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CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP

FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO SERVIÇO DE BOMBEIRO MILITAR

ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR

SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E


DE DEFESA CIVIL

Organizador
Al Ten Adair Miranda

Porto Alegre, RS, 2021.


1
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE DEFESA CIVIL

CADERNO TEMÁTICO DE SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA


E DE DEFESA CIVIL

Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul

CEL QOEM CÉSAR EDUARDO BONFANTI

Diretor da Academia de Bombeiro Militar

Cel QOEM CARLOS ALBERTO DA SILVA SOUTO

Orientador

Cap QOEM Sandro Borges Selau

Organizador
Al Ten Adair Miranda

Colaboração Técnica
Maj QOEM RICARDO ARRUBES TOMAZ
1º Ten QTBM LUIZ LIMA DA LUZ
Al Ten ADAIR MIRANDA

Porto Alegre, RS, 2021.


ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE DEFESA CIVIL

PREFÁCIO

Mensagem do Comandante Geral

Palavra do Comandante Geral


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SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE DEFESA CIVIL

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................5
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA..........................................................................................................................7
1.1 Aspectos Gerais..............................................................................................................................................7
1.1.1 Poder de Polícia.......................................................................................................................................7
1.1.2 Polícia Administrativa..............................................................................................................................8
1.1.3 Polícia Judiciária......................................................................................................................................8
1.2 Órgãos de Polícia da União............................................................................................................................8
1.2.1 Polícia Federal.........................................................................................................................................8
1.2.2 Polícia Rodoviária Federal.......................................................................................................................9
1.2.3 Polícia Ferroviária Federal.......................................................................................................................9
1.3 Órgãos de Polícia dos Estados........................................................................................................................9
1.4 Órgãos de Polícia dos Municípios................................................................................................................10
1.5 Estado de Defesa e Estado de Sítio..............................................................................................................12
1.5.1 Estado de Defesa...................................................................................................................................12
1.5.2 Estado de Sítio.......................................................................................................................................13
1.5.3 Quadro comparativo entre Estado de Defesa x Estado de Sítio...........................................................13
HISTÓRIA DA DEFESA CIVIL....................................................................................................................................15
2.1 Histórico.......................................................................................................................................................15
2.2 Encaminhamentos Práticos..........................................................................................................................17
CONCEITO E LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.....................................................................................................................18
3.1 Defesa Civil - Conceito..................................................................................................................................18
3.2 Defesa Civil - Legislação Aplicável................................................................................................................18
ESTRUTURA DE DEFESA CIVIL NO BRASIL E RIO GRANDE DO SUL.........................................................................22
4.1 DEFESA CIVIL NO BRASIL..............................................................................................................................22
4.1.1 Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC......................................................................22
4.1.2 Competências da União........................................................................................................................23
4.2 DEFESA CIVIL NO RIO GRANDE DO SUL E NOS MUNICÍPIOS........................................................................25
4.2.1 Organograma da Defesa Civil Estadual.................................................................................................26
4.2.2 Competências dos Estados....................................................................................................................27
4.2.3 Competências dos Municípios..............................................................................................................27
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA.......................................................................28
5.1 Referência Normativa..................................................................................................................................28
5.1.1 Critérios para subsidiar.........................................................................................................................28
5.1.2 Critérios para homologação estadual e reconhecimento federal........................................................29
5.2 Benefícios da Decretação de Situação de Emergência e Estado de Calamidade Pública............................31
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES SOBRE DESASTRES S2ID.......................................................................32
6.1 Sistema S2ID.................................................................................................................................................32
6.2 Formulários..................................................................................................................................................33
CONCEITOS NO ÂMBITO DA PNPDEC....................................................................................................................40
7.1 Conceitos Básicos.........................................................................................................................................40
PRINCIPAIS EVENTOS ADVERSOS NO RIO GRANDE DO SUL..................................................................................44
8.1 Principais Eventos........................................................................................................................................44
8.1.1 ALAGAMENTO.......................................................................................................................................44
8.1.2 ENXURRADA..........................................................................................................................................45
8.1.3 INUNDAÇÃO..........................................................................................................................................46
8.1.4 VENDAVAL.............................................................................................................................................47

8.1.5 TORNADO..............................................................................................................................................48
8.1.6 GRANIZO................................................................................................................................................49
8.1.7 ESTIAGEM..............................................................................................................................................50
8.2 Outros eventos adversos.............................................................................................................................51
8.3 LEGISLAÇÕES DE DEFESA CIVIL.....................................................................................................................52
8.3.1 LEI Nº 12.340, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010...........................................................................................52
8.3.2 DECRETO Nº 7.257, DE 4 DE AGOSTO DE 2010.........................................................................................58
8.3.3 LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012....................................................................................................66
8.3.4 DECRETO Nº 51.547, DE 3 DE JUNHO DE 2014.........................................................................................77
8.3.5 PORTARIA Nº 3.040, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2020..................................................................................93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................................102

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SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE DEFESA CIVIL

INTRODUÇÃO

O cenário brasileiro atual, quando nos referimos aos diversos fatos negativos
ocorridos, onde podemos citar o alto índice de criminalidade, os diversos eventos
adversos, como: enxurradas, granizo, vendaval e o rompimento de barragens, tanto
os produzidos pela natureza ou pela ação do homem, tem demonstrado a
importância que os sistemas de segurança pública, e o sistema de Defesa Civil,
exercem sobre nossa sociedade.

Dessa forma, é primordial que os integrantes do Corpo de Bombeiros Militar


do Rio Grande do Sul, saibam identificar e trabalhar de forma integrada, junto aos
diversos órgãos do sistema de segurança pública, sendo os mesmos federais ou
estaduais, ainda, tenham conhecimento sobre suas legislações específicas,
conceitos básicos, procedimentos para Homologação pelo Estado e
Reconhecimento pela União, da Situação de Emergência e/ou Estado de
Calamidade Pública frente aos eventos adversos.

Bons estudos !!!!!!


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SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE DEFESA CIVIL

LIÇÃO 1

SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Fonte: Brigada Militar

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:


1) Conceituar Poder de Polícia;
2) Identificar a diferença entre Polícia Judiciária e Polícia Administrativa;
3) Conhecer a estrutura do Sistema de Segurança Pública no Brasil;
4) Entender a competência dos órgãos de Segurança Pública da União e do
Estado.

1.1 ASPECTOS GERAIS

1.1.1 PODER DE POLÍCIA

Para Maria Sylvia Zanella di Pietro: “o Poder de Polícia é a atividade do


Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do
interesse público”
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O objetivo fundamental da segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88).
A atividade policial divide-se em:

1.1.2 POLÍCIA ADMINISTRATIVA

Também chamada de preventiva ou ostensiva, atua preventivamente,


evitando que o crime aconteça. (Ex. Policiais Militares).

1.1.3 POLÍCIA JUDICIÁRIA (polícia de investigação)


Atua repressivamente, depois de ocorrido o ilícito penal. (Ex. Policiais Civis).

1.2 ÓRGÃOS DE POLÍCIA DA UNIÃO

Os órgãos de polícia no âmbito federal são: Polícia


Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária
Federal.

1.2.1 POLÍCIA FEDERAL


Organizada e mantida pela União, destina-se:
1) Apurar as infrações penais contra a ordem política e
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja
prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei (Lei 10.446/02 - ex. art. 148 e 159 CP por motivação
política; formação de cartel, Lei 8137/90, art. 4º, I, “a”, II, III, VII; violação aos direitos
humanos em decorrência de tratados internacionais; furto, roubo, receptação de
carga, praticados por agentes de mais de um ente da federação...);

2) Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o


contrabando e o descaminho;

3) Exercer funções de polícias marítimas, aeroportuárias e de fronteiras;


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4) Exercer exclusivamente as funções de polícia judiciária da União (art. 144,


§ 1º, IV, da CF/88).

1.2.2 POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL


Destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

1.2.3 POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL


Destina-se ao patrulhamento ostensivo nas ferrovias federais.

1.3 ÓRGÃOS DE POLÍCIA DOS ESTADOS

A Segurança Pública a nível estadual foi atribuída as Polícias Civis, Militares


e ao Corpo de Bombeiros Militar.

Polícias Civis: compete a investigação e a apuração de


infrações penais (exceto militares e as de competência
federal), ou seja, o exercício da polícia judiciária, em
âmbito estadual, as quais são dirigidas por Delegados de
Polícia (art. 144, § 4º, da CF/88).

Polícias Militares: compete o policiamento ostensivo e a


preservação da ordem pública, ou seja, atividade de polícia
administrativa, e de forças auxiliares e de reserva do Exército
(em caso de estado de emergência, estado de sítio ou de
guerra, poderão ser requisitados a exercerem atividades
distintas da de segurança pública (art. 129, da CE/89).

Corpos de Bombeiros Militares: também consideradas forças


auxiliares e de reserva do Exército, competem a prevenção e o
combate de incêndios, as buscas e salvamentos, as ações de
defesa civil e a polícia judiciária militar (art. 130, da CE/89).
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Texto constitucional de 3 de outubro de 1989 com as alterações


adotadas pela Emendas Constitucionais n.º 67, de 17 de junho de 2014.

“Art. 130. Ao Corpo de Bombeiros Militar, dirigido pelo(a) Comandante-


Geral, oficial(a) da ativa do quadro de Bombeiro Militar, do último posto
da carreira, de livre escolha, nomeação e exoneração pelo(a)
Governador(a) do Estado, competem a prevenção e o combate de
incêndios, as buscas e salvamentos, as ações de defesa civil e a polícia
judiciária militar, na forma definida em lei complementar.”

Subordinação: art. 144, § 6º, da CF/88 – aos Governos dos Estados, Distrito
Federal e Territórios.

As Polícias dos Estados e Territórios, são organizadas e mantidas


respectivamente pelos seus Estados e Territórios, os quais devem observar as
normas gerais da União (art. 22, XXI e 24, XVI, da CF/88);

Já a Polícia do Distrito Federal é organizada e mantida pela União (art. 21,


XIV da CF/88).

Polícia Penal:

E com Emenda Constitucional nº 104, de 2019 foi incorporada ao Sistema de


Segurança Pública mais uma atividade policial no Artigo 144: “VI - polícias penais
Federal, Estaduais e Distrital”.
A competência constitucional foi estabelecida como a seguinte: “§ 5º-A. Às
polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais”.

1.4 ÓRGÃOS DE POLÍCIA DOS MUNICÍPIOS

Na forma da lei, os Municípios poderão constituir Guardas Municipais


destinadas a proteção de seus bens, serviços e instalações (art. 144 § 8, da CF/88),
ou seja, o policiamento administrativo do município, com intuito de realizar a
proteção do patrimônio público contra a depredação e afins.
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ORGANOGRAMA:

Atribuição: Art. 144 da CF/88


* Emenda Constitucional nº 104, de
2019 foi incorporada ao Sistema de
Segurança Pública mais uma atividade
policial no Artigo 144: “VI - polícias
penais Federal, Estaduais e Distrital”.

1.5 ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO

São duas medidas de exceção, que somente podem ser decretadas em


situações específicas, além de identificar os requisitos e as medidas cabíveis nestes
dois casos: Estado de Defesa e Estado de Sítio.

1.5.1 ESTADO DE DEFESA (Art. 136, "caput" e §§ 1º a 7º da CF/88)


O estado de defesa pode ser decretado pelo Presidente da República, em
locais restritos, por tempo determinado, visando à preservação ou o
restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas por grave ou
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de grandes
proporções na natureza. A decretação do estado de defesa depende da oitiva do
Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional; de decreto do
Presidente da República, que determinará as áreas atingidas, bem como o tempo de
duração e as medidas
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coercitivas a serem adotadas; da submissão do decreto ao Conselho Nacional, que


rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria
absoluta de seus membros, no prazo de dez dias.

1.5.2 ESTADO DE SÍTIO (Arts. 137 a 141 da CF/88)

← Instrumento através do qual o Chefe de Estado suspende


temporariamente os direitos e as garantias dos cidadãos e os poderes legislativo e
judiciário são submetidos ao executivo, tudo como medida de defesa da ordem
pública. Para a decretação do Estado de Sítio, o Chefe de Estado, após ouvir o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, submete o decreto ao
Congresso Nacional a fim de efetivá-lo. O Estado de Sítio poderá ser decretado pelo
prazo máximo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos de guerra, que poderá
acompanhar o período de duração da guerra. Poderá ainda ser decretado quando
ocorrer casos extremos de grave ameaça à ordem constitucional democrática ou for
caso de calamidade pública.

1.5.3 QUADRO COMPARATIVO ENTRE ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE


SÍTIO

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO

● Comoção grave de repercussão


Instabilidade institucional ou
Hipóteses:

nacional;
calamidade da natureza que
● Ineficácia do Estado de Defesa;
ameace a ordem pública ou a paz
● Guerra ou agressão armada
social.
estrangeira.
Procedimento

Presidente decreta e submete, Presidente solicita e o Congresso


dentro de 24 horas, o ato Nacional decide, por maioria absoluta, se
ao Congresso Nacional (votação por decreta ou não.1
maioria absoluta).2

1
No caso de recesso, proceder-se-á da mesma maneira que no caso de Estado de defesa.
2
Estando o Congresso Nacional em recesso, será convocado, extraordinariamente, em cinco dias.
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Duraçã

● Trinta dias, prorrogável,


o

indefinidamente, por mais trinta dias.


● Trinta dias, prorrogável por mais
trinta dias. ● No caso de guerra ou agressão armada,
pode ser decretado indefinidamente.

● Prisão, por crime conta o Estado, ● Busca e apreensão em domicílio sem


sem flagrante ou mandado judicial;3 mandado judicial;
● Restrição aos direitos de: ● Restrição aos direitos:
- reunião; - locomoção (ir e vir);
- sigilo das comunicações; - sigilo das comunicações;
Medidas

● Ocupação e uso temporário de - liberdade de imprensa;


bens. - reunião;
● Intervenção em empresas de serviços
públicos;
● Requisição de bens;
● Prisão em edifício não destinado a tal
finalidade.
Fonte: Autor

Exercício de fixação:
Está na hora de testar seus conhecimentos!

Cite as diferenças entre Estado de Defesa e Estado de


Sítio:
_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________.

3
Neste caso, o juiz competente será imediatamente comunicado para relaxar a prisão no caso de
ilegalidade.
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LIÇÃO 2
HISTÓRIA DA DEFESA CIVIL
2.1 HISTÓRICO

As primeiras ações, estruturas e estratégias de proteção e segurança dirigidas


à população, tanto no Brasil como no resto do mundo, foram realizadas nos países
envolvidos na Segunda Guerra Mundial. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO
NACIONAL, [201-?], online).

O primeiro país a preocupar-se com a segurança de sua população foi a


Inglaterra, que instituiu a CIVIL DEFENSE (Defesa Civil), após os ataques sofridos
entre 1940 e 1941, quando foram lançadas toneladas de milhares de bombas sobre
as principais cidades e centros industriais ingleses, causando milhares de perdas de
vidas na população civil. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, [201-?],
online).
Figura 1: Ataques entre 1940 e 1941

Fonte: Ministério da Integração Nacional

No Brasil o tema começou a ser tratado em 1942, após o afundamento


dos navios militares Baependi, Araraquara e Aníbal Benévolo no litoral de Sergipe e
do vapor Itagiba no litoral do Estado da Bahia. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO
NACIONAL, [201-?], online).
Figura 2: Afundamento navio militar Baependi

Fonte: Heróis da FEB


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Na tarde de 17 de agosto, as vítimas do vapor Itagiba são resgatadas pelo


Cargueiro Arará, que também é torpedeado pelo submarino alemão U-507, e vem à
pique causando a morte de 20 tripulantes e 36 passageiros civis, entre eles
mulheres e crianças. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, [201-?], online).

A notícia dos afundamentos fez com que a população brasileira fosse às ruas
exigindo do governo uma resposta imediata aos ataques, que culminou com a
declaração de guerra do Brasil contra a Alemanha e a Itália e a criação do Serviço
de Defesa Passiva Antiaérea, em agosto de 1942. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO
NACIONAL, [201-?], online).

Em 1943, a denominação de Defesa Passiva Antiaérea é alterada para


Serviço de Defesa Civil, sob a supervisão da Diretoria Nacional do Serviço da
Defesa Civil, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Este órgão é extinto em
1946, bem como, suas Diretorias Regionais criadas nos Estados, Territórios e no
Distrito Federal. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, [201-?], online).

Assembleia Geral da ONU, realizada em 22 de dezembro de 1989, aprovou a


Resolução 44/236, que estabelecia o ano de 1990, como início da Década
Internacional para Redução dos Desastres Naturais (DIRDN). (MINISTÉRIO DA
INTEGRAÇÃO NACIONAL, [201-?], online).

O objetivo central da campanha era a redução de perdas de vidas, danos e


transtornos socioeconômicos, especialmente nos países em desenvolvimento,
provocados por desastres naturais. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL,
[201-?], online).
Figura 3: Assembleia Geral da ONU

Fonte: ONU / Brasil


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Em 2009, no Brasil foi realizada a 1ª Conferência Nacional de Defesa Civil e


Assistência Humanitária, cujos 1.500 delegados representantes dos Estados, Distrito
Federal e Municípios brasileiros, destacaram a importância do fortalecimento das
instituições de Defesa Civil municipais. Ao final da etapa nacional foram aprovadas
104 diretrizes. (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, [201-?], online).

Figura 4: 1ª Conferência Nacional de Defesa Civil

Fonte: Ministério da Integração Nacional

2.2 ENCAMINHAMENTOS PRÁTICOS

A segunda dezena do século XXI caracteriza-se pela retomada dos princípios


de redução de desastres, destacando as seguintes ações:

- Implantação do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil.


- Construção do Banco de Dados de Registros de Desastres.
- Mapeamento dos riscos de desastres no Brasil.
- Confecção do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.
- Aprovação da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNDEC.
- Implantação do sistema de informações e monitoramento de desastres.
- Organização do Sistema Nacional de Proteção Civil - SINPDEC, entre outras ações
de gestão de riscos e desastres.
- Realização da 2ª Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil. (MINISTÉRIO
DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, [201-?], online).
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LIÇÃO 3

CONCEITO E LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL
3.1 DEFESA CIVIL - CONCEITO

Defesa Civil ou proteção civil é o conjunto de ações preventivas, de socorro,


assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres naturais
e os acidentes tecnológicos, preservar o moral da população e restabelecer a
normalidade social.
Figura 5: Ações de Defesa Civil

Fonte: Ministério da Integração Nacional

3.2 DEFESA CIVIL - LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Conforme cita a Constituição Federal da Republica Federativa do Brasil:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988


CAPÍTULO II - DA UNIÃO
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:XXVIII -
defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil
e mobilização nacional;
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CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de
defesa civil.

Conforme cita a Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012:

Art. 3º A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC


abrange as ações de:
- Prevenção;
- Mitigação;
- Preparação;
- Resposta;
- Recuperação voltadas à proteção e defesa.

Figura 6: Ações de Defesa Civil

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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Conforme cita a Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012:

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012


Das Competências dos Entes Federados
Art. 7º Compete aos Estados:
I - Executar a PNPDEC em seu âmbito territorial;
II - Coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os
Municípios;
III - Instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;
IV - Identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de
identificação de ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades, em
articulação com a União e os Municípios;
V - Realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico
das áreas de risco, em articulação com a União e os Municípios;
VI - Apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de
situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - Declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou
situação de emergência;
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento
das áreas de risco, na elaboração dos Planos de Contingência de
Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção e
alerta e de ações emergenciais.  
Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil conterá,
no mínimo:
I - A identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de
desastres;
II - As diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no
âmbito estadual, em especial no que se refere à implantação da rede
de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias
com risco de desastre.

Conforme cita a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul de 1989:

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DE 1989


Da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar
Art. 130.  Ao Corpo de Bombeiros Militar, dirigido pelo (a)
Comandante-Geral, oficial(a) da ativa do quadro de Bombeiro Militar,
do último posto da carreira, de livre escolha, nomeação e exoneração
pelo(a) Governador(a) do Estado, competem a prevenção e o
combate de incêndios, as buscas e salvamentos, as ações de
defesa civil e a polícia judiciária militar, na forma definida em lei
complementar.
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Art. 164.  O Estado manterá programas de prevenção e socorro nos


casos de calamidade pública em que a população tenha
ameaçados os seus recursos, meios de abastecimento ou de
sobrevivência.
 
Parágrafo único.  Lei complementar disporá sobre o sistema estadual
de Defesa Civil, a decretação e o reconhecimento do estado de
calamidade pública, bem como sobre a aplicação dos recursos
destinados a atender às despesas extraordinárias decorrentes.

Conforme cita a lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010:

LEI Nº 12.340, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010


Dispõe sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC, sobre as
transferências de recursos para ações de socorro, assistência às
vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas
áreas atingidas por desastre, e sobre o Fundo Especial para
Calamidades Públicas, e dá outras providências.

Art. 1o O Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC tem como


objetivo planejar, articular e coordenar as ações de defesa civil em
todo o território nacional.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se como defesa


civil o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e
recuperativas destinadas a evitar desastres e minimizar seus
impactos para a população e restabelecer a normalidade social.

Art. 2o Os órgãos e entidades da administração pública da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e as entidades da
sociedade civil responsáveis pelas ações de defesa civil comporão o
SINDEC.
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LIÇÃO 4

ESTRUTURA DE DEFESA CIVIL NO


BRASIL E RIO GRANDE DO SUL

4.1 DEFESA CIVIL NO BRASIL

Em todo território brasileiro, as ações de proteção e defesa civil são


desenvolvidas no âmbito do sistema nacional de proteção e defesa civil - SINPDEC,
sendo constituído pelos órgãos e entidades da administração pública federal, dos
estados, do distrito federal e dos municípios e pelas entidades públicas e privadas
de atuação significativa na área de proteção e defesa civil.

4.1.1 SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – SEDEC

A SEDEC apoia, complementando as ações dos Estados, Distrito Federal e


Municípios.

As ações de Defesa Civil tem o objetivo de minimizar desastres,


compreendendo ações de prevenção, preparação para emergências, resposta aos
desastres e reconstrução.

São ações multissetoriais, envolvendo os três níveis de governo - federal,


estadual e municipal - sendo que a comunidade participa de forma conjunta ao
sistema.
Figura 7: Defesa Civil Nacional

Fonte: Ministério da Integração Nacional

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Figura 8: Estrutura da Defesa Civil Nacional

4.1.2 COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

Conforme cita a Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012:

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012.


Art. 6o Compete à União:
I - expedir normas para implementação e execução da PNPDEC;
II - coordenar o SINPDEC, em articulação com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios;
III - promover estudos referentes às causas e possibilidades de
ocorrência de desastres de qualquer origem, sua incidência, extensão
e consequência;
IV - apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no
mapeamento das áreas de risco, nos estudos de identificação de
ameaças, suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de desastre e nas
demais ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e
recuperação;
V - instituir e manter sistema de informações e monitoramento de
desastres;
VI - instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto,
inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos;
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VII - instituir e manter sistema para declaração e reconhecimento de


situação de emergência ou de estado de calamidade pública;
VIII - instituir o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil;
IX - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico
das áreas de risco, bem como dos riscos biológicos, nucleares e
químicos, e produzir alertas sobre a possibilidade de ocorrência de
desastres, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
X - estabelecer critérios e condições para a declaração e o
reconhecimento de situações de emergência e estado de calamidade
pública;
XI - incentivar a instalação de centros universitários de ensino e
pesquisa sobre desastres e de núcleos multidisciplinares de ensino
permanente e a distância, destinados à pesquisa, extensão e
capacitação de recursos humanos, com vistas no gerenciamento e na
execução de atividades de proteção e defesa civil;
XII - fomentar a pesquisa sobre os eventos deflagradores de
desastres; e
XIII - apoiar a comunidade docente no desenvolvimento de material
didático-pedagógico relacionado ao desenvolvimento da cultura de
prevenção de desastres.

§ 1o O Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil conterá, no


mínimo:
I - a identificação dos riscos de desastres nas regiões geográficas e
grandes bacias hidrográficas do País; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no
âmbito nacional e regional, em especial quanto à rede de
monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico e dos riscos
biológicos, nucleares e químicos e à produção de alertas antecipados
das regiões com risco de desastres.

§ 2o Os prazos para elaboração e revisão do Plano Nacional de


Proteção e Defesa Civil serão definidos em regulamento.
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4.2 DEFESA CIVIL NO RIO GRANDE DO SUL E NOS MUNICÍPIOS

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do


Sul foi criada através do Decreto Estadual nº 20.357, de 9 de julho de 1970, e teve
sua atual estrutura definida no ano de 2003, através do Decreto Estadual nº 42.355,
de 18 de julho daquele ano. Está diretamente ligada a Casa Militar do Gabinete
do Governador e tem sua sede no Palácio Piratini, em Porto Alegre. (DEFESA
CIVIL RIO GRANDE DO SUL, [201-?], online). Hodiernamente, o Sistema Estadual
de Proteção e Defesa Civil do Estado é disposto pelo Decreto nº 51.547, de 3 de
junho de 2014.

É um órgão integrante do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil


(SINPDEC), conforme o Decreto nº 7.257, de 4 de agosto de 2010, e atua nas fases
de prevenção, mitigação, preparação, resposta e reconstrução de cenários, nos
desastres naturais ou provocados pelo homem. Em conjunto com a Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil, ela é responsável por coordenar as ações
realizadas pela Defesa Civil dos municípios. (DEFESA CIVIL RIO GRANDE DO
SUL, [201-?], online)

Também conta com o apoio de órgãos parceiros como universidades,


institutos de pesquisa e meteorologia, secretarias de estado, entre outras, que
melhor qualificam a antecipação e a resposta aos desastres. Vale-se, também, da
tecnologia da informação para identificar vulnerabilidades, propor medidas de
proteção e contingenciamento, sempre visando a qualidade de vida da população
gaúcha. (DEFESA CIVIL RIO GRANDE DO SUL, [201-?], online)

Os municípios através do apoio técnico das Coordenadorias Regionais de


Proteção e Defesa Civil, devem implantar em seus territórios, as suas
Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC's).
Figura 9: Defesa Civil Estadual

Fonte: Defesa Civil RS, 2016


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Figura 10: Organograma Defesa Civil Estadual

Fonte: Defesa Civil RS, 2015

4.2.1 ORGANOGRAMA DA DEFESA CIVIL ESTADUAL


- Coordenadoria Estadual de Defesa Civil
- Subchefia da Defesa Civil

- Divisão Administrativa e Comunicação Social


- Divisão de Apoio Técnico
- CODEC – Centro de Operações 24h
- Divisão de Assistência às Comunidades Atingidas
- Divisão de Convênios
- Divisão de Relações Comunitárias

Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil (CREPDEC)


CREPDEC 1 – Região Metropolitana e Litoral
CREPDEC 2 – Passo Fundo
CREPDEC 3 – Santa Maria
CREPDEC 4 – Pelotas
CREPDEC 5 - Santo Ângelo
CREPDEC 6 – Uruguaiana
CREPDEC 7 – Frederico Westphalen
CREPDEC 8 - Lajeado
CREPDEC 9 - Caxias do Sul
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4.2.2 COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS

Conforme cita a Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012:

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012.


Art. 7o Compete aos Estados:
I - executar a PNPDEC em seu âmbito territorial;
II - coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os
Municípios;
III - instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;
IV - identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de
identificação de ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades, em
articulação com a União e os Municípios;
V - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico
das áreas de risco, em articulação com a União e os Municípios;
VI - apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de
situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou
situação de emergência; e
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento
das áreas de risco, na elaboração dos Planos de Contingência de
Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção e
alerta e de ações emergenciais.

Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil


conterá, no mínimo:

I - a identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de


desastres; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no
âmbito estadual, em especial no que se refere à implantação da rede
de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias
com risco de desastre.

4.2.3 COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012.


Art. 8o Compete aos Municípios:
I - executar a PNPDEC em âmbito local;
[...]
XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por
desastres.
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LIÇÃO 5

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E
ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

5.1 REFERÊNCIA NORMATIVA

Conforme a Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 2016, do


Ministério da Integração Nacional

5.1.1 CRITÉRIOS PARA SUBSIDIAR

Conforme cita a Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 2016:

Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 2016.


Estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação
de emergência ou estado de calamidade pública pelos Municípios,
Estados e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento federal das
situações de anormalidade decretadas pelos entes federativos e dá
outras providências.

Quanto à intensidade os desastres são classificados em três níveis:


a) nível I - desastres de pequena intensidade
b) nível II - desastres de média intensidade
c) nível III - desastres de grande intensidade

§ 1º São desastres de nível I aqueles em que há somente danos


humanos consideráveis e que a situação de normalidade pode ser
restabelecida com os recursos mobilizados em nível local ou
complementados com o aporte de recursos estaduais e federais.

§ 2º São desastres de nível II aqueles em que os danos e prejuízos


são suportáveis e superáveis pelos governos locais e a situação de
normalidade pode ser restabelecida com os recursos mobilizados em
nível local ou complementados com o aporte de recursos estaduais e
federais;
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§ 3º São desastres de nível III aqueles em que os danos e prejuízos


não são superáveis e suportáveis pelos governos locais e o
restabelecimento da situação de normalidade depende da mobilização
e da ação coordenada das três esferas de atuação do Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) e, em alguns casos, de
ajuda internacional.

§ 4º Os desastres de nível I e II ensejam a decretação de situação de


emergência, enquanto os desastres de nível III a de estado de
calamidade pública.

Art. 3º. Os desastres de nível II são caracterizados pela ocorrência de


ao menos dois danos, sendo um deles obrigatoriamente danos
humanos que importem no prejuízo econômico público ou no prejuízo
econômico privado que afetem a capacidade do poder público local
em responder e gerenciar a crise instalada;

Art. 4º. Os desastres de nível III são caracterizados pela


concomitância na existência de óbitos,isolamento de população,
interrupção de serviços essenciais, interdição ou destruição de
unidades habitacionais, danificação ou destruição de instalações
públicas prestadoras de serviços essenciais eobras de infraestrutura
pública.

5.1.2 CRITÉRIOS PARA HOMOLOGAÇÃO ESTADUAL E RECONHECIMENTO


FEDERAL

Conforme cita a Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 2016:

Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 2016.


Art. 5º O Poder Executivo Federal poderá reconhecer o decreto
do Prefeito, Governador do Estado ou Distrito Federal quando for
necessário estabelecer uma situação jurídica especial para execução
das ações de socorro e assistência humanitária à população atingida,
restabelecimento de serviços essenciais e recuperação de áreas
atingidas por desastre.

Art. 6º. O reconhecimento federal se dará por meio de portaria,


mediante requerimento do Chefe do Poder Executivo do Município,
do Estado ou do Distrito Federal afetado pelo desastre.
§ 1º O requerimento deve explicitar:
I – As razões pelas quais a autoridade do poder executivo municipal
ou estadual deseja o reconhecimento;
II - Necessidade comprovada de auxílio federal complementar, data e
tipo de desastre;
III – Especificação dos benefícios federais a serem pleiteados para
atendimento às vítimas de desastres, conforme disposto em
legislação;
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IV – Deve contemplar a fundamentação legal e estar acompanhado


dos seguintes
documentos:
a) Decreto da SE ou ECP do ente federado solicitante (original ou
cópia autenticada ou carimbo e assinatura de confere com original);
b) Formulário de Informações do Desastre – FIDE, conforme o
estabelecido no anexo I desta Instrução Normativa;
c) Declaração Municipal de Atuação Emergencial – DMATE e/ou
Declaração Estadual de Atuação Emergencial – DEATE, conforme o
estabelecido nos anexos II e III desta Instrução Normativa,
demonstrando as medidas e ações em curso, capacidade de atuação
e recursos humanos, materiais, institucionais e financeiros
empregados pelo ente federado afetado para o restabelecimento da
normalidade;
d) Parecer Técnico do Órgão Municipal ou do Distrito Federal e,
quando solicitado, do Órgão Estadual de Proteção e Defesa Civil;
e) Relatório Fotográfico, conforme o estabelecido no anexo IV desta
Instrução Normativa, contendo fotos datadas, legendadas, com boa
resolução, preferencialmente georreferenciadas e que,
obrigatoriamente, demonstrem a relação direta com os prejuízos
econômicos e, quando possível, com os danos declarados;
f) Outros documentos e registros que comprovem as informações
declaradas e auxiliem na análise do reconhecimento federal.

§ 2º Os documentos mencionados neste artigo deverão ser enviados


ao Ministério da Integração Nacional, via Sistema Integrado de
Informações sobre Desastres - S2ID, conforme o estabelecido na
Portaria nº 526, de 06 de setembro de 2012, observados os prazos,
procedimentos e critérios estabelecidos pela legislação pertinente.

I – No caso de desastres súbitos – 15 (quinze) dias da ocorrência do


desastre;
II – No caso dos desastres graduais ou de evolução crônica – 20
(vinte) dias contados da data do Decreto do ente federado que
declara situação anormal.

Art. 7º. Quando flagrante a intensidade do desastre e seu impacto


social, econômico e ambiental na região afetada, a Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil, poderá reconhecer
sumariamente a situação de emergência ou o estado de calamidade
pública com base apenas no Requerimento e no Decreto do
respectivo ente federado com o objetivo de acelerar as ações
federais de resposta aos desastres.

Parágrafo Único – Quando o reconhecimento for sumário, a


documentação prevista no § 1º do artigo 6º deverá ser encaminhada
ao Ministério da Integração Nacional no prazo máximo de 15 (quinze)
dias da data de publicação do reconhecimento.
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5.2 BENEFÍCIOS DA DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E


ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

A decretação de Situação de Emergência e/ou Estado de Calamidade


Pública, possibilita as pessoas e aos municípios atingidos, o acesso à alguns
benefícios que facilitam na recuperação e reconstrução dos danos causados, sendo
alguns deles: as pessoas afetadas poderão retirar o dinheiro retido no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), as prefeituras poderão alterar seu
orçamento, contratos e aquisições, poderão ser feitos com a dispensa de licitação
observado a nova legislação e seu rito, conforme a Lei nº 14.133, de 1º de abril de
2021, e as dívidas de crédito (PROAGRO e do PRONAF, programas de incentivo à
agricultura) poderão ser renegociadas, além da liberação de recursos financeiros e
materiais, por parte do Estado e União (telhas, cestas básicas, colchões, etc).
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LIÇÃO 6

SISTEMA INTEGRADO DE
INFORMAÇÕES SOBRE DESASTRES
S2ID

6.1 SISTEMA S2ID

É um sistema utilizado pelos agentes de defesa civil, consistido em uma


ferramenta georreferenciada, que permitirá aos gestores públicos e aos
pesquisadores desenvolver o conhecimento na gestão de riscos e de desastres,
além de facilitar aos operadores do sistema de defesa civil, os tramites legais na
homologação pelo Estado e reconhecimento pela União, das situações de
emergência e Estado de Calamidade Pública.

Figura 11: Sistema S2ID

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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6.2 FORMULÁRIOS

FIDE
Figura 12: FIDE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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FIDE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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FIDE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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DMATE
Figura 13: DMATE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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DMATE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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DEATE
Figura 14: DEATE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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DEATE

Fonte: Ministério da Integração Nacional


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LIÇÃO 7

CONCEITOS NO ÂMBITO DA
PNPDEC

7.1 CONCEITOS BÁSICOS

Conforme o Ministério da Integração Nacional:

I - proteção e defesa civil: conjunto de ações de prevenção, mitigação, preparação,


resposta e recuperação destinadas a evitar desastres e minimizar seus impactos
sobre a população e a promover o retorno à normalidade social, econômica ou
ambiental;

II - ações de prevenção: medidas e atividades prioritárias destinadas a evitar a


instalação de riscos de desastres.

III – ações de mitigação: medidas e atividades imediatamente adotadas para


reduzir ou evitar as consequências do risco de desastre;

IV - ações de preparação: medidas desenvolvidas para otimizar as ações de


resposta e minimizar os danos e as perdas decorrentes do desastre;

V - ações de resposta: medidas emergenciais, realizadas durante ou após o


desastre, que visam ao socorro e à assistência da população atingida e ao retorno
dos serviços essenciais;

VI - ações de recuperação: medidas desenvolvidas após o desastre para retornar à


situação de normalidade, que abrangem a reconstrução de infraestrutura danificada
ou destruída, e a reabilitação do meio ambiente e da economia, visando ao bem-
estar social;
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VII - desastre: resultado de eventos adversos, naturais, tecnológicos ou de origem


antrópica, sobre um cenário vulnerável exposto a ameaça, causando danos
humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais;

VIII - situação de emergência: situação anormal, provocada por desastres,


causando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento parcial da
capacidade de resposta do poder público do ente federativo atingido;

IX - estado de calamidade pública: situação anormal, provocada por desastre,


causando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da
capacidade de resposta do poder público do ente federativo atingido;

X- ameaça: evento em potencial, natural, tecnológico ou de origem antrópica, com


elevada possibilidade de causar danos humanos, materiais e ambientais e perdas
socioeconômicas públicas e privadas;

XI - vulnerabilidade: exposição socioeconômica ou ambiental de um cenário sujeito


à ameaça do impacto deum evento adverso natural, tecnológico ou de origem
antrópica;

XII - risco de desastre: potencial de ocorrência de evento adverso sob um cenário


vulnerável;

XIII - gestão de risco de desastres: medidas preventivas destinadas à redução de


riscos de desastres, suas consequências e à instalação de novos riscos;

XIV - gestão de desastres: compreende o planejamento, a coordenação e a


execução das ações de resposta e de recuperação;

XV - plano de contingência: documento que registra o planejamento elaborado a


partir da percepção do risco de determinado tipo de desastres e estabelece os
procedimentos e responsabilidades;

XVI - desastre súbito: são eventos adversos que ocorrem de forma inesperada e
surpreendente, caracterizados pela velocidade da evolução e pela violência dos
eventos causadores;

XVII - desastre gradual: são eventos adversos que ocorrem de forma lenta e se
caracterizam por evoluírem em etapas de agravamento progressivo;
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XVIII - ações de socorro: ações que têm por finalidade preservar a vida das
pessoas cuja integridade física esteja ameaçada em decorrência do desastre,
incluindo a busca e o salvamento, os primeiros-socorros e o atendimento pré-
hospitalar;

XIX - ações de assistência às vitimas: ações que têm por finalidade manter a
integridade física e restaurar as condições de vida das pessoas afetadas pelo
desastre até o retorno da normalidade;

XX - ações de restabelecimento de serviços essenciais: ações que têm por


finalidade assegurar, até o retorno da normalidade, o funcionamento dos serviços
que garantam os direitos sociais básicos aos desamparados em consequência do
desastre;

XXI – evento adverso: desastre natural, tecnológico ou de origem antrópica;

XXII - evento adverso natural: desastre natural considerado acima da normalidade


em relação à vulnerabilidade da área atingida, que podem implicar em perdas
humanas, socio-econômicas e ambientais;

XXIII - evento adverso tecnológico: desastre originado por condições tecnológicas


decorrentes de falhas na infraestrutura ou nas atividades humanas específicas
consideradas acima da normalidade, que podem implicar em perdas humanas,
socioeconômicas e ambientais;

XXIV - evento adverso antrópico: desastre decorrente de atividades humanas


predatórias ou consideradas acima da normalidade, que podem implicar em perdas
humanas, socioeconômicas e ambientais;

XXV - dano: resultado das perdas humanas, materiais ou ambientais infligidas às


pessoas, comunidades, instituições, instalações e aos ecossistemas, como
consequência de um desastre;
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XXVI - prejuízo: medida de perda relacionada com o valor econômico, social e


patrimonial de um determinado bem, em circunstâncias de desastre;

XXVII - perda: privação ao acesso de algo que possuía ou a serviços essenciais; e

XXVIII - recursos: conjunto de bens materiais, humanos, institucionais e financeiros


utilizáveis em caso de desastre e necessários para o restabelecimento da
normalidade.
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LIÇÃO 8

PRINCIPAIS EVENTOS ADVERSOS


NO RIO GRANDE DO SUL
8.1 PRINCIPAIS EVENTOS

8.1.1 ALAGAMENTO

Extrapolação da capacidade de escoamento de sistemas de drenagem


urbana e consequente acúmulo de água em ruas, calçadas ou outras infraestruturas
urbanas, em decorrência de precipitações intensas.

COBRADE: 1.2.3.0.0

SIMBOLOGIA:

Figura 15: Alagamento

Fonte: Diário Catarinense


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8.1.2 ENXURRADA

 
Escoamento superficial de alta velocidade e energia, provocado por chuvas
intensas e concentradas, normalmente em pequenas bacias de relevo acidentado.
Caracterizada pela elevação súbita das vazões de determinada drenagem e
transbordamento brusco da calha fluvial.

Apresenta grande poder destrutivo.

COBRADE: 1.2.2.0.0

SIMBOLOGIA:

Figura 16: Enxurrada

Fonte: G1.com
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8.1.3 INUNDAÇÃO 

Submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água em zonas


que normalmente não se encontram submersas.

O transbordamento ocorre de modo gradual, geralmente ocasionado por


chuvas prolongadas em áreas de planície.

COBRADE: 1.2.1.0.0

SIMBOLOGIA:

Figura 17: Inundação

Fonte: Gazeta do povo


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8.1.4 VENDAVAL 

Forte deslocamento de uma massa de ar em uma região. Forma-se,


normalmente, pelo deslocamento de ar de área de alta para baixa pressão. Ocorre,
eventualmente, quando da passagem de frentes frias, e sua força será tanto maior
quanto maior a diferença de pressão das "frentes". Também chamado de vento
muito duro, corresponde ao número 10 da Escala de Beaufort, compreendendo
ventos cuja velocidade varia entre 88,0 a 102,0 km/h. Os vendavais normalmente
são acompanhados de precipitações hídricas intensas e concentradas, que
caracterizam as tempestades. Além das chuvas intensas, os vendavais podem ser
acompanhados de queda de granizo ou de neve, assim chamados de nevascas.

COBRADE: 1.3.2.1.5

SIMBOLOGIA:

Figura 18: Vendaval

Fonte: Correio do povo


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8.1.5 TORNADO 

Coluna de ar que gira de forma violenta e muito perigosa, estando em contato


com a terra e a base de uma nuvem de grande desenvolvimento vertical. Essa
coluna de ar pode percorrer vários quilômetros e deixa um rastro de destruição pelo
caminho percorrido.

COBRADE: 1.3.2.1.1

SIMBOLOGIA:

Figura 19: Escala Fujita

Fonte: Adverses events

Figura 20: Tornado

Fonte: Diário de Canoas


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8.1.6 GRANIZO 

Precipitação de pedaços irregulares de gelo.

Precipitação sólida de grânulos de gelo, transparentes ou translúcidos, de


forma esférica ou irregular, raramente cônica, de diâmetro igual ou superior a 5 mm.

Precipitação de pequenas pedras de gelo, com diâmetro de 5 a 50 mm, e, às


vezes maiores, caindo isoladamente ou em massas irregulares. 

COBRADE: 1.3.2.1.3

SIMBOLOGIA:

Figura 21: Granizo Figura 22: Granizo

Fonte: Defesa Civil RS Fonte: Defesa Civil RS

Figura 23: Granizo

Fonte: Correio do povo


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8.1.7 ESTIAGEM 

Período prolongado de baixa ou nenhuma pluviosidade, em que a perda de


umidade do solo é superior à sua reposição.

COBRADE: 1.4.1.0.0

SIMBOLOGIA:

Figura 24: Estiagem Figura 25: Estiagem

Fonte: Portal Rafael Fernandes Fonte: Culturamix

Figura 26: Estiagem

Fonte: G1.com
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8.2 OUTROS EVENTOS ADVERSOS

Cabe ressaltar que existem diversos tipos de eventos adversos que são
listados na Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade), a qual
pode ser encontrada no link: http://www.mi.gov.br/documents/3958478/0/Anexo+V+-
+Cobrade_com+simbologia.pdf/d7d8bb0b-07f3-4572-a6ca-738daa95feb0.

Exemplos de eventos adversos

Figura 27: Tsunami Figura 28: Furacão

Fonte: Youtube.com Fonte: Super abril

Figura 29: Geada Figura 30: Deslizamento

Fonte: Clicrbs Fonte: Veja abril

Figura 31: Rompimento de barragem Figura 32: Vazamento de Produto Químico


Fonte: Brasil.gov Fonte: G1.com
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8.3 LEGISLAÇÕES DE DEFESA CIVIL

Diante da magnitude do tema tratado no presente caderno e na


obrigatoriedade do Bombeiro Militar compreender as legislações do Sistema de
Segurança Pública e de Defesa Civil vamos transcrever a legislação para uma
leitura atenta e de estudo minucioso para o pleno êxito do cumprimento das nossas
missões constitucionais:

8.3.1 LEI Nº 12.340, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010

LEI Nº 12.340, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010.


Dispõe sobre as transferências de recursos da
União aos órgãos e entidades dos Estados,
Distrito Federal e Municípios para a execução de
ações de prevenção em áreas de risco de
Conversão da Medida Provisória nº 494, de 2010. desastres e de resposta e de recuperação em
Regulamento áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo
Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e
Defesa Civil; e dá outras
providências.     (Redação dada pela Lei nº
12.983, de 2014)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o        (Revogado pela Lei nº 12.608, de 2012)

Art. 1o-A.  A transferência de recursos financeiros para a execução de ações de prevenção em


áreas de risco de desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres aos
órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios observará as disposições desta Lei e
poderá ser feita por meio:       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

I - de depósito em conta específica mantida pelo ente beneficiário em instituição financeira


oficial federal; ou       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

II - do Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap) a fundos
constituídos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios com fim específico de execução das ações
previstas no art. 8o e na forma estabelecida no § 1o do art. 9o desta Lei.       (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)

§ 1o  Será responsabilidade da União, conforme regulamento:       (Incluído pela Lei nº 12.983,


de 2014)

I - definir as diretrizes e aprovar os planos de trabalho de ações de prevenção em áreas de


risco e de recuperação em áreas atingidas por desastres;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

II - efetuar os repasses de recursos aos entes beneficiários nas formas previstas no caput, de
acordo com os planos de trabalho aprovados;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

III - fiscalizar o atendimento das metas físicas de acordo com os planos de trabalho aprovados,
exceto nas ações de resposta; e       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
IV - avaliar o cumprimento do objeto relacionado às ações previstas no caput.       (Incluído
pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 2o Será responsabilidade exclusiva dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


beneficiados:       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

I - demonstrar a necessidade dos recursos demandados;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de


2014)

II - apresentar, exceto nas ações de resposta, plano de trabalho ao órgão responsável pela
transferência de recursos, na forma e no prazo definidos em regulamento;       (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)

III - apresentar estimativa de custos necessários à execução das ações previstas no caput,
com exceção das ações de resposta;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

IV - realizar todas as etapas necessárias à execução das ações de prevenção em área de


risco e de resposta e de recuperação de desastres, nelas incluídas a contratação e execução das
obras ou prestação de serviços, inclusive de engenharia, em todas as suas fases; e       (Incluído pela
Lei nº 12.983, de 2014)

V - prestar contas das ações de prevenção, de resposta e de recuperação ao órgão


responsável pela transferência de recursos e aos órgãos de controle competentes.       (Incluído pela
Lei nº 12.983, de 2014)

§ 3o  A definição do montante de recursos a ser transferido pela União decorrerá de


estimativas de custos das ações selecionadas pelo órgão responsável pela transferência de recursos
em conformidade com o plano de trabalho apresentado pelo ente federado, salvo em caso de ações
de resposta.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 4o  (VETADO).       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 5o  A União, representada pelo órgão responsável pela transferência de recursos, verificará
os custos e as medições da execução das ações de prevenção e de recuperação em casos
excepcionais de necessidade de complementação dos recursos transferidos, devidamente
motivados.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 6o  As referências de custos da União para as hipóteses abrangidas nos §§ 3 o a 5o poderão
ser baseadas em valores pagos pela administração pública em serviços e obras similares ou na
avaliação do custo global da obra, aferida mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou
paramétrica, nos termos do regulamento.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 7o  Os dispêndios relativos às ações definidas no caput pelos entes beneficiários serão


monitorados e fiscalizados por órgão ou instituição financeira oficial federal, na forma a ser definida
em regulamento.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 8o  Os entes beneficiários deverão disponibilizar relatórios nos prazos estabelecidos em


regulamento e sempre que solicitados, relativos às despesas realizadas com os recursos liberados
pela União ao órgão responsável pela transferência de recursos e aos órgãos de
controle.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 9o  Os entes federados darão ampla divulgação, inclusive por meio de portal na internet, às
ações inerentes às obras ou empreendimentos custeadas com recursos federais, em especial
destacando o detalhamento das metas, valores envolvidos, empresas contratadas e estágio de
execução, conforme condições a serem estabelecidas em regulamento.       (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)

§ 10.  No caso de haver excedente de recursos transferidos, o ente beneficiário poderá propor
sua destinação a ações correlatas àquelas previstas no caput, sujeitas à aprovação do órgão
responsável pela transferência dos recursos.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 11.  Os Estados poderão apoiar a elaboração de termos de referência, planos de trabalho e
projetos, cotação de preços, fiscalização e acompanhamento, bem como a prestação de contas de
Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes.       (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)

Art. 2o         (Revogado pela Lei nº 12.608, de 2012)

Art. 3o  O Poder Executivo federal apoiará, de forma complementar, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios em situação de emergência ou estado de calamidade pública, por meio dos
mecanismos previstos nesta Lei. 

§ 1o  O apoio previsto no caput será prestado aos entes que tiverem a situação de emergência
ou estado de calamidade pública reconhecidos pelo Poder Executivo federal. 

§ 2o  O reconhecimento previsto no § 1o dar-se-á mediante requerimento do Poder Executivo do


Estado, do Distrito Federal ou do Município afetado pelo desastre. 

Art. 3º-A.  O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos, conforme regulamento.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 1o  A inscrição no cadastro previsto no caput dar-se-á por iniciativa do Município ou


mediante indicação dos demais entes federados, observados os critérios e procedimentos previstos
em regulamento.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

§ 2o  Os Municípios incluídos no cadastro deverão:     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 I - elaborar mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de


grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;     (Incluído
pela Lei nº 12.608, de 2012)

 II - elaborar Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e instituir órgãos municipais de
defesa civil, de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão central do Sistema Nacional
de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC;     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de


desastre;     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas suscetíveis
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos; e     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas


voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados
para a construção civil.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 3o  A União e os Estados, no âmbito  de suas competências, apoiarão os Municípios na


efetivação das medidas previstas no § 2o.      (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 4o  Sem prejuízo das ações de monitoramento desenvolvidas pelos Estados e Municípios, o
Governo Federal publicará, periodicamente, informações  sobre a evolução das ocupações em áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos
geológicos ou hidrológicos correlatos nos Municípios constantes do cadastro.     (Incluído pela Lei nº
12.608, de 2012)

 § 5o  As informações de que trata o § 4o serão encaminhadas, para conhecimento e


providências, aos Poderes Executivo e Legislativo dos respectivos Estados e Municípios e ao
Ministério Público.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 6o  O Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil será elaborado no prazo de 1 (um)
ano, sendo submetido a avaliação e prestação de contas anual, por meio de audiência pública, com
ampla divulgação.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
§ 7o  São elementos a serem considerados no Plano de Contingência de Proteção e Defesa
Civil, a ser elaborado pelo Município:      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

I - indicação das responsabilidades de cada órgão na gestão de desastres, especialmente


quanto às ações de preparação, resposta e recuperação;      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

II - definição dos sistemas de alerta a desastres, em articulação com o sistema de


monitoramento, com especial atenção dos radioamadores;      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

III - organização dos exercícios simulados, a serem realizados com a participação da


população;      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

IV - organização do sistema de atendimento emergencial à população, incluindo-se a


localização das rotas de deslocamento e dos pontos seguros no momento do desastre, bem como
dos pontos de abrigo após a ocorrência de desastre;      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

V - definição das ações de atendimento médico-hospitalar e psicológico aos atingidos por


desastre;      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

VI - cadastramento das equipes técnicas e de voluntários para atuarem em circunstâncias de


desastres;      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

VII - localização dos centros de recebimento e organização da estratégia de distribuição de


doações e suprimentos.      (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 3º-B.  Verificada a existência de ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de


deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos, o município adotará as providências para redução do risco, dentre as quais, a execução
de plano de contingência e de obras de segurança e, quando necessário, a remoção de edificações e
o reassentamento dos ocupantes em local seguro.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 1o  A efetivação da remoção somente se dará mediante a prévia observância dos seguintes
procedimentos:     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 I - realização de vistoria no local e elaboração de laudo técnico que demonstre os riscos da


ocupação para a integridade física dos ocupantes ou de terceiros; e     (Incluído pela Lei nº 12.608,
de 2012)

 II - notificação da remoção aos ocupantes acompanhada de cópia do laudo técnico e, quando
for o caso, de informações sobre as alternativas oferecidas pelo poder público para assegurar seu
direito à moradia.      (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 2o  Na hipótese de remoção de edificações, deverão ser adotadas medidas que impeçam a
reocupação da área.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

 § 3o  Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando necessário, e
cadastrados pelo Município para garantia de atendimento habitacional em caráter definitivo, de acordo
com os critérios dos programas públicos de habitação de interesse social.     (Incluído pela Lei nº 12.608,
de 2012)

Art. 4o  São obrigatórias as transferências da União aos órgãos e entidades dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios para a execução de ações de prevenção em áreas de risco de
desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas ou com o risco de serem atingidas por
desastres, observados os requisitos e procedimentos estabelecidos pela legislação
aplicável.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 1o  A liberação de recursos para as ações previstas no caput poderá ser efetivada por meio
de depósito em conta específica a ser mantida pelos órgãos e entidades dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios em instituição financeira oficial federal, observado o disposto em
regulamento.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 2o  Para as ações previstas no caput, caberá ao órgão responsável pela transferência de
recursos definir o montante de recursos a ser transferido de acordo com sua disponibilidade
orçamentária e financeira e desde que seja observado o previsto no art. 1 o-A.       (Redação dada
pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 3o  No caso de execução de ações de recuperação e de resposta, serão adotados os


seguintes procedimentos:       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

I - para recuperação, o ente beneficiário deverá apresentar plano de trabalho ao órgão


responsável pela transferência dos recursos no prazo de 90 (noventa) dias da ocorrência do
desastre;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

II - para resposta, quando compreender exclusivamente socorro e assistência às vítimas, o


Governo Federal poderá, mediante solicitação motivada e comprovada do fato pelo ente beneficiário,
prestar apoio prévio ao reconhecimento federal da situação de emergência ou estado de calamidade
pública, ficando o ente recebedor responsável pela apresentação dos documentos e informações
necessárias para análise do reconhecimento;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

III - para as ações de resposta, fica dispensada aos Municípios em situação de emergência ou
calamidade pública, em que a gravidade do desastre tenha tornado inoperante e impossível a
realização de atos formais da Administração, a prévia emissão de nota de empenho, na forma do  §
1o do art. 60 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964;       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

IV - o disposto no inciso III não elimina a necessidade de emissão da nota de empenho, em


até 90 (noventa) dias do restabelecimento das condições operacionais do Município, em
contemporaneidade com a execução da despesa e dentro do prazo estabelecido no plano de
trabalho.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 5o  O órgão responsável pela transferência do recurso acompanhará e fiscalizará a


aplicação dos recursos transferidos na forma do art. 4 o.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de
2014)

§ 1o  Verificada a aplicação de recursos em desacordo com o disposto nesta Lei, o saque dos
valores da conta específica e a realização de novas transferências ao ente beneficiário serão
suspensos. 

§ 2o  Os entes beneficiários das transferências de que trata o caput deverão apresentar ao


órgão responsável pela transferência do recurso a prestação de contas do total dos recursos
recebidos, na forma do regulamento.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 3o  Os entes beneficiários manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado da data de
aprovação da prestação de contas de que trata o § 2 o, os documentos a ela referentes, inclusive os
comprovantes de pagamentos efetuados com os recursos financeiros transferidos na forma desta
Lei, sendo obrigados a disponibilizá-los, sempre que solicitado, ao órgão responsável pela
transferência do recurso, ao Tribunal de Contas da União e ao Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo federal.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 5o-A.  Constatadas, a qualquer tempo, nas ações de prevenção, de resposta e de


recuperação, a presença de vícios nos documentos apresentados, a inexistência de risco de
desastre, da situação de emergência ou do estado de calamidade pública declarados ou a
inexecução do objeto, o ato administrativo que tenha autorizado a realização da transferência
obrigatória perderá seus efeitos, ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores
repassados devidamente atualizados.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

 Parágrafo único.  Sem prejuízo do disposto no caput, ocorrendo indícios de falsificação de


documentos pelo ente federado, deverão ser notificados o Ministério Público Federal e o Ministério
Público Estadual respectivo, para adoção das providências cabíveis.     (Incluído dada pela Lei nº
12.608, de 2012)

Art. 6o  Ficam autorizados o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT e


o Ministério da Defesa, mediante solicitação do ente federado interessado, a atuar, em conjunto ou
isoladamente, na recuperação, execução de desvios e restauração de estradas e outras vias de
transporte rodoviário sob jurisdição dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios afetadas por
desastres. 
Art. 7o  O Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap),
instituído pelo Decreto-Lei no 950, de 13 de outubro de 1969 , passa a ser regido pelo disposto nesta
Lei.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 8o  O Funcap, de natureza contábil e financeira, vinculado ao Ministério da Integração


Nacional, terá como finalidade custear, no todo ou em parte:       (Redação dada pela Lei nº 12.983,
de 2014)

I - ações de prevenção em áreas de risco de desastre; e       (Incluído pela Lei nº 12.983, de


2014)

II - ações de recuperação de áreas atingidas por desastres em entes federados que tiverem a
situação de emergência ou o estado de calamidade pública reconhecidos nos termos do art.
3o.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 9o  Constituem recursos do Funcap:       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

I - dotações consignadas na lei orçamentária anual da União e seus créditos


adicionais;       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

II - doações; e       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

III - outros que lhe vierem a ser destinados.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 1o  Os recursos do Funcap serão transferidos diretamente aos fundos constituídos pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios cujos objetos permitam a execução das ações a
que se refere o art. 8 o, após o reconhecimento federal da situação de emergência ou do estado de
calamidade pública ou a identificação da ação como necessária à prevenção de desastre,
dispensada a celebração de convênio ou outros instrumentos jurídicos.       (Redação dada pela Lei
nº 12.983, de 2014)

§ 2o  São obrigatórias as transferências a que se refere o § 1 o, observados os critérios e os


procedimentos previstos em regulamento.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 3o  O repasse de recursos do Funcap deverá observar o disposto em


regulamento.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 4o  O controle social sobre as destinações dos recursos do Funcap será exercido por
conselhos vinculados aos entes beneficiados, garantida a participação da sociedade
civil.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 10.  Os recursos do Funcap serão mantidos na Conta Única do Tesouro Nacional e
geridos por 1 (um) Conselho Diretor, que deverá estabelecer os critérios para priorização e
aprovação dos planos de trabalho, acompanhamento, fiscalização e aprovação da prestação de
contas.       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

I - (revogado);       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

II - (revogado);       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

III - (revogado).       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 1o  (revogado).       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

§ 2o  O Poder Executivo regulamentará o funcionamento, as competências, as


responsabilidades e a composição do Conselho Diretor, bem como a forma de indicação de seus
membros       (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 11.        (Revogado pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 12.     (Revogado pela Lei nº 12.983, de 2014)


Art. 13.      (Revogado pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 14.         (Revogado pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 15.  Fica proibida a cobrança de juros de mora, por estabelecimentos bancários e
instituições financeiras, sobre títulos de qualquer natureza, cujo vencimento se dê durante o período
de suspensão do atendimento ao público em suas dependências em razão de desastres, quando
caracterizadas situações de emergência ou estado de calamidade pública, desde que sejam quitados
no primeiro dia de expediente normal, ou em prazo superior definido em ato normativo específico. 

Art. 15-A.  Aplica-se o disposto na Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011 , às licitações e aos
contratos destinados à execução de ações de prevenção em áreas de risco de desastres e de
resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de
2014)

Art. 15-B.  As empresas exploradoras de serviço móvel pessoal são obrigadas a transmitir
gratuitamente informações de alerta à população sobre risco de desastre, por iniciativa dos órgãos
competentes, nos termos de regulamento.       (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)

Art. 16.  O caput do art. 1o da Lei no 9.077, de 10 de julho de 1995, passa a vigorar com a
seguinte redação: 

“Art. 1o  É o Poder Executivo autorizado a doar estoques públicos de alimentos, in natura ou após
beneficiamento, diretamente às populações carentes, objetivando o combate à fome e à miséria, bem
como às populações atingidas por desastres, quando caracterizadas situações de emergência ou
estado de calamidade pública, mediante proposta conjunta do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, do Ministério da Integração Nacional e da Casa Civil da Presidência da República.

................................................................................................................” (NR)  

Art. 17.       (Revogado pela Lei nº 12.608, de 2012)

Art. 18.  Ficam revogados: 

I - o art. 51 da Lei no 11.775, de 17 de setembro de 2008;  

II - o Decreto-Lei no 950, de 13 de outubro de 1969. 

Art. 19.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.  

Brasília,  1º  de  dezembro  de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Guido Mantega
Paulo Sérgio Oliveira Passos
Paulo Bernardo Silva
João Reis Santana Filho

8.3.2 DECRETO Nº 7.257, DE 4 DE AGOSTO DE 2010

DECRETO Nº 7.257, DE 4 DE AGOSTO DE 2010.


Regulamenta a Medida Provisória no 494 de 2 de
julho de 2010, para dispor sobre o Sistema
Nacional de Defesa Civil - SINDEC, sobre o
reconhecimento de situação de emergência e
  estado de calamidade pública, sobre as
transferências de recursos para ações de socorro,
assistência às vítimas, restabelecimento de
serviços essenciais e reconstrução nas áreas
atingidas por desastre, e dá outras providências. 
Regulamenta a Lei nº 12.340, de 1º de dezembro
de 2010, para dispor sobre as transferências de
recursos para ações de socorro, assistência às
vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e
reconstrução nas áreas atingidas por desastre e
sobre a prestação de contas e fiscalização dos
recursos transferidos.     (Redação dada pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV
e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória n o 494, de 2 de
julho de 2010, 

DECRETA: 

Art. 1o  O Poder Executivo federal apoiará, de forma complementar, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios em situação de emergência ou estado de calamidade pública, provocados
por desastres. 

Art. 2o  Para os efeitos deste Decreto, considera-se:          (Revogado pelo Decreto nº 10.593,
de 2020)
I - defesa civil: conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas
a evitar desastres e minimizar seus impactos para a população e restabelecer a normalidade
social;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
II - desastre: resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem sobre um
ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais ou ambientais e conseqüentes
prejuízos econômicos e sociais;        (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
III - situação de emergência: situação anormal, provocada por desastres, causando danos e
prejuízos que impliquem o comprometimento parcial da capacidade de resposta do poder público do
ente atingido;   (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
IV - estado de calamidade pública: situação anormal, provocada por desastres, causando
danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do
poder público do ente atingido;        (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
V - ações de socorro: ações imediatas de resposta aos desastres com o objetivo de socorrer a
população atingida, incluindo a busca e salvamento, os primeiros-socorros, o atendimento pré-hospitalar e
o atendimento médico e cirúrgico de urgência, entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração
Nacional;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
VI - ações de assistência às vítimas: ações imediatas destinadas a garantir condições de
incolumidade e cidadania aos atingidos, incluindo o fornecimento de água potável, a provisão e
meios de preparação de alimentos, o suprimento de material de abrigamento, de vestuário, de
limpeza e de higiene pessoal, a instalação de lavanderias, banheiros, o apoio logístico às equipes
empenhadas no desenvolvimento dessas ações, a atenção integral à saúde, ao manejo de mortos,
entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional;        (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)
VII - ações de restabelecimento de serviços essenciais: ações de caráter emergencial destinadas
ao restabelecimento das condições de segurança e habitabilidade da área atingida pelo desastre,
incluindo a desmontagem de edificações e de obras-de-arte com estruturas comprometidas, o suprimento
e distribuição de energia elétrica, água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem das
águas pluviais, transporte coletivo, trafegabilidade, comunicações, abastecimento de água potável e
desobstrução e remoção de escombros, entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração
Nacional;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
VIII - ações de reconstrução: ações de caráter definitivo destinadas a restabelecer o cenário
destruído pelo desastre, como a reconstrução ou recuperação de unidades habitacionais,
infraestrutura pública, sistema de abastecimento de água, açudes, pequenas barragens, estradas
vicinais, prédios públicos e comunitários, cursos d'água, contenção de encostas, entre outras
estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional; e        (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de
2020)
IX - ações de prevenção: ações destinadas a reduzir a ocorrência e a intensidade de
desastres, por meio da identificação, mapeamento e monitoramento de riscos, ameaças e
vulnerabilidades locais, incluindo a capacitação da sociedade em atividades de defesa civil, entre
outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional.     (Revogado pelo Decreto nº 10.593,
de 2020)

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC

Art. 3o  O Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC tem como objetivo planejar, articular e
coordenar as ações de defesa civil em todo o território nacional.         (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)

Art. 4o  Para o alcance de seus objetivos, o SINDEC deverá:        (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)
I - planejar e promover ações de prevenção de desastres naturais, antropogênicos e mistos, de
maior prevalência no País;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
II - realizar estudos, avaliar e reduzir riscos de desastres;        (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)
III - atuar na iminência e em circunstâncias de desastres; e       (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)
IV - prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações afetadas, e restabelecer os
cenários atingidos por desastres.       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)

Art. 5o  O SINDEC será composto pelos órgãos e entidades da União responsáveis pelas
ações de defesa civil, bem como pelos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios
que a ele aderirem.       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 1o  As entidades da sociedade civil também poderão aderir ao SINDEC, na forma a ser
disciplinada pelo Ministério da Integração Nacional.       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 2o  Compete à Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional a
coordenação do SINDEC, ficando responsável por sua articulação, coordenação e supervisão
técnica.     (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 3o  Para o funcionamento integrado do SINDEC, os Estados, Distrito Federal e Municípios
encaminharão à Secretaria Nacional de Defesa Civil informações atualizadas a respeito das
respectivas unidades locais responsáveis pelas ações de defesa civil em suas jurisdições, de acordo
com o art. 2o da Medida Provisória no 494, de 2 de julho de 2010.          (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)
§ 4o  Em situações de desastres, os integrantes do SINDEC na localidade atingida, indicados
nos termos do § 3o, atuarão imediatamente, instalando, quando possível, sala de coordenação de
resposta ao desastre, de acordo com sistema de comando unificado de operações adotado pela
Secretaria Nacional de Defesa Civil.       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 5o  O SINDEC contará com Grupo de Apoio a Desastres - GADE, vinculado à Secretaria
Nacional de Defesa Civil, formado por equipe multidisciplinar, mobilizável a qualquer tempo, para
atuar nas diversas fases do desastre em território nacional ou em outros países.       (Revogado pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 6o  Para coordenar e integrar as ações do SINDEC em todo o território nacional, a Secretaria
Nacional de Defesa Civil manterá um centro nacional de gerenciamento de riscos e desastres, com a
finalidade de agilizar as ações de resposta, monitorar desastres, riscos e ameaças de maior
prevalência;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 7o  A Secretaria Nacional de Defesa Civil poderá solicitar o apoio dos demais órgãos e
entidades que integram o SINDEC, bem como da Administração Pública federal, para atuarem junto
ao ente federado em situação de emergência ou estado de calamidade pública.        (Revogado pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 8o  As despesas decorrentes da atuação de que trata o § 7 o, correrão por conta de dotação
orçamentária de cada órgão ou entidade.     (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 9o  O SINDEC mobilizará a sociedade civil para atuar em situação de emergência ou estado
de calamidade pública, coordenando o apoio logístico para o desenvolvimento das ações de defesa
civil.   (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)

Art. 6o  O Conselho Nacional de Defesa Civil - CONDEC integra o SINDEC como órgão


colegiado, de natureza consultiva, tendo como atribuição propor diretrizes para a política nacional de
defesa civil, em face dos objetivos estabelecidos no art. 4 o.       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de
2020)
§ 1o  O CONDEC será composto por um representante e suplente de cada órgão a seguir
indicado:     (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
I - Ministério da Integração Nacional, que o coordenará;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593,
de 2020)
II - Casa Civil da Presidência da República;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
III - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;      (Revogado pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)
IV - Ministério da Defesa;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
V - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593,
de 2020)
VI - Ministério das Cidades;       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
VII - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;      (Revogado pelo Decreto nº
10.593, de 2020)
VIII - Ministério da Saúde;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
IX - Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.       (Revogado pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 2o  Além dos representantes previstos no § 1 o, comporão, ainda, o CONDEC:      (Revogado
pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
I - dois representantes dos Estados e Distrito Federal;     (Revogado pelo Decreto nº 10.593,
de 2020)
II - três representantes dos Municípios; e       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
III - três representantes da sociedade civil.      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 3o  A Secretaria Nacional de Defesa Civil exercerá a função de Secretaria-Executiva do
CONDEC, fornecendo o apoio administrativo e os meios necessários à execução de seus
trabalhos.     (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 4o  A participação no CONDEC será considerada prestação de serviço público relevante, não
remunerada.     (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 5o  Os representantes dos Estados, Distrito Federal, Municípios e da sociedade civil, serão
indicados e designados na forma a ser disciplinada pelo Ministério da Integração Nacional.      (Revogado
pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 6o  O CONDEC poderá convidar representantes de outros órgãos da administração pública,
de entidades privadas, de organizações não-governamentais, de conselhos e de fóruns locais para o
acompanhamento ou participação dos trabalhos.      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)

CAPÍTULO II

DO RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E DO

ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

Art. 7o  O reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública pelo


Poder Executivo federal se dará mediante requerimento do Poder Executivo do Estado, do Distrito
Federal ou do Município afetado pelo desastre.      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 1o  O requerimento previsto no caput deverá ser realizado diretamente ao Ministério da
Integração Nacional, no prazo máximo de dez dias após a ocorrência do desastre, devendo ser
instruído com ato do respectivo ente federado que decretou a situação de emergência ou o estado de
calamidade pública e conter as seguintes informações:       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de
2020)
I - tipo do desastre, de acordo com a codificação de desastres, ameaças e riscos, definida pelo
Ministério da Integração Nacional;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
II - data e local do desastre;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
III - descrição da área afetada, das causas e dos efeitos do desastre;      (Revogado pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)
IV - estimativa de danos humanos, materiais, ambientais e serviços essenciais
prejudicados;      (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
V - declaração das medidas e ações em curso, capacidade de atuação e recursos humanos,
materiais, institucionais e financeiros empregados pelo respectivo ente federado para o
restabelecimento da normalidade; e       (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
VI - outras informações disponíveis acerca do desastre e seus efeitos.        (Revogado pelo
Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 2o  Após avaliação das informações apresentadas no requerimento a que se refere o § 1 o e
demais informações disponíveis no SINDEC, o Ministro de Estado da Integração Nacional
reconhecerá, por meio de Portaria, a situação de emergência ou estado de calamidade, desde que a
situação o justifique e que tenham sido cumpridos os requisitos estabelecidos na  Medida Provisória
no 494, de 2010, e neste Decreto. (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)
§ 3o  Considerando a intensidade do desastre e seus impactos social, econômico e ambiental,
o Ministério da Integração Nacional reconhecerá, independentemente do fornecimento das
informações previstas no §1o, a situação de emergência ou o estado de calamidade pública com
base no Decreto do respectivo ente federado.            (Revogado pelo Decreto nº 10.593, de 2020)

CAPÍTULO III

DAS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS

Art. 8o  As transferências obrigatórias da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito
Federal e Municípios para a execução de ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de
serviços essenciais e reconstrução, observarão os requisitos e procedimentos previstos na Medida
Provisória no 494, de 2010, e neste Decreto. 

Art. 8º As transferências obrigatórias da União aos órgãos e às entidades dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios para a execução de ações de socorro, assistência às vítimas,
restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução observarão os requisitos e os procedimentos
previstos em lei e neste Decreto.         (Redação dada pelo Decreto nº 10.593, de 2020)

Art. 9o  Reconhecida a situação de emergência ou o estado de calamidade pública, o Ministério


da Integração Nacional, com base nas informações obtidas e na sua disponibilidade orçamentária e
financeira, definirá o montante de recursos a ser disponibilizado para a execução das ações
especificadas nos incisos V, VI e VII do art. 2o. 

Parágrafo único.  A transferência dos recursos se dará mediante depósito em conta específica


do ente beneficiário em instituição financeira oficial federal. 

Art. 9º-A.  O pagamento das despesas realizadas pelo ente beneficiário com os recursos
transferidos pelo Ministério da Integração Nacional para a execução das ações especificadas nos
incisos V, VI e VII do art. 2o será efetuado por meio do Cartão de Pagamento de Defesa Civil - CPDC,
vinculado à conta específica mantida em instituição financeira oficial federal, nos termos deste
Decreto.      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

Parágrafo único.  O CPDC é instrumento de pagamento, emitido em nome do órgão ou


entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário, operacionalizado por instituição
financeira oficial federal contratada e utilizado exclusivamente pelo portador nele identificado,
respeitados os limites deste Decreto.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

Art. 9o-B.  O representante legal do órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município


beneficiário será a autoridade responsável pela administração dos recursos com o uso do CPDC,
competindo-lhe, além de outras responsabilidades estabelecidas na legislação e na regulamentação
específica:      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

I - definir os servidores ou empregados públicos, com vínculo permanente, portadores do


CPDC;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

II - definir o limite de utilização e o valor disponível para cada portador do CPDC;      (Incluído
pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

III - alterar o limite de utilização e o valor disponível para cada portador do CPDC; e      
(Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

IV - expedir a ordem para disponibilização dos limites, eletronicamente, junto à instituição


financeira.        (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 1o  Poderá haver delegação das competências previstas no caput a secretários estaduais ou


municipais, bem como a servidor ou empregado público com vínculo permanente no âmbito estadual
ou municipal.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 2o  A autoridade responsável pela administração dos recursos com o uso do CPDC, assinará
Termo de Responsabilidade de Administrador de Recursos Federais de Defesa Civil, que conterá
suas obrigações e deveres no uso do cartão, conforme especificação contida em ato do Ministro de
Estado da Integração Nacional.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 3o  Para a operacionalização do CPDC, será firmado:      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de


2011)

I - acordo de cooperação técnica entre a União e a instituição financeira oficial federal, que
conterá a obrigação de envio, por meio eletrônico ou magnético, das informações de movimentação
do CPDC ao Ministério da Integração Nacional e à Controladoria-Geral da União, bem como
disciplinará a forma e a periodicidade desse envio.      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

II - contrato específico entre a instituição financeira oficial federal e o órgão ou entidade do


Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário, que concederá expressa autorização de acesso
aos extratos de movimentação do CPDC ao Ministério da Integração Nacional e à Controladoria-
Geral da União, para fins de controle e divulgação no Portal da Transparência, instituído pelo Decreto
no 5.482, de 30 de junho de 2005.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 4o  O uso do CPDC não dispensará o órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou
Município beneficiário da apresentação ao Ministério da Integração Nacional da prestação de contas
do total de recursos recebidos, nos termos da legislação vigente.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)

Art. 9o-C.  Na execução dos recursos transferidos pela União, são vedados:      (Incluído pelo
Decreto nº 7.505, de 2011)

I - a aceitação de qualquer acréscimo no valor da despesa decorrente da utilização do CPDC;


(Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

II - a utilização do CPDC no exterior;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

III - a cobrança de taxas de adesão, manutenção, anuidades ou quaisquer outras despesas


decorrentes da obtenção ou do uso do CPDC; e      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

IV - a realização de saque em dinheiro por meio do CPDC.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)

Art. 9o-D. A autoridade responsável pela administração dos recursos será o principal portador
do CPDC do órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário.       (Incluído
pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 1o  Poderão ser autorizados como portadores do CPDC os agentes referidos no inciso I do


o
art. 9 -B e os secretários estaduais e municipais, que firmarão Termo de Responsabilidade do
Portador perante a autoridade responsável pela administração dos recursos do ente ou entidade
beneficiária, o qual conterá suas obrigações e deveres.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 2o  O órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário remeterá ao


Ministério da Integração Nacional e à Controladoria-Geral da União listagem contendo os seguintes
dados dos portadores do CPDC:      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

I - nome;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

II - cargo, emprego ou função, além de sua matrícula funcional no ente ou entidade;       
(Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

III - endereço residencial; e      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

IV - número no Cadastro de Pessoa Física - CPF.       (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de


2011)

§ 3o  São deveres do portador do CPDC, além de outros definidos no termo de


responsabilidade, referido no § 1o deste artigo:      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

I - guarda e zelo do cartão;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

II - bom emprego dos valores nele contidos;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

III - proibição de autorização de uso por outra pessoa;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de
2011)

IV - comunicação às autoridades sobre perda ou roubo; e      (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)

V - guarda de notas fiscais, recibos ou qualquer outro documento que comprove a despesa
paga com o CPDC, e que contenha, no mínimo:      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
a) o nome do beneficiário do pagamento;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

b) o número no Cadastro de Pessoa Física - CPF ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica -


CNPJ;      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

c) o endereço da pessoa física ou do estabelecimento comercial;      (Incluído pelo Decreto nº


7.505, de 2011)

d) o valor pago; e      (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

e) a descrição sumária do objeto do pagamento, com quantitativos.      (Incluído pelo Decreto


nº 7.505, de 2011)

Art. 10.  As transferências de recursos voltadas à execução de ações de reconstrução deverão


ser precedidas da apresentação de Plano de Trabalho pelo ente beneficiário no prazo de até
quarenta e cinco dias após o reconhecimento da situação de emergência ou do estado de
calamidade pública. 

§ 1o  O Plano de Trabalho conterá:

I - levantamento de danos materiais causados pelo desastre;

II - identificação das ações de reconstrução, acompanhadas das respectivas estimativas


financeiras;

III - etapas ou fases de execução;

IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;

V - cronograma de desembolso; e

VI - previsão de início e fim da execução das ações, bem como da conclusão das etapas ou
fases programadas. 

§ 2o  Independentemente da apresentação do Plano de Trabalho de que trata o §1 o, o


Ministério da Integração Nacional poderá antecipar a liberação de parte dos recursos destinados às
ações de reconstrução. 

§ 3o  As ações implementadas com os recursos antecipados na forma do § 2 o deverão estar


contempladas no Plano de Trabalho previsto no caput. 

§ 4o  No caso de recuperação ou reconstrução de edificações no mesmo local do desastre,


tratando-se de posse mansa e pacífica, poderá ser dispensada a comprovação da propriedade do
imóvel pelos respectivos beneficiários. 

Art. 11.  A utilização dos recursos transferidos nos termos dos arts. 9 o e 10 pelo ente
beneficiário está vinculada exclusivamente à execução das ações previstas neste Decreto, além das
especificadas pelo Ministério da Integração Nacional quando da liberação dos recursos. 

§ 1o  Constatada a presença de vícios na documentação apresentada ou a utilização dos


recursos por parte dos Estados, Distrito Federal e Municípios, em desconformidade com disposto
na Medida Provisória no 494, de 2010, e neste Decreto, o Ministério da Integração Nacional
suspenderá a liberação dos recursos até a regularização da pendência, se for o caso. 
§ 2o  A utilização dos recursos em desconformidade com as ações especificadas pelo
Ministério da Integração Nacional ensejará ao ente federado a obrigação de devolvê-los devidamente
atualizados, conforme legislação aplicável. 
§ 3o  O Ministério da Integração Nacional notificará o ente federado cuja utilização dos
recursos transferidos for considerada irregular, para que apresente justificativa no prazo de trinta
dias. 
§ 4o  Se as razões apresentadas na justificativa do ente federado não demonstrarem a
regularidade na aplicação dos recursos, o Ministério da Integração Nacional dará ciência do fato ao
ente federado que deverá providenciar a devolução dos recursos no prazo de trinta dias. 
          § 5o  Na hipótese de não devolução dos recursos pelo ente federado notificado, o Ministério da
Integração Nacional deverá comunicar o fato aos órgãos de controle competentes para adoção das
medidas cabíveis. 

§ 1o  Constatada a presença de vícios na documentação apresentada, malversação, desvios


ou utilização dos recursos transferidos em desconformidade com o disposto na Lei no 12.340, de
2010, e neste Decreto, o Ministério da Integração Nacional suspenderá a liberação dos recursos e
não efetuará novas transferências ao órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município
beneficiário até que a situação seja regularizada, bem como suspenderá a utilização do CPDC,
quando for o caso.    (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 2o  A utilização dos recursos em desconformidade com as ações especificadas pelo


Ministério da Integração Nacional acarretará ao órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou
Município beneficiário a obrigação de devolvê-los devidamente atualizados, conforme legislação
aplicável.     (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 3o  O Ministério da Integração Nacional notificará o órgão ou entidade do Estado, Distrito


Federal ou Município beneficiário, cuja utilização dos recursos transferidos for considerada irregular,
para que apresente justificativa no prazo de trinta dias.     (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de
2011)

§ 4o  Se as razões apresentadas na justificativa de que trata o § 3 o não demonstrarem a


regularidade na aplicação dos recursos, o Ministério da Integração Nacional dará ciência do fato ao
órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário, que deverá providenciar a
devolução dos recursos no prazo de trinta dias.     (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 5o  Na hipótese de não devolução dos recursos pelo órgão ou entidade do Estado, Distrito
Federal ou Município beneficiário notificado, o Ministério da Integração Nacional deverá comunicar o
fato aos órgãos de controle interno ou externo competentes para adoção das medidas cabíveis.     
(Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 6o  Nos casos em que as hipóteses de malversação, má utilização e desvio dos recursos


transferidos forem constatadas pelo próprio órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou
Município beneficiário, o CPDC deverá ser imediatamente bloqueado em relação ao portador
responsável pela conduta, podendo as autoridades referidas no caput e no § 1o do art. 9o-B, designar
novo portador.     (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

§ 7o  O processo administrativo instaurado para fins disciplinares nas hipóteses previstas no §
o
6  deverá ser reproduzido em meio físico ou eletrônico para imediata comunicação ao Ministério da
Integração Nacional e à Controladoria-Geral da União.     (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

Art. 12.  O planejamento e a execução das ações de prevenção previstas no inciso IX do art.


2o são de responsabilidade de todos os órgãos integrantes do SINDEC e dos demais órgãos da
Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal que setorialmente executem ações nas
áreas de saneamento, transporte e habitação, bem assim em outras áreas de infraestrutura.

CAPÍTULO IV

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS E DA FISCALIZAÇÃO

Art. 13.  Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios beneficiários das transferências de que


trata o art. 4o da Medida Provisória no 494, de 2010, apresentarão ao Ministério da Integração
Nacional a prestação de contas do total dos recursos recebidos. 

Art. 14.  A prestação de contas de que trata o art. 13 deverá ser apresentada pelo ente
beneficiário no prazo de trinta dias a contar do término da execução das ações a serem
implementadas com os recursos transferidos pelo Ministério da Integração Nacional e será composta
dos seguintes documentos:

I - relatório de execução físico-financeira;

II - demonstrativo da execução da receita e despesa, evidenciando os recursos recebidos e


eventuais saldos;
III - relação de pagamentos e de bens adquiridos, produzidos ou construídos;
V - extrato da conta bancária específica do período do recebimento dos recursos e conciliação
bancária, quando for o caso;

VI - relação de beneficiários, quando for o caso;

VII - cópia do termo de aceitação definitiva da obra ou serviço de engenharia, quando for o


caso; e

VIII - comprovante de recolhimento do saldo de recursos, quando houver. 

§ 1o  A autoridade responsável pela prestação de contas que inserir ou fizer inserir documentos
ou declaração falsa ou diversa da que deveria ser inscrita, com o fim de alterar a verdade sobre o
fato, será responsabilizada na forma da lei. 

§ 2o  Os entes beneficiários manterão, pelo prazo de cinco anos, contados da data de
aprovação da prestação de contas de que trata o art. 13, os documentos a ela referentes, inclusive
os comprovantes de pagamentos efetuados com os recursos financeiros transferidos na forma deste
Decreto, ficando obrigados a disponibilizá-los, sempre que solicitado, ao Ministério da Integração
Nacional, ao Tribunal de Contas da União e ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
federal. 

Art. 15.  O Ministério da Integração Nacional acompanhará e fiscalizará a aplicação dos


recursos transferidos na forma do art. 8o deste Decreto. 

Art. 15.  O Ministério da Integração Nacional acompanhará e fiscalizará a aplicação dos


recursos transferidos na forma prevista no art. 8 o, e poderá expedir normas complementares para o
cumprimento do disposto neste Decreto.     (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)

Art. 16.  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 

Art. 17.  Ficam revogados os Decretos nos 5.376, de 17 de fevereiro de 2005 , e 6.663, de 26 de


novembro de 2008. 

Brasília, 4 de agosto de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Paulo Bernardo Silva
João Reis Santana Filho

8.3.3 LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012.

Institui a Política Nacional de Proteção e

Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema

Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o

Vigência Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil -

CONPDEC; autoriza a criação de sistema de


Conversão da Medida Provisória nº 547, de
2011) informações e monitoramento de desastres; altera

as Leis nºs 12.340, de 1º de dezembro de 2010,

10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de

dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de


1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá

outras providências.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA


REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO i

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC, dispõe sobre
o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e
Defesa Civil - CONPDEC, autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de
desastres e dá outras providências.

Parágrafo único. As definições técnicas para aplicação desta Lei serão estabelecidas em ato
do Poder Executivo federal.

Art. 2º É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas
necessárias à redução dos riscos de desastre. (Regulamento)

§ 1º As medidas previstas no caput poderão ser adotadas com a colaboração de entidades


públicas ou privadas e da sociedade em geral.

§ 2º A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas
preventivas e mitigadoras da situação de risco.

CAPÍTULO Ii

DA POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - PNPDEC

Seção I

Di retrizes e Objetivos

Art. 3º A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e


recuperação voltadas à proteção e defesa civil.

Parágrafo único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial,


desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos,
geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais políticas setoriais, tendo em vista
a promoção do desenvolvimento sustentável.

Art. 4º São diretrizes da PNPDEC:

I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para


redução de desastres e apoio às comunidades atingidas;

II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e


recuperação;

III - a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização de desastres;

IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de prevenção de


desastres relacionados a corpos d’água;

V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e incidência de


desastres no território nacional;
VI - participação da sociedade civil.

Art. 5º São objetivos da PNPDEC:

I - reduzir os riscos de desastres;

II - prestar socorro e assistência às populações atingidas por desastres;

III - recuperar as áreas afetadas por desastres;

IV - incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil entre os


elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais;

V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil;

VI - estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos sustentáveis de


urbanização;

VII - promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades a


desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência;

VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares,


químicos e outros potencialmente causadores de desastres;

IX - produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de desastres naturais;

X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua


conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana;

XI - combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e promover a


realocação da população residente nessas áreas;

XII - estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local seguro;

XIII - desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre;

XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de prevenção e de


resposta em situação de desastre e promover a autoproteção; e

XV - integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do SINPDEC na previsão


e no controle dos efeitos negativos de eventos adversos sobre a população, os bens e serviços e o
meio ambiente.

Seção II

Das Competências dos Entes Federados

Art. 6º Compete à União:

I - expedir normas para implementação e execução da PNPDEC;

II - coordenar o SINPDEC, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

III - promover estudos referentes às causas e possibilidades de ocorrência de desastres de


qualquer origem, sua incidência, extensão e consequência;

IV - apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no mapeamento das áreas de risco,


nos estudos de identificação de ameaças, suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de desastre e
nas demais ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
V - instituir e manter sistema de informações e monitoramento de desastres;

VI - instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de


deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos;

VII - instituir e manter sistema para declaração e reconhecimento de situação de emergência


ou de estado de calamidade pública;

VIII - instituir o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil;

IX - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, bem


como dos riscos biológicos, nucleares e químicos, e produzir alertas sobre a possibilidade de
ocorrência de desastres, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

X - estabelecer critérios e condições para a declaração e o reconhecimento de situações de


emergência e estado de calamidade pública;

XI - incentivar a instalação de centros universitários de ensino e pesquisa sobre desastres e de


núcleos multidisciplinares de ensino permanente e a distância, destinados à pesquisa, extensão e
capacitação de recursos humanos, com vistas no gerenciamento e na execução de atividades de
proteção e defesa civil;

XII - fomentar a pesquisa sobre os eventos deflagradores de desastres; e

XIII - apoiar a comunidade docente no desenvolvimento de material didático-pedagógico


relacionado ao desenvolvimento da cultura de prevenção de desastres.

§ 1º O Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil conterá, no mínimo:

I - a identificação dos riscos de desastres nas regiões geográficas e grandes bacias


hidrográficas do País; e

II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito nacional e


regional, em especial quanto à rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico e dos
riscos biológicos, nucleares e químicos e à produção de alertas antecipados das regiões com risco
de desastres.

§ 2º Os prazos para elaboração e revisão do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil serão
definidos em regulamento.

Art. 7º Compete aos Estados:

I - executar a PNPDEC em seu âmbito territorial;

II - coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os Municípios;

III - instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;

IV - identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de identificação de ameaças,


suscetibilidades e vulnerabilidades, em articulação com a União e os Municípios;

V - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, em


articulação com a União e os Municípios;

VI - apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de situação de emergência e estado


de calamidade pública;

VII - declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou situação de emergência; e
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de risco, na
elaboração dos Planos de Contingência de Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de
prevenção e alerta e de ações emergenciais.

Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil conterá, no mínimo:

I - a identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de desastres; e

II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito estadual, em


especial no que se refere à implantação da rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e
geológico das bacias com risco de desastre.

Art. 8º Compete aos Municípios:

I - executar a PNPDEC em âmbito local;

II - coordenar as ações do SINPDEC no âmbito local, em articulação com a União e os


Estados;

III - incorporar as ações de proteção e defesa civil no planejamento municipal;

IV - identificar e mapear as áreas de risco de desastres;

V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações nessas
áreas;

VI - declarar situação de emergência e estado de calamidade pública;

VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção
preventiva e a evacuação da população das áreas de alto risco ou das edificações vulneráveis;

VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à população em situação de


desastre, em condições adequadas de higiene e segurança;

IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos,


bem como sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias
de desastres;

X - mobilizar e capacitar os radioamadores para atuação na ocorrência de desastre;

XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de Contingência de Proteção


e Defesa Civil;

XII - promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em situações de desastre;

XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por desastres;

XIV - manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades


de proteção civil no Município;

XV - estimular a participação de entidades privadas, associações de voluntários, clubes de


serviços, organizações não governamentais e associações de classe e comunitárias nas ações do
SINPDEC e promover o treinamento de associações de voluntários para atuação conjunta com as
comunidades apoiadas; e

XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por desastres.

Art. 9º Compete à União, aos Estados e aos Municípios:

I - desenvolver cultura nacional de prevenção de desastres, destinada ao desenvolvimento da


consciência nacional acerca dos riscos de desastre no País;
II - estimular comportamentos de prevenção capazes de evitar ou minimizar a ocorrência de
desastres;

III - estimular a reorganização do setor produtivo e a reestruturação econômica das áreas


atingidas por desastres;

IV - estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em escolas e hospitais


situados em áreas de risco;

V - oferecer capacitação de recursos humanos para as ações de proteção e defesa civil; e

VI - fornecer dados e informações para o sistema nacional de informações e monitoramento de


desastres.

CAPÍTULO III

DO SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - SINPDEC

Seção I

Disposições Gerais

Art. 10. O SINPDEC é constituído pelos órgãos e entidades da administração pública federal,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação
significativa na área de proteção e defesa civil.

Parágrafo único. O SINPDEC tem por finalidade contribuir no processo de planejamento,


articulação, coordenação e execução dos programas, projetos e ações de proteção e defesa civil.

Art. 11. O SINPDEC será gerido pelos seguintes órgãos:

I - órgão consultivo: CONPDEC;

II - órgão central, definido em ato do Poder Executivo federal, com a finalidade de coordenar o
sistema;

III - os órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil; e

IV - órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de governo.

Parágrafo único. Poderão participar do SINPDEC as organizações comunitárias de caráter


voluntário ou outras entidades com atuação significativa nas ações locais de proteção e defesa civil.

Seção II

Do Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC

Art. 12. O CONPDEC, órgão colegiado integrante do Ministério da Integração Nacional, terá
por finalidades:

I - auxiliar na formulação, implementação e execução do Plano Nacional de Proteção e Defesa


Civil;

II - propor normas para implementação e execução da PNPDEC;

III - expedir procedimentos para implementação, execução e monitoramento da PNPDEC,


observado o disposto nesta Lei e em seu regulamento;

IV - propor procedimentos para atendimento a crianças, adolescentes, gestantes, idosos e


pessoas com deficiência em situação de desastre, observada a legislação aplicável; e
V - acompanhar o cumprimento das disposições legais e regulamentares de proteção e defesa
civil.

§ 1º A organização, a composição e o funcionamento do CONPDEC serão estabelecidos em


ato do Poder Executivo federal.

§ 2º O CONPDEC contará com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e da sociedade civil organizada, incluindo-se representantes das comunidades atingidas
por desastre, e por especialistas de notório saber.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 13. Fica autorizada a criação de sistema de informações de monitoramento de desastres,


em ambiente informatizado, que atuará por meio de base de dados compartilhada entre os
integrantes do SINPDEC visando ao oferecimento de informações atualizadas para prevenção,
mitigação, alerta, resposta e recuperação em situações de desastre em todo o território nacional.

Art. 14. Os programas habitacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios devem priorizar a relocação de comunidades atingidas e de moradores de áreas de risco.

Art. 15. A União poderá manter linha de crédito específica, por intermédio de suas agências
financeiras oficiais de fomento, destinada ao capital de giro e ao investimento de sociedades
empresariais, empresários individuais e pessoas físicas ou jurídicas em Municípios atingidos por
desastre que tiverem a situação de emergência ou o estado de calamidade pública reconhecido pelo
Poder Executivo federal.

Art. 16. Fica a União autorizada a conceder incentivo ao Município que adotar medidas
voltadas ao aumento da oferta de terra urbanizada para utilização em habitação de interesse social,
por meio dos institutos previstos na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, na forma do regulamento.

Parágrafo único. O incentivo de que trata o caput compreenderá a transferência de recursos


para a aquisição de terrenos destinados a programas de habitação de interesse social.

Art. 17. Em situações de iminência ou ocorrência de desastre, ficam os órgãos competentes


autorizados a transferir bens apreendidos em operações de combate e repressão a crimes para os
órgãos de proteção e defesa civil.

Art. 18. Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se agentes de proteção e defesa civil:

I - os agentes políticos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


responsáveis pela direção superior dos órgãos do SINPDEC;

II - os agentes públicos responsáveis pela coordenação e direção de órgãos ou entidades


públicas prestadores dos serviços de proteção e defesa civil;

III - os agentes públicos detentores de cargo, emprego ou função pública, civis ou militares,
com atribuições relativas à prestação ou execução dos serviços de proteção e defesa civil; e

IV - os agentes voluntários, vinculados a entidades privadas ou prestadores de serviços


voluntários que exercem, em caráter suplementar, serviços relacionados à proteção e defesa civil.

Parágrafo único. Os órgãos do SINPDEC adotarão, no âmbito de suas competências, as


medidas pertinentes para assegurar a profissionalização e a qualificação, em caráter permanente,
dos agentes públicos referidos no inciso III.

Art. 19. Aplicam-se ao Distrito Federal as competências atribuídas nesta Lei aos Estados e aos
Municípios.

Art. 20. A ementa da Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010,  passa a vigorar com a
seguinte redação:
“Dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados,
Distrito Federal e Municípios para a execução de ações de resposta e recuperação nas áreas
atingidas por desastre, e sobre o Fundo Especial para Calamidades Públicas; e dá outras
providências.”

Art. 21. Os arts. 4º e 5º da Lei nº 12.340, de 1o de dezembro de 2010,  passam a vigorar com a
seguinte redação:

“ Art. 4º São obrigatórias as transferências da União aos órgãos e entidades dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios para a execução de ações de resposta e recuperação, observados
os requisitos e procedimentos previstos nesta Lei.

§ 1º As ações de que trata o caput serão definidas em regulamento, e o órgão central do


SINPDEC definirá o montante de recursos a ser transferido, mediante depósito em conta específica
mantida pelo ente beneficiário em instituição financeira oficial federal, de acordo com sua
disponibilidade orçamentária e financeira e com base nas informações obtidas perante o ente
federativo.

§ 2º No caso de execução de ações de recuperação, o ente beneficiário deverá apresentar


plano de trabalho ao órgão central do SINPDEC no prazo máximo de 90 (noventa) dias da ocorrência
do desastre.” (NR)

“ Art. 5º O órgão central do SINPDEC acompanhará e fiscalizará a aplicação dos recursos
transferidos na forma do art. 4º .

........................................................................................................................................................
...

§ 2º Os entes beneficiários das transferências de que trata o caput deverão apresentar ao


órgão central do SINPDEC a prestação de contas do total dos recursos recebidos, na forma do
regulamento.

§ 3º Os entes beneficiários manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da data de


aprovação da prestação de contas de que trata o § 2º , os documentos a ela referentes, inclusive os
comprovantes de pagamentos efetuados com os recursos financeiros transferidos na forma desta
Lei, ficando obrigados a disponibilizá-los, sempre que solicitado, ao órgão central do SINPDEC, ao
Tribunal de Contas da União e ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo federal.” (NR)

Art. 22. A Lei nº 12.340, de 1o de dezembro de 2010,  passa a vigorar acrescida dos seguintes
arts. 3º-A, 3º-B e 5º-A:

“ Art. 3º-A. O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos, conforme regulamento.

§ 1º A inscrição no cadastro previsto no caput dar-se-á por iniciativa do Município ou mediante


indicação dos demais entes federados, observados os critérios e procedimentos previstos em
regulamento.

§ 2º Os Municípios incluídos no cadastro deverão:

I - elaborar mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de


grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;

II - elaborar Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e instituir órgãos municipais de


defesa civil, de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão central do Sistema Nacional
de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC;

III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre;
IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas suscetíveis
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos; e

V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas


voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados
para a construção civil.

§ 3º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, apoiarão os Municípios na


efetivação das medidas previstas no § 2º .

§ 4º Sem prejuízo das ações de monitoramento desenvolvidas pelos Estados e Municípios, o


Governo Federal publicará, periodicamente, informações sobre a evolução das ocupações em áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos
geológicos ou hidrológicos correlatos nos Municípios constantes do cadastro.

§ 5º As informações de que trata o § 4º serão encaminhadas, para conhecimento e


providências, aos Poderes Executivo e Legislativo dos respectivos Estados e Municípios e ao
Ministério Público.

§ 6º O Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil será elaborado no prazo de 1 (um)


ano, sendo submetido a avaliação e prestação de contas anual, por meio de audiência pública, com
ampla divulgação.”

“ Art. 3º-B. Verificada a existência de ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de


deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos, o município adotará as providências para redução do risco, dentre as quais, a execução
de plano de contingência e de obras de segurança e, quando necessário, a remoção de edificações e
o reassentamento dos ocupantes em local seguro.

§ 1º A efetivação da remoção somente se dará mediante a prévia observância dos seguintes


procedimentos:

I - realização de vistoria no local e elaboração de laudo técnico que demonstre os riscos da


ocupação para a integridade física dos ocupantes ou de terceiros; e

II - notificação da remoção aos ocupantes acompanhada de cópia do laudo técnico e, quando


for o caso, de informações sobre as alternativas oferecidas pelo poder público para assegurar seu
direito à moradia.

§ 2º Na hipótese de remoção de edificações, deverão ser adotadas medidas que impeçam a


reocupação da área.

§ 3º Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando necessário, e
cadastrados pelo Município para garantia de atendimento habitacional em caráter definitivo, de acordo
com os critérios dos programas públicos de habitação de interesse social.”

“ Art. 5º-A. Constatada, a qualquer tempo, a presença de vícios nos documentos


apresentados, ou a inexistência do estado de calamidade pública ou da situação de emergência
declarados, o ato administrativo que tenha autorizado a realização da transferência obrigatória
perderá seus efeitos, ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores repassados,
devidamente atualizados.

Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput , ocorrendo indícios de falsificação de


documentos pelo ente federado, deverão ser notificados o Ministério Público Federal e o Ministério
Público Estadual respectivo, para adoção das providências cabíveis.”

Art. 23. É vedada a concessão de licença ou alvará de construção em áreas de risco indicadas
como não edificáveis no plano diretor ou legislação dele derivada.

Art. 24. O inciso VI do art. 2º da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,  passa a vigorar
acrescido da seguinte alínea h :
“Art. 2º ....................... .............................................................................................

........................................................................................................................................................
..

VI - .................... .......................................................................................................................

........................................................................................................................................................
...

h) a exposição da população a riscos de desastres.

....................................................................................................................................................”
(NR).

Art. 25. O art. 41 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,  passa a vigorar acrescido do
seguinte inciso VI:

“Art. 41. ..........................................................................................................................................

........................................................................................................................................................
.....

VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de


deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos.

........................................................................................................................................................
......” (NR)

Art. 26. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,  passa a vigorar acrescida dos seguintes arts.
42-A e 42-B:

“ Art. 42-A. Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano diretor dos Municípios incluídos no
cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos deverá conter:

I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade


de usos e a contribuir para a geração de emprego e renda;

II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande


impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;

III - planejamento de ações de intervenção preventiva e realocação de população de áreas de


risco de desastre;

IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à mitigação de impactos de


desastres; e

V - diretrizes para a regularização fundiária de assentamentos urbanos irregulares, se houver,


observadas a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009,  e demais normas federais e estaduais
pertinentes, e previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de
zonas especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, onde o uso
habitacional for permitido.

§ 1º A identificação e o mapeamento de áreas de risco levarão em conta as cartas


geotécnicas.

§ 2º O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com as disposições insertas nos
planos de recursos hídricos, formulados consoante a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
§ 3º Os Municípios adequarão o plano diretor às disposições deste artigo, por ocasião de sua
revisão, observados os prazos legais.

§ 4º Os Municípios enquadrados no inciso VI do art. 41 desta Lei e que não tenham plano
diretor aprovado terão o prazo de 5 (cinco) anos para o seu encaminhamento para aprovação pela
Câmara Municipal.”

“ Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de
publicação desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo:

I - demarcação do novo perímetro urbano;

II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle
especial em função de ameaça de desastres naturais;

III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para infraestrutura,
sistema viário, equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais;

IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a


diversidade de usos e contribuir para a geração de emprego e renda;

V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas
especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional
for permitido;

VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do patrimônio


histórico e cultural; e

VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios
decorrentes do processo de urbanização do território de expansão urbana e a recuperação para a
coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do poder público.

§ 1º O projeto específico de que trata o caput deste artigo deverá ser instituído por lei
municipal e atender às diretrizes do plano diretor, quando houver.

§ 2º Quando o plano diretor contemplar as exigências estabelecidas no caput , o Município


ficará dispensado da elaboração do projeto específico de que trata o caput deste artigo.

§ 3º A aprovação de projetos de parcelamento do solo no novo perímetro urbano ficará


condicionada à existência do projeto específico e deverá obedecer às suas disposições.”

Art. 27. O art. 12 da Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979  , passa a vigorar com a seguinte
redação, renumerando-se o atual parágrafo único para § 1º :

“Art. 12. ..................................................................................................................................

§ 1 º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de


execução, sob pena de caducidade da aprovação.

§ 2º Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à


ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos, a aprovação do projeto de que trata o caput ficará vinculada ao atendimento
dos requisitos constantes da carta geotécnica de aptidão à urbanização. Vigência

§ 3º É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de risco


definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele derivada.” (NR)

Art. 28. O art. 3º da Lei nº 8.239, de 4 de outubro de 1991,  que regulamenta os §§ 1º e 2º do


art. 143 da Constituição Federal, que dispõem sobre a prestação de Serviço Alternativo ao Serviço
Militar Obrigatório, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 4º e 5º :
“Art. 3º ............................................................................................................................................

........................................................................................................................................................
.....

§ 4º O Serviço Alternativo incluirá o treinamento para atuação em áreas atingidas por desastre,
em situação de emergência e estado de calamidade, executado de forma integrada com o órgão
federal responsável pela implantação das ações de proteção e defesa civil.

§ 5º A União articular-se-á com os Estados e o Distrito Federal para a execução do


treinamento a que se refere o § 4º deste artigo.” (NR)

Art. 29. O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º :

“Art.
26. ...........................................................................................................................................

........................................................................................................................................................
....

§ 7º Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e


defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios.” (NR)

Art. 30. Ficam revogados os arts. 1º , 2º e 17 da Lei 12.340, de 1º de dezembro de 2010.

Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com exceção do disposto no § 2º
do art. 12 da Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979,  que entrará em vigor após decorridos 2 (dois)
anos da data de sua publicação oficial.

Brasília, 10 de abril de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

MICHEL TEMER
José Eduardo Cardozo
Luiz Antonio Rodríguez Elias
Izabella Mónica Vieira Teixeira
Alexandre Navarro Garcia
Alexandre Cordeiro Macedo

8.3.4 DECRETO Nº 51.547, DE 3 DE JUNHO DE 2014

DECRETO Nº 51.547, DE 3 DE JUNHO DE 2014.

Dispõe sobre o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das

atribuições que lhe confere o art. 82, incisos V e VII, da Constituição do Estado,

DECRETA:

Capítulo I

DO SISTEMA ESTADUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

Art. 1º -
O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil - SIEPDEC, passa a ser regido pelo disposto neste

Decreto.

Art. 2º -

O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil integra o Sistema Nacional de Proteção e Defesa

Civil - SINPDEC, e será composto por órgãos e entidades da administração pública, entidades

privadas e a sociedade civil, sob a supervisão ou coordenação do(a) Secretário(a) Chefe da Casa

Militar, o (a) qual representa a Chefia do Poder Executivo nesta temática.

§ 1º -

O SINPDEC constitui instrumento de coordenação dos esforços de todos os órgãos estaduais com

os demais órgãos públicos e entidades privadas, bem como com a comunidade em geral, para o

planejamento e a execução das finalidades do SIEPDEC.

§ 2º -

Nos afastamentos temporários do(a) Coordenador(a) do Sistema Estadual de Proteção e Defesa

Civil assumirá a função o(a) Subchefe(a) de Proteção e Defesa Civil.

Art. 3º -

Para fins deste Decreto utiliza-se a conceituação estabelecida no Decreto Federal n.º 7.257, de 4

de agosto de 2010, e na Instrução Normativa nº 01, de 24 de Agosto de 2012, do Ministério da

Integração Nacional, bem como suplementarmente, a estabelecida por Portarias editadas pelo(a)

Coordenador(a) Estadual de Proteção e Defesa Civil, inclusive para atualizar as alterações

legislativas federais.

Art. 4º -

As ações de proteção e defesa civil são de caráter permanente e objetivam, fundamentalmente, a

redução dos desastres, abordando sistematicamente, medidas que compreendam a:

I-

prevenção;

II -

mitigação;

III -

preparação;
IV -

resposta; e

V-

recuperação.

Art. 5º -

O SIEPDEC é constituído pelos órgãos e entidades da administração pública estadual, dos

Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação significativa na área de proteção e

defesa civil.

Art. 6º -

O SIEPDEC tem por finalidade contribuir no processo de planejamento, de articulação, de

coordenação e de execução dos programas, projetos e ações de proteção e defesa civil.

Art. 7º -

O SIEPDEC será gerido pelos seguintes órgãos:

I-

órgão colegiado: Conselho Estadual de Proteção e Defesa Civil - COEPDEC;

II -

órgão central: Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil - CEPDEC;

III -

os órgãos estaduais com atuação significativa na área de proteção e defesa civil; e

IV -

os órgãos municipais de proteção e Defesa Civil.

Parágrafo único -

Poderão participar do SIEPDEC as organizações comunitárias de caráter voluntário ou outras

entidades com atuação significativa nas ações locais de proteção e defesa civil.

Capítulo II

DO CONSELHO ESTADUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - COEPDEC

Art. 8º -

O COEPDEC, como órgão colegiado, terá por competência:

I-
auxiliar na formulação da Política Estadual de Proteção e Defesa Civil, voltadas à área de gestão de

riscos de desastres e de proteção e defesa civil;

II -

propor normas e auxiliar na formulação e na revisão do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;

III -

emitir pareceres de assuntos relacionados à proteção e à defesa civil;

IV -

acompanhar o cumprimento das disposições legais e regulamentares de proteção e defesa civil; e

V-

solicitar recursos humanos, materiais e financeiros, bem como apoiar na composição dos

orçamentos público estadual e municipais, de forma a contemplar ações de gestão de riscos e

desastres.

Art. 9º -

O Conselho Estadual de Proteção e Defesa Civil - COEPDEC, será coordenado pelo(a)

Coordenador(a) Estadual de Proteção e Defesa Civil, sendo constituído por um(a) representante de

cada órgão abaixo mencionado:

I-

Casa Civil;

II -

Casa Militar, por intermédio da Subchefia de Proteção e Defesa Civil;

III -

Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã;

IV -

Secretaria da Educação;

V-

Secretaria da Saúde;

VI -

Secretaria da Segurança Pública;

VII -
Secretaria de Habitação e Saneamento;

VIII -

Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano;

IX -

Secretaria do Meio Ambiente;

X-

Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio;

XI -

Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo.

XII -

Secretaria de Infraestrutura e Logística; e

XIII -

Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico.

XIV -

Gabinete da Primeira-Dama ou órgão similar;

XV -

Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE;

XVI -

Companhia Riograndense de Saneamento - CORSAN;

§ 1º -

Deverão ser convidados(as) para comporem o COEPDEC um(a) representante de cada uma das

seguintes entidades:

I-

5º Distrito Naval da Marinha do Brasil;

II -

Comando Militar do Sul;

III -

V Comando Aéreo da Aeronáutica;

IV -
8º Distrito de Meteorologia;

V-

Serviço Geológico do Brasil - CPRM

VI -

Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/RS;

VII -

Cruz Vermelha Brasileira;

VIII -

Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul - FAMURS;

IX -

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA/RS;

X-

Associação Brasileira da Indústria Química - ABIQUIM;

XI -

Centro de Pesquisas e Estudos sobre Desastres - CEPED/RS; e

XII -

Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul - FIERGS.

§ 2º -

A qualquer tempo, por proposição do COEPDEC ao executivo estadual, poderão ser acrescidos

novos membros ao colegiado, desde que estes tenham significativa atuação na área de proteção e

defesa civil.

§ 3º -

A função de conselheiro(a) é considerada de relevante interesse público, não sendo remunerada.

§ 4º -

Na ausência do(a) Coordenador(a) do COEPDEC, a coordenação ficará a cargo do(a) Subchefe(a)

de Proteção e Defesa Civil.

§ 5º -

O COEPDEC contará com uma Secretaria Executiva, designada pelo(a) Coordenador(a) Estadual de

Proteção e Defesa Civil, a quem caberá o agendamento das reuniões ordinárias e extraordinárias,
a preparação das atas e o seu envio para análise e aprovação dos integrantes, a elaboração formal

dos atos e sua preparação para as assinaturas, bem como todas as providências organizacionais,

administrativas e financeiras que permitam o funcionamento do Conselho e seus órgãos

deliberativo e consultivo.

§ 6º -

O COEPDEC deverá propor o seu regimento interno na sua primeira reunião ordinária.

Capítulo III

DA COORDENADORIA ESTADUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - CEPDEC

Art. 10 -

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil - CEPDEC, é o órgão central de planejamento,

de coordenação, de controle e de orientação, em âmbito estadual, de todas as medidas

preventivas, mitigatórias, de preparação, de resposta e de recuperação relacionadas à proteção e

à defesa civil, constituindo-se no instrumento de coordenação dos esforços de todos os órgãos

estaduais com os demais órgãos públicos ou privados e com a sociedade em geral.

Art. 11 -

A CEPDEC, como órgão central, terá por competência:

I-

executar a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC, em âmbito estadual;

II -

coordenar as ações do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC, no âmbito estadual

em articulação com a União e os Municípios;

III -

instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil, contendo, no mínimo, a identificação das

bacias hidrográficas com risco de ocorrência de desastres e as diretrizes de ação governamental de

proteção e defesa civil no âmbito estadual, em especial no que se refere à implantação da rede de

monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias com risco de desastre;

IV -

identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de identificação de ameaças,

suscetibilidades e vulnerabilidades, em articulação com a União e os Municípios;


V-

realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, em articulação

com a União e os Municípios;

VI -

apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de situação de emergência e estado de

calamidade pública;

VII -

desenvolver cultura estadual de prevenção de desastres, destinada ao desenvolvimento da

consciência estadual acerca dos riscos de desastre no Estado;

VIII -

estimular comportamentos de prevenção capazes de evitar ou minimizar a ocorrência de

desastres;

IX -

estimular a reorganização do setor produtivo e a reestruturação econômica das áreas atingidas por

desastres;

X-

estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em escolas e hospitais situados

em áreas de risco;

XI -

apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de risco, na elaboração

dos Planos de Contingência de Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção

e alerta e de ações emergenciais;

XII -

requisitar e mobilizar os recursos humanos e materiais disponíveis na administração estadual para

colaborarem no planejamento e na execução das atividades de proteção e defesa civil;

XIII -

solicitar a cooperação dos órgãos federais, municipais e entidades privadas localizadas no Estado,

bem como da sociedade civil, para atuação nas ações de proteção e defesa civil;

XIV -
manter atualizadas e disponíveis as informações relacionadas com as ações de proteção e defesa

civil, mediante a criação de um banco de dados integrado no site;

XV -

prever recursos orçamentários próprios necessários às ações assistenciais, de recuperação ou

preventivas, na forma da legislação vigente;

XVI -

capacitar recursos humanos para as ações de proteção e defesa civil, nos diversos órgãos do

sistema estadual, de forma direta ou mediante convênio com entidades públicas e privadas;

XVII -

auxiliar a Secretaria Estadual de Educação na inclusão dos princípios de proteção e defesa civil nos

currículos escolares da rede estadual de ensino médio e fundamental;

XVIII -

planejar e coordenar as ações do Programa Estadual de Controle do Transporte Rodoviário de

Produtos Perigosos;

XIX -

planejar e coordenar as ações de Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida

a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (CE-P2R2), bem como representar o

Estado nas reuniões e ações do Plano Nacional;

XX -

fornecer dados e informações para os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Proteção e

Defesa Civil; e

XXI -

editar as normas complementares necessárias à execução da política estadual de proteção e

defesa civil.

Art. 12 -

A CEPDEC será assim constituída:

I-

Chefia da Casa Militar;

II -
Subchefia de Proteção e Defesa Civil; e

III -

Câmaras Temáticas.

Art. 13 -

O(A) Secretário(a) Chefe(a) da Casa Militar da Governadoria do Estado é o(a) Coordenador(a)

Estadual de Proteção e Defesa Civil, competindo-lhe:

I-

estabelecer medidas que estimulem a execução da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil -

PNPDEC, em âmbito estadual;

II -

convocar e presidir as reuniões da CEPDEC;

III -

ordenar despesas atinentes a créditos abertos para atender atividades de proteção e defesa civil;

IV -

movimentar contas bancárias referentes a doações ou Fundo Estadual de Defesa Civil do Estado do

Rio Grande do Sul - FUNDEC/RS;

V-

encaminhar à Chefia do Poder Executivo relatórios das atividades da CEPDEC;

VI -

elaborar atos para regular e estabelecer as diretrizes e normas pertinentes às atividades de

proteção e defesa civil;

VII -

propor à Chefia do Poder Executivo a decretação ou homologação de situação de emergência ou de

estado de calamidade pública, de acordo com critérios estabelecidos pela legislação vigente,

inclusive com obrigatoriedade de documentos comprobatórios dos danos e prejuízos ocorridos;

VIII -

propor, fundamentadamente, a solução de defesa ou recurso acerca de indeferimento de pedido

de homologação; e

IX -
instalar, transferir ou extinguir as Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil - CREPDEC,

como parte integrante da sua estrutura e estabelecer suas atribuições com a finalidade de articular

e coordenar as ações de proteção e defesa civil no conjunto dos Municípios que constituem suas

áreas de atuação.

Parágrafo único -

Nos afastamentos temporários do(a) Coordenador(a) Estadual de Proteção e Defesa Civil,

assumirá esta função o(a) Subchefe(a) de Proteção e Defesa Civil.

Art. 14 -

A Subchefia de Proteção e Defesa Civil será responsável pela execução das atividades de proteção

e defesa civil, assessorando diretamente o(a) Coordenador(a) Estadual de Proteção e Defesa Civil

e terá suas atribuições detalhadas por meio de regulamentação do(a) Secretário(a) Chefe(a) da

Casa Militar.

Parágrafo único -

A Subchefia de Proteção e Defesa Civil terá a seguinte constituição:

I-

Gabinete da Subchefia de Proteção e Defesa Civil;

II -

Divisão Administrativa e de Comunicação Social;

III -

Divisão de Assistência às Comunidades Atingidas;

IV -

Divisão de Convênios;

V-

Divisão de Apoio Técnico;

VI -

Divisão de Relações Comunitárias; e

VII -

Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil.

Art. 15 -
As Câmaras Temáticas são órgãos temporários de assessoramento técnico às atividades de

proteção e defesa civil, sendo que sua instalação ocorrerá sempre que necessário pelo(a)

Coordenador(a) Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Capítulo IV

DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS, MUNICIPAIS E DA SOCIEDADE CIVIL

Art. 16 -

Os órgãos estaduais com atuação significativa na área de proteção e defesa civil aos quais

compõem o sistema estadual de proteção e defesa civil desempenharão papel com o objetivo de

contribuir para a execução da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil no âmbito do Estado do

Rio Grande do Sul.

Art. 17 -

Os órgãos municipais de Proteção e Defesa Civil têm a atribuição de executar a Política de

Proteção e Defesa Civil no âmbito local.

Art. 18 -

As organizações comunitárias de caráter voluntário ou outras entidades com atuação significativa

nas ações locais de proteção e defesa civil terão papel no sentido de contribuir com a Política de

Proteção e Defesa Civil.

Capítulo V

DO PROCESSO DE DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU ESTADO DE

CALAMIDADE PÚBLICA

Art. 19 -

A decretação de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública será declarada

mediante Decreto da Chefia do Poder Executivo ou do(a) Prefeito(a) Municipal, tendo prazo de

vigência de cento e oitenta dias, contados da data da ocorrência.

Parágrafo único -

A decretação dar-se-á quando caracterizado o desastre e for necessário estabelecer uma situação

jurídica especial que permita o atendimento às necessidades temporárias de excepcional interesse

público voltadas à resposta aos desastres, à reabilitação do cenário e à reconstrução das áreas

atingidas;
Art. 20 -

A homologação do ato de declaração de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública,

observado os critérios e os procedimentos estabelecidos, é condição para que o ato público

produza efeitos jurídicos no âmbito da administração estadual.

§ 1º -

A homologação será solicitada mediante requerimento do Poder Executivo do Município afetado

pelo desastre, obedecidos os critérios estabelecidos pela Instrução Normativa nº 01, de 24 de

agosto de 2012, do Ministério da Integração Nacional.

§ 2º -

O requerimento deverá ser direcionado à Chefia do Poder Executivo, sendo encaminhado por meio

da Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil, ao qual o Município esteja vinculado,

devendo explicitar as razões pelas quais deseja a homologação.

§ 3º -

A Chefia do Poder Executivo, mediante proposição do(a) Coordenador(a) Estadual de Proteção e

Defesa Civil, atendidos os requisitos legais, deferirá o pedido, homologando a Situação de

Emergência ou de Estado de Calamidade Pública.

§ 4º -

Caso não seja deferido o pedido de homologação deverá o ente municipal ser notificado sobre a

decisão.

§ 5º -

O requerimento deverá ser encaminhado nos seguintes prazos máximos:

I-

caso de desastres súbitos: dez dias da ocorrência do desastre; e

II -

caso dos desastres graduais ou de evolução crônica: dez dias contados da data do Decreto do ente

federado que declara situação anormal.

Art. 21 -

O requerimento para fins de homologação estadual de Situação de Emergência ou Estado de

Calamidade Pública deverá ser acompanhado da seguinte documentação:


a)

Decreto (original ou cópia autêntica);

b)

Formulário de Informações do Desastre - FIDE;

c)

Declaração Municipal de Atuação Emergencial - DMATE, demonstrando as medidas e ações em

curso, capacidade de atuação e recursos humanos, materiais, institucionais e financeiros

empregados pelo ente federado afetado para o restabelecimento da normalidade;

d)

parecer do órgão Municipal de Proteção e Defesa Civil, fundamentando a decretação e a

necessidade de homologação estadual;

e)

relatório fotográfico (fotos legendadas e georeferenciadas);

f)

documentos comprobatórios que demonstrem a origem das informações mencionadas nos

documentos acima arrolados; e

g)

outros documentos ou registros que esclareçam ou ilustrem a ocorrência do desastre.

Art. 22 -

Constatada, a qualquer tempo, a presença de vícios nos documentos apresentados que

comprovem a Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública, ou a inexistência do

desastre declarado, o Decreto Estadual de Homologação será revogado e perderá seus efeitos

legais, assim como o ato administrativo que tenha autorizado o repasse de recursos financeiros,

ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores repassados, atualizados

monetariamente, como determina a legislação pertinente.

Parágrafo único -

Sem prejuízo do disposto no "caput" deste artigo, ocorrendo indícios de falsificação de documentos

pelo ente federado, deverá ser notificado o Ministério Público Estadual, para adoção das

providências cabíveis.
Art. 23 -

O executivo municipal que discordar do indeferimento do pedido de homologação poderá

apresentar à autoridade que proferiu a decisão, no prazo de dez dias, a partir de sua notificação,

defesa administrativa apontando as divergências, suas razões e justificativas, indicando a

legislação e as provas que amparam seus argumentos.

§ 1º -

Da decisão proferida no pedido de defesa, constante no "caput" deste artigo, caberá recurso, no

prazo de dez dias, a contar da notificação sobre a decisão da defesa impetrada.

§ 2º -

As interposições de recurso serão analisadas por uma comissão especial, instalada exclusivamente

para este fim, ao qual formulará parecer fundamentado, a fim de subsidiar o parecer final do(a)

Coordenador(a) Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Art. 24 -

A comissão especial de recursos será constituída da seguinte maneira:

I-

o(a) Subchefe(a) de Proteção e Defesa Civil, que caberá a presidência;

II -

um(a) integrante da Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil, a qual o Município esteja

vinculado;

III -

um(a) integrante da Divisão de Convênios da Subchefia de Proteção e Defesa Civil; e

IV -

um(a) representante indicado(a) pela administração pública recorrente, que será convidado(a) a

compor esta comissão.

Parágrafo único -

A comissão especial de recursos poderá convidar técnicos(as) a fim de esclarecer circunstâncias

que tenham relação direta com as divergências evidenciadas no processo.

Capítulo VI

DO ENCAMINHAMENTO DE AJUDA HUMANITÁRIA


Art. 25 -

Em Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública, as atividades de socorro, de

assistência, de restabelecimento do cenário e de reconstrução das áreas atingidas, serão de

responsabilidade do Poder Público municipal atingido, cabendo ao Estado às ações supletivas,

quando comprovadamente excedam a capacidade do Poder Público local de responder e gerenciar

a crise instalada.

§ 1º -

A atuação dos órgãos estaduais e municipais dar-se-á de forma articulada e em regime de

cooperação.

§ 2º -

Somente ocorrerá ajuda estadual ao Município em casos anormais caracterizados como Situação

de Emergência ou Estado de Calamidade Pública, mediante comprovada necessidade e

disponibilidade de recursos.

§ 3º -

As medidas assistenciais, com encaminhamento de ajuda humanitária, atenderão às famílias que

no momento do desastre estejam em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

§ 4º -

As medidas direcionadas para restabelecimento dos serviços essenciais e instalações de uso

comunitário deverão ser precedidas de documentações que comprovem a necessidade do auxílio

estadual.

§ 5º -

O prazo de entrega da prestação de contas de ajuda humanitária encaminhada aos Municípios

atingidos por desastre será de trinta dias, contados da data de entrega dos materiais ao poder

público municipal, somente podendo ser prorrogado em decorrência de circunstancias

excepcionais, desde que devidamente justificada.

Capítulo VII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 26 -
As funções exercidas por servidor(a) público(a), em prol da proteção e defesa civil, serão

consideradas serviço relevante, devendo constar em seus assentamentos ou ficha funcional.

Art. 27 -

Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogado o Decreto nº 45.745, de

09 de julho de 2008 e alterações.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de junho de 2014.

DOE de 04/06/2014

TARSO GENRO,

Governador do Estado.

8.3.5 PORTARIA Nº 3.040, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2020

PORTARIA Nº 3.040, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2020

Regulamenta a utilização do
Cartão de Pagamento de Defesa
Civil (CPDC).

O MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL, no


uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 87, parágrafo único, incisos I
e II, da Constituição Federal, e pelo art. 3º do Decreto n. 7.505, de 27 de junho de
2011, e considerando o disposto no Decreto n. 7.257, de 4 de agosto de 2010, e no
Decreto n. 10.139, de 28 de novembro de 2019, resolve:
Art. 1º Definir as regras para a utilização do Cartão de Pagamento de
Defesa Civil (CPDC).
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2º O Cartão de Pagamento de Defesa Civil é destinado ao
pagamento de despesas com os recursos transferidos pela União, por intermédio do
Ministério do Desenvolvimento Regional, aos órgãos ou entidades dos estados,
Distrito Federal e municípios, para a execução de ações de resposta em áreas
atingidas por desastres, nos termos da Lei n. 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e
do Decreto n. 7.257, de 4 de agosto de 2010.
§ 1º Para os efeitos desta Portaria, consideram-se ações de resposta as
ações de socorro, ações de assistência às vítimas e ações de restabelecimento de
serviços essenciais, especificadas nos incisos V, VI e VII do art. 2º do Decreto n.
7.257, de 2010.
§ 2º O Cartão de Pagamento de Defesa Civil é instrumento de
pagamento, isento de taxa de adesão e anuidade, emitido em nome do órgão ou
entidade do estado, Distrito Federal ou município beneficiário, operacionalizado por
instituição financeira oficial federal, utilizado exclusivamente pelo portador nele
identificado.
Art. 3º Para os fins desta portaria, considera-se:
I - Cartão de Pagamento de Defesa Civil: cartão com a função débito,
válido em todo território nacional, emitido por instituição financeira oficial federal que
tenha firmado acordo de cooperação técnica com a União, com bandeira parceira,
destinado a unidades de governo dos estados, Distrito Federal e municípios;
II - instituição financeira: instituição financeira oficial federal que tenha
firmado acordo de cooperação técnica com a União para operacionalização do
Cartão de Pagamento de Defesa Civil;
III - unidade de governo: órgão do estado, Distrito Federal ou município,
com Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) próprio, ou filial ao do ente ao
qual é subordinado, detentor ou não de atribuição de unidade gestora de orçamento,
que adere ao contrato de prestação de serviços firmado pelo ente federado
beneficiário com a instituição financeira responsável pela operacionalização do
Cartão de Pagamento de Defesa Civil, e que mantém a conta do Cartão de
Pagamento de Defesa Civil na qual serão creditados os recursos repassados pelo
Ministério do Desenvolvimento Regional;
IV - conta do Cartão de Pagamento de Defesa Civil: conta corrente
específica, aberta em nome da unidade de governo, à qual se vincula o Cartão de
Pagamento de Defesa Civil;
V - proposta de adesão: formulário de adesão ao Cartão de Pagamento
de Defesa Civil, assinado pelo representante legal da unidade de governo, que se
responsabiliza pelas transações efetuadas com os cartões emitidos, em que consta
campo específico para informação sobre o contrato de prestação de serviços
firmado pelo ente federado beneficiário com a instituição financeira responsável pela
operacionalização do Cartão;
VI - representante autorizado do centro de custos: pessoa autorizada
pelo representante legal da unidade de governo a gerir o centro de custos a que
pertence, cadastrando e excluindo portadores vinculados exclusivamente a este
centro de custos e aplicando-lhes o limite para uso do Cartão de Pagamento de
Defesa Civil;
VII - portador: agente público autorizado a utilizar o Cartão de
Pagamento de Defesa Civil pelo representante legal da unidade de governo ou pelo
representante autorizado do centro de custos;
VIII - limite: valor máximo de recursos disponível para utilização do
Cartão de Pagamento de Defesa Civil, de forma diferenciada, para cada unidade de
governo, centro de custos e portador;
IX - instrumento: corresponde ao número gerado pelo Sistema Integrado
de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) para o repasse de
recursos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, relativos às transferências
obrigatórias de que tratam a Lei n. 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e pelo
Decreto n. 7.257, de 4 de agosto de 2010; e
X - centro de custos: subdivisão interna na estrutura de cadastramento
de cartões, empregada para a distribuição de limites de utilização aos beneficiários.
CAPÍTULO II
DA UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE PAGAMENTO DE DEFESA CIVIL
Art. 4º O pagamento das despesas realizadas pelo ente beneficiário com
os recursos transferidos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional para a
execução das ações de resposta em áreas atingidas por desastres será efetuado
exclusivamente por meio do Cartão de Pagamento de Defesa Civil.
Art. 5º O Cartão de Pagamento de Defesa Civil somente poderá ser
utilizado para aquisição de materiais ou contratação de serviços relacionados às
ações de resposta.
Parágrafo único. Os gastos com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil
poderão ser realizados em locais credenciados pela bandeira do cartão, por meio de
terminais de compras e maquinetas manuais.
Art. 6º São vedados:
I - a aceitação de qualquer acréscimo no valor da despesa decorrente da
utilização do cartão;
II - a utilização do cartão no exterior;
III - a cobrança de taxas de adesão, manutenção, anuidades ou
quaisquer outras despesas decorrentes da obtenção ou do uso do cartão; e
IV - a realização de saque em dinheiro ou de compras parceladas.
Art. 7º O uso do Cartão de Pagamento de Defesa Civil não dispensará o
estado, Distrito Federal ou município beneficiário da apresentação ao Ministério do
Desenvolvimento Regional da prestação de contas do total de recursos recebidos,
nos termos da legislação vigente.
CAPÍTULO III
DA OPERACIONALIZAÇÃO DO CARTÃO DE PAGAMENTO DE
DEFESA CIVIL
Art. 8º Para a operacionalização do Cartão de Pagamento de Defesa
Civil será firmado acordo de cooperação técnica entre a União, por intermédio do
Ministério do Desenvolvimento Regional, e instituição financeira oficial federal, que
conterá a obrigação de envio, por meio eletrônico ou magnético, das informações de
movimentação do Cartão ao Ministério do Desenvolvimento Regional e à
Controladoria-Geral da União, bem como disciplinará a forma e a periodicidade
desse envio.
Art. 9º Os entes federados beneficiários de transferências obrigatórias da
União para execução de ações de resposta deverão observar os seguintes
procedimentos para a operacionalização do Cartão de Pagamento de Defesa Civil:
I - firmar contrato de prestação de serviços com a instituição financeira
responsável pela operacionalização do Cartão de Pagamento de Defesa Civil,
estabelecendo as respectivas cláusulas e condições, dentre as quais autorização
expressa de acesso aos extratos de movimentação do Cartão ao Ministério do
Desenvolvimento Regional e à Controladoria-Geral da União, para fins de controle e
divulgação no Portal da Transparência, instituído pelo Decreto n. 5.482, de 30 de
junho de 2005; e
II - providenciar a abertura ou formalização da conta do Cartão de
Pagamento de Defesa Civil junto à instituição financeira, em nome da unidade de
governo, responsabilizando-se por todas as transações efetuadas com o uso do
Cartão de Pagamento de Defesa Civil, nos termos do art. 13.
Art. 10. Para a abertura da conta do Cartão de Pagamento de Defesa
Civil, o representante legal da unidade de governo deverá realizar seu
cadastramento na agência de relacionamento da instituição financeira responsável
pela emissão do Cartão de Pagamento de Defesa Civil, onde apresentará os
seguintes documentos:
I - contrato do Cartão de Pagamento de Defesa Civil;
II - proposta de adesão ao Cartão de Pagamento de Defesa Civil;
III - cadastro de centro de custos;
IV - cadastro do(s) portador(es);
V - inclusão de representante autorizado (se for o caso), para cada
centro de custos; e
VI - cartões de autógrafo para o representante legal e representante(s)
autorizado(s).
Parágrafo único. Após a formalização do Cartão de Pagamento de
Defesa Civil, o ente federado beneficiário deverá comunicar à Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil o CNPJ da unidade de governo, o número da agência da
conta do Cartão de Pagamento de Defesa Civil e o número identificador do(s)
centro(s) de custos fornecidos pela instituição financeira.
Art. 11. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil poderá
providenciar a abertura da conta do Cartão de Pagamento de Defesa Civil, em nome
dos entes federados, junto à agência bancária em que estes mantenham
relacionamento com a instituição financeira oficial federal responsável pela
operacionalização do Cartão.
§ 1º A conta terá como representante autorizado o representante legal
do ente federado.
§ 2º Os números da conta e do centro de custos serão informados ao
ente federado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.
§ 3º A conta e o Cartão de Pagamento de Defesa Civil permanecerão
bloqueados para movimentação até que o representante legal do ente federado
providencie a respectiva formalização junto a sua agência de relacionamento, por
meio da apresentação dos documentos listados no art. 10, caput.
Art. 12. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil comunicará o
ente federado beneficiário quando o crédito dos recursos for efetuado na conta do
Cartão de Pagamento de Defesa Civil.
CAPÍTULO IV
DA GESTÃO DOS RECURSOS PELO ENTE FEDERADO
BENEFICIÁRIO
Art. 13. O representante legal do estado, Distrito Federal ou município
beneficiário será a autoridade responsável pela administração dos recursos com o
uso do Cartão de Pagamento de Defesa Civil, competindo-lhe, além de outras
responsabilidades estabelecidas na legislação e na regulamentação específica:
I - providenciar a abertura da conta do Cartão de Pagamento de Defesa
Civil junto à instituição financeira, em nome da unidade de governo, ou sua
formalização, na hipótese prevista no art. 11;
II - definir os servidores ou empregados públicos, com vínculo
permanente, portadores do Cartão de Pagamento de Defesa Civil;
III - definir e/ou alterar o limite de utilização e o valor disponível para
cada centro de custos e cada portador do Cartão; e
IV - expedir a ordem para disponibilização dos limites, eletronicamente,
junto à instituição financeira.
§ 1º Poderá haver delegação das competências previstas no caput ao
representante legal da unidade de governo, desde que atendidos os requisitos
previstos no § 1º do art. 9º-B do Decreto n. 7.257, de 2010.
§ 2º As obrigações e deveres da autoridade responsável pela
administração dos recursos com o uso do Cartão de Pagamento de Defesa Civil, a
que se refere o § 2º do art. 9º-B do Decreto n. 7.257, de 2010, estarão contidas no
contrato a ser firmado entre o ente federado beneficiário e a instituição financeira
responsável pela operacionalização do Cartão.
CAPÍTULO V
DOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE PAGAMENTO DE
DEFESA CIVIL
Art. 14. Quando os recursos forem destinados diretamente para o
município, o limite da unidade de governo é o valor total dos recursos transferidos
pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
Art. 15. Nos casos de recursos destinados diretamente ao estado ou
Distrito Federal, em que não haja previsão de repasse para municípios, o limite da
unidade de governo é o valor total dos recursos transferidos pelo Ministério do
Desenvolvimento Regional.
Art. 16. Nos casos previstos nos arts. 14 e 15, o representante legal da
unidade de governo cadastrará apenas um centro de custos para cada conta do
Cartão de Pagamento de Defesa Civil e definirá os limites individuais de cada
portador do Cartão de Pagamento de Defesa Civil.
Art. 17. Quando os recursos forem transferidos a Estado, com previsão
de sub-repasse a municípios, cada município corresponderá a um centro de custos
distinto, porém vinculado a uma mesma conta do Cartão de Pagamento de Defesa
Civil.
§ 1º O representante legal da unidade de governo do estado fornecerá à
instituição financeira as seguintes informações, por meio do formulário de
cadastramento de centro de custos, para cada município:
I - nome, data de nascimento, Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa
Física (CPF) do representante autorizado do centro de custos;
II - endereço e CNPJ do município;
III - número do instrumento;
IV - código SIAFI do município; e
V - limite destinado ao centro de custos gerado para o município.
§ 2º O limite do centro de custos do estado repassador diminui à medida
em que for disponibilizado aos centros de custos gerados para os municípios.
§ 3º A soma dos limites dos centros de custos não pode exceder o limite
da respectiva conta do Cartão de Pagamento de Defesa Civil da unidade de
governo do estado.
§ 4º Cada centro de custos terá um representante autorizado, que
deverá:
I - controlar o limite de utilização destinado ao centro de custos a que se
vincula;
II - cadastrar ou excluir portadores vinculados ao seu centro de custos; e
III - definir e acompanhar o limite de utilização do cartão de cada
portador.
Art. 18. Após a liberação de recursos pelo Ministério do Desenvolvimento
Regional, o limite do valor máximo de transação do Cartão de Pagamento de
Defesa Civil será alterado, automaticamente, para o valor repassado.
§ 1º Os recursos liberados serão automaticamente aplicados, pela
instituição financeira, em fundos de investimentos destinados ao mercado do setor
público e constituirão o limite de utilização do Cartão de Pagamento de Defesa Civil,
com aplicação e resgate automático.
§ 2º Quando houver necessidade de alteração do limite do portador, o
novo limite será o resultado do acréscimo ou redução do valor a alterar, deduzindo
todas as compras já efetuadas.
Art. 19. O limite de cada centro de custos será atualizado diariamente,
deduzindo-se o valor das transações efetuadas pelos portadores, no momento da
autorização da transação pelo portador.
Art. 20. O limite do portador é individual e será estipulado pelo
representante legal da unidade de governo ou pelo representante autorizado do
centro de custos, não podendo ultrapassar o limite do respectivo centro de custos.
CAPÍTULO VI
DO(S) PORTADOR(ES) DO CARTÃO DE PAGAMENTO DE DEFESA
CIVIL
Art. 21. A autoridade responsável pela administração dos recursos,
indicada no art. 13, será o principal portador do Cartão de Pagamento de Defesa
Civil.
§ 1º Poderão ser autorizados como portadores do Cartão de Pagamento
de Defesa Civil servidores ou empregados públicos, com vínculo permanente, e os
secretários estaduais e municipais, que firmarão Termo de Responsabilidade de
Portador, o qual conterá suas obrigações e deveres, conforme modelo constante no
anexo desta portaria.
§ 2º A autoridade referida no caput será responsável pela guarda dos
Termos de Responsabilidade de Portadores referidos no parágrafo anterior,
devidamente assinados, devendo disponibilizá-los sempre que solicitados pelo
Ministério do Desenvolvimento Regional ou por órgãos de controle da Administração
Pública.
§ 3º São deveres do portador do Cartão de Pagamento de Defesa Civil,
além de outros definidos no termo de responsabilidade, referido no § 1º deste artigo:
I - guarda e zelo do cartão;
II - bom emprego dos valores nele contidos;
III - proibição de autorização de uso por outra pessoa;
IV - comunicação às autoridades no caso de perda ou roubo, e
solicitação de bloqueio à instituição financeira; e
V - guarda de notas fiscais, recibos ou qualquer outro documento que
comprove a despesa paga com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil e que
contenha no mínimo:
a) o nome do beneficiário do pagamento;
b) o número do CPF ou CNPJ;
c) o endereço da pessoa física ou do estabelecimento comercial;
d) o valor pago; e
e) a descrição sumária do objeto do pagamento, com quantitativos.
Art. 22. No momento do preenchimento da proposta de adesão pelo
representante legal da unidade de governo, serão definidas as permissões de uso
do Cartão de Pagamento de Defesa Civil pelo(s) portador(es).
§ 1º A opção descrita no caput irá autorizar ou bloquear a utilização do
cartão em compras a distância (internet/telefone).
§ 2º Na eventualidade de não permissão ao nível de unidade de
governo, o impedimento se estenderá todos os centros de custos e portadores.
§ 3º No caso de permissão ao nível de unidade de governo, o
representante autorizado de cada centro de custos, poderá, se necessário, bloquear
a sua utilização pelos portadores vinculados ao seu respectivo centro de custos.
Art. 23. O portador cadastrado deve se dirigir a uma agência da
instituição financeira para registro da senha de utilização do Cartão de Pagamento
de Defesa Civil.
Parágrafo único. O Cartão de Pagamento de Defesa Civil somente será
gerado após o cadastramento da senha pelo portador.
Art. 24. O portador terá um cartão correspondente a cada centro de
custos ao qual esteja vinculado.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 25. Caso haja saldo financeiro remanescente na conta do Cartão de
Pagamento de Defesa Civil após o término da execução das ações de resposta,
inclusive referente a rendimentos de aplicações financeiras, o ente federado
beneficiário deverá devolvê-lo à União, mediante pagamento de Guia de
Recolhimento da União (GRU) com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil,
conforme procedimento e código específico estabelecidos pela instituição financeira
emissora do cartão, no prazo fixado para a prestação de contas, nos termos da
legislação pertinente.
Art. 26. Os dados referentes aos gastos realizados com o Cartão de
Pagamento de Defesa Civil serão divulgados no Portal da Transparência,
mensalmente, pela Controladoria-Geral da União.
Art. 27. Os casos omissos e demais instruções que se fizerem
necessários serão dirimidos pelo Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Art. 28. Ficam revogadas:
I - a Portaria n. 607, de 18 de agosto de 2011, do extinto Ministério da
Integração Nacional;
II - a Portaria n. 37, de 31 de janeiro de 2012, do extinto Ministério da
Integração Nacional; e
III - a Portaria n. 274, de 03 de julho de 2013, do extinto Ministério da
Integração Nacional.
Art. 29. Esta Portaria entra em vigor sete dias após a data de sua
publicação
ROGÉRIO
MARINHO
ANEXO

CARTÃO DE PAGAMENTO DE DEFESA CIVIL


TERMO DE RESPONSABILIDADE DE PORTADOR
Eu, ________________________________________________,
portador do RG n. _________ e CPF n._____________________, ciente do
conteúdo da Lei n. 12.340, de 1º de dezembro de 2010, do Decreto n. 7.257, de 4
de agosto de 2010, e suas alterações, e da Portaria do Ministério do
Desenvolvimento Regional n.___, de __de ______ de 2020, assumo a
responsabilidade pela utilização do Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC)
em conformidade com a citada legislação, comprometendo-me a:
I - utilizar o Cartão de Pagamento de Defesa Civil exclusivamente para
aquisição de materiais ou contratação de serviços relacionados a ações de socorro,
assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais, de acordo com os
limites definidos pelo representante legal do ente beneficiário;
II - manter a guarda e uso pessoal e intransferível do cartão;
III - comunicar às autoridades sobre perda ou roubo do cartão e solicitar
o respectivo bloqueio à instituição financeira;
IV - não utilizar o Cartão de Pagamento de Defesa Civil no exterior;
V - não realizar saque em dinheiro;
VI - guardar notas fiscais, recibos ou qualquer outro documento que
comprove a despesa paga com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil, e que
contenha, no mínimo:
a) o nome do beneficiário do pagamento;
b) o número do CPF ou CNPJ;
c) o endereço da pessoa física ou do estabelecimento comercial;
d) o valor pago; e
e) a descrição sumária do objeto do pagamento, com quantitativos.
VII - prestar contas dos gastos realizados com o Cartão de Pagamento
de Defesa Civil ao representante legal do ente beneficiário.
Data
Assinatura
Nome
Cargo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao. htm>. Acesso em:
31 jul. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. [Constituição (1989)]. Constituição do Estado do Rio


Grande do Sul. 4. ed. Porto Alegre: Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul, 1995.

Histórico e Evolução da Defesa Civil no Brasil. Disponível em: <


http://defesacivil.rj.gov.br/index.php/defesa-civil/escola-de-defesa-civil >. Acesso
em: 14 de janeiro de 2019.
Ministério da Integração Nacional. Disponível em:
<http://www.mi.gov.br/defesacivil >. Acesso em: 15 de janeiro de 2019.

Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Disponível em:


<http://www.imprensanacional.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?ld=LEI%209887>.
Acesso em: 16 de janeiro de 2019.

Lei nº 12.340, de 1 de dezembro de 2010. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12340.htm>.
Acesso em: 16 de janeiro de 2019.

Decreto Estadual nº 20.357, de 9 de julho de 1970. Disponível em: <


http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?
Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=21099&hTexto=&Hid_IDNorma=21099>.
Acesso em: 17 de janeiro de 2019.

Decreto Estadual nº 42.355, de 18 de julho de 2003. Disponível em: <


http://www.al.rs.gov.br/Legis/M010/M0100099.ASP?
Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=46531&hTexto=&Hid_IDNorma=46531>.
Acesso em: 17 de janeiro de 2019.

Defesa Civil somos todos nós !!!

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