dispositivos vestíveis
(wearables), sensores para monitoramento do ambiente, ingestão de remédios e detecção de
acionamento de emergência (SILVA E OLIVEIRA, 2017).

● Agricultura

Em um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa de Agricultura Orgânica (FiBL)


juntamente com a Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM)
em 2014 mostra o Brasil como o décimo país em extensão de terras voltadas à agricultura
orgânica, apesar de uma proporção de apenas 0,27% quando relacionada ao total de terra
agrícola do país (FiBL & IFOAM, 2014). Sendo um país onde sua economia é fundamentada
na agricultura, vemos a necessidade da implementação da internet das coisas nessa área, já que,
segundo Gobi (2019), “uma série de fatores podem ser monitorados e calculados, gerando maior
precisão no uso de fertilizantes, maior economia e alta produtividade”.
Das várias tecnologias utilizadas na agricultura, destaca-se o PotatoScanner,
desenvolvido para medir a temperatura da superfície da planta e controlar por meio de um
aplicativo Android (Gernert & Wolf, 2017), e a ZigBee, tecnologia que permite identificar
pragas, seca ou aumento da umidade, fornecendo informações cruciais para tomada de decisão
quanto à irrigação e controle de pragas do local. (Zhu, Lin, Xiaojing, & Yuanguai, 2012).

● Negócios

Bem sabe-se sobre a importância das informações e quão significativo é a velocidade


com que elas chegam ao destino dentro de uma organização, desde um simples ponto eletrônico,
para controle do cumprimento de carga horária de funcionários, até o nível de aceitação de um
produto ou serviço no mercado, essencial para tomada de decisão. Tais informações, como
apresentado por Domingos et al (2014), são cruciais para obtenção de vantagem competitiva
nos processos de negócio e são adquiridas por intermédio da internet das coisas que, por sua
vez, fornece informações do mundo em tempo real.
Os dados são necessários para tomada de uma boa decisão frente a adversidades que
venham afetar a organização, e, através da implementação da IoT em uma corporação, esses
dados podem ser facilmente coletados, analisados e esquematizados.
24

Segundo Chen (2017), com a comunicação entre máquinas, além de minimizar a


dependência humana na execução da tarefa feita pela máquina, seria possível reduzir o custo
da produção, aumentar a produtividade e prevenir falhas dos equipamentos, já que os
equipamentos coletariam dados e notificariam acerca da necessidade de uma manutenção.

● Residências

No âmbito da internet das coisas, o uso de dispositivos inteligentes com foco na


automatização residencial tem incessante e nítido crescimento. São vários os dispositivos que
podemos citar e entre eles estão, por exemplo, lâmpadas automáticas com horário de
funcionamento – otimizando o consumo de energia –, portas com desbloqueio automático – em
caso de fechadura inteligente – e controle de eletrodomésticos com interação remota. Como
citado anteriormente, o uso da IoT nos traz conforto, segurança e, por consequência, o bem-
estar do indivíduo, além da otimização do tempo, já que a necessidade de intervenção humana
em algumas tarefas estão sendo substituídas pela realização automática dos dispositivos.
No caso do desenvolvimento de uma Smart-Home, Finardi (2018) afirma que:

“[...] simulam uma experiência domótica onde dispositivos inteligentes IoT são
conectados a uma rede local para dar automação dentro de casa. Exemplos de
automação residencial incluem controle climático, eventos de alarme e segurança,
armazenamento de eletricidade e luzes inteligentes” (FINARDI, 2018)

Como apresentado por Maradei (2016), já se encontra em algumas residências a


possibilidade do controle de dispositivos somente por meio do uso do Smartphone. A empresa
Amazon, por exemplo, desenvolveu uma assistente virtual chamada Alexa que, através de um
aplicativo instalado em um smartphone, pode-se configurar o comportamento de aparelhos
compatíveis com ela, como o Echo Dot – um alto-falante inteligente, como é descrito pela
própria empresa, e pode ser visualizado na Figura 3. Esses comportamentos podem ser
configurados para que, dado comando de voz à assistente, o dispositivo adote um procedimento
previamente definido correspondente àquele comando e, em casos de outros dispositivos
compatíveis como lâmpada, tomada e fechadura, comandos de apagar a luz da cozinha, ligar
TV da sala e abrir porta do quarto será rotineiro.
25

FIGURA 3 - DISPOSITIVO ECHO DOT AMAZON (DISPOSITIVO LUMINOSO A DIREITA)

Fonte: https://www.amazon.com.br/

2.2 Acessibilidade
Uma vez contemplada a importância da internet das coisas na vida das pessoas, seja no
seu trabalho, em meios de locomoção e, principalmente, em casa que é onde desejamos e
podemos ter o máximo de conforto, e sendo acessibilidade a área que mais exige da IoT, já que
ela provê independência e mobilidade para pessoas com alguma necessidade especial
(AMORIM et al, 2018), será tratado da acessibilidade neste tópico e, na Subseção 2.4, o acesso
à ela por meio tecnológico.
À medida que a tecnologia se desenvolve, percebe-se um crescimento proporcional de
sua presença no dia a dia, assim como um aumento no desenvolvimento de dispositivos e
sistemas com o intuito de expandir a qualidade de vida dos indivíduos. Juntamente com a
acessibilidade, o avanço tecnológico permite quebrar alguns obstáculos no que diz respeito à
vida social. Segundo Art. 3º e Inciso I da Lei de Nº 13.146, de 2015, a acessibilidade define-se
como:

[...] possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia,


de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação
e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e
instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na
zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida
(Brasil, 2015).
26

Por ser parte essencial na promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência,
observa-se a importância da acessibilidade, já que não se trata apenas de promover o ato de ir
e vir do indivíduo, e sim garantir o que prevê a Constituição Federal de 1988, onde assegura
educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência
social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados como direito social
do cidadão, cumprindo os fundamentos da República Federativa do Brasil, dando ênfase na
cidadania e na dignidade da pessoa humana. (BRASIL, 1988)
Conforme mencionado na Lei de Nº 13.146 de 2015, no Art. 2º do Estatuto da Pessoa
com deficiência, a pessoa é considerada deficiente quando, a longo prazo, há restrições de
caráter físico, mental, intelectual ou sensorial, no qual, devido obstáculos, seu desempenho
social venha ser opilado em comparação com as demais pessoas. Ademais, no Art. 4º de mesma
lei, diz que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as
demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. (BRASIL, 2015)
Segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca
de 23,9 % da população brasileira afirmaram ter pelo menos uma deficiência entre a visual,
auditiva, motora e mental ou intelectual, representando, em números, cerca de 45 606 048
milhões de brasileiros, sendo o Nordeste a região com maior concentração de pessoas com pelo
menos uma dessas deficiências. Um total de 18,8% da população brasileira afirmam ter algum
nível de dificuldade em relação a sua visão, 7% com dificuldade motora, 5,1% em relação a sua
audição, 1,4% mental ou intelectual e 76,1% afirma não ter nenhum grau de dificuldade em
nenhuma das deficiências sondadas (IBGE, 2010).
Conforme mostra o censo do IBGE (2010), pouco mais de 20% da população brasileira
necessita de determinado auxílio, mesmo que mínimo, em seus afazeres – sejam eles voltados
para a autonomia em suas intimidades ou suporte em sua vida social –, fazendo com que a
tecnologia seja grande aliada nessa precisão de assistência. Como foco desta pesquisa, será
tratado no tópico a seguir acerca de pessoas com deficiência auditiva e, logo após, serão
apresentadas tecnologias com base em IoT voltada para qualidade de vida desse grupo de
pessoas.

2.2.1 Deficiência Auditiva ou Surdez

Segundo Monteiro et al. (2016), o termo surdo descreve indivíduos com a capacidade
reduzida de ouvir, sendo capaz de identificar alguns ruídos, ou a perda total da captação de
sons, não sendo possível a recepção de barulho algum. Ademais, apresenta duas classificações
27

para a surdez: a perda auditiva condutiva, caracterizada por obstáculos na orelha externa como
dano no tímpano; e perda auditiva neurossensorial (sensorioneural), que se dá por danos nas
células ciliadas da cóclea. Já no que diz respeito às causas, podem ser congênitas, referente à
surdez adquirida através de complicações na gestação, doenças transmitidas pela gestante ou
por hereditariedade, ou pode ser durante a vida devido viroses ou maus hábitos (MONTEIRO
et al, 2016).
Complementando o que é apresentado por Monteiro el al. (2016), o Ministério da
Educação (SEESP/MEC, 2006), para capacitação de professores no ensino e concretização dos
direitos de alunos surdos, descreve a surdez quanto ao tipo de perda auditiva, além da condutiva
e neurossensorial, como: mista, quando ocorre, não só no ouvido externo e/ou médio, mas
também no ouvido interno; e central, quando a alteração da audição ocorre no cérebro, desde o
tronco cerebral até às regiões subcorticais e córtex cerebral.
Através de um instrumento chamado audiômetro consegue-se medir, em decibéis (dB),
a sensibilidade auditiva de um indivíduo, sendo capaz de realizar testes quanto a capacidade e
o grau de comprometimento da audição. A classificação quanto ao desempenho da audição do
indivíduo se dá de acordo com a sensibilidade auditiva do mesmo, dividida nos seis níveis
mostrados no Quadro 1.

QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DA SURDEZ QUANTO AO GRAU DE COMPROMETIMENTO


Classificação da Limites da Audição
Descrição
Audição em decibéis (dB)
Nesse caso, o indivíduo não demonstra
Audição Normal De 0 à 15dB
perda da audição
O indivíduo tem dificuldade em identificar
Surdez Leve De 16 à 40dB sons como o tic-tac de um relógio ou um
cochicho.
Dificuldade em ouvir o canto de um pássaro
Moderada De 41 à 55dB
ou uma voz fraca
Dificuldade em ouvir uma conversação em
Acentuada De 56 à 70dB
tom normal da fala
Poderá ter dificuldade em ouvir ruídos de
Severa De 71 à 90dB
maquinas ou o tocar do telefone
28

Dificuldade em ouvir sons de alta


Profunda Acima de 91dB intensidade como o barulho do transito ou
de um avião decolando
Fonte: Adaptado de MEC (2006)

2.3 Adversidades das Pessoas com Deficiência Auditiva

Ao longo da história da humanidade e mesmo com a evolução do homem, a


marginalização daqueles que apresentavam alguma diferença da maioria sempre existiu. Não
sendo diferente para os surdos, que sofreram e, mesmo que em menor escala, ainda sofrem
desdém, abusos e negligência.
Mesmo com pouca informação sobre os surdos na Antiguidade, é conhecido que na
Roma Antiga, devido a língua oral ser o principal meio utilizado na vida pública além de ser
fator importantíssimo para a formação do cidadão, participação em festejos, comícios e no
comércio, os surdos tinham pouca participação na sociedade (SILVA; CAMPOS, 2014).
Nessa mesma época, acreditava-se que pessoas com deficiência eram imperfeitas e não
poderiam viver em sociedade como as pessoas ditas como normais, já que, segundo os
ensinamentos da Igreja Católica baseados na bíblia, o indivíduo foi criado à imagem e
semelhança de Deus, e, contendo essa “imperfeição”, não detinham alma e não eram dignas do
reino dos céus. Por outro lado, no oriente, esses indivíduos eram vistos como mediadores entre
o homem e a divindade, sendo consideradas criaturas agraciadas pelos deuses, porém, apesar
disso, não tinham privilégios sociais (SILVA; CAMPOS, 2014).

2.3.1 Educação

Segundo Moura (2010), no século IV a.C., os surdos não eram considerados humanos e
se caracterizavam como seres incapazes, não podendo ser educados, já que não conseguiam se
comunicar através da língua oral, que era defendida por Aristóteles – um dos grandes filósofos
da Grécia Antiga – como uma condição intrínseca ao homem (apud SOUZA, 2018).
Concomitantemente, Sacks (1998) dizia que, entre meados dos séculos V e XV, os
surdos não desenvolviam a fala e, por isso, eram considerados mudos, não havendo
comunicação oral entre seu familiares, apenas através de gestos eremíticos e singulares, dessa
forma, eram impossibilitados de serem alfabetizados.
29

O acesso e a inclusão de pessoas com deficiência auditiva à educação no Brasil deu


início somente em meados de 1857, quando o professor surdo Eduardo Huet chegou no Rio de
Janeiro, a pedido do Imperador D. Pedro II e, juntamente à ele, fundou o Imperial Instituto de
Surdos-Mudos, tendo a oportunidade na criação da LSCB – Língua de Sinais dos Centros
Urbanos – fator de grande relevância no processo de educação dessas pessoas. Porém, apesar
disso, é importante ressaltar “que as meninas surdas só tiveram direito à educação no início do
século XX quando surgiu o Instituto Santa Terezinha, em São Paulo” (ALVES, 2015).
Hodiernamente no Brasil, apesar de ter mais de um século desde a origem, a inclusão
dos surdos na educação e, por consequência, na sociedade, ainda é um desafio, tendo em vista
que escolas ainda não adotaram a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como parte de seu
acervo de ensino, não apenas como ensino fundamental no desenvolvimento do cidadão com
responsabilidade social como também no ensino superior para formação de profissionais.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep) retratado no Censo do Ensino Superior de 2013, apenas 12% das universidades federais
– sete das 59 universidades – ofertam graduação em Libras prevista em Lei, para que haja
formação de docentes voltados para o ensino de Libras nas últimas etapas do ensino
fundamental, ensino médio e educação superior (INEP, 2013).

2.3.2 Mercado de Trabalho

Mesmo com a Lei nº 8.213/91 em vigência – lei que dispõe os Planos de Benefícios da
Previdência Social (BRASIL, 1991) –, nota-se vários obstáculos na integração e conservação
de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. No Art. 93, representado pela Tabela 1,
mostra a porcentagem da quantidade de vagas que o empregador deve preencher com
beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência, no intuito de assegurar aos beneficiários
inclusão social e desfruto de serviços essenciais para a vida.

TABELA 1 - PERCENTAGEM PARA PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO DE VAGAS


Quantidade de vagas, em
Escala na quantidade de
Inciso porcentagem, a ser
empregados
preenchida
I De 100 à 200 empregados 2%
II De 201 à 500 3%
30

III De 501 à 1000 4%


IV Acima de 1000 5%
Fonte: Adaptado do art. 93 da Lei 8.213/91 (BRASIL, 1991)

Apesar disso, a inclusão dos surdos no mercado de trabalho, mesmo que para suprir essa
obrigação, é bem reduzida. Segundo Borges et al (2020), ainda é grande o preconceito existente
e a falta de preparo dos empregadores e das próprias empresas em adaptar-se para receber estes
candidatos, tendo em vista que, em alguns casos, organizações contratam apenas para desviar-
se da multa em caso do não cumprimento da lei. Ademais, destacam a falta de capacitação e
aptidão desse grupo de pessoas para exercer cargos mais altos, e que, mesmo com formação,
são destinados a cargos fora de seu conhecimento e de baixa remuneração, ou ainda, alocados
em exercícios que não demandam de comunicação (BORGES et al, 2020).
Com o pensamento que a inclusão das pessoas com deficiência no ambiente de trabalho
vá prejudicar o engajamento, a resolução de tarefas e atrasar a produção da empresa, alguns
proprietários enxergam os surdos apenas como uma cota a ser respeitada. Assim, como
apresentado por Thoma (2012), adotam um comportamento não inclusivo agindo como se os
surdos não precisassem de acessibilidade.
Além de todo a problemática voltada para o exercício do ofício, podem ser apresentados
também o preconceito existente no ambiente de trabalho, que é realçado por Nogueira (2014)
através de sua pesquisa, onde observou a exclusão dos surdos em eventos e confraternizações
pelos colegas de trabalho, não sendo notificados da realização dessas cerimônias e
desencorajados a participar.

2.3.3 Saúde

Apesar da quantidade notável de pessoas com deficiência residentes no Brasil, sendo a


comunidade surda equivalente à apenas 5,1% (IBGE, 2010), ainda existem muitas barreiras que
dificultam o acesso dessas pessoas à serviços essenciais como à saúde, desde o atendimento na
recepção de uma instituição até mesmo um acompanhamento médico, tendo em vista que a
maioria dos profissionais não detém conhecimento suficiente para estabelecer comunicação
entre os surdos, recorrendo a meios que dificultam a acessibilidade da pessoas com deficiência
auditiva auditiva.
Mesmo com o Decreto nº 5.626 (BRASIL, 2005), que determina que seja organizado
um atendimento nas redes do Sistema Único de Saúde – sistema que garante acesso integral,
31

universal e gratuito à saúde pública para toda a população do país – voltado para pessoas com
deficiência auditiva garantindo acessibilidade na área e o direito à saúde, segundo Souza et al
(2017), o SUS ainda sofre em exercer o objetivo para o qual foi criado devido uma cultura
social de preconceito e indiferença.
Tal problema encontrado no sistema de saúde pública, é reforçado por Tadesco e Junges
(2013) em sua pesquisa nos Postos de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição,
onde, através de entrevistas, identificou que os profissionais da rede GHC – desde
coordenadores à profissionais da saúde – sentem-se desconfortáveis e despreparados para
realizar um atendimento igualitário e recorrem a meios de comunicação como: a escrita, quando
o surdo tem a habilidade de ler; através de um intérprete, quando o acompanhante da pessoas
com deficiência traduz o que ele quer dizer; e com gestos, que, mesmo não sendo do alfabeto
oficial da LIBRAS, conseguem estabelecer um diálogo através de gestos universais, como
apontar para o local da dor.
Já para Ianni e Pereira (2009), os problemas que a comunidade surda enfrenta no acesso
ao serviço público de saúde, além da comunicação e falta de capacitação dos profissionais, são:
insumos tecnológicos, com a escassez de aparato tecnológico e adaptações que auxilie o
atendimento; e políticas públicas, como ausência de legendas em campanhas, fila preferencial
e falta de serviços.
Apesar disso, a problemática do acesso de pessoas com deficiência auditiva à
saúde começa antes mesmo da chegada até a instituição, já que, segundo Steinberg et al (2006),
a frequência com que os pacientes surdos buscam o sistema de saúde é reduzido em relação a
paciente ouvintes devido medo, desconfiança e frustração. Além disso, é relatado que os
pacientes com deficiência auditiva se sentem mais tranquilos e positivos quanto ao atendimento
quando há intérpretes certificados com experiência médica, profissionais de saúde com
habilidades em linguagem de sinais e profissionais que fizeram um esforço para melhorar a
comunicação. Houve ainda relatos de participantes que defendiam o dever de profissionais da
saúde em aprender mais sobre as propriedades socioculturais da surdez. (STEINBERG et al,
2006)

2.3.4 Âmbito familiar

Como apresentado, as barreiras sociais encontradas pelas pessoas com deficiência são
diversas e vão desde necessidades diárias de um cidadão à ambientes familiares, sendo este
último o mais prejudicial à autoestima do surdo, já que é a partir da família que deve existir a
32

inclusão e a construção das pessoas com deficiência auditiva quanto ao convívio social. Tal
pensamento é defendido por Pintanel, Gomes e Xavier (2013), quando apresentam a
importância da família no papel de cuidadores e responsáveis pelo desenvolvimento da criança,
alegando que o núcleo familiar é a primeira rede de apoio social.
Dentro de sua própria residência, o indivíduo surdo encara obstáculos que podem ser
superados desde que haja cooperação dos envolvidos. Um destes bloqueios é a comunicação
entre seus pais, irmãos, amigos e outras pessoas íntimas. Levando em consideração que a
comunicação é o núcleo da interação e aproximação entre as pessoas e necessário para
participação do indivíduo em qualquer ambiente, entre os mais diversos problemas encontrados
no dia-a-dia dos surdos, a falta de comunicação entre eles e ouvintes é fator grandemente
prejudicial à imersão social das pessoas com deficiência auditiva.
Segundo Negrelli e Marcom (2006, p.103), para que haja a construção do indivíduo
voltada para integração, participação, convivência e socialização, se faz necessário a
participação da família na comunicação do surdo estabelecendo um canal de linguagem comum.
Dessa forma os surdos se sentiram mais inclinados à uma participação social além de adquirir
independência sobre suas vidas e autonomia em relação a suas decisões e acareação de seus
problemas.
Em uma pesquisa realizada por Santiago et al (2019), constatou-se que a comunicação
e a relação entre os indivíduos é prejudicada dentro de casa devido falta de uma língua em
comum e, na tentativa de suprir a falta de uma linguagem na ausência do conhecimento de
LIBRAS, recorrem a gestos informais inviabilizando a eficácia da comunicação trazendo
detrimento da vida familiar e social do surdo. Ademais, mesmo com o uso dos gestos, a relação
se torna pouco proveitosa, já que os sinais não são suficientes de forma que a informação que
se deseja transmitir seja nítida e direta para que ambos se compreendam (SANTIAGO et al,
2019).
A utilização dos sinais informais, comumente desenvolvidos por familiares ouvintes de
pessoas surdas na tentativa de suprir a falta de conhecimento da LIBRAS, carecem de
vocabulário, o que torna difícil disseminar informações que necessitam de mais detalhes, além
de ser complexo para descrever situações já ocorridas, sendo possível somente apresentação de
um fato no momento do acontecimento (ADRIANO, 2010. p.34)
Apesar da existência de leis, decretos e movimentos sociais destinados a proporcionar
estado de igualdade e inclusão, pessoas com deficiência e/ou com mobilidade reduzida ainda
enfrentam adversidades, que vão desde locomoção dentro da própria casa, dificuldade de
inserção no mercado de trabalho e, até mesmo, desrespeito e preconceito. Podemos também
33

citar problemas com movimentação em locais públicos e privados, acesso à ambientes sem
adaptação, estabelecimentos sem atendimento apropriado, indiferença de um fragmento da
população e sistemas desenvolvidos sem área para pessoas com deficiência.
Tendo em vista a comodidade e inclusão de pessoas com deficiência, encontrou-se a
necessidade do desenvolvimento de dispositivos e sistemas que promovam essa satisfação. Para
descrever o conjunto de tecnologias que promove o bem estar das pessoas com deficiência,
temos o termo Tecnologia Assistiva, que, segundo Bersch e Tonolli (2006), é descrita como um
“arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades
funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e
inclusão”.
No tópico seguinte será apresentado exemplos de diferentes categorias de tecnologias
assistivas usadas para propiciar a autonomia e maior envolvimento de pessoas com deficiência
auditiva no cotidiano, principalmente no âmbito familiar e residencial.

2.4 Tecnologia Assistiva

Em novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da


República (SDHPR), pela Portaria nº 142 e estabelecido pelo Decreto nº 5.296/2004, instituiu
o Comitê da Ajudas Técnicas - CAT, reunindo profissionais da área e representação de órgãos
públicos cuja responsabilidades serão mostradas no Quadro 2 a seguir.

QUADRO 2 - DESCRIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES DO COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS


Incisos Descrição

Elaborar e aprovar o Regimento Interno e o Plano de Ação do Comitê de Ajudas


I
Técnicas

Monitorar o cumprimento das ações e medidas constantes no Plano de Ação do


II
Comitê de Ajudas Técnicas

Apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade


III
civil e órgãos públicos referentes à área de ajudas técnicas

IV Estruturar as diretrizes da área de conhecimento


34

Realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente trabalham com o


V
tema

Detectar os centros regionais de referência em ajudas técnicas, objetivando a


VI
formação de rede nacional integrada

Estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de centros de


VII
referência em ajudas técnicas

Propor a criação de cursos na área de ajudas técnicas, bem como o


VIII desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar recursos humanos
qualificados na área

Propor a elaboração de estudos e pesquisas relacionados com o tema de ajudas


IX
técnicas

Fonte: Adaptado da portaria nº 142 de 16 de novembro de 2006 (BRASIL, 2006)

O intuito da criação do CAT era aprimorar, deixar nítido e legítimo o desenvolvimento,


conceituar, propor uma terminologia adequada, pesquisar e propor classificações e modelos
para os sistemas de prestação de serviços em Tecnologia Assistiva (BRASIL, 2009). E, para
que se formasse uma definição de tecnologia assistiva que pudesse auxiliar as políticas
governamentais brasileiras, fez-se necessário um estudo na esfera internacional desse tema
pesquisando expressões como Ayudas Tecnicas, Ajudas Técnicas, Assistive Tecnology,
Tecnologia Assistiva e Tecnologia de Apoio (CASTRO, SOUZA E SANTOS, 2011).
Anteriormente denominada como Ajudas Técnicas, a Tecnologia Assistiva (TA) é
definida como uma área de conhecimento que visa melhorar a experiência da pessoa com
deficiência – seja físico, mental ou perceptivo/sensorial – quanto a participação social e
independência. Para o Comitê de Ajudas Técnicas, a TA engloba todas as esferas do
desenvolvimento humano, desde as tarefas básicas de autocuidado até o desempenho de
atividades profissionais, e era definida como:

[...] uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba


produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2009).

Concomitantemente, a International Organization for Standardzation (ISO, 2007)


descreve que produtos assistivos para pessoas com deficiência se tratam de qualquer “produto,
35

recurso, equipamento, instrumento, tecnologia e software produzido para prevenir, compensar,


monitorar, aliviar ou neutralizar deficiências, limitações na atividade e restrições na
participação” (BRASIL, 2009).
Para Bersch (2017), a TA deve ser compreendida como um meio de proporcionar a
ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou permitir que seja realizada a função
desejada que se encontra impedida devido deficiência ou, em caso de idosos, a velhice. A
autora, em um trabalho objetivando introduzir o conteúdo de TA, descreveu categorias na
utilização da tecnologia assistiva, e algumas delas podem ser observadas no Quadro 3 a seguir,
adaptado do tópico quatro de seu trabalho (BERSCH, 2017).

QUADRO 3 - CATEGORIAS DA UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA


Categoria Descrição Exemplos
Fixador de colher na mão,
Objetos que auxiliam em atividades fatiados de pão, argola para
Auxílios para
rotineiras como alimentação, zíper, fixador de caneta,
vida diária e vida
cuidados pessoais e executar engrossadores de lápis e
prática
necessidades especiais. passador de páginas por
acionadores.
Prancha de comunicação
Comunicação Utilizados para auxiliar pessoas impressa; vocalizadores de
Aumentativa e com dificuldades na comunicação. mensagens gravadas e pranchas
alternativa Fala, escrita e/ou compreensão. dinâmicas de comunicação no
tablet.
Dispositivos de entrada tem
mouses especiais e acionadores
Desenvolvimento de computadores diversos e software de
Recursos de
com hardware e software acessível reconhecimento de voz. Já os
acessibilidade ao
para pessoas com privações dispositivos de saída tem
computador
sensoriais, intelectuais e motoras. softwares leitores de tela
impressoras braille e impressão
em relevo.
36

Órteses posicionadas junto a


Objetos desenvolvidos parte do corpo em questão
Órteses e próteses artificialmente que substituem garantindo um melhor
partes ausentes do corpo posicionamento, estabilização
e/ou função.
Dispositivos e/ou objetos que Bengalas, muletas, andadores,
Auxilio de
garante um melhor mobilidade para carrinhos e cadeiras de rodas
mobilidade
o usuário manuais ou elétricas.
Utilizados para diminuir a limitação Lentes, lupas manuais e lupas
Auxílios para da visão, em caso de ter um baixo eletrônicas, softwares
ampliação da grau da deficiência, ou fornecer ampliadores de tela e recursos
função visual uma outra maneira de que seja que traduzem conteúdos visuais
passada a informação. em áudio ou informação tátil.
Aparelhos para surdez, sistemas
Utilizados para diminuir a limitação com alerta táctil-visual, celular
Auxílios para da audição, em caso de ter um com mensagens escritas,
melhorar a função baixo grau da deficiência, ou chamadas por vibração e
auditiva fornecer uma outra maneira de que recursos que traduzem conteúdo
seja passada a informação. de áudio em imagens, texto e
língua de sinais.
Utilizado para inclusão e Bola sonora, auxílio para segurar
Esporte e Lazer acessibilidade na prática de esporte cartas e prótese para escalada no
e entretenimento gelo.
Controla remotamente conseguindo
Sistemas de desligar, ligar e ajustar o ambiente
Casa inteligentes e
controle de como a luz, o som e alguns
automatizadas.
ambiente eletrodomésticos como ventiladores
e televisores.
Fonte: Adaptado de Bersch (2017)

Segundo Scatolim et al (2016), as tecnologias assistivas reduz a limitação funcional


existente em pessoas com deficiência, levando em consideração aparatos tecnológicos, aspectos
sócias, econômicos e humanos, e são concebidas e utilizadas de acordo com a necessidade do
usuário e o círculo em que ele vive.
37

A Tecnologia Assistiva no Brasil foi classificada com base no estudo de três vertentes,
que tem diferente objetivos quanto a organização e aplicação: a ISO 9999; a Classificação
Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology – HEART; e a Classificação
Nacional de Tecnologia Assistiva do Instituto Nacional de Pesquisas em Deficiências e
Reabilitação dos Programas da Secretaria de Educação Especial, Departamento de Educação
dos Estados Unidos.
A ISO 9999 é utilizada em vários países e se concentra especificamente em recursos,
que são organizados em classes que se desdobram em itens de produtos (BRASIL, 2009).

Os produtos assistivos (incluindo software) são classificados de acordo com sua


função. A classificação consiste em três níveis hierárquicos e os códigos consistem
em três pares de dígitos cada. Assim como outras classificações, para cada nível são
fornecidos códigos, títulos, notas explicativas, inclusões, exclusões e referências
cruzadas (ISO, 2016).

Enquanto que a HEART, tem como objetivo uma tecnologia com base nos
conhecimentos envolvidos na sua utilização considerando componentes técnicos, humanos e
socioeconômicos. Já o Departamento de Educação dos EUA voltado para a classificação da
tecnologia assistiva, integra recursos e serviços, catalogando dez itens de componente de
recursos e um grupo de serviços que promove o apoio à avaliação do usuário, o
desenvolvimento e customização de recursos, a integração da TA com ação e objetivos
educacionais e de reabilitação e os apoios legais de concessão (BRASIL, 2009)
Como apresentado, com base nas diferentes definições, a tecnologia assistiva vai além
de somente produtos, como pontuado por Castro, Souza e Santos (2011), o tema tem um vasto
alcance e por isso, é acrescido outros conceitos, como estratégias, serviços e práticas que
favorecem o desenvolvimento de habilidades de pessoas com deficiência.
Nesta perspectiva, a tecnologia assume um papel importantíssimo na vida do indivíduo
com deficiência, possibilitando acessibilidade, independência e interação com o mundo. Dessa
forma, no Capítulo 3, dar-se início a apresentação de tecnologia baseada em internet das coisas
com o foco na autonomia da pessoa com deficiência auditiva em sua residência, desde
dispositivos que o auxiliem em atividades à maneiras de automatizá-los para que não necessite
de intervenção humana em algumas ações.
38

3 SIMULAÇÃO DO AMBIENTE FÍSICO

Neste capítulo, além de apresentar a ferramenta utilizada para simular a implementação


dos dispositivos inteligentes, o Cisco Packet Tracer, será apresentada também, através de
imagens e suas descrições, a simulação com todas as configurações e programações dos
componentes da rede em uma residência direcionada para o auxílio da pessoa com deficiência
auditiva em seu dia a dia.

3.1 Cisco Packet Tracer

A ferramenta é gratuita, está disponível na página do Cisco NetAcad para qualquer


usuário com uma conta válida na Networking Academy e é compatível com os principais
sistemas operacionais. A priori, foi desenvolvida como reforço na realização de exercícios
práticos para alunos que participam dos cursos da Certified Cisco Network Associated
Academy (CCNA Academy) e hoje, é utilizada por outros alunos e professores e conhecida,
principalmente, por se tratar de uma multiplataforma que possibilita a criação de simulações de
rede em geral sem necessidade de hardware ou rede previamente existente (FINARDI, 2018).
Na Figura 4, a fim de facilitar a visualização da interface da ferramenta, é exposto de
forma dividida e numerada as barras e os botões contidos no simulador, onde será detalhada
logo em seguida.

FIGURA 4 - INTERFACE DO CISCO PACKET TRACER

Fonte: Pinto (2020)


39

A interface do Cisco Packet Tracer, apresentada na Figura 4, é dividida da seguinte


forma: (1) se trata da barra de menu composta por funções para manipulação do arquivo,
configurações do software e ajuda em relação ao uso da ferramenta; (2) é a barra de ferramenta
principal, composta pelas funções mais utilizadas do menu, como salvar arquivo, imprimir e
ampliar/diminuir o zoom; (3) é o menu de funções para manipular componentes na rede, desde
mover, selecionar e excluir o dispositivo à inspecionar, redimensionar e inserir nota; (4) são
botões que alternam entre as áreas de trabalho, seja ele físico ou lógico; (5) é a área onde a rede
é trabalhada a fim de melhorar a visualização da estrutura; (6) é onde a seleção da área dos
dispositivos que pretende ser utilizada, como dispositivos finais, microcontroladores, conexões
e equipamentos de rede; (7) é onde mostra os dispositivos disponíveis para uso dado pela área
selecionada no item 6. Os componentes disponíveis vão desde roteadores, notebooks e
servidores à eletrodomésticos, sensores e boards MCU (PINTO, 2020).
Por fim, no item 8 podem ser visualizados os botões Realtime (tempo real) e Simulation
(simulação), onde, respectivamente, em um as configurações serão feitas e visualizadas em
tempo real, enquanto que o outro fará uma simulação da rede em casos de transporte de pacotes
entre os dispositivos. Ademais, abaixo dos botões, encontra-se uma janela para monitoramento
dos pacotes e rápida identificação se há algum problema na rede (PINTO, 2020).
Segundo a Cisco (2022), de acordo com o relatório de Corporate Social Responsibility,
somente em 2021 foram 3M (três milhões) de estudantes participando da Cisco Networking
Academy – citada também como NetAcad –, sendo um total de 15M (quinze milhões) desde
1997.
Em sua pesquisa, Abdul Rashid et al (2019) concluíram que o Cisco Packet Tracer pode
ser implementada com sucesso como uma ferramenta de simulação ajudando desde alunos, com
exercícios práticos na construção de uma infraestrutura de rede de computadores como
trampolim para obtenção de um certificado Cisco, já que, mesmo sendo virtualmente, lidavam
com um hardware Cisco, até professores ou usuários mais avançados, como suporte de ensino.
Tendo em vista toda a aprovação do simulador por parte de outros autores em suas
pesquisas e os recursos que o Cisco Packet Tracer oferece quanto à área da internet das coisas,
contribuindo com este estudo, será utilizada esta ferramenta e apresentada no tópico 3.1.1 a
simulação feita.
40

3.1.1 Simulação da Casa inteligente

Neste capítulo será apresentado a implementação dos dispositivos, captando e


fornecendo informações em diferentes espaços do ambiente residencial auxiliando a pessoa
com deficiência auditiva nas dificuldades do dia-a-dia, “conectados à IoT para simular a
interação completa dos componentes e a capacidade de controlar remotamente os dispositivos”
(FINARDI, 2018).
Desta forma, o proprietário da casa conseguiria gerenciar os dispositivos remotamente,
após passar por uma autenticação através de um navegador, e poder controlar ações dos
dispositivos como ligar/desligar um eletroeletrônico ou uma lâmpada, destravar uma porta,
acionar um ar condicionado e até mesmo saber se a temperatura do seu quarto está agradável.
A Figura 5 a seguir, ilustra as possibilidades de conexões e controle que um usuário
pode ter dentro de sua casa. Neste projeto, daremos ênfase na implementação de dispositivos
inteligentes para identificação de visita, elaborando uma simulação de uma campainha
inteligente para a pessoa com deficiência auditiva.

FIGURA 5 - LAYOUT DE UMA SIMULAÇÃO NO CISCO PACKET TRACER

Fonte: O autor (2022)

● Configuração geral da rede

Por se tratar de uma implementação residencial, a representação da conexão com a


internet é simples e foi atribuída a apenas um ponto de acesso (em inglês, Access Point – AP),
41

garantindo conectividade aos dispositivos via rede sem fio. O ponto de acesso também servirá
como ponte de conectividade ao servidor, que este, por sua vez, servirá para configuração da
autenticação, necessária para acesso remoto dos equipamentos.
O núcleo desta simulação se dá apenas por uma rede doméstica, um servidor back-end
e dispositivos IoT conectados à Wireless Local Area Network (WLAN). A rede simula uma
rede doméstica comum, no qual os aparelhos se conectam ao roteador sem fio com
conectividade ISP, neste caso, sendo representado unicamente por um ponto de acesso.
As configurações de internet de toda a rede foram estabelecidas através dos padrões
DHCP, sendo o servidor local conectado à WLAN fornecedor da conexão por meio deste
serviço e, assim, às demais máquinas foram atribuídos automaticamente endereços IP dentro da
faixa estabelecida no servidor (Figura 6). Outras configurações feitas na rede wireless local
foram a atribuição de um SSID e uma senha ao ponto de acesso.

FIGURA 6 - CONFIGURAÇÃO DO SERVIDOR DHCP

Fonte: O autor (2022)

Na figura 6 pode ser visualizado o IP de Gateway – para simulação da conexão com a


internet – sendo o 192.168.0.1, o de DNS e do próprio servidor como 192.168.0.2 e, para os
demais dispositivos o IP 192.168.0.10 como inicial e um limite de 50 usuários conectados nessa
rede.
Para que houvesse a conexão, tanto com o server como com o AP, os dispositivos sem
fio precisam estar configurados com os mesmos padrões de SSID, senha e DHCP, como
mostrado nas Figuras 7 e 8. Em relação à configuração do servidor local, seria com IP estático,
para que não houvesse a necessidade de reconfiguração em casos de reinicialização da rede
WLAN.
Na Figura 7, é demonstrada a configuração feita no ponto de acesso para a conexão
wirelles¸ definindo senha e nome para apresentação da rede wifi, assim como a cobertura de
alcance e o canal em Ghz utilizado pelo dispositivo.
42

FIGURA 7 - CONFIGURAÇÃO DO PONTO DE ACESSO PARA QUE HAJA CONEXÃO SEM FIO

Fonte: O autor (2022)

Já na figura 8, temos as configurações utilizadas no smartphone para estabelecer a


conexão com o ponto de acesso, definindo qual rede wireless e sua respectiva senha assim
como a configuração de endereçamento (IP) com protocolo DHCP para atribuição de IP
automático.

FIGURA 8 - CONFIGURAÇÃO DE UM SMARTPHONE PARA CONEXÃO COM O PONTO DE ACESSO

Fonte: O autor (2022)


43

A conexão entre os dispositivos ocorre remotamente a partir da configuração do servidor


local como um dispositivo IoT – mostrado na Figura 9 –, e dos dispositivos com usuário, senha
e IP do servidor previamente atribuídos – mostrado na Figura 10.

FIGURA 9 - CONFIGURAÇÃO DO SERVIDOR LOCAL COMO IOT

Fonte: O autor (2022)

Para estabelecer tal conexão, nos dispositivos, as configurações estabelecidas devem


ser as mesmas, como o nome de usuário e senha (“User Name” e “Password”) definidos na
configuração do servidor mostrada na Figura 9

FIGURA 10 - CONFIGURAÇÃO DOS DISPOSITIVOS PARA QUE HAJA CONEXÃO COM O


SERVIDOR IOT

Fonte: O autor (2022)

As mesmas credenciais utilizadas por todos dispositivos inteligentes para conectar-se


ao servidor, será usado também pelo proprietário da casa para autenticar-se no navegador e
44

acessar a área de monitoramento e gerenciamento da rede IoT. A autenticação pode ser feita
pelo usuário a partir de qualquer dispositivo com acesso à rede e que disponha de um navegador.
A Figura 11 a seguir apresenta a interface de autenticação vista pelo possuidor da casa em seu
smartphone.

FIGURA 11 - INTERFACE DE AUTENTICAÇÃO NO NAVEGADOR PARA ACESSO AOS


DISPOSITIVOS IOT

Fonte: O autor (2022)

Além da configuração do serviço DHCP, o servidor também foi configurado para


serviço DNS, traduzindo o IP estático do servidor local para homepageiot.com.br. Visto que o
usuário acessou o sítio em questão e passou pela autenticação, o mesmo terá acesso ao estado
dos dispositivos, assim como conferir a forma que pode interagir com eles.
Para melhorar a visualização das ferramentas que podem ser utilizadas em uma
simulação, a organização dos dispositivos inteligentes dentro da residência foi feita da seguinte
forma: no quarto foi equipado com ventilador, ar condicionado, janela e monitor de
temperatura; na porta principal foi instalado uma câmera, uma porta inteligente e um micro
controlador conectando um botão – simulando uma campainha – à vários alarmes luminosos ao
longo da casa, já que esse aviso deve ser dado em todos os cômodos da casa; e uma garagem
com sensor de movimento e uma lâmpada inteligente.
A lista com alguns dos dispositivos e suas possíveis interações podem ser
visualizadas na Figura 12 logo abaixo. O detalhamento da atividade executada por esses
dispositivos e a forma que eles interagem entre si será feita posteriormente.
45

FIGURA 12 - LISTA DOS DISPOSITIVOS IOT DISPONÍVEIS PARA INTERAÇÃO PELO SERVIDOR

Fonte: O autor (2022)

Além da lista dos dispositivos, o proprietário da casa também tem acesso a aba
Conditions, onde pode ser atribuída condições aos dispositivos para que hajam de forma
automática desde que as condições impostas pelo usuário sejam atendidas. Na Figura 13 a
seguir, é apresentado algumas condições impostas aos dispositivos para que o funcionamento
seja automático a determinada condição previamente configurada pelo usuário.
46

FIGURA 13 - LISTA DE CONDIÇÕES PREVIAMENTE CONFIGURADAS PARA OS DISPOSITIVOS IOT

Fonte: O autor (2022)


Neste caso, as condições são programadas para que: dada temperatura dentro do quarto
menor que 25ºC (vinte e cinco graus Celsius), registrado pelo monitor de temperatura, o
ventilador se manterá ligado em baixa potência; em caso de temperaturas entre 26ºC e 30ºC, o
ventilador se manterá em alta potência e a janela deve ser aberta para circulação do ar; e, por
fim, em casos de temperaturas maiores que 30ºC, o ar condicionado será ligado, a janela irá se
fechar e o ventilador retornará para a potência mínima.
Assim, o usuário tem todo o domínio sobre os dispositivos instalados em sua casa,
podendo interagir com eles sem que seja fisicamente, somente através da conex ão com o
servidor local, além de estabelecer comportamentos automáticos para os equipamentos no
intuito de automatizá-los excluindo mais uma vez a necessidade do contato direto do o
dispositivo.

● Desenvolvimento da rede, implementação de seus dispositivos e configurações

Este tópico será iniciado com o detalhamento dos dispositivos utilizados para
construção da rede e o que cada um irá representar na residência e logo em seguida será
detalhado também as configurações atribuídas a cada dispositivo para que houvesse a total
conexão entre os equipamentos. Para contribuir com a visualização da rede, será apresentado,
ao decorrer do documento e através de figuras, os dispositivos inteligentes utilizados e suas
configurações e aspectos da rede.
A princípio, se estabeleceu a conexão de um servidor local – onde se concentraria a
manipulação dos dispositivos pelo usuário – com um ponto de acesso como intermediador da
47

conexão através da rede wireless, fornecendo ao usuário acesso remoto dos dispositivos
instalados em sua residência, desde que o proprietário da casa esteja na mesma rede.

FIGURA 14 - EQUIPAMENTOS SELECIONADOS PARA PONTO DE ACESSO (ESQUERDA) E


SERVIDOR LOCAL (DIREITA)

Fonte: O autor (2022)

Na Figura 14 pode ser observado o dispositivo Servidor local, fornecendo, via


FastEthernet, conexão para o ponto de acesso. Já o Ponto de Acesso – que pode ser interpretado
como um roteador –, será utilizado para conectar os dispositivos com o servidor, que, por se
tratar de uma conexão remota e de dispositivos IoT, tal conexão será feita totalmente sem fio
(Wireless).
O primeiro dispositivo conectado à rede sem fio foi o Smartphone do usuário, já que
se trata de um dispositivo de uso diário e constante, o proprietário da casa terá acesso a ele e
ao servidor frequente e rapidamente, interagindo e monitorando os equipamentos no domínio
da sua casa. Além da configuração para conexão sem fio mostrada na Figura 8 anteriormente,
outra configuração atribuída a este dispositivo, é seu IP, porém, por se tratar de uma
configuração de rede DHCP, o IP será atribuído automaticamente quando o dispositivo se
conectar pela primeira vez à rede.
Como objetivo desse projeto é a simulação e, com base nela, o desenvolvimento de
um protótipo de campainha inteligente, a simulação foi reduzida somente a porta principal e
será descrita a seguir os dispositivos utilizados e como se deu suas respectivas conexões.

● Caso – Porta Principal:


48

FIGURA 15 - LAYOUT DA PORTA PRINCIPAL NA SIMULAÇÃO DO CISCO PACKET TRACER

Fonte: O autor (2022)

Neste caso, os dispositivos instalados foram: uma câmera para visualização do ambiente
em caso de querer reconhecer a visita ou mesmo que só para monitoramento da entrada
principal da casa; uma porta inteligente para controle de acesso deixando a porta trancada ou
destrancada; um botão e um alarme luminoso, sendo, respectivamente, dispositivo de entrada e
de saída para um micro controlador, tratando todo esse conjunto como um simulador de
campainha.
Recebendo uma visita, o indivíduo em questão que deseja a entrada na residência irá
pressionar o botão (campainha) e irá acionar o sistema de luz alerta nos cômodos da casa. A
simulação do sistema de alarme para pessoas com deficiência auditiva foi feito através de um
microcontrolador que, ao receber a informação de entrada do botão, informando o seu
pressionamento, irá ordenar, através dos pinos de saída conectados nos alarmes, o acionamento
do sinal luminoso ao longo da casa indicando que alguém tocou a campainha (Figuras 16 e 17).
O alarme ficará acionado, dando intervalos de um segundo entre aceso e apagado, até que o
usuário desligue manualmente através do servidor, como demonstra a Figura 18 do código
utilizado na placa micro controladora.
49

FIGURA 16 - A CAMPAINHA NÃO FOI PRESSIONADA (SINAL APAGADO)

Fonte: O autor (2022)

FIGURA 17 - A CAMPAINHA FOI PRESSIONADA (SINAL ACESSO)

Fonte: O autor (2022)

Para que ocorra tal comportamento para o alarme, define-se na placa de controle
(MCU) o código mostrado na figura 18 a seguir. Onde, dado comportamento do botão, será
esperado diferentes ações do alarme.
50

FIGURA 18 - CÓDIGO EM PYTHON NO MICROCONTROLADOR PARA ORDENAR O COMPORTAMENTO


DO BOTÃO E DO ALARME

Fonte: O autor (2022)

Vale salientar que, exclusivamente, o alarme luminoso não faz parte apenas da porta
principal, podendo ser espalhando por todos os cômodos da casa para que a informação possa
ser passada independentemente da localização do proprietário e em qual cômodo ele se
encontra.
Ao se autenticar no servidor através do sítio homepageiot.com.br, o usuário terá acesso
à visão da câmera na porta principal como mostra a Figura 19, dessa forma, ele pode ver quem
é o visitante de forma rápida e, por se tratar de uma pessoa com deficiência auditiva, o
reconhecimento visual é de suma importância. Sabendo de quem se trata, o dono da casa pode
simplesmente destravar a porta para a entrada do visitante ou morador (cônjuge, filhos, parentes
e amigos) sem a necessidade de se dirigir até a entrada (Figura 20).

FIGURA 19 - ACESSO A CÂMERA PELO SERVIDOR CONTENDO A IMAGEM QUE ESTÁ SENDO
CAPTADA

Fonte: O autor (2022)


51

FIGURA 20 - ESTADO DA PORTA SENDO VISTA PELO SERVIDOR

Fonte: O autor (2022)

Com base no que foi demonstrado com as funcionalidades do Cisco Packet Tracer e a
simulação, foi desenvolvido um protótipo de uma campainha inteligente para auxiliar o
deficietne auditivo na recepção de alguém em sua residência. Tendo em vista a deficiência, fez-
se necessário desenvolver um dispositivo que informasse ao morador a chegada de alguém
diferente do tradicional, que seria através de um sinal sonoro. No capítulo 4 será descrito o
desenvolvimento de todo esse protótipo assim como demonstrará seu funcionamento.

4 DESENVOLVIMENTO FÍSICO

Considerando as dificuldades das pessoas com deficiência em suas residências e os


problemas explorados através das simulações, foi desenvolvido um protótipo de um dispositivo
eletrônico para solucionar o problema encontrado em não haver um meio do morador saber se
alguém o chama na porta de sua casa.
Dessa forma, o protótipo é baseado no caso apresentado anteriormente com a simulação,
onde serão utilizados placas e módulos eletrônicos para construção da campainha inteligente.
Com o objetivo de auxiliar as pessoas com deficiência auditiva à garantir o mínimo de
autonomia dentro de sua residência, foi elaborado um meio de avisá-las sobre uma possível
presença de alguém em sua porta, através de uma campainha que irá alertar ao indivíduo com
deficiência auditiva o comparecimento de alguém por meio de uma mensagem no aplicativo
Telegram do próprio smartphone.

4.1 Justificativa da seleção dos dispositivos

Para alcançar esse objetivo, serão utilizados uma placa Wemos D1 Mini Pro, contando
com um chip wifi ESP8266EX, uma fonte de alimentação de 5V para a placa, uma protoboard,
jumpers e um pushbutton. A escolha desse conjunto de dispositivos deu-se pela facilidade de
acesso, baixo custo para aquisição e rápida montagem, tendo em vista que tal pesquisa será
52

aberta para estudos e qualquer pessoa poderá tomar como base este documento para
desenvolvimento do esquema apresentado. O desenvolvimento da simulação assim como o
código utilizado para instrução da placa Wemos, serão disponibilizados e poderão ser
consultados através do sítio (https://github.com/ArielCunha/CampainhaIoT.git).
Será utilizado também o smartphone do usuário, haja vista que se trata de um dispositivo
comumente manuseado pela sociedade. Segundo 33ª edição da Pesquisa Anual do FGVcia
sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, os celulares inteligentes assumem papéis
predominantes na utilização de dispositivos digitais para transações bancárias, compras e uso
de redes sociais, e está presente na sociedade brasileira com uma faixa de pouco mais de um
dispositivo por habitante, totalizando 242 milhões de aparelhos em uso. (MEIRELLES, 2022).
Além desses dispositivos eletrônicos, o projeto irá dispor também do uso do aplicativo
Telegram, que será instalado no smartphone do usuário funcionando como a ferramenta que irá
recepcionar a mensagem de aviso quando a campainha for acionada. Nele, será configurado um
bot (robô) para simular uma ação humana, como a de enviar a mensagem para o usuário quando
o botão for pressionado.
Os famosos bots, são criados para facilitar e automatizar algumas tarefas que são
repetitivas ou que contêm passos padrões, dessa forma, o robô efetua o processo no intuito de
agilizar e não ocupar o usuário com a tarefa. No Telegram, essa ferramenta é bastante utilizada,
tanto para entretenimento como para facilitador na execução de tarefas. Exemplos disso podem
ser citados: o Transcriberbot, utilizado para quem não pode ouvir áudio no momento,
transcrevendo o que foi dito por mensagem de voz; o Rastreiobot, eliminando a necessidade de
acessar um site de rastreio de produtos, o robô atualiza o estado da entrega; e, por fim, o
Gamebot, disponibilizando três jogos para que um grupo de pessoas possa jogar e comparar
resultados (CANALTECH, 2020)
Nesse caso, será criado um bot próprio para a funcionalidade desse protótipo e as
informações referentes a esse robô serão utilizadas na programação da placa Wemos,
concluindo assim a comunicação e o ciclo do projeto.

4.2 Estrutura e especificações do protótipo

Para sua construção, o protótipo foi dividido em duas etapas: a física, com a montagem,
interligação e alimentação de cada um dos dispositivos eletrônicos para seu devido
funcionamento; e a lógica, com a programação e configuração dos dispositivos para
53

comunicação entre eles e entrega do serviço esperado. Tais etapas serão descritas e detalhadas
nos próximos tópicos para melhorar o entendimento do projeto.

4.2.1 Estrutura Física

Como citado anteriormente, o protótipo dispõe da placa Wemos D1 Mini Pro (Figura
21), no qual irá estabelecer uma conexão com a internet, necessária para comunicação com o
smartphone também conectado à internet e será a peça principal para o funcionamento do
protótipo.

FIGURA 21 - PLACA WEMOS D1 MINI PRO

Fonte: Felipeflop, 2022

A Wemos possui: onze pinos digitais que podem ser configurados como entrada ou
saída e suporta interrupções, PWM (Pulse Width Modulation ou, em portugês, Modulação de
Largura de Pulso), I2C (Inter-Integrated Circuit ou Circuito Inter-Integrado) e one-wire
(traduzido, um fio); um pino analógico de entrada; e 16MB (Dezesseis MegaByte) de memória
flash. A comunicação com o computador e alimentação é feita pelo conector micro-USB, e a
placa possui antena cerâmica embutida e conector para antena externa U.FL (FELIPEFLOP,
2022).
Além disso, a placa também desfruta do chip controlador ESP8266EX, sendo este
responsável por constituir uma conexão via Wi-Fi com a internet. O chip suporta conexões
802.11 b/g/n e 802.11 n (2,4 GHz) de até 72,2 Mbps (ESPRESSIF SYSTEMS, 2022).
A placa Wemos, assim como o pushbutton, estarão acoplados a uma protoboard, sendo
utilizada como base de conexão para os dispositivos juntamente com o auxílio dos jumpers,
54

responsável por interligar eletronicamente os equipamentos. A Figura 22 apresentada a seguir


ilustra o protótipo montado para melhor visualização do projeto descrito.

FIGURA 22 - ILUSTRAÇÃO DO PROTÓTIPO

Fonte: O autor (2022)

Por fim, estará em uso também o smartphone sem especificações detalhadas, desde que
seja possível estabelecer conexão wifi e tenha os requisitos básicos para a instalação do
aplicativo Telegram, haja vista que será através dele que o usuário será notificado para que
atenda sua porta.

4.2.2 Estrutura Lógica

Para que haja a comunicação entre os dispositivos, a Wemos será programada para
receber a informação de ativação do botão (pushbutton) e enviar, para o Telegram do usuário,
a notificação. Utilizando a linguagem de programação C++, sua programação será feita através
do Arduino IDE, onde já contém disponível dentro do próprio software para instalação, as
bibliotecas necessárias: a UniversalTelegramBot, para que haja comunicação com o Telegram,
e a ArduinoJson, utilizada para envio de informações. O código aplicado será disposto no
Apêndice A para visualização e estudo.
Sendo a intenção de que a Wemos se torne uma robô, ou seja, tome uma reação padrão
dada uma ação também padrão, que nesse caso seria o envio da mensagem e a ativação do
botão, respectivamente, será criado o bot no Telegram, que a própria aplicação permite que
isso seja feito.
55

Pesquisando por @botfather na busca de contatos do Telegram, encontra-se a aplicação


que permite a criação de um bot, se trata também de um robô responsável por essa liberação.
No bate-papo com o BotFather, envia-se uma mensagem /newbot para que possa ser inserido
as informações do robô desejado, o seu nome, nome de usuário e token de acesso (Figura 23),
dados que será preciso para a programação da placa Wemos. Uma vez criado o robô, já podem
ser utilizados seus dados para a programação e configurado para uso no Telegram, ficando
disponível como um novo bate papo (Figura 24).

FIGURA 23 - BATE PAPO COM AS INFORMAÇÕES DO NOVO BOT

Fonte: O autor (2022)


56

FIGURA 24 - CHAT DO NOVO BOT CRIADO

Fonte: O autor (2022)

4.3 Funcionalidade

O funcionamento, como demonstra a Figura 25, será da seguinte forma: o pushbutton


como simulador do interruptor da campainha, quando pressionado, envia o sinal para a placa
D1 Wemos por meio de jumpers, que por sua vez, irá se comunicar via wifi com o robô
configurado na rede do Telegram, fazendo com que o usuário receba uma notificação no bate
papo do robô, frase essa que será definida na programação da placa (linha 48 do código).
57

FIGURA 25 - ESQUEMA EM IMAGEM DO FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO

Fonte: O autor (2022)

O botão está conectado nos pinos D3 (pino digital 3) e GND (Ground, ou em português,
chamado terra). O funcionamento do botão está definido como Input Pull-up, ou seja, é utilizado
o resistor da própria placa para controle da corrente no modo pull-up, onde mantém o circuito
fechado, e, ao pressionar o botão, abre o circuito mandando sinal LOW(0) para a placa (GUIA
ROBÓTICA, 2022).
Para ativação do robô, será necessário apenas clicar no botão Iniciar do bate-papo
(Figura 24), ou enviar a mensagem /start (Figura 26), para que ele inicie seu funcionamento.
Com o bot ativo, ao pressionar o botão, o telefone será notificado e o bate papo ficará como
demonstra as imagens (Figuras 27, 28 e 29) a seguir.
58

FIGURA 26 - BATE PAPO COM MENSAGEM DE ATIVAÇÃO ENVIADA

Fonte: O autor (2022)

FIGURA 27 - NOTIFICAÇÃO NA BARRA DE NOTIFICAÇÕES DO SMARTPHONE

Fonte: O autor (2022)


59

FIGURA 28 - NOTIFICAÇÃO NA TELA PRINCIPAL DO APLICATIVO TELEGRAM

Fonte: O autor (2022)

FIGURA 29 - NOTIFICAÇÃO NO BATE PAPO

Fonte: O autor (2022)

Como se trata de uma notificação do próprio smartphone, será possível padronizar o


aparelho para que vibre ao receber a notificação, tornando o alerta à pessoa com deficiência
voltada para seu tato, ou, em casos de aparelhos com configuração de led disponível para o
sistema de notificação para emissão de luminosidade indicando a recepção de uma mensagem.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho apresentou um protótipo de uma campainha voltada para auxiliar pessoas
com deficiência auditiva a identificar uma possível presença na porta de sua casa. Tendo como
60

primeiro passo identificar as particularidades das pessoas com deficiência, notou-se que suas
dificuldades eram encontradas já no âmbito residencial, o que tornava sua vida dependente de
terceiros mesmo em seu convívio pessoal.
Foi analisada a aplicabilidade do sistema de internet das coisas nos mais diversos
âmbitos e como ela poderia ajudar a pessoa com deficiência auditiva, em suas tarefas cotidianas.
Com isso, foi observado também a utilização de tecnologia assistiva e do sistema de internet
das coisas voltada para acessibilidade, como auxiliar na vida social de pessoas com deficiência,
seja sua deficiência visual, auditiva, motora e mental ou intelectual.
Após análise das áreas atuantes, reparou-se que, sendo a acessibilidade a área que mais
exige da IoT, sua aplicação nessa área era rápida e barata, tendo em vista os diversos
dispositivos aptos a trabalhar nesse âmbito.
Dessa forma, foi pensado e criado um protótipo de campainha inteligente com o
propósito de informar à pessoa com deficiência auditiva de uma possível visita em sua
residência, tendo em vista que, por causa de sua deficiência, era difícil tal identificação sem a
presença de uma outra pessoa sendo essa ouvinte. Garantindo-lhe certa autonomia mesmo
desacompanhado dentro de sua própria casa com baixo custo na aquisição dos produtos e
montagem do dispositivo.

5.1 Trabalhos Futuros

Como recomendação para atividades posteriores, pode-se citar, além do


desenvolvimento do próprio dispositivo em si com melhor design e apropriado para
implementação, a possibilidade de acoplar a campainha inteligente à campainha já existente na
residência ou a instalação com uma campainha padrão para mantimento do som e que
permaneça acessível ao companheiro, cuidador ou visitante ouvinte. E, como forma de
aumentar ainda mais o nível de acesso a informação, utilizar de um sistema de LED’s
distribuído pela casa, para emitir a luz indicando que a campainha foi tocada.
Além disso, após implementação do protótipo e avaliação dos usuários surdos sobre a
funcionalidade do dispositivo, serão feitas modificações para corresponder ao feedback do
usuário, desde que sejam estudadas e aprovadas as viabilidades de uma nova incrementação.
61

REFERÊNCIAS

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Cisco Packet Tracer Simulation as Effective Pedagogy in Computer Networking
Course. International Journal of Interactive Mobile Technologies (iJIM), [S. l.], v. 13, n.
10, p. pp. 4–18, 2019. DOI: 10.3991/ijim.v13i10.11283. Disponível em: <https://online-
journals.org/index.php/i-jim/article/view/11283>. Acesso em: 3 maio. 2022.

ADRIANO, Nayara de Almeida. Sinais Caseiros: uma exploração de aspectos linguísticos.


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nível superior: desafios vivenciados nos espaços acadêmicos. In: ALMEIDA, Wolney Gomes.
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47. Disponível em: <https://static.scielo.org/scielobooks/m6fcj/pdf/almeida-
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70

APÊNDICE A – CÓDIGO PARA INSTRUÇÃO DA PLACA WEMOS

1 #define MySSID "nome-da-rede"


2 #define MyWifiPassword "senha-da-rede"
3
4 #define CHAT_ID "id-chat"
5 #define BOT_TOKEN "token-do-robô"
6
7
8 #define buttonPin D3
9
10 #include <ESP8266WiFi.h>
11 #include <ESP8266WiFiMulti.h>
12 #include <WiFiClientSecure.h>
13 #include <UniversalTelegramBot.h>
14
15
16 ESP8266WiFiMulti WiFiMulti;
17 WiFiClientSecure secured_client;
18 X509List cert(TELEGRAM_CERTIFICATE_ROOT);
19 UniversalTelegramBot bot(BOT_TOKEN, secured_client);
20
21
22 void setup()
23 {
24
25 pinMode(buttonPin, INPUT_PULLUP);
26
27 WiFi.mode(WIFI_STA);
28 WiFiMulti.addAP(MySSID, MyWifiPassword);
29
30 while(WiFiMulti.run() != WL_CONNECTED)
31 {
32 delay(500);
33 }
34
35 configTime(0, 0, "pool.ntp.org");
36 secured_client.setTrustAnchors(&cert);
37 }
38
39 void loop()
40 {
41 static uint64_t then = millis();
42
43 if(millis() - then >= 5000)
44 {
45 if(!digitalRead(buttonPin))
46 {
71

47
48 bot.sendMessage(CHAT_ID, "Alguem esta na porta!", "");
49 then = millis();
50 }
51 }
52 }

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