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NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Resumo
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Professora Adjunta do Centro de Educação – CED da Universidade Estadual do Ceará – UECE. Doutora
em Educação. Coordenadora do Grupo de Estudo Marxismo e Educação – CED/UECE. Membro do
Comitê Científico da Revista Dialectus – periódico científico do Eixo Marxismo, Teoria Crítica e
Filosofia da Educação, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da
Universidade Federal do Ceará – UFC. Colaboradora do Eixo Marxismo, Teoria Crítica e Filosofia da
Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da UFC.
manter a classe trabalhadora sob sua dominação. Mas há uma pergunta que não quer
calar: como pode uma minoria se sobrepor a uma maioria esmagadora? O que explica
essa dominação?
A LDB, no seu artigo 62, indica que a formação docente para atuar na
educação básica far-se-á em nível superior, no entanto, abre exceção quanto à formação
dos professores da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental ao
indicar a formação em nível médio na modalidade normal.
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Em que pese o caráter contestatório das teorizações de Ivan Illich, na sua obra Deschooling Society
(1971), traduzida para o português como “Sociedade sem Escolas”, não podemos deixar de registrar que
suas elaborações se inscrevem no campo das chamadas teorias reprodutivistas por condenar a escola a
sentido, identificar as possibilidades torna-se tão importante quanto demarcar os seus
limites, pois é no campo das possibilidades que agimos. Como diz Tonet (2003, p. 214),
“[...] É melhor fazer pouco na direção certa, do que muito na direção errada”.
uma função meramente reprodutora da sociedade de classes e, portanto, nociva. Conforme analisa Saviani
(2003, p. 97), “[...] De acordo com esta proposta [de Ivan Illich], a escola não é apenas desnecessária e
prescindível, como até prejudicial. Portanto, o que de melhor a sociedade pode fazer é livrar-se das
escolas; é peso inútil [...]”.
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Para aprofundar essa discussão em torno da competência técnica e do compromisso político como
componentes da ação docente, sugerimos conferir “Pedagogia Histórico-Crítica”, capítulo 2
“Competência Política e Compromisso Técnico: (o pomo da discórdia e o fruto proibido)” (SAVIANI,
2003), no qual o autor situa a polêmica levantada por Paolo Nosella, em seu artigo “O compromisso
político como horizonte da competência técnica”, em relação ao livro de Guiomar Namo de Mello,
“Magistério de 1º grau: da competência técnica ao compromisso político”.
transformadora, a tarefa de “produzir no individuo a humanidade” torna-se uma tarefa
hercúlea. É preciso considerar, pois,
Vale ressaltar, em primeiro lugar, que a luta política não consiste numa
escolha da classe, mas, antes, é uma necessidade. Os docentes, como parte constituinte
da classe trabalhadora, que vende a força de trabalho aos empresários da educação ou ao
Estado (rede pública municipal, estadual e federal) em troca de um salário, precisam se
organizar como categoria profissional nas suas entidades sindicais para garantir
minimamente os seus direitos – condições de trabalho, carreira, piso salarial, formação
etc. - assim como se organizar politicamente como classe para tomar o poder e construir
ma sociedade socialista.
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Extrato da obra A Ideologia Alemã, III, 2: “Fenomenologia do egoísta consigo mesmo ou a teoria da
justificação” (MARX; ENGELS, 1987).
Esse terreno da luta política extrapola os muros das escolas e das
universidades. Em Pedagogia Histórico-Crítica, Saviani (2003) vai desenvolver uma
teoria educacional, à luz do movimento histórico e das contradições das relações sociais
capitalistas, que “[...] busca compreender a questão educacional a partir dos
condicionamentos sociais” (p. 92). Trata-se, portanto, nas palavras do próprio autor
(2003, p. 92),
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