O documento discute as lições da pandemia da COVID-19 para a construção de um novo modelo econômico e social mais sustentável baseado na ecologia social. A pandemia expôs as falhas do modelo neoliberal e a necessidade de reduzir o consumismo, valorizar o trabalho e adotar uma jornada laboral mais saudável.
O documento discute as lições da pandemia da COVID-19 para a construção de um novo modelo econômico e social mais sustentável baseado na ecologia social. A pandemia expôs as falhas do modelo neoliberal e a necessidade de reduzir o consumismo, valorizar o trabalho e adotar uma jornada laboral mais saudável.
O documento discute as lições da pandemia da COVID-19 para a construção de um novo modelo econômico e social mais sustentável baseado na ecologia social. A pandemia expôs as falhas do modelo neoliberal e a necessidade de reduzir o consumismo, valorizar o trabalho e adotar uma jornada laboral mais saudável.
Docente: Vanessa Vieira Pessanha Disciplina: Produção Textual Curso: Direito Campus: XIX
Resumo sobre “Primeiras linhas de um Direito Ecológico do Trabalho:
lições da pandemia”
A pandemia causada pela disseminação do vírus SARS-Cov-2, causador da
doença COVID-19, tem várias lições a nos dar, se quisermos recebê-las. Nos próximos meses, e, muito provavelmente, anos, enfrentaremos dificuldades muito maiores do que estamos vivendo agora e ficará cada vez mais claro o fracasso desse modelo, que em sua versão mais atualizada se encontra na passagem do neoliberalismo para o ultraliberalismo (que nada mais é do que o primeiro com suas intenções e métodos às escâncaras, como o autoritarismo e a plutocracia). Em relação à crise da COVID-19, o vírus, provavelmente surgido de uma grande exploração de animal, aproveitou do nosso estilo de vida, e tornou-se um massacre em escala mundial. Contudo, apenas a crise não basta para realizar toda a catástrofe que vivenciamos, o que de fato implicou ainda mais para a concretização de toda essa calamidade, é a precarização de vida, trabalho e desmonte do Estado de Bem-Estar Social, deixando assim toda uma população exposta. Destarte, o isolamento social foi a única estratégia encontrada para combater a pandemia, pontuando mais uma vez a ineficiência do sistema de saúde que se encontra em extrema precarização. Portanto, países que não há um serviço público suficiente são e serão os mais atingidos, enquanto aqueles com bom serviço público de saúde irão se sobressair. Sendo assim é evidente a ligação entre a crise da COVID-19 e o fracasso do modelo de Estado dominante. É nítida incapacidade do neoliberalismo de nos tirar dessa crise, por esse motivo uma nova razão de mundo deve ser construída. E umas das lições que a pandemia nos trouxe é a Social Ecologia como uma possível nova razão de mundo. A criação de uma sociedade baseada apenas no consumismo acarretará a extinção de nossa espécie e outras milhares de espécies que dependem de nós para sobreviver. Ou mudamos nosso comportamento de vida, ou continuamos gerando crises cada vez piores para nosso planeta. Outra lição da pandemia de extrema importância é que não precisamos comprar tanto, viver com o suficiente basta. Desse modo a criação de uma nova economia, na qual não sejamos obrigados a comprar o que não necessitamos, é essencial. A redução da nossa circulação, um ponto forte a ser comentado, demonstrou que não há motivos para que exista um fluxo intenso de pessoas nas ruas, pois nos expomos a diversos riscos e contribuímos com boa parte da poluição da cidade. Reorganizando a forma de consumir e a circulação de pessoas, logicamente a forma de produzir irá mudar, passando a ser em cadeias locais de fornecimento, em produção e circulação direta, tanto de bens de consumo quanto de alimentação, aproveitando dos chamados “circuitos curtos”. Dessa forma o decrescimento será visto como um objetivo a ser atingido, contudo só será possível com a mudança do paradigma, com o fim da lógica financeira como vetor da economia, com a eliminação do poder dos acionistas sobre os rumos das empresas e dos Estados, o que, no final das contas, determina a vida de todas as pessoas no mundo. O Direito Ecológico do Trabalho será o centro na Social Ecologia, por ser essencial para valorização de atividades segregadas, bem como para a redução da produção e do consumo. Esse direito atuará removendo a validade ou sentido de categorias de empregado, trabalhador autônomo, trabalhador eventual, empresário e cooperado, e dará um novo sentido para o que se considera trabalho. Portanto, devemos considerar trabalho, toda a forma de atividade humana que tenha valor social reconhecido. Entretanto, a remuneração do trabalho não será direta e proporcional a uma tarefa, ou que seja considerado empregador aquele beneficiado pelo trabalho, e sim que o todo o trabalho deva ser respeitado, independente de qual tipo. Dessa forma, todos deverão contribuir para essa valorização seja remunerando o trabalhador ou pagando impostos que serão revertidos a toda a sociedade, e que, por óbvio, alcançarão aqueles que realizaram o trabalho. O Direito Ecológico do Trabalho teria um tripé de atuação: regulação estrita do tempo de trabalho, garantia da renda mínima universal e defesa do meio ambiente do trabalho. A vida caótica que temos em nosso dia a dia é reflexo do modelo precário de Estado que adotamos. Com uma jornada de doze horas de trabalho juntado com diversos afazeres que temos em nosso dia a dia, fica cada vez mais complicado existir um tempo para cuidar de nós mesmo. Por conseguinte, entende-se que o tempo de trabalho deve ser alterado para que as pessoas possam cuidar de sua saúde tanto física quanto emocional e assim poderem ter uma vida longe de hospitais. Edificar uma nova jornada de trabalho será uma tarefa árdua, inicialmente deve haver a exterminação de toda limitação que o viés gêneros do conceito atual de trabalho traz, além dos demais vieses que impedem que outras atividades sejam reconhecidas como trabalho, de pronto aumentaríamos o trabalho existente. Logo após esse processo, a carga horaria semanal será diminuída até um ponto ideal em que a população economicamente ativa possa estar em atividade. A ruína desse atual sistema de trabalho é evidente quando na pandemia os trabalhadores se viram na situação entre ficar em casa e ver sua família passando por diversas necessidades ou retornar as ruas para seus empregos e enfrentar o vírus, ponderando todos acontecimentos, estes trabalhadores foram até as imprensas suplicar a abertura das empresas. Nós, como seres humanos, dotados de emoções, regidos por diversas leis na sociedade para garantia do seu próprio valor, devemos nos opor e contestar o sistema, ninguém deve ter que escolher o mal menor, morrer de fome ou doença. Fernando Birri: “A utopia está no horizonte. Eu sei que nunca a alcançarei. Se eu caminho dez passos, ela se afastará dez passos. Quanto mais eu buscá-la, menos a encontrarei, porque ela vai se afastando à medida que me aproximo. Então para que serve a utopia? Serve justamente para isso: para caminhar.”