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Resumo: Nesta pesquisa realizamos uma investigação histórica acerca da vida e obra de Max
Weber, perpassando por pontos importantes deste autor, como a relação entre religião e
capitalismo, porém nos concentrando no conceito de tipo ideal o qual representa uma forma de
lidarmos com a complexidade das relações sociais. Com o objetivo de analisarmos como o tipo
ideal seja na sociologia como no campo político está relacionada ao mundo masculino. Para isso
analisamos a participação respectivamente, sociológica e política Martineau (2020) “ Como
observar moral e costumes: requisitos filosóficos” Muraro (2020), “Os seis meses em que
fui homem “. Realizado a partir de uma revisão bibliográfico.
Introdução
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A concentração nos tipos ideais ocorreu, pois tivemos por objetivo analisar a
relação entre tipo ideal, o pesquisador em sociologia ideal, e o representante da vida
política ideal, apontando que tanto na sociologia como na vida política o homem sempre
aparece como figura ideal. Nesse sentido, buscamos compreender como essa construção
ocorreu na história, considerando que as mulheres tiveram menores possibilidades de se
desenvolver no mundo público, pois eram encarregadas das atividades domésticas,
tiveram menos acesso à educação (DAFLON, 2021).
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Nesse sentido podemos afirmar que o campo de investigação de Weber se
concentra nos temas: ação social, sentido, compreensão, agente individual, tipo ideal,
relação social, legitimação e dominação. E para isso é apontado um método, um modo
de ser do pesquisador, de outro modo, a indicação que é necessário para realizar a
pesquisa uma postura ativa, não se tornando apenas um registrador de dados, ou uma
ferramenta para introduzir diferentes visões de mundo nos resultados da pesquisa. E
ainda assim conseguir se manter objetivo “abster-se de qualquer juízo de valor na sua
análise, precisamente porque enquanto cientista não lhe cabe reivindicar um caráter
imperativo para as suas conclusões” (COHN, 2003, p.20).
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Nesse sentido Martineua (2020, p.263) aponta que “o observador que parte com
uma crença mais filosófica, não apenas escapa da aflição de enxergar pecado onde quer
que haja diferença, como também evita o sofrimento gerado pelo desprezo e alienação
de sua espécie, estando, pelo contrário, preparado para o que testemunha”. Assim sendo
percebemos que este observador apresenta os componentes necessários para analisar e
compreender outras culturas e visões de mundo.
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é a avareza, e todas as suas ações estão orientadas para a possibilidade de guardar cada
vez mais dinheiro” (QUINTANEIRO, BARBOSA, OLIVEIRA, 2002, p.105).
O tipo ideal se coloca como uma possibilidade para investigar as ações humanas,
assim “como não é possível a explicação de uma realidade social particular, única, por
meio da análise exaustiva das relações causais que a constituem, uma vez que são
infinitas, escolhem-se algumas delas por meio da avaliação das influências ou efeitos
que delas se costuma esperar” (MORAES, MAESTRO FILHO, DIAS, 2003, p.64).
No que se refere aos tipos ideais weberianos podemos observar a presença destes
em vários campos de conhecimento, como na sociologia e na política. Na sociologia
tivemos tipos ideais baseados na forma objetiva de conhecer o mundo, ou seja, um
pesquisador ideal, aquele que consegue vencer a pessoalidade para compreender o
mundo objetivamente. Contudo, observamos ainda que este tipo ideal historicamente
está centrado no gênero masculino (DAFLON, 2021).
No que se refere ao tipo ideal para ser um estudioso das ciências sociais,
observamos que ao longo da história o personagem central também é o homem,
principalmente o homem branco, de classe social abastada. Assim, para Daflon
(2021,p.11) “A ausência de mulheres entre os clássicos se justificaria, portanto, pelo
próprio aprisionamento de inúmeras mulheres no lar e a seu confinamento às funções de
mães e esposas, trabalhadoras precarizadas, mulheres colonizadas e, em síntese, pela
sua suposta condição de excluídas da história”. E porque quando as mulheres escreviam
seus temas não eram considerados relevantes para o desenvolvimento da sociologia.
Harriet Martineau foi uma socióloga britânica que mostrou as dificuldades das
mulheres para conseguirem estudar, e ainda com esses desafios criou um método de
investigação sociológico e empírico exposto no texto “Como observar a moral e os
costumes”. Sobre essa obra observamos que “resultou de uma viagem que Martineau
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fez durante dois anos (1834-1835) pelo país e tem sido muito comparada com Da
democracia na América, do francês Alexis de Tocqueville, produzida na mesma época”
(DAFLON, 2021, p.26).
Martineau trata ainda sobre o espaço doméstico, o que não era muito discutido
na época dela, apontando que as mulheres não são desprivilegiadas por conhecerem o
mundo doméstico, privado, mas que isso é uma vantagem para elas, pois assim,
conseguem conversar sobre temas que os homens teriam mais dificuldade, por não
estarem habituados ao universo doméstico (DAFLON, 2021).
Muraro (2020) descreve sua experiência como exaustiva, pois a todo momento o
que imperava dentro das relações políticas era a disputa por poder, a dureza, a
impessoalidade características que esta descreve que a fizeram adoecer fisicamente de
um câncer. Pois, para ela este tipo de relação não era confortável para uma mulher,
aponta ainda que somente suportou tal situação devido o apoio de outras mulheres que
colaboraram inclusive com seu tratamento do câncer.
Com essa narrativa de Muraro (2020) percebemos que muitas vezes o universo
da política não se mostra atrativo para as mulheres, pois quem rege essas relações são os
homens, e o modo deles agirem, resolverem os problemas seja público ou privado,
muitas vezes diferi do modo feminino. Sobre a política a perspectiva weberiana
compreende que é o poder econômico que permite a possibilidade de alcançar o poder
político. Nesse sentido percebemos que somente a classe dominante pode atingir graus
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decisórios dentro do sistema político. (QUINTANEIRO, BARBOSA, OLIVEIRA,
2002).
Considerações finais
Referência
COHN, Gabriel (org.). Weber Sociologia. São Paulo: Editora ABDR, 2003.
DAFLON, Verônica Toste, SORJ, Bila (org). Clássicas do pensamento social.
Mulheres e feminismos no século XIX. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2021.
MARTINEAU, Harriet. Como observar moral e costumes: requisitos filosóficos.
Revista Eletrônica de Ciências Sociais. João Pessoa, n. 24, p. 255-274, jan./jun. 2020.
Disponível em: C:/Users/flavi/Downloads/martineau%20-%20como%20observar
%20moral%20e%20costumes%20(cap)%20(1).pdf. Acesso em: 21 de jul de 2023.
MORAES, Lúcio Flávio Renault de; MAESTRO FILHO, Antonio Del, DIAS, Devanir
Vieira. O paradigma weberiano da ação social: um ensaio sobre a compreensão do
sentido, a criação de tipos ideais e suas aplicações na teoria organizacional. Revista de
Administração Contemporânea, v. 7, n. 2, p. 57–71, abr. 2003. Disponível em:
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<https://www.scielo.br/j/rac/a/NfWKmnLVByZ4tpfwdLwzRMn/?
format=pdf&lang=p>. Acesso em 25 de jul de 2023.
MURARO, Rose Marie. Os seis meses em que fui homem. Rio de Janeiro: Rosa dos
Tempos, 2020.
QUINTANEIRO, Tania, BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira, OLIVEIRA, Márcia
Gardênia de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ªed. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2002.
WEBER, Max. Os economistas: textos selecionados. São Paulo: Editora Nova
Cultural, 1997.