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4.

ESCOLA MATEMÁTICA
4.1 Principais representantes
- Léon Walras:
- Wassily Leontief:
- John Von Neumann:
- Oskar Mongenstern:
- John Richard Hicks:
A matemática é utilizada na economia de duas maneiras gerais: a) para obter e expressar
teorias econômicas e b) para testar hipóteses e teorias econômicas quantitativamente.
Assim temos; Álgebra, Cálculo, Equações diferenciais, Álgebra linear e Topologia
(Topografia). Estatísticas e Econometrias.
Exemplos de representação matemática:
Demanda: Qx = F (Px, T, C, I, Pn, E) onde:
Qx: quantidade demandada do bem x;
Px: preço do bem x;
T: gastos dos consumidores;
C: número de consumidores potenciais;
I: renda total dos consumidores e sua distribuição;
Pn: preço dos bens substitutos e complementares;
E: expectativa dos consumidores.

Oferta: Qx = F (Px, N, Pr, Ps, E, Tn) onde:


Qx: quantidade ofertada do bem x;
Px: preço do bem x;
N: número de empresas que fornecem matérias-primas e insumos;
Pr: preços dos recursos utilizados;
Ps: preço dos bens substitutos;
E: expectativa dos produtores;
Tn: técnicas de produção disponíveis.

4.2 WASSILY LEONTIEF


4.2.1 A Matriz Insumo-Produto: foi a principal contribuição dele.
Estudando com profundidade os fisiocratas, os clássicos e Marx, obteve as revelações
fundamentais da estrutura teórica do insumo-produto. É impossível formar um modelo
expressivo a partir das curvas de produção setoriais e específicas, precisava avançar
mais.
Ao desenvolver pela primeira vez a análise dos grandes agregados macroeconômicos
em termos de insumo-produto, Leontief inspirou-se no sistema abstrato de equações do
equilíbrio geral de Walras, dando-lhe um conteúdo empírico por meio de dados sobre os
diferentes setores que se inter-relacionam no processo econômico.
4.2.2 Conceito:
Uma tabela de insumo-produto descreve o fluxo de bens e serviços entre diferentes
setores de uma determinada economia nacional ou regional e tenta mensurar a relação
de um setor específico com outros setores da economia.
A economia é descrita em termos de circulação, como um sistema integrado de fluxos e
transferências de insumos-produtos de um setor a outro setor industrial. Cada setor
absorve insumos de outros setores, além de produzir bens e serviços que serão utilizados
por outros setores, para serem processados ou para consumo final. Usando a tabela do
insumo-produto, é possível detectar as consequências que uma mudança num setor da
economia traz para outros setores e para o conjunto.
Relação de Insumo-Produto nos Estados Unidos em 1947 (em milhões de dólares)
Agricultur Alimentos Metais Ferro e Motores Veículos TOTAL
a e pesca e produtos não - aço e automotivos
semelhante ferrosos geradores
Agricultura 10.856 15.048 11 - - - 44.263
e pesca
Alimentos 2.378 4.919 3 - - 37.636
e produtos
semelhantes
Metais não - - 2.599 324 366 176 6.387
ferrosos
Ferro e aço 6 2 33 3.982 118 196 12.338
Motores e - - - - 317 1.095
geradores
Veículos 111 3 - - - 4.401 14.265
automotivos
TOTAL 44.263 37.636 6.387 12.338 1.095 14.265 769.248

Em 1947, a agricultura e a pesca vendiam $ 10,9 bilhões de dólares para sua produção
para uso próprio (alimentação, semente, criação de gado, etc.). Outros 15 bilhões foram
vendidos para processadores de alimentos. Uma expansão da indústria de fero e do aço,
necessitará de metais não ferrosos, que por sua vez, significará mais compras de
produtos agrícolas e do ferro e do aço. A interdependência circular é resolvida
solucionando-se as equações na matriz.
Dessa maneira, quanto maior o número de setores de uma economia nacional descrito
na tabela de insumo-produto e melhor a qualidade de informações estatísticas mais
detalhados poderão ser os resultados e as análises sobre essas informações.
4.2.3 Para que serve as informações da tabela insumo-produto?
Podem ser úteis para avaliar os efeitos das mudanças de salários, lucros e impostos
sobre preços, analisar relações econômicas regionais e internacionais, avaliar a
utilização de recursos naturais e definir planos de desenvolvimento.
Relevância para o planejamento porque a partir da implantação deste instrumento
permitirá a racionalização e especialização no uso de fatores de produção e que
propiciará melhora no padrão de vida desta sociedade, não só no acréscimo no produto
percapita, mas na redução nas horas médias semanais de trabalho.
Tanto para o Governo como para as grandes corporações, o uso da tabela insumo-
produto propiciou benefícios no sentido de aprimorarem: a) o governo tornou-se um
vasto comprador de bens e serviços, permite antever tanto ao governo como seus
fornecedores as alterações nos padrões de compra governamentais e; b) assim, as
grandes corporações têm como planejar uma expansão da oferta. Uma empresa
verticalmente integrada planejará sua própria oferta, os que não estão, indicará a seus
fornecedores a aumentar essa capacidade de oferta.
E para países menos desenvolvidos é ainda mais relevante porque para o crescimento
econômico, a construção de uma grande indústria necessitará da expansão de instalação
de suporte. Exemplo: instalação de uma fábrica de conserva de carne, precisará da
expansão da eletricidade, fornecimento de água, instalações de transporte, moradia para
os funcionários, lanchonetes, serviços médicos, produção de metal para latas, etc. assim
como as demandas futuras poderão ser visualizadas pela análise da tabela de insumo-
produto.
Mas a análise de insumo-produto não é imune a problemas, algumas delas são:
a) Pressupostos da produção são fixos;
b) Funções de produção são lineares, sem a devida eficiência crescente ou decrescente,
aumentos de produção não necessariamente requerem aumentos proporcionais de
insumo;
c) Alterações tecnológicas tornam obsoletas os investimentos realizados;
d) As tabelas de insumo-produto não preveem os insumos futuros que é fruto das
inovações que vão ocorrendo.

4.3 JOHN RICHARD HICKS


4.3.1 Contribuição de Hicks na Microeconomia
4.3.1.1 Teoria da Demanda
- Curvas de Indiferença:
Seus criadores foram Edgeworth e Pareto, para evitar mensurar a utilidade
quantitativamente. Esta curva representa todas combinações possíveis de cestas de
mercado que geram o mesmo nível de satisfação para um consumidor.
Demonstração Gráfica:
- Linhas de Orçamento:
a) restrição orçamentária: que os consumidores enfrentam como resultado do fato de
suas rendas serem limitadas e; b) linha de orçamento são todas as combinações de bens
para as quais o total de dinheiro gasto é igual à renda.
Cesta de mercado e a linha do orçamento
Cesta de Mercado Alimentação (A) Vestuário (V) Total
A 0 $ 80,00
B 20 $ 80,00
D 40 $ 80,00
E 60 $ 80,00
G 80 $ 80,00

- Maximização da utilidade: dado seu orçamento o consumidor escolhe a melhor


combinação para seu consumo.
- Modificação na renda e nos preços:
a) Modificação na renda: o que acontece quando a renda se modifica?
Demonstração Gráfica:

b) Modificação nos preços:


Demonstração Gráfica:

- Taxa Marginal de Substituição: é a quantidade máxima de um bem que um


consumidor deseja deixar de consumir para obter uma unidade adicional de um outro
bem. A taxa marginal de substituição (TMS) de vestuário por alimento corresponde à
quantidade máxima de unidades de vestuários das quais o consumidor estaria disposto a
desistir para poder obter uma unidade adicional de alimento.
Demonstração Gráfica:
Assim como o comportamento do consumidor levando em conta sua renda e preço,
passou a analisar também Bens normais, inferiores e Bens de Giffen.
4.3.1.2 Teoria da Oferta (Produção)
A restrição orçamentária também teve seus reflexos na oferta de bens e serviços. Dessa
maneira, o produtor opta levando em conta a combinação de dois ou mais insumos para
realizar a produção. Analisaremos dois casos específicos; as curvas de isoquantas e
Isocustos.
- Isoquantas: é a curva que mostra todas as combinações possíveis de insumos que
geram o mesmo volume de produção.
Produção com dois insumos
Trabalho
Capital 1 2 3 4 5
1 20 40 55 65 75
2 40 60 75 85 90
3 55 75 90 100 105
4 65 85 100 110 115
5 75 90 105 115 120

Ao observarmos a tabela, verificaremos que o volume de produção aumenta à medida


que as unidades de trabalho aumentam, mantendo-se fixas as unidades de capital. E se
observamos a coluna, encontraremos que o volume de produção também aumenta na
medida em que as unidades de capital aumentam, se mantermos fixas as unidades de
trabalho.
Demonstração Gráfica:

- Linha de Isocusto: indica todas as combinações possíveis de trabalho e capital que


podem ser adquiridas por determinado custo total que a empresa se propõe a produzir
por um determinado período de tempo.
Demonstração Gráfica:
4.3.2 Contribuições de Hicks para a Macroeconomia:
4.3.2.1 Modelo IS-LM: surge a partir de uma crítica a aspectos da teoria de Keynes
sobre as taxas de juros. Conforme Keynes, a taxa de juros era determinada pela oferta e
demanda de moeda, e para uma dada taxa de juros, correspondia um determinado nível
de investimento, de produção e da renda nacional. A crítica de Hicks está na suposição
de que as taxas de juros e os investimentos são fixos na visão de Keynes, “são
componentes simplistas quando confrontados com condições econômicas reais”.
4.3.2.1.1 A Curva IS (Investment-Saving): mostra as condições de equilíbrio no
mercado de bens, isto é, os pontos em que a oferta agregada se iguala à demanda
agregada de bens e serviços. Hicks sintetizou a relação entre as taxas de juros e renda na
curva IS, e na formulação keynesiana, a relação é entre despesas governamentais e
renda, e as taxas de juros com os investimentos.
Demonstração Gráfica:

A poupança é igual ao investimento. A poupança vem do resíduo do consumo, é função


da renda disponível. Reduções nas taxas de juros levam à ampliação dos investimentos,
estes devem ser acompanhados por um crescimento da renda que por sua vez, levará ao
aumento da poupança e assim manter o equilíbrio na economia.
- Fatores que levam a inclinação da curva IS: temos dois casos
a) sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros: quanto maior a elasticidade
em relação à taxa de juros, mais horizontal a curva IS, ou seja, menor sua inclinação. E
quanto menor sua sensibilidade à renda, as variações no investimento irão requerer
maiores variações na taxa de juros, levando a curva IS quase na vertical;
b) a propensão marginal a consumir (multiplicador de gastos): se a propensão marginal
a consumir for elevada, o multiplicador também se elevará e ampliará a demanda e a
renda, portanto, menor será a inclinação da IS.
- Fatores de deslocamentos da curva IS: também temos dois casos;
a) Volume de gastos autônomos:
b) Diminuição dos gastos autônomos:
4.3.2.1.2 A Curva LM – equilíbrio no mercado monetário:
Existem dois tipos e ativos na economia, nos quais os agentes econômicos alocam sua
riqueza: moeda e títulos; A moeda tem liquidez absoluta, mas a sua posse não rende
juros ao detentor, já os títulos rendem juros, mas possuem liquidez inferior à da moeda,
tem custo para transformá-lo em liquidez.
A oferta de moeda no curso prazo, se o nível de preço é constante é determinada pelo
Banco Central. Já a demanda se altera em função da taxa de juros. O ponto de equilíbrio
neste mercado é atingido quando a reta da oferta cruza com a curva da demanda. A taxa
de juros que corresponde a esse ponto é a taxa de juros de equilíbrio.
Mas o mercado da moeda, além de ser influenciado pela taxa de juros, também é
atingido pela variação no nível de renda. Desta maneira, o mercado monetário está
submetido às influências das variações da taxa de juros e do nível de renda. Ao analisar
o efeito do aumento da renda nas relações entre taxas de juros e o mercado monetário é
possível demonstrar que, a cada incremento na renda, o nível de equilíbrio da taxa de
juros se eleva.
Demonstração gráfica:

Ceteris paribus (política fiscal, política monetária, nível de preços) a variação da curva
IS representa as relações entre taxa de juros e renda para um dado mercado de bens e
serviços. E a curva LM representa as relações entre taxas juros e renda que asseguram o
equilíbrio da moeda. O ponto de equilíbrio desse sistema econômico é obtido na
interseção das curvas IS e LM.
Demonstração gráfica:

A partir do modelo keynesiano de determinação da renda da teoria de preferência pela


liquidez, Hicks resumiu que na curva IS as relações entre taxas de juros e renda no
mercado, são inversas. E na curva LM, as relações entre taxas de juros e renda no
mercado monetário são diretas.

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