Você está na página 1de 37

Tecnologias para fertilizantes

nitrogenados

Prof. Dr. Douglas Guelfi


Ciclagem do N

N2 Gás
Matéria
N2O Amônia
prima
NO (NH 3)
Amônia

Volatilização
Desnitrificção

Adubos
N tecido da planta
Matéria orgânica

Nitrato
(NO3-)

Amônio
Nitrito (NH4+)
(NO2-)

Lixiviação
Consumo de Fertilizantes Nitrogenados - 2016
Mundo = 111.590.000 t de N
Brasil (4º) = 4.576.370 t de N
766.664 t N 3.799.706 t N
Ureia (2.581.302 t) 56,4%
83% N foi importado
Nitrato de Amônio (477.915 t) 10,4%
Nacional
Sulfato de Amônio (421.491 t) 9,2% Importado
MAP (447.080 t) 9,8%
Outros (648.582 t) 14,2%
0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

ANDA, 2017
Milhões de toneladas de N
NH3 Volatilização
Atmosfera

NH3
NH3

Hidrólise NH3
NH3
NH3
NH3

Urease NH3
Ureia + H+
NH4 + NH3

Ar do solo
Solução do solo
NH3 (gás)
NH4+
Argila
NH4+ NH4+ (aq) NH3 (aq)+ H+
M.O
NH4+ Equilíbrio
Atmosfera

Hidrólise da ureia na superfície do solo


↓ CTC + ↓ Chuva ↑ Temperatura = ↑Volatilização

Ureia Ureia Ureia NH33


NH33
Ureia NHNH +
3
NH + NH +
4 + NH34 4 NH33

NH+ 4 NH + +
NH3
NH 4 NH + 4NH 4
H+ H +
NH 4
NH
3
3

H+ H+
1,5 cm
H+ H+
H+ +
HCTC
pH 6 7 8 9
Hidrólise da ureia abaixo da superfície do solo
↑ CTC + ↑ Chuva ↓ Temperatura = ↓Volatilização
Ureia Ureia Ureia
Ureia

Ureia Ureia Ureia


Ureia NH + NH + NH +
4 + 4 4
NH
NH3

+ 4 NH + +
NH 4 NH4 + 4NH 4 5 cm
H+ H +

H+ H+
H+ H+
H+ H+
CTC pH 6 7
Condições ótimas para:
↑Volatilização
• ↓Penetração da ureia no solo
• ↓Precipitação pluviométrica nos 7
primeiros dias após a aplicação da
ureia
• ↓ CTC
• ↑ Evaporação = Solo úmido secando
• ↑Temperatura
Quantos
milímetros
de chuva?

Resíduos?
Evaporação?
Urea
Ureia Urea
Ureia Urea
Ureia

5 cm Ureia Ureia Ureia


Como melhorar a eficiência no uso de
nitrogênio pelas plantas?

F
Classificação das Tecnologias

Fertilizantes nitrogenados

Convencionais Estabilizados Lenta Controlada Blends


UF SCU
IBDU PSCU
CDU URP
Ureia NA SA SCU

Inibidores Inibidores de
de urease nitrificação

Ureia + NBPT Ureia + DMPP

Preço ($): convencionais < estabilizados < blends ≤ liberação lenta < liberação controlada
Processo de fabricação da ureia formaldeído (UF) → Liberação lenta
→ Ureia formaldeído (UF) - 38 % N - Patente - DRP 431 585 - (1924)

Estrutura química
UF

N C N C N

Peso molecular
N C N C N C N C N C N Tamanho da cadeia

N C N C N C N C N C N C N C N C N

N N
C N C
N N
N C N C N C N C N
Grau de polimerização
N C C C Insolubilidade
N C N N C N C N
N
Ureia formaldeído (UF) → Liberação do N

• Os micro-organismos quebram a cadeia carbônica longa, geram energia


para o seu metabolismo liberando N no solo.

Nitrificação

UREIA

•A ureia liberada é
convertida em amônio
que entra no ciclo do N
Carbono Nitrogênio Oxigênio Hidrogênio no solo.
Fertilizantes estabilizados → Modos de ação
Inibidores da Nitrificação ≠ Inibidores da Urease

Volatilização
Desnitrificação

Inibidores de
Inibidores da nitrificação
urease ↑NH3 NH4+

NO3-

(NH2)2CO

NH4NO3 (NH4)2SO4 Lixiviação


Processos de fabricação de fertilizantes nitrogenados estabilizados
→ Ureia + NBPT (Inibidor de urease)

→ Ureia tratada durante ou após a granulação com 400 a 1.100 ppm de


NBPT.

→ NBPT é instável em: solos ácidos (Engel et al., 2013), ↑temperatura e


em meio aquoso (Whitehurst et al., 2014).
Processos de fabricação de fertilizantes nitrogenados estabilizados
→ Ureia + NBPT (Modo de ação)

NBPT (S) CH3 (CH2)3 N P NH2

H NH2
Átomos de Ni da urease
e NBPT formam Ligação tridentada = Enzima inativada

O Urease

NBPT (O) CH3 (CH2)3 N P NH2

H NH2
120

100 “New melted”


% Recuperação

Temperatura Recuperação do NBPT (Após 9 meses)


80
armazenagem
60 New Melt Old melt Superfície UAN
“Old melted”
UAN
40 4ºC 98,3 89,5 66,3
Superfície 85,2
T = 11,9ºC
20 15ºC9 meses 88,0 55,5 42,0 43,1
0
25ºC08-05-05 27-06-05
19-03-05 75,0 14,3 24-11-05 19,3
16-08-05 05-10-05 13-01-06 3,3
Novas formulações de ureia estabilizada → Milho
Perdas de N-NH3 de fertilizantes nitrogenados estabilizados
aplicados no milho na safra 2015/2016
N-NH3 Produtividade
Formulação __________ (kg ha-1) __________
Controle 0,8 a 7.886 b
Ureia + NBPT + Solvente “X” 6,1 a (-72%) 11.406 a (+11%)
Ureia + NBPT + Solvente “Y” 7,3 a (-67%) 11.531 a (+11%)
Ureia + NBPT + Hidroquinona + Cu + Hg 8,5 a (-61%) 10.667 ab (+4%)
Ureia + Hidroquinona + Ni + Solvente “Y” 10,3 ab (-53%) 11.481 a (+11%)
Ureia + Pirocatecol + Solvente “Y” 21,0 bc (-4%) 11.802 a (+14%)
Ureia granulada convencional 21,8 bc 10.300 ab
Ureia + Hg + Cu + Solvente “Y” 22,0 bc 10.907 ab
Ureia + Hg + Solvente “Y” 23,5 c 11.433 a
Ureia + Hidroquinona + Solvente “Y” 26,1 c 11.290 a
Ureia + Ni + Solvente “Y” 26,2 c 10.816 ab
Milho → 2014/2015 – (Souza et al., 2017)

Perdas de Redução Produtividade


Fertilizantes
N-NH3 (%) (%) (kg ha-1)
Ureia granulada 39 a - 11.356 a
Ureia perolada 38 a 3 11.229 a
Ureia + 16% S0 32 b 18 11.126 a
Blend 32 b 19 10.352 b
Ureia incorporada (2 cm) 24 c 39 11.554 a
Ureia + NBPT 8d 79 11.805 a
Ureia + resina 3e 92 10.352 b
Sulfato de amônio 1e 97 11.783 a
Nitrato de amônio 0,7 e 98 11.389 a
Controle - - 9.036 c
Inibidores da nitrificação (IN)
Bactericida ou bacteriostático

O inibidor de nitrificação age


sobre a bactéria.

Nitrosomonas Nitrobacter
Bactéria Bactéria
NH4+ NO2- NO3-
Amônio Nitrito Nitrato

→ Principais compostos utilizados:

- DCD: Dicianamida (H4C2N); DMPP:(3,4 – dimetilpirazole


fosfato) e Nytrapirin.

→ Reduzem a lixiviação e desnitrificação.


E a volatilização?
Fertilizantes nitrogenados estabilizados
Perdas de N-NH3 e produtividade do milho (Leite, 2016)
Perdas de N-NH3 Produtividade
Tipos de ureia
(% do N aplicado) (t ha-1)
Controle - 9,00 b
Ureia + DMPP (IN) 52,2 a 10,64 a
Ureia + 0,15% Cu + 0,4% B 37,6 c 11,28 a
Ureia + PA 46,5 b 9,70 b
Ureia + PA+ 3% Zn 44,5 b 11,00 a
Ureia + PA + 1,5% Cu 44,3 b 11,55 a
Ureia + PA + 0,1% Cu + 0,3% B + 0,05% Mo 42,7 b 11,36 a
Ureia + PA + 3% Cu 41,0 c 11,74 a
Ureia perolada 39,4 c 11,03 a
Ureia + PA + 1,5% Zn 37,7 c 11,55 a
Ureia + PA + 0,25% Cu + 0,68% B 36,2 c 11,67 a
Ureia + PA + 0,34% Cu + 0,94% B 36,1 c 11,53 a
Fertilizantes nitrogenados de liberação controlada

São fertilizantes convencionais aos quais após a


granulação ou perolamento recebem um recobrimento
para controlar a penetração de água e,
consequentemente, a taxa de dissolução do fertilizante e
duração do tempo de liberação do N.
o TVA em 1961.
SCU contêm: Grânulos perfeitos, danificados selados
o A fabricação inicia-se com aquecimento da ureia (71-82ºC) e,
e danificados
posteriormente = Irregularidade
e realizada a aplicação de S na liberação(150°C
pré-aquecido de N – 40 µM)
e os poros selados com parafina ou ceras.

S0 → SO42-
3 meses a
12 meses
→ S, gel, polietileno, etileno vinil acetato, poliésteres, resina de
ureia formaldeído, Poli-cloreto de Vinidileno (PVDC), poliuretano,
látex e ceras, fosfatos de Ca e Mg, gesso, extrato de nim, dentro
outros.
→ f = (propriedades físicas e químicas, custo e disponibilidade).

Fertilizante
convencional
solúvel O recobrimento é
aplicado na superfície
dos grânulos
Os polímeros ficam intactos
A temperatura, umidade do solo e a espessura do revestimento
controlam a difusão.

Água

Ureia
Ureia
Dissolvida

Água

Ureia Liberação
Dissolvida Completa
Ureia
Dissolvida
A = 67- 68 µm Taxa de liberação e
função de:

1) Temperatura e umidade do
solo.

2) Tipo e espessura do
revestimento.

B = 87 - 99 µm
Teste de liberação de N → Blend A - Temperatura 40ºC

90
Ureia "A"
87%
85
N liberado (%)

80

75

70

65

60
13 7 14 21 28 35 42 49 56 63 77 98 133 233

63 Dias 233
Teste de liberação de N → Blend B - Temperatura 40ºC

75
Ureia "B"
70 71%
N liberado (%)

65

60

55

50

45

40

35
137 1421283542495663 77 98 133 233

63 Dias 233
Tecnologias N - Cafeeiro → (Dominghetti et al., 2016)

Perdas de N-NH3 (% N aplicado) - 450 kg ha-1 ano-1


1º ano (2013/2014) 2º ano (2014/2015)
Adubação Adubação Redução
Fertilizante Média
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª (%)

Ureia 28,3 c 22,2 d 43,2 e 31,5 d 55,3 e 22,0 d 33,8 g -


Nitrato de amônio 0,7 a 0,1 a 0,2 a 0,3 a 0,2 a 0,1 a 0,2 a -99
Sulfato de amônio 1,5 a 0,5 a 0,7 a 0,5 a 1,2 a 0,1 a 0,7 a -98
Ureia formaldeído (UF) 2,2 a 0,6 a 0,6 a 0,7 a 0,6 a 0,1 a 0,8 a -98
Ureia dissolvida (água) 8,8 b 2,3 b 2,6 a 4,6 a 9,3 b 2,2 a 5,0 b -85
Ureia + resina plástica 1,4 a 3,7 b 20,5 b 5,6 a 14,7 b 23,6 d 11,6 c -66
Ureia + NBPT 3,3 a 3,0 b 29,5 c 22,5 c 38,2 d 9,7 b 17,7 d -48
Ureia + cobre + boro 25,4 c 17,1 c 34,3 d 15,4 b 27,0 c 7,7 b 21,2 e -38
Blend 29,6 c 23,5 d 39,8 e 23,3 c 38,0 d 16,9 c 29,0 f -15
Ureia + polímero 32,6 c 30,2 e 44,7 e 38,0 e 43,0 d 27,5 e 36,0 g +6
Blends

→ Mistura física de grânulos com diferentes tecnologias


na forma de blends.

→ Alternativa para redução de custos e ajuste da curva


de liberação do N.

100% 70:30 50:50 30:70 100%


PSCU Ureia
Blends → Milho safrinha - 2015/2016
140
Ureia 100
100
130 Adubação convecional (C) 120 Blend 2
Adubação em linha (L1)
120
(semeadura e cobertura) 110

110 100
75 75
Absorção de N (kg ha )

Absorção de N (kg ha )
Porcentagem total (%)
-1

100 90

Porcentagem total (%)


-1
90 80
Grãos
Grãos
80
Curva de liberação de N no campo 70 Produção
70 50 5500
60 50
60
50 Palha
100
50 Blend 1 Palha 5000
40
40 (93% N - V14) 25 30
Colmo 25
30 Colmo
Blend 3
Liberação acumulada de N (%)

80 20
4500
20 Folha

Produção (kg ha )
-1
10 (83%
FolhaN - V14)
10

0 0
0 0 4000
60 0 32 58 76 92 138
0 32 58 76 92 138
Dias após plantio
Dias após plantio
3500
40 Blend 2 Estádios Fenológicos 100
(89%Estádios Fenológicos
N - V14)
Blend 1 100
3000 120 Blendem3linha (L3)
Adubação
110 Adubação em linha (L2)
Adubação em linha (L1) 110
20
100 Adubação em linha (L2) 100
Adubação em linha (L3) 2500 75

Absorção de N (kg ha )
90
Y = 16,76N + 2953,37 R2=0,96*

Porcentagem total (%)


75 90

-1
Absorção de N (kg ha )

Porcentagem total (%)


-1

80 0
Grãos 2000
80 Grãos
70 0 32 58 76 92 138 70
0 78 104 130
50
60 60
Dias
Diaspós Pantio
após o plantio 50
-1
50 50 Dose de nitrogênio (kg ha )
Palha Palha
P0 V60 V10 0 VT/R1
0 R3 0 R6 0 40
40

30 Estádios fenológicos Colmo 25


30 Colmo 25

20
20

10
Folha 10 Folha
0 0
0 0 0 32 58 76 92 138
0 32 58 76 92 138
Dias após plantio
Dias após plantio

Estádios Fenológicos
Conclusões:
→ Existem diferentes tecnologias para produção de
fertilizantes nitrogenados convencionais, estabilizados,
de liberação lenta ou controlada e seus blends.

→ Isso influência o custo, a eficiência no uso do N e o


preço.

→ Reduzem à lixiviação, volatilização e desnitrificação em


comparação a ureia, mas nem sempre a redução nessas
perdas de N está associada ao aumento de produtividade
das culturas.

→ São uma realidade, mas precisamos de mais estudos


científicos nas condições brasileiras.
Que saber mais sobre o assunto?

Número 157, Março/2017


Faça parte desse desafio!

O Brasil precisa conhecer os


benefícios dos fertilizantes, pois sem
eles não existira Agricultura!

www.nutrientesparaavida.org.br
O que são fertilizantes e sua função?!
Av. Paulista - SP
Obrigado!

Você também pode gostar