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ETAPA I –TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES FAETEC


Técnico em Edificações ETEHL
ETEHL-

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES
ESCOLA TECNICA ESTADUAL HENRIQUE LAGE

TECNOLOGIA
DAS CONSTRUÇÕES

APOSTILA
2017

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ETAPA I –TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES FAETEC
Técnico em Edificações ETEHL
ETEHL-

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
1.SERVIÇOS PRELIMINARES ..................................................................................................... 8
1.1. Entrevista com o cliente ......................................................................................................... 10
1.2. Modelo de questionário para aplicação junto ao cliente ........................................................12

2. O PROJETO ............................................................................................................................ 13
2.1. Fases do projeto ................................................................................................................... 15
2.2. Equipe envolvida .................................................................................................................. 17
2.3. Parte gráfica ......................................................................................................................... 17
2.4. Parte descritiva .................................................................................................................... 21

3. INSTALAÇÃO DA OBRA ....................................................................................................... 21


3.1. Limpeza do terreno ............................................................................................................... 22
3.2. Medidas do terreno ............................................................................................................... 23
3.3. Levantamento plano-altimétrico ............................................................................................ 27
3.4. Construções vizinhas ............................................................................................................ 33
3.5. Movimento de terra ............................................................................................................... 34
3.6. Regularização do terreno (Terraplenagem) .......................................................................... 35
3.7. Abertura de cavas ................................................................................................................. 32
3.8. Cortes ................................................................................................................................... 33
3.9. Aterros e reaterrros ............................................................................................................... 36
3.10. sistemas de contratação dos serviços de movimento de terra ........................................... 37

4. CONCEITOS DE SONDAGEM/ ESTUDO DO TERRENO ..................................................... 38


4.1. Considerações ...................................................................................................................... 38
4.2. Método de execução de sondagem (NBR6484) ................................................................... 39
4.3. Equipamentos para sondagem ............................................................................................. 39
4.4. Sondagens de reconhecimento ............................................................................................ 40
4.5. Número, localização e profundidade das sondagens (NBR8036) ........................................ 43
4.6. Tabela de taxas admissíveis por terreno .............................................................................. 43

5. CONCEITOS TOPOGRÁFICOS ............................................................................................. 44


5.1. Locação ................................................................................................................................ 44
5.2. Nivelamento .......................................................................................................................... 52
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5.3. Tipos de marcação ............................................................................................................... 54

6. INSTALAÇÃO DE CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................... 54


6.1. Layout do canteiro ................................................................................................................ 57
6.2. NR18 (instalações mínimas) ................................................................................................ 58

7. INFRAESTRUTURA (FUNDAÇÕES) ..................................................................................... 64


7.1. Projeto e execução de fundações (NBR6122) .................................................................... 64
7.2. Parâmetros para a escolha das fundações .......................................................................... 64
7.3. As cargas da edificação ....................................................................................................... 65
7.4. Tipos de fundações ............................................................................................................... 66
7.5. Distribuição das tensões no solo ......................................................................................... 68
7.6. Sondagens ........................................................................................................................... 68
7.7. Fundações ............................................................................................................................ 68
7.7.1. Fundações diretas (rasas) ................................................................................................. 72
7.7.2. Fundações indiretas (profundas) ....................................................................................... 90

8. SUPRA-ESTRUTURA .............................................................................................................104
8.1. Estruturas de concreto armado .............................................................................................105
8.2. Estruturas de aço ................................................................................................................ 108
8.3. Estruturas de madeira ......................................................................................................... 112

9. ALVENARIA ............................................................................................................................133

10. COBERTURAS.....................................................................................................................141

11. REVESTIMENTOS................................................................................................................155

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INTRODUÇÃO

O princípio que deve nortear qualquer construção de uma edificação, grande ou pequena, é o
de fazer uma obra praticamente perfeita, no menor tempo possível e ao menor custo,
aproveitando ao máximo as características do terreno, materiais de construção escolhidos,
rendimento das ferramentas e da mão-de obra. Este é considerado o princípio fundamental das
construções.

OBJETIVOS:
 Conhecer as técnicas utilizadas nas etapas executivas e construtivas de uma edificação;
 Conhecer e identificar as máquinas e equipamentos utilizados na construção civil.

Os Elementos da Edificação
Analisar um ambiente parece algo simples: estruturas, paredes, objetos, cores e texturas. Mas
para os profissionais que trabalham com o espaço, esta é uma tarefa bem mais complexa:
planos, superfícies, formas, escalas, texturas, cores. O objetivo deste texto não é explicar todo
o assunto, até porque seria longo, mas sim permitir uma compreensão maior do trabalho do
profissional da construção e da decoração e sua importância.

O Espaço
O homem habita e estabelece relações com o espaço: dentro/fora, longe/perto,
separado/unido.
A maneira como entendemos este espaço depende de nossas vivências. Assim se somos
pedestres, vemos a cidade de certa maneira, mas se somos motoristas, temos outra visão.

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A Arte
A arte está diretamente relacionada à expressão, sendo algo sensorial. Através dela sentimos,
indagamos, analisamos e conhecemos o mundo à nossa volta. Ela é a maneira pela qual o
homem expressa suas ideias e pensamentos e faz com que os demais sintam o que se passa
por dentro de sua mente e de seus sentimentos.
Cada período da história apresentou uma arte com características próprias: no período clássico
imitava-se a natureza, durante o período medieval foi muito utilizada pela religião (igrejas) e já
foi e ainda é utilizada para expressar prazer ou fenômenos sociais.

Cada civilização ou época da história apresenta formas deferentes de ocupação do


espaço, definição de formas e usos de materiais

A Arquitetura

A Arquitetura é considerada uma arte. Através dela o ser humano representa épocas, permite
mudanças e faz releituras de situações.
Ela permite ver o espaço de maneira articulada e trabalhar seus elementos para criar
sensações, agindo diretamente no íntimo do usuário daquele espaço. Exatamente por isso tem
responsabilidade social e funciona como uma ferramenta de leitura, análise e construção de
ambientes que serão vividos e que abrigarão relações pessoais em seu interior (isso explica a
importância da arquitetura na sociedade).

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A Construção/ Edificação

Logicamente é muito difícil, senão impossível, fazer-se a obra perfeita, mas deve-se
procurar por todos os meios, aproximarse desta situação. Para que isto seja possível, torna-
se necessário, acentuada atenção em todas as fases de construção. Estas fases são:
trabalhos preliminares, de execução e de acabamento.

Edificar na construção civil significa o ato de erguer, construir, preservar ou melhorar um espaço
habitável, onde uma ideia, com o uso técnicas apropriadas, transforma materiais diversos em algo estável,
seguro e confortável

Trabalhos preliminares
São os trabalhos iniciais que antecedem a construção propriamente dita, dentre eles:
elaboração do programa, escolha do local, estudo do subsolo, anteprojeto e projeto, organização
da praça de trabalho, terraplenagem ou acerto do terreno e locação da obra.

Trabalhos de execução
Consta da construção propriamente dita, dentre eles: abertura das valas de
fundação,consolidação do terreno, alicerces, baldrames, obras em concreto, aterros e
apiloamento, paredes e divisórias, armação de andaimes, engradamento e cobertura do
telhado, pisos, forros, esquadrias, assentamento das tubulações de água,esgotos e
eletricidade, revestimentos das paredes, dentre outros.

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Construção em andamento.

Trabalhos de acabamentos
Constitui a parte final da obra, dentre eles: assentamento de ferragem nas esquadrias,
rodapés, aparelhos elétricos, aparelhos sanitários, equipamentos, vidros, pintura, limpeza geral,
dentre outros.
Seja em pequenos ambientes seja em cidades, a distribuição dos elementos define sensações e
norteiam atitudes. Geram ação ou inércia (verticalidade/cores fortes ou horizontalidade/cores
neutras respectivamente), definem percursos ao estabelecer caminhos como corredores e
calçadas, enaltecem edifícios ou ainda podem criar locais desagradáveis caso seja a intenção.

Construção acabada
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1. SERVIÇOS PRELIMINARES

1.1. Entrevista com o cliente


Se tentarmos localizar o ponto inicial de uma obra, quase sempre o encontramos na primeira
entrevista com o cliente. De fato, o marco zero dos trabalhos de construção, na quase
totalidade dos casos, é essa entrevista inicial. Não há dúvida, portanto, que tem a sua
importância, já que constitui trabalho profissional.
Sabemos que para se elaborar um projeto devemos, antes de qualquer coisa, realizar uma
entrevista com os interessados em executar qualquer tipo de construção. O cliente poderá ser
um grupo de profissionais (médicos, industriais, etc.), municipalidade, entidades, uma família
etc. Nesta apostila o nosso cliente será o interessado juntamente com os seus familiares, pois
vamos nos ater a pequenas obras (residências unifamiliares).
Considerando que o futuro cliente é praticamente um leigo, caberá então ao profissional
orientar essa entrevista para um campo objetivo, extraindo dela o maior número possível de
dados necessários para a elaboração dos anteprojetos que se seguirão.
Em linguagem simples, o que precisamos saber é:
1) O que o cliente quer fazer;
2) O que o cliente pode fazer.
A prática mostra que o item 1 é, sempre, muito maior que o item 2, daí a razão de tentarmos
averiguar este segundo item.
Para conseguirmos nosso objetivo de uma forma rápida, convém indagar:
a) Localização, metragem e característica do terreno de sua propriedade, objeto da obra em
questão. Deve-se indagar: rua, número, bairro, ruas próximas, enfim, dados que facilitem a
localização do terreno; metragem de frente, da frente ao fundo, área; descrição aproximada do
perfil (Exemplo: caimento para a rua ou para os fundos).
b) Tipo de construção: residencial, comercial, industrial, ou mista; número de pavimentos.
c) Número e designação dos cômodos necessários; no caso de construção de residência
própria, além de indagar sobre o número dos dormitórios, salas, etc., convém saber o número,
sexo e idade das pessoas que irão nela residir, para um projeto mais objetivo. Mesmo
reconhecendo que será o cliente, a sua família, quem vai utilizar a futura casa, cabe ao
profissional sugerir e aconselhar determinados detalhes; daí a necessidade de conhecer os
futuros ocupantes não só em número, idade e sexo, como também o seu nível de vida.
Não serão indiscretas, portanto, as perguntas que nos permitam conhecer a sua família.
Podemos assim aconselhar certos detalhes, que de outra forma seriam desconhecidos: como
número de dormitórios, banheiros, salas, etc.
d) Metragem aproximada dos cômodos. Também aqui procuramos conhecer a vontade do
cliente, sem a obrigação de atendê-lo na totalidade nos anteprojetos.
e) Descrição resumida e aproximada do acabamento. Com certa prática, poderá o profissional,
em poucas perguntas, conhecer o tipo aproximado de acabamento requerido. O conhecimento
do tipo de acabamento se torna necessário, para aquilatar as possibilidades aproximadas para
a obra.
f) Verba disponível aproximada para a obra.

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Devemos fazer conhecer ao cliente que essa pergunta, longe de ser indiscreta, é indispensável
para evitar a feitura de anteprojetos completamente fora de qualquer possibilidade de
execução. Explicamos ao cliente que basta nos informar aproximadamente a verba que ele
pretende empregar no empreendimento. A prática mostra que, principalmente nos dias atuais,
o conhecimento do valor real é muito raro e difícil. A desvalorização constante da moeda, faz
com que um número que significava alguma coisa meses atrás, hoje passe a ser insuficiente.
Com a taxa inflacionária de, por exemplo, 25% ao ano, quem possui 100 mil para uma
determinada obra, decorridos 12 meses sem iniciá-la, só poderá executar cerca de 80%, pois o
seu custo irá para 125 mil. Se a inflação for maior, pior.
Tem-se observado que são inúmeros os empreendimentos que deixam de ser realizados por
falta de verbas, constatada logo nos primeiros estudos.
Ao se encerrar a entrevista, é hábito a promessa ao cliente da elaboração de anteprojetos,
fixando-se determinado prazo para a sua apresentação. Porém é INDISPENSÁVEL UMA
VISITA AO TERRENO ANTES DE INICIARMOS QUALQUER PROJETO.
Em alguns casos o cliente não tem dados para todos os itens, porém, a visita ao terreno ou a
consulta à Regional da Prefeitura local ajudará a completar o que for necessário.
Com o objetivo de planificar zonas, orientar as construções e uniformizá-las, tanto quanto o
possível, a Prefeitura local deve impor restrições aos aproveitamentos dos lotes, que variam
conforme as zonas e ruas. Aparece, portanto, a necessidade de consulta, para que se projete
obedecendo tais restrições, condição necessária para que o estudo a ser aprovado tenha a sua
construção autorizada. As restrições mais comuns são:
a) Área do lote que pode ser edificada;
b) Recuo mínimo de frente;
c) Recuos mínimos laterais;
d) Recuo mínimo de fundo;
e) Altura máxima para o edifício;
f) Existência ou não de projeto de desapropriação para alargamento da rua ou outro
melhoramento público;
g) Zona a que pertence a rua para efeito das horas de insolação, que deverão ser
consideradas.
As restrições impostas pela Prefeitura são, na realidade, uma necessidade. Sem elas, as
construções urbanas seriam uma completa desordem. Com a crescente e indiscriminada
valorização dos terrenos, os seus proprietários querem aproveitá-los o máximo possível; este
aproveitamento leva a excessos; portanto nenhum profissional bem intencionado e de bom
senso pode deixar de reconhecer as limitações do aproveitamento dos lotes.
Para ajudar na objetividade da entrevista inicial com o cliente, damos a seguir um possível
modelo de questionário, que tem a vantagem de orientar o profissional, evitando-se possíveis
esquecimentos quando do levantamento dos dados preliminares.
O modelo do questionário servirá de lembrança e poderá ser parcialmente preenchido durante
a entrevista. Outros dados poderão ser colhidos na vista ao terreno e também em consulta ao
Poder Municipal. Deverá também ser modificado em função do local e do tempo (novas e
diferentes leis que surjam).

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1.2. Modelo de questionário para aplicação junto ao cliente

PROJETO ARQUITETÕNICO No __________


I Dados do(s) cliente(s):
Nome: ____________________________________________________________________
E-mail: __________________________________________ Fone Cel.: ( ) _____________
End. Res.:________________________________________ Fone Fixo: ( ) ____________
End. Com.: _______________________________________ Fone Fixo: ( ) ____________
CPF: ________________ RG: _______________ Profissão: _________________________

Nome: ____________________________________________________________________
E-mail: __________________________________________ Fone Cel.: ( ) _____________
End. Res.:________________________________________ Fone Fixo: ( ) ____________
End. Com.: _______________________________________ Fone Fixo: ( ) ____________
CPF: ________________ RG: _______________ Profissão: _________________________

II. Tipo de construção


( ) Residencial ( ) Comercial ( ) Mista ( ) Outros _____________________
Número de pavimentos: _________

III. Usuários:
Nome: _________________________ Grau de Parentesco: _____________ Idade: ______
Nome: _________________________ Grau de Parentesco: _____________ Idade: ______
Nome: _________________________ Grau de Parentesco: _____________ Idade: ______
Nome: _________________________ Grau de Parentesco: _____________ Idade: ______
Nome: _________________________ Grau de Parentesco: _____________ Idade: ______
Nome: _________________________ Grau de Parentesco: _____________ Idade: ______

IV. Cômodos necessários e metragens:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________

V. Acabamento requerido:
( ) Padrão Alto ( ) Padrão Médio ( ) Padrão Baixo

VI. Verba disponível: _______________________________________________________

VII. Dados do Terreno:


Endereço: _________________________________________________________________
Medidas: Frente: ___________ LE: ___________ LD: ____________ Fundo: ___________
Largura da rua: ________________ Tipo de pavimentação: _________________________
Largura do passeio: ____________ Tipo de pavimentação: _________________________
No das casas nos lotes vizinhos: _______________________________________________
Situação do lote em relação à quadra: ______________ Outros: _____________________
Inclinação: ( ) Plano ( ) Sobe para os fundos ( ) Desce para os Fundos
( ) Inclinação lateral Direita ( ) Inclinação lateral esquerda
Outros: __________________________________________________________
Orientação solar: _________________ Clima/ Ventos predominantes: _________________
Utilidades públicas existentes: ( ) Água ( ) Esgoto ( ) Iluminação
( ) Drenagem ( ) Pavimentação (...) Gás
( ) Telefone (...) Outros __________________________
Padrão das construções existentes no entorno: ( ) Alto ( . ) Médio ( ) Baixo

VIII. Restrições impostas pela Prefeitura


Zoneamento: ________________________ Gabarito permitido: ___________________
Taxa de Ocupação: _________________ Coeficiente de Aproveitamento: _________
Recuos obrigatórios: Frente __________ Laterais __________ Fundo ____________
% de área permeável: _______________ Outros: _____________________________

IX. Croqui do terreno

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Exemplo de Planta Situação do lote em relação à quadra em que se encontra.

X. Outras informações relevantes:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Na figura abaixo aparecem os dados que devem ser obtidos: distância x, y e z. Nomes das
ruas: A, B, C e D e referências diversas:
1. Número de casas vizinhas ao lote;
2. Existência ou não de posteamento de luz e força (número do poste mais próximo);
3. Existência ou não de rede de água;
4. Existência ou não de rede de esgoto;
5. Existência ou não de rede de gás;
6. Existência ou não de cabos telefônicos;
7. Profundidade de poços vizinhos (caso não haja rede de água);
8. Natureza do leito carroçável (terra, asfalto, paralelepípedo, etc...).

Todos esses dados irão facilitar o trabalho de construção, caso a obra venha a ser executada.

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2. O PROJETO

Entendemos por construção civil a ciência que estuda as disposições e métodos seguidos na
realização de uma obra sólida, útil e econômica; por obra todos os trabalhos de engenharia de
que resulte criação, modificação ou reparação, mediante construção, ou que tenham como
resultado qualquer transformação do meio ambiente natural; por edifício toda construção que
se destina ao abrigo e proteção contra as intempéries, dando condições para desenvolvimento
de uma atividade.
Para construir um edifício necessitamos da colaboração de um arquiteto ou engenheiro e de
um construtor. As atribuições do arquiteto e do engenheiro são a criatividade, a concepção e o
aproveitamento do espaço; cabe a ele entre outras atividades a de elaborar: a) o estudo
preliminar; b) o anteprojeto e c) o projeto. Ao construtor cabe materializar o projeto, construindo
o edifício.
Existem inúmeros tipos de projetos, tais como: estrutural, arquitetônico, hidráulico,
sanitário,elétrico, de decoração, de urbanização, etc... De um modo geral as exigências e
normas são muitas parecidas. Nesta apostila vamos retratar apenas o projeto arquitetônico.
No estudo preliminar são focalizados os aspectos social, técnico e econômico, a localização do
lote e suas características de uso, as opções possíveis, as avaliações de custo e de prazo.
Para esse estudo, o projetista deverá dirigir-se ao local e fazer indicação do lote medindo a
testada e o perímetro do mesmo, verificar a área de localização e a situação do lote em relação
aos lotes vizinhos e a rua, medidas de ângulos (se for o caso), orientação do lote com relação à
linha NS magnética.
A posição da linha N-S é necessária na elaboração dos anteprojetos para o uso adequado do
gráfico de insolação. Caso haja dificuldade de se obter a orientação do lote no local por falta de
bússola ou declinatória, ainda nos resta a possibilidade de consegui-la nas plantas da cidade,
com aproximação razoável para o caso.
Terminado o estudo preliminar, inicia-se a fase do anteprojeto, momento em que se busca
ordenar os espaços e passar as idéias e os esboços concebidos na fase anterior para o papel.
Nessa etapa, além do projeto arquitetônico, devem ser elaborados os projetos: estrutural, de
instalações hidráulicas e elétricas, gás, telefonia, paisagismo, layout de mobiliário, entre ouros,
que devem ser compatibilizados antes do início do projeto final.
Os anteprojetos e projetos constam de duas partes, a gráfica e a descritiva. A parte gráfica é
composta pelos seguintes desenhos: a planta de situação com a planta de cobertura, a planta
baixa ou as plantas baixas dos diferentes pavimentos (caso existam mais de um pavimento), no
mínimo dois cortes (longitudinal e transversal), no mínio a fachada frontal e os detalhes que
farão parte do projeto executivo.
A parte descritiva contém as especificações técnicas, o memorial descritivo, o orçamento e o
cronograma físico-financeiro.

Significado de "Projeto"

- ETIMOLÓGICO: Latim – projectú – projétil - lançar para frente plano/ intento.


- PRÁTICO: Conjunto de documentos capazes de permitir a execução de edificações.

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CONSIDERAÇÕES - Plano de construção:


 Sistema "aberto" a modificações;
 Necessidade de harmonizar realidades diversas;
 Integração dos diversos projetos envolvidos, que nada tem a ver entre si;
 Projeto é diferente de empreendimento;
 Projeto deve começar com projeto dos pavimentos tipo.

2.1. Fases do projeto

Conjunto de documentos para execução de um empreendimento.

A. Estudo preliminar
Constitui a configuração inicial da solução arquitetônica proposta para a edificação (rascunhos,
croquis e plantas preliminares), que representam graficamente as primeiras soluções obtidas
considerando as exigências contidas no relatório de levantamento de dados elaborado com os
dados do programa de necessidades. Deve receber a aprovação preliminar do cliente.

B. Anteprojeto

Os anteprojetos são elaborados, levando-se em consideração todos os dados obtidos


anteriormente:
 Ideias e necessidades dos clientes;
 Medidas e condições do lote;
 Restrições da Prefeitura;
 Verba prevista para a obra.
A verba prevista para a obra nos obriga a certas considerações. De fato, o limite de despesa
para a obra deve ser imediatamente levado em consideração, pois é quesito eliminatório. É
absolutamente inútil projetarmos o que não se poderá executar por falta de numerário.

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Porém, como conhecer o custo de uma obra ainda não projetada? A solução é bastante
simples, pois se pode determinar um preço por metro quadrado de construção em função da
época e do nível do acabamento requerido.
Diversas revistas especializadas publicam o custo do metro quadrado, variando com o tipo de
acabamento, número de pavimentos e número de dormitórios. Acontece, porém, que são
custos onde não se acham incluídas obras complementares, tais como pavimentações e
ajardinamentos externos, muros, elevadores, etc... É necessário, portanto, que tenhamos certa
vivência que só o tempo nos dá, para conhecermos o preço real ou próximo dele. Pode-se
sugerir, também, troca de ideias com colegas atuantes no ramo.
Os anteprojetos devem ser simples, sem detalhes exagerados, apenas traçando em linhas
gerais um plano que futuramente será desenvolvido, caso aceito.
Para isso, basta uma planta em escala 1:100 ou 1:50, e eventualmente detalhes importantes no
estudo.
Sobre a importância dos anteprojetos, pouco se deveria dizer, pois seu valor é evidente.
Geralmente os fatores positivos de uma obra são: a) construção boa; b) construção econômica;
c) construção rápida.

C. Projeto arquitetônico - ajuste - NBR 6492

Dos diversos estudos preliminares e anteprojetos surgirá o projeto definitivo. A providência


imediata será obter aprovação do órgão competente, para sua execução.
Dentro da legislação brasileira, esse órgão é a Prefeitura Municipal. O poder estadual, que em
determinados casos deve ser consultado, é a Secretaria do Meio Ambiente, e o federal são os
Ministérios Militares. Porém, cabe à própria Prefeitura nos indicar a procura destes organismos
estaduais e federais.
Para a obtenção do Alvará de Construção deverá ser dada a entrada na Regional da Prefeitura
a qual pertença o terreno, sendo, em geral, os seguintes documentos que comporão o
processo:
1) Requerimento padrão para alvarás e autos;
2) 2 vias das plantas que compõem o projeto completo;
3) 2 vias do levantamento planialtimétrico;
4) Xerox da carteira do CAU ou CREA dos profissionais responsáveis pelo projeto;
5) Xerox do registro na Prefeitura local;
6) Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos profissionais responsáveis pelo
projeto, devidamente recolhida, junto ao CAU ou CREA;
7) Comprovante de pagamento das taxas e emolumentos devidos à Prefeitura.

D. Registros - aprovação - licenciamento para construção

Os processos de aprovação são normalmente demorados, principalmente quando há pontos


em desacordo com a legislação vigente. Obtida a aprovação, o passo a seguir será a
elaboração da planta construtiva da obra (o projeto executivo).

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E. Projeto Executivo - NBR 6118

A escala mais indicada para tal planta é a 1:50 para que possa ser representado o maior
número de detalhes que tornem a execução da edificação compreensível.
Deverá ser inteiramente cotada, não bastando o dimensionamento gráfico. Aliás, a falta de
cotas é responsável por grande número de falhas, pois as cópias utilizadas nas obras são
feitas em papel que facilmente dilata com o clima, não merecendo fé as distâncias obtidas
graficamente no desenho.
Os detalhes que compõem a planta construtiva são:
 Paredes;
 Posição e marcação dos vãos de portas e janelas;
 Sentido de abertura das portas;
 As escadas devem ser bem detalhadas, constando a largura, altura e número de
degraus;
 Localização dos pontos luminosos, interruptores, tomadas, campainhas, telefones,
quadro de distribuição, chuveiros elétricos, etc...;
 Localização dos aparelhos sanitários, pia e fogão na cozinha, tanque e máquina de
lavar, etc...

F. Cálculo das cargas e esforços

G. Dimensionamento – Detalhamento

H. Desenhos - conferência - Forma e Armação

I. Projeto como construído ("As built")

2.2. Equipe envolvida

 Engenheiros / Arquitetos;
 Desenhistas / Cadistas;
 Técnicos projetistas
 Digitadores;
 Estagiários;
 Apoio.

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Chamado Partido Arquitetônico- Define o Conceito do projeto.

2.3. Parte gráfica

Conjunto de desenhos técnicos responsáveis pela representação gráfica da obra a executar.

Projeto Completo - Prancha Padrão Residencial.

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a) Planta de situação-orientação
Estabelece a posição do prédio ou obra em relação ao terreno (propriedade). Deve indicar
principalmente:
- a orientação topográfica ou seja, a posição norte;
- a distância dos contornos às divisas e/ou à outras construções de referência, tais como:
cercas,estradas, árvores ornamentais, podendo essas também constar como ponto de
referência;
- as cotas altimétricas do terreno;
- as demais instalações da propriedade;
- a cobertura da edificação.

b) Planta baixa
É a projeção em plano horizontal resultante de um corte da obra na altura de 1,50m em relação
ao piso de cada pavimento), por meio de plano imaginário horizontal.
Nas plantas, é hábito o uso das escalas 1:100 e 1:50. Observando as plantas baixas dos
diferentes pavimentos (quando existirem), vemos que elas devem apresentar os seguintes
itens: localização e denominação dos diversos cômodos; localização de alvenarias, pilares e
pilastras; dimensões dos elementos; portas, janelas e vãos livres com respectivas dimensões;
cotas internas e externas; diferenças de nível soleiras e degraus; projeção do beiral e projeção
de passeios; posição dos equipamentos; recuos da construção com relação às divisas de
frente, fundo e laterais, vista em planta das escadas de acesso a pavimentos superiores,
posição por onde passam os cortes desenhados;

c) Cortes
São projeções verticais de cortes efetuados por planos imaginários verticais. Podem ser
longitudinais, quando feitos no sentido do maior comprimento da obra, e transversais, quando
perpendiculares ao primeiro.
Na planta baixa, o local exato dos cortes é indicado por linha grossa, interrompida e
contendo letras como AA ou AB, etc. em cada extremidade.
Os cortes devem ser efetuados nos cômodos que contenham maior dúvida ou necessidades de
maiores esclarecimentos.
Devem mostrar os seguintes itens com as respectivas dimensões: altura dos cômodos ou pé-
direito; altura dos peitoris e vergas dos vãos; espessura das alvenarias; espessuras de lajes;
perfil do terreno; altura do baldrame; aterros ou cortes; engradamento do telhado; diferença
de nível dos pisos; sugestão de alicerce.
Podem ainda indicar: revestimentos das alvenarias e posição de equipamentos.
Cada projeto deverá ter, pelo menos, dois cortes: da construção principal e das edículas. Os
cortes da construção principal devem ser: um no sentido longitudinal e outro transversal. Os
cortes poderão passar por qualquer posição escolhida pelo projetista, contanto que a cozinha,
os banheiros e a escada sejam cortados pelo menos uma vez.

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d) Fachada ou elevação
É a projeção em plano vertical de uma ou mais faces externas. Deve ser desenhada a
vista de frente para a rua, da construção principal e das edículas. Caso o lote seja de esquina,
deverão ser desenhadas as duas fachadas, isto é, as vistas de frente para as duas ruas.
Geralmente a fachada principal, voltada para a entrada ou o local de melhor visão, recebe um
tratamento estético mais elaborado. Isto é mais importante nas construções urbanas, pois na
zona rural praticamente todas as fachadas ou pelo menos duas ou três são amplamente
visualizadas.
A fachada deve mostrar especificamente os materiais de acabamento e sua localizção,
assim como sugestão para cores. Muitos projetos aparecem sem a indicação de cor, por ser
este um assunto muito pessoal, dependendo de aspectos psicológicos. Não confundir fachada
com corte, nunca deve-se cotar a fachada.

e) Detalhes
Alguns elementos da construção exigem uma apresentação com pormenores que escalas
reduzidas não reproduziriam a contento.Geralmente são partes ou peças de pequenas
dimensões em relação a obra global.

f) Planta de cobertura
Representa a projeção em plano horizontal das águas ou planos inclinados da cobertura e os
respectivos complementos como calhas, condutores, cumeeiras e espigões.Deve mostrar
primordialmente: projeção das alvenarias, em linha interrompida, com traço fino; projeção das
águas ou planos inclinados com cumeeiras e espigões; complementos tais como calha de
beiral ou de rincão, condutores, rufos, etc; indicação do sentido de queda das águas, por meio
de setas e platibandas. Podem ainda conter as cumeeiras de ventilação, telhas de ventilação,
lanternins e sheds.

g) Apresentação do projeto
Os originais são desenhados em papel vegetal ou mesmo do tipo manteiga, dependendo da
importância da obra. Órgãos Públicos exigem projetos em papel impresso (plotados).
Os originais são mantidos em arquivo (impresso ou digital), entregando-se aos clientes
cópias dos mesmos. O formato é de livre escolha, a não ser em caso de exigências em
concorrências ou desenhos para órgãos oficiais que assim o exigirem. Neste caso os
formatos serão A0, A1, A2, A3 ou A4.
Dependendo da importância da obra, serão também necessários projeto elétrico, hidráulico e de
esgotos, de cálculo estrutural, de interiores e paisagismo. No entanto, são itens requeridos em
projetos urbanos (na maior parte das vezes).

2.4. Parte descritiva

a) Memorial descritivo
É onde o projetista justifica a solução abordada. Deve ser uma dissertação clara, direta e
simples. Os temas são abordados na seqüência mostrada nas fases de construção, ou

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seja:trabalhos preliminares, trabalhos de execução e trabalhos de acabamento. Dentro de


cada fase deve-se destacar cada etapa.
Indica claramente as técnicas construtivas e os materiais a serem utilizados em cada item da
construção.Evidentemente depende de conhecimento das técnicas de construção a serem
vistasnos próximos capítulos. Por este motivo toda parte descritiva será objeto de
monografia específica.
No entanto, somente em obras de vulto ou concorrências é que há a necessidade do
memorial. Fora destes casos, a explicação é verbal entre projetista e cliente ou
mesmo pode deixar de existir

b) Orçamento
É a estimativa do custo da obra. Construtores práticos costumam fazer um orçamento
sumário, resultado da área da construção multiplicada por um custo arbitrário para mão-de-
obra e material ou mesmo para o global da construção. Este custo arbitrário é baseado
nas últimas obras que este construtor fez dentro do mesmo padrão de acabamento.
Para países em desenvolvimento, sofrendo por oscilações na área econômica é um método
perigoso.
Exemplo:Uma habitação com padrão médio de acabamento, em dezembro de 2013
2
a importância média de R$ 1.200,00 por m (global), ficando a mão-de-obra em R$ 400,00
2 2
por m . Pelo orçamento sumário, uma casasemelhante, com 100 m de área construída, daria
uma custo global de R$ 120.000,00. Em 2013 as leis sociais representavam em torno de 130%
sobre a mão-de-obra.
Já o orçamento detalhado é um processo minucioso que se avalia os custos com
materiais, mão-deobra, leis sociais, despesas de projetos e aprovações, serviço de
escritório, administração e margem de lucro. Exige bastante prática, visão e atenção estando
no entantosujeito a erros.

Definição de alguns conceitos técnicos:


Ajuste de execução: É o acordo estabelecido entre proprietário e construtor. Um contrato pode
ser feito baseado numa das formas seguintes de ajuste:
Empreitada global: o construtor se encarrega da mão-de-obra, leis sociais, serviços de escritório,
transporte materiais e ferramentas, entregando a obra em ponto de ser imediatamente utilizada.
Empreitada de mão-de-obra: o construtor se encarrega apenas da execução dos serviços.
Todo o material tem que ser colocado no canteiro ou praça de trabalho em tempo hábil.
Também as leis sociais e transporte ficam por conta do proprietário.
Administração técnica: em que o construtor orientador dará assistência técnica para
execução, não lhe cabendo responsabilidade por materiais, mão-de-obra, leis sociais, e outras
aplicações. O proprietário fará para qualquer caso, uma tomada de preços com 2 ou 3
candidatos, escolhendo a que melhor lhe convier.Grandes obras ou aquelas executadas para
órgãos federais entre outros obedecerão a legislação específica constante de editais de
concorrência.

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3. INSTALAÇÃO DA OBRA

Sem sabermos as características do terreno, é quase impossível executar-se um bom projeto.


As características ideais de um terreno para um projeto econômico são:

a) Não existir grandes movimentações de terra para a construção;


b) Ter dimensões tais que permita projeto e construção de boa residência;
c) Ser seco;
d) Ser plano ou pouco inclinado para a rua;
e) Ser resistente para suportar bem a construção;
f) Ter facilidade de acesso;
g) Terrenos localizados nas áreas mais altas dos loteamentos;
h) Escolher terrenos em áreas não sujeitas a erosão;]
i) Evitar terrenos que foram aterrados sobre materiais sujeitos a decomposição orgânica.

Mas como nem sempre estas características são encontradas nos lotes urbanos, devemos levá-
las em consideração quando da visita ao lote, levantando os seguintes pontos:

a) Deve-se identificar no local o verdadeiro lote adquirido segundo a escritura, colhendo-se todas
as informações necessárias;
b) Verificar junto a Prefeitura da Municipalidade, se o loteamento onde se situa o terreno, foi
devidamente aprovado e está liberado para construção;
c) Números das casas vizinhas ou mais próximas do lote;
d) Situação do lote dentro da quadra, medindo-se a distância da esquina ou construção mais
próxima;
e) Com bússola de mão, confirmar a posição da linha N-S;
f) Verificar se existem benfeitorias (água, esgoto, energia);
g) Sendo o terreno com inclinação acentuada, em declive, verificar se existe viela-sanitária vizinha
do lote, em uma das divisas laterais ou fundo;
h) Verificar se passa perto do lote, linha de alta tensão, posição de postes, bueiros, etc.;
i) Verificar se existe faixa non edificandi (de não construção);
j) Verificar a largura da rua e passeio.

Obs.: Todos esses dados poderão ser acrescidos no questionário anterior. Geralmente, estes
dados colhidos na visita ao terreno não são suficientes, e na maioria das vezes, devemos pedir
previamente que se execute uma limpeza do terreno e um levantamento plani-altimétrico.

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3.1. Limpeza do terreno

A limpeza do terreno é necessária para maior facilidade de trabalho no levantamento


planialtimétrico, permitindo obter-se um retrato fiel de todos os acidentes do terreno, assim
como para os serviços de reconhecimento do subsolo (sondagens).
Para fazer a limpeza do terreno pode-se carpir, roçar ou destocar, de acordo com o que exige a
vegetação.

 Carpir - Quando a vegetação é rasteira e com pequenos arbustos, usando para tal,
unicamente a enxada.
 Roçar - Quando além da vegetação rasteira, houver árvores de pequeno porte, que
poderão ser cortadas com foice.
 Destocar - Quando houver árvores de grande porte, necessitando desgalhar, cortar ou
serrar o tronco e remover parte da raiz.
Esse serviço pode ser feito com máquina de grande porte ou manualmente com machado,
serrote ou enxadão.
Os serviços serão executados de modo a não deixar raízes ou tocos de árvore que possam
dificultar os trabalhos. Todo material vegetal, bem como o entulho, terá que ser removido do
canteiro de obras.

Limpeza do terreno.

3.2. Medidas do terreno

Executada a limpeza do terreno e considerando que os projetos serão elaborados para um


determinado terreno, é necessário que se tenha as medidas corretas do lote, pois nem sempre
as medidas indicadas na escritura conferem com as medidas reais.
Apesar de não pretendermos invadir o campo da topografia, vamos mostrar em alguns
desenhos, os processos mais rápidos para medir um lote urbano.
Os terrenos urbanos, são geralmente de pequena área possibilitando, portando, a sua medição
sem aparelhos ou processos próprios da topografia desde que se tenha uma referência
confiável (casa vizinha, esquina, piquetes etc.). No entanto, casos mais complexos, sem
referência, necessitamos de um levantamento executado por profissional de topografia.
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a) Lote regular
Apresenta geralmente forma de retângulo, bastando, portanto, medir os seus quatro lados. Não
estranhem falar em quatro lados, porque se teoricamente o retângulo tem seus lados iguais
dois a dois, na prática geralmente são diferentes, sendo conveniente verificá-los e usar o valor
médio.

Lote regular.

Obs. Para verificar se o lote está no esquadro, devemos medir as diagonais que deverão ser
iguais.

b) Lote irregular com pouco fundo


Medir os quatro lados e as duas diagonais.

Lote irregular com pouco fundo.

Além dos quatro lados, deverão ser medidas as duas diagonais. Podemos ainda tentar obter o
ângulo entre dois alinhamentos através de três medidas lineares. Medindo as distâncias l, m e
n, pode-se calcular o ângulo α pela fórmula: Cos α = (l2 + m2 – n2)/(2.l.m)

Lote irregular.

É necessário, porém, que, para maior precisão, os valores l, m e n sejam grandes, os maiores
possíveis. Exemplo: m=6,00 m; l=8,00m; n=6,35m.
Cos α = (8,002 + 6,002 – 6,352)/(2.8,00.6,00) = 0,6216406
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c) Lote irregular com muita profundidade


Neste caso, a medição da diagonal se torna imperfeita devido a grande distância Convém
utilizar um ponto intermediário "A" diminuindo assim o comprimento da diagonal e subdividindo-
a em duas (Figura 1.3).

Lote irregular com muita profundidade.

d) Lote com um ou mais limites em curva

Para se levantar o trecho em curva, o mais preciso será a medição da corda e da flecha
máxima (central).
Nestes casos devemos demarcar as divisas retas até encontrarmos os pontos do início e fim da
corda. Medir a corda e a flecha no local.
E com o auxílio de um desenho (realizado no escritório) construir a curva a partir da
determinação do centro da mesma utilizando a flecha e a corda (Figura1.4).

Lote com setor curvo.

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Quando o trecho da curva for longo e irregular, podemos usar o


processo abaixo: estabelece-se uma reta AB, próxima ao
alinhamento, onde são marcados pontos com uma equidistância
d; destes pontos são medidas as perpendiculares y1, y2 , y3 ...
Y15 até o alinhamento, que, assim, tornar-se-á conhecido com
múltiplos pontos.

Lotes com setores curvos.

e) Lotes com grandes dimensões e formas completamente irregulares


Os lados são mal definidos, porque os muros divisores existentes são desalinhados. Esse fato
ocorre com relativa frequencia nos terrenos que foram divididos e murados ou cercados há
muitos anos, quando o valor da terra era relativamente pequeno e a técnica de construção
precária.
Para tal caso, o processo mais indicado será o de quadriculação: Partindo do alinhamento da
frente, procura-se quadricular o terreno, digamos de 10 em 10 metros. Serão colocadas
estacas em cada ponto de quadriculação; assim a fila A tem os pontos A1, A2, A3, A4, A5 e a
fila B tem B1, B2, B3, B4, B5 e assim por diante. Esta quadriculação, de preferência, deverá ser
executada com teodolito e trena de aço para maior precisão; a seguir medem-se todas as
distâncias fracionárias, isto é, A1m, A2k, A3i, A4g, A5e, etc...

Algum ponto que não fique bem


definido, deverá ainda merecer
atenção especial; digamos o ponto
X; poderá ser determinado
medindo-se as distâncias XE e
D4E.
Essa distância poderá ser reduzida
para 5 metros, se o quadriculado
for de 5 em 5 metros. O
levantamento será quase perfeito.
Apresenta ainda outra vantagem: o
quadriculado está preparado para
um possível trabalho de nivelamento, pois com o nível de tripé pode-se determinar as cotas de
todos os pontos, resultando um magnífico trabalho de altimetria.
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3.3. Levantamento plano-altimétrico

Considerando que os anteprojetos serão elaborados para um determinado terreno, é preciso


que se conheça bem o lote para que se desenvolvam estudos apropriados. Desse modo, é
fundamental a confirmação das medidas planialtimétricas do lote.
Nem sempre as medidas indicadas na escritura de compra e venda conferem com aquelas que
encontramos na realidade. Se a escritura prova o que o cliente legalmente comprou, as
medidas do local provam o que realmente existe. Pena que não se possa construir sobre o
papel da escritura. Pequenas diferenças (na metragem de frente, por exemplo) podem influir
nos anteprojetos. Daí, a necessidade de se confirmarem as metragens. Além disso, faz-se
necessária uma consulta à seção competente da prefeitura local para obter informações sobre
restrições e exigências para o lote.
A topografia é o estudo da superfície do terreno. Com sua ajuda podemos traçar o perfil do
terreno em suas visualizações e medidas planas e altimétricas, estabelecendo sua poligonal
com dimensões de limites, área, curvas de nível e todos os elementos necessários para a
localização do terreno e da construção.
O levantamento topográfico é geralmente apresentado através de desenhos de planta com
curavas de nível e de perfis.
Deve retratar a conformação da superfície do terreno, bem como as dimensões dos lotes, com
a precisão necessária e suficiente proporcionando dados confiáveis que, interpretados e
manipulados corretamente, podem contribuir no desenvolvimento do projeto arquitetônico e de
implantação (Pinto Jr.et al, 2001).
Em obras de pequeno vulto, sem necessidade de muita precisão, podem ser usadas
ferramentas próprias de pedreiro como a trena, metro, níveis e fio de prumo, porém, em obras
mais vultosas são necessários equipamentos topográficos de precisão que são o teodolito,
nível e acessórios pertinentes.
Dessa forma, é muito importante para a elaboração de projetos racionais, que aproveitem
favoravelmente as diferenças de nível dos lotes.
Vemos que um lote com caimento exagerado para os fundos facilita a colocação das edículas
(dormitório de serviço, lavanderia, garagem, etc.) no subsolo ou no porão. Já um terreno com
rampa positiva para os fundos facilita a colocação da garagem no alinhamento e nível da rua e
a construção principal sobre ela. Nesse levantamento deverão constar:
a) a poligonal;
b) as curvas de níveis de 0,50 em 0,50 m de acordo com a inclinação do terreno;
c) as dimensões perimetrais;
d) os ângulos dos lados;
e) a área;
f) a fixação do RN (referencial de nível);
g) as construções existentes;
h) as árvores;
i) as galerias de águas pluviais ou esgoto;
j) os postes e seus respectivos números (mais próximos do lote);
k) as ruas adjacentes;

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l) o croqui de situação, aparecendo a via de maior importância do loteamento ou do bairro e; m)


a fixação da linha NS.

Curvas de Níveis
Podemos identificar a topografia do lote através das curvas de níveis. A curva de nível é uma
linha constituída por pontos todos de uma mesma cota ou altitude de uma superfície qualquer.
Quando relacionadas a outras curvas de nível permite comparar as altitudes e se projetadas
sobre um plano horizontal podem apresentar as ondulações, depressões, inclinações etc. de
uma superfície (Figura 1.5)
Podemos observar na Figura 1.5 que quando mais inclinada for a superfície do terreno, as
distâncias entre as curvas serão menores, menos inclinada as distâncias serão maiores d1 <
d2.
As curvas de níveis são elaboradas utilizando aparelhos topográficos que nos fornecem os
níveis, os ângulos, as dimensões de um terreno ou área. Esses levantamentos topográficos
geralmente são feitos com teodolito e níveis. Entretanto, em certas circunstâncias haverá
necessidade de se fazer um levantamento expedito com as ferramentas próprias do pedreiro,
ou seja, trena, metro ziguezague, nível de pedreiro, nível de borracha, fio de prumo e barbante
ou arame recozido, como no exemplo da figura abaixo:

Representação da curva de nível.

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Mede-se os lados AB, AC, BC. Conhecidos esses elementos


pode-se desenhar o triângulo ABC. Do mesmo modo, para o
triângulo CBD. Os ângulos ficarão determinados se forem
medidas as distâncias AS (parcial de AB), AR (parcial de AC)
e RS. Ter sempre o cuidado de medir no plano horizontal.

Quando a inclinação do terreno for muito acentuada, procura-se escalonar em distâncias


pequenas, como na figura abaixo. Na altimetria usam-se duas balizas, ou duas réguas, sendo
que uma é fixada a uma altura, geralmente 1,0 m, que chamaremos de gabarito.

Os levantamentos com a utilização de métodos simples não são muito precisos, mas são
suficientes para construções residenciais unifamiliares de pequeno porte, que geralmente
utilizam terrenos pequenos. Caso seja necessário algo mais rigoroso, devemos fazer um
levantamento com aparelhos recorrendo a um topógrafo. Geralmente é suficiente tirar um perfil
longitudinal e um transversal do terreno, mas nada nos impede de tirarmos mais perfis, caso
necessários.
Nos métodos descritos abaixo se usa basicamente balizas com distância uma da outra no
máximo de 5,0m, ou de acordo com a inclinação do terreno. Em terrenos muito íngremes a
distância deverá ser menor e em terrenos com pouca inclinação podemos utilizar as balizas na
distância de 5,0 em 5,0m.

Nível de bolha
Materiais:
- Nível de bolha;
- 2 balizas;
- régua
- trena.
Utilizando o método do nível de bolha, a medida do desnível se consegue colocando uma
régua entre as duas balizas. Com o auxílio do nível de bolha, nivelamos a régua (Figura 1.9). O
desnível obtido é a diferença entre o H e h e assim consecutivamente. Com os diversos
desníveis conseguimos delinear um perfil.

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Utilização do nível de bolha.

Nível de mangueira
O método da mangueira é um dos mais utilizados. Fundamenta-se no princípio dos vasos
comunicantes, que nos fornece o nível. Este é o método que os pedreiros utilizam para nivelar
a obra toda, desde a marcação da obra até o nivelamento dos pisos, batentes, azulejos etc.
A mangueira deve ter pequeno diâmetro, parede espessa para evitar dobras e ser
transparente.
Para uma boa marcação ela deve estar posicionada entre as balizas, sem dobras ou bolhas no
seu interior. A água deve ser colocada lentamente para evitar a formação de bolhas.

Posição da água quando não existem bolhas.


Para utilizarmos o nível de mangueira necessitamos:
Materiais:
- Mangueira
- 2 balizas
- Trena

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Coloca-se a primeira baliza no ponto 1, que servirá de RN. De acordo com a extensão do nível
de borracha, podemos ir colocando a segunda baliza nos diversos pontos levantados pela
planimetria. Se o comprimento do nível de borracha for pequeno, faremos por partes.
O “nível de borracha” é uma mangueira de plástico transparente, de diâmetro pequeno, da
ordem de ø¼”, para se obter maior sensibilidade. Enche-se essa mangueira de água – o
melhor é colorir a água para melhor visibilidade – e tapa-se as extremidades colocando-se uma
delas na primeira baliza, no ponto 1-RN na altura do gabarito. A outra extremidade é colocada
no ponto 2, apoiada na segunda baliza, na posição vertical, tanto quanto possível.
Procura-se destampar os orifícios da mangueira sem que a água do interior da mesma aflore;
para tanto, procura-se elevar ou abaixar a extremidade do ponto 2, até obter o equilíbrio da
água no interior da mangueira no ponto 2, a diferença dessa medida com a altura fixada como
gabarito (1,00 m) na baliza 1 será o desnível entre os pontos 1 (RN) e 2.
Se a medida da baliza 2 for maior que a do RN, significa que o ponto 2 é mais baixo em relação
ao nosso RN. O inverso, isto é, se a medida do ponto 2 for menor, significa que o mesmo está
mais alto que o nosso RN. O processo se repete nos diversos pontos.

Processo da mangueira de nível.

Para facilitar a medição, podemos partir com o nível d'água em uma determinada altura "h"
numa das balizas, que será descontada na medida encontrada na segunda baliza “H”.
Fazemos isso para não precisarmos colocar o nível d'água direto no ponto zero (próximo do
terreno), o que dificultaria a leitura e não nos forneceria uma boa medição.
O desnível é obtido pela diferença entre “H” e “h”.

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Exemplo de medição com mangueira em terreno com aclive:

Levantamento altimétrico em terreno com aclive.

Dicas:
1 - Devemos ter o cuidado de não deixar nenhuma bolha de ar dentro da mangueira, para não
dar erro nas medições;
2 - A mangueira deve ser transparente, e de pequeno diâmetro, da ordem de ø1/4“ ou ø5/16"
para obter maior sensibilidade;
3 - A espessura da parede da mangueira deve ser espessa para evitar dobras.

3.4. Construções vizinhas


É importante, antes do início da obra, o registro das condições das construções vizinhas.
O registro é composto por um relatório técnico com fotografias datadas da vizinhança e relatos
das observações realizadas, antes do início das obras.
A análise prévia das condições das construções vizinhas evita surpresas desagradáveis
durante a execução da sua obra, como trincas, desabamentos de muros ou de construções
vizinhas. Garante também as reclamações infundadas de vizinhos.

3.5. Movimento de terra


O acerto da topografia do terreno, de acordo com o projeto de implantação e o projeto
executivo, pode ser entendido como um conjunto de operações de escavação, aterros, carga,
transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de passar de um terreno
natural para uma nova conformação, antes de iniciar os trabalhos de construção das
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edificações, com declividade suficiente para execução do projeto arquitetônico, e permitindo


fácil escoamento das águas superficiais.

Movimentos de terraplenagem.

O momento da obra em que ocorre o movimento de terra pode ser variável. Depende das
características de execução das fundações e das demais atividades de início da obra. Pode ser
necessário executar as fundações antes de escavar o terreno (quando se trabalha com
grandes equipamentos, para facilitar a sua entrada e retirada). Ou quando se tratar de
fundações feitas manualmente o acerto do terreno pode ser realizado entes. Portanto o
movimento de terra deve ser cuidadosamente estudado.
As etapas que influenciam no projeto de movimento de terra são:
• Sondagem do terreno;
• Sequência da execução do edifício;
• Níveis das construções vizinhas;
• Localização do canteiro de obras.
Podemos executar, conforme o levantamento plano-altimétrico, cortes, aterros, ou cortes +
aterros:

3.6. Regularização do terreno (terraplenagem)


A regularização do solo tem a finalidade de nivelar a área ou partes dela. Caracteriza-se por 3
operações distintas (escavação ou corte, transporte e aterro/ reaterro).
Se o terreno oferecer irregularidades de nível, será indispensável regularizá-lo antes de locar
os alicerces, como também pode ser necessário rebaixá-lo para melhor partido estético ou para
fazer com que haja coincidência do plano do pavimento térreo com o nível da rua. Algumas
vezes há necessidade de grandes escavações, a fim de abrigar pavimentos de subsolo.
Nas escavações são adotados dois processos: manual ou mecânico.

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A escavação manual é adotada quando o movimento de terras é relativamente de pequeno


volume, como acontece num tipo de fundação comum, mesmo para edifício de grande
estrutura, realizando-se a escavação mecânica quando o movimento de terra assume
proporções elevadas. Em terrenos mais consistentes podem ser empregados até explosivos.
Atualmente a execução de escavação mecanizada é feita por firmas especializadas que
possuem maquinaria cara, cujos custos de compra não são comportados no orçamento das
obras.

A terra escavada deve ser levada para fora do canteiro de obra. Com raras exceções, a terra
será aproveitada no próprio local da construção. Este transporte será feito economicamente em
função da distância a percorrer do volume e da natureza do caminho a ser percorrido.
O transporte pode ser manual, usando-se a pá. Nesse caso a distância será a do arremesso
pela força do operário. O limite é geralmente de 4 metros horizontalmente e 1,50 m na vertical.
Através do carrinho de mão e gericas, a distância horizontal a ser percorrida aumenta para 90
m e 150 m.
O material escavado poderá ter duas destinações: ou será transportado para fora do canteiro,
ou será usado no próprio local da construção. Neste último caso torna-se necessário cuidarmos
do modo como processar o aterro protegendo-o das chuvas e intempéries.
O aterro deve ser feito em camadas horizontais de ± 30 cm, que devem ser compactadas,
conservando o talude natural para que mais tarde, não seja necessário fazer o seu
escoramento. O volume de terra aumenta depois da escavação, e deve ser prevista a retirada
do excesso.

3.7. Abertura de cavas


São dois motivos que nos levam a procurar, para a base da construção uma camada de solo
mais resistente abaixo da superfície:
 Para que se elimine a possibilidade do escorregamento lateral. De fato, se as bases
estiverem na superfície seriam simplesmente apoiadas e haveria o risco de escorregamento
para os lados sempre que um esforço nesse sentido vencesse o atrito.
 Porque aprofundando o alicerce, evitamos as primeiras camadas, que são, ora de aterro
recente, ora misturadas com vegetação (corpos orgânicos) não merecendo confiança como
base.
Devemos abrir cavas que tenham largura suficiente para permitir o trabalho de assentamento
de tijolos no seu interior.
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A profundidade será a necessária para encontrar terreno firme e nunca inferior a 40 cm. Há
casos em que as cavas chegam a ser aprofundadas até um metro ou mais para que se
encontre camadas do solo com resistência suficiente.

Abertura de cavas de fundação

3.8. Cortes
No caso de cortes, deverá ser adotado um volume de solo correspondente à área de projeção
do corte multiplicada pela altura média, acrescentando-se um percentual de empolamento. O
empolamento é o aumento de volume de um material, quando removido de seu estado natural
e é expresso como uma porcentagem do volume no corte. Relacionamos na Tabela 2.1 alguns
empolamentos. Por exemplo, o empolamento de um solo superficial é de 43% (Tabela 2.1),
significa que um metro cúbico de material no corte (estado natural) encherá um espaço de 1,43
metros cúbicos no estado solto.

Relação de empolamentos (Manueal Caterpillar, 1977)

Obs.: Quando não se conhece o tipo de solo podemos considerar o empolamento entre 30 e
40%.

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Corte em terreno.

O corte é facilitado quando não se tem construções vizinhas, podendo fazê-lo maior. Mas
quando efetuado nas proximidades de edificações ou vias públicas, devemos empregar
métodos que evitem ocorrências, como: ruptura do terreno, descompressão do terreno de
fundação ou do terreno pela água.
No corte os materiais são classificados em:

- Materiais de 1ªcategoria: são materiais que podem ser extraídos com equipamentos
convencionais de terraplenagem, incluindo eventual escarificação. Compreendem as terra em
geral, piçarra ou argila, rochas em decomposição e seixos com diâmetro máximo de 15cm.
- Materiais de 2ª categoria: rocha com resistência à penetração mecânica inferior ao do
granito.
- Materiais de 3ª categoria: rochas com resistência à penetração mecânica igual ou superior
ao granito.

3.9. Aterros e reaterros


No caso de aterros, deverá ser adotado um volume de solo correspondente à área de projeção
do aterro multiplicada pela altura média, acrescentando de 25% a 30% devido a aproximação
dos grãos, reduzindo o volume de vazios, quando compactado.

Aterro em terreno.

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Para os aterros as superfícies deverão ser previamente limpas, sem vegetação nem entulhos.
O material escolhido para os aterros e reaterros devem ser de preferência solos arenosos, sem
detritos, pedras ou entulhos. Devem ser realizadas camadas sucessivas de no máximo 30 cm,
devidamente molhadas e compactadas manual ou mecanicamente.
Quando o nível de compactação for baixo, isto é, não é fundamental para o desempenho
estrutural do edifício, é possível utilizar pequenos equipamentos, como os compactadores
mecânicos (sapos), os soquetes manuais, ou os próprios equipamentos de escavação. Quando
o nível de exigência é maior devem-se procurar equipamentos específicos de compactação,
tais como compactadores lisos e rolos pé de carneiro.

3.10. Sistemas de contratação dos serviços de movimento de terra


Podemos contratar os serviços de movimento de terra através do aluguel de equipamentos, por
empreitada global ou empreitada por viagem.
Aluguel de equipamentos: Neste caso deve ser pago a máquina de escavação por hora e os
caminhões para a retirada do solo. É indicado para obras com grandes movimentos de terra.
Empreitada global: A empresa contratada realiza e é remunerada por todos os serviços
(escavação e retirada de material). Para esse tipo de contratação é necessário calcular o
volume de solo tanto para corte como para o aterro.

c) Empreitada por viagem: Neste tipo de contratação a remuneração pelo serviço é efetuada
por caminhão (volume retirado ou colocado). O aluguel da máquina está incluso no preço da
viagem, e deve-se registrar o número de viagens.
Este sistema é indicado para obras com pequeno movimento de terra.

Equipamentos Mecânicos Equipamentos Manuais

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Lista de Equipamentos por Tarefa

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4. CONCEITOS DE SONDAGEM / ESTUDO DO TERRENO

Reconhecimento do subsolo (sondagens)


É através da sondagem que se pode estudar o solo, reconhecendo e investigando sua
disposição, natureza e espessura das camadas, características e nível d’água para que se
possa estimar a resistência do solo à solicitação das cargas necessárias para a construção a
que se destina.
Para cada tipo de ensaio existe um tipo de sondagem, desde a mais simples, com retirada de
material e serviços manuais, até as que utilizam equipamentos que se aprofundam no terreno,
coletando material e verificando sua resistência mecânica.
Desse modo, o primeiro requisito para se abordar qualquer problema de Mecânica dos Solos
consiste num conhecimento tão perfeito quanto possível das condições do subsolo, isto é, no
reconhecimento da disposição, natureza e espessura das suas camadas, assim como das suas
características, nível de água e respectiva pressão.

Resistência do terreno – limite de carga que o terreno pode suportar, que define como e de
que modo serão construídas as fundações do prédio projetado, as bases e os alicerces.
- O problema de fundações envolve estudos de Mecânica dos solos e de Análise estrutural
conjugada e racionalmente.
- Uma construção será mais sólida se levantada em terreno firme, capaz de mantê-la
indefinidamente em equilíbrio estável.
- É imperioso conhecer-se a formação geológica e a resistência das camadas do terreno.

4.1. Considerações
 Quando a resistência encontrada em um solo não satisfaz ao fim a que desejamos atingir
ou não apresenta condições satisfatórias para o assentamento de uma fundação, torna-se
necessário, que pesquisemos o solo em maiores profundidades, a fim de que possamos ter
ideia do seu perfil geológico.
 O conhecimento do terreno obtém-se , determinando-se as alturas de suas diversas
camadas geológicas e a sua resistência. Obtemos as informações por meio de poços de
exploração, ou por meio de sondagens.
 A primeira técnica é de custo muito elevado, e tem sido empregada em obras de grande
vulto.
 Em se tratando de terrenos cobertos por aterros onde se encontram corpos estranhos ou
blocos de rocha ou, ainda terrenos com restos de antigas construções, aconselha-se a
abertura de poços até a base do aterro, e daí por diante prospecção por sondagem.
 Solução idêntica pode ser adotada quando se atinge o nível do lençol freático.
 A profundidade a ser alcançada pelas sondagens deve ser fixada com a distribuição de
pressões do solo.

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Sondagem mecanizada.

4.2. Método de execução da sondagem (NBR 6484)

Consiste em geral na abertura de um furo no solo. A perfuração pode ser feita por meio de
ferramentas ou máquinas, que vão provocando a desagregação total ou parcial do solo.
À medida que a sondagem progride e as amostras são coletadas, registra-se as cotas e as
camadas distintas bem como os níveis de água e outras observações.
Normalmente uma sondagem inicia-se com tubos de diâmetro 2", decidindo-se ou não pela
necessidade de sondagens de 6", tendo em vista o vulto da obra e a natureza do terreno
encontrada.

4.3. Equipamentos para sondagem

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4.4. Sondagem de reconhecimento


Os principais métodos empregados para exploração do subsolo podem ser classificados nos
grupos:
a) Com retirada de amostras – abertura de poços de exploração e execução de sondagens;
b) Ensaios in loco – auscultação, ensaios de bombeamento, ensaios de palheta, medida de
pressão neutra, prova de carga, medida de recalque e ensaios geofísicos.
Quanto às amostras de solo, isto é, a porção de solo representativa da massa da qual foi
extraída, distinguimos: 1) as deformadas, que se destinam apenas à identificação e
classificação do solo e; 2)as indeformadas, que se destinam à execução de ensaios para
determinação das propriedades físicas e mecânicas do solo. Considera-se nessa amostra a
conservação de textura, estrutura e umidade, perdendo-se, entretanto, as pressões
confinantes, isto é, o estado de tensão a que estava submetida a amostra.
 Abertura de poços de exploração – É, sem dúvida, a técnica que melhor satisfaz aos fins de
prospecção, pois não só permite uma observação in loco das diferentes camadas como,
também, a extração de boas amostras. O seu emprego, no entanto, encontra-se, na prática,
limitado pelo seu elevado custo, o qual se torna, às vezes, economicamente proibitivo, exigindo
onerosos trabalhos de proteção a desmoronamentos e esgotamentos de água, quando a
prospecção descer abaixo do nível freático. Tem sido empregado em obras de vulto, que
justificam grandes despesas com estudos prévios.
 Execução de sondagens – Normalmente um reconhecimento do subsolo, inicia-se com
sondagem de ø 2”, decidindo-se depois pela necessidade, ou não, de sondagens de ø 6”,
tendo em vista o vulto da obra, natureza do terreno encontrado na sondagem de
reconhecimento.
 Sondagem de reconhecimento – As sondagens de reconhecimento iniciam-se com a
execução de um furo feito por trado-escavadeira, até que o material comece a se desmoronar;

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daí por diante elas progridem por meio do trado espiral. Quando se encontra o lençol de água,
passa-se para o método de percussão com circulação de água.
As amostras representativas são obtidas por meio de barrilete amostrador, aproveitando-se
este para medir a resistência à penetração. Tal medida refere-se ao número de golpes dados
com um peso de 65 kg e uma altura de queda de 75 cm, necessários para fazer penetrar o
amostrador cerca de 30 cm no solo. Esse índice permite avaliar a compacidade ou consistência
relativa das diversas camadas.

 Sondagens com retirada de amostras indeformadas – as sondagens para retirada de


amostras indeformadas (tubo ø 6”) são executadas do mesmo modo que as de ø 2”. A
diferença reside no maior cuidado com que devem ser feitas e nos tipos de
amostragem empregados.
 A cravação desses amostradores não deverá ser feita por percussão, mas sim, pela
carga de um macaco hidráulico reagindo contra uma ancoragem fixada no próprio
tubo-guia. Existem amostradores para retirada de amostras de solos coesivos e solos
não-coesivos.
 Profundidade e número de sondagens – O número de sondagens necessário para um
determinado terreno variará com a importância da obra, uniformidade das camadas do
subsolo e carga a ser transmitida.
A ABNT recomenda para a profundidade mínima uma vez e meia a menor dimensão da área
construída, quando essa dimensão for inferior a 25 m, ou uma vez, quando for maior que
25m.
Para o número de furos, o mínimo dois furos para cada 200 m2 de área ocupada e três furos
para a área ocupada entre 200 a 400 m2. Com relação à profundidade e ao número de furos
(sondagens), não é possível definir regras gerais, devendo-se, em cada caso, atender a
natureza do terreno e as características da obra a ser executada.

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Coleta de amostra indeformada (escavação e selamento).

Sondagem de reconhecimento

Sondagem com retirada de amostras indeformadas

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4.5. Número, localização e profundidade das sondagens (NBR 8036)


- Varia com a importância da obra e a uniformidade do solo.
- Usa-se comparar com sondagens próximas ou por meio de barras de mina.

4.6. Tabelas de taxas admissíveis por terreno

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5. CONCEITOS TOPOGRÁFICOS

A topografia é o estudo da superfície do terreno. Com sua ajuda podemos traçar o perfil do
terreno em suas visualizações e medidas planas e altimétricas, estabelecendo sua poligonal
com dimensões de limites, área, curvas de nível e todos os elementos necessários para a
localização do terreno e da construção.
Em obras de pequeno vulto, sem necessidade de muita precisão, podem ser usadas
ferramentas próprias de pedreiro como a trena, metro, níveis e fio de prumo, porém em obras
mais vultosas são necessários equipamentos topográficos de precisão que são o teodolito,
nível e acessórios pertinentes.
É através da sondagem que se pode estudar o solo, reconhecendo e investigando sua
disposição, natureza e espessura das camadas, características e nível d’água para que se
possa estimar a resistência do solo à solicitação das cargas necessárias para a construção a
que se destina.
Para cada tipo de ensaio existe um tipo de sondagem, desde a mais simples, com retirada de
material e serviços manuais, até as que utilizam equipamentos que se aprofundam no terreno,
coletando material e verificando sua resistência mecânica.

5.1. Locação
Definição: Locar uma obra é medir e (ou) marcar no solo a posição exata de cada um dos
elementos constitutivos da obra, ou seja, de cada estaca ou sapata e, posteriormente, a
estrutura e as paredes. Deve-se, então, possuir uma planta de locação com as medições
planimétricas, que é feita com a ajuda da planta de situação e a de fundação, porém com
medidas de eixo a eixo e em centímetros.
É a transferência dos dados e medidas de um projeto para um terreno. É de grande
importância e cuidados devem ser tomados para as medidas serem as mais precisas
possíveis.
Podemos efetuar a locação da obra, nos casos de obras de pequeno porte, com métodos
simples (utilizando o nível de mangueira, régua, fio de prumo e trena), sem o auxílio de
aparelhos, que nos garantam certa precisão. No entanto, em obras de grande área, os
métodos simples, poderão acumular erros, sendo conveniente, portanto, o auxílio da
topografia.
Em quaisquer dos casos, para materializar a demarcação exigirá um elemento auxiliar que
poderá ser constituído por cavaletes ou tábua corrida (gabarito).
Aspectos importantes:
 O local da obra deve estar limpo e sem vegetação;
 Utilizar instrumentos de medida, como trena de pelo menos 20metros e mangueira de
nível, em perfeito estado de conservação;
 Estar com os projetos de implantação e locação da obra;
 Ter todos os materiais necessários (sarrafos, pregos, lápis, estacas, entre outros);
 Ter certeza da veracidade do nível de referência;
 Ter auxiliares competentes.

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Devido à movimentação de máquinas e operários na obra, muitas vezes os piquetes de


marcação são desmarcados, por este motivo, o que temos a fazer é adotar um sistema de
coordenadas ortogonais em local de pouco acesso e, a partir daí, dar referência a todos os
piquetes com distâncias horizontais e verticais a partir de um determinado ponto “zero”. A
locação poderá ser manual, orientando-se pelas divisas do terreno ou através de
instrumentos topográficos, que é o método mais preciso, porém utilizado para obras de
grande vulto, responsabilidade e custo.
Faz-se uma amarração dos pontaletes externos, fechando com tábua e formando uma
poligonal, comumente chamada de gabarito (andaime de marcação). Para se colocar essa
poligonal em esquadro, normalmente é usado o método do triângulo de Pitágoras (triângulo 3,
4 e 5). Marca-se uma lateral do gabarito a três metros e a lateral adjacente a quatro metros,
ligando essas extremidades à medida encontrada; para estar em esquadro, deverá ser de 5
m. Poderá ser feito também em outras medidas que guardem estas proporções.

1ª Etapa – Definição do tipo de locação.

Para obras com poucos elementos a serem locados, cavaletes estrategicamente locados nos
principais alinhamentos.

Processo dos Cavaletes


No processo dos cavaletes os alinhamentos são obtidos por pregos cravados em cavaletes.
Estes são constituídos de duas estacas cravadas no solo e uma travessa pregada sobre elas.
Devemos sempre que possível, evitar esse processo, pois não nos oferece grande segurança
devido ao seu fácil deslocamento com batidas de carrinhos de mão, tropeços, etc.

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Cavaletes
Duas estacas e uma travessa, o
alinhamento é feito com um prego cravado
no meio da travessa.
Depois de distribuídos os cavaletes,
previamente alinhados conforme o projeto,
linhas são fixadas e esticadas nos pregos
para determinar o alinhamento do alicerce,
e em seguida inicia-se a abertura das valas.

Processo da tábua corrida (gabarito)


Este método se executa cravando-se no solo cerca de 50 cm, pontaletes de pinho de (7,5 x
7,5cm ou 7,5 x 10,0cm) ou varas de eucalipto a uma distância entre si de 1,50m a 2,0m e a
1,20m das paredes da futura construção, que posteriormente poderão ser utilizadas para
andaimes.
Nos pontaletes serão pregadas tábuas na volta toda da construção (geralmente de 15 ou 20
cm), em nível e aproximadamente 1,00m do piso (Figura 2.8). Pregos fincados nas tábuas
com distâncias entre si iguais às interdistâncias entre os eixos da construção, todos
identificados com letras e algarismos respectivos pintados na face vertical interna das tábuas,
determinam os alinhamentos.
Nos pregos são amarrados e esticados linhas ou arames, cada qual de um nome interligado
ao de mesmo nome da tábua oposta. Em cada linha ou arame está materializado um eixo da
construção. Este processo é o ideal.

Sarrafos de madeira.
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Colocados na periferia da obra e em nível, de 50 a 100 cm do solo.


Como podemos observar o processo de "Tábua Corrida" é mais seguro e as marcações nele
efetuadas permanecem por muito tempo, possibilitando a conferência durante o andamento
das obras. Não obstante, para auxiliar este processo, pode utilizar o processo dos cavaletes.
No entanto, seja qual for o método escolhido, é de extrema importância que no final da
marcação sejam devidamente conferidos os eixos demarcados procurando evitar erros.

2ª Etapa – Posicionamento das Locações (traçado)


Tendo definido o método para a marcação da obra, devemos transferir as medidas, retiradas
das plantas para o terreno.
Quando a obra requer um grau de precisão, que não podemos realizar com métodos simples
devemos utilizar aparelhos topográficos. Isto fica a cargo da disciplina de Topografia, cabendo
a nós, para pequenas obras, saber locá-las com métodos simplificados.

Em terrenos em declive, as locações devem ser feitas em forma de degraus.


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As locações devem ser afastadas pelo menos 1 m das escavações das fundações e
alicerces. Devem ser cravados firmemente no solo pontaletes alinhados e distanciados de
1,50 m e 2,0 m, em seguida são pregados em nível com a mangueira de nível.

3ª Etapa – Esquadro da Obra

É indispensável saber traçar perpendiculares sobre o terreno, pois é através delas que
marcamos os alinhamentos das paredes externas, da construção, determinando assim o
esquadro. Isto serve de referência para locar todas as demais paredes.
Um método simples para isso consiste em formar um triângulo através das linhas dispostas
perpendicularmente, cujos lados meçam 3, 4 e 5m (triângulo de Pitágoras), fazendo coincidir
o lado do ângulo reto com o alinhamento da base.
Definido o eixo principal deve-se proceder a marcação do eixo transversal.
Triângulo retângulo com o uso de uma trena, para chegar ao ângulo de 90°.

Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito.

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Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito utilizando esquadro metálico.

Outro método consiste na utilização de um esquadro metálico (geralmente 0,60 x 0,80 x


1,00m) para verificar o ângulo reto.
O esquadro deve ser colocado sobre uma base plana e ficar tangenciando as linhas sem as
tocá-las, quando as linhas ficarem paralelas ao esquadro garantimos o ângulo reto.

4ª Etapa – Marcação dos Alinhamentos

Sobre os sarrafos devem ser marcados os alinhamentos das peças construtivas, de acordo
com o projeto. Essas marcações são feitas com pregos.

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É conveniente marcar no sarrafo o número do eixo correspondente àquela marcação. O


alinhamento é feito com fio de náilon ou arame fino. Em alguns casos podem ser necessário
sarrafos intermediários, devido a grande distância entre os lados opostos do gabarito.

5ª Etapa – Locação da Forma de Fundação e Paredes


Devemos locar a obra utilizando os eixos, para evitarmos o acúmulo de erros provenientes
das variações de espessuras das paredes.
Em obras de pequeno porte ainda é usual o pedreiro marcar a construção utilizando as
espessuras das paredes. No projeto de arquitetura convencionou-se as paredes externas com
25cm e as internas com 15cm, na realidade as paredes externas giram em torno de 26 a
27cm e as internas 14 a 14,5cm difícil de serem desenhadas a pena nas escalas usuais de
desenho 1:100 ou 1:50, por isso da adoção de medidas arredondadas que acumulam erros.
Hoje com o uso de softwares específicos de desenho ficou bem mais fácil e dependendo da
espessura da alvenaria adotada define-se a espessura das paredes.

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Profeto de reforma com colação por eixos.

Nota-se:
• Os pontaletes;
• Os sarrafos em nível;
• As linhas dos eixos das paredes a serem construídas;
• As cotas do projeto de forma acumulativa.

Fases:
 Verificação da forma e dimensão do terreno, de acordo com dados do projeto ou escritura
de compra;
 Marcação no terreno do perímetro do prédio;
 Locação das cavas de fundação e alicerces;
 No caso de ser estrutura de concreto armado, a locação consiste na locação de pilares.

Processos:

 Processo do esquadro
- limitado a pequenas obras
- usa-se o "esquadro de pedreiro", de (60-80) cm de lado
- quanto menor o esquadro maior será o erro.

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 Processo da trena
- Usamos o triângulo de Pitágoras (triângulo retângulo, catetos 3 e 4 / hipotenusa 5).

 Processo do goniômetro - (gonio + metro) - instrumento p/medir ângulos.


- É o mais completo e isento de erros.
- Só deve ser empregado por profissionais que possam manejar instrumentos óticos.
- Temos que materializar no terreno alinhamentos ou pontos que fixem a posição de eixos,
através de três métodos: Piquetes/ Cavaletes/ Tapume.

OBS: Prumo de edifícios altos:


O acompanhamento do prumo de edifícios altos nos casos mais comuns pode ser realizado
com arames esticados, utilizando-se contrapesos adequados e tomando-se como referência
piquetes cravados no terreno, a certa distância dos parâmetros verticais da obra.
Periodicamente, a cada determinado número de pavimentos, é conveniente a aferição do
prumo por meio do uso de um teodolito. O trabalho não deve ser realizado quando houver
muito vento.
No caso de edifícios mais altos, recomenda-se o emprego de equipamentos a laser. O facho de
luz projetado em um anteparo rebate a posição do piquete instalado na base da obra. A
posição rebatida permite a transferência, a partir da medida de referência, da posição do molde
interno da forma.

5.2. Nivelamento
Definição: É a medida ou marcação de diferenças de alturas (níveis), entre dois ou mais pontos
numa obra.

Métodos de nivelamento:
- Manuais: Réguas Niveladoras/ Mangueira D'água
- Ótico: Nível Ótico

Referência de nível (RN):


Podemos fabricar uma peça de concreto pré-moldado em forma de tronco de pirâmide fazendo
na sua base menor a fixação de um pino de metal, não sujeito à oxidação.
Posteriormente é escavado um buraco no terreno, colocado este marco e compactado o aterro
Para segurança constrói-se uma cerca de proteção.

5.3. Tipos de Marcação


Transferência para o terreno das medidas em planta baixa
• Dados necessários
– Planta de localização e locação de cargas (cotas acumuladas)

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– Pontos de referência
– Alinhamento da rua - Poste no alinhamento
– Ponto marcado por topografia
– Lateral do terreno

Marcação com 3 coordenadas (eixos e Referência de nível)


– Marcação de paredes
– Eixos
– Vigas de fundações – centro
– Estacas, blocos, sapatas, tubulões

Gabarito (locação e Obra)


– Guias e caibros
– Caibros cada 2,0 m
– Altura: 60 cm a ± 1,80 m
– Afastamento ± 1,50 m do edifício
– Guias niveladas

Terrenos em desnível
– Marcação por cavaletes
– Transporte de medidas: pregos, arames e linhas

Marcação de paredes e vigas de fundação


– Marcação do eixo e espessura
– Prumo

Conferência (atenção)
– Erros de estrutura
– Erros de marcação
– Esquadro / Nível / Eixos

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Ferramentas e Equipamentos

Prumo de Mão Teodolito Nível Ótico Mira Topográfica

Nível de Bolha Esquadros de Obra Trenas Mecânicas e


Digitais

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6. INSTALAÇÃO DE CANTEIRO DE OBRAS

Após o terreno limpo e com o movimento de terra executado, O canteiro é preparado de acordo
com as necessidades de cada obra. Deverá ser localizado em áreas onde não atrapalhem a
circulação de operários veículos e a locação das obras. A sua organização é desenvolvida e
detalhada no escritório central.
No mínimo devemos fazer um barracão de madeira, chapas compensadas, ou ainda containers
metálicos que são facilmente transportados para as obras com o auxílio de um caminhão
munck. Nesse barracão serão depositados os materiais (cimento, cal, etc...) e ferramentas, que
serão utilizados durante a execução dos serviços. Áreas para areia, pedras, tijolos, madeiras,
aço, etc. deverão estar próximas ao ponto de utilização, tudo dependendo do vulto da obra,
sendo que nela também poderão ser construídos escritórios, alojamento para operários,
refeitório e instalação sanitária, bem como distribuição de máquinas, se houver.
Em zonas urbanas de movimento de pedestres, deve ser feito um tapume, "encaixotamento" do
prédio, com tábuas alternadas ou chapas compensadas, para evitar que materiais caiam na
rua.
Em obras de maior vulto faz-se o tapume, inteiramente independente da obra, com estacas
afastadas de aproximadamente 2,5 m, onde são pregados os madeirites ou tábuas.
Um canteiro ou praça de trabalho requer as seguintes vantagens:
• Ser vedado à entrada de estranhos;
• Apresentar acesso fácil aos veículos;
• Oferecer espaços que favoreçam cargas e descargas;
• Ter área suficiente para telheiros e galpões
• Ser bem abastecido de água;
• Contar com suficiente energia elétrica.
O bom êxito de uma empresa construtora depende, muitas vezes, de uma boa organização e
administração de sua praça de trabalho.

O Canteiro de Obra surge de estudo detalhado

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O dimensionamento do canteiro compreende o estudo geral do volume da obra, o tempo de


obra e a distância de centros urbanos. Este estudo pode ser dividido como segue:
• Área disponível para as instalações;
• Empresas empreiteiras previstas;
• Máquinas e equipamentos necessários;
• Em face da produção diária, a determinação do ritmo das obras;
• Pelo consumo diário, dimensionamento das instalações de armazenamento;
• Disposição do espaço vago das instalações indispensáveis;
• Fixação no canteiro da posição das máquinas móveis e sua trajetória durante a obra;
• Previsão das épocas para instalação das máquinas fixas, bem como da sua disposição;
• Serviços a serem executados;
• Materiais a serem utilizados;
• Prazos a serem atendidos.

Barracão tradicional.

Barracão tipo contêiner.

Deverá ser providenciada a ligação de água e construído o abrigo para o cavalete e


respectivo hidrômetro. O uso da água é intensivo para preparar materiais no canteiro. Ela
serve também para a higiene dos trabalhadores e deve ser disponível em abundância. Não
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existindo água, deve-se providenciar o fornecimento de água através de caminhões “pipa” ou


abertura de poço de água, com os seguintes cuidados:
a) que seja o mais distante possível dos alicerces;
b) o mais distante possível de fossas sépticas e de poços negro, isto é, nunca a menos de 15
metros dos mesmos;
c) o local deve ser de pouco trânsito, ou seja, no fundo da obra, deixando se a frente para
construção posterior da fossa séptica.
Deve-se providenciar a ligação de energia. As instalações elétricas nos canteiros de obras
são realizadas para ligar os equipamentos e iluminar o local da construção, sendo desfeitas
após o término dos serviços. Mas precisam ser feitas de forma correta, para que sejam
seguras. Antes do início da obra, é preciso saber que tipo de fio ou cabo deve ser usado,
onde ficarão os quadros de força, quantas máquinas serão utilizadas e, ainda, quais as
ampliações que serão feitas nas instalações elétricas.

Para o dimensionamento do cabo devemos somar as potências dos equipamentos utilizados


no canteiro, aliada a um fator de demanda (visto que nem todos os equipamentos serão
utilizados simultaneamente). Na Tabela 2.2 temos a potência de alguns equipamentos.

Potência e sistema de alimentação dos equipamentos de obra (Barros, 2006).

6.1 - Layout do Canteiro


Não existe modelo típico para organizar um canteiro perfeito, e a disposição das instalações
depende da situação do canteiro, da localização e da obra a executar. Por outro lado, a
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capacidade das máquinas será estabelecida pela importância da construção e pelas


disponibilidades da firma.
Antes de esquematizar o equipamento do canteiro, é indispensável conhecer lugares e
situação do terreno da construção, as vias de acesso, as possibilidades de comunicação com
as diferentes redes de canalização de água, eletricidade e telefone.
Depois será possível organizar a instalação principal (por exemplo, o guindaste ou elevador
de carga, pelos quais todos os materiais deverão ser transportados aos andares superiores).
Levando em conta a obra já terminada. Nessa consideração não deve se perder de vista às
diversas saídas que não figuram ao nível do traçado do solo (sacadas, ornamentos,
antenas,...)
A disposição dos prédios será prevista, na medida do possível, de maneira a reduzir ao
mínimo os percursos inúteis dos operários. Todos os trabalhos deverão ser feitos numa
direção.
Para os canteiros situados nos aglomerados urbanos, quando a superfície disponível para as
instalações é reduzida a uns poucos metros quadrados, é graças aos prodígios da habilidade
e do senso prático que se podem fazer instalações dar bons resultados.
O tamanho das instalações dependerá do volume de trabalho a realizar e do prazo de
execução, da natureza e da importância da obra. O número de trabalhadores contratados
para esse trabalho depende desses fatores e influi no dimensionamento do canteiro de obra.
De maneira geral, podemos traçar o esquema de instalações do seguinte modo:

Conhecido o terreno onde será levantada a obra e conhecidas as características das


máquinas que serão empregadas, torna-se possível traçar a planta das instalações.
As máquinas desenhadas em escala, no lugar projetado, com a medida do espaço ocupado e
do raio de ação permitirão ter uma ideia clara da ocupação do terreno. O traçado das rotas,
das ligações com os diferentes serviços públicos e da posição dos barracos, completa o
esquema geral.

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6.2. NR 18 (instalações mínimas)


Norma do Ministério do Trabalho de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho
conforme portarias números (3.214 de 08/06/78) & (04 de 04/07/95), que estabelece diretrizes
de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação
de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e
no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.
Resumo da NR 18 ( Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho)

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Exemplo de Canteiro de Pequeno Porte- Residências

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Exemplo de Canteiro de Obra de Edifício de Múltiplos Andares

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Caracteristicas de algums espaços de Vivencia

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7. INFRA ESTRUTURA (FUNDAÇÔES)

Todo peso de uma obra é transferido para o terreno em que a mesma é apoiada.
Os esforços produzidos pelo peso da construção deverão ser suportados pelo terreno em que
esta se apoia, sem que ocorram recalques ou ruptura do terreno.
Estrutura de um prédio é o conjunto de peças que podem ser de concreto, madeira ou metal,
as quais suportam e transferem toda a carga de uma construção e acessórios, que lhe é
solicitada, para as fundações e estas, consequentemente, para o terreno.
Este conjunto é composto por: a) infraestrutura: fundações (alicerces) e; b) supraestrutura:
laje, viga e pilar.

Sistemas estruturais construtivos

A infraestrutura recebe o peso da construção e o transfere para o solo. É a primeira etapa da


construção a ser executada; é o pé da edificação.
Em se tratando de peças de concreto armado, são necessárias formas de moldagem e
armadura em aço doce, além do concreto.
O tipo, formas e dimensões dependem das cargas a serem transferidas (peso da construção)
e do terreno onde se apoiará (resistência); temos, portanto, para cada situação possível de
ocorrer na prática, um tipo de fundação mais adequado a ser utilizado.
Fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno as cargas da
estrutura. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços
solicitantes.
O solo deve ter resistência e rigidez apropriada para não sofrer ruptura e não apresentar
deformações exageradas ou diferenciais.
O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixo do
solo (podendo ser constituído por bloco, estaca ou tubulão, por exemplo) e o maciço de solo
envolvente sob a base e ao longo do fuste.

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Sua função é suportar com segurança as cargas provenientes do edifício.


Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação as cargas que
serão transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas informações com as
características do solo onde será edificado, o projetista de fundações calcula o deslocamento
desses elementos e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro
elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação.
Quando o projeto estrutural é elaborado em separado do projeto de fundação, considera-se,
durante o dimensionamento das estruturas, que a fundação terá um comportamento rígido,
indeslocável. Na realidade, tais apoios são deslocáveis e esse fator tem uma grande
contribuição para uma redistribuição de esforços nos elementos da estrutura.
Essa redistribuição ou nova configuração de esforços nos elementos estruturais, em
especial nos pilares, provoca uma transferência das cargas dos pilares mais carregados para
os pilares menos carregados. Geralmente, os pilares centrais são os mais carregados que os
da periferia. Ao considerarmos a interação solo-estrutura no dimensionamento da fundação,
os pilares que estão mais próximos do centro terão uma carga menor do que a calculada,
havendo uma redistribuição das tensões.
Dessa forma, é possível estimar os efeitos da redistribuição dos esforços na estrutura do
edifício, bem como a intensidade e a forma dos recalques diferenciais. Consequentemente,
teremos um projeto otimizado, podendo-se obter uma economia que pode chegar a até 50%
no custo de uma fundação. Torna-se clara a importância da união entre o projeto estrutural e
o projeto de fundações em um único grande projeto, uma vez que os dois estão totalmente
interligados e mudanças em um provocam reações imediatas no outro.

7.1. Projeto e execução de fundações (NBR 6122)


Esta Norma fixa os procedimentos para o projeto e a execução de fundações, e descreve os
seguintes itens:

1. Objetivo;
2. Documentos complementares;
3. Definições;
4. Investigações geotécnicas, geológicas e observações locais;
5. Cargas e segurança nas fundações;
6. Fundações superficiais;
7. Fundações profundas;
8. Escavações;
9. Observações do comportamento e instrumentação de obras de fundação.

7.2. Parâmetros para a escolha da fundação


São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação.

Numa primeira etapa, é preciso analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por
um tipo ou outro de fundação. Os principais itens a serem considerados são:

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 Topografia da área
• dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno;
• necessidade de efetuar cortes e aterros
• dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície;
• presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões.

 Características do maciço de solo


• variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas;
• existência de camadas resistentes ou adensáveis;
• compressibilidade e resistência do solo;
• a posição do nível d’água.

 Dados da estrutura
A arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em um edifício, torre
ou ponte, se há subsolo e ainda as cargas atuantes.
Realizado esse estudo, descartamos as fundações que oferecem limitações de emprego para
a obra em que se está realizando a análise. Teremos, ainda assim, uma gama de soluções
que poderão ser adotadas.
Alguns projetistas de fundação elaboram projetos com diversas soluções, para que o
construtor escolha o tipo mais adequado de acordo com o custo, disponibilidade financeira e o
prazo desejado.
Dessa forma, numa segunda etapa, consideram-se os seguintes fatores:

 Dados sobre as construções vizinhas

• o tipo de estrutura e das fundações vizinhas;


• existência de subsolo;
• possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra;
• danos já existentes.

 Aspectos econômicos
• Além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de execução.
Há situações em que uma solução mais custosa oferece um prazo de execução menor,
tornando-se mais atrativa. Podemos perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo
de fundação, é importante que a pessoa responsável pela contratação tenha o conhecimento
dos tipos de fundação disponíveis no mercado e de suas características. Somente com esse
conhecimento é que será possível escolher a solução que atenda às características técnicas
e ao mesmo tempo se adeque à realidade da obra.

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7.3. As cargas da edificação


As cargas da edificação são obtidas por meio das plantas de arquitetura e estrutura, onde são
considerados os pesos próprios dos elementos constituintes e a sobrecarga ou carga
útil a ser considerada nas lajes que são normalizadas em função de sua finalidade.
Eventualmente, em função da altura da edificação deverá também ser considerada a ação do
vento sobre a edificação. A tabela 1 fornece o peso específico dos materiais mais utilizados
nos elementos constituintes de uma construção.

Peso específico dos materiais utilizados

Distribuição das Tensões do Solo


No processo de dimensionamento de fundações tem que se assegurar a resistência
necessária do terreno e assentamentos compatíveis com a estrutura.

Distribuição das Tensões do Solo

A resistência mobilizada no terreno depende da geometria da fundação pois está associada à


distribuição de tensões em profundidade.

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Em resumo, as fundações das estruturas transmitem esforços ao terreno. Estes esforços


dependem da força aplicada ao elemento estrutural, da geometria da fundação e do
comportamento do solo.

7.4 Sondagens
É sempre aconselhável a execução de sondagens, no sentido de reconhecer o subsolo e
escolher a fundação adequada, fazendo com isso, o barateamento das fundações. As
sondagens representam, em média, apenas 0,05 a
0,005% do custo total da obra.

Os requisitos técnicos a serem preenchidos pela sondagem do subsolo são os seguintes


(Godoy, 1971):

 Determinação dos tipos de solo que ocorrem, no subsolo, até a profundidade de interesse
do projeto;
 Determinação das condições de compacidade (areias) ou consistência (argilas) em que
ocorrem os diversos tipos de solo;
 Determinação da espessura das camadas constituintes do subsolo e avaliação da
orientação dos planos (superfícies) que as separam;

Informação completa sobre a ocorrência de água no subsolo


É sempre aconselhável a execução de sondagens, no sentido de reconhecer o subsolo e
escolher a fundação adequada, fazendo com isso, o barateamento das fundações. As
sondagens representam, em média, apenas 0,05 a
0,005% do custo total da obra.
Os requisitos técnicos a serem preenchidos pela sondagem do subsolo são os seguintes
(Godoy, 1971):
• Determinação dos tipos de solo que ocorrem, no subsolo, até a profundidade de interesse
do projeto;
• Determinação das condições de compacidade (areias) ou consistência (argilas) em que
ocorrem os diversos tipos de solo;
• Determinação da espessura das camadas constituintes do subsolo e avaliação da
orientação dos planos (superfícies) que as separam;
• Informação completa sobre a ocorrência de água no subsolo.

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7.4.1. Execução da sondagem


A sondagem é realizada contando o número de golpes necessários à cravação de parte de
um amostrador no solo realizada pela queda livre de um martelo de massa e altura de queda
padronizada. A resistência à penetração dinâmica no solo medida é denominada S.P.T. -
Standart Penetration Test.
A execução de uma sondagem é um processo repetitivo, que consiste em abertura do furo,
ensaio de penetração e amostragem a cada metro de solo sondado. Desta forma, em cada
metro faz-se, inicialmente, a abertura do furo com um comprimento de 55 cm utilizando um
trado manual ou através de jato de água, e o restante dos 45 cm é utilizado para a realização
do ensaio de penetração.
As fases de ensaio e de amostragem são realizadas simultaneamente, utilizando um tripé,
um martelo de 65 kg, uma haste e o amostrador (Godoy, 1971).
Os pontos de sondagem devem ser criteriosamente distribuídos na área em estudo, e
devem ter profundidade que inclua todas as camadas do subsolo que possam influir,
significativamente, no comportamento da fundação. No caso de fundações para edifícios,
o número mínimo de pontos de sondagens a realizar é função da área a ser construída

Tipos de Solo Resistência à Compressão


2
• Areia movediça 0,5 kg/cm
2
• Barro (argila) macio 1,0 kg/cm
2
• Barro úmido com areia molhada 2,0 kg/cm
2
• Barro e areia com camadas alternadas 2,5 kg/cm
2
• Barro seco ou areia fina e firme 3,0 kg/cm
2
• Areia grossa, cascalho ou terra natural compacta 4,0 kg/cm
2
• Cascalho grosso, pedra e barro estratificados 6,0 kg/cm
2
• Piçarra ou xisto duro 10,0 kg/cm
2
• Rocha nativa muito dura 20,0 kg/cm
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7.5. Tipos de Fundações

As fundações são classificadas em fundações diretas /rasas e indiretas/profundas.

• As fundações diretas ou rasas são aquelas em que a carga da estrutura é transmitida


diretamente ao solo pela fundação. São executadas em valas rasas, com profundidade
máxima de 3,0 metros, e caracterizadas por blocos, alicerces, sapatas e radiers. Quando a
camada resistente à carga da edificação, ou seja, onde a base da fundação está implantada,
não excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m de
profundidade;

• As fundações indiretas ou profundas são aquelas que transferem a carga por efeito de
atrito lateral do elemento com o solo e por meio de um fuste. Estas estruturas de transmissão
podem ser estacas ou tubulões. São aquelas cujas bases estão implantadas a mais de duas
vezes as suas menor dimensão, e a mais de 3 m de profundidade.

OBS.: O quadro acima está incompleto, pois não faz menção as estacas de aço.
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A nível bastante grosseiro, diremos que as fundações devem fazer com que a tensão
transmitida ao terreno seja menor que a tensão que este terreno é capaz de suportar.
A seguir são apresentadas algumas taxas de tensões de compressão admissíveis para
determinados tipos de solo.
O que caracteriza, principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato da distribuição de
carga do pilar para o solo ocorrer pela base do elemento de fundação, sendo que, a carga
aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é transformada em carga distribuída, num valor
tal, que o solo seja capaz de suportá-la. Outra característica da fundação direta é a
necessidade da abertura da cava de fundação para a construção do elemento de fundação no
fundo da cava.
A fundação profunda, a qual possui grande comprimento em relação a sua base, apresenta
pouca capacidade de suporte pela base, porém grande capacidade de carga devido ao atrito
lateral do corpo do elemento de fundação com o solo. A fundação profunda, normalmente,
dispensa abertura da cava de fundação, constituindo-se, por exemplo, em um elemento
cravado por meio de um bate-estaca.

7.5.1. Fundações Diretas (Rasas)


As fundações diretas são empregadas onde as camadas do subsolo, logo abaixo da
estrutura, são capazes de suportar as cargas.
São aquelas que são dimensionadas de forma a distribuírem o peso da construção no solo
para que a pressão exercida sobre o solo seja compatível com a sua resistência (do solo).
Descrevemos com mais detalhes as fundações diretas mais comuns para obras de pequeno
porte

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Praticamente podemos dizer que quando um terreno for firme na superfície ou à pequena
profundidade, empregamos fundações superficiais, e quando o terreno for firme em camadas
de maior profundidade, empregamos fundações profundas. Podemos também utilizar
fundações superficiais quando o terreno tiver pouca resistência na superfície. Nesse caso,
podemos utilizar a solução de radier, que nada mais é que uma superfície de concreto
executada como se fosse um grande piso sobre o qual será construída a edificação. Este piso
será armado com aço, para evitar trincas, e concreto de boa resistência, como se fosse uma
laje. Pode ser um contrasenso, mas vejamos:

Tensão = Força
Área
Se aumentarmos a área, diminuiremos o valor da tensão, que poderá ficar menor que a
tensão admissível do solo, mesmo que esta seja pequena.
Em outras palavras, distribuímos com essa solução o peso da construção para todo terreno.

 Radier

Quando a soma das cargas da estrutura dividida pela taxa admissível do terreno excede a
metade da área a ser edificada, geralmente é mais econômico reunir as sapatas num só
elemento de fundação, que toma o nome de radier.
É uma sapata associada, tipo laje armada, onde descarregam todos os pilares ou outras
cargas. Recorre-se a esse tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência e a
espessura da camada do solo é relativamente profunda.
Em resumo, quando todas as paredes ou todos os pilares de uma edificação transmitem as
cargas ao solo através de uma única sapata, tem-se o que se denomina uma fundação em
radier. Os radiers são elementos contínuos que podem ser executados em concreto armado,
protendido ou em concreto reforçado com fibras de aço.
Trata-se de uma laje que recebe cargas de todos os pilares. Por consumir um volume de
concreto relativamente alto, é mais viável em obras com grande concentração de cargas.

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Deve resistir aos esforços diferenciados de cada pilar, além de suportar eventuais pressões
do lençol freático. O consumo de concreto pode ser diminuído com o emprego de pro-tensão.

Execução:
Em geral, devem-se considerar os seguintes cuidados na execução de fundações diretas ou
rasas:
• Executar o escoramento adequado na escavação das valas com profundidades maiores
que 1,5 m, quando o solo for instável;
• Consolidar o fundo da vala, com a regularização e compactação do material
(apiloamento);
• Executar o lastro de concreto magro (5 a 10 cm de espessura), para melhor distribuir as
cargas quando se tratar de alicerces de alvenaria de tijolos ou pedras, ou proteger o concreto
estrutural, quando se tratar de sapatas;
• Determinar um sistema de drenagem para viabilizar a execução, quando houver
necessidade;
• Construir uma cinta de amarração a fim de absorver esforços não previstos, recalques
diferenciais, distribuir o carregamento e combater os esforços horizontais;
• Determinar um processo de impermeabilização da fundação acima do soco, para não
permitir a percolação capilar;
• Controlar a locação do centro dos blocos e das linhas das paredes e a cota do fundo da
vala.

Outros cuidados:

O radier é um tipo de fundação rasa que funciona como uma laje de concreto armado. Neste
tipo de fundação o piso térreo fica diretamente apoiado sobre o solo. É necessário fazer
reforços nas laterais do radier, onde ficarão as paredes estruturais. É o sistema mais
econômico e rápido, mas não dá para ser feito em qualquer terreno.

Depois de acertar e nivelar o terreno, cavam-se as vigas baldrame onde desembocam as


paredes estruturais, para servir também de gabarito.

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É hora de colocar as tubulações de água, esgoto, fios de energia e as fôrmas das bordas
niveladas na cota final. Joga-se uma camada de brita graduada e depois compacta-se.

 Viga de fundação (baldrame)

A viga baldrame pode ser considerada a própria fundação. No caso de terrenos firmes e
cargas pequenas, pode- se utilizar este tipo de fundação rasa e bem econômica que, nada
mais é do que uma viga, calculada como viga sobre base elástica e construída em uma cava
com muito pouca profundidade, destinada a suportar a carga de todas as paredes de uma.

Trata-se de fundação corrida em concreto simples ou pedra argamassada indicada para


pequenas cargas, distribuídas linearmente sobre terreno superficial de médio a bom (tensão
admissível acima de 0,2 MPa).

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Armação de Formas pra baldrame de concreto

A escolha correta do sistema de impermeabilização adotado para as vigas baldrames das


edificações é fundamental para se evitar situações indesejáveis em sua fase de utilização.

Dentre elas podemos destacar as patologias comumente denominadas “mofo de rodapé” que,
na verdade, são o efeito da umidade presente no solo através da ascensão capilar dos
materiais, se revelando nas superfícies das alvenarias causandodesconforto visual, danos a
saúde e depreciação do patrimônio entre outras perdas .

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 Bloco
O que caracteriza a fundação em blocos é o fato da distribuição de carga para o terreno ser
aproximadamente pontual, ou seja, onde houver pilar existirá um bloco de fundação
distribuindo a carga do pilar para o solo. Os blocos podem ser construídos de pedra, tijolos
maciços, concreto simples ou de concreto armado. Quando um bloco é construído de
concreto armado ele recebe o nome de sapata de fundação.
Assumem a forma de bloco escalonado, ou pedestal, ou de um tronco de cone. Alturas
relativamente grandes e resistem principalmente por compressão.
É um elemento em concreto sem necessidade de armadura de modo que as tensões de
tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto. Suas faces podem ser verticais,
inclinadas ou escalonadas, com base quadrada ou retangular.

Os blocos e sapatas são indicados para cargas de valor significativo (soluções não resolvidas
por baldrames) em terrenos com resistência igual ou superior a 0,1 MPa.

 Sapatas

Sapatas (isoladas ou corridas), são elementos de apoio de concreto, de menor altura que os
blocos, que resistem principalmente por flexão. É uma fundação direta, geralmente de
concreto armado, com a forma aproximada de uma placa sobre a qual se apoiam colunas,
pilares ou mesmo paredes. Ela pode ser corrida ou isolada.

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São fundações semiflexíveis (trabalham a flexão), portanto devem ser dimensionadas


estruturalmente (alturas, inclinações, armaduras necessárias).

Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão simples, mas
também à flexão, devendo, neste caso, serem executadas incluindo material resistente à
tração (BRITO, 1987).

 Sapata Isolada concreto

A sapata é um elemento de concreto armado com espessura variável ou constante, com


bases quadradas, retangulares ou trapezoidais.

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Sapata Isolada é quando a mesma não tem associação com nenhuma outra sapata e é
dimensionada em função dos esforços de um só pilar.

Usadas em terrenos que apresentam uma boa taxa de trabalho e quando a carga a
ser distribuída é relativamente pequena. Em geral são feitas em forma de tronco de pirâmide
e amarradas umas às outras através de cintas ou vigas baldrame.

Embaixo de toda sapata deverá, sempre, ser colocada uma camada de concreto magro
(farofa). É um concreto bem seco, sem função estrutural, que tem a finalidade de isolar o
fundo da sapata para que o solo não absorva a água do concreto da fundação.

Execução
Para construção de uma sapata isolada, são executadas as seguintes etapas:
1. fôrma para o rodapé, com folga de 5 cm para execução do concreto “magro”;
2. posicionamento das fôrmas, de acordo com a marcação executada no gabarito de locação;
3. preparo da superfície de apoio;
4. colocação da armadura;
5. posicionamento do pilar em relação à caixa com as armações;
6. colocação das guias de arame, para acompanhamento da declividade das superfícies do
concreto;
7. concretagem: a base poderá ser vibrada normalmente, porém para o concreto inclinado
deverá ser feita uma vibração manual, isto é, sem o uso do vibrador.

Observação: A etapa 3 compreende a limpeza do fundo da vala de materiais soltos, lama,


o apiloamento com soquete ou sapo mecânico e a execução do concreto “magro”, que é um
lastro de concreto com pouco cimento, com função de regularizar a superfície de apoio e não
permitir a saída da água do concreto da sapata, além de isolar a armadura do solo.
A vala deve ser executada com pelo menos 10 cm de folga a mais da largura da sapata para
permitir o trabalho dos operários dentro dela.

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 Sapata Corrida de concreto


É o elemento de concreto armado com espessura variável ou constante, base retangular,
quadrada ou trapezoidal comum a vários pilares cujos centros em planta sejam desalinhados.
Na execução da sapata corrida, após a abertura das cavas, coloca-se o lastro de concreto
magro, faz-se o assentamento dos tijolos e, ao final, o coroamento da fundação com uma
cinta de concreto. Nesta fase final, há que se cuidar da passagem para o esgoto e da perfeita
impermeabilização.

Executadas em terreno de grande resistência, para pequenas construções, abaixo e ao longo


das paredes com função estrutural. Tornam-se econômicas quanto às fôrmas, são contínuas
ou até desnecessárias, concretando-se diretamente nas cavas.

Se o terreno for inclinado, as sapatas não poderão seguir a inclinação do terreno, deverão ser
escalonadas em degraus, em nível, para que as cargas sejam transmitidas sempre para
o plano horizontal.

São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes transmitem a
carga por metro linear (BRITO,1987).

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 Sapatas Corridas de alvenaria


São utilizadas em obras de pequena área e carga, (edícula sem laje, barraco de obras, abrigo
de gás; água etc.). É importante conhecer esse tipo de alicerce pois foram muito utilizados
nas construções antigas e se faz necessário esse conhecimento no momento das reformas e
reforços dos mesmos.

Execução:

a) Abertura de vala
• Profundidade nunca inferiores a 40cm

• Largura das valas: - parede de 1 tijolo = 45cm

- parede de 1/2 tijolo = 40cm

• Em terrenos inclinados, o fundo da vala é formado por degraus.


• Sempre em nível mantendo-se o valor "h" em no mínimo 40 cm e h1, no máximo 50cm.

b) Apiloamento
Se faz manualmente com soquete (maço) de 10 à 20kg, com o objetivo unicamente de
conseguir a uniformização do fundo da vala e não aumentar a resistência do solo.

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c) Lastro de concreto
Sobre o fundo das valas devemos aplicar uma camada de concreto magro de traço 1:3:6 ou
1:4:8 (cimento, areia grossa e pedra 2 e 3) e espessura mínima de 5cm com a finalidade de:
Diminuir a pressão de contato visto ser a sua largura maior do que a do alicerce; Uniformizar
e limpar o piso sobre o qual será levantado o alicerce de alvenaria.

d) Alicerce de alvenaria (Assentamento dos tijolos)


Ficam semi-embutidos no terreno;
Tem espessuras maiores do que a das paredes sendo:
• paredes de 1 tijolo - feitos com tijolo e meio.
• paredes de 1/2 tijolo - feitos com um tijolo.
Seu respaldo deve estar acima do nível do terreno, a fim de evitar o contato das paredes com
o solo;
• O tijolo utilizado é o maciço queimado ou requeimado;
• Assentamento dos tijolos é feito em nível;
• Argamassa de assentamento é de cimento e areia traço 1:4.

e) Cinta de amarração
É sempre aconselhável a colocação de uma cinta de amarração no respaldo dos alicerces.
Normalmente a sua ferragem consiste de barras "corridas", no caso de pretender a sua
atuação como viga deverá ser calculada a ferragem e os estribos. Sobre a cinta será efetuada
a impermeabilização. Para economizar formas, utiliza-se tijolos em espelho, assentados com
argamassa de cimento e areia traço 1:3. A função das cintas de amarração é "amarrar" todo o
alicerce e distribuir melhor as cargas, não podendo contudo serem utilizadas como vigas.

f) Re-aterro das valas


Após a execução da impermeabilização das fundações, podemos re-aterrar as valas. O re-
aterro deve ser feito em camadas de no máximo 20 cm bem compactadas.
g) Tipos de alicerces para construção simples

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Obs.: Para manter os ferros corridos da cinta de amarração na posição, devem ser usados
estribos, espaçados de mais ou menos 1,0m. A função desses estribos é somente posicionar
as armaduras.

 Pontos positivos das fundações superficiais:


• solução trivial com recursos da obra;
• baixo custo;
• não provoca vibrações.
 Desvantagens:
• problemas nas escavações junto às divisas;
• limitações para cargas muito altas;
• solução artesanal com alto consumo de mão-de-obra.

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7.5.2. Fundações Indiretas (Profundas)

São caracterizadas pelo comprimento preponderante em relação à seção transversal.


São fundações cuja resistência é composta de duas parcelas. A primeira é baseada na
superfície de sua extremidade inferior que distribui o peso atuante, sobre ela, no solo (ponta).
A segunda parcela é gerada pela força de atrito entre a sua superfície lateral da estaca e o
solo. Podem ser cravadas ou escavadas no solo.
As fundações profundas podem ser ESTACAS ou TUBULÕES e têm a função de transmitir as
cargas da fundação para as camadas mais profundas do solo. Duas são as razões que levam
ao seu emprego: técnicas e econômicas.
É preferido o uso de estacas, por exemplo, quando a taxa admissível do terreno for inferior ao
carregamento transmitido pela estrutura e quando a fundação direta ficar sujeita ao recalque
incompatível com a estrutura a ser construída.

 Estacas

São peças alongadas, cilíndricas ou prismáticas, cravadas ou confeccionadas no solo,


essencialmente para:

• Transmissão de carga a camadas profundas;


• Contenção de empuxos laterais (estacas pranchas);
• Compactação de terrenos.

Podem ser:
• Pré-moldadas
• Moldadas in loco
• Escavadas
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As estacas recebem esforços axiais de compressão. Esses esforços são resistidos pela
reação exercida pelo terreno sobre sua ponta e pelo atrito entre as paredes laterais da estaca
e o terreno.
Nas estacas prancha além dos esforços axiais temos o empuxo lateral (esforços horizontais).
Dependendo do apoio oferecido pelo solo circundante, as estacas podem ainda ser
classificadas como de Ponta, resistindo apenas às reações exercidas pelo terreno sobre a
ponta da estaca; ou de Atrito, que resistem ao atrito das paredes laterais da estaca contra o
terreno, estas últimas são também chamadas de estacas Flutuantes.
No geral, as estacas tanto pré-moldadas como moldadas em loco podem ser divididas em
estacas de atrito ou estacas de suporte.
São classificadas como “de atrito” todas aquelas que não chegam a penetrar ou mesmo
encostar em uma camada mais dura do solo, apoiando-se apenas atrito que o solo tem com
elas.
Já as estacas de suporte encostam ou penetram em uma camada mais resistente do solo,
transferindo para esta grande parte da carga que recebe.

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 Estacas Pré-moldadas

São fundações indiretas, ou seja: são elementos que transmitem as cargas que recebem do
edifício para as camadas mais profundas do solo.
São constituídas de peças estruturais do tipo barra que, através de um sistema de percussão,
são cravados no solo até que haja a “nega” da peça, ou seja: que esta não apresente mais
penetração no solo ou que apresente penetração irrelevante.
Esses elementos podem ser constituídos de madeira, aço ou mesmo concreto, sendo que
este último é geralmente o mais empregado.
• Estacas de concreto (Amado e Protendido);
• Estacas de madeira;
• Estacas metálicas (Vigas, Trilhos, Perfis);
• Estacas mistas.

Caracterizam-se por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os seguintes métodos: •


• percussão – é o método de cravação mais empregado, o qual utiliza-se pilões de queda
livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes desse sistema é o barulho produzido.
• prensagem – empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e vibrações, utiliza
macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma com sobrecarga ou contra a própria
estrutura.
• vibração – sistema que emprega um martelo dotado de garras (para fixar a estaca), com
massas excêntricas que giram com alta rotação, produzindo uma vibração de alta frequência
à estaca. Pode ser empregada tanto para cravação como para remoção de estacas, tendo o
inconveniente de transmitir vibrações para os arredores. Podem ser fabricadas com
diversos materiais, sendo as estacas de concreto e metálicas as mais usuais.

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 Estacas Pré-moldadas – de concreto armado


As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos geométricos. A
capacidade de carga é bastante abrangente, podendo ser simplesmente armadas,
protendidas, produzidas por vibração ou centrifugação.
São largamente usadas em todo o mundo possuindo como vantagens em relação as
concretadas no local um maior controle de qualidade tanto na concretagem, que é de fácil
fiscalização quanto na cravação, além de poderem atravessar correntes de águas
subterrâneas o que com as estacas moldadas no local exigiriam cuidados especiais.
Podem ser confeccionadas com concreto armado ou protendido adensado por centrifugação
ou por vibração, este de uso mais comum.

Tanto nas estacas vibradas quanto nas centrifugadas a cura do concreto é feita a vapor, de
modo a permitir a desforma e o transporte da mesma no menor tempo possível. Tendo em
vista que a cura a vapor só acelera o ganho de resistência nas primeiras horas, mas não
diminui o tempo total necessário para que o concreto atinja a resistência final, as estacas
devem permanecer no estoque pelo menos até que o concreto atinja a resistência de projeto.
A seção transversal dessas estacas é geralmente quadrada, hexagonal, octogonal ou
circular, podendo ser vazadas ou não. A carga máxima estrutural das estacas pré-moldadas é
em geral indicada nos catálogos técnicos das empresas fabricantes, no entanto a carga
admissível só poderá ser fixada após a análise do perfil geotécnico do terreno e sua
cravabilidade.
Para não onerar o custo de transporte das estacas, desde a fabrica até a obra, o seu
comprimento é limitado a 12m. Por isso, quando se precisar de estacas com mais de 12m as
peças devem ser emendadas.
Essas emendas podem ser constituídas por anéis metálicos ou por luvas de encaixe tipo
”macho e fêmea” quando as estacas não estivem sujeitas a esforços de tração tanto na
cravação quanto na utilização, ou em caso contrário, emenda do tipo soldável, como indicada
na figura abaixo, onde a altura h e a espessura e da chapa são função do diâmetro da
armadura longitudinal e do diâmetro da estaca.

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Aplicação: cravação por percussão.

• Mais utilizado em obras industriais fora das cidades.


• Utilizam-se pilões de queda livre ou martelos mecânicos a diesel ou a vapor.
• Pilão deverá ser suspenso por cabo simples.
• Capacete no topo da estaca para amortecer os golpes.
Existem vários processos para cravação das estacas pré-moldadas, no entanto qualquer que
seja o processo, utilizado em geral de modo a facilitar a passagem da estaca pelas diversas
camadas do terreno, no final a estaca será sempre cravada por percussão. Para tanto, utiliza-
se um tipo de guindaste especial chamado de bate-estaca que pode ser dotado de martelo
(também chamado de pilão) de queda livre ou automático também denominado martelo
diesel. Para amortecer os golpes do pilão e uniformizar as tensões por ele aplicadas à estaca,
instala-se no topo desta um capacete dotado de “cepo” e “coxim”.

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Nega e repique
“Nega” = média de comprimento cravado nos últimos 10 golpes do bate estacas.
Objetivo: uniformidade de comportamento das estacas como um todo.

Execução:
Cuidado com a altura de queda do martelo:
• Ideal: 1,5 a 2,0 m;
• Abaixo – Falsa nega;
• Acima – Quebra de estaca.
Controle de execução:
• Locação das estacas;
• Profundidade de cravação;
• Ocorrência de fissuras;
• Verticalidade;
• Nega;
• Altura de queda do pilão;
• Execução da emenda;
• Cota de arrasamento da cabeça da estaca (para chegar à cota de arrasamento corta-se a
sobra da estaca);
• Proteção da cabeça da estaca.

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 Estacas Pré-moldadas – Metálicas


As estacas metálicas são constituídas principalmente por peças de aço laminado ou soldado
tais como perfis de seção I e H, como também por trilhos, geralmente reaproveitados após
sua remoção de linhas férreas, quando perdem sua utilização

A principal vantagem das estacas de aço está no fato de se prestarem à cravação em quase
todos os tipos de terreno, permitindo fácil cravação e uma grande capacidade de carga.

Sua cravação é facilitada, porque, ao contrário dos outros tipos de estacas, em lugar de fazer
compressão lateral do terreno, se limita a cortar as diversas camadas do terreno. Hoje em dia
já não existe preocupação com o problema de corrosão das estacas metálicas quando
permanecem inteiramente enterradas em solo natural, porque a quantidade de oxigênio que
existe nos solos naturais é tão pequena que a reação química tão logo começa, já acaba
completamente com esse componente responsável pela corrosão.
Entretanto, de modo a garantir a segurança a NBR 6122 exige que nas estacas metálicas
enterradas seja descontada a espessura de 1,5 mm de toda sua superfície em contato com o
solo, resultando uma área útil menor que a área real do perfil. A carga máxima atuante sobre
a estaca é obtida multiplicando-se a área útil pela tensão admissível do aço fc = fyk/2 onde
fyk é tensão característica à ruptura do aço da estaca.
Vantagens:
• Podem ser cravadas em quase todos tipos de terrenos;
• Possuem facilidade de corte e emenda;
• Podem atingir grande capacidade de carga;
• Trabalham bem a flexão;
• Se utilizadas em serviços provisórios podem ser reaproveitadas várias vezes.

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Desvantagem:
• Custo maior em relação às estacas pré-moldadas de concreto, Strauss e Franki.

 Estacas Pré-moldadas – de Madeira

As estacas de madeira são empregadas nas edificações desde a antiguidade.


Atualmente, diante das dificuldades de se obter madeiras de boa qualidade, sua utilização é
bem mais reduzida. As estacas de madeira nada mais são do que troncos de árvores, bem
retos e regulares, cravados normalmente por percussão, isto é golpeando-se o topo da estaca
com pilões geralmente de queda livre.
No Brasil a madeira mais empregada é o eucalipto, principalmente como fundação de obras
provisórias. Para obras definitivas tem-se usado as denominadas “madeiras de lei” como por
exemplo a peroba, a aroeira, a maçaranduba e o ipê. A duração da madeira é praticamente
ilimitada, quando mantida permanentemente submersa.
No entanto, se estiverem sujeitas à variação do nível d’água apodrecem rapidamente pela
ação de fungos aeróbicos, o que deve ser evitado aplicando –se substâncias protetoras como
sais tóxicos à base de zinco, cobre ou mercúrio ou ainda pela aplicação do creosoto.

Durante a cravação a cabeça da estaca deve ser munida de um anel de aço de modo a evitar
o seu rompimento sob os golpes do pilão. Também é recomendado o emprego de uma
ponteira metálica para facilitar a penetração da estaca e proteger a madeira. Do ponto de
vista estrutural, a carga admissível das estacas de madeira depende do diâmetro e do tipo de
madeira empregado na estaca.
As estacas de madeira nada mais são que troncos de árvores, bem retos e retangulares que
se cravam no solo. Elas são empregadas somente em terrenos saturados e abaixo do nível
de água subterrâneo, que condicione sua total imersão. As qualidades que a madeira, por
exemplo a maçaranduba, deve atender são: durabilidade e resistência ao choque.
As estacas de madeira completamente submersas não se estragam, sendo capazes de durar
séculos. Mas quando sujeitas à variações de umidade, deterioram rapidamente.

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 Estacas Pré-moldadas – blocos de coroamento das estacas

Os blocos de coroamento das estacas são elementos maciços de concreto armado que
solidarizam as "cabeças" de uma ou um grupo de estacas, distribuindo para ela as cargas dos
pilares e dos baldrames.
As estacas devem ser preparadas previamente, através de limpeza e remoção do concreto de
má qualidade que, normalmente, se encontra acima da cota de arrasamento das estacas
moldadas "in loco".

Os blocos de coroamento têm também a função de absorver os momentos produzidos por


forças horizontais, excentricidade e outras solicitações

 Estacas moldadas in loco - Brocas


As brocas são um material de fácil manuseio, geralmente utilizadas em fundações, onde
podem ser conectadas ao trado (ferramenta manual) ou mecanicamente através de sistema
hidráulico interligado as conexões de um caminhão com sistema de guindaste com a
finalidade de moldar as estacas escavadas.

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• Vantagens e Desvantagens das estacas pré-moldadas

Execução:
A execução das brocas é extremamente simples e compreende apenas três fases:
• abertura da vala dos alicerces perfuração de um furo no terreno
• compactação do fundo do furo
• lançamento do concreto

Ao contrário de outros tipos de estacas, que veremos adiante, as brocas só serão iniciadas
depois de todas as valas abertas, pois o trabalho é exclusivamente manual, não utilizando
nenhum equipamento mecânico.

Inicia-se a abertura dos furos com uma cavadeira americana e o restante é executado com
trado, que tem o seu comprimento acrescido através de barras de cano galvanizado,
(geralmente com 1,5m cada peça) até atingir a profundidade desejada.

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 Estacas moldadas in loco – Estaca tipo Raiz – Execução

Perfuração
Realizar a perfuração do solo por meio da perfuratriz rotativa ou roto-percussiva com a
descida de tubo de revestimento; caso o tubo de revestimento encontre dificuldade para
seu avanço, em razão da ocorrência de solos muito duros ou ainda plásticos, devem ser
empregadas brocas de três asas, tipo tricone, para execução de pré-furo ou ainda para
limpeza no interior.
Descer o tubo, com auxílio de circulação de água (ou ar comprimido) injetada no seu interior,
até a profundidade prevista no projeto.
Medir a profundidade da perfuração, utilizando-se a composição de tubos de injeção,
introduzindo-a no interior do tubo de revestimento até a cota de fundo da perfuração.

Quando a perfuração atingir matacão, rocha e/ou concreto, deverá ser usada sapata ou coroa
diamantada, acoplada ao barrilete amostrador, interno à composição de tubos de
revestimento, de maneira a retirar-se o testemunho da rocha (procedimento igual ao da
sondagem rotativa).

Alternativamente podem ser utilizados martelos pneumáticos ou hidráulicos, sendo que todos
os martelos perfuram por sistema roto-percussivo e trabalham interiormente ao tubo e
revestimento.
Sempre a perfuração deve prosseguir até a cota de fundo prevista em projeto.

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Execução:
Armação
Montar a armadura da estaca em forma de gaiola, com os estribos helicoidais, prevendo-se a
armadura longitudinal com aço CA-50 podendo os estribos ser em aço CA-25, ou tubo
metálico Schedulle, obedecendo-se ao projeto.
Definir o diâmetro externo do estribo de forma a garantir um cobrimento mínimo de 20 mm
entre a face interna do revestimento e o próprio estribo.
Executar a limpeza interna do tubo de revestimento, utilizando-se para tal, a composição de
lavagem, descendo até a cota inferior da estaca.
Descer a armadura à profundidade alcançada durante a perfuração até apoiar-se no fundo do
furo.

Injeção
Lançar a argamassa de cimento e areia por meio da bomba injetora, através da composição
de injeção, posicionando o tubo de injeção de argamassa no fundo do furo.
Proceder à injeção de baixo para cima até a expulsão de toda água de circulação contida no
interior do tubo de revestimento.
Iniciar a extração do revestimento por ação coaxial ao eixo da estaca, complementando-
se o volume da argamassa por gravidade, sempre que houver abatimento da mesma no
interior do tubo.

 Estaca Strauss
As estacas tipo Strauss foram projetadas, inicialmente, como alternativa às estacas pré-
moldadas cravadas por percussão devido ao desconforto causado pelo processo de
cravação, quer quanto à vibração ou quanto ao ruído. O processo é bastante simples,
consistindo na retirada de terra com sonda ou piteira e, simultaneamente, introduzir tubos
metálicos rosqueáveis entre si, até atingir a profundidade desejada e posterior concretagem
com apiloamento e retirada da tubulação.

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O processo de execução inicia-se com a abertura de um furo no terreno com um soquete para
colocação do primeiro tubo (coroa). Em seguida, aprofunda-se o furo com golpes de sonda de
percussão. À medida que o tubo desce, rosqueia-se o tubo seguinte até a escavação atingir a
profundidade determinada. O concreto é, então, lançado e apiloado com o soquete. Após a
concretagem, colocam-se barras de aço de espira para ligação com blocos e baldrames na
extremidade superior da estaca.

Por utilizar equipamento leve e econômico a estaca tipo Strauss possui as seguintes
vantagens:
• ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos;
• possibilidade de execução da estaca com o comprimento projetado;
• possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de corpos estranhos no solo,
matacões, etc., permitindo a mudança de locação antes da concretagem;
• possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a retirada de
amostras permite comparação com a sondagem à percussão;
• possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões;
• autonomia, importante em regiões ou locais distantes.
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Como principais desvantagens das estacas tipo Strauss, podemos citar:


• quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água no furo com a sonda,
a adoção desse tipo de estaca não é recomendável;
• em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de seccionamento do
fuste pela entrada de solo é muito grande, e nesses casos esta solução não é indicada;
• é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de modo a não ocorrer
falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com estas estacas devem-se a deficiências de
concretagem durante a retirada do tubo.

 Estacas Franki
Coloca-se o tubo de aço (molde), tendo no seu interior junto à ponta, um tampão de concreto
de relação água/cimento muito baixa, esse tampão é socado por meio de um soquete (pilão)
de até 4t; ele vai abrindo caminho no terreno devido ao forte atrito entre o concreto seco e o
tubo e o mesmo é arrastado para dentro do solo.

Alcançada a profundidade desejada o molde é preso à torre, coloca-se mais concreto no


interior do molde e com o pilão, provocasse a expulsão do tampão até a formação de um
bulbo do concreto. Após essa operação descesse a armadura e concreta-se a estaca em
pequenos trechos sendo os mesmos fortemente, apiloados ao mesmo tempo em que se
retira o tubo de molde.

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A técnica é indicada quando a camada resistente está em profundidades variáveis. Também


pode ser aproveitada em terrenos com pedregulhos ou pequenos matacões relativamente
dispersos. Contudo, não é recomendada para execução em terrenos com matacões quando as
construções vizinhas não podem suportar grandes vibrações, e em terrenos com camadas de
argila mole saturada.
Assim como as demais estacas moldadas no local, a Franki permite atingir o comprimento
desejado, podendo chegar a grandes profundidades. Além disso, a existência da base alargada
aumenta a capacidade de carga da estaca.
As limitações dessa tecnologia dizem respeito à vibração do solo durante a execução, podendo
atrapalhar e até danificar construções vizinhas. A cravação pode provocar o levantamento das
estacas já instaladas devido ao empolamento do solo circundante que se desloca lateral e
verticalmente. Além disso, a estaca danificada pode ter sua capacidade de carga prejudicada
ou perdida devido à ruptura do fuste ou pela perda de contato da base com o solo de apoio.
Por causa dos impactos gerados na vizinhança, essa tecnologia é cada vez menos utilizada em
grandes centros urbanos.
 Estacas tipo hélice contínua monitorada

Cada vez mais utilizadas em áreas urbanas, as estacas tipo hélice contínua monitoradas são
produzidas a partir da perfuração do terreno por meio de um trado helicoidal contínuo, que
retira o solo sem desconfinamento. Uma vez atingida a profundidade de projeto, o concreto é
bombeado por dentro do trado a partir da cota de ponta da estaca. O trado é, então, sacado
simultaneamente ao bombeamento de concreto. O método exige a colocação da armação após
a concretagem. Para controlar a pressão de bombeamento do concreto, o sistema possui
instrumento medidor digital que informa todos os dados de execução da estaca.

Indicada para obras que demandam rapidez, ausência de barulho e de vibrações prejudiciais
a prédios da vizinhança, a estaca tipo hélice contínua pode ser executada em terrenos
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coesivos e arenosos, na presença ou não do lençol freático. É uma solução técnica e


economicamente interessante para obras nas quais há um grande número de estacas sem
variações de diâmetros, em função da produtividade alcançada. As estacas tipo hélice
contínua também podem ser executadas abaixo do nível d'água.

As principais desvantagens dessa técnica estão relacionadas ao porte do equipamento, que


necessita de áreas planas e de fácil movimentação. Além disso, por causa de sua elevada
produtividade, a execução exige central de concreto no canteiro de obras. De forma geral, a
solução é competitiva financeiramente quando há um número mínimo de estacas a se
executar para compensar o custo com a mobilização do equipamento. Dependendo da
profundidade da estaca, do diâmetro da hélice, do tipo e resistência do terreno e do torque do
equipamento, é possível executar de 150 m a 400 m de estacas por dia por esse método.

 Tubulões

Os tubulões são elementos estruturais de fundação profunda, geralmente, dotados de uma


base alargada, construídos concretando-se um poço revestido ou não, aberto no terreno com
um tubo de aço de diâmetro mínimo de 70cm de modo a permitir a entrada e o trabalho de um
homem, pelo menos na sua etapa final, para completar a geometria da escavação e fazer a
limpeza do solo.
Divide-se em dois tipos básicos: os tubulões a céu aberto, normalmente, sem revestimento e
não armados no caso de existir somente carga vertical e os a ar comprimido ou pneumático.
Os tubulões a ar comprimido são sempre revestidos, podendo esse revestimento ser
constituído de uma camisa de concreto armado ou por uma camisa metálica. Neste caso a
camisa metálica pode ser recuperada ou não. São utilizados em solos onde haja a presença
de água e que não seja possível esgotá-la. O fuste do tubulão é sempre cilíndrico enquanto a
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base poderá ser circular ou em forma de falsa elipse. Deve-se evitar trabalho simultâneo em
bases alargadas de tubulões, cuja distância entre centros seja inferior a duas vezes o
diâmetro ou dimensão da maior base, especialmente quando se tratar de tubulões a ar
comprimido.
Quando comparados a outros tipos de fundações os tubulões apresentam as seguintes
vantagens:
• os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os de bate-estacas e outro
equipamentos;
• as vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de muito baixa intensidade;
• pode-se observar e classificar o solo retirado durante a escavação e compará-lo às
condições do subsolo previstas no projeto;
• o diâmetro e o comprimento do tubulão pode ser modificado durante a escavação para
compensar condições do subsolo diferentes das previstas;
• as escavações podem atravessar solos com pedras e matacões, sendo possível penetrar
em vários tipos de rocha;
• é possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de diversas estacas, eliminando a
necessidade de bloco de coroamento.

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• Tubulão a céu aberto – pode ser usado em terreno suficientemente coesivo e acima do
nível d’água, dispensando o escoramento. O diâmetro depende da carga e do modo de
execução, mas sendo aberto manualmente, o diâmetro mínimo é de 70 a 80 cm, a fim de que,
o poceiro possa trabalhar livremente.

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• Tubulão tipo Chicago – o poço é aberto por etapas. Numa certa profundidade, colocam-
se pranchas de escoramento mantidas na posição por
travamentos de anéis metálicos. Escorado o novo trecho, escava-se o novo terreno
escorando-se como anteriormente, repetindo-se esta sequência até atingir a camada onde
será feita a base.

• Tubulão pneumático – utilizados em terrenos com muita água, mantendo-a afastada da


câmara de trabalho por ar comprimido. A execução de um tubulão a ar comprimido difere
conforme se use o método clássico, com elementos de concreto ou o equipamento benoto,
com tubos de aço.

Em tubulões ar comprimido (figura acima), seja de camisa de aço ou de camisa de concreto,


a pressão máxima de ar comprimido empregada é de 3,4 atm (340 kPa), razão pela qual
esses tubulões têm sua profundidade limitada a 34m abaixo do nível do mar.

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Em qualquer etapa da execução deve-se observar que o equipamento deve permitir que se
atenda, rigorosamente, os tempos de compressão e descompressão previstos pela boa
técnica e pela legislação em vigor, só se admitindo trabalhos sob pressões superiores a 150
kPa quando as seguintes providências forem tomadas:
• estar à disposição da obra equipe permanente de socorro médico;
• estar disponível na obra câmara de descompressão equipada;
• existir na obra compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva;
• que seja garantida a renovação do ar, sendo o ar injetado em condições satisfatórias para o
trabalho humano.

 Fundação Barrete

Na ocorrência de cargas elevadas em obras de vulto, o tipo de estaqueamento que também


pode ser utilizado é o de estacas tipo barrete, que são estacas de secção retangular derivadas
de um ou mais painéis de parede diafragma e utilizados como elementos portantes de
fundações em substituição às estacas de grande diâmetro.

Suas vantagens são:

 conhecimento imediato e real de todas as camadas atravessadas;


 ausência de vibração;
 gradual adaptação da estaca às condições físicas do terreno, com sensível incremento do
atributo lateral;
 possibilidade de atingir grandes profundidades (até 70 metros);
 possibilidade de executar a estaca em praticamente todos os tipos de terreno, com nível de
água ou não, e atravessar matacões com a aplicação de ferramentas especiais (hidrofresa);
 redução no volume de concreto nos blocos de coroamento.

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A sequência executiva das estacas-barrete pode ser dividida em quatro etapas principais.
Primeiro, coloca-se a guia (que tem o papel de guiar a ferramenta de escavação), completando
com lama o volume escavado. Uma vez atingida a profundidade prevista, coloca-se a armadura
e a bomba de submersão para a troca de lama usada por nova. Em seguida, é realizada a
concretagem submersa com concreto plástico. Terminada a concretagem, procede-se ao aterro
da parte superior e ao arrancamento da guia. A produtividade varia em função do tipo de solo e
condições do terreno, mas como referência, é possível executar 50 m de estacas-barrete por
dia com uma espessura de 40 cm.

A lama bentonítica utilizada no processo é um fluido resultado da mistura de água e bentonita


que cumpre o papel de estabilização de paredes das escavações. A bentonita é uma argila
que, em presença de água, forma uma película impermeável (cake) sobre uma superfície
porosa, como é o caso do solo, sem se misturar ao concreto.

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8. SUPRA-ESTRURURA

A estrutura do prédio é o conjunto de peças destinadas a formar um quadro suficientemente


rígido e resistente, que possa suportar todos os esforços decorrentes do peso dos elementos
constituintes do prédio e mais o das cargas acidentais.
Um prédio necessita de uma parte destinada a suportar os esforços produzidos por:
a) peso de todos os seus componentes (ex.: telhado, paredes, forros, pisos, etc.);
b) instalações;
c) móveis;
d) pessoas;
e) força do vento;
f) peso da água da chuva e;
g) peso da neve.

Elementos da Estrutura e a Distribuição de cargas

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Exemplo de sistema estrutural de Residência

Tipos de Estruturas

Em pequenos prédios ou construções, as próprias paredes de alvenaria devem resistir aos


esforços como uma estrutura.
É comum encontrarmos construções de dois, três e mais pavimentos sem estrutura de
concreto, além de lajes, alguns pilares e vergas isoladas.
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A estrutura de concreto armado, constituindo um conjunto rígido monolítico muito usado


em prédios de vários pavimentos, fica bem visível quando ela é concluída totalmente e as
paredes de alvenaria ainda não foram iniciadas.

8.1. Estrutura de concreto armado

O concreto surgiu com o desejo de se criar uma pedra artificial, resistente, econômicas e
duráveis como aquelas extraídas das rochas naturais e que apresentasse como vantagens a
possibilidade de ser moldada nas formas e dimensões necessárias à sua utilização.
A associação do concreto com barras e fios de aço foi motivada pela necessidade de obter
maior resistência dos elementos estruturais à tração, que por sua vez fica protegida com
relação à corrosão por ação do meio ambiente.
O concreto amplamente usado até nos dias atuais em inúmeras aplicações, só foi possível com
o desenvolvimento do cimento (aglomerante) em virtude das pesquisas feitas por Smeaton e
Parker, no século XVIII.
As estruturas de concreto podem ter armaduras passivas (concreto armado) ou armaduras
ativas (concreto protendido, que também tem armaduras passivas), que podem ser em forma
de barras ou fios, no primeiro caso, ou fios e cordoalhas no caso de armaduras ativas. As
armaduras ativas são as pré-tracionadas, por equipamentos próprios, e, depois da cura do
concreto, as tensões são aliviadas e, portanto, os fios e ou as cordoalhas aplicam uma força de
compressão no elemento estrutural.

Atualmente são construídas estruturas de concreto com barras não metálicas obtidas por
processo industrial, constituídas por fios de fibra de vidro impregnados com polímeros
resistentes aos álcalis do cimento.

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O advento do concreto armado só foi possível por conta da aderência por adesão entre esses
materiais, que já existiam como materiais de construção independentes. A aderência permite
que as deformações na estrutura na região de contato entre as barras de aço e o concreto
sejam as mesmas nos dois materiais.

8.1.2 Tipos de concreto

Concreto simples
O concreto simples é um material composto obtido pela mistura, e dosagem conveniente, de
agregados graúdos – pedra britada ou seixos rolados, agregados miúdos – areia natural ou
artificial obtida pela moagem de agregados graúdos, cimento (aglomerante hidráulico) e água.
Nos concretos podem ser usadas adições com as finalidades de melhorar algumas
propriedades tais como: resistência à compressão (sílica ativa), à tração (fibras metálicas),
resistência à abrasão, diminuição da retração (fibras plásticas), aumento da densidade (minério
de ferro). Podem ser consideradas também a necessidade de usar aditivos químicos com
finalidades específicas de: acelerador de pega, retardador de pega, incorporadores de ar,
melhoria da trabalhabilidade com fator água/cimento pequeno.

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É denominado de aglomerante hidráulico aquele que reagindo com a água promove a ligação
entre os agregados tornando-os participantes de um novo material com propriedades
mecânicas diferentes.
Assim, as resistências à compressão e atração, o módulo de elasticidade, a densidade, a
condutibilidade térmica, o comportamento químico, etc., serão diferentes daqueles dos
materiais constituintes quer sejam a areia natural, a pedra britada, o cimento, os aditivos e
adições.
Nas aplicações usuais adotam-se o cimento Portland comum, embora possam ser usados
cimentos específicos, como, por exemplo, os resistentes a sulfatos quando se projeta uma
estruturas de canal destinado a receber águas servidas (esgotos). Os agregados graúdos são
escolhidos em função da disponibilidade das rochas locais, podendo assim serem oriundos de
rochas de granito ou de outras rochas.
Os agregados miúdos podem ser as areias naturais de fundo de rio ouprovenientes da
moagem de agregados graúdos.Os chamados agregados leves, grãos de EPS (isopor) e
argila expandida,também são usados com a finalidade específica de diminuição do peso
próprio dos elemen-tos estruturais.
A NBR 7211:1983 Agregados para Concreto, considera agregado miúdo o material
que passa pela peneira número 4, que tem malha quadrada com 4,8mm de lado.
Agregado graúdo é, portanto, o material que fica retido na peneira número 4. Nas moldagens
dos elementos das estruturais usuais costumam-se usar como agregado graúdo a pedra
britada número 1.

As estruturas de concreto podem ser em concreto simples que são aquelas que não
contém armaduras ou as que as taxas geométrica de armaduras fiquem menoresque os
valores mínimos indicados em normas técnicas. Assim, as tensões de traçãosão
absorvidas pelo concreto. Lembra-se que a esistência à tração do concreto é da ordem
de 1/10 da resistência à compressão. Exemplos de aplicação de concreto simples em
estruturas podem ser citados os blocos de fundação, os tubulões os muros arrimos de gravi-
dade de concreto ciclópico, constituído por concreto com pedra britadanúmero 1 e com o
lançamento de pe-dras de grande diâmetro aparente com a finalidade de ocupar volume.

Concreto armado
Os elementos que compõem as estruturas em concreto armado são constituídos pela
associação de concreto simples e barras ou fios de aço convenientemente
posicionados para absorver as tensões de tração, embora também possa colaborar com a
resistência do elemento absorvendo as tensões de compressão, tais como astuantes em
pilares e nas regiões (entre a borda mais comprimida e a linha neutra). Como já dito a

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adesão entre os dois materiais é fundamental para a aderência, que permite o trabalho
conjunto.

Exemplo de Traços para fundação

ATENÇÃO:
1. Para as medidas, use latas de 18 litros. Evite latas amassadas.
2. Mantenha o concreto molhado durante uma semana após a concretagem. Depois do
terceiro dia já é possível executar outros serviços sobre esse concreto.

Concreto protendido
As estruturas em concreto protendido, ou com armadura ativa, são aquelas em que fios
ou cordoalhas formadas por fios trançados, são inicialmente tracionados por equipamento
próprio e, posteriormente, com a cura parcial ou total do concreto asforças de tração são
liberadas ocorrendo, portanto, força de compressão no elemento estrutural, aumentando a sua
capacidade resistente.
A protensão pode ser adotada para vigas de pontes com grandes vãos, lajes de edifícios,
painéis de fechamento, sendo que os elementos podem ser pré-fabricados ou moldados no
local.
Os fios são de aço com propriedades mecânicas diferentes daqueles usados em elementos
de concre-to com amadura frouxa.

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8.1.3 Estruturas de concreto – Vantagens e desvantagens

A escolha por um processo construtivo para uma edificação depende de fatores técnicos e
econômicos, tais como disponibilidades de materiais e mão de obra, tempo previsto de
construção, aporte de recursos pelos investidores, etc.
A estrutura de uma edificação pode ser escolhida, de acordo com o projeto
arquitetônico, entre as opções de estruturas: concreto moldadas no local, pré-fabricadas,
em concreto armado ou protendido, alvenaria estrutural–armada ou não armada, metálicas e
madeira.
Nos dias atuais em que se pensa na manutenção do que resta do meio ambiente, e até na
sua recuperação, há que se analisar o consumo de energia para se obteremos elementos
necessários para se construir com um determinado processo estrutural.
Assim é necessário avaliar os custos ambientais na coleta e industrializaçãodos
elementos estruturais em aço, tanto as barras e fios/cordoalhas para construções em
concreto quanto para estruturas metálicas, os custos para obtenção do cimento, da
extração da pedra britada e de areias em minas próprias; os custos para obtenção dos
elementos para as construções de estruturas em madeira e para os elementos de blocos
para alvenaria estrutural. Em uma análise inicial, do ponto de vista ambien-tal, aconstrução
de estruturas em madeira é a que menos consome energia no processo deobtenção dos
elementos e, se usar madeira de reflorestamento o meio ambiente é menos onerado, na
seqüência encontram-se as estruturas de concreto e, por fim, as estruturas metálicas.
Nos dias atuais nota-se um número significativo de edifícios de pequenoporte, até quatro
anda-res, e destinados a moradia de pequenas famílias ou individual,construídos com
a tecnologia da alvenaria estrutural. Edifíciosindustriais e escolares têm sido construídos em
estruturas metálicas.
A opção pelo tipo de estrutura a ser adotado pela firma construtora e ou
incorporadora depende de diversos fatores técnicos e econômicos que precisam ser
analisados com cuidado.
A quantidade de estruturas de concreto armado existentes no Brasil atesta a
viabilidade técnico e econômica como material de construção de obras com pequeno egrande
volume de concreto. Embora usado com intensidade pelo mercado da construção as
estruturas de concreto apresentam qualidades e defeitos.
As vantagens e desvantagensna adoção de um determinado material estrutural, têm sempre
um caráter relativo, dependendo de um padrão de referência. As estruturas de concreto, por
sua larga utilização, apresentam algumas vantagens em relação a outros materiais estruturais,
entre elas:
É um material que apresenta boa resistência à maioria dos tipos de
solicitação, porém a análise do comportamento estrutural precisa ser cuidadosa
A visandoa segurança estrutural,
atentando-se para os cuidados de detalhamento da armaduras e suas condições
favoráveis de construção;
Economia na construção, pois na maioria das situações os materiais para concreto
(agregados miú
B
dos e graúdos) encontram-se em quantidade suficientes na região da construção,
com custos favoráveis, portanto;
Considerando as estruturas de concreto moldadas no local, o meio técnico dispõe
C
de conhecimento

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para construir com facilidade e rapidez;


Se a opção for por estruturas pré-fabricadas em concreto outros fatores
precisam ser anali-
D sados tais como, transporte, equipamentos necessários para içamento, posicionamento,
solidariza-
ção e outros;
O concreto é considerado um material durável, porém por ser poroso e com omeio
ambiente quimica-mente agressivo por conta da poluição ambiental, épreciso prever
E revestimentos protetores e manutenção periódica. Esse fatofica agravado em
edificações construídas em regiões marítimas em virtu-de da maresia. As barras das
armaduras precisam de proteção dada pelo concreto do cobrimento;
As formas arquitetônicas previstas pelos arquitetos são atendidas com ocorreto
projeto dos
F
elementos estruturais e verificação da segurança da edificação e conveniente
projeto das fôrmas;
A estrutura é monolítica, se moldada no local, possibilitando que toda aestrutura
G
trabalhe permitindo a redistribuição dos esforços solicitantes;
Os gastos com manutenção são reduzidos, porém é necessário um programade
H
inspeção e manutenção periódica;
O concreto é pouco permeável à água, necessitando que sejam atendida boas condições
I de plasticidade, adensamento e cura. A permeabilidade pode ser melhorada com a
adição de polímeros
As estruturas de concreto apresenta segurança relativa contra fogo, para tanto cuidados
J especiais precisam ser tomados com relação aos cobrimentos das barras das
armaduras;
Quando convenientemente projetadas as estruturas são resistentes a
K
choques, vibrações, efei-tos térmicos e a desgastes mecânicos.

As estruturas de concreto têm alguns fatores inerentes ao seu comportamento que


podem ser entendidas como desvantagens, e precisam ser consideradas na fasede projeto
estrutural e arquitetônico.Entre outras podem ser citadas:

As reformas e adaptações são trabalhosas e de difícil construção, tornandose, em


A alguns casos, inviáveis. Como opção podem ser adotada no projeto estruturas pré-
fabricadas de concreto;
As estruturas de concreto apresentam fissuras em virtude da pouca resistênciado
concreto à tração emrelação à de compressão. Nas análises dasresistências
dos elementos estruturais esse fato é considerado por meio dashipóteses de cálculo.
B As aberturas das fissuras precisam ser controladas paraevitara ação nefasta do meio
no interior do concreto com possível ataquequímico às barras das armaduras. Em
estruturas de reservatórios, piscinas eoutras destinadas a conter líquidos, cuidados
especiais de impermeabilizaçãoprecisam ser adotados;
Os ambientes arquitetônicos quando a estrutura é de concreto
sãodesconfortáveis com relação aos comportamentos térmicos e
C
acústicosnecessitando, portanto, de adequado projeto de ventilação e escolha de
materiais que minimizem estes problemas.

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Comparando com outros tipos de estrutura podemos afirmar que:


a) A estrutura de concreto armado é mais conhecida e mais fácil de executar que a de aço;
b) O concreto armado exige muito pouco cuidado depois de concluída a sua cura. A
manutenção de peças de concreto armado é mínima;
c) Tamanho das peças de concreto armado pequeno em face de sua resistência elevada.
Suas dimensões são, entretanto maiores que as de aço;
d) Muito seguras contra incêndio, uma vez que o concreto armado é resistente a altas
temperaturas;
e) Serve como elemento decorativo, uma vez que se adapta muito bem em qualquer forma
em que seja colocado;
f) É muito higiênica e resistente ao choque mecânico;
g) Sua resistência aumenta com o passar do tempo;
h) Como o aço e o concreto possuem coeficientes de dilatação quase iguais, não são criados
esforços secundários devidos a ação térmica;
i) O ferro adere bem ao concreto e, completamente embebido no concreto, tem sua proteção
garantida contra a corrosão;
j) Como principal desvantagem com relação às estruturas de aço, as estruturas de concreto
armado dificilmente podem ser modificadas após a cura do concreto e, em caso demolição, o
aproveitamento de material é muito pequeno.

8.2. Estruturas de aço

O aço é uma variante do ferro. Basicamente ele é obtido a partir do minério de ferro + coque
(combustível com altos teores de carbono) + cal.

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Sua fabricação pode ser dividida em:


1 – Sinterização ou preparo da carga: O sinter é obtido aglomerando grande parte dos finos do
minério de ferro com a cal e finos de coque. O coque é obtido processando o carvão mineral na
coqueria.
2 – Redução ou produção da gusa: O alto forno é carregado com a matéria prima (sinter +
coque). O coque em contato com o oxigênio produz calor que funde a carga metálica e dá inicio
ao processo de redução do minério de ferro, transformando- o em um metal líquido: o ferro
gusa (liga de ferro e alto teor de carbono).
3 – Refino: Nas aciarias a oxigênio ou elétricas o gusa liquido ou sólido e sucata de ferro é
transformado em aço liquido. Nesta fase também é retirado parte do carbono juntamente com
as impurezas e a maior parte do aço liquido é solidificada em equipamentos de lingotamento
contínuo que produzem semi-acabados, lingotes e blocos.
4 – Laminação: Os semi-acabados, lingotes e blocos são processados por equipamentos
chamados laminadores e transformados em uma grande variedade de produtos cuja
nomenclatura depende de sua forma e/ou composição química.
O aço talvez seja o mais versátil de todos os materiais estruturais. Ele tanto resiste bem à
tração quanto a compressão. E isso faz dele um material de alta resistência às cargas de flexão
como também as cargas axiais.
O aço também é mais forte dos materiais estruturais, cerca de 20 vezes mais forte que a
madeira e 10 vezes mais forte que o concreto, e isto faz com que ele tenha um ótimo
desempenho em edifícios altos e pontes de grandes vãos. Sendo esta uma das principais
características do aço, é possível conseguir edificações com elementos estruturais muito
esbeltos e com baixo volume de material estrutural.
A maioria das estruturas de aço tem geometria regular e retilínea, e são formadas por perfis
laminados ou soldados, sendo “I” e “H” os tipos que são muito utilizados como vigas e colunas
dos edifícios. Outro tipo de perfil muito utilizado neste tipo de estrutura são os perfis de chapa
dobrados que normalmente são usados em estruturas leves e de cobertura.

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As propriedades e composição do aço

Como já foi citado, o aço é uma variante do ferro e é produzido a partir do minério de ferro,
coque e cal. Na sua forma mais simples, o aço é o ferro gusa refinado, contendo de 0,02% a
2% de carbono. Existe uma grande diversidade de Aço-Liga que pode ser produzida com
adição de outros elementos ao aço básico. Alguns dos elementos de liga mais importante são:
- Manganês: usado praticamente em todo aço comercial. Melhora a resistência, auxilia na
remoção do oxigênio e corrige os efeitos adversos do enxofre;
- Níquel: aumenta a dureza, a resistência, a durabilidade, a rigidez e a resistência a corrosão;
- Cobre: melhora a resistência a corrosão;
- Silício: melhora as características magnéticas;
- Molibdênio: melhora a temperabilidade e a dureza;
- Cromo: melhora as qualidades de endurecimento e a resistência a corrosão;
- Vanádio: melhora as propriedades mecânicas, características de tratamento térmico e a
dureza.

Os aços estruturais, que são adequados para o uso em elementos que suportam cargas,
podem ser agrupados sob três classificações gerais, para as quais as faixas de tensão mínima
de escoamento especificado são aproximadamente:

- Aços carbono: 195 a 260 Mpa


- Aços de alta resistência e baixa liga: 290 a 345 Mpa
- Aços-liga para construção, tratados termicamente: 630 a 700 Mpa

Os aços carbono são geralmente usados quando forem baixas as solicitações de cálculo e
quando o critério principal de dimensionamento for a 3 rigidez da estrutura. Segundo a NBR
7007 o aço MR 250, que é correspondente ao ASTM A36, é um aço carbono, soldável e
disponível sob a forma de perfis estruturais, que tem tensão de escoamento igual a 250 Mpa e
tensão de ruptura igual a 400 Mpa.

Os aços estruturais com limites de escoamento iguais ou superiores a 290 Mpa, que adquirem
resistência pela adição de pequenas quantidades de elementos de liga, ao invés de tratamento
térmico, são designados aços de alta resistência e baixa liga. Eles são disponibilizados na
forma de chapas, perfis estruturais, barras, tubos estruturais, chapas finas e bobinas,
apresentam uma combinação de alta resistência, soldabilidade e resistência a corrosão
atmosférica.
Os aços tratados termicamente contêm elementos de liga e são adequados para as aplicações
estruturais. Sendo temperados, têm limites de escoamento que variam de 630 a 700 Mpa. Além
da resistência a corrosão atmosférica que é 4 vezes maior que a do aço carbono, é um aço de
resistência a abrasão, que é de aproximadamente o dobro da do aço carbono.

Vantagens do Aço

RESISTÊNCIA: Tem alta resistência, sua alta relação resistência-peso fazem dele um material
de utilização muito ampla;

CONTROLE DE QUALIDADE: Produzido em siderúrgicas o que permite que suas dimensões


sejam cuidadosamente controladas

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PRÉ-FABRICAÇÃO: As estruturas de aço utilizam componentes pré-fabricados que


consequentemente faz da montagem delas um processo rápido e simples mesmo em locais em
que as condições de trabalho não são apropriadas

APARÊNCIA: E devido ao desempenho do aço como elemnto estrutural as estruturas que


utilizam este material oferecem ao arquiteto a possibilidade de obterem-se edificações muito
elegantes, pois são estruturas de grande precisão com elementos estruturais muito esbeltos

TEMPO DE EXECUÇÃO: Devido a fabricação industrial e seriada, e várias etapas da


construção são executadas ao mesmo tempo diminuindo o tempo para conclusão;

MAIOR FACILIDADE DE AMPLIAÇÃO E REFORÇO ESTRUTURAL: - Devido ás ligações entre


as peças que são parafusadas e/ou soldadas (soldagem de chapas nos elementos estruturais
no caso de reforço)

MAIOR LIMPEZA DA OBRA: Ausência de detritos como restos de formas, escoramentos e


ferragens

MAIOR CONFIABILIDADE: O aço é um material único e homogêneo, com limite de


escoamento, limite de ruptura e módulo de elasticidade bem definidos. As estruturas de aço
são fabricadas e montadas por profissionais qualificados

Desvantagens do Aço

CUSTO: - O custo básico são maires que as equivalentes em madeira ou concreto armado,
entretanto o tempo de construção reduzido pode ser um fator compensatório

CORROSÃO: - É que a maioria dos aços não estáveis quimicamente precvisam de uma
proteção contra corrosão

DESEMPENHO AO FOGO: - O aço perde sua capacidade de receber cargas quando é


submetido a temperaturas superior a 500ºC a estrututa entra em colapso na eventualidade de
incendios, ou seja, a necessidade de prover proteção contra o fogo à estrutura pode se tornar
problemática se existe ima intenção de ter a estrutura exposta como parte da expressão
arquitetonica

PESO: - A densidade do aço é alta e isso faz com que os componentes individuais sejam
pesados. Elementos tais como as vigas e colunas são dificeis de serem movimentados no local
da obra, fazendo o uso de equipamentos tais como guindastes uma necessidade no que diz
respeito à montagem da estrutura

Comparando com outros tipos de estrutura podemos afirmar:


a) São mais rapidamente montadas através de soldagem, rebitagem ou aparafusamento de
suas diversas peças;
b) Sua montagem independe de tempo morto, devido à cura como no caso do concreto;

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c) Pesando menos que as estruturas de concreto, para suportar os mesmos esforços, pois as
peças são mais delgadas, possibilitam economia de espaço do prédio destinado às estruturas
e fundações menores;
d) São mais padronizadas, podem ser fabricadas em outro local e transportadas para o
canteiro, permitindo melhor utilização de equipamentos auxiliares para a montagem;
e) Podem ser desmontadas e reutilizadas, fator altamente vantajoso no caso de construções
provisórias;
f) São mais fáceis de modificar, reparar ou reforçar;
g) Como principais desvantagens devemos considerar que são mais sujeitas a ação do tempo
e do fogo, apesar de não serem combustíveis, e que exigem pessoal muito especializado
para a montagem.

8.3. Estruturas de Madeira

A madeira tem sido um material empregado para as mais diversas finalidades, desde
estruturas como pontes, coberturas, cimbramentos até a fabricação de móveis, peças de
artesanato para adornos, divisórias, lambris e as chapas de maneira geral.

Do ponto de vista estrutural a madeira tem uma combinação de propriedades que faz dela,
como o aço, um material com boa resistência tanto a tração quanto a compressão. Por
exemplo, o aço ASTM-A36 tem resistência a tração de 250 Mpa enquanto o ipê-roxo, que é
uma madeira de ótimas qualidades estruturais, tem 23,10 Mpa. Portanto, a madeira é capaz
de resistir a cargas que provocam flexão, fazendo dela um material estrutural que pode ser
utilizado em quase todos os tipos de sistemas estruturais.

A madeira é um material onde sua estrutura interna é fibrosa e quimicamente seus


componentes internos tem um baixo peso atômico. Isso é uma grande vantagem da madeira
sobre outros materiais estruturais, pois faz dela um material estrutural leve, o que resulta em
um material de relação resistência-peso de valor elevado. A durabilidade é outra boa
propriedade da madeira assim como um bom desempenho ao fogo, apesar de ser um
material combustível.

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Um aspecto importante e desconhecido pela sociedade com relação à madeira refere-se à


questão ecológica. É automático para o leigo imaginar que a utilização da madeira causará
uma grande devastação das florestas. No entanto, a madeira é um material renovável e que
durante a sua produção (crescimento) a árvore consome impurezas da natureza,
transformando-as em madeira.

A não utilização da árvore depois de vencida sua vida útil, devolverá à natureza todas as
impurezas nela armazenada. Outro ponto que não se deve esquecer jamais que a extração
da árvore e o seu desdobro são um processo que envolve baixíssimo consumo de energia,
além de ser praticamente não poluente.
Em contrapartida, o uso de materiais estruturais tais como concreto e aço que exigem um
processo altamente poluente de produção, assim como também exige uma devastação
ambiental para retirada da matéria-prima. Deve ser observado que para se produzir aço e
concreto demanda-se um intenso processo industrial, que envolve um alto consumo de
energia (1 tonelada de aço consome 3000x103 kcal de energia; 1 tonelada de concreto
consome 780x103 kcal de energia; 1 tonelada de madeira consome 2,4x103 kcal de energia)
e gera grande poluição ambiental.

Estes processos industriais exigem fontes de energia, que em geral é o carvão vegetal, que
arde voluptuosamente dentro de altos-fornos. A matéria prima retirada da natureza jamais
poderá ser reposta. É um processo irreversível, ao contrário da madeira que pode ser
plantada novamente. Além de todos estes aspectos, também se deve observar uma obra,
especialmente em concreto, que utiliza grande quantidade de madeira para fôrmas e
cimbramentos. É significativo o volume de madeira usada como auxiliar na construção.

Vantagens e desvantagens
Boa resistência: a madeira é um material com boa resistência a tração, a compressão e a
flexão e pode ser usada em todos os tipos de elementos estruturais. Entretanto, ela tem

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resistência inferior ao aço e ao concreto armado, e isto reduz os vãos que as estruturas de
madeira podem ser construídas;
Baixo peso: a madeira é um material de baixo peso com uma alta relação resistência/peso.
Portanto, produzindo estruturas de baixo peso com elementos que podem ser facilmente
transportados e movimentados para o canteiro de obras;
Maleabilidade: a madeira pode ser facilmente cortada e moldada utilizando ferramentas
simples. E também outros elementos podem ser ligados a ela utilizando conectores simples,
tais como: pregos e parafusos, fazendo assim com que os detalhes nas estruturas de madeira
sejam muito simples; Desempenho ao fogo: a madeira é um material combustível,
entretanto ela tem uma taxa de consumo muito baixa e também ela não perde suas
propriedades estruturais quando exposta a altas temperaturas. Portanto, ela continua a
funcionar até sua seção transversal ser reduzida e uma alta tensão ocorrer;
Durabilidade: os constituintes da madeira são relativamente estáveis quimicamente e o
material não sofre degradações químicas em certos ambientes, tais como: alta umidade.
Entretanto, ela é suscetível as infestações de insetos xilófagos, que perfuram a madeira em
busca de alimento e abrigo, ataques de fungos apodrecedores, que causam o apodrecimento
da madeira e dos furadores marinhos, que perfuram a madeira em contato com a água do
mar;
Aparência: a madeira é um material que tem uma aparência agradável a qual normalmente
não deteriora com o passar do tempo. Ela então pode ser usada na combinação de material
estrutural e de acabamento;
Variabilidade: a madeira exibe uma variação considerável de propriedades devido a sua
condição de material natural.

Propriedades físicas da madeira


Umidade: O anexo B da norma brasileira para estruturas de madeira (NBR 7190/1997)
apresenta um roteiro detalhado para a determinação a umidade de amostras de madeira. A
água é importante para o crescimento e desenvolvimento da árvore, e constituindo uma
grande porção da madeira verde. Para fins de aplicação estrutural da madeira e para
classificação de espécies, a norma brasileira especifica a umidade de 12% como de
referência para a realização de ensaios e valores de resistência nos cálculos.
Retratibilidade: Redução das dimensões em uma peça da madeira pela saída de água de
impregnação.
Inchamento: Processo inverso da retratibilidade, ou seja, que se dá quando a madeira fica
exposta a condições de alta umidade ao invés de perder água ela absorve, provocando um
aumento nas dimensões das peças.
Densidade: A norma brasileira apresenta duas definições de densidade a serem utilizadas
em estruturas de madeira: a densidade básica e a densidade aparente.
- A densidade básica da madeira é definida como a massa específica convencional obtida
pelo quociente da massa seca pelo volume saturado e
pode ser utilizada para fins de comparação com valores apresentados na literatura
internacional.
- A densidade aparente é determinada para uma umidade padrão de referência de 12%, pode
ser utilizada para classificação da madeira e nos cálculos de estruturas.

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Grupamento de madeiras para fins estruturais


A peroba rosa, cedro, pinho do Paraná, jatobá, angico vermelho, angico branco, aroeira, ipê-
roxo, cambará e o eucalipto citriodora são as principais espécies de madeira de utilização
comum nas estruturas. Para estas espécies de madeira serrada existem algumas bitolas
comerciais, encontradas prontas no mercado. Tais como:
- vigotas ou terças: 6 x 12 e 6 x 16
- sarrafos: 2.5 x 10, 2.5 x 10 e 2.5 x 15
- pranchas: 8 x 20
- caibros: 5 x 6 e 6 x 6
- tábuas: 2.5 x 20, 2.5 x 25 e 2.5 x 30
- ripas: 1.2 x 5 e 1.5 x 5
- pontaletes: 8 x 8
São também encontrados postes de Eucalipto com seção transversal circular com diversos
diâmetros. Os diâmetros destes postes podem variar entre 15 cm a 28 cm.
As seções e dimensões mínimas exigidas pela norma brasileira de estruturas de madeira para
peças usadas em estruturas são as seguintes: 50 cm2 e 5 cm para vigas (barras principais);
18 cm2 e 2,5 para peças simples (secundárias); 35 cm2 e 2,5 cm para peças isoladas de
seções múltiplas (principais) e 18 cm2 e 1,8 cm (secundárias).
Comparando com outros tipos de estrutura podemos afirmar que:
a) São as mais fáceis de montar, sem exigir ferramental especial nem mão-de-obra altamente
especializada;
b) Da mesma maneira que no caso das estruturas de aço, as estruturas de madeira não
exigem tempo de cura como as de concreto armado;
c) Podem ser desmontadas com razoável reaproveitamento de material;
d) Como principais desvantagens, as estruturas de madeira são combustíveis e portanto
muito sujeitas a incêndios; exigem manutenção muito mais severa que as de aço e de
concreto e são sujeitas ao ataque de fungos e insetos.

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8.4 PILARES

DEFINIÇÃO: São “elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que
as forças normais de compressão são preponderantes”

São destinados a transmitir as ações às fundações, embora possam também transmitir para
outros elementos de apoio. As ações são provenientes geralmente das vigas e lajes de
concreto.

Os pilares são os elementos estruturais de maior importância nas estruturas, tanto do ponto
de vista da capacidade resistente dos edifícios quanto no aspecto de segurança.

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Além da transmissão das cargas verticais para os elementos de fundação, os pilares podem
fazer parte do sistema de contraventamento responsável por garantir a estabilidade global
dos edifícios às ações verticais e horizontais.
Os pilares em concreto armado são compostos pelo concreto simples, pelas armaduras
longitudinais e pelos estribos. As armaduras longitudinais têm a função principal de contribuir
para a resistência do pilar e os estribos, ou armaduras transversais, têm a função principal de
manter a armadura longitudinal na sua correta posição. A construção de pilares em concreto
armado envolve a execução do sistema de fôrmas na forma e na posição em que precisam
ser moldados; o preparo e montagem das armaduras que são posicionadas e fixadas no
interior das fôrmas; a concretagem dos pilares, a cura adequada do concreto e, por fim, a
retirada das fôrmas e dos escoramentos (NBR 14931, 2003).

Pilares em Concreto em Forma

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Montagem de pilares de concreto em loco

Montagem de pilares de concreto pré moldado


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8.5 VIGAS
DEFINIÇÂO: Uma viga é um elemento estrutural sujeito a cargas transversais. A viga é
geralmente usada no sistema laje-viga-pilar para transferir os esforços verticais recebidos da laje
para o pilar ou para transmitir uma carga concentrada, caso sirva de apoio a um pilar. Pode ser
composta de madeira, ferro ou concreto armado. A viga transfere o peso das lajes e dos demais
elementos (paredes, portas, etc.) às colunas.

As edificações basicamente apresentam três tipos de vigas, que diferem na forma como são
ligados aos seus apoios. Portanto, classificam-se em:

 Viga em balanço ou em console: é uma viga de edificação com um só apoio. Toda a carga
recebida é transmida a um único ponto de fixação.

 Viga biapoiada ou simplesmente apoiada: diz-se das vigas com dois apoios, que podem
ser simples e/ou engastados, gerando-se vigas do tipo simplesmente apoiadas, vigas com
apoio simples e engaste, vigas biengastadas.

 Viga contínua: diz-se da viga com múltiplos apoios.


As viga feitas em concreto armado, são dimensionadas de forma que apenas a sua ferragem
longitudinal resista aos esforços de tração, não sendo levado em conta a resistência a tração
do concreto, por esta ser muito baixa. As vigas de concreto armado recebem ferragens
secundárias distribuídas transversalmente ao longo da sua seção, denominadas estribos.
Possuem a finalidade de levar até os apoios as forças cisalhantes.
Ao dimensionar vigas de concreto que são fundidas com a laje, a compressão pode levar em
conta parte da laje junto à viga, ajudando a reduzir a quantidade de ferragem para resistir aos
esforços compressivos.
Em viadutos e pontes as vigas são comumentemente do tipo biapoiadas. Seus apoios são
chamados livres. Assim a estrutura pode oscilar em seus apoios, evitando o aparecimendo de
trincas e permitindo a estrutura oscilar com o deslocamento das cargas móveis recebidas, sem
afetar a sua estabilidade.

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Vigas Metálicas e de Madeiras

Vigamento em concreto em forma pré moldada

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8.6 LAJES

DEFINIÇÃO: Elementos planos (placas), geralmente em posição horizontal, que


apresentam uma dimensão, a espessura, muito menor em relação às demais. As lajes
recebem os carregamentos atuantes e os transferem aos apoios dispostos no contorno,
geralmente vigas, e destes para os pilares até as fundações. Nas estruturas usuais, as
lajes respondem por aproximadamente 50 % do consumo de concreto.

8.6.1 Tipos de lajes

a. Lajes Maciças:

De seção homogênea, executadas sobre formas, que as moldam, e escoramentos, que


as sustentam até que adquiram resistência própria. Recomendadas para vãos até 6
metros de comprimento.

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b. Lajes Nervuradas:

Apresentam nervuras, onde ficam concentradas as armações, entre as quais podem ser
colocados materiais inertes (isopor, tijolo, etc.) com função de enchimento, o que
simplifica a forma (plana) e deixa a superfície inferior lisa para receber o acabamento.
Esse sistema é empregado em grandes vãos, onde é necessário trabalhar com
espessuras elevadas a fim de atender as flechas e solicitações. A necessidade de
espessuras elevadas inviabiliza o emprego de lajes maciças em razão do consumo de
concreto e do peso próprio elevado, o que não acontece nas nervuradas, pois parte do
concreto é retirado ou substituído por um material mais leve, colocado entre as nervuras,
ficando a armação concentrada em faixas (nervuras) para atender às solicitações.

Preparação com formas plásticas para concretagem e finalizada

c. Lajes lisas (cogumelo):

São lajes apoiadas diretamente pelos pilares (sem vigas). Esse tipo de laje apresenta
diversas vantagens: facilidade de execução (forma e armação), redução de pé direito,
facilita a passagem de tubulações (elétrica, hidráulica, ar condicionado, etc.), flexibiliza o
arranjo de alvenarias e/ou divisórias (forro liso), etc. Apesar das inúmeras vantagens,
ausência de vigas torna o sistema mais flexível, comprometendo estabilidade horizontal.
A possibilidade de ruptura por punção e colapso progressivo deve ser cuidadosamente
analisada.

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d. Lajes pré-fabicada:

Trata-se de lajes nervurada com nervuras parcialmente pré-moldadas. A armação fica


concentrada nas nervuras. Tem a vantagem da pré-fabricação, reduzindo o uso de
formas e escoramentos, com conseqüente redução de custos e aumento de
produtividade.

 Tipos de Lajes Pré-moldadas

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Componentes da Laje Treliçada

Armação com tijolo de barro

Armação com vedação em EPS ( ISOPOR)

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e. Laje Aveolar Protendida:

A Laje Alveolar é constituída de painéis de concreto protendido que possuem seção transversal
com altura constante e alvéolos longitudinais, responsáveis pela redução do peso da peça.
Estes painéis protendidos são produzidos em concreto de elevada resistência característica à
compressão (fck ≥ 45MPa) e com aços especiais para protensão, na largura de 124,5cm e nas
alturas de 9, 12, 16, 20 e 25cm.

As lajes alveolares protendidas apresentam alta resistência e grande durabilidade devido ao


moderno processo produtivo por extrusão gerar um alto grau de compactação do concreto.

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Cargas a Considerar

As cargas verticais que atuam sobre as lajes são consideradas geralmente uniformes, algumas
o são de fato, outras, como o caso de paredes apoiadas em lajes armadas em cruz, são
transformadas em cargas uniformes utilizando hipóteses simplificadoras.
Referimo-nos sempre às lajes de edifícios residenciais ou comerciais; no caso de lajes de
pontes, por exemplo, o cálculo deve ser mais preciso.

As principais cargas a se considerar são:

 ƒ Peso próprio da laje;


 ƒ Peso de eventual enchimento;
 ƒ Revestimento;
 ƒ Paredes sobre lajes;
 ƒ Carregamento acidental.

Tipos de Apoio das Lajes

Admitem-se três tipos de apoio para as lajes:

 ƒ Borda livre: quando não há suporte (Ex.: laje em balanço);


 ƒ Borda apoiada: quando não há restrição dos deslocamentos verticais, sem impedir
a rotação das lajes no apoio (Ex.: laje isolada apoiada por vigas);
 ƒ Borda engastada: quando há impedimento do deslocamento vertical e rotação da
laje neste apoio (Ex.: lajes apoiadas por vigas de grande rigidez).

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Montagem e Escoramento de Laje


Se o vão a ser vencido pela laje for menor que 3,40 m, coloque uma fileira de pontaletes
para escorar as vigotas. Se o vão for maior (3,40 m a 5 m), escore as vigotas com duas
fileiras de pontaletes. Nos dois casos, os pontaletes devem ser um pouquinho mais altos
que as paredes. A laje deve ficar levemente curvada para cima, formando a contraflecha,
recomendada pelos fabricantes.

As vigotas devem se apoiar pelo menos 5 cm de cada lado da parede. As lajotas devem
ser encaixadas sobre as vigotas. A primeira e a última carreiras de lajotas podem ser
apoiadas na própria cinta de amarração.
O próximo passo é colocar as caixas de luz e os conduítes (eletrodutos) para a fiação
elétrica. Feito isso, pregue uma tábua de testeira nas extremidades da laje, que vai
funcionar como fôrma da capa de concreto da laje.

DICA Se o vão tiver mais de 5m, consulte o fabricante sobre o escoramento da laje!

DICA A espessura da capa de concreto deve obedecer à instruções do fabricante da laje,


que definirá a armadura complementar a ser utilizada Antes de concretar a laje, molhe
todas as vigotas e lajotas já montadas.
As lajotas (tavelas) podem ser de concreto ou cerâmica. Elas servem de guia para medir
a distância entre as vigotas. Por isso, as lajotas devem ter sempre o mesmo tamanho.

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Exemplo em Laje Pre-moldada

 Concretagem da Laje

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9. ALVENARIA

DEFINIÇÃO: Alvenaria é a arte ou ofício de pedreiro ou alvanel, ou ainda, obra composta de


pedras naturais ou artificiais, ligadas ou não por argamassa. Segundo ZULIAN et al. (2002)
também pode ser definida como o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras
similares, executadas com pedras, com tijolos cerâmicos, blocos de concreto, cerâmicas e
silicocalcário, assentados com ou sem argamassa de ligação. A alvenaria pode ser
empregada na confecção de diversos elementos construtivos (paredes, abóbadas, sapatas,
etc.) recebendo as seguintes denominações:

a) alvenaria ciclópica: executada com grandes blocos de pedras, trabalhadas ou não;


b) alvenaria insossa: executadas com pedras ou blocos cerâmicos, assentados sem
argamassa, denominadas também de alvenaria seca ;
c) alvenaria com argamassa: executadas com argamassa de ligação entre os elementos,
sendo também denominadas: - alvenaria hidráulica: executadas com argamassas mistas
1:4/8 (argamassa básica de cal e areia 1:4, adicionando-se cimento na proporção de uma
parte de cimento para 8 partes de argamassa básica); - alvenaria ordinária: executadas com
argamassas de cal (1:4 - argamassa de cal e areia).
d) alvenaria de vedação - painéis executados com blocos, entre estruturas, com objetivo de
fechamento das edificações. e) alvenaria de divisão: painéis executados com blocos ou
elementos especiais (sistema drywall de gesso acartonado), para divisão de ambientes,
internamente, nas edificações. Quando a alvenaria é empregada na construção para resistir
cargas, ela é chamada alvenaria resistente, pois além do seu peso próprio, ela suporta cargas
(peso das lajes, telhados, etc.).
Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu peso
próprio é denominada alvenaria de vedação. As paredes utilizadas como elemento de
vedação devem possuir características técnicas que são: - Resistência mecânica - Isolamento
térmico e acústico - Resistência ao fogo - Estanqueidade - Durabilidade Os dois tipos
principais de alvenarias são as naturais (pedras irregulares e regulares) e artificiais (blocos de
concreto, silicocalcário, cerâmicos, solo-cimento, adobe)

O tijolo é o produto de construção mais antigo realizado pelo homem e


inventado há mais de 10.000 anos atrás. “Vamos fazer tijolos e cozamo-los
ao fogo. Utilizaram o tijolo em vez de pedra e o betume serviu-lhes de
argamassa. Depois disseram vamos construir uma cidade e uma torre, cujo
cimo atinja os céus “..GÉNESIS 11.1-9.[1.1]
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 Tipos de Tijolos

Tijolos Maciços de barro

Tijolos Furados

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Blocos de Concreto Estrutural

Blocos Celulares

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 Sistema de Vedação em Drywall

O termo serve como definição para as chapas com face de papel cartão e miolo de gesso
e também serve como definição para o sistema como um todo, o qual é composto por
essas placas fixadas em estruturas de aço galvanizado. Trata-se de um material de alta
tecnologia, comumente utilizado para construção de paredes e forros. O nome drywall em
si é uma expressão em inglês que quer dizer “parede seca”, o que significa que não
utiliza argamassa em sua composição, como na técnica convencional da alvenaria.

Existem três tipos de chapa externa, as quais se diferenciam pela cor do papel cartão. A
face sem cor deve sempre ficar para o lado do acabamento.

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O Que é Drywall Branco/Cinza: é o tipo mais básico, também denominado


de Standard. É amplamente empregado em parede e forros de ambientes mais secos.
O Que é Drywall Rosa: por conter fibra de vidro em sua composição, possui alta
resistência a calor e até mesmo ao fogo. Por essa característica, sua utilização é indicada
para ambientes como a bancada do cooktop ou arreadores da lareira.
O Que é Drywall Verde: apresenta alta impermeabilidade pois possui silicone e aditivos
fungicidas em sua composição. Assim, é indicado para áreas úmidas, como cozinha,
banheiro e lavanderia/área de serviço.

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Execução de Alvenaria
Comece cada parede pelos cantos, assentando os blocos em amarração (fazendo junta
amarrada). Não esqueça de verificar o nível e o prumo de cada fiada.

Use a colher de pedreiro para posicionar os blocos. Raspe a argamassa que sobrar, para
ser reaproveitada.

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10. COBERTURA

Conceito
Segundo a Morfologia das Estruturas (do Grego: Morfo = Forma, e Lógia = Estudo), as
coberturas são estruturas que se definem pela forma, observando as características de função
e estilo arquitetônico das edificações. As coberturas têm como função principal a proteção das
edificações, contra a ação das intempéries, atendendo às funções utilitárias, estéticas e
econômicas. Em síntese, as coberturas devem preencher as seguintes condições:

a) funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e acústico;


b) funções estéticas: forma e aspecto harmônico com a linha arquitetônica, dimensão dos
elementos, textura e coloração;
c) funções econômicas: custo da solução adotada, durabilidade e fácil conservação dos
elementos.

Para a especificação técnica de uma cobertura ideal, o profissional deve observar os fatores
do clima (calor, frio, vento, chuva, granizo, neve etc.), que determinam os detalhes das
coberturas, conforme as necessidades de cada situação.
Entre os detalhes a serem definidos em uma cobertura, deverá ser sempre especificado, o
sistema de drenagem das águas pluviais, por meio de elementos de proteção, captação e
escoamento, tais como :

a) detalhes inerentes ao projeto arquitetônico: rufos, contra-rufos, calhas, coletores e


canaletas;
b) detalhes inerentes ao projeto hidráulico: tubos de queda, caixas de derivação e redes
pluviais.
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2 – TIPOS DE COBERTURAS

De acordo com os sistemas construtivos das coberturas, ou seja, quanto às características


estruturais determinadas pela aplicação de uma técnica construtiva e/ou materiais utilizados,
podemos classificar as coberturas em :

2.1 – Naturais

a) coberturas minerais: são materiais de origem mineral, tais como pedras em lousas
(placas), muito utilizadas na antigüidade (castelos medievais) e mais recentemente apenas
com finalidade estética em superfícies cobertas com acentuada declividade (50% < d >100
%). Atualmente, vem sendo substituída por materiais similares mais leves e com mesmo
efeito arquitetônico (placas de cimento amianto );

b) coberturas vegetais rústicas (sapé): de uso restrito a construções provisórias ou com


finalidade decorativa, são caracterizadas pelo uso de folhas de árvores, depositadas e
amarradas sobre estruturas de madeiras rústicas ou beneficiadas.

c) coberturas vegetais beneficiadas: podem ser executadas com pequenas tábuas (telhado de
tabuinha) ou por tábuas corridas superpostas ou ainda, em chapas de papelão betumado;

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d) coberturas com membranas: caracterizadas pelo uso de membranas plásticas (lonas),


assentadas sobre estruturas metálicas ou de madeiras ou atirantadas com cabos de aço -
tensoestruturas, ou ainda, por sistemas infláveis com a utilização de motores insufladores;

e) coberturas em malhas metálicas: caracterizadas por sistemas estruturais sofisticados, em


estruturas metálicas articuladas, com vedação de elementos plásticos, acrílicos ou vidros.

f) coberturas tipo cascas: caracterizadas por estruturas de lajes em arcos, em concreto


armado, tratadas com sistemas de impermeabilização;

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h) terraços: estruturas em concreto armado, formadas por painéis apoiados em vigas,


tratados com sistemas de impermeabilização, isolamento térmico e assentamento de material
para piso, se houver tráfego;

i) telhados: são as coberturas caracterizadas pela existência de uma armação -sistema de


apoio de cobertura, revestidas com telhas (materiais de revestimento). É o sistema construtivo
mais utilizado na construção civil, especialmente nas edificações.

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2.2 Planas

As coberturas planas são caracterizadas por superfícies planas, ou planos de cobertura,


também denominados de panos ou águas de uma cobertura. Na maior parte dos casos, os
planos de cobertura têm inclinações (α - ângulo) iguais e, portanto, declividades (d%) iguais.
No caso do revestimento superior de uma edificação ter inclinação máxima de α = 75º, a área
é identificada como cobertura.

Para α > 75º o revestimento é denominado fechamento lateral.

A cobertura deve ter inclinação mínima que permita o escoamento das águas das chuvas, e
direcionadas segundo o plano (projeto) de captação dessas águas. As coberturas horizontais
têm inclinação entre 1 a 3% e as consideradas inclinadas tem caimento igual ou maior de 3%.
Quanto à inclinação das coberturas, as mesmas podem ser classificadas em:

a) coberturas com pequenas declividades, denominadas terraços;


b) coberturas em arcos;
c) coberturas planas em superfícies inclinadas, determinadas por painéis de captação d’água.

Os sistemas de apoio de coberturas planas podem ser executados em: madeira, metal ou
concreto armado (podendo ser misto, também). A escolha e definição do material são
determinadas pelas exigências técnicas do projeto, como o estilo, a função, o custo, vão de
sustentação, etc. Quanto à definição estrutural, as armações de coberturas podem ser
executadas com os seguintes sistemas:

a) em Madeira:

Sistema de vigas e arcos treliçados em madeira maciça


Sistema de vigas e arcos treliçados em madeira colada
Sistema de treliças tipo tesouras
Sistema tipo cavalete

b) em Metal:

Sistemas de vigas e arcos treliçados


Sistemas de estruturas especiais (treliças espaciais etc.)

c) em Concreto Armado:

Sistemas de vigas pré-moldadas


Sistemas de pórticos
Sistemas de estruturas especiais integradas

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TELHADO
Elementos do Telhado

Vamos conhecer as partes dos telhados de madeira. São muitas peças e nomes um pouco
estranho, mas é de fácil compreensão principalmente vendo a figura.

Cumeeira: Parte superior do telhado. É o divisor de águas do telhado.


Espigão: Linha diagonal que liga a cumeeira a testeira. Sobre o espigão também vão as telhas
selote.
Rincão: Quando duas águas do telhado se encontram em uma parte baixa, chama-se rincão
ou água furtada. Essas águas estão sempre perpendiculares uma com a outra, ou seja, estão a
90° uma com a outra.
Beiral: Parte do telhado que se projeta além das paredes externas da edificação (casa, prédio,
edícula, área pra churrasqueira, etc).
Testeira: Acabamento do telhado em madeira, geralmente peça com 15cm de largura.

Macete 02: A telha que vai sobre a cumeeira é chamada de Selote.

Estrutura do Telhado

Tesoura

A Tesoura é o principal elemento estrutural do telhado de madeira. O nome Tesoura é devido a


sua forma triangular.

Macete 01: A Tesoura de um telhado também é uma estrutura em treliça, ou seja, a tesoura é
uma treliça de madeira.

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Elementos da Tesoura

Pendural: Peça vertical da Tesoura. Recebe as cargas das peças diagonais.


Diagonal: Tem esse nome devido a sua posição diagonal na Tesoura. Responsável por
receber as cargas das terças.

Chapuz ou Calço: Responsável por travar as Terças nas Diagonais.

Linha: Peça inferior da Tesoura. Tem a função de distribuir as cargas da tesoura para a viga
ou pilar ou peça estrutural que ela estiver apoiada.

Terças: Peças que estão posicionadas na longitudinal dos telhados. Responsável por unir as
Tesouras do telhado e por receber a carga dos caibros e distribuir para as Tesouras.

Caibros: Tem a posição transversal em todo o telhado. Responsável por receber as cargas
das ripas e transferir para as terças.

Ripas: Tem a posição longitudinal nos telhados, como as terças. Nas ripas que são apoiadas
as telhas cerâmicas. São responsáveis, também, por transferir a carga (peso) das telhas e
transferir para os caibros.

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TIPOS DE TELHADOS
1 – Uma água (meia água)
Caracterizada pela definição de somente uma superfície plana, com declividade, cobrindo uma
pequena área edificada ou estendendo-se para proteger entradas (alpendre)

2 – Duas águas
Caracterizada pela definição de duas superfícies planas, com declividades iguais ou distintas,
unidas por uma linha central denominada cumeeira ou distanciadas por uma elevação (tipo
americano). O fechamento da frente e fundo é feita com oitões.

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3 – Três águas
Caracterizada como solução de cobertura de edificações de áreas triangulares, onde se
definem três tacaniças (planos) unidas por linhas de espigões.

.
4 – Quatro águas
Caracterizada por coberturas de edificações quadriláteras, de formas regulares ou irregulares.

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5 - Poli águas
Caracterizado por soluções em construção de formas não retangulares e com variadas alturas
de cumieiras.

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Tipos de Telhas

Conhecer os tipos de telhas disponíveis no mercado é importante para especificar, projetar e


executar telhados com qualidade.

As telhas podem proporcionar conforto térmico, transparência, leveza, relação custo/benefício,


beleza e sofisticação. Tudo isso dependendo da especificação de acordo com as necessidades
de cada projeto.

Telha Cerâmica (barro)

As telhas cerâmicas são largamente utilizadas pelo Brasil afora. É um das mais antigas
formas de coberturas de edificações. Proporcionam ótima barreira térmica (isolamento térmico)
fazendo que a edificação fique com o ambiente interno mais fresco que o meio externo.

É necessário um estrutura ou engradamento de telhado bem feito para suportar o peso das
telhas. Verifique sempre a inclinação indicada pelo fabricante da telha. As telhas cerâmicas
variam de 30% a 35%. Para saber mais sobre inclinação de telhados veja o tema: Como
Calcular a Inclinação de Telhado, Passo a Passo!

O consumo de telhas fica entre 15 e 17 pç/m2 e o peso por das telhas em torno de 40kg/m2.

Telha de Concreto
As telhas de concreto são mais recentes no mercado. Proporcionam conforto térmico e
versatilidade de formas e cores. São impermeáveis as chuvas, diferente das telhas
cerâmicas que absorvem um pouco de água. Tem um peso/m2 em torno de 48kg/m2 e
consumo de 10 a 15 un/m2. A inclinação mínima desses telhados também é entre 30% e 35%.

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Macete 01: As telhas de concreto com cores brancas proporcionam mais conforto térmico
porque refletem a luz do sol que incidem sobre elas.

Telha de Fibrocimento

São o melhor custo/benefício do mercado. São resistentes e leves, por isso precisam de um
engradamento de telhado mais simples. Devem ser bem fixadas nas terças para que não tenha
problemas com chuvas e ventos. O trespasse recomendado de 15cm a 20cm e inclinação
mínima de 15%. Tem espessura de 4mm, 5mm, 6mm, 8mm. Os tamanhos encontrados no
mercado são próximos a 1,22m X 2,44m (comprimento x largura), dependendo do fabricante.

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Elementos do Projeto Arquitetônico


Nos projetos arquitetônicos, a determinação dos planos de cobertura compõem e determinam a
Planta de Cobertura, elaboradas nas escalas: 1:100, 1:200 ou 1:500. Neste elemento de
arquitetura definem-se linhas divisórias, denominadas: espigão, água furtada, cumeeira e
calhas.

Devem ser indicados por setas ortogonais aos lados do polígono de cobertura, a orientação da
declividade dos panos. Junto da seta, deve ser especificada a Inclinação (angulo αº) que o
plano de cobertura faz com a horizontal - ou Declividade - tangente trigonométrica da
inclinação, indicada pela letra d (d = h/d = tag α %).

Calculando a Inclinação do Telhado

O objetivo de calcular a inclinação do telhado é para determinar como será todo o projeto de
cobertura, qual será a altura da cumeeira, qual o comprimento do Pendural e a área de
cobertura.

Vou contar um macete que todos os projetistas utilizam.

O que devemos primeiro compreender é: o que determina a inclinação do telhado é o tipo de


telha que será utilizada. As telhas podem ser de cerâmica (barro), concreto, fibrocimento,
vidro, metálicas, galvanizadas, ecológicas (fibras naturais ou materiais reciclados), de
policarbonato e etc. São os fabricantes das telhas que dizem qual é a inclinação mínima e
máxima para cada tipo de telha!

Macete 01: Sempre que for projetar, construir ou reformar um telhado verifique as inclinações
recomendadas pelo fabricante da telha. Se você é um estudante da área, leve esse macete
para sua vida profissional.
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A inclinação dos telhados é medida em porcentagem ou percentual. Estamos acostumados a


ouvir: “O telhado tem inclinação de 10%” ou “O telhado tem inclinação de 30%”. Mas o que
significa isto?
10% é igual a 10/100, ou, 10 dividido por 100. Colocando-se a unidade centímetro (cm),
temos:
10% = 10cm/100cm ou seja: a cada 100cm (1 metro) na horizontal, o telhado sobe 10cm na
vertical, vejam a figura:

O mesmo raciocínio serve para o telhado com 30% de inclinação:

30% é igual a 30/100, ou, 30 dividido por 100. Colocando-se a unidade centímetro (cm), temos:

30% = 30cm/100cm ou seja: a cada 100cm (1 metro) na horizontal, o telhado sobe 30cm
na vertical, vejam a figura:

Para finalizar esse assunto vamos fazer um exemplo:

Calcular a altura da cumeeira de um telhado duas águas com 8,0 metros de largura e
inclinação de 30%, indicada pelo fabricante da telha.

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Passo 1: Se o telhado terá 8,0m de largura e é duas águas, sua cumeeira estará no meio,
a 4,0m da largura;

Passo 2: Se o telhado tem inclinação de 30% = 30/100 = 30cm de altura a cada 1,0m de
largura, logo, a cada 4,0 de largura temos: 120cm nos 4,0m de largura.

Resposta: A cumeeira estará a uma altura de 120cm ou 1,20m. Veja:

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11. REVESTIMENTO

CONCEITO

Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na aplicação de materiais de


proteção e de acabamento sobre superfícies horizontais e verticais de uma edificação
ou obra de engenharia, tais como: alvenarias e estruturas. Nas edificações,
consideraram-se três tipos de revestimentos: revestimento de paredes, revestimento de
pisos e revestimento de tetos ou forro.
11.1 – REVESTIMENTO DE PAREDES
Os revestimentos de paredes têm por finalidade regularizar a superfície, proteger
contra intempéries, aumentar a resistência da parede e proporcionar estética e
acabamento. Os revestimentos de paredes são classificados de acordo com o material
utilizado em revestimentos argamassados e não-argamassados.
11.1.1 – Revestimentos argamassados
Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação de
argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e
uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos
painéis e quando se trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção
contra a infiltração de águas de chuvas. O procedimento tradicional e técnico é
constituído da execução de no mínimo de três camadas superpostas, contínuas e
uniformes: chapisco, emboço e reboco.
11.1.2 – Chapisco
Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4,
bastante fluída, que aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas e tem a
propriedade de produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato de
aderência para a fixação de outro elemento.

11.1.3 – Emboço
O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da
superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço
depende do que vier a ser executado como acabamento. É o elemento que proporciona
uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos e cuja espessura
não deve ser maior que 1,5 cm. O emboço é constituído de uma argamassa grossa de
cal e areia no traço 1:3. Usualmente adiciona-se cimento na argamassa do emboço
constituindo uma argamassa mista, em geral nos traços 1/2:1:5; 1:1:6; 1:2:9 (cimento,
cal e areia).
Para a execução do emboço é necessário ter decorrido um tempo mínimo de carência
da aplicação do chapisco de 3 dias e que preferencialmente os elementos embutidos
das paredes tenham sido executados, as tubulações hidráulicas e elétricas, os rasgos
devidamente preenchidos, os batentes das portas colocados ou com os tacos dos
batentes assentados, contramarcos dos caixilhos e preferencialmente o contrapiso
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executado (neste caso, cuidar de proteger o contrapiso contra prováveis incrustações


de argamassas). Antes, ainda, de iniciar a execução do emboço é conveniente fazer
uma limpeza da superfície, caso não tenha sido feita antes da aplicação do chapisco,
retirando sujeira acumulada (poeiras, graxas, desmoldantes, tintas etc.). Nas figuras a
seguir são mostradas as etapas executivas do emboço.

a) Colocação dos tacos ou taliscas – são pequenas peças de madeira ou de ladrilhos


cerâmicos colocados sobe a superfície a ser revestida e que servirá de referencia
para o acabamento. Usa-se fixar os tacos com a mesma argamassa que vai ser
utilizada no emboço. Os tacos devem ser aprumados e nivelados nas distâncias
indicadas na figura, redobrando o cuidado em relação ao alinhamento em que se
encontram os registros, as tomadas d’água, caixas dos interruptores e tomadas
elétricas. Se necessário, fazer os ajustes nesses elementos para obedecer o plano
de acabamento (prumo) desejado.
Ta co
1 a 1,5 cm (ta lisca ) Má ximo
30 cm do teto

Cha pa da de
1,0 a 1,5 m

Pa rede cha pisca da a rga ma ssa p/


fixa r ta cos

Má ximo 30 cm 1,0 a 2,0 m Má ximo


30 cm do piso

Eta pa 1 - Coloca çã o dos ta cos a pruma dos e nivela dos


Pla no de a ca ba mento
Pla no de a ca ba mento

Tubula çã o
hidrá ulica
Eletroduto

Ca ixa de
toma da Registro
de ga veta

Cuida dos na eta pa 1 - definiçã o do pla no de aca ba mento (prumos)

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b) Execução das mestras – depois que os tacos estiverem consolidados (2 dias, no


mínimo), preenche-se o espaço entre as taliscas verticalmente com a mesma
argamassa do emboço e estando a massa firme com o uso de uma régua de
alumínio (desempenadeira), apruma-se as mestras que servirão de guia para a
execução do revestimento.
1 a 1,5 cm Mestra s

Pa rede cha pisca da

Eta pa 2 - Execuçã o da s mestra s

c) Emassamento da parede – depois de consolidados as mestras (mínimo 2 dias),


executa-se o preenchimento dos vãos entre as mestras com argamassa de
revestimento em porções chapadas cuidando para que fique um excesso em
relação ao plano das mestras. No caso da espessura do revestimento ficar maior
que 2 a 3 cm, executar em camadas menores em intervalos de no mínimo 16 horas.
As chapadas deverão ser comprimidas com colher de pedreiro num primeiro
espalhamento, tomando o cuidado de recolher o excesso de argamassa depositado
sobre o piso antes que endureçam.

Cha pa da s de
a rga ma ssa

Eta pa 3 - Ema ssa ma nto e espa lha mento

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d) Sarrafeamento – iniciar o sarrafeamento tão logo a argamassa tenha atingido o


ponto de sarrafeamento usando uma régua desempenadeira de baixo para cima,
retirando o excesso de material chapeado. Para verificar o ponto de desempeno,
que depende do tipo de argamassa usada, da capacidade de sucção da base e das
condições climáticas, deve-se pressionar com o dedo a superfície chapeada. O ideal
é quando o dedo não mais penetra na argamassa (apenas uma leve deformação),
permanecendo praticamente limpo.
Arga ma ssa cha pea da
em ponto de desempeno

Superfície
Régua sa rra fea da
desempena deira

Eta pa 4 - Sa rra fea mento

Desempeno – dependendo do acabamento desejado pode-se executar o desempeno da superfície


com desempenadeira de mão adequada para cada caso (madeira, aço ou feltro). Se a parede for
receber revestimento cerâmico, basta um leve desempeno com desempenadeira de madeira,
cuidando para não deixar incrustações nos cantos e no piso próximo ao rodapé.

11.1.3 – Reboco
É a argamassa básica de cal e areia fina, onde a nata de cal (água e cal hidratada) adicionada
em excesso no traço, constitui uma argamassa gorda, que tem a característica de pequena
espessura (na ordem de 2 mm) e de preparar a superfície, com aspecto agradável, acetinado,
com pouca porosidade, para a aplicação de pintura. A aplicação é feita sobre a superfície do
emboço, após 7 dias (sem que tenha sido desempenado) com desempenadeira de mão,
comprimindo-se a massa contra a parede, arrastando de baixo para cima, dando o acabamento
(alisamento) com movimentos circulares tão logo esteja no ponto, trocando-se de
desempenadeira (aço, espuma, feltro) dependendo do acabamento desejado.
11.1.4 - Argamassas Especiais
São encontradas no mercado variadas argamassas industrializadas para aplicação imediata,
cujas características de preparo e recomendações especiais de aplicação são fornecidas pelos
fabricantes (detentores das patentes).

11.1.5 - Normas Gerais para Execução de Revestimentos Argamassados


a) as superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer revestimento
ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores
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condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo


etc., que podem acarretar o desprendimento futuro da argamassa;
b) antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser instalados os dutos
embutidos dos sistemas elétricos, de comunicação, gás e hidro-sanitários, devendo ser
testadas as canalizações (sob pressão fluídica ou com lançamento dos guias),
permitindo que se façam reparos, se necessários;
c) as superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão
previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias;
d) emboço só será aplicado após completa pega da argamassa de assentamento das
alvenarias e do chapisco, e as superfícies deverão ser molhadas convenientemente
antes do processo;
e) quando houver necessidade de espessura de emboço acima de 2 cm, deverão ser
executados em camadas, respeitando a espessura de 1,5 cm cada;
f) a cal hidratada usada na confecção das argamassas para emboço, deve ser peneirada,
para eliminar os grãos de cal, que se existirem na argamassa darão origem ao processo
de hidratação higroscópica retardada, cuja conseqüência é o aparecimento do
vulgarmente chamado empipocamento do revestimento;
g) uso da nata de cal na argamassa para reboco deve passar pelo processo de hidratação
completa, deixando-se o elemento descansar pelo menos 3 dias, ou seja, 72 horas, em
lugar protegido do sol e ventilação.
11.2 – Outros tipos de revestimentos argamassados
Considerando o reboco como acabamento final do revestimento, citamos alguns rebocos ou
revestimentos argamassados que não recebem o tratamento do recobrimento com pintura,
quais sejam:
a) Reboco Hidrófugo – a adição de hidrofugantes na composição do reboco impede a
percolação de umidade oriunda de precipitação pluvial normal. O mesmo não acontece,
todavia, com a difusão do vapor d’água (condensação por choque térmico);
b) Reboco Impermeável – reboco resistente à pressão d’água, geralmente executada
com argamassa de cimento com adição de aditivo impermeabilizante, execução
semelhante a barra lisa;
c) Barra Lisa de Cimento (cimento queimado) – trata-se do revestimento executado
com argamassa de cimento, na proporção de 1:3 ou 1:4, tendo o cuidado do uso de
areia fina peneirada (peneira de fubá). A aplicação deve ser feita sobre emboço firme
(1:4/8 – argamassa mista de cal) ou superfície de concreto, onde coloca-se a massa na
desempenadeira (talocha) de madeira e comprime-se de baixo para cima de maneira
que se obtenha uma espessura mínima de 3 ou 4 mm. Em seguida, com movimento
circular com a desempenadeira procura-se desbastar a espessura e ao mesmo tempo
uniformizar o painel de maneira a se obter uma espessura final de 2 ou 3 mm, lança-se
o pó de cimento e em seguida com a broxa esborrifa-se água e com a desempenadeira
de aço, alisa-se o pó de cimento incrustado na argamassa, caracterizando a chamada
queima do cimento.
d) Estuque Lúcido (barra lustra ou barra lúcida) – é um revestimento contínuo,
impermeável, utilizado em banheiros, cozinhas e áreas em contato com água, que
substitui o azulejo e tem aparência de mármore. Por ser um revestimento contínuo, não
aceita reparos ou emendas. O trabalho deve ser executado por mão de obra
especializada, que aplica sobre o emboço, um reboco desempenado com argamassa
mista de cal (1:4/8), que após completa secagem (2 dias), recebe uma capa de 2 mm
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de uma pasta especial (3:3:2 ou 2:2:1 – pó de mármore, nata de cal, cimento branco,
água e corante a gosto) que deve ser queimada com desempenadeira de aço e após
dá-se o lustro com o polimento da superfície usando-se uma boneca de pano que deve
ser esfregada com energia junto com o talco, até atingir o polimento desejado. Outro
acabamento, utiliza passar óleo de linhaça e encerar com cera de carnaúba. O
resultado final é uma superfície muito lisa e brilhante, comparável ao vidro e que na fase
de queima pode receber um processo artístico de impregnação de óxido de ferro diluído
em água, formando veios determinados por técnicas (uso de esponja ou pena de
galinha) que imitam mármore.
e) Reboco Travertino (massa tipo travertino) – revestimento semelhante ao estuque
lúcido. Essas massas são industrializadas, portanto patenteadas sua composição.
Aplica-se a massa sobre emboço de argamassa mista de cal (1:4/12) molhado até a
saturação, como se fosse reboco normal. Para a imitação do mármore travertino, faz-se
da seguinte maneira: com o reboco ainda bem molhado, comprime-se com uma boneca
de estopa limpa ou pano seco, de maneira que na superfície se determinam pequenos
sulcos típicos do mármore, desempena-se com a desempenadeira de aço levemente,
de maneira a não desmanchar os sulcos feitos. O filamento para imitação das placas de
mármore é feito com um ferro de 3/16” ou 1/4” na forma de semicírculo, passado na
superfície ainda úmida. O rendimento é de 10 kg/m².
f) Massa Lavada – semelhante a massa tipo travertino, é um material industrializado e
patenteado, onde a característica predominante está no agregado que é composto de
granas de granitos coloridos e quartzo. Aplicado com uma espessura na ordem de 5
mm, o seu acabamento é feito com a lavagem de solução de ácido muriático e água
1:6, lavando-se em seguida com água limpa para remoção da solução ácida. Este
processo é repetido até aparecerem os grãos e granilhas de granito, limpos e brilhantes.
O rendimento é de 15 kg/m².
g) Reboco Raspado (massa raspada) – sua composição é feita com quartzo, cimento ou
cimento branco e corante, sendo os traços, patentes dos fabricantes. A espessura do
reboco não deve ser inferior a 3 mm, nem superior a 5 mm. Os painéis devem ser
executados de forma contínua, sem emendas, existindo juntas determinadas por colher
de pedreiro ou fitas adesivas, entre os mesmos. O acabamento final é conseguido com
a passagem de um pente de aço ou pedaço de lâmina de serra, após 2 horas
aproximadamente da sua aplicação, removendo a parte superficial do reboco, que deve
ser lavada para a remoção do pó, como procedimento final.
h) Granilito ou Granitina – revestimento argamassado cujo acabamento tem aparência
de granito. É preparado no canteiro com cimento branco, granas e granilhas de granito,
mármore e corante. Executados em painéis com espessura na ordem de 5 a 8 mm, com
juntas de dilatação de latão, alumínio ou plástico. A aplicação é feita da mesma maneira
que o emboço, por lançamento, batendo com a desempenadeira repetidas vezes para
melhor fixação, aí então sarrafeia-se e desempena-se. Após a secagem, dá-se o
polimento com máquina, podendo receber como acabamento final o enceramento e
lustro com flanela.
i) Massa Acrílica – são materiais industrializados, composto de granas de granito,
combinados com resinas acrílicas, que após aplicadas se constituem em produto de alta
resistência, monolítico e impermeável à ação do tempo. É aplicado com
desempenadeira de aço ou PVC, formando uma camada com espessura de 3 mm, com
rendimento na ordem de 4 kg/m².

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11.3 – Não Argamassados


São revestimentos de paredes, constituídos por outros elementos naturais ou artificiais,
assentados sobre emboço de regularização, com argamassa colante ou estruturas especiais de
fixação. Esses produtos têm procedimentos de assentamento ou fixação específicos, segundo
as características de seus elementos. Entre os mais utilizados estão:
a) Revestimento cerâmico;
b) Revestimento de pastilhas de porcelana;
c) Revestimento de pedras naturais;
d) Revestimento de mármores e granitos polidos;
e) Revestimento de madeira;
f) Revestimento de plástico;
g) Revestimento de alumínio.

11.3.1 – Revestimentos Cerâmicos

São produtos industrializados com grande controle do processo de fabricação, que exigem
atenção desde a composição da massa, que utiliza argilas, filitos, talcos, feldspatos (grês) e
areias (quartzo), até a classificação final do material, caracterizado por elementos cerâmicos,
de grande variedade de cores, brilhantes e acetinados, em diversos padrões, lisos e
decorados, de alta vitrificação, ou sejam, de grande coesão, resistência a compressão e
abrasão. A espessura média é de 5,4 mm. A face posterior (tardoz) não é vidrada e apresenta
saliências para aumentar a capacidade de aderência da argamassa de assentamento.

11.3.1.1 – Finalidade e vantagens do revestimento cerâmico

a) proteção à alvenaria;
b) é anti-alérgico;
c) facilidade de limpeza (é higiênico);
d) beleza (possui inúmeras opções decorativas);
e) é durável (quando de boa qualidade);
f) é anti-inflamável.
Observação: O revestimento cerâmico não pode ser considerado elemento impermeabilizante a
ponto de conter coluna de água sobre ele, assim como a cerâmica e a argamassa de rejuntamento.

2.3.1.2 – Elementos do revestimento cerâmico


Considerado como um sistema, tecnicamente, o revestimento cerâmico é constituído
por um conjunto de elementos distintos funcionando como uma estrutura organizada.
Esses elementos têm composições diferentes que geram esforços diferentes, que
devem apresentar, no final, um equilíbrio de todas as tensões que atuam no sistema,

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para que não ocorra o comprometimento do revestimento cerâmico. Os elementos do


revestimento cerâmico são:
a) substrato ou base (emboço);
b) argamassa colante;
c) placa cerâmica;
d) diferentes tipos de juntas;
e) argamassa de rejuntamento.

11.3.1.3 – Normas gerais para a execução de assentamento cerâmico


a) utilizar as ferramentas adequadas ao serviço;
b) fazer o planejamento de assentamento dos painéis para cada superfície ou
áreas de revestimento contínuo, elaborando projeto se necessário;
c) verificar nivelamento de forro e prumada do revestimento de emboço, que deve
ter sido executado 14 dias antes do serviço, conforme a NBR 8214;
d) marcar pontos de referência e pontos auxiliares em nível, em cada parede, a
uma altura cômoda para o trabalho, para o alinhamento das peças (fiada
mestra);
e) efetuar a montagem em bancada das peças, determinando sobre uma peça de
madeira ou alumínio, a “galga”, incluindo os espaçadores que definem a
dimensão das juntas;
f) instalar uma régua de alumínio com o auxílio da galga, logo acima do piso, para
o assentamento da primeira linha das placas cerâmicas inferiores, aplicando-se
duas peças nos cantos superiores para verificação ou correção do prumo, com
as peças já aplicadas nos cantos inferiores;
g) assentamento deve ser feito com argamassa colante, adesivos à base de
cimento aditivados, que proporcionam maior produtividade;
h) no assentamento deve ser observada a execução de juntas entre as peças, de
acordo com a Norma NBR 8214/83, que estabelecem as dimensões mínimas de
acordo com as dimensões das peças cerâmicas utilizadas. Essas juntas se
fazem necessárias para impedir a propagação de tensões entre as peças e
favorecem os ajustes no perfeito alinhamento que compensem eventuais
diferenças de dimensões entre as mesmas;

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i) os tipos mais comuns de juntas são: estrutural, de assentamento, de


movimentação e de dessolidarização. Para as juntas de assentamento, usam-se
espaçadores de plástico, pregos ou palitos;
j) molhar o material antes do assentamento, mergulhando as peças cerâmicas em um
reservatório com água.
Observação: antes de iniciar o assentamento de placas cerâmicas, verificar nas
etiquetas das caixas do material a ser aplicado, a uniformidade na indicação do
nome do produto, cor e tonalidade.

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11.3.1.4 – Características técnicas importantes das peças cerâmicas


a) EPU – expansão por umidade: a placa cerâmica absorve água após a saída do forno e
tende a expandir-se, isto é, aumentar de tamanho. Uma alta EPU pode causar sérios
problemas, como o deslocamento e o gretamento (fissuramento da face) da placa.
Recomenda-se usar em pisos e paredes internas, cerâmicas com EPU de no máximo
0,60 mm / m. Em fachadas recomenda-se usar cerâmicas com EPU de no máximo 0,40
mm / m.
b) PEI (Instituto de Esmaltes para Porcelana): é um índice usado como norma
internacional para indicar a resistência do esmalte da cerâmica ao desgaste (abrasão)
quando submetido à ação de sujeiras abrasivas em função do uso.
c) A classificação normalizada é a seguinte:

PEI Tráfego Prováveis locais de uso


0 - paredes (desaconselhável para pisos)
1 baixo banheiros residenciais, quartos de dormir etc.
2 médio cômodos sem portas para o exterior e banheiros
3 médio alto cozinhas, corredores, halls e sacadas residenciais
e quintais
4 alto residências, garagens, lojas, bares, bancos,
restaurantes, hospitais, hotéis e escritórios
5 altíssimo residências, áreas públicas, shoppings, aeroportos,
padarias e fast-foods
Fonte: Anfacer

d) Limpabilidade (ou resistência às manchas): são 5 classes:


 Classe 1 – impossibilidade de remover manchas;
 Classe 2, 3 e 4 – possibilidade de remover as manchas conforme o agente
aplicado e o produto de limpeza utilizado;

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 Classe 5 – corresponde à maior facilidade de limpeza.


e) Absorção de água (%):
 B Ia – 0,0 < absorção > 0,5
 B Ib – 0,5 < > 3,0
 B IIa – 3,0 < > 6,0
 B IIb – 6,0 < > 10,0
f) Classificação das placas esmaltadas (resistência ao ataque químico contidos em
produtos de limpeza e industrilização):
 A – alta
 B – média
 C – baixa
g) Em função da superfície e do processo de fabricação, as placas cerâmicas são
classificadas em esmaltadas e não-esmaltadas, extrudadas e prensadas,
bioqueima, monoqueima ou monoporosa. Comercialmente as placas são
classificadas de acordo com as características de absorção de água, conforme
segue:
Tipo de cerâmica Características
Porcelanatos Baixa absorção e resistência mecânica alta
Grês Baixa absorção e resistência mecânica alta
Semi-grês Média absorção e resistência mecânica média
Semi-porosos Alta absorção e resistência mecânica baixa
Porosos Alta absorção e resistência mecânica baixa
Fonte: Anfacer
h) Outras Características: coeficiente de atrito, resistência ao congelamento,
resistência ao impacto, módulo de flexão, coeficiente de dilatação, entre
outras.

11.1.5 – Tipos de juntas para aliviar as tensões entre as peças cerâmicas


Junta é definida como o espaço (fresta) regular entre duas peças de materiais idênticos
ou distintos. Os tipos mais comuns de juntas são: estrutural, de assentamento, de
movimentação e de dessolidarização.
Quanto a forma de aplicação, as peças podem ser assentadas com:
a) juntas paralelas ou a prumo;
b) juntas amarradas;
c) juntas em diagonal desencontradas;
d) juntas em diagonal paralelas.
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a prumo a ma rra da s

dia gona is dia gona is a ma rra da s

Quanto a função, as juntas são classificadas em:

a) Junta Estrutural – é a fresta regular cuja função é aliviar tensões provocadas pela
movimentação da estrutura da obra. Devem ser respeitadas em posição e largura, em toda
espessura do revestimento;

b) Junta de Assentamento – é a fresta regular entre duas peças cerâmicas adjacentes


e tem a função de:
 Absorver parte das tensões provocadas pela EPU da cerâmica, pela
movimentação do substrato e pela dilatação térmica;
 Compensar a variação de bitola da placa cerâmica, facilitando o alinhamento;
 Garantir um perfeito preenchimento e estanqueidade;
 Facilitar eventuais trocas de peças cerâmicas;
 estética;
 A largura das juntas de assentamento deve obedecer a recomendação do
fabricante da cerâmica e estar de acordo com a NBR 8214/83, variando com as
dimensões das peças e local de aplicação, interna ou externa.
c) Junta de Movimentação – executada com a função de aliviar tensões provocadas
pela movimentação do revestimento e do substrato, nas linhas de ligação entre as paredes de
alvenarias e as estruturas de concreto.
d) Junta de Dessolidarização – é o espaço regular cuja função é separar a área com
revestimento de outras áreas (paredes, tetos, pisos, lajes e pilares), para aliviar tensões
provocadas pela movimentação do revestimento e/ou substrato.

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Observação: a execução de juntas e a posição das juntas de movimentação são orientadas


pelas seguintes normas:

NBR 13753 – em pisos internos e externos (expostos a insolação e/ou umidade);


NBR 13754 – em paredes internas;
NBR 13755 – em paredes externas.

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11.3.2 – Revestimento de pastilhas de porcelana


É um produto cerâmico de grês (argila pura de alta vitrificação), produzido com alta
tecnologia, cuja característica principal é ter teor de absorção praticamente 0%. A sua
aplicação requer mão de obra especializada (pastilheiro), cujo assentamento poderá ser
executado por dois métodos: convencional (sobre emboço rústico sarrafeado) ou com
argamassa colante (sobre emboço sarrafeado ou desempenado).
No processo convencional, a base para aplicação é de emboço sarrafeado, com acabamento
rústico (se necessário, a superfície deverá ser escarificada) de argamassa rica em cimento
portland comum, isenta de impermeabilizantes, devidamente curado (para evitar tensões de
retração da argamassa sobre o revestimento). A aplicação das pastilhas se fará sobre esta
base, umedecida, assentando-se com argamassa mista de cal e areia fina, no traço 1:3:9, em
volume, espalhando-se uma camada de 2 mm sobre uma área tal que possa ser revestida
com pastilhas antes do início do seu endurecimento. Ao mesmo tempo, sobre cada placa, na
face sem papel, estende-se uma fina camada de pasta de cimento branco (sem caulim), no
traço 2:1, fixando a placa sobre a argamassa fina e fresca, pressionando para que haja a
aderência das mesmas. Cuidar com o alinhamento e esquadro das linhas de rejuntes.
No processo do uso de argamassa colante, o emboço deve ser cuidadosamente sarrafeado e
destorcido, e após curado, a placas de pastilhas são fixadas com argamassa pré-fabricada,
com aditivos especiais, bem dosada, mecanicamente misturada e, portanto, com traço
uniforme. A argamassa pré-fabricada permite melhor acabamento, fazendo o rejuntamento
com a própria argamassa e eliminando o risco de desprendimento das pastilhas.

11.3.3 – Revestimento com tijoletas cerâmicas (Tijolo aparente)


Para o revestimento de fachadas, lareiras, churrasqueiras e ambientes internos pode-se usar
tijoletas que imitam a face lateral de um tijolo de 2 furos. Produzidas com mair controle de
qualidade apresentam certa uniformidade no tom, proporcionando ótimo acabamento se
executada dentro da técnica. No assentamento utiliza-se argamassa mista de cimento, cal e
areia na proporção de 1:½:4 sobre parede chapiscada e 1:1/4:4 sobre parede emboçada.

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11.3.4 – Revestimento de pedra natural


Utilizando rochas naturais, como: arenito, granito, folhelho, gnaisse, pedra mineira, e outras,
as unidades são cortadas ou serradas, constituindo peças irregulares ou regulares, que são
assentadas com argamassa mista de cimento, sobre superfícies chapiscadas, procedendo-se
antecipadamente o chapisco da contra-face na aderência das peças, também. O serviço de
assentamento deve ser executado por pedreiro especializado, com treinamento na arte do
preparo das peças, classificação e montagem dos painéis.

11.3.5 – Revestimento de mármores e granitos polidos


Primeiramente, deve-se avaliar o material a ser empregado, quanto a sua adequação estética
e funcional, posteriormente, quanto a qualidade, relativa a existência de manchas, impurezas,
diferença de tonalidade e bicheiras. A espessura das peças para aplicação como
revestimento de parede é de 2 cm, e a aplicação deve observar ao cuidado no levantamento
das medidas da área de revestimento, que gerará o detalhamento de painéis e/ou placas
mais uniformes possíveis, respeitando as disposições das manchas e veios das placas
obtidas dos desdobramentos dos blocos das rochas. Este procedimento resultará em um
projeto de montagem, onde as placas receberão uma numeração seqüencial para facilitar o
assentamento.
Para o assentamento das placas com argamassa mista de cimento, é necessário considerar a
superfície se de tijolos ou de concreto, que deverão estar chapiscadas. As placas destinadas
a revestir superfície de concreto, deverão ter na contra face, grapas de ferro chumbadas; nas
que serão aplicadas sobre tijolos são dispensáveis, não havendo também necessidade de
argamassa de regularização das superfícies. Em ambas as situações, a contra face das
placas devem ser chapiscadas.

11.3.6 – Revestimento de madeira


O uso mais comum de revestimento em madeira para paredes é o lambril, peças em madeira
maciça com bordos em macho e fêmea, dimensão de 10 cm de largura e ½” de espessura,
cuja fixação é feita sobre um tarugamento executado com caibros (trapezoidais), fixos na
parede em linhas paralelas com espaçamento de 50 cm, ortogonalmente à posição de
assentamento das peças.

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11.3.7 – Revestimento de plástico ou vinílico


Produtos de alta tecnologia, são pouco usados, mais apresentam grandes vantagens sobre
outros materiais de revestimentos impermeáveis. Destacam-se as chapas de PVC coloridas e
as chapas de Laminado Decorativo de Alta Pressão (LDAP), compostas de camadas de
material fibroso, celulósico (papel, por exemplo), impregnada com resinas termoestáveis,
amínicas (melamínicas) e fenólicas, montadas, prensadas sob condições de calor e alta
pressão, em que as camadas de superfície, em ambos os lados, são decorativas (exemplo:
chapas fórmicas). No mercado encontra-se 14 tipos de LDPA, com características especiais
quanto ao uso.
Os substratos recomendados para a fixação são: madeira aglomerada, compensada, maciça,
medium density fiberboard (MDF), superfícies metálicas e alvenarias revestidas com
argamassa queimada ou preparada como massa corrida, para suportar a colagem do
laminado. Os adesivos indicados para os diversos substratos são: o termoendurecível uréia-
formaldeído; a cola branca ou acetato de polivinila (PVAc) e adesivo de contato à base de
borracha sintética (policloropeno).
11.3.8 – Revestimento de alumínio
Apresentado em chapas de alumínio, sua aplicação é restrita a indicação em projetos
sofisticados, que deverão ser orientados pelos fornecedores quanto aos detalhes de fixação.

11.4 – REVESTIMENTO DE PISOS


Ao revestimento de pisos designa-se a denominação de pavimentação. Assim sendo,
pavimentação é definida como sendo uma superfície qualquer, continua ou descontínua com
finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve. São diversos os materiais utilizados como
pisos na construção civil, sendo que as qualidades gerais da pavimentação são:

a) resistência ao desgaste ao trânsito;


b) apresentar atrito necessário do trânsito;
c) quanto a higiene necessária;
d) fácil conservação;
e) inalterabilidade (cor, dimensões, etc.);
f) função decorativa;
g) econômica.

11.4.1 – Classificação quanto ao tipo de material


a) em concreto: simples, armado ou em peças pré-moldadas intertravadas (tipo paver)
ou articuladas (tipo blokret);
b) em cerâmica: piso cerâmico não vidrado (lajota colonial) e piso cerâmico vidrado de
resistência variável (decorados e antiderrapantes);
c) em madeira: soalho (tábua), taco e parquete
d) em pedra:
 Naturais – arenitos, granitos, mármores, mosaico português, etc.
 Artificiais – granitina, ladrilho hidráulico e concreto
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e) Vinílicos – Ladrilho vinílico semiflexível, em placas fabricadas como resinas de PVC,


plastificantes e pigmentos corantes;
f) Piso melamínico de alta pressão (PMAP) – são chapas para revestimentos de
substratos rígidos, compostas de material fibroso, celulósico, empregnado com resinas
termoestáveis, amínicas e fenólicas, prensadas por meio de calor e alta pressão, constituindo
um revestimento de elevado índice de resistência ao desgaste, com espessura de 2 mm,
produzidos em diferente versões, específicas para cada aplicação e uso (convencional, fogo
retardante, reforçado etc.).

11.4.2 – Considerações gerais quanto aos cuidados na execução de


pavimentações
a) Para a execução de uma pavimentação, devemos considerar os procedimentos de
preparo da base que pode ocorrer sobre o solo ou em lajes de concreto armado;
b) Na pavimentação em que a base é o solo, deve-se ter o cuidado com a compactação
do aterro, execução de lastro para drenagem e impermeabilização do contra-piso.
c) Deve-se ter o cuidado de planejar as declividades das superfícies externas, na
execução dos contra-pisos ou lastro de regularização, de acordo com a orientação de
captação d’água, do projeto hidráulico;
d) Nas áreas de garagens, não deixar de executar declividades mínimas para o
escoamento natural d’água.
e) Se possível, a cota do piso interno de uma edificação deve estar sempre elevado em
relação ao piso externo;
f) Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento das redes de
esgotos sob o piso;
g) Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas, deve-se
executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água de amassamento infiltre
na madeira, provocando distorção nas peças.
h) Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento da rede de
esgoto e dutos embutidos sob o piso;
i) A pavimentação com placas ou réguas de laminado plástico termoestável – laminado
fenólico-melamínico – devem ser executados sobre base de cimento plastificado (argamassa
de cimento 1:3 adicionado de acetato de polivinila – PVC), para um perfeito nivelamento da
superfície aplicado com desempenadeira metálica;
j) Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas, deve-se
executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água de amassamento infiltre
na madeira, provocando distorção nas peças;
k) Na execução de pisos e contrapisos em concreto em concreto não se deve esquecer
de dimensionar o número de juntas e suas locações.
3.3 – Pisos em concreto pré-moldados
Além de pisos de concreto moldados in-loco em painéis de variados tamanhos e tipos de
juntas, é cada vez mais freqüente a execução de pisos diferentes das tradicionais pedras
portuguesas (petit-pavet). Atualmente, existem muitos fornecedores de pisos para os mais
diversos usos, tais como: pátios, calçadas, passeios, quadras esportivas e playgrounds. A
base de tais revestimentos dependem do material utilizado e podem variar desde arenito

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apiloado até um contrapiso de concreto (armado). A seguir é mostrado alguns dos tipos de
revestimentos feitos em concreto:

11.4.3 – Seqüências dos procedimentos para a execução do contrapiso


Os procedimentos a seguir são indicados para o caso de áreas internas sobre lajes com
contrapiso em painéis de 2,0x2,5 m e espessura mínima de 2,0 cm e espessura máxima
dependendo do desnível necessário ou da correção de nível exigida.
a) Antes de iniciar o contrapiso é necessário retirar todos os entulhos do ambiente, assim
como óleos, graxas, cola, tinta, material que possa soltar-se (usar ponteiro);
b) Marcar o nível das mestras de acordo com o projeto (transferir o nível) usando nível de
mangueira, lembrando que nas áreas onde haverá escoamento de água (ralo) prever um
caimento mínimo de 1%;
c) Dois dias antes da execução do contrapiso colocar os tacos (taliscas) conforme o nível
determinado fixando-os com a mesma argamassa que vai ser usada no contrapiso (depende
do revestimento final que vai ser colocado, conforme tabela a seguir). Molhar o local onde vai
ser colocado o taco e polvilhar com cimento comum para garantir a perfeita aderência da
argamassa com a base;

Traço da argamassa
Tipo de revestimento (cimento : areia média)
Água 10 %
Carpetes, madeira, vinílicos e 1:4a1:5
têxteis
Base para manta de 1:3a1:4
impermeabilização
Cerâmicas e pedras 1:5a1:6
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d) Os tacos deverão ficar a uma distância máxima de 2 metros e após 2 dias, lavar bem a
superfície (água em abundância) e executar as mestras, adotando-se os mesmos cuidados
de polvilhar cimento, inicialmente nos locais das mestras e depois em toda a superfície que
vai receber o contrapiso, espalhando e misturando com a água para formar uma nata de
aderência;
e) Espalhar a argamassa entre os tacos numa espessura um pouco acima da altura dos
tacos e compactando-a com um soquete (a argamassa deve estar em ponto de farofa). Em
seguida, usando os tacos como apoio, nivelar a mestras com uma régua de alumínio (reguar)
e retirar os tacos, preenchendo o espaço com a mesma argamassa;
f) Logo após a execução das mestras lançar argamassa entre elas até um pouco acima
das mestras, espalhando com uma enxada ou rodo (espessura máxima por camada de 5 cm),
compactar da mesma forma que as mestras, preenchendo os espaços que ficarem abaixo
das mestras, sempre compactando;
g) De forma idêntica ao sarrafeamento feito antes, cortar a argamassa com uma régua de
alumínio, fazendo o acabamento (cimento alisado ou desempenho) de acordo com o tipo de
revestimento que será executado;
h) Isolar a área por no mínimo 3 dias após o término do serviço e controlar o trânsito de
equipamentos que possam danificar o contrapiso. Liberar para a execução do revestimento
decorridos 28 dias de cura. Aos 14 dias fazer a verificação e aderência com um ponteiro de
aço. Testar, também, o caimento jogando água com balde a fim de verificar empoçamento e
caimento inadequado. Refazer onde for necessário.

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11.4.4 – Pisos de alta resistência em concreto armado


São pisos indicados para áreas de tráfego de veículos pesados, como pátios de
estacionamento de ônibus, carga e descarga de caminhões, postos de combustíveis (não
utilizar asfalto, pois este reage em contato com óleo diesel). A altura (h) deve ser
dimensionada em função do tipo de uso previsto. Na figura a seguir, é mostrado um perfil de
um piso de concreto armado, sendo o esquema de concretagem pode seguir o sistema em
xadrez, como foi mostrado no item anterior.

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11.5 - Pisos de madeira


3.4.1 – Pisos de tábuas (assoalho)
São pavimentos feitos com madeira frisadas (com encaixe tipo macho e fêmea) com larguras
e comprimentos variáveis fixados sobre vigamento ou contrapiso. Geralmente os de largura
de 5 a 8 cm são pregados com a pregação ficando oculta na mecha (encaixe). Para larguras
maiores pode-se usar cola ou pregação aparente ou ainda, parafusos. Veja na figura a seguir
esquemas de fixação de assoalhos de madeira:

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11.5– REVESTIMENTO DE TETOS (FORROS)

Elemento de acabamento interno da edificação, o forro é um sistema de revestimento superior


de um ambiente (cômodo). Caracterizado como forro falso quando reveste abaixo do teto
(que tecnicamente define o pé-direito), o forro é o sistema que regula o espaço e o conforto
do ambiente, possuindo uma relação direta com a reverberação dos sons, o conforto térmico
e lúminico. Para um desempenho adequado, deve possibilitar fácil manutenção, ter
praticidade na instalação, e estar dentro dos padrões de resistência mecânica, de resistência
à propagação de chamas e à ação de fungos e insetos. Um forro deve ainda fornecer
condições para a adaptação de luminárias, alarmes, sprinklers, dutos de ar condicionado e
outras instalações, se necessário. Os tipos de forros mais comumente utilizados, segundo as
características de fixação são: forros colados, forros tarugados e forros suspensos.
De uma forma mais ampla os revestimentos de tetos podem ser resumidos como segue:

a) Concreto aparente (laje aparente) – é o teto sem nenhum revestimento especial, a não
ser em alguns casos, uma pintura (verniz) diretamente sobre a face inferior da laje de
concreto;
b) Argamassados – é a aplicação de camadas de revestimento argamassados da mesma
forma com que se revestem as paredes (chapisco, emboço, reboco etc.) sobre a face inferior
de laje maciça, premoldada ou mista;
c) Madeira – executados como forro falso em chapas, réguas ou colméias, fixados por
meio de vigamentos, tarugamentos e contraventamento;
d) Gesso – em placas lisas, perfuradas ou estriadas, placas de gesso acartonado (placas
de 0,60x0,60 m) suspensas por arames galvanizados fixados nas lajes por pino de aço
cravado com pistola à pólvora. As placas podem ser rejuntadas, lixadas e pintadas e receber
arremates especiais também em gesso ou outro material (plástico, PVC e isopor);
e) Fibras vegetais ou minerais – em placas prensadas de fibras de madeira (pinus e
eucalipto) e lã de vidro, rocha ou polietireno expandido (isopor), caracterizando o chamado
"forro pacote", que são fixados em estruturas de perfis de alumínio, aço ou madeira
atirantados ao teto, por meio de pendurais de aço, ou chapas de alumínio;
f) Metal – principalmente alumínio e aço, apresentando as mais variadas configurações e
acabamentos;

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g) PVC rígido – apresentados em réguas com encaixe tipo macho e fêmea, fixados em
tarugamentos de madeira.

Madeira Bambu

Gesso Gesso Acartonado

PVC Forro Mineral

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GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS


Acabamento alisado – depois de reguado e desempenado a madeira, faz o alisamento com
desempenadeira metálica e polvilhamento de cimento.
Acabamento desempenado – logo após o sarrafeado, executado cuidadoso com
desempenadeira de madeira.
Acabamento sarrafeado ou reguado – é o acabamento do emboço feito por réguas manuais
ou vibratórias.
Áreas molhadas – são as dependências da edificação que estarão sujeitas a ação de água
(área de serviço, cozinha, banheiros e sacadas).
Bicheiras – são falhas de concretagem que devem ser preenchidas antes de iniciar o
revestimento.
Caimento – diz-se da necessidade de verificar o caimento das águas nas áreas molhadas, ou
seja, garantir que não ocorra empoçamento ou encaminhamento da água para locais
inadequados.
Cavaletes – suportes de madeira ou metálicos para as plataformas de trabalho (andaimes).
Chapisco rolado – chapisco comum adicionado de resina PVA e aplicado com rolo,
implicando em menores perdas e maior produtividade.
Contrapiso zero – diz-se quando o revestimento de piso é executado diretamente sobre a laje
sem a necessidade de contrapiso de regularização.
Duas massas – termo usado no norte do Paraná para designar revestimento com emboço e
reboco.
Encascar – é o enchimento necessário quando a espessura do revestimento é superior a 3
cm. Nesses casos convém encascar com argamassa e pequenos pedaços de tijolos antes de
chapiscar. Geralmente é necessário para corrigir falha de prumo ou mudança de projeto.
Fiada mestra – é a fiada de azulejos que serve de guia para as demais, é colocada a partir do
piso ou do teto, dependendo da paginação escolhida, mais ou menos na atura de trabalho
(um terço do pé-direito).
Galgas (na obra: garga) – tenazes feitos de ferro de construção usadas para firmar formas
dos revestimentos nos arremates.
Polvilhar cimento – é o procedimento de espalhar cimento sobre superfícies molhadas para
formar uma nata e garantir melhor aderência.
Ponteira – ferramenta usada para retirar com a marreta o excesso de material encrustados.
Rejunte (rejuntamento) – é o enchimento dos sulcos entres as peças cerâmicas (juntas) com
argamassa apropriada.
Uma massa ou massa paulista – diz da execução de revestimento com emboço
desempenado.

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Referencias:
Apostila de fundações da disciplina: Tecnologia da construção de edifícios 1. Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo.
ASSED, José Alexandre e ASSED, Paulo Cézar. Construção civil, metodologia construtiva .
Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, l988.
BARROS, M. M. S. B., MELHADO, S.B. Produção de estruturas de concreto armado de
edifícios. São Paulo: EPUSP, 1993.
BAUER, L. A ,Falcão. Materiais de Construção. Editora LTC. Rio de Janeiro 1994
BRITO, José Luis Wey de. Fundações do edifício. São Paulo, EPUSP, 1987. HACHICH, W. et
al. Fundações Teoria e Prática. Editora Pini. 2. ed.1998.
JOPPERT Jr., I. Fundações e Contenções de Edifícios. Editora Pini.1. ed. 2007.
Material de aula da disciplina de Tecnologia da construção de edifícios 1. Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo.
PIANCA, J. Batista. Manual do Construtor. 3a edição. 5 volumes. Editora Globo. Porto Alegre.
1968.
Revistas Técnicas – Arquitetura e Construção, Finestra e Téchne - Editora Pini RICARDO,
Otávio Gaspar de Sousa. Teoria das Estruturas. São Paulo: YAZIGI, Walid. A
técnica de Edificar. Editora Pini. São Paulo. 2004.

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