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Forma/Conteúdo 

Este manifesto resulta da confluência de duas trajectórias: as inquietações,


curiosidades e diálogos mantidos ao longo dos últimos anos em torno da temática da
representação de género e o percurso enquanto aluna na disciplina Arte e
Comunicação Multimédia, leccionada pelo Professor Heitor Alvelos entre setembro e
janeiro de 2020/2021 no contexto do Mestrado em Multimédia da Universidade do
Porto. 

Devido ao contexto pandêmico, esta unidade curricular concretizou-se por via digital,
durante a qual o contacto, exposição e aplicação colaborativa em contexto de aula a
conteúdos e conceitos tais como Atlas Mnemosyne de Aby Warburg, ou a técnica de
corte descrita por William Burroughs e Brian Gysin em Third Eye, como também a
análise da condição contemporânea de Franco Bifo Berardi em obras como The
Uprising – On Poetry and Finance, e a pesquisa de Daniel Pinheiro na área da
Networked Performance, para dar apenas alguns exemplos, efectivou-se  na
elaboração colectiva de Glossário mesmósico contemporâneo:
a remistura das palavras e seu poder polissêmico e culminou com o desafio para a
elaboração deste Manifesto.

“1. Com pedaços de mim eu monto um ser atónito.” Manoel de


Barros, Livro sobre Nada)

 
Em nenhum momento da minha vida me senti satisfeita com a forma como a
correspondência ou conformidade a configurações e padrões pré-estabelecidos de
comportamentos, modos e costumes eram expectáveis em relação à identidade de
género que me ia sendo apresentada enquanto contingência de inserção social. Se a
obrigatoriedade em assumir comportamentos ditos “próprios” do “feminino”, através de
códigos tais como o cruzar de pernas na posição sentada me incomodam desde
criança, hoje em dia qualquer imposição de padrões de feminilidade exaspera-me até
à exaustão, tendo em parte sido também essa mesma exaustão que fundamentou e
deu mote para o processo de escrita deste manifesto.

A nomenclatura da diferenciação genital que opera no mundo ocidental é herdeira de


ideias que fizeram equivaler o conceito de virilidade ao masculino e como tal, retiraram
poder, força e lugar de fala ao feminino como seu oposto. O masculino definiu-se em
oposição dicotómica do feminino como forma de designar a organização da vida
comunitária. Isto para dano da liberdade e cidadania de tantos corpos quantos os que
foram designados femininos num contexto viril. Vigarello descreve a virilidade
enquanto marcada por uma tradição imemorial que define o masculino enquanto ideal.
Em relação ao léxico da palavra vir, o mesmo autor refere, a propósito das virilidades
romanas, a definição de um homem verdadeiro (verus vir):

“No princípio de tudo está portanto, evidentemente, a palavra vir, “homem”, com o
sentido de “macho”: vir não é homo, se assim podemos dizer. A palavra vir pode aliás,
por si só, remeter também para os órgãos masculinos, como vemos em poetas como
Catulo, contemporâneo de César e de Cícero: quando Átis, O Frígio, num momento de
loucura se emascula, quando se «despoja» da sua virilidade, ele constata que o seu
corpo está «sine viro» sem órgãos da virilidade – e o poeta emprega por vezes o
género feminino para o (a?) descrever.”
Ieda Tucherman, em O Corpo e os seus Monstros (II.3, p.35) refere como a
idealização do corpo na pólis grega configurava a crença de que macho e fêmea eram
dois pólos de um continuum corporal, a diferença que havia entre ambos era de grau
(sendo grau o calor dos corpos) e não de natureza; enunciavam o corpo como tendo
um único sexo de modo que;

“fetos masculinos, precariamente aquecidos, tornam-se homens afeminados e fetos


femininos, muito aquecidos, tornam-se mulheres masculinizadas. A anatomia dos
homens e das mulheres suponha que os mesmos órgãos fossem reversíveis na
genitália masculina e feminina «a vagina virada para o lado de fora” ou «virando para
dentro o pénis dobrado» encontra-se a mesma estrutura em ambos. Ideias que nos
parecem curiosas mas vigoraram como verdade científica por dois mil anos.”
(TUCHERMAN)

A contestação destes paradigmas no século XVIII, com a inclusão do feminino e


masculino enquanto seres da mesma espécie não correspondeu ao reconhecimento
liberal da igualdade, mas ao abandono da ideia da fêmea “como obviamente inferior
ao macho” como escreve Tucherman:

“(…) o registo médico formava uma escala ascendente de valores da fêmea, fria,
passiva; para o macho, quente, forte e participante, ainda que fossem da mesma
matéria. E embora compareçam corpos femininos como desvios caloríficos da sua
«normalidade», expressos nas amazonas-guerreiras (masculinizadas) e na figura das
prostitutas sagradas, as leis da cidade aplicavam normas diferentes aos corpos
masculino e feminino.”

Refere Tucherman que as imagens ideais do corpo humano levam sempre à


repressão mútua e à insensibilidade, especialmente entre os que estão fora do padrão.
Se um ponto de vista masculino orientou durante milénios a produção de sentido sobre
o corpo feminino, ainda hoje a linguagem artística ao ser apropriada pelo mercado
mainstream é orientada pelo “gosto da maioria” que perpetua heranças culturais como
esta. Este “gosto comum” impõe uma necessidade de consensualizar a ideia(s) de
corpo. Um consenso que implica neste caso, o perpetuar de padrões opressivos que
vigoraram por milénios. A encenação linear e levada à letra de alguns clássicos
canônicos da literatura teatral, por exemplo, perpetuam representações da vida
humana que enaltecem e estetizam arquétipos que correspondem a um ideal de
mulher cuja capacidade de acção se limita ao ambiente doméstico, ao nascimento e
criação dos filhos, a uma docilidade frágil, lânguida, exangue. Caso enérgicas, as
personagens femininas são muitas vezes consideradas loucas, doentes, e
admoestadas por se demonstrarem pouco dignas do seu género.

Glorificada por séculos de catolicismo a graciosidade da mártir silenciosa enfrenta o


destino sem pronunciar palavra. Coisas designadas como “dignidade” ou “honra”
limitaram tanto as margens de acção do feminino que só após séculos de revoluções e
luta organizada puderam abranger na mesma frase outras como “direito à
propriedade”, “educação”, “cidadania”, “sufrágio”, “profissão”.
Enquanto intérprete de profissão, posiciono-me artisticamente contra considerações
excessivas relativas o gênero da personagem que interpreto, particularmente quando
me é exigida uma maior “feminilidade”, e mais ainda quando este exponenciar
“feminilidade” é exigido por um indivíduo do género masculino.  Sempre desconfiei
desta instrução pela forma como depreende um consenso assumido sobre o que é
ser-se “mais feminino”. O mesmo funciona para “mais masculino”. O consenso elimina
ambiguidades e evita conflitos. A normatização de imaginários optimizados pela
abrangência da aprovação da maioria é um travão à desconstrução e dissolução de
dinâmicas de poder que perpetuam estruturas opressivas.

Em 2017, num contexto de discussão informal entre amizades, discutíamos o quanto a


cultura falocêntrica normaliza a imagem da genitália masculina, enquanto modelo
transdisciplinar. Observávamos o quanto era comum encontrar a abstracção gráfica do
falo enquanto insulto ou anedota, desenhada em sítios como paredes da rua, em
mesas de cafés ou escolas, entre outros lugares públicos. Questionávamos quais as
possíveis leituras que poderiam surgir a partir de um equivalente gráfico da genitália
feminina e as suas possíveis representações. Ensaiamos formas como triângulos,
pontuação “(!)” e em dado momento, enquanto carimbo. Da mesma forma que uma
boca pintada deixa uma impressão num superfície, ao encostar os lábios da vulva
pintadostambém

de forma a tornar-los mais legíveis, compatíveis, comunicáveis, mas o que sucede


com conceitos ontológicos 

Práticas como a excisão genital feminina mantêm-se hoje em dia em curso como eco
destes cânones e paradigmas.

 não trouxe mais que limites e imposições aos seres do género feminino, que na
Grécia, eram consideradas 

biológica até porque este padrão foi elaborado por e para uma maioria de indivíduos
que se designaram biologicamente machos nomenclados 

.   Um dos pontos centrais de foco da biologia que proporciona a distinção


macho/fêmea a olho nu 
Não proponho nem quero porpor uma visão assexuada do corpo. A abstracção gráfica
da vulva permite uma abordagem ontológica A ontologia or

(Artaud)

Se Burroughs e Gysin ensinam a fragmentar para . Mas a aleatoriedade também


pressupõe um gesto, uma escolha. 
deu-me a ver o quão poderoso é o momento da decisão - e a escrita de um exige a
tomada  manifesto é um gesto decidido. 

Berardi propõe um cruzamento que valores que exigem uma abstracção de um


conceito de consumo e produtividade. A insolvência enquanto acto de resistência por
ele descrito em 

A escrita de um manifesto exige tanto uma tomada de consciência sobre actualidade.


Ora se esta tem vindo a ser descrita como o momento do fim da história, da perda das
identidades e do fim da subjectivação, como podemos afirmar ou negar seja o que fôr,
se tudo é relativo?
A NECESSIDADE DE SE IMPOREM OUTROS VALORES REFERENCIAIS QUE NÃO
APENAS OS PRODUZIDOS PELO CÂNONE OCIDENTAL NO SENTIDO DE
TRABALHAR A DISSOLUÇÃO DE TODOS OS CONCEITOS QUE OPERAM NO
SENTIDO DE LIMITAR PELA DIFERENÇA O TRATAMENTO E POTÊNCIA DE
TODOS OS CORPOS E COISAS

Neste sentido optei por seguir um caminho que já havia iniciado no passado, pegando
num símbolo cujo baptismo sempre me pareceu referencial, 

O ponto de vista masculino orientou durante milénios a produção de sentido sobre o


corpo feminino. Ainda hoje, a linguagem artística com fito no lucro tem tendência a
tomar o “gosto da maioria” como forma de tomar decisões. Este “gosto comum” impõe
uma necessidade de consensualizar a ideia(s) de corpo. Este consenso implica neste
caso, o perpetuar de padrões opressivos que vigoraram por milénios de humanidade.
A encenação linear e levada à letra de alguns clássicos canônicos da literatura teatral,
por exemplo, perpetuam representações da vida humana que enaltecem e estetizam
arquétipos que correspondem a um ideal de mulher cuja capacidade de acção se
limita ao ambiente doméstico, ao nascimento e criação dos filhos, a uma docilidade
frágil, lânguida, exangue. Caso enérgicas, as personagens femininas são muitas vezes
consideradas loucas, doentes, e admoestadas por se demonstrarem pouco dignas do
seu género. 

Glorificada por séculos de catolicismo a graciosidade da mártir silenciosa enfrenta o


destino sem pronunciar palavra. Coisas designadas como “dignidade” ou “honra”
limitaram tanto as margens de acção do feminino que só após séculos de revoluções e
luta organizada puderam abranger na mesma frase outras como “direito à
propriedade”, “educação”, “cidadania”, “sufrágio”, “profissão”.
Enquanto intérprete de profissão, posiciono-me artisticamente contra considerações
excessivas relativas o gênero da personagem que interpreto, particularmente quando
me é exigida uma maior “feminilidade”, e mais ainda quando este exponenciar
“feminilidade” é exigido por um indivíduo do género masculino.  Sempre desconfiei
desta instrução pela forma como depreende um consenso assumido sobre o que é
ser-se “mais feminino”. O mesmo funciona para “mais masculino”. O consenso elimina
ambiguidades, conflituoso diferença e a possibilidade de  desconhecido. a
normatização de imaginários de forma a tornar-los mais legíveis, compatíveis,
comunicáveis, mas o que sucede com conceitos ontológicos 

No entanto, ao alertarem para os perigos da supergeneralização e do


essencialismo, muitos dos conceitos e das categorias centrais à teoria
feminista têm sido colocados sob suspeição, gerando um ceticismo
crescente em relação à possibilidade de emancipação via conhecimento.
Meu propósito neste artigo é demonstrar que um deslocamento de questões
epistemológicas para questões ontológicas, por meio de uma tradição
filosófica conhecida como realismo crítico e, em especial, pelo método das
explicações constrastivas, pode contribuir para a produção de um
conhecimento crítico e emancipatório, sem incorrer em práticas de
universalização a priori, supergeneralização e essencialização.
É sabido que desde os anos de 1970 a teoria feminista tem alertado para os
perigos da supergeneralização ao sugerir que os valores, as experiências, os
objetivos e as interpretações de grupos dominantes são apenas isso e que
não há nada de intrinsecamente natural ou necessário acerca deles
(Lawson, 1999). A filosofia e a epistemologia feminista, em particular,
dedicam-se sobretudo à forma pela qual o gênero influencia nossas
concepções de conhecimento, de sujeito cognoscente, assim como as
diversas práticas de justificação dessas concepções. Sem adentrar nas
especificidades das diversas tradições da epistemologia feminista, é possível
afirmar que, de forma geral, todas procuram identificar as formas por meio
das quais as concepções e as práticas de atribuição, aquisição e justificação
do conhecimento têm sistematicamente colocado em desvantagem as
mulheres e outros grupos subordinados, buscando ainda modificar essas
concepções e práticas a fim de que elas possam servir aos interesses desses
grupos (sua dimensão emancipatória) (Anderson, 2004)

 por outras como “propconcretizada nesse sentido,  perante uma profunda


reconversão de valores, este se

 é perpetuado na representação de paradigmas e contextos em cone conteassombra-


me desde que sou intérprete, tanto em palco como para a câmara

A concretização 
O glossário Mnemósico 
Um mergulho vertiginoso de valores referênciais suficientes para ter material de leitura
e releitura durante a próxima década. 

“The use of this systematic method, uncontrolled by the


intelligence, to relate divergent sources of information demonstrated
the close interdependence of these sources. In addition,
the fragment arrived at as a result of this operation automatically
presented itself as a work of fiction.” (Third mind) 

As técnicas de colagem, para mim, potenciam esta tomada de posição em relação ao


mundo descrita por Latour como de um alívio em relação ao excesso de
essencialismo, em A Pasteurização da França, Latour descreve um momento durante
uma viagem de carro durante a qual é atacado por uma crise essencialista, perante a
qual

Os conteúdos da unidade curricular Arte e Comunicação Multimédia, no contexto da


qual este manifesto é escrito, forneceram instrumentos e técnicas para procurar
sentido onde
Se para a redacção da intordução ao Glossário reli Bragança de Miranda que em
Queda sem Fim propõe uma análise de Maelstrom, conto de Edgar Allan Poe em 
Ensaiei várias vezes ficções que permitissem comunicar num contexto teatral essa 

necessidade de 

Fragmentar para ver melhor. Caleidoscópio, microscópio, telescópio, potenciador de


perspectivas cujos registos não são concebidas para 

reorganizar e olhar outra vez, renomear e desafiar significados 

 coisas com as quais não me conformo ou de que desconfio    é um gesto que me foi
familiar durante a infânciainstintivo que, reprimido 

  Enquanto intérprete, sinto que muitas vezes representamos paradigmas opressivos


que não só são normalizados como até estetizadas, orientadas pelo percurso de um
herói de modelo  pela frequência  cânone como a história que nos devolve um olhar de
nós mesmos através do tempo, cuja constatação e para paradigmas em vez de repetir
repertório de forma linear 

- Um ensaio crítico complementar, testemunhando a lógica de selecção temática e


organização de conteúdos;

Timothy Morton vem argumentando, desde o início da década


em curso, que o moderno conceito de “objeto” (e o seu eterno
par: “sujeito”) não possui densidade epistémica suficiente para
nos permitir a compreensão de fenómenos tão complexos
quando desafiantes para o nosso modo de existir, como os de
Capitalismo (qua sistema de produção e consumo),
aquecimento global ou Antropoceno (a espécie humana a atuar
como uma força geológica).

Graham Harman descreve uma viagem de carro, 


I knew nothing, then, of what I am writing now but simply repeated to
myself: ‘Nothing can be reduced to anything else, nothing can be deduced
from anything else, everything may be allied to everything else’.
This was like an exorcism that defeated demons one by one. It was a wintry
sky, and a very blue. I no longer needed to prop it up with a cosmology,
put it in a picture, render it in writing, measure it in a meteorological
article, or place it on a Titan to prevent it falling on my head […]. It and
me, them and us, we mutually defined ourselves. And for the first time in
my life I saw things unreduced and set free (PF, p. 163).
LATOUR, The Pasteurization of France
Sendo o Manifesto uma importante referência, sempre me questionei sobre o porquê
de ser tão difícil redigir um manifesto nos dias de hoje: como se um posicionamento se
tivesse tornado um gesto ingénuo. Com a história às costas, a permanente e múltipla
contextualização analítica invalida a necessidade de tomar uma posição crítica,
levando o gesto artístico, por exemplo, a desprezar uma tomada de posição política,
valorizando antes a abrangência da comunicabilidade da mensagem. tornou-me
desconfiada de praticamente qualquer tomada de posição reacção emocional à ,
colocada em perspectiva em relação ao passado  sentia-me petrificada numa perante
os fenómenos tivesse deixado de ser possível escapassem à possibilidade de serem
negados ou afirmados 
Perante  o esvaziamento 

Partindo dos princípios nomeados por Latour em relação à irredutibilidade, “We still
know noting about these objects or what they entail. All that is clear is their
metaphysical equality. The world is a stage filled with actors; philosophy is object-
oriented philosophy.”

Atrai-me a possibilidade de adquirir uma visão desassombrada de arquétipos e


narrativas através de outras perspectivas. 

Peguei em material que tinha guardado na gaveta há cinco anos, cuja essência me
escapava por o olhar sempre com uma perspectiva redutora,  que me 

At the end of the winter of 1972, on the road from Dijon to Gray, I was forced to stop,
brought to my senses after an overdose of reductionism’ (PF, p. 162). There
follows a Homeric catalog of various humans who like to reduce the world
to some special reality that explains all the others: Christians, Catholics, astronomers,
mathematicians, philosophers, Hegelians, Kantians, engineers,
administrators, intellectuals, bourgeoisie, Westerners, writers, painters, semioticians,
males, militants, and alchemists.

Apercebo-me de que a escrita de uma Manifesto obriga a uma abordagem que


contraria aparentemente a sua própria essência: reduzir, contextualizar, afirmar ou
negar o que nomeia, defende ou renega. Desimbuido de um carácter moral o meu
objecto, deixei de o julgar de acordo com padrões e expectativas. Faz-me sentido que
este possa adquirir um carácter colectivo, através da criação de um hipertexto online
(Ai Wei Wei e a Lua), mediado de forma colaborativa pelos seus participantes que ao
subscrever o Manifesto, tornam-se membros activos da comunidade de escritores
Abrir leituras e caminhos de abstracção sobre 

ESTA PERSPECTIVA ATRAVÉS DA APREENSÃO DE CONCEITOS TAIS COMO


“PLURALIDADE DE ONTOLOGIAS”, PRESENTES NOS TRABALHOS DE LATOUR, 

O Manifesto exige um salto anamésico, 

O isolamento de Robinson Crusoe, mencionado por Latour, é um estado produtivo


para a ressignificação, quando colocado na posição de Sexta-Feira.   “revolution-
reducing the island to Crusoe's will-I therefore
start from Friday's point of view and set things irreduced and
free.
For such a view I need, like Friday, no a-priori ideas about what
makes a force, for it comes in all shapes and sizes.

Possamos aproveitar o isolamento social consequente da pandemia, em que a casa,


como ilha deserta, torna-se território de exploração das relações que mantemos com
os hiperobjectos que são as nossas ilhas desertas, desfragmentar a forma como nos
relacionamos com a realidade 

Anamnesis
Anamnesis means remembrance or reminiscence, the collection and re-collection
of what has been lost, forgotten, or effaced. It is therefore a matter of the very
old, of what has made us who we are. But anamnesis is also a work that transforms
its subject, always producing something new. To recollect the old, to produce the
new: that is the task of Anamnesis.

anamnese
a.nam.ne.seɐnɐˈmnɛz(ə)
nome feminino
1. recordação pouco precisa; reminiscência
2. FILOSOFIA conceito essencial da filosofia de Platão (filósofo grego, 427-347 a.
C.), segundo o qual a alma, ainda que cativa do corpo, pode, através de um processo
de rememoração, recuperar o conhecimento anteriormente perdido
3. recurso estilístico pelo qual o orador simula lembrar-se de uma coisa esquecida
4. MEDICINA conjunto de informações dadas ao médico pelo paciente, mediante
interrogatório, sobre o seu passado e a história da sua doença
5. RELIGIÃO (liturgia) parte da missa que inicia as orações depois da
consagração
Do grego anámnesis, «recordação», pelo francês anamnèse, «idem»

The ecological thought that thinks hyperobjects is not one in which individuals are
embedded in a nebulous overarching system, or conversely, one in which something
vaster than individuals extrudes itself into the temporary shapes of individuals.
Hyperobjects provoke irreductionist thinking, that is, they present us with scalar
dilemmas in which ontotheological statements about which thing is the most real
(ecosystem, world, environment, or conversely, individual) become impossible.28 

(The term irreduction is derived from the work of Bruno Latour and Graham
Harman. Graham Harman, Prince of Networks: Bruno Latour and Metaphysics
(Melbourne: Re.press, 2009), 12.)

Likewise, irony qua absolute distance also becomes inoperative. Rather


than a vertiginous antirealist abyss, irony presents us with intimacy with
existing nonhumans.
 

da metalinguagem descrito por Timothy Morton em Escrever um Manifesto, em 2021,


insere um contexto numa 

“Hyperobjects have numerous properties in common. They are viscous,


which means that they “stick” to beings that are involved with them.
They are nonlocal; in other words, any “local manifestation” of a hyperobject
is not directly the hyperobject.2 They involve profoundly different
temporalities than the human-scale ones we are used to. In particular,
some very large hyperobjects, such as planets, have genuinely Gaussian
temporality: they generate spacetime vortices, due to general relativity.
Hyperobjects occupy a high-dimensional phase space that results in
their being invisible to humans for stretches of time.”

OBJECTO TRANSMEDIAL QUE DESAFIA CONCEPTUALMENTE A


REPRESENTAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS RELACIONADO COM O G´NERO
FEMININO.

Léxico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Léxico é o conjunto de palavras existente em um determinado idioma (língua),[1] que
as pessoas têm à disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito em seu
contexto.[2] O sistema léxico é um acervo geolinguístico transmitido entre gerações;
traduz a experiência cultural acumulada por uma sociedade através do tempo;
patrimônio vocabular de uma comunidade linguística através de sua geografia.
Os usuários de um idioma não são capazes de dominar por completo o léxico de seu
idioma materno, pois sua principal característica é a mutabilidade, devido o idioma ser
vivo e as relações humanas estarem em constante transformação. Algumas palavras
se tornam arcaicas, outras são gestuais, algumas mudam de sentido, e tudo isso
ocorre de forma gradual, quase imperceptível. Este é um processo inerente à língua e
não uma ameaça à continuidade. O léxico de um idioma não é finito.
O léxico se divide em categorias lexicais (onde ficam palavras de classe aberta para
gerar novos termos) e categorias funcionais (engloba palavras com função unicamente
gramatical para indicar relações entre os componentes de um predicado.
A Linguística se interessa por analisar os princípios teóricos do léxico, no qual a
técnica de composição destes se chama Lexicografia. Esta área do conhecimento
serve para explicar as unidades lexicais de uma linguagem. Outra disciplina desta
esfera é a Matemática, que
se limita a compilar de forma sistemática as unidades lexicais.

https://www.magnusmundi.com/cueva-de-las-manos-caverna-das-maos-na-patagonia/

WILDE BEIJOS

GLOSSÁRIO
Ontologia (do grego ontos "ente" e logoi, "ciência do ser") é a parte da metafísica que
trata da natureza, realidade e existência dos entes.[1][2] A ontologia trata do ser enquanto
ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a
cada um dos seres objeto de seu estudo. A aparição do termo data do século XVII, e
corresponde à divisão que Christian Wolff realizou quanto à metafísica, seccionando-a em
metafísica geral (ontologia) e as especiais (Cosmologia Racional, Psicologia Racional e
Teologia Racional). Embora haja uma especificação quanto ao uso do termo, a filosofia
contemporânea entende que metafísica e ontologia são, na maior parte das vezes,
sinônimos, muito embora a metafísica seja o estudo do ser e dos seus princípios gerais e
primeiros, sendo portanto, mais ampla que o escopo da ontologia.

- Um apêndice bibliográfico onde se destacam os manifestos e referências mais


prontamente consultados e relevantes;

Arte e Comunicação Multimédia


Ensaio Crítico Complementar ao Manifesto “Sem Título”

Professor Heitor Alvelos -- Daniel Pinheiro -- Rogério Nuno Costa --- Terceira Via 

Manifesto Xenofeminista 

Manifesto Cyborg

Manifesto Zombie

Hiperobjecto --- 

Ecologia Sombria

Ontologia

Irredutibilidade LATOUR

Manoel de Barros Livro Sobre Nada

Mary Beard, Mulheres e Poder

ONTOLOGIA E GÊNERO Realismo crítico e o método das explicações contrastivas*


Cynthia Lins Hamlin

Solange Maria de Barros, Viviane De Melo Resende, Realismo crítico e análise de


discurso crítica: hibridismos de fronteiras epistemológicas

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