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Fazer um almanaque de férias no estilo “Almanaque de Férias da Turma da Mônica” era um sonho
antigo, que começou como uma piada, que depois virou uma idéia, que depois virou um arquivo que
custou várias horas do meu tempo livre para ficar pronto e que agora está em suas mãos ! ! !
Esse almanaque possui 30 páginas, e o fato de ser curtinho é proposital. A minha intenção ao
escolher esse formato é a de que você, leitor ou leitora, seja capaz de imprimir o arquivo e interagir
com o conteúdo sem necessidade de tecnologia eletrônica. Fiz isso com o objetivo de tentar .
. resgatar a tradição dos saudosos almanaques da Turma da Mônica.
Obviamente que por ser um almanaque voltado para um público adulto . .
. nem tudo pode ser diversão e passa-tempo. Por isso incluí .
. algumas das melhores matérias do meu site .
www.guiadofisio.com.br .
Todo esse conteúdo é gratuito, e espero .
que os almanaques dos próximos .
anos continuem assim !
DIVIRTA-SE !
Este Almanaque é fruto do trabalho conjunto de algumas pessoas. Agradeço a Leonardo Lima,
meu grande amigo e gestor de mídias sociais ( @leonardolima892 ) , e da talentosíssima Vanessa
Barros do perfil @_helpfisio_ , a qual gentilmente permitiu a utilização de suas ilustrações como
capa deste almanaque.
Como dizem nas redes sociais #gratidão !
Sumário
página
Palavras cruzadas 6
Caça palavras 7
Ventilação colateral 10
Fratura de Colles 11
Fisioterapia Jurássica 16
Jogo do labirinto 19
Estereótipos da fisioterapia 22
1
2
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3
4
5
A solução das palavras cruzadas está no final do almanaque
6
articulação fêmur
bíceps fisioterapia
clavícula patela
diafragma pilates
fascia prótese
7
Ventilação colateral
8
Começando pelo começo:
Como surgiu a idéia de que existe
uma ventilação colateral ?
9
A Fisiologia da ventilação colateral:
Dessa forma chegamos a uma
constatação importante: a de que em O CO2 exerce efeito sobre a ventilação
indivíduos hígidos não ocorre fluxo colateral. Quando 5% de CO2 é infundido
aéreo pelos poros e canais que formam a em uma área obstruída do pulmão, a
ventilação colateral. resistência da ventilação colateral diminui
em cerca de 46%.
Entretanto, a passagem de ar do
sistema de ventilação colateral ganha Este achado é corroborado por estudos
destaque em caso de processos que demostraram que o CO2 inalado pode
obstrutivos como a doença pulmonar causar dilatação das vias aéreas e
obstrutiva crônica, obstrução tumoral relaxamento do tecido parenquimatoso
ou oclusão das vias aéreas por corpos ativo, o que pode levar ao aumento do
estranhos. volume pulmonar e a redução da resistência
da ventilação colateral.
REFERÊNCIAS
Terry PB, Traystman RJ. The Clinical Significance of Collateral Ventilation. Ann Am Thorac Soc.
2016 Dec;13(12):2251-2257.
Morrell NW, Roberts CM, Biggs T, Seed WA. Collateral ventilation and gas exchange during airway
occlusion in the normal human lung. Am Rev Respir Dis. 1993 Mar;147(3):535-9.
Hogg JC, Macklem PT, Thurlbeck WM. The resistance of collateral channels in excised human lungs.
J Clin Invest. 1969 Mar;48(3):421-31.
LAMBERT MW. Accessory bronchiolealveolar communications. J Pathol Bacteriol. 1955
Oct;70(2):311-4.
Van Allen CM, Lindskog GE, Richter HG. COLLATERAL RESPIRATION. TRANSFER OF AIR
COLLATERALLY BETWEEN PULMONARY LOBULES. J Clin Invest. 1931 Aug;10(3):559-90
10
Fratura de Colles
A fratura de Colles é a fratura mais comum do rádio distal. É uma
fratura extra-articular caracterizada pelo deslocamento dorsal do
fragmento distal do rádio, promovendo uma deformidade típica,
conhecida como deformidade em “garfo de jantar” ou “deformidade
em dorso de garfo”.
Rádio
Foco de
fratura
11
Salto alto faz mal?
Para nós, fisioterapeutas, é muito fácil entender que os calçados afetam a postura, o
equilíbrio e até mesmo o modo como nos movemos. Mas poucos calçados afetam tanto o
nosso corpo quanto os sapatos de salto alto.
Diversas pesquisas demonstram que o uso frequente de calçados de salto alto podem
ocasionar problemas que vão muito além do desconforto e dores nos pés ao final do dia. O
uso de um sapato de salto alto interfere diretamente na biomecânica postural e também na
marcha pois desloca o centro de gravidade e obriga o corpo a adotar uma série de
compensações posturais para manter o equilíbrio. O uso desses calçados a longo prazo pode
até causar mudanças estruturais no próprio pé, levando a joanetes, dedo em martelo e
outras condições que, em casos mais graves, podem exigir correção cirúrgica.
Dito isso, fica claro que ao atender uma paciente com dores de coluna, quadril ou joelhos,
devemos estar atentos para questionar em nossa anamnese se ela costuma usar sapatos de
salto alto, e também a frequência do uso.
12
Marcha Equilíbrio
13
Pés
Quando o pé é colocado em plantiflexão, uma pressão significativa será exercida sobre
o antepé. A pressão é diretamente proporcional a altura do calcanhar. O aumento da
carga sobre essa região também pode causar dor ou deformidades nos pés, como
joanetes e neuromas. A supinação do pé também pode alterar o alinhamento do tendão
de Aquiles e levar a uma condição conhecida como deformidade de Haglund (aumento
ósseo do calcanhar). O salto alto também pode causar encurtamento dos tendões e
ligamentos que sustentam o arco plantar. Isso pode resultam em uma fascíte plantar.
Para os dedos dos pés, usar salto alto, principalmente o de bico fino, é como aprisioná-
los dentro de uma caixinha de fósforos. Pela ação da força da gravidade, os dedos dos
pés são pressionados uns contra os outros e também forçados a uma flexão
interfalangiana, podendo gerar uma deformidade conhecida como dedo em martelo.
Em resumo
Saltos altos são, sem dúvida, um acessório muito elegante, porém seu uso contínuo e
frequente pode comprometer a estrutura do corpo como um todo. Mas nem tudo está
perdido! É possível adotar algumas medidas para minimizar os danos. Abaixo algumas
dicas valiosas:
[1] Se possível, deixe para usar saltos altos para ocasiões especiais.
[2] Se você quiser (ou precisar) usar salto para trabalhar, leve-os na bolsa e calce-os
somente durante o período de trabalho.
[3] Durante o dia, tire-os ocasionalmente para alongar e relaxar.
Referências:
14
O jaleco branco é um Equipamento de Proteção Individual ( EPI ), um verdadeiro clássico
nos hospitais. Mas você sabia que os jalecos também servem para identificar o grau de
experiência de quem está usando? Isso mesmo!
Quanto mais surrado e descosturado, mais casca grossa é quem está usando. De uma
forma poética, podemos dizer que os danos no jaleco são como cicatrizes de guerra. Cada
mancha tem uma história pra contar. Cada botão faltando uma aventura, cada bolso
descosturado um caso clínico memorável.
Não acredita? Da próxima vez que for a uma enfermaria, dê uma olhada em volta e
confira se isso tudo o que eu escrevi não é a mais pura verdade.
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15
FISIOTERAPIA
JURÁSSICA
16
ESTALAR OS DEDOS FAZ MAL? . . . O QUE DIZEM OS CIENTISTAS.
Dois trabalhos publicados buscaram responder esta pergunta. São publicações antigas
(The consequences of habitual knuckle cracking. West J Med 1975; e Effect of habitual
knuckle cracking on hand function. Ann Rheum Dis 1990), mas que por sorte estão
disponíveis on line.
É importante ressaltar que estes trabalhos não oferecem respostas definitivas. A única
certeza que posso ter é que estalar os dedos é bom demais e me dá um alívio
danado!Ah! antes que eu me esqueça, tem um outro tipo de estalo articular que não é
causado pela cavitação, e que pode causar lesões do tipo microtrauma. Este outro ruído
é causados pelo ressalto do tendão contra o osso. Quer saber como diferenciar um do
outro? Muito simples:
Se o estalo foi causado por cavitação, você vai precisar esperar uns 30 minutos até
estalar novamente a articulação. Se você puder causar o estalo repetidas vezes sem
necessidade de esperar, então é possível que seja causada por algum tendão resvalando
em contato com o osso e, neste caso, a repetição do estalo pode causar uma inflamação
no tendão ou seja: uma tendinite.
17
MARCOS HISTÓRICOS
DA FISIOTERAPIA
Contos surreais de um universo paralelo Vol.I
19
Cadeia cinética aberta versus fechada
20
CADEIA CINÉTICA FECHADA A coativação ou co-contração de músculos
agonistas e antagonistas deve ocorrer durante
O movimento em CCF é definido como aquele os movimentos normais para gerar
nos quais as articulações terminais encontram estabilização articular.
resistência externa considerável a qual impede
ou restringe sua movimentação livre. Como mencionado anteriormente, a co-
Exemplos de atividades de CCF dos MMSS contração que ocorre durante atividades em
são: o exercício de flexão de braço (push ups), CCF diminuem as forças de cisalhamento que
a utilização dos braços para se levantar de uma agem sobre a articulação, assim protegendo
cadeira, o apoio dos membros superiores os tecidos moles em processo de recuperação,
durante a marcha com muletas. Exemplos de os quais de outra forma poderiam ser
atividades de CCF dos MMII: descer escadas, danificados em atividades em CCA.
leg press e agachamentos.
Com exercícios em CCA, o movimento
EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA geralmente é isolado em uma única
ABERTA VERSUS CADEIA CINÉTICA articulação. Atividades em CCA teriam como
FECHADA indcação exercícios para aumentar força ou
amplitude de movimento. Eles podem ser
aplicados em uma única articulação
Ambas CCA e CCF oferecem vantagens e
manualmente, como nos exercícios de PNF
desvantagens distintas no processo de
ou por meio de alguma resistência externa
reabilitação. A escolha em se usar uma ou
utilizando therabands.
outra vai depender do objetivo de tratamento.
A preferência em realizar atividades em CCF
Características dos exercícios em CCF
sobre a CCA é baseada na premissa de que
incluem forças compressivas articulares
exercícios em cadeias cinéticas fechadas,
aumentadas, aumento da congruência articular
particularmente nos membros inferiores
e portanto maior estabilidade, redução das
parecem replicar tarefas funcionais melhor do
forças de cisalhamento, redução das forças de
que as CCA . Isto porque a CCF parece
aceleração, forças de resistência aumentadas,
permitir toda uma cadeia muscular se
estimulação dos proprioceptores e melhoria da
exercitar ao mesmo tempo. Além disso,
estabilidade dinâmica. Todas estas
exercícios em CCF demonstraram melhorar a
características estão associadas ao suporte de
congruência articular, diminuir as forças de
peso. Assim, as atividades em CCF ajudam a
cisalhamento e estimular os mecanoceptores
reforçar a sincronização dos padrões de
articulares utilizando carga axial e aumento
ativação muscular tanto para agonistas quanto
de forças compressivas sobre a articulação.
para antagonistas, que se ativam durante
Entretanto, é importante ressaltar que a vasta
estabilização e deambulação.
maioria das atividades funcionais envolve
uma combinação das cadeias cinéticas abertas
Entre as características dos exercícios em
e fechadas. Assim, atividades funcionais são
CCA estão: forças de aceleração maiores,
melhor vistas como parte de um continuum
forças de distração e rotacionais mais intensas,
entre ações de cadeias abertas e fechadas que
forças concêntricas de aceleração e forças de
se alternam e complementam para gerar o
desaceleração excêntricas. Estas são em geral
movimento normal.
características de atividades sem descarga de
peso.
21
estereótipo
Padrão estabelecido pelo senso comum e baseado na ausência de
conhecimento sobre o assunto em questão.
Concepção fundamentada em idéias pré-concebidas sobre algo ou alguém,
sem o seu conhecimento real, geralmente de cunho preconceituosos.
22
Biomecânica respiratória - um breve olhar articulatório
Algumas (das incontáveis) considerações teóricas sobre a respiração:
A caixa torácica, ou gradil costal, é formada pelo esterno, cartilagens costais, costelas e
corpos das vértebras torácicas. A contração muscular é o motor que aciona todas essas
engrenagens, resultando nos movimentos de inspiração e expiração. Nesse sentido, eu
gosto de pensar no processo de respiração como se fossem uma orquestra, na qual o
produto final (a música, ou a respiração) só é possível se seus diferentes componentes
trabalharem em harmonia. Essa comparação é bastante poética, não é mesmo? Mas
voltando ao assunto: que tal agora conhecer um pouco mais dos nossos músicos
respiratórios? A seguir vou falar dos componentes ósseos e articulares envolvidos na
respiração (esterno, costelas e vértebras) e como esses elementos interagem durante a
respiração.
23
Costelas falsas (oitavas, nonas e décimas Pra começar, é preciso reconhecer que
costelas) existem dois padrões de movimento
Possuem cartilagens costais mais longas descritos para as costelas: o movimento
e não se ligam diretamente ao esterno, de “braço de bomba” que ocorre
mas sim à cartilagem costocondral de seu principalmente nas costelas superiores e
vizinho superior, de modo que sua o movimento do tipo “alça de balde” que
fixação ao esterno é indireta. Portanto, ocorre principalmente nas costelas
essa região tem mais mobilidade do que inferiores. Existe ainda um terceiro
as costelas verdadeiras. movimento chamado “pinça de
caranguejo” que foi atribuído às duas
últimas costelas. No entanto, esse tipo de
Costelas flutuantes (décimas primeiras e movimento não é aceito universalmente
segundas costelas) e, em alguns livros, sequer mencionado.
24
Movimento em alça de balde
25
Gabarito – palavras cruzadas
26
Gabarito – Caça-palavras e Labirinto
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