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Devido ao contexto pandêmico, esta unidade curricular concretizou-se por via digital,
durante a qual o contacto, exposição e aplicação colaborativa em contexto de aula a
conteúdos e conceitos tais como Atlas Mnemosyne de Aby Warburg, ou a técnica de
corte descrita por William Burroughs e Brian Gysin em Third Eye, como também a
análise da condição contemporânea de Franco Bifo Berardi em obras como The
Uprising – On Poetry and Finance, e a pesquisa de Daniel Pinheiro na área da
Networked Performance, para dar apenas alguns exemplos, efectivou-se na
elaboração colectiva de Glossário mesmósico contemporâneo:
a remistura das palavras e seu poder polissêmico e culminou com o desafio para a
elaboração deste Manifesto.
Em nenhum momento da minha vida me senti satisfeita com a forma como a
correspondência ou conformidade a configurações e padrões pré-estabelecidos de
comportamentos, modos e costumes eram expectáveis em relação à identidade de
género que me ia sendo apresentada enquanto contingência de inserção social. Se a
obrigatoriedade em assumir comportamentos ditos “próprios” do “feminino”, através de
códigos tais como o cruzar de pernas na posição sentada me incomodam desde
criança, hoje em dia qualquer imposição de padrões de feminilidade exaspera-me até
à exaustão, tendo em parte sido também essa mesma exaustão que fundamentou e
deu mote para o processo de escrita deste manifesto.
“No princípio de tudo está portanto, evidentemente, a palavra vir, “homem”, com o
sentido de “macho”: vir não é homo, se assim podemos dizer. A palavra vir pode aliás,
por si só, remeter também para os órgãos masculinos, como vemos em poetas como
Catulo, contemporâneo de César e de Cícero: quando Átis, O Frígio, num momento de
loucura se emascula, quando se «despoja» da sua virilidade, ele constata que o seu
corpo está «sine viro» sem órgãos da virilidade – e o poeta emprega por vezes o
género feminino para o (a?) descrever.”
Ieda Tucherman, em O Corpo e os seus Monstros (II.3, p.35) refere como a
idealização do corpo na pólis grega configurava a crença de que macho e fêmea eram
dois pólos de um continuum corporal, a diferença que havia entre ambos era de grau
(sendo grau o calor dos corpos) e não de natureza; enunciavam o corpo como tendo
um único sexo de modo que;
“(…) o registo médico formava uma escala ascendente de valores da fêmea, fria,
passiva; para o macho, quente, forte e participante, ainda que fossem da mesma
matéria. E embora compareçam corpos femininos como desvios caloríficos da sua
«normalidade», expressos nas amazonas-guerreiras (masculinizadas) e na figura das
prostitutas sagradas, as leis da cidade aplicavam normas diferentes aos corpos
masculino e feminino.”
Práticas como a excisão genital feminina mantêm-se hoje em dia em curso como eco
destes cânones e paradigmas.
não trouxe mais que limites e imposições aos seres do género feminino, que na
Grécia, eram consideradas
biológica até porque este padrão foi elaborado por e para uma maioria de indivíduos
que se designaram biologicamente machos nomenclados
(Artaud)
Neste sentido optei por seguir um caminho que já havia iniciado no passado, pegando
num símbolo cujo baptismo sempre me pareceu referencial,
A concretização
O glossário Mnemósico
Um mergulho vertiginoso de valores referênciais suficientes para ter material de leitura
e releitura durante a próxima década.
A
necessidade de
coisas com as quais não me conformo ou de que desconfio é um gesto que me foi
familiar durante a infânciainstintivo que, reprimido
Partindo dos princípios nomeados por Latour em relação à irredutibilidade, “We still
know noting about these objects or what they entail. All that is clear is their
metaphysical equality. The world is a stage filled with actors; philosophy is object-
oriented philosophy.”
Peguei em material que tinha guardado na gaveta há cinco anos, cuja essência me
escapava por o olhar sempre com uma perspectiva redutora, que me
At the end of the winter of 1972, on the road from Dijon to Gray, I was forced to stop,
brought to my senses after an overdose of reductionism’ (PF, p. 162). There
follows a Homeric catalog of various humans who like to reduce the world
to some special reality that explains all the others: Christians, Catholics, astronomers,
mathematicians, philosophers, Hegelians, Kantians, engineers,
administrators, intellectuals, bourgeoisie, Westerners, writers, painters, semioticians,
males, militants, and alchemists.
Anamnesis
Anamnesis means remembrance or reminiscence, the collection and re-collection
of what has been lost, forgotten, or effaced. It is therefore a matter of the very
old, of what has made us who we are. But anamnesis is also a work that transforms
its subject, always producing something new. To recollect the old, to produce the
new: that is the task of Anamnesis.
anamnese
a.nam.ne.seɐnɐˈmnɛz(ə)
nome feminino
1. recordação pouco precisa; reminiscência
2. FILOSOFIA conceito essencial da filosofia de Platão (filósofo grego, 427-347 a.
C.), segundo o qual a alma, ainda que cativa do corpo, pode, através de um processo
de rememoração, recuperar o conhecimento anteriormente perdido
3. recurso estilístico pelo qual o orador simula lembrar-se de uma coisa esquecida
4. MEDICINA conjunto de informações dadas ao médico pelo paciente, mediante
interrogatório, sobre o seu passado e a história da sua doença
5. RELIGIÃO (liturgia) parte da missa que inicia as orações depois da
consagração
Do grego anámnesis, «recordação», pelo francês anamnèse, «idem»
The ecological thought that thinks hyperobjects is not one in which individuals are
embedded in a nebulous overarching system, or conversely, one in which something
vaster than individuals extrudes itself into the temporary shapes of individuals.
Hyperobjects provoke irreductionist thinking, that is, they present us with scalar
dilemmas in which ontotheological statements about which thing is the most real
(ecosystem, world, environment, or conversely, individual) become impossible.28
(The term irreduction is derived from the work of Bruno Latour and Graham
Harman. Graham Harman, Prince of Networks: Bruno Latour and Metaphysics
(Melbourne: Re.press, 2009), 12.)
Léxico
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Léxico é o conjunto de palavras existente em um determinado idioma (língua),[1] que
as pessoas têm à disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito em seu
contexto.[2] O sistema léxico é um acervo geolinguístico transmitido entre gerações;
traduz a experiência cultural acumulada por uma sociedade através do tempo;
patrimônio vocabular de uma comunidade linguística através de sua geografia.
Os usuários de um idioma não são capazes de dominar por completo o léxico de seu
idioma materno, pois sua principal característica é a mutabilidade, devido o idioma ser
vivo e as relações humanas estarem em constante transformação. Algumas palavras
se tornam arcaicas, outras são gestuais, algumas mudam de sentido, e tudo isso
ocorre de forma gradual, quase imperceptível. Este é um processo inerente à língua e
não uma ameaça à continuidade. O léxico de um idioma não é finito.
O léxico se divide em categorias lexicais (onde ficam palavras de classe aberta para
gerar novos termos) e categorias funcionais (engloba palavras com função unicamente
gramatical para indicar relações entre os componentes de um predicado.
A Linguística se interessa por analisar os princípios teóricos do léxico, no qual a
técnica de composição destes se chama Lexicografia. Esta área do conhecimento
serve para explicar as unidades lexicais de uma linguagem. Outra disciplina desta
esfera é a Matemática, que
se limita a compilar de forma sistemática as unidades lexicais.
https://www.magnusmundi.com/cueva-de-las-manos-caverna-das-maos-na-patagonia/
WILDE BEIJOS
GLOSSÁRIO
Ontologia (do grego ontos "ente" e logoi, "ciência do ser") é a parte da metafísica que
trata da natureza, realidade e existência dos entes.[1][2] A ontologia trata do ser enquanto
ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a
cada um dos seres objeto de seu estudo. A aparição do termo data do século XVII, e
corresponde à divisão que Christian Wolff realizou quanto à metafísica, seccionando-a em
metafísica geral (ontologia) e as especiais (Cosmologia Racional, Psicologia Racional e
Teologia Racional). Embora haja uma especificação quanto ao uso do termo, a filosofia
contemporânea entende que metafísica e ontologia são, na maior parte das vezes,
sinônimos, muito embora a metafísica seja o estudo do ser e dos seus princípios gerais e
primeiros, sendo portanto, mais ampla que o escopo da ontologia.
Professor Heitor Alvelos -- Daniel Pinheiro -- Rogério Nuno Costa --- Terceira Via
Manifesto Xenofeminista
Manifesto Cyborg
Manifesto Zombie
Hiperobjecto ---
Ecologia Sombria
Ontologia
Irredutibilidade LATOUR