Os benefícios que a engenharia naval trouxe no último século
A matemática é a ferramenta possibilitadora para o desenvolvimento das
engenharias. Com o avanço das revoluções científicas, grandes inventores e matemáticos desenvolveram a matemática, física e geometria para que fenômenos físicos fossem compreendidos com apoio matemático para o uso corrente nas tecnologias. Podemos citar Pascal, que teorizou fenômenos de geometria e pressão nos líquidos e Isaac Newton que descreveu as leis da gravidade. O avanço científico nos levou a revolução industrial, onde os campos de estudos e invenções se expandiram de forma extraordinária, com a criação das universidades e polos de desenvolvimento científico. A máquina a vapor foi o grande desenvolvimento da revolução, e a abertura para o uso dela em todas as áreas tecnológicas direcionou o desenvolvimento industrial, inclusive naval.
A engenharia naval surge para utilizar todos os conceitos matemáticos e
físicos juntamente com a evolução das máquinas a vapor, e posteriormente à combustão. Os principais conceitos físicos desenvolvidos pelos matemáticos e físicos e utilizados pelos engenheiros são os conceitos da hidrostática, da densidade, do empuxo, da mecânica dos fluidos, das ciências e resistência dos materiais.
A hidrostática é a parte da física em que se estudam os fluidos líquidos em
repouso e das forças de pressão que os fluidos exercem sobre os corpos que estão submergidos. Dentro desse campo, podemos estudar o empuxo, que relaciona as forças que os fluidos exercem sobre os corpos e como funciona a sistemática da flutuação. Já a densidade é a propriedade física que relaciona a massa de um fluido ou material pelo volume. A densidade impacta diretamente no empuxo, seja em relação ao corpo submerso (parcial ou inteiramente) ou ao fluido onde um corpo se encontra.
A mecânica dos fluidos é a ciência em que é estudada a relação dos fluidos
em movimentos, suas forças, a conservação de massa, as leis da termodinâmica e a produção de energias relacionadas aos navios e embarcações. Por último, e não esgotando as diversas ciências da engenharia naval, cito as ciências dos materiais bem como as matérias de resistências deles. Com o emprego e desenvolvimento desse vasto conhecimento científico, a engenharia naval trouxe uma escala de eficiência e evolução às embarcações nunca visto. As novas tecnologias possibilitaram a construção de navios e embarcações cada vez maiores, mais eficientes em termos energéticos, mais seguros e mais sustentáveis para o meio ambiente. Os projetos de embarcações passaram a ter embasamento técnico, padronização mundial e controle de qualidade industrial. A manufatura ganha escala industrial, deixa de ser artesanal e é agora desenvolvida por grandes corporações e governos. O engenheiro naval, portanto, se torna a figura principal do projeto naval e o responsável pela evolução desse ramo de atividade.
Toda essa tecnologia proporciona ao mundo, uma escala incomparável para o
comércio. Nenhum outro modal consegue transportar enormes quantidades de produtos como o modal naval. Os navios estão cada vez maiores, mais rápidos e econômicos e são os principais transportadores das grandes commodities mundiais, como grãos, minério e petróleo. Embarcações menores de médio e pequeno porte também tem sua utilidade, a depender da escala do comércio, seja internacional ou nacional. Essa frota mundial gera atividades comerciais adjacentes como a formação de profissionais para a operação e navegação das embarcações, as indústrias de manutenção e toda a burocracia envolvida no comércio marítimo. Definitivamente, a evolução da navegação transformou o nosso progresso.