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CULTURA
22 DE JANEIRO DE 2023 ALEKSANDRA GÚZEVA
Russia Beyond (Legion Media; Vasily Perov/Galeria Tretiakov; Companhia das Letras; Liveright;
Iwanami Shoten; Editora 34 )
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Estes romances são leitura obrigatória para quem quer conhecer a literatura
russa — e tem ótimos motivos para serem lidos e amados por todo o mundo.
Todos os anos, cada vez mais traduções de clássicos russos são publicadas em
países diversos — principalmente de romances do século 19 ao início do século 20.
Poucos editores ousam traduzir e publicar romances modernos, afinal, Tolstói e
Dostoiévski vendem muito mais que autores desconhecidos.
Conheça o crème de la crême dos livros russos mais populares mundo afora!
10. Nikolai Gógol, ‘Almas Mortas’
Domínio público; Editora 34, 2018
Gógol disse que esta obra era um “poema”, porém em prosa. A personagem
principal, Tchitchikov, viaja, visitando fazendeiros provincianos, um após o outro, e
pede que lhe vendam suas “almas mortas” — servos que já morreram, mas cujas
mortes não foram registradas nas listas de revisão anual.
Dessa maneira, ele planeja adquirir a condição de grande proprietário de terras, já
que possuirá muitos camponeses (apesar de mortos).
O livro mostra os vícios da sociedade russa e dos homens em geral, além de trazer
digressões líricas sobre a Rússia e seu destino. O livro é muito engraçado e
filosófico, e entrou na lista dos 10 livros russos recomendados pela versão italiana
da revista Esquire.
Além disso, “Almas Mortas” está na lista dos 100 melhores livros de todos os tempos
do jornal britânico “The Guardian” e na lista dos 100 melhores livros do “Norwegian
Book Club”, do “Norwegian Nobel Institute”.
9. Ivan Goncharov, ‘Oblómov’
Este romance é uma ode à preguiça russa. Iliá Ilitch Oblómov nunca sai de seu sofá,
nunca vai a lugar nenhum, não faz nada e só sonha acordado. Ele não consegue
sequer se apaixonar de verdade e, depois de pedir uma jovem e bela mulher em
casamento, acaba se afastando – e ela se casa com seu amigo.
Depois que o romance foi publicado, um novo conceito surgiu no léxico russo: a
“oblomovshchina” (em português, algo como “oblomovismo”), ou seja, uma
combinação de preguiça, apatiae falta de vontade de viver muito típica da alma
russa.
O livro está na lista dos 100 melhores romances estrangeiros essenciais da revista
japonesa “Kangaeru Hito”.
8. Ivan Turguêniev, ‘Primeiro Amor’
Uma das principais obras de Turguêniev é o romance “Pais e Filhos”, que trata da
eterna luta entre gerações. Na Rússia, esse livro é considerado o mais importante
do autor e está no programa obrigatório de literatura de todas as escolas e institutos
educacionais.
Em suas outras obras (“Rudin”, “Ássia”, “Ninho de Fidalgos”), ele criou a imagem
da “dama de Turguêniev”, ou seja, uma mulher jovem, mas independente, que se
revela mais forte e cheia de moral que os homens mais fracos.
Por alguma razão, a novela de Turguêniev “Primeiro Amor” ganhou popularidade
no exterior. O livro conta sobre o dramático amor não correspondido de um jovem
por uma mulher mais velha que ele (a qual, além de tudo, preferia o pai do moço!).
A editora japonesa Shinchosha, por exemplo, recomenda esta novela, dentre 40
obras da literatura mundial, para uma leitura leve e para quem está começando a se
aventurar na literatura mundial — principalmente a russa.
7. Mikhail Bulgákov, ‘O Mestre e Margarida’
Mesmo que você não saiba nada sobre “Anna Karenina”, provavelmente conhece
seu final: a heroína se joga embaixo de um trem. A quantidade de adaptações
cinematográficas deste romance (mais de 40) por diretores de todo o mundo fala
por si só. O segredo para esse reconhecimento por parte dos leitores e espectadores
é simples: o livro trata de amor.
A crítica também tem o romance em alta conta: “Anna Karenina” está na lista dos
100 melhores livros de todos os tempos do canal de TV alemão “ZDF”, do
“Norwegian Book Club”, do jornal britânico “The Guardian” e também entre os 200
melhores livros da “”.
5. Lev Tolstói, ‘Guerra e Paz’
Legion Media; Companhia das Letras, 2017
Este romance traz uma intrigante trama policial: um filho mata seu pai. Mas, na
realidade, este romance é sobre o amor, o sentido da vida e Deus.
“Os Irmãos Karamázov” alcançou as mesmas classificações de “Crime e Castigo” e
também ficou em 30º lugar na lista dos 100 livros de ficção mais vendidos na
“Amazon Japan”. Além disso, a revista japonesa “Kangaeru Hito”, o lista no rol de
100 romances estrangeiros indispensáveis, junto com mais quatro obras de
Dostoiévski (entre elas, “A Casa dos Mortos” e o romance “Os Demônios”).
2. Vladimir Nabókov, ‘Lolita’
Legion Media; Alfaguara, 2011
Apesar do tema sensível de que trata este escandaloso romance de Nabôkov (um
pedófilo que fica fascinado com sua enteada), ele regularmente entre em avaliações
dos melhores livros de todos os tempos. O romance foi escrito em inglês, mas foi
traduzido para o russo 10 anos depois pelo próprio autor.
O jornal norte-americano “The New York Times” coloca “Lolita” em quarto lugar
em sua lista dos 100 melhores romances mundiais e também o incluiu na lista dos 25
melhores livros dos últimos 125 anos.
“Lolita” também entrou na lista dos 100 melhores livros do francês “Le Monde”
(aliás, o romance foi publicado pela primeira vez em 1955, na França) e na lista dos
100 melhores livros de todos os tempos da revista “Time”.
O jornal japonês “Yomiuri” também incluiu Nabokov com seu “Lolita” entre os 60
grandes autores da literatura mundial, enquanto a revista japonesa “Kangaeru Hito”
o lista no rol de 100 livros estrangeiros indispensáveis.
1. Aleksandr Soljenitsin, ‘Arquipélago Gulag’
Georges DeKeerle/Sygma via Getty Images; Carambaia, 2019
Na URSS, a obra de Soljenítsin foi proibida e, assim, foi publicada pela primeira vez
em russo apenas em 1990. Na França, porém, o livro foi lançado em 1973.
O romance curto de Soljenítsin “Um dia na vida de Ivan Denisovitch”, publicado em
1962, foi a primeira obra soviética oficialmente publicada sobre o sistema Gulag.
Ela fez sucesso não só na URSS, mas em todo o mundo.
Mas a ampla investigação literária sobre o sistema de campos de prisioneiros
soviéticos entre 1918 a 1956 de que Soljenítsin trata em Arquipélogo Gulag, no qual
ele trabalhou por 10 anos, foi proibida na URSS por um longo tempo.
Na França, o livro ficou em 15º lugar na lista dos “100 livros do século”, segundo o
“Le Monde” (aliás, o romance de Soljenítsin “Pavilhão dos Cancerosos” está na lista
dos 100 livros que os franceses mais amam).
LEIA TAMBÉM: Os 10 principais escritores estrangeiros mais adorados pelos russos
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