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O Ensino de Música Biocêntrico

Reflexão sobre o ensino Colonial de Música


David Wincliss de Souza Viana
Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Wincliss@gmail.com

Resumo: A música é um fenômeno universal e linguagem artística bastante presente na vida de


todos.Tem significados e relações diferentes para cada pessoa e é feita e vivida de várias formas
por todo mundo. Por isso há a necessidade do Professor e Educador entender todos os conceitos
e relações da música com o mundo, para poder aplicar sua metodologia de forma efetiva para
cada um, dever esse que precisa ser ensinado pelas universidades modernas.

Palavras-chave: Metodologia. Colonialidade. Conceitos de Música. Arte

Introdução

Particularmente sempre ficou implícito para mim que a música é uma arte, e como arte é
uma ferramenta de expressão (ou pelo menos devia ser), sendo que após estudar tanto conceitos
musicais teóricos básicos e avançados, sempre achei que faltava alguma coisa. Coisa essa que só
entendi após essa disciplina.
A didática musical no brasil (que é o modelo herdado pelos europeus) é voltada para a
execução e performance de peças e músicas de grandes gênios do passado. Didática essa que por
muitas vezes nos desvia do verdadeiro sentido da música, a expressão e criação.

Oficina de Música

Desenvolvimento

A oficina de música pode ser uma forte aliada quando aplicada á mostrar formas decoloniais,
inclusivas e democráticas de ensinar música. Formas essas que não se fundamentam em
conceitos teóricos diretos. Formas essas que estão ligadas diretamente ao ambiente do aluno,
numa perspectiva social. Buscando relacionar os conceitos com aspectos naturais da vida,
propondo fácil aprendizagem. Utilizando a Educação Biocentrica de Rolando Toro com a
Educação Libertadora de Paulo Freire e aplicando isso na aula de música é possivel chegar a
resultados maiores.

Princípio Biocêntrico se refere à vida em todas as suas manifestações como


centro do mundo. Propõe a potencialização da vida e sua preservação no centro
de toda atividade humana, valorizando a vida do outro e de todo ser numa
vinculação com atotalidade. Levando a uma reflexão profunda,
desconstrução ,mudança de postura e reformulação completa do comportamento
humano.

Relacionando à fala com ritmo, a criação com sentimentos e intenções e fazendo isso em grupo
em conjunto de forma democrática, o que torna a experiência ainda mais tocante.

Processo de aprendizagem

Para o funcionamento dessa prática é importante uma desconstrução social do significado de


música. Trabalhando com vários estilos, ritmos e muitas vezes músicas que não seguem esses
padrões, fazendo brincadeiras. Para só aí poder quebrar conceitos e libertar a criatividade dos
alunos para acrescentar elementos à música independente do nível teórico do mesmo.

Após as reflexões, trabalhar conceitos musicais de forma espontânea, extraindo a musicalidade


que vive em cada um, de várias formas diferentes, muitas vezes com brincadeiras divertidas e
inclusivas.

Conclusão

Minha experiência vivenciando isso foi de reflexão sobre o ensino padrão de música
ocidental, percebendo que muitas vezes é falho para várias pessoas, pois é pouco relacionado a
vida, expressão e criação, e muito ligado à repetição e treinar o corpo para uma execução.
Quando treinar a mente e exercitar o trabalho em equipe é tão relevante quanto. Aprendi que não
preciso ser um gênio da música para acrescentar musicalidade na música que faço, aprendi que
ensinar é mais que passar conteúdo, e entendo que preciso adequar meu método de acordo com
os alunos que terei.

Referências

Queiroz, Luiz Ricardo Da Silva. PROA Dossiê. Música Enquanto Prática Decolonial. PROA
Revista Antropológica da arte, CAMPINAS,V.1, N. 10, JANEIRO - JUNHO. 2020
TORO, Rolando. Afetividade. Escola de Formação em Educação Biocêntrica. João
Pessoa: UFPB, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

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