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Superior de Tecnologia e
Gestão do Instituto Superior
Politécnico de Viana do Castelo
Apontamentos TeóricoPráticos
de
Análise Matemática
4ª edição, 2011
Teresa A. Mesquita
(taugusta@estg.ipvc.pt)
INDICE
1. Funções reais de variável real 2
1.1 Breve revisão sobre o estudo de uma função 2
1.2 Funções trigonométricas inversas 10
1.3 Função derivada 13
1.4 Derivadas de ordem superior à primeira 15
1.5 Derivação de uma função composta 15
1.6 Derivada da função inversa 16
1.7 Derivação implícita 16
1.8 Aplicação da derivação à determinação dos extremos de funções 17
1.9 Outros teoremas fundamentais sobre funções deriváveis 20
3. Integral indefinido 25
3.1 Integração por partes 28
3.2 Integração de funções racionais 29
3.3 Integração por mudança de variável ou substituição 32
4. Integral definido 39
4.1 Aplicações dos integrais definidos 44
4.2 Integrais impróprios 46
5. Cálculo diferencial em IR n 50
5.1 Função a várias variáveis reais 50
5.2 Representação gráfica de um campo escalar a duas variáveis 52
5.3 Breves noções topológicas 53
5.4 Limites e continuidade 55
5.5 Derivadas parciais 58
5.6 Derivadas parciais de ordem superior à primeira. Teorema de Schwarz 62
5.7 Derivada Direccional 65
5.8 Derivação de uma função composta (ou regra da cadeia) 67
5.9 Noção de derivada e de diferencial 68
5.10 Gradiente 71
5.11 Máximos e mínimos locais (extremos livres) 74
5.12 Extremos condicionados 78
Bibliografia 85
Relativamente a este capítulo, recomendamos a consulta das referências bibliográficas [ELL], [HR], [AJ],
[EWS], [PISK], [LHE], [JCS].
1.1 Breve revisão sobre o estudo de uma função
Conceito de Função
Uma função consta de três partes:
• um conjunto A, chamado domínio da função (ou o conjunto onde a função é definida),
• um conjunto B, chamado conjunto de chegada, ou o conjunto onde a função toma
valores,
• e uma regra que permite associar, de modo bem determinado, a cada elemento x ∈ A ,
chamado objecto de f , um único elemento f ( x) ∈ B , chamado o valor que a função
assume em x ou imagem de x .
Esquematicamente:
f: A → B
x f ( x)
Ao conjunto de todas as imagens
{y ∈ B : y = f ( x), para algum x ∈ A}
G ( f ) = {( x, y ) ∈ A × B : y = f ( x)}
FUNÇÃO REAL DE VARIÁVEL REAL
NOTA: Os capítulos 1,2,3 e 4 tratarão apenas funções reais de variável real tornando
desnecessária a utilização constante desta longa terminologia; assim, substituiremo-la por
função.
Muitas vezes o domínio de uma função não é especificado, sendo apenas definida pela regra que
transforma cada objecto na sua imagem.
Nestas circunstâncias, o domínio é o subconjunto de IR seguinte
D f = { x ∈ IR : f ( x) ∈ IR} .
1
Exemplo: A função f ( x) = tem domínio IR \ {0} .
x
Exercício:
1.1. Considere as seguintes funções: a) f ( x) = x 2 ; b) f ( x) = x3 ; c) f ( x) = x .
a) Determine o domínio e averigue se são injectivas e sobrejectivas.
b) Calcule os zeros e estude o sinal das funções determinando os conjuntos { x ∈ D f : f ( x) > 0} e
{x ∈ D f : f ( x) < 0} .
40
20
-2 -1 1 2
-20
-40
-2 -1 1 2
0.15
0.1
0.05
-2 -1 1 2
-0.05
-0.1
-0.15
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
0.5 1 1.5 2
Com base nestas representações, analise o contradomínio das funções e, de novo, os seus
domínios, injectividade e sobrejectividade.
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa A. Mesquita 2011 4
Monotonia
f : A ⊆ IR → IR diz-se crescente em ]a, b[ ⊆ A se para quaisquer x, y ∈ ]a, b[
x < y ⇒ f ( x) ≤ f ( y ) .
x < y ⇒ f ( x) < f ( y ) .
x < y ⇒ f ( x) ≥ f ( y ) .
x < y ⇒ f ( x) > f ( y ) .
em ]0, +∞[ .
(g f ) ( x) = g ( f ( x) ) , para todo x ∈ A .
Exercícios:
1.3. Se g ( x) = 4 x 2 − 3x + 1 , calcule o seguinte:
a) g (a) ; b) g (− a ) ; c) g (b) ; d) g (a + b) ; e) É verdade que g (a + b) = g (a ) + g (b) ?
f ( x + h) − f ( x )
1.4. Se f ( x) = x 2 − 3x + 8 , calcule , h ≠ 0 e simplifique.
h
1.5. Determine o domínio de cada uma das seguintes funções:
1 1
a) g ( x) = 4 − x ; b) f ( x) = 1 + ; c) f ( x) = .
x−2 x +1
1.6. Se (1,3) está no gráfico de y = f ( x) , então f (1) = ?
Função inversa
Seja f : A ⊆ IR → IR uma função injectiva. A função g : f ( A) ⊆ IR → IR é a inversa de f se
x = g ( y ) ⇔ y = f ( x) .
Ou de forma equivalente, se ( g f ) ( x) = x , x ∈ A e ( f g ) ( x) = x , x ∈ f ( A ) .
Exercício: 1.9. Mostre que a função f ( x) = 2 x + 1 é injectiva e determine a sua função inversa.
Exercícios:
1.10. Acerca das seguintes funções, indique o domínio, o contradomínio e os zeros, estude a
monotonia e o sinal e represente graficamente.
a) f ( x) = 3 x − 1 ; b) f ( x) = 7 − x ; c) f ( x) = 2 x 2 + 2 x − 4 ; d) f ( x) = x 2 + 1 ;
e) f ( x) = x 2 + x + 1 ; f) f ( x) = − x 2 + 2 x − 1 ;
g) f ( x) = sin( x) ; h) f ( x) = cos( x) ; i) f ( x) = tan( x) ;
j) f ( x) = e x ; l) f ( x) = 2 x ; m) f ( x) = ln( x) ; n) f ( x) = log 2 ( x) .
x2 + 3 x
h) f ( x) = ; i) f ( x) = .
x −2
2
4 x + 10
Seja f uma função definida num intervalo aberto contendo a (excepto, possivelmente, o próprio
a ) e seja L um número real. A afirmação
lim f ( x) = L
x →a
quando o número L satisfaz à seguinte condição: para todo ε > 0 , existe um M > 0 , tal que
se x ∈ A, x > M , então f ( x) − L < ε .
Usando as referências bibliográficas, entre outras, realize um trabalho que cumpra as seguintes
duas tarefas:
1. Efectuar um resumo adequado relativo à definição de limite e aos teoremas de cálculo
analítico de limites.
2. Resolver os exercícios seguintes.
i) lim ( x 2 − x ) ; j) lim ( x − x 2 ) ;
x →+∞ x →+∞
x2 −1
l) lim .
x →1 x −1
As funções seno, co-seno, tangente e co-tangente não são injectivas nos seus domínios. Assim,
para definir uma função inversa para cada uma, teremos de considerar restrições destas funções a
domínios nos quais sejam injectivas. Consideram-se restrições a intervalos onde as funções
assumam todos os seus valores do respectivo contradomínio.
⎡ π π⎤
A função seno restrita ao intervalo ⎢ − , ⎥ é injectiva e tem contradomínio [ −1,1] ; por
⎣ 2 2⎦
conseguinte, define-se a função arco do seno:
⎡ π π⎤
arcsin : [ −1,1] → ⎢− , ⎥
⎣ 2 2⎦
x arcsin( x)
⎡ π π⎤
tal que arcsin(sin( x )) = x, x ∈ ⎢− , ⎥ e
⎣ 2 2⎦
sin ( arcsin( x ) ) = x, x ∈ [ −1,1] .
x arccos( x )
⎤ π π⎡
A função tangente restrita ao intervalo ⎥ − , ⎢ é injectiva e tem contradomínio IR ; por
⎦ 2 2⎣
conseguinte, define-se a função arco da tangente:
⎤ π π⎡
arctan : IR → ⎥ − , ⎢
⎦ 2 2⎣
x arctan( x )
⎤ π π⎡
tal que arctan(tan( x )) = x, x ∈ ⎥− , ⎢ e
⎦ 2 2⎣
tan ( arctan( x) ) = x, x ∈ IR .
arccotan : IR → ]0, π [
x arccotan( x)
cotan ( arccotan( x) ) = x, x ∈ IR .
Exercícios:
1.15. Utilizando fórmulas trigonométricas, como por exemplo, a fórmula fundamental da
trigonometria, determine:
⎛ ⎛ 3 ⎞⎞ ⎛ ⎛ 1 ⎞⎞ ⎛ ⎛ 2 ⎞⎞
a) tan ⎜ arcsin ⎜ ⎟ ⎟ ; b) cos ⎜ 2 arcsin ⎜ − ⎟ ⎟ ; c) sin ⎜ 2 arccos ⎜ − ⎟ ⎟ ;
⎝ ⎝ 4 ⎠⎠ ⎝ ⎝ 4 ⎠⎠ ⎝ ⎝ 7 ⎠⎠
⎛ ⎛3⎞ ⎛ 1 ⎞⎞
d) sin ⎜ 2 arcsin ⎜ ⎟ + arccos ⎜ − ⎟ ⎟
⎝ ⎝4⎠ ⎝ 7 ⎠⎠
1.16. Determine o domínio, o contradomínio e determine a função inversa das seguintes
funções:
a) f ( x ) = arcsin ( 2 x − 1) ; b) f ( x ) = arctan (π − x ) ; c) f ( x ) = arccos ( 2 − x ) .
Seja f uma função real de variável real definida no intervalo aberto ]a, b[ (não
necessariamente limitado):
f : ]a, b[
→ IR
x → f ( x)
Seja x0 um ponto do intervalo ]a, b[ . Por definição, a derivada de f no ponto x0 é dada
por:
f ( x) − f ( x0 )
f ′( x0 ) = lim .
x → x0 x − x0
f ( x) − f ( x0 )
O quociente representa a inclinação (ou declive) da secante ao gráfico de f
x − x0
A recta que passa pelo ponto ( x0 , f ( x0 ) ) e tem declive f ′( x0 ) chama-se recta tangente ao
gráfico de f no ponto ( x0 , f ( x0 ) ) .
f ( x 0 + h) − f ( x 0 )
Definição equivalente: f ′( x0 ) = lim (fazendo x = x0 + h ).
h →0 h
Exercícios:
REGRAS DE DERIVAÇÃO
Derivada de uma função linear f ( x) = mx + b , x ∈ IR , m e b constantes reais:
f ( x + h) − f ( x ) m( x + h) + b − (mx + b)
f ′( x) = lim = lim = lim m = m
h →0 h h →0 h h →0
( u + v )′ = u′ + v′ para quaisquer u = f ( x) e v = g ( x) ,
( x )′ = nx
n n −1
, para qualquer inteiro n.
Estas igualdades, juntamente com todas as que encontramos nos formulários habituais de
regras de derivação, constituem eficazes atalhos na determinação da função derivada.
Exercícios:
5
1.19. Determine a equação da recta tangente ao gráfico de y = , nos seguintes pontos:
1 + x2
⎛ 5⎞
a) ( 0,5 ) ; b) ⎜ 1, ⎟ ; c) ( −2,1) .
⎝ 2⎠
1.20. Determine a equação da tangente ao gráfico de y = 3 x 2 + 4 x − 6 paralela à recta
5x − 2 y − 1 = 0 .
; b) f ( x) = ( x 2 − 3x + 8 ) ; c) f ( x) = ( 5 x 2 − 2 x + 1) ;
x 3 −3
a) f ( x) =
(x − 1)
2 4
2x −1
d) f ( x) = ln ( x 2 − 1) ; e) f ( x) = 3 2 x − 1 ; f) f ( x) =
1
3 ; g) f ( x) = .
x−3 x
(Pode encontrar exercícios análogos nas páginas 135 -138 da referência [PISK].)
Se f (x) for derivável num ponto x0 de ]a, b[ , e se f ′(x) também for derivável em x0 , a
( f ′)′ ( x0 )
chama-se a segunda derivada de f em x0 , que pode ainda ser representada por:
⎛d2 f ⎞
f ( x0 ) ou ⎜ 2
′′ ⎟ .
⎜ dx ⎟
⎝ ⎠ x = x0
( ) ′
f (n ) ( x0 ) = f (n −1) ( x0 ) com f (0 ) ( x0 ) = f ( x0 ) , n ∈ IN 0 ,
⎛dn f ⎞
sendo também usual a notação: ⎜ n ⎟ .
⎜ dx ⎟
⎝ ⎠ x = x0
1.5 Derivação de uma função composta
(g D f )′ ( x0 ) = g ′( y0 ). f ′( x0 ) .
Exercício:
1.22. Sejam f ( x) = x , definida em [0, +∞[ , e g ( x) = 2 x + 1 , determine ( g D f ) ( x) e
(f −1
D f ) ( x) = x, x ∈ ]a, b[ e ( f D f −1 ) ( x) = x, x ∈ B .
Em particular, ( f −1 D f )′ ( x) = 1, x ∈ ]a, b[ .
(f −1
D f )′ ( x) = ( f −1 )′ ( y ). f ′( x)
⇔ 1 = ( f −1 )′ ( y ). f ′( x)
⇔ ( f −1 )′ ( y ) =
1
f ′( x)
Exercício:
1.7 Derivação implícita
Uma equação do tipo f ( x, y ) = 0 nem sempre permite obter explicitamente y como função
y = ± 1− x2 ,
que não é uma função, visto que a cada x corresponderiam dois valores de y .
Todavia, se tomamos o ponto (0,1) que verifica a equação, é fácil constatar que existe uma
vizinhança de 0 , isto é, um intervalo ]0 − ε ,0 + ε [ ( ε > 0 ), no qual se pode definir a função
que a cada x desse intervalo corresponde um único y duma certa vizinhança de 1 . Por outras
palavras, existe uma função
φ : ]− ε , ε [ → ]1 − δ ,1 + δ [
x → y = φ ( x)
vizinhança adequada f ( x, y ) = 0 ⇔ f ( x, φ ( x) ) = 0 .
Exercício: 1.24. Seja y = φ (x) uma função definida implicitamente pela equação
ey = x − y .
dy
em torno do ponto (1, 0) . Calcule em x = 1 e escreva uma equação da recta tangente ao
dx
gráfico de φ nesse ponto.
1.8 Aplicação da derivação à determinação dos extremos de
funções
f ( x) ≤ f (c), ∀x ∈ U ⊂ D f
f ( x) ≥ f (c), ∀x ∈ U ⊂ D f
É importante notar que uma derivada nula em c ∈ I não implica a existência dum extremo
nesse ponto. Por exemplo, seja f ( x) = x 3 ; f ′(0) = 0 e no entanto esta função é crescente em
todo o intervalo contendo o zero, pelo que não existe extremo em zero.
Por outro lado, a função f ( x) = x mostra que nem sempre num extremo a função apresenta
derivada nula. Neste caso existe um mínimo relativo em zero, mas não existe derivada em
zero.
Teorema
Se f é uma função contínua num intervalo ]a, b[ e derivável em cada elemento de ]a, b[ ,
então temos o seguinte:
a) Se f ′( x) > 0 , ∀x ∈ ]a, b[ , então f é estritamente crescente em ]a, b[ ;
b) Se f ′( x) < 0 , ∀x ∈ ]a, b[ , então f é estritamente decrescente em ]a, b[ ;
c) Se f ′( x) = 0 , ∀x ∈ ]a, b[ , então f é constante em ]a, b[ ;
Exercícios:
1.25. Dado o número positivo S , prove que entre todos os pares possíveis de números
1
positivos x e y tais que x + y = S , o produto xy é máximo quando x = y = S.
2
1.26. Calcule os extremos de f (t ) = 2 t − 5 .
1.28. Um gestor pretende maximizar os lucros de uma empresa. Assumindo que a receita total
é dada por R = 6400Q − 20Q 2 e o custo total por C = Q 3 − 5Q 2 + 400Q + 52000 , determine
o valor da variável Q para que tal aconteça.
1.29. Um homem deseja cercar um campo rectangular e dividi-lo em três lotes por meio de
mais duas cercas paralelas a um dos lados do rectângulo. Se ele dispõe de 1000 metros de
cerca, que dimensões lhe proporcionarão área máxima?
1.30. Dado S > 0 , prove que entre todos os pares de números positivos x e y com
x + y = S , a soma x 2 + y 2 é mínima quando x = y .
2
1.31. Calcule os extremos da função f ( x) = 2 − ( x − 1) 3 , (solução: f toma valor máximo
igual a 2 em x = 1 ).
Teorema de Rolle
Seja f uma função contínua em [ a, b ] e derivável em ]a, b[ .
Se f (a) = f (b) , então existe pelo menos um elemento x0 de ]a, b[ tal que f ′ ( x0 ) = 0 .
Exercício:
x3
1.33. Considere as funções f ( x) = 3 x − e − x , g ( x) = ln(2 − x) − 2 x , h( x) = − + 3x 2 + 7 x − 1
3
x3
e j ( x) = − x + 2 . Para cada uma,
3
a) determine o domínio;
b) determine o número máximo de zeros, usando o corolário do teorema de Rolle;
c) utilizando o teorema dos valores intermédios, cujo enunciado é o seguinte:
“Seja f uma função contínua em [ a, b ] . Se f (a) < d < f (b) ou f (b) < d < f (a ) , então
A mesma afirmação é válida para o limite à esquerda, para limites bilaterais e também para
x → +∞ ou x → −∞ .
Regra de L´Hospital II •
Sejam f e g funções deriváveis em ]a, b[ , intervalo que contém c , com a possível excepção
de c .
Suponhamos que g ′( x) ≠ 0 para todo o x ∈ ]a, b[ , com a possível excepção de c .
f ( x) ±∞
Se o limite de quando x → c + produz a forma indeterminada , então
g ( x) ±∞
f ( x) f ′( x)
lim+ = lim+
x →c g ( x ) x → c g ′( x )
A mesma afirmação é válida para o limite à esquerda, para limites bilaterais e também para
x → +∞ ou x → −∞ .
Exercícios:
1.34. Determine os seguintes limites:
3x + 1 e2 x − 1 x2
a) lim ; b) lim ; c) lim − x ; Respostas: a) -3; b) 2; c) 0 .
x →+∞ 1 − x x →0 x x →−∞ e
•
Kitchen, J. W.; Cálculo; McGraw-Hill, 1986; p.536
•
Kitchen, J. W.; Cálculo; McGraw-Hill, 1986; p.537
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Regra de l´Hospital
↑
0 ∞
ou 0×∞ ∞−∞
0 ∞
f g
= = fg
1 1
g f
⎛1 1⎞
fg ⎜ − ⎟ = f −g
⎝g f ⎠
lim u = lim e
v ( ) = lim ev ln (u ) = e lim v ln (u )
ln u v
x→a
Exercícios:
1.35. Determine os seguintes limites:
⎛ 1 1 ⎞
x
⎛ 1⎞
a) lim e − x x ; b) lim+ ⎜ − + ; d) lim+ ( sin( x) ) .
x
⎟ ; c) lim ⎜ 1 ⎟
x →+∞ x →1
⎝ ln( x) x − 1 ⎠ x →+∞
⎝ x⎠ x →0
Respostas: a) 0; b) 1/2; c) e; d) 1.
x2
e ≈ 1+ x + . x
2
3
1 1 13 e ⎛1⎞
c
⎤ 1⎡
Em particular, e ≈ 1 + + = , com resto ⎜ ⎟ , para algum c ∈ ⎥ 0, ⎢ .
2 8 8 6 ⎝2⎠ ⎦ 2⎣
Exercícios:
2.1. Determine as fórmulas de Mac-Laurin de f ( x) = ln( x + 1) e de f ( x) = sin( x) .
⎛1⎞
2.2. Considere a função f ( x) = ln ⎜ ⎟ .
⎝x⎠
a) Determine o polinómio de Taylor de f em a = 1 de grau dois, e o respectivo resto de
Lagrange.
b) Calcule um valor aproximado de ln(2) .
1.1 .
f (2) (c)
f ( x) = f (a) + f ′(a )( x − a ) + ( x − a)2
2
Exercícios:
2.4. Estime o valor de 1.1 , usando o diferencial de f ( x) = x + 1 .
21 3
Respostas: 1.1 ≈ e e≈ .
20 2
porque (2 ln x )′ = .
2 2
∫ x dx = 2 ln x x
porque ( f + C )′ = f ′ = g .
qualquer.
Se f ′ = h′ , em ]a, b[ , então existe uma constante C ∈ IR , tal que h = f + C .
∫ f ′( x)dx = f ( x) + C e
(∫ f ( x)dx )′ = f ( x) .
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Nem todas as funções possuem primitiva; sabemos, contudo, que se f é contínua em [a, b] ,
então existe primitiva de f .
(kx )′ = k 1. ∫ kdx = kx + c
x α +1
(xα )′ = α xα −1 2. α
∫ x dx = α +1
+ c, α ≠ −1
(u α )′ = α u α −1
u′ 3. ∫ u ′u α dx =
u α +1
α +1
+ c, α ≠ −1
(ln x )′ = 1 1
4. ∫ dx = ln x + c
x x
′ u′
5. ∫ dx = ln u + c
(ln u )′ = u u
u
(e )′ = e
x x 6. ∫ e x dx = e x + c
(e )′ = u ′e
u u 7. ∫ u ′e u dx = e u + c
(a )′ = a ln a
x x
8. ∫ a dx =x ax
ln a
+c
(a )′ = u ′a ln a
u u
9. ∫ u ′a u dx =
au
+c
ln a
(cos x )′ = −sen x 10. ∫ sen x dx = − cos x + c
(cos u )′ = −u ′sen u 11. ∫ u ′sen u dx = − cos u + c
(sen x )′ = cos x 12. ∫ cos x dx = sen x + c
(sen u )′ = u ′ cos u 13. ∫ u ′cos u dx = sen u + c
(tg x )′ = 1
2
= sec 2 x 14. ∫ sec 2 x dx = tg x + c
cos x
′
(tg u )′ = u2 = u ′ sec 2 u 15. ∫ u ′ sec 2 u dx = tg u + c
cos u
(cot g x )′ = − 12 = − cos ec 2 x 16. ∫ cos ec 2 x dx = − cot g x + c
sen x
′
(cot g u )′ = − u 2 = −u ′ cos ec 2 u ∫ u ′ cos ec u dx = − cot g u + c
2
17.
sen u
1
(arcsen x )′ = 1 18. ∫ dx = arcsen x + c
1 − x2 1 − x2
′ u′
(arcsen u )′ = u 19. ∫ dx = arcsen u + c
1− u2 1− u 2
1
(arccos x )′ = − 1 20. ∫ dx = − arccos x + c
1− x 2 1− x 2
(arctg x )′ = 1
22.
1
∫ 1 + x 2 dx = arctg x + c
1 + x2
u′ u′
(arctg u )′ = 23. ∫ 1 + u 2 dx = arctg u + c
1+ u 2
(arc cot g x )′ = − 1
24.
1
∫ 1 + x 2 dx = −arc cot g x + c
1 + x2
u′ u′
(arc cot g u )′ = − 25. ∫ 1 + u 2 dx = −arc cot g u + c
1+ u2
26. ∫ tg x dx = − ln cos x + c
27. ∫ u ′tg u dx = − ln cos u + c
28. ∫ cot g x dx = ln sen x + c
29. ∫ u ′ cot g u dx = ln sen u + c
1 1 ⎛ x⎞
30. ∫ a 2 + x 2 dx = a arctg ⎜⎝ a ⎟⎠ + c
u′ 1 ⎛u⎞
31. ∫ a 2 + u 2 dx = a arctg ⎜⎝ a ⎟⎠ + c
1 ⎛ x⎞
32. ∫ dx = arcsen ⎜ ⎟ + c
⎝a⎠
a2 − x2
u′ ⎛u⎞
33. ∫ dx = arcsen ⎜ ⎟ + c
⎝a⎠
a2 − u2
34. ∫ sec x dx = ln sec x + tgx + c
35. ∫ u ′ sec u dx = ln sec u + tgu + c
36. ∫ cos ecx dx = ln cos ecx − cot gx + c
37. ∫ u ′ cos ecu dx = ln cos ecu − cot gu + c
38. ∫ sec x tgx dx = sec x + c
39. ∫ u ′ sec u tgu dx = sec u + c
40. ∫ cos ecx cotgx dx = − cos ecx + c
41. ∫ u ′ cos ecu cotgu dx = − cos ecu + c
x 3 − 6x + 5
3.1.1 ∫ ax dx , a > 0 3.1.2 ∫ x
dx
1 x
3.1.3 ∫ x ln x dx 3.1.4 ∫ 4 4 4 dx
a −b x
cos x 1
3.1.5 ∫ dx 3.1.6 ∫ 4 + 9 x 2 dx
1 − sen 2 x
ex dx
3.1.7 ∫ ex +1 dx 3.1.8 ∫ x(1 + ln x )
dx dx
3.1.9 ∫ (a + bx )3 3.1.10 ∫ x(1 + ln 2 x )
a 2x − 1 x + ln x
3.1.11 ∫ x dx, a > 0 3.1.12 ∫ x
dx
a
x − artg (2 x) senx cos x
3.1.13 ∫ dx 3.1.14 ∫ dx
1 + 4x 2 cos x − sen x
2 2
3.1 Integração por partes
(uv )′ = u ′v + uv ′ ,
′
∫ (uv ) dx = ∫ u ′vdx + ∫ uv′dx
uv = ∫ u ′vdx + ∫ uv ′dx
∫ u ′vdx = uv − ∫ uv′dx
Em suma, da regra de derivação do produto de duas funções, decorre uma técnica de
integração chamada integração por partes, que se enuncia do seguinte modo:
Se u = f ( x) é primitivável e v = g ( x) é derivável, então
∫e xdx = e x x − ∫ e x dx
x
= ex x − ex
onde u = e x , v = x e U = ∫ e x dx = e x .
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 28
Neste exemplo, ambas as funções u e v são facilmente primitiváveis (faça o mesmo cálculo
considerando agora u = x, v = e x ). A escolha da função a primitivar deve recair sobre aquela
que menos se simplifica por derivação.
Exercício:
3.2. Calcule as seguintes primitivas, utilizando o método de integração por partes:
∫ e x dx ∫ ln x dx
nx 2
3.2.1 3.2.2
3.2.3 ∫ x ln x dx 3.2.4 ∫ x senx dx
x 3 x2
3.2.5 ∫ 1+ x
dx 3.2.6 ∫ e dx
x
∫e ∫ (arcsenx )
x 2
3.2.7 cos x dx 3.2.8 dx
ln 2 x x
3.2.9 ∫ dx 3.2.10 ∫ cos 2 xdx
x2
3.2.11 ∫
x arcsenx
dx 3.2.12 ∫ sen(ln x ) dx
1 − x2
x3 ⎛ x + 2⎞
3.2.13 ∫ dx 3.2.14 ∫ ⎜⎝ ⎟ cos(5 x ) dx
3 ⎠
4 + x2
3.2 Integração de funções racionais
N ( x)
Chama-se função racional a qualquer função da forma onde N (x) e D(x) são
D( x)
polinómios em x .
N ( x)
O cálculo de ∫ D( x) dx realiza-se segundo as seguintes etapas:
1. Se o grau de D(x) é maior do que o grau de N (x) , passamos para a etapa 2. Caso
contrário, isto é, se deg N ( x) ≥ deg D( x) , procedemos à divisão de N (x) por D(x) ,
obtendo um quociente Q(x) e um resto R(x) , tais que
N ( x) = Q( x) D( x) + R( x)
N ( x) R ( x)
= Q ( x) + , onde deg R( x) < deg D( x) .
D( x) D( x)
N ( x) R( x)
Deste modo, ∫ D( x) dx = ∫ Q( x)dx + ∫ D( x)dx .
[
Exemplificando, D( x) = a( x − 1)( x + 2) 3 ( x − 3) 2 + 1 , onde a ∈ IR \ {0} . ]
4
R( x)
3. Decomposição da fracção numa soma de fracções mais simples, de acordo com
D( x)
as seguintes indicações determinadas pela factorização de D(x) .
A cada raiz β de D(x) de multiplicidade k correspondem k fracções simples
da forma
A1 A2 A3 Ak
+ + + + ;
x − β (x − β ) 2
(x − β )3 ( x − β )k
A cada factor da forma ( x − δ ) 2 + λ [ ]k
( λ ∈ IR + ) de D(x) , correspondem k
fracções simples da forma
B1 + C1 x B2 + C 2 x B3 + C3 x Bk + C k x
+ + + +
[( x − δ ) 2
+λ ] [( x − δ ) 2
+λ ] [( x − δ )
2 2
+λ ]
3
[( x − δ ) 2
+λ ]
k
[
Assim, se D( x) = a( x − 1)( x + 2) 2 ( x − 3) 2 + 1 , então a fracção]
3 R( x)
D( x)
decompõe-se na
N ( x)
4. Por fim, ∫ D( x) dx = ∫ Q( x)dx + ∫ F1 ( x)dx + ∫ F2 ( x)dx + + ∫ Fn ( x)dx , onde
Bk + C k x Ck 2 x − 2δ
dx + (Bk + C k δ )∫
1
∫ [( x − ]
k
dx = ∫ [( ] k
[( x − δ ) ] k
dx
δ )2 + λ 2 x − δ )2 + λ 2
+λ
.
=
Ck
[
(x − δ )2 + λ ]− k +1
+ (Bk + C k δ )∫
1
[( x − δ ) ]
dx
2(−k + 1) 2
+λ
k
1
O cálculo de ∫ [( x − δ ) 2 + λ ]k dx pode efectuar-se através da seguinte relação
recursiva 1 :
1 x −δ 2k − 3 1
∫[ ]k
dx =
[ ]
k −1
+ ∫ [
2λ (k − 1) ( x − δ ) 2 + λ ] k −1
dx .
(x − δ )2 + λ 2λ (k − 1) ( x − δ ) 2 + λ
Exercício:
3.3. Calcule as seguintes primitivas:
1 x3
3.3.1 ∫ (x + 2)2 (x − 3) dx 3.3.2 ∫ x 2 − 4 x + 3dx
3x + 6 x4
3.3.3 ∫ x 3 + 2 x 2 − 3x dx 3.3.4 ∫ x 4 − 1dx
x3 − 6 x ( 3x − 2 ) x ( 3x − 2 )
3.3.5
∫ x 4 + 6 x 2 + 8 dx
3.3.6
∫ x3 + 2 x 2 − 3dx = ∫ ⎛⎛ 3⎞ 3⎞
2
dx
( x − 1) ⎜⎜ ⎜ x + ⎟ + ⎟⎟
⎝⎝ 2⎠ 4⎠
1
A demonstração desta igualdade pode ser consultada em N. Piskounov, “Cálculo
Diferencial e Integral”, vol. I, p.387,388)
dx dx
∫x 3
−1 ∫
=
⎛⎛ 1⎞ 3⎞
2
3.3.9
( x − 1) ⎜⎜ ⎜ x + ⎟ + ⎟⎟
⎝⎝ 2⎠ 4⎠
Seja x = g (t ) , onde g (t ) é uma função de classe C 1 que admite inversa, e designemos por
F (x) uma primitiva de f (x) , então
F ′( x) = f ( x) = f ( g (t )).
Assim, pela regra de derivação da composta de duas funções,
d
F ( g (t )) = F ′( g (t )) g ′(t ) = f ( g (t )) g ′(t )
dt
e portanto, ∫ f ( g (t )) g ′(t )dt = F ( g (t )) = F ( x) = ∫ f ( x)dx .
∫ f ( x)dx = ∫ f ( g (t )) g ′(t )dt
Numa mudança de variável, a função g (t ) deverá ser escolhida de modo a que o integral do
segundo membro da igualdade acima seja “calculável”. Terminada essa tarefa, a variável t
deverá ser substituída por g −1 (x) .
As primitivas de diversas funções são calculadas através de mudança de variável adequada.
De seguida, serão enumeradas algumas funções irracionais cujas primitivas se alcançam por
mudança de variável. As mudanças de variável sugeridas, reduzem o cálculo integral inicial
ao cálculo de uma primitiva de uma função racional.
m r
∫ R( x, x n ,…, x s )dx ( )
2
I.
x = tk , dx = kt k −1dt .
m r
2
O símbolo R ( x, x n , … , x s ) indica que se efectua, unicamente, operações racionais sobre as quantidades
m r
x, x n , … , x s .
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 32
Cada potência fraccionária de x é transformada numa potência inteira de t e, deste
modo, a função em t a integrar é uma função racional.
⎛ ⎛ ax + b ⎞ mn ⎛ + ⎞ s ⎞
r
II. ∫ R⎜ x, ⎜ ⎟dx
ax b
⎟
⎜ ⎝ cx + d ⎠
,…, ⎜ ⎟
⎝ ⎝ cx + d ⎠ ⎟⎠
ln(kx) = t , ou e kx = t , respectivamente.
Exercício:
5 e 3x
3.4.7 ∫2+ x−3
dx 3.4.8 ∫ e − x + e x dx
3 x +1 1
3.4.9 ∫e dx 3.4.10 ∫ e 2 x + 4dx
e 2 x − 2e x + 1 xe x
3.4.11 ∫ e 4 x − 1 dx 3.4.12 ∫ dx
1+ ex
1 ln 3 x
3.4.13 ∫ 3 x dx 3.4.14 ∫ x(5 ln x + ln 2 x )dx
e −1
ln 2 x
3.4.15 ∫x 1 − ln x
dx
∫ x (a + bx ) dx
m n p
∫ x (a + bx ) dx = n ∫ z (a + bz ) dz
n p 1 q m +1
m p
onde q = −1.
n
A segunda mudança de variável aconselhada depende do caso em nos
encontramos, assim,
r
1) se p é um número inteiro, e sendo q o número racional q = , devemos
s
efectuar a substituição
z = ts ;
m +1 λ
2) se é um número inteiro e sendo p o número racional p = , devemos
n μ
efectuar a substituição
a + bz = t μ ;
m +1
3) se + p é um número inteiro, isto é, q + p é inteiro, façamos primeiro a
n
seguinte modificação
p
q+ p ⎛a + bz ⎞
∫ z (a + bz ) dz = ∫ z
p
⎜ ⎟ dz ,
q
⎝ z ⎠
e, de seguida, consideremos a substituição
a + bz λ
= tμ (p= ).
z μ
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 34
Exercícios:
3.5. a) Mostre que ∫ sin( x) f ′′( x) dx = sin( x) f ′( x) − cos( x) f ( x) − ∫ sin( x) f ( x)dx .
b) Sabendo que ∫ ⎡⎣( f ( x) + f ′′( x) ) sin( x) ⎤⎦ dx = 2 x e com base no resultado anterior, calcule
⎛π ⎞
f (π ) e f ′⎜ ⎟ .
⎝2⎠
3.6. Calcule ∫ f ( x)dx , sabendo que ( ) 2
f ( x) = g ( x) + x 2 + 1 ln x e que e x é uma primitiva de
g (x) .
3.7. Determine a função g (x) definida em ]12 ,+∞[ que verifica as seguintes condições:
2 x −1
g ′( x) = e e g (1) = e .
(1 + x ) 3 3
∫x
53
(1 + x ) dx
3 2
3.8.1
∫ x
dx 3.8.2
dx
∫ ∫
1 + x2
( )
3.8.3 3 3.8.4 dx
x2 1 + x2 2 x2
dx
∫ ⎛ 1 ⎞
3
1+ 4 x
∫
3
3.8.5 3.8.6 dx
x 4 ⎜⎜ x 4 + 1⎟⎟ x
⎝ ⎠
x3
∫ dx
(1 + 2 x )
3.8.7
2 3
⎝ 2⎠ 4
2 x ax x3
3.1.1) +C 3.1.2) − 6 x + 5 ln x + C
3 3
1 ⎛ b2 x2 ⎞
3.1.3) ln ln x + C 3.1.4) arcsen ⎜ ⎟+C
2 ⎜ 2 ⎟
2b ⎝ a ⎠
1 ⎛ 3x ⎞
3.1.5) x + C 3.1.6) arctg ⎜ ⎟ + C
6 ⎝ 2⎠
(
3.1.7) ln 1 + e x + C ) 3.1.8) ln 1 + ln x + C
1
3.1.9) − +C 3.1.10) arctg (ln x) + C
2b(a + bx )2
⎛ 3x − ⎞
x
⎜ a2 a ⎟ 2 1 2
3.1.11) 2⎜ + ⎟+C 3.1.12) 2 x + ln x + C
⎜ 3 ln a ln a ⎟ 2
⎜ ⎟
⎝ ⎠
1 1 1
3.1.13) ln(1 + 4 x 2 ) − arctg 3 (2 x) + C 3.1.14) − cos 2 x − sen 2 x + C
8 3 2
e nx e nx 2 3⎛ 2⎞
x− 2 +C 3.2.2) x ( ln( x) − 1) + x + C x ⎜ ln x − ⎟ + C
2
3.2.1) 3.2.3)
n n 3 ⎝ 3⎠
⎛2 4⎞
( )
2
3.2.5) 1 + x ⎜ x − ex
3.2.4) − x cos x + senx + C ⎟+C 3.2.6) x2 −1 + C
⎝3 3⎠ 2
3.2.7) e (cos x + senx ) + C
1 x 3.2.8) x(arcsenx )2 + 2 1 − x 2 arcsenx − 2 x + C
2
1
(
3.2.9) − ln 2 x + 2 ln x + 2 + C
x
) 3.2.10) xtgx + ln cos x + C
3.4.1)
33
(2 x + 1)2 ⎛⎜ 2 x + 1 − 1 ⎞⎟ +C
4 ⎝ 5 2⎠
⎛4 4 1 ⎞ ⎛1 2 1 ⎞
3.4.2) − 2 2 − x ⎜ (2 − x) − (2 − x) 2 + (2 − x) 3 ⎟ + 2 1 − x ⎜ (1 − x) − (1 − x) 2 + (1 − x) 3 ⎟ + C
⎝3 5 7 ⎠ ⎝3 5 7 ⎠
3.4.3) 33 1 + x − 66 1 + x + 6 ln 6 1 + x + 1 +C
3.4.4)
2
27
(12 x )27 − 132 (12 x )13 +C
x+2 ⎛ x+2⎞
3.4.5) 2 − 2arctg ⎜⎜ ⎟ +C
4−x 4 − x ⎟
⎝ ⎠
3.4.6) − 2 1 − x arcsen x + 2 x +C
(
3.4.7) 10 x − 3 − 2 ln 2 + x − 3 +C )
3.4.8) (e ( ))
1 2x
− ln 1 + e 2 x +C
2
3.4.9) e
3
x +1
(3
3
x 2 − 63 x + 6 +C )
3.4.10)
1
8
(
ln e 2 x − ln e 2 x + 4 +C )
( ) ( )
3.4.11) ln e x + 1 − ln e x + arctg e x +C ( )
3.4.12) 2 x 1 + e x − 4 1 + e x + 2 ln⎛⎜ 1 + e x + 1⎞⎟ − 2 ln 1 + e x − 1 +C
⎝ ⎠
2
3.4.13) arctg e 3 x − 1 +C
3
ln 2 x
3.4.14) − 5 ln x + 25 ln 5 + ln x + C
2
⎛ 4 2 2⎞
3.4.15) 1 − ln x ⎜ −2 + (1 − ln x ) − (1 − ln x ) ⎟ +C
⎝ 3 5 ⎠
⎛π ⎞ ⎛x 3 ⎞ x3
3.5) f (π ) = 2π e f ′⎜ ⎟ = π . 3.6) e x + ⎜ + x ⎟ ln x −
2
− x +C.
⎝2⎠ ⎜ 3 ⎟ 9
⎝ ⎠
3.7) g ( x) = e 2 x −1
( )
2x − 1 − 1 + e .
⎛⎛ 3 ⎞
⎜ ⎜ 1 + x 3 ⎞⎟ ⎟
2⎜⎝ ⎠ 1 1+ x −1 ⎟
3
3.8.1) + 1 + x + ln
3
+C
3⎜ 3 2 1 +x + ⎟
3
1
⎟
⎜
⎝ ⎠
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 37
8 5
⎛⎜ 3 1 + x 3 ⎞⎟ ⎛⎜ 3 1 + x 3 ⎞⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
3.8.2) − +C
8 5
x2 1 + x2
3.8.3) − − +C
1 + x2 x2
1 + x2 1 ⎛ ⎛ 1 + x2 ⎞ ⎛ 1 + x2 ⎞⎞
3.8.4) − − ⎜ ln ⎜ − 1 ⎟ + ln ⎜ + 1 ⎟ ⎟+C
x2 2 ⎜ ⎜⎝ x2 ⎟
⎠
⎜
⎝ x 2 ⎟⎟
⎠⎠
⎝
3.8.5) 4 ln 1 + 4 x + C
⎛ ⎛3 7 4 ⎞
⎜ ⎜ 1 + 4 x ⎞⎟ ⎛⎜ 3 1 + 4 x ⎞⎟ ⎟
3.8.6) 12⎜ ⎝ ⎠ −⎝ ⎠ ⎟+C
⎜ 7 4 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
1⎛ 1 ⎞
3.8.7) ⎜ 1 + 2 x 2 + ⎟+C
4 ⎜⎝ 2 ⎟
1 + 2x ⎠
Seja f uma função limitada definida no intervalo [a, b] , consideremos uma partição do
intervalo [a, b] , isto é, uma qualquer subdivisão do intervalo [a, b] num número arbitrário de
subintervalos por meio de números x0 , x1 , … , x n tais que
Designamos por amplitude da partição à maior das amplitudes dos subintervalos obtidos,
isto é, ao valor max x k +1 − x k .
Definição
Ao número real I tal que a diferença
n −1
I − ∑ f ( y k )( x k +1 − x k ) , y k ∈ [x k , x k +1 ]
k =0
se pode tornar tão pequena quanto se queira (para qualquer valor de y k em [x k , x k +1 ] ) desde
que o valor da amplitude da partição (para qualquer partição do intervalo [a, b] ) seja
suficientemente pequeno, chamamos integral definido da função f no intervalo [a, b] .
(Aliás, integral de Riemann.)
de integração.
Seja f uma função limitada definida no intervalo [a, b] . Se existir o número real I de
acordo com a definição precedente, então diz-se que a função f é integrável no intervalo
[a, b] .
Teorema:
Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] . Então existe e é único o número real
b
I =∫ f
a
tal como foi definido acima.
Corolário
Seja f : [a, b] → IR uma função contínua tal que f ( x) ≥ 0 , ∀x ∈ [a, b] . A área A da figura
limitada pelo gráfico da função f , pelas rectas verticais de equação x = a e x = b e pelo
b
eixo dos XX , existe sempre e pode ser obtida como A = ∫ f .
a
PROPRIEDADE 1
Sejam f e g funções integráveis no intervalo [a, b] . Então a função f + g é integrável no
intervalo [a, b] e
∫a ( f + g ) = ∫a f + ∫a g .
b b b
∫a (kf ) = k ∫a f .
b b
PROPRIEDADE 3
Seja f uma função integrável no intervalo [a, b] . Seja c tal que a < c < b . Então f é
integrável nos intervalos [a, c ] e [c, b] e
b c b
∫a f = ∫a f + ∫c f .
∫f = F (b) − F (a ) .
a
d ⎡ ⎤
g ( x)
⎢ ∫ f (t )dt ⎥ = f [g ( x)]g ′( x) − f [h( x)]h′( x)
dx ⎢ h( x ) ⎥
⎣ ⎦
a a
∫ uv dx =[∫ uv dx]a
b
b
Seja f uma função contínua, definida em [a, b] e g uma função definida num intervalo
b g −1 (b )
∫ f ( x) dx =[∫ f ( x) dx]a .
b
b
3 dx ln 2
4.1.1 ∫0 1 + x 4.1.2 ∫ e x − 1dx
0
3 4
∫x ∫x
5
4.1.3 3x 2 + 27 dx 4.1.4
2
− 4 x + 3 dx
3 0
2 2
⎛ 1 − ln x ⎞ dx 5x 2 + 4
4.1.5 ∫ ⎜⎝ 1 + ln x ⎟⎠ x 4.1.6 ∫ x 3 + 4 xdx
1 1
1 1
1+ x
4.1.7 ∫ 1 − x 2 dx 4.1.8 ∫ x
dx
0 4
2
e 3x + e x
4.1.9 ∫ ex +1
dx
0
x3 5x
−t 2
4.2.1 F ( x) = ∫ e dt 4.2.2 F ( x) = senx ∫ 1 + t 4 dt
x2 −4
x2
∫ (e )
− t − 1 dt
2t
senx
4.5. Seja f uma função real contínua e diferenciável em IR e g ( x) = ∫ tf (t )dt .
0
⎛π ⎞
Determine g ⎜ ⎟ quando f (t ) = 1 + t 2 .
⎝2⎠
( )
x
4.6. Determine g (x) definida e contínua em IR tal que ∫ e g (t ) t 2 + 1 dt = 3 x .
0
Cálculo da área de superfícies planas
Se alguma das funções tomar valores negativos podemos encontrar um número C tal que
f ( x) + C ≥ 0 e g ( x) + C ≥ 0 ∀x ∈ [a, b] .
Isto corresponde a fazer uma translação que desloca a figura para uma zona acima do eixo das
abcissas.
{(x, y ) : a ≤ x ≤ b ∧ 0 ≤ y ≤ f ( x) + C}
{(x, y ) : a ≤ x ≤ b ∧ 0 ≤ y ≤ g ( x) + C } .
É então claro que a área da região
{(x, y ) : a ≤ x ≤ b ∧ g ( x) + C ≤ y ≤ f ( x) + C} é obtida através do seguinte:
Exercícios:
Cálculo de comprimentos de linhas planas
Exercício:
x , x ∈ [0,1].
2 3
4.9.Calcule o comprimento da linha de equação y =
3
Cálculo de volumes de sólidos de revolução
[ ]
b
Volume = π ∫ g 2 ( x) − f 2 ( x) dx
a
[ ]
d
Volume = π ∫ g 2 ( y ) − f 2 ( y ) dy
c
Exercício:
4.2 Integrais impróprios
Definição
∫ f ( x)dx
a
+∞ +∞
então diz-se que o integral impróprio ∫ f ( x)dx é convergente e que ∫ f ( x)dx = L .
a a
então dizemos que a área da figura limitada pelo gráfico de f , pela recta x = a e pelo
eixo dos xx e tal que x > a existe e é igual a L .
Exercício:
4.11. Estude a natureza dos seguintes integrais impróprios de 1ª espécie.
+∞ −3 +∞
3 + ln x
∫ (2 + x ) dx ; c) ∫
−3
∫ x dx ; b)
−1 5
a) dx .
1 −∞ e
x
Definição
Seja f : [a, b[ → IR uma função definida e integrável em qualquer intervalo da forma [a, c ]
( a < c < b) tal que
lim f ( x) = ±∞
x →b −
então o integral
b
∫ f ( x)dx
a
∫ f ( x)dx = lim
c →a + c
∫ f ( x)dx ,
a
Exercício:
4.12. Estude a natureza dos seguintes integrais impróprios de 2ª espécie.
1 5
2
a) ∫ ln xdx ; b) ∫ (x − 5)3 dx .
0 0
Definição
Chama-se integral impróprio misto a qualquer integral que se possa decompor numa soma
finita de integrais impróprios de 1ª espécie e de 2ª espécie.
Uma qualquer soma de integrais impróprios diz-se convergente somente se todas as parcelas
forem integrais impróprios convergentes. Dir-se-á divergente se pelo menos uma parcela for
um integral impróprio divergente.
Exercício:
4.13. Classifique os seguintes integrais impróprios e estude a sua natureza.
+∞ e
1 1
a) ∫ x ln x − 1
dx ; b) ∫
0 x ln x − 1
3
dx .
e
Exercícios:
4.14. Estude a convergência dos seguintes integrais impróprios e calcule os que forem
convergentes:
+∞ e
dx dx
4.14.3 ∫ x + 6x + 5
2
4.14.4 ∫x 1 − ln x
−2 0
2 +∞
dx − x2
4.14.5 ∫ x3 − 2x 4.14.6 ∫ xe dx
0 −∞
∫ (x − 1)
−3
4.14.7 dx
0
SOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS NESTE CAPÍTULO
(
4.1.1) 2 3 − 2 ln 1 + 3 ; 4.1.2) 2 − ) π
2
; 4.1.3) 0 ; 4.1.4) 4 ; 4.1.5) − ln 2 + 2 ln (1 + ln 2 ) ;
8π
4.1.6) 7 ln 2 − 2 ln 5 ; 4.1.7) 2 ;; 4.1.8) − 4 3 +
4 3
4.1.9)
e4
2
π 1
− e 2 + 2arctg (e ) + ln e 2 + 1 − ln 2 − + ;
2 2
( )
5x
4.2.1) 3x 2 e − x − 2 xe − x ; 4.2.2) cos x ∫ 1 + t 4 dt + 5senx 1 + (5 x )4 .
6 4
−4
⎛π ⎞ 1
( )
ln 2 x
⎛ 3 ⎞
4.4) g ′′( x) =
e
(1 + 2 ln x ) ;
4.5) g ⎜ ⎟ = 8 − 1 ; 4.6) g ( x) = ln⎜ 2
4
⎟ ; 4.7) .
x ⎝2⎠ 3 ⎝ x +1⎠ 3
1 e3 − 4 11
4.8.1) ; 4.8.2) ; 4.8.3) .
3 3 3
π
4.9)
2
3
( 2
)
2 2 − 1 ; 4.10) ( 5 − 4e + e2 ) .
33
4.14.1) 4 ; 4.14.2) divergente; 4.14.3) divergente; 4.14.4) divergente;
2
4.14.5) divergente; 4.14.6) 0 ; 4.14.7) divergente.
Relativamente ao presente capítulo, recomendamos a consulta das referências bibliográficas [AJ], [LHE],
[PISK].
5.1 Função a várias variáveis reais
Uma função
f : D f ⊆ IR n → IR m ( n, m ∈ IN ),
f ( x) ∈ IR com x = ( x1 , … , x n ) ∈ IR n .
Mais exemplos:
a) A temperatura num dado local da Terra
f : D ⊂ IR 3 → IR
( x, y , z ) → t
Nota: Neste capítulo estudaremos apenas campos escalares. Todavia, o alargamento dos
conceitos aqui abordados para campos vectoriais é feito de forma natural, através dos campos
escalares que constituem cada coordenada de f ( x) = ( y1 ,… , ym ) ∈ IR m .
D f = {( x, y ) ∈ IR 2 :1 − x 2 − y 2 ≥ 0}
{
D f = ( x, y ) ∈ IR 2 : y > − x }
(i.e., o semiplano acima da recta y = − x ; os pontos da recta não pertencem ao domínio).
Exercícios:
5.1. Represente geometricamente o domínio das funções:
( )
a) f ( x, y ) = x 2 + y 2 − 4 − ln − x 2 − y 2 + 9 ; b) f ( x, y, z ) =
z
x
+ y.
⎛ x⎞ 1 x 2 + y 2 − 25
5.2.1 f ( x, y ) = arcsen⎜ ⎟ + 5.2.2 f ( x, y ) =
⎝4⎠ − xy ln( x + y )
⎛ x ⎞ ⎛ ⎛ x ⎞⎞
5.2.3 f ( x, y ) = 1 − sen 2 x 3 ln⎜⎜ ⎟⎟ 5.2.4 f ( x, y ) = x 2 − y + 4 + ln⎜⎜ y − ln⎜ ⎟ ⎟⎟
⎝x− y⎠ ⎝ ⎝ 2 ⎠⎠
x+ y
5.2.5 f ( x, y ) = + 4 − x2
x −y
2 2
Seja z = f ( x, y ) uma função definida num domínio G do plano xOy . Em cada ponto ( x, y ) do
domínio elevemos uma perpendicular ao plano xOy sobre o qual traçamos um segmento igual ao
valor de f ( x, y ) . Obtemos, deste modo, um ponto do espaço, cujas coordenadas são
x, y , z = f ( x , y ) .
P ( x, y , z ) : z = f ( x, y )
x
y
Notemos que a projecção do gráfico no plano xOy é o domínio da função e cada perpendicular
ao plano xOy corta-o no máximo num ponto.
Conjuntos de nível
Sejam U ⊆ IR n e f : U → IR . Dado c ∈ IR , o conjunto
N c f = f −1 ({c}) = {X ∈ U : f ( X ) = c}
é chamado conjunto de nível de f de valor c .
No caso de uma função real a duas variáveis, isto é, de uma função z = f ( x, y ) de domínio
D ⊆ IR 2 , chamamos linha de nível de cota c ao lugar geométrico dado por
{( x, y ) ∈ D : f ( x, y ) = c} .
30
20 4
10 2
0
-4 0
-2
0 -2
2
-4
4
Exercício:
5.3. Considere o campo de pressões definido por f ( x, y ) = 5 x 2 + y 2 . Determine:
a) A pressão nos pontos ( −2, 4) , (3, 0) e (5, −7) .
b) As linhas de nível (isobáricas) de f . Esboce algumas dessas linhas.
5.3 Breves noções topológicas
Ao longo desta secção serão introduzidas algumas noções topológicas indispensáveis à definição
dos novos conceitos. Começamos, no entanto, por recordar o seguinte:
A distância (euclideana) entre dois números reais x e y é dada por d ( x, y ) = x − y .
Y = ( y1 , y 2 , … , y n ) de IR n é definida como
d(X ,Y ) = (x1 − y1 )2 + + (x n − y n )2 .
vector X − Y .
Definição
Chama-se bola (aberta) de raio r (r > 0) e centro a ∈ IR n ao conjunto de pontos de IR n cuja
distância a a é inferior a r . Representando-a por B(a, r ) temos o seguinte:
{
B (a, r ) = X ∈ IR n : d ( X , a) < r . }
Assim,
o se n = 1 B (a, r ) = ]a − r , a + r [ ;
o se n = 2 B(a, r ) é o disco de centro a e raio r ;
o se n = 3 B(a, r ) é uma esfera.
Definição
Seja D ⊂ IR n . Um ponto a ∈ IR n chama-se ponto de acumulação do conjunto D quando toda a
bola aberta de centro a contém algum ponto de D , diferente do ponto a .
O conjunto dos pontos de acumulação de D designa-se derivado de D e representa-se por D ′ .
Exemplificando, seja D ⊂ IR n a bola aberta de centro na origem e raio 2. Todo o ponto a ∈ IR n
tal que a = 2 é ponto de acumulação de D .
Definições
Seja D um subconjunto de IR n .
Um ponto a ∈ D chama-se ponto interior a D quando é centro de alguma bola aberta contida
em D .
5.4 Limites e continuidade
quando dado qualquer ε > 0 , pode-se obter δ > 0 tal que se X ∈ D , 0 < X − a < δ implica
f ( X ) − b < ε . Simbolicamente,
Teorema
Sejam f : D ⊂ IR n → IR e a um ponto de acumulação de D . Quando existe, o limite de f ( X )
em a é único.
No estudo das funções reais de variável real, a existência do limite lim f ( x) assenta na existência
x→ a
e igualdade dos limites laterais lim+ f ( x) e lim− f ( x) . De facto, a aproximação ao número real a
x→a x→a
na recta real só pode ocorrer por valores inferiores a a (limite à esquerda de a ) ou por valores
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 55
superiores a a (limite à direita de a ). Nas funções a várias variáveis, o domínio permite
múltiplas formas de aproximação a um dado ponto a , ou seja, existem diversos caminhos através
dos quais nos podemos aproximar de a . Realcemos, no entanto, que se existir o limite
lim f ( X ) , os limites obtidos ao longo dos mais variados caminhos têm de ser iguais, em virtude
X →a
da unicidade do limite. Deste modo, se por caminhos diferentes obtemos limites diferentes
concluímos, de imediato, a não existência de limite.
y = β + m( x − α ) y = β + m( x − α )
2 3
x = α + m( y − β ) x = α + m( y − β )
2 3
Notemos, porém, que a igualdade dos limites ao longo de vários caminhos não permite concluir a
existência de limite. A única maneira de garantir que existe limite é provando-o pela definição.
x ≤ x2 + y2 ; y ≤ x2 + y2 ; x2 ≤ x2 + y2 ; y2 ≤ x2 + y2 ;
xy ≤ x 2 + y 2 ; x − α ≤ ( x − α ) 2 + ( y − β )2 ; y−β ≤ ( x − α )2 + ( y − β ) 2 .
• lim ( f ( X ) + g ( X ) ) = b + c ;
X →a
• lim ( f ( X ) g ( X ) ) = bc .
X →a
Exercício:
5.4. Calcular lim f ( x, y ) :
( x , y ) →( 0 , 0 )
x − 3y x2 y xy
a) f ( x, y ) = ; b) f ( x, y ) = ; c) f ( x, y ) = .
2 y + 5x (y + x 2 )2 x2 + y2
Teorema
Sejam f , g : D ⊂ IR n → IR funções contínuas em a , sendo a ∈ D ′ ∩ D . Então
f
f + g , f .g , kf (k ∈ IR) e (se g (a) ≠ 0) são contínuas em a .
g
Exercício:
5.5. Diga se as seguintes funções são contínuas no ponto (0,0) .
⎧ 2x 2 y
⎪ se ( x, y ) ≠ (0,0)
a) f ( x, y ) = ⎨ x 4 + y 2
⎪⎩ 0 se ( x, y ) = (0,0)
⎧⎪ f ( X ) se X ∈ D = D f
g( X ) = ⎨ .
⎪⎩ Xlim f (X ) se X = a
→a
Exercício:
x −1
5.6. Considere a função f ( x, y ) = .
y + 2x − 3
a) Determine o seu domínio e represente-o geometricamente.
b) A função dada é prolongável por continuidade a (1,1)? Justifique a sua resposta.
5.5 Derivadas parciais
Seja {e1 , … , en } a base canónica de IR n , isto é, ei = (0, …,0,1,0,… ,0) ∈ IR n (entrada não nula na
i-ésima coordenada).
A derivada parcial (de 1ª ordem) de f em ordem a xi no ponto a (onde 1 ≤ i ≤ n ) é o limite
(caso exista)
∂f f (a + hei ) − f (a )
(a ) = lim
∂xi h →0 h .
∂f f (a + hei ) − f (a )
(a ) = lim
∂xi h →0 h
f (a1 ,…, ai + h,…, a n ) − f (a1 ,…, ai ,… a n )
= lim
h →0 h
= g ′(ai )
Daqui resulta que a derivada parcial de f em ordem a xi pode ser calculada usando as regras de
derivação já conhecidas para funções reais de variável real, considerando a coordenada xi como
⎧ y2x
⎪ se ( x, y ) ≠ (0,0)
f ( x, y ) = ⎨ x 2 + y 2
⎪ 0 se ( x, y ) = (0,0)
⎩
∂f ∂f
Calcule ( x, y ) e ( x, y ) ∀( x, y ) ∈ IR 2 .
∂x ∂y
Interpretação geométrica das derivadas parciais duma função a duas variáveis
Figura 1
Plano tangente
Do estudo de funções reais a uma variável, sabemos que a derivada de uma função f (x) num
ponto x = a , caso exista, é o declive da recta tangente ao gráfico de f em a . Assim, se a
derivada f ′(a ) existe, então a referida recta tangente existe e é definida por
y = f (a ) + f ′(a)( x − a) .
Supondo que f ( x, y ) é derivável no ponto (a, b) (o que veremos mais tarde que implica que as
derivadas parciais em (a, b) existem), o plano tangente ao gráfico de f ( x, y ) no ponto (a, b) é
definido pela igualdade
∂f ∂f
z − f ( a, b) = (a, b)( x − a ) + (a, b)( y − b)
∂x ∂y
Exercício:
5.9. Calcule as derivadas parciais de 1ª ordem das seguintes funções:
a) f ( x, y ) = xe y + ysenx (
b) f ( x, y ) = y ln x 2 + y 2 )
c) f ( x, y, z ) =
xy + x 2 z (
d) f ( x, y, z ) = x 2 + y 2 )
z
x + yz 2
y
e) f ( x, y ) = x y +
3
x
Usando as notações
∂ ⎛ ∂f ⎞ ∂ 2 f ∂ ⎛ ∂f ⎞ ∂ 2 f ∂ ⎛ ∂f ⎞ ∂ 2 f ∂ ⎛ ∂f ⎞ ∂ 2 f
⎜ ⎟= , ⎜ ⎟= , ⎜ ⎟= , ⎜ ⎟=
∂x ⎝ ∂x ⎠ ∂x 2 ∂y ⎝ ∂x ⎠ ∂y∂x ∂x ⎜⎝ ∂y ⎟⎠ ∂x∂y ∂y ⎜⎝ ∂y ⎟⎠ ∂y 2
as quatro derivadas de 2ª ordem de f no ponto (a, b) são definidas por
∂2 f f x′ (a + h, b) − f x′ (a, b)
(a , b ) = lim
∂x 2 h →0 h
∂2 f f x′(a, b + h) − f x′(a, b)
(a, b ) = lim
∂y∂x h →0 h
∂2 f f y′ (a + h, b) − f y′ (a, b)
(a, b ) = lim
∂x∂y h →0 h
∂2 f f y′ (a, b + h) − f y′ (a, b)
(a , b ) = lim
∂y 2 h →0 h
Exercício:
5.10. Calcular as derivadas parciais de 2º ordem da função f ( x, y ) = x 2 y + y 3 .
∂n f
Em geral, a notação representa a derivada de ordem n de f obtida derivando
∂x p ∂y n − p
primeiramente f n − p vezes em relação a y e em seguida p vezes em relação a x .
Definição
Seja f : U ⊂ IR n → IR uma função definida num subconjunto aberto U de IR n . Se para todo
i ∈ {1,…, n} a função derivada parcial em ordem à variável xi , definida por
∂f
U → IR, a = (a1 , a 2 , … , a n ) (a ) , for contínua, diz-se que f é de classe C 1 .
∂x i
∂2 f ∂2 f
(c ) = (c ) .
∂xi ∂x j ∂x j ∂xi
Exercícios:
5.12. Calcule as derivadas parciais de 2ª ordem das seguintes funções:
a) f ( x, y ) = y 2 e x +
2 1 b) f ( x, y ) = xe y + ysenx
x2 y3
(
c) f ( x, y, z ) = x 2 + y 2 )z
y
5.13. Mostre que se f ( x, y ) = xy + ye x , então verifica-se a seguinte igualdade:
∂f ∂f
x +y = f ( x, y ) + xy .
∂x ∂y
∂2 f ∂2 f
harmónica, isto é, que satisfaz a equação + = 0.
∂x 2 ∂y 2
x 2 f xx′′ − y 2 f yy′′ 1
5.15. Mostre que = sendo f ( x, y ) = x ln y + e xy .
xf x′ − yf y′ ln y − 1
⎧ x −1
⎪ ⇐ y ≠ −3
5.16. Seja f ( x, y ) = ⎨ y + 3 .
⎪ 8 ⇐ y = −3
⎩
a) Indique o domínio de f.
b) Estude a continuidade de f no ponto (1, −3) .
∂f ∂f ∂f ∂f
c) Calcule (2, 0) , (2, 0) , (2, −3) e (2, −3) .
∂x ∂y ∂x ∂y
Sejam U um aberto de IR n , f : U → IR , X 0 ∈ U e V ∈ IR n .
Se existir o limite
f ( X 0 + hV ) − f ( X 0 )
lim ,
h →0 hV
por f V′ ( X 0 ) .
Nota: a divisão por V traduz a independência face à norma do vector. Assim, o valor da
Exemplos
⎧ x3
⎪ se ( x, y ) ≠ (0,0)
a) Seja f ( x, y ) = ⎨ x 2 + y 2
⎪ 0 se ( x, y ) = (0,0)
⎩
h3
∂f f ((0,0) + h(1,0) ) − f (0,0) f (h,0) 2
(0,0) = f (′1,0) (0,0) = lim = lim = lim h = 1
∂x h →0 h h →0 h h →0 h
⎧ x2 y
⎪ se ( x, y ) ≠ (0,0)
b) Seja f ( x, y ) = ⎨ x 2 + y 2 . A derivada direccional de f no ponto (0,0)
⎪ 0 se ( x, y ) = (0,0)
⎩
segundo o vector v = (α , β ) é dada por
f (hα , hβ ) α 2β
f v′(0,0) = lim = .
h →0
h α2 +β2 (α 2
+β2 ) α2 +β2
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 65
Na realidade, um cálculo directo a partir da definição mostra que função f possui derivadas
direccionais em todos os pontos de IR 2 , segundo qualquer vector v = (α , β ) .
Exercício:
5.17. Calcule f v′ ( X 0 ) para f ( x, y ) = xy + 2 x 2 , X 0 = (1,1) , v = (2,3) .
(
z = x2 + y2 ) (e
3 x+ y
)3
+ 1 + x2 + y 2 + 1.
Exercícios:
∂z ∂z
5.18. Seja z = ln(u 2 + v) , onde u = e x + y e v = x 2 + y . Calcular
2
e .
∂x ∂y
du
5.19. Seja u = x 2 + e x + y , onde x = t 2 e y = e t . Calcular .
dt
∂f ∂f x+ y
5.20. Calcule as derivadas e da função f (u , v) = ln(u + v) com u = e x e v = .
∂x ∂y xy
⎛ ∂z ⎞ ⎛ ∂z ⎞
5.21. Dada a função z = u 2 + v 2 com u = ln( xy ) e v = x y , calcule ⎜ ⎟ e ⎜⎜ ⎟⎟ .
⎝ ∂x ⎠ (1,1) ⎝ ∂y ⎠ (1,1)
( ) ⎛ dz ⎞
5.22. Dada a função z = xy com x = ln t 2 + 1 e y = t , calcule ⎜ ⎟ .
⎝ dt ⎠t = 2
t
∂w ∂w
5.23. Sendo w = e v , t = r 2 − s 2 , v = r 3 + s 3 calcule e .
∂r ∂s
dw
5.24. Calcule nos seguintes casos:
dt
a) w = 10 x 2 − 6 xy − 12 y 2 com x = 2t , y = 3t ;
b) w = x 2 + yz com x = 3t 2 + 1, y = 2t − 4, z = t 3 .
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5.9 Noção de derivada e de diferencial
f ( x) − f ( x 0 )
f ′( x 0 ) = lim ,
x → x0 x − x0
f ( x) − f ( x 0 ) − f ′( x 0 )( x − x 0 )
ou seja, lim = 0.
x → x0 x − x0
Definindo a aplicação linear
Df x0 : IR → IR
,
x f ′( x 0 ) x
temos ainda que
f ( x) − f ( x 0 ) − Df x0 ( x − x 0 )
lim = 0 . (1)
x → x0 x − x0
Definição
Sejam U um aberto de IR n , f : U → IR e X 0 ∈ U . Diz-se que f é derivável em X 0 ∈ U se e
Prova-se que existe quando muito uma aplicação linear A nas condições indicadas. Ela é notada
por Df X 0 e a sua matriz relativamente às bases canónicas de IR n e IR , diz-se matriz jacobiana
de f em X 0 e representa-se por Jf X 0 .
o vector V ∈ IR n , existe f V′ ( X 0 ) e
1
f V′ ( X 0 ) = Df X 0 (V ) .
V
∂f
Df X 0 (e1 ) = f e′1 ( X 0 ) = (X 0 )
∂x1
∂f
Df X 0 (e 2 ) = f e′2 ( X 0 ) = (X 0 )
∂x 2
∂f
Df X 0 (e n ) = f e′n ( X 0 ) = (X 0 )
∂x n
⎡ x1 ⎤ ⎡ ∂f ∂f ⎤ ⎡ x1 ⎤ ∂f ∂f
⎢ ⎥ ⎢ (X 0 ) ( X 0 )⎥ ⎢ ⎥ = x1 (X 0 ) + + xn (X 0 )
⎢ ⎥ ⎣ ∂x1 ∂x n ⎦⎢ ⎥ ∂x1 ∂x n
⎢⎣ x n ⎥⎦ ⎢⎣ x n ⎥⎦
⎡ ∂f ∂f ⎤
Jf X 0 = ⎢ (X0) ( X 0 )⎥ .
⎣ ∂x1 ∂xn ⎦
Teorema
Sejam U um aberto de IR n , f : U → IR de classe C 1 . Então, f é derivável em todos os
pontos de U .
Exemplo
Seja f ( x, y ) = xy + 2 x 2 . A função admite derivada em todos os pontos de IR 2 , dado que é uma
Definição
Sejam U um aberto de IR n , f : U → IR derivável. Chama-se diferencial de f em X 0 , e
representa-se por df ( X 0 ) , a
∂f ∂f
df ( X 0 ) = ( X 0 )dx1 + + ( X 0 )dx n .
∂x1 ∂x n
∂f ∂f
df (a, b) = (a, b)dx + (a, b)dy
∂x ∂y
( Δx = x − a = dx e Δy = y − b = dy ).
Exemplo
Calcule o diferencial dz para z = xy + 2x 2 e use diferenciais para calcular um valor aproximado
da função no ponto (1.01,0.9) . Tomemos (a, b) = (1,1) , Δx = dx = 0.01 e Δy = dy = −0.1 . Como
dz = (b + 4a)dx + ady .
Obtemos dz = −0.05 .
Então, f (1.01,0.9) = f (1,1) + Δz ≈ f (1,1) + dz , isto é, f (1.01,0.9) ≈ 2.95 .
Exercício:
5.25. Usando o diferencial de f ( x, y ) = x y , estime o valor de (1.02)3.01 .
⎛ ∂f ∂f ⎞
O vector de IR n ⎜⎜ ( X 0 ), … , ( X 0 ) ⎟⎟ chama-se gradiente de f em X 0 e representa-se por
⎝ ∂x1 ∂x n ⎠
∇f ( X 0 ) . De acordo com o que foi estudado sobre a derivada de f , o gradiente satisfaz a
igualdade
∂f ∂f
Df X 0 (Y ) = ∇f ( X 0 ) | Y = y1 (X 0 ) + + yn ( X 0 ) , ∀Y = ( y1 , … , y n ) ∈ IR n ,
∂x1 ∂x n
e por conseguinte,
1
fV′ ( X 0 ) = ( ∇f ( X 0 ) | Y ) .
V
Exemplo
Seja f ( x, y, z ) = x 2 yz − cos( zx) . A função f é um campo escalar de domínio IR 3 e de classe
C 1 , uma vez que as suas derivadas parciais definem funções contínuas em IR 3 . De facto,
∂f
( x, y, z ) = 2 xyz + z sin( zx) ;
∂x
∂f
( x, y , z ) = x 2 z ;
∂y
∂f
( x, y, z ) = x 2 y + x sin( zx) .
∂z
Deste modo, temos
∇f ( x, y, z ) = (2 xyz + z sin( zx), x 2 z , x 2 y + x sin( zx) ) .
Em particular, ∇f (1,−1, π ) = (− 2π , π , − 1) . E portanto,
Exercícios:
5.26. Considere um campo escalar f que satisfaça as seguintes condições:
Teorema
Seja U um aberto de IR n , f : U → IR de classe C 1 .
Se ∇f ( X 0 ) ≠ (0,...,0) , então ∇f ( X 0 ) tem direcção e sentido do máximo crescimento de
f V′ ( X 0 ) = Df X 0 (V ) = 0 se V ⊥ ∇f ( X 0 ) .
Exercícios:
5.28. Considere a função
⎧⎪ x ln ( x 2 + y 2 ) se ( x, y ) ≠ (0, 0)
f ( x, y ) = ⎨ .
⎪⎩ 0 se ( x , y ) = (0, 0)
QUADRO RESUMO
Dados: U um aberto de IR n , f : U → IR de classe C 1 , X 0 ∈ U e V ∈ IR n .
Derivada
direccional de
f ( X 0 + hV ) − f ( X 0 )
f no ponto X 0 fV′ ( X 0 ) = lim
h →0 hV
na direcção do Igualdades que relacionam os
vector V conceitos:
Aplicação linear Df X 0 : IR n → IR .
⎡ ∂f ∂f ⎤
Jf X 0 = ⎢ (X0) ( X 0 )⎥
∂
⎣ 1x ∂xn ⎦
df ( X 0 ) = ∇f ( X 0 ) | ( dx1 ,… , dxn )
Diferencial de ∂f ∂f
df ( X 0 ) = ( X 0 )dx1 + + ( X 0 )dx n .
f em X 0 ∂x1 ∂x n
Gradiente de f ⎛ ∂f ∂f ⎞
∇f ( X 0 ) = ⎜ ( X 0 ),… , (X0)⎟
em X 0 ⎝ ∂x1 ∂xn ⎠
Por outras palavras, se f tem um extremo local em a ∈ U , então todas as derivadas parciais de
1ª ordem de f anulam-se em a .
Definição
C
1
Observação: Uma função poderá ter extremos relativos em pontos onde as derivadas parciais
não existem. Contudo, tal situação não será aqui abordada.
Exemplos:
a) A seguinte função está nas condições do teorema.
f : IR 2 → IR
( x, y ) → x 2 + y 2
O único ponto crítico de f é (0,0) onde há claramente um mínimo local de f .
f : IR 2 → IR
( x, y ) → − x 2 − y 2
O único ponto crítico de f é (0,0) onde, neste caso, há um máximo local de f .
f : IR 2 → IR
( x, y ) → − x 2 + y 2
O único ponto crítico de f é (0,0) sendo agora um ponto sela. De facto, qualquer bola centrada
em (0,0) contém pontos da forma ( x,0) com x ≠ 0 , onde f ( x,0) < 0 = f (0,0) e contém pontos da
Definição
Seja f : U ⊆ IR n → IR . À matriz das segundas derivadas parciais dada por
⎡ ∂2 f ∂2 f ∂2 f ⎤
⎢ ∂x 2 ∂x2 ∂x1 ∂xn ∂x1 ⎥⎥
⎢ 1
⎢ ∂2 f ∂2 f ∂2 f ⎥
⎢ ⎥
H ( x, y ) = ⎢ ∂x1∂x2 ∂x2 2 ∂xn ∂x2 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ∂2 f ∂2 f ∂2 f ⎥
⎢ ∂x ∂x ∂x2 ∂xn ∂xn 2 ⎥⎥⎦
⎢⎣ 1 n
chama-se matriz hessiana de f .
Teorema
Então:
1) se todos os menores forem positivos, então f (a) é um mínimo local;
2) se os menores de ordem ímpar forem negativos e os menores de ordem par forem
positivos, isto é,
(− 1)k d k > 0, ∀k = 1, … , n
Este método aplicado a funções de duas variáveis inicia-se pelo cálculo de d 2 , prosseguindo do
seguinte modo:
⎧
⎪< 0 ⇒ ponto sela
⎪
d 2 ⎨ = 0 ⇒ nada se conclui
⎪ ⎧d 1 < 0 ⇒ máximo
⎪> 0⎨ d > 0 ⇒ mínimo
⎩ ⎩ 1
Exercícios:
5.29. Determinar os extremos da função f ( x, y ) = x 3 − xy 2 − x 2 + y 2 .
5.31. Seja f ( x, y ) = x 2 − 4 xy + y 3 + 4 y .
a) Calcule os seus pontos críticos;
b) Determine os extremos da função.
5.32.1 f ( x, y ) = x 2 + ( y − 1)2 ;
5.32.2 f ( x, y ) = x 4 + y 4 − 2 x 2 + 4 xy − 2 y 2 ;
5.32.3 f ( x, y ) = x 3 − y 3 − 3 xy ;
5.32.4 f ( x, y, z ) = x 2 + y 2 + z 2 − xy + x − 2 z
5.12 Extremos condicionados
Para enviar um pacote, com forma de uma caixa rectangular, pelo correio, através do serviço de
pacotes postais, a soma do comprimento e do perímetro de uma secção transversal não deve
exceder 250 cm. Que dimensões tem o pacote com o maior volume e que esteja nas condições de
envio postal?
Indicando as dimensões do pacote através das letras x, y e z (cm), a questão remete-nos para a
procura de um máximo da função volume f ( x, y, z ) = xyz . Contudo esta procura terá de se cingir
a ternos (x, y, z ) que definam pacotes nas condições impostas, ou seja, ternos que satisfaçam a
condição x + 2 y + 2 z = 250 . (A condição imposta é na realidade x + 2 y + 2 z ≤ 250 , contudo
tendo presente o significado da função f e tendo em vista encontrar um máximo, pode-se
restringir à condição x + 2 y + 2 z = 250 .)
A questão levantada é um exemplo de problema de extremos condicionados, nos quais se
pretende determinar os extremos de uma função f ( X ) quando X está sujeito à restrição de
pertencer a um dado subconjunto do domínio de f .
Teorema
Seja f : U → IR uma função definida num aberto de IR n e de classe C 1 .
Seja B = {X ∈ U : g 1 ( X ) = 0 ∧ … ∧ g k ( X ) = 0} (k < n) onde g 1 , … , g k : U → IR são funções
⎡ ∂g 1 ∂g 1
⎢ ∂x (a ) (a )⎤⎥
∂x n
⎢ 1 ⎥
⎢ ⎥ é igual a k ,
⎢ ∂g k ∂g k
⎢ ∂x (a ) (a )⎥⎥
⎣ 1 ∂x n ⎦
∂f ∂g ∂g k
(a) = λ1 1 (a) + + λk (a ), ∀i = 1,…, n .
∂xi ∂xi ∂xi
Por outras palavras, dentro das hipóteses do teorema, os extremos da função f : U → IR sujeita
às k restrições g1 ( X ) = 0, … , g k ( X ) = 0 encontram-se entre as soluções do seguinte sistema
⎪ ∂g k
⎪ ∂f = λ1 ∂g 1 + + λ k
⎩⎪ ∂x n ∂x n ∂x n
Notemos que o teorema apenas fornece condições necessárias para a existência de extremo
condicionado.
De facto, nada se afirma sobre a existência de extremos condicionais ou como decidir se um
dado ponto encontrado por este processo é ou não extremo condicionado. Em cada caso, outros
argumentos, nomeadamente argumentos geométricos, terão de ser usados para decidir sobre
estas questões.
Não obstante, o teorema que se segue revela-se um poderoso instrumento neste contexto.
Teorema de Weierstrass
Toda a função f : U ⊆ IR n → IR , contínua num conjunto limitado e fechado (compacto) do
domínio possui máximo e mínimo absoluto nesse conjunto.
Exercícios:
5.33. Determine os valores extremos de f ( x, y ) = x 2 − y 2 ao longo da circunferência de raio 1 e
centrada na origem.
1 1
5.34. Sejam z = 3x 3 y 3 e C = x 2 + 2 y + 8 respectivamente as funções Produção e Custo para
uma empresa que quer calcular o seu custo mínimo para uma produção de 12 unidades.
5.35. Seja z = 4 xy uma função produção e seja C = x 2 + y 2 + 100 a função custo associada. Se a
restrição orçamentária é tal que C ≤ 200 , qual a máxima produção que se pode ter?
5.39. Pretende-se construir um depósito rectangular sem tampa com volume V = 12 m 3 . O custo
por m 2 do material a ser usado é de 400$00, para o fundo, 300$00 para dois dos lados opostos e
200$00 para os dois lados opostos restantes. Determine as dimensões do depósito que
minimizem o custo.
SOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS NESTE CAPÍTULO
{
5.2.1) D f = ( x, y ) ∈ IR 2 : −4 ≤ x ≤ 4 ∧ xy < 0 }
5.2.2) D f = {( x, y ) ∈ IR 2
: x 2 + y 2 ≥ 25 ∧ x + y > 0 ∧ x + y ≠ 1 }
⎧ x ⎫
5.2.3) D f = ⎨( x, y ) ∈ IR 2 : > 0 ∧ x ≠ y⎬
⎩ x− y ⎭
⎧ ⎛ x⎞ ⎫
5.2.4) D f = ⎨( x, y ) ∈ IR 2 : y ≤ x 2 + 4 ∧ y > ln⎜ ⎟ ∧ x > 0⎬
⎩ ⎝2⎠ ⎭
{
5.2.5) D f = ( x, y ) ∈ IR 2 : x > y ∧ −2 ≤ x ≤ 2 }
5.3.a) f ( −2, 4 ) = 36 ; f ( 3, 0 ) = 45 ; f ( 5, −7 ) = 174 .
5.3.c) f ( x, 2 x 2 ) = x 2 ( 5 + 4 x 2 ) e f ( x,3 x + 1) = 14 x 2 + 6 x + 1 .
∂f ∂f
5.9. a) = e y + y cos x ; = xe y + senx ;
∂x ∂y
5.9.b)
∂f
= 2
2 xy
;
∂x x + y 2 ∂y
∂f
= ln x 2
+ y 2
+
2y2
; ( )
x2 + y2
5.9.c)
∂f
=
y + 2 xz
−
xy + x 2 z ∂f
; =
x
−
xy + x 2 z z 2 ∂f
; =
x2
−
(
2 yz xy + x 2 z
;
) ( )
∂x x + yz 2 x + yz 2 2
(∂y x + yz 2
)
x + yz 2 2 ∂z x + yz 2
x + yz 2 2
( ) ( )
5.9.d)
∂f
∂x
(
= 2 xz x 2 + y 2
z −1 ∂f
;
∂y
)
= 2 yz x 2 + y 2
z −1 ∂f
;
∂z
(
= ln x 2 + y 2 . x 2 + y 2
z
) ( )( )
∂f y ∂f x 1
5.9.e) = y− ; = +3 .
∂x 3 x 4 ∂y 2 y
3 x
∂2 f ∂2 f ∂2 f ∂2 f
5.10) = 2 y ; = 2 x = e = 6y .
∂x 2 ∂y∂x ∂x∂y ∂y 2
∂3 f ∂3 f
5.11) = = 2 ye x + 6 y 2 .
∂x 2 ∂y ∂y∂x 2
5.12. a)
∂2 f
= 2y e 2 x2
(1 + 2 x ) 2
+
6
;
∂2 f
=
∂2 f
∂x∂y ∂y∂x
12
= 4 xye + 3 4 ;
x2 ∂2 f 2
= 2e x +
12
;
∂x 2 3 4
y x x y ∂y 2
x2 y5
∂2 f ∂2 f ∂2 f ∂2 f
5.12.b) = − ysenx ; = xe y ; = = e y + cos x ;
∂x 2 ∂y 2 ∂x∂y ∂y∂x
5.12.c)
∂2 f
(
= 2z x 2 + y 2 ) z −1
(
+ 4 x 2 z ( z − 1) x 2 + y 2 ) z −2
;
∂x 2
∂2 f
(
= 2z x + y2
)
2 z −1
+ 4 y z ( z − 1) x + y
2
( 2
)
2 z −2
;
∂2 f
((
= ln x 2 + y 2 )) (x
2 2
+ y2 ;)
z
∂y 2 ∂z 2
∂2 f ∂2 f
=
∂y∂x ∂x∂y
= 4 xyz ( z − 1) x 2 + y 2 ( )z −2
;
∂2 f ∂2 f
=
∂z∂x ∂x∂z
= 2x x 2 + y 2 ( ) (1 + z ln(x
z −1 2
+ y2 ; ))
∂2 f ∂2 f
=
∂z∂y ∂y∂z
= 2y x2 + y2 ( ) (1 + z ln(x
z −1 2
+ y2 ))
5.16. a) D f = IR 2 ; b) A função não é contínua no ponto indicado.
13
′ (1,1) =
5.17) f (2,3) = 13 .
13
5.18)
∂z
= 2
∂x u + v
1
(
2ue x + y + 2 x ;
2
) ∂z
= 2
1
∂y u + v
(
4uye x + y + 1 .
2
)
= ( 2 x + e x + y ) 2t + e x + y et .
du
5.19)
dt
∂f 1 ⎛ x 1 ⎞ ∂f 1 ⎛ 1 ⎞
5.20) = ⎜e − 2 ⎟ ; =− 2 ⎜ ⎟.
∂x u + v ⎝ x ⎠ ∂y y ⎝u + v⎠
⎛ ∂z ⎞ ⎛ ∂z ⎞
5.21) ⎜ ⎟ = 2 e ⎜⎜ ⎟⎟ =0.
⎝ ∂x ⎠ (1,1) ⎝ ∂y ⎠ (1,1)
⎛ dz ⎞ ⎛ 2t x ⎞ 4 ln(5)
5.22) ⎜ ⎟ = ⎜ y 2 + ⎟ = 2 + .
⎝ dt ⎠t = 2 ⎝ t + 1 2 t ⎠t = 2 5 2 2
∂w 1 v ⎛ ⎞ ∂w 1 v ⎛ ⎞
t t
3tr 2 3ts 2
5.23) = e ⎜⎜ 2r − ⎟ e
⎟ ∂s v ⎜= e ⎜ − 2s − ⎟
⎟
∂r v ⎝ v ⎠ ⎝ v ⎠
dw dw
5.24.a) = 22 x − 84 y ; b) = 12 xt + 2 z + 3 yt 2 .
dt dt
5.25) (1.02 )
3.01
1.06 .
5.27.a) f é de classe C1 em IR 3 , logo é derivável em IR 3 ; ∇f ( x, y, z ) = ( ye xy , xe xy , −2 cos( z ) ) .
( e + 4 ) ; 5.27.c) ∇( f g )(1, 2) = ( 8, −e −1 − 2 ) .
1 −1
′ (1, −1, π ) =
5.27.b) f (0,1,2)
5
⎧ 2 x2
∂f ⎪ln ( x + y ) + 2 se ( x, y ) ≠ (0, 0)
2 2
5.28.a) ( x, y ) = ⎨ x + y2 ;
∂x ⎪
⎩ inexistente se ( x, y ) = (0, 0)
⎧ 2 xy
∂f ⎪ se ( x, y ) ≠ (0, 0)
( x, y ) = ⎨ x 2 + y 2 ;
∂y ⎪ 0
⎩ se ( x, y ) = (0, 0)
5.28.b) ∇f (1, 0) = ( 2, 0 ) ; 5.28.c) ( 2, 0 ) ; 5.28.d) f (0,
′ −1) (1, 0) = 0 .
⎛2 ⎞
5.29) f ⎜ , 0 ⎟ é mínimo local; (0,0), (1,1) e (1,-1) são pontos sela.
⎝3 ⎠
5.30) f (4, 2) é mínimo local.
⎛4 2⎞ ⎛4 2⎞
5.31. a) pontos críticos: (4,2 ) e ⎜ , ⎟ ; b) f é mínimo em (4,2) e ⎜ , ⎟ é ponto sela.
⎝3 3⎠ ⎝3 3⎠
5.32.1) f é mínimo em (0,1) ;
5.32.2) f é mínimo em ( 2, − 2 ) e (− 2, 2 ; ) ( 0, 0 ) é ponto sela.
Apontamentos Teórico-Práticos de Análise Matemática-IPVC-ESTG Teresa Mesquita 2011 83
5.32.3) f é máximo em (− 1,1) e (0,0 ) é ponto sela;
⎛ 2 1 ⎞
5.32.4) f é mínimo em ⎜ − ,− ,1⎟ .
⎝ 3 3 ⎠
5.33) f (0,1) = f (0, −1) = −1 é mínimo local e f (1, 0) = f (−1, 0) = 1 é máximo local.
[AJ] Azenha, A.; Jerónimo, M. A.; Elementos de Cálculo Diferencial e Integral em IR e IR n , Ed.
McGraw-Hill, 1995.
[ELL] Lima, L. E.; Curso de Análise, Vol.1, Projecto Euclides, Nona Edição, 1999.
[PISK] Piskounov, N. ; Cálculo Diferencial e Integral, Vol. I e Vol. II, Ed. Lopes da Silva, 18ª
edição.
[HR] Harshbarger,R. J.; Reynolds, J. J.; Matemática Aplicada, 7ª edição, Ed. McGraw-Hill,
2006.
[LHE] Larson, R.; Hostetler, R.; Edwards, B.; Cálculo, Vol. I e Vol.II, 1ª edição, Ed. McGraw-
Hill, 2006.