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Noção de Mentalismo no Pensamento de B. F. Skinner.

Oberdan Oliveira de Queiroz

A distinção entre pensamento e ação é, talvez, uma das características mais

importantes do mentalismo. Desde que se assuma que a análise do comportamento

opõe-se ao mentalismo, a noção de pensamento torna-se uma questão importante para

os analistas do comportamento.

A idéia é discutir, do ponto de vista de B.F. Skinner, como a Ciência do Comportamento


lida com os temas do pensamento e da criatividade e quais as implicações desses
pressupostos para a construção de tecnologias para a compreensão, a pesquisa e o ensino
da criatividade.

Ao se discutir as noções de pensamento e criatividade em Skinner devemos


principalmente levar em conta que esses conceitos, retirados do vocabulário mentalista,
serão analisados por ele em termos operacionais. Isto implica em, primeiramente,
qualificar o significado de tais termos no uso tanto por leigos como por estudiosos e,
posteriormente, descrever em que situações palavras como “pensamento” e “criatividade”
são empregadas. A estratégia empregada, então, é a de desconstrução dos significados de
pensar em diversos tipos de comportamentos diferentes, analisando-os em termos das
variáveis das quais são funções. Nesse processo, Skinner elimina os conceitos cognitivistas
e mentalistas (processos mediacionais) através da descrição e da explicação do pensar
enquanto comportamento.

Partindo do conceito de mente, o autor faz reflexões críticas acerca dos problemas do
dualismo, da introspecção e do pensar como armazenamento de informações. Sua crítica
parte do reconhecimento de que os processos ditos mentais pressupõem variáveis não
manipuláveis e, portanto, são apenas descritivos, não preenchendo os quesitos formadores
de seu conceito de ciência, que são a manipulação, o controle e a previsão dos
comportamentos. Outra crítica as psicologias cognitivistas e mentalistas é feita no que diz
respeito ao método de investigação usado para se observar os fenômenos mentais, a
introspecção, que Skinner renega enquanto método científico legítimo.
Durante sua obra, Skinner desenvolve duas linhas principais de investigação para
analisar o pensamento e o comportamento criativo. A primeira delas parte do ponto de
vista evolutivo, tentando compreender as mudanças ambientais que levaram ao
desenvolvimento desses comportamentos e a sua importância para a adaptação do homem
ao ambiente em que está inserido. A segunda linha de raciocínio é empregada na estratégia
de cobrir a explicação funcional dos comportamentos identificados como pensamento,
analisando-os sob o referencial de seus estímulos controladores, das variáveis das quais são
função.

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