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GRAMÁTICA
Cadernos de Questões da Banca
Elias Santana
Sumário
Cadernos de Questões da Banca. . ............................................................................................................................3
Gabarito............................................................................................................................................................................ 100
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................. 101
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Cadernos de Questões da Banca
Elias Santana
Uma amiga mexicana me mandou uma imagem: dois homens de terno (o terno indica uma
classe social que não é a popular) conversam. Um diz: – Me corrigieran “Ler”. O outro responde:
– No lo puedo “Crer”.
Não me dei conta, imediatamente, do que estava em jogo (tratando-se de outra língua, a
presteza nunca é muito grande). Perguntei detalhes (não vou me imolar aqui…). Ela me deu o
contexto, que é o seguinte:
Um Secretário de Instrución Pública falava a um grupo de alunos em uma escola e os in-
centivava a “ler” (ele disse “ler” mais de uma vez). Ao final, uma menina o chamou de lado e lhe
informou que não se diz “ler”, “pero ‘leer’”. Ele achou graça, elogiou a aluna etc.
Depois disso é que surgiu a piada narrada no primeiro parágrafo, uma montagem. A graça
está no fato de que, na resposta (no lo puedo “crer”), ocorre o mesmo fenômeno que ocor-
re em “ler”.
Que é o seguinte: em espanhol “culto”, as formas do infinitivo destes dois verbos são “leer”
e “creer”. O fato de o Secretário dizer “ler” indica, evidentemente, que esta pronúncia está de-
saparecendo: “ler” e “crer”.
Observe-se que o fenômeno ocorre nos dois casos, o que favorece a tese dos sociolinguis-
tas que defendem que, nos mesmos contextos, ocorrem as mesmas variações (ou mudanças).
Observe-se, também, que esta mudança em curso no espanhol (do México, pelo menos),
como o indica a fala do secretário, e depois, a montagem com “crer”, já ocorreu no português.
Mesmo quem não conhece linguística histórica ou não tem um manual que descreva as
mudanças ocorridas pode ver o registro em dicionários como o Houaiss, que fornece uma eti-
mologia mínima (eu grifo leer e creer):
ler: cf. esp. leer, it. lèggere, fr. lire; ver le- e leg- e as remissivas aí citadas; f.hist. 1258-1261
leer, sXIII liia, sXIII leer, sXIV leendo, sXIV lyi, sXV le, sXV leese, sXV lia
crer: pelo lat. vulg. *credére > port. arc. creer; ver cred-; f.hist. sXIII creer, sXIII creo, sXIV
creyo, sXV crer, sXV creio
O fato histórico pode ser atestado. E a variação no espanhol deve ser bem óbvia, pelo me-
nos para muitos falantes. Se não fosse, a piada não funcionaria (como não funcionou comigo).
Observe-se, também, por muito relevante, que uma aluna de uma escola modesta aprendeu
que se deve dizer “leer”.
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Cadernos de Questões da Banca
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I – “Não me dei conta, imediatamente, do que estava em jogo (tratando-se de outra língua, a
presteza nunca é muito grande)”. A supressão das vírgulas na palavra imediatamente preserva-
ria a correção gramatical do período, mas prejudicaria seu sentido original.
II – “Ele achou graça, elogiou a aluna etc.” A vírgula separando as duas orações se justifica
porque ela substitui a conjunção e.
III – “Ela me deu o contexto, que é o seguinte:” A vírgula antes do pronome que se justifica por-
que a oração introduzida por ela é explicativa.
Está CORRETO o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
1) Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de Venda Nova, em Belo Hori-
zonte, ontem.
2) O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª Área Integrada de Segurança
Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
3) Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relacionamento difícil com a mãe e teria
discutido com ela momentos antes de desferir os golpes.
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso da vírgula em cada frase.
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Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento. Não era por nenhuma das causas
apontadas nas inúmeras salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos.
Era mesmo o processador que estava se tornando exasperadamente lento, ao ponto em
que havia um intervalo sensível de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela.
Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, aliás, a coisa piorou: era suficien-
te eu tirar o celular do bolso ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato com
o calo0r do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de repente, de 60% a zero.
Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para uma bateria. E lá fui à loja da Apple
na Broadway.
Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me explicou que testaria minha
bateria. Depois de contemplarmos os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu
telefone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma troca – no tom pernóstico de
um plantonista que sabe que não tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela
dor no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve ser só digestão”.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema operacional, – que é uma trivialidade,
mas foi anunciada como se fosse um cateterismo das coronárias.
Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando aplicativos. Resultado: telefone lento
como antes.
Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri que, como na história do hospi-
tal sem leitos, de fato, a Apple não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos
usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência, tudo conjurava para que eu com-
prasse um telefone novo.
Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coletivos, em diferentes Estados) por
piorar propositalmente a experiência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas –
salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade não é o forte do treinamento
Apple. Basta se lembrar que o atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo não
mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios.
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Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo porque a recepção está péssi-
ma e alguém diria: “Sim, senhor, pode marcar consulta com o balcão dos gênios”.
A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropositado. Por que será?
Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo “nós fabricamos o carro que todos
podem dirigir”. E há marcas que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você merece o
que estou vendendo?
Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vendedores, envaidecidos pela aura
do próprio produto que vendem, olham para você com desprezo, como se você não fosse um
consumidor à altura da loja?
É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se que você inveje (e portanto de-
seje) o mundo do qual se sente excluído.
Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir os produtos da marca? Em geral,
nesses casos o projeto é vender os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casaco de
R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com monograma) para se sentirem, assim,
membros do clube.
A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de sua superioridade tecnológica – e
pelo design elegante, claro.
Seriamente, alguém que usa processador de texto não deveria escolher um computador
em que não dá para apagar letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingleses
dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e dirigir sem suspensões posteriores
independentes (sem capotar a cada curva).
Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer seus usuários de que eles mes-
mos, por serem usuários, fazem parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple,
todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforicamente) a camiseta da marca.
Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo. Fui ao Device Shop, em Times
Square, no mesmo prédio do Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em dez
minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas competentes. E custou menos de
dois terços do que pagaria na Apple.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2018/01/1949427- ha-marcas-que-vi-
vem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018
Em: “(...) no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não tem leitos disponíveis e man-
da você para casa com aquela dor no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando,
deve ser só digestão”, as aspas em “certeza” foram usadas com a finalidade de
a) colocar o trecho em evidência.
b) indicar o início de um diálogo.
c) indicar uma citação textual.
d) ressaltar o uso da linguagem coloquial.
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Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmen-
te da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antiga-
mente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às
vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas socie-
dades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos
artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas
sempre muito devagar. (...)
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telé-
grafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail
e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as
possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se
podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por
que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da
modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”,
time is money. (...)
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos
eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa cor-
rendo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habitua-
dos à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos,
correndo, para casa. (...)
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos
obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mes-
mo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são
impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo,
num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa in-
teligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação
imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos,
cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis
ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe
condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, su-
perficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco? (Leandro
Konder. In: O Globo, 29/08/96)
https://pt.linkedin.com/pulse/%C3%A0-luz-do-fil%C3%B3sofo-karine-gomes-moura
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a) I, II e IV.
b) I, III e IV.
c) II e V.
d) III e IV.
Dos aspectos negativos da fofoca, todos sabemos. Em Os miseráveis, Victor Hugo conta a
história de Fantine, que se torna prostituta. Quem só viu o filme ou só assistiu ao musical não
sabe muito bem como ela vai para as ruas. O livro conta: fofoca! Fantine é operária. Mas tem uma
filha, sendo solteira, em época de moral rígida. Paga uma família para cuidar da menina, Cosette.
Mas não sabe ler. Para enviar os pagamentos e pedir notícias, usa os trabalhos de um homem,
que escreve e envia o dinheiro. As amigas desconfiam. Especulam. O homem não conta, mas
uma consegue ver o endereço numa carta. E se dá ao trabalho de ir até o local onde vive Cosette.
Volta com a história completa e conta às amigas. A história chega à direção da fábrica e Fantine
é demitida por ser mãe solteira. Vende os dentes, os cabelos, torna-se prostituta, morre no hospi-
tal. Jean Valjean, que se esconde da polícia, era o dono da fábrica. Culpa-se pela insensibilidade,
busca Cosette e a cria. Mas a questão é que a pobre Fantine teve de vender os dentes e se pros-
tituir devido à avidez da fofoca. Hoje, em tempos menos rígidos, a intimidade de uma pessoa,
confidenciada entre lágrimas, pode virar piada no próximo jantar de amigos. Ou seja: longe de
mim defender a fofoca em si. Mas ela tem seu valor, psicológico e criativo.
Simples. A fofoca é uma forma de criar.
Sempre digo que as pessoas têm tanta necessidade de ficção na vida como do ar que res-
piram. Por isso precisam ler romances, assistir a filmes, novelas. Até mesmo conferir revistas
sobre celebridades, uma forma de exercitar a imaginação, já que a vida real é muito mais árdua
do que aparece nas reportagens. Criar também faz parte da natureza humana. Alguns se con-
tentam botando posts no Instagram, inventando uma vida que não têm, com a taça de vinho
emprestada de alguém, num hotel onde não se hospedaram. Outras preferem criar sobre a vida
alheia. Aquela mulher que conta à outra sobre uma terceira, colega de escritório.
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– Sabe que ela está saindo com um rapaz 20 anos mais jovem? E sustenta!
Pode ser verdade. Ou ela apenas viu a moça com o sobrinho, saindo do trabalho. O resto,
inventou. Nem todo mundo é escritor, mas todo mundo pode criar ficção. Eu mesmo aprendi
muito com a fofoca. Morava em um prédio onde vivia uma mulher já madura. De dia, recebia
um, que a sustentava, dava carro, conforto material. De noite, recebia outro, que amava. Era a
fofoca do prédio.
Acontece que era feia. Garanto, feia de verdade. Os dois senhores, pavorosos. Aliás, o que
ela amava, um velho bem mais feio que o outro, o rico. Eu, que tinha certo preconceito estético,
aprendi que beleza não é o mais importante. Havia amor, dinheiro e paixão naquela história de
pessoas maduras. A fofoca me fez entender mais da vida. Em outra época, soube que o filho
da vizinha não era filho, mas neto. Filho da moça que considerava irmã, mãe solteira. Toda a
vila onde morava sabia, menos o menino. Isso me fez entender mais sobre os pais, que são
capazes de acolher, dar solidariedade num momento difícil. Suponho que o garoto deve ter
levado um susto quando soube. Mas é outra história.
Minha mãe, quando eu era criança, tinha um bazar. Pequeno, típico de interior, em Marília.
Era o centro de informações sobre a vida alheia do bairro. Todas as mulheres passavam, co-
mentavam. Eu tentava ouvir. Mamãe me punha para fora quando a história era mais pesada.
Isso me ajudou a desenvolver um certo talento. Quando fiz faculdade de jornalismo, e mais
tarde trabalhei no ramo, era ótimo com as perguntas ao entrevistar. Destemido. Fiz sucesso
com colunas, jornalismo comportamental. Isso me ajuda até hoje. Quando vou construir uma
história, falo com pessoas, converso. Extraio segredos. Conto por meio dos personagens. Ve-
jam que ligação bonita saber da vida alheia tem com o ato de criar.
O que é uma grande biografia, a não ser a vida de alguém? Uma fofoca autenticada, impres-
sa e aplaudida pela crítica?
Há um porém: a fofoca, mesmo real, passa pelo crivo de quem conta. Pelo meu, pelo seu,
pelo nosso olhar. É a velha história – alguém me oferece meio copo de suco de laranja e
posso dizer.
– Adorei, ganhei meio copo de suco refrescante.
– Odiei, imagine, me dar só meio copo? Era resto!
Quando ouvir uma fofoca, abra as orelhas. O que alguém diz sobre o outro revela mais so-
bre quem fala do que sobre o alvo em questão. Uma fofoca, como todo ato de criação, tira a
máscara do criador.
Disponível em: https://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/2017/10/o-valor-da-fofoca.html.
Acesso em: 08 maio 2018.
Em: “Acontece que era feia. Garanto, feia de verdade. Os dois senhores, pavorosos.”, a vírgula
separando senhores de pavorosos tem a função de
a) chamar a atenção para os senhores.
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Elias Santana
Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nossos cabos de vassoura. Por quê?
A resposta agora me parece óbvia: o cabo de vassoura “dialogava” com a nossa imaginação.
Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora de dormir.
O direito à fantasia deveria constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3º/colunas/frei-betto-1.3 34186/direito-%C3%A0-fanta-
sia-1.550900. Adaptado. Acesso em: 18 jan. 2018.
Atente para os dois excertos abaixo, sobre os quais se seguirão algumas assertivas referentes
a escolhas morfossintáticas e semânticas feitas pelo autor. Anteponha-lhes V (verdadeiro) ou
F (falso):
( ) Em “O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica.”, o
uso da vírgula indicando elipse é crucial para a correta compreensão do enunciado. Da
mesma forma, isso ocorre em “A puberdade, o choque de realidade.”
( ) Em ambos os fragmentos, veem-se situações em que se justifica o emprego da vírgula
para separar termo(s) intercalado(s).
( ) No excerto II, temos o emprego da vírgula separando vocativo, que é termo discursivo
de grande relevância para a construção do enunciado.
( ) As aspas, presentes no fragmento I, têm por função chamar a atenção para um uso
inadequado do item lexical, no caso o verbo “roubar”.
( )
O uso da crase, no fragmento I, está adequado, pois permite identificar a elipse de um subs-
tantivo, evitando-lhe a repetição. É uso equivalente ao que ocorre em “tutu à mineira”, “bife
à milanesa”, entre outras expressões afins, nas quais se identifica um substantivo elidido.
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te da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antiga-
mente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às
vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas socie-
dades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos
artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas
sempre muito devagar. (...)
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telé-
grafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail
e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as
possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se
podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por
que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da
modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”,
time is money. (...)
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos
eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa cor-
rendo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habitua-
dos à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos,
correndo, para casa. (...)
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos
obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mes-
mo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são
impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo,
num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa in-
teligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação
imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos,
cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis
ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe
condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, su-
perficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco? (Leandro
Konder. In: O Globo, 29/08/96)
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Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento. Não era por nenhuma das causas
apontadas nas inúmeras salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos.
Era mesmo o processador que estava se tornando exasperadamente lento, ao ponto em
que havia um intervalo sensível de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela.
Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, aliás, a coisa piorou: era suficien-
te eu tirar o celular do bolso ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato com
o calo0r do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de repente, de 60% a zero.
Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para uma bateria. E lá fui à loja da Apple
na Broadway.
Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me explicou que testaria minha
bateria. Depois de contemplarmos os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu
telefone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma troca – no tom pernóstico de
um plantonista que sabe que não tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela
dor no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve ser só digestão”.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema operacional, – que é uma trivialidade,
mas foi anunciada como se fosse um cateterismo das coronárias.
Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando aplicativos. Resultado: telefone lento
como antes.
Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri que, como na história do hospi-
tal sem leitos, de fato, a Apple não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos
usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência, tudo conjurava para que eu com-
prasse um telefone novo.
Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coletivos, em diferentes Estados) por
piorar propositalmente a experiência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas –
salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade não é o forte do treinamento
Apple. Basta se lembrar que o atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo não
mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios.
Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo porque a recepção está péssi-
ma e alguém diria: “Sim, senhor, pode marcar consulta com o balcão dos gênios”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Arthur Correia Custódio - 06465590360, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropositado. Por que será?
Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo “nós fabricamos o carro que todos
podem dirigir”. E há marcas que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você merece o
que estou vendendo?
Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vendedores, envaidecidos pela aura
do próprio produto que vendem, olham para você com desprezo, como se você não fosse um
consumidor à altura da loja?
É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se que você inveje (e portanto de-
seje) o mundo do qual se sente excluído.
Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir os produtos da marca? Em geral,
nesses casos o projeto é vender os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casaco de
R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com monograma) para se sentirem, assim,
membros do clube.
A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de sua superioridade tecnológica – e
pelo design elegante, claro.
Seriamente, alguém que usa processador de texto não deveria escolher um computador
em que não dá para apagar letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingleses
dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e dirigir sem suspensões posteriores
independentes (sem capotar a cada curva).
Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer seus usuários de que eles mes-
mos, por serem usuários, fazem parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple,
todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforicamente) a camiseta da marca.
Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo. Fui ao Device Shop, em Times
Square, no mesmo prédio do Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em dez
minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas competentes. E custou menos de
dois terços do que pagaria na Apple.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2018/01/1949427- ha-marcas-que-vi-
vem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018
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Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-modernidade”, na abalizada opinião de
Frederic Jameson, como “uma lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do liberalis-
mo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está associado a uma discussão sobre sua
emergência funesta no pós-guerra. É que ocorre nesse período um profundo desencanto no
homem contemporâneo, especialmente no que toca à diluição e abalo de seus valores axioló-
gicos, como verdade, razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os sonhos se
esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”,
e as repercussões que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filosofia, arquitetura,
economia, moral etc.
Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, talvez, em uma crise de modernidade.
Ou a constatação de que, rompida a modernidade, destroçada por guerras devastadoras, pro-
duto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra ruptura: morreu a pós-modernidade e deixou órfã
a cultura contemporânea?
Seria o caso de se falar em posteridade na pós-modernidade? Max Weber, já no início do
século 19, menciona a chegada da modernidade trocada pela “racionalização intelectualista”,
que produz o “desencanto do mundo”. Habermas o reinterpreta, dizendo que a civilização se
desagrega, especialmente no que toca aos conceitos da verdade, da coerência das leis, da au-
tenticidade do belo, ou seja, como questões de conhecimento...
Jean Francois Lyotard, em seu livro A condição pós-moderna, de 1979, enfoca a legitimação
do conhecimento na cultura contemporânea. Para ele, “o pós-moderno enquanto condição de
cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredulidade face ao metadiscurso filosófico
– metafísico, com suas pretensões atemporais e universalizantes”. É como se disséssemos,
fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o sonho acabou” (ego trip). A razão, como
ponto nevrálgico da cultura moderna, não leva a nada, a não ser à certeza de que o racionalis-
mo iluminista, que vai entronizar a ciência como uma mola propulsora para a criação de uma
sociedade justa, valorizadora do indivíduo, vai apenas produzir o desencanto, via progresso e
com as suas descobertas, cantadas em prosa e verso, que nos deixaram um legado brutal: as
grandes tragédias do século 20: guerras atrozes, a bomba atômica, crise ecológica, a corrida
armamentista...
A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que somente as luzes da razão poderiam
colocar o homem como gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho, um sonho
de verão (parodiando Shakespeare). Habermas coloca nessa época, o século 18, o gatilho que
vai acionar essa desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segurança ao homem e
lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui também a racionalidade (o primado da razão carte-
siana) como cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual pós-modernidade.
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O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um tipo de doença que produziu uma
patologia social chamada de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as esferas
estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe o dedo na ferida ao dizer que o projeto do
Iluminismo já era, na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um discurso redentor
para o homem com as luzes da razão, em troca da lenta e gradual perda de sua liberdade.
A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desencanto com a ciência e suas tragé-
dias (algumas delas), pode-se falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro
virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às grandes questões que prometeu
responder, engendra novas e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a incer-
teza de nossos precários destinos. Eu falaria, metaforicamente, do homem moderno acorren-
tado (o Prometeu) ao consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas frustrações
e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem
ocidental. Daí surgem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o relativismo
e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do Iluminismo, a face sinistra de sua moeda.
Não há mais nenhuma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem alguns dos
mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar. Não há mais certezas, apenas a percepção
de que é preciso repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um caminho para a
felicidade, o que provoca um forte movimento de busca de liberdade. O mundo está sem or-
dem e valores, como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
A incerteza do mundo moderno e a impossibilidade de organizar nossas vidas levam Gid-
dens a dizer que “não há nada de misterioso no surgimento dos fundamentalismos, a radicali-
zação para as angústias do homem”. Restou-nos o refúgio nos grandes espetáculos, como os
do Coliseu antigo: o pão e o circo, para preencher o vazio da vida.
Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engendra, então, a sociedade de con-
sumo, para levar o cidadão ao ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “estações
orbitais” dos shoppings, ou templos das compras, onde os bens nos consomem e a produção,
sempre crescente, implica a criação em massa (ou em série) de novos consumidores. Temos
uma parafernália de bens, mas são em sua maioria coisas inúteis, que a razão/ciência nos deu;
mas, em troca, sofremos dos males do século, entre eles a elisão de nossa individualidade. Foi
uma troca desvantajosa. É o que Campbell chama do sonho que gera o “signomercadoria”, que
nos remete ao antigo sonho do Romantismo, da realização dos ideais.
Trocamos o orgasmo reprodutor instintivo pelo prazer lúdico-frenético de consumir, sem
saber que somos consumidos. Gememos de prazer ao comprar, mas choramos de dor face à
nossa solidão, cercados pela panaceia da ciência e da razão, que nos entope de placebos, mas
não de remédios para a cura dos males dessa longínqua luz racional, que se acende lá no Ilu-
minismo e que vem, sob outras formas, até hoje. A televisão nos anestesia com a estética da
imagem. Para Baudrillard, ela é o nosso mundo, como o mundo saído da tela do grande filme O
Vidiota (o alienado no mundo virtual da tevê), cujo magistral intérprete foi Peter Sellers.
Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica e lúdica, deixamos no caixa do
capitalismo tardio (iluminista/racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade. Só nos
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sobrou a estética, segundo Jameson, ou a “colonização pela estética” que afeta diferentes as-
pectos da cultura, como a estética, a ética, a teórica, além da moral política.
A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro desolador. Bauman fala em pós-
-modernidade como a forma atual da modernidade longínqua. Já Giddens fala em modernida-
de tardia ou “modernidade radicalizada”: a cultura atual. Por certo que a atual discussão sobre
o pós-moderno implica um processo de revisão e questionamento desse estado de coisas, em
que o homem não passa de um res nulius, como as matronas romanas.
A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão para produzir sua autocrítica,
mas muitas razões, devido à sua prolongada irracionalidade do “modo de vida global”, segun-
do Jameson. O que se pode dizer é que não há uma razão, mas muitas razões para reordenar
criticamente os descaminhos da pós-modernidade, sem esquecermos que a irracionalidade
continua nos rondando.
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/razoes-da-pos-modernidade-8bs4bc7sv5e06z8trfk0pv80e.
Acesso em 21/01/18.
Observe atentamente cada par de frases correlacionadas. A segunda apresenta uma altera-
ção/transformação da primeira num aspecto indicado entre colchetes.
Assinale a opção em que a transformação gerou uma construção incorreta do ponto de vista
da norma padrão:
c) “Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica e lúdica, deixamos no caixa do ca-
pitalismo tardio (iluminista/racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade.”
[Futuro do subjuntivo + futuro do indicativo] → Enquanto nos deleitarmos com essa vida es-
quizofrênica e lúdica, deixaremos no caixa do capitalismo tardio (iluminista/racional) o nosso
mais precioso bem: a individualidade.
d) Há, sem dúvida, grave crise cultural que desemboca em crise de modernidade.
[pretérito imperfeito + plural] → Haviam, sem dúvidas, graves crises culturais que desemboca-
vam em crises de modernidade.
Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui muito amado.” E dizia isto com tal
plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar.
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Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humildade e a petulância sagrada.
Parecia um pintor, que, olhando o quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo
fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pronto para
morrer, já que sempre estivera pronto para amar.
Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma estátua. Mas, do jeito que falava,
ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi muito
amado”. E aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei a
faca no peito cobrando algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente daqueles que
não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afo-
gando de paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto, basta-lhes a
ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros
assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as
mulheres que quis. Outros ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está
que Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum
deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.
Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela
frase, me senti não apenas como o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um
garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem
de oitenta anos que diga: “amei muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto
não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia desperdiçar
uma sabedoria que levou 80 anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que a
lagarta se transformara em libélula.
Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo
que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de
segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque so-
bre o amor há várias frases inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho amado
tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde
“Independência ou morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “eu
era feliz e não sabia”.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem reconhe-
cer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real
está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos apresentado o personagem, tam-
bém o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quando
alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-o passar –
ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém
que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim.
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Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor.
Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das
páginas e telas para a gente.
Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reconhece-se a 100m o bem-amado.
Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas e pele.
Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores es-
tão colorindo o chão em que pisou.
O que ama é um disseminador.
Tocar nele é colher virtudes.
O bem-amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrário de Átila: por onde passa re-
nascem cidades.
O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário à comunidade, que deveria ser declarado
um bem de utilidade pública.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=A7NcBAAAQBAJ&pg=PT116&lpg=PT116&dq=o+ho-
mem+que+conheceu+o+amor+cronica&source Acesso em: 06 ago. 2018.
___, entre pesquisadores, que, se a população mundial ___ esta postura em relação ao meio
ambiente, ___ sérios problemas a serem resolvidos.
Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num mundo de bastante mentira. De-
mocracia? Meia mentira. Pois a desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
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quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liberdade de escolha profissional? Te-
mos de ter um trabalho bom, que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário de che-
fe no primeiro dia), que permita grandes realizações e muitos sonhos concretizados? “Teríamos”.
No máximo, temos de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou menos digna.
Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem podemos. Primeiro, a maior parte
é fantasia, pois a vida cotidiana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do que
paixão selvagem. Além disso, somos uma geração altamente medicada, e atenção: muitos
remédios botam a libido de castigo.
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivelmente doutorado e no Exterior?
Não temos de... Pois muitas vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gosto,
do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos casar? Nem sempre: parece que
o casamento à moda antiga, embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma vez,
depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes até bem felizes, sem mais do que um
contrato de união estável se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais humanizada.
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de verdade querem filhos, crianças,
adolescentes, jovens, adultos, e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, prover
e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar nem se lamentar. Mais mulheres come-
çam a não querer ter filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obrigação do tempo
em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes pariam a cada dois anos, regularmente, e aos
cinquenta, velhas e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei muitos irmãos e
um bando de filhos (consegui ter três), mas ter um que seja requer uma disposição emocional,
afetiva, que não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos não nascidos de
uma relação que poderia ser mais complicada do que a maternidade já pode ser.
Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em todas as festas, restaurantes, re-
sorts, teatros, exposições, conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige tempo,
dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons livros, sim, observar o mundo, aprender com
ele, ser boa gente também.
Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser amorosos, leais no amor e na
amizade, honrados na vida e no trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem garis, por exemplo. Sem técnicos
em eletricidade, sem encanadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios bom-
beiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros, domésticas, enfermeiras e o resto.
Empresários incluídos, pois, sem eles, cadê trabalho?
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa pressão do “temos de” e procura
fazer da melhor forma possível o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do seu
jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de tentar ser felizes. Isso não é inato: se
tenta, se conquista, quando dá. Boa sorte!
Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.
html Acesso em 11 jul. 2017
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Mundo Novo” (1932). A narrativa propõe construir uma sociedade saudável através da inges-
tão de medicamentos.
Aos deprimidos se distribui um narcótico intitulado “soma”, de modo a superarem seus
sofrimentos e alcançar a felicidade pelo controle de suas emoções. Assim, a sociedade não
estaria ameaçada por gente como o atirador de Las Vegas.
Huxley declarou mais tarde que a realidade havia confirmado muito de sua ficção. De fato,
hoje a nossa subjetividade é controlada por medicamentos. São ingeridos comprimidos para
dormir, acordar, ir ao banheiro, abrir o apetite, estimular o cérebro, fazer funcionar melhor as
glândulas, reduzir o colesterol, emagrecer, adquirir vitalidade, obter energia etc. O que explica
encontrar uma farmácia em cada esquina e, quase sempre, repleta de consumidores.
O neoliberalismo rechaça a nossa condição de seres pensantes e cidadãos. Seu paradigma
se resume na sociedade consumista. A felicidade, adverte o sistema, consiste em comprar,
comprar, comprar. Fora do mercado não há salvação. E dentro dele feliz é quem sabe empre-
ender com sucesso, manter-se perenemente jovem, brilhar aos olhos alheios. A receita está
prescrita nos livros de autoajuda que encabeçam a lista da biblioterapia.
Se você não corresponde ao figurino neoliberal é porque sofre de algum transtorno. As do-
enças estão em moda. Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos por que
há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação não convém à indústria farmacêutica nem
ao sistema cujo objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.
Estão em moda a síndrome de pânico e o transtorno bipolar. Já em 1985, Freud havia
diagnosticado a síndrome de pânico sob o nome de neurose de angústia. O transtorno bipolar
era conhecido como psicose maníaco-depressiva. Muitas pessoas sofrem, de fato, dessas
enfermidades, e precisam ser tratadas e medicadas. Há profissionais que se sentem afetados
por elas devido à cultura excessivamente competitiva e à exigência de demonstrar altíssimos
rendimentos no trabalho segundo os atléticos parâmetros do mercado.
Em relação às crianças se constata o aumento do Transtorno por Déficit de Atenção e Hipe-
ratividade (TDAH). Ora, é preciso cuidado no diagnóstico. Hiperatividade e impulsividade são
características da infância, às vezes rebaixadas à categoria de transtorno neurobiológico, de
desordem do cérebro. Submeta seu filho a um diagnóstico precoce.
Quando um suposto diagnóstico científico arvora-se em quantificar nosso grau de tristeza
e frustração, de hiperatividade e alegria, é sinal de que não somos nós os doentes, e sim a so-
ciedade que, submissa ao paradigma do mercado, pretende reduzir todos nós a meros objetos
mecânicos, cujos funcionamentos podem ser decompostos em suas diferenças peças facil-
mente azeitadas por quilos de medicamentos.
(Carlos Alberto Libânio Christo, ou Frei Betto, é um frade dominicano e escritor brasileiro. Disponível em http://
hojeemdia.com.br/opini%C3%A3º/colunas/frei-betto-1.334186/seja-feliztome-rem%C3%A9dios-1.568235.
Acesso em 10/04/18).
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III – “Submeta seu filho a um diagnóstico precoce.” [Substituir “um diagnóstico” por “uma
avaliação”].
IV – “(...) não somos nós os doentes, e sim a sociedade que, submissa ao paradigma do mer-
cado...” [Substitua “paradigma” por “injunção”].
Efetuando as alterações indicadas, haverá crase obrigatória apenas em:
a) I e IV.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) II e IV.
Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-modernidade”, na abalizada opinião de
Frederic Jameson, como “uma lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do liberalis-
mo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está associado a uma discussão sobre sua
emergência funesta no pós-guerra. É que ocorre nesse período um profundo desencanto no
homem contemporâneo, especialmente no que toca à diluição e abalo de seus valores axioló-
gicos, como verdade, razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os sonhos se
esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”,
e as repercussões que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filosofia, arquitetura,
economia, moral etc.
Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, talvez, em uma crise de modernidade.
Ou a constatação de que, rompida a modernidade, destroçada por guerras devastadoras, pro-
duto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra ruptura: morreu a pós-modernidade e deixou órfã
a cultura contemporânea?
Seria o caso de se falar em posteridade na pós-modernidade? Max Weber, já no início do
século 19, menciona a chegada da modernidade trocada pela “racionalização intelectualista”,
que produz o “desencanto do mundo”. Habermas o reinterpreta, dizendo que a civilização se
desagrega, especialmente no que toca aos conceitos da verdade, da coerência das leis, da au-
tenticidade do belo, ou seja, como questões de conhecimento...
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do conhecimento na cultura contemporânea. Para ele, “o pós-moderno enquanto condição de
cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredulidade face ao metadiscurso filosófico
– metafísico, com suas pretensões atemporais e universalizantes”. É como se disséssemos,
fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o sonho acabou” (ego trip). A razão, como
ponto nevrálgico da cultura moderna, não leva a nada, a não ser à certeza de que o racionalis-
mo iluminista, que vai entronizar a ciência como uma mola propulsora para a criação de uma
sociedade justa, valorizadora do indivíduo, vai apenas produzir o desencanto, via progresso e
com as suas descobertas, cantadas em prosa e verso, que nos deixaram um legado brutal: as
grandes tragédias do século 20: guerras atrozes, a bomba atômica, crise ecológica, a corrida
armamentista...
A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que somente as luzes da razão po-
deriam colocar o homem como gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho,
um sonho de verão (parodiando Shakespeare). Habermas coloca nessa época, o século 18, o
gatilho que vai acionar essa desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segurança
ao homem e lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui também a racionalidade (o primado
da razão cartesiana) como cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual
pós-modernidade.
O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um tipo de doença que produziu
uma patologia social chamada de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as
esferas estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe o dedo na ferida ao dizer que
o projeto do Iluminismo já era, na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um
discurso redentor para o homem com as luzes da razão, em troca da lenta e gradual perda de
sua liberdade.
A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desencanto com a ciência e suas tragé-
dias (algumas delas), pode-se falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro
virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às grandes questões que prometeu
responder, engendra novas e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a incer-
teza de nossos precários destinos. Eu falaria, metaforicamente, do homem moderno acorren-
tado (o Prometeu) ao consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas frustrações
e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem
ocidental. Daí surgem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o relativismo
e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do Iluminismo, a face sinistra de sua moeda.
Não há mais nenhuma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem alguns dos
mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar. Não há mais certezas, apenas a percepção
de que é preciso repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um caminho para a
felicidade, o que provoca um forte movimento de busca de liberdade. O mundo está sem or-
dem e valores, como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
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Crase significa fusão de dois fonemas “a”, em circunstância marcada por uma exigência verbal
ou nominal; é, portanto, fenômeno tanto fonológico quanto morfossintático. Sabe-se que há
situações de crase obrigatória, outras em que o acento grave é considerado facultativo e, final-
mente, casos em que sua presença é proibida.
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Atente para as asserções sobre excertos do texto. A seguir, assinale a opção que traz a afirma-
tiva CORRETA:
a) “A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental.”
→ Crase proibida. Haveria, porém, crase em: A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida,
face à face com esse “mal-estar” do homem ocidental.
c) “A razão, além de não nos responder às grandes questões que prometeu responder, engen-
dra novas e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a incerteza de nossos
precários destinos.”
→ Crase proibida. Haveria, porém, crase obrigatória, se alterássemos a preposição para “... que
chegam até hoje, vagando até à incerteza”.
d) “A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão para produzir sua autocrítica,
mas muitas razões, devido à sua prolongada irracionalidade do “modo de vida global” segun-
do Jameson”.
→ Crase facultativa. O autor poderia ter optado por não colocar crase antes do pronome pos-
sessivo: “... muitas razões, devido a sua prolongada irracionalidade”.
Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro Bandeira, aquele escritor
que você deve estar cansado de conhecer. (...)
Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo de São Paulo quando uma
madame veio reclamar do preço dos livros. Nosso caro escritor – carérrimo, segundo a mada-
me – olhou pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.
Então o Pedro – que, apesar do nome, não costuma dar bandeira – virou pra ela e soltou a
seguinte frase: “Ô, minha senhora, não é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no
pé do que na cabeça dos seus filhos”.
O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gargalhadas. Eu, disfarçadamen-
te, olhei pra baixo pra ver se não estava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a
menor intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não perco uma chance de
comentar aquelas acusações que a Nike vive recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia.
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Mas não posso negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela frase. Feliz-
mente eu estava calçando um discretíssimo mocassim preto, então pude aplaudir com mais
entusiasmo a tirada do Pedro.
Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha infância. Foi no início da dé-
cada de 80, eu e minha irmã estávamos entrando na adolescência e estudávamos num grande
colégio de BH.
Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da minha irmã bateu a campai-
nha. Abrimos a janela e vimos a tal senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto,
morreu alguém!, pensamos logo.
Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: “Eu não estou dando conta dos meus
serviçais, eles não param de brigar!”. Juro, foi assim que ela falou: “meus serviçais”. Se eu me
lembro bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quarteirão. Para manter
o castelo em ordem, ela precisava de pelo menos uns oito “serviçais”. Era aí que o negócio
complicava, pois controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia muito preparo
e psicologia.
Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu o apoio moral, mas comple-
tou que esse não era o motivo da visita. O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio
tinha mandado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título) e ela queria saber se
minha irmã já tinha terminado, pra poder emprestar pro filho dela!
Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito. Então quer dizer que a ma-
dame podia contratar oito serviçais pra se engalfinharem e não podia comprar um livro, um
mísero livro, coitadinho, que nunca brigou com ninguém?
Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a imprensa e tinha uma biblio-
teca imensa, inclusive com alguns livros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a
memória, nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.
A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e vice-versa. Ninguém está ne-
gando que o livro, ou alguns livros, poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o
preço do produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante em nossas vidas? Se
a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num
McDonald’s da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras para depois, ou
para nunca.
Disponível em: http://dicasdeleitores.blogspot.com.br/2012/09/um-pais-se-fazcom-sapatos-e-livros.html Acesso
em 28 mar. 2016 (Adaptado)
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Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui muito amado.” E dizia isto com tal
plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar.
Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humildade e a petulância sagrada.
Parecia um pintor, que, olhando o quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo
fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pronto para
morrer, já que sempre estivera pronto para amar.
Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma estátua. Mas, do jeito que falava,
ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi muito
amado”. E aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei a
faca no peito cobrando algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente daqueles que
não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afo-
gando de paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto, basta-lhes a
ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros
assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as
mulheres que quis. Outros ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está
que Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum
deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.
Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela
frase, me senti não apenas como o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um
garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem
de oitenta anos que diga: “amei muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto
não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia desperdiçar
uma sabedoria que levou 80 anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que a
lagarta se transformara em libélula.
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Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo
que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de
segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque so-
bre o amor há várias frases inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho amado
tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde
“Independência ou morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “eu
era feliz e não sabia”.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem reconhe-
cer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real
está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos apresentado o personagem, tam-
bém o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quando
alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-o passar –
ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém
que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim.
Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor.
Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das
páginas e telas para a gente.
Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reconhece-se a 100m o bem-amado.
Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas e pele.
Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores es-
tão colorindo o chão em que pisou.
O que ama é um disseminador.
Tocar nele é colher virtudes.
O bem-amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrário de Átila: por onde passa re-
nascem cidades.
O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário à comunidade, que deveria ser declarado
um bem de utilidade pública.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=A7NcBAAAQBAJ&pg=PT116&lpg=PT116&dq=o+ho-
mem+que+conheceu+o+amor+cronica&source Acesso em: 06 ago. 2018.
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Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmen-
te da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antiga-
mente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às
vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas socie-
dades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos
artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas
sempre muito devagar. (...)
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telé-
grafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail
e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as
possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se
podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por
que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da
modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”,
time is money.(...)
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos
eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa cor-
rendo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habitua-
dos à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos,
correndo, para casa. (...)
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos
obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mes-
mo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são
impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo,
num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa in-
teligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação
imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos,
cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis
ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe
condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, su-
perficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco? (Leandro
Konder. In: O Globo, 29/08/96)
https://pt.linkedin.com/pulse/%C3%A0-luz-do-fil%C3%B3sofo-karine-gomes-moura
Com relação às regras de colocação do pronome oblíquo, a posição do pronome é facultativa em:
a) “Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio.”
b) “Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades (...)”.
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c) “Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna (...).”
d) “Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado (...).”
Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num mundo de bastante mentira. De-
mocracia? Meia mentira. Pois a desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liberdade de escolha profissional? Te-
mos de ter um trabalho bom, que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário de che-
fe no primeiro dia), que permita grandes realizações e muitos sonhos concretizados? “Teríamos”.
No máximo, temos de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou menos digna.
Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem podemos. Primeiro, a maior parte
é fantasia, pois a vida cotidiana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do que
paixão selvagem. Além disso, somos uma geração altamente medicada, e atenção: muitos
remédios botam a libido de castigo.
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivelmente doutorado e no Exterior?
Não temos de... Pois muitas vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gosto,
do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos casar? Nem sempre: parece que
o casamento à moda antiga, embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma vez,
depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes até bem felizes, sem mais do que um
contrato de união estável se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais humanizada.
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de verdade querem filhos, crianças,
adolescentes, jovens, adultos, e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, prover
e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar nem se lamentar. Mais mulheres come-
çam a não querer ter filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obrigação do tempo
em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes pariam a cada dois anos, regularmente, e aos
cinquenta, velhas e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei muitos irmãos e
um bando de filhos (consegui ter três), mas ter um que seja requer uma disposição emocional,
afetiva, que não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos não nascidos de
uma relação que poderia ser mais complicada do que a maternidade já pode ser.
Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em todas as festas, restaurantes, re-
sorts, teatros, exposições, conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige tempo,
dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons livros, sim, observar o mundo, aprender com
ele, ser boa gente também.
Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser amorosos, leais no amor e na
amizade, honrados na vida e no trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem garis, por exemplo. Sem técnicos
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UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se impregnou de tal modo na cultura
ocidental que a jovem ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para
fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia)
de que “a língua” é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles gran-
des escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os “clássicos do idioma”. Não é à toa
que o português é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”, o
italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita lite-
rária, desde o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua grega, trezentos anos
antes de Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande
escritor não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as regras da gramática tra-
dicional. O grande escritor é aquele que vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão
à sua sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que a realidade lhe comunica. É
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preciso libertar a língua usada pela imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser
comparada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje ser opri-
midas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus
romances no final do século 19
A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos os múltiplos e variados usos pos-
síveis da língua. Ela não serve para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona, das
regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, primordialmente, aquilo que as pessoas
falam no dia a dia, em suas interações normais, espontâneas, na construção de sua identidade
pessoal e da identidade de sua comunidade. Por isso é que não se pode dizer que em Brasil e
Portugal “se fala a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses seguem regras to-
talmente diversas na hora de falar, têm coisas que só existem lá e não existem aqui e vice-versa.
Quando falamos, contribuímos para a construção única e exclusivamente da nossa identidade
social e cultural. É maravilhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas isso não signi-
fica que se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta para se dar conta disso!
Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim clássico: os letrados (só
homens, é claro!) já falavam suas línguas maternas na vida diária, mas elas não eram consi-
deradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeitada. Foi preciso esperar o
Renascimento para que isso acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil,
numa Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma língua viva, dinâmica, com
gramática própria, mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o por-
tuguês literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós”, regências
verbais que não significam nada para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a
gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da nossa língua (e não “de a nossa
língua”, por favor!) ocupar de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais
de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num País com crescente impor-
tância geopolítica e econômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.
*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.
Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-226/5859- falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-
-lingua-2
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Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui muito amado.” E dizia isto com tal
plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar.
Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humildade e a petulância sagrada.
Parecia um pintor, que, olhando o quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo
fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pronto para
morrer, já que sempre estivera pronto para amar.
Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma estátua. Mas, do jeito que falava,
ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi muito
amado”. E aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei a
faca no peito cobrando algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente daqueles que
não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afo-
gando de paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto, basta-lhes a
ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros
assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as
mulheres que quis. Outros ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está
que Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum
deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.
Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela
frase, me senti não apenas como o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um
garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem
de oitenta anos que diga: “amei muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto
não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia desperdiçar
uma sabedoria que levou 80 anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que a
lagarta se transformara em libélula.
Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo
que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de
segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque so-
bre o amor há várias frases inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho amado
tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde
“Independência ou morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “eu
era feliz e não sabia”.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem reconhe-
cer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real
está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
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Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos apresentado o personagem, tam-
bém o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quando
alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-o passar –
ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém
que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim.
Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor.
Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das
páginas e telas para a gente.
Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reconhece-se a 100m o bem-amado.
Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas e pele.
Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores es-
tão colorindo o chão em que pisou.
O que ama é um disseminador.
Tocar nele é colher virtudes.
O bem-amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrário de Átila: por onde passa re-
nascem cidades.
O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário à comunidade, que deveria ser declarado
um bem de utilidade pública.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=A7NcBAAAQBAJ&pg=PT116&lpg=PT116&dq=o+ho-
mem+que+conheceu+o+amor+cronica&source Acesso em: 06 ago. 2018.
Em: “Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo
que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de
segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada.”, as palavras des-
tacadas são, respectivamente,
a) artigo definido – artigo definido – pronome pessoal do caso oblíquo – pronome demonstrativo.
b) pronome demonstrativo – pronome pessoal – artigo definido – artigo definido.
c) pronome pessoal do caso oblíquo – artigo definido – artigo definido – pronome pessoal do
caso oblíquo.
d) pronome pessoal do caso oblíquo – artigo definido – pronome pessoal do caso oblíquo –
pronome pessoal do caso oblíquo.
O texto XXII foi produzido por uma aluna do 7º ano do ensino fundamental II, como respos-
ta à proposição de sua professora, exibida no texto XXI, abaixo.
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Texto XXI
O texto a seguir apresenta apenas a introdução de um enredo narrativo, conforme estamos
estudando em sala. Será sua tarefa continuar a história, com coerência, criando conflito, clí-
max e desfecho, de acordo com sua imaginação. Procure dar coerência à sua narrativa.
Naquela amanhã, acordei feliz. Era domingo, dia de clube, picolé, vôlei. Enfim, apenas alegria.
Estranhei muito que meus pais não estivessem ainda de pé. Nem meu irmão. Fiquei apreensiva.
Foi então que.....
Texto XXII
Foi então que pensei: nossa, esta tarde demais. Porque será que ninguém acordou ainda?
Teve ter acontecido algo muito ruim aqui em casa. Aí pus meu biquine e telefonei para a minha
madrinha, e pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar vole no domingo que era
o dia de folga dela no hospital. Era gratuito tudo lá.
Foi muito legal, nós tomamos sorvete e, jogamos bola com outras meninas, ninguém que-
ria jogar vole comigo. Ela disse:
– Que droga! O sorvete sujou meu cabelo todo.
Então eu falei que não era culpa minha.
Eu ri muito dela por que é super-engraçado quando alguém fica sujo sem querer.
Nesse momento nós pegamos as sacolas e fomos para o vestuario do clube para tomar banho.
O dia foi muito lindo. Eu adorei tudo lá. Quando voltamos vou contá tudo para meus pais.
Eles gostaram muito.
Assinale a alternativa que ilustra correção ADEQUADA de problemas de pontuação do texto,
em uma possível reescrita pela aluna.
a) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e pidi pra ela me leva, no clube, com
o carro dela, para jogar vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
b) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e pidi pra ela me levá no clube, com o
carro dela, para jogar vole no domingo que era o dia de folga dela, no hospital.
c) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e pidi pra ela me levá no clube com o
carro dela, para jogar vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
d) Aí, pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e pidi pra ela me leva, no clube, com
o carro dela, para jogar vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
e) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e pidi pra ela me levá no clube com o
carro dela, para jogar vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
O texto XXII foi produzido por uma aluna do 7º ano do ensino fundamental II, como respos-
ta à proposição de sua professora, exibida no texto XXI, abaixo.
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Texto XXI
O texto a seguir apresenta apenas a introdução de um enredo narrativo, conforme estamos
estudando em sala. Será sua tarefa continuar a história, com coerência, criando conflito, clí-
max e desfecho, de acordo com sua imaginação. Procure dar coerência à sua narrativa.
Naquela amanhã, acordei feliz. Era domingo, dia de clube, picolé, vôlei. Enfim, apenas alegria.
Estranhei muito que meus pais não estivessem ainda de pé. Nem meu irmão. Fiquei apreensiva.
Foi então que.....
Texto XXII
Foi então que pensei: nossa, esta tarde demais. Porque será que ninguém acordou ainda?
Teve ter acontecido algo muito ruim aqui em casa. Aí pus meu biquine e telefonei para a minha
madrinha, e pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar vole no domingo que era
o dia de folga dela no hospital. Era gratuito tudo lá.
Foi muito legal, nós tomamos sorvete e, jogamos bola com outras meninas, ninguém que-
ria jogar vole comigo. Ela disse:
– Que droga! O sorvete sujou meu cabelo todo.
Então eu falei que não era culpa minha.
Eu ri muito dela por que é super-engraçado quando alguém fica sujo sem querer.
Nesse momento nós pegamos as sacolas e fomos para o vestuario do clube para
tomar banho.
O dia foi muito lindo. Eu adorei tudo lá. Quando voltamos vou contá tudo para meus pais.
Eles gostaram muito.
Abaixo se apresentam problemas formais do texto que deveriam ser apontados pela professo-
ra, visando à sua reescrita, EXCETO:
a) biquine.
b) contá.
c) super-engraçado.
d) teve.
e) vestuario.
Na segunda metade do século XIX, dom Pedro II transformou a primeira escola pública
secundária do Brasil em um modelo inspirado no colégio Louis Le Grand, reputado como o me-
lhor da França. Mantiveram-se na sua réplica brasileira as exigências acadêmicas do modelo
original. O próprio dom Pedro selecionava os professores, costumava assistir a aulas e arguir
os alunos. Sendo assim, o colégio que, mais adiante, ganhou o seu nome constituiu-se em um
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primoroso modelo para a educação das elites brasileiras. Dele descendem algumas excelentes
escolas privadas.
Mais tarde do que seria desejável, o ensino brasileiro se expande, sobretudo no último meio
século. Como é inevitável, passa a receber alunos de origem mais modesta e sem o ambiente
educacional familiar que facilita o bom desempenho. Sendo mais tosca a matéria-prima que
chega, em qualquer lugar do mundo não se podem esperar resultados equivalentes com o
mesmo modelo elitista.
Os países de Primeiro Mundo perceberam isso e criaram alternativas, sobretudo no ensino
médio. A melhor escola é aquela que toma alunos reais – e não imaginários – e faz com que
atinjam o máximo do seu potencial. Se os alunos chegam a determinado nível escolar com
pouco preparo, o pior cenário é tentar ensinar o que não conseguirão aprender. O conhecimen-
to empaca e a frustração dispara.
Voltemos a 1917, às conferências de Whitehead em Harvard. Para ele, o que quer que seja
ensinado, que o seja em profundidade. Segue daí que é preciso ensinar bem o que esteja ao al-
cance dos alunos, e não inundá-los com uma enxurrada de informações e conhecimentos. Ou-
vir falar de teorias não serve para nada. O que se aprende na escola tem de ser útil na vida real.
Se mesmo os melhores alunos das nossas melhores escolas são entulhados com mais
do que conseguem digerir, e os demais, os alunos médios? Como suas escolas mimetizam as
escolas de elite, a situação é grotesca. Ensina-se demais e eles aprendem de menos. Pelos
números da Prova Brasil, pouco mais de 10% dos jovens que terminam o nível médio têm o
conhecimento esperado em matemática! A escola está descalibrada do aluno real.
Aquela velha escola de elite deve permanecer, pois há quem possa se beneficiar dela. Mas,
como fizeram os países educacionalmente maduros, respondendo a uma época de matrícula
quase universal, é preciso criar escolas voltadas para o leque variado de alunos.
Nessa nova escola, os currículos e ementas precisam ser ajustados aos alunos, pois o
contrário é uma quimera nociva. Na prática, devem-se podar conteúdos, sem dó nem piedade.
É preciso mostrar para que serve o que está sendo aprendido. Ainda mais importante, é preciso
aplicar o que foi aprendido, pois só aprendemos quando aplicamos. A escola deve confrontar
seus alunos com problemas intrigantes e inspiradores. E deve apoiá-los e desafiá-los para que
os enfrentem. No entanto, sem encolher a quantidade de matérias, não há tempo para mergu-
lhar em profundidade no que quer que seja.
Atenção! Não se trata de uma escola aguada em que se exige menos e todos se esforçam
menos. Sabemos que bons resultados estão associados a escolas que esperam muito de seus
alunos, que acreditam neles. A diferença é que se vai exigir o que tem sentido na vida do estu-
dante e está dentro do que realisticamente ele pode dominar. Precisamos redesenhar uma es-
cola voltada para os nossos alunos, e não para miragens e sonhos. Quem fará essa escola? (...)
Revista Veja, 05 fev. 2014 (adaptado).
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Em “Sendo mais tosca a matéria-prima que chega, em qualquer lugar do mundo não se podem
esperar resultados equivalentes com o mesmo modelo elitista.”, as substituições feitas manti-
veram o período com o mesmo sentido do original destacado em:
a) À medida que a matéria-prima que chega é mais tosca.
b) Quando a matéria-prima que chega é mais tosca.
c) Se a matéria-prima que chega é mais tosca.
d) Visto que a matéria-prima que chega é mais tosca.
A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, passou a
adotar, em comunicados oficiais, uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e
“alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz parte de uma pletora de casos
em que se pretende corrigir aspectos da língua e de textos, supostamente por serem ofensivos,
excludentes ou inexatos.
Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção (basicamente da Rede Globo,
mas que pegou) visando corrigir a expressão “risco de vida” por “risco de morte”. A ideia é que
risco para a vida não é risco de vida, que significaria risco de viver.
A análise da expressão, sem considerar seu domínio semântico mais amplo, corre o risco
de ser falsa. No mínimo, deveriam ser levadas em conta construções como “arriscar a vida”,
que significa ‘correr risco de perder a vida’ (análoga a “arriscar o salário nos cavalos”, que sig-
nifica, evidentemente, ‘correr risco de perder o salário...’). É o que se pode ver nos bons dicio-
nários (Houaiss registra “arriscar: expor a risco ou perigo”) e mesmo em outras línguas (como
risquer la vie, em francês, cf. Petit Larousse). Em suma: ninguém arrisca a morte, ninguém
arrisca perder o que não tem. Por isso, só se corre risco de vida.
Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por exemplo, “quem tem boca vaia
Roma”, por “vai a Roma”; “batatinha quando nasce, põe a rama pelo chão” por “se esparrama
pelo chão”; “matar a cobra mostrar a cobra”, em vez de “mostrar o pau” etc.
Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso seguindo forças mais ou menos
“ocultas”. Políticas linguísticas dificilmente interferem em questões como o sentido das pa-
lavras ou de textos, pequenos ou grandes. Elas podem registrar, inibir ou incentivar. Mas não
criam nem desfazem fatos.
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Os casos acima mencionados podem ser considerados, além de tudo, erros de análise. Pro-
vérbios não são literais: “quem tem boca vai a Roma” significa que, perguntando, pode-se che-
gar a qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala, nem de Roma, mas de qualquer lugar).
Ref.: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/meninxs-eu-vi [adaptado]
Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigrantes. Said e Chérif Kouachi são suspei-
tos do ataque ao jornal “Charlie Hebdo”, na França. Se não houvesse imigrantes na França, não
teria havido ataque ao “Charlie Hebdo”.
Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal “Charlie Hebdo”, eram filhos de argeli-
nos. Zinedine Zidane é filho de argelinos. Zinedine Zidane é terrorista.
Zinedine Zidane é filho de argelinos. Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal
“Charlie Hebdo”, eram filhos de argelinos. Said e Chérif Kouachi sabiam jogar futebol.
Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de uma minoria são suspeitos do ata-
que terrorista. Olha aí no que dá defender minoria...
A esquerda francesa defende minorias. Membros de uma minoria são suspeitos pelo ata-
que terrorista. A esquerda francesa é culpada pelo ataque terrorista.
A extrema direita francesa demoniza os imigrantes. O ataque terrorista fortalece a extrema
direita francesa. A extrema direita francesa está por trás do ataque terrorista.
Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. “Le Pen” é “O Caneta”, se tomarmos o
artigo em francês e o substantivo em inglês. Eis aí uma demonstração de apoio da extrema
direita francesa à liberdade de expressão – e aos erros de concordância nominal.
(Este último parágrafo não fez muito sentido. Os filmes do David Lynch não fazem muito
sentido. Este último parágrafo é um filme do David Lynch.)
O “Charlie Hebdo” zoava Maomé. Eu zoo negão, zoo as bichinhas, zoo gorda, zoo geral! “Je
suis Charlie!”
Humoristas brasileiros fazem piada racista, e as pessoas os criticam. “Charlie Hebdo” fez
piada com religião, e terroristas o atacam. Criticar piada racista é terrorismo.
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Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam livres para se expressar. Algumas
dessas expressões podem ofender indivíduos ou grupos. Numa democracia, é desejável que
indivíduos ou grupos sejam ofendidos.
O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. A editora Abril foi pichada por meia dúzia de
jacus. A editora Abril é Charlie.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” usavam gorros pretos. “Black blocs”
usam gorros pretos. “Black blocs” são terroristas.
“Black blocs” não são terroristas. A polícia os trata como terroristas. Os “black blocs” têm
o direito de tocar o terror.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” usavam gorros pretos. Drones não
usam gorros pretos. Ataques com drones não são terrorismo.
Ataques com drones matam inocentes mundo afora. O “Ocidente” usa drones. É justificável
o terror contra o “Ocidente”.
O ataque terrorista contra o “Charlie Hebdo” foi no dia 7/1. A derrota brasileira para a Ale-
manha foi por 7 x 1. O 7 e o 1 devem ser imediatamente presos e submetidos a “técnicas refor-
çadas de interrogatório”, tais como simulação de afogamento, privação de sono e alimentação
via retal. Por via das dúvidas, o 6 e o 8 e o 0 e o 2 também.
Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrível Hulk é um abacate.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2015/01/1573334-terrorismo-logico.shtml.
Acesso em: 2 fev. 2015.)
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Idecan
Pontuação
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Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcan-
çar um metro e meio de altura. (linhas 20 e 21)
Assinale a alternativa em que uma nova pontuação para o período acima tenha sido feita de
forma gramaticalmente correta.
a) Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que – segundo relatos –, chegavam a
alcançar um metro e meio de altura.
b) Os ovos, eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a
alcançar, um metro e meio de altura.
c) Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas, que – segundo relatos – chegavam a
alcançar um metro e meio de altura.
d) Os ovos eram desenterrados e depositados, em pilhas, que, segundo relatos, chegavam a
alcançar, um metro e meio de altura.
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A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos foram detectadas vá-
rias mudanças nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto em casos
de dependência em humanos. (linhas 21 e 22)
Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para o período acima.
a) A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos: foram detecta-
das várias mudanças nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto
em casos de dependência em humanos.
b) A química cerebral dos peixes expostos, também diferia dos não expostos, foram detecta-
das várias mudanças nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto
em casos de dependência em humanos.
c) A química cerebral, dos peixes expostos, também diferia, dos não expostos, foram detecta-
das várias mudanças nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto
em casos de dependência em humanos.
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d) A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos, foram detecta-
das várias mudanças nas substâncias químicas do cérebro, que correspondem ao que é visto
em casos de dependência em humanos.
e) A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos; foram detecta-
das várias mudanças nas substâncias químicas do cérebro, que correspondem, ao que é visto,
em casos de dependência em humanos.
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A beleza é um dado social, definida na interação entre as pessoas, e seus critérios mudam com
o tempo. (linhas 6 e 7)
Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para o período acima.
a) A beleza, é um dado social, definida na interação entre as pessoas e seus critérios mudam
com o tempo.
b) A beleza é um dado social definida na interação entre as pessoas e seus critérios, mudam
com o tempo.
c) A beleza é um dado social, definida na interação, entre as pessoas, e seus critérios mudam,
com o tempo.
d) A beleza é um dado social – definida na interação entre as pessoas – e seus critérios mu-
dam com o tempo.
e) A beleza é um dado social – definida na interação entre as pessoas –, e seus critérios mu-
dam com o tempo.
(http://www.do.ufgd.edu.br/mariojunior/arquivos/cidadania_brasil.pdf)
O texto acima aborda aspectos sociológicos, ligados à formação do povo brasileiro. Sobre os
aspectos linguísticos presentes no texto, responda à próxima questão.
Em relação ao uso de vírgula, pode-se afirmar que, no trecho “Discorda-se da extensão, profun-
didade e rapidez do fenômeno, não de sua existência.” (linha 1) a vírgula que antecede o signo
linguístico “profundidade” ocorre porque há
a) necessidade de separar adjuntos adverbiais deslocados.
b) aposto explicativo.
c)termos de mesma função sintática.
d) adjuntos adnominais restritivos.
e) complementos nominais em sequência.
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Diga-se o que se quiser do presidente francês, ele tem um plano e uma visão clara sobre o papel
da França. (linhas 25 e 26)
Assinale a alternativa em que, alterando-se a redação do período acima, tenha-se produzido
um novo período com correção gramatical, independentemente das alterações de sentido.
a) Digam o que quiserem do presidente francês, ele tem planos e visões claros sobre o papel
da França.
b) Digam-se o que quiserem do presidente francês, ele tem planos e visão claros sobre o papel
da França.
c) Digam o que se quiserem do presidente francês, ele tem um plano e uma visão claros sobre
o papel da França.
d) Digam-se o que se quiser do presidente francês, ele tem planos e visão clara sobre o papel
da França.
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...admite que havia uma divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século
XIX, mas reconhece que não existia uma compreensão comum sobre o significado dela. (linhas
34 a 36) No trecho acima, há ocorrência dos verbos “haver” e “existir”.
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Assinale a alternativa em que, alterando-se a composição dessas formas verbais, tenha havido
adequação à norma culta. Não leve em conta alterações de sentido.
a) admite que podiam haver divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim
do século XIX, mas reconhece que não podia existir compreensões comuns sobre o signi-
ficado dela.
b) admite que haviam de haver divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no
fim do século XIX, mas reconhece que não haviam de existir compreensões comuns sobre o
significado dela.
c) admite que deviam existir divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do
século XIX, mas reconhece que não haviam compreensões comuns sobre o significado dela.
d) admite que haviam divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do século
XIX, mas reconhece que não existiam compreensões comum sobre o significado dela.
e) admite que haviam de existir divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim
do século XIX, mas reconhece que não havia de haver compreensões comuns sobre o signi-
ficado dela.
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Ela explodiu no genocídio de 1994, no qual centenas de milhares de ruandeses foram assassina-
dos. (linhas 19 e 20)
Assinale a alternativa em que a alteração do segmento sublinhado no período acima NÃO es-
teja gramaticalmente de acordo com a norma culta. Não leve em conta alterações de sentido.
a) no qual uma dúzia de ruandeses foi assassinada
b) no qual cinco mil ruandeses foram assassinados
c) no qual 1,9 milhões de ruandeses foram assassinados
d) no qual um quinto dos ruandeses foi assassinado
e) no qual um grupo de ruandeses foi assassinado
No ano passado, 194 policiais foram assassinados no país, e 63% deles eram negros. (linha 1)
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“Muitas vezes, há um currículo ajustado à matriz nacional, mas não há professores qualificados,
as aulas são recheadas de preconceitos”, diz a autora de “Tornar-se Policial’’ (Editora Appris).
(linhas 17 e 18)
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Crase
Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões inóspitas dentro do próprio país,
como ocorreu com a família de Mukasonga. (linhas 31 e 32)
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Assinale a alternativa em que a substituição do segmento sublinhado tenha sido feita de acor-
do com a norma culta. Não leve em conta alterações de sentido.
a) à Brasília
b) à terra firme
c) à casa
d) à Fortaleza de José de Alencar
e) à lugares desconhecidos
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As orações abaixo foram construídas a partir do Texto. Assinale entre elas a única em que o
uso do sinal indicativo da crase é utilizado com correção.
a) Raul Basilides Gomes (17), de Fortaleza, Giovanna Girotto (16) e Luã de Souza Santos (17),
de São Paulo exibem com orgulho às suas medalhas, conquistadas na 13ª Olimpíada Interna-
cional de Astronomia.
b) Todas as estudantes do Estado de São Paulo agradecem à Giovanna Girotto (16) por repre-
sentá-las na 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia.
c) Os cinco representantes brasileiros que foram à 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia
conquistaram 3 medalhas.
d) Os cinco representantes brasileiros superaram à uma seleção bastante criteriosa antes de
participar da 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia
e) Durante uma semana, 30 jovens foram submetidos à treinamentos intensivos classificató-
rios antes da escolha da equipe que participou da 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia.
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c) há fusão da preposição “a”, advinda do nome “candidatos”, com o pronome “a”, determinante
de “Presidência”.
d) há fusão da preposição “a”, advinda do nome “candidatos”, com o artigo “a”, determinante
de “Presidência”.
e) há fusão da conjunção “a”, advinda do nome “candidatos”, com o artigo “a”, determinante de
“Presidência”.
O trecho “(...) induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou.”
(linhas 4 e 5) possui elemento linguístico marcado pelo acento indicativo de crase. Tal acento
é proveniente, no caso em tela, em razão da fusão do artigo “a” com a preposição “a”, a qual
advém da regência do
a) verbo induzir.
b) verbo passar.
c) verbo arrancar.
d) nome homem.
e) nome sombra.
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O uso do acento grave em “À frente de projetos como o Sirius — maior projeto científico e tec-
nológico em desenvolvimento no Brasil (...)” (4º§) é de uso obrigatório. Indique, a seguir, o frag-
mento em que o acento grave foi empregado INCORRETAMENTE.
a) “Primeiro smartphone com leitor de digitais integrado à tela vai ser chinês.”
b) “Florianópolis vive hoje o temor de que 2017 termine com notícias semelhantes às que es-
trearam o ano.”
c) “Uma garota de 9 anos teve o cabelo cortado à força por duas tias e duas primas no último
fim de semana.”
d) “Todo o atendimento ao público será realizado de segunda à domingo conforme determina-
do anteriormente.”
Colocação Pronominal
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A respeito da colocação dos pronomes oblíquos átonos na norma culta da Língua Portuguesa,
pode-se afirmar que, na sentença “Esse argumento funda-se” (linha 10), a partícula “se” foi co-
locada em ênclise de forma
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Era um café da manhã, por volta das sete, a mim fato corriqueiro, na padaria da rua Maricá.
Um homem estava já à mesa menor, só, com pães intactos e apenas o café sendo bebericado,
sem aparentar gosto nesse ato. Permaneceu assim por grupos de minutos. Seus olhos foca-
vam, através do vidro, o nada da movimentação expedita de automóveis, bicicletas, cães e
pessoas. Houve uma lágrima.
Engoli com esforço quando notei o choro emudecido daquele homem. Sua expressão se
inalterou no rosto. Era fato bastante enigmático. Não tive reação precisa. Mais lágrimas vie-
ram. Meu café demorou mais que o costumeiro. Pensei em oferecer-lhe um lenço, em pergun-
tar se precisava de algo. Nada disso fiz.
Vieram a meu coração tantas razões quantas possíveis capazes de levá-lo a emo-
ção extrema.
Era sem dúvida a perda de alguém para a morte inexorável, irreversível. É o motivo mais
justo para chorar, o mais comum. Certamente ele amava essa pessoa com um amor que vem
naturalmente, com os sentimentos que são latentes nos genes e que se despertam na convi-
vência familiar. Era um amor de grilhões sanguíneos: seu pai, sua mãe, um irmão ou irmã. As
lágrimas resultavam, por conseguinte, de lembranças inumeráveis de momentos em presença
a qual jamais voltará a se efetivar. Jamais.
Mas me houve dúvida. Julgando melhor, vi que o choro era solitário mesmo por solidão.
Sua mulher não o acompanhava, não mais. E seria assim adiante. Era um choro de fim, defini-
tivo. Era o fim do amor, que nunca acaba. Ele devia amá-la por motivos inquebráveis, não por
sangue, mas por vida compartilhada, o que pode ser mais rijo. Lembrava-se, é pouco imprová-
vel, de trocas de solicitudes ao longo da vivência de um mundo restrito a ambos. Recordava-se,
e isso provocava o choro, do amor que cresceu por serem uma vida em dois corpos que vence-
ram guerras e festejaram glórias, solitários em sua união.
Não era, entretanto, ainda acertado isso. Um amigo apartado, a perda de um emprego de
relações vetustas são igualmente legítimas causas de pranto. E por alegria também se chora.
Outras lágrimas ganharam a superfície da mesa, passando antes por sua mão que tapava
a boca, talvez contendo palavras que viviam por si. Ele suspirava fundo.
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Havia mais possibilidades. Era então a distância do filho cuja voz diariamente lhe soprava
suave os ouvidos, numa ficção tão verossímil que lhe arrancava de dentro o choro evitável
por ser doloroso. A lembrança era da personalidade tão autônoma do menino, que mal sabia
falar, mas que agia intrépido e seguro sempre. A lembrança era do cheiro, da textura da pele,
dos abraços e beijos de amor real. Lembrava-se dos olhos nos seus olhos, como se nada mais
houvesse a ver no universo. E não havia de melhor. Nisso vinha o choro.
Uma lágrima me desceu junto. Não consegui terminar o café. Ele se levantou e se enca-
minhou ao caixa. Eu o segui com os olhos, bem úmidos. Quis dar nele um abraço demorado e
dizer-lhe que tudo ficaria bem. Quis dizer a ele, com doçura, que era passageiro. Era minha von-
tade oferecer-lhe um conforto. Ia chamá-lo, mas minha garganta se embargou e chorei mais.
Ele saiu pela porta sem que eu sequer pudesse apertar a sua mão.
(Disponível em: https://www.facebook.com/oldenhugo.silvafarias/posts/1583838504972154.)
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“Há um país onde, diferentemente do que ocorre no Brasil, a justiça processa ex-presidentes con-
servadores, os condena por desvio de verbas e manda-os para a prisão.” (linhas 1 a 3)
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:
I – Há, no período, dois pronomes relativos.
II – Não há pronome demonstrativo no período.
III – Não há paralelismo entre as opções de colocação pronominal nas duas últimas orações.
Assinale
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.
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Como práxis, nas aulas iniciais, ensinamos o verbo “ser” e “estar”; para nós brasileiros, o
famoso e enfadonho verbo to be das aulinhas de inglês. Então, a lição inicial é fazer com que
os iniciantes entendam a diferença entre ambos os verbos, já que na língua do Tio Sam tal di-
ferença só é percebida no contexto comunicativo. As explicações acontecem com exemplos
reais, a fim de mostrar-lhes a língua como ela é.
Nas aulas para estrangeiros o “tu” e o “vós” são abolidos, completamente descartados, e
isso é o sonho linguístico de toda e qualquer criança brasileira. Imaginem o tormento: conju-
gação do verbo “ir”, no presente do indicativo “tu vais”, “vós ides” e a criança inconformada e
chorosa pergunta: “Mãe, alguém fala isso? Eu não falo”. Pois é, sábia conclusão! A criança,
com seu conhecimento linguístico inato, não reconhece o idioma descrito na Gramática e intui
que aquelas conjugações trarão uma imensa dor de cabeça e possíveis notas vermelhas.
A língua como ela é não se apresenta, com pretérito-mais-que-perfeito, como insiste a Gra-
mática Normativa e seus exemplos surreais: “O vento fechou a porta que o vento abrira.” Abrira?
Com o futuro também temos problemas. Não, não sou vidente, não me refiro ao amanhã,
refiro-me ao tempo gramatical. Ele, como a GN sugere, não participa dos nossos planos, visto
que um casal, ao sonhar com o ninho de amor, não enrola a língua para conjugar o verbo “que-
rer” e, em vez de dizer “Nós quereremos um apartamento de frente para o mar”, usam a corri-
queira forma composta “Vamos querer...”. A partir disso, façamos uma reflexão: por que não
mostrar aos nossos pupilos os tempos verbais no contexto da nossa realidade linguística? O
tempo futuro pode ser dito com a forma composta (verbo auxiliar no presente + verbo principal
no infinito) acompanhada pelo advérbio de tempo que situa a ideia. Sendo assim, dizemos:
“Vou viajar amanhã”. E falar assim é menos futuro? É tanto quanto em “Viajarei amanhã”, com
o detalhe de que está caindo em desuso na fala do dia a dia.
Ah! Como é gostoso ensinar a língua viva! Aquela que não está engessada nos compêndios
gramaticais! Porém, os gramáticos que elaboram tais manuais afirmariam categoricamente:
ensinar português para estrangeiros é diferente de ensinar português a uma criança nativa,
afinal, ela já sabe português. Concordo! Claro que não precisamos ensinar as diferenças entre
ser e estar, levar e trazer, conhecer e saber, confusões típicas de um aprendiz não nativo.
Sugerir e advogar a favor do ensino real da língua significa retirar o que não é utilizado ou
é raramente visto na escrita, é ignorar regras inúteis que não influenciam na compreensão da
língua. Um exemplo clássico é o pronome oblíquo no começo da oração. Os puristas da língua
consideram um erro crasso, mas que mal pode haver em dizer “Me empresta o seu livro do
Veríssimo”? E por que não escrever assim também? É uma tendência nossa o uso da próclise,
enquanto os portugueses preferem a ênclise. O nosso olhar para com os fenômenos linguísti-
cos se compara ao estudo de um biólogo ou de um botânico, que não diz que aquela flor é mais
ou menos bela por causa do formato das pétalas ou da coloração. Falar “empresta-me” não é
mais ou menos bonito, é diferente, e em ambos os casos a comunicação acontece.
Portanto, a minha singela conclusão é que precisamos de gramáticas que não tenham
espaço para mesóclise, pronome possessivo “vosso”, lista de substantivos coletivos, tipos de
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sujeito e predicado, enfim, uma série de bobagens e gramatiquices que não ensinamos para os
estrangeiros, porque não são relevantes para comunicação, também porque não fazem parte
da língua como ela é.
(Disponível em http://conhecimentopratico.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/53/
artigo344826-1.asp. Acesso em: 08 set 2016.)
Reescrita
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A mãe da escritora, Stefania, era uma pessoa a quem muitas garotas recorriam para descobrir
se poderiam ser consideradas moças bonitas. (linhas 3 e 4)
Assinale a alternativa em que a alteração do segmento sublinhado no excerto acima NÃO te-
nha se mantido com adequação à norma culta. Não leve em conta alterações de sentido em
relação ao período.
a) de cujas ideias muitas garotas esqueciam
b) em cujas conversas muitas garotas se imiscuíam
c) de cujas ideologias muitas garotas faziam apologia
d) com cujos parentes muitas garotas conviviam
e) a cujo sucesso muitas garotas visavam
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E se você achar um cara pelado no armário, ele só estava vendo a novela aqui em casa (...)
Assinale a alternativa em que a mudança de posição da palavra “só” no segmento sublinhado
no trecho acima NÃO provoque alteração de sentido.
a) ele estava vendo a novela aqui em casa só
b) ele estava vendo a novela só aqui em casa
c) ele estava vendo só a novela aqui em casa
d) ele estava só vendo a novela aqui em casa
e) só ele estava vendo a novela aqui em casa
057. (IDECAN/IF-RR/INFORMÁTICA/2020)
Para as turmas desafiadoras, novas práticas
O que fazer quando aquela classe faz o professor questionar a sua
capacidade e prática docente
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Assinale a única alternativa em que o trecho abaixo, retirado do Texto, mantém o mesmo sen-
tido que apresenta em sua forma original:
“Dos dias 2 a 10 deste mês, 254 estudantes de 47 países foram submetidos a provas práticas,
teóricas e de análise de dados.” (l. 5-6)
a) 254 estudantes de 47 países foram submetidos durante dez dias a provas práticas, teóricas
e de análise de dados.
b) Foram submetidos a provas práticas, teóricas e de análise de dados 47 países e 254 estu-
dantes entre os dias 2 e 10 deste mês.
c) Para análise de dados 254 estudantes de 47 países foram submetidos a provas práticas e
teóricas dos dias 2 a 10 deste mês.
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Em cerca de um quarto dos casos, não há relação entre vítima e autor. (linhas 18 e 19)
Reescrevendo-se o período acima, independentemente da alteração de sentido, assinale a al-
ternativa em que não se tenha obedecido à norma culta.
a) Em cerca de um quarto dos casos, não há de haver relações entre vítima e autor.
b) Em cerca de um quarto dos casos, não pode haver relações entre vítima e autor.
c) Em cerca de um quarto dos casos, não houve relações entre vítima e autor.
d) Em cerca de um quarto dos casos, não poderão existir relações entre vítima e autor.
e) Em cerca de um quarto dos casos, não há de existir relações entre vítima e autor.
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Caso se faça, em ordem direta, a reescrita em prosa da passagem “Se desmorono ou se edifi-
co, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei.” (linhas 9-11), poder-se-ia verificar que o
conectivo “se” teria a classificação de conjunção subordinativa
a) temporal.
b) integrante.
c) causal.
d) alternativa.
e) aditiva.
IDIB
Pontuação
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Na frase “Tô com fome mãe!”, deveria ter tido uma vírgula
a) depois do verbo “tô”, porque há orações coordenadas assindéticas.
b) depois do verbo “tô”, porque há um adjunto adverbial deslocado.
c) depois de “fome”, porque há um vocativo.
d) depois de “fome”, porque há um aposto.
A solidão amiga
Rubem Alves
A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa
está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espe-
ra. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...
Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem
na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música...
Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se
assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em
meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com
certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a
tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-
-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa
ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma
impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros
mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das
lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo
de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária
de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para
perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão.
Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio
aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe
disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei
agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós can-
tos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores
frágeis”. A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos
que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamen-
tal e que proponho a você, como motivo de meditação: “Como se comporta a Sua Solidão?”
Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se
comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta.
Ela tem vida.
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Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: “Não importa
o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.”
Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a
solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você
se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando
você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma
doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha
solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond
acha que sim: “Por muito tempo achei que a ausência é falta./E lastimava, ignorante, a fal-
ta./Hoje não a lastimo./Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./E sinto-a,
branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/que rio e danço e invento exclamações
alegres,/porque a ausência, essa ausência assimilada,/ninguém a rouba mais de mim.!” (...)
O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz com-
panhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação.
Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha
do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me
com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de
vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam
em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles
a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E
sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria
inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer.
Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele
que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo.
E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a
música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...
A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você com-
para a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada) dos outros, em celebrações
cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da
solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor
da comparação. Ela não é verdadeira. (...)
Disponível em https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_alves/
Em “O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz com-
panhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação”, as
vírgulas destacadas foram empregadas para
a) isolar o aposto.
b) isolar o vocativo.
c) isolar o adjunto adverbial deslocado.
d) separar orações coordenadas sindéticas.
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produtiva e as ideias de que todas as metas são alcançáveis. O autor simboliza esse fenômeno
a partir do slogan da campanha presidencial de Barack Obama em 2008: “Yes, we can” (“Sim,
nós podemos”, em tradução livre) e do slogan da Nike, “just do it” (“simplesmente faça”).
De acordo com o filósofo, o excesso de positividade presente na contemporaneidade cul-
mina na criação de uma “sociedade do desempenho”, um cenário em que a produtividade se
torna um norte para os indivíduos. Han afirma que a sociedade do desempenho seria um con-
traponto à sociedade disciplinar postulada pelo filósofo francês Michel Foucault no século 20.
Na sociedade disciplinar de Foucault, o indivíduo é vigiado constantemente, estando sujei-
to às normas locais e às punições decorrentes de qualquer tipo de desvio de conduta.
Mesmo parecendo contraditórias, Han acredita que as duas premissas se complementam
de certa forma. Para ele, o sujeito do desempenho é mais rápido e produtivo do que o indiví-
duo obediente, mas o poder se transforma em uma espécie de dever. “O poder eleva o nível de
produtividade que é intencionado através da técnica disciplinar, o imperativo do dever”, afirma.
Han usa o trabalho do sociólogo francês Alain Ehrenberg para determinar como surge a
depressão no contexto da sociedade do desempenho. No livro “La fatigue d’être soi: dépres-
sion et société” (“O cansaço de ser você mesmo: depressão e sociedade”, em tradução livre),
Ehrenberg argumenta que a depressão surge do cansaço proveniente do esforço do indivíduo
de ter de ser ele mesmo.
O cansaço de ser si mesmo, para Ehrenberg, surge da pressão por sempre ser autêntico e
produtivo, bem como da ideia difundida nos mais diversos ambientes de que nada é impossí-
vel e tudo só depende da força de vontade individual.
Para Han, o cansaço de si mesmo de Ehrenberg culmina numa autoexploração do indiví-
duo, que se entrega ao excesso de trabalho munido de um sentimento de liberdade.
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Como alternativa à vida hiperativa, Han oferece a ideia de uma “vida contemplativa”, na
qual os indivíduos sabem dizer “não” ao excesso de estímulos. Para o autor, essa capacidade
de negação é mais ativa do que qualquer forma de hiperatividade contemporânea.
A sociedade do cansaço
A sociedade do cansaço surge da união de todos esses fatores em algo que Han apelida
de “infarto da alma”.
Nesse cenário, o cansaço se manifesta coletivamente, mas de maneira solitária em cada
indivíduo. O autor cita o escritor austríaco Peter Handke, que no livro “Ensaio sobre o cansaço”
apresenta a ideia de uma fadiga extrema dividida entre as pessoas, cada uma com o seu pró-
prio grau de esgotamento.
Han define esse cansaço como um “cansaço da potência positiva, que incapacita de fazer
qualquer coisa”. É uma fadiga surgida do excesso de desempenho e produtividade que, por sua
vez, tira do indivíduo a capacidade de fazer novas coisas. (...)
Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/08/27/Por-que-vivemos-na-sociedade-do-cansa%-
C3%A7º-segundo-este-fil%C3%B3sofo
A vírgula presente no período “...o sujeito do desempenho é mais rápido e produtivo do que o
indivíduo obediente, mas o poder se transforma em uma espécie de dever” foi empregada por
qual motivo?
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Mudança climática
A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, avalia que a redução do desperdício de
alimentos ajudaria a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, retardaria a destruição da
natureza, aumentaria a disponibilidade de comida e, assim, reduziria a fome, além de contribuir
para economizar dinheiro em um momento de recessão global.
“Se quisermos levar a sério o combate à mudança climática, à perda da natureza e da
biodiversidade, à poluição e ao desperdício, empresas, governos e cidadãos de todo o mundo
devem fazer a sua parte para reduzir o desperdício de alimentos”, disse, ao destacar que a
Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU deste ano será uma oportunidade de lançar “novas e
ousadas” ações para enfrentar o desperdício alimentar.
Segundo a ONU, o total de 690 milhões de pessoas afetadas pela fome ao longo de 2019
deverá crescer de maneira acentuada por conta da pandemia de covid-19. Além dessa parcela
da população global, existem também, de acordo com a entidade, 3 bilhões de pessoas inca-
pazes de custear uma dieta saudável.
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Uma das sugestões apontadas no relatório é que os países incluam o desperdício de ali-
mentos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) no âmbito
do Acordo de Paris, enquanto fortalecem a segurança alimentar e reduzem os custos para as
famílias. O documento também defende a prevenção do desperdício de alimentos como uma
área primária a ser incluída nas estratégias de recuperação da Covid-19.
Cerca de 14 países já possuem dados sobre o desperdício doméstico de alimentos cole-
tados de forma compatível com o índice do Pnuma. Outros 38 países têm dados sobre des-
perdício doméstico que, com pequenas mudanças na metodologia, cobertura geográfica ou
tamanho da amostra, permitiriam a criação de uma estimativa compatível.
Disponível em https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2021/03/06/onu--931-milhoes-de-toneladas-de-alimen-
tos-foram-para-o-lixo-em-2019. Acesso em 06/03/2021
Disponível em https://bichinhosdejardim.com/animacao-ano-novo/
Sobre o uso do advérbio “meio” em “Tuta, estou meio preocupada...”, é correto afirmar que
a) pode ser escrito tanto no masculino como no feminino, dependendo da vontade do falante.
b) fica no masculino, para concordar com o gênero do ser que está falando.
c) deveria estar no feminino, para concordar com o adjetivo “preocupada”.
d) fica sempre no masculino, porque os advérbios são invariáveis.
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Crase
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Mudança climática
A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, avalia que a redução do desperdício de
alimentos ajudaria a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, retardaria a destruição da
natureza, aumentaria a disponibilidade de comida e, assim, reduziria a fome, além de contribuir
para economizar dinheiro em um momento de recessão global.
“Se quisermos levar a sério o combate à mudança climática, à perda da natureza e da
biodiversidade, à poluição e ao desperdício, empresas, governos e cidadãos de todo o mundo
devem fazer a sua parte para reduzir o desperdício de alimentos”, disse, ao destacar que a
Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU deste ano será uma oportunidade de lançar “novas e
ousadas” ações para enfrentar o desperdício alimentar.
Segundo a ONU, o total de 690 milhões de pessoas afetadas pela fome ao longo de 2019
deverá crescer de maneira acentuada por conta da pandemia de covid-19. Além dessa parcela
da população global, existem também, de acordo com a entidade, 3 bilhões de pessoas inca-
pazes de custear uma dieta saudável.
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Uma das sugestões apontadas no relatório é que os países incluam o desperdício de ali-
mentos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) no âmbito
do Acordo de Paris, enquanto fortalecem a segurança alimentar e reduzem os custos para as
famílias. O documento também defende a prevenção do desperdício de alimentos como uma
área primária a ser incluída nas estratégias de recuperação da Covid-19.
Cerca de 14 países já possuem dados sobre o desperdício doméstico de alimentos cole-
tados de forma compatível com o índice do Pnuma. Outros 38 países têm dados sobre des-
perdício doméstico que, com pequenas mudanças na metodologia, cobertura geográfica ou
tamanho da amostra, permitiriam a criação de uma estimativa compatível.
Disponível em https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2021/03/06/onu--931-milhoes-de-toneladas-de-alimen-
tos-foram-para-o-lixo-em-2019. Acesso em 06/03/2021
Em “Se quisermos levar a sério o combate à mudança climática...”, ocorreu a crase porque
a) é uma locução adverbial feminina que sempre vem acompanhada de crase.
b) o verbo “combate” pede a preposição A e o substantivo “mudança” aceita o artigo A.
c) o verbo “levar” pede a preposição A e o nome “combate” também pede a preposição A.
d) o nome “combate” pede a preposição A e o substantivo “mudança” aceita o artigo A.
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– Moço, desculpe, mas tenho quase certeza de que você está fazendo um caminho muito
mais longo do que devia.
– Não esquenta a cabeça não, companheiro. Tá aqui no GPS, ó. Não vou discutir com a
tecnologia, né, amigo?
“Não vou discutir com a tecnologia.” Sim, eu havia ouvido aquilo. E mais que uma frase de
efeito de um chofer de praça, aquilo era uma senha que explicava muita coisa, talvez explicas-
se até toda uma época.
O sujeito deixava de lado sua inteligência (se é que a tinha), a experiência de anos peram-
bulando a bordo do seu táxi pelas quebradas da cidade e o próprio poder de dedução para
seguir uma engenhoca surda e cega – mas “tecnológica” – sem questioná-la, e sem que eu
também pudesse fazê-lo.
Não quero parecer um dinossauro (embora por vezes eu inevitavelmente pareça), mas
sempre defendi um uso inteligente, comedido e crítico dos apetrechos eletrônicos. Conhe-
ço pessoas que, por comodidade, condicionamento ou deslumbramento com o novo mundo
cibernético, não se deslocam mais à esquina para comprar pão sem que façam uso de GPS,
Google Maps e o escambau.
Tenho um sobrinho, um pensador irreverente de botequim, que gosta de dizer o seguinte:
– As rodas de bar ficaram muito chatas depois do iPhone. Ninguém mais pode ter dúvida
alguma. Se alguém perguntar: “como é o nome daquele cantor que cantava aquela música?”;
ou então: “quem era o centroavante da seleção de 86?”, logo algum bobo alegre vai acessar a
internet e buscar a resposta. E aí acabar com a graça, a mágica e o mistério… Não sobra as-
sunto pro próximo encontro.
Outro amigo, filósofo de padaria, tem uma tese/profecia tenebrosa sobre o uso sem critério
dos tecnobreguetes: Diz ele:
– Num futuro próximo, as pessoas deixarão de ter memória. Para que lembrar, se tudo ca-
berá num HD externo?
É. Faz bastante sentido a tese do meu amigo. Aliás, há tempos não o vejo, o… o… Como é
mesmo o nome dele, gente? Aníbal, não. Átila, não… É um nome assim, meio histórico… Descul-
pem aí, vou ter que espiar na agenda do meu celular.
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Compositor de música popular, Noel Rosa deixou vasta obra. Em suas melodias e le-
tras, combinou lirismo e sarcasmo, muitas vezes proporcionando um autêntico retrato da
vida carioca.
Noel de Medeiros Rosa nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de dezembro de 1910. De fa-
mília pobre, completou o ginásio e tentou a medicina, mas logo optou pela boemia talentosa
do bairro de Vila Isabel, que se tornou o reduto do samba urbano cultivado pela classe média.
Em 1929, ingressou no conjunto Flor do Tempo – mais tarde Bando de Tangarás – como vio-
lonista e cantor, ao lado de outros futuros astros como Almirante, João de Barro, Alvinho e
Henrique Brito. Em 1932, Noel iniciou suas atuações na emissora Rádio Philips. Logo gravou
discos de sucesso, com composições de grande riqueza melódica, verdadeiras crônicas de um
poeta agridoce.
O compositor produziu muito, sozinho ou em parceria com músicos célebres como Vadico,
João de Barro, Ismael Silva, Kid Pepe e Lamartine Babo. Num estilo interpretativo marcado pela
simplicidade, enfocou as contradições da vida. (...) A discografia de Noel Rosa, nos gêneros
mais variados, abrange gravações antológicas do próprio autor e de intérpretes antigos e novos.
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Texto II
A dama do cabaré
Noel Rosa
( * ) “cabaré”, na época da escrita d Noel Rosa, queria dizer apenas “casa de show”.
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Colocação Pronominal
A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa
está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espe-
ra. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...
Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem
na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música...
Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se
assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em
meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com
certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a
tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-
-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa
ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma
impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais
solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpa-
das elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade
mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao
seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade
da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro co-
munhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas
acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na
ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim
me entender tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós cantos sombrios que toleram
apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis”. A vela solitária de
Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há
mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como
motivo de meditação: “Como se comporta a Sua Solidão?” Minha solidão? Há uma solidão que
é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se com-
porta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: “Não importa
o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.”
Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a
solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
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Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você
se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando
você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma
doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha
solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond
acha que sim: “Por muito tempo achei que a ausência é falta./E lastimava, ignorante, a fal-
ta./Hoje não a lastimo./Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./E sinto-a,
branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/que rio e danço e invento exclamações
alegres,/porque a ausência, essa ausência assimilada,/ninguém a rouba mais de mim.!” (...)
O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz com-
panhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação.
Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha
do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me
com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de
vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam
em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles
a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E
sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria
inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer.
Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele
que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo.
E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a
música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...
A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você com-
para a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada) dos outros, em celebrações
cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da
solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor
da comparação. Ela não é verdadeira. (...)
Disponível em https://www.pensador.com/cronicas_de_rubem_alves/
Em relação à colocação do pronome oblíquo “me” em “As caminhadas pelo deserto me fizeram
forte”, analise as afirmativas a seguir:
I – Ocorreu a próclise.
II – Ocorreu a ênclise.
III – A próclise é opcional nessa frase.
IV – A ênclise é obrigatória devido ao verbo no infinitivo.
V – A próclise é obrigatória devido à presença do substantivo “deserto”.
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Não quero parecer um dinossauro (embora por vezes eu inevitavelmente pareça), mas
sempre defendi um uso inteligente, comedido e crítico dos apetrechos eletrônicos. Conhe-
ço pessoas que, por comodidade, condicionamento ou deslumbramento com o novo mundo
cibernético, não se deslocam mais à esquina para comprar pão sem que façam uso de GPS,
Google Maps e o escambau.
Tenho um sobrinho, um pensador irreverente de botequim, que gosta de dizer o seguinte:
– As rodas de bar ficaram muito chatas depois do iPhone. Ninguém mais pode ter dúvida
alguma. Se alguém perguntar: “como é o nome daquele cantor que cantava aquela música?”;
ou então: “quem era o centroavante da seleção de 86?”, logo algum bobo alegre vai acessar a
internet e buscar a resposta. E aí acabar com a graça, a mágica e o mistério… Não sobra as-
sunto pro próximo encontro.
Outro amigo, filósofo de padaria, tem uma tese/profecia tenebrosa sobre o uso sem critério
dos tecnobreguetes: Diz ele:
– Num futuro próximo, as pessoas deixarão de ter memória. Para que lembrar, se tudo ca-
berá num HD externo?
É. Faz bastante sentido a tese do meu amigo. Aliás, há tempos não o vejo, o… o… Como é
mesmo o nome dele, gente? Aníbal, não. Átila, não… É um nome assim, meio histórico… Descul-
pem aí, vou ter que espiar na agenda do meu celular.
Disponível em https://istoe.com.br/133775_GPS/
Com relação à colocação pronominal, no período “...sem questioná-la, e sem que eu também
pudesse fazê-lo”, os pronomes “la” e “lo” estão ocupando que posição e por qual motivo?
a) Enclítica, devido aos verbos conjugados no infinitivo.
b) Enclítica, devido aos verbos conjugados no presente.
c) Proclítica, por serem atraídos pelos verbos que os antecedem.
d) Mesoclítica, porque os verbos estão no futuro do presente.
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Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando vinha cumprir o piedoso dever de amizade,
visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou
quatro meses, se tanto.
Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim como uma sepultura em vida, um
semi-enterramento, enterramento do espírito, da razão condutora, de cuja ausência os corpos
raramente se ressentem.
A saúde não depende dela e há muitos que parecem até adquirir mais força de vida, prolon-
gar a existência, quando ela se evola não se sabe por que orifício do corpo e para onde. Com
que terror, uma espécie de pavor de coisa sobrenatural, espanto de inimigo invisível e onipre-
sente, não ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento da Praia das Saudades! Antes
uma boa morte, diziam.
No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse pasmo, esse espanto, esse terror do
povo por aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital, meio prisão, com seu alto gradil,
suas janelas gradeadas, a se estender por uns centos de metros, em face do mar imenso e
verde, lá na entrada da baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se uns homens calmos,
pensativos, meditabundos, como monges em recolhimento e prece.
De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e respeitável, perdia-se logo a ideia popular
da loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o entrechoque de tolices ditas aqui e ali.
Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio, uma ordem perfeitamente naturais.
No fim, porém, quando se examinavam bem, na sala das visitas, aquelas faces transtornadas,
aqueles ares aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão, outros como alheados e mergu-
lhados em um sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação de uns, mais viva em face
à atonia de outros, é que se sentia bem o horror da loucura, o angustioso mistério que ela
encerra, feito não sei de que inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe o real, para se
apossar e viver das aparências das coisas ou de outras aparências das mesmas.
Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza, fica
amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer coi-
sa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão
inversa e absurda de nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu mundo
e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele
vem a ser após.
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Em “Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando vinha cumprir o piedoso dever de
amizade, visitando Quaresma”, o pronome oblíquo em destaque está empregado corretamen-
te, conforme às regras de colocação pronominal. Assinale a alternativa em que essa regra não
é obedecida.
a) Ambos se sentiam felizes com a visita.
b) Que mal podia-me fazer esse senhor?
c) Nunca o vi tão sereno e calmo como agora.
d) Quero apenas preveni-lo contra os abusos das autoridades.
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O fragmento “Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos laços humanos, a nossa indife-
rença, a nossa incapacidade de se colocar no lugar do outro...” (l. 19 e 20) permanece com a
pontuação correta apenas em
a) Nesses instantes, percebemos, a fragilidade dos laços humanos, a nossa indiferença, a nos-
sa incapacidade de se colocar no lugar do outro...
b) Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos laços humanos, a nossa indiferença, a nos-
sa incapacidade, de se colocar no lugar do outro...
c) Percebemos, nesses instantes a fragilidade dos laços humanos, a nossa indiferença, a nos-
sa incapacidade de se colocar no lugar do outro...
d) Percebemos, nesses instantes, a fragilidade dos laços humanos e a nossa indiferença, a
nossa incapacidade de se colocar no lugar do outro…
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...tinham decidido adotar a ideia de salário defendida pela Unef. (linha 22)
Assinale a alternativa em que, modificando-se o trecho acima, independentemente da altera-
ção de sentido, se tenha mantido a correção gramatical.
a) tinham decidido aspirar a ideia de salário defendida pela Unef
b) tinham decidido lembrar a ideia de salário defendida pela Unef
c) tinham decidido se referir a ideia de salário defendida pela Unef
d) tinham decidido aludir a ideia de salário defendida pela Unef
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(Luiz Guilherme Gerbelli, Luisa Melo e Paula Salati. G1. g1.globo.com, 12/1/2020).
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Uma pessoa mais qualificada tem mais probabilidade de ter um vínculo formal e, portanto, já são
criadas proteções para o indivíduo... (linhas 13 e 14)
Assinale a alternativa em que, reescrevendo-se o trecho acima, com alterações, tenha sido
mantida a correção gramatical.
a) Pessoas mais qualificadas tem mais probabilidade de ter um vínculo formal e, portanto, já é
criada uma rede de proteção para o indivíduo...
b) Um indivíduo mais qualificado tem mais probabilidade de ter um vínculo formal e, portanto,
já são criados mecanismos de proteção para o indivíduo...
c) Uma pessoa menas qualificada tem mais probabilidade de ter um vínculo formal e, portanto,
já é criado redes de proteções para o indivíduo...
d) Um indivíduo menos qualificado têm menos probabilidade de ter um vínculo formal e, por-
tanto, já são criados um grupo de auxílios para o indivíduo…
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GABARITO
1. c 37. a 73. d
2. c 38. e 74. d
3. a 39. c 75. c
4. a 40. b 76. a
5. c 41. b 77. b
6. e 42. e 78. a
7. c 43. d 79. b
8. a 44. d 80. a
9. d 45. c 81. c
10. c 46. d 82. b
11. c 47. c 83. b
12. a 48. d 84. b
13. d 49. a 85. d
14. c 50. c 86. b
15. d 51. b 87. a
16. b 52. b 88. c
17. d 53. c 89. b
18. c 54. a 90. b
19. d 55. a
20. b 56. d
21. d 57. a
22. a 58. d
23. d 59. e
24. a 60. b
25. d 61. c
26. c 62. a
27. a 63. b
28. d 64. a
29. c 65. d
30. e 66. a
31. a 67. d
32. c 68. a
33. e 69. d
34. a 70. b
35. d 71. b
36. c 72. b
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GABARITO COMENTADO
Emprego dos Sinais de Pontuação
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As aspas podem ser usadas para marcar o início e o fim de citações, destacar palavras estran-
geiras e gírias e indicar a fala de pessoas no texto. De acordo com o gabarito da questão, as
aspas em “certeza” foram usadas para dar evidência ao trecho. Além disso, a partir da leitura
do texto, pode-se inferir que as aspas também foram usadas para indicar ironia.
Letra a.
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a) I, II e IV.
b) I, III e IV.
c) II e V.
d) III e IV.
A vírgula é usada para indicar a omissão do verbo, ou seja, uma elipse. Sem a vírgula, teríamos:
“os dois senhores eram pavorosos”.
Letra c.
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( ) Em “O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica.”, o
uso da vírgula indicando elipse é crucial para a correta compreensão do enunciado. Da
mesma forma, isso ocorre em “A puberdade, o choque de realidade.”
( ) Em ambos os fragmentos, veem-se situações em que se justifica o emprego da vírgula
para separar termo(s) intercalado(s).
( ) No excerto II, temos o emprego da vírgula separando vocativo, que é termo discursivo
de grande relevância para a construção do enunciado.
( ) As aspas, presentes no fragmento I, têm por função chamar a atenção para um uso
inadequado do item lexical, no caso o verbo “roubar”.
( ) O uso da crase, no fragmento I, está adequado, pois permite identificar a elipse de um subs-
tantivo, evitando-lhe a repetição. É uso equivalente ao que ocorre em “tutu à mineira”, “bife
à milanesa”, entre outras expressões afins, nas quais se identifica um substantivo elidido.
(V) Em “O celular estabelece uma relação monológica com o real; a amizade, dialógica.”, o uso
da vírgula indicando elipse é crucial para a correta compreensão do enunciado. Da mesma for-
ma, isso ocorre em “A puberdade, o choque de realidade.” → A vírgula indica a elipse nas duas
situações.
(V) Em ambos os fragmentos, veem-se situações em que se justifica o emprego da vírgula para
separar termo(s) intercalado(s). → No fragmento I, o termo isolado por vírgulas é “tão rica em
atrativos”; no fragmento II, “precocemente”.
(F) No excerto II, temos o emprego da vírgula separando vocativo, que é termo discursivo de
grande relevância para a construção do enunciado. → Não há vocativo no fragmento II.
(F) As aspas, presentes no fragmento I, têm por função chamar a atenção para um uso inade-
quado do item lexical, no caso o verbo “roubar”. → As aspas foram usadas para indicar que
o verbo “roubar” foi usado fora do sentido literal, não necessariamente de forma inadequada.
Vale observar que não há como “a tecnologia” (sujeito) praticar a ação verbal de “roubar” no
sentido real da palavra.
(V) O uso da crase, no fragmento I, está adequado, pois permite identificar a elipse de um subs-
tantivo, evitando-lhe a repetição. É uso equivalente ao que ocorre em “tutu à mineira”, “bife à
milanesa”, entre outras expressões afins, nas quais se identifica um substantivo elidido. → Caso
não houvesse a elipse, teríamos: “as novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças
que preferem a companhia do celular à companhia dos amigos”.
Letra e.
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a) Errada. Como existe um artigo definido feminino, o correto seria “é necessária a atenção”.
b) Errada. O erro está em “possíveis”. Poderia ser reescrito da seguinte forma: “decisões as
mais sensatas possíveis”.
c) Certa. Cuidado! Embora seja comum, a questão mostra que nem sempre a palavra bastante
será “advérbio”. No caso, é possível fazer a substituição por “muitas”. Quando for adjetivo, a
palavra “bastante” não será invariável.
d) Errada. O correto é “meio-dia e meia”. A palavra “meia” refere-se à metade de uma hora, ou
seja, 12h30.
Letra c.
a) Certa. O item cobra a concordância que envolve as expressões partitivas. Quando o sujeito
tem um núcleo partitivo (“maior parte”, “maioria”, “minora”, “metade” etc.), a concordância pode
ser feita tanto com o núcleo quanto com o outro termo.
b) Errada. O sujeito não é uma expressão partitiva.
c) Errada. O verbo “haver” no sentido de “existir” é impessoal.
d) Errada. Em regra, quando o sujeito for uma expressão numérica, o verbo fica no singular.
Letra a.
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Assinale a opção em que a transformação gerou uma construção incorreta do ponto de vista
da norma padrão:
a) Acende-se a luz racional lá no Iluminismo e vem até hoje.
[plural] → Acendem-se as luzes racionais lá no Iluminismo e vêm até hoje.
b) A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro desolador.
[pretérito imperfeito do subjuntivo] → A pós-modernidade talvez fosse uma reação a esse
quadro desolador.
c) “Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica e lúdica, deixamos no caixa do ca-
pitalismo tardio (iluminista/racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade.”
[Futuro do subjuntivo + futuro do indicativo] → Enquanto nos deleitarmos com essa vida es-
quizofrênica e lúdica, deixaremos no caixa do capitalismo tardio (iluminista/racional) o nosso
mais precioso bem: a individualidade.
d) Há, sem dúvida, grave crise cultural que desemboca em crise de modernidade.
[pretérito imperfeito + plural] → Haviam, sem dúvidas, graves crises culturais que desemboca-
vam em crises de modernidade.
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não deve ser flexionado.
Letra d.
“Comenta-se, entre pesquisadores, que, se a população (...)”: o verbo fica no singular para con-
cordar com o sujeito oracional
“se a população mantiver esta postura em relação ao meio ambiente, haverá sérios problemas
(...)”: o verbo “mantiver” está no futuro do subjuntivo e indica algo que pode acontecer, desde
que atendida alguma condição. O verbo “haver”, no sentido de existir”, não deve ser flexionado
no plural (por isso, o correto é “haverá”).
Letra c.
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Mais uma questão envolvendo expressões partitivas. Lembre-se: quando o sujeito tem um nú-
cleo partitivo (“maior parte”, “maioria”, “minora”, “metade” etc.), a concordância pode ser feita
tanto com o núcleo quanto com o outro termo.
Letra a.
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a) Errada. Crase obrigatória. A crase ocorreu devido à fusão da preposição exigida pelo verbo
“enviar” e o artigo definido antes de empresa.
b) Errada. Crase obrigatória. A crase ocorreu devido à fusão da preposição exigida pelo verbo
“dirigiu” e o artigo definido feminino no plural antes de “pessoas”.
c) Errada. Crase obrigatória. O verbo “entregar” exige preposição.
d) Certa. Crase facultativa. A crase é facultativa antes de pronomes possessivos femininos
no singular.
Letra d.
Questionado pelo TechTudo, o WhatsApp disse que trabalha de forma diligente para reduzir o
número de mensagens de spam no aplicativo. Porém, é possível que as equipes não tenham
acesso ao conteúdo da mensagem em razão da criptografia de ponta ___ ponta aplicada ao
mensageiro e adotada em abril de 2016. “Nossas ações ficam de certa maneira limitadas”,
informou ___ equipe de segurança do WhatsApp ___ redação. Um conteúdo similar ao da nota
enviada é encontrado na página “Fique seguro no WhatsApp”. Saiba como agir ao receber cor-
rentes, links maliciosos e falsas promessas de cupons que podem ser golpes.
Disponível em: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2017/09/golpes-de-whatsapp-o-guia-definitivo-pa-
ra-nao-cair-em-ciladas.ghtml. Acesso em 15 fev. 2018.
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I – Errada. O verbo “remeter” é VTI e pede preposição. No entanto, “nossa” é pronome posses-
sivo feminino, o que torna a crase facultativa.
II – Certa. “Referir-se” é VTI e pede preposição; além disso, há artigo definido feminino antes
da palavra “síndrome”. Crase obrigatória.
III – Errada. O verbo “submeter” é VTDI; no entanto, não se usa crase antes de artigo indefinido
(“uma avaliação”).
IV – Certa. “Submissa” pede preposição; além disso, “injunção” é palavra feminina. Crase
obrigatória.
Letra d.
Atente para as asserções sobre excertos do texto. A seguir, assinale a opção que traz a afirma-
tiva CORRETA:
a) “A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental.”
→ Crase proibida. Haveria, porém, crase em: A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida,
face à face com esse “mal-estar” do homem ocidental.
c) “A razão, além de não nos responder às grandes questões que prometeu responder, engen-
dra novas e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a incerteza de nossos
precários destinos.”
→ Crase proibida. Haveria, porém, crase obrigatória, se alterássemos a preposição para “... que
chegam até hoje, vagando até à incerteza”.
d) “A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão para produzir sua autocrítica,
mas muitas razões, devido à sua prolongada irracionalidade do “modo de vida global” segun-
do Jameson”.
→ Crase facultativa. O autor poderia ter optado por não colocar crase antes do pronome pos-
sessivo: “... muitas razões, devido a sua prolongada irracionalidade”.
a) Errada. Em “face a esse “mal-estar”, a crase realmente é proibida. Em “face a face”, a crase
também é proibida, pois não se usa crase entre palavras repetidas.
b) Errada. Não se usa crase antes de pronome demonstrativo.
c) Errada. O uso da crase é facultativo após a preposição “até” quando esta antecede substan-
tivo feminino.
d) Certa.
Letra d.
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a) Certa. A mesóclise é uma construção pouco usual e ocorre quando o pronome está no
meio do verbo
b) Errada. O “não” é um fator de atração. O correto seria “não me lembro de você”.
c) Certa. O “nunca” funciona como fator de atração.
d) Certa. Não há fator de atração que obrigue a próclise; portanto, correto.
Letra b.
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a) Errada. Em começo de período, não seria possível usar a próclise. Como este não é caso
de mesóclise (verbo no presente ou no futuro do pretérito), a única forma possível é a ênclise.
b) Errada. O “que” funciona como fator de atração; por isso, a posição proclítica é obrigatória.
c) Errada. O “todos” (fator de atração”) está implícito e oculto (“[todos] nos orgulhamos”)
d) Certa. Quando há verbo no infinitivo, a próclise é facultativa.
Letra d.
a) Certa. É possível escrever na forma enclítica: “ele deixou de levá-los para a escola”.
b) Errada. O “que” é fator de atração. Próclise obrigatória
c) Errada. O “não” é fator de atração. Próclise obrigatória.
d) Errada. O “quem” é fator de atração. Próclise obrigatória.
Letra a.
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Para relembrar:
Próclise é quando o pronome aparece antes do verbo.
Ênclise é quando o pronome aparece depois do verbo.
Mesóclise é quando o pronome aparece no meio do verbo.
Letra a.
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O enunciado pede para analisar a correção adequada quanto à pontuação. É preciso ler com
atenção, pois os erros de ortografia podem dificultar a análise.
Desconsiderando os erros de ortografia, é possível fazer a seguinte análise em relação à
pontuação:
“para jogar vole no domingo”: a oração aparece intercalada entre vírgulas porque indica uma
finalidade (oração subordinada adverbial final; “ a fim de jogar vôlei no domingo”).
“que era o dia de folga dela no hospital”: o trecho aparece após uma vírgula pois tem sentido
explicativo. No caso, em todos os domingos, a madrinha tem folga no hospital.
Letra c.
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A oração “sendo mais tosca a matéria-prima que chega” exerce uma relação de causa e efeito
com a outra oração.
a) Errada. Sentido proporcional.
b) Errada. Sentido temporal.
c) Errada. Sentido condicional.
d) Certa. Sentido causal.
Letra d.
Literalidade significa algo estritamente de acordo com letra do texto. O enunciado afirma que
os provérbios não são literais, ou seja, eles não têm um sentido único e fechado.
Letra c.
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O verbo “haver”, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não deve ser flexionado no plural.
Letra e.
Idecan
Pontuação
a) Certa. O trecho, após os dois-pontos, explica a lição que ficou clara, no jantar. Pode-se, a fim
de facilitar o entendimento, alterar a frase: “No jantar, ficou claro que liderança importa”.
b) Errada. Não há uma enumeração. Após o sinal de dois-pontos, há apenas uma informação.
Para que existisse enumeração, seriam necessárias pelo menos duas palavras ou ideias.
c) Errada. Não há pontuação quando se usa a especificação/restrição.
d) Errada. Não há exemplificação. Esta ocorreria, caso a lição já estivesse explicitada antes
dos dois-pontos. Após, seriam descritos alguns exemplos, o que não ocorreu.
Letra a.
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a) Errada. A vírgula empregada, após o segundo travessão, deve ser retirada, pois os dois tra-
vessões já estão intercalando a expressão adverbial.
b) Errada. A primeira vírgula está errada, pois não se separa o sujeito (“Os ovos”) do verbo por
vírgula. Além disso, a pontuação empregada, após o verbo “alcançar”, está incorreta, por sepa-
rar o verbo do seu objeto direto.
c) Certa. A alternativa está perfeita gramaticalmente. A primeira vírgula introduz uma oração
subordinada adjetiva explicativa. Os travessões intercalam uma locução adverbial deslocada e
de curta extensão (pontuação facultativa). Ressalta-se que o trecho possui um sentido diverso
daquele do enunciado. Entretanto, o item só pergunta sobre aspectos gramaticais, portanto a
letra “c” está correta.
d) Errada. O único erro ocorreu no emprego da última vírgula, pois o verbo está separado do
objeto direto, o que não é admitido pela gramática.
Letra c.
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Não há, como afirmado nas letras “a” e “b”, representação de palavra estrangeira.
A letra “d” está errada, pois o termo não representa um jargão profissional. Pelo contrário, tra-
ta-se de uma expressão comum, de fácil entendimento.
Letra e.
a) Certa. O trecho, após “não expostos”, explica a oração anterior. Por isso, os dois-pontos fo-
ram empregados corretamente.
b) Errada. As duas vírgulas estão erradas. A primeira separa o sujeito do verbo, o que é vedado
pela Gramática. A segunda deveria ser substituída pelo sinal de dois-pontos.
c) Errada. A primeira vírgula separa o adjunto adnominal (“dos peixes expostos”) do substan-
tivo a que se refere (“química”), o que é vedado. A segunda também está errada, pois separa o
verbo do sujeito. A terceira, por fim, separa o verbo “diferir” do seu objeto indireto.
d) Errada. A primeira vírgula deveria ser substituída pelo sinal de dois-pontos.
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e) Errada. O ponto e vírgula está errado, pois não pode ser usado para iniciar uma explicação.
A vírgula após “correspondem” também está errada, pois separa o verbo do seu objeto indireto.
Letra a.
a) Errada. A primeira vírgula deveria ser retirada, por separar o sujeito do verbo. Deveria, ainda,
existir uma vírgula após “pessoas”.
b) Errada. Faltou uma vírgula antes de “definida”. Sem ela, há erro de concordância. Passa-se a
concordar com “dado”, o que acarretaria erro gramatical. A segunda também está errada, pois
separa o sujeito do verbo.
c) Errada. A primeira vírgula está errada, pois separa o substantivo “interação” de seu comple-
mento nominal, o que é vedado.
d) Certa. Assim como no enunciado, os travessões empregados intercalam uma oração subor-
dinada explicativa reduzida de particípio deslocada na oração.
e) Errada. Não deveria haver vírgula após o segundo travessão, pois este já exerce o papel da-
quela no texto.
Letra d.
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a) Certa. No trecho do enunciado, foi utilizada a partícula “se” como pronome apassivador.
Nesse caso, não é possível identificar o agente da ação de dizer. O mesmo ocorreu, na letra
“a”. O verbo foi colocado na terceira pessoa do plural, sem um referente anterior, o que inde-
termina o sujeito. O adjetivo “claros” foi corretamente flexionado no plural, fazendo referência
aos planos e às visões. Nesse caso, para se referir às duas palavras, convencionou-se utilizar
o gênero masculino.
b) Errada. O verbo “dizer” foi empregado no plural de forma errada. O pronome “se” exerce fun-
ção de partícula apassivadora. Como o sujeito paciente é oracional, o verbo precisa estar no
singular. A concordância nominal está correta. Somente há mudança de sentido.
c) Errada. O pronome “se” é utilizado de forma errada. Deveria ele ser retirado da frase.
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d) Errada. O verbo “dizer” foi empregado no plural de forma errada. O pronome “se” exerce
função de partícula apassivadora. Como o sujeito paciente é oracional, o verbo precisa estar
no singular. A concordância nominal está correta. Somente há mudança de sentido. Apenas a
visão é clara.
Letra a.
a) Errada. O verbo “haver” torna a locução impessoal. Logo, o verbo “poder” deveria estar no
singular. O verbo “existir” é pessoal. Portanto, o verbo “poder” deveria estar no plural, para con-
cordar com o sujeito “compreensões comuns”.
b) Errada. Há apenas um erro: o primeiro verbo “haver” deveria estar na terceira pessoa do
singular, pois pertence a uma locução verbal cujo verbo principal é o “haver” impessoal. Logo,
toda a locução deve ficar no singular.
c) Errada. O verbo “haver” foi empregado erroneamente no plural.
d) Errada. Há dois erros de concordância. O primeiro ocorre no verbo “haver”, uma vez que ele
deveria estar no singular. O segundo, no adjetivo “comum”. Este deveria estar no plural, a fim
de concordar com “compreensões”.
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e) Certa. O verbo “haver” no sentido de “existir”, “ocorrer” ou “acontecer” é impessoal, não pos-
sui sujeito. Logo, somente é empregado na terceira pessoa do singular. Esses outros verbos
possuem sujeito, portanto, se flexionam (singular ou plural). Caso, em uma locução verbal, um
verbo impessoal seja o principal, toda a locução ficará impessoal, ou seja, os verbos serão fle-
xionados somente na terceira pessoa do singular. A alternativa encontra-se perfeita.
Letra e.
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Sujeitos compostos por núcleos percentuais possuem, como regra, concordância facultativa.
No enunciado, o verbo corretamente está no plural, pois o núcleo percentual e o determinante
deste estão no plural.
a) Certa. O verbo está corretamente empregado no singular, concordando com “0,98%”. Entre-
tanto, a concordância também poderia ser feita com o determinante “deles” no plural.
b) Errada. O verbo somente poderia estar no singular, pois tanto o núcleo quanto o determinan-
te deste estão no singular. Lembrem-se: plural somente a partir do numeral “dois”.
c) Certa. A concordância no singular está correta. Nesse caso, concorda-se com o numerador
da fração (“um”).
d) Certa. Há caso de concordância facultativa. O verbo poderia estar no plural, concordando
com “42%” ou, no singular, concordando com “da população”.
e) Certa. O verbo somente pode ficar no plural, uma vez que tanto o núcleo percentual quanto
o determinante deste se encontram no plural.
Letra b.
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Conforme afirmado corretamente, na letra “e”, o segmento “Esse argumento” é sujeito paciente
do verbo “fundar”. Logo, este deve ficar no singular. O pronome “se” exerce a função de partí-
cula apassivadora.
As letras “a”, “b” e “c” estão erradas, pois os termos sugeridos como sujeito estão preposicio-
nados, o que não é permitido pela Gramática.
A letra “e” está errada, pois o pronome “se” exerce a função de partícula apassivadora. Para
facilitar a compreensão, pode-se passar o trecho para a voz passiva analítica: “Esse argumento
é fundado...”
Letra e.
Crase
a) Errada. Somente deveria ter sido empregada a preposição (Vou a Brasília; volto de Brasília).
Nesse caso, não há crase.
b) Errada. A alternativa trata de um caso especial de crase. Esta não deve ser empregada antes
da expressão “terra firme”.
c) Errada. Somente há crase, antes da palavra “casa”, quando esta está determinada (ex.: Irei à
casa dos meus pais).
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d) Certa. Trata-se de crase obrigatória, uma vez que se refere a uma fortaleza específica. O
artigo deve ser empregado. A preposição é exigida por “enviados”.
e) Errada. A crase também está equivocada, uma vez que a palavra “lugares” é masculina.
Letra d.
a) Certa. As letras “a” e “b” estão corretas, pois os verbos “aspirar” e “visar”, no sentido de “de-
sejar”, “almejar”, são transitivos indiretos e exigem a preposição “a”. Como a palavra “visões”
pede o artigo “as”, a crase foi corretamente empregada.
b) Certa. Assim como na alternativa “a”.
c) Certa. O verbo “assistir” (sentido de “ver”, “presenciar”) é transitivo indireto e exige a prepo-
sição “a”. A crase também está correta, pois a palavra “visões” pede o artigo “as”.
d) Errada. O enunciado pede o item incorreto. O verbo “almejar” é transitivo direto. Logo, não há
preposição, como afirmado na alternativa “d”.
e) Certa. No contexto da frase, o verbo “remeter” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.
A crase também está correta, pois a palavra “visões” pede o artigo “as”.
Letra d.
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a) Errada. Não há preposição, uma vez que o verbo “exibir” é transitivo direto. Portanto, a crase
foi erroneamente empregada.
b) Errada. A crase foi empregada incorretamente, por causa da preposição “por”. O verbo “agra-
decer” é transitivo direto e indireto, admitindo duas construções: “Agradecer alguém por algo”
ou “agradecer algo a alguém”. Não há como existir dois objetos indiretos, como disposto na
assertiva B.
c) Certa. A referida assertiva encontra-se correta. O verbo “ir” pede a preposição “a”. Além dis-
so, deve ser usado o artigo “a”, antes da “13ª Olimpíada”. Portanto, a crase está correta.
d) Errada. O artigo “uma” já está presente. Logo, não é possível usar o artigo “a”, o que proíbe
o uso da crase.
e) Errada. Foi empregada crase antes de palavra masculina, o que é vedado pela Gramática.
Letra c.
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A crase presente no enunciado decorre da exigência da preposição “a” pelo substantivo “can-
didatos” e da presença do artigo “a” que determina a Presidência da República, conforme afir-
mado na letra “d”.
As outras alternativas apresentam justificativas errôneas.
Letra d.
O verbo “arrancar”, no contexto, é transitivo direto e indireto. O termo “um farrapo” representa
o objeto direto. A expressão “à morte”, o objeto indireto, o qual exige a preposição “a”. A pala-
vra “morte” pede o artigo “a”. Portanto, está correta a crase. Ressalta-se que a frase também
poderia estar escrita desta forma: “...arrancar da morte um farrapo”. Logo, a alternativa corre-
ta é a “c”.
As outras alternativas não justificam o uso da referida crase.
Letra c.
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a) Certa. A crase está correta. Ela decorre da preposição “a” (exigida por “integrado”) e do arti-
go “a” (pedido pela palavra “tela”).
b) Certa. Está implícito o pronome demonstrativo “aquelas”, antes do pronome “que”. A prepo-
sição “a” é exigida pelo adjetivo “semelhantes”.
c) Certa. A crase foi empregada, assim como no enunciado, devido à presença de uma locução
de núcleo feminino. Crase obrigatória.
d) Errada. Não foi respeitado o paralelismo. Antes da palavra “segunda”, somente foi usada a
preposição “de”. Logo, por tratar-se de um intervalo, apenas a preposição “a” deveria ter sido
empregada antes da palavra “domingo”.
Letra d.
Colocação Pronominal
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Trata-se de caso de colocação pronominal facultativa (próclise ou ênclise), uma vez que não há
fator de atração, e o sujeito está expresso. Ressalta-se, porém, que a assertiva apresenta uma
impropriedade, pois não existe “fator facultativo de próclise”. Portanto, alternativa “c” correta.
As outras alternativas estão erradas.
Letra c.
a) Errada. O pronome “me” está corretamente colocado em próclise. Também seria possível
usar a ênclise, uma vez que não há fator de atração, e o sujeito está expresso.
b) Certa. A presença do advérbio de negação “não” (fator de atração) obriga o uso da próclise,
o que torna o item correto.
c) Errada. É importante ressaltar que, para alguns autores, o pronome “lhe” somente poderia fi-
car em próclise, tendo em vista que ele faz parte de uma oração subordinada (fator de atração).
d) Errada. Há caso facultativo de colocação pronominal, devido ao verbo no infinitivo. Neste
caso, tanto a ênclise quanto a próclise são possíveis.
Letra b.
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A primeira afirmativa está correta. Há dois pronomes relativos: “onde” e “que”. Logo, eliminam-
-se as letras “c” e “e”.
A segunda afirmativa está errada. Há um pronome demonstrativo antes do pronome “que”.
Para que se compreenda, basta reescrever o trecho: “...diferentemente daquilo que ocorre”...
A terceira afirmativa está correta. O primeiro pronome foi colocado em próclise. O segundo, em
ênclise. Logo, não houve paralelismo. Além disso, aquele não poderia estar em próclise, uma
vez que ele foi empregado após a vírgula, sem que houvesse uma intercalação.
Letra b.
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Reescrita
Na referida assertiva, o primeiro exemplo apresenta o significado de “mais de uma vez, muitas
vezes”. A palavra “várias” exerce a função de adjunto adverbial. No segundo exemplo, há o
sentido de “vezes variadas, diferentes”. O termo “várias” exerce a função de adjetivo (adjunto
adnominal). Como o enunciado pede a alternativa em que ocorrem mudanças, após a troca da
ordem das palavras, a letra “a” é a resposta.
As outras alternativas não apresentam mudanças gramaticais ou semânticas.
Letra a.
O verbo “esquecer” é transitivo direto. Logo, não há preposição. Por isso, o item “a” está errado.
Vale ressaltar que o verbo “esquecer-se” é transitivo indireto e exige a preposição “de”.
As outras alternativas apresentam regências corretas.
Letra a.
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E se você achar um cara pelado no armário, ele só estava vendo a novela aqui em casa (...)
Assinale a alternativa em que a mudança de posição da palavra “só” no segmento sublinhado
no trecho acima NÃO provoque alteração de sentido.
a) ele estava vendo a novela aqui em casa só
b) ele estava vendo a novela só aqui em casa
c) ele estava vendo só a novela aqui em casa
d) ele estava só vendo a novela aqui em casa
e) só ele estava vendo a novela aqui em casa
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c) Levei um susto, mas sua fala me fez desconfiar que todos somos colocados diante de tur-
mas que nos levam a perceber que não somos tão competentes quanto pensávamos.
d) Fiquei perplexo, mas sua fala me fez notar que todos encaramos grupos que os fazem per-
ceber o quanto somos habilidosos e experientes.
e) Nossa habilidade e experiência é posta em cheque por turmas que enfrentamos e sua fala
foi onde, assustado, percebi isso.
a) Certa. Apesar de haver a troca de algumas palavras e expressões, a letra A manteve o mes-
mo sentido do trecho original, sem que tenham ocorridos erros de gramática.
b) Errada. Não é permitido iniciar uma frase com um pronome oblíquo átono.
c) Errada. Houve erro ao se colocar a conjunção “mas”. O trecho original não possui sentido
adversativo, mas sim aditivo.
d) Errada. O mesmo erro da letra “c”, ocorre na letra D. Nesta, faltou ainda ser acrescentada a
letra “n” em “os”: “nos fazem”.
e) Errada. A palavra “cheque” foi empregada no contexto errado. Esta se refere ao documento
bancário. Deveria ter sido escrito “xeque”. O pronome “onde” também está errado, pois ele só
pode ser empregado para se referir a lugar.
Letra a.
a) Errada. A alternativa apresenta sentido diverso. As provas ocorreram durante nove dias ape-
nas. A locução adverbial “durante dez dias” deveria estar entre vírgulas, por estar deslocada e
ser de longa extensão.
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b) Errada. A alternativa também apresenta sentido diverso, pois os países não se submete-
ram a provas.
c) Errada. Não há a finalidade de análise de dados. Esta constitui uma das provas a que os
candidatos se submeteram.
d) Certa. A alternativa apresenta o mesmo sentido. Apenas, houve inversões sintáticas.
e) Errada. A alternativa também está errada, por apresentar intervalos variados.
Letra d.
O verbo “existir” é pessoal, concorda com o sujeito. Na letra “e”, ele foi empregado como verbo
principal. A concordância é feita com o verbo auxiliar (“há”). Este deve concordar com o sujeito,
uma vez que o verbo principal é pessoal. Por isso, a redação correta seria esta: “não hão de
existir relações entre vítima e autor”.
Letra e.
O trecho reescrito ficaria desta forma: “Não sei, não sei se desmorono ou se edifico, se perma-
neço ou me desfaço”. Assim, o “se” passa a exercer a função de conjunção integrante, introduzindo
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IDIB
Pontuação
Na frase “Tô com fome mãe!”, deveria ter tido uma vírgula
a) depois do verbo “tô”, porque há orações coordenadas assindéticas.
b) depois do verbo “tô”, porque há um adjunto adverbial deslocado.
c) depois de “fome”, porque há um vocativo.
d) depois de “fome”, porque há um aposto.
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solitário que me faz companhia até hoje” (y). Além disso, ambos os segmentos possuem natu-
reza substantiva. As duas vírgulas são obrigatórias. Ou seja, alternativa “a” correta.
As outras alternativas apresentam classificações equivocadas.
Letra a.
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d) Mulheres de todas as posições sociais e condições, olhem para O lado e apurem, os ouvidos
para escutar, o som das panelas vazias, que pedem direitos e comida.
A questão cobra o conhecimento da elipse de termo já citado na oração (zeugma). Para que
esteja correta, uma vírgula deve entrar no lugar daquele.
a) Errada. O ponto e vírgula não possui a função de representar uma elipse.
b) Errada. Apresenta o seguinte erro: a falta da vírgula, para indicar elipse.
c) Errada. Apresenta o seguinte erro: a falta da vírgula, para indicar elipse.
d) Certa. A letra “d” está correta e equivale a isto: “O Pedro estava orgulhoso do filho; a Maria
estava orgulhosa dos netos.” Para que não houvesse repetição desnecessária, a vírgula foi
empregada no lugar de “estava orgulhosa”.
Letra d.
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A vírgula empregada está correta e inicia uma oração coordenada sindética adversativa (opo-
sição/adversidade). Trata-se de pontuação obrigatória. Assim, correta alternativa “a”.
As outras alternativas apresentam justificativas erradas.
Letra a.
Concordância
I – Errada. No item, há, no sujeito, a expressão “mais de um”. Apesar da ideia de pluralidade, o
verbo deve ficar no singular, para concordar com “um candidato”. O verbo ficaria no plural neste
caso: “Mais de dois candidatos foram eleitos”.
II – Errada. No item, o verbo “haver” foi empregado no sentido de existir. Logo, deve ficar no
singular (impessoal).
III – Certa. No item, o verbo “fazer” indica tempo transcorrido, devendo ser empregado na
terceira pessoa do singular (verbo impessoal). O verbo “andar” está corretamente no singular,
para concordar com “criança” (sujeito).
IV – Certa. O verbo “lidar” deve ficar no plural, para concordar com o sujeito composto “Tanto
o filho como o seu pai”.
Letra d.
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O sujeito do verbo “seria” é o termo “o que”, equivalente a isso. A concordância, nesse caso, é
feita com o trecho a que se refere o pronome. Como o referente (“O montante…”) está no singu-
lar, o verbo deve ficar no singular.
“40 toneladas” e “23 milhões” estão no plural. Logo, não podem ser a resposta.
A palavra “entidade”, na letra “c”, também não pode ser a resposta, pois o termo está isolado
por vírgula. Logo, não pode ser o sujeito.
Letra a.
Disponível em https://bichinhosdejardim.com/animacao-ano-novo/
Sobre o uso do advérbio “meio” em “Tuta, estou meio preocupada...”, é correto afirmar que
a) pode ser escrito tanto no masculino como no feminino, dependendo da vontade do falante.
b) fica no masculino, para concordar com o gênero do ser que está falando.
c) deveria estar no feminino, para concordar com o adjetivo “preocupada”.
d) fica sempre no masculino, porque os advérbios são invariáveis.
A palavra “meio” foi empregada, no texto, como um advérbio de intensidade. Logo, deve ficar
somente no masculino, pois o advérbio é invariável, ou seja, não concorda em gênero e número
com nenhum termo da oração. Não existe isto: “Ela estava meia preocupada” (erro gramatical).
Letra d.
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I – Certa. Os pronomes indefinidos “mais” e “menos” não concordam com os termos a que se
referem, devendo ficar no singular. São invariáveis, como afirmado.
II – Errada. O pronome “mesma” deve concordar com o substantivo a que se refere, ou seja, a
concordância feita com “Ela” está adequada. O item, portanto, está errado.
III – Certa. O adjetivo “anexas” deve concordar com o substantivo “fotos” (feminino e plural).
Somente os itens I e III estão corretos.
Letra b.
a) Errada. Há dois erros. O primeiro é de acentuação. O verbo “ler” deveria ser assim reescrito:
“leem”. Não se usa mais acento em vogais repetidas! O segundo aparece no verbo “sentir”, pois
deveria estar no plural (“sentem”), para concordar com “pessoas”.
b) Certa. Os verbos “ser” e “sair” foram empregados corretamente no plural, pois os sujeitos
“chuvas” e “para-raios” estão no plural. Não há erros de acentuação!
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c) Errada. Ocorrem dois erros de acentuação. O primeiro no verbo “ver”. Não há acento em
vogais repetidas. O segundo no substantivo “pais”. Não há acento, neste caso, por ser um mo-
nossílabo terminado em “i”. Só se acentuam os monossílabos terminados em “a”, “e”, “o”.
d) Errada. Há dois erros. O primeiro é o trema empregado na palavra “Antiguidade”. Não se usa
mais o referido símbolo! O segundo aparece no verbo “ser”. Ele deveria estar no plural, para
concordar com “pedidos” (núcleo do sujeito).
e) Errada. O verbo principal “ter” deveria estar no singular. Apenas o verbo auxiliar se flexio-
na, em regra.
Letra b.
I – Certa. Quando, no sujeito, é empregado o termo “mais de um(a)”, a concordância deve ser
feita no singular.
II – Errada. O verbo “haver” foi empregado com o sentido de “existir”. Logo, deve ficar no sin-
gular (impessoal).
III – Certa. A concordância foi feita com o aposto resumitivo “tudo” (singular).
IV – Errada. O verbo “fazer”, indicando tempo decorrido, deve ficar somente no singular, por ser
impessoal. O certo seria isto: “Faz oito meses”...
Portanto, somente os itens I e III estão corretos (letra “b”).
Letra b.
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Crase
I – Errada. Foi empregada a crase antes do verbo. Logo, elimina-se a letra “a”.
II – Errada. Deveria ter sido empregado o sinal indicativo de crase. O verbo “chegar” exige a
preposição “a”. Além disso, a palavra “conclusão” pede o artigo “a”. Elimina-se a letra “b”.
III – Errada. Não se usa crase antes do pronome relativo “quem”.
IV – Certa. Uma vez que o verbo “assistir” (no sentido de ver, presenciar) é transitivo indire-
to e exige a preposição “a”. A junção desta com o pronome demonstrativo “aquela” obriga o
uso da crase.
Letra d.
O substantivo abstrato “combate” exige a preposição “a”. A palavra “mudança” aceita o artigo
“a”. A expressão “à mudança climática” exerce a função de complemento nominal, o qual é
sempre preposicionado. Logo, a alternativa “d” é a única correta. As outras assertivas apresen-
tam classificações equivocadas.
Letra d.
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Na primeira lacuna, a crase deve ser empregada. O verbo “ir” exige a preposição “a”. “Bahia”
pede o artigo “a”. Logo, a crase deve ser empregada. Para facilitar o entendimento, pode-se
pensar desta forma: “quem vai à Bahia” e “quem volta da Bahia”. Na segunda frase, foram em-
pregados preposição e artigo. Logo, na primeira frase também deve-se usar a mesma estrutura.
Eliminam-se as letras “b” e “c”.
Na segunda lacuna, somente o artigo deve ser empregado, pois o verbo “visitar” é transitivo
direto (sem preposição). Elimina-se a letra “d”.
Na terceira lacuna, há uma locução adverbial de núcleo feminino (crase obrigatória).
Na quarta lacuna, somente deve ser empregada a preposição “a”, pois o núcleo da locução é
masculino. Logo, não há crase.
Letra a.
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a) Errada. Houve erro de pontuação. A vírgula empregada separa o verbo do sujeito, o que é ve-
dado pela Gramática. Deveria ter sido empregada mais uma vírgula, após “pais”, pois o trecho
ficaria intercalado. Além disso, a crase não deveria ter sido empregada, uma vez que a palavra
“filmes” é masculina e plural.
b) Certa. A vírgula empregada isola um adjunto adverbial longo e deslocado (pontuação obri-
gatória). A crase empregada, após “arroz”, está correta, por integrar uma locução de núcleo
feminino. Na locução seguinte (“a cavalo”), só há preposição, pois o núcleo é masculino.
c) Errada. A crase foi empregada incorretamente, devido à presença do artigo indefinido “uma”.
d) Errada. Há dois erros. A vírgula está separando o sujeito do verbo, o que não é permitido.
Além disso, não se usa crase antes de pronomes indefinidos.
e) Errada. Há apenas erro de pontuação. O ponto e vírgula deveria ser substituído pelo sinal de
dois-pontos.
Letra b.
a) Certa. O verbo “fornecer” é transitivo direto e indireto. O termo “às famílias” representa o
objeto indireto (preposição “a” obrigatória). A palavra “famílias” pede o artigo “as”. Logo, o item
está correto.
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b) Errada. Não se usa crase em expressões repetidas, como “passo a passo”, “frente a frente”,
“dia a dia”.
c) Errada. pois a palavra “toda” não admite artigo. Logo, a crase é proibida.
d) Errada. A alternativa é iniciada por uma locução adverbial de núcleo masculino (crase
proibida).
e) Errada. A locução adverbial “à moda da casa” deveria estar com crase, pois possui nú-
cleo feminino.
Letra a.
Colocação Pronominal
Na frase apresentada, foi empregada a próclise (item I correto). Esta é facultativa, nesse caso,
pois não há fator de atração (item III correto).
Os outros itens estão errados.
O item II está errado, pois não foi empregada a ênclise, mas sim a próclise.
O item IV está errado, porque o verbo “fizeram” não está no infinitivo. Este termina em “r”,
como regra.
O item V está errado, pois o substantivo “deserto” não obriga o uso da próclise, uma vez que
não é considerado fator de atração.
Letra b.
O verbo “fazer” e o verbo “questionar” estão no infinitivo. Quando o verbo termina em “r”, “s”
ou “z”, é necessário fazer uma adaptação. Uma dessas letras é retirada, a depender da termi-
nação, e se acrescenta um destes pronomes: “lo”, “la”, “los”, “las”. Verbos no infinitivo sempre
admitem a ênclise, como empregado na questão. Logo, somente a letra “a” está correta. As
outras alternativas apresentam justificativas equivocadas.
Letra a.
a) Errada. Somente é correto usar a próclise, pois a locução adverbial “Em nenhuma hipótese”
representa um fator de atração.
b) Errada. O pronome demonstrativo “Isso” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
c) Certa. Apenas na alternativa é possível usar a próclise ou a ênclise, pois há sujeito explícito
sem fator de atração.
d) Errada. Somente a próclise pode ser usada, devido à presença de um advérbio (“Aqui”) e de
uma locução adverbial (“nesta cidade litorânea”). Ambos são fatores de atração.
e) Errada. Só é possível utilizar a ênclise. Caso o pronome fosse colocado em posição proclíti-
ca, ele ficaria localizado após a vírgula, o que não é permitido, em regra.
Letra c.
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II – Em “Por que nos tratou daquela maneira?”, a colocação pronominal se justifica pelo prono-
me interrogativo ser o fator de atração.
III – Em “Não conformar-nos-emos em ser para sempre o país do futuro?”, a mesóclise deve se
realizar com o verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito, mesmo que vier precedido de
fator de atração.
É correto o que se afirma
a) apenas em I.
b) apenas em I e II.
c) apenas em II e III.
d) em I, II e III.
I – Certa. O advérbio “nunca” (cunho negativo) representa um fator de atração. Logo, somente
a próclise é admitida.
II – Certa. O pronome interrogativo “Por que” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
III – Errada. Não é possível usar a mesóclise, quando há fator de atração. Na frase apresentada,
o advérbio de negação “não” obriga o uso da próclise.
Letra b.
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a) Certa. O numeral “Ambos” não representa um fator de atração. Portanto, o pronome poderia
estar em próclise (como na assertiva) ou em ênclise (“Ambos sentiam-se felizes com a visita”).
b) Errada. Frases interrogativas são consideradas fatores de atração. Logo, o pronome deveria
estar em próclise (“Que mal me podia fazer esse senhor?”).
c) Certa. A próclise foi empregada corretamente, devido à presença do advérbio de negação
“Nunca” (fator de atração).
d) Certa. O verbo “prevenir” está no infinitivo, o que sempre permite o uso da ênclise.
Letra b.
a) Errada. Apenas a segunda vírgula está incorreta, pois separa o verbo de seu objeto.
b) Errada. Foi colocada erroneamente uma vírgula após “incapacidade”. A partir da preposição
“de”, inicia-se uma oração subordinada substantiva completiva nominal (“incapacidade disso”).
Não se separa o nome de seu complemento nominal.
c) Errada. Ocorre o mesmo erro da letra “a”. Para que esta ficasse correta, bastaria acrescentar
uma vírgula após “instantes”, intercalando o adjunto adverbial “nesses instantes”.
d) Certa. As duas primeiras vírgulas intercalam o adjunto adverbial “nesses instantes”. A tercei-
ra vírgula faz parte de uma enumeração. Todas estão corretas.
Letra d.
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a) Errada. O verbo “aspirar” (no sentido de almejar) é transitivo indireto e exige a preposição “a”.
Deveria ter sido usado o acento grave na alternativa.
b) Certa. O verbo “lembrar” é transitivo direto. A regência está correta, na assertiva, pois so-
mente foi empregado o artigo “a”, pedido pelo substantivo “ideia”. Ressalta-se que o verbo
“lembrar-se” é transitivo indireto e exige a preposição “de”.
c) Errada. O mesmo erro da letra “a”.
d) Errada. O mesmo erro da letra “a”.
Letra b.
a) Certa. O verbo “existir” é pessoal (possui sujeito). Logo, deve flexionar-se de acordo com este.
Na alternativa, o verbo “haver” foi empregado como auxiliar, devendo concordar com o sujeito,
uma vez que o verbo principal é pessoal. Como o sujeito está no plural (“os estágios…”), a con-
cordância está correta.
b) Errada. O verbo “haver” (no sentido de “existir”) é impessoal, não possui sujeito. Portanto,
deve ser conjugado na terceira pessoa do singular.
c) Errada. O verbo “haver” (com sentido de “existir”) é o principal da locução. Logo, esta se tor-
na impessoal. O correto seria isto: “devia haver”.
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d) Errada. O verbo “pode” deveria estar no plural, uma vez que o verbo “existir” (principal) é pes-
soal e o sujeito está no plural (“os estágios…”).
Letra a.
a) Errada. O verbo “aludir” exige a preposição “a”. Como a palavra “democracia” pede o artigo
“a”, o trecho deveria ser reescrito desta forma: “que alude à democracia”.
b) Errada. O verbo “almejar” é transitivo direto (sem preposição). Logo, a crase está empregada
de forma equivocada. Deveria ter sido usado somente o artigo “a”.
c) Certa. Há duas possibilidades de regência: “apologia à democracia” ou “apologia da demo-
cracia”. A segunda opção foi a escolhida. Portanto, a assertiva está correta.
d) Errada. O verbo “implicar” (sentido de acarretar) é considerado, em regra, como transitivo
direto. Logo, a preposição foi empregada de forma errônea.
Letra c.
a) Errada. O verbo “haver” (sentido de “existir”) deve ficar na terceira pessoa do singular, por ser
impessoal (não possui sujeito).
b) Certa. O verbo “existir” é pessoal e foi empregado como principal, na locução. Logo, esta
deve concordar com o sujeito. Como este foi empregado no plural (“especialistas”), a concor-
dância está correta.
c) Errada. O verbo “haver” representa o verbo principal e foi empregado com o sentido de “exis-
tir”, o que torna toda a locução impessoal. A concordância, portanto, deveria ser feita no singu-
lar (“houvera de haver”).
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d) Errada. Ocorre o mesmo caso da letra B (verbo principal “existir”). Nesse caso, a locução
deve concordar com o sujeito, o que não foi respeitado naquela alternativa. O correto seria isto:
“...hão de existir especialistas”...
Letra b.
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