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Aula dia 01/12/2022

Metodologia

Mas weber

A objetividade do conhecimento nas ciências sociais

- WEBER, Max. A “objetividadae” do conhecimento nas ciências sociais. In: COHN, Gabriel
(orb.) Max Weber: sociologia. 7. Ed. São Paulo: Ática, 1986.

Um dos clássicos das ciências sociais. Este curso é voltado para ciências humanas em geral,
incluindo questões ambientais.

Nascido em 1864, falesceu em 1920. Ele é um clássico numa perspectiva ocidental. Um autor
europeu, um dos pais das ciências sociais. Fala muito em leis, burocracia, etc. Para
metodologia ele fala sobre uma questão fundamental que é discutir duas questões:
Objetividade e Neutralidade. Nas ciências sociais quando vamos fazer pesquisa estes dois
aspectos são fundamentais. No texto WEBER põe objetividade entre aspas. Por quê? Por que
não existe objetividade, por que a “Objetividade” depende do Observador. Desta forma acaba
tendo alguma tedência a partir do observador. Logo o objeto tem a ver com o observador. No
geral as pessoas buscam uma pesquisa baseado em uma escolha e essa escolha ela é subjetiva.
WEBER então afirma que a própria escolha do objeto de pesquisa é subjetiva. A Grande
questão é justamente essa. A primeira questão é reconhecer isso. Por isso enquanto
pesquisadores precisamos estar sempre vigilantes para evitar “tendenciar”. A primeira questão
é que a OBJETIVIDADE é uma busca constante, embora seja uma utopia. A Antropologia fala
que “transformar o ato do que é estranho familiar e o que é familiar tornar estranho”, isso
quer dizer que devemos questionar. Por isso é importante trazer uma explicação sobre o que
se está tentando dissertar. A questões de socialização traz justamente a naturalização de
questões que em outras situações são vistas por um outro prisma. O Filme Bebês traz uma
perspectiva de tipos de socialização.

Desta forma WEBER traz justamente essa questão de que a “objetividade é uma utopia”. O
Objeto das ciências humanas tem variáveis que estão atrelados ao sujeito, desta forma o
resultado pode acabar tendo variáveis.

WEBER critica os MARXISTAS que quando os estudos fogem da questão ligada as classes eles
botam em algo ligado ao acaso.

OBJETIVIDADE – é a qualidade daquilo que é objetivo, resultado da observação imparcial,


independente das preferências individuais. E na pesquisa como funciona? Weber coloca a
palavra “objetividade” no título do seu trabalho entre aspas justamente por não ser de fato
objetivo.

WEBER problematiza a idéia da objetividade. São fenômenos ‘”recheados de valor”. O estudo


é um recorte a partir do que temos como valor. Nós somos subjetivos então a imparcialidade é
uma falácia. Ele valoriza a necessidade de criação de um saber intersubjetivo, descritivo e
compreensivo. Por que determinada pessoa afirma um fato como x e outra afirma o mesmo
fato como y? WEBER então afirma ser necessário ter uma forma de observar para construir
esse entendimento, de maneira a entender como o observador e o observado pensam.
Para WEBER então toda a pesquisa tem um ponto de partida Subjetivo. “Ele afirma que este
dado não destrói a objetividade. O valor da ciência Social está na capacidade de controlar a
pesquisa com métodos sistemáticos e padronizados de trabalho. Para WEBER o ponto de
partida da investigação até pode ser subjetivo. Seu ponto de chegada deve ser rigorosamente
objetivo. Um conhecimento a ser produzido deve ser validado por operações lógicas e por
dados empíricos.”

Ou seja no trabalho cientifico devemos deixar muito claro como foi a pesquisa, a entrevista, a
amostra, e demonstrar um controle sobre esse estudo e que o trabalho de pesquisa foi muito
bem “vigiado”. Por isso essas ferramentas de “vigilância” devem ser bem definidos.
Metodologia então é refletir sobre pesquisa. Quais as limitações? Por que se optou por
aquilo? WEBER afirma então que é necessário garantir que o estudo em si teve ferramentas
lógicas, comprovando ao máximo a “idoneidade” do pesquisador.

WEBER usa o exemplo de problemas socioeconômicos. – O caráter de fenômeno


socioeconômico não é algo que lhe seja objetivamente inerente. – Está condicionado a
orientação de nosso interesse. – Essa orientação define-se conforme o significado cultural que
atribuímos ao evento em questão, em cada caso particular.

Desta forma uma relação social pode ser muitas vezes revelar questões econômicas.

Ao mesmo tempo Weber mostra como variados fenômenos são influenciados pela economia.

- À Pressão de interesses materiais entende-se (muitas vezes de modo inconsciente) por todos
os domínios da cultura.

- Isso ocorre mesmo nos mais delicados matizes do sentimento estético e religioso.

- Tanto os acontecimentos da vida cotidiana como os fenômenos “históricos” de alta política,


tanto os fenômenos coletivos ou de massas como ações individuais dos estadistas ou as
realizações literárias e artísticas sobre e sua influência: são economicamente condicionados.

WEBER afirma que a economia influenciará: na configuração das opções do sujeito. Por tanto
quando estamos fazendo um estudo das ciências sociais precisamos compreender o que é o
significado que as pessoas dão para aquelas coisas. É necessário sempre estar vigilante. Weber
então fará uma crítica a explicações puramente econômicas.

Neste sentido MARX trabalha dois conceitos básicos Estrutura (Condição material) e
Superestrutura (ideias). Burguês e proletariado. Mas WEBER afirma que nenhum domínio dos
fenômenos culturais pode ser reduzido unicamente a causa econômicas.

Para MARX primeiro era necessário resolver a questão da estrutura. Mas para WEBER não é só
isso, ele justamente critica essa forma de pensar, por que a realidade é mais complexa do
que esta dicotomia econômica.

Por isso WEBER reforça a necessidade de se fazer essa superação metodológica pois nem tudo
é dicotômico.

PARA WEBER ENTÃO NÃO EXISTE QUALQUER ANALISE CIENTIFICA PURAMENTE “OBJETIVA”
DA VIDA CULTURAL OU DOS FENÔMENOS SOCIAIS.

NÃO EXISTE ANALISE QUE SEJA INDEPENDENTE DE DETERMINADAS PERSPECTIVAS ESPACIAIS


E PARCIAIS.
A CIENCIA SOCIAL QUE NÓS PRETENDEMOS PRATICAR É UMA CIENCIA DA REALIDADE.

A pesquisa inicia a partir de uma expectativa. Temos uma expectativa da regularidade. Então
no estudo acadêmico cientifico a hipótese pode se confirmar ou não (e esta tudo certo), é um
resultado.

Para o pensamento WEBERIANO a palavra de ordem é COMPREENDER, por que justamente é


essa compreensão a realidade da vida que nos rodeia.

Para WEBER Apenas um fragmento limitado dessa realidade poderá constituir de cada vez o
objeto de compreensão científica.

Por isso é necessário a revisão teórica e revisão bibliográfica no trabalho acadêmico. A


Revisão Teórica é de autores de mais substancias e a bibliográfica é de estudos já realizados.

Para WEBER o ponto de partida do interesse pelas ciências sociais: Configuração real e,
portanto, individual da vida sociocultural que no rodeia.

No campo das ciências sociais o que nos interessa é o aspecto qualitativo dos fatos. Nas
ciências sociais a compreensão é diferente do conhecimento exato da natureza.

Nas ciências sociais não estabelecemos leis gerais. Nem mesmo o comércio financeiro é regido
por leis gerais.

Mas como então o pesquisador pode se “isentar”. A partir de estratégias. Para isso precisa a
metodologia.

Na perspectiva WEBERIANA mesmo que as informações sejam “parciais” não podemos abrir
mão de regras para estudar. Para weber não quer dizer que consigamos criar uma lei. Então
precisaremos compreender os fatores influenciaram, não é necessário criar leis para esses
fatores, por que o que pode ser de uma forma numa realidade não se repete em outra.

Por isso é importante entender que o que interessa pesquisar não poderá ser deduzido de um
estudo isento de pressupostos.

ENTENDER COMO ALGO GANHA SIGNIFICADO DIFERE DE SUBLINHAR E ORDENAR ELEMENTOS


DO REAL

EXEMPLO : a analise da essência geral geral da troca da técnica do trafico comercial constitui
em uma tarefa preliminar. MAS isso não explica como a troca tornou-se tão importante.

Para WEBER podemos até tentar compreender livre de pressupostos e o que devemos fazer é
justamente buscar a “idoneidade”

Somos sujeitos e cultura e a cultura interfere. Para Weber todo o conhecimento é um ponto
de vista. Só estudamos aquilo que tem algum significado para nós. Desta forma existem
pontos de vista a partir do lugar téorico que ocupamos, por isso devemos deixar claros os
autores que nos levaram para a formatação metodológica do trabalho. A realidade é complexa
e o leitor precisa saber de onde partiu> ESSA É A BUSCA DA OBJETIVIDADE do estudo.

A Ciência é atravessada pela politica, pela religião, pela questão econômica.


WEBER então afirma que 1 - teorias abstratas não passam de construções de conceitos,
segundo significações culturais e são caminho de construção de hipóteses. 2- Coloca a
proposta de tipo ideal para a investigação de fenômenos culturais. ( para traçar o “tipo ideal” -
quando formos fazer a avaliação então se traça o tipo ideal do que se “imagina” do tipo ideal
com todas a pré-noções e confronte na realidade). O tipo ideal é um modelo abstrato – ali se
inclui todas as características que o pesquisador “imagina” e depois contrapõe, por isso é
necessário avaliar comparando com a realidade.

O Tipo ideal – avalia-se relações, cria um conceito básico e coloca na prática.

WEBER define os 3 tipos puros de Dominação

Tradicional – vem da tradição tipo monarquia, etc.

Carismática- confiança, devoção,

Racional-Legal – burocrática pelas regras, poder.

WEBER cria o “Modelo Burocrático”

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Schnapper – Elaborar um tipo ideal

Como Dominique Schanpper é uma pesquisadora da sociologia histórica voltado a estudo de


minorias, do desemprego e do trabalho e, sobretudp desde o inicio dos anos 1990, da não e da
cidadania...

Ela iniciou sua carreira em 1957 em história e ciências políticas e posteriormente dois
doutorados. Ela estudo os mecanismos da sociedade. Ela baseou-se me três autores – WEBER,
POL e ...

Segundo ela na visão de MAX WEBER a criação do tipo ideal não quer dizer o ideal sentido
“melhor” mas é o ideal para traçar uma tendência que representam. Ela conseguiu
complementar o estudo do WEBER, SISTEMATIZAÇÃO METODOLÓGICA (SEGUNDO MERTON
1910-2003) , INDIVIDUALIDADES HISTÓRICAS (SEGUNDO RAIMUNDO ARON – ANOS 60).
EXPERIENCIAS DE VIDA (dispersão de povos).

Ela conclui que o tipo ideal é um conhecimento dos processos de integração social em suas
relações e correlações. É fundamental nas pesquisas empíricas, não tratando-se apenas de
categorização. Tem com fundamento o entendimento das ações dos atores contemplando a
singularidade atual, embasada nos fatos históricos (SCHNAPPER)

SCHNAPPER é um texto bem apropriado para traçar o perfil ideal.

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