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AS PREPOSIÇÕES

- Gosto de advérbios – foi dizendo Emília, enquanto ser a levava para a casa das
preposições. – eles prestam enormes serviços a quem fala. Impossível a gente dizer uma coisa do
modo exatinho como é preciso sem usar qualquer advérbio.
- Sim – concordou ser. – ninguém pode arrumar-se na vida sem eles. Até nós, Verbos,
ganhamos imensamente com as modificações que eles nos fazem. Mas, bem consideradas as
coisas, não existe palavra que não seja indispensável. Sem os nomes, de que valeríamos os
nomes? Todas as palavras ajudam – se umas às outras, e desse modo os homens conseguem
exprimir todas as idéias que lhes passam pela cabeça.
A casa das preposições não era grande, porque há poucas palavras nessa família.
- Estas senhoritas – disse ser – servem para ligar outras palavras entre si, ou para ligar
uma coisa que está atrás a uma que está adiante. O advérbio modifica; a preposição liga.
- Quer dizer que são os barbantes, as cordinhas da língua – observou Emília.
- Isso mesmo. Constituem os amarrilhos da língua. Sem elas a frase ficaria telegráfica, ou
desamarrada. Aqui estão todas neste armário, olhes.
Emília examinou-as uma por uma, para as decorar bem, bem. Viu lá as preposições a,
ante, após, até, com, contra, conforme, consoante, de, desde, durante, em, entre, para, por, sem,
sobre, sob e outras.
- Bravos! – gritou Emília. – são umas cordinhas preciosas estas. A gente não pode dizer
nada sem usá-las, sobretudo as menorzinhas, como a, até, com, de, sem, por...
- Creio que as preposições de é a mais importante – disse ser. – num concurso de
utilidade, de venceria. É como ali adiante a conjunção e, que é a menor de todas. Tão econômica
que até se escreve com uma letra só – e, no entanto é uma danadinha de útil.
- Vamos visitar as conjunções! – gritou Emília.
Monteiro Lobato
AS PREPOSIÇÕES
- Gosto de advérbios – foi dizendo Emília, enquanto ser a levava para a casa das
preposições. – eles prestam enormes serviços a quem fala. Impossível a gente dizer uma coisa do
modo exatinho como é preciso sem usar qualquer advérbio.
- Sim – concordou ser. – ninguém pode arrumar-se na vida sem eles. Até nós, Verbos,
ganhamos imensamente com as modificações que eles nos fazem. Mas, bem consideradas as
coisas, não existe palavra que não seja indispensável. Sem os nomes, de que valeríamos os
nomes? Todas as palavras ajudam – se umas às outras, e desse modo os homens conseguem
exprimir todas as idéias que lhes passam pela cabeça.
A casa das preposições não era grande, porque há poucas palavras nessa família.
- Estas senhoritas – disse ser – servem para ligar outras palavras entre si, ou para ligar
uma coisa que está atrás a uma que está adiante. O advérbio modifica; a preposição liga.
- Quer dizer que são os barbantes, as cordinhas da língua – observou Emília.
- Isso mesmo. Constituem os amarrilhos da língua. Sem elas a frase ficaria telegráfica, ou
desamarrada. Aqui estão todas neste armário, olhes.
Emília examinou-as uma por uma, para as decorar bem, bem. Viu lá as preposições a,
ante, após, até, com, contra, conforme, consoante, de, desde, durante, em, entre, para, por, sem,
sobre, sob e outras.
- Bravos! – gritou Emília. – são umas cordinhas preciosas estas. A gente não pode dizer
nada sem usá-las, sobretudo as menorzinhas, como a, até, com, de, sem, por...
- Creio que as preposições de é a mais importante – disse ser. – num concurso de
utilidade, de venceria. É como ali adiante a conjunção e, que é a menor de todas. Tão econômica
que até se escreve com uma letra só – e, no entanto é uma danadinha de útil.
- Vamos visitar as conjunções! – gritou Emília.
Monteiro Lobato

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