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CADERNO DE FORMAÇÃO Nº 40??????

Normas gerais
e Princípios
organizativos do
MST

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

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Expediente
O Caderno de Formação nº 40: “Normas Gerais e Princípios
Organizativos do MST”, é uma Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra

Diagramação: Secretaria Nacional MST

Pedidos:
Secretaria Nacional
secgeral@mst.org.br

1ª edição - janeiro de 2016

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Normas Gerais
e Princípios
Organizativos do
MST

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Sumário
1 – Normas gerais do MST------------------------------------ 05

I. Natureza do MST------------------------------------------------05
II. Objetivos do MST-----------------------------------------------07
III. Programa de Reforma Agrária-------------------------------08
IV. As instâncias organizativas do MST------------------------13
V. Organização interna-------------------------------------------21

2 – Princípios organizativos---------------------------------- 29

I. Método de direção política------------------------------------29


II. Método de organização social-------------------------------31
III. Qualidades imprescindíveis de militante social--------34

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1. Normas Gerais do MST

I - Natureza do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

“Movimento dos Sem Terra”


ou simplesmente a sigla “MST”

1. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra


(MST) é um movimento social, de massas, autônomo,
que procura articular e organizar os trabalhadores ru-
rais e a sociedade para conquistar a Reforma Agrária
e um Projeto Popular para o Brasil.
2. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Ter-
ra considera como beneficiários diretos da Reforma
Agrária todos os trabalhadores sem-terras (os parcei-
ros, arrendatários, meeiros, assalariados rurais, pos-
seiros e pequenos proprietários — até 5 hectares de
terra), os pequenos agricultores e os desempregados
do campo e da cidade. E beneficiários indiretos, todos
os trabalhadores do Brasil.
3. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
é aberto a todos os trabalhadores, sem distinção de
raça, credo religioso, filiação partidária ou outras ca-
racterísticas culturais e regionais, desde que respeitem

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os princípios e normas do Movimento. Participam no
Movimento, sem distinção de idade, orientação se-
xual ou identidade de gênero, todos os membros da
família: homens, mulheres, idosos, jovens e crianças.
4. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi
se formando a partir do trabalho de formação políti-
ca e da articulação da luta pela terra, localizadas, já
existentes nos estados. Se constituiu num movimento
nacional com a realização do 1º Encontro Nacional,
realizado em Cascavel (PR), em janeiro de 1984.
5. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é
herdeiro e continuador das lutas populares que o an-
tecedeu em todo o Brasil.
6. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,
através da sua organização, lutas e conquistas, busca
construir permanentemente uma sociedade alicerça-
da no ser humano, no respeito ao meio ambiente e
nos valores da solidariedade, companheirismo, igual-
dade e indignação contra qualquer forma de injustiça.
7. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra par-
ticipa na luta e organização dos trabalhadores rurais
do continente americano através da Coordenação La-
tino-Americana das Organizações do Campo (CLOC)
e a Articulação Continental de Movimentos Sociais da
Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), em ní-
vel mundial, através da Via Campesina.
8. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,
em nível geral, articula-se com assembleia dos movi-
mento sociais de todo mundo no Fórum Social Mun-
dial (FSM).

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II - Objetivos do MST
Somos um Movimento de Massas,
de caráter Sindical, Popular e Político

1. Construir uma sociedade sem exploradores e explo-


rados, onde o trabalho tenha supremacia sobre o ca-
pital;
2. Garantir que a terra, um bem de todos, esteja a servi-
ço de toda a sociedade;
3. Garantir trabalho a todos, com justa distribuição da
terra, da renda e das riquezas;
4. Buscar permanentemente a justiça social e a igualda-
de de direitos econômicos, políticos, sociais e cultu-
rais;
5. Difundir os valores humanistas e socialistas nas rela-
ções sociais e pessoais.
6. Combater todas as formas de discriminação social e
buscar a participação igualitária da mulher, homem,
jovem, idoso e crianças.
7. Buscar a articulação com as lutas internacionais con-
tra o capital e pelo socialismo

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III - Programa de Reforma Agrária

Lutamos por Terra, Reforma Agrária


e Pelo Socialismo

Nosso programa agrário busca mudanças estru-


turais na forma de usar os bens da natureza, que per-
tencem a toda sociedade, na organização da produção
e nas relações sociais no campo. Queremos contribuir
de forma permanente na construção de uma sociedade
justa, igualitária e fraterna. Para tanto, propomos os se-
guintes objetivos:

1. Terra
A terra e todos os bens da natureza, em nosso ter-
ritório nacional, devem estar sob controle social e des-
tinados ao benefício de todo povo brasileiro e das gera-
ções futuras. Para isso devemos lutar para:
a) Democratizar o acesso à terra, às águas, à biodiver-
sidade (florestas, fauna e flora), minérios e fontes de
energia.
b) Impedir a concentração da propriedade privada;
c) Estabelecer o tamanho máximo de propriedade da
terra;
d) Eliminar o latifúndio;
e) Garantir a função social do uso, posse e propriedade
da terra;
f) Assegurar a devolução para o povo de todas as terras,
territórios, minérios e biodiversidade hoje apropria-
dos por empresas estrangeiras;
g) Demarcar e respeitar todas as áreas dos povos indí-

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genas e das comunidades quilombolas, ribeirinhas,
extrativistas, de pescadores artesanais e tradicionais.

2. Bens da natureza
A água e as florestas nativas são bens da natureza
e eles devem ser tratados como um direito de todos os
trabalhadores. Eles não podem ser tratados como mer-
cadorias e nem ser objeto de apropriação privada.
a) Assegurar e preservar as águas e florestas como um
bem público, acessível a todos/as;
b) Combater o desmatamento e o comércio clandestino
e ilegal das madeireiras;
c) Reflorestar as áreas degradadas com ampla biodiver-
sidade de árvores nativas e frutíferas, assegurando a
preservação ambiental.

3. Sementes
As sementes são um patrimônio dos povos a servi-
ço da humanidade e não pode haver sobre elas proprie-
dade privada ou qualquer tipo de controle econômico:
a) Preservar, multiplicar e socializar as sementes criou-
las, sejam tradicionais ou melhoradas, de acordo com
a biodiversidade dos nossos biomas regionais, para
que todo campesinato possa usá-las;
b) Defender a soberania nacional sobre produção e
multiplicação de todas sementes e mudas.

4. Produção
Toda produção será desenvolvida com o controle
dos trabalhadores sobre o resultado de seu trabalho. As
relações sociais de produção devem abolir a explora-

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ção, a opressão e a alienação.
a) Assegurar que a prioridade seja a produção de ali-
mentos saudáveis, em condições ambientalmente sus-
tentáveis, para todo povo brasileiro e para as necessi-
dades de outros povos;
b) Considerar que os alimentos são um direito humano,
de todos os cidadãos e não podem estar submetidos a
lógica do lucro;
c) Utilizar técnicas agroecológicas, abolindo o uso de
agrotóxicos e sementes transgênicas;
d) Usar máquinas agrícolas apropriadas e adaptadas a
cada contexto socioambiental, visando o aumento da
produtividade das áreas agrícolas, do trabalho e da
renda, em equilíbrio com a natureza;
e) Promover as diversas formas de cooperação agrícola,
para desenvolver as forças produtivas e as relações
sociais;
f) Instalar agroindústrias no campo sob controle dos
camponeses e demais trabalhadores, gerando alterna-
tivas de trabalho e renda, em especial para a juventu-
de e as mulheres.

5. Energia
a) Devemos construir formas para que se desenvolva a
soberania popular sobre a energia em cada comuni-
dade e em todos os municípios brasileiros.
b) Desenvolver de forma cooperativada a produção de
energia a nível local, com as mais deferentes fontes de
recursos renováveis para atender as necessidades de
todo povo brasileiro.

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6. Educação e Cultura
O conhecimento deve ser um processo de cons-
cientização, libertação e de permanente elevação cul-
tural de todos e todas que vivem no campo.
a) Garantir à população que vive no campo, o acesso
aos bens culturais e o direito à educação pública, gra-
tuita e de qualidade, em todos os níveis;
b) Incentivar, promover e difundir a identidade cultural
e social da população camponesa;
c) Assegurar o acesso, a produção e controle dos mais
diferentes meios de comunicação social no campo;
d) Desenvolver a formação técnico-científica e política,
de forma permanente, para todos que vivem no cam-
po;
e) Combater, permanentemente, todas as formas de pre-
conceito social, para que não ocorra a discriminação
de gênero, idade, etnia, religião, identidade de gênero
e orientação sexual, etc.

7. Direitos sociais
a) Os trabalhadores/as rurais sob regime de assalaria-
mento devem ter todos os direitos sociais, previdenci-
ários e trabalhistas garantidos e equivalentes aos tra-
balhadores urbanos e as relações de trabalho devem
ser construídas sobre a base da cooperação, gestão
social e de combate a alienação.
b) Assegurar que remuneração seja compatível com a
renda e a riqueza gerada.
c) Garantir condições dignas e jornadas adequadas de
trabalho.
d) Combater de forma permanente e intransigente o tra-

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balho análogo à escravidão, expropriando de todas as
fazendas e empresas que fazem uso dessa prática.
e) Combater todas as formas violência contra as mu-
lheres, crianças e LGBTs (Lésbicas, Gays, bissexuais,
transexuais e travestis), penalizando exemplarmente a
seus praticantes.

8. Condições de vida para todos e todas


O campo deve se constituir num local bom de
viver. Onde as pessoas tenham direitos, oportunidades
e condições de vida dignas.

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IV - As Instâncias Organizativas do MST

4.1 - Congresso Nacional


1. O Congresso Nacional é a instância máxima do Mo-
vimento.
2. O Congresso Nacional reúne militantes de todos os
estados onde o Movimento estiver organizado, para
fixar as linhas políticas gerais de atuação, ser uma mo-
bilização política em prol da Reforma Agrária e ser um
momento de confraternização da classe trabalhadora.
3. O Congresso Nacional será realizado a cada 5 anos,
podendo esse período ser alterado do decisão da DN.
4. Os critérios para escolha dos delegados, temas, pro-
gramação, local e data exata serão definidos pela Di-
reção Nacional e Coordenação Nacional.
5. O Congresso deverá garantir a participação de 50%
de Mulheres.

4.2 - Encontro Nacional


1. O Encontro Nacional do Movimento será realizado a
cada dois anos. Sua composição, caráter, data e local
será definida pela Coordenação Nacional.
2. Os estados realizarão encontros estaduais prévios
para levarem suas propostas e sugestões para o En-
contro Nacional.
3. No Encontro Nacional serão definidas as plataformas
de lutas imediatas, de acordo com a conjuntura e as
necessidades do Movimento.
4. As definições tomadas em Encontros Nacionais, que
dizem respeito à política nacional, devem ser encami-

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nhadas e respeitadas por todas as instâncias do Movi-
mento.
5. Caberá ao Encontro Nacional homologar a Direção
Nacional.

4.3.Coordenação Nacional
4.3.1. São funções da Coordenação Nacional:
1. Encaminhar todas as resoluções aprovadas pelo En-
contro Nacional e pelo Congresso Nacional.
2. Zelar pela aplicação dos princípios do Movimento.
3. Tomar todas as decisões políticas de caráter nacional
que afetam o Movimento.
4. Ser responsável pela implementação das questões or-
gânicas nos estados e regionais.
5. Assumir publicamente a representatividade do Movi-
mento e articulações politica com outros setores.
6. Estimular e acompanhar a articulação do Movimento
em novos estados.

4.3.2. Composição da Coordenação Nacional:


1. Dez (10) representantes por estado, indicados pelas
Direções Estaduais ou pelo Encontro Estadual do Mo-
vimento;
2. Os membros da Direção Nacional;
3. Dois (2) representante(s) de cada Coletivo Nacional
e dos Setores.
4. Os integrantes do Grupo de Estudos Agrários (GEA),
coordenadores das Escolas Nacionais, dos Escritórios
e da Secretaria Nacional.

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4.3.3. Orientações Gerais
1. A Coordenação Nacional deve reunir-se, pelo me-
nos, uma vez ao ano, podendo reunir-se em âmbito
regional.
2. Todos os membros da Coordenação Nacional pos-
suem igual poder, não havendo designação de cargos,
como presidente, secretário etc. Apenas dividir-se-ão
as tarefas e funções.

4.4 Direção Nacional


4.4.1 São funções da Direção Nacional
1. Pensar, discutir e propor as linhas políticas para o
Movimento.
2. Garantir a linha política do Movimento e das defini-
ções políticas tiradas nos Congressos e Encontros Na-
cionais.
3. Garantir a unidade política do Movimento.
4. Planejar as táticas e estratégias do Movimento e pro-
pô-las à Coordenação Nacional.
5. Desenvolver estudos e soluções às necessidades po-
líticas e práticas do Movimento
6. Garantir a atuação dos setores e coletivos nacionais.
7. Elaborar métodos de trabalho, organização e lutas e
promover constantemente a formação política.
4.4.2. Orientações Gerais
1. Terá uma composição de um homem e uma mulher
por Estado onde o MST está organizado; Um homem
e uma mulher dos setores de Frente de Massas e de
Produção; mais 1 dirigente de cada Setor e Coletivo
Nacional, 1 coordenador de cada Escola e espaço na-

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cional e o Grupo de Estudos Agrários.
2. O mandato dos membros da Direção Nacional será
de dois anos, podendo concorrer a reeleições suces-
sivas.
3. A Direção Nacional poderá convidar para suas reu-
niões, em caráter especial, militantes que desenvol-
vem atividades nacionais.
4. A Direção Nacional se reunirá no mínimo 4 vezes
por ano ou sempre que necessário em caráter extra-
ordinário.

4.5 Coordenações Regionais


4.5.1 As Regionais
Em nível nacional, o Movimento dos Trabalhado-
res Rurais Sem Terra estará dividido nas seguintes regio-
nais:
1. Regional Amazônica: PA, MA, TO e RR
2. Regional Centro-Oeste: RO, MT. MS, GO e DF;
3. Regional Sudeste: ES, MG, RJ e SP;
4. Regional Nordeste: BA, SE, AL e PE; PB, RN, CE e PI
5. Regional Sul: PR, SC e RS.

4.5.2. As Reuniões
1. As reuniões regionais deverão acontecer pelo menos
uma vez por ano, em data definida pela Direção Na-
cional;
2. A pauta das reuniões deverá ser definida pela Direção
Nacional, visando a unidade nacional das discussões
e encaminhamentos. Além da pauta comum, cada re-
gional poderá acrescentar questões que dizem respei-

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to especificamente da sua realidade e necessidade.
3. Além das questões nacionais, as Reuniões Regionais
deverão promover a entreajuda dos estados que com-
põem a regional.

4.6. Instâncias Estaduais


Nos estados, a estrutura organizativa do Movi-
mento será similar a Nacional. Ou seja, terá as seguintes
instâncias: Encontro Estadual, Coordenação Estadual,
Direção Estadual, Setores e Coletivos.

4.6.1. Encontro Estadual


Constituindo-se na maior instância organizativa
do Movimento no estado, os Encontros Estaduais deve-
rão ser realizados uma vez ao ano, com coordenado-
res dos Núcleos e das Brigadas ou Regionais dos As-
sentamentos, representantes de todos os assentamentos,
acampamentos e setores do Movimento.

Funções do Encontro Estadual


1. Discutir e aprovar as linhas de trabalho e as priori-
dades para o Movimento no estado, que, evidente-
mente, devem estar de acordo com os princípios e
plataformas de lutas nacionais.
2. Definir critérios de representatividade por regiões, as-
sentamentos, acampamentos e setores e número total
de membros para compor a Direção Estadual.
3. Eleger a Coordenação Estadual.

4.6.2 Coordenação Estadual


A Coordenação Estadual, eleita nos Encontros Es-
taduais, terá um mandato de duração de 02 (dois) anos.

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Cada dirigente poderá se reeleger sucessivamente.

Caberá a Coordenação Estadual


1. Garantir a implementação das linhas políticas defini-
das nos Encontros Estaduais e pelas instâncias nacio-
nais.
2. Garantir a unidade do Movimento no estado, entre
as diferentes regiões, e com o Movimento em nível
nacional.
3. Zelar pelo patrimônio e estruturação do Movimento
no estado.
4. Aprovar a substituição de membros da Direção Esta-
dual.
5. Definir os dois nomes, da Direção Estadual, que de-
verão se integrar à Coordenação Nacional.
6. Indicar os 02 membros para a Direção Nacional.
7. A Coordenação Estadual deverá se reunir, ao menos,
03 (três) vezes ao ano.

4.6.3 Direção Estadual


A Direção Estadual será eleita pelo Encontro Es-
tadual ou pela Coordenação Estadual. Caberá a cada
estado definir qual a instância e o método de eleição da
Direção Estadual.
O mandato dos membros da Direção Estadual
será de 02 (dois) anos, podendo ser reeleitos para man-
datos sucessivos.
A Direção Estadual deverá se reunir, aproximada-
mente, a cada 40 dias.

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É função da Direção Estadual
1. Implementar as definições e linhas políticas definidas
pelos Encontros Estaduais e pela Coordenação Esta-
dual.
2. Zelar pela unidade do Movimento no estado e no
cenário nacional.
3. Implementar a decisões tomadas pelas instâncias na-
cionais.
4. Propor, às instâncias nacionais, linhas e ações polí-
ticas de acordo com as exigências conjunturais e/ou
organizativas.
5. Coordenar atuação dos setores e coletivos estaduais,
em concordância com os respectivos setores e coleti-
vos nacionais.

4.6.4 Setores e Coletivos Estaduais


Seguem a mesma linha política dos setores e co-
letivos nacionais. Caberá ao Movimento de cada estado
definir quais são os setores prioritários, de acordo com
suas necessidades e em condições objetivas de serem
organizados.

4.6.5 Regionais e brigadas nos Estados


De acordo com os interesses e necessidades, cada
estado poderá promover uma divisão regional, com ins-
tâncias organizativas e infra-estrutura necessária, for-
mando as Direções Regionais do seu Estado.

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4.7 Núcleos
O Núcleo é uma instância de base, no MST, e to-
dos os seus membros deverão estar nucleados.
Sobre seu funcionamento:
1. Todo o núcleo deverá ter um coordenador e uma co-
ordenadora;
2. Deveram estudar o caderno dirigido ao núcleo pelo
menos uma vez ao mês.
3. Todas as famílias devem participar
4. O número que compõem o núcleo - entre 10 e 15
famílias, no máximo - deve ser de acordo com o nú-
mero de atividades envolvendo cada pessoa em todos
os setores do Movimento.
5. O Núcleo deverá ser um espaço de discussões sobre
as preocupações e questões que afetam tanto as famí-
lias, como as instâncias e atividades estaduais e na-
cionais, afim fazer os encaminhamentos necessários.

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V - Organização Interna

5.1 Princípios Organizativos das Instâncias


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
deverá aplicar em todas as suas instâncias de decisão
e representatividade, os seguintes princípios e normas
organizativas:

a) Direção Coletiva: todas as instâncias serão forma-


das por comissões de militantes com igual direito e
poder. As decisões serão tomadas, prioritariamente,
por consenso político.
b) Divisão de Tarefas: estimular e aplicar a divisão de
tarefas e funções entre os militantes dos Coletivos va-
lorizando a participação de todos e evitando a centra-
lização e o personalismo.
c) O Profissionalismo: todos os membros dos Setores
e Coletivos devem encarar com profissionalismo suas
funções. Considerando profissionalismo sob dois as-
pectos:
— Transformar a luta pela terra e a organização do
movimento como sua profissão de militante. Ter
amor e dedicar-se de corpo e alma por ela.
d) Ser um especialista, procurando aperfeiçoar-se cada
vez mais, naquelas funções e tarefas que lhe forem
designadas, tendo em vista o conjunto da organici-
dade do Movimento. Deve-se respeitar as qualidades
e aptidões pessoais, na divisão de tarefas, de forma a
estimular o profissionalismo.
e) A Disciplina: aplicar o princípio de que a disciplina
é o respeito às decisões do coletivo, desde o cumpri-
mento de horários, mas sobretudo de tarefas e missões.

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f) Planejamento: aplicar o princípio de que nada acon-
tece por acaso, mas tudo deve ser avaliado, definido
e planejado a partir da realidade e das condições ob-
jetivas da organização.
g) Estudo: estimular e dedicar-se aos estudos de todos
os aspectos que dizem respeito às atividades do Mo-
vimento. A Organização que não formar seus próprios
quadros políticos, não terá autonomia para conduzir
suas lutas.
h) A vinculação com as Massas: a vinculação perma-
nente com as massas de trabalhadores é a garantia do
avanço das lutas e da aplicação de uma linha política
correta. Das massas devemos apreender as aspirações,
anseios e, a partir de sua experiência, corrigir nossas
propostas e encaminhamentos.
i) A crítica e Autocrítica: aplicar sempre o princípio
da avaliação crítica de nossos atos e sobretudo ter a
humildade e grandeza de fazer a autocrítica, procu-
rando corrigir os erros e encaminhar soluções para os
desvios.

5.2 Símbolos e Monumentos


1. O Movimento dos Trabalhadores Rurais tem como
símbolos a Bandeira, o Hino e seu Timbre.
2. Todo trabalhador e trabalhadora vinculada ao Movi-
mento deve respeitar e valorizar os símbolos, como
identificação de nossa luta e sinal de unidade nacio-
nal.
3. Em todas as atividades do Movimento devem estar
presente a Bandeira e o Hino do Movimento.
4. Todas as instâncias de representatividade e organiza-

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ção do Movimento devem estimular a utilização dos
símbolos em suas atividades.
5. O Movimento deverá incentivar a criação e preser-
vação de monumentos que marquem fatos históricos,
as lutas e conquistas da classe trabalhadora.
6. O Movimento deverá incentivar o uso e a divulga-
ção de representatividades que reforçam a identidade
e a unidade da organização e da sua luta, como: bo-
nés, camisetas, instrumentos de trabalho, nomes de
escolas, assentamentos e cooperativas, datas históri-
cas, mártires da luta etc.
7. O Movimento estimulará os valores culturais do
povo brasileiro, a bandeira nacional e os sentimentos
de brasilidade.

5.3 Critérios Gerais Sobre as Instâncias Organizati-


vas e Militantes do MST
1. Toda companheira e todo companheiro eleito, para
qualquer instância organizativa do Movimento, terá
um mandato de dois anos, podendo concorrer, suces-
sivamente, à reeleição.
2. Qualquer membro de instância, nacional ou esta-
dual, que faltar, sem justificativas, a duas reuniões
consecutivas ou quatro, de forma alternadas, perderá
seu mandato. Nesse caso, ou em qualquer outro que
ocasionar a vaga numa instância, caberá a Coordena-
ção Estadual do estado em que este militante estava
vinculado apresentar um nome substituto. E, caberá
à instância a que pertencia, Nacional ou Estadual,
aceitar a indicação ou solicitar novos nomes.
3. Todo membro de qualquer instância deve ser coeren-

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te e zelador de todos os princípios e normas do Mo-
vimento. O não respeito a esses princípios e normas
deverão ser avaliados pela instância a que pertence,
assegurando o direito a sua defesa, e, em caso de ser
comprovado a culpabilidade, deve ser imediatamente
substituído.
4. Nos Congressos e Encontros Nacionais Estaduais e
Regionais deverá ser garantido a participação de 50%
de Mulheres.

5.4. Sobre as contribuições à Organização


1. Todo militante do MST deve contribuir com R$
10,00 mensais ou 5% do salário também mensais à
Organização. Este valor pode ser alterado pela DN.
2. Todo militante e as bases sociais do MST devem
contribuir com, pelo menos, um dia de trabalho vo-
luntário e com contribuições financeiras, decididas
nas respectivas assembleias, para o sustento do MST.
3. Todo militante deve integrar Brigadas de Trabalho
Voluntário e promover, pelo menos uma vez ao ano,
ações de solidariedade á sociedade.
4. Cada Militante do MST e cada família assentada
deverá ser assinante de pelo menos uma publicação
do Movimento. Poderá ser a Agenda, o Calendário, o
Jornal ou a Revista Sem Terra. Caberá ao setor de Co-
municação manter um cadastro, nacional, apropriado
para estes assinantes.

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5.5. Setores e Coletivos
“Estamos divididos em Setores, mas
precisamos trabalhar o conjunto da organização”.
1. O Movimento deverá implementar o planejamento
e a execução das suas atividades baseado nas linhas
políticas definidas nos Congressos Nacionais e Encon-
tros Nacionais e Estaduais.
2. As instâncias Nacionais e Estaduais deverão acompa-
nhar a implantação dos planos, fazendo as avaliações
e revisões necessárias.
3. Para melhor execução das tarefas, o Movimento de-
verá organizar, em nível nacional e estadual, Setores
e Coletivos de atividades.
4. Cabe às Direções, Nacional e Estaduais, definir quais
são os Setores e Coletivos que, de acordo com suas
necessidades e condições, deverão ser criados, res-
pectivamente, em nível nacional e estadual.

5.5.1 Setores
1. Cada Setor deverá, em conjunto com toda a Organi-
zação, elaborar e manter atualizadas as linhas políti-
cas e as suas normas de funcionamento.
2. Cada Setor deverá potencializar o fortalecimento da
Organização, superando o “setorismo”.
3. A luta pela Reforma Agrária, especificamente, e a luta
de classes exigem que todos militantes e dirigentes
entendam a Organização como um todo.
Os Setores e Coletivos, responsáveis pela ela-
boração e execução de planos de trabalhos específicos,
são:
1. Setor de Formação

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2. Setor de Comunicação
3. Setor de Finanças
4. Setor de Educação
5. Setor de Frente de Massas (FM)
6. Setor de Gênero
7. Setor de Direitos Humanos (SDH)
8. Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente
9. Setor de Saúde
10. Coletivo de Juventude
11. Coletivo de Cultura
12. Coletivo de Relações Internacionais

Parágrafo 1º:
Dentro do Setor de Produção, Cooperação e Meio
Ambiente está inserido a todas as cooperativas na-
cionais e todo o sistema de cooperativas ligadas ao
Movimento.

5.5.2. Coletivos
São chamadas de Coletivos as equipes que de-
senvolvem planejamentos e trabalhos específicos, no
período em que ainda não há, nos estados, a estrutura-
ção do Setor referente a essas atividades. Os coletivos
antecedem a estruturação e efetivação dos Setores. Nes-
se momento, há no Movimento os seguintes Coletivos:
1.Coletivo de Projetos (Frente do Setor de Finanças)
2.Coletivo de Relações Internacionais
3.Coletivo de Cultura
4.Coletivo de Juventude

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5.6 Conselho Fiscal:
Todos os espaços que manejem recursos finan-
ceiros devem zelar pela transparência e pela boa ges-
tão dos recursos da Organização, em todos os níveis, e
para isso, estas estruturas deverão, de acordo com cada
realidade, instituir um Conselho Fiscal, que zele pela
eficiência e transparência administrativas e pela preser-
vação dos recursos e patrimônio da Organização.

5.7. Comissão de Disciplina


5.7.1. Comissão de Disciplina Nacional
1. A Comissão de Disciplina Nacional será formada
por três membros, no mínimo, da Direção Nacional,
com um mandato de dois anos de duração.
2. Esses membros serão escolhidos pela própria Direção
Nacional, em sua primeira reunião de início de man-
dato.
3. Será área de atuação da Comissão de Disciplina Na-
cional:
a) Direção Nacional
b) Coordenação Nacional
c) Coordenação Nacional dos Setores e Coletivos
d) Secretaria Nacional e Escritórios Nacionais, Escola
Nacional e Iterra.
4. Será função dessa Comissão de Disciplina:
a) Zelar pelo cumprimento das linhas políticas e normas
internas do Movimento;
b) Averiguar e analisar as denúncias de fatos ocorridos,

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contrários aos princípios e a moral do Movimento.
c) Propor medidas adequadas para as ações e atos de
comprovada culpabilidade;
d) Atuar sempre que a Direção Nacional julgar neces-
sário.

5.7.2. Comissão de Disciplina Estadual


1. Cada estado terá autonomia para, de acordo com
suas necessidades e condições, criar as Comissões de
Disciplina para atuar de forma permanente ou de for-
ma específica sobre os casos surgidos.
2. Os Membros de Comissão serão escolhidos, em nú-
mero de três, pela própria Direção Estadual.
3. Será área de Atuação da Comissão de Disci-
plina Estadual:
a) Coordenação Estadual
b) Direção Estadual
c) Coletivos Estaduais dos Setores
d) Diretorias das Cooperativas
e) Secretarias Estaduais e Regionais
f) Militantes de assentamentos e Acampamentos.

4. Sobre sua função, a Comissão de Disciplina


Estadual segue as mesmas orientações de atuação
da Comissão de Disciplina Nacional.

Coordenação Nacional do MST


Caruaru (PE), 30 de janeiro de 2016

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2. Princípios organizativos

I. Método de Direção Política

1. Direção Coletiva
Todas as instâncias do MST, desde a Base até a Dire-
ção Nacional, devem ser formadas como comissões
coletivas (em torno de 15 companheiros) na forma de
colegiado e sem distinção de poder.

2. Divisão de Tarefas
Em todas as atividades e instâncias devem-se distri-
buir as tarefas entre o maior número possível de com-
panheiros/as e dar responsabilidade individual pelas
tarefas e funções.

3. Disciplina
Disciplina significa respeitar o que foi decidido no
coletivo. E cada companheiro/a precisa cumprir com
suas tarefas e obrigações.

4. Planejamento
Todas as atividades a serem desenvolvidas precisam
ser planejadas antes, distribuída as responsabilidades
e funções. Dentro do planejamento inclui-se a neces-
sidade de recursos econômicos e humanos, o crono-

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grama das atividades, o controle do desempenho das
atividades e a avaliação das atividades.

5. Crítica e auto-crítica
Em todas as instâncias e comissões devem-se adotar
a prática de avaliações periódicas, onde cada mem-
bro tenha a humildade de realizar sua autocrítica e ao
mesmo tempo criticar os erros individuais e coletivos
dos demais. Esse método é necessário para corrigir
nossos erros. As críticas somente devem ser feitas em
reuniões, no coletivo. Críticas fora da instância, do
coletivo, vira fofoca e gera um problema a mais.
6. Estudo
Cada militante, membro de instâncias ou não, deve
ser estimulado e ser desafiado a sempre estudar. Co-
nhecer os documentos da organização, estudar a re-
alidade da sua região, do país. Sem estudo não há
conhecimento. Sem conhecimento não na direção
correta.
7. Vinculação permanente com as massas. Todos os
dirigentes, em todos os níveis devem manter vínculos
permanente com o povo. Participar das atividades nas
bases, envolver-se, conhecer e participar junto, em to-
dos os momentos difíceis e de celebração.

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II. Método de Organização Social

Compreende-se por método de trabalho, todas as for-


mas que devemos priorizar no trabalho de organiza-
ção do povo.

1. Trabalho de Base
Devemos nos dedicar permanentemente ao trabalho
de conscientização, de esclarecimento, de debate
com as bases. É esse trabalho de conscientização e de
organização do povo, nas bases, em grupos de famí-
lias, núcleos de militantes que gera a força organiza-
da, em torno de um mesmo objetivo.

2. Lutas de Massa
A força do povo organizado somente pode se manifes-
tar e pressionar para alcançar seus objetivos quando
o povo lutar. Nada pode substituir a mobilização e a
luta de massa. É ela quem altera a correlação de for-
ças, é ela que conscientiza o povo. As negociações
são necessárias mas devem vir como consequência
das lutas de massa.

3. Formação de militantes, de quadros


Toda organização social somente progride, avança, se
tiver um programa de formação de seus militantes e
quadros. Os militantes são como a espinha dorsal do
corpo da organização. São eles quem dão suporte e
garantem a perenidade da organização social. Deve-
mos sempre dedicar tempo, recursos e planejar em

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todos os espaços da organização e em todos os níveis,
atividades de formação.

4. Desenvolver a Mística
O povo se aglutina, se unifica e se mobiliza em torno
de sentimentos. Os sentimentos são expressos por prá-
ticas de valores, (como a solidariedade, por exemplo)
celebrações, atividades culturais e símbolos. Por isso
a mística deve expressar os sentimentos do projeto, da
mudança, e dos valores sociais que queremos pregar.
E deve estar presente em todas nossas atividades.

5. A prática de valores
Todos os membros da organização, sobretudo seus
militantes e dirigentes, devem nortear sua conduta por
valores sociais baseados na solidariedade, na igualda-
de e na justiça social. Esses valores compõem a nossa
ética e devem ser praticados quotidianamente.

6. A democracia participativa
Por mais sabido que um militante seja, ele não detém
nem a verdade absoluta nem o poder de decisão. É
melhor errar com o povo do que acertar sozinho. Por
isso devemos zelar para que sempre haja um proces-
so de discussão, debate, com a base social. E a partir
do debate, em grupos de família, em núcleos, tomar
as decisões, pela vontade da ampla maioria. Os di-
rigentes devem consultar permanentemente o povo.
E não apenas comunicar a eles, as deliberações das
instâncias “superiores”. Nada é mais superior e im-
portante do que o povo organizado na base. Afinal a

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nossa força real só existe se o povo estiver consciente
e se mobilizar rumo a um mesmo objetivo. E para isso
somente ele pode decidir.

7. Autonomia financeira
Nenhuma organização social vai longe se não ca-
minhar com suas próprias pernas. Isso significa que
devemos buscar formas autônomas de garantir os
recursos econômicos necessários para todas as ativi-
dades da organização.

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III. Qualidades Imprescindíveis de um
Militante Social

1. Humildade
Respeitar sempre a opinião dos demais e da maioria.
Ouvir mais do que ditar. Aprender mais do que en-
sinar. Nunca se esquecer que a força vem do povo
organizado.

2. Espírito de sacrifício
Um militante só o é se estiver disposto a sacrificar-se
mais do que o povo. Terá que ser o primeiro no traba-
lho e na pior tarefa e o último na hora da comida e da
festa.

3. Ser exemplo na prática de valores


E indignar-se diante de qualquer injustiça, contra qual-
quer pessoa, em qualquer parte do Brasil e do Mundo.
E ser caprichoso com nossa saúde e aparência. Ser
caprichoso e cuidar da natureza e dos bens coletivos:
na comunidade, no movimento e na sociedade.

4. Ser solidário e praticar companheirismo com


todos, independente de função social no movimen-
to, de etnia, cor, sexo, idade ou credo religioso.

5. Ser estudioso
Quem acha que já sabe tudo, não sabe nada. Todo dia
é momento de aprender mais alguma coisa.

6. Ser trabalhador
Só o trabalho cria riqueza, transforma a natureza. Só o

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trabalho nos dignifica como seres humanos inteligen-
tes. Ser o primeiro em todas as tarefas. A ociosidade é
a mãe de todos os vícios.

7. Cultivar sempre a utopia de uma sociedade igua-


litária, justa e socialista
A arte de nossa política é transformar o impossível em
possível. E cultivar a utopia de uma nova sociedade
com alegria e beleza.

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