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O BEHAVIORISMO RADICAL E A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

Tereza Maria de Azevedo Pires Sério

(Fichamento Dener Oliveira RA00325882)

•   Teoria de Skinner foi produzida em contraposição a outras abordagens já bem estabelecidas na


psicologia.
•   A autora usa três textos para apresentação do método, do objeto e do modelo de causalidade de
Skinner, respectivamente – Análise operacional de termos psicológicos, Behaviorism at fifty e o
primeiro capítulo de Sobre o Behaviorismo.

OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA


•   Skinner inicia seu texto com a célebre frase que atesta o behaviorismo não como o estudo científico do
comportamento, mas sim como uma filosofia da ciência que concerne o objeto e método da psicologia.
•   Skinner aponta dois caminhos possíveis para a psicologia, o caminho que levou ao mentalismo e o
caminho que o behaviorismo seguiu. O behaviorismo coloca a psicologia dentre a ciência que estuda os
organismos vivos.
•   Sobre a questão da privacidade e o “mundo dentro da pele”, Skinner não questiona o fato da sua
existência, mas sim as formas de acessá-lo e estudá-lo.
•   O estudo da privacidade não é exclusividade dos mentalistas, mas também faz parte do escopo dos
behavioristas.
•   O que diferencia as duas correntes é a natureza atribuída a privacidade.
•   O behaviorismo considera a privacidade não como um fenômeno especial de natureza estritamente
psíquica, como fazem os mentalistas, mas coloca a privacidade dentre os fenômenos da mesma natureza
dos outros estudados pela Análise do Comportamento.
•   A diferença entre mentalismo e behaviorismo sobre isso reside em como o ato de conhecer é explicado,
e posteriormente, sobre a acessibilidade daquilo que é seu objeto.

DESAFIOS METODOLÓGICOS
•   Operacionismo é um procedimento metodológico que garante que a ciência produzida esteja
fundamentada em observações com base empírica. Ao invés de somente definir os fenômenos, o
cientista deveria explicitar o que ele fez para produzir essa conceituação, bem como sua
mensurabilidade.
•   Skinner diz que o operacionismo estava limitado pelos conhecimentos disponíveis na época da sua
vigência.
•   Os conceitos passam a serem tratados como respostas verbais. Essa concepção skinneriana do
comportamento verbal cria possibilidade para lidar com esse tipo de comportamento de forma mais
integral e extensiva.
•   Há a necessidade, portanto, de conhecer e identificar a história de uma pessoa, bem como as condições
nas quais esteve exposta para relacionar com o que está sendo dito sobre ela mesma.
•   Identificar o que Skinner denomina condições estimuladoras nas quais as respostas verbais são emitidas
e também o porque que cada resposta está sob controle desses estímulos.
•   Sobre esse porque acima, é necessário procurar as práticas da comunidade verbal que os indivíduos
estão inseridos para conhecer o que os fazem falarem de si de uma determinada forma.
•   A questão da consciência também está relacionada com isso, já que a consciência de um indivíduo só
passa a existir depois de esse ter suas respostas verbais reforçadas como Sd pela comunidade.
•   A autora termina essa parte colocando que nenhum fenômeno humano está fora do campo de estudo da
psicologia, ou seja, considera-se o ser humano em sua totalidade integral.

MODELO DE CAUSALIDADE.
•   A contraposição com outras linhas está fundamentada no modelo de causalidade que Skinner propõe.
•   Segundo a autora, Skinner coloca três momentos diferentes que a preocupação que os humanos
possuíam com a causalidade do comportamento.
•   Nos dois primeiros, essa preocupação tinha um caráter prático, para poder se antecipar e se preparar
para as ações dos outros humanos. Também estava envolvida a possibilidade de controlar o
comportamento do outro, como uma “indução”.
•   O terceiro momento, mais contemplativo, o homem procura entender as causas do comportamento, para
poder compreendê-lo e explicá-lo em seus termos.
•   A psicologia, como campo de conhecimento que procura estudar o comportamento humano e herdeira
de todos esses conhecimentos produzidos ao longo da história, está inserida no terceiro momento.
•   O mecanicismo, presente em vários campos do conhecimento humano, também tem relação com essa
procura das causas do comportamento humano. Entretanto, aqueles que adotam essa postura, procuram
as causas exatamente antes do comportamento, quase como uma ação direta de causa-consequência.
•   O mentalismo também herda isso, pois quando se procura as causas diretas do comportamento, a
primeira coisa que se sobressai são os sentimentos que está sentido no momento da emissão de
determinada resposta. Assim, é comum ouvir pessoas falando, por exemplo, “fiz (ou fez) isso porque
me (se) senti(u) bravo. Senso comum reproduz frequentemente isso, problema está quando esse tipo de
misticismo encontra espaço até mesmo dentro do campo daqueles que estudam psicologia.
•   Essas supostas causas não aparecem como disponíveis ao estudo de outros. Numa tentativa de sair desse
imbróglio, dirão que essas respostas e eventos fazem parte de um “mundo diferente”, chamado “mente”.
•   Essa posição corrobora tanto o dualismo (mente x físico, ou mente x corpo) quanto o mentalismo, ao
afirmar que as causas estão dentro da mente.
•   Skinner identifica quatro estratégias dentro da psicologia para lidar com essas contradições
1.   Ignora-se o problema
2.   Procura-se outras áreas onde estas contradições não existem
3.   Abandona-se a busca das causas (frequentemente só descrevendo, como o estruturalismo o faz)
4.   Sentimentos são vistos como um intermediário em uma sequência de causalidades.

•   Dentre essas 4, a mais comum é a ignorância.


•   Sobre o behaviorismo metodológico, Skinner afirma que este é uma reafirmação do mentalismo, por
admitir a existência de eventos mentais ao mesmo tempo de excluí-los.
•   O behaviorismo radical se opõe tanto ao mentalismo, quanto as linhas que tentavam evitá-lo, como o
behaviorismo metodológico.
•   Recusa-se, portanto, uma suposta natureza não física dos fenômenos de auto-observação, por exemplo.
Os eventos privados são materiais e passíveis de serem estudados pela psicologia, mas não como
causas do comportamento, pois estas estão no ambiente.

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