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1.INTRODUÇÃO

O assunto da educação não preencheu um lugar central na obra de Marx. Ele não criou
abertamente uma teoria da educação, muito menos princípios metodológicos e diretrizes para
o processo ensino-aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupação foi o estudo das
relações sócio-econômicas e políticas e seu desenvolvimento no processo histórico. Contudo,
a questão educacional encontra-se inevitavelmente ligada à sua obra. Existem alguns textos
que Marx, juntamente com Engels, redigiu sobre a formação e o ensino em que a concepção
de educação está unida com o horizonte das relações sócio-econômicas daquela época. Assim,
para compreendermos qual sua perspectiva na análise da educação precisamos passar pelo seu
modo de compreender a sociedade.
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2. DESENVOLVIMENTO

Karl Marx nasceu em 1818, na cidade de Treves, capital da província alemã do Reno,
numa família judia de classe média que aderiu ao protestantismo por questões políticas e de
sobrevivência. O contexto histórico em que Marx viveu e produziu suas obras reflete os
efeitos da Revolução Industrial, no plano econômico, e os da Revolução Francesa, no plano
político.
Entre outros temas Marx escreveu sobre a alienação. Para ele a alienação é quando a
ciência aparece separada do proletariado e se coloca a serviço do capital. O operário perde a
relação existente entre conhecimento e trabalho.É esse processo de separação entre pensar e
executar, somando à apropriação dos resultados dos trabalhos por outro que não o trabalhador.
Segundo Marx na sociedade capitalista as propriedade privada é a sustentadora da
alienação. A alienação ultrapassou as relações sociais de produção e tomou conta das
instituições sociais (família, igreja, estado, escola.). Nesse sentido a educação nessa sociedade
em que vivemos serve para manter a ideologia da burguesia.
Ainda que Marx não tenha trabalhado a educação podemos identificá-la em algumas de
suas considerações. “No manifesto do Partido Comunista, Marx avalia que uma das
possibilidades de viabilizar a superação das dicotomias existentes e da emancipação do ser
humano é a completa integração entre ensino e trabalho. Nas instruções aos delegados ao I
Congresso da Internacional dos Trabalhadores, realizado em Genebra, em 1866, podemos
encontrar a formulação da concepção de instrução marxiana.”

Por instrução nós entendemos três coisas:


Primeiro: instrução intelectual,
Segundo: educação física, assim como é ministrada nas escolas de
ginástica e pelos exércitos militares,
Terceiro: treinamento tecnológico, que transmita os fundamentos
científicos gerais de todos os processos de produção e que
contemporaneamente introduza a criança e o adolescente no uso
prático e na capacidade de manusear os instrumentos elementares de
todos os ofícios (...)
A união entre trabalho produtivo remunerado, istrução intelectual,
exercício físico e treinamento politécnico, elevará a classe operária
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acima das classes superiores e médias ( MARX; ENGELS, 1866,


apud MANACORDA, 1989, p. 297).

À integração entre ensino e trabalho Marx e Engels chamaram de ensino politécnico ou


formação omnilateral. “Por meio desta, o homem se desenvolveria em todos os sentidos,
constituindo uma forma de superar a alienação crescente e unificando o homem com a
sociedade. O processo de ensino e aprendizagem começaria na infância tendo por base que a
educação é para todos, e gratuita. Portanto, o ensino intelectual (cultura geral), o
desenvolvimento físico (ginástica e esporte) e o aprendizado profissional polivalente (técnico
e científico) comporiam o novo ensino formal que contribuiria para a construção de um
mundo não mais mediado pela propriedade privada.”
O ensino e o conhecimento são ferramentas para a transição da era da necessidade para
a liberdade. Nesse caso a educação teria um potencial e um caráter revolucionário, seria um
dos importantes meios entre outros em que a classe operária construiria a consciência de
classe para si emancipando a si e a toda humanidade. Portanto a união entre educação e
trabalho dá um caráter totalizante a educação, superando-se assim a formação unilateral,
especializada, alienante, proposta pela burguesia.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim Marx propõe uma prática educacional transformadora, onde a escola teria
basicamente um duplo papel: primeiro, desmascarar todas as relações sociais (relações de
dominação e exploração) estabelecidas pelo capitalismo, tornando cada indivíduo consciente
da realidade social na qual ele está inserido; segundo, militar pela abolição das desigualdades
sociais, pelo fim da dominação e exploração de uma classe sobre outra e, por último, pela
transformação da sociedade. Ou seja, Marx em seu pensamento diz que a escola tem o poder
de transformar a sociedade se ela trabalhar os princípios de igualdade.
Infelizmente, os princípios estabelecidos por Marx não tem sido utilizados, uma vez
que o modelo de educação que temos no Brasil é altamente exclusivo, discriminatório, onde
só os indivíduos da classe dominante têm reais chances de alcançar uma melhor posição
social no interior de seu grupo.
No entanto, cabe a cada um de nós, educadores, lutar para o estabelecimento de um
ideal de educação, comprometido com a transformação da realidade social, assim como
propunha Marx.

“Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência”. (Karl
Max)
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4. REFERÊNCIAS

BRASIL, ministério da educação. Secretaria de educação básica. Educação, sociedade


e trabalho: Abordagem sociológica da Educação. Curso profuncionário. Brasília, universidade
de Brasília, centro de educação a Distância 2006.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/42778/1/Karl-Marx-e-a-Educacao/pagina1.html#ixzz0vAa4TkFg

Fonte: http://movimentoantireligiao.wordpress.com/tag/deus/
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5. ANEXO

KARL MARX

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