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net/publication/353434952
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Nelson Santos
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco
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All content following this page was uploaded by Nelson Santos on 24 July 2021.
Enfermagem
ler para Lidel Enfermagem
de Urgência e Emergência
EP
A prática clínica ao doente crítico pressupõe um conjunto de conhecimentos baseados na
melhor evidência científica. No contexto de Urgência e Emergência, os processos de tomada
Enfermagem Nelson Coimbra
Enfermeiro Especialista em Enfermagem
Médico-Cirúrgica; Mestre em Medicina
de Urgência e
de decisão são encarados como um grande desafio, não só de Catástrofe; Enfermeiro Gestor com
pela necessidade de identificação célere de problemas, funções de direção do Bloco Operatório
como também pela proficiência das intervenções e Centro Integrado de Cirurgia de
Emergência
Ambulatório do Centro Hospitalar
realizadas que influenciam os resultados.
Universitário do Porto, EPE (CHUP);
Um conjunto de autores reconhecidos, que Conteúdos: Enfermeiro Coordenador da Viatura Médica
trabalham diariamente com o doente em situa- de Emergência e Reanimação (VMER)
Gestão, sistematização do Hospital de Santo António – CHUP.
ção de urgência e emergência, apresenta e tomada de decisão
aos leitores as ferramentas necessárias Coordenação:
C
Gestão de processos terapêuticos
para abordar a pessoa ao longo do seu
M
MY
específicos, abordando ainda temas como
CY
a gestão e a aceção de conhecimentos Situação de trauma
CMY
organizacionais, o conhecimento dos proces- Crise ou catástrofe
sos terapêuticos e intervenções técnicas de alta
K
Perturbações emocionais
complexidade, enquadrando a pessoa em situação
e/ou em fim de vida
de doença súbita e em contexto de trauma grave.
Esta obra desenvolve-se de forma harmoniosa e de
fácil leitura, promovendo a reflexão crítica, com estratégias
para melhorar a prática profissional e empoderar os enfermeiros,
tornando-se indispensável para o sucesso dos que pretendem obter os melhores resultados.
Destina-se a todos os profissionais de Enfermagem e estudantes que pretendam aprofundar
conhecimentos na área da Urgência e Emergência, e que se interessam pelo cuidar da pessoa
a vivenciar processos complexos de doença crítica e gestão de situações com múltiplas
Nelson Coimbra
vítimas e catástrofe.
Direção da coleção:
Manuela Néné
Carlos Sequeira
www.lidel.pt
ISBN 978-989-752-574-2
Introdução ........................................................................................................................................................................... XV
Nelson Coimbra
5. Perfil do Enfermeiro para o Exercício Profissional na Viatura Médica de Emergência e Reanimação...... 31
Rui Gonçalves
26. Alterações Renais e Equilíbrio Hidroeletrolítico e Ácido-base: Técnicas de Suporte Renal....................... 189
Manuela Amaral‑Bastos/Melanie Andrade/Ricardo Pinto
AUTORES
Abílio Cardoso Teixeira
Professor Adjunto na Escola Superior de Saúde Santa Maria – Porto; Investigador Colaborador
no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).
Albino Gomes
Enfermeiro Forense Especialista em Violência Interpessoal; Perito e Consultor Forense Interna-
cional da International Association of Forensic Nurses; Consultor Forense da Organização das
nações Unidas e do Comité Internacional da Cruz Vermelha; Consultor Forense do Saudi Arabia
National Forensic Institute; Consultor de Disaster Medicine da Saudi Red Crescent Authority;
Professor na Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) e no Keynes;
Presidente da Associação Nacional de Enfermagem Forense.
Amélia Ferreira
Enfermeira Chefe do Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local de Saúde de Matosinhos,
EPE; Assistente Convidada do Instituto de Ciências da Saúde – Porto da Universidade Católica
Portuguesa.
Andreia Nina
Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria no Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra, EPE.
António Freitas
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Medicina Intensiva da
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE.
Armanda Lucas
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação no Hospital Pediátrico do Centro
Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Mestre em Enfermagem de Reabilitação.
Begonha Bouça
Técnica de Emergência Pré-Hospitalar no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM);
Formadora no INEM, Cruz Vermelha Portuguesa e Femédica.
Carla Matilde Cardoso
Enfermeira no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Universitário do Porto, EPE.
Carlos Esteves
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Gestor da Qualidade e do Risco no
Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE.
Catarina Tavares
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Unidade de Cuidados Intensivos
do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, EPE – Faro; Enfermeira da Viatura Médica de
Marinela Maia
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Urgência do Centro
Hospitalar Universitário do Porto, EPE.
Mário Branco
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Centro Hospitalar Universitário
de São João, EPE; Mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica.
Mário Emídio
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica (Doente Crítico) no Serviço de
Urgência do Centro Hospitalar Universitário do Porto, EPE.
Mário Lopes
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de Queimados do Centro
Hospitalar Universitário de São João, EPE; Mestre em Medicina de Catástrofe pelo Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
Marisa Pereira
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Urgência do Centro
Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.
Melanie Andrade
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica (Pessoa em Situação Crónica) na
Administração Regional de Saúde do Norte.
Miguel Pinto Vaz
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Unidade de Cuidados Intensivos
do Hospital de Santa Luzia – Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE; Assistente Convidado
na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Nelson Santos
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica (Pessoa em Situação Crítica) no
Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE;
Instrutor de Suporte Básico e Avançado de Vida da American Heart Association.
Nuno Martins
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação na Unidade de Hospitalização Domici-
liária do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.
Paula Lino
Enfermeira Especialista em Enfermagem no Adulto e Idoso (Pessoa em Situação de Risco de Vida);
Enfermeira Coordenadora do Departamento de Urgência do Hospital Distrital de Santarém, EPE.
Paulo Costa
Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária no serviço de Medicina Intensiva 1 do Centro
Hospitalar Universitário de São João, EPE; Professor Adjunto na Escola Superior de Saúde de
Vale do Sousa – CESPU.
Pedro Caldeira
Diretor da Ocean Medical; Enfermeiro na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER)
de Cascais; Professor Coordenador da Pós-Graduação em Emergência Médica e Catástrofe do
Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA); Enfermeiro Especia-
lista; Mestre em Gestão.
Pedro Coimbra
Enfermeiro na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do Centro Hospitalar Universitário do
Porto, EPE; Enfermeiro na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de
Santo António (CHUP); Competência Diferenciada em Emergência Extra-Hospitalar pela Ordem
dos Enfermeiros; Mestrando em Enfermagem Médico-Cirúrgica (Pessoa em Situação Crítica).
Pedro Vasconcelos
Enfermeiro Especialista no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM); Mestre em Enfer-
magem à Pessoa em Situação Crítica; Instrutor de International Trauma Life Support (ITLS).
Pedro Vieira
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Centro Hospitalar de Vila Nova
de Gaia/Espinho.
Renata Carvalho
Enfermeira no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Universitário do Porto, EPE.
Renato Mota
Enfermeiro Gestor do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar Universi-
tário do Porto, EPE; Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Mestre em Enfer-
magem de Reabilitação.
Ricardo Pinto
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Centro Hospitalar Universitário
do Porto, EPE.
Rogério Corga da Silva
Coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos e Coordenador Médico da Equipa de Emergên-
cia Médica Intra-Hospitalar da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Rui Campos
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica; Enfermeiro do Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM); Mestre em Medicina de Catástrofe.
Rui Carneiro
Enfermeiro no Centro de Endoscopia Digestiva do Hospital de Santo António – Centro Hospita-
lar Universitário do Porto, EPE.
Rui Gonçalves
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Urgência do Hospital
Santa Maria Maior, EPE – Barcelos; Enfermeiro Coordenador da Viatura Médica de Emergência
e Reanimação (VMER) de Barcelos; Enfermeiro Responsável do Serviço de Pediatria na Urgên-
cia Pediátrica do Hospital Santa Maria Maior – Barcelos.
Samuel Sampaio Sousa
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Urgência da Unidade
Local de Saúde do Alto Minho, EPE; Enfermeiro na Viatura Média de Emergência e Reanimação
(VMER) da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE; Coordenador da Escola de Formação
em Emergência; Mestre em Enfermagem.
Sandra Marques
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica; Enfermeira em funções de chefia no
Serviço de Urgência Geral do Hospital Distrital de Santarém, EPE; Enfermeira da Viatura Médica
de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital Distrital de Santarém, EPE.
Sandra Meira
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Cuidados Intensivos
na Unidade Intermédia Médico-Cirúrgica do Centro Hospitalar Universitário do Porto, EPE.
Sandra Pavão
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica; Mestre em Enfermagem Médico-
-Cirúrgica.
Sandra Pereira
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica; Enfermeira no Bloco Operatório do
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Licenciada em Enfermagem pela Escola
Superior de Coimbra; Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Coimbra;
Mestre em Biocinética pela Universidade de Coimbra.
Sara Passos Silva
Médica de Obstetrícia e Ginecologia na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.
Sílvia Monteiro Fonseca
Psicóloga; Investigadora no Laboratório de Reabilitação Psicossocial e Bolseira de Doutoramen-
to FCT na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Sónia Cunha
Responsável Nacional do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do Insti-
tuto Nacional de Emergência Médica (INEM); Coordenadora Científica da Especialização Avança-
da Pós-Universitária em Intervenção em Crise, Emergência e Catástrofe do Instituto Português de
Psicologia (INSPSIC).
Sónia Sousa
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Cuidados Intensivos do
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE; Enfermeira na Viatura Médica de Emergência e Reanimação
(VMER) do Centro Hospitalar de Setúbal, EPE e do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE; For-
madora de Suporte Avançado de Vida (European Resuscitation Council e American Heart Associa-
tion), International Trauma Life Support (ITLS), PreHospital Trauma Life Support (PHTLS) e
Suporte Avançado de Vida de Queimados.
Tiago Amaral
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Urgência Geral Polivalente do
Hospital de São José – Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE; Enfermeiro na
Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de São José – Centro Hospita-
lar Universitário de Lisboa Central, EPE; Mestre em Enfermagem (Pessoa em Situação Crítica).
Vera Ramos
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Urgência do Centro
Hospitalar Universitário do Porto, EPE; Pós-Graduada em Supervisão Clínica.
Vítor Trindade Pedrosa
Médico Interno de Medicina Geral e Familiar no Agrupamento de Centros de Saúde de Cascais.
Destaca‑se também uma área clínica de abordagem dos grandes temas médicos e de trauma
associados ao estado da arte e a abordagem do doente crítico por parte da enfermagem, não
deixando de fora nenhuma das competências técnicas e teóricas essenciais ao tratamento e à
estabilização do doente crítico.
Por fim, uma área de não menor importância, ligada à parte mais emocional e de fim de vida,
que também faz parte do grande tema da urgência e emergência, numa vertente mais humaniza-
dora.
A escrita cuidada, mas de fácil leitura, e o seu conteúdo tornam este livro, acredito eu, numa
futura referência no meio.
Enquanto médico que sou, aconselho, de forma convicta, a leitura e o estudo desta obra, sendo
a sua utilidade inquestionável no panorama formativo e educacional da emergência atual.
Tiago Carvalho
Médico intensivista e emergencista
Presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros
e Médicos de Emergência
Nelson Coimbra
(Coordenador)
B
b‑hCG beta gonadotrofina coriónica humana
BE Base Excess
BiPAP Bilevel Positive Pressure Airway
BIS índice biespectral
bpm batimentos por minuto
BURP backward, upward, and rightward pressure
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
C
CABG cirurgia de revascularização do miocárdio
CAD cetoacidose diabética
CAPIC Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise
CAT coronariografia
D
DAE desfibrilhador automático externo
DAMP danger associated molecular patterns
DC débito cardíaco
DGS Direção‑Geral da Saúde
DP diálise peritoneal
DPOC doença pulmonar obstrutiva crónica
DPPNI descolamento da placenta normalmente inserida
DSG dispositivos supraglóticos
DSM‑III Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders III
E
EAM enfarte agudo do miocárdio
EAMcST enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST
EAMsST enfarte agudo do miocárdio sem supra de ST
EASA European Union Aviation Safety Agency
EAV enxerto arteriovenoso
ECG eletrocardiograma
ECCO2R remoção extracorporal de dióxido de carbono
ECLS extracorporeal life support
ECMO extracorporeal membrane oxygenation
ECMO VV ECMO venovenosa
ECPR reanimação cardiorrespiratória extracorporal
EDA endoscopia digestiva alta
EDR estação diretora de rede
EEG eletroencefalograma
EEI esfíncter esofágico inferior
EEMI equipa de emergência médica intra‑hospitalar
e‑FAST extended Focused Assessment with Sonography for Trauma
F
FA fibrilhação auricular
FAST Focused Assesment with Sonography for Trauma
FAV fístula arteriovenosa
FC frequência cardíaca
FiO2 fração inspirada de oxigénio
FOUR Full Outline of UnResponsiveness
FR frequência respiratória
FRCV fatores de risco cardiovascular
FSC fluxo sanguíneo cerebral
FV fibrilhação ventricular
G
GCCT Gabinetes Coordenadores de Colheita e Transplantação
GCS escala de coma de Glasgow
GCS‑P escala de coma de Glasgow com resposta pupilar
GF gangrena de Fournier
GPIAA Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves
GPT Grupo Português de Triagem
H
H+ acidose
HBP hiperplasia benigna da próstata
HDFVVC hemodiafiltração venovenosa contínua
HDI hemodiálise intermitente
HELLP hemólise, elevação das enzimas hepáticas e trombocitopenia
HEM helicópteros de emergência médica
HFVVC hemofiltração venovenosa contínua
HIC hipertensão intracraniana
HSA hemorragia subaracnóideia
I
IASC Inter‑Agency Standing Committee
ICAO Organização Internacional da Aviação Civil
ICN International Nursing Council
ICP intervenção coronária percutânea
IECA inibidores da enzima de conversão da angiotensina
IG idade gestacional
ILCOR International Liaison Committee on Resuscitation
IM intramuscular
INEM Instituto Nacional de Emergência Médica
J
JE jugular externa
L
LCR líquido cefalorraquidiano
LME lesões musculoesqueléticas
LPM litros por minuto
LRA lesão renal aguda
LRRD Linking Relief, Rehabilitation and Development
M
MCDT meios complementares de diagnóstico e terapêutica
MEM motociclos de emergência médica
MINOCA enfarte do miocárdio com artérias coronárias não obstruídas
MRCC Maritime Rescue Coordination Centre
N
NICE National Institute for Health and Care Excellence
NIHSS National Institute of Health Stroke Scale
NRBQ nuclear, radiológico, biológico e químico
O
OAF oxigenoterapia de alto fluxo
OMS Organização Mundial de Saúde
OVA obstrução da via aérea
P
PA pielonefrite aguda
PaCO2 pressão arterial de dióxido de carbono
PAM pressão arterial média
PAMP pathogen associated molecular patterns
PaO2 pressão arterial de oxigénio
PAS perturbação aguda de stress
PBE prática baseada na evidência
R
RAS reações agudas de stress
RASS escala de agitação e sedação de Richmond
RCE retorno da circulação espontânea
RCIU restrição do crescimento intrauterino
RCOG Royal College of Obstetricians and Gynaecologists
RCR reanimação cardiorrespiratória
REM rapid eye‑movement
REPE Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro
RM ressonância magnética
ROTEM tromboelastometria rotacional
RPM rotações por minuto
RRC redução de risco de catástrofes
RU retenção urinária
RVC resistência vascular cerebral
RVP resistência vascular periférica
S
SAFER‑R Stabilize; Acknowledge; Facilitate understanding; Encourage adaptive coping;
Restore functioning; or Refer
SaO2 saturação arterial de oxigénio
SARA sistema ativador reticular ascendente
SatO2 saturação periférica de oxigénio
T
TA tensão arterial
TAC tomografia axial computorizada
TAD tensão arterial diastólica
TAM tensão arterial média
TAS tensão arterial sistólica
U
UCI Unidade de Cuidados Intensivos
UMIPE Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência
UP Urgência Psiquiátrica
URGE Urgência Regional de Gastroenterologia
V
VA via aérea
VAD via aérea difícil
VAST cirurgia toracoscópica vídeo assistida
VMER viatura médica de emergência e reanimação
VMI ventilação mecânica invasiva
VNI ventilação não invasiva
VPP variação da pressão de pulso
V/Q relação ventilação/perfusão
VS volume sistólico
VV‑AVC Via Verde do AVC
INTRODUÇÃO
Trato respiratório
A abordagem da via aérea (VA) é essencial superior
para todos os profissionais de saúde, nome- Cavidade nasal
adamente porque da gestão da abordagem e Faringe
do manuseio da VA dependerá a possibilidade Laringe
de ventilar e oxigenar a vítima. O enfermeiro Trato respiratório
deve, por isso, conhecer as técnicas e os adju- inferior
vantes que auxiliam na permeabilização da VA Traqueia
e adequar as intervenções às especificidades
da vítima, com a certeza de que nem sempre Brônquio
principal
a colocação de uma VA avançada é a interven-
ção prioritária. Pulmão
A abordagem da VA é uma competência nu-
clear dos profissionais que intervêm neste ce-
nário. Como tal, a aposta deve consistir na for-
mação contínua e no treino regular para uma
adequada prática clínica. Figura 9.1 Anatomia da via área.
Neste capítulo, pretendemos discutir a abor-
dagem da VA no doente crítico, identificar situa-
ções potencialmente fatais, as intervenções AVALIAÇÃO DA VIA AÉREA
que permitem permeabilizar a VA e assegurar Na abordagem ao doente crítico, a avalia-
a ventilação e a oxigenação. ção da VA é prioritária na maioria das si-
tuações, uma vez que da sua permeabilidade
ANATOMIA BÁSICA DA VIA AÉREA dependem a ventilação e a oxigenação ade-
quadas, sendo a hipoxia rapidamente deleté-
A abordagem segura da VA requer um co- ria para a vítima. Contudo, sendo esta abor-
nhecimento sólido da anatomia relevante. dagem frequentemente emergente, pode, por
A Figura 9.1 fornece uma visão geral da cavi- vezes, resultar em complicações severas, ou
dade nasal, da faringe, da laringe, da traqueia mesmo fatais.
e dos brônquios principais. Quando avaliamos a VA, fazemo-lo para afe-
A laringe é uma estrutura muito importante rir a probabilidade de sucesso na ventilação
nesta abordagem e é essencial conhecer a sua por máscara facial, na intubação traqueal por
anatomia em profundidade. É formada pelas laringoscopia direta ou no acesso infraglótico
cartilagens epiglote, tiroide, cricoide e, no por uma via aérea cirúrgica. Essa avaliação
bordo póstero-superior, pelas aritenoides. O deve assentar num exame objetivo cuidado,
limite superior da traqueia é o bordo inferior na história clínica e, sempre que possível, na
da cartilagem cricoide e o limite inferior está consulta de registos clínicos prévios do doen-
ao nível da carina. te. Os profissionais intervenientes devem,
A traqueia é formada por anéis cartilagi- por isso, estar familiarizados com os predito-
nosos semicirculares na sua porção anterior res de ventilação e/ ou intubação difícil, de
e lateral e por tecido membranoso na região forma a anteciparem qualquer dificuldade na
posterior. gestão da VA (Tabela 9.1).
A C
B D
Figura 11.2 Técnica de punção da veia cefálica com orientação ecográfica. A e B – plano transversal;
C e D – plano longitudinal.
isso, a sibilância é ouvida muito antes da ex da Saúde (DGS) para tratamento de agudiza
piração. A pessoa usa energia não apenas na ções da asma (Figura 19.1).
inspiração, mas também na expiração.
Em casos mais graves da doença, pode ocor Doença pulmonar obstrutiva crónica
rer depressão do sistema respiratório ou para agudizada
gem cardiorrespiratória.[6]
A DPOC é a doença respiratória mais pre
Sinais e sintomas valente em todo o mundo, sendo caracteri
zada por limitação crónica progressiva e não
Os sinais e sintomas de uma crise asmática
totalmente reversível do fluxo aéreo, devido
são os seguintes:
a impedância do fluxo expiratório, edema da
� SatO2 <90% com suplemento de oxigénio; mucosa, infeção, broncoespasmo e bronco
Taquipneia (frequência respiratória >20/
� constrição causada pela perda de elasticidade
minuto e frequentemente >40/minuto); pulmonar.
Taquicardia (geralmente >120 batimentos
� É frequente as pessoas com DPOC apresen
por minuto); tarem exacerbações da sua doença (Quadro
� Cianose; 19.3), de que resulta dispneia, aumento de se
� Pulso paradoxal; creções brônquicas e intolerância ao esforço.
� Diaforese; Devemos, contudo, despistar outras possí
Uso da musculatura acessória na respi
� veis causas de dispneia, como asma, edema
ração; agudo do pulmão, pneumotórax ou embolia
Incapacidade de completar frases num ci
� pulmonar, uma vez que, normalmente, coexis
clo respiratório; tem com DPOC.
Obstrução grave ao fluxo de ar;
�
� Diminuição do estado de consciência e
Cuidados de enfermagem
bradipneia indicam hipercapnia grave, po
dendo evoluir para paragem respiratória. Os cuidados de enfermagem para pessoas
com exacerbações da DPOC são :
Cuidados de enfermagem Administração de O2 (atender à hiper
�
Os cuidados de enfermagem devem seguir capnia secundária a elevados fluxos de
as orientações emanadas pela Direção‑Geral O2), sendo que o objetivo é manter SatO2
Capotamento Atropelamento
No capotamento, é difícil prever as lesões, Para percebermos as múltiplas lesões que
porque o veículo pode sofrer diversos impac‑ podem estar presentes num atropelamento, é
tos de diferentes ângulos. Situação idêntica importante conhecermos, primeiro, a sequên‑
se passa com os ocupantes, pois, mesmo uti‑ cia específica do evento e os diversos impac‑
lizando dispositivos de contenção, os órgãos tos que ocorreram.
internos são submetidos a forças de desace‑ Podemos falar em três momentos sequen‑
leração que podem produzir lesões graves. ciais,[20] cada um com o seu padrão de lesão
Tal como o veículo embate várias vezes em característico:
ângulos diferentes, o mesmo acontece ao 1. O impacto inicial pode ocorrer nas per‑
corpo e aos órgãos internos do seu ocupante nas, na bacia ou no tronco, de acordo
(Figura 30.13). com a idade e estatura do peão.
No entanto, as lesões mais graves estão pre‑ 2. O tronco bate ou roda na direção do capô
sentes, obviamente, nos indivíduos que não do veículo e poderá embater no para
utilizam esses dispositivos de contenção. Po‑ ‑brisas ou ser projetado.
dem, assim, ser ejetados, esmagados ou pro‑ 3. A vítima cai do veículo para o solo, nor‑
jetados à distância, sofrendo mais lesões fruto malmente de cabeça, com eventual lesão
deste embate final (Figura 30.14). cervical associada, podendo mesmo ser
arrastada ou novamente atropelada.
Enfermagem
ler para Lidel Enfermagem
de Urgência e Emergência
EP
A prática clínica ao doente crítico pressupõe um conjunto de conhecimentos baseados na
melhor evidência científica. No contexto de Urgência e Emergência, os processos de tomada
Enfermagem Nelson Coimbra
Enfermeiro Especialista em Enfermagem
Médico-Cirúrgica; Mestre em Medicina
de Urgência e
de decisão são encarados como um grande desafio, não só de Catástrofe; Enfermeiro Gestor com
pela necessidade de identificação célere de problemas, funções de direção do Bloco Operatório
como também pela proficiência das intervenções e Centro Integrado de Cirurgia de
Emergência
Ambulatório do Centro Hospitalar
realizadas que influenciam os resultados.
Universitário do Porto, EPE (CHUP);
Um conjunto de autores reconhecidos, que Conteúdos: Enfermeiro Coordenador da Viatura Médica
trabalham diariamente com o doente em situa- de Emergência e Reanimação (VMER)
Gestão, sistematização do Hospital de Santo António – CHUP.
ção de urgência e emergência, apresentam e tomada de decisão
aos leitores as ferramentas necessárias Coordenação:
C
Gestão de processos terapêuticos
para abordar a pessoa ao longo do seu
M
MY
específicos, abordando ainda temas como
CY
a gestão e a aceção de conhecimentos Situação de trauma
CMY
organizacionais, o conhecimento dos proces- Crise ou catástrofe
sos terapêuticos e intervenções técnicas de alta
K
Perturbações emocionais
complexidade, enquadrando a pessoa em situação
e/ou em fim de vida
de doença súbita e em contexto de trauma grave.
Esta obra desenvolve-se de forma harmoniosa e de
fácil leitura, promovendo a reflexão crítica, com estratégias
para melhorar a prática profissional e empoderar os enfermeiros,
tornando-se indispensável para o sucesso dos que pretendem obter os melhores resultados.
Destina-se a todos os profissionais de Enfermagem e estudantes que pretendam aprofundar
conhecimentos na área da Urgência e Emergência, e que se interessam pelo cuidar da pessoa
a vivenciar processos complexos de doença crítica e gestão de situações com múltiplas
Nelson Coimbra
vítimas e catástrofe.
Direção da coleção:
Manuela Néné
Carlos Sequeira
www.lidel.pt
ISBN 978-989-752-574-2