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HISTORIA DO CAFÉ

A história do café começou no século VII. O café é originário das terras altas da Etiópia
(possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) transportado pelos mouros para o Egito
e a Europa.[1] Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de
Kaffa - local de origem da planta -, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho"
(‫)قهوة‬, devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe.[2]

Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam mais
espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu
maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma
infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.[3]

Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus
grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos
guerreiros. Seu cultivo se estendeu primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por
prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islã. O
Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo
Árabe.

O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado
no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.[4]

Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou ainda qah'wa, do
original em árabe ‫)قهوة‬. Enquanto na língua turco otomana era conhecido como kahve,
cujo significado original também era "vinho".[5] A classificação Coffea arabica foi dada
pelo naturalista Lineu.[6]

O café no entanto teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam suas
propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No entanto, logo o café venceu essas
resistências e até os doutores maometanos aderiram à bebida para favorecer a digestão,
alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.[5]

Disseminação da produção e consumo


Em 1475 surge em Constantinopla a primeira loja de café, produto que para se espalhar
pelo mundo se beneficiou, primeiro, da expansão do Islamismo e, em uma segunda fase,
do desenvolvimento dos negócios proporcionado pelos descobrimentos.[7]

Café na Palestina em 1900 - cartão estereoscópico da Keystone View Company


Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada
maometana, era proibida aos cristãos e somente foi liberada após o papa Clemente VIII
provar o café.[8]

Na Inglaterra, em 1652, foi aberta a primeira casa de café da Europa ocidental, seguindo-se a Itália
dois anos depois. Em 1672 cabe a Paris inaugurar a sua primeira casa de café. Foi precisamente na
França que, pela primeira vez, se adicionou açúcar ao café, o que aconteceu durante o reinado de
Luís XIV, a quem haviam oferecido um cafeeiro em 1713.

Na sua peregrinação pelo mundo o café chegou a Java, alcançando posteriormente os Países Baixos
e, graças ao dinamismo do comércio marítimo holandês executado pela Companhia das Índias
Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se nas Guianas, Martinica, São
Domingos, Porto Rico e Cuba. Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a
América os primeiros grãos.[5]

Lavouras de café no Brasil


Ver artigos principais: Produção de café no Brasil e Ciclo do café

Fazenda típica de café, vista do terreiro de secagem do café ao fundo instalações - Avaré
Em 1727, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, a pedido do governador do Estado do Grão-
Pará, lançou-se numa missão para conseguir mudas de café, produto que já tinha grande valor
comercial. Para isso, fez uma viagem à Guiana Francesa e lá se aproximou da esposa do governador
da capital Caiena. Conquistada sua confiança, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que foi
trazida clandestinamente para o Brasil.

Das primeiras plantações na Região Norte, mais especificamente no estado do Pará, em uma
cidade pequena próxima a Belém, as mudas foram usadas para plantios no Maranhão e na Bahia,
na Região Nordeste.[9]

As condições climáticas não eram as melhores nessa primeira escolha e, entre 1800 e 1850, tentou-
se o cultivo noutras regiões: o desembargador João Alberto Castelo Branco trouxe mudas do Pará
para a Região Sudeste e as cultivou no Rio de Janeiro, depois São Paulo e Minas Gerais, locais onde
o sucesso foi total. O negócio do café começou, assim, a desenvolver-se de tal forma que se tornou
a mais importante fonte de receitas do Brasil e de divisas externas durante muitas décadas a partir
da década de 1850.

Plantação próxima da cidade de São João do Manhuaçu - Minas Gerais - Brasil


O sucesso da lavoura cafeeira em São Paulo, durante a primeira parte do século XX, fez com que o
Estado se tornasse um dos mais ricos do país,[10] permitindo que vários fazendeiros indicassem ou
se tornassem presidentes do Brasil (política conhecida como café-com-leite,[11] por se alternarem
na presidência paulistas e mineiros), até que se enfraqueceram politicamente com a Revolução de
1930.

O café era escoado das fazendas depois de secados nos terreiros de café, no interior do estado de
São Paulo, até as estações de trem, onde eram armazenados em sacas, nos armazéns das ferrovias,
e, depois embarcado nos trens e enviado ao Porto de Santos, através de ferrovias, principalmente
pela inglesa São Paulo Railway.[12]
bebida do café, e diversas casas de café ficaram mundialmente conhecidas, como o Café Nicola,
em Lisboa, onde se encontravam políticos e escritores, sendo de realçar o poeta Bocage, o Virgínia
Coffee House, em Londres, e o Café de La Régence, em Paris, onde se reuniam nomes famosos como
Rousseau, Voltaire, Richelieu e Diderot.[17]

O invento da cafeteira, já em finais do século XVIII, por parte do conde de Rumford, deu um grande
impulso à proliferação da bebida, ajudada ainda por uma outra cafeteira de 1802, esta da autoria
do francês Descroisilles, onde dois recipientes eram separados por um filtro.[18]

O fim do tráfico e seus efeitos


O tráfico negreiro era um dos negócios mais lucrativos da economia
braminuir a oferta externa e conseguir preços mais elevados para o mesmo,
foi o Convênio de Taubaté de 1906. O pressuposto da retenção de estoques
de café era a crença de que depois de uma safra boa, ocorreria uma safra
ruim, durante a qual o café estocado no ano anterior seria exportado. A
partir da década de 1920, a valorização do café tornou-se permanente,
aumentado muito o volume estocado, fazendo os preços se elevarem,
atraindo com isso novos países produtores ao mercado fazendo
concorrência ao Brasil. Com a crise de 1929, a partir do governo de Getúlio
Vargas, todos os estoques de café tiveram que ser queimados para os preços
não caírem. A escolha foi

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