Você está na página 1de 2

A SUJEIRA DENTRO DO TEMPLO?

(Ez 8:1-18)

IMAGEM DO CIÚMES

Esta imagem era a imagem de um deus falso que provocava o Senhor ao “ciúme” Deuteronômio
32:16 , Deuteronômio 32:21 ; 1 Reis 14:22 .

(Ez 8:1-18)

Depois do simbolismo que se conclui em Ezequiel 5:4, nos capítulos 6 e 7 o profeta pela primeira
vez apresenta as suas profecias em linguagem clara. Seu estilo passa da prosa para a forma
mais comum de apresentação profética: cheia de parale-lismos —característicos da poesia
hebraica. No capítulo 8, Ezequiel retoma o método parabólico com a sua nova série de profecias.
O mais surpreendente autor dentre todos os profetas, Ezequiel, manifesta uma força e uma
energia em suas denúncias que não encontram precedentes. Suas freqüentes repetições
apresentam ao leitor os próprios juízos de que ele é porta-voz.

Como os cativos na Babilônia reclamaram de que Deus os tratara com severidade (Ez 8:15), o
Senhor concedeu a Ezequiel uma visão do que estava se passando no templo de
Jerusalém, a despeito dos terríveis juízos impostos sobre eles. A idolatria era praticada de todas
as formas por demais odiosas e abomináveis, até mesmo pelos sacerdotes e pelos anciãos,
homens que, por sua autoridade, deveriam tê-la condenado. Sentado em sua casa, o profeta
sentiu o impulso da mão divina sobre ele e viu uma “semelhança como aparência de fogo” . Os
anciãos sentaram-se diante dele para ouvir o motivo e o processo do merecido juízo. Como
estavam presentes quando a profecia foi entregue, não restavam desculpas a esses líderes.

Parece ter havido quatro fases no processo de desmascarar a idolatria oculta:

1. Levado a Jerusalém “em visões de Deus”, Ezequiel contemplou a glória divina na porta do
templo e, por meio dessa ofuscante luz, viu os obscuros recessos da infidelidade de seu povo (Is
6). Para onde quer que se voltasse, via a perversidade do coração humano, culpado de trocar a
glória do Deus eterno por imagens (Rm 1:23). Na entrada do pátio de dentro da casa do Senhor,
Ezequiel viu “a imagem que provoca ciúme” de Deus (Dt 32:21; Êx 20:4,5). O Senhor diz a
Ezequiel que essa era a razão por que se afastara do santuário. Deus não pode tolerar um rival
(Ez 8:5,6; Dt 4:23,24).

2. Depois o profeta recebe ordem de cavar um buraco na parede e, ao entrar pela porta,
descobre, para seu espanto, os anciãos de Israel queimando incenso diante de répteis,
animais abomináveis e ídolos (8:7-12). Pensaram que não seriam descobertos, mas o Senhor
penetra todos os aposentos da escuridão. Nada lhe é oculto. O incenso aos ídolos é o mau cheiro
da iniqüidade, detestável a Deus. Aqueles líderes religiosos tinham se afastado tanto da
comunhão com o Senhor, que imaginavam ter ele abandonado a terra e, portanto, eles não
seriam vistos. A respeito desse pecado, Jamieson escreveu: “Quão terrivelmente agravou o
pecado da nação o fato de os setenta, depois de ter recebido acesso ao segredo do Senhor
(SI 25:14), agora, ‘nas trevas’, entrarem no ‘conselho’ dos perversos (Gn 49:6) e, apesar de
estarem legalmente obrigados a extinguir a idolatria, serem os que a promoviam”.

3. Adepravação das mulheres de Israel, que choravam por Tamuz, foi a visão seguinte do profeta
(Ez 8:13,14). Tamuz era o conhecido deus babilônico da vegetação e da fertilidade. “Parte da
cerimonia que visava a garantir o retorno da estação fértil consistia em lamentações por
Tamuz, que, nas estações infrutíferas do ano, diziam estar morto. Em seu desatino, as
mulheres de Israel serviam a um deus pagão, e não ao Deus vivo, o Deus de Israel.” Que
oportunas são estes versos de Milton sobre o choro pelo deus Tamuz:

A história de amor

Corrompeu as filhas de Sião com igual ardor;

De quem Ezequiel viu na porta sagrada

A paixão desenfreada.

4. Por último Ezequiel vê 25 homens de costas para o templo, prostrados diante do Sol (Ez
8:15-18). A idolatria de Israel não era meramente “um desvio exterior ou o resultado da ignorância
do povo. Era um afastamento deliberado e consumado em relação a Deus, como se todos os
sacerdotes, tendo o sumo sacerdote por cabeça, estivessem de costas para o Santo dos Santos
e prestassem toda a sua adoração ao deus pagão Sol” (l Cr 24:5-9; 2 Cr 36:14). A despeito do
pranto em alta voz do povo, Deus não desfez a condenação, como mostram os capítulos de 9 a
11. A arma destruidora da condenação divina estava nas mãos de executores já designados para
castigar os perversos idolatras de Jerusalém (v. Ex 12:23; 2Sm 24; 2Rs 19).

Você também pode gostar