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CENTRO UNIVERSITÁRIO – SÃO MIGUEL

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

Marília Fernanda da Silva


Rute da Silva Pereira
Josielma Rebeca Cezario de Melo
Nicole Pontes Lins
João Vitor de Almeida Silva Santos
Maciele Maria da Silva

TRABALHO DE MATRIZES DO PENSAMENTO COGNITIVO

RECIFE
2023
História da psicologia até os dias atuais

Idade Clássica - através da filosofia começa a especular sobre o homem e sua


interioridade.
➔ Sócrates: razão é a essência humana.
➔ Platão: dissociação de corpo e alma.
➔ Aristóteles: concepção de corpo associado a alma e fala da razão x percepção x
sensações.

Idade Média - consolidação do conhecimento de razão associada à fé.


➔ Santo Agostinho: alma era a manifestação divina.
➔ São Tomás de Aquino: essência + existência = perfeição.

Idade Moderna - avanço do conhecimento científico e progresso técnico.


➔ Descartes: mente e alma são diferentes de corpo. Ele fala que a razão é a base
segura para o conhecimento e assim influenciou a evolução da psicologia.

Idade Contemporânea - conhecimento independente da fé. Observação rigorosa e
objetiva para desvendar o homem. Problemas psicológicos passam da filosofia para a
fisiologia e neurofisiologia.
➔ Século XIX:
Nascimento da psicologia moderna - o objetivo do estudo era o
psiquismo e a consciência. E então se delimitou o campo de estudo e
formulou métodos de estudos específicos.
➔ 1842 - 1910: Funcionalismo por William James buscava entender
“o que fazem os homens” e “por que o fazem”.
➔ 1867 - 1927: Estruturalismo por Edward Titchner buscava
entender a consciência e sua estrutura (sistema nervoso central).
➔ 1874 - 1949: Associacionismo por Edward Thorndike buscava a
compreensão de que a aprendizagem se dá por um processo de
associação das ideias.

Abordagens Contemporâneas - o conhecimento passa a ser produzido em laboratórios


com o uso de instrumentos de observação e medição. A psicologia passa a ligar-se a
especialidades da medicina como a psiquiatria.
➔ 1896: Psicanálise foi criada através de Freud e postula o inconsciente como
objeto de estudo.
➔ 1913: Behaviorismo surgiu através de Watson e essa teoria psicológica defende
que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio
de observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento.
➔ 1951: Guestalt surgiu a partir de Koffka, Kohler e Wertheimer como uma
negação da fragmentação das ações e processos humanos, postulando a
necessidade de se compreender o homem como uma totalidade.
➔ 1960: Psicologia Cognitiva a partir de Jean Piaget com o objetivo de estudar a
cognição e os processos mentais por trás do comportamento.

Psicologia Cognitiva
Antes mesmo de surgir o estudo sobre a Psicologia em si ou a psicologia cognitiva,
havia o interesse em saber como funciona a mente humana e os seus processos internos,
com isso, os antigos filósofos gregos trouxeram questões sobre a natureza da mente e
como se conectam com o corpo e a alma. A partir desses questionamentos, a filosofia
trouxe diferentes versões sobre o que hoje chamamos de representações mentais, o
processamento do pensamento e as relações internas entre razão e emoção. Essas
questões e preocupações sobre o funcionamento da mente, pertenciam ao estudo
filosófico até o século XIX, quando pesquisadores começaram a investigar sobre a
mente e seus conhecimentos através de experimentos, abrindo espaço para o surgimento
oficial da disciplina de Psicologia, fora da área da filosofia.
Um teórico muito importante para o estudo da Psicologia cognitiva, foi William Wundt,
que através do seu método de investigação e experimentação em laboratório, trouxe
importantes pontos para esta Psicologia, como o reconhecimento da atenção como um
componente importante da cognição, e também a localização dos eventos mentais na
memória semântica e a formação, através da experiência, desses eventos mentais como
conceitos. A metodologia de Wundt contribuiu significativamente para os estudos
contemporâneos e estão presentes até hoje na Psicologia Cognitiva.
A psicologia cognitiva surgiu oficialmente no ano de 1956, quando houve a fundação da
inteligência artificial como meio de compreender o funcionamento da cognição humana.
Se tratando da psicologia cognitiva experimental, entende-se como uma abordagem
dentro da Psicologia cognitiva, que é responsável pela experimentação científica dos
processos cognitivos. Após o surgimento da Psicologia cognitiva em 1956, Ulrich
Neisser lançou o livro "Cognitive Psychology em 1967 trazendo avanços para estes
estudos, a definindo como a "Psicologia que se refere a todos os processos pelos quais
um enput sensorial é transformado, reduzido, elaborado, armazenado, recuperado e
usado". A psicologia cognitiva desde o início, manteve o padrão trazido de outras bases
científicas, como por exemplo, o Behaviorismo metodológico. Muitos dados registrados
desde o início desta psicologia foram muito importantes e influenciam para a psicologia
cognitiva atual. A observação sistemática, a mensuração de resultados, o controle e
manipulação de variáveis para estabelecer questões de causa e efeitos, foram dados
fundamentais de experimentação que contribuem até hoje para a psicologia cognitiva.
Estes métodos de experimentação, são feitos em indivíduos saudáveis, sendo chamada
de Psicologia Cognitiva Experimental, que se tornou um campo específico e único
dentro da Psicologia cognitiva. Através da história, vê-se que este campo da psicologia
cognitiva pode ser muito confundido com outras abordagens da psicologia, como o
Behaviorismo, o Cognitivismo e também, algumas vezes, a Gestalt. Porém, a psicologia
cognitiva experimental é mais específica quanto ao seu modo de explicar a cognição e
os processos da mente, sendo algumas das características: a mente é formada por
processos cognitivos inter relacionados; o principal responsável pela vida mental é a
organização
do conhecimento; processos cognitivos que sustentam eventos mentais devem ocorrer
dentro de uma ordem específica, pelo menos em algumas situações; já que eventos
mentais são abstratos serão mais facilmente compreendidos utilizando uma análise
abstrata e, apesar de depender de substrato neurológico, não se restringem a ele; o ser
humano é autônomo e interage com o mundo externo intencionalmente; e a interação se
dá por meio da mente que é um processador de símbolos significados, que terão relação
com as coisas do mundo externo (Best, 1992; Eysenck & Keane, 2007).

Revolução cognitiva
A Revolução Cognitiva é um termo que descreve um movimento intelectual que
inaugurou um novo campo de pesquisa denominado ciência da cognição. Conforme
apontado por Miller, a revolução cognitiva pode, em muitos aspectos, ser caracterizada
como uma contrarrevolução. Neste período, a ênfase na psicologia passou de uma
abordagem behaviorista, que se concentrava no estudo do comportamento observável,
para uma abordagem direcionada para a mente e os processos cognitivos internos. De
forma mais clara, o behaviorismo dominava a psicologia experimental no início do
século XX, onde o seu foco era denominado pelo estudo do comportamento observável.
A partir disso, diversos psicólogos começaram a levantar questionamentos sobre as
limitações do behaviorismo na explicação de processos mentais complexos. Ficando
nítido que alguns processos mentais como a memória, pensamento, percepção e
linguagem não tinham condições de serem explicados apenas observando o
comportamento externo, se notando a necessidade de considerar também os processos
internos. Foi então a partir disto que a revolução cognitiva começou a ganhar força.
Iniciando os seus estudos e ressaltando a ideia do quanto a mente humana é ativa e o
quanto há para se explorar a partir da mesma. Assim a chamada revolução
encarregou-se de respaldar uma série de estudos experimentais sobre as múltiplas
funções cognitivas, ou seja, ainda que esse processo possa ser denominado como uma
contrarrevolução, como afirma Miller (2003), é possível concebê-lo como tendo sido
desencadeado de uma exceção de novos procedimentos investigativos sobre uma série
de aspectos constitutivos do psiquismo. Portanto, a revolução cognitiva marcou uma
virada relevante na psicologia, afastando-se do behaviorismo estrito e abrindo caminhos
para o estudo mais aprofundado e completo dos processos mentais complexos que
moldam o comportamento humano.
A Psicologia Discursiva- também chamada de segunda revolução cognitiva, emergiu
nas décadas de 1950 e 1960, e foi impulsionada por uma série de fatores, e seu conceito
está fundamentado na ideia de que já não era mais preciso calcular a representação do
pensamento humano; bastava analisar a prática discursiva de cada pessoa. Bruner J.
defendia (1997) que além do pensamento e comportamento humano, é possível
interpretar fenômenos psicológicos em um escopo mais amplo e que maneira como
pensamos e usamos símbolos é influenciada e influencia as interações uns com os
outros. Tal ideia ainda foi complementada por Bakhtin M. (1993) quando argumentou
que a comunicação interpessoal influencia a forma como construímos nossos
pensamentos internos.
Enquanto Lev Vygotsky, enfatizava a relação entre o pensamento privado e os processos
discursivos interpessoais. Sua teoria sociocultural defendia que a linguagem não é
apenas uma ferramenta individual, mas um meio fundamental de interação social que
molda a cognição e a compreensão do mundo.
Dessa forma, segunda revolução cognitiva, contribui na constatação de que a linguagem
humana está intrinsecamente ligada a diversos elementos dinâmicos e dialéticos da
cognição, levando em consideração a interação entre o ser humano e seu contexto
cultural.

Matrizes do pensamento cognitivo

As Matizes do pensamento cognitivo são um conceito fascinante no campo da


psicologia; representa uma complexa rede de processos mentais, pensamentos e
estruturas cognitivas que moldam a maneira como percebemos, pensamos, lembramos e
compreendemos o mundo ao nosso redor. São essenciais para a nossa capacidade de
aprender, resolver problemas, tomar decisões e interagir com o ambiente.

Uma das características mais notáveis é a diversidade e flexibilidade, cada pessoa


possui uma matriz cognitiva única, moldada por uma combinação de fatores genéticos,
experiências de vida, educação e cultura, nossa matriz é altamente adaptáveis e podem
se modificar ao longo do tempo à medida que adquirimos novos conhecimentos e
experiências, desempenham um papel fundamental em várias áreas da nossa vida, por
exemplo, elas influenciam como percebemos a realidade e interpretamos as informações
que recebemos, duas pessoas expostas às mesmas informações podem tirar conclusões
completamente diferentes com base em suas matrizes cognitivas individuais; na
resolução de problemas, quando enfrentamos desafios e dilemas, nossa matriz cognitiva
é ativada para nos ajudar a analisar as opções, avaliar os prós e contras e chegar a uma
decisão.
Referências:

ANA MARIA MARTINS. História da psicologia moderna e sua inserção na cultura


contemporânea. São Paulo: ITC - Instituto de Terapia Cognitiva, 2018.
Disponível
em:https://www.itcbr.com/artigo-historia-psicologia-moderna.shtml#:~:text=A%20Psic
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20China Acesso: 09 out. 2023.

VENTURA, André (EK - Sistere). A história da Psicologia um breve resumo.


YouTube, 2019.
Disponível em link: https://www.youtube.com/watch?v=Leb2YjjDG10

SILVA, Jéssica (Aprendizes de Psicologia). A história da psicologia #1. YouTube,


2015. Disponível
em link: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=sKYMKAaxHpA

Neufeld, C. B., Goergen Brust, P., & Milnitsky Stein, L. (2011). Bases
Epistemológicas da Psicologia Cognitiva Experimental. Psicologia: Teoria E
Pesquisa, 27(1), 103–112. Recuperado de
https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/18284.

Neufeld, C. B., & Stein, L. M. (1999). As bases da Psicologia Cognitiva. Revista


da Saúde,v.3, n.2, jul./dez. Disponível em:
https://sites.ffclrp.usp.br/lapicc/novo/assets/images/pdf/1999-NeufeldeStein-Rev
Saude-URCAMP.PDF.

Psicologia cognitiva- Gabriela E. Possolli Vesce disponível em :


https://www.infoescola.com/psicologia/cognitiva/ - data/hora de acesso:
09/10/2023 - 21h:55min

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