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APRESENTAÇÃO

O município de São Miguel do Tapuio – PI ao aderir ao Programa Selo Unicef


Município Aprovado tem principal objetivo melhorar as condições de vida e
desenvolvimento de cada criança e cada adolescente. Para que o município possa ter
sucessos eficazes em seus objetivos um conjunto de ações devem ser desenvolvidas as
quais vão ter que impactar na vida de crianças e adolescentes e suas famílias,
contribuindo também para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS).
Estabelecer um plano de trabalho requer conhecer a realidade a qual se pretende
transformar com as ações propostas. São Miguel do Tapuio é um município que se
localiza na região Semiárida do Estado do Piauí. De acordo com o IBGE - Censo/2010,
a sua população é de 17.639 habitantes dos quais 5.102 são crianças e adolescentes com
faixa etária de 0 a 14 anos. Quanto a distribuição da população, 6.684 pessoas residem
na área urbana e 11.465 em áreas rurais, ou seja, trata-se de uma população
predominantemente rural.
O município originou-se do desmembramento do município de Castelo do Piauí.
A elevação do povoado à categoria de cidade ocorreu em 18 de outubro de 1930. Em
2019, o salário médio mensal era de 1.8 salários mínimos. A proporção de pessoas
ocupadas em relação à população total era de 5.5%. Na comparação com os outros
municípios do estado, ocupava as posições 75 de 224 e 158 de 224, respectivamente. Já
na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 3125 de 5570 e 5104 de
5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio
salário mínimo por pessoa, tinha 58.9% da população nessas condições, o que o
colocava na posição 27 de 224 dentre as cidades do estado e na posição 73 de 5570
dentre as cidades do Brasil.
Segundo o IBGE (2010) o município possui uma média de 41,06 a 62,86% da
população que vive em situação pobreza. Além da pobreza, problemas como abandono
escolar devido ao trabalho infantil, uso indevido de drogas, violência envolvendo
crianças, adolescentes e jovens, falta de perspectivas, são desafios que preocupam as
famílias e ameaçam o futuro das gerações. É comum as queixas de profissionais das
áreas de educação, saúde e assistência social de que a desestrutura familiar amplia as
problemáticas sociais e dificultam o alcance das metas elaboradas por cada uma das
secretarias.
Embora a situação de pobreza não seja a única causa da desestruturação familiar
no município, a gravidade desse quadro constitui permanente preocupação e obriga a
refletir sobre suas influências no social e, principalmente, na área de atuação junto da
família, na qual as políticas públicas ainda se ressentem de uma ação mais expressiva.
Além de todas essas questões, a pandemia veio para ampliar esse território de
desigualdades, ampliar situações de pobreza, desemprego.
São Miguel do Tapuio – PI vem desenvolvendo ações que reforçam e efetivam
as políticas de proteção à infância e adolescência, por meio da ação conjunta e
articulada da sociedade civil e do poder público, nas suas diferentes instâncias.
O grande compromisso do gestor municipal de São Miguel do Tapuio tem sido o
fortalecimento institucional da Prefeitura, Secretarias e Conselhos para que as ações
para crianças e adolescentes possam estar mais perto desta população, entendendo não
apenas o universo das explorações e abusos, mas o universo particular dessas meninas e
meninos. Seja encaminhando jovens para o mercado de trabalho; atendendo-os em
espaços de cidadania; ressaltando e aprofundando direitos; trabalhando de forma lúdica
e participativa as principais temáticas que fazem a diferença na vida de cada uma e de
cada um; estimulando potenciais e talentos; incluindo a família e a comunidade na
busca e desenvolvimento de soluções; dialogando, incluindo, universalizando direitos e
deveres.
Com a finalidade de conhecer às problemáticas que permeiam a vida de crianças e
adolescentes, bem como, a disponibilização e qualidade das políticas públicas para esta
população, elaborou-se o Diagnóstico da Situação da Infância e Adolescência, um
estudo realizado por meio de pesquisa de campo, do levantamento de dados oficiais,
entre outras fontes que subsidiaram a elaboração do Plano Municipal pelos Direitos da
Criança e do Adolescente.
O processo de elaboração do diagnóstico contou com a efetiva participação de
representantes da sociedade civil organizada, do poder público, de crianças,
adolescentes e suas famílias através de fóruns comunitários e reuniões coletivas de
trabalho, que possibilitaram a escuta de diferentes atores que atuam direta ou
indiretamente nesta área. Este trabalho foi realizado a luz da diretriz constitucional
expressa no Inciso 7º do Art. 227 da Constituição Federal (1998) [...] “a participação da
população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no
controle das ações em todos os níveis”.
A elaboração do Diagnóstico da Situação da Infância e Adolescência
desenvolveu-se a partir das seguintes etapas:
 Realização de reuniões com representantes das áreas de saúde, educação,
assistência social, conselho tutelar, sociedade civil organizada para apresentação e
discussão da proposta de elaboração do Diagnóstico;
 Criação de um grupo de trabalho intersetorial responsável por fazer o
levantamento dos dados e informações em cada setor para construção dos formulários,
seguido de levantamento dos dados e das informações;
 Levantamento e análise de dados em sites oficiais a respeito de
indicadores sobre a população de crianças e adolescentes do município;
 Levantamento de projetos, programas, planos e políticas públicas sociais,
equipamentos públicos e serviços básicos de atendimento à infância e adolescência;
 Realização da pesquisa de campo para coleta e análise de dados
complementares nas secretarias municipais e órgãos que atendem crianças e
adolescentes;
 Consolidação dos dados, das informações, construção de gráficos e textos
do Diagnóstico;
 Realização de Fóruns Comunitários sobre Políticas Públicas para
Crianças e Adolescentes, cujo objetivo foi mobilizar a participação dos diferentes atores
sociais para tomarem conhecimento sobre o Diagnóstico da Situação da Infância e
Adolescência e propor ações para o Plano Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
Conforme mencionado, a realização do Diagnóstico subsidiou a elaboração do
Plano Municipal pelos Direitos da Criança e do Adolescente, que propõe ações amplas e
articuladas objetivando a promoção e garantia dos direitos da criança e adolescente.
Neste Plano, estão traçados objetivos, estratégias, ações, metas, prazos e responsáveis
para que o Município de São Miguel do Tapuio, através da ação dos gestores e
funcionários públicos, e em parceria com a sociedade e as famílias, assegurem os
direitos previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente,
pelas leis que se aplicam aos diferentes setores, como educação, saúde, assistência,
cultura, convivência familiar e comunitária e outros que lhes dizem respeito.
O Plano Municipal pelos Direitos da Criança e do Adolescente representa a
vontade dos são-miguelenses em assegurar que todas as crianças e adolescente tenham
direito de nascer, sobreviver e crescer e ser prioridade nas políticas públicas. É válido
ressaltar que este plano contempla ações e estratégias de diferentes setores como saúde,
educação, assistência, saúde, entre outros.
O processo de elaboração do presente plano foi coordenado pelo Conselho
Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes e a Comissão Intersetorial do
Programa Selo Unicef Município Aprovado. A sua feitura foi norteada pelos seguintes
princípios: crianças e adolescentes são sujeitos históricos e de direito, indivíduos,
únicos, com valor em si mesmo; a prioridade absoluta dos direitos das crianças e
adolescentes, na atenção, dos recursos, dos programas e das ações; o dever da família,
da sociedade e do Estado [na promoção dos direitos]; a integralidade de crianças e
adolescentes; a inclusão (social); a articulação e sinergia das ações.
O plano seguiu as recomendações de guias disponibilizados pelo Programa Selo
Unicef Município Aprovado e as ações dialogam com os três eixos estabelecidos pelo
programa que são:
• I - Resultados Sistêmicos;
• II - Impacto Social;
• III - Participação Cidadã e Gestão Por Resultados

I - EIXO DE RESULTADOS SISTÊMICOS II - IMPACTO SOCIAL


Resultado Sistêmico é uma expressão usada O eixo de Impacto Social é composto por um
para definir um resultado que permanece de conjunto de indicadores construídos com
forma sustentável no município, que dados das fontes oficiais nacionais para o
promove equidade, que assegura o diagnóstico, monitoramento e avaliação do
desenvolvimento humano em todo seu impacto das políticas públicas voltadas às
potencial, é baseado em evidências e é crianças e adolescentes no município. Este
participativo. Ele se concretiza como uma eixo tem como objetivo apoiar o município
ação, programa, plano, política, decreto, lei no diagnóstico, monitoramento e avaliação
ou outra medida de caráter permanente de sete indicadores que refletem a situação
aprovada e implementada formalmente e que local dos direitos de crianças e adolescentes.
tem continuidade para além da atual gestão Os indicadores são compostos pelos dados
municipal. São eles: mais recentes das fontes oficiais nacionais,
coletados e disponibilizados pelo UNICEF
1 Desenvolvimento infantil na primeira para todos os municípios inscritos no Selo
infância UNICEF. São eles:
2 Educação de qualidade para todos
3 Hábitos de higiene e acesso à água 1 Percentual de crianças de 1 ano vacinadas
assegurados para crianças e adolescentes com a Vacina Tríplice Viral (D2) e Tetra
nas escolas Viral. (PNI/MS)
4 Oportunidades de educação, trabalho e 2 Percentual de alunos da Rede Pública do
formação profissional para adolescentes e Ensino Fundamental que abandonaram a
jovens escola. (Censo Escolar/INEP/MEC)
5 Desenvolvimento integral, saúde mental, e 3 Percentual de Escolas da Rede Municipal
bem-estar de crianças e adolescentes na com acesso adequado à água e saneamento.
segunda década da vida (Censo Escolar/INEP/MEC).
6 Prevenção e resposta às violências contra 4 Percentual de Adolescentes entre 15 e 17
crianças e adolescentes anos que estão matriculados no Ensino
7 Proteção social e atenção integral para Médio. (Censo Escolar/INEP/ MEC COM
famílias vulneráveis via serviços IBGE)
intersetoriais 5 Percentual de nascidos vivos de gestantes
com idade entre 10 e 19 anos. (SINASC/MS)
6 Percentual de registros e casos de
violações de direitos contra crianças e
adolescentes completos no Portal SIPIA*
7 Percentual de famílias cadastradas no
Cadastro Único em acompanhamento pelo
PAIF no município.
Fonte: Guia metodológico do Selo Unicef (2021)

O terceiro eixo será discutido em outro plano específico uma vez que se trata de
ações específicas para implementação do Núcleo de Cidadania Adolescente - NUCA do
município. Após a elaboração de ações, os propositores apresentaram em plenária as
propostas sugeridas, essa ação foi procedida de discussão, análise e validação. Por fim,
a última etapa foi à consolidação das ações, construção do texto e encaminhamento do
mesmo para análise e aprovação do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e
Adolescentes.

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