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DESIGN DE IDENTIDADE:
Guia de Estilo para o Festival Amonati 2019
NATAL - RN
2019
FELIPE AUGUSTO SARAIVA DA SILVA
DESIGN DE IDENTIDADE:
Guia de Estilo para o Festival Amonati 2019
NATAL - RN
2019
FELIPE AUGUSTO SARAIVA DA SILVA
DESIGN DE IDENTIDADE:
Guia de Estilo para o Festival Amonati 2019
____________________________________________________________________
Profa. Dra. Helena Rugai Bastos
Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
____________________________________________________________________
Profa. Dra. Elizabeth Romani
Membro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
____________________________________________________________________
Profa. Dra. Luiza Falcão Soares Cunha
Membro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
NATAL - RN
2019
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e irmã por investirem suas vidas de maneira imensurável, para
que eu pudesse ter a oportunidade que não lhes fora dada.
Aos meus amigos pelas palavras de incentivo cada vez que a desistência
parecia ser a alternativa mais viável.
Aos meus colegas de turma, em especial Tiago, por partilharem de
conhecimento e busca por experiência, mesmo que nos custasse algumas noites
mal ou pouco dormidas.
A minha orientadora Helena Rugai, por ser paciente no lidar, aberta aos meus
devaneios, sábia no podar, ensinar, direcionar, e por ser uma inspiração ética e
profissional para mim.
Aos professores do curso que se dedicaram em nos acrescentar, mesmo
quando o básico nos faltava.
Aos amigos do intercâmbio por partilharem saberes e aventuras, expandindo
minha visão de mundo, e me fazendo entender que o design é múltiplo.
A Michelle Pinheiro por me introduzir ao mundo do gráfico, me incentivar, e
dar minha primeira oportunidade quando eu ainda nem sabia o que era design.
Ao Deus Criador de tudo o que há, consciência maior e universal, parte de
mim, por me dar o fôlego a cada amanhecer e a paz em todo anoitecer.
A força da Ayahuasca e do rapé por me forjar mais forte e paciente.
To Lucy in the Sky with Diamonds for opening my eyes.
“Eu pensava ter dado um grande salto para a
frente e percebo que na verdade apenas
ensaiei os tímidos primeiros passos de uma
longa marcha”.
(A Chinesa - Godard)
RESUMO
INTRODUÇÃO 13
A. Objetivo Geral 19
B. Objetivos Específicos 19
C. Metodologia 20
1. FESTIVAL DE MÚSICA E ARTE 25
1.1 Woodstock Music & Art Fair 30
2. CONTRACULTURA 32
2.1 Existencialismo de Sartre 33
2.2 Movimento Hippie 34
2.3 Iconografia Alternativa 37
2.4 Cultura Trance 44
3. MERCADO 45
3.1 Underground e Mainstream 45
3.2 Público-alvo 48
3.2.1 Aspecto Ritual do Festivais 51
3.3 Concorrentes 56
3.3.1 Mundial - Ozora Festival (Hungria) 57
3.3.2 Nacional - Festival Mundo de OZ (São Paulo) 59
3.3.3 Regional - Festival Boikot (Pernambuco) 61
3.3.4 Burning Man (Estados Unidos) 62
4. Coletivo AMONATI 64
4.1 Marca 65
4.2 Naming 66
4.3 Metas 67
5. IDENTIDADE E FESTIVAL 68
6. Guia de Estilo 70
6.1 Identidade Dinâmica - Container 71
6.2 Identidade Dinâmica - Wallpaper 72
6.3 Identidade Dinâmica - DNA 72
6.4 Identidade Dinâmica - Formula 73
6.5 Identidade Dinâmica - Customised 74
6.6 Identidade Dinâmica - Generative 74
7. PROPOSTA DE IDENTIDADE 78
7.1 Pilares da Identidade 78
7.2 Elementos Visuais 78
7.3 Tipografia Auxiliar 80
7.4 Estilo de Imagens 82
7.5 Vídeo de Apresentação 83
7.6 Concepção 83
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 85
9. CRONOGRAMA 88
9.1 TCC 1 88
9.2 TCC 2 88
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 89
INTRODUÇÃO
1
Psytrance é um gênero da chamada EDMC (Electronic Dance Music Culture), isto é, um estilo de
música eletrônica que possui em torno de si uma cultura musical específica [...]
Psytrance é um gênero de música eletrônica entre tantos outros, como Techno, Drumn’ Bass, House,
Electro, Minimal; contudo, o termo remete também a toda uma cultura musical envolvendo símbolos,
estéticas, sociabilidades, consumo, noções de espiritualidade, preocupações com a ecologia, enfim,
uma identidade específica. (FRANCO, A Cultura Global Psytrance e Aspectos da Cena Eletrônica de
Brasília, 2016)
posicionamento do evento ante o mercado de produção, a concorrência, a
iconografia, os valores, as metas para o futuro e auxiliar no planejamento da
apresentação e de identidade desta marca, até o final deste trabalho.
O estímulo para a execução deste projeto surge substancialmente de
vivências ao longo de cinco anos, frequentando eventos de entretenimento voltados
para a cena de música eletrônica na região Nordeste do país e alguns festivais
europeus. Tais vivências suscitaram interesse em sistematizar os aspectos de
expressão gráfica da identidade visual desses eventos, objeto de estudo importante
no campo do design gráfico.
Segundo Wheeler (2012), toda entidade precisa se diferenciar de seus
concorrentes para obter ou manter uma fatia do mercado, assim como ser diferente
num âmbito geral. Assim, o estudo sobre a identidade da marca do Coletivo Amonati
deve apontar as principais características identitárias nesse nicho de mercado, bem
como auxiliar no levantamento do público-alvo desses eventos, e servir de
parâmetro para posteriores análises de marcas de Coletivos.
2
Branding é um conjunto de conceitos — envolvendo ações, planos e estratégias — que tem como
objetivo a consolidação de uma marca no mercado. (Rocket Content, 2018. Disponível em:
<https://rockcontent.com/guia/branding-o-guia-definitivo/> )
3
Estratégias de projeto de design direcionadas objetivando o processo de Branding.
A. Objetivo Geral
B. Objetivos Específicos
4
Guia contendo direcionamentos para a concepção e apresentação gráfica dos artefatos produzidos
para o evento.
através do trabalho etnográfico da pesquisadora antropóloga Dra. Carolina de
Camargo Abreu, que se dedica ao público de festivais em sua tese de doutorado,
portanto tomamos por parâmetro enquanto público-alvo do Festival Amonati, uma
vez que o objeto de estudo daquele trabalho foram participantes do Festival
Universo Paralello que acontece também na região nordeste do país, (6) e quais
seus principais concorrentes para obter parâmetros capazes de direcionar as etapas
de projeto postas em prática no trabalho, (7) definimos o formato do produto final
desta pesquisa que melhor se adequa às necessidades do Coletivo, (8) e
produzimos o Guia de Estilo do Festival Amonati Edição Praia da Pipa 2019.
C. Metodologia
5
Design ethnography is therefore a broad approach encompassing several research methods,
focused on a comprehensive and empathic understanding of the users, their lives, their language, and
the context of their artifacts and behaviors. The methods of design ethnography are largely qualitative,
yet designers can borrow a lesson from the rigor of true ethnographers. (MARTIN, HANINGTON,
2012, p.60)
6
Interviews are often one component of a research strategy utilizing complementary methods such as
questionnaires or observations, to verify and humanize data collected using other means. (MARTIN,
HANINGTON, 2012, p.122)
do Coletivo, momento em que foi informado e enfatizado pelo entrevistado, uma
horizontalidade nas responsabilidades por parte dos que compõem a cúpula
administrativa da entidade, sempre na busca de uma igualdade de demandas e
funções entre os mesmos, principalmente durante as atividades prévias ao evento, e
descentralizando as funções durante as fases de montagem do festival, de acordo
com as afinidades e disponibilidades dos integrantes. Em seguida, foram abordados
os aspectos identitários que direcionam o posicionamento do Coletivo Amonati
dentro do nicho de festivais do Psytrance no Rio Grande do Norte. Neste ponto,
foram esclarecidos questões sobre a marca, o nome e os significados, bem como a
visão do Coletivo. Para finalizar, foram destacados pelo entrevistado os principais
concorrentes no Brasil e no exterior, na visão do Coletivo.
A metodologia aplicada para o processo de concepção da identidade neste
trabalho, foi demonstrada pela autora Alina Wheeler em seu livro Design de
identidade da marca: guia essencial para toda a equipe de gestão de marcas, em
sua terceira edição, de 2012. A autora defende em sua publicação que o processo
de criação de uma identidade visual necessita de um método provado e disciplinado
para criar e implementar esta identidade, bem como é um processo rigoroso que
demanda uma solução resultante da combinação de investigação, pensamento
estratégico, excelência em design e habilidade no gerenciamento de projetos,
independente da natureza do cliente e da complexidade do compromisso, essa
matriz projetual se mantém sempre a mesma.
Ainda segundo Wheeler, ter um processo de arquitetura de identidade visual
implica numa vantagem competitiva, uma vez que este procedimento atende aos
seguintes pontos:
7
O brief se caracteriza como um resumo dos dados mais relevantes sobre o cliente e os serviços por
ele oferecidos. Trata-se de um trabalho de coleta de informações e descrição dos elementos que irão
intervir na campanha, como detalhamento sobre a empresa, concorrentes, objetivos de marketing,
entre outros dados. (Conceito Ideal, 2013. Disponível em:
<https://conceitoideal.com.br/blog/otimizacao-de-sites-seo/qual-a-diferenca-entre-brief-e-briefing.html
>)
Como um último passo do projeto, a implementação do Guia de Estilo do
Festival Amonati, sistematizando a linguagem visual identificada ao final do primeiro
estágio de projeto. Essa fase garantirá segurança à identidade, por meio da
implementação de padrões e diretrizes que asseguram a credibilidade construída no
processo de arquitetura da identidade, garantindo que as metas propostas no projeto
sejam futuramente alcançadas com sucesso.
8
Principais artistas a comporem uma programação de festival.
9
Lista programática das apresentações musicais do festival, geralmente indicam nome do artista,
vertente a qual pertence, horário e data da apresentação, e também o local.
10
Abreviatura para Progressive Psytrance, v ertente da música eletrônica com composições melódicas
e frequência de batidas por minuto que variam de 120 a 145 bpm.
11
Vertente da música eletrônica com elementos melódicos e psicodélicos, e com frequências de
batidas que variam de 140 a 150 bpm.
Os festivais de classificação Alternativos, visam atingir um público mais
específico, aqueles interessados em uma mesma experiência musical, artística e de
vivência. Esse tipo de festival trabalhará com uma maior variedade de subgêneros
de Psytrance, sincronizando a progressão de velocidade das sonoridades com os
horários de preferência do público, começando pelas vertentes mais lentas, indo até
as mais aceleradas, a exemplo o Hi-Tech12 e o Dark13. Segue gráfico mostrando a
preferência de horários entre os frequentadores de festivais, de acordo com a
pesquisa Mapa do Trance no Brasil, realizada pelo site Trance.com.br, em 2018:
12
Vertente da música eletrônica com forte presença de sintetizadores, e frequências de batidas que
vão de 160 bpm ad infinitum.
13
Variação do Psytrance c om composições melódicas mais obscuras, sons de elementos da floresta,
e com frequências de batidas superiores a 140 bpm.
estão presentes nos principais meios de comunicação, com vistas a
atingir uma grande massa de pessoas;
3. número de pontos de contato desse evento – aparição da marca sem
as características explícitas de anúncio publicitário – com patrocínio à
outras empresas e eventos, atendimento via telefone, site e redes
sociais;
4. públicos dispõem de valores estéticos e musicais distintos, e por
conseguinte, identitários diferentes, apresentando cada um sua
iconografia própria, sinais gráficos distintos, fatores que influenciam na
escolha da linguagem visual que sustentará a identidade do evento.
ue acontece
Figura 7 - Banner digital da Ziohm, festa de gênero underground q
em Fortaleza, capital do Ceará, duas vezes ao ano.
14
Movimento de contracultura dos jovens dos Estados Unidos, que teve seu início na década de
1960.
A Feira de Música e Arte de Woodstock, nome oficial do festival,
aconteceu de 15 a 17 de agosto de 1969, na cidade de Bethel,
nas Montanhas Catskills, no condado nova iorquino de Sullivan.
A área de Borscht Belt, que era conhecida pelas fazendas e por
ser um destino pros feriados, se tornou a segunda maior cidade
no estado de Nova Iorque com mais de 450,000 por um breve
período de tempo (RAMOS, 2014, p. 14)15 [tradução nossa]
15
The Woodstock Music and Art Fair, the official name of the festival, was held from 15-17 August
1969 in the town of Bethel, in the Catskill Mountains in New York's Sullivan County. The Borscht Belt
area, which was best known for farming and as a holiday destination, became the second largest city
in New York State of more than 450,000 for a brief period of time (RAMOS, Woodstock: Community
and Legacy, 2014)
2. CONTRACULTURA
Para além dessa terminologia, a contracultura também conhecida por ser uma
cultura alternativa, cultura marginal ou underground16, teve sua maior notoriedade na
sociedade americana da década de 1960, quando a parcela mais jovem da
população apoiou-se ao alcance possibilitado pelos novos meios de comunicação
que atingiam a massa, a fim de gerar mobilização e contestação social, atacando as
alas mais conservadoras da sociedade pregando a liberdade do pensamento e das
ações.
16
Termo da língua inglesa que pode ser traduzido para: subterrâneo, secreto, oculto, clandestino,
alternativo.
O autor Carlos Alberto Messeder Pereira, defende em sua obra O que é
contracultura? (1992) a seguinte perspectiva a respeito desse movimento:
17
L'homme n'est rien d'autre que ce qu'il se soit fait. Tel est le premier principe de l'existentialisme.
(SARTRE, L’Existentialisme est un Humanisme, Les Éditions Nagel, Paris, 1970)
O homem que assume a responsabilidade por suas ações é livre, visto que
deixa de ser escravo do Outro. É por isso que, no existencialismo, o homem é
condenado a ser livre, pois nasce contra sua vontade, e livre porque é responsável
por tudo o que faz. Culpar o Outro (a alteridade) é o discurso do escravo. Culpar a si
mesmo é o discurso do homem livre. Liberdade é, na verdade, a consciência da
responsabilidade.
Tal pensamento favoreceu a filosofia adotada pelos movimentos de
contracultura que tiveram início no final da década de 1960, tanto na Europa, como
nas Américas, movidos pelo sentimento de frustração no momento pós Segunda
Guerra Mundial. Um dos movimentos expoentes desse período foi o hippie.
18
Documentário Malucos de Estrada - A reconfiguração do movimento “hippie” no Brasil. Direção:
Rafael Lage. Produção: Cyro Almeida. Brasil, 2015. Disponível em: < https://vimeo.com/54498570 >
Acesso em: 08/10/2018.
trajetória enquanto nômades, o trabalho que executam para gerar renda, conexões
com a família, entre outros assuntos relacionados com o seu cotidiano em forma de
entrevista. Também é debatido a questão da nomenclatura deste estilo de vida
enquanto hippie no Brasil, e nas entrevistas fica evidente que para esses artesãos,
eles não se consideram hippies, mas tomaram para si a alcunha de Malucos de
Estrada, termo que nomeia o filme. Outro tópico importante abordado no
documentário é a visão da sociedade moderna a respeito desses indivíduos
remanescentes da contracultura, os personagens têm a oportunidade de narrar
situações que ocorreram com eles, e que evidenciam a forma como eles são
tratados no ambiente urbano, as abordagens da polícia local devido a denúncia por
parte dos comerciantes das áreas onde eles se fixam para vender seus artesanatos,
e as políticas de limpeza social adotadas por alguns governos.
Um dos muitos pontos abordados no filme, é a produção de artefatos para
geração de renda desses indivíduos. Com uma variedade que vai desde
instrumentos musicais, até peças de decoração para casa, acessórios de vestuário
feitos com matéria-prima natural (sementes, conchas, pedras), e também de
acessórios para auxiliar na prática do tabagismo, e por essa última questão, a
produção destes indivíduos tem se tornado alvo de discriminação por parte da
polícia e de órgãos de proteção do patrimônio público.
Figura 8 - Artesã Samira Aguiar produzindo manualmente bolsas do tipo cartucheira durante o
Festival Amonati, edição 2018.
19
Nos dias atuais, a permacultura transpassa desde da compreensão da ecologia, da leitura da
paisagem, do reconhecimento de padrões naturais, do uso de energias e do bem manejar os
recursos naturais, com o intuito de planejar e criar ambientes humanos sustentáveis e produtivos em
equilíbrio e harmonia com a natureza. (Universidade Federal de Santa Catarina, 2017. Disponível em:
<http://permacultura.ufsc.br/o-que-e-permacultura/>. Acesso em: 08/11/2018)
No ambiente do festival alternativo, é possível identificar alguns elementos
gráficos que se repetem em razão de seu forte valor associado dentro desse
universo. Esses elementos são utilizados para decoração dos ambientes, e são
constantemente replicados em outros suportes.
Figura 10 - Detalhe da estrutura de cobertura do Festival Amonati, edição 2017. Estrutura utilizando
técnica de tingimento de tecido e desenhos em aerografia.
20
Shibori, um atual termo universal, é a palavra no idioma japonês para a manipulação de tecido na
fase que antecede o processo de tingimento (a palavra é derivada do verbo radical japonês shiboru,
que significa "torcer, apertar, pressionar"), e tem se tornado sinônimo para diversos processos de
tingir tecido. (GUNNER, 2007, p. 11) [tradução nossa]
Figura 11 - Palco principal do Festival Amonati, edição 2017. Estrutura utilizando bambu, malhas
tingidas, artesanato (filtro de sonhos), para compor a decoração da festa.
Figura 13 - Esboços de engrenagens contendo a base geométrica da flor da vida, encontradas nos
manuscritos de Leonardo DaVinci e reunidos na coleção Codex Atlanticus.
Figura 14 - Palco principal do Festival Boikot, edição 2016. Artistas se apresentam em frente a uma
escultura contendo a geometria sagrada conhecida como Flor da Vida
21
Trance é uma palavra inglesa que significa transe ou êxtase, experiência definida por estados
alterados/elevados da consciência, induzidos pela meditação ou pela estimulação dos órgãos
sensoriais do organismo. (Equipe Trance.com.br, 2016. Disponível em:
<https://trance.com.br/blog/cultura-psicodelica/o-movimento-trance-psicodelico>)
3. MERCADO
22
Termo da língua inglesa que pode ser traduzido para: tendência, convencional, tradicional,
dominante.
Figura 15 - Detalhe da estrutura do palco principal da festa Liquid Sky, edição 2018, na praia
da Pipa, em Tibau do Sul. Uso de telões de led como decoração dinâmica.
23
Sistema de dispersão de água, geralmente instalado na área da pista, para quando acionado,
ajudar a reduzir o calor dos participantes que estão dançando sob sol forte.
24
Trabalhadores contratados para atuar no evento.
Figura 16 - Detalhe do palco do Festival Boikot, edição 2018, em Altinho, Pernambuco. O
palco foi totalmente construído pelo Coletivo, utilizando de técnicas de bioconstrução.
ão tendem a
Em contrapartida, os organizadores de festivais underground n
investir em infraestruturas de grande porte, mas visam o contato direto do
frequentador com o ambiente da locação, portanto sempre há uma preocupação
prévia desse local dispor de áreas com paisagem natural, que permita ao
frequentador realizar atividades ao ar livre. Também dispondo de uma configuração
básica (palcos, tenda, praça de alimentação e camping), os undergrounds contam
ainda com estruturas para ofertar cursos, palestras, e outras atividades de interação
entre os participantes.
3.2 Público-alvo
25
Rave é um termo em inglês, utilizado no Brasil para caracterizar uma festa de música eletrônica
que costuma ter longa duração. Nestes eventos, DJs e demais artistas performam e apresentam seus
trabalhos. Em inglês, rave é um verbo que pode ser traduzido para "delírio", em português.
Utilizando-se do discurso de Turner (1982), a autora define essa proposição
dos festivais ocupando o lugar dos rituais na sociedade industrial: [na íntegra]
26
Termo em inglês utilizado pela autora para caracterizar os frequentadores de festivais de música
eletrônica.
[...] o gosto por artefatos indígenas parecia bastante
disseminado, uma vez que muitas meninas portavam cintos de
penas – neste caso, tingidas de cores sintéticas: verde limão,
laranja, rosa choque –, colares de sementes coloridas, e alguns
ravers até usavam cocares na pista. E mais, também lá, muito se
conversava sobre conhecimentos, mitos e costumes de povos
indígenas, por exemplo, sobre os maias, os filtros dos sonhos de
indígenas da América do Norte, a jurema usada ritualmente no
Nordeste brasileiro. (ABREU, 2011, p. 16)
27
Potiguar ou potiguara é o nome de uma grande tribo Tupi que habitava a região litorânea
do que hoje são os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Em Tupi quer dizer
"comedor de camarão".
Figura 23 - Flyer da festa Conexões Urbanas, promovido pelo Coletivo Amonati, utilizando-se
da imagem de um indígena para ilustrar a identidade do evento.
3.3 Concorrentes
28
Ozora presents a spectacular array of human diversity: people from all cultures, social
backgrounds, and nationalities brought together in one place to take part in a global psychedelic
gathering. People travel from around the world to be here, now, and be a part of this social
phenomenon – which is, when we stop to think about it, a remarkable achievement for alternative
culture.
Uma das características marcantes do festival, é a sua marca dinâmica, que
por anos recebeu a intervenção de diferentes artistas para reformular a mandala
central que faz parte do logotipo.
Figura 25 - Versões do logotipo do Ozora Festival nas edições 2013, 2014 e 2015
respectivamente.
<https://logopond.com/souldust/showcase/detail/231674>)
29
Termo abreviação para Electronic Music, música gerada por software num computador.
ao sul de Salvador, no estado da Bahia –, tomou-se por parâmetro de organização e
estruturas essenciais alguns espaços ali identificados como importantes para a
fomentação e disseminação dos ideais da contracultura da primeira década dos anos
2000.
O trabalho cooperativo desde o seu início, integra profissionais de diferentes
áreas profissionais, mas que dentro do Coletivo atuam integradamente na produção
do evento, desde as fases conceptivas até integrar o corpo de músicos que irão se
apresentar durante o festival, palestrantes, oficineiros, bioconstrutores, artistas
visuais, ou qualquer outra atividade que permeia o ambiente do festival Amonati.
4.1 Marca
4.2 Naming
30
Desenho sem preenchimento, composto apenas por arestas.
4.3 Metas
31
A brand is a "Name, term, design, symbol, or any other feature” that identifies one seller's good or
service as distinct from those of other sellers. (American Marketing Association, 2010. Disponível em:
<https://www.ama.org/resources/pages/dictionary.aspx?dLetter=B>.)
Figura 32 - Banner digital para a festa Experience Trance,
que acontece em Recife, capital do Pernambuco
Assim como ocorre no Ozora Festival, a cada edição do Festival Amonati uma
nova identidade para o evento é criada, e baseando-se nessa nova mensagem, um
novo mote, são pensadas novas cores, novos ícones gráficos, novas tipografias,
novos usos de materiais. Levando em consideração essa característica, a criação de
um Manual de Identidade Visual - Brandbook 32
- limitaria negativamente alguns
aspectos dessa renovação, que já é característica do modelo de ação do Coletivo
Amonati nesse mercado.
O Guia de Estilo é uma alternativa que amplia o potencial de representação
das ideias e conceitos da marca em cada edição do evento. O mesmo ocorre na
identidade visual do Festival Ozora, que anualmente transfere para a identidade do
evento, as cores, as formas, os padrões articulados aos conceitos das edições
anuais sem alterar a porção radical da marca. Este guia é a sintetização de
orientações relacionadas a posicionamento, linguagem, padrões gráficos, e demais
elementos que auxiliarão nos processos de decisão nas etapas de criação, para
esse caso específico, as etapas de criação do Festival Amonati Edição Praia da Pipa
2019, o que garantirá a fidelidade do material à identidade do Coletivo, sempre
direcionado ao público amplo desses festivais.
De acordo com Nes (2012), as marcas têm se aproveitado da evolução dos
ambientes interconectados por plataformas online, para criarem em torno de si
mesmas espaços de interação para pessoas cujas preferências de mundo são afins,
ou convergem minimamente.
32
Brandbook é um manual de personalidade e comportamento de marca voltado para a orientação
cotidiana de gestão de branding e comunicação corporativa.
33
A brand has become a platform where like-minded people come together, and an experience that
creates emotional attachment. Brands need to constantly adapt to their fast-changing environment in
order to survive. Internet, social media and technical revolutions have given brands the opportunity to
behave like living organisms. (NES, 2012, p. 6)
A necessidade dessas entidades de se apresentarem devidamente adaptadas
aos ambientes conectados, que por sua vez estão em constante evolução/revolução,
sugere que essas marcas confiram, em seus sistemas de interação
entidade-público, a possibilidade de se adequarem às diferentes formas de serem
visualizadas nos suportes dinâmicos. Partindo da solidez do logotipo convencional,
que sugere autenticidade e consistência, e se estendendo até a versatilidade do
logotipo cambiável, capaz de ser moldado para ser veiculado numa peça gráfica
animada ou em vídeo, a identidade visual mais dinâmica e flexível é requisito para
que entidades se apresentem contextualizadas às possíveis aplicações nos
ambientes virtuais e móveis.
Nesse contexto, a autora classifica as identidades dinâmicas em seis
categorias que as diferenciam quanto ao seu processo sistemático:
Por sua vez, o elemento cambiável será o caractere "o" central na tipografia,
onde o artista responsável pela customização trabalhará para garantir à forma, a
capacidade de ser reconhecida enquanto um elemento que remeta à leitura da letra
"o", com geometria circular ou com um movimento circular.
O elemento cambiável do sinal gráfico deve atender em sua concepção aos
seguintes requisitos:
1. permitir a leitura deste elemento enquanto um caractere "o";
2. apresentar algum tipo de animação de movimento, e/ou de cor, e/ou de
revolução da forma, e/ou de perspectiva, e/ou de qualquer
característica escolhida pelo artista;
3. representar os valores embutidos no conceito da marca;
a. fluidez, ritmo, psicodelia, liberdade.
4. ser um elemento aplicável em telas;
5. respeitar a área disponível para aplicação.
7.6 Concepção
9.1 TCC 1
Revisão bibliográfica
Escolha da metodologia
Aplicação da metodologia
Escrita
Revisão
Diagramação
Apresentação
9.2 TCC 2
Revisão bibliográfica
Aplicação da metodologia
Análise de dados
Criação
Revisão
Produção do manual
Apresentação
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
mercado
GONÇALVES, Denise Oliveira. Avesso e Direito: movimento hippie e
cultural da moda. Uberlândia, 2007. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia.
NEVES, Thiago Tavares das. Coração sonoro - afetos, corpos e máquinas nas
festas de música eletrônica. Natal, 2016. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) -
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande
do Norte.
PEREIRA, João Pedro Gaspar Lopes. Where the Things Always Happen: Um estudo
sobre festivais de música e desenvolvimento local. Porto, 2016. Dissertação
realizada no âmbito do Mestrado em Sociologia da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto.
RAMOS, Pedro Jorge Duarte Silva. Woodstock: Community and Legacy. Coimbra,
2014. Dissertação de mestrado em Línguas, Literaturas e Culturas, área de Estudos
Ingleses e Estudos Americanos, apresentada à Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra.
SCHAPIRO, Meyer. Style. In: Theory and Philosophy of Art: style, artist, and society.
New York: George Braziller, 1994.