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Fichamento 01: DIAS, Emerson dos Santos. O ato fotográfico como rusticidade midiática:
representação, fotojornalismo e arte. In: BONI, Paulo César (org). Fotografia: usos,
repercussões e reflexões. Londrina: Midiograf, 2014, p. 139 – 162.
“A produção fotográfica contemporânea não transita mais apenas na representação do real, mas
constrói a si mesma por meio de códigos e referências próprias decorrentes de outras
experiências. Por trás do visor, o fotógrafo encara o que vê como um processo discursivo em
trânsito” (DIAS, p. 139, 2014).
“Ao avançar com esta metodologia, vemos que, ao mesmo tempo em que o fotógrafo toma
aquela imagem para uma capa de jornal, por exemplo, ele consegue utilizar os recursos técnicos
e ideológicos para fisgar um momento que pode servir para outras representações. Como o
recorte é literalmente único (um fotograma), a sobrecarga de efeitos simbólicos torna-se tão
grande que emancipa o “dizer” da imagem, oferecendo outras possibilidades de expor este
discurso, inclusive em novos espaços físicos (exposições, mostras, edições especiais etc.)”
(DIAS, p. 141, 2014).
“O ato fotográfico (do pré ao pós) é, preliminarmente, a decisão sobre aquilo que ficará
registrado (no papel, em bytes ou na parede da caverna), mas também é o momento
(composição) que condensa milhares de anos de mediação entre o homem e o mundo, mesmo
sabendo que a imagem passou de “usada pelo” a “usuária do” observador” (DIAS, p. 145,
2014).
“Aqui, o ‘fazer imagem’ se apoia em dois conceitos. Inicialmente, em relação à origem, onde
o tempo histórico não é algo linear ou único, mas processual e repleto de temporalidades. O
segundo conceito é o deslocamento espacial da história no momento do clique, onde a leitura
do fato “congelado” fala do paradigma pós-fotográfico, “no qual as imagens são derivadas de
uma matriz numérica e produzidas por técnicas computacionais”. 146 passa a adquirir
diferentes interpretações a partir da existência do fotograma” (DIAS, p. 145-146, 2014).
“Consideramos que o ato fotográfico reúne discurso, ideologia, referências estéticas e tradições
e que isso deve ser levado em conta quando se põe em prática qualquer metodologia em
pesquisas envolvendo imagens” (DIAS, p. 146, 2014).
“A fotografia deixa de ser ‘uma coisa’ (em determinado momento, como a publicação) que
depois se torna ‘outra’ (sob o teto de um museu ou sob uma curadoria a posteriori) e passa a
ser compreendida como coisas diversas, ainda que fragmentada ou certas vezes descolada das
propostas iniciais do clique” (DIAS, p. 146, 2014).
“O foco aqui está na produção fotográfica quando ela constrói e constitui-se produto (quando
em uma revista, um jornal, uma exposição, um álbum de família) ao mesmo tempo em que
também recupera a tentativa desesperada do homem (primitivo) de fazê-la apenas “ser”: uma
representação, um reflexo, uma reflexão” (DIAS, p. 147, 2014).
“Para isso, é preciso salientar que a construção da imagem fotográfica (a interpretação dela
pelo homem) se dá pela memória” (DIAS, p. 147, 2014).