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DISSERTAçÃO DE MESTRADO
São Paulo
2012
63 versão corrigida
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orrigida
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE GEOCIENCIAS
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DISSERTAçAO DE MESTRADO
conntssÄo JULGADoRA
Assinatura
Nome
SÃO PAULO
2012
Versão original
LINIVE,RSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
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DEDALUS-Acervo-IGC
DISSERTAÇÃO DE MBSTRADO
versão corrigida
São Paulo
2012
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8s p.
Dissertação (Mest.rado ) : Icc/USp
OrienE . : cóes, Ana Maria
À Profa. Dra. Ana Maria Góes por seu incentivo, orientação e amizade.
Aos professores Paulo César Fonseca Giannini, Renato Paes de Almeida, Claudio Riccomini
e André Oliveira Sawakuchi, pela paciência e inumeráveis ensinamentos.
Aos colegas, Mariana velcic, vinicius Teixeira zacatei e Francisco de Assis Negri que me
ajudaram nos trabalho de campo, com algumas figuras e nas muitas discussões geológicas.
À Mariane vivan Ponte e Mirian Rosseto pela ajuda com a preparação de algumas amostras.
Finalmente, um agradecimento a toda a minha família. Especialmente a minha mãe, meu pai,
Camilo, e meu avo Adriano (in memoriam)'
APRESENTAÇAO
discussões e conclusões finais e também as discussões regionais que não foram abordadas
A seguir, o quado capítulo tem como alvo o "Folhelho Muzinho" na área de Floriano
(Pi), onde é apresentada uma análise faciológica e a discussão da relação estratigráfica desses
depósitos fossilíferos com outros corpos sedimentares de idade incerla. Por último, o quinto
capítulo, discute de maneira global as informações geradas nos três capítulos e são
Alpercatas.
RESUMO
o contato basal das formações corda e Pastos Bons, nas duas sub-bacias assenfa-se
sobre uma superficie erosiva que trunca diferentes intervalos estratigráficos.
A sedimentação
por um alto estrutural,
da base da Formação corda na sub-bacia de Fortaleza foi controlada
aqui nominado como o Alto Estrutural do Itapecuru. Este alto foi fonte
de detritos para
que se localiza em
depósitos de leque aluvial com predomínio de processos de sheet.flow
nessa sub-bacia
Formosa da Serra Negra e que esta na base da Formação corda. Além disso,
secas, e a
também ocofrem às associações de fácies de campos de dunas e interdunas
associação de pequenas dunas eólicas com interdunas encharcadas
e secas. Entanto, na Sub-
bacia de Pastos tlons ocorrem associações de rios com carga mista, e dunas
e interdunas
predominam os lençóis
inundadas da Formação Pastos Bons. Já no topo de ambas sub-bacias
dunas e interdunas
de areia com formação de paleossolos, e geração restrita de pequenas
encharcadas, às vezes inundadas.
palavras chaves: Bacia das Alpercatas, Alto do ltapecuru, análise de fácies, sistemas deposicionais
desérticos, Província Parnaíba.
ABSTRACT
During the Mesozoic in the Parnaíba Province (middle northern Brazil) magmatic
events occurred in response to a new tectonic setting related to the formation of the Noúh
Atlantic and South Atlantic.
Mosquito Formation oocurs at the base of the lìortaleza sub-basin and cortesponds to
basalt spills with isolated episodes of sedimentation of difficult correlation. The thickest
succession of sedimentary rocks is known as the Macapá Member. This unit was deposited in
environments that changed from small fields of eolian dunes with wet interdunes to plains of
terrigenous sabkhas or playa deposits, with strong influence of groundwater level.
The basal contact of the Corda and Pastos Bons formations in the two sub-basins is on
an erosive surface that truncates different stratigraphic levels. The sedimentation ofthe Corda
formation base in the Fortaleza sub-basin was controlled by the Itapecuru structural high.
This high was a debris source to alluvial fan deposifs with a predominance of sheet flow
processes. These deposits correspond to the base of Corda Formation and are located in
Formosa da Serra Negra. Furthermore, facies associations of dunes fields and dry interdunes,
and of small eolian dunes with damp and dry interdunes occut in Fortaleza Sub-basin. On the
other hand, facies associations of rivers with mixed load, of dunes and flooded interdunes of
Pastos Bons Formation occur in the Pastos Bons Sub-basin.
Sand sheets with formation of paleosols occur mostly at the top of the two sub-basins,
with restricted small wet dunes and interdunes sometimes flooded'
Keywords: Alpercatas Basin, Itapecuru high, facies analysis, desert depositional systems, Pat'naíba
Plovince.
SUMARIO
Magmatismo "" 8
9
Métodos.............
cAptTULO 2, AS SUCESSÕES SED VIENTARES INTERDERRAMES DA FORMAçÃO MOSQUITO,
EXEMPLO DE UM SISTEMA EóLICO tJMIDO, PROVfNCIA PARNAÍBA'"....'".
...72
12
TNTRODUçÃO "" 12
N4ÉTODOS,...........,
ANÁLISE DE FACIES...,
16
Membro Macapá..
27
Membro Tinguí.....
25
DrscussÃo...........
29
coNcLUsÕES......
Referências.........
UM
cAptTULO 3. ANÁLtsE FACTOLÓG|CA DAS FORMAçöES CORDA E PASTOS BON5,
EXEMPLO DE
33
RE5UMO..,...,.....,....
33
TNTRODUçÃO ...,....,
.35
38
38
Associaçöes de fácìes da Sub-bacia de Fortaleza dos Nogueiras 39
DrscussÃo......,........
coNcLUsÕES.......,...,
Referênc¡4s...,,.... " 63
rNrRoDUçÄO " 68
oMagmatismosMosqu¡to,sardinhaeasunidadessedimentaresinterderrames...'..'.,''''',,,''''73
A Falha NW-SE e o Conglomerado Silicificado de Cunha e Carneiro \L972) """" " "" " "73
Sub-bacias de Fortaleza dos Nogueiras e Pastos Bons " "" " " " 79
81
coNcLUSöES......
82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.
LISTA DE FIGURAS
citadas no texto, Modificado
Figura L.1, Mapa geológico da área com a localização das localidades
de Lima & Leite (1978). " 10
tigLra 2.4. Fotomosaico do maior afloramento do Membro Macapá no vale do Rio Mosquito, ...21
Figura 2.5. Fotografias das fácies da Formação Mosquito no vale do rìo homônimo. ,...................22
tigura 2.7. Foto de afloramento de interderrame isolado na Fazenda Mur¡ci, entre Novas Col¡nas e
Fortaleza dos Nogueiras...., .........,,...,.,.......,,25
Figura No.3.1. Mapa esquemático mostrando a d¡stribuição da Formação Corda e Pastos Bons,
mostrando as possíveis feições tectônicas atuantes na bacìa das Alpercatas. ..,,...,..,,,..,..,,.,...,...,.35
Figura 3.2, Mapa geológico da área com a localização das localidades citadas no texto, Modificado
de Lima & Le¡te (1978). ..............,...,..,.....,..., 36
Figura 3.3, Seçöes colunares e fácies das "Camadas Bom .Jesus",........ ....,..,..,,.., 43
Figura 3.4, Exemplo no qual primeiro ocorre à deposição de sedimentos arenosos estratificados
horizontalmente em RFS................ .'..'.........44
F¡gura 3.5, Foto e interpretação de ãfloramento a 1km a sudeste de Fortaleza dos Nogueiras
F¡gura 3.6. Colunas estrâtigráficas de alguns afloramentos da borda oeste. A legenda encontra-se
na figura 3.7,
F¡gura 3.7. Colunas estratigráficas de exemplos de afloramentos na borda leste, a legenda desta
figura aplica para outras fìguras no capitulo........ ... ...... .... ....47
Figura 3.8, Detalhe de algumas fácies que ocorrem na borda oeste da sucessão Corda-Pastos
48
F¡gura 3,9. Contato com superfície de deflação da Formação Corda acima de um pacote de lamitos
da Formação Pedra de Fogo. (Aflor. 67) ....................., . .. .. .. .50
Figura 3.11. Foto de afloramento 168, 6 km ao oeste de Formosa da Serra Negra. .. ..,.. .. .,.. .. 52
Figura 3.12. Fotomosa¡co e interpretação da associação de fácies de canais de rios efêmeros com
¡ntercalação de depósitos de planície de inundação. ACc corresponde com a fácies de aren¡tos
conglomeráticos canalizados (aflor.94) .. ... ...., .. .., .,. ,.. ., .,..53
Figura 3.13, Fotomosaico de afloramento 90. observe camada de arenitos sigmoidais no meio de
pacotes de lamitos cinzas, Abaixo, detalhe de arenito com estratif¡cação cruzada siSmóide. .., . 54
Figura 3,L4. Fotomosaico e interpfetação da associação de fácies de planícies de inundação de
rios efêmeros com intercalação de depósitos de lençóis de areia (aflor'93) " 55
Figura 3.15. Exemplos de fácies fluviais presentes na sucessão Corda- Pastos Bons " 58
Figura 3.16. Fotomosaìco e interpretação da associação de lençóis de areia da borda este. .... . 59
Figura 3.17. Paleocorrentes das formações Corda e Pastos Bons... . " " " 61
Figura 3.18. Modelo esquemático da evolução da bacia das Alpercatas durante a deposição da
sucessão Corda-Pastos Bons......... ........ "" " 62
Figura 4.1. Associação de fácies de lago com predomínio de decantação com episód¡os
turbidít¡cos. " " 71
Figura 5.1, Blocos de arenito conglomerático silicificado, são Pedro dos crentes, Ma.,...,,..,...,,..,74
Figura 5.2. Diagramas triãngulares dos dados de petrografía das unidades da bacia das
Alpercatas.
FigUra5.4.DiagramaesquemáticodecorreIaçãoestratigráf¡cadomesozóicodaProvíncia
80
Pa rna Íba,
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1, Fácies e associações de fìícies das formações corda e Pastos 8ons...,.,,
. ... ..... . 41
Província Parnaíba, e aqueles que ocorrem logo acitua desses níveis. Estas sucessões
sedimentares registranr as condições paleoambientais e paleogeográficas do novo cenário
tectônico da Província Parnaíba durante o Mesozóico. Assim, foram estudados os arenitos
que ocorrem intercalados com basaltos da Formação Mosquito; os arenitos eó'licos e
Contexto tectono-estratigráfico
A Província Estrutural de Parnaíba foi definida por Almeida et al. (1977), também
denominada de Província Sedimentar do Meio Norte (Góes 1995), em conjunto com as
unidades do embasamento que afloram ao norte (Figura 21). Góes (1995) propõe a
separação da até então chamada Bacia de Parnaíba (Góes ef al. 1993, Cunha 1986) em três
principalmente na borda norte da bacia, nos contatos entre as fonnações Codó, Grajaú e
Corda (Figura 1.2).
Em geral, as feições estruturais da Província Parnaíba refletetn estágios e pfocessos
tectônicos atuantes em escala continental. A natureza e as direções dessas estruturas estão
fortemente condicionadas por feições estruturais do embasamento pré-cambriano. Essas
relações foram estudadas por diversos autores (eg. cordani et al. 1984, Cunha 1986 e
configuração dos esforços e, consequentemente, das falhas (Hasui et al. 1991, Chamani
2011). Nesse contexto, por meio da formação de um sistema de rifts teria se irnplantado a
Bacia das Alpercatas, segundo Góes (1995) e Pedreira da Silva etal (2003)'
A Estrutura de Xambioá (Aguiar 1971, Cunha & Carneiro 1972. Góes 1995) de
direção aproximada N80E (Figura 4.1), estende-se entre as cidades de Xambioá e
Teresinha. como pode ser observado nos mapas de isópacas (Aguiar 1971, Goes et al.
1993), esta esÍrtufa configurou-se como um arco desde o ordoviciano. Este arco teria
controlado a deposição das unidades paleozóicas até a Formação Motuca, de idade
penniana. Segundo Hasui e¿ al. (1991), este arco estaria relacionado com a então vigente
distensão regional Nw-sE, que desenvolveu descontinuidades em uma faixa ao
longo de
suâ zona axial. Para estes autores, a parlir do Jurássico, passou a atual uÍla extensão
ENE-
se lazendo càda vez mais quente (Lima Filho 1998, Góes 1995, Mabesoone 1977)'
possivelrnente no Triássico, após a deposição de campos de dunas e draas da Formação
Sambaíba, ocorreu um hiato estratigráfico que é, segundo Yaz et al. (2006), relacionado
com a Orogenia Allegeniaua.
baseado no fato da designação serie Mearim ter sido aplicada por Lisboa (1914) para o
Este trabalho foi realizado sobre o mapeamento geológico de Lima & Leite (1978)
(Figura com uma exceção: eshrdou-se separado o "Folhelho Muzinho" que esses
l.l),
autores posicionam dentro da Formação Pastos Bons. As principais considerações
estratigráficas consideradas nesse mapeamento serão explessas a continuação:
A Formação Mosquito que ocoÍe na área entre Grajaú, Porlo Franco e Fortaleza
por uma
dos Nogueiras corresponde de duas sucessões de derrarnes de basaltos separados
siltitos do Membro Tinguí descritos por Northfleet & Melo (1967 apud Aguiar 1971).
consideram a Formação corda no mesmo sentido de Aguiar (1971); assim, entte Foúaleza
dos Nogueiras e Imperatriz mapeafam corno Formação corda, os arenitos vermelhos,
róseos amarronzados, com estratificaçáo cntzada, e com grãos bem selecionados e
e
anedondados, que descansam discordantemente sobfe os basaltos Mosquìto e
que são
sobrepostos discordantemente por os arenitos e folhelhos das formações Grajaút e codó.
Na área de Pastos Bons, Mirador, São Domingos do Azeitão no leste da bacia, eles
consideraram que a Formação Pastos Bons corresponde coln uÍla unidade com predomítrio
de folhelhos na base, e arenitos no topo, que ocorre sobre uma superfÏcie irregular
apresentando descontinuidade expositiva, grande variação na espessura e que encontra-se
Tingui são designações dadas por diversos autores para sedimentação entre os derrames
Mosquito, pós-Mosquito - pré-sardinha e pós-sardinha. Poucos trabalhos referem-se a
sedimentação interderrames (Northfleet & Melo, 1967; Aguiar, l97l) Mais comuns são as
referências aos depósitos Corda e Pastos Bons, geralmente relatórios intemos e alguns
arligos paleontológicos no segundo caso, fazendo alusão ao "Folhelho Muzinho"
O conteúdo fossilífero dentro das formações Corda e Pastos Bons aponta para
deposição no Jurássico (Petra 2006). No entanto, os conchostráceos do genêfo
Macrolimnadiopsrs (Lima & Leite, 1978) encontrados na unidade não são bons indicadores
de idade, e os resultados palinológicos de várias amostras coletadas durante esta
dissertação mostrafam-se estéfeis. Por outro lado, estudos palinológicos desenvolvidos por
Lima & campos (1980) apontam uma idade eocretácea (Andar Buracica equivalente ao
Magmatismo
tem sofrido uma considerável cristalização fracionada. Também parecem ter sofrido
86
contaminação crustal, baseado em suas altas relações de 018/016 e Sr87/Sr lBellieni el
a|.1992).
Métodos
Paraainterpretaçãodosarrrbientesdeposicionaisfoiseguidooprocedirnentode
análise de fácies segundo walker (1992) e Miatl (2000). As fácies foram determinadas
As
com base nos litotipos com ênfase na granulometria e tras estruturas sedimentares
associações de fácies foram definidas como agrupanentos de fácies' cujos
processos
arquitetônicos e
fotomosaicos. Nestas últimas foram identificadas as fácies, os elementos
as hierarquias de superfícies limitantes. Os dados de paleoventos' onde
foi observada
claramente a estratificação acanalada, foram tomados usando o método
das exposições
desc|ito
tridimensionais dos flancos, e o método qualitativo de exposição bidimencional
por DeCelles et at. 1983. Em vista de uma boa interpretação dos paleoventos foram
(1987)'
aplicados os conceitos dos trabalhos de Sweet (1992) e Rubin
No auxílio da identificação das fácies e dos componentes deposicionais e
diagenéticos foi feita petrogra{ia pa'a 20 amostras da unidade
Assim' foi feita uma
textural e da
estimativa modal dos componentes deposicionais junto com uma descrição
mineralogia dos componentes deposicionais e diagenéticos'
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l,iña & Lcire(1978)
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Figura l.l. Mapa geológico da área com a localização das localidades citadas no texto, Modificado de
Lima & Leite (1978). Note no meio do mapa a feição nominada como janela
do Sambaiba.
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CAPITULO2.ASSUCESSOESSEDIMENTARESINTERDERRAMES
DA FORMAÇÃO MOSQUITO, EXEMPLO DE UM SISTEMA
EóLICo úutoo, pRovÍNcl¡. p¡.m¡'Ín¡,
Velcic
oscar Arturo Romero Ballén, Ana Maria Goés, Francisco de Assis Negri, Mariana
RESUMO
Relativo à tectônica dos eventos pfecursores a gênese do oceano Atlântico central,
na
de
Província Parnaíba ocorre a Formação Mosquito que é uma sucessão de intercalações
sobre
camadas de basaltos e camadas sedimentares. Estes depósitos acumularam-se
paleobaixos topográficos e seus contatos com os derrames estão marcados
por
INTRODUÇÁO
EpisódiosrnagmáticosprecursoresàgênesedooceanoAtlânticosãoamplamente
conhecidosnasbaciasinttacratônicasbrasileiraseafricanas,edadasuaimportânciaparaa
compreensãodageodinâmicadaPlataformaSul-Americana,têmsidoassuntodediversas
publìcações (p.e., Marzoli et at. l999,Baksi & Archibald 1997 '
Thomaz Filho et al 2000 '
âOO8;. nnt." os fluxos basálticos gerados naqueles eventos
tectônicos' foram
docunrentadas várias sucessões sedimentares continentais
(p'e, Mountney ef al L999'
Scherer2002),queauxiliamnoentendimentodaevoluçãopaleoclimáticaeambiental
dessas regiões. Northfleet & Melo (1967 apud Aguiar
1971) descreveram na Província
Parnaíba(AlmeidaetaI.1977),apresgnçadecamadassedirnentareseólicosintercalados
obj eto deste estudo
com fluxos de basaltos juro-triássicos da Formação Mosquito
ocolre em
Várias publicações expõem como em sucessões eólicas a acumulação
vários episódios breves de sedimentação alternados com períodos
de erosão ou não
deposição (e.g. Kocurek 1988, Kocurek & Havholm 1993'
Langford & Chan 1988'
L2
Mountney & Thompson 2002). Na Província Parnaíba, depósitos sedimentares eólicos
foram altemados por fluxos de basaltos que interomperam a sediurentação eólica, se
sobrepondo a ela. Este tipo de relações interderames já foi discutido na literatura para
outras bacias (Clemmensen 1988, Mountney et al. 1999, Scherer 2002). Para a separação
dos episódios de acumulação eólica interderrames e entre as sucessões sedimentares é
irnprescindível a identificagão das hierarquias das superfTcies deposicionais. O estudo das
diferentes superfícies e associações de fácies, leva à limitação das acumulações eólicas
geneticamente relacionadas, ou seja, sequências eólicas (Kocurek 1988, Kocurek &
Havholm 1993, Mountney 2006). No caso da Formação Mosquito, foi possível além de
caracterizar os contatos entre os basaltos e as sucessões sedirnentares, distinguir mediante a
análise faciológica, urudanças tanto na disponibilidade sedimentar como no clima, entre as
diferentes sequências deposicionais. Exemplo de um sistemas desértico úmidos, tecente
parecido com o nosso tem sido descritos na literatura no Bristol Dry Lake, califomia
(Handford 2006) onde encontram associações de sabkha com campos de pequenas dunas e
inter dunas úrnidas.
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Figüm 2.I. Mapa esquemático mostrando a distribuição da Formação Mosquito e as possíveis feições
tec-tônicas atuanìes no Jurássico na Província Parnaíba. Os diques e soleiras das fonnações
Mosquito e
Sardinha encontram-se intrudindo principalmente rochas paleozóicas. Estas não são diferenciáveis em
subsuperfìcie. Notar que â Estru r; de Xambioá parece ter exercido contole durante este magmatislno,
Modificado de Góes e¡ ¿/, (1993)
1-4
topo da formação. Um resumo da estratigrafia da Fonnação Mosquito na âtea a sudeste de
Forlaleza dos Nogueiras é apresentada naFtgwa2.2.
F
a
lltrr(¡lr(rìr\ (lc rìr!nilr'r r()rì) r.lr'rlilì( ¡ròes
rÌ1rriì(l \. rorìì rilltl,)s ! \rlt rrt¡rs t rt¡t
r5111ìlil](irçì,r t)1.llrr-pIlllL|ì
Figura 2.2. Estratigrafia da Folnração Mosqu ito no vale do Rio Mosquito, Fortaleza dos Nogueiras, MA
Modificado de Aguiar (1971).
MÉTODOS
Para a interpretação dos ambientes deposicionais foi seguido o procedimento de
análise de fácies segundo Walker (1992) e Miall (2000). As fácies foram detetminadas
com base nos litotipos com ênfase na granulometria e nas estn¡turas sedimentares. As
associações de fácies foram definidas como agrupamentos de fácies, cujos processos
atribuídos são coetâneos e
geneticamente relacionados. Posteriomente, foram
reconstituídos os processos deposicionais, já que as fácies são muitas vezes características
de um processo sedimentar em particulaf (collinson & Thompson 1989, Allen 1984).
Embora, algumas fácies possam cofïespondef a diferentes processos, as associações de
fácies podem, com maior confianç¿, estalem relacionadas aos subambientss de urn sistema
deposicional. A análise faciológica foi feita através do levantamento de seções colunares e
panorâmicas. Nestas últimas foram identificadas as fácies, os elementos afquitetônicos e as
hierarquias de superficies limitantes. Além disso, foram realizadas medidas das atitudes
das superfícies limitantes e das paleocorrentes. Os dados de paleoventos onde foi
observada claramente a estratificação cn)zàda acaíalada, foram interpretados usando o
rnétodo das exposições tlidimensionais dos lir¡bos descrito por DeCelles et al (1983)'
onde Se medem os flancos dos estratoS cruzadOs acanaladoS da duna para encontrar o eixo
que representaria a direção do paleovento.
Para auxiliar na identificação das fácies, foram realizados estudos petrográficos de
l0 arnostras dos arenitos interderarnes. Para tanto, foi feita avaliação modal dos
componentes e texturas deposiciolais e diagenéticas, com contagem de 300 pontos por
aÍtostra.
ANÁLISE DE FÁCIES
Membro Macapá
Esta unidade ocorre na base da Formação Mosquito no meio de derrames
basálticos; as suas melhores exposições estão nas cachoeiras formadas pelos rios Macapá e
Mosquito. Dentro desta sucessão, no vale do rio Mosquito ocorrern oito fácies (Tabela 2.1)
diferenciadas em três associações faciológicas: (1) Associação de lençóis de areia com
fluviais eÍêmeros, (2) Associação de sabkha siliciclástica e (3) Associação de pequenas
dunas eólicas com depósitos de interduna encharcada.
Tabela 2.1. Fácies e processos iDterpretados nas uuidades interderrar¡es associadas à Fonnação Mosquito. A
localização dos porltos estudados encontra-se na Figura 2.1 , Abreviação Loc=localidade
Ah Arenitos com A¡-enitos fiuos a médios Carga por tração pelo vento Lenço¡s qe
estratificação caracterizados por estratos Migração de rnarcas areia
cruzada de transladantes cavalgantes onduladas cavalgantes,
baixo ângulo subcríticos. subcríticas e transladantes.
Ai Arenitos Camada cle l0 cm de arenitos com Carga por tração subaquosa lnterduna
intraclásticos intraclastos de lama de até 3cm. que retrabalha lalrra do Inundada
deÞósito anterior.
Hw net€rolltrcos lntercalaçöes de lâminas de arenitos Decantação de lama com lnterounâ
de arenitos e e Iamitos, fortemente períodos de carga por tração Inundada
lamitos silioifi cados,formando laminação e deposição de areia.
silicificados wc^,y.
Hf Heterolíticos lntercalações de camadas lnuito Decantação de sedimentos Margern de
finos com delgadas de siltitos e argilitos, finos, con periodos de lago
Iaminação eventuahnente conr Çrostas de dessecação .sq bkhq?
16
Associação de lençóis de areia com fluviais eJêmeros (ALF)
Descrição; Estes depósitos obseruados em duas camadas (Figura 2.3) dentro Membro
Macapâ, consistem em camadas de 1 até 4 m de sucessões de arenitos finos intercalados
com depósitos heterolíticos. As camadas de arenito apresentam laminações ou
estratificações corTugadas e iregulares, em uma escala de 1-4 mm (Ad). Intemamente são
constituídas de marcas onduladas assimétricas de pequena amplitude, feições de pequenos
domos ou saliênclas ligeiramente ovais com distribuição randômica e estratos paralelos
comtgados e inegulares. Podem oco¡rer localmente arenitos com marcas onduladas
subaquosas com amplitudes de I a 2 mm (Ao). As camadas heterolíticos (Hw) constam de
intercalações de lâminas de arenitos finos, às vezes lamosos, com lâminas de lamitos
constituídos de minerais argilosos e matéria orgânica e, localmente, lâminas delgadas
(<lmm) de evaporitos. Estes foram interpretados a partir da identificação de um tipo de
calcedônia com elongação negativa que Pittman & Folk (1971) associam a ambientes
evaporíticos. Tanto os lamitos quanto os evaporitos na diagênese foram substituídos po¡
minerais silicosos como quaúzo e calcedônia. Podem ser observadas camadas de arenitos
com intraclastos silicificados. É b". a plesença de nódulos com maior cimentação
"o-u-
silicosa, geralmente elípticos com seu eixo maior paralelo à estrati{icação'
17
vento efil superfícies deposicionais molhadas (Kocurek & Fielder 1982). As feições
internas destacam-se por seu aspecto finamente laminado, irregular e corrugado. A
presença localizada de arenitos com marcas onduladas subaquosas de crista reta (Ao) foi
atribuída à migração de fortnas de leito de pequena amplitude em condições de regime de
fluxo inferior com lâurina de água de baixa profundidade (Allen 1984). As camadas de
estratos heterolíticos (Hw) foram geradas em condições flutuantes de energia e nível da
lâmina de água, as quais propiciariam decantação de finos em condições de baixa energia,
seguidas de deposição por carga de tração de areia durante o aumento nas condições de
fluxo. A queda do lençol freático foi responsável pela dessecação evidenciada pela
fonnação de gretas de contração e, eventualmente, precipitação de r¡iuerais evaporiticos.
As camadas na base da associação de arenitos com abundantes intraclastos silicificados
foram interpretadas como estruturas de depósito residual, associado a um episódio de
inundação que affancou e redepositou desordenadamente os fragmentos de lama produto
de uma passada decantação. Posteriormente, na diagênese, foram substituídos por minerais
do grupo da sílica tais como calcedônia e q\aÍtzo. O conjunto dessas fácies foi interpretado
como depósitos de sabhka, ou seja, regiões aplanadas num clima árido e quente, mas com
episódios de inundação e posterior dessecação.
Descrição; Está presente na parle média do Membro Macapá (Figura 2.34) e consta de l1
m de arenitos de granulação fina a média, coloração amarela avermelhada, com grãos bem
selecionados, arredondados e esféricos. Nesta associação as fácies se diferenciam
principalmente pela inclinação das estratificações cruzadas. Na fácies de estratificações
cruzadas de alto ângulo (Aa) (Tabela 2.1), os estratos variam de 15 a 30'de inclinação e
têm uma espessura entre I e 5 cm. Estes depósitos são compostos por intercalações de
lâminas de 2-4 mm de arenitos de grano médio, com estratos de 1-3 cm de arenitos de grão
fino. Esta fácies tem geometria em cunha, onde o lado menor aponta para a base do
conjunto. Por outro lado, a fácies (Ab) consta de arenitos de granulação fina a média com
estratificações cruzadas de baixo ângulo compostas de estratos transladantes subcríticos. A
fácies (Ad) corresponde com uma intercalação de camadas com estratificação horizontal
conugada, em geral trata se de estratos delgados de 1-3 cm de arenitos finos e muito finos.
Então oconem dos tipos de conjuntos: uns coln facies (Aa) e (Ab) e outros com as
fácies (Ab) e (Ad). Entre estes conjuntos se apresentam dois tipos de relações: 1) contato
inferior das cruzadas (aa e Ab) é planar abrupto com as fácies (Ad), e 2) depósitos das
18
fácies (Aa) e (Ab) encontram-se interdigitados com os depósìtos das fácies (Ad). (Figura
2.4)
Diques Clásticos
19
A) : \rr,
B)
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,1. ,\rrr¡rr¡ç.rr rlc I'ltt¡t ltA,
^f
Figura 2.3. Colunas estratigráficas tla Formação Mosquito no vale do rio Mosquito, cidade Fortaleza dos
Nogueiras (MA). A) Coluna estratigráfioa levantada do Membro Macapá; na esquerda se observam as
interpretações de sucessões e assosiações de fácies. B) Mapa esquernático com a poligonal localizantlo os
afloràmentos tlo membro Macapá. C) Coluna estratigráfica do Mcrnbro Tinguí no valc do rio Mosquito.
20
/\lisoci$çí)ßs tlc lhcics
l:*'
Ì\s{
rü.-.r
Supcrlicics linlltîntts
S Srrpctsupcllicic
Figura 2.4. Fotomosaico do maior afloramento do Membro Macapá no vale do rio Mosqttito'
N6tar as
vai dos pontos E até H da
camadas com as associaçõcs de fácies e as supcrficies limitantcs. O afloramento
poligonal mostrada na Figura 2.3ts.
Membro Tinguí
27
Figura 2.5. Fotogralias das fácies da Formação Mosquito no vale do rio homônimo
A) Detalhe de dìque
Mcmbro Macapá' no vale tlo rio
.iá"rti"o .o- scg"regação granular paralela ao plano tla fiatura' basc do
r,¿ïrq"i". Ël i""""iråo oË r¿"i"r io asso.iaçáo dc interdunas úmidas. Notâr as laminações ontluladas
a
comprimento C) Fáoies heterolítioas finas com
pùìt", it*ãúft*, e corrugadas. O martelo tem 40,0 om de
de lamito D)
int"rOigituçã", rJe crostas 6e evaporitos e oom gretas ¿e 4essecação na superfìcie de um-e,strato
Membro Maoapá E)
Ma¡caíoniula¿as subaquosas dã associação tlJfácies de intcrdunas úmidas, na base do
com ambientes
roìà*i".ogrunu com lâminas de calcedônia com elongação anômala que tem sido associada
notar arenitos lamosos no meio de
i"r". ; F) Fotomicrografia tla fácies de areniios intraclasticos,
"""p"ri
seixos siliuificados de lamito.
22
Interpretação" A predorninância de camadas de argilitos foi gerada por decantagão em
águas tranqüilas corn esporádicas flutuações no apofte de sedimento em suspensão,
formando lârninas de material detrítico tamanho silte. A queda no níve1 da lâmina de água
é evidenciada pelas gretas e estruturas geradas em condições de dessecagão, períodos nos
quais poderia ocorfer a precipitação de minerais evaporíticos, interpretados a partir de
crostas posteriormente silicificadas, onde ocorrem cristais de calcedônia com elongação
anômala.
fry,ffitr
.\ l¡l,r l(rìr {lislin'çio nrr\ b,ìnIrsorl¡lc (\crìLl c rìrcrror
Fon¡osa da seüa
Figura 2.6, Fotourosaico de afloramento de interderame isolado na região de Três Bu¡ìtis,
ÑËgru, O, fluxos basálticos dos derrames alojaram-se nos paleorrelevos sobrepostos aos arenitos
interdelaames,
23
Localidade de Três Buritis (estrada entre Fortaleza dos Nogueiras e Balsas)'
Localidade da Fazenda Murici (estlada entre Fortaleza dos Nogueiras e Nova Colinas)
Descrição: consiste de arenitos com estratifrcação cruzada de baixo ângulo (Ab) separados
por uma superfície subhorizontal. O conjunto inferior em contato com fluxos basálticos é
composto de arenitos de granulação fina a média, localmente grossa, colll estratiftcação
sub-horizontal e feições risco de agulha em lâminas de 1,0 a 3,0 mm. o conjunto superior
tem estratificação cn:zadade baixo ângulo associado a lnarcas onduladas transladantes
DISCUSSAO
Os afloramentos isolados e as superssuperficies arenito-basalto
( onl¡lo ctrsivo
e Fofialeza
Figura 2.7 . Foto de afloramento de interderrame isolado na Fazenda Murici, entre Novas Colinas
doi Nogueiras (MA). Enconham-se os alenitos sobre paleorrelevo o contato superior é tatnbéll elosivo e
com arãnito silìcihcado no topo dos sedimentitos. Notal falhas nort¡ais de alguma fase de tcctônica
dcformadora.
25
gera uma intemrpção na acumulação de depósitos eólicos (Kocurek & Havholm 1993) Por
tanto, os limites entre as acumulações de lava e areia, são todos considerados
supersuperfícies, pois com ou ser¡ hiato estfatigráfico, estão parando a acumulação
de
por
depositos eólicos. casos deste tipo de supersuperfícies no mundo são descritos
clemmensen (1988) para rochas precambrianas na Groenlândia, por Mountney el
a/.
(1999) na Formação Ejto na Namibia, e por scherer (2002) na Fonlação Botucatu na
Bacia de Paraná.
NaslocalidadesdaFazendaMuricieTrêsBuritisocoffemcamadasde<5r¡de
espessura de arenitos eólicos com formação de dunas e sern evidências da presença de
umidadenomomentodadeposição.Estesafloramentospelasuaposiçãoestratigráfica
arenitos,
parecom estar da parte média a base da formação. As relações de contato desses
tantonabasequantonotopo,sãoerosivasPoroutrolado,napaftemédia-superiorda
da Chapada
Formação Mosquito, como por exemplo, no Membro Tinguí, no afloramento
da Galheira e em outros pequenos afloramentos da ârea de Novas Colinas' foram
observadas sucessões de siltitos, lamitos e laminítos algáceos. Estas
fácies atribuídas a
lagos e margem de lagos são evìdências da presença de umidade Assim'
o nível relativo
processos de decantação
do lençol freático oscilava fracamente gerando as intercalações de
edessecação.Então,emboranãosejapossívelfazerconelaçõesestratigráficasdos
afloramentosespalhadosdaFormaçãoMosquito,acredita-sequetemumadiferençaentre
pode
os interderrames na base e no topo da unidade. Essa diferença basicamente
conespondercomumamudançanadisponibilidadesedimentarquenabasefoimaior
pennitindo a migração e preservação de dunas eólicas'
O Membro MacaPá
Exemplosdetrabalhosqueestudaramcasosdesistemasdeposicionaiseólicos
úmidos foram realizados por Kocurek (1981), Pulverlaft (1985), Fryberger
(1990),
(2002)' Mountney &
Kocurek & Havholm (1993), Henies (1993), Mountney & Thompson
lagger (2004); esses trabalhos ressaltam a importância do lençol
freático no espaço de
acomodação nesse tipo de ambientes deposicionais'
As associações de fácies e o seu aruanjo dentro de uma sucessão de um sìstema
eólico refletem a cultlinação de um conjunto de eventos circunstanciais, que possibilitam a
preservação no registro estratigráfico de um depósito eólico. Para isso, o depósito tem que
estar embaixo da superfície de acumulação. Um depósito eólico acima desta superfìcie
é
considerado que está ainda em transporte, já que este está sujeito a ser erodido e continuar
sendo transpoftado pelo vento (wilson 1972, Kocurek & Havholm 1993, Mountney
2006)'
Em um sistema eólico úlnido a acumulação ocoÌ!:e como uma conseqilência, tanto da
rnigração e cavalgamento das formas de leito, quanto pela presença de umidade. A areia
por
úrnida é dificihnente incotporada ao vento, enquânto a areia seca é facihnente levada
este. o nível do lençol freático controla a presença de urnidade, poftanto controìa
tatnbérn
o nível da superfície de acumulagão. Assirn, dentro de um sistema deposicional eólico
para que
úrnido, o aumento progressivo do nível do lençol freático é o mecanismo básico
acumulações tanto de dunas como de interdunas sejam preservadas, ou seja, que fiquem
embaixo da superfície de acumulação (Hummel & Kocurek 1984, Mountney & Thontpson
2002).
superiordosdepósitosquepermaneciaacimadasuperfíciedeacumulaçãoerasusceptívelà
erosão e mantidas em transporte. Posteriormente poderiam acontecer dois
casos: (1)
estátìco e
durante um período considerável o nível do lençol freático ficava relativamente
as fácies da base das dunas eólicasficavam invadindo as superfïcies de interdunas, ou (2) o
cavalgando'
lençol freático subia de fonna gradual enquanto as dunas estavam migrando e
de tal maneira que as fácies do pé das dunas ficarem interdigitadas com as
fácies de
interdunas no mesmo nível estratigráfico, mostrando contemporaneidade entre
o avanço
das formas de leito com a sedimentação da interduna encharcada
(Figura 2 4)'
DentrodaSucessãosedimentardoMembroMacapá,interpletou.Soaoconênciade
na base a
uma supersuperfície, que separa dois conjuntos de associações de fácies;
urro"iufão de campos de dunas eólicas com interdunas encharcadas e no topo
a associação
de uma camada
de sabklL siliciclástica. Essa supersuperficie está marcada pela oconência
da fácies arenitos com intraclastos de lamito (Ai)'
lrìt!11i(rìrr ctrùhtììcrì{Lr
/ -_ (lc brsrlllo
^llùÍìrrrcnlr)
éa
Em geral, a diferença clucial das sequências discutidas da Formação Mosquito
quantidade de disponibilidâde sedimentâr, que é definida por Kocurek & Lancaster
Q999),cornoasusceptibilidadedosgrãosdasuperficieaseremarrastadospelovento'A
disponibilidade sedimentar é afetada por fatores estabilizadores. No
caso da Formação
gerada pelo nível do
Mosquito estes fatores são: os derratnes de basaltos e a urnidade
função: do nível
lençoì freático. Por outro lado, o nível relativo do lençol freático é
absoluto do lençol freático que responde principalmente à precipitação
e às mudanças
28
climáticas; e da subsidência (Kocurek & Havholm 1993). Acredita-se pelo fato de se
observar certa ciclicidade dentro das sequências do Membro Macapá (Figura 2.3), que a
mudança do nível relativo do lençol freático evidenciada pelas diferenças faciológicas
dentro da sucessão é produto principalmente de mudanças clir¡áticas. Etnbora não se
descarte, que em menor proporção, períodos de subsidência e soerguimento tenham tido
influência; tanto no nível relativo do lençol freático por subsidência, quanto na
disponibilidade de sedimentos, por maior erosão durante soerguimentos.
CONCLUSÕES
As unidades interderrames da Fonnação Mosquito na Provircia Parnaíba, a exceção
do Membro Macapá, a sul de Fortaleza dos Nogueiras (Ma), são depósitos seditnentares
isolados entre os diversos fluxos de lavas basálticas de idade entre 160 a 200 Ma. Os
contatos entre os corpos sedimentares e os derrames basálticos foram observados erosivos.
Estes depósitos são exclusivamente continentais, e foram depositados em um ambiente
árido e quente. Em áreas abatidas e segundo a quantidade de disponibilidade sedimentar
apresentaram-se duas situações predominantes: l) as áreas foram inundadas por lagos rasos
onde a disponibilidade sedimentar foi restrita e o nível do lençol freático variava perto da
superfície; ou 2) A disponibilidade sedimentar era sufìciente para gefar migração de dunas
eólicas.
Membro Tinguí foi depositado num ambiente de margem de lago sabkha onde
o
ocoffeu decantação de finos, com posterior dessecação, evidenciada pela pfesença de
crostas de evaporitos e gretas de dessecação.
Agrødecimentos
29
proveniência sedirnentar e técnicas isotópicas i¡l silr¿ associadas a métodos convencionais",
pelo auxílio financeiro para a realização dos trabalhos de carnpo, e ao professor Paulo
Cesar Giannini pela colaboração na petrografia.
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a¿
CAPITULO 3. ANÁLISE FACIOLÓGICA DAS FORMAÇOES
CORDA E PASTOS BONS' EXEMPLO DE UM SISTEMA
pnovÍNcr¡'
DEsÉRTICoo coM coNTRoLE rBcrÔNrco'
p.rnr,{¡.ÍsA,
RESUMO
inter¿alo tectônico
As formações Corda e Pastos Bons foram depositadas durante um
associadocommagmatismoetectônicadistensiva.Estasunidadesdeidadejuro-cr.etáceas,foram
a sucessão em duas subbacias a ìeste e a
controladas pelo Alto estrufural do Itapecuru, separando
oeste'Duranteafaseinicialdedeposição,apresentaram.senoladooesteasassociaçõesdefácies
aluviais dominados por fluxos
de: 1) leques aluviais dot¡itlado, po. flu*o de detritos' 2) leques
4) dunas e interdunas úrnidas e inundadas
larninares no confiuados, 3) dunas e interdunas secas' e
nas associações de fácies interpretada
Na borda desta sub-bacia com o alto, ocorre ulra anomalia
comoarespostadosistetnadeposicionalàtectônicaativaEntanto'nasubbaciadoladoeste'ocore
de; planícies de inundaçáo de rios efêrneros'
a Formação Pastos Bons, com associações de fácies
e dunas e interdunas inundadas por pequenos
lagos. Na sucessão do topo,
canais de rios efêmeros,
de fácies de lençóis de área com fonnação de
ocorrem a ambos lados uma predominante associação
paleossolos.
Paleocorrentes.
INTRODUÇAO
de arenitos com arnpla
Na parte central da Província Pamaíba afloram camadas
arenáceas' conhecidas na literatura como
distribuição geográfica (Figura 3 1)' Estas rochas
cronológico e estratigráfico ainda
formações Pastos Bons e Corda têm posicionamento
controverso.Demodogeral,aidadedadeposiçaoéconsideradadentrodointervalojuro. A
corno exclusivamente continentais
cretáceo e os seus depósitos são interpretados
de fácies' produzida pela interação de
sucessão Corda-Pastos Bons tem uma divetsidade
sistemas deposicionais eólicos e aluviais'
IBE
++++++ li,rrrrrrçrioSrrnlirrhrr
[IIIfl l',rrrnr,ç¡c' c ()r(lx ( lììr(o' llon\
++++++ ffi lì,1[clh<,\fLrzinltri'
+++++++++ - - -. ìsolì1¡rs rl!'llrsrììlo
-+++
++++++++
--r-1tì
da Formação Corda c Pastos Bons' rnostando as
Figura 3.1. Mapa esquemático rlrostrando a distribuição
po"ssíveis feigões tectônicas âtuantes na baciâ das Alpercatas
magmatismo Sardinha.
A Formação Pastos Bons 90 m de espessufa (Northfeet & Melo 1967)' e
^fiîEe ^f,é
é constituída dominantemente de folhelhos e subordinadamente arenìtos (Aguiar 1971 ;
ao inter¡¿alo
Góes & Feijó l9g4). Até o momento, a única localidade fossilífera restringe-se
conhecido como "camadas Muzinho", localizadas em uma área isolada
próximo a Floriano
(Pi) (Lima & Leite 1978, Petra 2006). Nestas são descritas importantes ocorrências
paleoictiológicas (Santos 1974), conchostráceos e diversas espécies de palinomórfos'
Embora os ambientes lacustres intetpretados para este folhelho tenham sido relacionados
com os ambientes fluvio-eólicos da Formação Pastos Bons, neste trabalho não se
considerou o "Folhelho Muzinho" como necessar¡amente conelato com a
Formação
pastos Bons, aflorante (Figura 3.1) entre as cidades de Pastos Bons e colinas (Figura 3.2).
Pof outro lado, a Formação corda é caracterizada pelo domínio de arenitos róseos
cruzadas e
avermelhados, com grãos bem selecionados, arredondados, corn estratificações
plano-paralelas(Aguiar1971,Góes&Feijó1994,LimaeLeite1978)Estaformação
Nesta extensa
ãlcança 150 m e seus depósitos são atribuídos a processos fluvio-eó1icos.
faixa de afloramentos, destacam-se, na porção oeste, as "camadas Bom Jesus"
definidas
por cunha & cameiro (1914) no vale do rio Florzinha. Estes autores atribuíram esses
por um
conglomerados e brechas à base da Fonnação corda, que teriam sido exumados
corpo intrusivo nessa localidade.
MÉTODOS
Para a interpretação dos ambientes deposicionais foi seguido o procedimento de
aûálise de fácies segundo Walker (1992) e Miall (2000). As fácies foram determinadas
As
com base nos litotipos com ênfase na granulometria e nas estruturas sedimentares.
associações de fácies foram definidas como agrupamentos de fácies, cujos
processos
Noauxíliodaidentif,rcaçãodasfáciesedoscomponentesdeposicionatse
Bons. Assim,
diagenéticos foí feita petrografia para 30 amostras da sucessão corda-Pastos
foi feita uma estimativa modal dos componentes deposicionais junto com uma descrição
textural e da mineralogia dos componentes deposicionais e diagenéticos'
ANÁLISE DE FÁCIES
Nos mapeamentos realizados na área (e g Cunha & Carneiro 19'72' Lima
&' Leite
Aseguir,emcadaumadassub-bacias,sãodescritaseinterpretadasasassociações
onde estas ocorrem
de fácies da sucessão corda-Pastos Bons enunciando as localidades
(Ver tabela No 3.1).
38
Associações de fácies da Sub-bacia de Fortaleza dos Nogueiras
Nesta borda os trabalhos de rnapeamento não tem mapeado a unidade Pastos Bons.
(e.g. LiÛra & Leite 1978, Cunha & carneiro 1972). Assim, os arenitos e conglomerados
mapeados nesta área têûr sido mapeados como Formação Corda. A unidade chatnada
informalmente de camadas "Bom Jesus" (cunha & carneiro 1972),fioi encontrada em duas
localidades separadas por 70 km aproximadamerfe. A localidade com melhores exposições
aflora na rodovia M4006, bem próximo da cidade de Formosa da serra Negra (MA). A
outra localidade é no vale do rio Florzinha a sul da cidade de Passagem Boa pela FR226,
entre Grajaú e Porto Franco (MA), Figura 3.3.
Na mesma região, no topo de uma estrutura circular descrita por cunha & carneiro
(1972), foram achados conglomerados clasto-sustentados (Cc) inconsolidados' em
camadas maciças de uma espessura > 3m. Estes constam de seìxos de 1-4
cm arredondados
e bem selecionados de quartzo leitoso e chert, com 5o/o de matriz de areia
branca quartzosa
39
LeEtes aluviais dominados por fluxos não confinados laminares
Descrição; ocorre muito bern exposto, a leste da cidade de Formosa da serra Negra
(Figura 3.2). Consta de um pacote de sucessões de conglornerados e brechas de seixos de
até 5 cm, de coloração roxa a avermelhada em uma matriz de areia e latlla (Fácies cpp).
Apresentam-se em estratos <7 ctn, tabulares com acamamento horizontal com
continuidade lateral >50 m. os contatos são abruptos e planares, embora em escala
milimétrica sejam irregulares. As sucessões começam com conglollerados e brechas, os
quais passam a arenitos e larnitos conglomeráticos. Localtnente ocoÍ:e ulna pequena
camada de lamitos ou wackes ]ntaciços, vermelhos no topo. Esta sucessão se repete
comumente incompleta, geralurente conr gradação normal. Ocorretrr intercalações
lentiforrnes em estratos de 30 ate 10 cm de arenitos conglomeráticos com estratificação
cruzada principalmente acanalada, localmente sigmóidal e tabular (Acc). A composição,
tanto dos seixos quanto das areias, consta basicamente de fragrnentos de basalto A maior
parte desta sucessão tem matriz de lama, só alguns estrâtos encontram-se limpos.
Localmente, o contato inferior destas camadas é erosivo coftando as camadas inferiores
até
uns 25 cm de espessura, essa feição ocorre numa escala de 0,5 ate 1,5m de comprimento
(e,g. Figura 3.4). Intercalados com estas fácies rudáceas encontram-se conjuntos de
reta de
arenitos com estratificação cruzada de baixo ângulo (Ab), e estratificação cruzada
alto ângulo (Aa). Dessa maneira, a associação de fácies esta sendo interdigitada com
a
como
Interpretação: Em geral, os estratos planares ou horizontalizados são interpretados
p.odrto de fluxos desconfinados turbulentos em regime de fluxo superior (RFS)' A lâmina
de água devia ser baixa da ordem de <0,3 m Làninas de água mais espessas
precisariam
deumavelocidademuitoaltaparaestaremRFs(AllenlgS4,Collinson&Thompson
1989). Algumas das estratificações horizontais podiarn também ser causadas
pela
Descrição lnterpretação
Assocþções Fácies
Carnadas lenúfo¡mes de brechas clâsto-sùstentadas, mâciças, pob¡emente selecionadas, Deposito de tálus prodùzido pela ação dâ gr¿vrdâde, próxlmo
Leques Bm - Brechas macrçâs
a um Paleo alto.
aluviais ciûentadas por calcita. Contatos irregulares na base- Clastos constituidos dominantemente de
domrnados .ilerirôç e rrrhâs lrlcânlcas.
Ca¡ga de tr¿ção em reglrne de tlùxo mtèflor âbarxo cle
por fluxos de Cc - Conglomerados clasto' @, > 3m de conglomerados clasto-sl¡stentados
lâmina de rtua ¡asa Retrabalhamento do topo de leques
detritos sustenLados corn porcentagem de Írat¡iz de â¡eia < 15. Os seixos aPresentâm-se mode¡adamente
àm diâmetros enüe 1-3 cÍL compostos quase exclusi.r.amente por quartzo leitoso
selecion¿dos
alùviais por fluxos aquosos.
ê frLomentos inbaclásticos de b¡echâs. CoÃtato infenor erosivo
<ileritôs e
D€cantâção de lama na plaDicre de nundaçao com lorTnaçao
Wm w¿cfeJ macrços Cnm"d.i tubul"r"r de. 30 cm de arenitos fiûos lamosos (wackes) maciços- Contatos basâts
de naleossolos e bioturbacão.
bte"has matriz_stlstentados em est¡atos < 5 cm tabulares com continurdade Produto de fluxos desconfinados hnbulentos em regime de
Leques Cpp -
Paraconglorne¡ados e Co,rglo.e.adoi
"
laterãl >50 m, contatos planares abruptos' Ern geraì, os clastos Pobremente selecionados que ftuxo superior ß¡S). Episódios de enchentes dura¡te chuvas
aluviais brechas com estratificação
podem alcançar 4 cm. A granulometria da matriz é de a¡eia e lama As sucessôes tor¡enciais.
dominados plano-paralelâ
e b¡echas que passam a arenitos e
por fluxos ;anodecres;entes ascendóntes começam com conglomerados
não L-nnc conølomeráticos Os clastos são de basaltos principalmente com algÙ¡s silexitqs-
cnìzada São geÉdâs du¡ante o declínio de um evento de enchente
confinados ACc - Arenitos Lentes isolados de estratos de 5- 20 cm de a¡enitos conglomeráticos coû estrâtlllcação
têm 0'3 e 0,8 quando â energia do fluxo diminui e chega a regime de fluxo
lam;nares conglome¡áticos com p ncipalmente acanalad4 mais localmente sigmóide e tabular- As acanaladas eDtre
inferior, o qual ¡etmbalha as fo¡mas de leito planas
estratific¿ção cruzad¿ m de comprimento e Îêm base erosiva.
,ñrP;ômênfê fôñâ.1âs
médios em conjù¡tos de 1,5 a 4m de est¡atifrcações cnrzadas taDgencrars com Mig¡ação e reâtivação de fomas de leito de dunâs eóhc¿s
Aa - A¡enitos com A¡enitos finos a
risco de crescedtes com folma 3D, OcoÍeûdo simultaneamente
Campos de estatific¿Éo c¡uzåda de alto ângulos de 15 â 30' , intercalação de lâminas espessas e delgadas, comwn lamiÚação
separados pol superficies de iûterdunâ, de reativação e queda e fluxo de gãos. Dunas migraado sobre formas de
Dutras e ângulo, taÂgetrcial ou Oba"*o*-a"
^gilh". "oûjutrtos leito de ordem maior (draas)-
interdunas acatralada superposição.
secas
4 ,ú de -""itos com estratifrcação c¡uzada de baixo ângulo, com lârfunaFo Carga por nação. Migração e cavalgâÍrento de ôûdulas uma
A.b - Areûitos com C"-"das d" 03
"té sobre outra formando estratos fansladantes Deposição Da
est¡atificação cruz¿dâ de tr¿nsladaúe cavalgante s]ohctitica Ot'ind rípple)
conjuntos de 0,3 a I'5m de est¡âtiflcaçöes c¡uzada acatralada Migração e reativação de fomas de leito de dùlas eolic¿s
Campos de Ae - AreÍitos com Ar"rttos l-"s ¡nédtos e
" "m espessas e delgadas- Coúum t¡aDsversais, crescente e barcanóides- Oconendo
pequenas es fatific¿ção cruzadâ de aìto tabula¡ com âlgulos de 15 a 30' , iúercalação de lâminas
simullaneamente queda de glãos e fluxo de C¡àos.
ângulo lamiDâção risco de agulha,
Dunas e
interdunas lJ
nr d" espessura de arenitos fiûos em estratos honzontais de
<2 cm de Fofmam-se pela âdesão de g¡ãos de a¡eÉ em rÙnâ super DC
Ad - Arenitos com estn¡tur¿s C".ad"s d" até
úmidas em estratificaÉo cruzadâ de baixo ângulo com encharcada. frite¡duna e¡charcadâ-
de adesão où estrâtificaçäo espessu¡a, coûugados- Loc;lmente se observam
dÊ â¿lesãô
-..."c ^ñ.1,,1,dâe
espessas de a¡enitos vermelhos e bmncos, às vezes maciços ou com Deformação penecontemporâûe¿ do sedimento em estâdo
Adp - Arenitos com õco.,-"-em "atn"dt" convolufâ liquidifi cådo. (Sol J¿d¡rn en t defonnøtíon)
estratifi cåção contorcida ;lictos de estaatificâçaoìruzada ou horizontal deformada- Tratam-se de estr¿tificaÉo
de esp€ssu¡a de conjuntos de lentes arnalgamadas de ârenitos trnos a Tr¿nsição do reginìe de fluxo sup€rior â infe¡ior' Cårgas de
Ac- Areriitos com
".*"d.. -de 0,5
âcanaladâs' tração e suspensão, Processo de desconfiriamento de influxos
es[atiñcaøo cruzadå grossos com est¡atificaÉo cruzada composta Nestas oco¡rem est¡atificações
ânguio langenciais na base com espessura de co4junto <50 cm, e laminações fluviais de areias em interdu¡as inundadas.
comPosta, ãruzadas de baixo
gradação normal
cruzadas cavalganteslupercríìcas. Qùando a gãnulação e gossa observa-se
--For-"m l,ô.âi. cã^ hñ1c.^c
^- ^^-r-+^" ^ñ¡nl,¡ô{
Decantação e posterio¡ dessecação de lama na interduna.
aa-se de níveis delgados <2 cm de continuidade late¡âl !?riável de lamitos com g¡etâs de
Fg- Lama com estruturas de
¡te<<æacâo e mud drøoes.
4I
t,S m de arcnitos com est¡atificação cruzada de baixo ângulo, com Carga por tração em correntes eöltcas. Mlgraçâo e
Lençóis de Ab - A¡emtos com õñ^au. ¿e O2
lâminação
"t¿
E-¿nslâdante cavalga¡te $¡bcritica (wind ripple). Comlarrnnaçào risco de agulha (Pin cavalgamento de ôndulas folmaûdo estratos transladantes
a¡eiâ estratificaÉo cruzada de
ç1.ìn? InñiknliÒù eñ 1âminas <5 mm. Contâtos infe¡iores plana¡es abruptos.
de 0,2 a 1,2 m de estr¿tificações c'''z2das Mig¡açäo e reativação de fomas de leito de dunas e,5licas
Aa - A¡enltos com ffios crescentes com forma 3D, Ocoûendo simultaneamente
e delgadas-
esúaÍñcação cruzada de alto acanâladas e tangenciais com ângulos de 15 a 30o , intercalação de lâminas espessas
queda e fluxo de grãos. Pequenas dunas eólicas isoladas.
ângulo, tangencial ou
..'- .--forrn"- Cargas de ùação e suspensão. Tralsição do ¡eglme cle lluxo
Ac- Arenltos com æ f-Z * æ de conjì¡ntos de lentes amalgamadas de arenitos finos a
srossos "u-"¿*
com estratrñcåÇão
"rpo*ra
Nestas oco¡rem estfaúficações acanaladÀs,
cruzada cor¡ìposta sçerior a inferior. Processos de influxos fluviais eGnreros
estratifi c-ação cruzada
ta¡genciais na base com esPessur¿ de conjunto <50 cm, e laminações em iáreas amplas e planas
composta. inrzadas de baixo ànguìo
c¡uzadâs cavalgantes-supercíìicas a granulação e grossa observa-se gradaçào normal-
Quando
k,câi< <â^ r'-,<¡nc nnd,¡l¡r{os
^- ^^-+-r^- Paradas na deposição dos leriçóis de a¡ela e devrdo ao
Am- Aremtos macÌços S,r"osõ"sdec^-odast"bularcsdearenitosróseos,IinoseñâcLçosqueg¡adampar¿otopoparâ
aumento da umidade formação de solos que apesar de pouco
mosqueados arenitos levernente afgilosos, vermelho escuro a marrom mosqueados de branco-
^.,^1,,r¡^. --.rêñrâm vêrêf '.ãô
Decantação de material fino em susPensão em eventos de
Plânícies de Fm - Lamitos macrços ffi, geralmente maciços comalgumas laminaçôes
r-".hô..i'henrô de crrìâl
.-li^r,i'rê. ñ1âñÈñâüleiâs F. côúum forte bioû¡bação principalmente de raízes
rûunclaçâo <somede<l Processo de Íação eñ regime de fluxo infenor de corfentes
¡ios Ài- Areni(os cânaløados ffiþral m de espessura. de
fluviais efèmeras dumnte enchentes
com inhaclastos e -"dio, groasos com estratificação cruzada acaDaìad¿' com gradação normâl e
efèmeros ^."nitoa "
int¡aclastos a¡gllosos.
estralifrcação crûz¿da
<locm tro melo ósitos ¡esultantes de i¡fluxos trativos de areia na plaoÍcie
ffio-pamlela em camadas isoladas
Ax- Arenitos eú est¡atos
e 7 e 15n! de aretritos finos com D"pósit* de ,r-a combinação de processos simultâneos de
Asc - Arenitos cofi @ hter¿l ent
tração e suspensão, por influxos de areia na planície de
t"rtit aão a"tg"a. ,z"da cavalgante supelcrítica , contem lâminas <2mm de silte ou argila
laúinação cruzadâ "t
I 2m de espessura. l)e aremtos com Canais erosivos que são preetcludos por depósitos de
Canaß d€ ACc-Aremtos õ"¡"i. isol"dos d" 6 até 18 m de largura por aæ
ñrô.e<sôs trâtivos de carsa de fr¡ndo.
; fi. a ci\c..nt 7 tânsenciais.
¡ios " "r, "r ^¿Às Processo de tração em regtme de tlÌlxo úlenor ro¡¡nânoo
@s cotrglomeÉticos com estraúficaøo cruzâda
efëmeros ACt- lentes amalgamados de ba¡r¿s de ca¡ais fluviais por ûig¡aÉo de dùnas 3D. Os
e t^ogeo"iul ;iT conjuntos óe alé lf'îde espessura lntemamente é comum a gradação
aredtos cotrglomeráticos conglorìe¡ados da base dos cotrjuntos são interp¡efådos
com estratifi cação cruzada
""an"l"da
iãr.ll "rtto,ilfi""ço"s cn;das reÆumbentes os contatos basais são erosivos e revestido por
cnmo de¡ósitos de 1¿9.
¡"-Á.ir^." .ôñoìômráticos com seixos de até 5 cm.
de 0,2 a I ,2 m de estmílrcaçoes cNzaoas MigraÉo e reativação de formas de leito de du¡as eólicas
t¡¡nas e .4,a- Arenitos coú Gäos rososrós_s finos a Í\édios em coniuntos rsolados
cfe¡centes coú cresta reta e levemcnte sinùosa, Ocorrendo
estratificação cruzada de alto com ângulos ãe 15 a 30' , intercatação de lâminas espessâs e delgadas-
ìnterdu¡as siûultaneamente queda e fluxo de grãos. Pequenas dunas
"*nui"¿u, " "ng"n"iuis
inu¡dad¿s â¡gulo, tangencìal ou tabular
POr pequeros
escuro com laminação plano-par¿Iela em laminâs D""*açao de l"-" em águas calmas. Fundo de lago-
lagos FÈ Lamitos cinz¿s com ffi
I
"-i-".ã^ -lâñÈñâúlèl¡ De¡xisitos coetâneos de t¡âFo e $rsp€nsão de areiÀ Fluxos
*bøbulr¡es s¡gtróid.s de *m est'atificações cruzadas si8móides de I,5 ate
A5- A¡enitos coñ - "t.nitos hipopicnâis entr¿¡ldo eñ águas caÌmas. Pequenos deltas d€
Oilr-¡*o*o. *rociãdo com larninações cruzadas cavalgantes suPercríticas (Figu¡'à 3 13) ::"
estratificação cruzâdz -.â-.,^. .L-.".¡^ êñ Loô< ôr iñferduras ¡nùndadås.
42
A
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Seções colunares-das associações de
Figura 3.3. Seções colunares e fácies das "Camadas Bom Jesus". A, B)
da localidade de Formosa da
fácies de leque aluvial .oÀ pr"Aorínio de depósitos laminares de inundações,
das estratificações cruzadas dos
Serra Negra (aflor. 13 e 169). Apresentam-se os dados de paleocorrentes
Boa (aflor' 179)' D' G e l) Detalhe
fluxos subaquosos. c) s"cao.orunur no vale do rio Florzinhà, Passagem
plano-paralela. E, H) Intercalações de fácies
A" pururoogiomerados e árenitos brechóides com estratificação
transladantes e risco de agulha' F) Afloramento com
de arenitos eólicos com estratificações cavalgantes
depósitos de sheettloodda figura 3.38'
preservadas
Em geral, pode-se afirmar que as fácies interpretadas como RFS foram
predominantemente devido às rápidas mudanças no estado de fluxo,
não havendo tempo
suficiente durante o fluxo "minguante" para retrabalhar as formas de
leito e trocá-las por
em vários
formas de leito de regime de fluxo inferior. Estas condições são encontradas
possíveis em um
exemplos tanto de sistemas atuais quanto antigos (Fielding 2006), e são
de precipitação,
ambiente semi-áridoo onde as chuvas são esporádicas mas com altas taxas
o que gerava condições episódicas de alta energia'
43
Figura 3.4. Exemplo no qual primeiro ocorrc à cleposição de setlimentos arenosos estratifìcaclos
nos últimos estágios do
horizontalmcnte em RFS. Posteriormente ocorre retrabalhamento, erosão tlurante
sigmoidal que grada para acima a plano-paralela,
fluxo mingua nte (woning). Note a estratificação cruzada
uma mudança cle regime de fluxo infcrior a regime tle fluxo
esta feição neste caso foí interpretada como
superioi, provavelmente por uma tliminuição na altura da lâmina tle água' Ncste caso também foram
interpretadas duas pequenas falhas sinsedimentares.
baixo ângulo ou plano-paralelas. Esta fácies foi interpretada como eólica e não
fluvial pelo
fato de apresentar forte segregação granular, estratos transladantes e grãos bem
arredondados. A laminação risco de agulha é uma feição causada por cimentação
diferencial por segregação granular sinsedimentar. Os conjuntos com estratificação cruzada
de alto ângulo foram interpretados como migração de dunas eólicas'
Interpretou-se que o pacote basal de arenitos eólicos foi recoberto pelos depósitos
são depósitos
de sheet flow. As camadas desses arenitos intercalados com conglomerados
de dunas e interdunas secas que se acumulavam entre episódios de inundação.
¡rm
R Su¡rcrlìcic tlc rcitliraçiìrr
SS St¡pcrlìcic rlc s.brcp.siçrìo I Str¡rcrlìcic rlc rlligraçir. tlc inlcrtlttlta
Figura 3.5. Foto e interpretação de afloramento a I km a sudeste de Fortaleza dos Nogueiras (aflor. 33). Note
o iamanho dos conjuntos de estratificações cruzadas que st¡peram os 4m, no topo foi interpretada uma
superficie de sobreposição (Rubin 1987) ou de segunda ordem (Brookfield 1977).
Descrição:Ocorre espalhada numa ampla área entre São Pedro dos Crentes, Fortaleza dos
Nogueiras, e a Serra Negra. Às uezes observou-se associado com lençóis de areia, e outras
vezes, com campos de dunas com interdunas secas. Suas melhores exposições encontram-
se nos afloramentos t33 e 139. Consta de camadas de arenitos vermelhos a róseos,
quartzosos, bem selecionados e arredondados. São compostos pelas intercalações de várias
facies: arenitos com estratificação cruzada de alto ângulo (Aa) formam conjuntos de 0,5
até l,8m de espessura, em geral são tabulares ou acanaladas, internamente estas cruzadas
são formadas por intercalações de lâminas cuneiformes espessas e delgadas; na base destes
conjuntos encontram-se arenitos finos, vermelhos e róseos, bem selecionados, com grãos
arredondados e esféricos, com cruzada de baixo ângulo compostos por marcas onduladas
transladantes subcríticas (Ab) e com laminações risco de agulha. Esta fácies (Ab)' além de
se assooiar a (Aa), ocorre em corpos tabulares de <lm, de grande continuidade lateral
>70m. Ocorrem intercalados nestas fücies, arenitos argilosos vermelhos a brancos, com
estratificações contorcidas (Adp) em camadas espessas de até 5 m som contatos abruptos.
45
Aflor, 33
Figura 3.6, Colunas estratigráhcas de alguns aflorarrentos da borda oeste. A legenda encontra-se na Figura
3.1 .
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i L-r:Þé cpp CùDglontÉdos coñ c\rÉril-tcãção hortu al .1 6trar os dciraoos
ffi¡i
i':= :l-:l \\'m
ii+!
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5
j LEGENDA Litoåci€s LådrsE€s
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4 Estmtûrss s€diDeltùes i-.+.=.! llh ll{r{ol io'' fino. !.n,lJñ,ndç;Ln Pltrn¿ n-ml<l¡
Vùcs o¡dùì¡dãs na sùF{ffic,c d¡s @mad¡s ffi rpp L¡'n'r6 co¡D lùmúçâo dclg¿dá. Pl¿E p@lcl¿
-.- Äre¡,tos co', cst àufi€ção c'ød¿ sisDoidc
3 Lqtd. r6nslå&drcceraleùrccolìc¿ IS
= ^.
-,-r Fl€os dc ì¿m
2 l
-õ- \dulos silic@s
\¡n$¡¿cîo:
-- .- c,o'o. ¡"
"'.po.,u<
\rr
-;- Güa< dc dL:ss@çno 7F Raiæs
Figua 3.7. Colunas estratigráficas de exemplos de afloramentos na borda leste, a legenda desta figura aplica pala outras figuras deste capítulo-
Figura 3.8. Detalhe de algumas fácies que ocoffem na borda oeste da sucessão Corda-Pastos Bons. A)
Ar-enitos com estratíficaçãõ cruzada composta (Ac); B) Intercatações de alenitos a paleossolos (P); C) e D)
Arenito com laminação trânsladante e çstruturas de adesão. E) Arenitos com estratifioação cruz¡da rle alto
ângulo (Aa), note a intercalação de estratos grossos maciços com lâminas delgadas enriquecidas em minerais
p"iu.tor, com os depósitos de fluxo de grãos e queda de grãos respeotivamente. F) Arcnitos
"ói."rpon4em
com estruturas õontorcidas (Adp), na foto observa-se uma estrutum d€ escape dc fluidos'
InterpretaÇão'. Esta associação foi interpretada como depósitos de campos de rnigração
de
colpos tabulares com ampla continuidade lateral > 100 m, composta pelas fácies
descritas a
seguir. Arenitos róseos e vermelhos, finos, bem selecionados, com grãos arredondados,
os
49
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Figura 3.10. Microfotografias dos arenitos da sucessão Corcla-Pastos Bons. A e B) Segregação
granular de
quartzo. D, E e F)
arenitos eólicos. C) Arenitos eólicos com oontatos pontuais e sobre crescimento de
de chert, em D fragmentos tle siltitos e
Exemplos de fragmentos liticos; em C no centro um fragmento
de silicificatlo
vulcânicos, em F fragmentos vulcânicos. G c H) Tipos de cimentos, em G, cimento complexo
com megaquartzo; em H, cimento poiquilotópico de zeólita oom os grãos boiando.
51
,'rl
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1ol
(l.O
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entre um corpo de
Figura 3.1 l. Foto de afloramento 168, 6 km ao oestc de Formosa da Serra Negra' Contato
(Ac), com uma sucessão de lençóis de areia com presença
arðnitos de deposição subaquosa na base da fácies
as mosqueadas no topo, com os arenitos com
de paleossoloi. Ñotar o cbntato abrupto entre camadas
estratificações compostas na base.
SaO Domingos
OCOffem entfe São
DeSCriçãO.. Ocorrem Oe Azeitão,
LrOmlngOS de LrlJlrù (MA)
rasruù Bons
llzçItau, Pastos \rvr^/t área de \
Monsenhor Gil e Água Branca (PI). Os seus afloramentos exemplares são o
59, 62 e 90
(FigUra 3.7). Consta de camadas de arenitos lamosos com estruturas contorcidas, com
deformação penecontemporânea (Adp), em camadas espessas com contatos
graduais
difusos. Dentro destes níveis são observadas camadas brechadas de lama. Também
ocorrem arenitos com estratificação cruzada de alto ângulo (Aa) e lamitos cinzas
e cinzas
tabulares de 0,7
escuros com laminação delgada (<l mm) plano-paralela (Fp) em camadas
a 3 m de espessura e com continuidade lateral > 30 m. Apresentam-se também camadas
tabulares e sigmóides de arenitos com estratificações cruzadas sigmoidais (As) e
entre camadas
laminações cruzadas cavalgantes supercríticas. Estas camadas estão sempre
espessas de lamitos da fácies (Fp). (Figura 3'13).
52
,:f.
F¿icics (A Cl) Arcnitos lcnf ifbrntcs amalgarnados coltt cstratificaçào cruz¿rda acanalada
Figura 3.12. Fotomosaico e interpretação da associação de fácies de canais de rios efêmeros com intercalação
de" depósitos de planície de inundação, ACc corresponde com a fácies de arenitos conglomeráticos
canalizados (aflor.94)
53
pacotes de
Figura 3.13, Fotomosaico de afloramento 90. Observe camada de arenitos sigmoidais no meio de
laÃitos cinzas. Abaixo, detalhe de arenito com estratificação cruzada sigmoidal.
Descrição: Ocorrem entre São João dos Patos e Pastos Bons (MA) e nas vizinhanças de
Flores de Piauí (Pi). Seus afloramentos exemplares são o 92 a 70. Apresentam lamitos
vermelhos e maffons maciços (Fm) em camadas tabulares e cuneiformés, com máxima
extensão lateral observada de > 80 m. Associados a estes depósitos, ocorrem níveis
bioturbados com presença de rizolitos. Acima destas camadas com contato erosivo, é
comum encontrar a fácies (Ai) que consta de arenitos canalizados com espessura entre 0,4
e I m, formando camadas lenticulares conectadas lateralmente com continuidade de até 50
m. Estes arenitos são médios a grossos, com estratificação cruzada acanalada, com
gradação normal e intraclastos argilosos. Camadas subtabulares de 0,6 a 1,5 m de
espessura de arenitos com laminação cavalgante supercrítica (Asc) ocorrem no meio de
pacotes da fiåcies (fm). Outra fácies que ocore são as camadas delgadas tabulares corn
espessura < l0 cm, de arenitos finos maciços (Ax) que se encontram intercalados entre
fácies (Fm) (Figura 3.14). Esta associação de flicies comumente esta intercalada com
fácies da associação de lençóis de areia ou dunas e interdunas úmidas (Figura 3.13).
de rios efêmeros
Figura 3.14. Fotomosaico e interpretação da associação de fácies de planícies de inundação
com intercalação de depósitos de lençóis de areia (aflor.93)
55
interpretados como depósitos residuais. A fácies ACc foi interpretada como um depósito
de canais erosivos que são preenchidos por depósitos de cargas de fundo. Esta associaçào
representa episódios com alta variabilidade na vazã,o do fluxo, ou seja, momentos de
grande vazáo durante chuvas torrenciais seguidas de longos períodos de exposição
subaérea.
DrscussÃo
A área de ocorrência da sucessão Corda-Pastos Bons está controlada pela Estrutura
de Xambioá, da mesma forma que o magmatismo. Isto é observado analisando os mapas
geológicos e de isólitas do magmatismo (Figuras 2.1 e 3.2). Na área, Cunha & cameiro
(1972) tinham interpretado uma falha de direção NW-SE. Nós interpretamos um conjunto
de falhas de direção NNW-SSE localizadas nas margens oeste e sul do Alto de ltapecutu.
A disposição das associações de fácies com relação a feições estruturais evídentes no
mapeamento (e.g. janela rnapeada da Formação Sambaíba na região da Serra das
Alpercatas) sugere uma tectônica de blocos, que é concordante com o episódio distensivo
regional associado ao magrnatismo. Urna feição estrutural que controlou fortemente os
arnbientes deposicionais das fonnações Corda e Pastos Bons foi o Alto do Itapecuru. Esta
feição tectônica foi inferida pela presença da janela da Fomação sambaíba na região da
Serra das Alpercatas. Outra evidência deste paleo-alto ocorre na base da Formação Corda,
na região de Formosa da Serra Negra, onde foram encontradas as associações de fácies de
tálus e de leque aluvial. Essas fácies indicam que existiu um alto que em episódios de
56
chuvas torrenciais era fortemente erodido e proporcionava a grande quantidade de defritos
necessária para o acúmulo desses depósitos. Alén disso, os dados de paleocorrentes desses
leques indicam fluxos para oeste, o que se encaixa enì uma fonte a leste, que foi o alto das
Alpercatâs. o alto separou duas sub-bacias, a oeste a sub-bacia de Fortaleza dos Nogueiras
e a leste a Sub-bacia de Pastos de Bons.
Hasui (1991), Góes (1995), Pedreira da Silva et al (2003) sugerem que uma
tectônica de extensão teria gerado a bacia das Alpercatas. Góes (1995) e Pedreira da silva
et at. (2003) inferem utn sistema de falhas normais de direção ENE -WSW e NNE -
ssw a oeste e a leste, respectivamente. Embora, não se descarte a existência dessas falhas,
as associações de fácies estão principalmente controladas por feições com orientação N-S e
NNW-SSE, que na borda leste da Sub-bacia de Fortaleza dos Nogueiras estão associadas
com zonas de deformação.
Blakey (1986) discute as variações deposicionais dentro de LtfÍ erg en1 resposta à
tectônica da bacia. Assim, por exemplo, ele relaciona áreas com maior acumulação de areia
com zonas de maior subsidência. Acredita-se que a mudança das associações de fácies a
oeste do Alto do Itapecuru pode sef uma consequência da tectônica. A oeste deste
paleo-
alto, ocorre uma área com as associações de fácies de leques aluviais e de campos de
grandes dunas e interdunas eólicas secas. A presença destas dunas grandes com fofmação
de draas, restrita a esta borda da falha, foi interpretada como uma mudança na
disponibilidade sedimentar. UÍr episódio de alta taxa de subsidência teria causado uma
queda do nível relativo do lençol freático, aumentando a disponibilidade sedimentar'
A
Ji.t ibuiçao destas fácies anômalas está alinhada com a janela tlapeada por Lima & Leite
(i978) e cunha & cameiro ('1972) da Formação sambaíba na região da Serra das
Alpercatas e com as associações de fácies de leques em Formosa da Serra Negra'
51
Figura 3,15. Exemplos de fácies fluviais presentes na sucessão Corda- Pastos Bons. A) Sucessão da
um pacote de
asíociação de planíðies de inundação de rios efêmeros (afloramento 93). Na base observa-se
transladantes (Ab); acima com
arenitos com eitratificação cruzadas de baixo ângulo formadas por laminações
(Fm), sobrepostos em contato irregular
contato abrupto plano tem uma camatla de areniìos marrons maciços
de arenitos conglomeráticos canalizados oom
erosivo observa-se uma camada lenticular conectada
de lama (Ai). B) Arenitos com laminação cruzada cavalgante
estratihcação cruzada acanalada e intraclastos
oom estratifrcação
supercrítióa (afloramento 90) (As). C) Camadas amalgamadas de are¡itos conglomeráticos
e raízes preenchidas de
cruzada acanalatla , ,".u.ú"it" inót¡ 1unot. 94) Di Lamitos maciços bioturbados
(Fm). Acima sobrepõe uma camatla de arenito com laminação cavalgante supercrítica (As)
areia ou rizolitos
arenitos em
e em contrato brusco plano com outia camada de pelito (Fm). (aflor.92) E) Camatla de
estratos
58
Figura 3.16. Fotomosaico e interpretação da associação de lençóis de arcia da borda estc. Observc as
caãadas mosqueadas restritas a um nível estratigráfico e de grande continuidade lateral interpretados como
paleossolos (aflor.l I l)
A oeste do Alto do Itapecuru foram diferenciadas duas sucessões pelas suas características
faciológica e posição estratigráfica:
l) Uma sucessão basal que se encontra exposta no sul da área de estudo. Esta sucessão na
área de Formosa apresenta a associação de leque aluvial com predomínio de depósitos
laminares de inundações. Na área do rio Florzinha, consta de depósitos de tálus e planícies
de inundação. Na área de Fortaleza dos Nogueiras, consta de depósitos de campos de dunas
e interdunas secas. Entre Fortaleza dos Nogueiras e São Pedro dos Crentes, consta de
campos de pequenas dunas com interdunas secas e encharcadas (Figura 3.18). Em geral, as
associações presentes nesta sucessão basal foram depositadas em ambientes onde se
ocorria migração e acumulação de dunas eólicas. Naquele sistema desértico, uma área
saturada (Wilson lgT l) estava na região de Fortaleza dos Nogueiras; onde ocorre a
associação de dunas e interdunas secas localmente com superfícies de superposição, ou
seja, que dunas eólicas migravam sobre formas de leito de porte ainda maior (Figura 3'5).
A margem daquele erg, entre Fortaleza dos Nogueiras e São Pedro dos Crentes (Figura
3.18), ocorrem associações de fücies de lençóis de areia e dunas e interdunas encharcadas.
59
A sucessão do topo da unidade catacteriza-se pela predominância de elementos
arquiteturais de lençóis de areia, com entisolos (Retallack 1993) pouco desenvolvidos e
poucas dunas eólicas, as quais são isoladas e pequenas. Esta sucessão do topo encontra-se
bem exposta na Serra da cinta, na Serra Negra e a norte de São Pedro dos crentes (Figura
3.10), Acredita-se que esta sucessão é separada por uma discordância de associações de
fácies parecidas, mas coffespondentes a outra sequência deposicional que Rezende (2002)
e Yaz et al. (200'l) consideram concordante com os folhelhos fossilíferos da Formaçào
Codó. (Figura 3.18).
CONCLUSÕES
Os depósitos da Formação Pastos Bons e da base da Formação Corda foram
controlados por feições estfuturais gerados pela tectônìca ativa no momento
da
separou a deposição
sedimentação. Na base desta sucessão de rochas, o Alto do Itapecuru
destas unidades. A oeste do alto foi inferida uma falha normal
que gefou uma
sedimentação anômala junto à falha, onde ocoffefll fácies de leques
e campos de dunas e
draas. A,leste do alto a sequência basal da sucessão é o que se conhece como
Fotmação
pastos Bons que se encontra debaixo da Formação sardinha. Esta consta de associações de
que se interpõen com
fácies de rios efêrneros de carga mista, com planícies de inundação
dunas e interdunas inundadas por pequenos lagos' A sucessão
do topo' que tem uma grande
presença de lençóis
continuidade regional (Figura 3.18), caracletiza-se pela predominante
molhadas e localmente
de areia, com campos de pequenas e esporádicas dunas e interdunas
inundadas.
60
+7'0 00"N 45:\\ 4l"w
I I FoÍnâcôes Mosquiro e Sardinha Paleoventos Corda
E Unidades G¡ajau Codö. ltaPecuru
A n=399
,ffi*
e Cenozó¡cas
47"\t 45"W
61
___\
.tDùnns
',t ti 'u' "''* l¡ìlc[(l{rn irrttntlrtìa c ìrtgos
.¡, 133.1' '--" lnf crdutriì cnùhitlciì(lit
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'/' llios ('li'rrlcros
l.ìl Ilc,lr¡tlci.l ¡llorlìlùclìlo
l,pr l;¡ìì.
^llorïrìcnlo
lìc(lüì dc lì)go
Figura3'ls.ModeloesquenráticodaevoluçãodaBaciadasAlpercatasduranteadeposiçãodasucessào
já mencionados' conr boas
Colda-Pastos Bons. os tìúmeros fazcm refer'ência a exetnplos de afloramentos
exposições dessas associações de fácies
AFormaçãoCorda,tantodoladooestecomolestedoAltodeltapecuru,como
mapeada por Lima & Leite, (1978), conespondem a duas sucessões deposicionais
diferentes.Acredita-sequeasimilaridadedasfácieseafloramentosisoladossão,
possivelmente, fatores responsáveis pelo mapeamento da sucessão de topo da
Formação
e as relações
corda indistinta da Formação Grajaú. Ainda que os limites dessas sucessões
da sucessão do topo com as folmações codó e Graj aú precisem de
estudos e mapeamentos
associações de fácies
a escalas locais, neste trabalho considera-se como corda apenas as
não corelatas aos folhelhos aptianos da Formação Codó'
Agradecimentos
para
Os autores agradecem a CAPES pela concessão da bolsa de Mestrado
o
petrografìa'
primeiro autor e ao professor Paulo Cesar Giannini pela colaboração na
62
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De modo geral, os depósitos jurássicos do intervalo pré-l'ifte (Ponte & Asûrus 1976,
como "Folhelhos Muzinho" é considerado desta idade. Eles correspondem a uma sucessão
sedimentar aflorante nos affedores de Floriano (Pi), especificamente na Fazenda Muzinho.
segundo Lima &. campos (1980), esta unidade é composta de siltitos esverdeados com
intercalações de arenitos que passam a folhelhos cinza-esverdeados contgndo intercalação
de folhelhos fossilíferos de coloração cinza-escuros a pretos. Iniciahnente esta sucessão
sedimentar fo.i inserida na Fomação Motuca (campbell et al 1949, Silva Santos
1953,
Beurlen I 954), depois na Pastos Bons (Mesner & wooldridge 1964, Pinto & Purper 1 974)
e na Corda (Caldasso 1978, Caldasso & Hama 1978). Atualrnente, estas camadas vêm
sendo incluídas na Formação Pastos Bons (p.e, Lima Leite 1978) e o conteúdo
&
fossilífero apenas encontfado na Fazenda Muzinho, tem sido utilizado para inferir
ambiente continental e idade Berriasiano-Valanginiano para esta formagão
(Lima &
Campos i 980).
Tendo em vista o acirna exposto, este capítulo tem como objetivo apresentar as
características faciológicas (Tabela 4.1) desta sucessão sedimentar e daquelas
mais
(afloramentos
facilmente correlacionáveis nas proximidades de Floriano. Nestas últimas
os dados
próximos ao entroncamento das rodovias 8R343 e 8R230) são apresentados
(Tabela 4.1)
coletados nesta dissertação, enquanto as da localidade Fazenda Muzinho
baseiam-senosdadosdePetra(2006).Nossaintençãoécompararestesdadoscoma
seção-tipodaFormaçãoPaStoSBons,loca|izadanasproximidadesdacidadedePastos
Bons (Ma).
oó
ANÁLISE DE FÁCIES
arenitos (Ap e AHp) (Figura 4.1). As camadas tabulares de folhelhos com coloração
tabulares de siltitos e argilitos (FHp) com espessura média <2 cm, com espessamento
das
FHp grada para a fácies AHp constituída de intercalações de arenito ltno com folhellros,
grada para cotpos
onde a espessura das areias aumenta na direção do topo Esta fácies
tabulares de arenitos de coloragão cinza clata a branca, com granulação
fina a muito fina e
comgrãosbemselecionados,com0,5atél,5mdeespessura.Estesarenitos(Apn)
apresentam uma sucessão de estruturasi estrutura maciça, gradação notmal,
laminação
carbonatos ocoffe na
flutuagões no aporte de sedimento em suspensão A precipitação de
ausênciadeaportedeterrígenos.Asucessãodascamadastabularesdearenitoscom
granodescrescência e espessamento das camadas para topo são sugestivas
de fluxos
Quantoàpalinoflora,constata-Seumpredomíniodeelementosxetofiticos
(fepresentadospelosgrãosdepólendogrupodosrimulados),alémdeelementoshigrófitos
proporção um pouco menor' abrangendo os esporos dos gênelos Retitriletes
e
em
Klukisporites. Os palinonrorfos presentes indicam abundância de representantes
continentais (grãos de pólen afins a gimnospermas e esporos) e estão ausentes de
representantes de rnicroplâncton marinho (dinoflagelados e microforaminíferos)'
de finos
Interpretttção'. Os folhelhos bem laminados foram gerados por decantação
emcoryosaquososdebaixaenergia.Acoloraçãoescuradosfolhelhosindicaumaalta
concentração de matéria orgânica que associada à presença de
pirita mostra condiçòes
"l
,l
Fhp I lctcroliticos finos cont larttinitçittr
plann paralcla
"l Ell
latninaçiìo ¡rlano'Pnralcln
7I
Tabela 4- l. Litofácies e associações litofácies observadas na Formação Pastos Bons, com suas
corespondentes descrigões de aforamento e processos sedimentares associados
Cu*ud^ tub,.tl."t d" folhelhos com coloração marrom âve¡melh^do a ciIV Decantação de material fino em suspensão, em
Lacusfe com Fp - lolhelhos c-om
esverdeado, com laminação < I mm. Contiouidade late¡al maior del km Na ambie¡lte de águas calmas. Em momentos de
predomínio de laminaçào plano-paralela
base, ocorrem nódulos e concreções que desenvolvem camadas lenticula¡es de menos apo¡te de te¡rígenos, precipitação de
decantaçào e episódios
turbidíticos .â].il,,tirô. due ¡.ìesâm a esoessum de 20 c¡n e l0 m de comp¡imeûto
lntercalåções ítmicas de camadas < 2 cm de arenitos e argllitos Deposltos Dec¿¡tação de ñnos corn altemâncias de episódios
AI{F Heterolilicos de
tabula¡es fo¡mando sucessões coIn espessamento das camadas de areia para o h¡¡bidílicos distais
arenilos/folhelhos com
lrminâcão nlâno- Dâralela
lntercalações de camadas tabulares < 2 cm de siltitos e argilitos, evenh¡almente Decantação de sedimentos finos, com flutuações
FHp- Heterol íticos finos
carbonatos- Forma¡do sucessões g¡a¡ocrescência âscendente e espessâmento no aporte de sedimento em suspensão Everitual
com laminação pla¡o-
das camadas para o toPo
precipilação de carbonatos na ausência de apofe
palalela
de terríqenos.
Cumadas tabula¡es de 0,5 até 1,5m de espessura de arenilos finos com uma Desconnnarnen¡o oe rluxos nrpefprcna¡s
Ap- Arenltos com
(turbiditos). Passagem gradual de regime de fluxo
eslratifi cações composta e sucessão das seguintes esm¡nrras; estrutur?t mâciç4 gradação normal,
laminação plano-paralel4 laminação cruzada c¿valgante supe¡críticâ, superior ao inferior, câ¡ga de sùspensão e t¡aÉo de
Gradação normal-
laminaçõeJ convoluta e estruhras de escape de fluidos (d¡r¿). Lineação de
areia.
conen¡e Gradacào normal.
D"póúto hete¡olítico constituído de folhelhos cinza esverdeado a cmza escÌÙo Decadação de finos em corpos aquosos de balxâ
Lacust¡e com FGp - Folhelhos cinza
energia com periodos de ressecameDto e expa¡são
predonínio de escùos fossilíferos com intårcalados com carnadas de gipso, com lamiûação pla¡ro-paralela Sucessão é
de um lago salino. Alt¿ cotrceûtração de matéria
decaût¿ção e episftios laminaçâo plano-paralela tabula¡ com continuidade tateÞl de 2 km espessura de10 m Camadas de gipso
va¡iam desde lâminas <2 mm espessura até camadas cettimélricås Observam' orgânica que associada a letrles de pirit¿ suge¡em
de condições disóúcas/anóicâs respoûsável Pela
dessecação/precipitação se lentes de pirit¿- Cotrteúdo fossilifero de peixes (semiotrotídeos e
pleurofolideòs), conchostrác€os e paliûomorfos (Petr¿ 2006)- concentr¿ção fossilífera (PeEa 2006)
de evaporitos
72
CAPITULO 5. DISCUSSOES FINAIS
1993, Fodor et al. 1990,Baksi & Archibald 1997). A Fortllação Sardinha aflora à
leste do Alto
que o
Formação Mosquito que corresponde, sobretudo, a derrames basálticos. considera-se
magmatismo Mosquito foi o mais intenso, e que a maior parte das roclras magmáticas
da
Província Parnaíba peftencem a este evento (Góes el al. 1993). Segundo Almeida (1986),
Milani &Thomaz Filho (2000), veevers (2004), estes pulsos magmáticos estariam
(Mosquito)
relacionados aos rifteamentos do Atlântico Sul (Sardinha), e do Atlântico Central
perlodasuperficie,ou2)adisponibilidadesedimentarerasuflcienteparagerarmigraçãode
dunas eólicas.
AFalhaNW-SEeoConglomeradoSilicificadodeCunhaeCarneiro(1972)
Durante a tealização de mapeamento por sensoriartento remoto' Cunha
& Cameiro
(1972),traçaramumafalhacomdireçãoNW-SEnabordaoestedajanela'devidotantoaesta
em sim, como à ocorrência dos conglomerados das "camadas Bom
Jesus" segundo os
feição
autores, estas camadas, além de encontrarem-se no vale do
rio Florzinha, estavam tarnbérn
durante a realização do
entre São pedro dos Crentes e Formosa da Serra Negra. No entanto,
encontram-se em um nível
presente trabalho, verifrcou-se que esses últimos conglomerados
estratigráficodiferente.NaregiãoentrePedrodosCrenteseFormosadaSerraNegraforam
achadososblocosdosconglomeradosreferidosporCunha&Carrreiro(1972).Estesblocos
73
enoontram-se em diferentes níveis topográficos e sua ocorrência foi interpretada como uma
feição da erosão recente, que desagregou os arenitos friáveis da Formação Corda deixando os
conglomerados que estavam acima. Por gravidade os blocos competentes de arenitos
conglomeráticos cimentados, teriam fîcado acima de diferentes níveis estratigráficos,
incluindo os basaltos Mosquito (o que levou esses autores a pensar que se tratava da base da
Formação Corda). Esses blocos também foram encontrados no cume da Serra Negra e no
cume da Serra das Alpercatas (os últimos documentadas por Plummer et al. (1948))' Trata-se
de arenitos conglomeráticos brancos e oreme, com estratifrcações cruzadas acanaladas e
depósitos residuais de seixos. A sua posição estratigráfica é incerta, não entanto, com cetteza e
um depósito pós-Corda.
Figura 5.1. Blocos de arenito conglomerático silicificado, São Pedro dos Crentes, Ma.
Petrografía e Proveniência
tendência marcada a
nominados informalmente como "camadas Bom Jesus", apresentam uma
ter uma proporção inrpoftante de fragmentos líticos. Essas alìlostras estão incluídas no
resultados
intervalo dos orógenos reciclados, lítico-reciclados e transicional reciclados Esses
a uma borda de
são concordantes com a interpretagão que estas rochas estariam associadas
falha e teriam couro f'onte a Formação Mosquito'
AFormaçãoCorda,comomapeadaporLima&Leite(1978)'doladooestedaborda
doAltoltapecuru,correspondeaduassucessõescomassociaçõesdefáciesdiferentes.A
sucessão basal registra associações de fácies de leques
aluviais e eólicos secos e molhados'
que
onde tinha imporlante migração e acumulação de dunas eólicas. Esta sucessão acredita-se
Bom Jesus a
Cordâ-Pastos Boûs O
/ Itrterderames *
Quauoso rccicJaio ''Nfuzi!ho" B
^/ v
l=1/ \,
Cociæotâ træ.:icioad
'
titrertais
:o!
10
Litícos instaveis
F€ldspao
triangulares de Dickinson
da Bacia das Alpercatas. os resultados foram plotados acima dos diagramas
Figura 5.2. Diagramas triangurares dos dados de petrografia das unidades
(1985)
O Folhelho Muzinho
pastos Bons e colinas (Ma), respectivamente. Nesta região, as associações de fácies foram
interpretadas como dunas e interdunas úmidas e rios efêmeros com carga mista, com
presença de pequenos lagos com deltas associados (Figura 3.18). Estas feigões foram
registradas também na parte nordeste de Barro Duro (Pi). A cornpatibilidade das
Entre Balro Duro e Matões (Figura 3 2), ocorre uma área com afloramentos
de
no
Bons. Ali passa o amplo vale do rio Pamaíba e as unidades parecem encontrar-se
Pastos Bons (entre
mesmo nível estrutural. No entanto, entre a área mapeada da Formação
as cidades desão João dos Patos e Pastos Bons) e os afloramentos do "Folhelho Muzinho"
(exclusivamente em Floriano), a situação é diferente. o "Folhelho Muzinho" localiza-se
emFloriano,al20ms.n.m.,eéseparadoporcercadeT0kmdaáreadePastosBons-São
n m' Entre
Joãodos Patos, onde a base da Formação Pastos Bons encontra-se a 300 m s
essas áreas ocorrem rochas da sinéclise paleozóica. Desta forma,
sugele-se a existência de
78
(Figura 5.3) não parece ser coincidência. Provavelmente, o espaço acomoclacional gerado
foi consequência de uma fase de reativação tectônica do Lineamento Transbrasiliano.
da Formação Corda. O nome é sugerido pelo fato de se encontrar bem exposto nas
vizinhanças da cidade de Forteza dos Nogueiras no estado de Maranhão. A outra
sub-bacia
do lado leste do alto, propõe-se nominar como sub-bacia de Pastos Bons, pois a suas
(Figura
melhores exposições encontram-se entre a cidade homônima e São João dos Patos
fluvio-eólicos da Sucessão Pastos
I .l ). Esta sub-bacia teria sido preenchida pelos depósitos
Bons-Corda.
+ ++ + + + I l:ortnaçito l\'tost¡ttito
+ ++ + + + I l:()rlrìlç¡ìoslttlirtlt¡t
+ ++ + + + "l;olh!'llto lVltrzinho"
+ ++ + + + E
+ ++ + + + ls¡rlit¡s tlc lìasirltrr
4A',
79
N8_OVi
Fm. Mosquito
(,
Fm. Sambaíba æ
i{4{:{1tii
'i{¡ ¡llii l*r
Fm. Sambaíba ii,;,:li;:, .-Ã.Motuca '-/\-' v ALTO ESTRUTTJRAL
Fm. Motuca
!{1t:l't4i'
l:¡a t:aj.
Hr-l? -
80
CONCLUSÕES
A sucessão basal das unidades corda e Pastos Bons foi controlada na sua base por
Fortaleza
distribuição das associações de fácies. Do lado oeste localizava-se a sub-bacia de
dos Nogueiras, onde foram interpretadas as associações de leques aluviais
dominados por
fluxo de detritos, leques aluviais dominados por fluxos não confinados laminares' dunas
e
pastos Bons, onde foram interpretados; planícies de inundação de rios efêmeros, canais de
rios efêmeros, dunas e interdunas inundadas por pequenos lagos A sucessão do topo
assenta-se sobre discordân cia e catacteriza-se pela predominância dos
lençóis de areia com
formação de paleossolos.
o..FolhelhoMuzinho''naáreadeFlorianocorrespondeaumsistemadeposicional
lacustre. Esta unidade esta separada da Formação Pastos Bons
por um alto estrufural' que
poderiaseracontinuaçãodoAltoestruturaldoAltoPamaíba,aidadedoaltoestruturalé
da
incelta. Esta unidade sedimentar peftence ao mesmo episódio tectono-sedimentar
Sucessão Corda-Pastos Bons e a geração de espaço precisa para a depositação desta
81
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