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Grupo I Texto2 ( 1ª Fase V1 2020)

O Parque Marinho Professor Luiz Saldanha (PMPLS) – área marinha do Parque Natural da
Arrábida (PNA) – possui uma enorme biodiversidade, embora ao longo do tempo se tenha
registado a regressão de algumas espécies de algas castanhas (Kelp) e de plantas (ervas
marinhas), resultante da pressão humana na área. O Kelp fixa-se a substratos rochosos e cresce
em direção à superfície, formando florestas, enquanto as ervas marinhas formam pradarias,
fixando-se aos fundos arenosos com as suas raízes. As florestas de Kelp e as pradarias de ervas
marinhas favorecem a dissipação da energia das ondas e das correntes e constituem importantes
zonas de proteção, de reprodução e de alimentação para uma grande diversidade de espécies
animais, como peixes e invertebrados.
Na baía do Portinho da Arrábida (Figura 1B da página 2), devido ao declínio das pradarias, foi
implementado um projeto – BIOMARES – de transplante de plantas e de libertação de
sementes,nomeadamente da espécie Zostera marina. Atualmente, verifica-se já a recuperação da
pradaria,registando-se também elevada densidade de larvas de peixes junto à costa.
Baseado em: biomares.ccmar.ualg.pt (consultado em setembro de 2019).

10. Ao longo do século XX, ocorreu uma alteração da extensão da praia do Portinho da Arrábida, como
se
observa na Figura 1B (página 2).
Explique de que modo o declínio das pradarias de ervas marinhas pode ter conduzido à alteração da
extensão da praia.
Na sua resposta, deve identificar a referida alteração e o processo geológico envolvido.

11. Em relação à posição de Zostera marina na cadeia alimentar, podemos afirmar que se encontra
(A) na base, porque liberta oxigénio durante a fotossíntese.
(B) na base, porque produz matéria orgânica na fotossíntese.
(C) no topo, porque constitui a população mais numerosa.
(D) no topo, porque produz grande quantidade de biomassa.

12. Comparativamente com a reprodução sexuada, a fragmentação das algas Kelp


(A) aumenta a variabilidade genética da espécie.
(B) permite o crescimento rápido das populações.
(C) confere vantagens evolutivas às populações.
(D) possibilita melhor adaptação a novos ambientes.

13. As ervas das pradarias marinhas e os seres que formam o Kelp, de acordo com o sistema de
classificação de Whittaker modificado (1979), pertencem a reinos diferentes, porque as primeiras
(A) são organismos multicelulares.
(B) possuem células com parede celular.
(C) são organismos eucariontes.
(D) possuem maior grau de diferenciação.

14. A recente sequenciação do genoma de Zostera marina revelou algumas das alterações evolutivas que
ocorreram durante a migração dos ancestrais destas plantas do ambiente terrestre para o marinho e a sua
adaptação a este novo ambiente, nomeadamente o desaparecimento de determinados genes e o
aparecimento de outros.

14.1. Na transcrição de um gene,


(A) a DNA polimerase liga-se a uma sequência específica da molécula de DNA.
(B) a cadeia molde de DNA que vai ser transcrita é lida na direção 5' para 3'.
(C) o mRNA transcrito apresenta adenina, por complementaridade com o uracilo.
(D) o mRNA transcrito possui uma cadeia antiparalela à cadeia molde de DNA.

14.2. Relativamente aos seus ancestrais, a sequenciação do genoma de Zostera marina revelou
(A) perda de genes responsáveis pela produção de esporos.
(B) perda de genes responsáveis pela formação de estomas.
(C) aquisição de genes responsáveis pela proteção contra a radiação UV.
(D) aquisição de genes responsáveis pela absorção de sais minerais.

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14.3. Zostera marina e os seus ancestrais terrestres apresentam estruturas
(A) homólogas, coerentes com uma evolução divergente.
(B) homólogas, resultantes da mesma pressão seletiva.
(C) análogas, resultantes de diferentes pressões seletivas.
(D) análogas, coerentes com uma evolução convergente.

15. Com o objetivo de investigar os efeitos da acidificação do oceano, decorrente da exposição a


níveiselevados de pressão parcial de CO2 (pCO2), na capacidade reprodutiva de um peixe, Gobiusculus
flavescens, que habita o PMPLS, foi realizado o estudo que a seguir se descreve.
•• Em março, foi feita a recolha dos peixes, que foram imediatamente transportados para o laboratório e
transferidos para um tanque de 100 L, com circulação contínua de água do mar, permanecendo nestas
condições durante uma semana para recuperarem da captura.
•• Posteriormente, os peixes foram transferidos para tanques de 35 L de capacidade, colocando-se um
casal reprodutor em cada tanque. Todos os indivíduos tinham peso e comprimento padrão.
•• Todos os casais foram mantidos em condições de temperatura e de salinidade semelhantes às do campo
de recolha (≈ 16 °C e 35 PSU1), com ciclo de luz de 14 horas, e foram alimentados, duas vezes por dia,
com um pequeno crustáceo, Artemia nauplii.
•• Em nove tanques, os peixes foram submetidos a pCO2 na água de ≈ 600 μatm e pH ≈ 8,05 – tratamento
controlo.
•• Em outros nove tanques, os peixes foram sujeitos a pCO2 na água de ≈ 2300 μatm e pH ≈ 7,60 –
tratamento com pCO2 elevada.
•• Os dezoito tanques foram cobertos com tampas de vidro. Os níveis de oxigénio foram mantidos acima
de 90% de saturação, por agitação através de uma bomba de difusão nos tanques.
•• Em cada tanque instalou-se um tubo, para servir de abrigo e de local de postura, e uma maternidade
para o desenvolvimento das larvas.
•• Os peixes foram mantidos nas referidas condições até à época de reprodução, que decorre de abril a
julho.
Os resultados são apresentados nos Gráficos I, II, III e IV.
Nota:
1 PSU – A Unidade de Salinidade Prática, usada em oceanografia, é determinada com base na relação entre a
condutividade elétrica da água e a sua salinidade.

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15.1. Os tanques foram cobertos com tampas de vidro, de modo a
(A) manter estável a temperatura da água.
(B) impedir a libertação de O2 da água para a atmosfera.
(C) limitar as trocas de CO2 da água com a atmosfera.
(D) evitar a diminuição de salinidade da água.

15.2. Habitualmente, na primavera, os peixes do PMPLS estão sujeitos às condições abióticas seguintes:
(A) pCO2 ≈ 2300 μatm e 10 horas sem luz.
(B) salinidade de 35 PSU e pH ≈ 7,60.
(C) temperatura de 16 °C e pH ≈ 8,05.
(D) 14 horas sem luz e pCO2 ≈ 600 μatm.

15.3. Apresente uma razão para o facto de os peixes terem sido recolhidos com a antecipação de um mês
relativamente ao início do estudo.

15.4. Compare os resultados do estudo relativamente aos seguintes aspetos:


– média de posturas por casal;
– comprimento das larvas.

15.5. A investigação sugere que, para a espécie estudada,


(A) a exposição a pCO2 elevada diminui a capacidade reprodutiva.
(B) as larvas que eclodem a pH mais alto sobrevivem mais tempo.
(C) a sobrevivência larvar está dependente da pCO2 e do pH.
(D) a acidificação do meio aumenta a atividade reprodutiva.

15.6. Os peixes em cativeiro não apresentaram, durante o período reprodutivo, perda de reservas
energéticas, contrariamente ao que aconteceria no estado selvagem.
Apresente um aspeto que possa ter contribuído para tal facto.

16. Relativamente ao ciclo de vida de Gobiusculus flavescens, podemos afirmar que

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(A) a meiose é pós-zigótica.
(B) os ovos são haploides.
(C) o ciclo de vida é diplonte.
(D) os gâmetas se formam por mitose.

SOLUÇÔES:
10.
Explica que o declínio das pradarias de ervas marinhas pode contribuir para o aumento da erosão e
consequente diminuição da extensão da praia (A), referindo a importância das ervas marinhas na fixação
das areias, através das raízes (B), e na dissipação da energia das ondas e correntes (C).
(A) O declínio das pradarias de ervas marinhas contribuiu para o aumento da erosão e para a diminuição
da extensão da praia.
(B) As raízes das ervas marinhas fixam as areias.
(C) As pradarias dissipam a energia das ondas e das correntes.

11-B 12-B 13-D 14.1-D 14.2-B 14.3-A 15.1-C 15.2-C

15.3.
Para se habituarem às condições do laboratório (OU para aclimatação) OU para recuperarem da captura.
15.4.
Compara a média de posturas por casal quando a pCO2 é elevada com a da situação de controlo (A) e
compara o comprimento das larvas quando a pCO2 é elevada com o da situação de controlo (B).
(A) A média de posturas por casal é maior quando sujeitos a uma pCO2 de 2300 μatm (OU quando
sujeitos a uma pCO2 elevada).
OU
A média de posturas por casal é entre 4 e 5 para uma pCO2 elevada e entre 2 e 3 no grupo de
controlo.
(B) O comprimento das larvas é menor quando sujeitos a uma pCO2 de 2300 μatm (OU quando sujeitos a
uma pCO2 elevada).
OU
O comprimento das larvas é de 2,8 mm para uma pCO2 elevada e de 2,9 mm no grupo de controlo

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15.5- D
15.6.
Os peixes não tiveram perdas de reservas energéticas porque:
– foram alimentados (OU não tiveram de procurar alimento).
OU
– não tiveram de fugir aos predadores (OU não precisaram de defender os ninhos).
OU
– se movimentaram menos (OU há menos espaço no tanque).
16-C
17.
Chave – a) – 3; b) – 1; c) – 1; d) – 3; e) – 2.

GRUPO II (1º Fase V1 2020)


Numa aula de Biologia e Geologia, realizou-se uma atividade com o objetivo de investigar a
influência da luz na absorção de CO2 pelas plantas aquáticas.
Em 4 tubos de ensaio (tubos 1, 2, 3 e 4), colocou-se a mesma quantidade de água gasocarbónica
e acrescentaram-se 4 gotas de solução de azul de bromotimol 1 em cada tubo.
Observou-se uma coloração amarela em todos os tubos.
No tubo 1 e no tubo 4, colocou-se um fragmento de uma planta aquática – Elodea densa.
Em todos os tubos foi posta uma tampa.
Os tubos 1 e 2 foram colocados à luz, e os tubos 3 e 4 na obscuridade.
Ao fim de 48 horas registaram-se os resultados.
Nota:
1 Azul de bromotimol – indicador de pH que apresenta cor azul em meio alcalino e cor amarela em meio ácido.

1. Refira todos os tubos de controlo utilizados na atividade.

2. Preveja, justificando, os resultados obtidos ao fim de 48 horas em cada um dos tubos, relativamente
à coloração da solução de azul de bromotimol.

SOLUÇÔES:

1.
Tubos 2, 3 e 4.

2.
Prevê, justificando, os resultados obtidos relativamente à coloração da solução de azul de bromotimol no
tubo 1 (A), nos tubos 2 e 3 (B) e no tubo 4 (C).
(A) No tubo 1, a solução passou de amarelo a azul, uma vez que a planta absorveu CO2 da água.
(B) Nos tubos 2 e 3 não havia nenhuma planta, logo não se realizou a fotossíntese (OU não houve
alteração na concentração de CO2), mantendo-se a coloração amarela.
(C) O tubo 4 foi mantido às escuras, logo a planta deixou de realizar a fotossíntese (OU de absorver
CO2),pelo que se manteve a coloração amarela.

Texto 2( 2ª Fase V1 2020)


A serra da Estrela caracteriza-se por ter uma grande variedade de habitats, o que
propicia uma elevada biodiversidade, incluindo algumas espécies que aí ocorrem
exclusivamente (espécies endémicas). Salienta-se a planta Silene foetida foetida, que
se desenvolve em fissuras e em pequenas depressões das rochas, com uma
distribuição restrita a esta serra, a altitudes superiores a 1400 metros. Referem-se,

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também, a truta-de-rio (Salmo trutta fario) e, pela vulnerabilidade das suas
populações, a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica), um anfíbio.
Outra planta existente na serra, o cardo selvagem (Cynara cardunculus), assume uma
grande importância na economia da região, uma vez que é utilizada no fabrico de
queijo da serra. Esta planta, característica de regiões mediterrânicas, desenvolve-se
até 600 m de altitude, possui um sistema radicular profundo e revela uma boa
adaptação a ambientes caracterizados por elevado stress abiótico. A flor desta planta
possui diversos tipos de proteases (enzimas hidrolíticas), como as cardosinas, que se
acumulam em vacúolos, na parede celular e no espaço extracelular dos órgãos
femininos da flor.
Baseado em: www.cise.pt/pt/index.php/serra-da-estrela (consultado em setembro de 2019) e em:
M. C. Coelho, «Avaliação de populações espontâneas de cardo-do-coalho (Cynara cardunculus)
numa perspetiva de valorização da espécie», Escola Superior Agrária de Elvas, 2018.

8. Na planta Silene foetida foetida, os iões resultantes da


(A) erosão das rochas são transportados nos vasos floémicos.
(B) meteorização das rochas são transportados nos vasos xilémicos.
(C) meteorização das rochas são transportados nos vasos crivosos.
(D) erosão das rochas são transportados nos vasos lenhosos.

9. A planta Silene foetida foetida possui um ciclo de vida semelhante ao representado no


esquema da Figura 2.

9.1. No esquema da Figura 2, a planta adulta é representada pela letra


(A) X, e as suas células têm a mesma ploidia das células do tipo II.
(B) Z, e as suas células têm a mesma ploidia da célula do tipo I.
(C) X e resulta do desenvolvimento de um zigoto.
(D) Z e resulta da germinação de um esporo.

9.2. As células do tipo III formam-se por um processo de


(A) mitose, em que ocorre a separação de cromossomas homólogos.
(B) mitose, em que ocorre a divisão do centrómero dos cromossomas.
(C) meiose, em que ocorre a formação de duas células haploides.
(D) meiose, em que ocorre a formação de pontos de quiasma.

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10. Associe aos processos de reprodução apresentados na Coluna I as características da
Coluna II que lhes podem corresponder. Cada uma das características deve ser associada
apenas a uma letra e todas ascaracterísticas devem ser utilizadas.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I seguida do número ou dos números (de 1
a 9) correspondente(s).

11. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de


acontecimentos que conduzem à síntese e à incorporação de cardosinas na parede e no
espaçoextracelular de órgãos femininos da flor de Cynara cardunculus.
A. Síntese de proteínas por ribossomas associados ao retículo endoplasmático.
B. Fusão de vesículas golgianas com a membrana citoplasmática.
C. Síntese de uma molécula de RNA pré-mensageiro.
D. Modificações pós-traducionais a nível do complexo de Golgi.
E. Migração de uma molécula de RNA mensageiro para o citoplasma.

12. Segundo uma perspetiva darwinista, a sobrevivência de Cynara cardunculus, em estado


selvagem, na serra da Estrela deve-se à
(A) necessidade de sobrevivência em regiões com elevada precipitação.
(B) reprodução diferencial de plantas resistentes a stress hídrico.
(C) ocorrência de mutações que permitiram a adaptação a solos graníticos.
(D) seleção natural de plantas adaptadas a solos pouco profundos.

13. O peixe Salmo trutta fario e o anfíbio Chioglossa lusitanica possuem tubo digestivo
(A) completo e circulação simples.
(B) incompleto e circulação dupla.
(C) completo e sistema circulatório fechado.
(D) incompleto e sistema circulatório aberto.

14. A truta-de-rio, Salmo trutta fario, e a truta-arco-íris, Onchorhynchus mykiss, esta última
introduzida nas barragens e em algumas lagoas da serra da Estrela,
(A) pertencem ao mesmo género.
(B) podem cruzar-se entre si e originar descendentes férteis.
(C) fazem parte da mesma população.
(D) têm restritivo específico trutta e mykiss, respetivamente.

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15. A subespécie Silene foetida foetida é considerada em perigo de extinção na natureza, de
acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Relacione o endemismo de Silene foetida foetida com a categoria de conservação atribuída
pela UICN.
Na sua resposta, deve fazer referência à variabilidade genética desta planta.

16. Realizou-se um estudo sobre a ação das cardosinas de Cynara cardunculus no fabrico do
queijo. O fabrico do queijo é um processo complexo, uma vez que envolve muitas etapas e várias
modificações bioquímicas interdependentes, exigindo um controlo minucioso de cada etapa,
nomeadamente no que diz respeito às condições de temperatura e de humidade relativa.
A coagulação, que visa concentrar proteínas do leite (caseínas), retendo também a gordura, é
uma etapa essencial. As cardosinas intervêm na coagulação, assim como no processo
bioquímico de proteólise –degradação das caseínas – que ocorre durante a etapa de
maturação ou cura, fase de acabamento em que as transformações são intensas e em que as
características finais do queijo se desenvolvem.
O estudo analisou a influência de três ecótipos1 de Cynara cardunculus (Cynara 1, Cynara 2 e
Cynara 3) na degradação da as -caseína, utilizando as proteases das respetivas flores ao longo de 63
dias de maturação. Foi utilizado, também, um agente coagulante e proteolítico animal,
designado por «Animal».
A Tabela 1 apresenta a percentagem de degradação da as-caseína ao longo de vários dias
durante a fase de maturação.
Nota:
1 Ecótipos – populações que apresentam diferenças nos seus genótipos, o que lhes permite uma melhor
adaptação
aos diferentes habitats.

16.1. A experiência pretendeu analisar se a


(A) maturação do queijo ocorre com intervenção externa.
(B) composição do leite influencia o fabrico do queijo.
(C) proteólise ocorre com qualquer tipo de coagulante.
(D) origem do coagulante influencia a maturação do queijo.

16.2. De acordo com o objetivo da experiência, uma das variáveis dependentes em estudo é
(A) a concentração de agentes coagulantes.
(B) a percentagem de degradação proteica.
(C) a humidade das câmaras.
(D) a duração da maturação.

16.3. De entre as seguintes afirmações relacionadas com os resultados experimentais,


selecione as que estão corretas, transcrevendo para a sua folha de respostas os números
romanos correspondentes:

I. A degradação da as-caseína, usando coagulantes vegetais, é acentuada até aos 35 dias,


sendo mais reduzida até ao final da maturação.
II. Dos coagulantes vegetais, Cynara 3 apresenta a menor variação de percentagem de
degradação entre os 35 e os 49 dias de maturação.

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III. No final da maturação, a quantidade de as-caseína é maior quando se utiliza coagulante
vegetal do que quando se utiliza um coagulante animal.
IV. A percentagem de degradação obtida com o coagulante animal aumenta progressivamente
até ao final da maturação.
V. Cynara 1 é o agente coagulante que possibilita uma maior maturação do queijo no período
considerado.

17. Considere o fragmento da caseína constituído pelos resíduos de aminoácidos lisina – arginina,
codificados pelos codões AAG e CGC, respetivamente. Na síntese da caseína verifica-se
(A) a transcrição de 3´ para 5´ da sequência TTCGCG.
(B) que o tRNA para a lisina possui o anticodão TTC.
(C) a migração para o citoplasma da sequência UUCGCG.
(D) que a arginina se liga a um tRNA com o anticodão CGC.

SOLUÇÕES:
8- B
9.1-C
9.2- B
10.
Chave – (a) – (3), (5), (6), (8); (b) – (2), (4), (9); (c) – (1), (7)
11.
Versão 1 – C, E, A, D, B
12- B
13-C
14-D
15.
Relaciona a restrita distribuição geográfica (endemismo) de Silene foetida foetida com o reduzido
número de indivíduos que se cruzam (A) e relaciona a reduzida variabilidade genética com a baixa
capacidade de adaptação, o que poderá condicionar a sobrevivência da planta (perigo de extinção) (B).
(A) Silene foetida foetida tem uma distribuição restrita à serra da Estrela, pelo que os cruzamentos se
estabelecem entre um número reduzido de indivíduos.
(B) A reduzida variabilidade genética conduz a uma baixa capacidade de adaptação a alterações
ambientais, colocando a planta em perigo de extinção.
16.1- D
16.2- B
16.3.
Afirmações corretas: I, II e V
17-A

GRUPO II (2º Fase V1 2020)


A fermentação é um dos processos metabólicos utilizados pelas leveduras, que são fungos
unicelulares,para obtenção de energia a partir de um substrato.
Para conhecer o processo fermentativo, realizou-se a seguinte experiência.
Procedimento:
1. Marcaram-se 3 garrafas térmicas com os números romanos I, II e III.
2. Prepararam-se 200 mL de suspensão de leveduras a 10% (m/V).
3. Encheram-se as garrafas I e II até ¾ da sua capacidade com uma solução de glucose a
30% (m/V), e encheu-se a garrafa III com igual volume de água destilada.

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4. Adicionaram-se às garrafas I e III 100 mL de suspensão de leveduras a 10% (m/V) e à
garrafa II 100 mL de água.
5. Introduziu-se água de cal1 em 3 gobelés.
6. Montou-se um dispositivo experimental, semelhante ao representado na Figura 3, para cada
uma das garrafas, I, II e III, e registou-se a temperatura em cada garrafa.
7. Ao fim de 48 horas, registou-se:
– a temperatura do conteúdo das garrafas;
– o aspeto da água de cal.
8. Destaparam-se as garrafas, mexeu-se o respetivo conteúdo com uma vareta e registaram-se
os odores libertados.
9. Retirou-se uma gota de cada uma das suspensões das garrafas I e III, observaram-se estas
gotas ao microscópio ótico composto, com ampliação 10 × 40, e registou-se o número de
células de levedura em cada caso.
Nota:
1 Água de cal – solução de aspeto límpido, que turva na presença de CO2.

1. Preveja os resultados obtidos nas garrafas I e III, comparando-os quanto a:


– quantidade relativa de leveduras;
– aspeto da água de cal;
– odor do conteúdo.

2. Na garrafa I, relativamente ao início da experiência, pode inferir-se que ocorreu


(A) descida da temperatura, resultante de reações endotérmicas.
(B) libertação de energia, resultante de reações exotérmicas.
(C) produção de oxigénio durante o processo de fosforilação oxidativa.
(D) aumento da concentração da glucose por evaporação da água.

3. Escreva a equação geral da fermentação alcoólica, utilizando as seguintes moléculas:


2 CO2
2 CH3CH2OH
C6H12O6
2 ATP
2 ADP
2 Pi

4. As leveduras podem utilizar dois processos de obtenção de energia a partir de glucose – a


fermentação

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e a respiração celular aeróbia.
Explique a diferença de rendimento energético entre os dois processos.

SOLUÇÔES:
1.
Prevê os resultados obtidos nas garrafas I e III e compara-os quanto à quantidade relativa de leveduras
(A), quanto ao aspeto da água de cal (B) e quanto ao odor do conteúdo (C).
(A) A quantidade de leveduras deverá ser superior na garrafa I.
(B) A água de cal deverá estar turva no gobelé associado à garrafa I e deverá estar límpida no gobelé
associado à garrafa III.
(C) O conteúdo da garrafa I deverá cheirar a álcool e o conteúdo da garrafa III não deverá apresentar
cheiro a álcool.

2- B
3.
C6H12O6 + 2 ADP + 2 Pi → 2 CH3CH2OH + 2 CO2 + 2 ATP

4.Explica a diferença entre a oxidação da glucose, na ausência e na presença de oxigénio (A) enquanto
causa do diferente rendimento energético nos dois processos (B).
(A) Na ausência de oxigénio, a oxidação da glucose é incompleta, e na presença de oxigénio, é completa.
(B) O rendimento energético é menor na fermentação do que na respiração celular aeróbia.

Texto 2 (Época Especial 2020)


As serras de Aire e Candeeiros constituem o mais importante maciço calcário existente
emPortugal.
Nas zonas calcárias, onde frequentemente não existe solo, o coberto vegetal é, na maioria das
vezes, muito pouco evoluído. A flora das serras de Aire e Candeeiros é constituída por dezenas
de plantas aromáticas, medicinais e melíferas e pela presença de pequenas manchas de
carvalho-cerquinho, Quercus faginea, cujos grãos de pólen, estruturas reprodutoras
masculinas,são disseminados pelo vento. Os seus frutos são fonte de alimento para os esquilos,
que, por vezes,os transportam e os enterram no solo sem os consumir.

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Nas numerosas grutas das serras abriga-se uma infinidade de seres vivos, de que se destacam
cerca de dez espécies de morcegos e um anfíbio endémico 1 das águas subterrâneas de grutas
calcárias, Proteus anguinus.
Ao contrário da maior parte dos anfíbios, Proteus anguinus é aquático, mantendo durante a fase
adulta características larvares, como brânquias externas, embora possua também pulmões
rudimentares que se mantêm funcionais. O seu corpo é coberto por uma fina camada de pele,
que contém uma reduzida quantidade do pigmento riboflavina, importante para o
desenvolvimento e manutenção da pele, que lhe dá uma cor amarelo-esbranquiçada ou rosada.
No entanto, mantém a capacidade de produzir um pigmento proteico, a melanina, quando
exposto à luz. É um animal
predador, que se alimenta de pequenos caranguejos, de caracóis e de insetos. Consome elevadas
quantidades de alimento de uma só vez, podendo estar um ano sem se alimentar. Em situações
críticas, pode reduzir a sua atividade, reabsorvendo tecidos e produzindo ovos com grande
quantidade de reservas alimentares.
No interior das grutas, onde a luz não chega, a produção primária está associada a algumas
bactérias. No entanto, a grande fonte de carbono orgânico provém do exterior, arrastada pela
água que se infiltra, ou resulta de dejetos dos morcegos ou das aves que nidificam à entrada das
grutas.
Nota:
1 Endémico – exclusivo de determinada região.
Baseado em: A. Reboleira et al., «Bioespeleologia: Estudos de Biologia subterrânea em zonas
cársicas portuguesas», in Revista do núcleo de Espeleologia, março, 2010.

7. A litologia do maciço condiciona o coberto vegetal, uma vez que


(A) a variedade de sais minerais é reduzida, devido à resistência do calcário à meteorização.
(B) a disponibilidade de água é reduzida, devido à elevada permeabilidade do maciço.
(C) a água escoa superficialmente, devido à reduzida porosidade do calcário.
(D) a formação de solos é incipiente, devido à reduzida infiltração de água na rocha.

8. A diversidade biológica no interior das grutas calcárias resulta essencialmente


(A) do elevado teor de carbonato de cálcio dissolvido na água circulante.
(B) da intensa taxa fotossintética apresentada por procariontes.
(C) da matéria inorgânica dos dejetos das aves que aí nidificam.
(D) do transporte de matéria orgânica pela água que circula nas diáclases.

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10. Em situações de stress ambiental, Proteus anguinus
(A) utiliza as reservas nutritivas de que dispõe, mantendo uma intensa atividade.
(B) alimenta-se das suas presas várias vezes ao dia.
(C) reduz o metabolismo celular e produz ovos de maior riqueza alimentar.
(D) aumenta a população, reproduzindo-se com frequência.

11. Em condições de redução da concentração de oxigénio na água das grutas calcárias,


verifica-se
(A) a redução da taxa respiratória em insetos cavernícolas.
(B) a utilização dos pulmões em Proteus anguinus.
(C) o aumento da atividade de bactérias heterotróficas.
(D) o bloqueio do transporte ativo em bactérias fotoautotróficas.

12. Quando um anfíbio da espécie Proteus anguinus é exposto à luz, verifica-se


(A) uma diminuição da síntese de moléculas de riboflavina.
(B) uma alteração no mecanismo de transcrição.
(C) um aumento na expressão de genes geralmente inativos.
(D) uma mudança no genoma das células da pele.

13. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a sequenciar os acontecimentos que
ocorrem na formação de gâmetas em Proteus anguinus.
A. Disjunção aleatória de cromossomas homólogos.
B. Formação de tétradas cromatídicas.
C. Disposição de bivalentes na placa equatorial.
D. Separação dos cromatídeos.
E. Formação de dois núcleos haploides.

14. As asas dos morcegos e as asas das aves são órgãos


(A) análogos e resultam de uma evolução divergente.
(B) homólogos e resultam de uma evolução convergente.
(C) análogos e apresentam uma estrutura interna diferente.
(D) homólogos e apresentam uma estrutura interna idêntica.

13
15. Relativamente à obtenção de matéria pelos seres vivos do ecossistema, podemos afirmar que
(A) as aves digerem intracelularmente os alimentos ingeridos.
(B) os morcegos absorvem os nutrientes ao longo do tubo digestivo.
(C) as plantas fixam o oxigénio atmosférico para a produção de compostos orgânicos.
(D) os procariontes autotróficos utilizam carbono orgânico como fonte de carbono.

16. O carvalho-cerquinho, em situação de seca, apresenta


(A) elevada turgescência das células estomáticas.
(B) aumento da absorção de CO2 pelas folhas.
(C) diminuição do transporte de sacarose no floema.
(D) reduzido transporte ativo para os vasos xilémicos.

17. Na fotossíntese, durante a fase diretamente dependente da luz ocorre


(A) redução de moléculas de CO2.
(B) síntese de moléculas de NADPH.
(C) libertação de O2 a partir de CO2.
(D) hidrólise de moléculas de ATP.

18. Associe às teorias apresentadas na Coluna I as afirmações da Coluna II que lhe podem
corresponder.Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra e todos os números devem ser
utilizados.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I, seguida do número ou dos números (de 1 a 9)
correspondente(s).

19. Explique, de acordo com os dados, de que forma as condições ambientais, bióticas e abióticas,nas
serras de Aire e Candeeiros potenciam a dispersão e o aumento da variabilidade genética do
carvalho-cerquinho.

SOLUÇÔES:

14
7- B
8- D
9. Chave – a) – 1; b) – 3; c) – 3; d) – 2; e) – 2.
10- C
11- B
12- C
13.
Chave – B, C, A, E, D
14-D 15-B 16-C 17-B
18. ................................................................................................................................................. 8 pontos
Chave – (a) – (4), (5), (9); (b) – (2), (3), (6), (8); (c) – (1), (7).
19.
Explica que a atividade dos esquilos potencia a dispersão das plantas (A) e que o vento favorece o
cruzamento entre plantas diferentes de carvalho-cerquinho, permitindo o aumento da sua variabilidade
genética (B).
(A) Os esquilos, ao transportarem e enterrarem os frutos, potenciam a germinação das sementes em
outros locais, favorecendo a dispersão das plantas.
(B) O vento, ao disseminar os grãos de pólen, favorece a fecundação entre plantas diferentes (OU a
reprodução sexuada), aumentando a variabilidade genética.

GRUPO II
(Época Especial 2020)

15
Os aligatores da Flórida (Estados Unidos da América) passam grande parte das suas vidas
submersos nos lagos da região, estando, por isso, expostos a poluentes drenados para as águas
desses lagos.
O desenvolvimento sexual dos aligatores machos está dependente de androgénios (hormonas
sexuais). Este desenvolvimento constitui um bom indicador de poluição ambiental, pois alguns
poluentes inibem o amadurecimento sexual dos machos, diminuindo os níveis de androgénios
ou atuando como estrogénios (hormonas que, nas fêmeas, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual). O desenvolvimento sexual dos aligatores pode também ser
influenciado por outros fatores,como a nutrição, a temperatura e o fotoperíodo.
Uma equipa de investigadores capturou aligatores, ao longo de dezassete dias, em sete lagos da
Flórida. Os animais foram medidos, de modo a determinar as idades, tendo sido selecionados os
que já se encontravam na fase da puberdade. Foram também recolhidas amostras de sangue para
determinar os níveis plasmáticos de estrogénios e de androgénios.
Na Figura 2 estão representados os resultados relativosàrazãoestrogénios/androgénios (E/A)
determinada para os aligatores capturados.

1. O objetivo do estudo descrito foi o de


(A) conhecer a constituição sanguínea dos animais.
(B) identificar as substâncias que contaminam os sete lagos da região.
(C) avaliar o impacto da poluição no desenvolvimento sexual dos aligatores.
(D) estudar o amadurecimento sexual dos aligatores.

2. Para a validade do estudo, foi determinante o facto de


(A) os animais capturados terem pesos aproximados.
(B) os animais capturados serem fêmeas e machos em proporções equivalentes.
(C) os animais terem sido capturados na mesma época do ano.
(D) os animais capturados terem sido submetidos à colheita da mesma porção de sangue.

3. Uma das variáveis dependentes do estudo apresentado é


(A) a idade de cada um dos animais capturados.
(B) o teor de androgénios no sangue.
(C) a quantidade de poluentes encontrados.
(D) o lago de proveniência do aligator.

4. Interprete os resultados obtidos neste estudo, prevendo quais os dois lagos que apresentam maior
degradação ambiental.

SOLUÇÔES
1-C
2-C

16
3-B
4.
Interpreta os resultados do estudo, referindo que alguns poluentes diminuem a quantidade de androgénios
(OU atuam como estrogénios), aumentando a razão E/A nos machos (A) e prevendo que o lago Apopka e
o lago Griffin são os que apresentam maior degradação ambiental (B).
(A) Alguns poluentes diminuem a quantidade de androgénios (OU atuam como estrogénios), aumentando
a razão E/A nos machos.
(B) Os resultados permitem prever que o lago Apopka e o lago Griffin apresentam maior degradação
ambiental (OU elevadas quantidades de poluentes).

(Grupo I- 1ª fase 2021)Texto 2


Na zona da praia da Parede, na Área Marinha Protegida das Avencas (AMPA), as algas
representam um dos macropovoamentos mais importantes. Os tapetes formados pelas algas na
zona entre marés retêm a água durante a baixa-mar, fazendo com que as condições sejam
suportáveis para a grande maioria dos organismos marinhos que aqui têm o seu habitat.
A alga Asparagopsis armata é considerada, de entre as algas existentes nas águas europeias,
uma das espécies com maior potencial invasor. Na AMPA proliferam as duas fases do seu ciclo

17
de vida, a geração produtora de gâmetas e a geração produtora de esporos. Esta última é
caracterizada pela formação de dois tipos de esporos em momentos diferentes – os carpósporos,
que são diploides, e os tetrásporos, que são haploides. No passado, a entidade designada por
tetrasporófito
foi considerada como uma espécie distinta, Falkenbergia rufolanosa. A alga A. armata
apresenta um ciclo de vida com gametófitos fixos a um substrato e esporófitos de vida livre,
muito comuns durante todo o ano. Estas algas requerem uma superfície dura para se fixarem,
sendo as rochas o local mais habitual para o fazerem, mas também se podem fixar noutras algas
ou em animais como as lapas (moluscos com concha univalve que escavam, nas rochas,
pequenas cavidades às quais se ajustam).
Uma particularidade importante dos seres do género Asparagopsis é a produção de metabolitos
que atuam como repelentes de herbívoros. Estes metabolitos são sintetizados em células
glandulares dos filamentos do tetrasporófito.
Na Figura 3, está representado o ciclo de vida de A. armata.
Figura 3

10. Considerando as etapas do ciclo de vida representado, pode referir-se que


(A) a célula representada por A tem apenas um cromossoma de cada par de homólogos.
(B) o processo de meiose ocorre para a formação de gâmetas.
(C) a entidade produtora de tetrásporos é uma estrutura multicelular que nada livremente.
(D) o gametófito masculino possui células diploides.

11. Em A. armata, durante o processo de produção dos tetrásporos, ocorre


(A) emparelhamento de cromossomas homólogos na metáfase.
(B) condensação de cromatina durante a telófase.
(C) duplicação do número de cromossomas durante a interfase.

18
(D) formação de tétradas ou bivalentes na prófase.

12. O sucesso da fecundação em A. armata é facilitado pelo facto de


(A) os gametófitos viverem fixos nas rochas.
(B) o tetrasporófito poder fixar-se em substratos como lapas ou outras algas.
(C) os gametângios masculinos e femininos estarem em indivíduos diferentes.
(D) o tetrasporângio produzir e acumular metabolitos.

13. Durante a baixa-mar, uma das condições que permitem a sobrevivência das lapas é a sua capacidade
de reter água, que é favorecida
(A) pela ação erosiva destes seres vivos sobre as rochas das plataformas.
(B) pela sua fixação nas areias que preenchem as fraturas das rochas.
(C) pela construção de uma concha permeável à água do mar.
(D) pela sua exposição solar em plataformas rochosas viradas a sul.

14. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta
de acontecimentos relacionados com a síntese de metabolitos peptídicos em células especializadas de
A. armata.
A. Formação de vesículas de exocitose.
B. Estabelecimento de ligações entre aminoácidos.
C. Transcrição de uma cadeia da molécula de DNA.
D. Maturação de cadeias polipeptídicas.
E. Remoção de intrões de uma cadeia ribonucleica.

15. Explique, de acordo com os dados, de que modo as características biológicas de A. armata fazem dela
uma espécie com potencial invasor.

16. Explique de que modo uma alteração do hidrodinamismo, numa praia arenosa, pode contribuir para a
instalação de uma comunidade que integre seres vivos como as lapas e a alga A. armata, referidos no
Texto 2.

Texto 3
As variações diárias de temperatura ambiente podem ter grande impacto nos sistemas
biológicos.
Foi realizado um estudo para analisar os níveis de stress térmico no molusco Patella vulgata
(lapa), em diversos micro-habitats de praias na costa atlântica europeia, nomeadamente em
Portugal. Para o efeito, foram determinados os níveis de uma proteína de stress térmico
(HSP70).
Esta proteína tem funções essenciais para a sobrevivência, protegendo as proteínas celulares
contra a desnaturação e conferindo, assim, tolerância à hipotermia, à hipertermia e à radiação
ultravioleta.
Procedimento:

19
• Selecionaram-se 4 praias da costa atlântica oeste a estudar (Moledo, Mindelo, S. Lourenço e
Alteirinhos).
• Colocaram-se 3 «robolapas1», em cada um de 2 micro-habitats opostos (norte e sul), na
plataformas rochosas da zona entre marés (habitat da P. vulgata), perfazendo 6 «robolapas» por
praia.
• Programaram-se as «robolapas» para recolher dados sobre a temperatura a cada 40 minutos,
durante 6 meses.
• Recolheram-se 8 indivíduos do micro-habitat mais exposto à radiação solar, isto é, orientado a
sul (indivíduos S), e 8 indivíduos do micro-habitat menos exposto à radiação solar, isto é,
orientado a norte (indivíduos N), em cada um dos locais em estudo, em junho e em agosto de
2011.
• Procedeu-se à extração das proteínas em cada indivíduo e determinou-se a concentração de
proteína HSP70.
• Os dados obtidos pelas «robolapas» permitiram estabelecer uma relação entre a temperatura e
os níveis médios de HSP70 presentes nos indivíduos de P. vulgata.
A Figura 4 apresenta os resultados relativos às praias portuguesas estudadas, indicando os níveis
médios de HSP70 presentes nos indivíduos de P. vulgata colhidos no verão de 2011.
Nota:
1 Robolapa – equipamento que é colado à rocha para reproduzir as condições do habitat natural das lapas.
Esteequipamento é constituído pela concha de um indivíduo do género Patella, na qual é introduzido

17. De acordo com o objetivo da experiência, uma das variáveis dependentes em estudo é
(A) a exposição solar dos habitats.
(B) a concentração da proteína.
(C) a quantidade de lapas recolhidas.
(D) a periodicidade das medições.

18. Com este estudo, pretende-se testar a hipótese:


(A) Existe uma relação entre os níveis de HSP70 e a sobrevivência de P. vulgata.
(B) A localização do habitat influencia a sobrevivência na zona entre marés.
(C) Os níveis de HSP70 produzidos por P. vulgata variam com o habitat.
(D) P. vulgata apresenta estratégias de reação ao aumento da temperatura.

19. De entre as afirmações seguintes, relacionadas com os resultados experimentais, selecione as duas que
estão corretas, transcrevendo para a folha de respostas os números romanos correspondentes.
I. Os níveis médios de HSP70 são relativamente semelhantes entre os indivíduos N das quatro praias

20
analisadas.
II. Os níveis médios de HSP70 nos indivíduos N aumentam de norte para sul, ao longo do litoral
português.
III. Os indivíduos do micro-habitat orientado a norte da praia de Moledo são os que apresentam maior
stress térmico.
IV. Os indivíduos N e S da praia dos Alteirinhos apresentam a menor diferença entre si de níveis de
HSP70, comparativamente com os indivíduos das restantes praias.
V. Os indivíduos dos micro-habitats orientados a sul apresentam níveis mais baixos de HSP70.

20. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta
de acontecimentos relacionados com o ciclo de vida de P. vulgata, começando pela etapa da fecundação.
A. União de gâmetas com restabelecimento da diploidia.
B. Expressão diferencial do genoma, originando o indivíduo adulto.
C. Divisão por meiose, que conduz à formação de células sexuais.
D. Desenvolvimento do embrião por sucessivas mitoses.
E. Maturação dos órgãos que darão origem aos gâmetas.

21. Alguns indivíduos de P. vulgata permanecem em habitats caracterizados por elevadas temperaturas
durante as marés baixas diurnas e, por isso, sofrem elevados níveis de stress.
Explique o papel do ambiente no aumento da resistência de P. vulgata ao stress térmico, segundo uma
perspetiva lamarckista e segundo uma perspetiva darwinis

SOLUÇÔES:
10-C 11-D 12-A 13-A
14- Versão 1 – C, E, B, D,
15.
Explica de que modo as características biológicas de A. armata, como a capacidade de fixação
dos gametófitos a diferentes substratos (A), a existência de tetrasporófitos de vida livre (B) e a
capacidade de produção de metabolitos repelentes de herbívoros (C), fazem desta alga uma
espécie com potencial invasor.
(A) Os gametófitos de A. armata fixam-se em diferentes substratos, permitindo a
colonização do habitat.
(B) Os tetrasporófitos, por serem estruturas livres, permitem uma maior disseminação da
espécie.

21
(C) A. armata possui células produtoras de substâncias repelentes de herbívoros, evitando o
herbivorismo.

16.Explica que a instalação de uma comunidade que integre os seres vivos referidos no Texto
2 requer a existência de uma plataforma rochosa (A) cuja exposição resultou do aumento do
hidrodinamismo, que removeu as areias (B).
(A) A instalação de uma comunidade que integra os seres vivos referidos no Texto 2
requer a existência de uma plataforma rochosa.
(B) O aumento do hidrodinamismo remove as areias (OU aumenta a erosão), expondo plataforma
rochosa.

17-B

18-C

19- II e IV

20.
1 – A, D, B, E, C

( 1ª Fase V1 2021)GRUPO II
Numa aula de Biologia e Geologia, realizou-se uma experiência com o objetivo de estudar a distribuição
dos estomas em folhas de plantas Monocotiledóneas e Dicotiledóneas.
1. Encheram-se com água seis provetas de 10 mL (A a F).
2. Colocaram-se em três provetas (A, C e E) folhas de uma planta Dicotiledónea, com o pecíolo dentro de
água, e, em outras três provetas (B, D e F), folhas de uma planta Monocotiledónea, com a bainha dentro
de água, como se ilustra na Figura 5.
3. Todas as folhas possuíam a mesma área.
4. Colocou-se vaselina (substância impermeabilizante) na página superior da folha de Dicotiledónea da
proveta A e na página superior da folha de Monocotiledónea da proveta B.
5. Colocou-se vaselina na página inferior da folha de Dicotiledónea da proveta C e na página inferior da
folha de Monocotiledónea da proveta D.
6. Não se colocou vaselina na folha de Dicotiledónea da proveta E nem na folha de Monocotiledónea da
proveta F.
7. Cobriu-se a superfície da água das provetas com parafina líquida, para impermeabilizar.
8. Ao fim de oito dias, mediu-se a diminuição do volume de água em cada proveta e registaram-se os
valores na Tabela 1.

22
1. Explique, tendo em conta o objetivo do estudo, os resultados obtidos nas provetas onde se colocaram
folhas de uma planta Dicotiledónea.

2. Da análise do estudo experimental, podemos afirmar que


(A) a proveta F serve de controlo apenas às provetas A e B.
(B) a utilização de parafina contribui para a fiabilidade dos resultados.
(C) a transpiração é maior na folha colocada na proveta D.
(D) a proveta F contém a folha que tem o menor número de estomas ativos.

3. Associe a cada uma das teorias relacionadas com a distribuição de matéria nas plantas, apresentadas na
Coluna I, as afirmações da Coluna II que lhe correspondem. Cada uma das afirmações deve ser associada
apenas a uma das letras, e todas as afirmações devem ser utilizadas.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I, seguida do número ou dos números (de 1 a 7)
correspondente(s).

23
SOLUÇÔES:
1.
Explica a diminuição do volume de água nas provetas A, C e E, relacionando essa
diminuição com a perda de água das folhas através dos estomas (A), identificando a proveta
em que se verifica uma menor ou maior diferença de absorção de água relativamente ao
controlo e as respetivas condições de impermeabilização da folha (B), e concluindo sobre a
distribuição de estomas nas páginas superior e inferior da folha da planta Dicotiledónea (C).
(A) As folhas transpiram através dos estomas, levando à diminuição do volume de água nas
provetas.
(B) Verifica-se uma absorção de água muito menor (OU uma perda de água por
transpiração muito menor) na folha da proveta C, com vaselina na página inferior, quando
comparada com a folha da proveta E, sem impermeabilização.
OU
Verifica-se uma pequena diferença na absorção de água (OU verifica-se uma perda de
água por transpiração aproximadamente igual) entre a folha da proveta A, com vaselina
na página superior, e a folha da proveta E, sem impermeabilização.
(C) A folha da planta Dicotiledónea tem mais estomas na página inferior do que na página superior.

2-B
3.
Versão 1 – (a) – (1), (2), (6); (b) – (5), (7); (c) – (3), (4).

(GRUPO I 2ª Fase V1 2021)Texto 2


Integrada na Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, a Pateira de Fermentelos é um
importante local de alimentação e de reprodução para diversas aves aquáticas, nomeadamente
para várias espécies de patos, como o pato-real (Anas platyrhynchos). A zona da pateira
proporciona também refúgio e excelentes condições de desova para peixes como o
barbo-comum (Barbus bocagei).
Em determinadas alturas do ano, extensos tapetes de jacinto-de-água (Eichhornia crassipes)
formam uma massa densa, cobrindo a superfície da lagoa. O jacinto-de-água é uma planta
aquática livre, flutuante, com raízes que podem atingir 60 cm de comprimento, que se reproduz
sexuadamente, por sementes de pequeno tamanho, e assexuadamente, através do
desenvolvimento lateral de estolhos. A partir do outono, as baixas temperaturas danificam as

24
suas partes verdes, que acabam por secar e perder a capacidade de flutuação, levando à
decomposição da planta.
A presença do jacinto-de-água inibe o crescimento do fitoplâncton nos sistemas aquáticos.
No entanto, a sua capacidade de proliferação, de absorção de nutrientes e de bioacumulação 1 de
contaminantes da água convertem esta planta numa ferramenta útil no tratamento de águas
residuais.
Baseado em: D. Dâmaso, «Recolha e processamento de plantas aquáticas com vista à remoção de nutrientes»,
mestrado em Engenharia do Ambiente, Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, 2008.
Nota:
1 Bioacumulação – processo de concentração de substâncias tóxicas, oriundas do exterior, nos tecidos de seres vivos

9. Anas platyrhynchos e Barbus bocagei apresentam, respetivamente,


(A) hematose branquial e circulação dupla incompleta.
(B) hematose alveolar e coração dividido em duas cavidades.
(C) hematose branquial e hemolinfa como fluido circulante.
(D) hematose alveolar e difusão direta de gases.

10. Considerando as estruturas que se formam ao longo do ciclo de vida do jacinto-de-água,


pode afirmar-se que
(A) os gâmetas resultam de meiose.
(B) o gametófito é diploide.
(C) os esporos resultam de mitose.
(D) o esporófito é multicelular.

11. Segundo uma perspetiva neodarwinista, a elevada capacidade de sobrevivência do jacinto-de-água em


ambientes aquáticos contaminados deve-se
(A) ao aumento individual da capacidade de bioacumulação.
(B) à necessidade de adaptação a ambientes adversos.
(C) à evolução de uma população de plantas com diferente resistência à poluição.
(D) ao aparecimento de mutações que impedem o transporte iónico através da raiz.

12. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço.


Transcreva para a folha de respostas cada uma das letras, seguida do número que corresponde à opção
selecionada. A cada letra corresponde um só número.
O transporte de iões nitrogenados para o interior da célula, através da membrana plasmática, torna o
conteúdo celular _____a_)____, promovendo a entrada de água por _____b_)____ através de proteínas
canal, como consequência da polaridade da água e do carácter _____c_)____ da zona apolar dos
fosfolípidos. Os _____d_)____, monómeros que constituem as proteínas canal, estabelecem entre si
ligações _____e_)____.

25
13. Explique de que modo a elevada capacidade de proliferação do jacinto-de-água conduz à redução da
biodiversidade aquática da Pateira de Fermentelos.

14. A obstrução à circulação da água e dos sedimentos é o prejuízo mais frequentemente atribuído às
infestantes aquáticas e faz-se sentir com maior intensidade em ambientes aquáticos de pouca
profundidade.
Explique, tendo em conta a morfologia do jacinto-de-água, de que modo a presença desta planta tem
vindo a contribuir para a alteração da profundidade da Pateira de Fermentelos.

Texto 3
Atualmente, é frequente a referência às plantas aquáticas flutuantes como sistemas naturais de
tratamento de águas residuais, pela capacidade que apresentam de remover vários tipos de
contaminantes, entre os quais, metais. Apesar de elevadas concentrações destes elementos
serem tóxicas, eles são essenciais a funções vitais das plantas, como a fotossíntese e a
respiração. O ião cobre (Cu2+), por exemplo, é um constituinte da plastocianina, proteína
existente nos tilacoides e que integra a cadeia transportadora de eletrões. O ião zinco (Zn 2+) é
um componente indispensável

26
à atividade de enzimas envolvidas na síntese de RNA.
Com o objetivo de avaliar a redução da toxicidade das águas residuais decorrente da capacidade
de bioacumulação do jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) e da alface-de-água (Pistia
stratiotes), realizado o estudo que a seguir se descreve.
Procedimento:
• Foram recolhidas, num rio não poluído, plantas jovens de Eichhornia crassipes (Ec) e de
Pistia stratiotes (Ps). As suas raízes foram cuidadosamente lavadas, e foi determinada a
concentração de metais presente na totalidade dos tecidos das plantas. Em E. crassipes, foram
ainda determinadas, separadamente, as concentrações de metais nas raízes e nas folhas.
• Em cada um de sete tanques, foram colocados 400 L de águas residuais, provenientes de um
parque industrial.
• Foram adicionados 4 kg de plantas jovens de E. crassipes a três dos tanques e 4 kg de plantas
jovens de P. stratiotes a outros três tanques.
• A cada 5 dias, foi determinada a concentração de metais presentes nas águas residuais.
• Ao fim de 20 dias, foi novamente determinada a concentração de metais presentes nos tecidos
das duas espécies de plantas.

Os gráficos I e II apresentam a variação do teor em zinco (Zn) e em cobre (Cu) nos diferentes
tanques de águas residuais, ao longo do tempo.
Os gráficos III e IV apresentam a concentração de zinco (Zn) e de cobre (Cu) nos tecidos de E.
crassipes (Ec) e de P. stratiotes (Ps), expressa em mg/kg, no início e após os 20 dias de
tratamento.

15. Na investigação descrita, uma das variáveis dependentes é


(A) a variedade de plantas aquáticas utilizada no estudo.

27
(B) a concentração inicial de metais nas águas residuais.
(C) a biomassa das duas espécies de plantas.
(D) a acumulação de metais em E. crassipes.

16. De acordo com os resultados apresentados,


(A) P. stratiotes apresenta maior eficiência no tratamento de águas ricas em zinco do que E. crassipes.
(B) ao 10.º dia, atinge-se a capacidade máxima de bioacumulação de zinco por parte de P. stratiotes.
(C) em E. crassipes, as folhas apresentam maior capacidade de bioacumulação de cobre e de zinco do que
as raízes.
(D) a concentração de cobre na água do tanque de controlo é sempre inferior à registada nos restantes
tanques.

17. Em 2006, o município de Águeda adquiriu uma ceifeira-aquática, uma máquina que faz o corte e a
remoção dos jacintos-de-água da Pateira de Fermentelos.
Tendo em conta as informações dos Textos 2 e 3, explique de que modo a remoção das massas de jacinto-
de-água, antes do início do outono, contribui para a diminuição dos níveis de metais na água.

18. O transporte, até às folhas, dos iões de zinco e de cobre absorvidos pela raiz deve-se
(A) à saída de vapor de água pelos ostíolos limitados pelas células-guarda.
(B) à diminuição da pressão osmótica ao nível dos vasos xilémicos foliares.
(C) à ascensão de uma coluna contínua de água ao longo dos vasos floémicos.
(D) à criação de um défice de água nos tubos crivosos, na zona da raiz.

19. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta
de acontecimentos relacionados com a síntese e a atuação da plastocianina.
A. Transferência de eletrões, envolvendo redução e oxidação das moléculas de plastocianina.
B. Transcrição de DNA nuclear.
C. Inclusão da plastocianina nas membranas dos tilacoides.
D. Captação de eletrões pela molécula de NADP+, provocando a sua redução a NADPH.
E. Tradução de RNA mensageiro pelos ribossomas.

20. Associe aos ácidos nucleicos apresentados na Coluna I as afirmações da Coluna II que lhes
correspondem. Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra e todos os números devem
ser utilizados.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I, seguida do número ou dos números (de 1 a 7)
correspondente(s).

28
SOLUÇÔES:
1-C 2-A 3-A
4-III,Ive V
5- C,A,D,E, B
6-C
7-B

29
8.
Reconstitui o processo de formação da Pateira de Fermentelos, referindo que a formação de um cordão
arenoso litoral conduziu à formação de uma laguna (A), que o cordão de areia impediu a saída de
sedimentos da laguna para o mar (B) e que a deposição de sedimentos na zona de confluência dos rios
levou à formação da pateira (C).
(A) O aumento progressivo da sedimentação costeira levou à formação de um cordão de areia, que
possibilitou a formação de uma laguna (OU da Ria de Aveiro).
(B) A formação do cordão de areia conduziu ao aumento da deposição de sedimentos, trazidos pelos rios,
no interior da laguna.
(C) A deposição de sedimentos na zona de confluência dos rios Águeda, Cértima e da ribeira do Pano
dificultou o escoamento da água, levando à formação de uma lagoa designada Pateira de Fermentelos
9- B 10-D 11-C
12-a)2 b)1 c)2 d)2 e) 3
13. .
Explica que a elevada capacidade de proliferação do jacinto-de-água conduz à redução da biodiversidade
porque leva à diminuição da quantidade de oxigénio disponível na água (A) e leva à diminuição da
quantidade de fitoplâncton, comprometendo as cadeias alimentares (B).
(A) A diminuição da quantidade de oxigénio disponível na água é devida:
−− à diminuição da taxa fotossintética como consequência da diminuição da penetração
da luz na água.
OU
−− ao consumo de oxigénio, que resulta da proliferação de organismos intervenientes no
processo de decomposição dos jacintos-de-água.
OU−− à diminuição da superfície de contacto entre a água e a atmosfera.
(B) A diminuição da quantidade de fitoplâncton (OU do número de produtores aquáticos), resultante da
menor penetração da luz na água, leva à falta de alimento, o que compromete as cadeias alimentares.
14.
Explica a alteração da profundidade da Pateira de Fermentelos, relacionando as raízes longas dojacinto-
de-água com uma maior dificuldade de circulação da água e dos sedimentos (A) e com uma maior
deposição de sedimentos, o que vai reduzir a profundidade da pateira (B).
(A) As raízes longas do jacinto-de-água conduzem à diminuição da velocidade de circulação da água e
dos sedimentos.
OU
As raízes longas do jacinto-de-água conduzem à diminuição da energia do agente de transporte.
(B) A deposição de sedimentos é maior, reduzindo a profundidade da pateira.

15-D 16-B

17
Explica o contributo da remoção dos jacintos-de-água para a diminuição dos níveis de metais na
água,referindo que o jacinto-de-água absorve e acumula metais nos seus tecidos (A) e referindo que a sua
remoção antes do início do outono evita a sua decomposição (B) e, consequentemente, a restituição dos
metais ao meio (C).
(A) O jacinto-de-água absorve e acumula metais nos seus tecidos.
(B) A remoção dos jacintos-de-água, antes do início do outono, evita o início da decomposição.
(C) A remoção dos jacintos-de-água impede a restituição dos metais ao meio.

18-A
19- B,E,C,A,D
20-(a)-1,2,5 (b)- 3,6 (c)-4,7

(Grupo I Época Especial) 2021 Texto 2


Embora o ouro seja muito estável, sabe-se que existem fungos capazes de mobilizar ouro de lixo
eletrónico, possivelmente através de reações de oxidação-redução. Por outro lado, alguns
organismos dos domínios Eubacteria e Archaea podem separar ouro de outros minerais, através
de biometeorização, originando uma forma oxidada de ouro – Au (III) –, que, posteriormente,
precipita para formar depósitos secundários.

30
Um estudo realizado na zona aurífera, TDPO (Figura 1 da página 2), pretendeu mostrar que há
fungos, associados a esta jazida, que podem mediar a oxidação do ouro nas condições existentes
na superfície terrestre.
Utilizaram-se, sob condições aeróbias, seis amostras de microecossistemas de solo superficial
com partículas de ouro metálico (Au), assegurando-se a mesma concentração inicial de ouro (40
μM).
As condições iniciais de cada amostra de solo estão listadas na Tabela 1.
Ao longo do estudo, determinou-se a concentração de ouro, na forma oxidada, Au (III).
Os resultados estão registados nos Gráficos I, II e III.

7. A formação de depósitos de ouro por ação de bactérias é um exemplo de interação dos subsistemas
(A) Biosfera – Geosfera.
(B) Hidrosfera – Atmosfera.
(C) Geosfera – Hidrosfera.
(D) Atmosfera – Biosfera.

8. No estudo descrito, os cientistas pretendiam verificar a hipótese:


(A) O ouro é oxidado pela ação de fungos associados à jazida.
(B) A concentração de ouro influencia a atividade oxidativa dos fungos.
(C) Os fungos são os responsáveis pela formação de depósitos secundários.
(D) Os fungos realizam biometeorização em condições anaeróbias.

9. Os resultados do estudo, apresentados nos gráficos I, II e III, mostram que


(A) nas amostras esterilizadas ocorreu intensa oxidação do ouro.
(B) nas amostras com ciclo-heximida há maior percentagem de ouro oxidado.
(C) a oxidação do ouro, na área de referência, é maior do que na zona aurífera.
(D) a concentração de Au (III) é semelhante em todas as amostras sem fungos.

10. A variação da concentração de Au (III) na amostra 1 revela que


(A) a totalidade do ouro metálico da amostra foi oxidada durante a experiência.
(B) ocorreu precipitação do ouro oxidado durante a experiência.
(C) a taxa de oxidação do ouro foi regular ao longo do tempo.
(D) metade do ouro inicial da amostra estava na forma oxidada após 200 horas.

31
11. No estudo descrito, foram usados inibidores de crescimento.
Justifique a necessidade de utilização de cloranfenicol e de estreptomicina para a validação do estudo
experimental.

12. De entre as afirmações seguintes, relacionadas com dois sistemas de classificação de seres vivos,
selecione as três que estão corretas, transcrevendo para a folha de respostas os números romanos
correspondentes.
I. De acordo com o sistema de classificação de Whittaker modificado, as bactérias e os fungos pertencem
ao mesmo reino.
II. O sistema de classificação dos seres vivos em três domínios propõe a separação dos procariontes em
dois domínios.
III. Os fungos, assim como todos os seres eucariontes, pertencem ao domínio Eukaria.
IV. De acordo com o critério de interação nos ecossistemas do sistema de classificação de Whittaker
modificado, os fungos são microconsumidores.
V. As bactérias pertencem ao domínio Monera, segundo o sistema de classificação dos seres vivos em
três domínios.

13. Bactérias cultivadas durante várias gerações num meio de cultura contendo o isótopo 15N foram
transferidas para um meio contendo o isótopo 14N. Ao fim de duas gerações neste meio, o DNA
bacteriano será constituído por
(A) 25% de moléculas de DNA híbridas.
(B) 50% de moléculas só com o isótopo 14N.
(C) 100% de moléculas só com o isótopo 14N.
(D) 75% de moléculas de DNA híbridas.

14. Os filamentos dos fungos (hifas) contribuem para o ciclo das rochas, porque
(A) asseguram a diagénese em profundidade.
(B) transportam os detritos rochosos à superfície.
(C) contribuem para a meteorização das rochas.
(D) removem os sedimentos do seu local de origem.

Texto 3
O fungo Fusarium oxysporum, isolado no estudo anterior, é uma espécie patogénica para muitas
plantas. Fusarium oxysporum segrega uma larga variedade de enzimas que degradam a parede
celular da planta, permitindo que o fungo a colonize.
O micélio do fungo (conjunto de filamentos – hifas) invade o tecido vascular, bloqueando o
xilema, o que pode causar o emurchecimento da planta. O emurchecimento também pode ser
causado por toxinas produzidas pelo fungo.
No entanto, algumas plantas podem defender-se, reduzindo a atividade de degradação
provocada pelo fungo, ao produzirem substâncias capazes de inativar os genes responsáveis pela
patogenicidade do fungo.
Recentemente, os resultados do sequenciamento do genoma de Fusarium oxysporum revelaram
a existência de genes adquiridos de outras espécies de Fusarium por transferência horizontal1.
Isto conduz à hipótese de que a transferência horizontal de genes pode gerar novas linhagens
patogénicas.
Nota:
1 Transferência horizontal de genes – processo em que um organismo transfere material genético para outro que não
é seu descendente.
Baseado em: S. Koyyappurat, «Etude histo-pathologique et moléculaire de la résistance des vanilliers
(Vanilla spp., Orchidaceae) à Fusarium oxysporum f.sp. radicis-vanillae, agent de la pourriture
des racines et des tiges», 2015 (Tese de doutoramento: Sciences. Biologie végétale,
Université de la Réunion).

15. De acordo com a teoria da adesão-coesão-tensão, a infeção de uma planta por Fusarium oxysporum
poderá

32
(A) diminuir a absorção de água e de sais minerais pelas raízes.
(B) aumentar a entrada de água nas células estomáticas foliares.
(C) diminuir a coesão das moléculas de água nos tubos crivosos.
(D) aumentar a adesão das moléculas de água às paredes do xilema.

16. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta
dos acontecimentos que permitem a síntese de proteínas estruturais por Fusarium oxysporum.
A. Hidrólise de polímeros orgânicos.
B. Exocitose de enzimas digestivas.
C. Maturação de proteínas digestivas.
D. Absorção de monómeros orgânicos.
E. Polimerização de moléculas estruturais.

17. Explique de que modo a transferência horizontal de genes contribui para o aparecimento de novas
linhagens de fungos patogénicos e para o aparecimento de populações de plantas resistentes a esses
fungos.

18.1. No processo de reprodução Z, as divisões nucleares A e B correspondem a


(A) uma mitose seguida de uma meiose.
(B) duas mitoses sucessivas.
(C) duas meioses sucessivas.
(D) uma meiose seguida de uma mitose.

18.2. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço.


Transcreva para a folha de respostas cada uma das letras, seguida do número que corresponde à opção
selecionada. A cada letra corresponde um só número.
Fusarium oxysporum é um ser _____a_)____, que obtém nutrientes por _____b_)____, após um processo
de digestão _____c_)____. A sua reprodução é _____d_)____ e apresenta ciclo devida _____e_)____,
em que a entidade diploide é representada por uma única célula.

33
SOLUÇÕES:
7-A 8-A 9-D 10-B
11.
Justifica que a utilização de cloranfenicol e de estreptomicina visa a inibição do crescimento de
bactérias (A), o que permite garantir que os resultados obtidos resultam da ação exclusiva dos
fungos (B).
(A) Utilizaram-se cloranfenicol e estreptomicina (antibióticos) para inibir o crescimento de bactérias.
(B) Os resultados obtidos nas amostras 1 e 4 resultam da ação exclusiva dos fungos.

12.
Afirmações corretas: II, III e IV.

13-B 14-C 15-A


16-CBADE
17.
Explica que da transferência horizontal de genes resultam novas combinações genéticas e assim novas
linhagens de fungos patogénicos (A), que contribuem para a seleção das plantas resistentes a essas
combinações (B), as quais se reproduzem mais, transmitindo essas características à descendência (C). (A)
As novas linhagens de fungos patogénicos resultam de novas combinações genéticas, adquiridas por
transferência horizontal de genes.
(B) Numa população, as plantas com características que permitem resistir às novas linhagens de fungos
serão selecionadas.
(C) As plantas resistentes reproduzir-se-ão mais, transmitindo as características à descendência, o que
pode conduzir ao aparecimento de populações de plantas resistentes a essas novas linhagens de fungos.
18.1- D
18.2- a)2 b)1 c)2 d)3 e)1
19-(a)- 3,6 (b)-2,4,5 (c)-1,7

34
(Época Especial 2021GRUPO II)
A fim de estudar o comportamento das membranas celulares, realizou-se a experiência seguinte:
1. Introduziu-se uma solução de glucose, albumina (proteína do ovo) e cloreto de sódio (NaCl) num balão
feito de tripa de porco, de modo a simular uma célula artificial.
2. Mergulhou-se a célula artificial num gobelé com água destilada conforme representado na Figura 4.
3. De imediato, recolheu-se água do gobelé e efetuaram-se testes para pesquisar a presença de glucose, de
proteínas e do ião cloreto. Na Tabela 2, apresentam-se os testes e os resultados que permitem identificar a
presença das substâncias referidas anteriormente.
4. Repetiu-se, ao fim de duas horas, o procedimento referido em 3.

1. Preveja, justificando, a variação do volume da célula artificial que se pode registar ao fim de meia hora.

2. Os testes efetuados à água do gobelé, após duas horas, permitem observar , indicando a
presença de .
(A) um precipitado branco ... ião cloreto que atravessou a membrana por transporte ativo
(B) um composto amarelado ... albumina que atravessou a membrana por difusão
(C) um precipitado branco ... ião cloreto que atravessou a membrana por difusão
(D) um composto amarelado ... albumina que atravessou a membrana por transporte ativo

35
\SOLUÇÕES

SOLUÇÔES:
1.
Prevê que, ao fim de meia hora, se verifica um aumento do volume da célula artificial (A) devido à
entrada de água por osmose (B).
(A) O volume da célula artificial aumenta ao fim de meia hora.
(B) A água entra na célula artificial (por osmose), uma vez que passa do meio hipotónico para o meio
hipertónico
OU
A água entra na célula artificial (por osmose), uma vez que passa do meio de menor concentração para o
meio de maior concentração.

2. C
3.
Identifica o Gráfico VII (A), referindo que, no início, a velocidade de transporte aumenta rapidamente
(B), mas que, a partir de certa concentração da substância, a velocidade de transporte se mantém
constante devido à saturação das permeases (C).
(A) Identifica o Gráfico VII.
(B) No início, a velocidade de transporte aumenta rapidamente com o aumento da concentração da
substância.
(C) A partir de certa concentração, a velocidade de transporte mantém-se constante devido à saturação
das permeases.
4-B

1ª Fase V1 2019 GRUPO II


A polinização animal é importante para a produção agrícola, em particular para a
produção de frutos e para uma parte significativa das culturas hortícolas. No entanto, a
monocultura intensiva pode ser prejudicial aos insetos, por falta de recursos florais e
de locais de refúgio.

36
Devido à perda de habitats, ao uso de pesticidas, às alterações climáticas e às
doenças, tem-se verificado o declínio das populações de abelhas, importantes agentes
polinizadores.
Realizou-se um estudo em campos de cultura intensiva de abóbora para avaliar os
efeitos dos fatores seguintes na polinização:
−− disponibilidade de habitats seminaturais (plantas herbáceas não cultivadas e
floresta);
−− visitas de abelhas das espécies Apis mellifera e Bombus terrestris.
Foram testadas algumas hipóteses, de entre as quais se destacam as seguintes:
Hipótese 1 – o número de grãos de pólen depositados nas flores de abóbora está diretamente
relacionado com o número de visitas de Apis mellifera e de Bombus terrestris;
Hipótese 2 – o número de visitas de insetos polinizadores é mais elevado em campos
adjacentes a habitats seminaturais do que em campos adjacentes a outros campos de
cultura.
Métodos e condições experimentais
1 – O estudo realizou-se em 18 campos de cultura de abóbora, Cucurbita maxima,
cada um com uma área de cerca de 3 ha.
2 – Os campos de abóbora estavam rodeados de paisagens que diferiam na
quantidade relativa de habitats seminaturais e de campos de cultivo (milho, trigo ou
batata), num raio de 1 km.
3 – A temperatura média anual da região é de cerca de 11 ºC, e a precipitação média
anual é de 700 mm.
4 – Foram feitas observações das visitas de insetos polinizadores e foram recolhidas
amostras de pólen ao longo de 4 trajetos em cada campo.
5 – As visitas dos polinizadores foram gravadas em vídeo, ao longo de períodos de 15
minutos, em 3 dias de julho, durante a floração, nas horas em que os estigmas 1 estão
recetivos e os grãos de pólen estão disponíveis e são viáveis.
6 – As amostras de pólen depositado foram recolhidas nos estigmas das flores
visitadas.
Resultados
Foram observadas 2100 abelhas, das quais 79% pertenciam à espécie Apis mellifera,
14% pertenciam à espécie Bombus terrestris e 7% pertenciam a outras espécies.
Na Figura 2, constam outros resultados deste estudo.
Nota:
1 Estigmas – locais das estruturas reprodutoras femininas onde os grãos de pólen são depositados.

37
Figura 2 – Relação entre as visitas dos polinizadores e a deposição de pólen (A e B); Relação entre a
proporção de campo de cultivo num raio de 1 km e as visitas de Bombus terrestris (C); Relação entre a
proporção de campo de cultivo num raio de 1 km e a deposição de pólen pelos diferentes polinizadores
(D)
Baseado em: S. C. Pfister et al., «Dominance of cropland reduces the pollen
deposition from bumble bees», Scientific Reports, 2018.

1. As afirmações seguintes dizem respeito à interpretação dos dados apresentados na Fig.2.


I. O número de grãos de pólen depositados diminui com o aumento da percentagem de campo
de cultivo num raio de 1 km.
II. Um aumento de 10% de campo de cultivo num raio de 1 km aumenta o número de visitas de
Bombus terrestris.
III. Se houver 10% de habitats seminaturais, o número de grãos de pólen depositados é maior
do que se essa percentagem for de 50%.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

2. No estudo descrito, uma das variáveis dependentes foi


(A) o tipo de cultura dos diferentes campos.
(B) a percentagem de campo cultivado.
(C) a área de habitat seminatural.
(D) o número de grãos de pólen depositados.

38
3. O aumento da variabilidade genética e a conquista do ambiente terrestre pelos seres
eucariontes autotróficos estão associados ao predomínio da fase
(A) haploide e à união de gâmetas de plantas diferentes, da mesma espécie.
(B) diploide e à união de gâmetas de plantas diferentes, da mesma espécie.
(C) haploide e à união de gâmetas da mesma planta.
(D) diploide e à união de gâmetas da mesma planta.

4. As abelhas apresentam um sistema circulatório


(A) fechado, havendo distinção entre fluido circulante e fluido intersticial.
(B) fechado, não havendo distinção entre fluido circulante e fluido intersticial.
(C) aberto, não havendo distinção entre fluido circulante e fluido intersticial.
(D) aberto, havendo distinção entre fluido circulante e fluido intersticial.

5. Relativamente ao ciclo de vida de Cucurbita maxima, pode afirmar-se que


(A) os esporos são células com núcleo diploide.
(B) a fecundação é dependente da polinização.
(C) a meiose é pós-zigótica.
(D) o esporófito é haploide.

6. O movimento ascendente da seiva elaborada ocorre quando


(A) as reservas são armazenadas ao nível da raiz.
(B) há formação de frutos acima dos órgãos fotossintéticos.
(C) se verifica uma taxa de transpiração muito elevada.
(D) a taxa de absorção radicular supera a da transpiração foliar.

7. Explique de que modo os resultados expressos nos gráficos A e B da Figura 2 validam a Hipótese 1,
apenas para uma das espécies.

8. Explique de que modo, em Apis mellifera, a quantidade de nutrientes e a quantidade de


oxigénio que chegam aos tecidos podem, ou não, ser afetadas por uma alteração na distribuição do
fluido circulante.

SOLUÇÕES:
1-A 2-D 3-B 4-C 5-B 6-B
7.
Explica de que modo os resultados validam a Hipótese 1, fazendo as leituras adequadas do Gráfico A (A),
e do Gráfico B (B) e relacionando-as com a validação da Hipótese 1 para Bombus terrestris (C).
(A) O número de grãos de pólen depositados é diretamente proporcional ao (OU está diretamente
relacionado com o) número de visitas de Bombus terrestris.
(B) O número de grãos de pólen depositados não é influenciado (significativamente) pelo número de
visitas de Apis mellifera.
OU
O número de grãos de pólen depositados não está diretamente relacionado com o número de visitas de
Apis mellifera.
(C) Os resultados validam a hipótese para Bombus terrestris.
OU
Os resultados não validam a hipótese para Apis mellifera.
8.
Explica que uma alteração no fluido circulante apenas afeta a distribuição de nutrientes, relacionando-a
com o modo como ocorre o transporte de nutrientes (A) e com o modo como ocorre a distribuição de
oxigénio (B).
(A) Os nutrientes são transportados no fluido circulante, logo uma alteração na distribuição do fluido
afeta a quantidade de nutrientes que chegam aos tecidos.
(B) Os gases respiratórios não são transportados pelo fluido circulante (OU os gases respiratórios são
transportados através das traqueias até aos tecidos OU os gases respiratórios chegam às células por
difusão direta), logo uma alteração na distribuição do fluido não afeta a quantidade de oxigénio que
chega aos tecidos.

39
2ª Fase 2019 GRUPO II
A acumulação de plásticos nos oceanos constitui um problema ambiental que se tem
vindo a agravar. As tartarugas marinhas, nas várias etapas do seu ciclo de vida,
correm um risco significativo de ingestão de detritos de plástico. A ingestão destes
materiais pode ter consequências letais, em especial nos primeiros anos de vida, em
que as tartarugas flutuam e se deslocam ao sabor das correntes marinhas em direção
a mar aberto. O problema é agravado pelo facto de os animais confundirem os
plásticos com os seus alimentos naturais (por exemplo, medusas – animais
que, tal como a hidra, pertencem ao filo dos Cnidários), por não conseguirem
regurgitar e pelo facto de a comida permanecer 5 a 23 dias no tubo digestivo de
algumas espécies de tartarugas, o que aumenta o risco de obstrução ou de perfuração
do tubo digestivo.
Um grupo de investigadores levou a cabo um estudo que pretendeu estabelecer a
relação entre a quantidade de plástico ingerido e a probabilidade de morte, por
comparação com o número de animais cuja morte ocorreu por causas não
relacionadas com a ingestão de plástico(por exemplo, choques com embarcações ou
prisão em redes de pesca).
Através da análise dos dados resultantes de 224 necropsias (exame médico para
determinar a causa da morte) e da análise dos dados de outros 706 registos de
tartarugas mortas que deram à costa, os investigadores descobriram que há 22% de
risco de morte para as tartarugas que ingerem 1 detrito de plástico, enquanto a
ingestão de 14 detritos aumenta esse risco para 50%.
Os dados do Quadro I indicam a percentagem de tartarugas necropsiadas em cujo
tubo digestivo havia detritos de plástico.

1. Um dos objetivos do estudo foi


(A) estudar o regime alimentar das tartarugas marinhas.
(B) avaliar a influência da ingestão de alguns tipos de resíduos na mortalidade das tartarugas.
(C) investigar a relação entre a decomposição do plástico e a distribuição das tartarugas
marinhas.
(D) determinar o número de tartarugas mortas que deram à costa.

40
2. Considere as afirmações seguintes, relativas às características do grupo de referência utilizado no
estudo.
De acordo com os dados apresentados,
I. o grupo de referência inclui tartarugas escolhidas aleatoriamente.
II. o grupo de referência inclui tartarugas que morreram devido ao choque com embarcações.
III. o grupo de referência inclui tartarugas de diversas idades.
(A) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

3. Os resultados do estudo permitem concluir que


(A) a apetência para a ingestão de plásticos é maior nas tartarugas do que em outras espécies.
(B) a deglutição de catorze detritos de plástico é fatal para todas as tartarugas marinhas.
(C) a quantidade de plástico ingerido pelas tartarugas aumenta a toxicidade a nível celular.
(D) a ingestão de plástico diminui a probabilidade de as tartarugas atingirem a fase reprodutora.

4. Ao contrário do que ocorre nas tartarugas, na medusa, a digestão ocorre


(A) parcialmente no interior das células.
(B) sem intervenção de enzimas.
(C) ao longo de um tubo digestivo.
(D) no interior do organismo do animal.

5. Observando-se, ao microscópio, um lote de células extraídas das tartarugas alvo do estudo,


em meio de montagem com água retirada do local onde habitam, será de esperar que
(A) a água entre nas células, pois estas são hipotónicas.
(B) a água saia das células, pois estas são hipertónicas.
(C) as células fiquem plasmolisadas, devido à saída de água.
(D) as células fiquem túrgidas, devido à entrada de água.

6. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


correta de acontecimentos relacionados com o ciclo de vida das tartarugas marinhas. Inicie a
sequência pela etapa que corresponde à produção de gâmetas.
A. Postura de ovos na praia.
B. Migração para mar aberto.
C. Formação de células haploides.
D. Acasalamento em zonas de reprodução.
E. União de células sexuais.

7. Justifique as diferenças registadas no Quadro I, relativamente à presença de plástico no tubo digestivo


dos diversos grupos de tartarugas, tendo em conta os dados fornecidos no texto.

8. As tartarugas têm um sistema circulatório semelhante ao dos anfíbios e diferente do sistema


circulatório dos mamíferos. Compare as características morfofisiológicas do sistema circulatório das
tartarugas e do sistema circulatório dos mamíferos quanto à eficácia na obtenção de energia.

SOLUÇÔES:
1-B 2-C 3-D 4-A 5-C
6-C,D,E,A,B
7.
Justifica as diferenças encontradas no Quadro I, comparando o número de crias de tartaruga e o número
de tartarugas adultas e subadultas que ingeriram plástico (A) e relacionando a localização dos plásticos
com a localização e com o modo de locomoção das crias de tartaruga (B).
(A) A percentagem de indivíduos que ingeriram plástico é maior entre as crias de tartaruga (e entre as
tartarugas juvenis) do que entre as tartarugas adultas e subadultas.
(B) Tanto os plásticos como as crias de tartaruga flutuam e deslocam-se ao sabor das correntes marinhas,
o que justifica as diferenças encontradas no Quadro I relativamente à ingestão de plásticos.
8.
Compara a morfofisiologia e a eficácia dos dois tipos de sistema circulatório, apresentando as respetivas
características morfológicas (A) e relacionando a fisiologia (B) com a eficácia na obtenção de energia nos
dois grupos de animais (C).

41
(A) O coração das tartarugas tem três cavidades, ao passo que o dos mamíferos tem quatro.
(B) Nas tartarugas, a mistura parcial entre os sangues arterial e venoso leva a uma menor pressão parcial
do oxigénio (OU a uma menor quantidade de oxigénio transportado), por comparação com os mamíferos.
(C) Há uma menor eficácia na obtenção de energia ao nível celular nas tartarugas (por comparação com
os mamíferos).

2ª Fase V1 2019 GRUPO IV


A insulina é uma hormona, codificada por um gene, que controla os níveis de glucose
no sangue, mantendo-os numa concentração adequada ao bom funcionamento do
organismo.
Quando uma mãe não produz insulina em quantidade suficiente entre duas
gravidezes, desenvolve diabetes tipo 2, e o segundo filho irá crescer num ambiente
gestacional onde a concentração de glucose no plasma ‒ glicemia ‒ é muito elevada.
Segundo Guillaume Charpentier, este filho, relativamente ao irmão mais velho, corre um
risco quatro vezes maior de se tornar diabético. Aquele autor constata ainda que, em
células de crianças nascidas de mães diabéticas, se observa a adição de um grupo
químico a alguns nucleótidos dos genes implicados na regulação da produção de
insulina, o que compromete essa regulação.
Estudos recentes têm demonstrado como os fatores ambientais ‒ alimentação, consumo de
drogas, stress, poluição atmosférica e condições climáticas ‒ influenciam a expressão dos
genes, gerando mudanças nos caracteres sem que, no entanto, ocorram mutações do
DNA. Essa influência relaciona-se com o grau de ligação de certos grupos químicos ao
DNA ou às histonas (proteínas à volta das quais o DNA se enrola para formar a
cromatina), podendo conduzir à inativação ou à ativação da transcrição dos genes.
Estes mecanismos de alteração da expressão do DNA podem
ser hereditários.
Atualmente, um dos objetivos dos cientistas é identificar todos os locais do DNA em
que ocorrem modificações químicas semelhantes às descritas.
Baseado em: C. Bruyère, «Épigenétique: quand notre environnement influence nos gènes»,
Science & Univers, N.º 29, agosto de 2018.

1. Os mecanismos de alteração da expressão do DNA referidos no texto consideram-se


hereditários quando resultam de
(A) ligações de certos grupos químicos aos nucleótidos do DNA de células somáticas.
(B) modificações da sequência de aminoácidos nas histonas de células que originam gâmetas.
(C) ligações de certos grupos químicos aos nucleótidos do DNA de células que originam
gâmetas.
(D) modificações da sequência de aminoácidos nas histonas de células somáticas.

2. De acordo com o texto, as mudanças nos caracteres dos indivíduos


(A) surgem devido à influência de fatores ambientais.
(B) são selecionadas por influência de fatores ambientais.
(C) ocorrem na população devido a mutações génicas.
(D) resultam de alterações no processo de tradução.

3. A síntese de uma proteína a partir da informação de um gene resulta da


(A) replicação conservativa da informação genética.
(B) transcrição do gene para moléculas de RNA de transferência.
(C) leitura aleatória do RNA mensageiro no citoplasma.
(D) tradução da sequência de codões do RNA mensageiro processado.

4. Na utilização da glucose nas células animais, verifica-se que


(A) a glucose em excesso no organismo é transformada em amido.
(B) a glucose é degradada em reações que ocorrem em vias anabólicas.
(C) a oxidação completa da glucose ocorre em condições aeróbias.
(D) a oxidação completa da glucose implica a produção de ácido láctico.

42
5. A insulina, quimicamente, é um
(A) polissacarídeo.
(B) polipéptido.
(C) fosfolípido.
(D) ribonucleótido.

6. As mutações que ocorrem numa sequência de nucleótidos que codifica uma proteína
(A) podem causar modificações na estrutura dos aminoácidos.
(B) causam alterações nos mecanismos de tradução.
(C) causam alterações nos mecanismos de transcrição.
(D) podem levar à formação de diferentes proteínas.

7. A adição de um grupo químico a alguns nucleótidos pode conduzir ao aparecimento de


doenças.
Explique de que modo o aparecimento da diabetes, nas condições descritas no texto, pode ser
interpretado à luz de uma nova abordagem lamarckista da evolução.

SOLUÇÔES:
1-C 2-A 3-D 4-C 5-B 6-D
7.
Explica de que modo o aparecimento da diabetes pode ser interpretado à luz do lamarckismo, referindo o
papel do ambiente no aparecimento de novas características (A), a identificação do processo que conduz

43
ao aparecimento da diabetes (B), e a relação entre a transmissão da característica e a teoria
lamarckista(C).
(A) O ambiente (gestacional) conduz ao aparecimento de uma nova característica.
(B) A adição de grupos químicos em torno de alguns nucleótidos compromete a regulação da produção de
insulina.
(C) A característica adquirida pode ser transmitida à descendência.

ÉPOCA ESPECIAL 2019 GRUPO II


A salinidade é um dos problemas ambientais conducentes à deterioração dos solos agrícolas,
podendo condicionar a produtividade das colheitas.
Para testar o efeito de diferentes níveis de salinidade na germinação de sementes de três
variedades da espécie de pimentos Capsicum annuum, «Beldi», «Baklouti» e «Anaheim Chili»,
foi realizado o estudo seguinte.
Métodos e resultados
1 – Esterilizaram-se superficialmente sementes das três variedades, durante 20 minutos, numa
solução de hipoclorito de sódio a 5%.
2 – Lavaram-se as sementes 3 vezes, com água destilada, durante 2 minutos.
3 – Transferiram-se 20 sementes de cada variedade para 4 caixas de Petri esterilizadas,
numeradas de 1 a 4. Acondicionaram-se as sementes entre duas folhas de papel de filtro.
4 – Regaram-se as sementes da caixa 1 com 10 mL de água destilada, e as sementes de cada
uma das 3 caixas restantes foram regadas com 10 mL de soluções de NaCl com três
concentrações diferentes: 4, 8 e 12 g/L.
5 – Colocaram-se as sementes a germinar em estufa a 25 ºC, com disposição aleatória das
caixas.
6 – Realizaram-se 3 repetições dos procedimentos.
7 – Observaram-se diariamente as sementes durante 14 dias.
8 – Considerou-se que as sementes germinaram quando surgiram extremidades radiculares com
2 mm.
9 – Contou-se diariamente o número de sementes germinadas e calculou-se a percentagem de
germinação.
Os resultados estão expressos nos gráficos das Figuras 2A, 2B e 2C.

44
1. Uma das variáveis dependentes em estudo é
(A) o tempo de esterilização.
(B) a concentração de NaCl.
(C) a percentagem de germinação.
(D) o tipo de sementes.

2. De acordo com os resultados, a variedade


(A) «Beldi» é a que apresenta maior sensibilidade ao valor mais elevado de salinidade.
(B) «Baklouti» é a que atinge valores mais elevados de germinação numa concentração de 4 g/L.
(C) «Baklouti» é a que apresenta um menor intervalo de variação nas percentagens de germinação, nas
várias concentrações.
(D) «Anaheim Chili» é a que atinge mais rapidamente 50% de germinação das sementes numa
concentração de 0 g/L.

3. O controlo desta investigação implicou

45
(A) a utilização de quatro concentrações salinas.
(B) três réplicas de cada ensaio.
(C) a rega com água destilada.
(D) três lavagens das sementes utilizadas.

4. As afirmações seguintes dizem respeito aos resultados experimentais.


I. A germinação tem início ao 4.º dia, para as três variedades da espécie Capsicum annuum em estudo.
II. No último dia do estudo, verifica-se que quanto maior é a concentração salina menor é a percentagem
de germinação.
III. As sementes reagem do mesmo modo às variações da concentração salina.
(A) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(B) III é verdadeira; I e II são falsas.
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(D) II é verdadeira; I e III são falsas.

5. Classifique o ciclo de vida da espécie Capsicum annuum.

6. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos referentes ao


transporte da água e dos sais ao longo dos vasos xilémicos, segundo a teoria da tensão-coesão-adesão.
A. Criação de um défice de água no xilema da raiz.
B. Aumento da pressão osmótica ao nível dos vasos xilémicos foliares.
C. Saída de vapor de água pelos ostíolos das células-guarda.
D. Absorção de moléculas de água do solo pelas células da raiz.
E. Ascensão de uma coluna contínua de moléculas de água desde a raiz até à folha.

7. Identifique qual das variedades de Capsicum annuum apresenta vantagem competitiva na ocupação de
um ambiente sujeito a grandes variações de salinidade.
Fundamente a sua resposta, tendo em consideração os resultados experimentais.

8. Colocaram-se células de uma planta, com concentração intracelular de 1 g/L de NaCl, num meio com
concentração de 4 g/L de NaCl.
Explique o movimento transmembranar de água nesta situação.

SOLUÇÕES:
1-C 2-D 3-C 4-D
5- Haplodiplonte
6-C,B,E,A,D
7-Identifica a variedade que apresenta vantagem competitiva num ambiente sujeito a grandes variações de
salinidade (A), fundamentando com a relação entre a maior percentagem de germinação e a maior
capacidade adaptativa (B).
(A) A variedade «Anaheim Chili» apresenta maior vantagem competitiva.
(B) A maior percentagem de germinação em todas as condições de salinidade indica uma maior
capacidade de adaptação a um ambiente (OU de ocupação de um ambiente) sujeito a grande variações de
salinidade.

8.
Explica o movimento transmembranar de água, distinguindo a tonicidade dos meios (A) e apresentando
de forma contextualizada o conceito de osmose (B).
(A) O meio externo é hipertónico (OU apresenta maior concentração) em relação ao meio interno.
(B) A água movimenta-se passivamente (OU por osmose) do meio intracelular para o meio
extracelular.

1ª FASE 2018 GRUPO II


Os tentilhões de Darwin, utilizados pelo naturalista para a construção da sua teoria da
evolução,são um grupo de aves de diversas espécies, pertencentes à mesma ordem,

46
que, entre outros aspetos, apresentam diferenças na morfologia dos bicos. Estas e
outras espécies de aves terrestres das ilhas Galápagos estão em rápido declínio, para
o que terá contribuído a introdução de uma espécie invasora – a mosca Philornis
downsi. As moscas adultas põem os ovos nos ninhos das aves. As larvas destas
moscas alimentam-se do sangue e dos tecidos das crias das aves, o que
provoca redução do crescimento, deformação do bico e aumento da mortalidade.
Os cientistas observaram que, na construção dos seus ninhos, os tentilhões utilizavam
fibras de algodão retiradas de cordas dos estendais da roupa. Perante tal facto, com o
intuito de contribuírem para a minimização do problema provocado pela mosca
Philornis downsi, desenvolveram o seguinte estudo na ilha de Santa Cruz.
Métodos e resultados
1 – Foram colocados 30 dispensadores de algodão, em intervalos de 40 metros, em
dois trajetos. Metade dos dispensadores continha algodão tratado com uma solução
do inseticida permetrina a 1%, e a outra metade continha algodão tratado com água.
2 – Uma vez por semana, procuraram-se ninhos ativos na proximidade de cada um
dos dispensadores.
3 – Terminada a criação, os ninhos foram recolhidos. Quantificaram-se os parasitas,
larvas de P. downsi, em cada ninho. O algodão e os restantes materiais naturais
utilizados na construção dos ninhos foram separados e pesados. Os resultados
obtidos estão representados na Figura 2A.
Para monitorizar o sucesso reprodutivo dos tentilhões, foi desenvolvido um outro
procedimento.
1 – Utilizaram-se outros 37 ninhos de tentilhões localizados nas proximidades dos
trajetos anteriormente estabelecidos.
2 – Foram pulverizados 20 ninhos com solução de permetrina a 1% e 17 ninhos com
água.
3 – Os ninhos tratados com inseticida não apresentavam larvas, enquanto os do outro
grupo apresentavam em média 17 parasitas. Os resultados relativos à sobrevivência
das crias (número de crias capazes de voar) estão representados na Figura 2B.

1. Um dos objetivos do estudo desenvolvido foi


(A) investigar a capacidade de as aves construírem ninhos recorrendo a algodão.
(B) inventariar a quantidade de parasitas dos tentilhões existentes nas ilhas Galápagos.

47
(C) confirmar a eficácia do algodão tratado com água no controlo da larva da mosca.
(D) verificar se a introdução de inseticida nos ninhos pode ser feita pelas próprias aves.

2. No estudo descrito, uma das variáveis dependentes foi


(A) o trajeto onde foram colocados os dispensadores de algodão.
(B) o número de larvas de mosca contabilizadas nos ninhos recolhidos.
(C) a quantidade de inseticida no algodão existente nos dispensadores.
(D) a concentração de inseticida utilizada para pulverizar os ninhos.

3. No estudo descrito,
(A) os grupos experimentais foram tratados com inseticida em ambos os procedimentos.
(B) os grupos de controlo foram tratados com inseticida em ambos os procedimentos.
(C) o grupo de controlo foi tratado com inseticida apenas no segundo procedimento.
(D) o grupo experimental foi tratado com inseticida apenas no primeiro procedimento.

4. Os resultados registados na Figura 2A mostram que


(A) o efeito do inseticida nas larvas depende da quantidade de algodão utilizada no ninho.
(B) o uso de mais de um grama de algodão com água influencia a quantidade de parasitas presentes.
(C) a quantidade de parasitas está diretamente relacionada com a quantidade de algodão.
(D) a utilização de mais de três gramas de algodão com inseticida provoca a morte de 100%
das larvas.

5. De acordo com a teoria darwinista, o efeito da espécie invasora P. downsi nas aves que
parasita poderáestar relacionado com o facto de
(A) não ter havido seleção dos indivíduos que conseguiram desenvolver resistência à larva da
mosca.
(B) as populações com informação genética para a resistência ao parasita não terem sido
selecionadas.
(C) as mutações não terem introduzido características que permitiriam tornar alguns tentilhões
mais aptos.
(D) não ter ocorrido sobrevivência diferencial de tentilhões resistentes ao parasita, ao longo do
tempo.

6. Os ninhos utilizados no estudo pertenciam a quatro espécies de tentilhões de Darwin:


Geospiza fortis,Geospiza fuliginosa, Camarhynchus parvulus e Platyspiza crassirostris. As
afirmações seguintes dizem respeito à taxonomia de diferentes espécies de tentilhões.
I. Camarhynchus parvulus e Platyspiza crassirostris pertencem a classes diferentes.
II. Geospiza fortis e Geospiza fuliginosa pertencem ao mesmo género.
III. Camarhynchus heliobates e Camarhynchus parvulus têm menor número de taxa em comum
do queGeospiza fortis e Platyspiza crassirostris.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

7. A morfologia dos bicos dos tentilhões de Darwin está relacionada com pressões seletivas
_______ e,portanto, com um processo de evolução _______.
(A) idênticas … divergente
(B) idênticas … convergente
(C) diferentes … divergente
(D) diferentes … convergente

8. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


cronológica de acontecimentos que ocorrem durante o ciclo de vida de P. downsi. Inicie a
ordenação pela etapa onde se produzem células diploides.
A. Deposição de ovos.
B. Meiose.

48
C. Fecundação.
D. Transformação em inseto adulto.
E. Ingestão de sangue.

9. Explique de que modo os resultados registados na Figura 2B podem contribuir para


desenvolver uma solução capaz de minimizar o declínio das populações de tentilhões
provocada pela P. downsi.
Na sua resposta justifique o sucesso de P. downsi, relacionado com o facto de esta ser uma espécie
invasora.

SOLUÇÕES:
1-D 2-B 3-A 4-A 5-D 6-C 7-C
8-C,A,E,D,B
9.
Tópicos de resposta:
• nos ninhos pulverizados com inseticida, cerca de 80% (50 em 60) das crias cresceram até
se tornarem voadoras, enquanto nos ninhos não pulverizados apenas cerca de 50% (29 em
54) das crias sobreviveram (ou se tornaram voadoras);
OU
nos ninhos pulverizados com inseticida, sobreviveram mais crias do que nos ninhos tratados
com água;
• a utilização do inseticida contribui para o controlo de P. downsi, que nestas ilhas (ou neste
ecossistema) não tem predadores (ou competidores) naturais.

1ª Fase 2018 GRUPO IV


Os peixes-balão pertencem a um grupo com mais de 100 espécies que inclui a
espécie marinha Arothron hispidus. Estes peixes, quando em perigo, expandem o
corpo através da ingestão de água, que bombeiam para o estômago. Esta capacidade
está dependente da compressão da cavidade bucal, da abertura e do fecho das
49
fendas operculares e do funcionamento de uma válvula que está localizada
imediatamente atrás das mandíbulas e que impede a saída de água.
Diversas espécies de peixes-balão apresentam em alguns órgãos, como a pele, o
fígado e as glândulas sexuais, uma das toxinas mais letais que se conhecem – a
tetrodotoxina (TTX) –, que, mesmo em pequenas doses, é capaz de matar um ser
humano adulto. Esta substância é
por bactérias endossimbióticas que se alimentam dos nutrientes existentes no peixe.
No ser humano, a TTX condiciona o movimento de iões sódio através da membrana
celular, dificultando a propagação elétrica do impulso nervoso. Este processo começa
por causar dormência da região oral, podendo conduzir a paralisia total e a
insuficiência respiratória, por deficiente ventilação pulmonar, capaz de provocar a
morte.
Baseado em A. Gomes, et al., «Emprego terapêutico da tetrodotoxina em
organismos animais», Acta Veterinaria Brasilica, Vol. 5, n.º 4, 2011
e em http://querosaber.com.pt (consultado em setembro de 2017).

1. O modo de atuação da TTX pode estar relacionado com


(A) o bloqueio de proteínas membranares intrínsecas.
(B) a degradação de alguns neurotransmissores.
(C) o bloqueio de proteínas membranares extrínsecas.
(D) a produção de neurotransmissores disfuncionais.

2. De acordo com a informação fornecida, a TTX é capaz de causar a morte a um ser humano,
porque
(A) os gases respiratórios reagem com a toxina.
(B) as superfícies respiratórias impedem a difusão de O2.
(C) os músculos respiratórios deixam de funcionar.
(D) as vias respiratórias inflamam, obstruindo a entrada de ar.

3. Quando, durante o processo de expansão do peixe-balão, após a entrada de água na boca,


ocorre acompressão da cavidade bucal, será de prever que a válvula da boca esteja _______ e
que as fendasoperculares estejam _______.
(A) aberta … fechadas
(B) fechada … fechadas
(C) fechada … abertas
(D) aberta … abertas

4. Os peixes da espécie Arothron hispidus


(A) têm um meio interno hipertónico em relação ao meio externo.
(B) transportam ativamente sais minerais para o seu meio interno.
(C) eliminam o excesso de sais através de difusão.
(D) reduzem a filtração nos glomérulos, retendo água.

5. Ao contrário do que acontece na síntese proteica bacteriana, nos peixes


(A) verifica-se a transcrição do DNA.
(B) ocorre processamento do RNA.
(C) o tRNA liga-se aos aminoácidos.
(D) a tradução ocorre nos ribossomas.

50
Soluções:
1-A 2-C 3-B 4-D 5-B
6- a-3 b-5 c-4
7.
• a deficiente renovação do ar que está nos pulmões dificultará a difusão dos gases
respiratórios (ou a hematose pulmonar, ou a oxigenação do sangue);
• a diminuição da quantidade de oxigénio que chega às células poderá comprometer a
respiração celular (ou diminuir a taxa de respiração celular);
• a morte dos tecidos (ou a morte celular) ocorrerá devido à falta de ATP/energia.
8.
Tópicos de resposta:
• tipo de células/nível de organização celular: as bactérias são procariontes e os peixes são
eucariontes;
• número de células/nível de organização celular: as bactérias são unicelulares e os peixes
são multicelulares;
• tipo de nutrição: as bactérias endossimbióticas alimentam-se por absorção e os peixes
alimentam-se por ingestão;
• interação nos ecossistemas: as bactérias endossimbióticas são microconsumidores e os
peixes são macroconsumidores.

51
2ª FASE 2018 GRUPO II
A integridade dos ecossistemas aquáticos pode ser comprometida pela concentração
de nutrientes inorgânicos neles existente. Esta concentração pode ser afetada pelas
descargas agrícolas ou industriais, pela drenagem natural proveniente dos processos
de lixiviação dos solos ou de rochas, bem como por alterações climáticas.
Para avaliar o crescimento de três espécies aquáticas de microalgas de água doce,
duas unicelulares – Chlorella vulgaris e Pseudokirchneriella subcapitata – e uma
colonial – Coelastrum astroideum –, suplementaram-se meios de cultura com
diferentes concentrações nutritivas de fosfato e de nitrato e realizou-se a experiência
seguinte.
Métodos e resultados
1 – Preparou-se um meio de cultura (meio I) com todos os nutrientes essenciais e em
que as concentrações de nitrato eram de 85,0 mg.L–1 e as de fosfato eram de 8,7
mg.L–1.
2 – Para avaliar o efeito da concentração de nitrato, prepararam-se outros meios de
cultura, com a mesma composição do meio I, mas em que se fez variar a
concentração de nitrato.
3 – Para avaliar o efeito da concentração de fosfato, prepararam-se outros meios de
cultura, com a mesma composição do meio I, mas em que se fez variar a
concentração de fosfato.
4 – As algas foram colocadas a crescer, separadamente, durante 4 dias, em cada um
dos dispositivos com os diferentes meios e sob as mesmas condições de
luminosidade.
5 – Para cada tratamento (cada um com uma determinada concentração de nitrato ou
de fosfato), prepararam-se três réplicas.
6 – Todos os dispositivos foram observados e agitados diariamente.
7 – Ao fim de 4 dias, mediu-se a densidade ótica de cada suspensão celular, a qual
está diretamente relacionada com a concentração de algas no meio de cultura.

Os gráficos das Figuras 2A e 2B traduzem os resultados obtidos para cada tratamento.

1. Uma das variáveis dependentes em estudo é a


(A) composição em nutrientes de cada meio.
(B) luminosidade a que foram sujeitas as algas.
(C) duração da atividade experimental.
(D) concentração de células no meio.

2. Refira o valor da concentração de nitrato e o valor da concentração de fosfato no meio nutritivo


utilizado nos grupos de controlo da experiência.

52
3. Uma das condições que contribuiram para a fiabilidade dos resultados foi
(A) terem-se verificado grandes diferenças no crescimento das algas.
(B) as medições terem sido efetuadas ao fim de quatro dias.
(C) terem sido realizadas repetições da atividade experimental.
(D) as microalgas terem um rápido crescimento por reprodução assexuada.

4. Os resultados obtidos mostram que


(A) a multiplicação celular de C. astroideum é afetada quando a concentração de nitrato é nula.
(B) a espécie P. subcapitata é a microalga menos sensível às variações de nutrientes.
(C) a redução da concentração de nitrato é mais limitante para C. astroideum do que para P.
subcapitata.
(D) a variação dos nutrientes em estudo afeta em igual proporção as diferentes microalgas.

5. As afirmações que se seguem dizem respeito ao metabolismo das microalgas.


I. A fonte de eletrões para a produção de matéria orgânica é o dióxido de carbono.
II. Os fosfatos são necessários à síntese de nucleótidos.
III. Na fase da fotossíntese diretamente dependente da luz, ocorre fosforilação de ADP.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) III é verdadeira; I e II são falsas.
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

6. As microalgas utilizadas no estudo possuem, relativamente ao meio externo, uma pressão


osmótica
(A) maior, o que provoca saída de água por osmose.
(B) menor, o que provoca entrada de água por osmose.
(C) maior, o que provoca entrada de água por osmose.
(D) menor, o que provoca saída de água por osmose.

7. Quanto ao modo de interação nos ecossistemas, os seres vivos utilizados na experiência


são
(A) eucariontes.
(B) produtores.
(C) unicelulares.
(D) microconsumidores.

8. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de


processos
que permitem às microalgas produzir energia a partir de glúcidos.
A. Formação de moléculas de ácido pirúvico.
B. Produção de CO2 na matriz mitocondrial.
C. Hidrólise de dissacarídeos.
D. Fosforilação oxidativa na cadeia respiratória.
E. Ativação da glucose.

9. Num lago onde se encontram as três espécies de algas referidas no estudo, registou-se um
decréscimo acentuado da concentração de fosfato.
Explique de que modo uma das espécies em estudo pode contribuir, com maior eficácia, para a
manutenção do ecossistema.
Na sua resposta, tenha em consideração os resultados do estudo e identifique a espécie em causa.

SOLUÇÕES:

53
1-D
2.
Concentrações: nitrato – 85,0 mg.L–1; fosfato – 8,7 mg.L–1
3-C 4-A 5-D 6-C 7-B
8-C,E,A,B,D
9-
• os resultados mostram que C. astroideum é a alga menos afetada num meio sem fosfato
(ou pobre em fosfato);
• as algas são produtores (ou transformam carbono inorgânico em orgânico), garantindo o
fornecimento de matéria orgânica aos níveis tróficos seguintes (ou ocupando a base da
cadeia alimentar).
2ª Fase 2018 GRUPO IV
Em 1995, dois paleontólogos chineses descobriram em rochas – fosforitos – da
sequência estratigráfica superior da Formação de Doushantuo minúsculos fósseis de
forma esférica, impecavelmente conservados que, após exame ao microscópio
eletrónico, foram identificados como fósseis de seres coloniais do género Volvox –
colónia de algas verdes unicelulares cujas células são haploides.
Estudos posteriores do mesmo estrato da sequência de Doushantuo permitiram
identificar um segundo tipo de microfósseis esferoides como sendo semelhantes a
fósseis de embriões de animais, uma vez que indiciam a existência de um padrão de
divisão idêntico ao das primeiras
de desenvolvimento dos embriões animais da atualidade. Estes fósseis, não sendo
ainda de seres multicelulares, apresentam evidências para a diferenciação celular,
com uma separação entre células reprodutoras (germinais) e soma (todo o organismo,
exceto as células que desempenham função reprodutora).
A multicelularidade terá evoluído independentemente, a partir de ancestrais distintos,
em diferentes grupos de seres, como algas verdes multicelulares, alguns fungos e
animais. Para estabelecer uma filogenia exata, contudo, é necessária a recolha de
mais dados.
Baseado em D. Condon et al., «U-Pb Ages from the Neoproterozoic Doushantuo Formation, China»,
Science, Vol. 308, 2005
e em L. Chen et al., «Cell differentiation and germ-soma separation in Ediacaran animal embryo-like fossils»,
Nature 516, 2014.

1. Se fossem observadas, ao microscópio ótico, células dos dois tipos de organismos


fossilizados encontrados, o que permitiria distingui-las seria a existência de
(A) parede celular nas células do primeiro tipo de organismos.
(B) vacúolos nas células do segundo tipo de organismos.
(C) cloroplastos nas células do segundo tipo de organismos.
(D) núcleo nas células do primeiro tipo de organismos.

2. De acordo com a classificação de Whittaker modificada, a colónia do género Volvox é constituída


por seres que pertencem ao Reino
(A) Plantae.
(B) Fungi.
(C) Monera.
(D) Protista.

3. A separação entre células germinais e células somáticas num organismo pressupõe a


(A) existência de genomas diferentes nas células.
(B) independência relativamente ao meio.
(C) regulação génica ao nível da transcrição.
(D) ocorrência de mutações génicas sequenciais.

54
4. Admitindo que as células germinais dos seres fossilizados descritos no texto se formariam
pelo mesmo processo de divisão celular que origina os gâmetas dos animais, classifique as afirmações
seguintes.
I. As células filhas teriam a mesma ploidia que a célula-mãe.
II. Ocorreriam fenómenos de recombinação génica.
III. Verificar-se-ia uma única divisão celular.
(A) II é verdadeira; I e III são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(D) III é verdadeira; I e II são falsas.

5. Volvox é uma colónia de seres que apresentam um ciclo de vida _______, com meiose
_______.
(A) haplonte … pré-espórica
(B) haplonte … pós-zigótica
(C) haplodiplonte … pós-zigótica
(D) haplodiplonte … pré-espórica

6. Para o estabelecimento de relações filogenéticas entre os seres vivos referidos no texto, foram
utilizados
dados que podem ser considerados argumentos
(A) paleontológicos e bioquímicos.
(B) biogeográficos e bioquímicos.
(C) biogeográficos e citológicos.
(D) paleontológicos e citológicos.

7. Explique, tendo em conta os dados, porque se pode admitir o aparecimento da


multicelularidade nos seres
atuais a partir de diferentes ancestrais.

8. Refira três vantagens da multicelularidade.

SOLUÇÕES:
1-A 2-D 3-C 4-A 5-B 6-D
7.
• a existência de fósseis semelhantes a colónias do género Volvox e de fósseis semelhantes
a embriões de animais no mesmo estrato (ou com a mesma idade, ou da mesma época)
indicia duas vias para o aparecimento da multicelularidade;
• os microfósseis semelhantes a colónias do género Volvox podem constituir uma etapa do
aparecimento dos seres multicelulares autotróficos (ou fotossintéticos, ou semelhantes a
plantas);
• os microfósseis semelhantes a embriões de animais podem constituir uma etapa para
o aparecimento dos seres multicelulares heterotróficos (ou semelhantes a animais, ou
semelhantes a fungos).

8.
• aumento da dimensão do ser;
• redução da taxa metabólica (ou maior eficácia na utilização de energia);
• especialização (ou diferenciação) celular (ou aparecimento de tecidos ou órgãos
especializados);
• maior independência em relação ao ambiente.

55
ÉPOCA ESPECIAL 2018 GRUPO II
Nos ecossistemas, a ocorrência e a distribuição das plantas dependem das variações
detemperatura ao longo do ano. A temperatura fisiológica ótima de algumas plantas é de cerca
de 30 °C, decrescendo drasticamente a sua atividade fotossintética abaixo dos 10 °C, o que
limita o seu cultivo ao longo do ano.
Foi desenvolvido um estudo no sentido de investigar os efeitos no crescimento e na fotossíntese
da adaptação ao frio de Paspalum dilatatum, uma planta do grupo das gramíneas onde se
incluem, por exemplo, o trevo, o milho, o centeio e o arroz.
Método utilizado
1 – Embeberam-se em água sementes de Paspalum dilatatum, durante 90 minutos, a
temperatura ambiente.
2 – Seguidamente, as sementes foram colocadas, a germinar em vasos, durante uma semana
contendo, cada um, uma leve camada de argila expandida (leca). Os vasos foram preenchidos,
até à capacidade de campo, com água destilada.
3 – As pequenas plantas foram, então, colocadas numa câmara de crescimento, durante 5
semanas, nas seguintes condições:
• 25 °C durante o dia e 18 °C durante a noite;
• densidade moderada de fluxo de fotões fornecido por uma lâmpada;
• fotoperíodo de 16 h de luz e 8 h de escuro;
• rega, com uma solução nutritiva, uma vez na primeira semana e duas vezes nas semanas
seguintes.
4 – Após este período de 5 semanas, dividiram-se as plantas em dois grupos iguais:
• um dos grupos foi mantido na câmara, nas mesmas condições (grupo de controlo);
• o outro grupo foi transferido para outra câmara de crescimento, com temperaturas de 10 °C e
de 8 °C (correspondentes ao dia e à noite), por um período de 30 dias (grupo aclimatado).
Na Figura 2, estão registados, para os dois grupos de plantas, os resultados médios obtidos a
partir de vários ensaios independentes, para a taxa relativa de crescimento médio (TRC médio) e
para a produção de biomassa.

56
1. Na situação descrita, a variável independente em estudo é
(A) a taxa de libertação de O2.
(B) a temperatura das câmaras.
(C) o fluxo moderado de fotões.
(D) o período de exposição à luz.

2. Para o controlo da experiência, contribuiu


(A) a germinação das sementes em vasos com argila.
(B) a variação da frequência semanal da rega.
(C) a manutenção da temperatura a 25 °C / 18 °C.
(D) a duração do tempo de embebição das sementes.

3. Uma das condições determinantes da fiabilidade dos resultados foi


(A) a variedade das sementes.
(B) a alteração da frequência de rega.
(C) a repetição dos ensaios.
(D) a composição do substrato.

4. As afirmações seguintes dizem respeito aos resultados expressos na Figura 2.


I. A exposição a temperaturas de 10 °C e de 8 °C conduziu a um decréscimo da TRC superior a 50%.
II. A diminuição mais acentuada verifica-se na biomassa das plantas aclimatadas.
III. As plantas não aclimatadas apresentam maiores valores de biomassa.
(A) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

5. Quando a taxa de libertação de oxigénio é 80 μmol O2 m–2 s–1, prevê-se, relativamente a valores de 40
μmol O2 m–2 s–1,
(A) uma menor fosforilação de ADP.
(B) uma menor oxidação de NADPH.
(C) uma maior redução de água.
(D) uma maior produção de sacarose.

57
8. Segundo o sistema de classificação de Whittaker modificado, as gramíneas pertencem,
inequivocamente,
ao reino Plantae, por apresentarem
(A) fixação ao solo e nutrição por absorção.
(B) diferenciação tecidular elevada e autotrofia.
(C) células eucarióticas e capacidade fotossintética.
(D) multicelularidade e tecidos especializados.

9. Relacione a aclimatação de Paspalum dilatatum com a sua eficácia fotossintética.


Na resposta, faça referência aos resultados expressos no gráfico da Figura 3.

SOLUÇÕES:
1-B 2-C 3-C 4-A 5-D
6-a-3 b-2 c-1
7-DBAEC
8-D
9.
• uma maior eficácia fotossintética corresponde a uma maior taxa de libertação de oxigénio;
• o grupo aclimatado ao frio relativamente ao grupo controlo apresenta maior taxa de
libertação de oxigénio entre 15 °C e 30 °C.

58
ÉPOCA ESPECIAL 2018 GRUPO IV
Investigações recentes indicam que, numa sequência de DNA, pode haver duas ou mais
informações codificantes, uma principal e outras que levam à produção de uma ou mais
proteínas alternativas (proteínas fantasma 1 e 2 – Figura 4). Descobriu-se que cada mRNA pode
ser lido de várias maneiras, originando proteínas diferentes que coexistem na célula.
Em células estaminais de rato, mais de metade dos locais onde se ligam os ribossomas não
corresponde aos locais de iniciação conhecidos. Foram sequenciados todos os mRNA de
neurónios de rato e, entre as 250 novas proteínas, algumas são resultantes de sequências
codificantes alternativas.
Recentemente, foi também identificado em ratos um mRNA resultante de uma região
intergénica, que era identificada como não codificante. O novo gene tem três exões e apenas é
expresso em células pós-meióticas.

1. O
novo gene identificado em ratos expressa-se em células
(A) somáticas e possui três regiões codificantes.
(B) somáticas e possui três regiões não codificantes.
(C) germinativas e possui três regiões codificantes.
(D) germinativas e possui três regiões não codificantes.

2. O processo de descodificação do mRNA apresentado conduz a


(A) um aumento da diversidade de moléculas traduzidas.
(B) uma diminuição da diversidade de moléculas transcritas.
(C) um aumento da diversidade de moléculas transcritas.
(D) uma diminuição da diversidade de moléculas traduzidas.

3. A sequência de nucleótidos de DNA que originou a proteína fantasma 2 foi


(A) 5´ UACGAUUCGAUU 3´.
(B) 3´ TACGATTCGATT 5´.
(C) 5´ TACGATTCGATT 3´.
(D) 3´ UACGAUUCGAUU 5´.

4. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de


acontecimentos que conduzem à formação de uma proteína funcional.

59
A. Maturação no complexo de Golgi.
B. Migração de mRNA para o citoplasma.
C. Ligação das subunidades do ribossoma.
D. Síntese de um polímero de ribonucleótidos.
E. Polimerização de uma cadeia de aminoácidos.

5. As células estaminais, relativamente aos neurónios, possuem


(A) a mesma informação genética e são mais especializadas.
(B) diferente informação genética e são menos especializadas.
(C) diferente informação genética e são mais especializadas.
(D) a mesma informação genética e são menos especializadas.

6. O potencial de repouso dos neurónios do rato é consequência


(A) da difusão facilitada de iões, através da bicamada fosfolipídica.
(B) da difusão facilitada de iões, através de proteínas transportadoras.
(C) do transporte ativo de iões, contra o gradiente de concentração.
(D) do transporte ativo de iões, sem consumo de energia.

7. Justifique por que motivo a circulação sanguínea do rato se designa por «dupla e completa».

8. Explique de que modo os processos que originam as proteínas fantasma podem contribuir para uma
maior capacidade adaptativa dos seres vivos, constituindo um mecanismo complementar dos
considerados pela teoria neodarwinista.

SOLUÇÕES:
1-C 2-A 3-B
4-D,B,C,E,A
5-D
6-C
7.
• a circulação é dupla pois existe uma circulação sistémica e uma circulação pulmonar;
• a circulação é completa pois não existe mistura de sangue arterial com sangue venoso.
8.
• as mutações e a recombinação génica são causas da variabilidade genética (propostas
pelo neodarwinismo);
• a síntese de novas proteínas a partir das diferentes leituras do mRNA é uma fonte de novas
características;
• a maior variabilidade pode conduzir a uma maior capacidade adaptativa dos seres vivos.

1ª FASE 2017 GRUPO II

60
Na produção agrícola, podem ser utilizados diversos inseticidas, como o Diclorvos (DDVP) e a
Deltametrina (DTM). Estas classes de inseticidas afetam o sistema nervoso, causando a paralisia
dos insetos. Os inseticidas da classe do DDVP impedem a ação de enzimas, tais como as
esterases, que são necessárias à degradação dos neurotransmissores. Já os inseticidas da classe
da DTM
atuam nos canais de sódio do axónio, retardando a repolarização do neurónio.
Com o intuito de avaliar a toxicidade de fórmulas comerciais do DDVP e da mistura deste com
a DTM, foi desenvolvido um estudo de toxicidade em peixes da espécie Danio rerio.
Métodos utilizados e resultados obtidos
1 – Foram utilizados peixes com um peso médio de 5 g.
2 – Os peixes foram mantidos em água a uma temperatura de 25 °C e pH 7,0. Foi fornecido a
todos os peixes o mesmo tipo de alimento.
3 – Posteriormente, os peixes foram colocados, durante 48 horas, em aquários de 3 L. Para a
determinação da toxicidade dos inseticidas, variou-se, em alguns dos aquários, a concentração
de DDVP ou da mistura de DDVP com DTM.
4 – Parte dos resultados obtidos consta nas Tabelas 1 e 2.
5 – Nos testes efetuados nos grupos de controlo, não se registaram mortes.

1. No estudo descrito, a variável dependente foi


(A) o tempo de exposição aos inseticidas.
(B) o peso médio dos peixes.
(C) a taxa de mortalidade dos peixes.
(D) a concentração dos inseticidas.

2. Refira a diferença das condições a que foram submetidos os grupos de controlo, relativamente àquelas
a que foram submetidos os restantes grupos.

3. Os resultados do estudo mostram que


(A) a DTM, relativamente ao DDVP, provoca a morte de um maior número de animais.
(B) o efeito do DDVP depende da concentração em que é administrado.
(C) o aumento do teor de DDVP torna mais rápida a morte dos animais.
(D) a eficácia da mistura de DDVP com DTM depende das concentrações destas substâncias.

4. Os inseticidas da classe da DTM mantêm os canais de sódio _______, o que contribui para _______ a
diferença de cargas entre as duas faces da membrana do axónio.
(A) abertos … reduzir
(B) abertos … aumentar
(C) fechados … aumentar
(D) fechados … reduzir
5. O DDVP e a DTM interferem
(A) apenas na componente química do impulso nervoso.
(B) apenas na componente elétrica do impulso nervoso.

61
(C) na componente química e na componente elétrica do impulso nervoso, respetivamente.
(D) na componente elétrica e na componente química do impulso nervoso, respetivamente.

6. O transporte de iões a favor do gradiente de concentração, através da membrana celular, é


(A) não mediado e ativo.
(B) mediado e ativo.
(C) não mediado e passivo.
(D) mediado e passivo.

7. Nos peixes, as trocas gasosas entre o organismo e o meio ocorrem por


(A) difusão direta, através de estruturas internas.
(B) difusão indireta, através da superfície corporal.
(C) difusão direta, através de estruturas não vascularizadas.
(D) difusão indireta, através de superfícies muito vascularizadas.

8. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a estruturas intervenientes na transmissão do
impulso nervoso, expressas na coluna A, à respetiva designação, que consta na coluna B.

9. Considere os dados das Tabelas 1 e 2 e as informações seguintes:


• a utilização isolada de 0,078 μg L−1 de DTM provoca 50% de mortes em Danio rerio;
• as enzimas esterases catalisam a hidrólise da DTM;
• o DDVP impede a ação das esterases.
Explique a diferença na percentagem de mortes quando se utilizam os inseticidas isoladamente e
quandose utilizam em conjunto.
Na sua resposta, apresente os resultados que permitem confirmar a sua explicação.

SOLUÇÕES:
1-C
2-
Os peixes do grupo de controlo não foram submetidos ao tratamento com qualquer inseticida

62
(ou as concentrações de DDVP e de DTM, nos grupos de controlo, eram nulas).
3-B 4-A 5-C 6-D 7-D
8- a-3 b-5 c-2
9. ...................................................................................................................................................
• concentrações de DDVP de 0,020 μg L−1 (ou de 0,010 μg L−1) não causam a morte a
nenhum peixe, e concentrações de 0,078 μg L−1 de DTM causam a morte de 50% da
amostra, enquanto a utilização combinada de 0,005 μg L−1 de DDVP e de 0,020 μg L−1 de
DTM (ou de 0,010 μg L−1 de DDVP e de 0,040 μg L−1 de DTM) causa a morte de 100% da
amostra (de todos os peixes);
OU
concentrações de DTM de 0,078 μg L−1 causam a morte de 50% da amostra e concentrações de DDVP de
0,010 μg L−1 (ou de 0,020 μg L−1) causam 0% de mortes, enquanto a utilização combinada destes
inseticidas provoca mais mortes, mesmo em concentrações menores;
OU
a utilização conjunta de 0,005 μg L−1 de DDVP e de 0,020 μg L−1 de DTM (ou de 0,010 μg L−1 de DDVP
e de 0,040 μg L−1 de DTM) causa a morte de 100% da amostra, enquanto estes inseticidas utilizados
isoladamente, mesmo em maiores concentrações, provocam menos mortes;
OU
concentrações de DTM de 0,078 μg L−1 causam a morte de 50% da amostra e concentrações de 0,040 μg
L−1 de DDVP causam a morte de 100% da amostra, enquanto a utilização combinada destes inseticidas,
mesmo em concentrações menores, causa 100% de mortes;
• a inibição das esterases pelo DDVP impede a destruição da DTM.
OU
a DDVP impossibilita a hidrólise da DTM.

1ª FASE 2017 GRUPO IV


O estudo do ciclo celular tem implicações práticas no campo da saúde humana. O cancro, por
exemplo, é uma doença que resulta, entre outros aspetos, do facto de a célula perder o controlo
da sua divisão.

63
As células possuem diversos mecanismos de regulação e de controlo do ciclo celular. A Figura
3 representa esquematicamente um ciclo celular, cujos mecanismos de regulação estão
relacionados com determinados genes e com complexos proteicos citoplasmáticos, formados
pela ligação de dois tipos de proteínas: as CDK e as ciclinas. Em todas as células eucarióticas, a
progressão do ciclo celular é controlada pelas sucessivas ativação e inativação de diferentes
complexos ciclina-CDK. A ativação e a inativação destes complexos estão dependentes da
transcrição e da
proteólise (lise proteica), respetivamente.

Nota – As letras X, Y e Z representam fases do ciclo celular e os números de 1 a 4 identificam células.

1. No ciclo representado, se a quantidade de DNA na fase X for Q, então as quantidades de DNA no


núcleo da célula, na fase Z, e no núcleo de cada uma das células, no final da fase mitótica, serão,
respetivamente,
(A) Q e 2Q.
(B) Q/2 e Q.
(C) 2Q e Q.
(D) Q e Q/2.

2. Refira a fase da mitose em que se encontra cada uma das células identificadas com os números 1 e 2 na
Figura 3.

3. Na fase assinalada com a letra


(A) Z, ocorre a replicação conservativa do DNA.
(B) Z, ocorre a replicação semiconservativa do DNA.
(C) Y, ocorre a replicação conservativa do DNA.
(D) Y, ocorre a replicação semiconservativa do DNA.
4. As ciclinas são proteínas que determinam a progressão do ciclo celular. A ciclina B promove o
desenvolvimento da fase mitótica, nomeadamente a desorganização do invólucro nuclear e a condensação
dos cromossomas.Caso a proteólise da ciclina B de determinada célula não aconteça, é de prever que
(A) a célula não consiga completar a mitose.
(B) se verifique uma paragem do ciclo celular no período S.

64
(C) não se formem complexos ciclina-CDK indutores de mitose.
(D) ocorra a reorganização do invólucro nuclear.

5. Durante a transcrição da informação genética ocorre


(A) a intervenção da RNA polimerase.
(B) a formação de péptidos simples.
(C) a intervenção dos ribossomas.
(D) a adição de nucleótidos de timina.

6. Numa perspetiva darwinista, a resistência de uma determinada população de animais ao cancro poderia
ser explicada
(A) pelo aparecimento de genes que controlam o ciclo celular.
(B) pela reprodução diferencial de animais resistentes ao cancro.
(C) pela seleção natural de animais que sofreram mutações.
(D) pelo tratamento sistemático da doença num indivíduo.

7. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de


acontecimentos na meiose.
A. Separação de bivalentes.
B. Troca recíproca de segmentos de cromatídeos.
C. Emparelhamento de cromossomas homólogos.
D. Divisão de centrómeros.
E. Formação de dois núcleos haploides.

8. Explique de que modo a exposição a determinados tipos de radiação, como os raios UV, pode
contribuir para o aumento da possibilidade de desenvolver cancro, considerando que algumas proteínas
contribuem para o controlo do ciclo celular.

SOLUÇÕES:
1-C
2- 1-METÁFASE 2-ANÁFASE
3-D 4-A 5-A 6-B
7-C,B,A,E,D
8.
• a exposição a determinados tipos de radiação (ou a raios UV) provoca a alteração de genes
(ou a mutação de genes);
• as proteínas que impedem o desenvolvimento de cancros (ou que controlam o ciclo celular)
não são sintetizadas (ou são disfuncionais);
• a falha nos mecanismos de controlo do ciclo celular conduz à multiplicação celular
descontrolada (ou ao desenvolvimento do cancro).

2º FASE 2017 GRUPO II


Nos ecossistemas profundos associados a chaminés vulcânicas hidrotermais, a vida é possível
graças a micro-organismos, como bactérias e arqueobactérias, que constituem a base da cadeia
trófica.
A chaminé hidrotermal Torre Eiffel, situada na Crista Médio-Atlântica, junto aos Açores, é
colonizada por cerca de vinte espécies diferentes de moluscos bivalves (aparentados com os

65
mexilhões), como a espécie Bathymodiolus azoricus, que apresenta um sistema de transporte
lacunar e dois sistemas de nutrição. Estes moluscos utilizam órgãos filtradores, que captam
partículas em suspensão na água, e possuem brânquias com células especializadas, que alojam
dois grupos de
bactérias endossimbióticas. Estas bactérias utilizam sulfuretos e metano provenientes das
chaminés como fonte de energia. Num meio onde a atividade hidrotermal pode parar de repente,
este modo duplo de nutrição permite que estes animais sejam, com frequência, os últimos
sobreviventes de um campo hidrotermal em declínio.
1. As bactérias endossimbióticas referidas no texto são
(A) foto-heterotróficas.
(B) quimioautotróficas.
(C) fotoautotróficas.
(D) quimio-heterotróficas.

2. Quer na fotossíntese quer na quimiossíntese, verifica-se que


(A) o oxigénio é um subproduto do processo.
(B) há produção de matéria inorgânica.
(C) o fluxo de eletrões é gerado no cloroplasto.
(D) há fixação de carbono inorgânico.

3. De acordo com o lamarckismo, a existência de dois sistemas de nutrição nos moluscos da espécie
Bathymodiolus azoricus resultou
(A) do facto de permitir a adaptação da população.
(B) da ingestão de maiores quantidades de alimento.
(C) do esforço individual de adaptação ao ambiente.
(D) da abundância de alimento naquele ambiente.
4. Bathymodiolus azoricus apresenta um sistema de transporte
(A) aberto e difusão direta de gases respiratórios.
(B) aberto e difusão indireta de gases respiratórios.
(C) fechado e difusão direta de gases respiratórios.
(D) fechado e difusão indireta de gases respiratórios.

5. Considere as seguintes afirmações referentes a Bathymodiolus azoricus e às bactérias que vivem nas
suas brânquias.
I. Bathymodiolus azoricus e as bactérias que vivem nas suas brânquias pertencem à mesma população.
II. Bathymodiolus azoricus e as bactérias que vivem nas suas brânquias pertencem ao mesmo nível
trófico da cadeia alimentar.
III. O DNA bacteriano apresenta maior semelhança com o DNA mitocondrial do que com o DNA
nuclear de Bathymodiolus azoricus.
(A) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

6. As enzimas que intervêm na duplicação do material genético são as


(A) RNA polimerases.
(B) DNA hidrolases.
(C) DNA polimerases.
(D) RNA hidrolases.

7. A proposta de um sistema de classificação dos seres vivos em três domínios (Bacteria, Archaea e
Eukarya), como alternativa ao sistema de classificação de Whittaker modificado, baseia-se no facto de
(A) haver maior diversidade nos eucariontes do que nos procariontes.
(B) existirem diferenças significativas entre os dois grupos de procariontes.
(C) as bactérias serem um grupo ancestral de todos os outros seres.
(D) os eucariontes terem características celulares diferentes das dos outros seres.

8. Explique a importância das bactérias sulfurosas na manutenção de ecossistemas marinhos profundos.

66
SOLUÇÕES:
1-B 2-D 3-C 4-B 5-A 6-C 7-B
8.
• ausência de luz (ou inexistência de organismos fotossintéticos ou não ocorrência de
fotossíntese);
• a oxidação de matéria mineral (ou a quimiossíntese) permite a obtenção da energia
necessária à produção de matéria orgânica.

2ª FASE 2017 GRUPO IV


Uma das estratégias utilizadas por plantas como as leguminosas na defesa contra os afídios 1 é a
síntese de substâncias tóxicas. Estes metabolitos secundários 2, quando hidrossolúveis, são
armazenados pelas plantas em vacúolos.
Um exemplo de um metabolito secundário é o aminoácido L-canavanina, que se acumula
sobretudo em sementes e que é estruturalmente semelhante ao aminoácido L-arginina. Nas
plantas, a L-canavanina, contrariamente à L-arginina, não é incorporada nas proteínas.
Os organismos que consomem as sementes podem incorporar o aminoácido nas suas
proteínas, no lugar da L-arginina, pois a enzima responsável pela ligação do aminoácido ao
RNA de transferência não reconhece a diferença. Alguns insetos, no entanto, desenvolveram
estratégias de defesa, pois conseguem metabolizar eficientemente estas moléculas em seu
benefício ou evitar a sua incorporação nas proteínas.

1. Os tRNA que transportam a L-canavanina e a L-arginina têm


(A) os mesmos anticodões.
(B) diferentes tipos de estruturas.
(C) os mesmos codões.
(D) diferentes tipos de nucleótidos.

2. Refira a etapa da síntese proteica em que poderá ocorrer a incorporação da L-canavanina.

3. A incorporação da L-canavanina em polipéptidos pelos insetos originará


(A) proteínas que não podem incluir L-arginina.
(B) proteínas com uma estrutura modificada.
(C) proteínas com um maior número de aminoácidos.
(D) proteínas idênticas às proteínas com L-arginina.

4. Os afídios _______ a seiva que circula nos vasos _______ da planta.


(A) absorvem … floémicos
(B) ingerem … xilémicos
(C) absorvem … xilémicos
(D) ingerem … floémicos

5. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de


acontecimentos que permitem a acumulação de substâncias de reserva, a partir da síntese de matéria
orgânica.
A. Aumento da pressão osmótica no floema.
B. Translocação floémica.
C. Formação de sacarose.
D. Saída de compostos orgânicos do floema.
E. Transporte ativo de dissacarídeos para o floema.

6. As leguminosas estabelecem relações de simbiose com bactérias fixadoras de nitrogénio, que é


necessário para a síntese
(A) de glúcidos e de ácidos gordos.

67
(B) de proteínas e de ácidos nucleicos.
(C) de proteínas e de ácidos gordos.
(D) de glúcidos e de ácidos nucleicos.

7. Se as células das leguminosas forem colocadas em meio hipotónico,


(A) os metabolitos tóxicos ficarão menos diluídos, e a célula ficará túrgida.
(B) os metabolitos tóxicos ficarão mais diluídos, e a célula ficará plasmolisada.
(C) aumentará a pressão de turgescência e aumentará o volume vacuolar.
(D) diminuirá a pressão de turgescência e diminuirá o volume vacuolar.

8. Faça corresponder cada uma das descrições relativas ao processo de produção de gâmetas pelos
insetos,expressas na coluna A, à respetiva etapa da divisão nuclear, que consta na coluna B.

SOLUÇÕES:
1-A
2-TRADUÇÃO
3-B 4-D
5-C,E,A,B,D
6-B 7-C
8-a-3 b-5 c-2
9.
• nas populações de insetos já existiam indivíduos capazes de resistir ao aminoácido
L-canavanina (ou já existia variabilidade);
• o aparecimento de leguminosas que sintetizam o aminoácido L-canavanina levou à seleção
natural (ou à sobrevivência diferencial) de insetos capazes de metabolizar esse aminoácido;
• a reprodução diferencial de insetos capazes de metabolizar o aminoácido L-canavanina
levou ao desenvolvimento das populações desses insetos.

ÉPOCA ESPECIAL 2017 GRUPO II


Em 1946, Joshua Lederberg e Edward Tatum desenvolveram um estudo cujo objetivo era
verificar se as bactérias seriam capazes de trocar material genético.
Numa primeira experiência, os investigadores fizeram crescer duas estirpes mutantes de
Escherichia coli (estirpe A e estirpe B), que, para se desenvolverem em meio de cultura mínimo
(MM)1, necessitavam do fornecimento de determinados nutrientes, pois tinham defeitos na
síntese de enzimas necessárias à biossíntese desses mesmos nutrientes. Os ensaios 1, 2, 3 e 4,
cujos resultados estão representados na Experiência 1 da Figura 2, mostram o comportamento
das estirpes A e B, em diversos meios de cultura.
Numa segunda experiência, os investigadores misturaram previamente as duas estirpes, durante
algum tempo, em MM contendo os aminoácidos metionina, biotina, treonina e leucina, para que
as duas estirpes se pudessem desenvolver. Seguidamente, fizeram crescer a cultura bacteriana
em placas de Petri com dois meios distintos. Os ensaios 5 e 6, cujos resultados estão

68
representados na Experiência 2 da Figura 2, mostram o comportamento das bactérias nos dois
meios distintos.

1. No estudo apresentado, a variável dependente é


(A) a alimentação fornecida.
(B) a espécie bacteriana.
(C) o crescimento de colónias.
(D) o meio de cultura mínimo.

2. Na Experiência 1, serviram de controlo os ensaios


(A) 1 e 3.
(B) 1 e 4.
(C) 2 e 3.
(D) 2 e 4.

3. De acordo com os dados do estudo apresentado,


(A) a estirpe A não é capaz de produzir metionina nem treonina.
(B) a estirpe A não é capaz de produzir leucina.
(C) a estirpe B não é capaz de produzir treonina nem leucina.
(D) a estirpe B não é capaz de produzir metionina.

4. As estirpes de Escherichia coli utilizadas no estudo apresentam modificações no _______ capazes de


alterar a sequência dos _______ que constituem as enzimas necessárias à síntese dos nutrientes.
(A) RNA mensageiro … aminoácidos
(B) RNA ribossómico … nucleótidos

69
(C) RNA mensageiro … nucleótidos
(D) RNA ribossómico … aminoácidos

5. A biossíntese de proteínas ocorre através de reações


(A) catabólicas, com produção de ATP.
(B) anabólicas, com consumo de ATP.
(C) catabólicas, com consumo de ATP.
(D) anabólicas, com produção de ATP.

6. Na designação Escherichia coli, o termo Escherichia representa


(A) o género e coli a espécie.
(B) o género e coli o restritivo específico.
(C) a espécie e coli o género.
(D) a espécie e coli o restritivo específico.

7. De acordo com a teoria endossimbiótica,


(A) as mitocôndrias ter-se-ão originado a partir de procariontes anaeróbios.
(B) as invaginações da membrana celular originaram o núcleo.
(C) os procariontes surgiram por associações entre eucariontes.
(D) os cloroplastos resultaram da captura de procariontes fotossintéticos.

8. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de


acontecimentos necessários à síntese de uma proteína num eucarionte.
A. Separação das subunidades do ribossoma.
B. Formação de um polímero de ribonucleótidos contendo intrões.
C. Produção de uma molécula de mRNA maduro.
D. Ligação da RNA polimerase a desoxirribonucleótidos.
E. Transporte de aminoácidos pelo tRNA, para o local de síntese.

9. Explique de que modo os resultados obtidos nas duas experiências permitem responder ao
objetivo do estudo apresentado.

SOLUÇÕES:
1-C 2-D 3-C 4-A 5-B 6-B 7-D
8- D,B,C,E,A
9.
• a estirpe A (ensaio 2) e a estirpe B (ensaio 4), isoladamente, não crescem em MM;
• a estirpe A e a estirpe B cultivadas em conjunto (ensaio 6) crescem em MM, inferindo-se
que trocaram material genético.

ÉPOCA ESPECIAL 2017 GRUPO IV


As plantas superiores produzem polifenóis, um vasto grupo de substâncias complexas que
dificultam a digestão dos herbívoros, pois provocam a precipitação das proteínas vegetais no
tubo digestivo destes animais. Alguns mamíferos têm na saliva prótidos ricos em leucina, que
impedem os polifenóis de se ligarem às proteínas.
Um estudo recente, mostra que as minhocas também possuem, na parte anterior do tubo
digestivo, substâncias capazes de bloquear a ação dos polifenóis.
As minhocas são consideradas os «engenheiros» dos ecossistemas, porque, devido à sua
constante movimentação, constroem galerias no solo, o que, em conjunto com a sua atividade de
ingestão, favorece a reciclagem da matéria orgânica presente nas folhas que caem nos solos.
1. De acordo com o texto, as moléculas que, em alguns mamíferos, facilitam a digestão das folhas são
compostos _______ cujos monómeros estabelecem entre si ligações _______.
(A) quaternários … peptídicas
(B) ternários … peptídicas
(C) quaternários … glucosídicas

70
(D) ternários … glucosídicas

2. Na minhoca, o bloqueio da ação dos polifenóis


(A) promove a agregação dos péptidos.
(B) mantém a solubilidade das proteínas das folhas.
(C) dificulta a atuação das enzimas digestivas.
(D) provoca a precipitação de prótidos vegetais.

3. As afirmações seguintes dizem respeito ao sistema digestivo da minhoca.


I. Na minhoca, a digestão é predominantemente intracelular.
II. No tubo digestivo da minhoca, os alimentos deslocam-se num único sentido.
III. Na minhoca, a absorção intestinal é favorecida pela existência de uma prega dorsal.
(A) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

4. Na minhoca, as trocas gasosas com o exterior ocorrem através


(A) de traqueias, verificando-se uma difusão indireta de gases.
(B) do tegumento, verificando-se uma difusão indireta de gases.
(C) do tegumento, verificando-se uma difusão direta de gases.
(D) de traqueias, verificando-se uma difusão direta de gases.

5. Os sistemas circulatórios da minhoca e do gafanhoto


(A) são ambos fechados.
(B) são ambos abertos.
(C) são, respetivamente, aberto e fechado.
(D) são, respetivamente, fechado e aberto.

6. De acordo com o sistema de classificação de Whittaker modificado, a minhoca é inequivocamente


incluída no reino Animal por ser
(A) eucarionte e heterotrófica.
(B) eucarionte e se alimentar por ingestão.
(C) multicelular e se alimentar por ingestão.
(D) multicelular e heterotrófica.

SOLUÇÕES:

1-A 2-B 3-C 4-B 5-D 6-C


7-a-3 b-1 c-4

71
8.
• a atividade das minhocas (ou a construção de galerias) contribui para o aumento da
porosidade do solo (ou do arejamento do solo, ou da quantidade de ar no solo);
• o aumento de O2 no solo favorece o aumento da atividade dos decompositores (ou das
bactérias aeróbias);
• as bactérias aeróbias (ou os decompositores) transformam a matéria orgânica em matéria
inorgânica, que fica disponível para as plantas.

1ª FASE 2016 GRUPO II


As auxinas são fito-hormonas responsáveis pelo crescimento das plantas, sintetizadas
preferencialmente nos ápices caulinares. Estas fito-hormonas estão envolvidas no
aumento de plasticidade da parede celular e na subsequente deposição de materiais, que
leva à expansão das células vegetais. As auxinas induzem o aumento da concentração de
H+ na parede celular, que promove a separação das fibras de celulose e a inclusão de
novos polímeros; seguidamente, as células absorvem água, o que faz aumentar o seu
comprimento, levando a um alongamento dos tecidos.
Em 1926, Frits Went conseguiu demonstrar experimentalmente os efeitos de uma
substância, a que deu o nome de auxina, no crescimento de coleóptilos 1 de Avena
sativa, na ausência de luz.
A Figura 1 traduz esquematicamente parte do procedimento experimental seguido
por Frits Went e os resultados que obteve.

72
1 Coleóptilo – estrutura de proteção das primeiras folhas, resultante da germinação das cariopses
(«sementes») das gramíneas.
2 Ágar – substância utilizada para tornar os meios de cultura gelatinosos.

1. Formule a hipótese que Frits Went pretendeu confirmar com a atividade experimental
descrita.

2.Para a validade da demonstração do efeito da auxina nesta experiência, foi fundamental (A) o
recurso a coleóptilos de Avena sativa.
(B) o uso de blocos de ágar impregnados com auxina.
(C) a sua realização na ausência de luz.
(D) a medição do alongamento das células do coleóptilo.

3.Considere as seguintes afirmações referentes à osmose numa célula vegetal.


I. A entrada de água na célula deve-se ao facto de o meio intracelular estar hipotónico.
II. A entrada de água provoca um aumento da pressão de turgescência.
III. A entrada de água ocorre contra o gradiente de concentração de solutos.
(A) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(B) II é verdadeira; I e III são falsas.
(C) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

4.Os efeitos das auxinas

73
(A) são independentes quer da concentração destas hormonas quer do local onde atuam.
(B) são independentes da concentração destas hormonas, mas dependem do local onde
atuam.
(C) dependem da concentração destas hormonas e não dependem do local onde atuam.
(D) dependem quer da concentração destas hormonas quer do local onde atuam.

5.A presença de auxinas no citoplasma das células vegetais ativa a expressão do gene que
codifica a proteína membranar H+–ATPase, desencadeando, primeiro, a
(A) tradução de intrões do RNA mensageiro.
(B) transcrição dos nucleótidos do gene para a H+–ATPase.
(C) remoção dos exões do gene para a H+–ATPase.
(D) migração do RNA mensageiro para o citoplasma.

S0LUÇÕES:
1.
A curvatura (ou o alongamento, ou o crescimento) do coleóptilo (ou das células ou
dos tecidos do coleóptilo) resulta da influência de uma substância (ou de uma
hormona ou da auxina) produzida no ápice.
Nota 1 – Caso a resposta seja apresentada na forma interrogativa, apenas são atribuídos três pontos.
Nota 2 – Caso, na resposta, se verifique o incumprimento das normas de nomenclatura
binominal, apenas são atribuídos três pontos. (o incumprimento das normas de
nomenclatura binominal só é avaliado neste item)
2-C 3-A 4-D 5-B 6-A
7-a-5 b-2 c-1
8. Tópicos de resposta:

74
referência à utilização de ágar que não tenha estado em contacto com o ápice de um coleóptilo
OU referência à destruição (ou à inibição) da auxina produzida nos ápices;
referência à colocação do bloco de ágar num coleóptilo sem ápice.
OU
referência à remoção do ápice do coleóptilo;
referência à recolocação do ápice do coleóptilo.
OU
referência à extração da auxina do ápice;
referência à injeção posterior de auxina num coleóptilo sem ápice.
OU
referência à utilização de uma substância permeável (ou gelatinosa) distinta do ágar e que
tenha estado em contacto com o ápice do coleóptilo;
referência à colocação posterior dessa substância num coleóptilo sem ápice.

75
76
SOLUÇÕES:
1-A 2-B 3-A 4-D 5-C 6-C 7-B
8-A,C,F,D,E,B
9.
relação entre uma alimentação intensa e a obtenção de uma grande quantidade de nutrientes;
relação entre a existência de um grande número de espiráculos e a obtenção de grandes
quantidades de oxigénio (ou a facilidade com que ocorre a difusão direta de gases
respiratórios);
referência à necessidade de obtenção de grandes quantidades de energia (essenciais à
transformação da larva em inseto adulto) (ou ao aumento do metabolismo, ou ao aumento da
taxa respiratória).

77
2º FASE 2016 GRUPO II
O órix-da-arábia, Oryx leucoryx, é um mamífero pertencente à família Bovidae. Esta
espécie, classificada como vulnerável, habita nos desertos da Península Arábica,
onde, no verão, a água é escassa e o conteúdo nutricional da vegetação é pobre.
Com o intuito de investigar os mecanismos utilizados pelo órix-da-arábia para
ajustar a sua fisiologia a uma progressiva restrição de água e de alimento,
desenvolveu-se o estudo seguinte.
Métodos e resultados
1 – Selecionaram-se 14 fêmeas, que foram distribuídas, aleatoriamente, pelo grupo
experimental (7 fêmeas) e pelo grupo de controlo (7 fêmeas). Os animais foram
mantidos ao ar livre, em espaços individuais de 40 m2, com sombra disponível.
2 – Durante 5 meses (período de aclimatação fisiológica), forneceu-se ao grupo de
controlo 2 kg/dia de feno e 4,5 L/dia de água. No grupo experimental, o tratamento
iniciou-se com as mesmas quantidades de feno e de água, que foram reduzidas
gradualmente (15% a cada 3 semanas) até se atingir 0,8 kg/dia de feno e 1,2 L/dia de
água.

78
No início do estudo (pré-aclimatação) e no final (pós-aclimatação), foram medidas a
taxa metabólica de repouso mínima (TMR), ou seja, a quantidade mínima de energia
necessária para manter as funções básicas, e a taxa de perda total de água por
evaporação (TPTAE), ou seja, o somatório das perdas de água por respiração e
através da pele.
Na Figura 2, estão representados os resultados obtidos para a TMR e para a TPTAE
em função da massa corporal dos animais em estudo. Nos animais do grupo
experimental, na fase de pós--aclimatação, observaram-se ainda reduções na
quantidade de água perdida através das fezes e da urina e um aumento das
concentrações de ureia e de creatinina na urina, relativamente aos animais do grupo
de controlo e aos animais do grupo experimental na fase de pré-aclimatação.

79
SOLUÇÕES:

80
1-B 2-B 3-C 4-D 5-A 6-D
7-B,A,C,E,D
8.
relação entre a progressiva redução de água e de alimento (no grupo experimental) e a
simulação das condições existentes no deserto (durante o verão);
relação entre a diminuição da TMR e da TPTAE (ou a diminuição da perda de água através das
fezes e da urina) no grupo experimental, na fase de pós-aclimatação, (por referência ao grupo
de controlo, ou por referência ao grupo experimental, na fase de pré-aclimatação) e o
ajustamento da fisiologia do órix-da-arábia (às condições do deserto, no verão, ou à escassez
de água e de alimento).

2ª FASE 2016 GRUPO IV


Descobriu-se um novo antibiótico peptídico, designado teixobactina, sintetizado por
uma bactéria Gram-negativa e que inibe a síntese da parede celular de agentes
patogénicos Gram-positivos. A Figura 4 ilustra o modo de atuação do antibiótico, assim
como as diferenças estruturais das células das bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas. A bactéria que produz o antibiótico exporta-o para além da barreira de
permeabilidade da membrana externa, ficando protegida, uma vez que o antibiótico não
consegue reentrar na célula. A teixobactina liga-se a dois precursores essenciais à síntese
dos constituintes da parede celular bacteriana.
A ação do antibiótico é complementada pela libertação de autolisinas, enzimas que
interferem na digestão da parede celular. Não se obtiveram bactérias resistentes à
teixobactina, o que sugere que este antibiótico não leva ao desenvolvimento de
resistência.

81
82
SOLUÇÕES:
1-C 2-B
3- AS CÉLULAS NÃO TÊM PAREDE CELULAR
4-A 5-D 6-B 7-A 8-D
9.
relação entre a produção do antibiótico e a maior adaptação ao ambiente das bactérias
produtoras do antibiótico (ou bactérias Gram-negativas), relativamente às bactérias sobre as
quais o antibiótico atua (ou bactérias Gram-positivas);

OU
relação entre a produção do antibiótico e a eliminação de bactérias competidoras;
referência à sobrevivência diferencial (ou à seleção natural) das bactérias produtoras do
antibiótico;
referência à reprodução diferencial das bactérias produtoras do antibiótico

83
ÉPOCA ESPECIAL 2016GRUPO II
A oliveira, Olea europaea, é uma cultura comum na zona do Mediterrâneo, onde
ocorrem longos períodos de seca, quando a temperatura é elevada e a humidade
baixa.
Para estudar as respostas da oliveira à seca, foi efetuado o estudo seguinte:
Selecionaram-se 40 oliveiras com dois anos e 1,5 metros de altura, que cresceram
ao ar livre, em vasos com uma mistura de solo e de turfa.
A quantidade de água, desde o transplante até ao início do tratamento de seca, foi
mantida constante a cerca de 85% da capacidade total do solo.
Posteriormente, as árvores foram separadas em quatro grupos de 10 plantas,
procedendo-se a rega diferenciada durante 13 dias:
Grupo A – a água adicionada diariamente era igual à quantidade de água
transpirada;
Grupo B – a água adicionada diariamente correspondia a 75% da quantidade de
água transpirada;
Grupo C – a água adicionada diariamente correspondia a 50% da quantidade de
água transpirada;

84
Grupo D – a água adicionada diariamente correspondia a 25% da quantidade de
água transpirada.
Durante o período de défice hídrico, foram medidos o potencial hídrico 1 de folhas de
cada grupo sujeito a tratamento, ao amanhecer e ao meio-dia, e a quantidade de água
disponível no solo. Os resultados destas medições, para o grupo D, constam da Fig 2.
No último dia do tratamento, foi medida a pressão de turgescência da folha. Os
resultados dessa medição nos grupos A, B e C apresentam-se na Figura 3.

85
86
SOLUÇÕES:
1-A 2-C 3-B 4-B 5-D 6-B
7-C,B,D,A,E
8-D
9.
referência ao facto de, no grupo C, a pressão de turgescência da folha se anular a partir das 7
horas (ou se anular rapidamente) e de, no grupo A, a pressão de turgescência diminuir até ao
meio-dia, voltando a aumentar depois dessa hora.
relação entre a variação da pressão de turgescência e o fecho permanente dos estomas, no
grupo C, e a reabertura dos estomas, após o meio-dia, no grupo A.

87
ÉPOCA ESPECIAL 2016GRUPO IV
Os dinoflagelados são seres unicelulares. Algumas espécies raras possuem uma
estrutura complexa semelhante a um olho – o «oceloide» – que lhes permite
orientarem-se em direção à luz e, provavelmente, detetar as suas presas.
Um estudo recente, utilizando técnicas de microscopia eletrónica, de tomografia e
de estudos de expressão génica, demonstrou que os «oceloides» se formaram a partir
de organitos pré--existentes, como mitocôndrias e plastos. Os dados sugerem que a
«retina» é constituída por plastos e que a «córnea» é constituída por mitocôndrias. Os
estudos de expressão génica apontam para a existência, em várias linhagens de
dinoflagelados, de estruturas fotossensíveis simples, com origem provável, tal como o
«oceloide», em plastos existentes numa alga vermelha antiga, que terá sido
incorporada pelo ancestral comum de todos os dinoflagelados.
Nature, Vol. 523, julho de 2015
Nota – Retina e córnea são estruturas do globo ocular de muitos animais.

88
SOLUÇÕES:
1-B 2-B 3-A
4-A característica é a redundância.
5-a-5 b-3 c-1
6-A 7-D
8.
A resposta deverá apresentar três dos seguintes tópicos:
a semelhança entre a dimensão dos cloroplastos (ou das mitocôndrias) e a dimensão das
bactérias;
os cloroplastos (ou as mitocôndrias) replicam-se por um processo semelhante ao que ocorre
nas bactérias;
os cloroplastos (ou as mitocôndrias) possuem como material genético uma molécula de DNA
circular;
os cloroplastos (ou as mitocôndrias) possuem dupla membrana;
os cloroplastos (ou as mitocôndrias) apresentam ribossomas com maior semelhança com os
ribossomas dos procariontes do que com os ribossomas dos eucariontes;
os cloroplastos (ou as mitocôndrias) apresentam processos de síntese proteica semelhantes
aos processos existentes nos procariontes;
a membrana interna dos cloroplastos (ou das mitocôndrias) possui enzimas e sistemas de
transporte que se assemelham aos que existem nos atuais procariontes.

89
1ª FASE 2015

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91
SOLUÇÕES:
1-D 2-A 3-D 4-C 5-B 6-B
7-C,E,B,A,D
8
A – referência à produção de ácido acético no ensaio sem inoculação e no ensaio com a
cultura F3 (ou à não produção de ácido acético no ensaio com a cultura COOP);
B – relação entre o facto de a fermentação (ou a produção de ácidos) se iniciar mais cedo
no ensaio com a cultura F3 (por comparação com o ensaio sem inoculação) e a maior
rapidez de acidificação do meio (ou a melhor conservação dos vegetais)
OU
– relação entre a maior rapidez de acidificação no ensaio com a cultura F3 e a melhor
conservação dos alimentos
C – referência à escolha da cultura bacteriana F3

92
1ª FASE 2015

93
SOLUÇÕES:
1-A 2-C 3-D 4-C 5-B 6-D
7-a-5 b-4 c-2
8.
• referência à correspondência entre as novas bases e as mutações (ou as alterações no
DNA, ou os novos genes);
• referência à variabilidade (ou às novas características, ou à maior diversidade) introduzida
pelas novas bases (ou à variabilidade introduzida pelas mutações, desde que a resposta
apresente o tópico anterior)
• relação entre a seleção dos indivíduos que possuem a nova característica (ou a possibilidade
de maior adaptação ao meio ambiente das bactérias com as novas características) e a sua
reprodução diferencial (ou a preponderância da sua descendência em relação às bactérias
que não sofreram mutações, ou a sobrevivência diferencial);
• relação entre a alteração do fundo genético da população (ou a alteração da frequência de
determinados genes na população) e a evolução da espécie

94

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