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EMPREENDEDOR: ÓRGÃO LICENCIADOR:

LAUDO AMBIENTAL PARA


RETIRADA DE NINHOS DE
CATURRITA

ESTAÇÃO RÁDIO BASE


SIGLA: GSS001B1
ENDEREÇO: LINHA TAPERA, S/N° - ZONA RURAL
MUNICÍPIO: GUARANI DAS MISSÕES/RS
COORDENADAS: 28° 9'28.89"S / 54°33'23.60"O

REV. 00
JULHO / 2021
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SUMÁRIO

1. EMPREENDEDOR E EMPRESA DE CONSULTORIA...................................................5

1.1. Dados do empreendedor.............................................................................................................5

1.2. Dados da empresa de consultoria................................................................................................5

1.3. Responsável Técnico..................................................................................................................5

2. INFORMAÇÕES GERAIS...............................................................................................6

2.1. Objeto de estudo.........................................................................................................................6

3. DIAGNÓSTICO................................................................................................................ 9

3.1. Metodologia aplicada.................................................................................................................9

3.2. Caracterização da espécie...........................................................................................................9

3.2.1. Distribuição geográfica.........................................................................................................10

3.2.2. Hábitos.................................................................................................................................11

3.2.3. Reprodução...........................................................................................................................12

3.2.4. Alimentação..........................................................................................................................13

3.2.5. Estado de conservação da espécie.........................................................................................13

4. RESULTADOS..............................................................................................................14

4.1. Caracterização do entorno........................................................................................................22

5. CONCLUSÃO................................................................................................................ 25

6. RECOMENDAÇÕES.....................................................................................................26

7. PLANO DE MANEJO DOS NINHOS.............................................................................26

7.1. Equipe de manejo.....................................................................................................................26

7.2. Monitoramento.........................................................................................................................26

7.3. Manejo dos ninhos....................................................................................................................26

7.4. Disposição dos resíduos............................................................................................................27

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................28
3

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1.1 - Localização do empreendimento em relação ao território do município de Guarani


das Missões............................................................................................................................................6
Figura 2.1.2 - Localização do empreendimento.....................................................................................7
Figura 2.1.3 - Vista frontal do empreendimento.....................................................................................7
Figura 2.1.4 - Vista da torre do empreendimento...................................................................................7
Figura 2.1.5 - Área interna do empreendimento.....................................................................................8
Figura 2.1.6 - Área interna do empreendimento.....................................................................................8
Figura 3.2.1 - Exemplar de caturrita (Myiopsitta monachus)............................................................10
Figura 3.2.2 - Ninho comunitário de caturritas (Myiopsitta monachus)............................................10
Figura 4.1 - Vista do ninho n° 01.........................................................................................................15
Figura 4.2 - Vista do ninho n° 01.........................................................................................................15
Figura 4.3 - Abertura entrada do ninho n° 01.......................................................................................15
Figura 4.4 - Câmara interna do ninho n° 01.........................................................................................15
Figura 4.5 - Vista do ninho n° 02.........................................................................................................16
Figura 4.6 - Vista do ninho n° 02.........................................................................................................16
Figura 4.7 - Abertura entrada do ninho n° 02.......................................................................................16
Figura 4.8 - Câmara interna do ninho n° 02.........................................................................................16
Figura 4.9 - Vista do ninho n° 03.........................................................................................................17
Figura 4.10 - Câmara interna do ninho n° 03.......................................................................................17
Figura 4.11 - Abertura entrada do ninho n° 03.....................................................................................17
Figura 4.12 - Câmara interna do ninho n° 03.......................................................................................17
Figura 4.13 - Abertura entrada do ninho n° 03.....................................................................................18
Figura 4.14 - Câmara interna do ninho n° 03.......................................................................................18
Figura 4.15 - Abertura entrada do ninho n° 03.....................................................................................18
Figura 4.16 - Câmara interna do ninho n° 03.......................................................................................18
Figura 4.17 - Vista do ninho n° 04.......................................................................................................19
Figura 4.18 - Vista do ninho n° 04.......................................................................................................19
Figura 4.19 - Abertura entrada do ninho n° 04.....................................................................................19
Figura 4.20 - Câmara interna do ninho n° 04.......................................................................................19
Figura 4.21 - Vista do ninho n° 05.......................................................................................................20
Figura 4.22 - Vista do ninho n° 05.......................................................................................................20
Figura 4.23 - Abertura entrada do ninho n° 05.....................................................................................20
Figura 4.24 - Câmara interna do ninho n° 05.......................................................................................20
Figura 4.25 - Vista do ninho n° 06.......................................................................................................21
Figura 4.26 - Vista do ninho n° 06.......................................................................................................21
4

Figura 4.27 - Abertura entrada do ninho n° 06.....................................................................................21


Figura 4.28 - Câmara interna do ninho n° 06........................................................................................21
Figura 4.1.1 - Vista do topo da torre (direção Norte)............................................................................22
Figura 4.1.2 - Vista do topo da torre (direção Nordeste)......................................................................22
Figura 4.1.3 - Vista do topo da torre (direção Leste)............................................................................23
Figura 4.1.4 - Vista do topo da torre (direção Sudeste)........................................................................23
Figura 4.1.5 - Vista do topo da torre (direção Sul)...............................................................................23
Figura 4.1.6 - Vista do topo da torre (direção Sudoeste)......................................................................23
Figura 4.1.7 - Vista do topo da torre (direção Oeste)............................................................................24
Figura 4.1.8 - Vista do topo da torre (direção Noroeste)......................................................................24
Figura 4.1.9 - Vista geral da paisagem do entorno da ERB..................................................................24
Figura 4.1.10 - Vista geral da paisagem do entorno da ERB................................................................24
Figura 4.1.11 - Vista geral da paisagem do entorno da ERB................................................................25
Figura 4.1.12 - Vista geral da paisagem do entorno da ERB................................................................25

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1.1 - Coordenadas geográficas do empreendimento.................................................................6


Tabela 3.2.1 - Classificação científica da espécie.................................................................................10
Tabela 4.1 - Resumo das informações..................................................................................................14
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1. EMPREENDEDOR E EMPRESA DE CONSULTORIA

1.1. Dados do empreendedor

AMERICAN TOWER DO BRASIL – CESSÃO DE INFRAESTRUTURAS LTDA


Endereço: Rua Olimpíadas, nº 205 (8° e 10° andares) - Vila Olímpia CEP:
04.551-000 - São Paulo (SP)
CNPJ: 04.052.108/0001-89

1.2. Dados da empresa de consultoria

CLEMAR ENGENHARIA LTDA


Endereço: Rua Buarque de Macedo, nº 611 - Bairro São Geraldo CEP:
90230-250 - Porto Alegre (RS)
CNPJ: 83.932.418/0003-26
Contato: Aristoteles Tinen Rondon
Fone: (51) 3255-1008
E-mail: ari.rondon@clemar.com.br

1.3. Responsável Técnico

Profissional responsável pelo laudo


Nome: Rodrigo Noetzold
Qualificação: Biólogo Registro:
CRBio nº 034801/03 CTF
IBAMA n° 1509182
Endereço: Rua Dr. Carvalho Chaves, n° 662 - Bairro Parolin CEP:
80.220-010 - Curitiba (PR)
Fone: (41) 3213-0951
E-mail: rodrigo.noetzold@clemar.com.br
6

2. INFORMAÇÕES GERAIS

2.1. Objeto de estudo

O presente documento trata de um Laudo de Fauna referente a ninhos de Caturrita


(Myiopsitta monachus) construídos na estrutura vertical (torre) de uma Estação Rádio Base
(ERB) da empresa AMERICAN TOWER DO BRASIL (ATC).
O empreendimento é denominado pela sigla GSS001B1 e localiza-se no Linha
Tapera, s/n° - Zona Rural, município de Guarani das Missões/RS.

Tabela 2.1.1 - Coordenadas geográficas do empreendimento.

Latitude Longitude
28° 9'28.89"S 54°33'23.60"O
Datum: WGS 84.

Figura 2.1.1 - Localização do empreendimento em relação ao território do município de Guarani das Missões.
Fonte: Google Earth – Out./2020.
7

Figura 2.1.2 - Localização do empreendimento.

Fonte: Google Earth – Out./2020.

Figura 2.1.3 - Vista frontal do empreendimento. Figura 2.1.4 - Vista da torre do empreendimento.
8

Figura 2.1.5 - Área interna do empreendimento Figura 2.1.6 - Área interna do empreendimento.

2.2. Justificativa para remoção dos ninhos

A remoção dos ninhos se faz necessário devido estes estarem impossibilitando a


realização das atividades de manutenção preventiva e corretiva no empreendimento, uma vez
que a presença dos ninhos dificulta a subidas dos técnicos até as antenas de telefonia celular
localizadas na torre. Os ninhos também estão envolvendo os cabos de energia e fibra óptica,
assim em havendo necessidade de alguma manutenção não há como acessá-los.
Segundo informado pelo empreendedor, o não cumprimento destas atividades,
poderá ocasionar a interrupção da oferta do sinal de telefonia celular na região.
9

3. DIAGNÓSTICO

3.1. Metodologia aplicada

Para elaboração do presente laudo realizou-se em uma vistoria técnica de campo


no dia 29/06/2021, onde foram realizadas observações diretas a torre e aos ninhos,
objetivando a visualização das aves, bem com seu ingresso ao interior dos ninhos. Realizou-se
ainda uma ascensão até os ninhos para uma melhor verificação e constatação, ou não, da
existência de atividade reprodutiva. Também percorreu-se todo o entorno do empreendimento,
num raio de 200m, a fim de caracterizar a região.
O objetivo do estudo consistiu na obtenção de dados que possibilitem a
caracterização dos ninhos existentes na torre de telefonia do empreendedor.

3.2. Caracterização da espécie

A caturrita (Myiopsitta monachus), também conhecida como catorra ou cocota,


é uma ave da família Psittacidae, mesma família das araras, papagaios, periquitos e afins.
A caturrita é uma ave nativa das regiões subtropical e temperada da América do
Sul. São extremamente barulhentas, tanto em voo, quanto pousadas nos ninhos ou nas suas
vizinhanças, por isso são facilmente detectadas.
Com relação as características físicas, as caturritas possuem dorso com penas
verdes, que contrastam com a barriga, peito, garganta e testa acinzentados. As asas e cauda
possuem penas longas azuladas e o bico é alaranjado. No peito, a plumagem é escamada.
Indivíduos adultos possuem entre 28 a 33 cm de comprimento total e peso de 115 a 140
gramas. Não há dimorfismo sexual.
1

Figura 3.2.1 - Exemplar de caturrita (Myiopsitta Figura 3.2.2 - Ninho comunitário de caturritas (Myiopsitta
monachus). monachus).

Fonte: Agne, C.E., 2018. Fonte: Damasceno, L. C., 2011.

Tabela 3.2.1 - Classificação científica da espécie.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Gênero: Myiopsitta
Espécie: Myiopsitta monachus (Boddaert, 1783)
Fonte: Piacentini et al. 2015.

3.2.1. Distribuição geográfica

Originalmente a caturrita ocorre na América do Sul, a Leste dos Andes, desde o


norte da Bolívia até a Patagônia na Argentina. No Brasil, originalmente ocorria apenas no
pantanal e na metade sul do Rio Grande do Sul (no bioma pampa).
Entretanto, com o início do cultivo eucalipto, houve uma explosão populacional e
as fronteiras de sua distribuição original foram e ainda continuam em expansão. Atualmente a
caturrita pode ser encontrada em praticamente todo estado do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, além porção oeste do Paraná.
Há ainda registros de colônias com atividades de reprodução nas regiões
metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, além de casos no exterior, como: Estados
Unidos, Porto Rico, Inglaterra, França, Espanha, Holanda e Bélgica,
1

provavelmente proveniente de indivíduos escapados de cativeiro, o que indica o alto grau de


adaptabilidade da espécie.

Figura 3.2.1.1 - Mapa da distribuição geográfica da caturrita no Brasil.

Fonte: Wiki Aves, 2021.

3.2.2. Hábitos

Habita principalmente as florestas secas de galeria, plantações e áreas urbanas, até


uma altitude de 1000 m em relação ao nível do mar.
As caturritas são aves gregárias, e não migratórias. Voam em casais ou em
bandos, geralmente até cerca de 50 indivíduos, bandos maiores podem ser formados após a
reprodução.
Originalmente habitava apenas em florestas naturais alimentando-se de frutos
silvestres, mas devido a introdução de plantações agrícolas, que fornecem comida ao longo de
todo ano, juntamente com a introdução do eucalipto, que servem de refúgio e de local de
nidificação, aumentou consideravelmente o número de indivíduos, o que propiciou a
ampliação de sua área de distribuição geográfica.
Com o desaparecimento das matas onde viviam, as caturritas começaram a
procurar alimento nas culturas que hoje ocupam seu habitat natural. Com alimento fácil e a
extinção progressiva de seus predadores, a população da espécie aumentou facilmente. No
Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai, a caturrita é considerada praga em zonas de cultivo
de milho e sorgo e em pomares.
1

O cultivo de eucalipto, originário da Austrália e introduzido no Brasil, também


tem um papel importante na explosão populacional das caturritas. A caturrita encontrou no
eucalipto um local perfeito para nidificar, construindo ninhos nos galhos mais altos do
eucalipto (a 10 metros de altura), os ovos, filhotes e adultos ficam muito bem protegidos do
ataque dos seus inimigos naturais e dificultando o controle populacional por parte do homem.
Em outras regiões, onde não há uma agricultura de gramíneas muito extensa,
como é o caso do Pantanal Matogrossense, as caturritas causam danos localizados, mas de
pouca expressão. A presença de predadores naturais e espécies competidoras as mantém em
níveis populacionais compatíveis.
Nos Estados Unidos, exemplares fugidos do cativeiro se reproduziram e agora
também estão presentes em New York, New Jersey, Flórida e Virgínia, preocupando as
autoridades ambientais americanas.
Também na Europa existem comunidades nidificantes, nomeadamente na Espanha
e na Bélgica. Foram libertadas no início do século XX num dos parques da cidade de Bruxelas
e hoje em dia é possível encontrá-los numa parte significativa dos espaços verdes urbanos.

3.2.3. Reprodução

O período reprodutivo varia um pouco dependendo da região, ocorrendo entre os


meses de julho e fevereiro, sendo o pico maior nos meses de outubro a dezembro.
Segundo Aramburú (1995), o período reprodutivo da caturrita tem início entre
outubro e dezembro, e um período de descanso entre janeiro e agosto, com uma transição
curta entre as duas etapas em setembro. Ocasionalmente podem ocorrer ninhadas secundárias
ou de substituição no mês de janeiro.
As atividades de nidificação em grande parte da Argentina não começam até
meados do final de outubro, estendendo-se até início de fevereiro (Navarro et al. 1992).
É a única espécie de psitacídeos que constrói o seu próprio ninho. Todos os outros
membros do grupo (papagaios, araras, etc) fazem ninhos em buracos ocos de árvores,
barrancos ou cupinzeiros.
Os casais de caturritas nidificam com o resto do seu bando e podem formar ninhos
comunitários com até um metro de diâmetro e 200 kg de peso. Os
1

ninhos são estruturas cilíndricas fechadas, unidas aos ninhos vizinhos através das paredes
externas. As caturritas constroem os ninhos com gravetos, nos galhos mais altos de diferentes
tipos de árvores, tanto nativas como exóticas (principalmente eucalipto) e em estruturas
artificiais construídas pelo homem, como postes e torres.
A abertura externa do ninho possui 25 cm de diâmetro. O diâmetro interior do
túnel de entrada do ninho é de aproximadamente 10 cm e a distância a partir da entrada para a
parede interior da cavidade do ninho é de aproximadamente 35 a 40 cm. A câmara de ninho
possui 18 cm de diâmetro e formada de ramos desprovidos de casca e ligeiramente menores
em diâmetro do que as utilizadas para o exterior do ninho (Humphrey e Peterson, 1978).
Os ninhos são usados durante todo o ano. Quando não estão no período
reprodutivo, as caturritas usam-nos para dormir ou como proteção em caso de tempestades.
As caturritas põem normalmente de 4 a 8 ovos, podendo chegar até 11 ovos por postura
(Aramburú,1996). Segundo Navarro (1989), a incubação dura cerca de 24 dias.

3.2.4. Alimentação

Sua alimentação é composta por uma grande variedade de alimentos, indo de


frutos e sementes, até flores e brotos. Consomem ainda milho de cultivos agrícolas e pomares
de frutas (Belton, 1994).

3.2.5. Estado de conservação da espécie

A caturrita (Myiopsitta monachus), não é considerada uma espécie sob risco de


extinção, por isso não consta na Lista de Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção
no Rio Grande do Sul, segundo Decreto Estadual n° 51.797/2014, nem para o Brasil,
conforme Portaria n° 444/2014 do Ministério do Meio Ambiente.
1

4. RESULTADOS

Durante a vistoria na Estação constatou-se a existência de 06 ninhos de caturrita


(Myiopsitta monachus) construídos na estrutura vertical (torre de concreto com 45,00m de
altura). Os ninhos estão localizados na altura de 25,00m (ninho n° 01), 28,00m (ninho n° 02),
32,00m (ninho n° 03), 40,00m (ninho n° 04), 42,00m (ninho n° 05) e 45,00m (ninho n° 06).
Foram construídos na escada de subida da torre, exceto o ninho n° 06 que ocupa a plataforma
do topo da torre, todos estão entrelaçados com cabos de energia e fibra óptica.
Com relação ao tipo de ninho, o ninho n° 03 é do tipo comunitário, ou seja,
possui múltiplas câmara incubatórias e aberturas de acesso, neste caso, são num total de três.
Já os demais ninhos são do tipo simples, visto possuírem apenas uma câmara incubatória
interna e uma abertura de entrada. Todos os ninhos foram confeccionados com gravetos.
Nenhum dos 06 ninhos vistoriados apresentou qualquer indício de atividade
reprodutiva, ou seja, em suas câmaras internas não observou-se a existência de ovos ou
filhotes, bem como também não foram encontrados indícios de atividade reprodutiva recente,
podendo ser considerados abandonados ou inativos.

Tabela 4.1 - Resumo das informações.

NINHO 01 NINHO 02 NINHO 03 NINHO 04 NINHO 05 NINHO 06

Espécie Caturrita Caturrita Caturrita Caturrita Caturrita Caturrita

Altura em
25,00m 28,00m 32,00m 40,00m 42,00m 45,00m
relação ao solo

Tipo de ninho Simples Simples Comunitário Simples Simples Simples

N° de câmaras
01 01 03 01 01 01
incubatórias

Localização do Escada de Escada de Sobra


Escada de Escada de Escada de
plataforma
ninho subida torre subida torre subida torre subida torre subida torre
topo torre
Dimensões do
ninho
1,50 x 0,80 0,80 x 1,00 x 2,00 x 1,00 x 0,90 x 0,80 1,00 x 0,70 1,50 x 1,50
(altura x largura
x 1,00m 1,00m 1,30m x 0,70m x 0,50m x 1,00m
x profundidade)
em metros
Sem Sem Sem Sem Sem Sem
Situação do
atividade atividade atividade atividade atividade atividade
ninho
reprodutiva reprodutiva reprodutiva reprodutiva reprodutiva reprodutiva
1

Durante o período da vistoria não foi observado a presença de caturritas na torre


ou nos ninhos, apenas em sobrevoos nas proximidades do empreendimento.

Figura 4.1 - Vista do ninho n° 01. Figura 4.2 - Vista do ninho n° 01.

Figura 4.3 - Abertura entrada do ninho n° 01. Figura 4.4 - Câmara interna do ninho n° 01.
1

Figura 4.5 - Vista do ninho n° 02. Figura 4.6 - Vista do ninho n° 02.

Figura 4.7 - Abertura entrada do ninho n° 02. Figura 4.8 - Câmara interna do ninho n° 02.
1

Figura 4.9 - Vista do ninho n° 03. Figura 4.10 - Câmara interna do ninho n° 03.

Figura 4.11 - Abertura entrada do ninho n° 03. Figura 4.12 - Câmara interna do ninho n° 03.
1

Figura 4.13 - Abertura entrada do ninho n° 03. Figura 4.14 - Câmara interna do ninho n° 03.

Figura 4.15 - Abertura entrada do ninho n° 03. Figura 4.16 - Câmara interna do ninho n° 03.
1

Figura 4.17 - Vista do ninho n° 04. Figura 4.18 - Vista do ninho n° 04.

Figura 4.19 - Abertura entrada do ninho n° 04. Figura 4.20 - Câmara interna do ninho n° 04.
2

Figura 4.21 - Vista do ninho n° 05. Figura 4.22 - Vista do ninho n° 05.

Figura 4.23 - Abertura entrada do ninho n° 05. Figura 4.24 - Câmara interna do ninho n° 05.
2

Figura 4.25 - Vista do ninho n° 06. Figura 4.26 - Vista do ninho n° 06.

Figura 4.27 - Abertura entrada do ninho n° 06. Figura 4.28 - Câmara interna do ninho n° 06.
2

4.1. Caracterização do entorno

O empreendimento está localizado na zona rural do município, sendo a região


(raio de 200m) caracterizada pelo uso agrícola (monocultura de grãos), destaca-se também a
existência de armazéns, um fragmento de mata nativa, além de algumas poucas unidades
residenciais.
Com relação a vegetação, no raio de 200m, a vegetação original encontra-se
bastante reduzida, entretanto, ainda são encontrados remanescentes fragmentados de mata
nativa, além de árvores isoladas. O restante da cobertura florestal original foi substituída pela
agricultura e por edificações. Destaca-se ainda a existência de pequenos florestamentos de
eucaliptos (Eucalyptus sp.) pouco além do raio de análise.
Destaca-se que o eucalipto é uma das árvores preferidas pelas caturritas para
construção de seus ninhos (devido seu grande porte), entretanto, não foi identificado a
existência de nenhum ninho nestes exemplares, nas proximidades do empreendimento. Deste
modo, a preferência em utilizar a torre pode estar relacionada à sua maior altura em relação as
árvores e também a melhores condições para abrigo e segurança em relação aos predadores.

Figura 4.1.1 - Vista do topo da torre (direção


Figura 4.1.2 - Vista do topo da torre (direção Nordeste).
Norte).
2

Figura 4.1.3 - Vista do topo da torre (direção Figura 4.1.4 - Vista do topo da torre (direção Sudeste).
Leste).

Figura 4.1.6 - Vista do topo da torre (direção Sudoeste).


Figura 4.1.5 - Vista do topo da torre (direção
Sul).
2

Figura 4.1.7 - Vista do topo da torre (direção Figura 4.1.8 - Vista do topo da torre (direção
Oeste). Noroeste).

Figura 4.1.9 - Vista geral da paisagem do entorno Figura 4.1.10 - Vista geral da paisagem do entorno da
da ERB. ERB.
2

Figura 4.1.11 - Vista geral da paisagem do entorno Figura 4.1.12 - Vista geral da paisagem do entorno da
da ERB. ERB.

5. CONCLUSÃO

Com base nas informações levantadas, infere-se que o ambiente do entorno do


empreendimento fornece condições para que as caturritas nidifiquem, visto a existência de
fragmentos de mata nativa e principalmente pela presença de árvores altas, como os
eucaliptos. Entretanto, a escolha da torre para a construção dos ninhos pode ser atribuída a sua
altura, uma vez que a torre é o ponto mais alto existente na região, o que propicia maior
segurança para a reprodução da espécie.
Através das características apresentadas pode-se constatar que os 06 ninhos
existentes na torre encontram-se atualmente sem atividade reprodutiva, podendo ser
diagnosticados como inativos ou abandonados. Desta forma, pode-se recomendar a realização
do manejo destes ninhos.
2

6. RECOMENDAÇÕES

a) Recomenda-se que a atividade de remoção dos ninhos seja coordenada por um


biólogo;
b) Antes da remoção dos ninhos recomenda-se a realização de uma vistoria a fim de
constatar a inexistência de atividade reprodutiva (presença de ovos ou filhotes);
c) Uma vez havendo ovos ou filhotes, recomenda-se aguardar a saída dos mesmos,
para somente após realizar a intervenção.

7. PLANO DE MANEJO DOS NINHOS

7.1. Equipe de manejo

A equipe de manejo terá a coordenação de um biólogo, já a remoção dos ninhos


será realizada por técnicos devidamente habilitados para realização de trabalhos em altura
(torres de telefonia).

7.2. Monitoramento

Primeiramente, antes da ascensão aos ninhos, deverá ser realizado o


monitoramento para prévia constatação da inatividade dos mesmos. Este monitoramento
deverá ser realizado através de observação direta, feita ao nível do solo e será realizado no
período da manhã, a partir do nascer do sol, até por volta do meio-dia (duração de 5 horas).
Caso seja visualizado o ingresso de alguma caturrita nos ninhos, a atividade será
imediatamente cancelada. Entretanto, caso não seja visualizada nenhuma movimentação de
caturritas, o técnico irá subir na torre para a constatação definitiva de inatividade.

7.3. Manejo dos ninhos

Após a previa constatação de inatividade dos ninhos, o técnico habilitado para


realização da atividade em altura, fazendo o uso de todos equipamentos de segurança
pertinentes a atividade (cinto, capacete, luvas, cordas e demais
2

dispositivos), fará a ascensão até os ninhos e realizará a vistoria definitiva. Uma vez
constatada a inatividade dos ninhos (ausência de filhotes ou de ovos sendo chocados) a
remoção dos ninhos poderá ser realizada.
Os ninhos serão removidos manualmente pelo técnico, seu desmanche deverá ser
de forma cuidadosa, a fim de evitar a queda dos gravetos que compõem essas estruturas. Estes
gravetos deverão ser depositados em sacos de ráfia presos a estrutura da torre, posteriormente
serão baixados com segurança ao solo com auxílio de cordas.

7.4. Disposição dos resíduos

São estimados com a remoção dos 06 ninhos a produção de aproximadamente 15


a 20 kg de material lenhoso (gravetos). Este material poderá ser dispensado no entorno do
empreendimento, visto tratar-se de material orgânico de rápida degradação, proveniente da
vegetação existente nas proximidades.

IMPORTANTE: Caso haja atividade reprodutiva em algum dos ninhos, em hipótese


alguma estes deverão ser manejados. Somente após a saída dos filhotes poderá ser
realizada nova tentativa de intervenção.
2

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGNE, C. E. (2018). [WA3229082, Myiopsitta monachus (Boddaert, 1783)]. Wiki Aves -


A Enciclopédia das Aves do Brasil. Disponível em:
<http://www.wikiaves.com/3229082> Acesso em: 12 mai. 2021.

ARAMBURÚ, R. M. Ciclo anual de muda, peso corporal y gónadas en la cotorra común


(Myiopsitta monachus monachus). Ornitologia Neotropical, 6: 81-85. 1995.

ARAMBURÚ, R. M. Nidadas supernormales em Cotorra comum Myiopsitta monachus


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BETINI, E. CARRANO, I. FRANZ, A.C. LEES, L.M. LIMA, D. PIOLI, F. SCHUNCK,
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<http://www.wikiaves.com.br/caturrita>. Acesso em: 12 mai. 2021.
ANEXO A – CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
1509182 06/07/2021 06/07/2021 06/10/2021
Dados básicos:
CPF: 998.471.830-15
Nome: RODRIGO NOETZOLD
Endereço:
logradouro: RUA DR. WALDEMAR DA COSTA E LIMA
N.º: 231 Complemento: BL 10, AP 18
Bairro: ATUBA Município: PINHAIS
CEP: 83326-220 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2211-05 Biólogo Realizar consultoria e assessoria na área biológica e ambiental
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação 8PF5T12CZ2DGZ5Q3

IBAMA - CTF/AIDA 06/07/2021 - 08:49:23


ANEXO B – ART - ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
08/07/2021 08/07/2021
Comprovante de Transação Bancária
Boletos de Cobrança
Data da operação: 09/07/2021 - 11h21
N° de controle: 129.703.692.086.031.323 | Documento: 0002218

Conta de débito:
Agência: 2657 | Conta: 0008922-2 | Tipo: Conta-Corrente
Empresa:
CLEMAR ENGENHARIA LTDA| CNPJ: 083.932.418/0001-64

Código de barras:
00190 00009 02808 603704 00043 243179 6 86940000004964
Banco destinatário:
001 - BANCO DO BRASIL S.A.
Razao Social
CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA 3 REGIAO
Beneficiário:

Nome Fantasia
CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA 3A REGIAO
Beneficiário:

CPF/CNPJ Beneficiário:
004.053.157/0001-36
Nome do Pagador:
RODRIGO NOETZOLD
CPF/CNPJ do pagador:
998.471.830-15
Razao Social Sacador
Não informado
Avalista:

CPF/CNPJ Sacador
Não informado
Avalista:

Instituição Recebedora:
237 - BANCO BRADESCO S.A.
Data de débito:
09/07/2021
Data de vencimento:
27/07/2021
Valor
R$ 49,64
Desconto:
R$ 0,00
Abatimento:
R$ 0,00
Bonificação:
R$ 0,00
Multa:
R$ 0,00
Juros:
R$ 0,00
Valor total:
R$ 49,64
Descrição:
0153682021_MTZ_GSS001B1_ARTNINHO

A transação acima foi realizada por meio do Bradesco Net Empresa.

Autenticação

IBGcVrXN lcsBvG#3 Kl5fF5g9 S8xTT6oD uySPiN6? uojzvfT@ TgQgyOED n4gsM8Ak


vpwd?7z8 UW25i4bS dzqSj2Cm 6d6b2w?K HVE@2SuX vIWB6Gvr ATJ@b5Dj uJQ2pPMf
577VCxM2 74DL9ht? K6Gx3qj@ k6VNKuR6 w@tSh3ZM @AgSBP?O 09812261 02714000

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de Apoio ao 0800 704 8383 0800 722 0099 Informações. consulte o site Fale
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