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[ Propofol EDTA

Introdução

O propofol é um fármaco sedativo e hipnótico de administração intravenosa utilizado na
indução e na manutenção de anestesia1,2.

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PROPOFOL E CUIDADOS NA MANIPULAÇÃO


O propofol deve ser manipulado de forma asséptica, como todos os fármacos intraveno-
sos, porém, como ele é formulado em solução lipídica, há maior risco de contaminação, já
que esse tipo de formulação favorece o crescimento de microrganismos3.
Estudos demonstraram índices de contaminação de aproximadamente 6% em seringas
recém-utilizadas. Além disso, diversos episódios de infecções pós-operatórias associadas ao
uso do propofol foram documentados nas décadas de 80 e 903.
O risco de infecção associado ao uso do propofol tem consequências econômicas, já
que, nos EUA, estima-se que uma infecção relacionada aos cuidados hospitalares represente
um acréscimo de 40 mil dólares aos custos do tratamento e maior tempo de internação
hospitalar3.

EDTA
Para reduzir o risco de contaminação associado ao uso do propofol, pode ser adicionado
EDTA (edetato dissódico) à formulação1,3. A escolha pelo EDTA se deve à sua capacidade de
inibir o crescimento de microrganismos no propofol, sem alterar sua eficácia clínica, segu-
rança, farmacocinética ou estabilidade4, de forma que o produto final tenha capacidade de
crescimento de microrganismos equivalente à de produtos não lipídicos3,4.
O EDTA é um quelante do cálcio, no entanto, como é utilizado em doses muito baixas
para a finalidade bacteriostática, ele não afeta a homeostase do cálcio ou do magnésio quan-
do utilizado como anestésico cirúrgico ou como sedativo em unidade de terapia intensiva4,5.
Nos Estados Unidos, somente formulações de propofol com agentes bacteriostáticos são
aprovadas para uso pelo FDA. No Brasil, o EDTA é o único agente bacteriostático adicionado
à formulação de propofol até o momento6-10.

Redução do crescimento bacteriano associado


ao propofol in vitro
Estudos in vitro demonstraram que a associação de EDTA ao propofol resulta em inibição
do crescimento de microrganismos – a quantidade destes aumentaria caso não houvesse a
adição do EDTA3.
Fukada e cols. demonstraram em um estudo in vitro, utilizando quatro cepas de bactérias
comumente associadas a infecções hospitalares, que o propofol sem EDTA é um meio
propício ao crescimento de microrganismos e que a associação de EDTA ao propofol reduz o
crescimento bacteriano após abertura da embalagem (Figura 1)3.

[ Propofol + EDTA
em até

REDUZ 40
VEZES
O CRESCIMENTO
BACTERIANO3

Figura 1. Crescimento de quatro cepas bacterianas em propofol sem EDTA, propofol + EDTA e solução salina isotônica, mostrando que o
EDTA inibe o crescimento bacteriano no propofol (Adaptado de: Jansson JR, et al. Anaesth Intensive Care; 20063).

Staphylococcus aureus (MSSA) Pseudomonas aeruginosa


8 8
7 7
Contagem viável (log)

Contagem viável (log)

6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
0 6 12 24 48 0 6 12 24 48
Tempo (horas) Tempo (horas)
Staphylococcus aureus (MRSA) Escherichia coli
7 7
6 6
Contagem viável (log)

Contagem viável (log)


5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
0 6 12 24 48 0 6 12 24 48
Tempo (horas) Tempo (horas)

Propofol + EDTA Propofol sem EDTA Solução salina isotônica

Redução de infecções associadas


ao propofol in vivo
Em relação a infecções in vivo, dados históricos mostram significativa redução na in-
cidência de casos de infecções pós-operatórias com o uso do propofol em associação ao
EDTA3. Os períodos analisados foram de 1989 a 1996 (propofol isolado) e 1996 a 2004 (pro-
pofol + EDTA). Os dados mostram que houve incidência de 39 casos por ano de infecções
pós-operatórias relacionadas ao propofol no período pré-EDTA (entre 1989 e 1996), em
contraste com apenas nove casos por ano após o início da comercialização do propofol
associado ao EDTA (entre 1996 e 2004). Essa redução é ainda mais significativa se consi-
derarmos que o uso do propofol duplicou entre os períodos (Figura 2)3.

Figura 2. Relatos de febre ou infecção pós-operatória nos EUA (esquerda) e vendas do propofol EDTA nos EUA. É interessante notar que
à medida que aumentaram as vendas do propofol associado ao EDTA, diminuíram os relatos de infecções pós-operatórias (Adaptado de:
Jansson JR, et al. Anaesth Intensive Care; 20063)

45 300
39 267
Vendas por ano (em milhões de dólares)

40
250
Número de relatos por ano

35
30 200
25
20
130 150

15 100

10
9
50
5
0 0
1989-1996 1996-2004 1989-1996 1996-2004
Esses dados apontam para uma redução da incidência de infecções pós-operatórias ou
febre em pacientes após a introdução e comercialização do propofol + EDTA3.
Outro dado que reforça o acentuado impacto da associação do EDTA à redução de in-
fecções relacionadas ao propofol foi fornecido por investigadores russos, que observaram
contaminação do propofol em 6,3% dos casos na era pré-EDTA, enquanto não houve ne-
nhum caso de contaminação com o propofol em combinação ao EDTA3. Confirmando os
benefícios do propofol associado ao EDTA, ainda continuaram a existir relatos de infecção
associados ao propofol quando este não é utilizado em combinação ao EDTA3.

Conclusão
O uso do propofol associado ao EDTA diminui o risco de infecções em compa-
ração ao uso do propofol isoladamente, devido à redução do crescimento bacteria-
no na formulação com a presença do EDTA.
Aliado a isso, como a associação de propofol + EDTA reduz o risco de conta-
minação e inibe o crescimento de microrganismos, pode-se estimar que os custos
totais relativos ao tratamento dos pacientes sejam menores com o uso da associa-
ção pois há menor risco de infecção.

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Referências: 1 - Wahr J, Vender J, Gilbert HC, Spiess B, Horrow JC, Maddi R. Effect of propofol with and without EDTA on haemodyna-
mics and calcium and magnesium homeostasis during and after cardiac surgery. Intensive Care Med. 2000;26 Suppl 4:S443-51. 2 - FDA
Approved Drug Products. DIPRIVAN® (propofol) injectable emulsion. [Bula]. Lake Zurich, IL: Fresenius Kabi; 2017. Disponível em: https://
www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/label/2017/019627s066lbl.pdf. Acesso em: outubro/2019. 3 - Jansson JR, Fukada T, Ozaki M,
Kimura S. Propofol EDTA and reduced incidence of infection. Anaesth Intensive Care. 2006;34(3):362-8. 4 - Hart B. ‘Diprivan’: a change in
formulation. Eur J Anaesthesiol. 2000;17:71-3. 5 - Herr DL, Kelly K, Hall JB, Ulatowski J, Fulda GJ, Cason B, Hickey R, Nejman AM, Zaloga
GP, Teres D. Safety and efficacy of propofol with EDTA when used for sedation of surgical intensive care unit patients. Intensive Care Med.
2000;26 Suppl 4:S452-62. 6 - FDA. Orange Book: Approved Drug Produtcs with Therapeutic Equivalence Evaluations. Disponível em https://
www.accessdata.fda.gov/scripts/cder/ob/search_product.cfm. Acesso em: 05 DEZ 2019 7 - Bula Diprivan (Fresenius Kabi). Disponível em:
https://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/drugInfo.cfm?setid=5cec3b97-5183-4a9d-accd-21e76c99d3dd. Acesso em: 10 DEZ 2019 8 - Bula
Propofol (Dr. Reddys Laboratories INC). Disponível em: https://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/drugInfo.cfm?setid=800646b8-83a8-01d-
9-3dc8-bb2ddcb8570c. Acesso em: 10 DEZ 2019 9 - Bula Propofol (Hospira INC). Disponível em: https://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/
drugInfo.cfm?setid=28d7ba00-f824-4e55-139a-03f509c099db. Acesso em: 10 DEZ 2019 10 - Bula Propofol (Sagent Pharmaceuticals).
Disponível em: https://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/drugInfo.cfm?setid=fa93f173-7858-4d88-860e-76ab97e65c2f. Acesso em: 10 DEZ
2019 11 - Bula Propofol (Watson Laboratories INC). Disponível em: https://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/drugInfo.cfm?setid=6f8bebf-
9-d87b-469a-911a-21135ba841ae. Acesso em: 10 DEZ 2019

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