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Normas gerais
e Princípios
organizativos do
MST
Pedidos:
Secretaria Nacional
secgeral@mst.org.br
I. Natureza do MST------------------------------------------------05
II. Objetivos do MST-----------------------------------------------07
III. Programa de Reforma Agrária-------------------------------08
IV. As instâncias organizativas do MST------------------------13
V. Organização interna-------------------------------------------21
2 – Princípios organizativos---------------------------------- 29
I - Natureza do MST
1. Terra
A terra e todos os bens da natureza, em nosso ter-
ritório nacional, devem estar sob controle social e des-
tinados ao benefício de todo povo brasileiro e das gera-
ções futuras. Para isso devemos lutar para:
a) Democratizar o acesso à terra, às águas, à biodiver-
sidade (florestas, fauna e flora), minérios e fontes de
energia.
b) Impedir a concentração da propriedade privada;
c) Estabelecer o tamanho máximo de propriedade da
terra;
d) Eliminar o latifúndio;
e) Garantir a função social do uso, posse e propriedade
da terra;
f) Assegurar a devolução para o povo de todas as terras,
territórios, minérios e biodiversidade hoje apropria-
dos por empresas estrangeiras;
g) Demarcar e respeitar todas as áreas dos povos indí-
2. Bens da natureza
A água e as florestas nativas são bens da natureza
e eles devem ser tratados como um direito de todos os
trabalhadores. Eles não podem ser tratados como mer-
cadorias e nem ser objeto de apropriação privada.
a) Assegurar e preservar as águas e florestas como um
bem público, acessível a todos/as;
b) Combater o desmatamento e o comércio clandestino
e ilegal das madeireiras;
c) Reflorestar as áreas degradadas com ampla biodiver-
sidade de árvores nativas e frutíferas, assegurando a
preservação ambiental.
3. Sementes
As sementes são um patrimônio dos povos a servi-
ço da humanidade e não pode haver sobre elas proprie-
dade privada ou qualquer tipo de controle econômico:
a) Preservar, multiplicar e socializar as sementes criou-
las, sejam tradicionais ou melhoradas, de acordo com
a biodiversidade dos nossos biomas regionais, para
que todo campesinato possa usá-las;
b) Defender a soberania nacional sobre produção e
multiplicação de todas sementes e mudas.
4. Produção
Toda produção será desenvolvida com o controle
dos trabalhadores sobre o resultado de seu trabalho. As
relações sociais de produção devem abolir a explora-
5. Energia
a) Devemos construir formas para que se desenvolva a
soberania popular sobre a energia em cada comuni-
dade e em todos os municípios brasileiros.
b) Desenvolver de forma cooperativada a produção de
energia a nível local, com as mais deferentes fontes de
recursos renováveis para atender as necessidades de
todo povo brasileiro.
7. Direitos sociais
a) Os trabalhadores/as rurais sob regime de assalaria-
mento devem ter todos os direitos sociais, previdenci-
ários e trabalhistas garantidos e equivalentes aos tra-
balhadores urbanos e as relações de trabalho devem
ser construídas sobre a base da cooperação, gestão
social e de combate a alienação.
b) Assegurar que remuneração seja compatível com a
renda e a riqueza gerada.
c) Garantir condições dignas e jornadas adequadas de
trabalho.
d) Combater de forma permanente e intransigente o tra-
4.3.Coordenação Nacional
4.3.1. São funções da Coordenação Nacional:
1. Encaminhar todas as resoluções aprovadas pelo En-
contro Nacional e pelo Congresso Nacional.
2. Zelar pela aplicação dos princípios do Movimento.
3. Tomar todas as decisões políticas de caráter nacional
que afetam o Movimento.
4. Ser responsável pela implementação das questões or-
gânicas nos estados e regionais.
5. Assumir publicamente a representatividade do Movi-
mento e articulações politica com outros setores.
6. Estimular e acompanhar a articulação do Movimento
em novos estados.
4.5.2. As Reuniões
1. As reuniões regionais deverão acontecer pelo menos
uma vez por ano, em data definida pela Direção Na-
cional;
2. A pauta das reuniões deverá ser definida pela Direção
Nacional, visando a unidade nacional das discussões
e encaminhamentos. Além da pauta comum, cada re-
gional poderá acrescentar questões que dizem respei-
5.5.1 Setores
1. Cada Setor deverá, em conjunto com toda a Organi-
zação, elaborar e manter atualizadas as linhas políti-
cas e as suas normas de funcionamento.
2. Cada Setor deverá potencializar o fortalecimento da
Organização, superando o “setorismo”.
3. A luta pela Reforma Agrária, especificamente, e a luta
de classes exigem que todos militantes e dirigentes
entendam a Organização como um todo.
Os Setores e Coletivos, responsáveis pela ela-
boração e execução de planos de trabalhos específicos,
são:
1. Setor de Formação
Parágrafo 1º:
Dentro do Setor de Produção, Cooperação e Meio
Ambiente está inserido a todas as cooperativas na-
cionais e todo o sistema de cooperativas ligadas ao
Movimento.
5.5.2. Coletivos
São chamadas de Coletivos as equipes que de-
senvolvem planejamentos e trabalhos específicos, no
período em que ainda não há, nos estados, a estrutura-
ção do Setor referente a essas atividades. Os coletivos
antecedem a estruturação e efetivação dos Setores. Nes-
se momento, há no Movimento os seguintes Coletivos:
1.Coletivo de Projetos (Frente do Setor de Finanças)
2.Coletivo de Relações Internacionais
3.Coletivo de Cultura
4.Coletivo de Juventude
1. Direção Coletiva
Todas as instâncias do MST, desde a Base até a Dire-
ção Nacional, devem ser formadas como comissões
coletivas (em torno de 15 companheiros) na forma de
colegiado e sem distinção de poder.
2. Divisão de Tarefas
Em todas as atividades e instâncias devem-se distri-
buir as tarefas entre o maior número possível de com-
panheiros/as e dar responsabilidade individual pelas
tarefas e funções.
3. Disciplina
Disciplina significa respeitar o que foi decidido no
coletivo. E cada companheiro/a precisa cumprir com
suas tarefas e obrigações.
4. Planejamento
Todas as atividades a serem desenvolvidas precisam
ser planejadas antes, distribuída as responsabilidades
e funções. Dentro do planejamento inclui-se a neces-
sidade de recursos econômicos e humanos, o crono-
5. Crítica e auto-crítica
Em todas as instâncias e comissões devem-se adotar
a prática de avaliações periódicas, onde cada mem-
bro tenha a humildade de realizar sua autocrítica e ao
mesmo tempo criticar os erros individuais e coletivos
dos demais. Esse método é necessário para corrigir
nossos erros. As críticas somente devem ser feitas em
reuniões, no coletivo. Críticas fora da instância, do
coletivo, vira fofoca e gera um problema a mais.
6. Estudo
Cada militante, membro de instâncias ou não, deve
ser estimulado e ser desafiado a sempre estudar. Co-
nhecer os documentos da organização, estudar a re-
alidade da sua região, do país. Sem estudo não há
conhecimento. Sem conhecimento não na direção
correta.
7. Vinculação permanente com as massas. Todos os
dirigentes, em todos os níveis devem manter vínculos
permanente com o povo. Participar das atividades nas
bases, envolver-se, conhecer e participar junto, em to-
dos os momentos difíceis e de celebração.
1. Trabalho de Base
Devemos nos dedicar permanentemente ao trabalho
de conscientização, de esclarecimento, de debate
com as bases. É esse trabalho de conscientização e de
organização do povo, nas bases, em grupos de famí-
lias, núcleos de militantes que gera a força organiza-
da, em torno de um mesmo objetivo.
2. Lutas de Massa
A força do povo organizado somente pode se manifes-
tar e pressionar para alcançar seus objetivos quando
o povo lutar. Nada pode substituir a mobilização e a
luta de massa. É ela quem altera a correlação de for-
ças, é ela que conscientiza o povo. As negociações
são necessárias mas devem vir como consequência
das lutas de massa.
4. Desenvolver a Mística
O povo se aglutina, se unifica e se mobiliza em torno
de sentimentos. Os sentimentos são expressos por prá-
ticas de valores, (como a solidariedade, por exemplo)
celebrações, atividades culturais e símbolos. Por isso
a mística deve expressar os sentimentos do projeto, da
mudança, e dos valores sociais que queremos pregar.
E deve estar presente em todas nossas atividades.
5. A prática de valores
Todos os membros da organização, sobretudo seus
militantes e dirigentes, devem nortear sua conduta por
valores sociais baseados na solidariedade, na igualda-
de e na justiça social. Esses valores compõem a nossa
ética e devem ser praticados quotidianamente.
6. A democracia participativa
Por mais sabido que um militante seja, ele não detém
nem a verdade absoluta nem o poder de decisão. É
melhor errar com o povo do que acertar sozinho. Por
isso devemos zelar para que sempre haja um proces-
so de discussão, debate, com a base social. E a partir
do debate, em grupos de família, em núcleos, tomar
as decisões, pela vontade da ampla maioria. Os di-
rigentes devem consultar permanentemente o povo.
E não apenas comunicar a eles, as deliberações das
instâncias “superiores”. Nada é mais superior e im-
portante do que o povo organizado na base. Afinal a
7. Autonomia financeira
Nenhuma organização social vai longe se não ca-
minhar com suas próprias pernas. Isso significa que
devemos buscar formas autônomas de garantir os
recursos econômicos necessários para todas as ativi-
dades da organização.
1. Humildade
Respeitar sempre a opinião dos demais e da maioria.
Ouvir mais do que ditar. Aprender mais do que en-
sinar. Nunca se esquecer que a força vem do povo
organizado.
2. Espírito de sacrifício
Um militante só o é se estiver disposto a sacrificar-se
mais do que o povo. Terá que ser o primeiro no traba-
lho e na pior tarefa e o último na hora da comida e da
festa.
5. Ser estudioso
Quem acha que já sabe tudo, não sabe nada. Todo dia
é momento de aprender mais alguma coisa.
6. Ser trabalhador
Só o trabalho cria riqueza, transforma a natureza. Só o